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Neste primeiro momento as ações relacionadas a saúde não possuíam uma organização
institucional estabelecida. No período colonial os principais atores eram os pajés,
curandeiros, boticários e posteriormente, alguns profissionais (médicos) vindos da
Europa. Os europeus chegaram trazendo doenças até então inexistentes neste território,
ocasionando epidemias de febre amarela, sífilis, malária, varíola e tuberculose, que
tiveram como consequência a morte de milhares de nativos.
No primeiro governo de Getúlio Vargas nos anos 1930, ele transformou as Caixas de
Aposentadorias e Pensões (CAPs) em Institutos de Aposentadoria e Pensões – IAPs. A
partir dessa mudança, os institutos passam a atender os trabalhadores de determinada
profissão, porém seguem sendo apenas os que possuíam carteira assinada e faziam parte
de um sindicato. Nesta nova ordem política, trabalhadores rurais, domésticos e
informais são considerados pré-cidadãos, ou seja, por não fazerem parte do grupo de
pessoas que atuam em profissões reconhecidas e definidas por lei, não podem ser
considerados cidadãos. Neste momento, o Estado brasileiro passa a interferir
diretamente na esfera da produção e na questão social, o que por um lado significou um
avanço em comparação ao “atraso” institucional anterior, por outro, reforçou o
comportamento de submissão do trabalhador ante o Estado. Pois é na era Vargas onde
ocorre a consolidação das Leis do Trabalho, tendo como direitos garantidos o salário
mínimo, a carteira de trabalho, a jornada de oito horas, as férias remuneradas, a
previdência social e o descanso semanal. A CLT é criada em 1943, regulamentando o
trabalho da mulher e do menor de idade e estabelecendo a obrigatoriedade do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Além disso, em 1930 a saúde pública foi institucionalizada pelo Ministério da Educação
e Saúde Pública, em 1935 foram retomadas as campanhas sanitárias e em 1941 ocorre a
primeira Conferencia Nacional da Saúde, tendo como objetivos a discussão das
seguintes temáticas: organização sanitária estadual e municipal, ampliação e
sistematização das campanhas nacionais contra da lepra e tuberculose, determinação das
medidas para desenvolvimento dos serviços básicos de saneamento, e criação de um
plano de desenvolvimento da “obra nacional” de proteção à maternidade, à infância e à
adolescência.
Em 1956 Juscelino Kubistchek assume como presidente, e seu mandato é marcado pelo
desenvolvimento e desenvolvimentismo, sendo responsável por grandes transformações
econômicas apoiadas pelo capital estrangeiro. Durante seu governo foi criado o
Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) que tinha como objetivo o
combate, controle ou erradicação de doenças específicas. Os serviços voltados para
proteção social também tiveram investimentos, porém novamente, apenas focado nos
trabalhadores da área urbana que possuíam carteira assinada. Em 1963 ocorre a 3 ª
Conferência Nacional de Saúde, onde é proposto a criação de uma lei municipal para todos os
municípios criarem seus serviços de saúde, e neste mesmo ano ocorre a promulgação da Lei
que estendia a previdência social dos trabalhadores rurais, mas o contexto político não
permitiu sua implementação. Desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961, o país vinha
passando por um período tumultuado que culminaria no Golpe Militar de 1964.
O crescimento do movimento sanitário, organizado desde os anos 1970, foi crucial para
o amplo debate dessas questões. Enquanto o país passava pelo processo de
redemocratização, o movimento ganhou consistência e avançou na produção de
conhecimento.
Em 1990, é elaborada a Lei Orgânica da Saúde – Lei º 8.080, esta regulamenta o SUS,
dispondo sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, e
estabelecendo os princípios e diretrizes norteadores do funcionamento do SUS.