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FACULDADE SANTÍSSIMO SACRAMENTO

DISCIPLINA: Enfermagem em Saúde Coletia I


PROF.ª. Edlam de Souza Santos SEMESTRE: 4°
DISCENTE: Thiana Rodrigues de Jesus

 Elaborar um resumo sobre o filme políticas de saúde no Brasil.

RESUMO

Este filme retrata a evolução da saúde pública no Brasil desde o início do interesse
pela saúde até os dias de hoje. Descreve os principais benefícios econômicos do Brasil para as
necessidades básicas de saúde. O modelo de proteção social instaurado no Brasil no século
20, até o fim da ditadura militar e a promulgação da Carta em 1988, criou um cenário para
milhões de pessoas excluídas da assistência à saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS) tenta
mudar esse quadro e considera a saúde um direito de todos. Esses 518 anos de Brasil fizeram
com que a saúde pública passasse por uma série de transições. É importante a gente entender
que, a 550 anos atrás, o Brasil era povoado por índios que não estavam adaptados a uma série
de doenças que vieram da Europa junto com esses portugueses, o que trouxe um processo de
saúde - doença diferenciado já naquela época ( as epidemias).

Com a chegada da família real em 1908, chegaram também os cursos universitários,


dentre eles os cursos de medicina, fazendo com que os médicos que estavam no Brasil não
necessariamente viessem de fora e sim começassem a passar por formação no Brasil. Nessa
época, apenas quem tinha mais recurso financeiro conseguia ter acesso aos médicos e aos
serviços de saúde, é importante a gente lembrar que existiam muito fortemente no Brasil as
Santas Casas, que trabalhavam com a ideia de caridade e tinham uma vinculação muito forte
com entidades religiosas. Dom Pedro II, em 1822, começa a trabalhar um viés mais voltado
para as mudanças urbanas, e dentro disso, a gente tem no Brasil calçamento, iluminação e
aquela prática comum e infeliz que a gente tem até hoje, chamada de higienização, onde
pessoas em um estado de vulnerabilidade social maior saem dos grandes centros
forçadamente e começam a ocupar a região periférica das cidades. A partir daí começamos a
construção das favelas e das periferias no Brasil. No início do século XX, em 1900 a 1922,
mais ou menos, as questões epidemiológicas e sanitárias perpassam por todo o Brasil. É
importante a gente ter em mente que, mais ou menos em meados do século passado, as
doenças transmissíveis são as doenças mais comuns. E essa transição do tipo de doença, ela
perpassa pelo modo como a saúde vai percorrendo no Brasil, tanto que, naquela época temos
muito fortemente ações voltadas nas áreas portuárias e também muitas ações voltadas para a
questão de vacinação.

Temos um sanitarista muito conhecido, Oswaldo Cruz, que traz esse viés de
vacinação, inclusive de uma maneira relativamente polêmica, porque temos algumas
vacinações forçadas, o que gera algumas revoltas populares naquela época. Em 1920, temos o
que chamamos de Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP) o que seria isso? São pactuações
entre empregado e empregador, que fazem com que, de certa forma, esses empregados
tivessem acesso a algum recurso de cunho previdenciário e de saúde. De certa forma, isso
também teve um fortalecimento, se tornando, por meio de Getúlio Vargas depois, os Institutos
de Aposentadoria e Pensão (IAP), que são autarquias em nível federal, e mais fortes, porque
os CAPs até então abrangiam um grupo muito pequeno, e a partir do momento que vira IAP
mais pessoas passam a ter acesso. Mas fica muito evidente que quem tem acesso às ações e às
questões de saúde são as pessoas que estão relacionadas com a força de trabalho.
Então isso tudo não aconteceu por amor do governo, mas sim porque era necessário que as
pessoas estivessem com a produtividade em alta, fazendo com que houvesse um retorno para
o governo. É importante também percebermos que isso enaltece as desigualdes sociais em
saúde, porque quem tinha um trabalho tinha acesso à saúde; quem não tinha um trabalho,
acaba não tendo esse acesso. Então a tendência é que haja um distanciamento entre o
trabalhador e a pessoa que não tinha um trabalho naquela época, recebendo um tratamento de
saúde por meio das Santas Casas, que não necessariamente conseguiam atender a todas as
pessoas em estado de vulnerabilidade no Brasil.

Em 1934 temos um direito, que é a licença gestante. Em 1943 temos a consolidação


das leis trabalhistas, que trazem alguns direitos também voltados para a área da saúde, mas
também fortemente vinculado a esse viés de produtividade. Muitos movimentos começam a
acontecer no Brasil, muita coisa vai acontecendo, um burburinho vai acontecendo, algumas
Conferências Nacionais de Saúde vão acontecendo. E aí na década de 70, 80 temos um
movimento bastante conhecido, que deu origem, ajudou a formalizar o SUS que a gente tem
hoje, que é a Reforma Sanitária, um movimento que foi consolidado e foi constituído por
intelectuais, corpo técnico da saúde, alguns partidos políticos, movimentos sociais e também
muitos pesquisadores de algumas organizações, como a própria ABRASCO, Associação
Brasileira de Saúde Coletiva e a UERJ ( Universidade do Estado do Rio de Janeiro) que
começaram a pensar a saúde com um viés mais social, não tão biologicista, não tão voltado
para a questão clínico-assistencial de doença; a saúde passa a ser vista com um olhar mais
amplo, que é o que chamamos de conceito ampliado de saúde.

Isso tudo vai gerando um movimento e aí temos isso discutido na 8° Conferência


Nacional de Saúde, que aconteceu em 1986 e foi uma importante ação formalizada que traz
subsídios pra que consigamos finalmente colocar na Constituição Federal de 1988 aquela
frase que todo mundo conhece, do artigo 196: "A saúde é um direito de todos e dever do
Estado." Então a Constituição Federal traz ali, do artigo 196 ao artigo 200 vários tópicos
voltados para a saúde, traz já algumas questões relacionadas aos princípios que temos hoje no
SUS, mas o SUS propriamente dito a gente entende que foi formalizado como um sistema a
partir das leis orgânicas da saúde, onde temos a lei 8080 de 1990 que traz a promoção,
prevenção, tratamento da saúde; traz um modo de gestão do SUS e traz os princípios do SUS.

E a lei 8142 de 1990 que traz o financiamento do SUS e uma importante ferramenta
que é a participação social. Então a lei 8142 traz bem descrito de que formas que acontecem
os conselhos de saúde e as conferências de saúde, que são importantes instrumentos para
transferência, participação e para controle da população perante as políticas de saúde que vão
acontecer no Brasil. Apesar dos obstáculos, não há como negar a importância desse sistema
para a sociedade brasileira. Como apontou Drauzio Varella: “O SUS já atendeu diretamente
75% da população ou 150 milhões de brasileiros. Se você sair do SUS, seria uma barbárie. O
que vai acontecer com esse grupo de pessoas? Onde eles serão atendidos? Não há escolha:
Precisamos organizar o SUS para atender de forma mais eficaz a essas pessoas, intervir na
medicina preventiva e prestar serviços de atenção primária à saúde. O SUS tem feito um
ótimo trabalho no Brasil, infelizmente, tudo o que resta são exemplos de seu fracasso ou maus
resultados".

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