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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO B3

Educação e Formação de Adultos

11 Direitos dos idosos em Portugal

Em Portugal, à semelhança da maioria dos países desenvolvidos, a população idosa


constitui um grupo importante em relação ao qual têm sido desenvolvidas medidas
de proteção social vocacionadas a minimizar os riscos acrescidos da sua
vulnerabilidade.

A sua proteção e a garantia do direito a uma vida com dignidade estão consagradas na
Constituição da República, mas também na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, art.º 1.º e art.º 25.º e no recomendado pelos Princípios das Nações Unidas.

1. Direito à Participação

Independentemente da idade, qualquer indivíduo deve ter a possibilidade de:

 Participar ativamente na formulação e implementação de políticas que


afetam diretamente o seu bem-estar e transmitir aos mais jovens
conhecimentos e habilidades;

 Aproveitar as oportunidades para prestar serviços à comunidade, trabalhando


como voluntário, de acordo com os seus interesses e capacidades;

 Poder formar movimentos ou associações de idosos.

2. Direito à Saúde

Todos, incluindo os idosos, têm direito à proteção da saúde e o dever de a defender


e promover. O direito à proteção da saúde é realizado:
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 Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as
condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;

 Pela criação de condições económicas, sociais, culturais e ambientais que


garantam, designadamente, a proteção da infância, da juventude e da velhice, e
pela melhoria sistemática das condições de vida e de trabalho, bem como pela
promoção da cultura física e desportiva, escolar e popular, e ainda pelo
desenvolvimento da educação sanitária do povo e de práticas de vida saudável.

3. Direito à Autorrealização

A autorrealização assume, nesta fase da vida, um papel importante, por isso


considerou-se igualmente importante consagrar o direito à realização das suas próprias
capacidades ou habilidades através de:

 Aproveitar as oportunidades para o total desenvolvimento das suas


potencialidades;

 Ter acesso aos recursos educacionais, culturais, espirituais e de lazer da


sociedade.

4. Direito à Dignidade

Em primeiro lugar, todos os direitos dos idosos devem ter, na sua essência, o
respeito pela dignidade humana. Deve haver uma consciencialização e esforço com o
objetivo de:

 Poder viver com dignidade e segurança, sem ser objeto de exploração e maus-
tratos físicos e/ou mentais;

 Ser tratado com justiça, independentemente da idade, sexo, raça, etnia,


deficiências, condições económicas ou outros fatores.

5. Direito à Informação

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O direito à informação aplica-se o mesmo que à população em geral:

 Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela


palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de
informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem
discriminações;

 O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo
ou forma de censura.

6. Direito à Alimentação

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual Portugal subscreveu,


consagra, no seu artigo 25º, o direito humano à alimentação. Assim sendo, a pessoa
idosa tem direito a receber pensão de alimentos dos filhos ou outros descendentes desde
que não possuam meios próprios de se sustentar.

7. Direitos na Justiça

O sistema de acesso ao direito e aos tribunais destina-se a assegurar que a ninguém seja
dificultado ou impedido, em razão da sua condição social ou cultural, ou por
insuficiência de meios económicos, o conhecimento, o exercício ou a defesa dos seus
direitos.

8. Direitos Sociais

Existem em Portugal um conjunto de direitos sociais atribuídos aos idosos em


situações específicas, mas em termos gerais e, segundo a Constituição da República:

 Todos têm direito à segurança social.

 Incumbe ao Estado organizar, coordenar e subsidiar um sistema de segurança


social unificado e descentralizado, com a participação das associações sindicais,

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de outras organizações representativas dos trabalhadores e de associações
representativas dos demais beneficiários.

 O sistema de segurança social protege os cidadãos na doença, velhice, invalidez,


viuvez e orfandade, bem como no desemprego e em todas as outras situações de
falta ou diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho.

 Todo o tempo de trabalho contribui, nos termos da lei, para o cálculo das
pensões de velhice e invalidez, independentemente do setor de atividade em que
tiver sido prestado.

 O Estado apoia e fiscaliza, nos termos da lei, a atividade e o funcionamento das


instituições particulares de solidariedade social e de outras de reconhecido
interesse público sem caráter lucrativo, com vista à continuação de objetivos de
solidariedade social consignados, nomeadamente, neste artigo, na alínea b) do
n.º 2 do artigo 67.º, no artigo 69.º, na alínea e) do n.º 1 do artigo 70.º e nos
artigos 71.º e 72.º.

9. Direito à Independência

Nos direitos dos idosos está também o direito à independência que segundo os


Princípios das Nações Unidas têm direito a:

 Ter acesso à alimentação, à água, à habitação, ao vestuário, à saúde, a apoio


familiar e comunitário;

 Ter oportunidade de trabalhar ou ter acesso a outras formas de geração de


rendimentos;

 Poder determinar em que momento se deve afastar do mercado de trabalho;

 Ter acesso à educação permanente e a programas de qualificação e


requalificação profissional;

 Poder viver em ambientes seguros adaptáveis à sua preferência pessoal, que


sejam passíveis de mudanças;

 Poder viver em sua casa pelo tempo que for viável.

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10. Direito ao Trabalho

No que respeita ao trabalho a pessoa idosa tem o direito de:

 Exercer a atividade profissional, respeitando as suas condições físicas,


intelectuais e psíquicas;

 Direito à retribuição, direito à prestação;

 Trabalhar em condições de higiene e segurança.

11. Direito à Assistência

Segundo a Resolução 46/91 Aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas de


16 de dezembro de 1991, as pessoas idosas têm o direito a:

 Beneficiar da assistência e proteção da família e da comunidade, de acordo com


os seus valores culturais;

 Ter acesso à assistência médica para manter ou adquirir o bem-estar físico,


mental e emocional, prevenindo a incidência de doenças;

 Ter acesso a meios apropriados de atenção institucional que lhe proporcionem


proteção, reabilitação, estimulação mental e desenvolvimento social, num
ambiente humano e seguro;

 Ter acesso a serviços sociais e jurídicos que lhe assegurem melhores níveis de
autonomia, proteção e assistência;

 Desfrutar os direitos e liberdades fundamentais, quando residente em instituições


que lhe proporcionem os cuidados necessários, respeitando-o na sua dignidade,
crença e intimidade;

 Deve desfrutar ainda do direito de tomar decisões quanto à assistência prestada


pela instituição e à qualidade da sua vida.

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Formador/a: Letícia Loureiro

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