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POLÍTICAS PÚBLICAS DE

ENFERMAGEM E SOCIOLOGIA

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................3

1 REFERENCIAL HISTÓRICO............................................................................4

2 ASPECTOS SOCIOLÓGICOS DA EVOLUÇÃO DAS POLÍTICAS


PUBLÍCAS............................................................................................................6

3 AS POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE NOS DIAS ATUAIS.........................8

CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................11
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INTRODUÇÃO

Desde os tempos antigos, as populações sofriam com as doenças,


epidemias e falta de recursos financeiros e científicos para combatê-las. Ainda
no início deste século em nosso país, a população sofreu com várias epidemias
como a da gripe espanhola, que dizimou inúmeras famílias. Sem recursos
financeiros, os mais pobres não podiam contar com atendimento médico,
dependiam apenas do cuidado das freiras nas Santas Casas de Misericórdia e
com as benzedeiras, e acabavam morrendo por pura falta de recursos. Já os
mais ricos contavam com atendimento médico, porém com um conhecimento
científico limitado, muitas vezes não era possível salvar-se. Epidemias,
mortalidade na gestação e mortalidade infantil por desidratação são exemplos
claros do quanto se morria por falta de conhecimento.
Por estes fatores, a questão da saúde era encarada com certo
misticismo, sem que a população soubesse que por pequenas atitudes
individuais e coletivas, salvar-se-iam muitas vidas. À medida que os anos foram
passando a população começou então um processo de pensar, uma reflexão
sobre o que seria o processo do adoecer, e por uma sequencia de filosofias
sobre o adoecer é que se começou a pensar em como não adoecer. E dessa
sequência de pensamentos surgiu à ideia de que só com ações coletivas e
universais é que se combateriam as doenças que tanto atormentavam a todos
desde os primórdios. Essas ações coletivas hoje são chamadas de políticas
públicas em saúde, já evoluíram muito, mas ainda tem muito que aprimorar.
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1 REFERENCIAL HISTÓRICO

Em 23 de julho de 1900, a primeira grande proposta de política


pública de saúde, surgiu com a criação do Instituto Soroterápico de Endemias,
criado pelo Dr. Osvaldo Cruz, alertando para a obrigatoriedade de toda a
população ser vacinada. Dando origem a revolta popular em 1904.
Em 1918 a Gripe Espanhola dizimou a população e as pessoas não
sabiam o que fazer nem com os seus mortos, e se perguntavam onde estaria o
apoio do governo, se sentia desamparados.
Em 1923, foi criado o Fundo de Aposentadorias e Pensões, visando
oferecer assistência médica e aposentadoria aos trabalhadores contribuintes e
são criados os IAPS.
Em 1937, é criado o SESP, ( Serviço Especial de Saúde Pública),
com uma nova proposta visando a prevenção de Epidemias.
Em 1960, Getúlio Vargas cria o Ministério da Saúde, onde se
começa a falar em prevenção de doenças, em contra partida os IAPS se
tornam ineficientes e não conseguem suprir a necessidade de seus
associados.
O Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) foi criado pelo
Decreto Lei nº 72 de 21/11/1966, com a unificação dos IAPS, e com essa
unificação a o fundo arrecadado se torna muito maior.
Em 1968, no governo Costa e Silva, foi criado o Plano Nacional de
Saúde,(PNS), elaborado pelo Ministro da Saúde, Leonel Miranda, que
apresentou entre outras propostas a universalização do acesso e a integração
da assistência médica no Ministério da Saúde, o que foi objeto de forte
resistência, ainda que não explícita, da área previdenciária.
Em 1967, criou-se o SNS - Sistema Nacional de Saúde que tinha
como proposta princípios como a universalização da assistência, a
regionalização dos serviços e a integração entre serviços preventivos e de
assistência individual. Porém não conseguiu ser efetivamente implementado.
Após várias tentativas frustradas de implementação de princípios para um
atendimento digno de saúde, só 15 anos mais tarde, com a criação das
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associações de bairros, que passou-se a discutir em conjunto as necessidades


de suas comunidades.
Em 1978, é criado o SINPAS, O INAMPS e o IAPAS e a atenção
básica começa a surgir.
Em 1980, elegem-se os Conselhos Populares de Saúde, ao mesmo
tempo o Sistema Previdenciário começa a dar sinais de falência aumentando a
crise na saúde.
Em 1986, acontece a 8ª Conferência Nacional de Saúde em Brasília,
onde os Conselhos de Saúde fazem a proposta de um sistema de saúde para
todos, com princípios de Universalidade, Integralidade e Equidade, onde a
saúde passa a ser um direito de todos e um dever do Estado, onde se pense
em saúde preventiva e acessível às populações mais carentes, onde conselhos
formados por pessoas comuns possam participar de sua gestão, e assim nasce
o SUS, aprovado na Constituição e garantido o direito à saúde para todos.
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2 ASPECTOS SOCIOLÓGICOS DA EVOLUÇÃO DAS


POLÍTICAS PUBLÍCAS

Historicamente, as políticas públicas e especialmente no Brasil vêm


se caracterizando de forma subordinada aos interesses econômicos e políticos,
sendo implementadas através de práticas assistencialistas e clientelistas,
refletindo relações que não incorporam o reconhecimento dos direitos sociais.
O progresso de nossa Saúde Pública foi muito retardado por
interesses políticos e financeiros.
Desde a criação dos IAPS, os fundos arrecadados nem sempre
eram utilizados para a saúde, tendo muitos desses fundos na época, financiado
a industrialização no país. Sem contar que devido aos IAPS serem separados
por classes trabalhistas, havia grande desigualdade de atendimento entre os
IAPS mais ricos e os mais pobres.
A unificação dos IAPS, dando origem ao INPS, foi feita com intuito
de universalizar o atendimento, porém muitas dificuldades foram encontradas
pelos trabalhadores para encontrar atendimento médico digno. Os
trabalhadores contribuíam enriquecendo os cofres públicos, mas na hora em
que precisavam ainda não encontravam atendimento médico digno. Não havia
transparência e a população durante muitos anos não podia sequer reclamar,
pois quem reclamava era chamado de subversivo, preso e torturado.
O radio e a TV não podiam noticiar as epidemias e a falta de
atendimento médico, pois eram censurados pelo governo ditador.
Assim apesar das muitas mudanças no sistema de saúde do país, a
população ainda sofria como no início do século, onde os mais ricos tinham
acesso a atendimento médico de qualidade e os mais pobres morriam sem
atendimento.
Somente em 1986, quando acontece a 8ª Conferência Nacional de
Saúde em Brasília, onde os Conselhos de Saúde fazem a proposta de um
sistema de saúde para todos, com princípios de Universalidade, Integralidade e
Equidade, onde a saúde passa a ser um direito de todos e um dever do Estado,
onde se pense em saúde preventiva e acessível às populações mais carentes,
onde conselhos formados por pessoas comuns possam participar de sua
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gestão, e assim nasce o SUS, aprovado na Constituição e garantido o direito à


saúde para todos.
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3 AS POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE NOS DIAS ATUAIS

As políticas públicas voltadas para a saúde nos últimos tempos têm


sido de grande importância para a população de todo o país, mesmo sabendo-
se que a sua implementação não tenha sido aplicada de forma equitativa e
satisfatória.
Vemos que existe um padrão de relações que fragmenta e
desorganiza a classe subalterna ao apresentar como favor os direitos do
cidadão.Percebemos ainda que a população fica cada vez mais dependente
dos órgãos públicos, por não dispor de meios para satisfação de suas
necessidades cotidianas.
Ainda hoje as políticas públicas, que foram criadas com o intuito de
diminuir as desigualdades sociais, acabam na prática acentuando as mesmas
numa sociedade com situação de pobreza, que não possui nem as suas
necessidades básicas satisfeitas e que ainda encontra situações de
humilhação e descaso ao procurar atendimento médico e vendo em contra
partida que outra parcela da população detém a fatia das vantagens e poder
social.
Atualmente, as políticas sociais brasileiras conservam em sua
concretização o caráter fragmentário, setorial e emergencial. Fazendo com que
os governos busquem apoio nas bases sociais para manter-se no poder,
atendendo algumas das reivindicações da sociedade visando interesses
contraditórios entre as classes sociais, assim, permitindo o acesso
discriminatório a recursos e serviços sociais. Quer dizer usam a população de
baixa renda para prometer melhorias e angariar votos e depois não cumprem
suas promessas fazendo com que esta população continue em situação de
pobreza e miséria para render votos nas próximas eleições.
Processo este que denota o caráter excedente das políticas sociais
públicas que se concretizam de forma casuística, inoperante, fracionada e sem
regras estáveis ou reconhecimentos de direitos.
Consolida-se atualmente no Brasil, um sistema político e econômico
centrado num mundo globalizado, onde a intervenção estatal torna-se limitada
com diminuição de sua ação reguladora, começando a suceder-se à retirada
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paulatina das coberturas sociais públicas, decorrendo-se cortes e


consequentemente reflexos no usufruto dos direitos sociais, o que tem
implicado na desqualificação/minimização do Estado, refletindo-se na
privatização de empresas estatais, fortalecendo a concretização e abrangência
da ideologia neoliberal, predispondo à negação de direitos sociais e
transferindo para a sociedade civil a responsabilidade que antes era do Estado.
Verifica-se, dentro deste contexto neoliberal, que as políticas sociais
são alteradas em sua direção e funcionalidade. O estado reduz sua capacidade
de financiamento das políticas sociais e serviços assistenciais e a função social
e assistencial das políticas têm sido alterada, no que diz respeito à qualidade,
quantidade e variedade dessas políticas, sendo oferecidas especialmente à
população carente, através de critérios de seletividade.
No que concerne as Políticas de Saúde no Brasil, mesmo após a
Constituição e 1988, que institui Sistema Único de saúde SUS, o perfil da
organização de programas e serviços de saúde ainda apresenta-se
caracterizado pela centralização, pelo governo federal, de diretrizes e
prioridade para o setor de saúde destinadas às esferas estadual e municipal.
Por outro lado, a acentuada privatização define o investimento no
setor de saúde com recursos do orçamento da união produzidos pelo setor
privado, visualizadas em nossa realidade principalmente através do
fortalecimento dos planos de saúde.
Nesse sentido, constata-se que o conjunto de ações destinadas aos
Estados e municípios distancia-se das reais condições de saúde vivenciadas
pela população brasileira. Como consequência, a população usuária recebe
uma prestação de serviços cuja lógica de acesso não corresponde à relação:
disponibilidade tecnológica/necessidade de atendimento, mas a exigência de
lucratividade do setor privado.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Analisando os fatos históricos, o desenvolvimento e criação das


políticas públicas de saúde e os fatos atuais que vivenciamos em nossa
população, podemos perceber que ainda é muito forte a desigualdade de
distribuição de recursos e que esta desigualdade ocorre num efeito dominó,
atingindo as classes mais frágeis de nossa população. Classes estas que
deveriam ser as mais assistidas, no início e no fim do século ainda continuam
sem perspectivas, não podendo contar com condições mínimas de saúde.
Muito se tem feito e muito se melhorou no que tange os avanços
científicos alcançados, mas esta condição de desigualdade persiste como uma
chaga em nossa sociedade.
Os interesses da classe mais favorecida ainda contribuem e muito
para que não haja equilíbrio na assistência que deveria ser universal e integral.
Toda essa lógica incide diretamente em todos os segmentos da
sociedade que necessitam dos serviços públicos como: crianças, adolescentes,
deficientes e, consequentemente, os idosos, que se encontram cada vez mais
numa situação de desamparo, perda de status, de segregação social, de
marginalidade.
Diante de toda essa gama de elementos que permeiam toda a
estrutura das políticas públicas em nosso país e especificamente as de saúde,
esperamos que num futuro próximo possamos ter uma melhora significativa
nessa área e que as classes populares tenham o acesso devido a esses bens
materiais tão preciosos para o bem estar de toda coletividade.
Ainda precisamos percorrer um longo caminho de conscientização,
participação popular e distribuição justa de recursos para podermos dizer que
saúde é um direito de todos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Título: SAÚDE PÚBLICA


Endereço eletrônico: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde_p%C3%BAblica
Acesso em: 30 de março de 2013

Título: POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA


Endereço eletrônico: http://www.webartigos.com/artigos/politicas-de-saude-
publica/13383
Acesso em: 30 de março de 2013

Título: POLÍTICA SOCIAL: PERSPECTIVA DE MEDIDAS EFETIVAMENTE


PÚBLICAS
Endereço eletrônico: http://www.achegas.net/numero/43/wellington_43.pdf
Acesso em: 30 de março de 2013

Título: POLÍTICAS PÚBLICAS, POLÍTICAS SOCIAIS E POLÍTICAS DE


SAÚDE
Endereço eletrônico:
http://www.fflch.usp.br/sociologia/temposocial/site/images/stories/edicoes/
v012/politicas.pdf
Acesso em: 30 de março de 2013

Título: A SOCIOLOGIA E A SAÚDE – CAMINHOS CRUZADOS


Endereço eletrônico:
http://www.nucleodecidadania.org/nucleo/extra/2009_09_04_11_29_02_indrod
ucao_redes_sociais.pdf
Acesso em: 30 de março de 2013

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