Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
em PRECEPTORIA EM SAÚDE
Princípios e diretrizes
no Sistema Único de Saúde
RESUMO
2
EMENTA
Definição do Sistema Único de Saúde. Apresentação dos princípios
doutrinários. Apresentação das diretrizes organizativas. Aspectos
sócio-históricos da constituição do SUS. Regulamentação do SUS.
Papel do profissional de saúde no SUS. Formação de profissionais de
saúde no SUS e para o SUS.
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Apresentar de maneira crítico-reflexiva o histórico de cons-
tituição do SUS, seus princípios doutrinários, diretrizes
organizativas e o papel dos trabalhadores da saúde na for-
mação dos profissionais de saúde no SUS e para o SUS.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Discutir, conceitualmente, o que é o SUS e seus
princípios ético-legais, ressaltando a importância do
processo de conformação e consolidação política do SUS
e o papel do profissional de saúde.
3
CONTEÚDO
UNIDADE 1: SISTEMA ÚNICO
DE SAÚDE: HISTÓRICO,
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
AULA 1: O que é o SUS?
5
situação problema
6
UNIDADE 1:
SISTEMA ÚNICO
DE SAÚDE: HISTÓRICO,
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES
AULA 1 - O que é o SUS?
A GRANDEZA DO SUS
E A GRANDEZA QUE
EXISTE EM VOCÊ!
O que faz o SUS e os profissionais de saúde se encantarem e se interes-
sarem por qualquer ambiente de trabalho é você! Sim, você, eu, nós!
8
Existem diferentes tipos de sistemas de saúde, a saber:
9
econômicos, sociais, culturais, bioecológicos e uma visão abrangente e
integrada das ações e serviços de saúde (VASCONCELOS; PASCHE, 2009).
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS
E DIRETRIZES ORGANIZATIVAS
No infográfico a seguir, será possível observar os princípios doutrinários
do Sistema Único de Saúde.
Infográfico 1
11
Assim, segundo Vasconcelos e Pasche (2009, p. 538), o SUS tem como
objetivo principal: “[...] formular e implementar a política nacional de
saúde destinada a promover condições de vida saudável, a prevenir os
riscos, doenças e agravos à saúde da população, e assegurar o acesso
equitativo ao conjunto dos serviços assistenciais para garantir atenção
integral à saúde”.
Mais de 90% dos recursos do orçamento da União para a saúde são trans-
feridos de forma automática e regular, em parcelas mensais, para cus-
teio das ações e serviços de saúde. Esses repasses ocorrem por meio de
transferências fundo a fundo, realizadas pelo Fundo Nacional de Saúde
(FNS) diretamente para os estados, Distrito Federal e municípios, ou pelo
Fundo Estadual de Saúde aos municípios, de forma regular e automática,
propiciando que gestores estaduais e municipais contem com recursos
previamente pactuados, no devido tempo, para o cumprimento de sua
programação de ações e serviços de saúde (VASCONCELOS; PASCHE, 2009).
12
Este pacto refere-se a um conjunto de reformas institucionais do SUS
pactuado entre as três esferas de governo e se apresenta em três dimen-
sões: o Pacto pela Vida, o Pacto em Defesa do SUS e o Pacto de Gestão.
De maneira geral, esse pacto tem como objetivo promover a melhoria
dos serviços ofertados à população e a garantia de acesso a todos, na
busca por um sistema público de saúde com mais qualidade. É, assim,
um pacto interfederativo, um novo pacto de gestão, a fim de estancar a
crise na forma de financiamento do SUS. Financiamento feito em blocos,
dando relevância à regionalização em:
a) atenção básica;
b) atenção de média e alta complexidade;
c) vigilância em saúde;
d) assistência farmacêutica;
e) gestão do SUS.
Para refletir
13
ii) Um segundo ponto é sobre o término dos blocos de financiamen-
to. A transferência de recursos federais a estados e municípios pode
provocar deslocamento de recursos da atenção básica para procedi-
mentos de média e alta complexidade. Soma-se a isso o agravamento
do subfinanciamento do SUS provocado pela política econômica de aus-
teridade fiscal, que se expressa no congelamento do teto dos gastos
públicos nos próximos 20 anos (EC95/2016).
Você acredita que essa mudança pode afetar sua prática profissional?
De que maneira esse impacto seria percebido? Outros níveis de atenção
possuem competências para realizar esse tipo de trabalho no qual Dona
Helena faz parte?
iii) E, por fim, o terceiro ponto diz respeito à criação de planos populares
de saúde suplementares, vinculados ao capital financeiro internacional
para oferta de ações de atenção básica em larga escala à população de
menor condição socioeconômica. Além da captura de clientela e de pro-
fissionais do SUS para uma Atenção Primária seletiva, de baixa qualidade
e pouco resolutiva.
SAIBA MAIS
14
AULA 2 - Aspectos
sócio-históricos da
constituição do SUS
INTRODUÇÃO
Na aula passada, estudamos o que é o SUS, sua grandiosidade enquanto
sistema nacional de saúde e como parte desse sistema tem impacto na
vida de pessoas como Dona Helena.
Vamos lá?
15
A nossa linha do tempo vai conter três grandes fases, as quais estão
descritas resumidamente.
Linha do Tempo
Vídeo 1
16
AULA 3 - O alcance dos
princípios e diretrizes:
a preceptoria como
uma prática consciente
no SUS
Na aula que finaliza este módulo, você será convidado a refletir de que
maneira o SUS, enquanto Política Nacional de Saúde, com seus princípios e
diretrizes fazem parte da sua vida cotidiana, como profissional e cidadão, e
impacta na vida da população atendida. Para isso, compreender como nos
inserimos nos contextos sociais dos quais fazemos parte é fundamental.
O SUS é norteado pela busca por equidade e pela luta contra as desi-
gualdades sociais. Foi a partir desse processo histórico que Dona Helena,
personagem em nossa situação-problema, teve a possibilidade de ter
acesso a um serviço universal com ações de prevenção de doenças e de
promoção da saúde que incluem: disponibilização de medicação; acesso a
consultas de enfermagem e médica; participação em grupos de educação
em saúde; vacinas, entre outros serviços. Além de poder acessar, caso seja
necessário, serviços de média e de alta complexidade.
Você, como profissional, de uma maneira ou de outra, faz parte dessa com-
plexa rede de serviços que se comunicam, se complementam. Enquanto
profissional, é importante que o trabalho interprofissional seja entendido
como uma das prerrogativas estratégicas para dar conta da fragmentação
da assistência, caracterizada, muitas vezes, pela centralidade nas ações
dos atos médicos e medicalizadores em serviços especializados.
17
apropriando do trabalho em equipe para a assistência e também para a
preceptoria de estudantes, residentes e colegas de trabalho.
18
As equipes multiprofissionais, além de apoiarem-se entre si, também
contam com os profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família
(NASF), que se apresentam como estratégia a ser acionada pela atenção
básica, a fim de obter apoio de equipe especializada no suporte às ações
generalistas desenvolvidas na APS, sugerindo também a colaboração
entre diferentes níveis de atenção, por meio do trabalho em rede.
Saiba mais
19
ATENÇÃO SECUNDÁRIA
E TERCIÁRIA
Para as situações mais complexas, Dona Helena, caso necessite, pode
acionar, a partir de encaminhamento da atenção básica, outros níveis
do sistema, dos quais também têm acesso: os serviços ambulatoriais e
hospitalares, representados pela sigla MAC (Média e Alta Complexidade).
• procedimentos traumato-ortopédicos;
• patologia clínica;
• anatomopatologia e citologia;
• radiodiagnóstico;
• exames ultrassonográficos;
• diagnose;
• terapias especializadas;
• fisioterapia;
• próteses e órteses;
• anestesia.
20
A alta complexidade é representada por procedimentos de alta tecno-
logia e alto custo, como exemplos de procedimentos de média e alta
complexidade, encontram-se: assistência ao paciente portador de doen-
ça renal crônica (por meio dos procedimentos de diálise); assistência ao
paciente oncológico; cirurgia bariátrica; implante coclear, entre outros
registrados no Sistema de Informação Hospitalar e no Sistema de
Informações Ambulatoriais em pequena quantidade, mas com impacto
financeiro extremamente alto, como por exemplo, é o caso dos procedi-
mentos de diálise, quimioterapia, radioterapia e hemoterapia.
Daí você pode perceber que Dona Helena tem seu cotidiano perpassado
pelos princípios e diretrizes do SUS: universalidade no acesso, equidade
na assistência, pois tem acesso aos serviços necessários para promo-
ção, proteção e recuperação de sua saúde; integralidade na assistência,
com acesso a um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços;
descentralização, regionalização e hierarquização das ações e serviços
de saúde, uma vez que tem acesso a um conjunto de ações e serviços,
localizados em seu município e próximos a sua residência, condizentes
com suas necessidades de saúde.
Sobre importâncias
Um fotógrafo-artista me disse outra vez. Veja que pingo de
sol no couro de um lagarto é para nós mais importante do
que o sol inteiro no corpo do mar.
Falou mais: que a importância de uma coisa não se mede com
fita métrica nem com balanças nem com barômetros etc.
Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo
encantamento que a coisa produza em nós.
Assim um passarinho nas mãos de uma criança é mais impor-
tante para ela do que a Cordilheira dos Andes.
(Extrato retirado do livro Meu quintal é maior do que o mundo).
21
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Luiz Odorico Monteiro; BUENO, Ivana Cristina de Holanda Cunha;
BEZERRA, Roberto Cláudio. Atenção primária à saúde e estratégia saúde da
família: p. 797-801. In: CAMPOS, Gastão Wagner de Sousa et al. Tratado
de Saúde Coletiva. São Paulo; Rio de Janeiro: Hucitec Editora, 2009.
22