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Aula 01 – Assistência Farmacêutica no SUS

Profa MSc JEOADÃ KAROLLYNE SILVA


Apresentação da Aula

• Contextualização da Assistência Farmacêutica


• História da Política de Saúde Pública
• Lei n°8.080, SUS
• Assistência Farmacêutica e SUS
• Gestão da Assistência Farmacêutica
• Habilidades do Gestor Farmacêutico
• Política Nacional de Medicamentos
A Assistência Farmacêutica (AF) teve como um dos
seus pilares, a criação do Sistema Único de Saúde
(SUS).

• Exercício pleno das atividades

• Estandardização do modelo

Consolidação da nossa própria AF

Atenção Farmacêutica (ATF)


A AF é um sistema que pode e deve ser desenvolvido com a
participação de vários agentes, embora tenha o
Farmacêutico como supervisor direto.

Qualidade Resolução dos


Bem-estar problemas em
de vida
saúde
Sistema Único de Saúde (SUS)

Modelos Políticos vigentes

Evolução da Política Econômica e Social

Vamos conhecer um pouco da evolução da Política de


Saúde do Brasil?

Vem comigo...
Resumo da Política de Saúde Brasileira
1889 1889 - 1930 1930 - 1945 1953 1964 - 1984 1985

1822 – 1889: Expansão da Produção de Café

1889: Proclamação da República

Aspecto Político Aspecto Sanitário


Crescimento da Burguesia e Prevalência de doenças
Comércio • Endemias

• Epidemias
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1889 1889 - 1930 1930 - 1945 1953 1964 - 1984 1985

Ausência de Projetos ou Políticas de Saúde


• Saneamento do Portos;
• Melhoria da infraestrutura de alguns centros;
• Campanhas para erradicar as epidemias.

Assistência médica era exclusiva dos ricos


• Criação de Instituições: Escola de Medicina da Bahia
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1889 1889 - 1930 1930 - 1945 1953 1964 - 1984 1985

1889 - 1930: República Velha

Aspecto Político Aspecto Sanitário

• Hegemonia do café; • Predominância de algumas


• Trabalho assalariado. doenças
Medidas Importantes:
• Progressão do
saneamento básico no RJ;
• Combate a Febre Amarela
em SP.
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1889 1889 - 1930 1930 - 1945 1953 1964 - 1984 1985

O presidente Rodrigues Alves escolheu Oswaldo Cruz como diretor geral de


Saúde Pública
• Campanhas sanitárias
• 1904: Revolta da Vacina

Em 1920, Carlos Chagas criou alguns órgãos para controle da Hanseníase, DSTs
e Tuberculose

Saúde Pública
Resumo da Política de Saúde Brasileira
1889 1889 - 1930 1930 - 1945 1953 1964 - 1984 1985

• Surgimento da Previdência Social


• Crescimento da Medicina Liberal

2 Modelos de Saúde

Sanitarismo Curativo
Campanhismo Privatista

• Ambiental e Coletiva • Individualismo e Medicalização


Resumo da Política de Saúde Brasileira
1889 1889 - 1930 1930 - 1945 1953 1964 - 1984 1985

1930 - 1945: Era Vargas

Reforma administrativa e política pela Constituição de 1934


• Leis Trabalhistas;
• Relação entre capital e trabalho.

Crescimento dos Institutos de Aposentadorias e Pensões

1930: Criação do Ministério da Educação e Saúde


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1953: Período Desenvolvimentista

Criação do Ministério da Saúde


• Entrada de capital estrangeiro

Crescimento dos Institutos de Aposentadorias e Pensões


• Construção de Hospitais
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1889 1889 - 1930 1930 - 1945 1953 1964 - 1984 1985

1964 - 1984: Ditadura Militar

Criação do Instituto Nacional de Previdência e Assistência Social (INPS)


• Comercialização da Saúde

Influência privada no Modelo Sanitarista

1975: V Conferência Nacional de Saúde


• Lei n°6.229/1975
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1985 em diante: Nova República

1986: VIII Conferência Nacional de Saúde

Ponta pé inicial para a criação do SUS...


Criação do Sistema Único de Saúde / Lei n°8.080

• Fruto de uma das maiores conquistas sociais consagrado na Constituição


Federal de 1988.

O que é o O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos


SUS? e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da
Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo
Poder Público.

Permitido iniciativa privada


Lei n°8.080 – Lei Orgânica de Saúde

Foi estabelecida em 19 de setembro de 1990 e instituiu o SUS

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde,


a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências.

Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de


saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou
eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.

• Estão incluídas não só o atendimento à população, como a execução de ações


de vigilância sanitária, epidemiológica, da saúde do trabalhador e de assistência
terapêutica.
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as
condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de
políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros
agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e
igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da
sociedade.

Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo


a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física,
o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.
Objetivos do SUS

I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;


II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a
observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da
saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.

Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
Princípios e Diretrizes do SUS

I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;


II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e
serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os
níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização
pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de
recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
O SUS é norteado

Princípios Doutrinários Princípios Organizativos

• Princípio da Universalidade • Regionalização e Hierarquização


• Princípio da Equidade • Descentralização
• Princípio da Integralidade • Participação Popular
Princípios Doutrinários

UNIVERSALIZAÇÃO Dever do Estado assegurar o DIREITO a


saúde

EQUIDADE Diminuir as desigualdades considerando as


necessidades distintas

INTEGRALIDADE Atuação intersetorial que repercuta na


saúde e qualidade de vida
Princípios Organizativos

Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade,


em uma área, a partir de critérios epidemiológicos
Regionalização e
Hierarquização Processo de articulação entre os serviços que já
existem, visando o comando unificado

Proceder à divisão de níveis de atenção e garantir


formas de acesso a serviços nos limites dos recursos

Descentralização Redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de


governo

Participação Criação de Conselhos e Conferências de Saúde para executar a


Popular política de saúde
A integralidade da assistência garante ao indivíduo e a coletividade a
promoção, proteção e recuperação da saúde

Após diagnóstico, o cidadão tem o direito de obter atenção


terapêutica individualizada
Assistência Farmacêutica e SUS

A AF surgiu com a criação da Central de Medicamentos (CEME) em 1971

Fornecimento de medicamentos
aos mais humildes
Assistência Farmacêutica

RESOLUÇÃO Nº 338, DE 06 DE MAIO DE 2004

I - a Política Nacional de Assistência Farmacêutica é parte integrante


da Política Nacional de Saúde, envolvendo um conjunto de ações
voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde e garantindo
os princípios da universalidade, integralidade e equidade

III - a Assistência Farmacêutica trata de um conjunto de ações voltadas à promoção,


proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletivo, tendo o medicamento
como insumo essencial e visando o acesso e ao seu uso racional. Este conjunto envolve a
pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua
seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos
produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da
obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população;
Gestão da Assistência Farmacêutica

Gestão de medicamentos compreende uma gama extensa de aspectos técnicos e


gerenciais
Valorizados por sua criticidade e importância financeira

Fatores primordiais:
Prever; O Gestor Farmacêutico deve estar apto a definir
Organizar; a missão e as atribuições de cada ação
Comandar; operacional
Coordenar;
Controlar
Seu sucesso está condicionado a maneira que
lida com pessoas e situações
Direito a Saúde e Acesso Universal aos Medicamentos Essenciais

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem estimulado a elaboração de


listas nacionais de medicamentos essenciais desde 1970

Comitê de Especialistas Atualização a cada 2 anos

No Brasil, cada município e Estado desenvolve sua lista


Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME)

Uma das Diretrizes da Política Nacional de Medicamentos, instituída pela


Portaria 3.096, de 30 de Outubro de 1998.

Critérios de atualização das Listas:


• Modificação do Perfil Epidemiológico;
• Surgimento de novas Doenças e/ou agravos à
saúde;
• Dinamismo da Indústria Farmacêutica;
• Avanços Terapêuticos.
Atualizar a RENAME é uma das importantes estratégias para o Uso
Racional de Medicamentos (URM)

Medicamento adequado,
Instrumento racionalizador na dose e tempo corretos,
das ações no âmbito da com o menor custo
AF. possível.

Dados do Uso Indiscriminado de Medicamentos

A OMS calcula que mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos,


dispensados ou vendidos de forma inadequada. Além disso, metade de todos os
pacientes não faz uso dos medicamentos corretamente
Medicamentos Descontinuados devido a Reações Adversas Graves

Fármaco Classe Reação Adversa


Talidomida Sedativo-hipnótico Teratogenia
Terfenadina Antialérgico Arritmia fatal

Mibefradila Anti-hipertensivo Toxicidade hepática

Cerivastatina Antilipêmico Toxicidade hepática


e/ou muscular

Fenilpropanolamina Descongestionante e Hemorragia cerebral


inibidor de apetite
Em 1998 foi Publicada a Política Nacional de Medicamentos (PNM)

Baseia-se nas Diretrizes e


Princípios do SUS
Garantir segurança, eficácia e
qualidade dos produtos,
promoção do URM e acesso da
população aos medicamentos
essenciais.

• Extinção da CEME em 1977;


• AF desorganizada;
Fatores que • População sem acesso aos medicamentos;
motivaram a criação • Má qualidade dos medicamentos;
• Preços elevados;
As Diretrizes da PNM asseguram o acesso aos medicamentos, com
qualidade e menor preço

Adoção da RENAME Reorientação da AF


• Descentralização da
• Listas Municipais e Estaduais Gestão
• Descentralização da gestão • Promoção da URM
• Distribuição mais eficaz
• Estratégias de redução dos
Regulamentação Sanitária de
preços
Medicamentos
• Registro
• Autorização para funcionamento
• Restrições e Eliminações de
produtos inadequados
• Uso do nome genérico
• Custo efetividade
No SUS, a AF reunirá o
Ciclo da Assistência Critérios:
Farmacêutica • Recursos financeiros
• Análise farmacoeconômica
• Adequação da dose e
apresentação farmacêutica
• Promoção do URM
• Desenvolvimento tecnológico e
Científico
• Promoção da produção de
medicamentos nacional
• Garantia da segurança, eficácia e
qualidade
• Desenvolvimento e Captação de
RH
OBRIGADA!!!

NOME DO CARGO CONTATOS


APRESENTADOR

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