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AVALIAÇÃO DA CRISE NA SAÚDE NO BRASIL: um diagnóstico

do direito ao atendimento à saúde de todo brasileiro.

Van Den Berg Borges, Valeria


FAEL.val-edevar@outlook.com".val-edevar@outlook.com

Sc.M ZANETTI, Elizabeth²


FAEL. Faculdade Educacional da Lapa

RESUMO

Esta pesquisa foi realizada em face de crise na saúde pública no Brasil, quanto ao direito da população
à atendimento, e teve como objeto de pesquisa geral investigar o panorama atual da efetivação da crise
na saúde no Brasil. A metodologia utilizada pode ser considerada qualitativa e como instrumento de
coleta de dados foi utilizado o modelo de exploratório. Na pesquisa foi constatado na constrição
Federal de 1988, no Art 196, que a saúde e um direito de todo brasileiro, de forma integral, igualitária
e dever do Estado. Porém em todo o Brasil o atendimento tem enfrentado uma grave crise.

Palavras-chave: Política; direito a saúde; Constituição Federal; SUS; Estado.

Valéria Van Den Berg Borges, Graduada em Tecnologia em Gestão Hospitalar - UNOPAR, cursando
Pos- Graduação em Gestão Pública - Fael.
Elizabeth Zanetti, Mestre em Engenharia da Produção UFSC, Especialista em Psicologia de RH-
UNICAMP, Bacharel em Administração de Empresas-FESP. Especialista/EAD. Orientadora e
Avaliadora de TCC FAEL, UNINTER e UFTPR.
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INTRODUÇÃO

O conceito de saúde vai além de atendimento médico e hospitalar. Essa definição, com
a implantação da Constituição Federal de 1988ampliou-se a atendimento à moradia, educação,
saneamento básico, alimentação, emprego e lazer, sendo dever do Estado atender a todos os
brasileiros. São itens essenciais para que todo cidadão tenha uma boa qualidade de vida e
gozem de boa saúde. O cuidado com a saúde é fundamental para todo cidadão.

É, além de uma questão pessoal, uma questão sócio-econômico-política, onde o Estado


é fundamental no sentido de garantir políticas públicas que supra este direito para todos.
Como cidadãos, é fundamental termos uma visão como est áa saúde pública, e cobrarmos
políticas públicas resolutivas nesta área primordial par a vida de toda a população brasileira.

Ademais, a saúde no Brasil tem passado por várias crises, e com isso, sua clientela
vem enfrentando grande dificuldade para ter atendimento, seja por falta de médicos,
dificuldade com a marcação de consultas, clínicas e hospitais sendo fechados, e com isso, a
população sofre os malefícios de uma má gestão.Porém quem elege os governantes é o
próprio povo.Por esse motivo essa pesquisa surge para compreendera dificuldade que a
população brasileira está enfrentando para que seu direito à saúde,previsto na constituição,
seja realmente garantido.

Partindo destes pressupostos, aponta-se como questão central a crise na saúde atual em
todo o território brasileiro. Com o objeto de detalhar o direito garantido a todos os cidadãos, à
qualidade de vida e ao atendimento médico hospitalar de qualidade, assegurado na
Constituição Federal de 1988, e que não tem sido devidamente cumprido pelo Estado.

A proposta metodológica foi desenvolvida em caráter exploratório através de consulta


bibliográfica, na qual utilizar-se-á artigos científicos e acadêmicos, revistas eletrônicas, teses,
dissertações e monografias, apostilas, e demais materiais disponíveis na Internet à respeito do
tema que possa fornecer subsídios para melhor entender com a crise na saúde no Brasil,
dentro da área do Gestão Pública.

Desta forma, o artigo se divide em 6 seções para melhor versar sobre o tema
escolhido, sendo elas: Introdução, onde se faz uma breve explanação sobre o tema, além de
serem apresentados objetivos, hipótese e justificativa; segue-se com como acabar com a crise,
onde é abordada a teoria que embasa o presente trabalho de pesquisa; Aspectos teórico
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metodológicos é a seção na qual se apresentam as ferramentas metodológicas para a


concretização desta pesquisa; Apresentação de resultado; Considerações finais; e, por último,
a seção de referências.

1. COMO ACABAR COM A CRISE?

Desde ano de 2014, o Brasil tem enfrentado a maior crise econômica da história. Entre
2014 e 2016, o PIB per capita, que mede a geração de riqueza por habitante no país, informou
que a população está 10% mais pobres do que há 3 anos atrás.

Como exemplo, podemos mostrar o que vem ocorrendo em estados como o Rio de
Janeiro, onde até mesmo os salários de funcionários da secretaria de saúde deixaram de ser
pagos e os contratos com organizações sociais foram rompidos.Porém, essa crise também se
apresenta em outros estados brasileiros, onde os sistemas estaduais e municipais de saúde
vivenciam uma situação próxima ao caos. Isso poderá afetar, não apenas a rede pública, mas
também as redes privadas que prestam serviços para o SUS, a qual terá de buscar formas
alternativas para financiar seus custos fixos.

No que se refere à saúde suplementar, os problemas já vêm se acumulando a algum


tempo. Como forma de enfrentar a crise econômica, muitas empresas ao cortarem custo,
optam por retirar o plano de saúde de seus funcionários. Outro assim, o desemprego causado
pela crise faz com que parte da população que tinha o poder aquisitivo para contribuir com
um seguro de saúde privado, deixe de possuir um plano.

Contudo, os problemas que podem ser observados no setor da saúde durante uma crise
econômica apenas exacerbam tendências que já se colocam a algum tempo, em função de
defeitos estruturais da forma como se organiza, tanto o setor público como a saúde
suplementar no Brasil.
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2. EVOLUÇÃO E DECADÊNCIA

Antes do surgimento do SUS, a atuação do ministério da saúde se resumia às


atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças, como por exemplo, os programas
de vacinação, que são comuns desde o início do século XX e que é realizada em caráter
universal, além de à assistência hospitalar para poucas doenças.

Contudo, o regime militar criou o INAMPS EM 1974, que era ligado ao Ministério da
previdência social, e que só fornecia atendimento à população formada por aqueles que
trabalhavam em empregos formais e contribuía com a previdência Social. As pessoas que não
contribuíam não tinham acesso à saúde pública, e dependiam do sistema privado ou dos
poucos serviços municipais, estaduais e de instituições assistencialistas, como Santa Casa de
Misericórdia ou hospitais universitários. A saúde não era um direito de todos e sim um
problema.

Na década de 80 o INAMPS passou por sucessivas mudanças com universalização


progressiva do atendimento, já numa transição com o SUS. A 8° conferência Nacional de
Saúde foi o marco na história, resultando na implantação do Sistema Unificado e
Descentralizado de Saúde (SUDS), um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais,
mas o mais importante foi ter formado as bases para a seção "Da Saúde" da Constituição
brasileira de 5 de outubro de 1988. A Constituição de 1988 foi um marco na história da saúde
pública brasileira, ao definir a saúde como "direito de todos e dever do Estado.

Com a criação do SUS a saúde deixou de ser um problema individual e passou a ser
um direito público de todo cidadão. Ocorre que o Estado não tem cumprido seu dever com a
população, então, é necessário corrigir suas deficiências.

A saúde deveria ser prioridade do governo, visto que se trata de um serviço de extrema
importância para a vida da população, cujo maioria não tem condições financeiras de pagar
um plano de saúde e depende exclusivamente do SUS. Portanto, a saúde pública no Brasil
sofre com o mau gerenciamento e falta de investimento, devido a isso o sistema está em
colapso.
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3. O FUTURO DO SUS

O setor saúde no Brasil deve passar por reformas que estabeleçam uma cultura de
asseguramento, do ponto de vista do financiamento, e de resultados na gestão setorial. Os
recursos do SUS atualmente financiam uma camada da população que poderia prescindir do
suporte público, e ao mesmo tempo deixam sem acesso uma parte expressiva da população
mais pobre do país, que ainda vive em regiões com falta de infra-estrutura de saúde.

Em outras palavras o sistema de saúde no Brasil atende de maneira desproporcional às


necessidades daqueles que podem financiar parcial ou totalmente suas necessidades de saúde,
através de canais privilegiados do SUS ou de processos de judicialização, e nega o direito aos
mais pobres de ter uma cobertura básica que lhes permita garantir assistência em condições de
dignidade.

Do ponto de vista da escala de gestão, os municípios, especialmente aqueles com


menos de 100 mil habitantes, não cumprem com os requisitos para garantir uma mínima
eficiência na entrega de serviços. Por isso, devem organizar-se em redes regionais de saúde,
geridas de forma empresarial, que atendam a requisitos mínimos para manter um fluxo regular
de utilização plena ou quase plena das unidades de saúde e que minimizem o risco atuarial de
aumentar desproporcionalmente os custos do sistema sem a correspondente atenção médico-
assistencial.

As redes regionais de saúde deveriam harmonizar o financiamento do SUS e dos


planos de saúde privados, integrando os serviços através da demanda, onde aqueles com
capacidade de financiamento manteriam seus planos enquanto que aqueles sem capacidade de
financiamento receberiam subsídios integrais ou parciais para ter acesso aos mesmos serviços,
através de estratégias subsidiadas que lhes garantam os mesmos direitos nas mesmas unidades
assistenciais.

Para tal, a diferença entre ser atendido em uma unidade pública ou privado deixaria de
existir. As duas teriam perfil e investimentos similares e seriam financiadas pelos mesmos
mecanismos de pagamento e submetidas a mecanismos de regulação, gestão, controle e
supervisão similares.
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Dessa maneira, caberia ao Estado e a gestão das redes regionais, a avaliação, o


monitoramento e a geração de incentivos que permitam que o sistema seja orientado para os
resultados e remunerado de acordo com o seu alcance. Todas as unidades de saúde estariam
submetidas a processos permanentes de garantia de qualidade obrigatória, tendo acesso a
linhas de crédito para modernizar e adaptar suas instalações, equipamentos, projetos
gerenciais e equipes de saúde.

Para que este processo funcione, seria necessário o uso crescente de tecnologias de
informação e comunicação e a implantação efetiva de um cartão nacional de saúde acoplado a
uma base de dados que permita uma gestão adequada dos benefícios, independentemente do
nível de subsídios que os indivíduos recebam, assim como a transição de uma situação de
subsídio para outra, quando houver necessidade.

Por fim, ao contrário do SUS que hoje se caracteriza por recursos humanos mal pagos
e desmotivados, o novo sistema deveria se basear em remuneração e progressão funcional
acoplada aos resultados, garantindo oportunidades profissionais, planos de carreira,
aprendizagem e aperfeiçoamento.

Entretanto, as crises podem impedir que os investimentos em transformações desta


natureza se realizem no curto prazo. Mas é importante ter a consciência que quando houver
uma recuperação econômica, é necessário que não ocorra acomodação ou repetição dos erros
passados, os quais geraram no Brasil um dos sistemas de saúde mais impopulares no contexto
mundial dos países de renda média e alta.

4. METODOLOGIA

A pesquisa realizada pode ser classificada como exploratória, visto que o trabalho
visou conhecer, explorar e compreender a trajetória e o estado hodierno da saúde pública
brasileira.

Para obter os dados necessários para o estudo foi utilizado o procedimento de


observação indireta, por apenas usufruirde análises de bibliografias e documentos, sendo eles,
artigos científicos e acadêmicos, dissertações, teses, monografias, revistas eletrônicas e sites
oficiais como o sítio eletrônico da secretaria de saúde do estado de Minas Gerais, além da
análise documental da constituição federal de 1988.
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Essas ferramentas possibilitaram a coleta de dados qualitativos sobre o a temática de


maneira ampla, de forma a fornecer subsídios para melhor entender a crise na saúde no Brasil,
dentro da área da Gestão Pública.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse estudo apresentou uma análise sobre o histórico e sobre as crises enfrentadas pela
saúde pública no Brasil, além de apontar solução para esses problemas, sendo de extrema
relevância para gestão pública, por compreender a saúde como um serviço de relevância
pública e de direito universal de todos brasileiros.

Assim como foi supracitado, o SUS foi um marco importante pra saúde, pois antes
dele, a assistência à saúde era privilégio apenas de trabalhadores formais, e a outra parte da
população poderia apenas contar com a ajuda filantrópica das Santas Casas e outras entidades
religiosas. Entretanto, esse trabalho, ao cumprir seu objetivo de detalhar esse direito garantido
a todos os cidadãos, ou seja, o direito a saúde, destacou que esse sistema não funciona como
deveria ou como foi pensado em sua criação e o porquê disso não ocorrer.

Dessa maneira, o SUS que em tese garantiria o direito à saúde a todos, não cumpre seu
papel por conta do mau gerenciamento, da falta de investimento, da corrupção e da
interferência política, levando parte da população buscar a saúde suplementar como forma de
suprir sua necessidade.

Logo, é indubitável que o sistema único de saúde necessita de uma reestruturação, pois
pôde ser observado que hodiernamente esse sistema atende de maneira desproporcional às
necessidades dos cidadãos, deixando uma parte carente que não tem como recorrer aos
seguros de saúde sem acesso ao atendimento clínico e hospitalar.

Portanto o estado que deveria ser o protagonista em criar e garantir políticas públicas
para esta área, não cumpri essa função em sua totalidade e o SUS, que é um grande programa
público de saúde e vigilância sanitária, acaba sendo ineficiente. Faz-se necessário, além da
reestruturação desse programa, um gestor que não deixe as crises na economia afetar o
oferecimento desse serviço e só assim haverá uma democratização do acesso à saúde nesse
país.
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Dada a importância do tema: A crise da saúde no Brasil para esfera pública, seria
também necessário projetos que além de analisar os conflitos na saúde pública brasileira,
destaque como ela afeta o oferecimento de serviços específicos na área da saúde, como a
saúde da família e assim poder reconhecer qual as consequências do abandono desse setor
afeta esta área.

REFERÊNCIAS

Machado, Rafael, https://drauziovarella.uol.com.br/o-sist HYPERLINK


"https://drauziovarella.uol.com.br/o-sistema/antes-do-sus/"ema/antes-do-sus/ - disponível em
08/06/2019
Medici, Andre, http://portalhospitaisbrasil.com.br/artigo-a-crise-e-o-setor-saude-no-brasil/–
disponível em 28/05/2019
Resumo do SUS - https://sistemaunicodesaude.weebly.com/histoacuteria.html - disponível em
28/05/2019
SUS - http://www.saude.mg HYPERLINK "http://www.saude.mg.gov.br/sus" HYPERLINK
"http://www.saude.mg.gov.br/sus" HYPERLINK "http://www.saude.mg.gov.br/sus"
HYPERLINK "http://www.saude.mg.gov.br/sus" HYPERLINK
"http://www.saude.mg.gov.br/sus" HYPERLINK "http://www.saude.mg.gov.br/sus"
HYPERLINK "http://www.saude.mg.gov.br/sus".gov.br/sus disponível em 28/05/2014

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