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(Revisão)
Assim, assumimos que saúde pode abranger diversos significados que muda com o tempo, o local e
com quem realiza esta arte. Assim, ao pensarmos em saúde, devemos considerar: o A evolução da
humanidade; o Os efeitos produzidos por essa evolução; o As teorias implantadas ao longo do
tempo; o Como se faz saúde.
A Segunda Guerra Mundial foi um conflito que envolveu direta ou indiretamente todos os países do
mundo, com perdas tanto materiais quanto em número de vidas incalculáveis (HOBSBAWM, 2011,
p. 56). Após seu término, foi fundada, em 1948, a Organização Mundial da Saúde (OMS), organismo
internacional iria criar uma definição.
De saúde que, ao tomá-la não só como ausência de doença, mas um completo bem-estar físico,
psíquico e social, buscava superar a concepção biomédica utilizada até então.
Dessa forma, consideramos que a Saúde Coletiva é, hoje em dia, o espaço social em que se
concentram as abordagens e pesquisas críticas sobre a questão. Julgamos, portanto, que se trata
do espaço mais desenvolvido na discussão, contendo o mais elaborado até então sobre o assunto.
É o espaço que abarca as análises críticas em relação à construção biomédica da Medicina e busca
tecer outras relações entre saúde e sociedade. Em saúde coletiva, conheceremos a fundo, o
trabalho das unidades básicas de saúde no cuidado a população.
Objetivo da saúde pública: Promover a melhoria e bem estar da saúde de todos os cidadãos.
Segundo a lei 8.080 de 19 de setembro de 1990, art.2 “Saúde é um direito de todos e qualquer ser
humano, devendo o estado proverem as condições necessárias.”.
As Santas Casas são no Brasil e no mundo uma instituição que marcou a história da assistência à
saúde. No Brasil, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia surgiu ainda no período colonial,
instalando-se em Santos desde 1543, seguido pela Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Olinda e
São Paulo, sendo a primeira instituição hospitalar do país, destinada a atender aos enfermos dos
navios dos portos e moradores das cidades. Nesse período, entretanto, não se pode destacar
nenhuma prática como científica, por que esses saberes só emergiram no país a partir da vinda da
Corte portuguesa e da criação das faculdades de Medicina e de Direito.
No século XIX, com a chegada da família real ao Brasil em (1808), houve a necessidade de evoluir a
forma como a saúde era tratada no país. Houve uma organização de uma estrutura sanitária
mínima, mas a saúde ainda estava arraigada a interesse econômicos, a assistência médica ainda
era formada por boticários. Houve a necessidade da criação da inspetoria sanitária dos portos,
encarregada da direção e da prestação de socorros médicos aos homens de mar, da polícia
sanitária dos navios e dos ancoradouros, do serviço de profilaxia internacional, da fiscalização do
cumprimento dos tratados sanitários com outras nações. Surgiu então, a primeira faculdade de
medicina do país: o Colégio Médico-Cirúrgico cinco no Real Hospital Militar em Salvador e a Escola
de Cirurgia do Rio de Janeiro. 1889- Brasil república Organização jurídico política era voltada para a
burguesia e o Coronelismo imperava diante dos interesses da população inclusive sobre os
interesses com a saúde da população. Doenças como, varíola, malária, febre amarela exerciam
impactos na saúde coletiva e consequentemente ao comércio exterior, originando a fama de “Costas
pestilentas”.
De 1902 a 1906 no governo de Rodrigo Alves, houve a primeira medida sanitarista no país. Iniciava-
se assim a Era Oswaldo Cruz, que foi nomeado o médico sanitarista para dar um jeito nas doenças
que assolavam o país devido à falta de saneamento básico. E tomando medidas condenadas pela
população o sanitarista convocou em torno de 1.500 pessoas que invadiam as casas, queimavam
roupas e colchões para combater doenças como: febre amarela, varíola, peste bubônica e malária
que se espalhavam facilmente. O estopim de tudo isso ocorreu com a obrigatoriedade de se tomar a
vacina antivaríola, a população foi às ruas (Revolta da Vacina) e Oswaldo foi afastado.
A lei nº 378, de 1937, que deu organização nova ao Ministério da Educação e Saúde, instituiu a
Conferência Nacional de Educação e a Conferência Nacional de Saúde, como órgãos destinados a
promover o permanente entendimento destes Ministérios com os governos estaduais no terreno da
administração dos negócios de sua competência, um marco na saúde do Brasil. Sendo assim, em
1941 a 1ª Conferência Nacional de Saúde aconteceu com o objetivo de discutir, situação da saúde
do país e de organização de diretrizes para seis as políticas públicas no setor, incluído estado e
municípios nas políticas de saúde que até então eram de domínio apenas federal, reunindo cidadãos
pela defesa da garantia de direitos, em atenção às necessidades da população, além de um plano
nacional de proteção à infância e juventude que até ficavam desagregados dos serviços de saúde.
Muito embora a história da Saúde Pública Brasileira tenha início em 1808, o Ministério da Saúde só
veio a ser instituído no dia 25 de julho de 1953, com a Lei nº 1.920, que desdobrou o então
Ministério da Educação e Saúde em dois ministérios: Saúde e Educação e Cultura. A partir da sua
criação, o Ministério passou a encarregar-se, especificamente, das atividades até então de
responsabilidade do Departamento Nacional de Saúde (DNS), mantendo a mesma estrutura que, na
época, não era suficiente para dar ao órgão governamental o perfil de Secretaria de Estado,
apropriado para atender aos importantes problemas da saúde pública existentes.
Em 1964, os militares assumem o governo e Raymundo de Brito firma-se como ministro da saúde e
reitera o propósito de incorporar ao MS a assistência médica da Previdência Social, dentro da
proposta de fixar um Plano Nacional de Saúde segundo as diretrizes da III Conferência Nacional de
Saúde. As políticas de previdência social ainda se encontravam plenamente arraigadas e
descentralizadas entre as classes trabalhadoras.
E em 1967 foi criado o INPS – INSTITUTO NACIONAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, que prestava
assistência médica, mas houve mais procura pelos serviços do que podia ser ofertado e o governo
então resolveu pagar a rede privada pelos serviços prestados a população. A estrutura precisou ser
modificada e foi criado em 1978, o INAMPS - INSTITUTO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, que foi o intermediário dos repasses para a iniciativa privada.
O SUS representa uma conquista da sociedade brasileira porque promove a justiça social, com
atendimento a todos os indivíduos. Além disso, é o maior sistema público de saúde do mundo,
atendendo a cerca de 190 milhões de pessoas, sendo que 80% delas dependem exclusivamente do
sistema para tratar da saúde. Ao longo de quase 30 anos de existência, o SUS avançou
historicamente com medidas como a descentralização e a municipalização de ações e serviços, o
fortalecimento da atenção básica; a ampliação de ações de prevenção a doenças; o investimento em
pesquisa e desenvolvimento científico-tecnológico de equipamentos e insumos estratégicos, como
vacinas e medicamentos; o desenvolvimento de sistemas de informação e de gestão para monitorar
resultados; a ampliação no número de trabalhadores em saúde, e a maior participação e controle
social por meio da atuação efetiva dos Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde. E tudo mais
que você aprenderá aqui em Saúde Coletiva, nas próximas páginas, conheceremos acerca da
assistência a saúde da população no âmbito do SUS das diretrizes do Ministério da Saúde.
Para entender e valorizar o SUS basta olhar para o sistema de saúde de outros países, por
exemplo, em países ricos como EUA, não há um sistema único e para todos de assistência
gratuita, apenas pessoas “abaixo” da linha de pobreza e idosos são os únicos beneficiados
por serviços gratuitos como que prestam apenas atendimentos mais “simples e de
emergência”. Para os demais cidadãos a única forma de receber atendimento é pagando um
convênio particular, que todo cidadão precisa ter, os cuidados médicos nos Estados Unidos
custam caro. O sistema de saúde dos Estados Unidos é polêmico e vem sofrendo alterações
desde 2010, quando o então presidente Barack Obama instituiu uma lei prevê que todos os
cidadãos devem ter um convênio particular. No Brasil, quando um cidadão é atendido no
SUS, o atendimento em nada é cobrado do cidadão, o atendimento é 100% custeado através
do dinheiro público, assim como medicamentos de distribuição gratuita, vacinas, exames e
cirurgias, de menos a maior complexidade, a adesão ao um plano particular de saúde, é
opcional ao cidadão, que mesmo tendo, ainda sim poderá usufruir do SUS. A despeito de
qualquer crítica que possamos fazer a proposta do SUS de ser acessível e direito de todos é
muito válida. Evidentemente não somos os únicos a investir nesta forma de sistema universal.
Em nações como Canadá, França e Suíça o conceito também é aplicado, resultando inclusive
em um serviço de altíssima qualidade. O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde
do mundo, pois abrange desde o sistema de atendimento ambulatorial até o transplante de
órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. É bem
verdade que o SUS, ainda não é perfeito, e como não poderia deixar de ser, está em
constante processo de aperfeiçoamento. De todos os países que possuem um sistema de
saúde semelhante ao SUS, de todos eles o brasileiro é o que possui um menor orçamento
dedicado ao setor. Em 2014, a União investiu 6,7% do orçamento em saúde. Enquanto em
outros países se gastam entre 14,9% e 27,9% do orçamento do governo na área. O
investimento brasileiro em saúde é pequeno, o que faz com que o serviço fique
comprometido: atendimento de baixa qualidade falta de leitos e um tempo de espera muito
longo para realizar procedimentos. Por um lado, a promoção da saúde à população nunca
deixará de sofrer transformações, pois, como as sociedades são dinâmicas, a cada dia
surgem novas tecnologias que devem ser incorpora- das para a melhoria dos serviços e das
ações de saúde. Da mesma forma, é constante o surgimento de novos agravos à saúde que
carecem de novas profilaxias e de novos cuidados. Sob outro aspecto, não obstante todo o
caminho já percorrido até aqui, o SUS ainda está em estruturação. Desse modo, trabalha-se
arduamente pela consolidação de seus princípios doutrinários.
EQUIDADE – princípio em que o SUS deve assegurar ações e serviços de todos os níveis de
acordo com a complexidade, sem privilégios e sem barreiras. Ou seja, igualdade no acesso
aos serviços e ações de saúde de acordo com o artigo 196 da Constituição Federal.
INTEGRALIDADE – compreendida a partir da Lei 8.080/90 como a integração entre a
prevenção, promoção e a recuperação no cuidado prestado a todo cidadão que utiliza o
serviço do SUS individualmente ou coletivamente. Este princípio considera as pessoas como
um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de
ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a
reabilitação.
Uma recente alteração na lei nº 8.080/90 altera o art. 7º da Lei, e garante o atendimento
público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em
geral. A lei 13.427, de 30 de março de 2017, assegura, entre outros, atendimento,
acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras.
O Pacto pela Saúde 2006, anualmente revisado tem como ênfase as necessidades de saúde
da população, o compromisso público, que os gestores do SUS assumem, de enfrentar
desafios e consolidar avanços no fortalecimento do sistema de saúde. O Pacto é resultado de
muitas discussões desde 2003, quando o CONASS, solicitou ao Ministério da Saúde revisão
dos processos normativos do SUS.
A atenção básica ou atenção primária em saúde é conhecida como a "porta de entrada" dos
usuários nos sistemas de saúde. Ou seja, é o atendimento inicial. Seu objetivo é orientar
sobre a prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os
mais graves para níveis de atendimento superiores em complexidade. A atenção básica
funciona, portanto, como um filtro capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de
saúde, dos mais simples aos mais complexos. Aprenderás mais a frente mais detalhes sobre
os três níveis de atenção (primária secundária e terciária). No Brasil, há diversos programas
governamentais relacionados à atenção básica, sendo um dos principais deles a Estratégia de
Saúde da Família (ESF), que leva serviços multidisciplinares às comunidades por meio das
Unidades Básicas de Saúde (UBSs), por exemplo. Consultas, exames, vacinas, radiografias e
outros procedimentos são disponibilizados aos usuários nas UBSs.
SAÚDE DA FAMÍLIA
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) foi criada em 1994 e tem se fortalecido como
uma porta de entrada no Sistema Único de Saúde. No entanto, inicialmente, não era uma
estratégia, mas sim um “programa” do Ministério da Saúde (chamado de Programa Saúde
da Família – PSF – e regularizado em 1994). Devido ao seu impacto positivo na saúde
brasileira, teve sua abrangência aumentada, bem como caráter estendido ao nível de
estratégia. Desta forma, passa a ser entendido como estratégia a partir do ano de 20038.
Hoje, a ESF é baseada na proximidade das equipes médicas com a família e a
comunidade. O envolvimento com a família permite que o profissional da saúde entenda
melhor a sua realidade e também contribui para que haja maior adesão aos tratamentos8