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EVOLUÇÃO DAs POLÍTICAS

DE SAÚDE NO BRASIL
ANTECEDENTES DO SUS
Disciplina: Bases do Ensino Médico
Docente: Eufrasia Cadorin
Bacharelado em Medicina
POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL
ANTECENDENTES
Antes do Século XIX não existiam políticas de saúde no
Brasil.
1808: mudanças administrativas no Brasil Colonial.
Familia Imperial chega ao Brasil
Primeiras Escolas Médicas criadas na Bahia e no Rio de
Janeiro
Criada a Junta de Higiene Pública
POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL

SAÚDE NA REPÚBLICA
No início do Século XX
Brasil Rural com aproximadamente 70% de analfabetos.
Na Constituição de 1891, as ações de saúde, saneamento e
educação eram de responsabilidade do Estado.
A falta de um modelos sanitário para o País, deixava as
cidades brasileiras a mercê das epidemias.
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Período de 1900 a 1930


Monocultura Cafeeira para exportação;
Epidemia de Febre Amarela e varíola no RJ;
Assistência à saúde: Médicos particulares e Santas Casas da
Misericórdia;
Força de trabalho escravo substituído por imigrantes europeus
e japoneses;
Diretoria Geral de Saúde - Oswaldo Cruz
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Período de 1900 a 1930


Sanitarismo Campanhas autoritárias - Revolta da Vacina;
Lei Elói Chaves (1923) - Cria as Caixas de Aposentadorias e
Pensões (CAP’S);
Dr. Paula Souza implanta novo modelo de atenção baseado
nos Centros de Saúde;
Criação da Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ.
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INSTITUCIONALIZAÇÃO DA SAÚDE PÚBLICA


Getúlio Vargas, em seu primeiro governo, é considerado
como um marco no estabelecimento da políticas públicas no
Brasil.
Estado Novo acentuou e dirigiu o processo de expansão do
capitalismo no campo.
Em 1937, promulgada a nova Constituição, que reforça o
centralismo e autoridade presidencial (ditadura).
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Período de 1930 a 1945


1930: criação do Ministério da Educação e Saúde Pública,
com o objetivo de prestar assistência para aqueles que
não estavam segurados pelas (CAPs);
Golpe de Estado: Getúlio Vargas;
Criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões
(IAPs), por área da economia, com participação do
governo;
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Período de 1930 a 1945


Estado Novo: Criação do Ministério do Trabalho;
Consolidação das Leis Trabalhistas e Carteira de Trabalho;
Dicotomia entre a saúde publica e a assistência médica
individual;
Fundação SESP: Serviços Especiais de Saúde Pública para
combater a Malária;
Modelo Misto: campanhas e centros de saúde.
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COISAS QUE NÃO MUDARAM NESTE PERÍODO:


Saúde Pública continua desvinculada da assistência
médica.
Saúde Pública é focada nas populações rurais;
Foco em doenças específicas;
Deslocamento do processo de discussão e decisão para
fora da burocracia pública: Congresso Nacional e
Conferências Nacionais.
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3ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE


Última a acontecer neste momento democrático;
Abordou:
Rediscussão acerca da distribuição de responsabilidades
entre os entes federativos;
Avaliação crítica da realidade sanitária do país;
Proposta de municipalização dos serviços de saúde.
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Período de 1945 a 1964


II Guerra Mundial;
Queda da Ditadura de Vargas – primeiro período democrático;
Campanha de Vargas à Presidência;
Criação da Petrobrás e Ministério da Saúde;
Modelo Hospitalocêntrico – Espaço da saúde x espaço da
doença (separação de modelos, o da saúde pública e o da
assistência médica);
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Período de 1964 a 1988


Golpe Militar: Ditadura
1966: Unificação da Previdência no Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS), a partir dos IAP’s;
Criado o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)
para compensar a instabilidade no emprego;
Obras Faraônicas executadas com recursos da
Previdência;
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Período de 1964 a 1988


Construção de hospitais privados com recursos públicos e do
BNDES;
FUNRURAL e extensão da previdência ao campo;
Epidemia de meningite que não pode ser divulgada;
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Período de 1964 a 1988


Surgem experiências inovadoras nas organizações dos
serviços de saúde (Londrina, Niterói, Campinas);
Crise financeira da previdência;
Aumento da dívida interna e crise política do modelo
autoritário favorecem o fim do regime militar;
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Período de 1964 a 1988
Estimulo ao consumo de remédios (propagandas);
Movimento Diretas Já;
Eleição indireta de Tancredo Neves e governo de transição de
Sarney;
VIII Conferência Nacional de Saúde – 1986 – aprova a saúde como
direito de cidadania e a Seguridade Social;
1987 - Início do processo de descentralização com o Sistema Único
Descentralizado de Saúde.
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SAÚDE PÚBLICA NO REGIME MILITAR


Ficou cada vez mais em segundo plano;
Saúde restringia-se a campanhas de baixa eficácia;
Achatamento do financiamento, levando a altas
taxas de mortalidade e péssimas condições de vida;
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SAÚDE PÚBLICA NO REGIME MILITAR


Em contrapartida, a assistência médica financiada pela
Previdência Social teve sua maior expansão em números
de leitos, cobertura, volume de recursos.
Como os serviços médicos eram pagos por US (unidades
de serviço), tornou-se uma incontrolável fonte de
corrupção.
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MOVIMENTO SANITÁRIO
No final da década de 1960, esenvolve-se na América Latina
uma forte crítica aos efeitos negativos da medicalização;
A Conferência Internacional sobre a Atenção Primária,
realizada em Alma-Ata (atual Cazaquistão), em 1978, foi
decisiva no que se refere à elitização da prática médica;
inacessibilidade dos serviços médicos às grandes massas.
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Conferência Internacional sobre a Atenção Primária (Alma-Ata)


Esta Conferência reafirmou:
Ser a saúde um dos direitos fundamentais do homem, sob
responsabilidade política dos governos;
Reconhecer a determinação intersetorial da saúde.
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Na Década de 1970, o movimento sanitário é entendido


como movimento ideológico com uma prática política,
constituindo-se em um confronto teórico com o
movimento preventivista liberal de matriz americana.
Departamentos de Medicina Preventiva: tornaram-se
obrigatórios nas universidades, incorporando a disciplina
de medicina preventiva nos currículos médicos.
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A Década de 1980 inicia-se com um movimento cada vez mais
forte de contestação ao sistema de saúde governamental.
Propostas enfatizavam alternativas democratizadoras do
sistema, com participação popular, a universalização do
acesso aos serviços, à defesa do caráter público do sistema
de saúde e a descentralização.
Paralelo a este movimento, volta à tona a crise
previdenciária, em 1981.
POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL
Constituição Federal de 1988, em seus artigos Art. 196 a
200,cria o Sistema Único de Saúde (SUS) – “Saúde é Direito de
Todos e Dever do Estado...”
1989: Eleições presidenciais Collor X Lula;
1990: Leis Orgânicas da Saúde nº 8.080 nº 8.142;
Crise da previdência e financiamento da saúde;
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Período de 1988 a 2006


Normas Operacionais Básicas (NOB) 91/93/96;
1994: Criação do Programa da Saúde da Família;
Normas de Operacionalização de Assistência à Saúde
(NOAS) 2001 e 2002;
Pacto Pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão, em
2006.
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Período de 1988 a 2006
O Sistema Único de Saúde é conceitualmente criado e
suas bases são lançadas.
Os militantes da saúde buscam apoio no Congresso
Nacional para a inclusão de suas proposições na Nova
Constituição, que estava sendo construída.
POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL

Período de 1988 a 2006


Em 1988, a saúde, como direito de TODOS e um dever do
Estado é finalmente incluída no texto base da
Constituição Federal.
Está criado o Sistema Único de Saúde.
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SISTEMA UNICO DE SAÚDE (SUS)
O Sistema Único de Saúde (SUS) é constituído pelo conjunto de
ações e de serviços de saúde sob gestão pública.
Está organizado em redes regionalizadas e hierarquizadas e
atua em todo o território nacional, com direção única em cada
esfera de governo.
Insere-se no contexto das políticas públicas de Seguridade
Social – Saúde, Previdência e Assistência Social.
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Referências:
1.LOBATO, LENAURA DE VASCONCELOS COSTA . Políticas Sociais e de
Saúde. Apostila de apoio para curso de formação do Centro Brasileiro
de Estudos de Saúde – Cebes (2011).
2.BRASIL. Políticas de Saúde no Brasil: um século de luta pelo Direito à
Saúde. Roteiro e Direção Renato Tapajós. 2006 (60 min).
3.PINHEIRO, ROSENI; SILVEIRA, RODRIGO PINHEIRO. Curso de
Desenvolvimento Gerencial do SUS no município de Rio Branco (AC) –
CDG-SUS-AC: caderno do tutor. Rio de Janeiro: UERJ/IMS/LAPPIS, 2011.

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