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ANTECEDENTES DO SUS
Antes da criação do Sistema Único de Saúde ( SUS), o Ministério da Saúde, com o
apoio dos estados e municípios, desenvolvia quase que exclusivamente ações de
promoção da saúde e prevenção de doenças, com destaque para as campanhas e
prevenção de doenças, com destaques para as campanhas de vacinação e controle
de endemias.
Todas essas ações eram desenvolvidas com caráter universal, ou seja, sem nenhum
tipo de discriminação com relação á população beneficiária.
Na área de assistência á saúde, o MS atuava apenas por meio de alguns pouco
hospitais especializados, nas áreas de psiquiatria e tuberculose, além da ação da
Fundação de Serviços Especiais de Saúde Publica ( FSESP) em algumas regiões
especificas, com destaque para o interior do Norte e Nordeste.
Essa ação, também chamada de assistência médico-hospitalar, era prestada á
parcela da população definida como indigente, por alguns municípios e estados e ,
principalmente, por instituições de caráter filantrópico. ( instituições que não
tem fins lucrativos)
Essa população não tinha nenhum direito e a assistência que recebia era na
condição de um favor, uma caridade.
A grande atuação do poder público nessa área se dava através do Instituto Nacional
de Previdência Social ( INAPS) que depois passou a ser denominado Instituto
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social ( INAMPS), autarquia do
Ministério da Previdência e Assistência Social.
A assistência á saúde desenvolvida pelo INAMPS beneficiava apenas os
trabalhadores de economia federal, com “ carteira assinada”, e seus
dependentes, ou seja, não tinha o caráter universal que passa a ser dos
princípios fundamentais do SUS.
Desta forma, o INAMPS aplicava nos estados, através de suas Superintendências
Regionais, recursos para a assistência á saúde de modo mais ou menos
proporcional ao volume de recursos arrecadados e de beneficiários
existentes.
Portanto, quanto mais desenvolvida a economia do estado, com maior presença
das relações formais de trabalho, maior o numero de beneficiários e,
consequentemente, maior a necessidade de recursos para garantir a
assistência a essa população.
O INAMPS aplicava mais recursos nos estados das Regiões Sul e Sudeste, mais
ricos, e nessas em outras regiões, em maior proporção nas cidades de maior
porte.
Nessa época, os brasileiros, com relação á assistência á saúde, estavam divididos em
três categorias, a saber:
• Os que podiam pagar pelos serviços;
• Os que tinham direito a assistência prestada pelo INAMPS;
• Os que não tinha nenhum direto.
MARCO HISTÓRICOS
1923
CAP: Criação das caixas de Aposentadorias e Pensões
Garantia de pensão em casos de algum acidente ou afastamento do trabalho por
doença, e uma futura aposentadoria.
1932
IAPs: Criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões
As CAP são substituídas pelos IAPs, que eram autarquias de nível nacional
centralizados no governo federal.
1965
INPS: Criação do Instituto Nacional de Previdência Social.
Em 1964, foi criada uma comissão para reformular o sistema previdenciário,
que culminou com a fusão de todos os IAPs no INPS.
1977
SINPAS: Criação do Sistema Nacional de Assistência e Previdência Social
INAMPS: Criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência
Social ( Órgão governamental prestador da assistência médica).
1982
PAIS: Implementação do Programa de Ações Integradas de Saúde.
Ênfase na atenção primária, sendo a rede ambulatorial pensada como “ porta de
entrada” do sistema.
1986
8º Conferência Nacional de Saúde
Proposta de Criação do SUS.
1987
SUDS: Criação do Sistema Unificados e Descentralizados de Saúde.
Universalização e equidade no acesso aos serviços de saúde; Integralidade dos
cuidados assistenciais; Descentralização das ações de saúde; Implementação
de distritos sanitários.
1988
Constituição Federal
Prevê entre os artigos 196 e 200 uma seção específica para tratar das políticas
de Saúde.
1990
Lei Orgânica do SUS, Lei nº 8080 de 19 de setembro de 1990
Dispõe condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização
e o funcionamento dos serviços correspondentes.
Lei Complementar do SUS, Lei nº 8.142/1990
Deliberação sobre o caráter participativo da comunidade na gestão do SUS e
sobre a redefinição das formas de transferência intragovernamentais dos
recursos financeiros.
1991
CIT: Criação de Comissão de Intergestores Tripartite
CIB: Criação da Comissão de Intergestores Bipartite.
Gestão colegiada do SUS, compartilhada entre vários níveis de governo.
1993
NOB-SUS 93: Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde
Estabeleceu normas e procedimentos reguladores com foco no avanço do
processo de descentralização.
1996
NOB-SUS 96: Norma Operacional Básica do Sistema Único de Saúde
Gestão Plena Municipal de Saúde.
Ampliação da cobertura do Programa de Saúde na Família e do Programa de
Agentes Comunitários de Saúde, Implementação do Piso da Atenção Básica (
PAB) e da Programação Pactua e Integrada ( PPI).
2001
NOAS-SUS 2001: Norma Operacional de Assistência á Saúde.
Regulamentação da regionalização da assistência á saúde por meio da definição
da divisão de responsabilidades entre Estados e municípios na gestão do SUS.
2002
NOAS-SUS 2002: Norma Operacional de Assistência á Saúde.
Ampliação das responsabilidades dos municípios na Atenção Básica.
Criação de mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do SUS.
2006
Pacto pela Saúde.
Muda a lógica de implementação do SUS, que deixa de ser orientada por NOB
e passa a ser feita por meio de pactuação entre os gestores.
Pacto pela Vida, Pacto de Gestão e Pacto em Defesa ao SUS.
REFORMA SANITÁRIA
O marco da reforma do sistema de saúde brasileiro foi a 8ª Conferência Nacional
de Saúde, cujo lema era “ Saúde, Direito de Todos, Dever do Estado”.
As conferencias de saúde foram instituídas pela Lei n.378, de 13 de janeiro de 1937,
e tinham como principal objetivo propiciar a articulação do governo federal com os
governos estaduais, dotando-o de informações para a formulação de políticas, para
a concessão de subvenções e auxílios financeiros.
CARACTERÍSTICAS
• Criado pela Constituição Federal de 1988;
• Toda população brasileira tenha acesso ao atendimento público de saúde;
• Antes INAMPS era só para aqueles que contribuíam para Previdência
Social ( carteira de trabalho).
• Constituído de hospitais, postos de saúde, laboratórios, hemocentros,
serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica e Vigilância
Ambiental, Fiocruz e Instituto Vital Brasil.
FINALIDADES DO SUS-LEI 8080/90
• Identificação e controle de fatores condicionantes e determinantes da saúde;
• Formular política de saúde para diminuir os risos de doenças;
• Estabelecer o acesso universal e igualitário ás ações e aos serviços de saúde;
• Executar ações de Vigilância Sanitária e Epidemiológica.
• Executar ações de saúde do trabalhador;
• Executar ações de assistência terapêutica, incluindo a farmacêutica;
• Participar de políticas e na execução de ações de saneamento básico;
• Incremento do desenvolvimento científico e tecnológico;
• Vigilância de nutrição e orientação alimentícia;
• Controle e fiscalização de serviços, produtos e substancias de interesse de
saúde.
IMPLANTAÇÃO DO SUS
A implantação do SUS tem início nos primeiros anos da década de 1990, após a
promulgação da Lei Orgânica da Saúde ( LOS) n.8.080/90, de 19 de setembro
de 1990, complementada pela Lei Orgânica da Saúde n.8.142, 28 de dezembro
de 1990.
Estas foram leis fundamentais que orientaram a operacionalização do sistema de
saúde, visto que a primeira definiu os objetivos e atribuições do SUS, enquanto
a segunda definiu as regras gerais para a participação popular e
financiamento.
Como objetivo do SUS, a Lei n.8.080 define:
• A identificação e a divulgação do fatores condicionantes e
determinantes da saúde;
• A formulação de políticas de saúde;
• A assistência ás pessoas por intermédio de ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde, com realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas.
AS ATRIBUIÇÕES DO SUS
Atuar na promoção de saúde com ações de:
• Vigilância epidemiológica;
• Vigilância sanitária;
• Vigilância nutricional;
• Saúde do trabalhador;
• Saúde ambiental;
• Fiscalização de produtos;
• Atenção primária
Atuar na assistência médica propriamente dita e ainda:
• Com o uso de recursos tecnológicos mais apropriados;
• Na política de saúde e hemoderivados;
• Na política de medicamentos;
PROCESSO DE DESCENTRALIZAÇÃO
O processo de descentralização do sistema de saúde levou os municípios, com
base na redefinição de funções e atribuições das diferentes instâncias
gestores do SUS, a assumirem papel de atores estratégicos, em virtude da sua
competência constitucional, para prestar, com a cooperação técnica
financeira da União e do serviços e atendimento á saúde da população.
Como uma das principais estratégias para esse fim, é constituído um arcabouço
normativo que, nos anos 1990, é representado por quatro Normas
Operacionais Básicas ( NOB0, de 1991, 1992 ( similar á anterior), 1993 e 1996.
Na década de 2000, foi publicada a Norma Operacional da Assistência á Saúde
( NOAS0, nas versões 2001 e 2002, e , em 2006, as portarias relativas ao Pacto
pela Saúde.