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Técnico em

Enfermagem
Módulo II
POLÍTICA DE SÁUDE
Introdução

 A crise do sistema de saúde no Brasil está presente no nosso


dia a dia podendo ser constatada através de fatos
amplamente conhecidos e divulgados pela mídia, como:

• Filas freqüentes de pacientes nos serviços de saúde;


• Falta de leitos hospitalares para atender a demanda da
população;
• Escassez de recursos financeiros, materiais e humanos
para manter os serviços de saúde operando com eficácia e
eficiência;
• Atraso no repasse dos pagamentos do Ministério da Saúde
para os serviços conveniados;
Introdução

 A crise do sistema de saúde no Brasil está presente no nosso


dia a dia podendo ser constatada através de fatos
amplamente conhecidos e divulgados pela mídia, como:

• Baixos valores pagos pelo SUS aos diversos procedimentos


médicos-hospitalares;
• Aumento de incidência e o ressurgimento de diversas
doenças transmissíveis;
• Denúncias de abusos cometidos pelos planos privados e
pelos seguros de saúde.
Introdução

 Como analisar e compreender toda esta complexa realidade


do setor de saúde no país?

 Para que possamos analisar a realidade hoje existente é


necessário conhecer os determinantes históricos envolvidos
neste processo. Assim como nós somos frutos do nosso
passado e da nossa história, o setor saúde também sofreu as
influências de todo o contexto político-social pelo qual o Brasil
passou ao longo do tempo.
Síntese da evolução da Medicina Previdenciária no Brasil
Síntese da evolução da Medicina Previdenciária no Brasil
Síntese da evolução da Medicina Previdenciária no Brasil
Síntese da evolução da Medicina Previdenciária no Brasil
REFORMA SANITÁRIA
ANTES DA REFORMA SANITÁRIA
• O sistema público de saúde atendia a quem
contribuía para a Previdência Social, quem tinha
dinheiro pagava o tratamento e quem não tinha
dependia da caridade e da filantropia.
DEFINIÇÃO DO TERMO “REFORMA SANITÁRIA”

• Refere-se às mais variadas experiências de


reformulação normativa e institucional no campo da
assistência à saúde da população, em países do
primeiro e do terceiro mundo, como a Itália, a
Espanha e o Brasil.

• A Itália influenciou e inspirou o movimento da


Reforma Sanitária no Brasil.
FATORES QUE DESENCADEARAM A
REFORMA SANITÁRIA

• Minoria da população brasileira tinha acesso aos


serviços de saúde – Só quem tinha carteira assinada
ou podia pagar..

• Centralização da gestão das ações de saúde na esfera


federal sem qualquer participação social;

• Saúde como ausência de doença;

• Assistência puramente médico-hospitalar.


• O movimento pela reforma sanitária era constituído por
grupos de médicos, estudantes e intelectuais na década
de 70 contra a ditadura militar e com idéias comuns
para melhorias da saúde e na qualidade de vida da
população.

Movimento pela reforma sanitária na década de 70 Enfermeiras blumenauense século XX


• A ideologia do movimento pela reforma sanitária
brasileira preconizava a saúde como uma questão social
e política a ser abordada no espaço público.

• O movimento da reforma sanitária cresceu e formou


uma aliança com parlamentares progressistas, gestores
da saúde municipal e outros movimentos sociais;
OS MARCOS INSTITUCIONAIS QUE DATAM O INÍCIO DA
REFORMA SANITÁRIA FORAM:

• CEBES - Centro Brasileiro de Estudos de Saúde - de 1976,


Em 1979 formulou as ideias que originou princípios e
diretrizes do SUS;

• ABRASCO - Associação Brasileira de Pós-Graduação em


Saúde Coletiva - de 1979; principal objetivo é a saúde
coletiva;

• Essas instituições se empenhavam na universalidade e


equidade da assistência à saúde.
• De 1979 em diante foram realizadas reuniões de
técnicos e gestores municipais;

• Em 1980, constituiu ­se o Conselho Nacional de


Secretários de Saúde (CONASS);
• Em 1986 A VIII Conferência Nacional de Saúde foi o
espaço utilizado para ocorrer as discussões políticas
sobre o quadro sanitário precário do Brasil;

• Mais de cinco mil representantes de todos os


seguimentos da sociedade civil discutiram um novo
modelo de saúde para o Brasil;
• Destas discussões nasceu a Constituição Federal de 1988
que universaliza a saúde e cria o Sistema Único de
Saúde.

• Garantindo na Constituição, por meio de emenda


popular, que a saúde é um direito do cidadão e um
dever do Estado (AROUCA, 1998, p.).
ANTES DA CRIAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E DO SUS

• A saúde era considerada como ausência de doença e o


atendimento era médico-hospitalar

• Não havia ações efetivas de prevenção para toda a


população com exceção de algumas campanhas
sanitaristas em caso de epidemias;

• A gestão dos serviços de saúde, era centralizada na esfera


federal sem participação popular.
• Minoria da população brasileira tinha acesso aos
serviços de saúde, apenas quem tinha carteira assinada
ou podia pagar;

• A maioria da população só poderia recorrer á


filantropia (santas casas de misericórdias) ou a
curandeiros;
APÓS A CRIAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E DO SUS

• A saúde passou a ser vista não somente como ausência de


doença mas também como qualidade de vida.

• Contamos com uma gestão de saúde, descentralizada,


municipalizada e com participação popular através dos
conselhos e conferências de saúde.

• A assistência passou a visar a integralidade, ou seja, ações


de prevenção, promoção, recuperação e reabilitação de
saúde;
(1924-2015)

• Médico sanitarista Italiano, inspirador da reforma


sanitária brasileira.

• A participação de Giovanni Berlinquer ganhou destaque


em eventos na área da saúde e no desenvolvimento de
estudos nos meios universitário e profissional.
CONCLUSÃO

• O sistema público de saúde é para todos,


sem discriminação. Desde a gestação e por
toda a vida a atenção integral à saúde é um
direito.
1. HISTÓRICO
Artigo 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem à redução do risco de doença e de outros agravos
e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.
Constituição da República Federativa do Brasil, 05/10/1988
1. HISTÓRICO
• 1990: efetivação e regulação do SUS, com
promulgação das Leis Orgânicas 8080 e 8142, com a
primeira referindo-se a promoção da saúde e a
organização dos serviços e a segunda, à participação
da comunidade e o repasse de recursos do governo
federal para as demais instâncias.
3. Princípios do SUS
• Estabelecidos na Lei Orgânica da Saúde em 1990,
com base no artigo 198 da Constituição Federal de
1988. Foram divididos em princípios ideológicos ou
doutrinários e princípios organizacionais. Um
desses princípios, o de PARTICIPAÇÃO DA
COMUNIDADE, não tem classificação clara.
3 – Princípios do SUS
• PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE: ou também
controle social, foi melhor regulado pela Lei nº. 8.142.
Os usuários participam da gestão do SUS através das
Conferências de Saúde, que ocorrem a cada quatro
anos em todos os níveis, e através dos Conselhos de
Saúde, que são órgãos colegiados também em todos os
níveis.
3.1 – Princípios Ideológicos ou
Doutrinários
• UNIVERSALIDADE: “A saúde é um direito de todos” – o
Estado tem obrigação de prover atenção a saúde.

• INTEGRALIDADE: A atenção à saúde inclui tanto os


meios curativos quanto os preventivos; tanto os
individuais quanto os coletivos.
3.1 – Princípios Ideológicos ou
Doutrinários
• EQUIDADE: Todos devem ter igualdade de oportunidade
em usar o sistema de saúde; como, no entanto, o Brasil
contém disparidades sociais e regionais, as
necessidades de saúde variam.
3.2 - Princípios Organizacionais
• DESCENTRALIZAÇÃO: dividimos a organização da
gestão em três esferas: nacional, estadual e municipal,
cada uma com comando único e atribuições próprias.
Os municípios têm assumido papel cada vez mais
importante na prestação e no gerenciamento dos
serviços de saúde;
3.2 – Princípios Organizacionais
• HIERARQUIZAÇÃO e REGIONALIZAÇÃO: os
serviços de saúde são divididos em níveis de
complexidade; o nível primário deve ser oferecido
diretamente à população, enquanto os outros
devem ser utilizados apenas quando necessário.
Quanto mais bem estruturado for o fluxo de
referência e contra-referência entre os serviços de
saúde, melhor a eficiência e eficácia dos mesmos.
Cada serviço de saúde tem uma área de
abrangência, ou seja, é responsável pela saúde de
uma parte da população.

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