Na época do Brasil colônia praticamente não existia nada
em termos de saúde para a população. A assistência à saúde era realizada por pajés, jesuítas e pelos boticários que percorriam o Brasil. Após alguns anos do descobrimento, começaram a surgir no Brasil as primeiras Santas Casas de Misericórdia, que foram criadas para suprir o vazio assistencial do país. Com a chegada da família real e o agravamento de doenças na população, as famílias mais ricas recebiam cuidados de agentes europeus, que vinham para o Brasil prestar os cuidados. Os pobres continuavam sendo isolados e recebendo apenas cuidados paliativos. História
As primeiras medidas sanitárias no Brasil surgiram apenas
em 1902, coma nomeação do médico Osvaldo Cruz para resolver os problemas das doenças que se espalhavam rapidamente, como malária, varíola, febre-amarela e peste bubônica. O médico então convocou pessoas para realizar ações que previam invadir as residências e queimar roupas e colchões sem qualquer explicação. Nessa época, aconteceu o auge do conflito de uma vacinação anti- varíola e a população saiu às ruas no que ficou conhecida como a Revolta da Vacina. História
A assistência à saúde eclode na previdência social, que foi o
marco básico do sistema de proteção social montado no Brasil. Foi por meio da previdência social que se desenvolveu a sustentação dos direitos sociais pelo Estado. História
E essa previdência, quando surge, já traz a segmentação de
suas clientelas. Inicialmente nas Caixas, ligadas às empresas, e depois nos Institutos de Aposentadorias e Pensões, os IAPs, construídos em torno de categorias profissionais, sendo que cada Instituto prestava também residualmente assistência à saúde – o que, aliás, dá origem à assistência à saúde propriamente –, mas de formas diferenciadas. História
Então, cada instituto tinha mais ou menos recursos para a
saúde e prestava serviços de maior ou menor envergadura. O mais importante nessa história é que o benefício era vinculado ao contrato de trabalho formal, tendo as características de seguro e não de direito de cidadania. Além disso, a política de saúde brasileira apresentava diferenciação funcional e institucional: ao Ministério da Saúde cabiam as ações de caráter coletivo e algumas de assistência básica, e à Previdência Social, a saúde curativa restrita aos segurados. História
Nesse sentido, então, a política pública voltada para a
saúde incentivou o desenvolvimento do mercado privado de saúde, tanto pela compra de serviços quanto pelos subsídios do governo para construção de unidades hospitalares. Se num primeiro momento essa dinâmica é atrelada à política pública, por meio dos convênios, posteriormente as empresas tornam-se independentes do governo e passam a prescindir de seus incentivos financeiros. História
Daí advêm consequências muito complexas. As decisões de
políticas do passado explicam por que na Constituinte teremos forte embate entre os novos atores − os novos sujeitos coletivos, que se organizam a partir de meados da década de 1970 no Brasil, o chamado movimento sanitário, com propostas inovadoras no sentido de um sistema de saúde universal e de caráter igualitário. História
A partir de 1972, surgiram as primeiras representações
sanitaristas no Brasil. A partir de então o movimento Sanitarista no Brasil foi ganhando força. Assim, a Reforma Sanitária Brasileira aconteceu no contexto da luta a contra ditadura, referindo-se a um conjunto de ideias para transformações necessárias na área da saúde que melhorariam as condições de vida da população. Era composta de principalmente 4 dimensões: dimensão específica do campo saúde/doença; dimensão institucional; dimensão ideológica; e dimensão das relações entre produção, distribuição e apropriação das riquezas, de forma a determinar situações de risco. História
Por isso, processavam-se mudanças nas duas áreas, o que,
desde os anos 1960, ocasionou um reordenamento da política de saúde para fazer face a essa crise político- financeira, principalmente porque o setor da assistência médica previdenciária sempre foi considerado hegemônico, por defender os interesses do capital. História
Em 1986, a partir da convocação da VIII Conferência
Nacional da Saúde pelo Ministério da Saúde, cujo tema principal foi o direito à saúde, sugeriu-se a criação do SUS. Mas foi apenas em 1988, com a nova Constituição, que a saúde brasileira ganhou um valor maior. História
A partir de então o SUS começou a ser estruturado e, com a
alta demandae a pouca organização, o sistema ficou insulado e os planos de saúde começam a surgir discretamente. No artigo 199, está escrito que a assistência à saúde é livre à iniciativa privada, o que explica o aparecimento dos planos e seguros de saúde privados no Brasil a partir de 1988. O surgimento foi de forma muito tímida, mas hoje os planos e seguros ocupam uma grande parcela do mercado de saúde brasileiro. TRANSIÇÃO NUTRICIONAL TRANSIÇÃO NUTRICIONAL TRANSIÇÃO NUTRICIONAL TRANSIÇÃO NUTRICIONAL