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Prof.

Alcinda
Reis AS ORGANIZAÇÕES COMO CONTEXTOS DE CUIDADOS DE
SAÚDE
CONTEXTUALIZAÇÃO SÓCIO-HISTÓRICA DA SAÚDE EM
PORTUGAL
5 fases distintas, que correspondem, geralmente, a 5 agendas políticas diferentes:
• Antes dos anos 70
• Do início dos anos 70 a 1985 – estabelecimento e expansão do Serviço Nacional de
Saúde (SNS)
• De 85 a 95 – regionalização do SNS e novo papel para o setor privado
• De 95 a 2004 - uma “nova gestão pública - new public management para o SNS
• A partir de 2004 à atualidade – novas reformas em curso

DA DEFINIÇÃO À IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE


• Decisões pouco baseadas no conhecimento
• Tradição normativa
• Administração “comando e controlo”
• Descontinuidade política
• Limitações à governação e resistência à mudança

TRANSIÇÕES PARADIGMÁTICAS EM SAÚDE


• Medicocentrismo e hospitalocentrismo na organização dos serviços de saúde
(Etnocentrismo em relação à cultura médica)
• No Século XX centralidade da saúde é politicamente referenciada ao cidadão, mas
assiste-se a uma desvalorização do indivíduo
• Prevalência do paradigma mecanicista sobre o paradigma humanista, com
consequente oposição entre uma visão técnica e uma visão humana

RECURSOS HUMANOS EM SAÚDE UMA DEMOGRAFIA DO DÉFICE


RELAÇÃO ENTRE A PROCURA E A OFERTA DE CUIDADOS DE SAÚDE E/OU DE SAÚDE

Cidadão Mercado da Saúde


 Racionalidade do consumidor – coloca-se aqui o  Os cuidados de saúde(...) constituem-se numa
problema da “ignorância”/desconhecimento do procura que deriva de um objetivo determinado: a
consumidor, enquadra na informação imperfeita... obtenção de saúde
 (...) incerteza – relacionada com o cidadão/utente,  Podem ser considerados como um bem sem utilidade
quanto ao desconhecimento relacionado com o intrínseca, cujo consumo está relacionado com um
custo associado à prestação dos cuidados de estado de necessidade por parte de quem procura(...)
saúde, desconhecimento da qualidade associada  Na lógica do Mercado de Saúde, importa também
aos mesmos cuidados e à impossibilidade de relacionar esta reflexão com a existência de
assegurar eficazmente o risco da doença informação assimétrica e no facto de que o sistema de
 Necessidade em clarificar alguma confusão informação em torno da prestação de cuidados de
instalada entre saúde e medicina, pois atualmente saúde é dominado pela oferta (enfatizando desta
confunde-se por vezes o objetivo da saúde, com os forma o paradigma mais centrado na doença e na
meios tecnológicos utilizados pela medicina cura)

LEGISLAÇÃO E DOCUMENTOS SUPORTE


 Lei de bases da saúde (recente)
 Constituição da República Portuguesa

PLANO NACIONAL DE SAÚDE 2021-2030: Modelo em uso


 O próximo ciclo de planeamento estratégico em saúde, de base população, em
PT, que decorrerá na próxima década, será marcado por vários desafios:
 O crescente envelhecimento da população
 A epidemia das doenças não transmissíveis
 As iniquidades em saúde
 As alterações climáticas
 O fortalecimento do sistema de saúde
 As migrações e as emergências em saúde pública
 Todos estes desafios têm como pano de fundo a implementação dos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável e da Saúde como fator central para o alcance
dos mesmos até 2030
 A agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável constitui uma oportunidade
imperdível e o PNS 2021-2030 oferece o instrumento para enfrentar os desafios
da saúde sustentável, nesta década, em PT.

EM SINTESE
SISTEMAS DE SAÚDE E SNS
No Sistema de saúde português coexistem 3 sistemas :

SISTEMAS DE SAÚDE
Serviço Nacional de Regimes de seguro social de Seguros de saúde
Saúde (SNS) saúde especiais para privados
determinadas profissões
(subsistemas de saúde)
 O Ministério da Saúde é responsável pelo desenvolvimento da política nacional
de saúde, bem como pela gestão do SNS
 O Serviço Nacional de Saúde é o sistema pelo qual o Estado assegura o direito à
proteção da saúde, tal como se encontra consignado pela Constituição
Portuguesa.
 O SNS é nacional, universal, geral e tendencialmente gratuito

Ao nível dos 5 tópicos de problematização para uma boa compreensão e capacidade


de agir no campo da saúde

1) Melhor conhecimento da evolução do sistema de saúde português num passado


mais recente, para melhor compreender as dimensões e os fatores que mais
influenciaram o seu desenvolvimento e a sua configuração atual;
2) Uma outra dimensão estruturante tem a ver com o esclarecimento das
orientações das políticas públicas que foram sendo formuladas através das fases
modais da história do campo da saúde em Portugal.
3) Ao nível das Políticas públicas em Portugal, ainda consideramos que elas
apresentam, como prioridade essencial, o investimento em relação à doença e
não em relação à saúde. Uma abordagem na perspetiva desta última permitiria
contribuir, sem dúvida, para um conhecimento mais alargado sobre saúde.
4) Uma outra dimensão a estudar situa-se no domínio da influência que as
políticas públicas exerceram na identificação e determinação dos recursos
humanos nos diversos contextos de intervenção em saúde, no período entre
1970 e a atualidade
5) Finalmente, na sequência deste questionamento, coloca-se a questão de saber
se a procura fundamental por parte do consumidor é de saúde ou de cuidados
de saúde, colocando-se deste modo a questão fulcral para o nosso Programa da
relação entre a procura e a oferta de saúde/cuidados de saúde

ORGANIZAÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS 2


Prof. Gina
ORGANIZAÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS
Marques ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
PROPOSITO DAS ORGANIZAÇÕES : Reconstruir e proteger os países afetados por
conflitos internacionais ou civis

ORGANIZAÇÕES
governamentais e intergovernamentais / Organizações não Governamentais
Internacionais
 Sem fins lucrativos
 São entidades suportadas pelos governos:  Atuam em causas de interesse público.
federações, estados ou municípios.
 Recebem, diretamente, verbas públicas destinadas à
concretização do seu serviço, em prol das áreas em
que elas atuam.
AS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

 Associações permanentes de Estados independentes, cuja finalidade é a


prossecução de interesses comuns através de órgãos próprios e de um
orçamento específico, também chamadas, de órgãos, agências, instituições ou
organizações intergovernamentais – têm personalidade jurídica estabelecida e,
como tal, são sujeitos de direito internacional público.
 A organização internacional baseia-se, em primeiro lugar, num texto constitutivo,
denominado “carta” (ou ato, ou constituição). É um documento escrito, solene,
que estabelece e delimita as competências de qualquer organização
internacional. Esta carta fixa uma sede, fixa os objetivos fundamentais e cria os
órgãos necessários à vida da instituição, representando a sua estrutura.
 As organizações internacionais são compostas exclusivamente por Estados
independentes e soberanos, o que permite distingui-las das organizações não
governamentais. (ONG).
 No entanto, certas autoridades não estatais, como outras organizações
vinculadas em particular ao sistema da ONU, podem ser associadas a ele em
caráter consultivo, regularmente ou de forma ad hoc para informar a tomada de
decisões... (Séroussi, 2010)
 São entidades criadas pelas principais nações do mundo com o objetivo de
trabalhar em comum, para o pleno desenvolvimento das diferentes áreas da
atividade humana: política, económica, saúde, segurança... “=” Definidas como
uma sociedade entre Estados
 Promovem a redefinição de perceções e padrões de comportamento.
 Atuam 2º 4 orientações estratégicas:
 Adotar normas comuns ao nível político, social, (…) entre os estados-membros
 Prever, planear e implementar ações em casos de urgência (solução de crises de
âmbito nacional ou internacional, originadas de conflitos diversos,
catástrofes, ...)
 Realizar pesquisa/investigação conjunta em áreas específicas
 Prestar serviços de cooperação económica, cultural, segurança, saúde, ...

ONU → A Organização das Nações Unidas é considerada o mais importante


organismo internacional que existe atualmente, por reunir praticamente todas as
nações do mundo (193 países).

 Surgiu no fim da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) substituindo a antiga Liga


das Nações.
 O sistema da ONU, é formado por programas, fundos e agências
especializadas que são financiados, inteiramente, por contribuições
voluntárias.
PROPÓSITOS
 Manter a paz e a segurança internacionais;
 Desenvolver relações amigáveis entre as nações;
 Realizar cooperação internacional para resolver os problemas mundiais de
caráter económico, social, cultural e humanitário, promovendo o respeito aos
direitos humanos e às liberdades fundamentais;
 Ser um centro destinado a harmonizar a ação dos povos para a consecução
desses objetivos comuns.

ORGANIZAÇÃO DA ONU

Órgãos (6 principais): Assembleia Geral, Conselho de segurança, Conselho


Económico e Social , O Conselho de tutela ,Tribunal Internacional de Justiça e
Secretariado
 organizações separadas autónomas ,com próprios orçamentos e funcionários
internacionais estão ligados à ONU através de acordos internacionais

Fundos: UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a infância), UNFPA (Fundo
população das Nações Unidas) e FMI (Fundo Monetário Internacional)
Programas: UNAIDS (Programa conjunto Das Nações Unidas sobre HIV /SIDA, VNU
(programa de voluntários das Nações Unidas), PNNUMA (programa Das Nações para
o meio ambiente
Agências: OIT (Organização Internacional do trabalho) e OMT (Organização Mundial
do Turismo
ONU Portugal
• A ONU Portugal trabalha em conjunto com todos os agentes relevantes da
sociedade portuguesa, tais como instituições públicas, governo, setor privado,
organizações não-governamentais, sociedade civil e órgãos de comunicação social. A
sua missão passa por informar e envolver os portugueses e os falantes de língua
portuguesa nos grandes temas das Nações Unidas

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS)


 A OMS lidera esforços globais para expandir a cobertura universal da saúde
 Dirige e coordena a resposta mundial às emergências de saúde
 Promove uma vida mais saudável – desde os cuidados com a gravidez até à
velhice
 Aconselha os países em questões de saúde e encoraja a adoção de medidas ou
ações baseadas nos estudos que desenvolve
 Elaboração de estudos e estatísticas sobre a situação da saúde a nível
internacional

Meta: Alcançar boa saúde para todos, usando politicas e programas baseados na
ciência
UNESCO
OBJETIVOS:
 Contribuir para a paz e segurança no mundo, através da educação, ciência,
cultura e comunicações
 Reduzir o analfabetismo no mundo através do financiamento da formação de
professores e criação de escolas para refugiados
 Promover pesquisas para orientar a exploração dos recursos naturais
 Criação de programas para a proteção dos patrimónios culturais e naturais
 Através liberdade de imprensa e da independência desenvolveu-se meios de
comunicação, e promoveu a livre circulação de ideias por meios audiovisuais;

UNICEF
UNICEF → Fundo das Nações Unidas para a Infância, - "United Nations Children's
Fund“, é uma agência das Nações Unidas.
OBJETIVO - promover a defesa dos direitos das crianças, suprir as suas necessidades
básicas e contribuir para o seu desenvolvimento,
 Está presente em 191 países do mundo.
 É regida pelos Direitos da Criança e trabalha para que esses direitos se
convertam em princípios éticos permanentes e em códigos de conduta
internacionais para as crianças. Sede - Nova Iorque, EUA
FUNDAMENTOS:
 Depois da 2ª Guerra Mundial, muitas crianças ficaram órfãs, sem família, sem
comida... Então, um grupo de países reunidos pela Organização das Nações
Unidas (ONU) resolveu criar um fundo para ajudar essas crianças.

 A UNICEF é a única organização mundial que se dedica especificamente às


crianças. Trabalha diretamente com os governos dos países para criar programas
de desenvolvimento nos setores da saúde, educação, nutrição, água e
saneamento e também para defender e proteger as crianças vítimas de violência.

ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS (ONGs)


CARACTERISTICAS:
 São privadas, (não são controladas pelo Estado);
 O seu principal foco é servir uma causa social ou pública;
 Podem ter lucros, mas não são distribuídos pelos seus membros ou direção, são
reinvestidos no trabalho social, conforme a sua missão;
 São voluntárias o que significa que o compromisso com o trabalho resulta da
disponibilidade pessoal e do interesse em fazê-lo, e não há nenhuma pressão
externa para que a organização exerça a sua missão;
 Grande parte das ONGs depende, principalmente, do trabalho voluntário
 As ONGs ocupam-se de diferentes problemas: a saúde, a cultura, o ambiente, os
sem abrigo, a fome, a pobreza, os direitos humanos, as artes, o desporto, entre
outros.
 Existem vários tipos de ONGs :
 as suas formas legais, controlo e as atividades permitidas são
diferentes conforme o país em que estão baseadas ou onde
operam, (que pode ser a nível regional, nacional ou internacional).
 As ONGs e as entidades similares pertencem ao terceiro setor da economia, que
é uma força económica em crescimento na Europa com grande impacto na
solução de problemas públicos.

IMPORTÂNCIA DAS ONGs:


 Trabalham para causas sociais ou públicas
 Maior capacidade de compreensão e resolução dos problemas sociais,
ambientais e culturais
 Acontece as ONGs reunirem peritos em diversas áreas (científica, social, cultural,
desportiva, entre outras), que conseguem dar contributos valiosos e fidedignos
em importantes processos de tomada de decisão na Europa
 Têm grande impacto na consciência pública (capacidade para envolver e
capacitar os cidadãos para variadas causas)
 Contribuem para a educação da população e para a promoção de uma cidadania
mais ativa, dos valores democráticos e da coesão da sociedade.
As ONGs mais influentes são as da rede de agências especializadas das Nações
Unidas
 Como o Banco Mundial;
 Organização para Agricultura e Alimentação (FAO) e Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento;
 Relacionadas com questões de defesa
 NATO - Organização do Tratado do Atlântico Norte
 Relacionadas com questões de comércio:
 OMC - Organização Mundial do Comércio,
 OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Económico.

ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS


 Assistência Médica Internacional
 Banco Alimentar Contra a Fome
 Cruz Vermelha Portuguesa
 Associação para a Cooperação entre os Povos
 Associação Médicos do Mundo...

ORGANIZAÇÕES NACIONAIS
Direção-Geral da Saúde (DGS)
Natureza jurídica – serviço central na administração direta do Estado, dotado de
autonomia administrativa
Missão – Autoridade nacional de saúde
Dependência – Governo da República Portuguesa Ministério da Saúde
Chefia – Graça Freitas, diretora geral da Saúde
ATRIBUIÇÕES:
 Emitir normas e orientações, quer clínicas quer organizacionais
 Desenvolver e promover a execução de programas em matéria de saúde
pública e para melhoria da prestação de cuidados em áreas relevantes da
saúde, nomeadamente nos cuidados de saúde primários, hospitalares,
continuados e paliativos...

COMPETE-LHE:
 Orientar e desenvolver programas de saúde pública, de melhoria da prestação de
cuidados de saúde e de melhoria contínua da qualidade clínica e organizacional
 Coordenar e assegurar a vigilância epidemiológica a nível nacional, em contexto
com outros Estados membros da União Europeia e organismos internacionais
 Elaborar e divulgar estatísticas de saúde
 Promover estudos técnicos sobre cuidados de saúde
 Desenvolver ações de cooperação técnica
 Apoiar o exercício das competências da Autoridade de Saúde Nacional
 Coordenar o Sistema de Emergências em Saúde Pública
 Acompanhar o Centro de Atendimento do Serviço Nacional de Saúde

ORDEM DOS ENFERMEIROS (OE)


 É uma associação que congrega todos os profissionais de Enfermagem que
trabalham em Portugal.
 «(…) é a associação pública profissional representativa dos que, em
conformidade com o presente Estatuto e as demais disposições legais aplicáveis,
exercem a profissão de enfermeiro.»

ATRIBUIÇÕES: a regulamentação e disciplina da profissão de Enfermagem

PRINCIPAL DESIGNIO: "a defesa dos interesses gerais dos destinatários dos serviços
de enfermagem e a representação e defesa dos interesses da profissão", como
refere o seu Estatuto.

TITULOS PROFISSIONAIS / TIPOS DE CELULAS: cédula de Enfº e de enfº especialista

DATAS IMPORTANTES DA OE :
 21 de Abril de 1998 → Foi publicado o decreto-lei n.º 104/98, diploma que criou
a ordem dos enfermeiros.
 1 de Abril de 2004 → A Ordem dos Enfermeiros tornou-se, membro do Conselho
internacional de enfermeiros (International Council of Nurses – ICN).
 28 de maio de 2007 → A Ordem dos Enfermeiros integrou o Conselho Nacional
das Ordens Profissionais (CNOP).
 Lei n.º 156/2015 de 16 de Setembro → Procede à segunda alteração ao Estatuto
da Ordem dos Enfermeiros - Em vigor
Prof. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS ONDE SE PRESTAM CUIDADOS DE
SAÚDE
OBJETIVOS:
 Conhecer as respostas sociais que se desenvolvem no âmbito da proteção e
da ação social para os cidadãos tugas ao longo da vida.
 Conhecer em que consistem as respostas sociais com maior
representatividade em PT dirigidas às pessoas idosas e os objetivos a que se
destinam

A Constituição da república Tuga estabelece no seu artigo 64º que “Todos têm
direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover.”
Da responsabilidade do Estado B) Criação de condições económicas, sociais,
culturais e ambientais que garantam, ... a proteção da infância, da juventude, da
velhice, e pela melhoria sistemática das condições de vida...
 Expansão e crescendo dos direitos de cidadania
 Realidade social complexa: demográfica (maior esperança
de vida, envelhecimento), estrutura e modelos familiares
 Respostas sociais adequados sociais adequadas à
complexidade social e à garantia dos direitos

Rede de estabelecimentos, equipamentos e serviços sociais nos quais e através dos


quais, são prestados serviços de apoio às pessoas e às famílias, direcionados a
criança e jovens, pessoas idosas, pessoas com deficiência e pessoas vulneráveis
Decreto-Lei nº126-A/2021 de 31 de dezembro

 Nesta rede intervêm uma multiplicidade de atores no apoio às pessoas e famílias


 Vários organismos públicos, privados e da sociedade civil, contribuem para a
concertação da ação social, numa lógica de parceria, complementaridade e
participação, contribuindo para a Inclusão Social

ESTRUTURA RESIDENCIAL PARA PESSOAS IDOSAS – ERPI


Estabelecimento para alojamento coletivo, de utilização temporária ou permanente,
em que sejam desenvolvidas atividades de apoio social e prestados cuidados de
enfermagem. Pode assumir uma das modalidades de alojamento:
a) Tipologias habitacionais, apartamentos e ou moradias;
b) Quartos;
c) Tipologias habitacionais em conjunto com o alojamento em quartos.
OBJETIVOS:
• Assegurar a prestação dos cuidados adequados à satisfação das necessidades,
tendo em vista a manutenção da autonomia e independência;
DESTINATÁRIOS:
• Pessoas de 65 e mais anos ou de idade inferior em condições excecionais, a
considerar caso a caso.
Serviço de Apoio Domiciliário
Consiste na prestação de cuidados individualizados e personalizados, no domicílio, a
indivíduos e famílias quando, por motivo de doença, deficiência ou outro
impedimento, não possam assegurar temporária ou permanentemente, a satisfação
das necessidades básicas e/ou as atividades da vida diária.
OBJETIVOS:
• Garantir a prestação de cuidados de ordem física e apoio psicossocial a
indivíduos e famílias, de modo a contribuir para seu equilíbrio e bem-estar.
DESTINATÁRIOS:
• Indivíduos e famílias, prioritariamente, pessoas idosas, pessoas com deficiência,
pessoas em situação de dependência.

Centro de Dia
Resposta social, desenvolvida em equipamento, que presta um conjunto de serviços
que contribuem para a manutenção das pessoas idosas no seu meio sócio-familiar.
OBJETIVOS:
• Contribuir para a estabilização ou retardamento das consequências nefastas do
envelhecimento;
• Fomentar relações interpessoais e intergeracionais;
• Favorecer a permanência da pessoa idosa no seu meio habitual de vida.
DESTINATÁRIOS - Pessoas que necessitem dos serviços prestados pelo Centro de
Dia, prioritariamente pessoas com 65 e mais anos.

Centro de Noite
Resposta social, desenvolvida em equipamento, que tem por finalidade o
acolhimento noturno, prioritariamente para pessoas idosas com autonomia que, por
vivenciarem situações de solidão, isolamento ou insegurança necessitam de suporte
de acompanhamento durante a noite.
OBJETIVOS:
• Acolher, durante a noite, pessoas idosas com autonomia;
• Assegurar bem-estar e segurança;
• Favorecer a permanência no seu meio habitual de vida;
• Evitar ou retardar a institucionalização.
DESTINATÁRIOS - Prioritariamente pessoas de 65 e mais anos com autonomia ou,
em condições excecionais, com idade inferior, a considerar caso a caso.

Centro de Convívio
Resposta social, desenvolvida em equipamento, de apoio a atividades sócio
recreativas e culturais, organizadas e dinamizadas com participação ativa das
pessoas idosas de uma comunidade.
OBJETIVOS:
• Prevenir a solidão e o isolamento;
• Incentivar a participação e potenciar a inclusão social;
• Fomentar as relações interpessoais e intergeracionais;
• Contribuir para retardar ou evitar a institucionalização.
DESTINATÁRIOS - Pessoas residentes numa determinada comunidade,
prioritariamente com 65 e mais anos.

Acolhimento Familiar para Pessoas Idosas


Resposta social que consiste em integrar. temporária ou permanentemente, em
famílias consideradas Idóneas, pessoas idosas quando, por ausência ou falta de
condições de familiares e / ou inexistência ou insuficiência de respostas sociais, não
possam permanecer no seu domicílio.
OBJETIVOS:
• Acolher pessoas idosas (no máximo de três), que se encontrem em situação de
dependência ou de perda de autonomia, vivam isoladas e sem apoio de natureza
sócio-familiar e/ou em situação de insegurança;
DESTINATÁRIOS - Pessoas com 65 e mais anos.

MUDANÇA DE PARADIGMA NA SAÚDE E SOCIAL


 Mais pessoas idosas:
 Esperança média de vida maior
 Redução da natalidade
 Emigração dos jovens
 Mais doenças crónicas e mais tempo com doenças crónicas
 Mais doenças degenerativas (desgaste)
 Famílias mais pequenas e famílias restruturadas
 Desemprego/ emprego precário
 Isolamento
 Afastamento entre gerações

REDE NACIONAL DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS


Criada em 2006, pelo decreto-lei nº101/2006, de 6 de junho, uma parceria entre o
Ministério do Trabalho Solidariedade e Segurança Social e so Ministério da saúde

OBJETIVOS:

A RNCCI DE ÂMBITO GERAL TIPOLOGIAS DE RESPOSTA:


 Unidades de convalescença – Internamentos até 30 dias
 Unidades de mádia duração e reabilitação – internamentos com duração
entre 30/90 dias
 Unidades de média duração e manutenção – Internamentos com + de 90 dias
 Equipas de cuidados continuados integrados – Domicílio

2022 – reforçada a ação da Rede com o alargamento a unidades e equipas de saúde


mental

A criação dos cuidados continuados integrados de saúde mental (CCISM) permitiu


que a RNCCI se estendesse a pessoas com problemas de saúde mental

RNCCI NO ÂMBITO DA SAÚDE MENTAL

 Equipas de apoio domiciliário

 Residências de treino de autonomia – tipo A (infância e adolescência)

 Unidades sócio ocupacionais, .... – tipo A (infância e adolescência)

 Residências de apoio máximo e moderado

CONCEITO DE SAÚDE 1
Prof. Gina CONCEITO DE SAÚDE INDIVIDUAL E DA COMUNIDADE
Marques
Segundo a OMS:
 É um direito fundamental da pessoa, que deve ser assegurado sem distinção da
raça, religião, ideologia, política ou condição socioeconómica
 A saúde é um valor coletivo, um bem de todos, devendo cada um gozá-la
individualmente, sem prejuízo de outrem e, solidariamente, com todos.

SAÚDE
Antigamente:
 Estado de completo bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de
enfermidade ou doença.
 Inclui dimensões psicossociais, comportamentais e ambientais.
 É um direito fundamental da pessoa, que deve ser assegurado sem distinção da
raça, de religião, ideologia política ou condição sócio económica.
 É um valor coletivo, um bem estar de todos.

Atualidade:
 Uma preocupação com o indivíduo como um sistema total;
 Uma perspetiva que identifica os ambientes interno e externo;
 O reconhecimento da importância do papel social do indivíduo na vida.
 Problema de saúde → um estado de saúde julgado deficiente pelo indivíduo,
pelos profissionais de saúde, ou pela coletividade.
 Saúde e bem-estar são vistos como um resultado, um determinante e um
facilitador dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
 A resposta do individuo deve ser analisada segundo 3 planos ou dimensões:
Saúde física, mental, social
 A saúde não se limita à ausência de doença, mas diz respeito também à ordem
social, psicológica e espiritual.
 É um conceito dinâmico.

SAÚDE PÚBLICA/ COMUNITÁRIA


 Aborda coletivamente os problemas de saúde de uma população no seu
contexto político socioeconómico.
 É a arte de prevenir doenças, prolongar a vida, melhorar a saúde e a vitalidade
dos indivíduos através da ação coletiva.
 É uma abordagem local dos problemas de saúde de um grupo, envolvendo a
participação de todos os indivíduos na gestão da sua saúde individual e coletiva.
 Correspondente à saúde das comunidades ou grupos de populações humanas,
no ambiente em que vivem.
 É o resultado de uma relação recíproca do Homem com o seu ambiente.
 A saúde da comunidade está determinada pela interação do homem com o seu
ambiente e o impacto dos serviços de saúde sobre ele
 O conceito de saúde comunitária tem acompanhado a evolução política e social
ao longo dos tempos, evoluiu de um conceito restrito do saneamento do meio
físico, para o conceito lato da prevenção integral da saúde do homem

O DEVER DO ENFERMEIRO COM A COMUNIDADE


 Conhecer as necessidades da população e da comunidade onde está inserido;
 Participar na orientação da comunidade na busca de soluções para os problemas
de saúde detetados;
 Colaborar com outros profissionais em programas que respondam às
necessidades da comunidade.

DEVER DA HUMANIZAÇÃO DOS CUIDADOS


 Dar, quando presta cuidados, atenção à pessoa como uma totalidade única,
inserida numa família e numa comunidade;
 Contribuir para criar um ambiente propício ao desenvolvimento das
potencialidades da pessoa.

ENQUADRAMENTO PARA A OREM DOS ENFERMEIROS


CRITÉRIOS DE COMPETÊNCIAS ENFERMEIRO DE CUIDADOS GERAIS
(28) - Atua como um recurso para os indivíduos, (38) - Demonstra compreender as práticas
para as famílias e para as comunidades que tradicionais dos sistemas de crenças sobre a saúde
enfrentam desafios colocados pela saúde, pela dos indivíduos, das famílias ou das comunidades.
deficiência e pela morte.
(42) - Aplica o conhecimento sobre estratégias de
(33) -Trabalha em colaboração com outros ensino e de aprendizagem nas interações com os
(34) - Vê o indivíduo, a família e a comunidade (38) - Fornece informação de saúde relevante
numa perspetiva holística que tem em conta as para ajudar os indivíduos, a família e a
múltiplas determinantes da saúde. comunidade a atingirem os níveis ótimos de
saúde e de reabilitação.
(37) - Atua de forma a dar poder ao indivíduo, à
família e à comunidade, para adotarem estilos de
vida saudáveis.

Conceito Comunidade
“Conjunto de seres humanos vistos como uma unidade social ou todo
coletivo, composto de membros ligados entre
si pela partilha do espaço geográfico, pela
partilha das condições ou por um interesse coletivo”.

ENFERMEIROS E SAÚDE DA COMUNIDADE


 “É uma entidade com base num lugar, composta por sistemas de organizações
formais que refletem as instituições sociais, os grupos informais e os seus
agregados.
 “Agregado é um conjunto de indivíduos que têm em comum uma ou mais
caraterísticas pessoais ou ambientais”
 “As partes de uma comunidade são interdependentes Há uma permanente
interação entre os sub-sistemas da comunidade (…)”
 “Considera-se quando o Alvo da enfermagem é o coletivo ou o bem comum em
vez da saúde individual. O exercício orientado para a comunidade procura
mudanças saudáveis para o benefício de toda a comunidade”

DIMENSÕES DO CONCEITO DE COMUNIDADE


 PESSOAS – habitantes da comunidade
 LOCAL – diz respeito tanto à dimensão geográfica como à temporal
 FUNÇÃO – diz respeito às finalidades e atividades da comunidade
Produção, distribuição e consumo de bens e serviços; socialização de novos membros; manutenção
do controlo social; adaptação a mudanças em curso ou esperadas; provimento de ajudas mútuas

Conceito Saúde comunitária


“Saúde comunitária é um tipo de composição da comunidade com as
características específicas: taxa relativa de saúde de uma comunidade, estado
ou condições de uma comunidade quanto aos níveis relativos de saúde e de
doença”.

DIMENSÕES DA SAÚDE COMUNITÁRIA

Estrutura Processo Estado de saúde ou Resultado

Visa a promoção da saúde  Biológico - indicadores de saúde;


 Serviços de saúde (empenhamento, atenção individual nados vivos, mortalidade infantil e
comunitária e recursos e clarificação de definições de neonatal, incidência e prevalência
situações, articulação, comunicação das causas de morbi-mortalidade,
 Indicadores sociais eficiente, participação, gestão para perfis de risco, níveis de
facilitação da para a tomada de das capacidade funcional…
relações, equipamentos interação  Emocional - indicadores de
A PESSOA NA COMUNIDADE
COMUNIDADE → Todas as pessoas inseridas numa fronteira geopolítica ou
partilhando características comuns

O MEIO AMBIENTE NA COMUNIDADE


Todas as condições, circunstâncias ou influências, rodeando/afetando o
desenvolvimento da comunidade, que estão dentro e for a dela, e que também
fazem parte do meio ambiente.

A SAÚDE NA COMUNIDADE
Um estado definível de equilíbrio, no qual os subsistemas estão em harmonia de
modo a que o TODO possa atingir o seu potencial máximo; Competência para
funcionar

A ENFERMAGEM NA COMUNIDADE
 Mostra uma visão holística e única à comunidade
 Participando na apreciação da comunidade
 Identificando e diagnosticando problemas capazes de serem resolvidos através
de intervenções de enfermagem
 Planeando para a resolução dos problemas de saúde da comunidade
 Avaliando o efeito destas intervenções na saúde da comunidade

INTERVENÇÃO EM ENFERMAGEM

PREVENÇÃO PRIMÁRIA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA PREVENÇÃO TERCIÁRIA


É a implementação de práticas de Ajudam a reagir a fatores de Existe um desequilíbrio da saúde da
enfermagem que visam: o instabilidade comunidade, e a prevenção terciária visa
fornecimento da saúde da Ex. Cumprimento do prevenir um desequilíbrio adicional e
comunidade “programa de controlo da promover o equilíbrio.
Ex. imunização dos adultos e idosos hipertensão” numa Ex. Equipas de especialistas (incluindo
de modo a aumentar a % população comunidade de alto risco. enfermeiros) providenciam programas de
imunizada na comunidade intervenção apropriados a longo prazo,
tantos quantos os necessários para
restabelecer o equilíbrio na SAÚDE da
comunidade.

PREVENÇÃO
Evitar o aparecimento de doenças, reduzir a sua duração ou reduzir as suas
consequências
EVOLUÇÃO HISTÓRICA, ONTOLÓGICA E EPISTEMOLÓGICA DA ENFERMAGEM 3
Prof. Alcinda EVOLUÇÃO HISTÓRICA, ONTOLÓGICA E EPISTEMOLÓGICA DA
Reis
ENFERMAGEM
A ciência da enfermagem adquiriu um corpo de conhecimentos através do
desenvolvimento de teorias, sistematizações dos cuidados e construção de saberes,
que muito têm contribuído para os processos de cuidar.

2 Perspetivas fisiológicas
EPISTEMOLOGIA
 É um ramo da filosofia que trabalha com o conhecimento e como nós chegamos
ao conhecimento do mundo.
 Estudo do que os seres humanos sabem, e como vieram a saber, ao longo dos
tempos. → Segundo Meleis (1987)
 Esta autora busca descobrir o que as pessoas pensam sobre o saber e qual o
critério para avaliar este conhecimento.

ONTOLOGIA
 Trata-se de um termo relativamente novo, introduzido com o objetivo de
distinguir o estudo do ser como tal.
 O termo derivado da palavra grega que significa ‘ser’ → Segundo o dicionário
Oxford de Filosofia

ENTÃO EM ENFERMAGEM
 “O cuidado é o permanente companheiro do ser humano”, podendo ser
compreendido como uma relação amorosa com realidade, com o objetivo de
garantir-lhe a subsistência e criar-lhe espaço para seu desenvolvimento.
 Se não nos basearmos no cuidado, não conseguiremos compreender o ser
humano e sua relação do cuidar com a envolvente.
 Assim sendo, cuidar, segundo (Boff, 2000 p. 90) é:

 Conceder direito a cidadania [...] à nossa capacidade de sentir o outro;


 Ter compaixão com todos os seres que sofrem, humanos ou não humanos;
 Obedecer mais à lógica do coração, da cordialidade e da gentileza do que à
lógica da conquista e do uso utilitário das coisas.

 Então conceber a enfermagem, como ciência do cuidar, consiste em assumir que


da mesma maneira que o cuidar é ontológico para o homem, ele também o será
para um Ser que cuida de outro Ser.
 A ciência do cuidar, a arte do cuidar, consiste unicamente em deixar fluir, no
cuidador, todo seu potencial ontológico de “ser” humano.
 E, por se constituir uma ciência, a enfermagem possui um caminho permanente,
evolutivo, a percorrer, até que se funde verdadeiramente o princípio ontológico
do cuidar ao cuidador de enfermagem

ENFERMAGEM → uma ciência que nos permite identificar um corpo de


conhecimentos que torna identitário o seu contributo para a comunidade cientifica e
para a sociedade.

 Podemos considerar o desenvolvimento da ciência de Enfermagem enquadrado


em paradigmas que foram servindo para orientar do ponto de vista teórico e
organizativo o cuidado de Enfermagem.

PARADIGMA → era a sistematização, nomeadamente influenciada pelo modelo


biomédico, a Enfermagem olhava os seres humanos enquanto sistemas de órgãos e
as suas respostas, que podiam falhar e necessitar de substituição na sua função ou
de tratamento para a sua recuperação.

 O paradigma da transformação veio trazer contributos essenciais para a


produção de conhecimento em Enfermagem numa perspetiva transformativa
das pessoas, individual e coletivamente, e do mundo.

Então o que é a Enfermagem enquanto ciência? Que conhecimento produz?

 A Enfermagem é a Ciência que estuda os infirmes e as infirmezas.


 Ciência de Enfermagem estuda a Pessoa e os seus processos de resposta às
infirmezas em todos estes processos. Este conceito vem distanciar-nos dos
cuidados aos doentes, não os excluindo do estudo da Enfermagem.
 Ou seja, a Enfermagem enquanto ciência dos infirmes estuda as infirmezas
relacionadas com as doenças, mas também as infirmezas relacionadas com a vida
(como a parentalidade, a gravidez, a conjugalidade, o desempenho de papéis na
família e na sociedade, a educação, etc.).
 Neste sentido, a Ciência de Enfermagem, enquanto ciência das pessoas e das
suas infirmezas, é muito vasta e complexa, mas com uma clara identidade no que
se refere ao estudo destas mesmas infirmezas.

NOTA:
 A Sexualidade, a Dor ou a Gestão da Doença Crónica são palavras chave
identificadas como presentes em grande parte da produção de conhecimento em
Enfermagem, o que demonstra um equilíbrio entre o estudo das infirmezas
relacionadas com processos intencionais.
 EXEMPLO: para este equilíbrio, as dimensões psicológica e sociocultural da
sexualidade são importantes domínios de conhecimento na Enfermagem, assim
como os processos não intencionais (como a dor enquanto resposta fisiológica, e
outros fatores que a condicionam).
 A ciência de enfermagem transforma-se com os conceitos fundamentais:

 Pessoa
 Saúde CONCEITOS
 Ambiente METAPARADIGMÁTICOS
 Cuidados de enfermagem

Prof. Alcinda
Reis AS ESCOLAS DE PENSAMENTO EM ENFERMAGEM
Teorias percursoras do pensamento em enfermagem já conhecidas:
Teoria Sistémica Teoria Holística Teoria da Adaptação

PARADIGMAS EM QUE SE ALICERÇAM

As grandes Escolas de Pensamento em Enfermagem representam:


 As diferentes formas de ver e de compreender o mundo.
 Os designados “Paradigmas”

No domínio da Enfermagem como ciência, os autores propõem a terminologia


específica de Paradigmas, tendo em conta a sua influência sobre as Conceções de
Enfermagem.

PARADIGMAS DISTINOS:
 Categorização
 Integração
 Transformação
PRMITEM ORGANIZAR:
 Orientações distintas nos cuidados desenvolvidos pelos Enfermeiros.
 Orientações que valorizam mais a Saúde Pública ou a Doença, através da Pessoa
ou da Abertura sobre o Mundo.

AS ESCOLAS DE PENSAMENTO EM ENFERMAGEM


As orientações “fornecidas” pelos diferentes Paradigmas, são vistas ao nível da
Prática Clínica, da Formação, da Investigação e da Gestão, na Enfermagem.

Estas orientações devem ser analisadas tendo em conta os 4 conceitos que


estruturam a Disciplina de Enfermagem:

PARADIGMA DA CATEGORIZAÇÃO
 Os fenómenos são divisíveis em categorias, classes ou grupos distintos. Estes
elementos são considerados “isoláveis” ou manifestações simplificadas dos
fenómenos.
 Considera-se que uma mudança no fenómeno em estudo, resulta de condições
anteriores.
 Os elementos e as relações entre eles são lineares e explicáveis por relações de
“causa-efeito”.
 Na perspetiva deste paradigma, o desenvolvimento dos conhecimentos, visa a
descoberta de leis universais.
 O pensamento dos enfermeiros é orientado para a pesquisa de fatores que
causam doenças.

CUIDADO → é orientado para os problemas, deficits ou incapacidades da Pessoa.


PESSOA → é definida pela soma das suas partes, que começam e acabam sem
“contacto” obrigatório umas com as outras.
SAÚDE → é um estado estável, desejável e positivo; enquanto que a doença é um
estado negativo. Saúde é a ausência de doença.
AMBIENTE → é um elemento externo à Pessoa e separado dela. É considerado
globalmente hostil ao ser humano.

PARADIGMA DA INTEGRAÇÃO
Prolonga o Paradigma da Categorização, reconhecendo os elementos e as
manifestações de um fenómeno, integrados no contexto específico dentro do qual o
fenómeno está a ser considerado.

Este paradigma inspira a orientação do Enfermeiro para a Pessoa.

Reconhece-se na década de 50, uma diferenciação da disciplina de Enfermagem para


além da disciplina médica.

O ENFERMEIRO:
 Avalia as necessidades de ajuda da Pessoa.
 “Age com” a Pessoa, a fim de responder às suas necessidades.
 Planifica e avalia as suas ações em função destas necessidades.
 É um perito que ajuda a Pessoa a escolher os comportamentos de
saúde melhor adaptados ao seu funcionamento pessoal e interpessoal.

CUIDADO → visa a manutenção da saúde da Pessoa em todas as suas dimensões:


física, mental e social.
PESSOA → é um todo formado pela soma das suas partes interligadas: biológica,
psicológica, sociológica, cultural e espiritual; e pode influenciar os fatores que
influenciam a sua saúde.
SAÚDE → é influenciada pelo contexto dentro do qual a Pessoa vive. A Saúde ótima
é possível na ausência de doença
 A Saúde e a doença, são duas entidades distintas que coexistem e estão em
interação dinâmica
AMBIENTE →É constituído por diversos contextos: histórico, social, político, ou
outros – onde a Pessoa vive.
 As interações entre a Pessoa e o Ambiente, fazem-se sob a forma de estímulos
positivos ou negativos, que despoletam reações de adaptação.

PARADIGMA DA TRANSFORMAÇÃO
 O ponto de partida da avaliação em Enfermagem, é a interação de fenómenos
complexos e em constante mudança na Pessoa.
 Cada fenómeno é único .
 Podem existir semelhanças entre eles mas terão sempre um padrão único na sua
estrutura.
 Este padrão único de cada fenómeno resulta da interação recíproca e simultânea
com o mundo que rodeia a Pessoa.
 Este paradigma marca a abertura da Ciência de Enfermagem sobre o mundo.
 É nesta perspetiva paradigmática (abertura sobre o mundo) que a OMS
reconhece e tem visibilidade na Declaração de Alma Ata (1978), a ligação entre
promoção e a proteção da saúde dos povos a par dos progressos no plano social
e económico.
 Sob a perspetiva deste paradigma as pessoas são agentes da sua própria saúde;
são um membro da equipa à semelhança dos profissionais de saúde.

CUIDADO → de Enfermagem, visa manter o bem estar que a própria Pessoa define.
PESSOA →é considerada como um ser único, nas suas múltiplas dimensões; é
indissociável do seu universo.
 A PESSOA é um TODO indissociável, maior e diferente da soma de todas as suas
partes.
 Tem uma forma única de se olhar e relacionar consigo mesma e com o universo.
 Evolui ao longo da sua vida, na procura da qualidade de vida, à medida que
estabelece e procura alcançar as suas prioridades na sua saúde.
SAÚDE →não é um bem que se possua, nem um estado estável ou uma ausência de
doença.
 “É parte integrante da vida do indivíduo, famílias e dos grupos sociais, evoluindo
num ambiente particular”
 É um valor e uma experiência veiculada pela perspetiva da própria Pessoa.
 A experiência da doença faz parte da experiência da saúde!
AMBIENTE → é composto pelo universo no qual a Pessoa é parte. Pessoa e
Ambiente estão em constante mudança, em simultaneidade.
ENFERMEIRO → possui diferentes conhecimentos e dá espaço à forma como a
Pessoa vê a sua saúde e define as suas prioridades.

ESCOLA DAS NECESSIDADES


“O que fazem as enfermeiras?”
 Centra os cuidados na independência da pessoa em satisfazer as suas
necessidades fundamentais
 Na sua capacidade de levar a cabo os seus auto-cuidados

ESCOLA DA INTERAÇÃO
“Como fazem as enfermeiras o que estão a fazer?”
 As teóricas que formam esta escola inspiraram-se nas teorias da integração, da
fenomenologia e do existencialismo.

 centrando o seu interesse nos processos de interação entre uma pessoa que
necessita de ajuda e outra que a pode oferecer;

 com a finalidade de ajudar uma pessoa, a enfermeira deve clarificar os seus


próprios valores e utilizar-se de forma terapêutica

ESCOLA DOS EFEITOS DESEJAVEIS


“Porque é que as enfermeiras fazem o que fazem?”
OBJETIVO DOS CUIDADOS EM ENFERMAGEM :
 Restabelecer um equilíbrio, uma estabilidade, uma homeostasia ou em preservar
a energia, tendo como base as teorias da adaptação e do desenvolvimento, assim
como na teoria geral dos sistemas

ESCOLA DA PROMOÇÃO DA SAÚDE


“O que fazem as enfermeiras?”
 Tem particular interesse em alcançar os comportamentos de promoção da saúde
e em saber qual a sua meta, ou seja, a quem são dirigidos os cuidados.

ESCOLA DO SER HUMANO UNITÁRIO


“A quem são dirigidos os cuidados de Enfermagem?”
 Contexto da orientação da abertura para o mundo e do paradigma da
transformação. As teóricas desta escola tentam responder à pergunta:
 Defende que as enfermeiras devem ter uma visão da pessoa e do todo que a
rodeia. Por outro lado, Rogers evita o conceito de holismo devido a má utilização
que têm feito dele e prefere utilizar o conceito de pessoa unitária
ESCOLA DO CARING
CONCEITOS CENTRAIS → cuidar e cultura.
Contexto de orientação da abertura para o mundo e do paradigma da
transformação.
O caring é formado pelo conjunto de ações que permitem ao enfermeiro, por
exemplo, descobrir de maneira subtil os sinais de melhora ou piora na pessoa.
 Significa também, facilitar e ajudar, respeitando os valores, as
crenças, a forma de vida e a cultura das pessoas

DAS DIFERENTES CONCEÇÕES EM ENFERMAGEM -


AOS CUIDADOS PRESTADOS
Não existe uma única perspetiva da Enfermagem.

NOTA:
 Por exemplo, nos cuidados de enfermagem prestados a um utente no hospital,
após uma intervenção cirúrgica de urgência, podem ser apropriadas várias
perspetivas: os conceitos de Nightingale podem ser utilizados durante a
manipulação do ambiente a fim de fornecer um quarto confortável;
 Hall apresenta uma estrutura de cuidados que salienta o estímulo do doente;
 Henderson e Abdellah apresentam estruturas para o exame e cuidados na fase
imediata pós-anestésica;
 Para Rogers e King, as relações do utente com a família e a comunidade podem
ser mais completamente verificadas, enquanto Orem fornece uma estrutura para
assistir ao utente no regresso ao auto-cuidado total.

Prof. Alcinda TEORIAS PRECURSORAS DO PENSAMENTO EM ENFERMAGEM


Reis
TEORIA SISTÉMICA
SISTEMA

SENTIDO→ É um conjunto de unidades reciprocamente relacionadas com duas


características básicas: o Propósito (ou objetivo) e o Globalismo (ou totalidade).

SIGNIFICADO
Propósito /Objetivo Globalismo /totalidade
conjunto de partes reunidas que
conjunto de elementos em se relacionam entre si formando
interação recíproca uma totalidade
Todo o sistema tem um ou alguns propósitos Todo o sistema tem uma natureza
ou objetivos. As unidades, bem como os orgânica, pela qual a ação que produza
relacionamentos, definem um arranjo queCONCEITOSmudança em uma das unidades do sistema
visa sempre um objetivo ou finalidade a deverá produzir mudanças em todas as
alcançar; suas outras unidades;
conjunto de elementos interdependentes,
um todo organizado ou complexo; um
cujo resultado final é maior do que a
conjunto ou combinação de coisas ou
soma dos resultados que esses elementos
partes, formando um todo complexo ou
teriam caso operassem de maneira isolada
unitário orientado para uma finalidade

NOÇÃO

conjunto em relação recíproca formado por subsistemas em experimenta modificações,


com o ambiente, possuindo uma interação, com uma certa mais ou menos profundas, no
certa autonomia assegurada pelas coerência assegurada por tempo, conservando uma
trocas com o exterior essa independência certa permanência

PRINCÍPIOS QUE REGEM O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA

Princípio da
Princípio da totalidade retroação/causalidade circular auto regulação da equifinalidade

o sistema como um uma mudança em qualquer dos através do equilíbrio de no sistema a influência
conjunto que é mais do seus subsistemas afeta todos os forças de tendência à de uma dada situação é
que a soma das suas outros e o sistema como um homeostase e determinada pelo seu
partes todo, inclusive o 1º subsistema transformação, o impacto na organização
referido, num processo circular sistema sobrevive e do sistema, padrões
em que cada ação desencadeia mantém-se coeso. habituais de interação e
uma reação resposta ao “stress”.

TEORIA HOLÍSTICA

Significa o todo, inteiro, completo

SENTIDO → O holismo, ou a visão holística é uma maneira de ver o mundo, o


Homem e a vida em si como entidades únicas, completas e intimamente associadas
Vê o Homem como um “Todo” dinâmico, em constante interação com o ambiente
SAÚDE → é a Resposta sistémicas à Pessoa ao meio ambiente mantendo e
defendendo o seu todo;
AMBIENTE → refere as alterações internas e externas que estimulam
fisiologicamente os níveis de resposta do organismo;
ENFERMAGEM → refere a ação da enfermeira conservadora, procurando manter
íntegros os mecanismos de defesa biológica fundamentais da pessoa;
O ser humano é um ser holístico em continua interação com o ambiente, num
processo de adaptação que resulta a conservação e manutenção da integridade;

1. Conservação de energia Prevenção do gasto de energia do indivíduo como um todo.


2. Conservação da integridade Enfoca o processo de cura. A cura é a defesa da totalidade Estrutura
estrutural física do individuo
3. Conservação da integridade pessoa O indivíduo como um todo. Necessidades individuais são respeitadas
4. Conservação da integridade social Deriva de fatores éticos do sistema social
PRINCIPOS DE CONSERVAÇÃO

TEORIA DE ADAPTAÇÃO
 As respostas adaptativas são uma função do estímulo que se recebe e do nível de
adaptação;
 Um estímulo é qualquer fator que provoque uma resposta, podendo surgir tanto
do ambiente externo como interno;
 Processo de ajustamento ou modificação do comportamento, ou do
funcionamento para adaptar-se à situação e obter conservação;
 Processo de vida pelo qual as pessoas mantêm a integridade
 Mudança resultante da integração dos seres humanos e de seu ambiente;
 A mudança ocorre como um processo de evolução constante não retornando
nunca ao estado original;
 Resposta positiva aos estímulos internos ou externos;
 Usando os mecanismos biopsicosociais para promover a integridade pessoal;
 Condição da pessoa ou amplitude da capacidade de “enfrentamento” da pessoa;

RESPOSTA ADAPTATIVA
Comportamentos que afetam positivamente a saúde através da promoção da
integridade da pessoa em termos de sobrevivência, crescimento, reprodução e
domínio;
PRESSUPOSTOS
 A pessoa como sistema global adapta-se às modificações ou estímulos sejam eles
estímulos internos do indivíduo ou do ambiente envolvente;
 Cada pessoa é considerada como um total integrado, com componentes
biológicos, psicológicos e sociais e em constante interação com o ambiente;
 Para manter a homeostasia ou integridade, as pessoas têm de responder ou
adaptar se a qualquer mudança, utilizando mecanismos quer inatos quer
adquiridos;
 Cada pessoa tem o que é conhecido por zona de adaptação individual, que se
refere à sua capacidade de resposta a estímulos;
 O âmbito da zona de adaptação é pessoal e varia de pessoa para pessoa;
PESSOA ENQUANTO SISTEMA ADAPTATIVO

Prof. Clara PNS – PROGRAMAS DE SAÚDE 5


André
PLANO NACIONAL DE SAÚDE
OBJETIVOS:

 Compreender a organização do Plano Nacional de Saúde (PNS) e dos


programas que o compõem
 Analisar o Programa Nacional de Vacinação (PNV) e os Programas Prioritários
de saúde, na especificidade da pessoa adulta e idosa

Seminário 2019 – Saúde e objetivos de desenvolvimento sustentável: desafios para uma década -
relatório sumário - Pretende-se assegurar uma estrutura para enfrentar os desafios da próxima
década que ainda persistem no nosso país, como as alterações demográficas e as migrações, a
pobreza, as desigualdades, as iniquidades crescentes e a degradação ambiental, somadas às
consequências da atual crise pandémica.

A saúde é central para o desenvolvimento sustentável: As alterações climáticas são um dos maiores
desafios que a humanidade enfrenta, e Portugal é das áreas do mundo consideradas mais vulneráveis
(Impacto das alterações climáticas na saúde e na segurança alimentar)
O gradiente socioeconómico na distribuição da saúde e da doença - O comportamento humano é
socialmente localizado e desenvolve-se no âmbito de estruturas sociais que estão para lá do indivíduo
- problema de alocação de recursos

NOVO CICLO DE PLANEAMENTO ESTRATÉGICO EM SAÚDE

Alinhado - Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável


Para responder aos desafios da próxima década:
 Alterações demográficas
 As migrações
 A pobreza
 As desigualdades
 As iniquidades crescentes
 A degradação ambiental

Planeamento em saúde e Saúde Sustentável - “Um sistema sustentável de saúde e de prestação de


cuidados é alcançado por meio da prestação de cuidados de alta qualidade e melhoria da saúde das
populações sem esgotar os recursos naturais ou causar graves danos ecológicos.”

Sistema de saúde e de cuidados sustentáveis:

 Setor sustentável da saúde e de cuidados : envolve "ecologizar" o setor

 Cuidados de saúde sustentáveis : envolve trabalhar em todo o sistema de saúde e parceiros para
oferecer cuidados de saúde que oferecem um retorno assente nos 3 pilares da sustentabilidade
(social, económico, ambiente)

Saúde e bem-estar sustentáveis:

 Nível mais elevado da relação entre sustentabilidade e saúde que envolve considerar a
sustentabilidade de tudo o que tem impacto na saúde e no bem-estar

 Corresponde a uma forma sustentável de vida.

”A saúde é central para o desenvolvimento sustentável. Saúde e bem-estar são vistos como um
resultado, um determinante e um facilitador [do alcance] dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável ”.

PLANO NACIONAL DE SAÚDE 2021 – 2030

“Numa saúde que se quer mais equitativa, abrangente e integrada, o PNS reconhece
a complexidade dos determinantes de saúde e visa a inovação na sua abordagem,
tendo em conta as necessidades das próximas gerações” (nota da Direção-Geral da
Saúde).

PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO PNS 2021-2030

a. Segue o modelo lógico do planeamento estratégico em saúde de base


populacional
b. Assenta numa forte base de evidência (inter)nacional
c. Faz, para além de um diagnóstico, alguns
prognósticos de saúde da população, a 2030;
d. Utiliza uma abordagem metodológica mista, que
possibilita a recolha e integração de dados de natureza
quantitativa e qualitativa;
e. Valoriza e integra, quer o processo de identificação de necessidades e
expectativas de saúde, não esquecendo as iniquidades em saúde;
f. Valoriza e integra o contributo dos diferentes Programas de Saúde Nacionais;
g. Orienta-se para a definição conjunta de objetivos e estratégias de saúde
sustentável;
h. Utiliza, ao longo de todas as suas etapas, como elemento- chave facilitador, a
comunicação estratégica em saúde.

PLANEAMENTO EM SAÚDE :
PLANEAMENTO POR PROGRAMAS E PROJETOS
1. Projeto – conjunto de atividades (tarefas) que decorrem num período de tempo
bem delimitado, que visa obter um resultado específico e que contribui para a
execução de um Programa
2. Programa – conjunto de projetos que decorrem num período de tempo bem
delimitado, habitualmente superior ao de um projeto e visa obter um resultado
específico contribuindo para a execução de um plano
3. Plano – é um conjunto de programas e/ou projetos contribuindo para alcançar
os objetivos da instituição

ETAPAS NO PROCESSO DE PLANEAMENTO EM SAÚDE


Diagnóstico de situação

 Problema de saúde – corresponde a um estado de saúde julgado deficiente pelo


indivíduo, pelos profissionais de saúde ou pela coletividade

 Necessidade – exprime a diferença entre o estado atual e aquele que se


pretende atingir. Representa o necessário para remediar o problema
identificado.
 Reais
As Necessidades podem ser:  Sentidas
a) Expressas
b)Não expressas

No Diagnóstico da situação:

1. Identificam-se os problemas;
2. Determinam-se as necessidades
CARACTERÍSTICAS:

 Suficientemente alargado;
 Suficientemente aprofundado;
 Sucinto;
 Corresponder às necessidades do próprio processo de planeamento (da
saúde, da formação, ...)

Organização mono e/ou multidisciplinar - Aspetos a considerar:

 Necessita de uma boa preparação


 Necessita de uma análise sobre a sua pertinência (será́ o melhor meio, neste
momento para recolher a informação?)
 Os dados colhidos devem ser utilizados exclusivamente para fins de planeamento
(estudar necessidades é diferente de avaliar)
 Necessita da criação de um grupo de planeamento do próprio diagnóstico de
situação

PROGRAMA NACIONAL DE VACINAÇÃO

As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que
qualquer tratamento médico.

1965 . 1º programa – levou a uma redução da morbilidade e da mortalidade pelas


doenças infeciosas alvo de vacinação, com os consequentes ganhos em saúde

Contextualização: norma nº018/2020 de 27/09/2020, Programa Nacional de


vacinação
Entidade responsável: DGS

Finalidade: Proteger o individuo e a comunidade controlando, eliminando e


contribuindo para a erradicação de doenças infeciosas

Vacinação :
 Gratuito
 Universal
 Calendário recomendado
 Prescrição universal
 Administrado por enfermeiros
 Aplicado nos centros de saúde e hospitais
 Coordenação DGS
 Financiado pelo orçamento do estado

Intervenção do Enfermeiro da Comunidade no cumprimento do PNV (1)

DIVULGAR INFORMAR MOTIVAR

Intervenção do Enfermeiro da Comunidade no cumprimento do PNV (2)


SESSÃO DE VACINAÇÃO - entrevista com a pessoa/família
- administração das vacinas

Intervenção do Enfermeiro da Comunidade no cumprimento do PNV (3)

 A sessão vacinal deve ser sempre iniciada por uma entrevista com a finalidade de
avaliar a situação de saúde e detetar possíveis contra indicações às vacinas
programadas e as preocupações a ter em cada caso.

Intervenção do Enfermeiro da Comunidade no cumprimento do PNV (4)

 Controlar o estado vacinal da população, Plataforma Nacional de Registo e


Gestão da Vacinação – VACINAS
 Conservação e manutenção das vacinas

VACINAÇÃO CONTRA O TÉTANO E DIFTERIA


Adultos que nunca foram vacinados ou cujo estado vacinal se desconheça, devem
ser vacinados com Três doses de Td

RECOMENDA-SE:
 Intervalo entre 4-6 semanas entre a 1ª dose e a 2ª dose e de 6 a 12 meses entre
a 2ª e a 3ª doses
 Reforços aos 10, 25, 45, 65 anos de idade e, posteriormente, de 10 em 10 anos
Vacinação contra o Tétano e Difteria (2) - IMPORTANTE
Cada mulher em idade fértil deve ter registo de, pelo menos, 3 doses de vacina
contra o tétano antes da 1ªgravidez, fazendo um reforço em cada gravidez,
aquando da vacinação contra a tosse convulsa e continuando com os reforços
previstos no esquema recomendado, ao longo da vida.

Vacina bivalente contra o tétano e a difteria (TD)

VIAJANTES - Vacinação no âmbito do PNV (PNV 2020 - ver p.55-57)

 As Vacinas contra poliomielite (VIP), o sarampo, parotidite epidémica e rubéola


(VASP), e o tétano e difteria (Td) são administradas aos viajantes no âmbito do
PNV, independente da idade.
 Além das vacinas do PNV, também podem ser administradas outras vacinas para
proteção dos viajantes, que não são gratuitas.

TRANSPORTE E ARMANEZAMENTO DE VACINAS


EFICÁCIA DAS VACINAS:

Depende do correto acondicionamento:


 Transporte
 Armazenamento
 Distribuição
 Administração

A Temperatura Afeta: A estabilidade e consequentemente o seu poder de


imunização;

Normas e Orientações Técnicas:


 Proteger todas as vacinas do calor e da luz do sol, com
especial atenção para as vacinas vivas VAR, VASPR e BCG
 As vacinas devem ser armazenadas a temperaturas entre
2°C e 8°C, em caso nenhum a temperatura deve ser inferior
a 0° (não congelar).

Uso de recipientes isotérmicos:


• As vacinas devem ser transportadas em recipientes
isotérmicos, utilizando acumuladores congelados.
• A temperatura deve ser controlada através de termómetro.

Aos profissionais de saúde compete divulgar o programa, motivar as famílias e


aproveitar todas as oportunidades para vacinar as pessoas suscetíveis,
nomeadamente através da identificação e da aproximação a grupos com menor
acessibilidade ao serviço de saúde, de forma a evitar ou diminuir bolsas de
suscetíveis. Norma n° 018/2020 de 27/09/2020

Prof. Clara
André PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
 Doenças crónicas de base alimentar representam já a principal causa de morte
nas sociedades ocidentais
 A obesidade, associada à ingestão alimentar desajustada, atinge cerca de 1
milhão de tugas adultos e a pré-obesidade atinge 3,5 milhões
 A obesidade coexiste com a malnutrição
 Crescimento acentuado dos custos sociais e económicos relacionados com este
tipo de patologias
MISSÃO
Intervenção a nível ambiental : Cidadãos vivam, cresçam, aprendam, trabalhem em
ambientes alimentares saudáveis
Intervenção a nível individual : Cidadãos mais informados e capacitados para
escolhas alimentares saudáveis
Intervenção a nível do sistema saúde : Sistema de saúde com mais respostas e mais
capacitados (alimentação e controlo de obesidade)

ESTRATEGIAS DE INTERVENÇÃO DO PNPAS


Valores e Princípios
1. Proteger e Apoiar  Interdependência
2. Informar e capacitar  Colaboração ação e cooperação
3. Identificar e Cuidar  Transparência e Accountability
4. Monitorizar e Avaliar
 Prevenção
5. Integrar e Articular
 Rigor cientifico e ético
 Equidade
 Evolução e Adaptabilidade
METAS
METAS A CURTO PRAZO
 Reduzir o teor de sal, em pelo menos 10% até 2027, nos alimentos que mais
contribuem para a ingestão de sal na população tuga
 Reduzir o teor de açúcar, em pelo menos 20% até 2027, nos alimentos que mais
contribuem para a ingestão de açúcares livres na população tuga
 Aumentar o conhecimento sobre os princípios da dieta mediterrânica em pelos
menos 20% até 2027

METAS A MÉDIO PRAZO


 Aumentar a percentagem de consumo de pelo menos 400g de fruta e hortícolas
em adultos, crianças e adolescentes até 2030
 Reduzir o consumo de carne processada até 2030.
 Reduzir o consumo de alimentos não saudáveis (alimentos ultraprocessados e
alimentos que não constam na Roda dos Alimentos) até 2030.
 Reduzir o consumo de refrigerantes e outras bebidas açucaradas em crianças e
adolescentes até 2030.
 Reduzir a ingestão de sódio em 30% ate 2030.
 Reduzir a proporção de crianças e adolescentes que apresentam uma ingestão
de açúcares livres superior à recomendação da OMS ($10%6 do valor energético
total) até 2030.
 Aumentar a taxa de aleitamento materno exclusivo ate aos 6 meses para pelo
menos 50% até 2030.
 Aumentar a proporção de utentes do SNS com acesso a, pelo menos, um recurso
de aconselhamento breve para a alimentação saudável, através dos Sistemas de
Informação do SNS, até 2030.

METAS A LONGO PRAZO


 Travar o crescimento e reverter a tendência na prevalência da obesidade em
adultos até 2030
 Reduzir a prevalência do excesso de peso e da obesidade em crianças e
adolescentes em pelo menos 5% até 2030

10 PASSOS PARA A PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL


1. Mais fruta e hortícolas
2. Mais cereais integrais
3. Escolha bem as gorduras (insaturadas, x saturadas e x trans)
4. Mais leguminosas
5. Mais água
6. Menos sal
7. Evite o “lixo alimentar” (porcarias)
8. Refeições com métodos de confeção saudáveis
9. Aprenda a descodificar rótulos
10. Controle o tamanho das suas porções

Sinalizar a discrepância
 Em alternativa à confrontação de perspetivas e valores, a simples reprodução das
expectativas e das ações expressas pelo utente pode ser utilizada para assinalar a
dissonância e contribuir para consciencialização e efetiva mudança
comportamental do individuo.

Contribuir para a perceção de autoeficácia


 Apoiar o utente na seleção de estratégias e de objetivos atingíveis.
 Promover verbalizações de mudança
 Reconhecer e valorizar o mérito dos indivíduos, na aquisição de comportamentos
compatíveis com os seus objetivos

Prof. Clara
André ATIVIDADE FISICA
CONCEITOS

ATIVIDADE FISÍCA - Qualquer movimento corporal produzido pelos músculos


esqueléticos que requeiram gasto de energia - incluindo atividades físicas praticadas
durante o trabalho, jogos, execução de tarefas domésticas, viagens e em atividades
de lazer.
EXERCÍCIO FISÍCO - Subcategoria da atividade física e é planeada, estruturada,
repetitiva e tem como objetivo melhorar ou manter uma ou mais componentes da
condição física.
DESPORTO - Associado ao jogo e à competição, correspondendo ao sistema
organizado de movimentos e técnicas corporais executado no contexto de atividades
competitivas regulamentadas.

DADOS EPIDEMIOLÓGICOS → ATIVIDADE/ INATIVIDADE FISICA


 Em 2010, no mundo, 23 % dos adultos não eram suficientemente ativos.
 Nos países mais desenvolvidos, 26% dos homens e 35% das mulheres não
praticaram exercício físico suficiente.
 O declínio da atividade física deve-se em parte à inação durante o tempo de lazer
e sedentarismo no trabalho e no lar, e o aumento do uso de modos de
transporte "passivos"
 Globalmente, 23% dos adultos e 81% dos adolescentes em idade escolar não são
suficientemente ativos
 As pessoas que não se exercitam o suficiente têm um risco de mortalidade de
20% a 30% maior do que aqueles que são suficientemente ativos
 A inatividade física é um fator de risco importante para as principais doenças não
transmissíveis (como acidente vascular cerebral. diabetes e cancro) associada à
morte prematura de cerca de 5,3 milhões de pessoas por ano, em todo o mundo
 Menos de 25% das crianças e adolescentes, dos 10 aos 17 anos, praticam
atividade física regularmente
 A maioria pratica menos de 1 hora de atividade física por semana
 Há um claro decréscimo da atividade física com o aumento da idade
 60-70% dos tugas raramente ou nunca pratica atividade física ou desportiva nos
tempos de lazer, como natação, treinar num ginásio, ou correr ao ar livre.
 Entre os praticantes, uma elevada % pratica atividade física apenas 1a2x/semana
 Considerando as recomendações atuais, estima-se que apenas cerca de 25% dos
adultos pratica atividade física suficiente para ter claros benefícios na sua saúde.

OBJETIVOS
1. Aumentar a literacia, a valorização e a participação da população relativamente às
diferentes formas de atividade física, desportivas e não-desportivas;
2. Capacitar os profissionais de saúde, e promover alterações estruturais, com vista
generalização da promoção da atividade física nos serviços de saúde;
3. Incentivar ambientes facilitadores de atividade física no lazer, nos transportes, no
trabalho, na escola/universidade e nos demais contextos de vida;
4. Promover a vigilância da atividade física e dos seus determinantes, e a valorização
e reconhecimento das boas práticas na promoção da atividade física.

MISSÃO
 Contribuir na criação, implementação e desenvolvimento de condições para que
todas as pessoas residentes em território nacional reconheçam as vantagens,
para a saúde, de adotarem comportamentos fisicamente ativos e para que todos,
independentemente das suas condições de saúde, económicas, demográficas ou
sociais, tenham a possibilidade de ter um estilo de vida ativo.

Prof. Clara
André Tabagismo
 1 em 2 consumidores que fume regularmente ao longo da vida morrerá por uma
doença associada ao tabaco, perdendo em média 10 anos de esperança de vida.
 Existe uma aceitação social do consumo de tabaco e baixa perceção do risco.
 Há cada vez mais mulheres a fumar
 Muito do consumo inicia-se na adolescência

Cigarro eletrónico – sistema de aquecimento de um liquido por meio de uma


bateria. O aquecimento deste liquido provoca a emissão de um aerossol. Não
contêm tabaco.

 O tabaco mata. Fumar é uma das principais causas evitáveis de doenças crónicas,
perda de qualidade de vida e mortalidade prematura.
 Fumar agrava o risco de diabetes, de tuberculose e de cegueira.
 Fumar reduz a fertilidade e tem graves consequências para a saúde da mulher
grávida, do feto e da criança.
 O fumo ambiental do tabaco tem efeitos nocivos imediatos e a longo prazo, não
existindo um limiar seguro de exposição.
METAS
 Reduzir a prevalência de fumadores na população com >/= 15anos para
menos 17%
 Travar o aumento de consumo de tabaco nas mulheres
 Eliminar a exposição ao fumo ambiental
 Reduzir as desigualdades regionais na prevalência de fumadores, na
população com >/= 15 anos

Eixos estratégicos de intervenção

1. Prevenção da iniciação do consumo, com enfoque nos adolescentes e jovens;


2. Promoção da cessação tabágica, com enfoque nos adultos com menos de 40
anos, nas mulheres grávidas, em pessoas com doenças crónicas ou problemas de
saúde mental, ou pertencentes a grupos populacionais desfavorecidos;
3. Proteção da exposição ao fumo ambiental do tabaco.

Prof. Clara
André
ESTRATÉGIA NACIONAL PARA O ENVELHECIMENTO ATIVO E
SAUDÁVEL
ENVELHECIMENTO ATIVO E SAUDÁVEL é o processo de otimização das
oportunidades para a saúde, participação e segurança, para a melhoria da qualidade
de vida à medida que as pessoas envelhecem bem como o processo de
desenvolvimento e manutenção da capacidade funcional, que contribui para o bem-
estar das pessoas idosas, sendo a capacidade funcional o resultado da interação das
capacidades intrínsecas da pessoa (físicas e mentais) com o meio.
Ativo - refere-se à participação contínua na vida social, económica, cultural,
espiritual e cívica, ou seja, vai muito além da possibilidade de ser física e
profissionalmente ativo.
Envelhecimento ativo é definido como o processo de otimização das oportunidades
para a saúde, participação e segurança, para a melhoria da qualidade de vida à
medida que as pessoas envelhecem

ENVELHECIMENTO ATIVO – CONCEITOS


Abuso das pessoas idosas é " um ato simples ou repetido, ou ausência de atuação
apropriada em qualquer relação em que se tem uma expectativa de confiança, que
causa dano ou angústia a uma pessoa idosa". (De acordo com a rede Internacional
para a Prevenção do Abuso das Pessoas Idosas,
Autonomia é a capacidade percebida para controlar, lidar com as situações e tomar
decisões sobre a vida do dia-a-dia, de acordo com as próprias regras e preferências.
Atividades da vida diária (ADLs) incluem, por exemplo, tomar banho, alimentar-se,
utilizar o WC e andar pela casa
Atividades instrumentais da vida diária (IADLs), incluem atividades como ir às
compras, realizar tarefas domésticas e preparar as refeições.
Determinantes da saúde são os fatores pessoais, sociais, económicos e ambientais
que influenciam a saúde, determinando o estado de saúde dos indivíduos e das
populações. São múltiplos e interagem uns com os outros.

LINHAS ORIENTADORAS – SAÚDE

1. Promoção de Estilos de Vida Saudável e Vigilância da Saúde

 As condições e estilos de vida saudável desde o início da vida são o melhor


investimento para a realização do potencial de saúde
 A promoção de hábitos saudáveis de alimentação e atividade física (…), assim
como a ação multissectorial sobre os fatores sociais, económicos e ambientais
que influenciam a saúde nas várias fases do ciclo de vida.

2. Gestão dos Processos de Co-morbilidade


 A crescente complexidade dos problemas de saúde, e especificamente das
doenças crónicas na população idosas, requer cada vez mais a coordenação de
prestação de cuidados de saúde e cuidados sociais, ou seja, de cuidados
integrados, em continuidade e proximidade, essenciais no cuidado da pessoa
idosa como um todo garantindo eficiência e sustentabilidade dos recursos
disponíveis.

LINHAS ORIENTADORAS – PARTICIPAÇÃO

1. Educação e formação ao longo do ciclo de vida


 São ações essenciais à promoção da participação social da pessoa idosa: ao nível
individual, a promoção da educação e formação ao longo do ciclo de vida,
incluindo estratégias de promoção de literacia em saúde; ao nível contextual, a
criação de ambientes físicos e sociais potenciadores da integração e participação
das pessoas idosas.

2. Criação de ambientes potenciadores da integração e participação


 A proximidade da família e da comunidade possibilita a facilidade de criação de
ambientes de intergeracionalidade, fundados no princípio basilar de que todos
os seus elementos, independentemente da idade e ou grau de dependência, são
cidadãos de pleno direito.
 Criar condições habitacionais para responder às necessidades físicas, psicológicas
e sociais, permitindo que se mantenham autónomos e independentes junto da
família e dos amigos é imperativo

LINHAS ORIENTADORAS - SEGURANÇA

1. Criação de ambientes físicos que garantam a segurança


 Os ambientes físicos exercem um forte impacto na segurança das pessoas idosas,
sendo importante que estejam adaptados à suas necessidades e limitações para
viabilizarem o aumento da sua capacidade funcional e, em simultâneo, a
prevenção de riscos, como quedas, atropelamentos e outros acidentes, e o
socorro rápido quando necessário.

2. Identificação, sinalização e suporte em situação de vulnerabilidade


 Promoção de uma imagem positiva das pessoas idosas
 Garantir a segurança

LINHAS ORIENTADORAS - MEDIÇÃO, MONOTORIZAÇÃO E INVESTIGAÇÃO

 A investigação é essencial para o estabelecimento de políticas e intervenções


baseadas na evidência científica.

IMPLEMENTAÇÃO, MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO

 A implementação da ENEAS carece do envolvimento de muitas instituições do


setor público, privado e, social e solidário, nomeadamente, dos ministérios das
Finanças, Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e Saúde
 Prevê-se a definição participada de prioridades e de planos de ação aos níveis
nacional, regional e local, em articulação com os diversos stakeholders, num
trabalho intersectorial.

MÉTODO CIENTÍFICO EM EMFERMAGEM 1


Prof. Alcinda PROCESSO DE ENFERMAGEM
Reis

 A prática profissional de Enfermagem é por natureza interpessoal


 Reconhecendo a importância e o resultado do relacionamento do profissional de
Enfermagem com a Pessoa de quem cuida, os Enfermeiros usam esse
conhecimento em CADA FASE do PE
 Constitui a essência da prática profissional de Enfermagem
 Os enfermeiros entendem os seres humanos como um todo; sabem que as
pessoas reagem como seres inteiros – o que acontece num parte da mente ou
corpo afeta a Pessoa como uma entidade total
 O PE é definido como uma atividade intelectual deliberada, por meio da qual a
prática profissional de enfermagem é desenvolvida de forma ordenada e
sistemática Atividade , estado ou condição de fu
 O PE foi desenvolvido como um método específico de começar, modificar, agir
aplicação de uma abordagem científica/de solução de Intelectual , racional, inteligente, lóg
problemas à prática de enfermagem Deliberada , cautelosa, pensada, inte
Ordenada , ajuste metódico, eficient
Sistemática , intencional, relativo à
 É uma abordagem de solução de problemas que são específicos à Enfermagem e
às pessoas de quem os Enfermeiros cuidam
 Na Enfermagem o foco dos cuidados pode ser a Pessoa (individualmente), a
Família ou a Comunidade
 A forma de os cuidar baseia-se SEMPRE no PE
 O PE também oferece um meio para avaliação da qualidade dos cuidados
proporcionados pelos enfermeiros
 Para uma utilização eficiente do PE, os enfermeiros precisam conhecer e
mobilizar as teorias de enfermagem, biológicas, físicas, do comportamento...
 Só assim estabelecem o fundamento para a tomada de decisões, julgamento,
relações interpessoais e procedimentos que desenvolvem

PROCESSO DE ENFERMAGEM (OE, 2011)


Artigo 6.º Domínio da Prestação e Gestão de Cuidados
1. As competências do enfermeiro de cuidados gerais no domínio da prestação e
gestão de cuidados são:
a) Atua de acordo com os fundamentos da prestação e gestão de cuidados;
b) Contribui para a promoção da saúde;
c) Utiliza o Processo de Enfermagem

1º AVALIAÇÃO
SUBFASES:
a) Colheita dos dados
b) Análise dos dados

• A colheita e a análise dos dados são relativos à Pessoa em dado momento;


• Deve iniciar o PE e leva SEMPRE a um Diagnóstico de Enfermagem;
• A avaliação tem que ser sistemática e ordenada de dados pertencentes ao estado
de saúde da pessoa
• Uma avaliação insuficiente ou incorreta leva a um Diagnóstico incorreto!
• A correção e sistematização dos dados colhidas permite:
 Uma recuperação adequada da Pessoa em contexto de cuidados;
 A utilização de dados para investigação em Enfermagem;
NOTA:
Deve incluir obrigatoriamente:
*Observáveis, mensuráveis, comprováveis
pelo profissional de saúde (ex: valor da
 Dados Biográficos
Frequência Cardíaca)
 Histórico de saúde (incluindo familiar e social)
** Verbalizados pela pessoa (ex: descrição
 Dados (objetivos* e subjetivos**)
de uma dor)
Após a colheita de dados (1ª subetapa da Avaliação), o Enfermeiro avança para a
subetapa análise de dados:

 O Enfº examina os dados obtidos por forma a identificar e comparar uns dados
com os outros
 Os dados analisados sugerem problemas de saúde Reais ou Potenciais
 Para fazer esta análise o Enfº utiliza o seu conhecimento das várias teorias e
conceitos para agrupar os dados colhidos
 Os Diagnósticos de Enfermagem (DE) são uma consequência dos agrupamentos
de dados que evidenciam relações, fazem sentido e levam a um conclusão lógica
 A identificação de lacunas nos dados ocorre na análise, para se garantir que foi
colhida toda a informação importante para o DE

2º DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
 Decorre da avaliação feita pelo enfº
 É a identificação das respostas humanas e limitação de recursos da pessoa a
cuidar
 É definido com o objetivo de identificar e direcionar os Cuidados de Enfermagem
 A formulação do Diagnóstico identifica o problema de saúde real (voltado para o
presente) ou potencial (voltado para o futuro), ou uma deficiência ou uma
preocupação da Pessoa, que podem ser que podem ser INFLUENCIADOS por
ações de ENFERMAGEM
 Os DE são consequências das inferências feitas pelo Enfº , tendo como base os
conceitos e as teorias de Enfermagem. MÉTODO CIENTÍFICO EM ENFERMAGEM
 Uma vez identificados os DE, devem ser listados por ordem de prioridade
 O estabelecimento desta prioridade, deve levar em conta a opinião do Enfº e
também a da Pessoa
 Esta prioridade é estabelecida de acordo com a avaliação que o Enfº faz do GRAU
DE AMEAÇA ao NÍVEL DE BEM ESTAR da Pessoa a cuidar
 O Enfº baseia-se na sua experiência profissional anterior e no conhecimento
científico das necessidades e funções do ser humano

3º PLANEAMENTO
 O Plano para estabelecer Cuidados de Enfermagem – designado PLANO de
CUIDADOS, pode ser descrito como: o conjunto das ações que têm que ser feitas
pelo Enfº, para ajudar a Pessoa naquele momento da sua vida.
 O Planeamento envolve: o estabelecimento MÚTUO de objetivos, o julgamento
de prioridades e a definição de estratégias para a resolução dos problemas
Inclui as seguintes fases:
 Definição de objetivos (considerando o fator “tempo” para os alcançar)
 Definição de diagnósticos
 Definição das ações/intervenções do Enfº para cada um dos DE

Em suma:
 O Plano de Cuidados é um meio de resolução de problemas , alcançando
objetivos de maneira ordenada
 Permite ao Enfº organizar-se, dando direção e sentido às ações de Enfermagem,
em conjunto com a Pessoa/família
 Como as condições de Saúde da Pessoa estão em constante transformação, o
Plano de Cuidados tem sempre que refletir essas mudanças

4º IMPLEMENTAÇÃO
 Refere-se à ação ou conjunto de “ações” (também designadas “intervenções”)
iniciadas de modo a atingir metas e objetivos
 É a colocação do Plano de Cuidados em ação
 As crenças que os Enfermeiros e as Pessoas/família têm sobre o processo de
saúde e doença, influenciam a definição das ações prescritas e a serem colocadas
em prática
 Se cada Pessoa é única as INTERVENÇÕES terão que refletir essa singularidade!

5º EVOLUÇÃO
 Pode ser definida como as mudanças obtidas pela Pessoa cuidada, após a
intervenção profissional do Enfermeiro
 A evolução pode levar à REAVALIAÇÃO, despoletando um novo início do PE!
 As principais questões que o Enfermeiro coloca nesta fase são:
 As metas e os objetivos foram atingidos?
 Houve modificações identificáveis na saúde da Pessoa?

PROCESSO DE ENFERMAGEM
1º fase - AVALIAÇÃO 2º fase – 3º fase – 4º fase – 5º fase -
DIAGNÓSTICO DE PLANEAMENTO IMPLPLEMENTAÇÃO EVOLUÇÃO
ENFERMAGEM
Subfases: Objetivo: identificar Estabelecimento de Inicio da intervenção São as
 Colheita de dados e direcionar os um conjunto de ou das intervenções mudanças
 Análise de dados cuidados de ações, objetivos e definidas com o obtidas pela
enfermagem. metas feitas pelo objetivo de atingir as Pessoa
Leva sempre a um enfermeiro em metas e os objetivos cuidada após a
diagnostico de É estabelecida uma conjunto com a delineados. ação do
enfermagem; lista de prioridades Pessoa de modo a enfermeiro.
tendo sempre em ajudá-la naquele
Inclui obrigatoriamente: conta a opinião do momento.
 Dados biográficos; enfermeiro e da
 Dados históricos de Pessoa.
saúde, incluindo
familiares e sociais;
 Dados objetivos e
subjetivos.

CONCEÇÕES EM EMFERMAGEM 1
Prof. Alcinda
Reis
TEORIA DAS NECESSIDADES FUNDAMENTAIS DE VÍRGINIA
HENDERSON
FUNÇÕES exclusivas dos ENFERMEIROS coloca as seguintes questões (cuja resposta
esteve na base do desenvolvimento da sua Teoria):
a) Em que consiste a prática de Enfermagem?
b) Que funções específicas são executadas pelos enfermeiros?
c) Que atividades são peculiares à Enfermagem?

FUNÇÕES DOS ENFERMEIROS

 A função única do ENFERMEIRO é assistir o indivíduo, doente ou são, na


realização daquelas atividades que contribuem para a SAÚDE ou a sua
recuperação (ou para a morte tranquila) que ele realizaria sem auxílio se para tal
tivesse a força a vontade e o conhecimento necessários.
 O Enfº deve fazer isto de modo a ajudar a Pessoa a conquistar a independência
tão rapidamente quanto possível.
 Para Henderson, a Pessoa é a figura central dos cuidados de enfermagem e o
enfermeiro deve ajudá-la a tornar-se independente na satisfação das suas
necessidades o mais cedo possível
 Entende por NECESSIDADE o requisito ou exigência para o equilíbrio da saúde da
Pessoa e não a falta.
ÁREAS DISCIPLINARES EM ENFERMAGEM

 Necessidades humanas fundamentais (inspirada nas NHB de Maslow)


 Biofisiologia (importância da fisiologia e dos seus equilíbrios na tomada de
decisão em Enfermagem)
 Cultura (como influenciadora das necessidades humanas; aprendida na família e
nos grupos sociais que o Enfº deve conhecer e mobilizar para o bem estar da
pessoa)
 Interação-comunicação (considera que a sensibilidade é essencial à comunicação
não verbal, para estimular a expressão das sensações)
 FOCO DA TEORIA : Necessidades Básicas
 CONCEITOS META PARADIGMA NOTA:
Homem→ Indivíduos com necessidades humanas com De certa forma, pode-se encarar esse
significado e valor singular a cada pessoa conjunto de conceitos como uma “TEORIA
Saúde→ Capacidade para satisfazer as necessidades DE MÉDIO ALCANCE”, uma vez que
humanas (Físicas, Psicológicas e Sociais) orientam a prática de Enfermagem,
Ambiente→ Cenário em que o indivíduo aprende tendo-se constituído esta uma meta
padrões singulares de vida principal para Henderson
Enfermagem→ Assistência temporária a um indivíduo
que possua dificuldades para satisfazer uma ou mais necessidades básicas

CONCEÇÃO DE HENDERSON

 A hierarquia das necessidades humanas básicas de Maslow, adapta-se bem aos


14 componentes que VH definiu.
 Os primeiros nove constituem necessidades fisiológicas e de segurança.
 Os cinco restantes tratam da necessidade de amor e de pertinência, de apreço
social e de auto realização.

COMPONENTES:
 Respirar normalmente;
 Comer e beber apropriadamente;
 Eliminar as impurezas corporais;
 Mover-se e manter posturas corretas;
 Dormir e descansar;
 Vestir-se e despir-se, selecionando vestuário adequado;
 Manter a temperatura corporal, adaptando o vestuário e modificando o
ambiente;
 Manter a higiene e a proteção da pele;
 Evitar perigos ambientais e impedir que prejudiquem os outros;
 Comunicar com os outros, expressando emoções, necessidades, receios e
opiniões;
 Fazer o seu culto de acordo com a sua fé;
 Trabalhar de forma a obter realização;
 Praticar desporto ou participar em diferentes atividades recreativas;
 Aprender, descobrir ou satisfazer a curiosidade que conduz ao desenvolvimento
normal e à saúde, utilizando os meios disponíveis.

ACERCA DA ENFERMAGEM E DOS ENFERMEIROS


 A função ímpar do profissional de enfermagem é prestar assistência ao indivíduo,
doente ou não, na realização daquelas atividades que contribuem para a saúde
ou sua recuperação (ou a uma morte em paz), atividades essas que ele realizaria
sem auxílio, caso tivesse a força, a vontade e o conhecimento necessários.
 E fazer isso dessa maneira é auxiliá-lo a obter independência, tão rápido quanto
possível.
 O Enfº pode ser PARCEIRO, AUXILIAR ou SUBSTITUTO quando cuida da Pessoa.
 Cuidado individualizado → é consequência da criatividade do Enfº, no
planeamento dos cuidados.
 Espera-se que o Enfº aperfeiçoe continuamente os cuidados à Pessoa , fazendo
uso dos resultados da pesquisa em Enfermagem

PRESSUPOSTOS:
 Tanto o enfermeiro como a pessoa valorizam a independência sobre a
dependência;
 A saúde tem um significado social bem como um significado individual;
 Toda a pessoa tende a alcançar o mais alto nível de saúde ou, na sua
impossibilidade, uma morte serena;
 Quando a pessoa tem conhecimento, força e/ou vontade tende a alcançar a
saúde;
 Tanto a pessoa como o enfermeiro devem definir objetivos congruentes
 Os cuidados de enfermagem devem basear-se na satisfação de 14 necessidades
básicas;
 O enfermeiro deve ter em conta o plano terapêutico prescrito pelo médico ao
definir os objetivos dos cuidados;
 A prática profissional do enfermeiro deve basear-se nos contributos gerados pela
investigação em Enfermagem/conhecimentos.
 Sendo que a satisfação de qualquer uma delas é diferente de pessoa para
pessoa, variando com os FATORES PSICOLÓGICOS, SOCIAIS E CULTURAIS e com a
sua própria perceção de “correto” ou “normal”.

TRÊS POSTULADOS (são o suporte teórico e científico do modelo conceptual):

1. Cada pessoa quer e esforça-se por conseguir independência (entende-se por


independência a capacidade da pessoa em satisfazer por si mesma as suas
necessidades básicas, de acordo com a idade, etapa de desenvolvimento e
situação);
2. Cada pessoa é um todo completo com necessidades fundamentais;
3. Quando uma necessidade não está satisfeita, a pessoa não é um todo completo
e independente (entende-se por dependência a ausência, inadequação ou
insuficiência na satisfação no todo ou em parte das 14 necessidades básicas).

ETAPAS DO MÉTODO CIENTÍFICO (PE) DE ACORDO COM OS 14 COMPONENTES DA


TEORIA DE HENDERSON

 O PE como a aplicação da abordagem lógica à solução de 1/+ problemas


identificados.
 Refere que os passos a seguir são os do Método Científico:

1) Avaliação de Enfermagem
2) Diagnóstico de Enfermagem
3) Plano de Enfermagem
4) Implementação de Enfermagem
5) Evolução de Enfermagem

ELEMENTOS DA CONCEÇÃO E ENFERMAGEM

1. Finalidade dos Cuidados → o restabelecimento da independência da pessoa ou


a sua conservação de forma a que ela possa responder ás suas necessidades.
2. Papel do Enfermeiro→ deve substituir na pessoa o que lhe falta para que ela
seja independente e completa.

3. Fonte de Dificuldade→ será a falta de força física, vontade ou conhecimento da


pessoa doente. Estes três aspectos constituem individualmente problemas sobre
os quais a enfermeira tem de agir.
4. Intervenção→ o centro de intervenção ou ação do enfermeiro não é mais do
que o ponto em que a pessoa é dependente. A atenção do enfermeiro deve
incidir sobre o que falta à pessoa para que esta possa responder ás necessidades
afetadas.
5. Modos de intervenção→ o enfermeiro dispõe dos seguintes modos de
intervenção: substituir, completar, reforçar, aumentar. O objetivo é tornar a
pessoa mais completa com a finalidade de a tornar independente.
6. Resultado esperado→ a consequência da atividade profissional é o aumento de
independência. Este aumento vai da simples melhoria da pessoa à recuperação
total.

MEDIDAS DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO EM SAÚDE 2


Prof. Gina
Marques PRECAUÇÕES BÁSICAS NOS CUIDADOS DE SAÚDE
 Higienização das mãos; Lavagem ou fricção alcoólica – para proteger o doente e
profissional de saúde

 Uso racional das barreiras protetoras, adaptadas aos procedimentos;

 Isolamento - colocação dos doentes, conforme a cadeia epidemiológica da


infeção;

 Controlo ambiental: ambiente, material, resíduos, roupas, alimentação,


desinfestação, transporte de doentes;

 Prevenção dos acidentes por picada/corte e encaminhamento pós exposição e


programa de vacinação.

 Com a Pandemia por COVID-19, aperfeiçoamos a higiene das mãos e a etiqueta


respiratória, integrando estes hábitos no nosso quotidiano,

 TODOS devem entender a real importância das mesmas, para a autoproteção, e


para a proteção dos seus e da comunidade - é um dever de cidadania.

 Consolidar e melhorar a literacia em saúde dos Cidadãos e dos Profissionais de


Saúde.

Luvas (e Higiene das mãos):


 O uso de luvas obriga à higienização prévia das mãos (não substitui a
necessidade de higienizar as mãos)
 Após o uso / entre a troca de luvas deve higienizar sempre as mãos
 Devem ser usadas luvas apenas quando indicado
 O seu uso inadequado torna-se um risco acrescido de transmissão d
microrganismos

Proteção dos olhos e face:


 Para proteger mucosas oculares nasal e oral de salpicos de fluidos, secreções ou
líquidos potencialmente contaminados
 Existem diferentes tipos de máscaras a selecionar de acordo com a cadeia
epidemiológica da infeção
Respirador:
 Selecione a classe de respirador
Máscara:
(P1 ou P2)
 Colocar sobre o nariz, boca e queixo
 Coloque sobre o nariz, boca e
 Ajuste a banda flexível à cana do nariz
queixo
 Prenda-a à cabeça com os atilhos ou elásticos
 Ajuste a banda flexível à cana do
 Ajuste-a à face
nariz
 Prenda-o à cabeça com os
Avental:
elásticos
 Ajuste-o bem à face
 Realize o teste de ajuste – inspire
(o respirador deverá colapsar) e
expire (verifique se há fugas)
 Para proteger a pele e a farda em procedimentos que
geram salpicos, humidade e/ou contaminação excessiva
 Deve ser impermeável
 Retirar as luvas antes de retirar o avental
 Higienizar as mãos após retirar o avental

PRECAÇÕES BÁSICAS

1. Higienização das mãos Lavagem ou fricção alcoólica


2. Uso racional das barreiras protetoras, adaptadas aos procedimentos
(referidas em cima)
3. Isolamento de doentes – colocação dos doentes, conforme a cadeia de
infeção ou epidemiológica da infeção ou de transmissão
4. Controlo ambiental: ambiente, material, resíduos, roupas, alimentação,
desinfestação, transporte de doentes
Limitar a contaminação do ambiente para evitar a transmissão de micro-
organismos. A manutenção de temperatura, humidade e ventilação ótimos
na unidade do doente é importante. Separar os circuitos de roupa de cama
suja e limpa. A roupa limpa é condicionada em armários fechados. As
prateleiras devem ser de material que suporte a limpeza e desinfeção.
Manusear com o mínimo de agitação a roupa suja – prevenir a transferência
de microrganismos para pessoas e ambiente. Tratamento de roupa usada, de
acordo coma norma da instituição. Toda a roupa usada deve ser considerara
como contaminada e manuseada com cuidado de forma a não contaminar o
ambiente ou o fardamento. Os sacos com roupa devem ser colocados num
local apropriado e fechado, ou abrigo do color, bem ventilado e inacessível a
crianças e animais.
5. Controlo de resíduos – 1) resíduos equiparados a urbanos, 2) resíduos
hospitalares não perigosos, 3) resíduos hospitalares de risco biológico, 4)
resíduos hospitalares específicos
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA E NÍVEIS DE PREVENÇÃO EM
Prof. Gina
Marques
SAÚDE
EPIDEMIOLOGIA

 Ciência que estuda a distribuição da doença nas populações,


 Os fatores que influenciam ou que determinam essa distribuição (dinâmica de
distribuição das doenças),
 Estuda os fatores causais,
 Estuda os métodos de prevenção e controle.

HOSPEDEIRO - Organismo simples ou complexo, incluindo o homem, que é capaz de


ser infetado por um agente específico.
* fatores genéticos, estado nutricional, idade, sexo, status imunológico *fatores envolventes

AGENTE - Entidade biológica, física ou química capaz de causar doença.


* dose infetante, tempo de exposição, local de entrada, multiplicação
AMBIENTE - todos os elementos que são externos ao hospedeiro. Estes afetam tanto
os agentes como os hospedeiros e podem aumentar ou diminuir a probabilidade de
contrair a doença. Físicos, biológicos, socioeconómicos,
* condições climáticas e socioeconómico culturais

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA (HND)

 Conjunto de processos interativos que criam estímulo patológico no meio


ambiente, passando pela resposta do homem ao estímulo, até às alterações
que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte
 É o decurso da doença, desde o início até a sua resolução, sem intervenção
humana, nos indivíduos e nos grupos populacionais.

PREVENÇÃO EM SAÚDE

• “Ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural da doença a fim


de tornar improvável seu progresso.” (Leavelle e Clark,1976)

• Deverá permitir promover a saúde e responsabilizar o indivíduo em relação à


mesma.

PERÍODO PRÉ-PATOGÊNICO

Prevenção Primordial – Conjunto de atividades que visam a saúde e bem-estar geral


das pessoas e populações

ESTRATÉGIAS: Envolve condições habitacionais adequadas, escolas, lazer,


alimentação adequada, educação, emprego, saneamento básico...

Prevenção Primária – Conjunto de atividades que visam evitar ou remover a


exposição de um indivíduo ou de uma população a um fator de risco ou causal antes
que se desenvolva um mecanismo patológico ex. programas de vacinação e
imunização de doenças transmissíveis

ESTRATÉGIAS: Proteção específica, imunização, higiene pessoal e do lar, saúde


ocupacional, aconselhamento genético, prevenção de acidentes, controle de
vetores, exames pré-natal

PERÍODO PATOGÊNICO

Prevenção Secundária – Ações de deteção de um problema de saúde num indivíduo


ou numa população numa fase precoce, para condicionar favoravelmente a sua
evolução. Diagnóstico Precoce. A finalidade é reduzir a mortalidade ou a morbilidade
devido a uma determinada doença num grupo rastreado

ESTRATÉGIAS: Inquéritos para identificação de casos de doença e padrões


alimentares na comunidade; Exames periódicos, individuais, para deteção precoce
de casos, eventualmente ligados a comportamentos, estilos de vida; Isolamento para
evitar a propagação de doenças; Tratamento para evitar a progressão da doença;

Prevenção Terciária – tratamento (e controlo) das doenças crónicas. Reabilitação e


reintegração precoces e da potenciação da capacidade funcional remanescente dos
indivíduos, visa impedir a incapacidade total/reabilitar comportamentos, reeducar

ESTRATÉGIAS: Reabilitação, fisioterapia, terapia ocupacional

Prevenção Quaternária – Tem em vista prevenir o sofrimento – “evitar ou atenuar o


excesso de intervencionismo médico”

Prevenção Quinquenária – prevenção do burnout e/ou evicção os erros médicos.


Visa a melhoria da qualidade dos cuidados prestados aos utentes, sobretudo com
foco no cuidador, de onde emergem os cuidados.

DATAS IMPORTANTES

 1988 – Instituído o Projeto de controlo de infeção


 1999 – substituído pelo Despacho do Diretor Geral da Saúde de 14 de Maio que
cria o Programa Nacional de Controlo da Infeção associada aos cuidados de
saúde.
 2007 – Despacho Ministerial n.o 14178/2007 - Criação de comissões de controlo
de infeção nas unidades públicas de prestação de cuidados de saúde ...
 Despacho n.o 2903/2013 - criação do Programa Prevenção e Controlo de
Infeções e Resistências aos Antimicrobianos (PPCIRA), resultante da fusão do
Programa Nacional de Controlo de Infeção (PNCI) com o Programa Nacional de
Prevenção das Resistências aos Antimicrobianos (PNPRA)

 Em 2022 - O PPCIRA, é um Programa de Saúde Prioritário Direcção-Geral da


Saúde (Departamento de Qualidade e Segurança)

Objetivos:

 Redução da frequência de Infeção Associada a Cuidados de Saúde,


 A promoção de um uso adequado dos antimicrobianos e
 A diminuição da taxa de microrganismos com resistência a
antimicrobianos

CADEIA DE INFEÇÃO
Conter na fonte,
Proteger/modificar o risco Bloquear/eliminar
do hospedeiro reservatórios
Bloquear a passagem de
colonização a infeção

Bloquear as vias
de transmissão

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DA INFEÇÃO

HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL (FATORES) – Idade, Estado Imunitário, Doennça Crónica,


Má Nutrição, Cirurgia, Queimaduras, Antibióticos, esteróides, quimioterapia,
Radiações, Procedimentos invasivos

AGENTE CAUSAL – Bactérias, Vírus, Fungos, Rickettsiae, Protozoários, Helmintos

RESERVATÓRIO – Animado e Inanimado

PORTAS DE ENTRADA/SAÍDA -Vias aéreas respiratórias, Sistema GI, Sistema


geniturinário, Pele/Mucosas, Sangue, Pela Placenta

MODO DE TRANSMISSÃO – Contacto: direto e indireto; por gotículas; Via aérea: por
vetor

PRINCIPAIS VIAS DE TRANSMISSÃO DOS MICRORGANISMOS


PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÕES E DE RESISTÊNCIA AOS
ANTIMICROBIANOS

1. Reduzir o consumo de antibióticos


2. Manter taxa de Klebsiella pneuminiae
3. Reduzir prevalência adquirida em hospitais
4. Reduzir prevalência adquirida em cuidados continuados

O CORPO NO CUIDAR EM ENFERMAGEM 1


Prof. Gina
Marques
O CORPO NO CUIDAR EM ENFERMAGEM
 O ser humano tem diferentes conceções sobre o seu corpo, dependendo do
meio em que se encontra:
 O tempo, Que influenciam a conceção de
 A cultura na qual foi criado saúde, de doença, de cuidados

 A relação que se tem com o corpo não é igual à relação que se tem com qualquer
outra matéria
 O corpo para além de ser matéria tem também um significado humano, o corpo
é a expressão do próprio sujeito

PRESPETIVAS
O corpo objeto, sujeito e vivido:

O CORPO OBJETIVO
 A perspetiva biomédica sobre a pessoa nos cuidados de saúd
O CORPO SUJEITO
 A pessoa é um ser corporal que experiencia a realidade, ou seja, tem uma visão
de mundo
 Não é o corpo mero objeto, mas um corpo/sujeito, há uma total interligação/
sobreposição entre corpo e consciência tornando a pessoa em algo uno: CORPO
E MENTE
 O corpo-sujeito é o que está na realidade e que tem a capacidade de
experienciar a si mesmo e ao mundo
 O mundo, são as coisas que aparecem à pessoa, ela tem a capacidade de
experienciar e de ver os fenómenos sempre da sua própria perspetiva “ é
verdade que o mundo é o que vemos e que, contudo, precisamos aprender a vê-
lo”

O CORPO VIVIDO
 A experiência humana é vivenciada através do corpo humano, habitado por uma
consciência.
 O corpo nunca é apenas um corpo, o corpo é sempre um corpo vivido, e, em
constante construção
 Ter em conta a vivência da experiência da pessoa que vive a experiência de
saúde ou alteração desta, é o que está em causa, é ter em conta tudo aquilo que
rodeia/ envolve a pessoa: a cultura, os afetos, o tempo, as relações sociais...
 É esse movimento que rompe com a noção de corpo-objeto.
 É a pessoa que pelo seu corpo tem a capacidade de experienciar a si mesmo e o
mundo
 No cuidado de enfermagem deve pensar-se o corpo como algo importante mas
não como fim, pois, há a necessidade de perceber como capta o mundo no qual
o corpo/sujeito está inserido e apreender ou percebe a realidade, do seu mundo
vivido.

O CORPO NO CUIDAR EM ENFERMAGEM


 O mundo-vivo é a fonte para o conhecimento, é a partir das experiências vividas
que atribuímos sentido aos acontecimentos.
 É pela ação que nos expressamos e a ação é corporal.
 Há em nós um único movimento fundindo o ser e o agir
 Corporeidade exige o abandono do entendimento do corpo como um objeto.
“Corporeidade é a ideia de vivenciar o seu corpo, de ter um corpo vivenciado.” O
sentido da corporeidade evidencia-se quando o uso do corpo ultrapassa o nível
biológico, o nível dos instintos, chegando à criação de um mundo simbólico, de
significados.
 Não é compreender a pessoa pela compreensão das funções do seu corpo, pois
no seu corpo habita a sua pessoa, os seus órgãos os seus sentidos, as suas
relações, as suas ideias e sentimentos
Cuidar - Cuidar não é saber, mas aprender com a experiência física e psíquica da
pessoa (Bastiani, 2018). É a consciência do corpo e da corporeidade que orienta a
prática de enfermagem no cuidar.

 As experiências da pessoa nos cuidados de saúde não podem ser abordadas com
base apenas na avaliação objetiva, o que toma o corpo como seu objeto, mas
deve considerar o comportamento e os sentimentos da pessoa
 Acompanhar alguém no cuidar não é para fazê-la aderir à ideia de bem-estar de
outrem, não é retirar a sua autonomia ao contrário, baseia-se na autonomia, na
responsabilidade, para o sucesso como para o fracasso
 Cuidar sem se substituir, estimulando a responsabilidade por si e a consciência
do seu próprio corpo, descreve uma atitude de acompanhar e não substituir.
 A procura do consentimento no cuidado não é uma simples norma que protege a
prática de enfermagem, mas baseia-se na responsabilidade da pessoa para si
mesmo
 É um meio formal de devolver a todos a sua responsabilidade e autonomia sobre
o próprio corpo.

PARADIGMA DA TRANSFORMAÇÃO
 Cuidar da pessoa é mediado pelo corpo, que exige respeito pelos princípios
éticos e deontológicos da profissão desde logo pela exigência de respeito pela
pessoa na sua individualidade e privacidade
SAÚDE → é um valor e uma experiência veiculada pela perspetiva da própria Pessoa.
 A experiência da doença faz parte da experiência da saúde!
AMBIENTE → é composto pelo universo no qual a Pessoa é parte.
 Pessoa e Ambiente estão em constante mudança, em simultaneidade.

A MÃO
Reveladora de atitude → fechada e aberta
Órgão de prevenção → põe-se a mão à frente quando se cai
Órgão de contacto → a mão designa, aponta visa, nomeia, palpa e explora as coisas
Órgão do acolhimento → pedir a mão de sua filha

O ROSTO E O OLHAR
 Ser homem é dar-se a ver é ser visual → deu á luz
 O rosto é a primeira apresentação do eu, ver alguém é essencialmente ver a sua
fisionomia.
 O rosto é identidade → é através dele que os outros me conhecem
 O rosto transfigura-se → à uma mudança da alegria à tristeza... mas para além
de revelar também esconde. “ quem vê caras não vê corações”
 No rosto destaca-se o olhar com a sua reciprocidade e intencionalidade o olhar
entre mãe e filho, o olhar do sedutor, “o teu olhar não engana”
 Alguns dos processos físicos do corpo não podem ser auto controlados
 O corpo é o meio de contacto com o mundo. É através dele que o mundo existe
para a pessoa
 Os sentimentos de amor, alegria, confiança, bondade revelam-se expressam-se
através do corpo
 O corpo é sempre um corpo situado no tempo e no espaço. É a marca da vida da
pessoa no presente mas também do seu passado e de certa forma do seu futuro
 O enfermeiro possui uma autorização social e legal para tocar, manusear e expor
o corpo do outro.
 O manuseamento, a observação determinam um poder sobre o corpo das
pessoas.
 Ao mesmo tempo, produz um saber sobre esse corpo, que através dos registos
passa a ser do domínio de toda a equipa.
 O enfermeiro quando cuida e há necessidade absoluta de expor o corpo da
pessoa, é necessário não esquecer que para a pessoa é o seu corpo, a exposição
do mesmo, a sua intimidade, a sua nudez que está em causa.

PROMOÇÃO DA SAÚDE E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE AO LONGO DA VIDA 4


Prof. Ana
Spínola
TEORIAS DE APRENDIZAGEM
OBJETIVO:
Caraterizar a educação da pessoa à luz de 3 teorias de aprendizagem:
1. Andragogia de Knowles
2. Aprendizagem Transformativa de Mezirow
3. Pedagogia de Paulo Freire
1. ANDRAGOGIA DE KNOWLES – “A arte e a ciência de ajudar os adultos a
aprender”

Pedagogia = Ciência e arte de educar crianças

CONTRASTE DE 2 MODELOS ENSINO/APRENDIZAGEM


Criança Adulto
 Personalidade independente (habituado a autodirigir-se)
 Personalidade dependente (tem dificuldade em tolerar que outros definam objetivos
 Experiência reduzida em seu lugar, bem como metodologias, processos de
avaliação...)
 Aprende centrando-se nos conteúdos
 Larga experiência (Aprendizagem deve ser fundada sobre a
 Motivada extrinsecamente experiência da pessoa adulta, devendo ser encarada como
 Ensina-se com técnicas de transmissão o principal recurso a mobilizar)
 Aprende centrando-se nos problemas
 Motivado intrinsecamente
 Ensina-se com técnicas de participação e descoberta
 Pessoas mais motivadas para aprender por via da independência, outras por
via da conformidade
 A motivação extrínseca pode ser utilizada para estimular a intrínseca

Knowles enuncia 5 pressupostos:

1. Os adultos são personalidades autodirigidas


2. Os adultos possuem um capital considerável de experiências;
3. A disponibilidade para aprender polariza-se nas tarefas do desenvolvimento;
4. A orientação para aprender vai no sentido da resolução dos seus problemas;
5. Os adultos são motivados intrinsecamente para aprender

SALIENTA-SE:

 Enorme impacto sobre a educação de adultos

 Centrada no processo de aprendizagem

 Corrente Humanista

 Abordagem centrada na Pessoa.

Marcos na trajetória do desenvolvimento – “momentos didáticos especiais”

PAPEL DO EDUCADOR: Facilitador e orientador

ATITUDES DO EDUCADOR: respeito, empatia, ajuda, compreensão, recurso para a


aprendizagem
A atitude Pedagógica realista será... “Não interagir com as crianças como sendo
adultos nem com os adultos sendo crianças”

2. APRENDIZAGEM TRANSFORMATIVA DE MEZIROW

 Especifica da Aprendizagem do adulto


 Válida para todas as culturas é Universal
 Não se trata de novos conhecimentos “adicionados” aos já existentes
 Não se trata de aprender sob novos esquemas conceptuais

Teoria 2º a qual os nossos esquemas de sentido (esquemas e perspetivas de


significado) são transformados

PERSPETIVAS DE SIGNIFICADO
 Um conjunto de pressupostos, hábitos mentais, expectativas habituais que nos
predispõem a perceber o mundo e a reagir de determinada maneira
 Uma estrutura de postulados psico-culturais no contexto dos quais uma nova
experiência é assimilada e transformada pela nossa experiência passada
 São formadas inconscientemente e acriticamente, nomeadamente na infância
 São maneiras de perceber a realidade, mas em geral são distorcidas e
enviesadas

A educação tem como função essencial a modificação das perspetivas de


significados, para perspetivas mais inclusivas, abrangentes diferenciadas e
permeáveis.

TRANSFORMAÇÕES DE PRESPETIVAS
Processo pelo qual tomamos consciência critica da forma como certos pressupostos,
hábitos mentais (...) condicionam a maneira como vemos as coisas e como nos
vemos a nós próprios.
REFLEXÃO CRÍTICA
Dimensão crucial na aprendizagem dos adultos

Pressupostos assimilados de forma não crítica, podem distorcer os nossos modos de


conhecer. O que implica:
Reflexão = análise crítica

Na vida real não existem aprendizagens puras, mas sim uma simultaneidade de
várias aprendizagens

Em Síntese a teoria da aprendizagem Transformativa de Mezirow:

Abrange e enriquece o conceito de aprendizagem no sentido de que aquela não é


apenas uma mudança de comportamentos mas também um mudança de
consciência.
3. Pedagogia de Paulo Freire (1921-1997)

A sua pedagogia tem sido conhecida como Pedagogia do Oprimido, pedagogia da


Liberdade, Pedagogia da Esperança

PEDAGOGIA
 A base é o diálogo libertador e não o monólogo opressivo do educador sobre o
educando
 Na relação educador/educando faz-se com que este aprenda a aprender

EDUCAÇÃO
 Não pode ser um depósito de informações do educador sobre o educando
 Deve respeitar a linguagem, cultura e história de vida dos educandos
 Deve conduzir aqueles à tomada de consciência da realidade que os envolve, e a
discuti-la criticamente
 Os conteúdos não poderão ser desvinculados da vida
 Todas as pessoas estão imersas numa cultura e cabe ao educador fazer a ponte
entre essa cultura e os novos conhecimentos para que estes sejam efetivamente
construídos
 “ A leitura do mundo precede a leitura da palavra”
 A realidade vivida é a base para qualquer construção de conhecimento

EDUCAÇÃO DE ADULTOS
 Motivação para aprender à medida em que as suas necessidades e interesses
são satisfeitos
 Orientação de aprendizagem está centrada na vida; por isso são as situações
de vida que organizam essa aprendizagem;
 A experiência é o ponto de partida: o centro das metodologias em educação
de adultos é a análise das experiências.
 Têm uma profunda necessidade de serem autodirigidos; não basta transmitir-
lhes conhecimento e depois avaliá-los.
 As diferenças individuais: a educação de adultos deve considerar as
diferenças de estilo, tempo, lugar e ritmo de aprendizagem.

RELAÇÃO PSICO-PEDAGÓGICA COM O ADULTO

 O adulto é dotado de maior ou menor consciência crítica, o que determina a sua


postura proativa ou reativa;
 Partilhar experiências é fundamental para o adulto, tanto para reforçar as suas
crenças, como para influenciar as atitudes dos outros;
 A relação com o adulto deve ser baseada na interação, numa linha proativa.
 A negociação com o adulto é a chave para a sua motivação;
 O adulto é o agente de sua aprendizagem, é quem deve decidir sobre o que
aprender;
 Aprender significa adquirir: Conhecimento - Habilidade - Atitude; O processo de
aprendizagem implica aquisição incondicional e total desses 3 elementos.

 Os assuntos devem ser discutidos e vivenciados, numa linha de reflexão/ ação

 Colocar o adulto num plano inferior de dependência, reforça o seu


comportamento reativo;

 O processo de "Educação Bancária" – “depositador de conhecimentos” - cria uma


relação de opressão, que pode influenciar, negativamente, o modelo cognitivo
do indivíduo para a vida inteira.

QUE CARACTERÍSTICAS DEVERÁ TER A INFORMAÇÃO EM MATÉRIA DE SAÚDE?

 Credível
 Isenta
 Baseada em evidência
 Desprovida de juízos morais ou de valor
 Como apoio nas decisões ao longo da vida, nas várias etapas e dificuldades

Contribuir para que cada pessoa seja capaz de autogerir a sua saúde

NUMA PERSPETIVA DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE, O ENFEERMEIRO DEVERÁ !!

 Garantir condições de acesso à informação;


 Promover a capacidade de compreensão e leitura crítica da informação
disponível;
 Possibilitar a melhor forma de a utilizar

Desenvolver processos de literacia em Saúde

“Ninguém sabe tudo assim como ninguém ignora tudo. O saber começa com a
consciência de saber pouco ... É sabendo que se sabe pouco que uma pessoa se
prepara para saber mais... O homem, como um ser histórico, inserido num
permanente movimento de procura, faz e refaz permanentemente o seu saber. “
Paulo Freire

Prof. Ana
Spínola
INTRODUÇÃO À LITERACIA EM SAÚDE
PROMOÇÃO DA SAÚDE E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
 Reconhece a saúde e o bem estar como essenciais para alcançar o
desenvolvimento sustentável.
 Reafirma a saúde como um direito universal, um objetivo social compartilhado e
uma prioridade política para todos os países.
 Oferece caminhos para acelerar a ação dos países, com compromissos
específicos
Boa Governança Cidades Saudáveis Literacia em saúde
DECLARAÇÃO DE XANGAI SOBRE PROMOÇÃO DA SAÚDE - 2016
 Destaca a necessidade de as pessoas poderem controlar sua própria saúde - de
estarem em posição de escolherem um estilo de vida saudável
Literacia em saúde → desenvolvimento de estratégias promotoras da consciência
dos cidadãos sobre como viver de forma mais saudável, além de aumentar suas
habilidades para controlar sua própria saúde e suas determinantes
 Compromissos relacionados à governança incluem a proteção da saúde por meio
de políticas públicas, fortalecimento da legislação, regulamentação e tributação
de produtos não saudáveis e implementação de políticas fiscais para permitir
novos investimentos em saúde e bem-estar.

Entender as Doenças Crônicas Não Transmissíveis como uma epidemia


industrial, causada por indústrias que produzem produtos e atividades não
saudáveis: bebidas alcoólicas, tabaco, alimentos e bebidas açucaradas, etc.

PLANO DE AÇÃO PARA A LITERACIA EM SAÚDE 2019-2021


 Melhoria dos níveis de Literacia em Saúde, como um desafio da Saúde Pública
em Portugal;
 Estratégias, iniciativas, projetos e atividades;
 OBJETIVO → adotar estilos de vida saudável (contexto diário);
 A alimentação emerge como uma das áreas prioritárias.Identificar as medidas e
ações relacionadas com a Literacia em Saúde
 Excerto 1 - O que é Literacia em Saúde; Literacia em Saúde em Portugal; Literacia
em Saúde no Ciclo de Vida (pág. 6 e 7 do documento)

LITERACIA EM SAÚDE
 “Competências cognitivas e sociais e a capacidade da pessoa para aceder,
compreender e utilizar informação por forma a promover e a manter uma boa
saúde”.
 Engloba o conhecimento individual, motivação e competências no acesso,
compreensão, avaliação e aplicação da informação em saúde, permitindo a
capacidade crítica e de decisão no quotidiano e em assuntos relacionados com
cuidados de saúde, prevenção da doença e promoção da saúde e que permite a
manutenção ou melhoria da qualidade de vida

MODELO CONCEPTUAL PARA A CONCEÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DA LITERACIA


EM SAÚDE
Em relação a determinados estilos de
vida (alimentação, atividade física,
tabagismo, álcool, comportamento
sexual), gestão de doença crónica
ACEDER/ OBTER

Promoção da saúde Promoção da doença


 Capacidade do cidadão para se atualizar,  Capacidade de acesso a informação
encontrar informações … ; sobre fatores de risco
 Aceder a informação sobre linhas orientadoras
relativas a …; Cuidados de saúde
 Capacidade de atualização sobre questões de  Capacidade de acesso a informação
saúde relacionada com problemas médicos ou
clínicos

COMPREENDER

Promoção da saúde Promoção da doença


 Capacidade de compreensão da informação  Capacidade de compreensão dos fatores
relacionada com a saúde e do seu significado de risco e do seu significado
 Interpretar a informação contida em rótulos
alimentares Compreender a necessidade de uma Cuidados de saúde
adequada ingestão de alimentos e/ou líquidos  Capacidade de compreensão da
antes da prática de atividade física informação médica e do seu significado

APRECIAR/ JULGAR/ AVALIAR

Promoção da saúde Promoção da doença


 Capacidade de interpretação e de avaliação de  Capacidade de interpretação e de
informações sobre questões relacionadas com a avaliação de informações relacionadas
saúde com os fatores de risco

Cuidados de saúde
 Capacidade de interpretação e de
avaliação de informações médicas

APLICAR / UTILIZAR

Promoção da saúde Promoção da doença


 Capacidade de formar uma opinião consciente  Capacidade de julgar a relevância das
sobre questões de saúde informações sobre fatores de risco
 Identificar que as escolhas e decisões tomadas no
imediato têm impacto e repercussões a curto e Cuidados de saúde
médio prazo na saúde e no projeto de vida.  Capacidade de tomar decisões informadas
Analisar as consequências de cada decisão. sobre questões médicas
ENQUADRAMENRO NORMATIVO-LEGAL DO PAPEL DO ENFERMEIRO COMO
EDUCADOR

 Artigo 5.º Os cuidados de enfermagem são


caracterizados por: (…) 4) Englobarem, (…) as seguintes
formas de atuação: (…) (…) Orientar e supervisar,
transmitindo informação ao utente que vise mudança de
comportamento para a aquisição de estilos de vida
saudáveis (…)

 Artigo 9.º Intervenções dos enfermeiros (…) - Consideram-se autónomas as


ações realizadas pelos enfermeiros, sob sua única e exclusiva iniciativa e
responsabilidade, (…) seja na prestação de cuidados, na gestão, no ensino, na
formação ou na assessoria, com os contributos na investigação em enfermagem.

1. Conteúdo funcional da categoria de enfermeiro (…) plena autonomia técnico-


científica, nomeadamente, quanto a:

b) Realizar intervenções de enfermagem requeridas pelo indivíduo, família e


comunidade, no âmbito da promoção de saúde(…)

f) Desenvolver métodos de trabalho com vista à melhor utilização dos meios,


promovendo a circulação de informação, bem como a qualidade e a eficiência;

EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

 Toda a atividade intencional conducente a


aprendizagens relacionadas com a saúde e
doença (…) produzindo mudanças no
conhecimento e compreensão e nas formas
de pensar
PLANO DE AÇÃO PARA A LITERACIA EM SAÚDE 2019-2021
 Identificar as medidas e ações relacionadas com a Literacia em Saúde
 Excerto 2 - Prioridades e Objetivos (pág. 10 a 12 do documento)
Objetivo Geral 1 (O1) → Adotar estilos de vida saudável (contexto diário)
Objetivo Geral 2 (O2) → Capacitar para a utilização adequada (Sistema de Saúde)
Objetivo Geral 3 (O3) → Promover o bem-estar (na doença crónica)

MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE LITERACIA EM SAÚDE - CAPACITAÇÃO DOS


PROFISSIONAIS DE SAÚDE (DGS, 2019)

 Conhecer estratégias de interação e de comunicação efetivas no processo de


transmissão de informação
 Excerto 3 - A literacia em saúde e modelos de literacia (pág. 8 a 12 do
documento)

FUNCIONAL – Competências básicas em leitura e escrita necessárias para um


funcionamento eficaz em contexto de saúde
INTERATIVA – Literacia cognitiva mais avançada e competências sociais para uma
participação ativa nos cuidados de saúde.
MEDIÁTICA – Capacidade de avaliar criticamente mensagens dos media
CRITICAS – Capacidade de analisar e usar criticamente informações para participar
em ações que superem barreiras estruturais à saúde.
FUNDAMNETAL – Competências e estratégias envolvidas na leitura, fala, escrita e
interpretação de números.
CIENTÍFICA – Níveis de competência com ciência e tecnologia de números.
CÍVICA – Competências que permitem aos cidadãos tomar consciências de questões
públicas e de se envolverem no processo de tomada de decisão de números.
CULTURAL – Capacidade de reconhecer e usar crenças coletivas, costumes, visão do
mundo e identidade social para interpretar e atuar em informações de saúde.

3 FATORES DE CONHECIMENTO RELACIONADOS COM UM BAIXO NÍVEL DE


LITERACIA EM SAÚDE

Aumento do nº de
internamentos

Maior procura e
Baixo nível de Diminuição da
utilização dos serviços
literacia em saúde qualidade de vida
de urgência
das pessoas
Menor preocupação e
ação para a prevenção
da doença e promoção
da saúde
PROCESSO DE PLANEAMENTO:
Facilitar o acesso a informação – Sessões Psicoeducativas

Prof. Ana
Spínola PLANEAMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Manual de boas práticas de literacia em saúde – Capacitação dos profissionais de
Saúde (DGS, 2019)

PLANEAMENTO DE ENSINO APRENDIZAGEM

 Planear é “antecipar mentalmente uma ação ou um conjunto de ações a serem


realizadas, é agir de acordo como o previsto”

 “Planear não é apenas algo que se faz antes de agir, é também agir em função
daquilo que se pensa”. Vasconcelos
(2000)
CONHECIMENTO DA REALIDADE
População Alvo Meio Formador
Indivíduo, turma, grupo... Escolar, comunitário... Pessoa, profissional
DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS
 Metas traçadas, o que se pretende alcançar
 A sua formulação está diretamente relacionada à seleção de conteúdos
Classificação:
 Nível de especificação – geral, especifico
 Domínio – cognitivo, afetivo, psicomotor

SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS


Conteúdos:
 Conhecimento, saber sistematizado
 Hábitos, atitudes, valores e convicções
Seleção: objetivos propostos
Organização Sequencial:
 Logicidade
 Gradualidade
 Continuidade
Integração
SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
Procedimentos:
 O que se faz para alcançar os objetivos propostos
 Métodos/técnicas aplicados à situação
Critérios
 Objetivos
 Natureza da aprendizagem e conteúdos
Classificação
 Procedimentos de ensino gerais e de ensino especiais

SELEÇÃO DE RECURSOS
Natureza:
 Humanos: formador, formando, comunidade (pessoas, família, grupos...)
 Materiais: do ambiente escolar, da comunidade

SELEÇÃO DE PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO


Critérios (adequação):
 Aos objetivos
 Aos conteúdos e procedimentos
 Às modalidades de avaliação (diagnóstica, formativa e somativa)
Tipos e Técnicas e Instrumentos:
 Observação
 Entrevistas e questionários
 Provas orais e/ou escritas
 Jogo pedagógico

ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE ENSINO


Características
 Coerência
 Sequência
 Flexibilidade
 Precisão
 Objetividade

PROMOÇÃO DA LITERACIA EM SAÚDE

 Desenvolver capacidades pessoais

 Aumentar o controlo das pessoas sobre sua saúde


 Aumentar a sua capacidade para procurarem informação e assumirem
responsabilidades

RECOMENDAÇÕES PARA APROMOÇÃO DA LITERACIA EM SAÚDE EM PT

 Diversificar as estratégias, modos de comunicação e de informação

 Reconhecer a diversidade de perfis sociais e de níveis de competências em


Literacia em Saúde das pessoas

 Diversificar as estratégias, modos de comunicação e de informação

Foco ao nível:
 Individual – competências pessoais específicas e resultados esperados
 Coletivo – resultados esperados em relação a um grupo (turma, família...)

FATORES DETERMINANTES DA LITERACIA EM SAÚDE

MÉTODOS E MEIOS PROMOTORES DA LITERACIA EM SAÚDE

 Diferentes contextos do quotidiano das pessoas


 Disponibilizar informações de saúde ajustadas aos contextos
 Ferramentas que facilitem a interpretação da informação.

1. Utilizar boas práticas de LS em toda a comunicação verbal, escrita e visual


 linguagem simples
 formatos legíveis
 informação clara e concisa
 validação de materiais/ clareza da mensagem

2. Investir em diferentes recursos


 comunidade rural
 nível socio económico
 nível escolaridade

5. Aumentar e melhorar os recursos centrados na pessoa


 consciência e acesso a recursos
 espaços privilegiados pessoalmente, telefone, on-line
7. Desenvolvimento profissional
 utilizar métodos comprovados de avaliação da compreensão da pessoa
 comprovar que as pessoas compreendem as informações transmitidas e as
vantagens e desvantagens associadas.

8. Tecnologias|ferramentas digitais
 informações no momento, no local
 vários formatos/necessidades
 imagens, modelos, cartazes…

Prof. Ana OBJETIVOS PEDAGÓGICOS


Spínola OBJETIVOS DA SESSÃO LETIVA
Pretende-se que cada estudante, após a abordagem desta temática, esteja apto a:
 Referir os elementos constituintes de um objetivo específico
 Hierarquizar objetivos 2º os domínios do saber
 Redigir objetivos pedagógicos em termos operacionais

Principais funções dos objetivos:


 São fatores de clarificação de toda a formação
 Servem de guia da ação pedagógica
 Servem de critérios para a escolha dos métodos, técnicas, recursos...
 Fornecem referências e critérios para a avaliação
 São um meio de comunicação com objetivos bem definidos, o formador sabe o
que pedir aos formandos, estes sabem o que se espera deles
 São fator de maior objetividade nas avaliações, introduzem na formação uma
componente de objetividade que garante um controlo de aprendizagem mais
correto e justo
 OBJETIVO GERAL: é um enunciados que descreve os resultados esperados
Objetivos gerais:
 Visam as competências a adquirir
 Expressam os resultados esperados
 Situam-se ao nível da realização das ações
 Não são diretamente observáveis ex. compreender

Principais funções do objetivo específico

 Expressa os Comportamentos Esperados no termo de uma ação de formação ou


de um conjunto de Atividades de Aprendizagem e situa-se ao nível das
capacidades a desenvolver

 Resulta da decomposição de um objetivo geral em aspetos mais restritos, e


corresponde a capacidades mais elementares, que integram as capacidades
mais complexas visadas pelo objetivo geral
 Devem ser operacionais – indicar claramente e em termos de comportamento
diretamente observável, o que o formando deverá ser capaz de fazer no final da
formação, em que condições o fará e por que critérios será avaliado

Objetivos específicos :
 Visam capacidades a desenvolver
 Expressam comportamentos esperados
 São sempre formulados em termos operacionais
 Diretamente observáveis/mensuráveis
Regras de um objetivo específico:
 O sujeito da frase é sempre o formando
 O verbo deve ser de ação, que expresse um comportamento observável
(tempo verbal infinito)

Comportamento final: ação observável que o estudante desempenha ao alcançar


objetivo. Descrição do comportamento final que pode ser observado

Condição: situação sob a qual o comportamento será demonstrado

Critério: evidencia que vai ser aceite como garantia de que o objeto proposto foi
atingido, Padrão satisfatório de desempenho

Em síntese:
 Cada objetivo deve conter apenas uma ideia
 Evitar verbos que dêm lugar a múltiplas interpretações
 Cada objetivo deve conter apenas um comportamento observável
 Objetivos específicos: tantos quantos os necessários para integrar todos os
conteúdos a avaliar
TAXOMIA DE BLOOM (2010)
3 domínios: COGNITIVO (saber), AFETIVO (saber ser), PSICOMOTOR (saber fazer)

Domínio Cognitivo
 Domínio da atividade intelectual ou mental
 Envolve conhecimento e aptidões intelectuais
 Domínio do conhecimento e do pensamento
 Evidencia o saber e a forma como este se manifesta

6 níveis:
1. Lembrar, recordar, enumerar, definir, descrever, listar, identificar, reconhecer,
reproduzir, enunciar, designar
 Requer memorização
 Explicitar a informação que memorizou
 Identificar e reproduzir ideias e conteúdos
 Selecionar uma determinada informação
 Apropriar-se de informações sobre factos, datas, conceitos, teorias,
métodos, classificações, lugares, regras, critérios

2. Entender, explicar, discutir, generalizar, inferir, interpretar, selecionar, classificar,


converter, traduzir, relacionar, redefinir, reescrever, codificar, ilustrar, traduzir
 Entender a informação ou o facto
 Apreender o seu significado
 Utilizar a informação em contextos diferentes
 Estabelecer uma conexão entre “o novo” e o conhecimento
previamente adquirido. Reproduzir a informação com as suas “próprias
palavras”

3. Aplicar, modificar, construir, demonstrar, deduzir, resolver, utilizar, prever,


escolher, preparar, produzir, mostrar, ilustrar, programar
 Aplicar o conhecimento em situações concretas
 Transferir conhecimento de situações conhecidas para novas situações
de aprendizagem
 Aplicar um conhecimento numa situação nova

4. Analisar, comparar, calcular, diferenciar, distinguir, discriminar, inferir, priorizar,


esquematizar, questionar, atribuir, categorizar, organizar, relacionar
 Identificar áreas do conhecimento e as suas inter-relações
 Decompor os elementos de uma mensagem ou informação para a sua
compreensão
 Dividir a informação em partes (i)relevantes e +/- importantes
 Entender a inter-relação existente entre as partes

5. Avaliar, qualificar, apreciar, criticar, defender, concluir, detetar, estimar, julgar,


selecionar, verificar, comparar, contrastar, justificar
 Realizar julgamentos baseados em critérios e padrões qualitativos e
quantitativos ou de eficiência e eficácia

6. Criar, conceber, projetar, generalizar, delinear, planear, estruturar, formular


 Gerar uma nova visão, solução, estrutura ou modelo utilizando
conhecimentos e habilidades previamente adquiridos
 Desenvolver ideias novas e originais
 Percecionar a interdisciplinaridade e a interdependência de conceitos

Domínio Afetivo
 Objetivos ligados a comportamentos, atitudes, responsabilidade, respeito,
emoção, valores
 Respostas a nível pessoal e emotivo
 Envolve categorias ligadas ao desenvolvimento da área emocional e afetiva
5 níveis:
1. Recetividade, descrever, destacar, escolher, identificar, localizar, perguntar,
responder, seguir, selecionar
 Predisposição para ouvir o outro, tomar consciência e prestar atenção
aos estímulos fornecidos
 Dar-se conta de factos
 Atenção seletiva

2. Resposta, atender, adaptar-se, ajudar, apresentar, desempenhar, participar, ler,


reportar, escolher, dizer
 Aderir ou rejeitar as atividades propostas
 Envolver-se (participar)na aprendizagem
 Responder a estímulos
 Apresentar e questionar ideias e conceitos
 Seguir regras

3. Valorização, adotar, aproximar, completar, defender, demonstrar, diferenciar,


dividir, explicar, seguir, justificar, compartilhar
 Atribuir valor às aprendizagens, assumindo atitudes que poderão estar
na base de um sistema de valores

4. Organização, adaptar, alterar, aderir, combinar, comparar, concordar, defender,


formular, generalizar, integrar, modificar, ordenar, organizar
 Atribuir prioridades a valores
 Resolver conflitos entre valores
 Criar e interiorizar um sistema de valores próprio

5. Categorização, agir, cooperar, influenciar, modificar, ouvir, propor, exibir,


resolver, verificar
 Adotar um sistema de valores
 Praticar esse sistema de valores
 Capacidade de gerir de uma forma coerente e previsível, de acordo
com o sistema de valores, ou filosofia coerente

Domínio Psicomotor
 Domínio das atividades motora ou manipulativas
 Envolve aptidões ao nível da motricidade e da manipulação de objetos
 Domínio da ação
 Relacionado a habilidades físicas específicas
 Para ascender a uma nova categoria, é preciso ter obtido um desempenho
adequado na anterior

4 níveis:
1. Reproduzir, observar, demonstrar, replicar, repetir
2. Manipular
 Abrange movimentos básicos e fundamentais de manipulação de objetos

3. Articular
 Refere-se às aptidões percetivas que são conduzidas ao cérebro para
interpretação

4. Automatizar
 Movimentos aperfeiçoados
 Tornar-se perito num procedimentos
 Manipular corretamente as pinças
 Habilidades físicas mais complexas (flexibilidade, agilidade)
 Movimentos que pela sua complexidade exigem treino, aprendizagem
 Associar capacidades de comunicação não verbal

CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Conhecer os 3 níveis taxonómicos permite ao formados diversificar as
atividades de formação para aproveitar as potencialidades dos formandos
 Existem verbos comuns a diferentes níveis de objetos: a utilização de um
verbo não identifica só por si a classificação de um objetivo num
determinados nível
 É o contexto do comportamento que se pretende atingir que o situa a um
certo nível
AVALIAÇÃO
 Referir os elementos constituintes de um objetivo específico
 Hierarquizar objetivos 2º os domínios do saber
 Redigir objetivos pedagógicos em termos operacionais

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