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Introdução

A disciplina de Odontologia Social e


Políticas de Saúde tem como objetivo
proporcionar aos estudantes do curso
técnico de Saúde Bucal um entendimento Odontologia
aprofundado sobre a importância da
odontologia no contexto social e as
Social e Políticas
políticas de saúde. Neste semestre, de Saúde
exploraremos os conceitos fundamentais
da odontologia social, as diferentes
abordagens de atuação em saúde bucal e
as políticas públicas que direcionam o
planejamento e execução dos serviços
odontológicos.
História da Saúde no Brasil
A história da saúde no Brasil passou por diversas fases e transformações ao
longo dos anos até o surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Aqui está
um resumo dos principais marcos históricos:
1. Período do descobrimento;
2. Período Colonial;
3. Período Imperial;
4. Reforma Oswaldo Cruz;
5. Constituição de 1988;
Período do descobrimento

Período do descobrimento do
Brasil e os primeiros anos de
colonização causaram a
disseminação de várias doenças
entre os povos indígenas que
habitavam o território brasileiro.
Os europeus trouxeram consigo
doenças para as quais os
indígenas não possuíam
imunidade, resultando em
epidemias devastadoras.
Período Colonial
Durante o período
colonial, a saúde no Brasil
era precária, com poucos
recursos disponíveis para
a população. A assistência
médica era realizada
principalmente por
religiosos e médicos
militares.
Período Imperial
No século XIX, surgiram as
primeiras instituições de
saúde no Brasil, como as
Santas Casas de
Misericórdia. Elas
ofereciam assistência
médica e hospitalar para
os mais necessitados.
Reforma Oswaldo Cruz
No início do século XX, o médico
sanitarista Oswaldo Cruz liderou
uma reforma na saúde pública
brasileira. Ele enfrentou
epidemias de doenças como a
febre amarela e a varíola,
implementando medidas de
controle sanitário, como
vacinação obrigatória e
campanhas de erradicação de
mosquitos transmissores.
Constituição de 1988
A Constituição Federal de 1988
foi um marco importante na
história da saúde no Brasil. Ela
estabeleceu o direito à saúde
como um direito social e criou
as bases para a instituição do
SUS.
Lei Orgânica 8080

A Lei Orgânica da Saúde, também conhecida como Lei 8080/90, é um marco


fundamental na legislação brasileira que estabelece as bases para o sistema
de saúde no país.

Promulgada em 19 de setembro de 1990, essa lei define os princípios,


diretrizes e responsabilidades para a organização e o funcionamento do
Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo o acesso universal, integral e
igualitário à saúde para todos os cidadãos brasileiros.
Contexto histórico
Para entender a importância da Lei Orgânica 8080, é fundamental
compreender o contexto histórico em que ela foi criada.

O Brasil passou por um longo processo de desenvolvimento de seu sistema


de saúde, a partir da criação do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos
Industriários (IAPI) em 1933 e do Instituto Nacional de Previdência Social
(INPS) em 1966.

No entanto, apenas com a Constituição Federal de 1988, que estabeleceu o


direito à saúde como um direito social, foi possível consolidar a criação do
SUS e a promulgação da Lei Orgânica da Saúde.
Princípios fundamentais

A Lei 8080/90 estabelece uma série de princípios que orientam a organização do SUS e a
prestação dos serviços de saúde. Alguns dos principais princípios são:

• Universalidade: O SUS deve atender a toda a população, independentemente de raça, cor, gênero,
orientação sexual, idade, condição social ou econômica.

• Integralidade: A saúde deve ser compreendida como um conjunto de ações e serviços que abrangem
promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, garantindo atenção às necessidades individuais e
coletivas.

• Equidade: O acesso aos serviços de saúde deve ser garantido de forma igualitária, priorizando os
indivíduos e grupos em situação de vulnerabilidade ou risco.
Diretrizes e organização
A Lei Orgânica 8080 estabelece diretrizes para a organização e o
funcionamento do SUS, com o objetivo de assegurar a eficiência, a
qualidade e a humanização dos serviços de saúde. Algumas das diretrizes
presentes na lei são:

• Descentralização: O SUS é organizado de forma hierárquica e descentralizada, com a


participação dos estados, municípios e Distrito Federal na gestão e execução das ações
de saúde.

• Regionalização: A saúde deve ser organizada em diferentes níveis de complexidade,


com a definição de regiões de saúde que articulem a oferta de serviços e ações de forma
integrada e complementar.
Diretrizes e organização

• Hierarquização: Os serviços de saúde devem ser organizados de acordo com diferentes


níveis de complexidade, desde a atenção básica até a alta complexidade, garantindo a
continuidade do cuidado e o acesso aos serviços especializados quando necessários.

• Financiamento: A lei estabelece a necessidade de recursos financeiros adequados e


suficientes para o funcionamento do SUS, com a definição de percentuais mínimos de
investimento em saúde pelos estados e municípios.
Responsabilidades dos Entes Federativos
A Lei Orgânica 8080/90 define as responsabilidades dos entes federativos (União,
estados, municípios e Distrito Federal) na organização e financiamento do SUS. Entre as
principais responsabilidades estão:

• União: Compete à União formular políticas nacionais de saúde, coordenar o sistema,


participar do financiamento e executar ações de vigilância em saúde.

• Estados: Cabe aos estados coordenar a regionalização da saúde, garantir a oferta de


serviços de média complexidade e participar do financiamento do SUS.

• Municípios: É responsabilidade dos municípios oferecer atenção básica à saúde,


organizar a rede de serviços locais, participar do financiamento e executar ações de
vigilância em saúde.
Vigilância em Saúde

A Lei 8080/90 também aborda a importância da vigilância em saúde, que


compreende ações de monitoramento, prevenção e controle de doenças e
agravos à saúde. A vigilância em saúde é realizada em diferentes âmbitos,
como vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, vigilância em saúde
ambiental e vigilância em saúde do trabalhador.
Lei 8142
Lei 8142 é uma legislação complementar à Lei 8080, que trata da
participação da comunidade na gestão do SUS, da transferência de recursos
financeiros e do controle e fiscalização desses recursos. Essa lei tem como
objetivo garantir a transparência, a eficiência e a qualidade na utilização dos
recursos públicos destinados à saúde.

1. Participação da comunidade;
2. Transferência de recursos;
3. Contratos e convênios;
4. Fiscalização e controle;
5. Transferência de recursos para entidades privadas;
Participação da comunidade

A lei estabelece a participação da comunidade na gestão


do SUS por meio dos conselhos de saúde. Esses conselhos
são compostos por representantes do governo,
prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários
do sistema. Eles têm a função de formular estratégias e
controlar a execução da política de saúde, bem como
fiscalizar os recursos destinados ao setor.
Transferência de recursos

A Lei 8142 estabelece regras para a transferência de


recursos do SUS entre (União, estados, Distrito Federal e
municípios). Ela determina que essas transferências sejam
feitas de forma regular, automática e transparente, com
base em critérios epidemiológicos, demográficos e
socioeconômicos. Esses recursos devem ser utilizados
exclusivamente para ações e serviços de saúde.
Contratos e convênios

A lei estabelece que os contratos e convênios firmados


pelo SUS devem ser baseados em critérios técnicos e
financeiros, visando a qualidade e eficiência na utilização
dos recursos. Esses instrumentos devem especificar metas,
prazos, condições, valores e responsabilidades das partes
envolvidas.
Fiscalização e controle

A Lei 8142 determina que os recursos do SUS sejam


fiscalizados de forma contínua, tanto pelos conselhos
de saúde quanto pelos órgãos de controle interno e
externo. Isso visa garantir a transparência e a correta
utilização dos recursos públicos destinados à saúde.
Sistema Único de Saúde (SUS)
Em 1990, foi criado o SUS,
com a Lei Orgânica da
Saúde. O SUS unificou os
serviços de saúde em todo
o país, estabelecendo os
princípios de
universalidade,
integralidade, equidade e
participação social.
Definição da Odontologia Social
A Odontologia Social é uma área
da odontologia que se concentra
na relação entre saúde bucal e
sociedade, considerando os
aspectos sociais, econômicos,
culturais e políticos que
influenciam a saúde oral das
populações. Seu objetivo é
promover a saúde bucal coletiva,
buscando a equidade no acesso
aos serviços odontológicos e a
melhoria das condições de vida das
comunidades.
Odontologia Social está relacionada à promoção da
equidade em saúde bucal
• A igualdade é baseada no princípio
da universalidade, ou seja, que todos
devem ser regidos pelas mesmas
regras e devem ter os mesmos direitos
e deveres.

• A equidade, por outro lado,


reconhece que não somos todos iguais
e que é preciso ajustar esse
“desequilíbrio”.
Sistema Único de Saúde (SUS)

O Sistema Único de Saúde (SUS)


é um sistema de saúde público
no Brasil que garante o acesso
universal, integral e gratuito aos
serviços de saúde para todos os
cidadãos do país. Ele foi criado
em 1988, pela Constituição
Federal.
Princípios Fundamentais do SUS

• Universalidade: O SUS é destinado a todos os brasileiros, sem qualquer tipo de


discriminação. Todos têm direito ao acesso igualitário aos serviços de saúde.

• Integralidade: O SUS visa oferecer assistência de forma integral, ou seja, atendendo


às necessidades de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação da saúde, levando
em conta as dimensões físicas, mentais e sociais.

• Equidade: O SUS busca reduzir as desigualdades em saúde, garantindo que pessoas


em situações de maior vulnerabilidade tenham prioridade no atendimento.
Organização do SUS

O SUS é organizado em três esferas de governo: Municipal, Estadual e Federal.


Cada uma dessas esferas possui responsabilidades específicas na gestão e financiamento
do sistema.

1. A atenção básica é o primeiro nível de atendimento do SUS, realizado nas unidades de


saúde básica, como postos e centros de saúde. É responsável pelo atendimento inicial,
prevenção, promoção da saúde e acompanhamento de doenças crônicas.
Organização do SUS

2. A atenção especializada compreende os serviços de média e alta complexidade, como


hospitais, centros especializados e laboratórios. Essa etapa envolve o diagnóstico e
tratamento de doenças mais complexas.

3. A gestão do SUS é realizada pelos municípios, que são responsáveis pela organização e
financiamento da atenção básica, pelos estados, que coordenam a atenção especializada,
e pelo Ministério da Saúde, que formula políticas, repassa recursos e monitora o sistema
como um todo.
Financiamento do SUS

O SUS é financiado por recursos provenientes dos três níveis de


governo e também pela Seguridade Social, que engloba as
contribuições sociais, como a Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social (COFINS) e a Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL).

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