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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................................... 2
6. REFERÊNCIAS: ............................................................................................. 30
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NOSSA HISTÓRIA
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1. A INCLUSÃO SOCIAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCI AS
Figura: 1
Incluir quer dizer fazer parte, inserir, introduzir. E inclusão é o ato ou efeito de incluir.
Assim, a inclusão social das pessoas com deficiências significa torna-las participantes da
vida social, econômica e política, assegurando o respeito aos seus direitos no âmbito da
Sociedade, do Estado e do Poder Público.
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Direitos Sociais: direito à alimentação; à moradia; à saúde; à previdência e
assistência; à educação; à cultura; e direito à participação nos frutos do progresso
científico (Art.25 ao 28).
Portanto a inclusão social tem por base que a vigência dos direitos específicos das
pessoas com deficiência está diretamente ligada à vigência dos direitos humanos
fundamentais. Em virtude das diferenças que apresentam em relação às demais, as
pessoas com deficiência possuem necessidades especiais a serem satisfeitas. Tal fato
significa que:
• O exercício dos direitos gerais bem como nos direitos específicos destas últimas
está diretamente ligado à criação de condições que permitam o seu acesso diferenciado ao
bem-estar econômico, social e cultural.
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deficiências e de suas organizações, a Declaração tornou-se, em todo mundo, o ponto
de partida para a defesa da cidadania e do bem-estar destas pessoas, assegurando
os seguintes direitos:
• As pessoas com deficiência têm os mesmos direitos civis e políticos dos demais
indivíduos. O parágrafo 7° da Declaração dos Direitos do Deficiente Mental indica a
possibilidade de limitar ou de suprimir tais direitos no caso das pessoas com deficiência
mental;
Figura: 2
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• As pessoas com deficiências têm o direito de desenvolver capacidades que as
tornem, tanto quanto possível, autoconfiantes;
• As pessoas com deficiência têm o direito de viver com sua família e de participar
das atividades sociais. Elas não serão submetidas, mesmo em suas residências, a
tratamento diferente (discriminatório) que não seja o necessário para melhorar o seu bem
estar. Se a sua permanência em instituição especializada for indispensável, o ambiente e
as condições deverão ser as mais próximas da vida normal;
• As pessoas com deficiência têm o direito ao apoio jurídico qualificado quando tal a
poio mostrar-se indispensável para sua proteção. Se processos judiciais forem
estabelecidos contra elas, o procedimento legal respeitará as suas condições físicas e
mentais;
Pode-se perceber que a inclusão social das pessoas com deficiência depende do
seu reconhecimento como pessoas, que apresentam necessidades especiais geradoras de
direitos específicos, cuja proteção e exercício dependem do cumprimento dos direitos
humanos fundamentais.
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2. AS NORMAS LEGAIS DE GARANTIA DOS DIREITOS DAS
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
São fundamentos que orientam os objetivos de nossa República, tais como, construir
uma sociedade livre, justa e solidária; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem preconceito de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Por isto é preciso repetir que os não deficientes e as pessoas com deficiência não
iguais, no sentido de uma igualdade apenas abstrata e formal, isto é, que não considera as
diferenças existentes entre os dois grupos.
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2.1-Ao Trabalho
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Figura: 3
Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos
os níveis de complexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso universal e igualitário.
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II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que necessários, para qualquer
tipo de deficiência, inclusive para a manutenção da melhor condição de saúde e qualidade
de vida;
IV - campanhas de vacinação;
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III - aprimoramento e expansão dos programas de imunização e de triagem neonatal;
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da pessoa com deficiência
no local de residência, será prestado atendimento fora de domicílio, para fins de diagnóstico
e de tratamento, garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência e de
seu acompanhante.
Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a pessoa com
deficiência, inclusive por meio de cobrança de valores diferenciados por planos e seguros
privados de saúde, em razão de sua condição.
Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos serviços de saúde,
tanto públicos como privados, e às informações prestadas e recebidas, por meio de
recursos de tecnologia assistiva e de todas as formas de comunicação previstas no inciso
V do art. 3º desta Lei.
Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quanto privados, devem
assegurar o acesso da pessoa com deficiência, em conformidade com a legislação em
vigor, mediante a remoção de barreiras, por meio de projetos arquitetônicos, de
ambientação de interior e de comunicação que atendam às especificidades das pessoas
com deficiência física, sensorial, intelectual e mental.
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Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência praticada contra a
pessoa com deficiência serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde
públicos e privados à autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos
Direitos da Pessoa com Deficiência.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra a pessoa
com deficiência qualquer ação ou omissão, praticada em local público ou privada, que lhe
cause morte ou dano ou sofrimento físico ou psicológico.
Como consequência das duas grandes guerras, surgiu nos países atingidos uma
grande quantidade de pessoas mutiladas, debilitadas e perturbadas mentalmente. As
sociedades desses países viram-se diante da necessidade de criar formas de atendimento
e reintegração desses indivíduos ao meio social. Além disso, o curto intervalo entre as duas
guerras e o número de baixas ocorridas gerara um déficit de mão de obra, o que levou à
implantação de programas de educação, saúde e treinamento para que trabalhadores
deficientes pudessem preencher as lacunas da força de trabalho europeia (SANTOS 1995;
CORREIA, 1997).
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que havia sido originada no pós-guerra. A demanda, que antes tinha por objetivo preencher
lacunas, agora se daria no sentido de integrar os indivíduos deficientes com base em seus
direitos como seres humanos e indivíduos pertencentes a uma sociedade (SANTOS 1995;
CORREIA, 1997).
Paralelo aos dois fatos já mencionados, o avanço científico dessa época trouxe
informações importantes sobre aqueles grupos considerados minorias sociais. Estudos
sociológicos, realizados nos Estados Unidos, citados por Santos (1995), revelaram a
escassez ou carência total de acesso às provisões sociais, de saúde e educacionais, pelas
minorias étnicas. Pesquisas nas áreas médica, educacional e psicológica defendiam uma
abordagem menos paternalista em relação aos indivíduos deficientes e enfatizavam que a
excepcionalidade, necessariamente, não deve se constituir num impedimento total para a
aprendizagem dos indivíduos deficientes, nem significar uma incapacidade deles em
frequentar o ambiente escolar.
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propulsor de tal mudança de perspectiva foi à elaboração e a divulgação de um importante
princípio – o princípio da normalização (SASSAKI, 1997).
Este princípio foi generalizado a partir de 1972, por Wolfensberg, para todas as
pessoas com deficiências e contemplou tanto os meios possíveis, quanto os resultados
alcançados. Isto quer dizer que, para Wolfensberg, a normalização era a utilização de meios
tão culturalmente normativos quanto fosse possível para estabelecer e/ou manterem
condutas e características pessoais o mais culturalmente normativas quanto fosse possível
(STEELLANDT, 1991).
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Figura:
Foi a partir da década de 80 que a integração social, como movimento, teve seu
maior impulso com o fortalecimento da luta pelos direitos das pessoas portadoras de
deficiência. No Brasil, essa influência é vista, claramente, na redação dos textos oficiais
que normatizaram o atendimento educacional especial.
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Ocorreu, também nessa década, a despeito das críticas iniciais, o desenvolvimento
de estratégias de operacionalização do princípio de normalização por meio de integradores.
O processo de mainstreaming firmou-se como filosofia de integração amplamente aceita
(MENDES, 1994).
A defesa da integração social da pessoa com deficiência, sem dúvida alguma, foi um
avanço social muito importante, pois teve o mérito de inserir esse indivíduo na sociedade
de uma forma mais efetiva, se comparado à situação anterior de segregação. Entretanto,
se o processo de integração social tem consistido no esforço de inserir na sociedade
pessoas com deficiência que alcançaram um nível compatível com os padrões sociais
vigentes, tal esforço tem se mostrado unilateral em nossos dias; um esforço somente da
pessoa portadora de deficiência e de seus aliados - a família, a instituição especializada e
algumas pessoas envolvidas na causa da inserção social- segundo Sassaki (1997).
Da forma como está sendo realizada hoje, a integração escolar/social pouco ou nada
exige da sociedade em termos de modificação de atitudes, de espaços físicos, de objetos
e de práticas sociais. A sociedade cruza seus braços e aceita o deficiente desde que ele se
torne capaz de adaptar-se ao seu contexto social e às formas de desempenhar os papéis
sociais necessários.
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pessoas. De forma geral, nas interações sociais realizadas tendo como referência este
modelo de compreensão do fenômeno, as pessoas acabam se relacionando com o quadro
etiológico da condição deficiente e não com o seu portador.
Figura: 5
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baseado num modelo médico de deficiência, para Sassaki, pouco ou nada exige da
sociedade no que se refere a mudanças de atitudes, de espaços físicos, de objetos e de
práticas sociais.
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4. EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Figura: 6
Já havia, na segunda metade dos anos 80, em alguns países da Europa e nos EUA,
um consenso entre os estudiosos e pesquisadores referente à necessidade de mudanças
na forma como o processo de integração/mainstreaming vinha ocorrendo. Se havia
consenso quanto a essas mudanças, as opiniões dividiam-se em relação às soluções
encontradas para implementá-las, daí surgindo basicamente duas orientações.
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seja, o apoio ao exercício dos papéis sociais valorizados pelas pessoas suscetíveis de
desvalorização social (DORÉ et al.,1 997).
Figura: 7
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Mrech (1997; 1998; 1999) acredita que tanto o movimento de Integração Escolar e o
subsequente movimento da Educação Inclusiva surgiram nos EUA em consequência da
promulgação da Lei Pública 94.142, de 1975. Outros autores relatam que o conceito de
inclusão surgiu, nos EUA, relacionado, à implantação em 1986 de uma política educacional
denominada Regular Education Iniciative (REI), que defendia a adaptação da classe regular
de modo a tornar possível inserir ali o maior número possível de alunos com necessidades
especiais; incentivando os serviços de educação especial e outros serviços especializados
a associarem-se ao ensino regular (CORREIA, 1997; DORÉ etal,1996).
Sem a preocupação com a precisão histórica de seu surgimento, o fato é que depois
de um período de intensas discussões e críticas a respeito do processo de
integração/mainstreaming e suas possíveis limitações, ao final dos anos 80 e início da
década de 90, começaram a tomar vulto as discussões em torno do novo paradigma de
atendimento educacional – a Inclusão Escolar.
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pelo modelo inclusivista. O paradigma da Inclusão não admite diversificação de
atendimentos pela segregação e, na busca de um ensino especializado no aluno, procura
soluções que atendam às suas diversidades, sem segregá-los em atendimentos
especializados ou em modalidades especiais de ensino (WERNECK, 1997; MANTOAN,
1996; 1997).
Figura: 8
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A ênfase da escola inclusivista não se restringe ao atendimento das crianças com
necessidades especiais. A meta do novo paradigma é incluir todos aqueles que se encontra
em situação de exclusão, quer sejam eles deficientes físicos, mentais, sensoriais, ou
crianças fracassadas na escola; ou alunos marginalizados por conta de suas peculiaridades
raciais ou culturais; ou qualquer outra criança que esteja impedida de usufruir seu direito
de acesso à educação democrática e de qualidade que lhe garanta um desenvolvimento
social, emocional e intelectual adequado. A escola inclusivista respeita e valoriza as
diversidades apresentadas por seus alunos.
A proposta da Inclusão exige uma transformação radical da escola, pois caberá a ela
adaptar-se às necessidades dos alunos, ao contrário do que acontece atualmente, quando
são os alunos que devem se adaptar aos modelos e expectativas da escola. Se a meta do
processo de Inclusão é que todo e qualquer educando sejam inseridos na escola comum,
então, a escola inclusivista deve preparar-se para oferecer um ambiente propício ao
desenvolvimento das potencialidades de todos os tipos de alunos, qualquer que seja sua
deficiência, diferença, déficit ou necessidades individuais (WERNECK, 1997; SEMEGHINI,
1998).
O princípio da Inclusão sintetiza Correia (1997), apela para uma escola que tenha
sua atenção voltada para a criança-todo, e não só a criança-aluno, respeitando os três
níveis de desenvolvimentos essenciais – o acadêmico, o sócio emocional e o pessoal, de
modo a proporcionar a essa criança uma educação apropriada, orientada para a
maximização de seu potencial.
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Figura: 9
Por outro lado, conforme observa Bueno (1999), a implementação de uma escola
regular inclusivista demanda o estabelecimento de políticas de aprimoramento dos
sistemas de ensino, sem as quais não será possível garantir um processo de escolarização
de qualidade.
Apesar do conceito de inclusão conciliar-se com uma educação para todos e como
ensino especializado no aluno, a opção por esse tipo de inserção escolar não poderia ser
realizada sem o enfrentamento de desafios importantes, uma vez que o maior deles recai
sobre o fator humano. Na adoção do paradigma da inclusão, as mudanças no
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relacionamento pessoal e social e na maneira de efetivar os processos de ensino e
aprendizagem têm prioridade sobre o desenvolvimento de recursos físicos e os meios
materiais para a realização de um processo escolar de qualidade (MANTOAN, 1998).
Todas estas mudanças, na opinião de Mantoan (1997; 1998), não devem ser
impostas, ao contrário, devem resultar de uma conscientização cada vez mais evoluída de
educação e de desenvolvimento humano.
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Como se observa, a aceitação da prática inclusiva, por parte do docente, é fator
determinante no desenvolvimento de toda potencialidade do aluno com necessidades
educacionais especiais. Nesta mesma linha de raciocínio, Barbosa e Gomes (2006)
apresentam outras considerações igualmente importantes, a respeito da prática docente
inclusiva eficiente junto a alunos com deficiência, ao afirmarem que:
Apesar de ser algo natural, esperar que os docentes tenham uma formação para a
diversidade e inclusão, nem sempre isso acontece. Neste sentido, diferentes estudiosos do
campo educacional (SACRISTÁN, 2002; BARRETO, 2008; HENRIQUES, 2012; BRIANT;
OLIVER, 2012) tem chamado a atenção para um olhar e/ou melhor atenção a formação
do/a professor/a para atuar em diferentes situações e/ou contextos educacionais, em
especial, com alunos com deficiência.
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novas capacidades e novos modos de pensar; a certeza de que estão improvisando, que pode
levar a descobrir novo fazeres e saberes, não necessariamente subordinados ao “fazer
correto”; as dificuldades encontradas pelo professor, as quais podem ajudar a acordar de um
fazer pedagógico que, por ter-se tornado automático, se tornou “fácil”; a necessidade que o
professor sente de ser instigado, incentivado diante das dificuldades encontradas e dos
desafios colocados. (ANJOS, et al 2009, p. 122).
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As instâncias de formação de professores do ensino superior necessitam das
condições previstas no plano curricular, para garantir ao professor; o contínuo
exercício da relação ação-reflexão, numa dimensão coletiva...facilitando assim, a
relação teoria e pratica, a construção de saberes específicos associados ao saber
fazer e o incentivo à formação do professor e do aluno. (BARRETO, 2008, p.217).
Corroborando com essas discussões, Rendo & Vega (2009) propõem aos envolvidos
com a ação educativa inclusiva e comprometida com a diversidade educacional, que
exercitem o treinamento de uma mente plástica, sempre aberta para novos conhecimentos
e adaptações. Além disso, apoiam uma formação docente contínua de situações diversas
que favoreçam o enriquecimento constante da sua prática, dos seus conhecimentos com
motivação investigativa.
Ao professor deverá ser assegurado o suporte necessário para que em sala de aula
possa disponibilizar de todos os meios, métodos, técnicas e recursos a fim de garantir
ao aluno deficiente intelectual, todas as possibilidades para o seu desenvolvimento.
Os tipos de estratégias que são necessárias a fim de permitir que todos os alunos,
inclusive o de deficiência intelectual, participem integralmente das oportunidades
educacionais, com resultados favoráveis, dentro de uma programação tão normal
quanto possível, são reveladas, pelas necessidades especiais destes. (HENRIQUES,
2012, p. 11).
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constitui importante elemento no processo educacional e ação inclusiva, como alerta
Almeida:
O educando não pode ser considerado, pura e simplesmente, como massa a ser
informada, mas sim como sujeito, capaz de construir a si mesmo, desenvolvendo
seus sentidos, entendimentos e inteligências, a educação escolar não pode exigir
uma ruptura com a condição existente sem suprir seus elementos. Há uma
continuidade dos elementos anteriores e, ao mesmo tempo uma ruptura, formando o
novo. O que o aluno traz de seu meio familiar e social não deve ser suprimido
bruscamente, mas sim incorporado às novas descobertas da escola. (OLIVEIRA,
2010, p. s/n).
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6. REFERÊNCIAS:
BRIANT, Maria Emília Pires and OLIVER, Fátima Corrêa. Inclusão de crianças com
deficiência na escola regular numa região do município de São Paulo: conhecendo
estratégias e ações. Rev. bras. educ. espec. [online]. 2012, vol.18, n.1, pp. 141-154. ISSN
1413-6538.
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JANNUZZI, G. A Luta Pela Educação do Deficiente Mental no Brasil. Campinas/SP:
Editores Associados, 1992.
VITTA, Fabiana Cristina Frigieri de; VITTA, Alberto de and MONTEIRO, Alexandra
S.R. Percepção de professores de educação infantil sobre a inclusão da criança com
deficiência. Rev. bras. educ. espec. [online]. 2010, vol.16, n.3, pp. 415-428. ISSN 1413-
6538.
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