Você está na página 1de 29

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

• Turma: 1º semestre do curso de Psicologia

• Disciplina: Saúde Coletiva

• Docente: Robson Borges Maia

• Tema: A saúde nos anos 80 e 90

1
A saúde nos anos 80 e 90
• A crise brasileira agravou-se após a falência do modelo econômico do
regime militar, manifestada principalmente no descontrole inflacionário.

• Movimento pela redemocratização: extinção do bipartidarismo; fim da


censura; a volta dos sindicatos; campanha por eleições diretas para o
presidente da república.

• CF/88 e eleições diretas em 1989. Manutenção da política econômica


recessiva; corte de verbas públicas nos setores sociais (saúde) e
inflação nas alturas.

• O país reconquistou a democracia em meio a uma das mais graves


crises econômicas e sociais da nossa história.

2
3
4
A crise da saúde
• Hospitais em precário estado de funcionamento;

• Dificuldades de encontrar atendimento médico;

• Mortes sem socorro especializado;

• Epidemias evitáveis (expansão insuficiente de saneamento básico


e falta de educação sanitária);

• Falta de planejamento e continuidade dos programas de saúde.

5
6
• Alastra-se a corrupção e ineficiência dos serviços de atendimento
às necessidades básicas da população;

• Ministério da Saúde e Previdência Social padecem com a falta de


verbas e atos de corrupção;

• Governo federal busca alternativas para intervir;

• Década de 80 projetos Prev-Saúde, Conasp e AIS atuam na


tentativa de proporcionar saúde à população;

• Também visavam lutar contra o monopólio das empresas


particulares de saúde.
7
• Tais programas são barrados pelos empresários da saúde;

• Grupos de pressão (Lobbies) organizados para atuar no Congresso


Nacional e nas Assembleias Legislativas para defender publicamente
os interesses da iniciativa privada;

• Em 1986 o presidente Sarney e as lideranças acabaram apoiando sem


muita firmeza as propostas de reorganização do sistema de saúde
oficial;

• Mas também continuaram apoiando a prestação de assistência


médica das empresas privadas.

8
9
Movimentos sociais
• Com a abertura política, os moradores da periferia dos grandes
centros começaram a lutar pela melhoria de suas condições de
vida;

• Com a assessoria de padres e médicos sanitaristas, foram


criados os Conselhos Populares de Saúde, encarregados de
obter melhor saneamento básico e a criação de hospitais e
centros de saúde nas áreas carentes;

• As precárias condições impostas aos médicos que atuavam nos


hospitais multiplicaram as possibilidades de erros terapêuticos e
cirúrgicos;

10
11
12
13
14
DADOS SOBRE A QUANTIDADE DE MÉDICOS NO BRASIL
1980:
Número de médicos – 113mil
Número de faculdades médicas – 75

2000:
Número de médicos – 230mil

2020:
Número de médicos – 502mil
Número de faculdades médicas – 342 faculdades médicas
Fonte:
https://portal.cfm.org.br/noticias/explode-numero-de-medicos-no-brasil-m
as-distorcoes-na-distribuicao-dos-profissionais-ainda-e-desafio-para-gest
ores/
15
O sistema Unificado de Saúde
• Os profissionais de saúde organizam-se na defesa da profissão e
dos direitos dos pacientes;

• Surgimento da Associação Brasileira de Pós-Graduação em


Saúde Coletiva (Abrasco) e do Centro Brasileiro de Estudos;

• A partir dessas associações, desenvolveu-se o chamado


Movimento Sanitarista, que ao incentivar discussões, buscou
respostas para os dilemas da política de saúde nacional.

16
O sistema Unificado de Saúde
• Principal produto desse movimento sanitário: elaboração de um
documento intitulado Pelo direito universal à saúde;

• Neste texto afirma-se com ênfase que o acesso à assistência médica


é direito do cidadão e dever do Estado;

• Confrontos com os lobbies (grandes empresas privadas que lucravam


com a falência da saúde pública);

• Redação final da Constituição – incluiu a maior parte das propostas


das organizações populares e de especialistas na área da saúde.

17
18
SUDS e SUS
• CF/88 – criação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (Suds) –
baseado no princípio de integração de todos os serviços de saúde –
públicos e particulares;

• Deveria constituir uma rede hierarquizada e regionalizada, com a


participação da comunidade na administração das unidades locais;

• Encontrou barreiras que condenaram ao fracasso, como: a recusa das


empresas particulares em se submeterem ao sistema unificado;

• Muitos governos que recebiam verbas destinadas à saúde aplicavam este


dinheiro em outros setores ou desviavam ilegalmente.
19
Epidemiologia da desigualdade
• Na década de 90, o Brasil continuou sendo um país ferido por
desigualdades e injustiças gritantes;

• Muitos municípios brasileiros ainda não tinham médicos em suas


unidades de assistência ao enfermos;

• Enquanto no Rio e São Paulo encontravam mais de 50% dos


profissionais de saúde dos hospitais;

https://portal.cfm.org.br/noticias/explode-numero-de-medicos-no-br
asil-mas-distorcoes-na-distribuicao-dos-profissionais-ainda-e-desafi
o-para-gestores/
20
Distribuição regional
• Desde o século XIX as políticas sociais privilegiavam a população
do Sudeste e do Sul do país;

Nordeste:
• Maior número de brasileiros que ganham menos de um salário
mínimo por mês;

• É o território dos indigentes alimentares – todos os sujeitos com


renda de, no máximo, o valor da cesta básica de alimentos;

21
22
23
24
25
26
Subnutrição e saneamento

• Retardamento do crescimento na infância subnutrição


em várias gerações de uma mesma família;

• Fenômeno constante nos grupos de baixa renda em todo o país;

27
Obs: Salário mínimo em 2013: R$ 678
28
• Livro - História da saúde pública no Brasil
• Cap. Saúde nos anos 80, 90

29

Você também pode gostar