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Legislação do

4 SUS e Legislação
Aplicada à Saúde
2
Um sonho sonhado
sozinho é um sonho.
Um sonho sonhado
junto é realidade.

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Nutrição é necessário foco, constância e dedicação.
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3

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Legislação do
4 SUS e Legislação
Aplicada à Saúde
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Sumário
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Sistema Único de Saúde
8 (SUS)

Política Nacional de
16 Humanização (PNH)

20 Clínica Ampliada, Apoio


Matricial e PTS

Política Nacional de
26 Atenção Básica

34 Redes de Atenção à
Saúde

Política Nacional de
38 Promoção à Saúde

42 Segurança do Paciente

46 Bioética

48 Epidemiologia

54 Questões
8

Sistema Único
de Saúde (SUS)
9
História do SUS
A reforma no sistema de saúde teve início com o movimento
sanitário em meados da década de 1970, porém se estruturou no
período da redemocratização do país. O movimento sanitário
buscava transformar a assistência à saúde vigente no país, que
era excludente, reivindicava o direito à saúde a todo cidadão, que
as ações de saúde fossem integradas em um único sistema, que
assegurasse o acesso a toda a população em todos os serviços
de saúde, tanto preventivo como curativo; a descentralização
da gestão administrativa e financeira das ações de saúde para
Estados e municípios, e a participação e o controle social das
ações de saúde deveriam ser promovidos pelo Estado.

A concessão de privilégios ao setor privado e a mercantilização da


medicina sob o comando da previdência social foram duramente
criticadas pelo movimento sanitário. Em 1985, a ditadura
militar (1965-1985) termina e tem início a Nova República, com
movimentos populares que exigiam a redemocratização do país
e direitos à saúde e cidadania.

O marco histórico do movimento de reforma sanitária foi a VIII


Conferência Nacional em Saúde, em 1986, que reuniu cerca de
4 mil pessoas, mobilizou intelectuais, trabalhadores de saúde e
toda a sociedade brasileira para debater e propor medidas que
reorientassem o sistema de saúde no Brasil.

Essa conferência contou com a participação, pela primeira vez,


das entidades da sociedade civil organizada de todo o país, como
representantes sindicais, das associações de profissionais de
saúde, de movimentos populares em saúde, do Centro Brasileiro
de Estudos de Saúde (CEBES) e da Associação Brasileira de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO).

SUS: o novo sistema de saúde

O novo sistema de saúde proposto pela Constituição Federal de


1988 foi denominado SUS. Esta Constituição estabeleceu que a A base legal do SUS é constituída
fundamentalmente por três
saúde é dever do Estado, que abrange a União, os Estados, o documentos que estruturam e
Distrito Federal e os municípios. organizam o sistema de saúde, são
eles: a Constituição de 1988, a Lei
Orgânica de Saúde nº 8.080/90 e a Lei
Este sistema trouxe uma nova concepção de saúde, não mais nº 8.142/90.
centrada na ausência de doença, mas relacionada com qualidade
de vida.
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O SUS integra num único sistema as políticas de saúde, as
políticas de previdência e assistência social. Esse novo modelo
significou a formulação de uma estrutura de proteção social
abrangente, justa, com igualdade na participação e custeio, e
democrática, na qual a provisão e o dever de atenção competem
ao Estado.

A lei orgânica de saúde do SUS foi


sancionada no governo do presidente
Fernando Collor (1990-1992)

Lei Orgânica de Saúde


Nº8.080/90
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências.
Os determinantes e condicionantes
a saúde são alimentação, moradia,
saneamento básico, meio ambiente,
trabalho, renda, educação, transporte, Objetivos do SUS
lazer e acesso aos bens e serviços

Segundo a Lei nº 8.080, em seu art. 5, os objetivos do atual


sistema de saúde são a identificação e divulgação dos fatores
condicionantes e determinantes da saúde; a formulação de
política de saúde destinada a promover, nos campos econômico
Diretrizes e princípios organizativos e social, a redução de riscos de doenças e de outros agravos,
são sinônimos. bem como a assistência às pessoas por intermédio de ações de
promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização
integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.

Diferença entre igualdade e equidade:


A equidade se difere da igualdade,
Diretrizes e princípios do SUS
pois identifica as diferenças
existentes entre as regiões e os Os princípios e diretrizes do SUS são as bases para o
diversos grupos populacionais. Dessa
forma, o princípio de equidade traz a
funcionamento e estruturação do sistema de saúde atual
necessidade de reduzir tais diferenças no Brasil. Dentre os princípios, podemos classificá-los em
por meio de ações e serviços de doutrinários, que são os valores e concepções filosóficas que
saúde.
fundamentam o SUS.

PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS

Universalidade A universalidade do SUS garante o direito à saúde por meio


das políticas públicas e a igualdade de acesso sem distinção de
raça, sexo, religião ou qualquer outra forma de discriminação
do cidadão brasileiro
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PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS

Equidade A equidade assegura o direito a ações e serviços de todos os


níveis, de acordo com a complexidade que cada caso exija,
more o cidadão onde morar, sem privilégios e sem barreiras,
mesmo considerando as desigualdades existentes, todo
cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas
necessidades

Integralidade A integralidade reconhece que cada indivíduo é um ser


biopsicossocial e, portanto, necessita de atenção integral.
Simultaneamente, considera que cada indivíduo vive e
pertence a uma comunidade e que as ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde devam ser integradas e
devam considerar as necessidades individuais e coletivas

Diretrizes do SUS Nos casos em que o município não


disponha em sua rede de atenção
serviços mais complexos, necessários
Já os princípios organizativos representam a forma como o ao seu município, é feita parceria com
sistema é organizado, as estratégias e os meios utilizados para outros municípios, a fim de atender às
garantir que os princípios doutrinários, ou seja, os valores necessidades de seu cidadão e de toda
fundamentais do SUS, sejam assegurados. Nesse sentido, os a população.

princípios organizativos são também denominados diretrizes,


pois por meio deles é possível alcançar os objetivos do SUS.

DIRETRIZES DO SUS

Descentralização • A organização do atual sistema de saúde como


descentralizada, com direção única em cada nível de governo

• É uma estratégia para a distribuição de poder político,


de responsabilidades e de recursos do nível federal para
o estadual e municipal, nos três níveis de governo há uma
direção: no governo federal, o ministério da saúde, nos Estados
e distrito federal, as secretarias estaduais de saúde, e nos
municípios, as secretarias municipais de saúde

Regionalização • A regionalização aproxima a gestão municipal das


necessidades da população, das problemáticas de saúde,
das condições de vida existentes nas diversas regiões que
compõem o município

• A organização do sistema tem maior capacidade para atender


às necessidades e características da população, melhorar
a oferta e gerenciamento do acesso e de serviços para a
população
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DIRETRIZES DO SUS

Hierarquização A hierarquização ordena o sistema segundo níveis de atenção e


estabelece fluxos de assistência entre os serviços

Participação Social • A sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema

• Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências


de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a
execução da política de saúde

Para organizar e regular a


descentralização do SUS, existem
mecanismos e estratégias de
representação e monitoramento das
pactuações políticas
e administrativas que são realizadas Campos de atuação do SUS
entre as três esferas de governo.
Essas representações são feitas pelo
CONASEM, CONASS, CIB e CIT.
O SUS está presente à execução de diversas ações em saúde.

CAMPOS DE ATUAÇÃO DO SUS

Vigilância Sanitária Conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir


riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários
decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de
bens e da prestação de serviços de interesse da saúde

Vigilância Epidemiológica Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a


detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou
coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas
de prevenção e controle das doenças ou agravos

Saúde Do Trabalhador Conjunto de atividades que se destina, através das ações de


vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção
e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa
à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores
submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de
trabalho

Assistência Terapêutica Integral • Participação e elaboração de políticas públicas

• Vigilância alimentar e orientação nutricional

• Formação de recursos humanos na área da saúde

• Formulação de políticas e produção de medicamentos,


equipamentos

• Fiscalização e inspeção de alimentos


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Iniciativa privada no SUS

A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar
quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à
população de uma determinada área. Esta participação complementar dos serviços privados será
formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.
A prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados os princípios éticos e as
normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para
seu funcionamento.

Comissões no SUS

As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são espaços intergovernamentais, políticos e


técnicos em que ocorrem o planejamento, a negociação e a implementação das políticas de saúde
pública. As decisões se dão por consenso (e não por votação), o que estimula o debate e a negociação
entre as partes.
Desde que foram instituídas, no início dos anos 90, as Comissões Intergestores Tripartite (na direção
nacional) e Bipartite (na direção estadual) vem se constituindo em importantes arenas políticas de
representação federativa nos processos de formulação e implementação das políticas de saúde.

Comissão Intergestores Tripartite (CIT)

É constituída (em nível federal) paritariamente por representantes do Ministério da Saúde (MS),
do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde (Conasems). Na CIT, são definidas diretrizes, estratégias, programas, projetos
e alocação de recursos do SUS. Tem composição formada por 15 membros, sendo cinco indicados
pelo MS, cinco Conass e cinco pelo Conasems. A representação de estados e municípios é regional,
sendo um representante para cada uma das cinco regiões do País.

Comissão Intergestores Bipartite (CIB)

É constituída (em nível estadual) paritariamente por representantes da Secretaria Estadual de Saúde
e das Secretarias Municipais de Saúde, indicados pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde
(Cosems). Incluem, obrigatoriamente, o Secretário de Saúde da capital do estado.

Lei Orgânica da Saúde Nº 8.142/90


Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre
as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras
providências.
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Conselhos de saúde
Conselhos de Saúde: Permanente e
Deliberativo (tomada de decisões). Os Conselhos de Saúde estão presentes nos três níveis de
governo, representados pelo Conselho Nacional, Estadual e
Municipal de Saúde. Possuem caráter permanente e deliberativo,
atuando na formulação de estratégias e no controle da execução
da política de saúde na instância correspondente, inclusive
nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em
cada esfera do governo.

O Conselho de Saúde será composto por representantes de


entidades, instituições e movimentos representativos de
usuários, de entidades representativas de trabalhadores da
área da saúde, do governo e de entidades representativas
As Conferências de Saúde e
os Conselhos de Saúde terão
de prestadores de serviços de saúde. O Conselho Nacional
sua organização e normas de de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de
funcionamento definidas em Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão representação
regimento próprio, provados pelo
no Conselho Nacional de Saúde.
respectivo conselho, e não pelas
respectivas secretarias municipais,
estaduais ou Ministério da Saúde.
Composição dos Conselhos e Conferências de Saúde

• 50% dos usuários;

A representação dos usuários nos • 50% dos representantes dos demais segmentos, sendo 25%
Conselhos de Saúde e Conferências de gestores ou prestadores se serviços nos SUS e 25% de
será paritária em relação ao conjunto
trabalhadores da saúde.
dos demais segmentos, o que significa
que sempre será a metade do número
de elementos participativos.

Conferências de saúde

As Conferências de Saúde são realizadas a cada quatro anos,


em cada nível de governo, com a representação dos diversos
A última e 16ª Conferência Nacional segmentos sociais, podendo ser convocadas pelo Poder
de Saúde foi realizada em 2019 com o Executivo ou extraordinariamente pela própria conferência ou
tema democracia e saúde e os eixos
pelos conselhos. Elas têm como objetivo avaliar a situação de
discutidos foram: Saúde como direito,
consolidação e financiamento do SUS. saúde em cada uma de suas áreas de competência e propor as
diretrizes para formulação de políticas.

A 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada entre 17 e 21


de março de 1986, foi um dos momentos mais importantes
na definição do Sistema Único de Saúde (SUS) e debateu três
temas principais: ‘A saúde como dever do Estado e direito do
cidadão’, ‘A reformulação do Sistema Nacional de Saúde’ e ‘O
financiamento setorial’.
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16

Política
Nacional de
Humanização
(PNH)
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A Política Nacional de Humanização lançada em 2003 busca colocar em
prática os princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde, produzindo
mudanças nos modos de gerir e cuidar ou seja, HumanizaSUS (como também
é conhecida a PNH) , aposta na inclusão de trabalhadores, usuários e gestores
na produção e gestão do cuidado e dos processos de trabalho.

A PNH se estrutura a partir de:

• Princípios
• Métodos
• Diretrizes
• Dispositivos

Princípios da Política Nacional de Humanização

Por princípio entende-se o que causa ou força a ação, ou que dispara um determinado movimento
no plano das políticas públicas. A PNH, como movimento de mudança dos modelos de atenção e
gestão, possui três princípios a partir dos quais se desdobra enquanto política pública de saúde.

PRINCÍPIOS DA PNH

Transversalidade • Aumento do grau de comunicação intra e intergrupos

• Transformação dos modos de relação e de comunicação entre


os sujeitos implicados nos processos de produção de saúde,
produzindo como efeito a desestabilização das fronteiras dos
saberes, dos territórios de poder e dos modos instituídos na
constituição das relações de trabalho

Indissociabilidade entre Atenção e Gestão • Alteração dos modos de cuidar inseparável da alteração dos
modos de gerir e se apropriar do trabalho

• Inseparabilidade entre clínica e política, entre produção de


saúde e produção de sujeitos

• Integralidade do cuidado e integração dos processos de


trabalho

Protagonismo, Co-Responsabilidade e • Trabalhar implica na produção de si e na produção do mundo,


das diferentes realidades sociais, ou seja, econômicas, políticas,
Autonomia dos Sujeitos e dos Coletivos institucionais e culturais

• As mudanças na gestão e na atenção ganham maior


efetividade quando produzidas pela afirmação da
autonomia dos sujeitos envolvidos, que contratam entre si
responsabilidades compartilhadas nos processos de gerir e de
cuidar
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Métodos da Política Nacional de Humanização

A PNH caminha no sentido da inclusão, nos processos de produção de saúde, dos diferentes
agentes implicados nestes processos. Podemos falar de um “método de tríplice inclusão:

• Inclusão dos diferentes sujeitos (gestores, trabalhadores e usuários) no sentido da produção


de autonomia, protagonismo e corresponsabilidade. Modo de fazer: rodas;
• Inclusão dos analisadores sociais ou, mais especificamente, inclusão dos fenômenos que
desestabilizam os modelos tradicionais de atenção e de gestão, acolhendo e potencializando
os processos de mudança. Modo de fazer: análise coletiva dos conflitos, entendida como
potencialização da força crítica das crises;
• Inclusão do coletivo seja como movimento social organizado, seja como experiência
singular sensível dos trabalhadores de saúde quando em trabalho grupal. Modo de fazer:
fomento das redes.

Diretrizes da Política Nacional de Humanização

A Política Nacional de Humanização atua a partir de orientações clínicas, éticas e políticas,


que se traduzem em determinados arranjos de trabalho. Sua criação se deve à necessidade
de avanço e qualificação do sistema nacional de saúde, na relação e nos processos de atenção
ao usuário, bem como no trabalho de gestores e trabalhadores da área, reconhecendo a
singularidade e a capacidade criadora de cada sujeito envolvido.

DIRETRIZES DA PHN

Acolhimento Constitui uma ferramenta tecnológica relacional de


intervenção na escuta, na construção de vínculo, na garantia
do acesso com responsabilização e na resolutividade dos
serviços desde o horário que o usuário chega até a sua saída

Gestão Participativa e Cogestão Deverão ser organizados espaços coletivos de gestão para a
produção de acordos e pactos entre usuários, trabalhadores e
gestores

Valorização do Trabalho e do Trabalhador • O Programa de Formação em Saúde e Trabalho e a


Comunidade Ampliada de Pesquisa são possibilidades que
tornam possível o diálogo, intervenção e análise do que
causa sofrimento e adoecimento, do que fortalece o grupo de
trabalhadores e do que propicia os acordos de como agir no
serviço de saúde

• É importante também assegurar a participação dos


trabalhadores nos espaços coletivos de gestão

Defesa dos Direitos dos Usuários Todo cidadão tem direito a uma equipe que cuide dele, de ser
informado sobre sua saúde e de decidir sobre compartilhar ou
não sua dor e alegria com sua rede social
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DIRETRIZES DA PHN

Ambiência • Organização de espaços saudáveis e acolhedores de trabalho,


tendo, como um dos seus dispositivos, a elaboração de Projetos

• Cogeridos de Ambiência, como proposta de mudança das


práticas, dos processos e das relações de trabalho pautada na
construção coletiva e participativa

Construção da Memória do SUS que dá Elaboração de uma cartilha, que constará informações
teórico-metodológicas quanto às formas de registro,
certo foto documentação, entrevistas e narrativas, ou seja, uma
cartografia de um Sistema Único de Saúde criado pela
Constituição de 1988

Dispositivos da Política Nacional de Humanização

• Acolhimento e Classificação de Risco (ACR); Diferença entre Acolhimento e


Triagem: Na triagem há seleção de
• Colegiado Gestor; quem será atendido no serviço, ao
passo que no acolhimento todas as
• Contrato de Gestão; pessoas são recebidas/acolhidas,
• Equipe Transdisciplinar de Referência e de Apoio que envolve uma escuta qualificada,
atendimento, e, se necessário,
Matricial; encaminhamento responsável. O
• Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) e Câmara acolhimento não constitui uma etapa
do atendimento, pois ele está presente
Técnica de Humanização (CTH); em todas as ações desenvolvidas pelo
• Programa de Formação em Saúde e Trabalho (PFST) e serviço de saúde.

Comunidade Ampliada de Pesquisa (CAP);


• Projeto memória do SUS que dá certo;
• Projeto Terapêutico Singular (PTS) e Projeto de Saúde
Coletiva;
• Projetos cogeridos de ambiência;
• Sistemas de escuta qualificada para usuários e
trabalhadores da saúde: gerência de porta aberta,
ouvidorias, grupos focais e pesquisas de satisfação etc;
• Visita aberta e Direito a acompanhante.
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Clínica
Ampliada,
Apoio Matricial
e PTS
21
Clínica ampliada

A clínica ampliada é uma das diretrizes que a Política Nacional de Humanização propõe para qualificar
o modo de se fazer saúde. Ampliar a clínica é aumentar a autonomia do usuário do serviço de saúde,
da família e da comunidade. É integrar a equipe de trabalhadores da saúde de diferentes áreas
na busca de um cuidado e tratamento de acordo com cada caso, com a criação de vínculo com o
usuário. A vulnerabilidade e o risco do indivíduo são considerados e o diagnóstico é feito não só pelo
saber dos especialistas clínicos, mas também leva em conta a história de quem está sendo cuidado.

Como funciona na prática?

Através da escuta, o trabalhador da saúde vai buscar junto ao usuário, os motivos pelos quais ele
adoeceu e como se sente com os sintomas, para compreender a doença e se responsabilizar na
produção de sua saúde. É importante estar atento para os afetos entre os trabalhadores e usuários
buscando a autonomia da pessoa diante do seu tratamento, ao mesmo tempo em que seu caso
é tratado de forma única e singular. Um hipertenso, por exemplo, pode e será cuidado de forma
diferente de outro hipertenso, já que cada caso é um caso. Se o usuário estiver deprimido, isolado,
desempregado, tudo isso interferirá no desenvolvimento da sua doença e precisa ser ouvido pelo
profissional de saúde.

Diferencial da clínica ampliada para o usuário

A ampliação da clínica trabalha os danos e os benefícios gerados pelas práticas de saúde, e aposta
nas equipes de diferentes especialidades compartilhando a responsabilidade com os usuários e seu
entorno. O serviço de saúde pode acolher a queixa do usuário mesmo que a fala pareça não ter
relação direta para o diagnóstico e tratamento, pois essa escuta auxilia o próprio usuário a descobrir
os motivos de seu adoecimento, por exemplo.

A Clínica Ampliada propõe então que o profissional de saúde desenvolva a capacidade de ajudar
as pessoas, não só a combater as doenças, mas a transformar-se, de forma que a doença, mesmo
sendo um limite, não a impeça de viver outras coisas na sua vida. Para implantar essa diretriz da
PNH é importante também que sejam discutidas outras orientações ético-políticas, como o Projeto
Terapêutico Singular, Equipe de referência e apoio matricial, cogestão e o acolhimento.

Projeto Terapêutico Singular (PTS)

O PTS é um conjunto de propostas de condutas terapêuticas articuladas, para um sujeito individual


ou coletivo, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar, com apoio matricial
se necessário. Geralmente é dedicado a situações mais complexas. No fundo é uma variação da
discussão de “caso clínico”. Foi bastante desenvolvido em espaços de atenção à saúde mental
como forma de propiciar uma atuação integrada da equipe valorizando outros aspectos, além do
diagnóstico psiquiátrico e da medicação, no tratamento dos usuários.
Portanto, é uma reunião de toda a equipe em que todas as opiniões são importantes para ajudar a
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entender o Sujeito com alguma demanda de cuidado em saúde e, consequentemente, para definição
de propostas de ações. O nome Projeto Terapêutico Singular, em lugar de Projeto Terapêutico
Individual, como também é conhecido, nos parece melhor porque destaca que o projeto pode
ser feito para grupos ou famílias e não só para indivíduos, além de frisar que o projeto busca a
singularidade (a diferença) como elemento central de articulação (lembrando que os diagnósticos
tendem a igualar os sujeitos e minimizar as diferenças: hipertensos, diabéticos etc)

O PTS ocorre em 4 momentos:

Diagnóstico • Deve conter uma avaliação orgânica, psicológica e social,


que possibilite uma conclusão a respeito dos riscos e da
vulnerabilidade do usuário

• Deve tentar captar como o Sujeito singular se produz diante


de forças como as doenças, os desejos e os interesses, assim
como também o trabalho, a cultura, a família e a rede social, ou
seja, tentar entender o que o Sujeito faz de tudo que fizeram
dele

Definição de metas Uma vez que a equipe fez o diagnóstico, ela faz propostas de
curto, médio e longo prazo, que serão negociadas com o sujeito
doente pelo membro da equipe que tiver um vínculo melhor

Divisão de responsabilidades É importante definir as tarefas de cada um com clareza

Reavaliação Momento em que se discutirá a evolução e se farão as devidas


correções de rumo

Porém, alguns aspectos precisam ser considerados:

• Escolha dos casos para reuniões de PTS: a proposta é de que sejam escolhidos usuários ou famílias
em situações mais graves ou difíceis, na opinião de alguns membros da equipe (qualquer membro
da equipe).
• Reuniões para discussão de PTS: o mais importante no caso deste encontro para a realização do
PTS é o vínculo dos membros da equipe com o usuário e a família. Cada membro da equipe, a partir
dos vínculos que construiu, trará para a reunião aspectos diferentes e poderá também receber
tarefas diferentes, de acordo com a intensidade e a qualidade desse vínculo.
• Tempo de um PTS: o tempo mais dilatado de formulação e acompanhamento do PTS depende da
característica de cada serviço. Serviços com tempo de permanência e vínculo menores farão PTS
com tempos mais curtos.
• PTS e Mudança: quando ainda existem possibilidades de tratamento para uma doença, não é muito
difícil provar que o investimento da equipe de saúde faz diferença no resultado. O encorajamento e
o apoio podem contribuir para evitar uma atitude passiva por parte do usuário.
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Apoio Matricial

O Apoio Matricial, também chamado de matriciamento, é um modo de realizar a atenção em saúde de


forma compartilhada com vistas à integralidade e à resolubilidade da atenção, por meio do trabalho
interdisciplinar. Na Atenção Básica em Saúde (ABS)/ Atenção Primária em Saúde (APS), ele pode se
conformar através da relação entre equipes de Saúde da Família (equipes de SF) e Núcleos de Apoio
à Saúde da Família (NASF), configurando-se de diferentes formas através de suas duas dimensões:
técnico-pedagógica e assistencial.

Na dimensão técnico-pedagógica, estão incluídas as ações conjuntas entre profissionais do NASF e


das equipes vinculadas, considerando-se as necessidades de cada indivíduo, família ou comunidade
em questão e as possibilidades de integração. Tais ações são importantes estratégias para a educação
permanente das equipes de SF, uma vez que o compartilhamento de saberes e práticas promove o
“aprender no fazer em conjunto”. São possibilidades de configuração das ações conjuntas:

• Reuniões de matriciamento: reuniões periódicas, no mínimo realizadas mensalmente, entre cada


um dos profissionais do NASF com cada equipe de SF vinculada, com o objetivo de discutir casos
e temas, pactuar ações, avaliar seus resultados e repactuar novas estratégias para a produção do
cuidado. É a partir das reuniões de matriciamento que são definidas as ações conjuntas que serão
realizadas, assim como as ações desenvolvidas especificamente pelos profissionais do NASF, como,
atendimentos individuais realizados apenas com a presença destes profissionais e o usuário. Para
que possam ser realizadas, deve haver horário protegido na agenda dos profissionais envolvidos,
organização da equipe de SF para definição dos casos ou situações para matriciamento e dos
profissionais do NASF para devolutivas de casos acompanhados especificamente pelo NASF à equipe
de SF;
• Atendimento individual compartilhado: é o atendimento a um indivíduo ou família realizado
conjuntamente por pelo menos um profissional do NASF e um profissional da equipe de SF;
• Atendimento domiciliar compartilhado: é o atendimento a um indivíduo ou família realizado no
domicílio com a presença de pelo menos um profissional do NASF e um profissional da equipe de SF;
• Atividade coletiva compartilhada: atividades em grupo realizadas na Unidade Básica de Saúde
ou em outros espaços do território, como associações de moradores, contando com a presença
de profissionais do NASF e da equipe de SF. Podem ser de coordenação conjunta (por exemplo,
fisioterapeuta e técnico de enfermagem coordenando um grupo de postura corporal) ou, de
coordenação do profissional do NASF ou da equipe de SF contando com a participação ocasional de
outros profissionais da ABS/APS;
• Discussão de temas: discussão de temas relacionados ao cuidado e/ou organização da Atenção
Básica em Saúde/ Atenção Primária em Saúde, em que os saberes específicos dos profissionais do
NASF podem contribuir para a ampliação da capacidade de atuação das equipes de SF (por exemplo,
discussão sobre violência entre assistente social e psicólogo do NASF e equipes apoiadas);
• Ações compartilhadas no território: participação do NASF na territorialização da área adscrita,
desenvolvimento de ações intersetorias, de vigilância em saúde e ações de controle social em
conjunto com a equipe de SF.
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O apoio matricial implica sempre a construção de um projeto terapêutico integrado, no entanto
essa articulação entre equipe de referência e apoiadores pode desenvolver-se em três planos
fundamentais:

PLANOS FUNDAMENTAIS DO APOIO MATRICIAL

Atendimentos e intervenções conjuntas Em situações que exijam atenção É possível ainda que o apoio se
entre o especialista matricial e alguns específica ao núcleo de saber do restrinja à troca de conhecimento e de
profissionais da equipe de referência. apoiador, este pode programar orientações entre equipe e apoiador;
para si mesmo uma série de diálogo sobre alterações na avaliação do
atendimentos ou de intervenções caso e mesmo reorientação de condutas
especializadas, mantendo contato antes adotadas, permanecendo,
com a equipe de referência, que não contudo, o caso sob cuidado da equipe
se descomprometeria com o caso, ao de referência.
contrário, procuraria redefinir um
padrão de seguimento complementar
e compatível ao cuidado oferecido pelo
apoiador diretamente ao paciente, ou à
família ou à comunidade.
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26

Política
Nacional de
Atenção Básica
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A atenção básica é a “porta de entrada” dos
usuários nos sistemas de saúde, capaz de filtrar e A Política Nacional de Atenção Básica
organizar os fluxos de serviços nas redes de saúde considera os termos “Atenção Básica” e
“Atenção Primária à Saúde”, nas atuais
(dos mais simples aos mais complexos) e centro concepções, como termos equivalentes.
de comunicação da Redes de Atenção à Saúde,
coordenadora do cuidado e ordenadora das ações
e serviços disponibilizados na rede. Além disso, é
desenvolvida com alto grau de descentralização e
capilaridade, ocorrendo no local mais próximo da
vida das pessoas.

Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas


que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação,
redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por
meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe
multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes
assumem responsabilidade sanitária.

Os princípios da Atenção Básica são mesmos do SUS:


Universalidade, Equidade e Integralidade. Já as diretrizes
consistem em:

DIRETRIZES DA PNAB CONTEXTUALIZAÇÃO

Regionalização e • Dos pontos de atenção da RAS, tendo a Atenção Básica como ponto de comunicação
entre esses
Hierarquização
• Considera-se regiões de saúde como um recorte espacial estratégico para fins
de planejamento, organização e gestão de redes de ações e serviços de saúde em
determinada localidade, e a hierarquização como forma de organização de pontos de
atenção da RAS entre si, com fluxos e referências estabelecidos

Territorialização De forma a permitir o planejamento, a programação descentralizada e o


desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em um território
específico, com impacto na situação, nos condicionantes e determinantes da saúde das
pessoas e coletividades que constituem aquele espaço e estão, portanto, adstritos a ele

População adscrita População que está presente no território da UBS, de forma a estimular o
desenvolvimento de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a
população, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do
cuidado e com o objetivo de ser referência para o seu cuidado
28
DIRETRIZES DA PNAB CONTEXTUALIZAÇÃO

Cuidado centrado na • Aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, que
auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a
pessoa confiança necessária para gerir e tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e
seu cuidado de saúde de forma mais efetiva

Resolutividade • Reforça a importância da Atenção Básica ser resolutiva, utilizando e articulando


diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica
ampliada capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente
efetivas, centrada na pessoa, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos
indivíduos e grupos sociais

• Deve ser capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população,
coordenando o cuidado do usuário em outros pontos da RAS, quando necessário

Longitudinalidade do Pressupõe a continuidade da relação de cuidado, com construção de vínculo e


responsabilização entre profissionais e usuários ao longo do tempo e de modo
cuidado permanente e consistente, acompanhando os efeitos das intervenções em saúde e de
outros elementos na vida das pessoas ,evitando a perda de referências e diminuindo os
riscos de iatrogenia que são decorrentes do desconhecimento das histórias de vida e
da falta de coordenação do cuidado

Coordenação do cuidado • Elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção
das RAS. Atuando como o centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção,
responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários em qualquer destes pontos através
de uma relação horizontal, contínua e integrada, com o objetivo de produzir a gestão
compartilhada da atenção integral

• Articulando também as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais, públicas,


comunitárias e sociais

Ordenação do cuidado Reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade,


organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos de atenção
à saúde, contribuindo para que o planejamento das ações, assim como, a programação
dos serviços de saúde, parta das necessidades de saúde das pessoas

Participação da Estimular a participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde
na Atenção Básica e a competência cultural no cuidado, como forma de ampliar
comunidade sua autonomia e capacidade na construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e
coletividades do território

Território é a unidade geográfica única,


de construção descentralizada do SUS Funcionamento da Atenção Básica
na execução das ações estratégicas
destinadas à vigilância, promoção,
• Unidades Básicas de Saúde: Carga horária mínima de 40 horas/
prevenção, proteção e recuperação
da saúde; é destinado à dinamizar a
semanais, no mínimo 5 dias por semana nos 12 meses do ano;
ação em saúde pública, o estudo social, • Horários alternativos de funcionamento podem ser pactuados
econômico, epidemiológico, assistencial,
cultural e identitário, possibilitando uma
através das instâncias de participação social, desde que atendam
ampla visão de cada unidade geográfica expressamente a necessidade da população, observando,
e subsidiando a atuação na Atenção sempre que possível, a carga horária mínima descrita acima;
Básica, atendendo a necessidade da
população adscrita e ou as populações • População adscrita por equipe de Atenção Básica (eAB) e de
específicas. Saúde da Família (eSF) de 2.000 a 3.500 pessoas, localizada
29
dentro do seu território;
• Podem existir outros arranjos de adscrição, conforme vulnerabilidades, riscos e dinâmica
comunitária, facultando aos gestores, Conselho Municipal de Saúde e equipes de AB;
• 4 (quatro) equipes por UBS (Atenção Básica ou Saúde da Família), para que possam atingir seu
potencial resolutivo;
• Teto máximo de eAB e eSF com ou sem profissionais de saúde bucal, pelas quais o munícipio e
Distrito Federal: População/2.000;
• Em municípios ou territórios < 2.000 habitantes: 1 eAB ou Esf.

As ações e serviços da Atenção Básica, deverão seguir padrões essenciais e ampliados:

Padrões Essenciais: ações e procedimentos básicos relacionados a condições básicas/essenciais de


acesso e qualidade na Atenção Básica (AB mínima);

Padrões Ampliados: ações e procedimentos considerados estratégicos para se avançar e alcançar


padrões elevados de acesso e qualidade na Atenção Básica, considerando especificidades locais,
indicadores e parâmetros estabelecidos nas Regiões de Saúde (AB máxima).

Além disso, as ações e serviços devem estar afixados em local visível, próximo a entrada da UBS
contendo:

• Identificação e horário de atendimento;


• Mapa de abrangência (com cobertura de cada equipe);
• Identificação do gerente da atenção básica no território e dos componentes de cada equipe da
UBS;
• Relação dos serviços disponíveis;
• Escalas de atendimento de cada equipe.

Tipos de equipes da atenção básica

Equipe da saúde da família

Equipe de Saúde da Família (eSF) é a estratégia prioritária de atenção à saúde e visa à reorganização
da Atenção Básica no país, de acordo com os preceitos do SUS. É considerada como estratégia
de expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica, por favorecer uma reorientação do
processo de trabalho com maior potencial de ampliar a resolutividade e impactar na situação de
saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.
O número de ACS por equipe pode ser definido conforme a base populacional, critérios demográficos,
epidemiológicos e socioeconômicos, de acordo com a definição local.
30
COMPOSIÇÃO MÍNIMA DA eSF

1 Médico, de preferência da especialidade de medicina da família e comunidade

1 Enfermeiro, de preferência especialista em saúde da família

1 auxiliar ou técnico de enfermagem

Agentes comunitários de saúde (ACS)

Pode-se acrescentar a esta composição: Agentes de combates a endemias (ACE) e profissionais da saúde bucal (de preferência
especialista em saúde da família) e 1 auxiliar ou técnico em saúde bucal

Nas áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e


vulnerabilidade social recomenda-se a cobertura de 100% da
população com o número máximo de 750 pessoas por ACS. Para
a eSF há obrigatoriedade de carga horária mínima de 40 horas
semanais para todos os profissionais da equipe. Desta forma, os
profissionais só poderão estar vinculados à uma eSF.

Equipe da atenção básica

COMPOSIÇÃO MÍNIMA DA eAB

1 Médico, de preferência da especialidade de medicina da família e comunidade

1 Enfermeiro, de preferência especialista em saúde da família

1 auxiliar ou técnico de enfermagem


O gestor receberá do Ministério da
Saúde os equipamentos odontológicos, Pode-se acrescentar a esta composição: ACS, ACE e profissionais da saúde bucal:
através de doação direta ou o repasse dentistas, auxiliares ou técnico em saúde bucal
de recursos necessários para adquiri-los
(equipo odontológico completo).

A composição da carga horária mínima por categoria profissional


deverá ser de 10 horas, com no máximo de 3 profissionais por
categoria, devendo somar no mínimo 40 horas/semanais.

Equipe da Saúde Bucal

COMPOSIÇÃO MÍNIMA DA eSB

Modalidade 1 Cirurgião-dentista e auxiliar ou técnico em saúde bocal

Modalidade 2 Cirurgião-dentista, técnico, auxiliar ou outro técnico


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Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB)

Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias de profissionais


da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica. É formada por diferentes
ocupações (profissões e especialidades) da área da saúde, atuando de maneira integrada para dar
suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de
Atenção Básica (eAB).

Compete ao NASF-AB:

• Participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na Atenção Básica à que estão
vinculadas;
• Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS principalmente por intermédio
da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre
problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários;
• Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, interconsulta, construção
conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções no território e na saúde de
grupos populacionais de todos os ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações de
prevenção e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes dentre outros, no
território.

POSSÍVEL COMPOSIÇÃO DO NASF-AB

• Nutricionista; • Médico Geriatra; • Médico do Trabalho; • Profissional/Professor de


Educação Física;
• Farmacêutico; • Médico Internista • Médico Homeopata;
(clínica médica); • Arte educador;
• Fisioterapeuta; • Médico Acupunturista;
• Médico Psiquiatra; • Profissional de saúde
• Fonoaudiólogo; • Médico Veterinário;
Sanitarista;
• Médico Ginecologista/
• Psicólogo; • Terapeuta Ocupacional;
Obstetra; • Médico Pediatra;
• Assistente Social;

Financiamento da Atenção Básica

O financiamento da Atenção Básica deve ser tripartite e com detalhamento apresentado pelo Plano
Municipal de Saúde garantido nos instrumentos conforme especificado no Plano Nacional, Estadual
e Municipal de gestão do SUS.
32
I - Recursos per capita; que levem em consideração aspectos
sociodemográficos e epidemiológicos;
O recurso per capita será transferido
mensalmente, de forma regular e II - Recursos que estão condicionados à implantação de
automática, do Fundo Nacional de
estratégias e programas da Atenção Básica, tais como os
Saúde aos Fundos Municipais de Saúde
e do Distrito Federal com base num
recursos específicos para os municípios que implantarem, as
valor multiplicado pela população do equipes de Saúde da Família (eSF), as equipes de Atenção Básica
Município. (eAB), as equipes de Saúde Bucal (eSB), de Agentes Comunitários
de Saúde (EACS), dos Núcleos Ampliado de Saúde da Família
e Atenção Básica (Nasf-AB), dos Consultórios na Rua (eCR), de
Saúde da Família Fluviais (eSFF) e Ribeirinhas (eSFR) e Programa
Saúde na Escola e Programa Academia da Saúde;
III - Recursos condicionados à abrangência da oferta de ações
e serviços;
IV - Recursos condicionados ao desempenho dos serviços de
Atenção Básica com parâmetros, aplicação e comparabilidade
nacional, tal como o Programa de Melhoria de Acesso e
Qualidade;
V - Recursos de investimento.
33
34

Redes de
Atenção à
Saúde
35
São arranjos organizativos de ações e serviços
de saúde, de diferentes densidades tecnológicas
que, integradas por meio de sistemas de apoio
técnico, logístico e de gestão, buscam garantir
a integralidade do cuidado. As RAS são
sistematizadas para responder a condições
específicas de saúde, por meio de um ciclo completo
de atendimentos, que implica a continuidade e a
integralidade da atenção à saúde nos diferentes Região de Saúde: espaço geográfico
níveis Atenção Primária, Secundária e Terciária. contínuo constituído por agrupamento
de Municípios limítrofes, delimitado
a partir de identidades culturais,
As RAS estarão compreendidas no âmbito de uma Região econômicas e sociais e de redes de
de Saúde, ou de várias delas, em consonância com diretrizes comunicação e infraestrutura de
pactuadas nas comissões Intergestores. transportes compartilhados, com a
finalidade de integrar a organização, o
planejamento e a execução de ações e
No quadro abaixo estão presentes os requisitos mínimos de uma serviços de saúde.
Região de Saúde e as portas de entrada no SUS:

REQUISITOS – REGIÕES DE SAÚDE PORTA DE ENTRADA NO SUS

• Atenção primária • Atenção primária

• Urgência e emergência • Urgência e emergência

• Atenção psicossocial • Atenção psicossocial

• Atenção ambulatorial especializada e hospitalar • Serviços especiais de acesso aberto

• Vigilância em saúde

A implementação das RAS aponta para uma maior eficácia


na produção de saúde, melhoria na eficiência da gestão do
sistema de saúde no espaço regional, e contribui para o avanço
do processo de efetivação do SUS. A transição entre o ideário
de um sistema integrado de saúde conformado em redes e a
sua concretização passam pela construção permanente nos
territórios, que permita conhecer o real valor de uma proposta
de inovação na organização e na gestão do sistema de saúde.

Rede cegonha

A Rede Cegonha é uma estratégia inovadora do Ministério da


Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar
36
às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e
ao puerpério e às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento
saudáveis

Rede de cuidado à pessoa com deficiência

Proteger a saúde da pessoa com deficiência; reabilitar a pessoa com deficiência na sua capacidade
funcional e desempenho humano, contribuindo para a sua inclusão em todas as esferas da vida
social; e prevenir agravos que determinem o aparecimento de deficiências. São esses os propósitos
gerais da Política Nacional da Pessoa com Deficiência, instituída pela Portaria MS/GM nº 1.060, de
5 de junho de 2002.

A política estabelece as orientações gerais para a elaboração de planos, projetos e atividades voltados
à saúde das pessoas com deficiência nos estados, Distrito Federal e municípios. Seu principal objetivo
é propiciar atenção integral à saúde da pessoa com deficiência, desde a atenção básica até a sua
reabilitação, incluindo a concessão de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, quando se
fizerem necessários.

Rede de atenção psicossocial

Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) para atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno mental
e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS), amplia a concepção de cuidado, não centrando em apenas uma unidade, mas
expandindo as ofertas de atenção ao apontar novos serviços, distribuídos em (07) sete componentes:
Atenção Básica, Atenção Psicossocial Especializada, Atenção de Urgência e Emergência, Atenção
Hospitalar, Atenção Residencial de Caráter Transitório, Estratégias de Desinstitucionalização
e Reabilitação Psicossocial. Estes componentes são constituídos por um elenco de pontos de
atenção, dentre os quais se destacam os Centros de Atenção Psicossociais (CAPS) em todas as suas
modalidades: CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPS i, CAPS ad e CAPS ad III.

Rede de Urgência e Emergência

Os pontos de atenção da Rede de Urgência e Emergência são responsáveis, em seu âmbito de


atuação, pelo acolhimento, classificação de risco e cuidado nas situações de urgência e emergência
das pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack,
álcool e outras drogas.
A Rede de Urgências é pensada de forma integrada e coloca à disposição da população serviços
mais próximos de sua residência. Com as Centrais de Regulação do SAMU 192, o Ministério da Saúde
trabalha na organização da estrutura disponível. Quando uma ambulância do programa é enviada
para o atendimento, os profissionais de saúde já sabem para onde levarão o paciente. É o fim da
peregrinação à procura de um leito, com a ambulância buscando onde deixar o paciente.
37
Rede de atenção às pessoas com doenças crônicas
Doenças inclusas: Diabetes Mellitus,
Hipertensão Arterial Sistêmica, Câncer,
O plano visa promover o desenvolvimento e a implementação de
Hepatite, Meningite, AIDS, câncer de
políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e baseadas mama, câncer de próstata, hanseníase,
em evidências para a prevenção e o cuidado das DCNT e seus leishmaniose, alcoolismo e tabagismo.
fatores de risco. Suas ações fundamentam-se em três eixos
estratégicos:

I - vigilância, informação, avaliação e monitoramento;


II – promoção da saúde e
III – cuidado integral.

Governança da RAS

A Governança da RAS no SUS se insere no quadro institucional


mais amplo de federalismo brasileiro, que consiste numa
inter-relação cooperativa entre as três esferas de governo.
As instituições nesse quadro de gestão compartilhada e
participação social interagem de forma complexa com a
presença de mecanismos de controle social e de pactuação
entre os gestores, determinando a configuração da tomada de
decisão das políticas públicas no país.
38

Política
Nacional
de Promoção
à Saúde
39
A promoção à saúde tem como objetivo promover a qualidade de vida e
reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes
e condicionantes. A publicação em 2006 da Política Nacional de Promoção
da Saúde ratifica o compromisso da atual gestão do Ministério da Saúde na
ampliação e qualificação das ações de promoção da saúde nos serviços e na
gestão do Sistema Único de Saúde. Em 2014 a Política Nacional de Promoção
da Saúde foi redefinida.

Valores no processo de efetivação da Política Nacional de Promoção à Saúde

SOLIDARIEDADE FELICIDADE

Entendida como as razões que fazem sujeitos e coletivos Autopercepção de satisfação, construída nas relações entre
nutrirem solicitude para com o próximo, nos momentos sujeitos e coletivos, que contribui na capacidade de decidir
de divergências ou dificuldades, construindo visão e metas como aproveitar a vida e como se tornar ator partícipe na
comuns, apoiando a resolução das diferenças, contribuindo construção de projetos e intervenções comuns para superar
para melhorar a vida das pessoas e para formar redes e dificuldades individuais e coletivas a partir do reconhecimento
parcerias de potencialidades

HUMANIZAÇÃO RESPEITO ÀS DIVERSIDADES

Elemento para a evolução do homem, por meio da interação Reconhece, respeita e explicita as diferenças entre sujeitos
com o outro e seu meio, com a valorização e aperfeiçoamento e coletivos, abrangendo as diversidades étnicas, etárias, de
de aptidões que promovam condições melhores e mais capacidade, de gênero, de orientação sexual, entre territórios e
humanas, construindo práticas pautadas na integralidade do regiões geográficas, dentre outras formas e tipos de diferenças
cuidado e da saúde que influenciam ou interferem nas condições e determinações
da saúde

ÉTICA CORRESPONSABILIDADE

A qual pressupõe condutas, ações e intervenções sustentadas Responsabilidades partilhadas entre pessoas ou coletivo,
pela valorização e defesa da vida, sendo pautadas para o bem onde duas ou mais pessoas compartilham obrigações e/ou
comum, com dignidade e solidariedade compromissos

JUSTIÇA SOCIAL INCLUSÃO SOCIAL

Necessidade de alcançar repartição equitativa dos bens sociais, Pressupõe ações que garantam o acesso aos benefícios da vida
respeitados os direitos humanos, de modo que as classes em sociedade para todas as pessoas, de forma equânime e
sociais mais desfavorecidas contem com oportunidades de participativa, visando à redução das iniquidades
desenvolvimento

Princípios da Política Nacional de Promoção à Saúde

• Autonomia
• Equidade
• Empoderamento
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• Intersetorialidade

Intrasetorialidade: como • Intrasetorialidade


compartilhamento de planos, metas,
recursos e objetivos comuns entre os
• Integralidade
diferentes setores. • Participação social
Intersetorialidade: entre diferentes
áreas do mesmo setor.
• Território
• Sustentabilidade

Temas prioritários de ações em saúde da Política


Nacional de Promoção à Saúde

EIXOS PRIORITÁRIOS OBJETIVOS

Formação e educação permanente Mobilizar, sensibilizar e promover capacitações para


gestores, trabalhadores da saúde e de outros setores para o
desenvolvimento de ações de educação em promoção da saúde
e incluí-la nos espaços de educação permanente

Alimentação adequada e saudável Promover ações relativas à alimentação adequada e saudável,


visando à promoção da saúde e à segurança alimentar e
nutricional, contribuindo com as ações e metas de redução
da pobreza, com a inclusão social e com a garantia do direito
humano à alimentação adequada e saudável

Práticas corporais e atividades físicas Promover ações, aconselhamento e divulgação de práticas


corporais e atividades físicas, incentivando a melhoria das
condições dos espaços públicos, considerando a cultura local
e incorporando brincadeiras, jogos, danças populares, dentre
outras práticas

Enfrentamento do uso do tabaco e seus Promover, articular e mobilizar ações para redução e controle
do uso do tabaco, incluindo ações educativas, legislativas,
derivados econômicas, ambientais, culturais e sociais

Enfrentamento do uso abusivo de álcool e Promover, articular e mobilizar ações para redução
do consumo abusivo de álcool e outras drogas, com a
outras drogas corresponsabilização e autonomia da população, incluindo
ações educativas, legislativas, econômicas, ambientais,
culturais e sociais

Promoção da mobilidade segura Avançar na articulação intersetorial e intrasetorial, envolvendo


a vigilância em saúde, a atenção básica e as redes de urgência e
emergência do território na produção do cuidado e na redução
da morbimortalidade decorrente do trânsito
41
EIXOS PRIORITÁRIOS OBJETIVOS

Promoção da cultura da paz e de direitos Promover, articular e mobilizar ações que estimulem
a convivência, a solidariedade, o respeito à vida e o
humanos fortalecimento de vínculos, para o desenvolvimento de
tecnologias sociais que favoreçam a mediação de conflitos, o
respeito às diversidades e diferenças, garantindo os direitos
humanos e as liberdades fundamentais, articulando a RAS com
as demais redes de proteção social, produzindo informação
qualificada e capaz de gerar intervenções individuais e
coletivas, contribuindo para a redução das violências e para a
cultura de paz

Promoção do desenvolvimento sustentável Promover, mobilizar e articular ações governamentais, não


governamentais, incluindo o setor privado e a sociedade civil,
nos diferentes cenários, como cidades, campo, floresta, águas,
bairros, territórios, comunidades, habitações, escolas, igrejas,
empresas e outros, permitindo a interação entre saúde, meio
ambiente e desenvolvimento sustentável na produção social da
saúde em articulação com os demais temas prioritário

Eixos prioritários da Política Nacional de


Promoção à Saúde Diversidades e diferenças de gênero,
de orientação sexual e identidade de
gênero, entre gerações, étnico-raciais,
Os eixos prioritários são entendidos como estratégias para
culturais, territoriais, de classe social e
concretizar ações de promoção da saúde, respeitando-se relacionada às pessoas com deficiências
valores, princípios, diretrizes e objetivos: e necessidades especiais.

• Articulação e cooperação intrassetorial e intersetorial;


• Participação e controle social;
• Gestão;
Comunicação social e mídia: uso das
• Vigilância, monitoração e avaliação; diversas expressões comunicacionais,
formais e populares, para favorecer a
• Educação e formação;
escuta e a vocalização dos distintos
• Produção e disseminação de conhecimentos e saberes; grupos envolvidos, contemplando
informações sobre o planejamento,
• Comunicação social e mídia; execução, resultados, impactos,
eficiência, eficácia, efetividade e
• Territorialização; benefícios das ações.

• Rede de Atenção à Saúde.

Responsabilidades institucionais na Política Gestor federal: Ministro da saúde


Nacional de Promoção à Saúde
Gestor estadual: Secretário estadual
da saúde
A responsabilidade se dará aos gestores do SUS (gestor federal,
Gestor municipal: Secretário municipal
estadual e municipal) para prover os meios e atuar para viabilizar da saúde
e alcance do propósito da política.
42

Segurança
do Paciente
43
A segurança do paciente pode ser definida como o ato de evitar, prevenir
ou melhorar os resultados adversos ou as lesões originadas no processo de
atendimento médico-hospitalar, uma vez que a segurança do paciente está
relacionada a qualidade dos serviços de saúde. No Brasil historicamente é
necessário destacar dois marcos importantes que mostram o avanço dessa
temática.

• 2004: quando o país se torna um dos Estados signatários da Aliança Mundial para a Segurança do
Paciente, criado pela Organização Mundial da Saúde, visando a socialização dos conhecimentos e
das soluções encontradas, por meio de programas e iniciativas internacionais com recomendações
destinadas a garantir a segurança dos pacientes ao redor do mundo;

• 2013: com o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), instituído pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária, contendo ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e outras
providências, bem como os 6 protocolos básicos de segurança do paciente.

O Programa Nacional de Segurança do Paciente objetiva contribuir para a qualificação do cuidado em


todos os estabelecimentos de saúde. O PNSP tem quatro eixos: o estímulo a uma prática assistencial
segura; o envolvimento do cidadão na sua segurança; a inclusão do tema no ensino e o incremento
de pesquisa sobre ele.

Cultura de segurança

A Portaria MS/GM nº 529/2013 dedicou um espaço para transcrever o conceito de cultura de


segurança do paciente da OMS:
• Cultura na qual todos os trabalhadores, incluindo profissionais envolvidos no cuidado e gestores,
assumem responsabilidade pela sua própria segurança, pela segurança de seus colegas, pacientes e
familiares;
• Cultura que prioriza a segurança acima de metas financeiras e operacionais;
• Cultura que encoraja e recompensa a identificação, a notificação e a resolução dos problemas
relacionados à segurança;
• Cultura que, a partir da ocorrência de incidentes, promove o aprendizado organizacional;
• Cultura que proporciona recursos, estrutura e responsabilização para a manutenção efetiva da
segurança.
44
Além disso, existem conceitos relacionados a segurança do
paciente:

CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DA SEGURANÇA DO PACIENTE

Gestão de risco Aplicação sistêmica e contínua de iniciativas na avaliação e controle de


riscos eventos adversos que a afetam a segurança do paciente

Segurança do paciente Reduzir ao mínimo aceitável, o risco de dano desnecessário associado ao


cuidado à saúde

Dano Comprometimento de estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito


dele (ex. doença, lesão)

Risco Probabilidade de um incidente ocorrer

Incidente Evento que poderia ter resultado/resultou em dano desnecessário ao


paciente

Circunstância notificável Incidente com potencial dano ou lesão

Near miss Incidente que não atingiu o paciente

Incidente sem lesão Incidente que atingiu o paciente, mas não o causou dano

Evento adverso Acidente que resulta em dano ao paciente

A portaria do Ministério da Saúde nº1.377/2013 aprova os


Pulseiras de identificação na cor branca,
protocolos para segurança do paciente:
com no mínimo dois indicadores (ex
nome completo e data de nascimento).
• Cirurgia segura (em local de intervenção, procedimento e
paciente corretos);
• Prática de higienização das mãos (evitar infecções);
• Lesão por pressão.

A portaria do Ministério da Saúde nº2.095/2013 aprova os


protocolos para segurança do paciente:

• Prevenção de quedas;
• Identificação do paciente;
• Protocolo de segurança na prescrição e de uso de administração
de medicamentos.
45
10 passos para a segurança do paciente

1. Identificação do paciente
2. Cuidado limpo e cuidado seguro – higienização das mãos
3. Cateteres e sondas – conexões corretas
4. Cirurgia segura
5. Sangue e hemocomponentes – administração segura
6. Paciente envolvido com sua própria segurança
7. Comunicação efetiva
8. Prevenção de queda
9. Prevenção de úlcera por pressão
10. Segurança na utilização de tecnologia
46

Bioética
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A Bioética é uma área de estudo interdisciplinar que envolve a Ética e a
Biologia e tem como objetivo facilitar o enfrentamento de questões éticas/
bioéticas que surgirão na vida profissional, mas que abrange todas as áreas do
conhecimento com enfoque transdisciplinar e interdisciplinar.

A pessoa é composta de diversas dimensões:

• Dimensão biológica (que as ciências da saúde, medicina, enfermagem, odontologia, fisioterapia e


outras estão acostumadas a estudar);
• Dimensão psicológica (que os psicólogos estudam detalhadamente);
• Dimensão social ou moral (estudada pelas ciências sociais);
• Dimensão espiritual (estudada pelas teologias).

Por isso, falamos que a pessoa é uma totalidade, pois todas essas dimensões juntas compõem a
pessoa. Além disso, após a compreensão desse fundamento (o respeito pela pessoa humana),
podemos utilizar princípios para facilitar o processo de estudo e de decisão sobre os diversos temas
de Bioética. Os princípios facilitam o enfrentamento de questões éticas.

PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA

Autonomia • Requer que os indivíduos capacitados de decidirem sobre


suas escolhas pessoais, devam ser tratados com respeito pela
sua capacidade de decisão

• As pessoas têm o direito de decidir sobre as questões


relacionadas ao seu corpo e à sua vida

• Quaisquer atos médicos devem ser autorizados pelo paciente

Justiça • Estabelece como condição fundamental a equidade:


obrigação ética de tratar cada indivíduo conforme o que é
moralmente correto e adequado, de dar a cada um o que lhe é
devido

• O profissional deve atuar com imparcialidade, evitando ao


máximo que aspectos sociais, culturais, religiosos, financeiros
ou outros interfiram na relação profissional-paciente

• Os recursos devem ser equilibradamente distribuídos, com o


objetivo de alcançar, com melhor eficácia, o maior número de
pessoas assistidas

Beneficência • Refere-se à obrigação ética de maximizar o benefício e


minimizar o prejuízo

• O profissional deve ter a maior convicção e informação


técnica possíveis que assegurem ser o ato médico benéfico ao
paciente (ação que faz o bem)

Não maleficiência Reduzir os efeitos adversos ou indesejáveis das ações


diagnósticas e terapêuticas no ser humano.
48

Epidemiologia
49
A epidemiologia é o estudo dos fatores que determinam a frequência e a
distribuição das doenças nas coletividades humanas. A epidemiologia abrange
sobre os problemas de saúde em grupos de pessoas.

As principais atuações da epidemiologia são:

• Diagnósticos de saúde comunitária


• Monitoramento das condições de saúde
• Identificação dos determinantes de doenças
• Validação de métodos diagnósticos
• Estudo da história natural das doenças e seu prognóstico
• Avaliação de intervenções médico-sanitárias
• Avaliações terapêuticas

Caracterização da abordagem epidemiológica

ABORDAGEM EPIDEMIOLÓGICA

Tipo de diagnóstico Comunitário/populacional

Objetivo Melhorar o nível de saúde da comunidade;

Identificar fatores de risco Dados populacionais

Informação necessária Dados com referência de tempo e espaço geográfico de causas


de morte, serviços de saúde, incapacidade, fatores de risco

Ações Programas de saúde/promoção

Monitoramento no tempo Mudanças no estado de saúde da população, como por


exemplo, diminuição de mortalidade, incidência, prevalência

Conceitos básicos de epidemiologia

EPIDEMIA PANDEMIA ENDEMIA SURTO

Quando há um aumento Compreende um número de Ocorre com certo número de Aumento repentino do
do número de casos de casos de doença, acima do casos da doença controlados número de casos, dentro de
determinada doença, muito esperado, afetando vários em determinada região limites muito restritos ou de
acima do esperado e não países e continentes uma doença específica
delimitado a uma região
50
Na epidemiologia o entendimento da saúde partirá da definição individual que construirá no conceito
coletivo que está determinado pelo contexto histórico. Os parâmetros utilizados para sua definição
nortearam a criação dos indicadores epidemiológicos.

Indicadores de saúde
Após os cuidados a serem observados quanto à qualidade e cobertura dos dados de saúde, é
preciso transformar esses dados em indicadores que possam servir para comparar o observado em
determinado local com o observado em outros locais ou com o observado em diferentes tempos.
Portanto, a construção de indicadores de saúde é necessária para analisar a situação atual de saúde,
fazer comparações e avaliar mudanças ao longo do tempo.

Os indicadores são classificados em:

• Demográficos
• Recursos e coberturas
• Socioeconômicos
• Morbidade
• Mortalidade

Os indicadores de morbidade e mortalidade são os mais utilizados em saúde.

INDICADORES DE MORBIDADE INDICADORES DE MORTALIDADE

• Os indicadores de morbidade medem a frequência de • Os indicadores de mortalidade geral ou por causas


problemas de saúde específicos como infecções, cânceres, específicas permitem comparar o nível geral de saúde e
acidentes de trabalho etc identificar causas de mortalidade relevantes como acidentes,
tabagismo etc
• As fontes de dados costumam ser registros de hospitais e
serviços de saúde, notificação de doenças sob vigilância e • O registro da mortalidade requer o atestado de óbito, para o
inquéritos de soro prevalência e de autorrelato de doenças, qual é usado a Declaração de Óbito
entre outros
• A mortalidade se apresenta geralmente como números
• É necessário mencionar que as doenças crônicas, pela sua absolutos, proporções, ou taxas por idade, sexo e causas
longa duração, requerem o monitoramento das etapas clínicas, específicas
pelo que é preferível contar com os registros de doença
(exemplo: câncer, infarto agudo do miocárdio)

Indicadores de morbidade
As medidas de frequência mais comuns de doença são: prevalência e incidência.
51
Prevalência

É a medida do número total de casos existentes, chamados casos


prevalentes, de uma doença em um ponto ou período e em uma
população determinada, sem distinguir se são casos novos ou
não. A prevalência é um indicador da magnitude da presença de
uma doença ou outro evento de saúde na população.

Taxa de prevalência = Número de casos existentes


Número de pessoas estudadas na população

Incidência

É a medida do número de casos novos, chamados casos


incidentes, de uma doença, originados de uma população em
risco de sofrê-la, durante um período determinado. A incidência
é um indicador da velocidade de ocorrência de uma doença ou
outro evento de saúde na população e, consequentemente, é
um estimador do risco absoluto de vir a padecer da mesma.

Taxa de incidência = Número de casos novos em determinado período


Número de pessoas expostas ao risco no mesmo período

Indicadores de mortalidade

As taxas de mortalidade podem se referir a uma comunidade,


amostra populacional, a toda a população de um país ou território
e também, podem ser calculadas para grupos específicos de
população, conforme sexo, idade, grupos de doenças ou outras
características relevantes.

Existem alguns indicadores de mortalidade referidos a grupos


As taxas também podem ser nomeadas
populacionais específicos e aos que convencionalmente são
de coeficientes
chamadas “taxas”. Particularmente, é necessário lembrar dois
deles, de especial relevância: a “taxa” de mortalidade infantil e
da razão de mortalidade materna.

Taxa de mortalidade infantil = Número de óbitos menores de 1 ano de idade x 1000


Número de nascidos vivos
52
Razão de mortalidade materna = Número de óbitos maternos x 100.000
Número de nascidos vivos

A taxa de letalidade é importante para avaliar a severidade


de uma epidemia e desta forma, conhecer quantas das
pessoas doentes morrem, isso é, a proporção de casos
fatais entre o total dos casos.

Taxa de letalidade = Número de óbito


Número de casos

Estudos Epidemiológicos
A realização de estudos epidemiológicos é fundamental
para que sejam identificadas as causas ou a etiologia das
doenças e seus fatores de risco. Desta forma, é possível
desenvolver estratégias preventivas que reduzam ou
mesmo eliminem a exposição aos fatores de risco.
A objetivo primordial desses estudos é a redução da
morbidade e mortalidade por agravos ou doenças.
Em consoante a isto, para desenvolver estudos
epidemiológicos é necessário iniciar por um problema de
pesquisa relacionado a uma doença ou agravo em uma
dada população.

A escolha do tipo de estudo depende da hipótese, objetivos


e recursos disponíveis. Partindo-se de uma classificação
mais ampla, que divide os estudos em experimentais e
não experimentais (observacionais), cuja diferença está na
possibilidade de o investigador ter ou não controle sobre a
exposição de um fator (agente etiológico ou terapêutico).

Estudos experimentais
Ensaios clínicos são utilizados pela
indústria farmacêutica para investigação
Os estudos experimentais, mais conhecidos como ensaios
e desenvolvimento de medicamentos, clínicos ou estudos de intervenção são prospectivos (do
vacinas para que garanta a eficácia e presente para o futuro) para comparar determinada
segurança. investigação, por exemplo com placebo. Estudos
experimentais são considerados padrão-ouro para testar
eficácia.
53
Estudos observacionais

Dentre os tipos de estudos epidemiológicos observacionais


podem ser divididos em descritivos e analíticos:

Descritivo

A epidemiologia descritiva pode fazer uso secundários


(dados pré-existentes de mortalidade e hospitalizações,
por exemplo) e primários (dados coletados para o
desenvolvimento do estudo). Além disso, não se fazem
associações e geralmente utilizados para doenças ainda
não elucidadas. Exemplos: Relatos de casos e Série de
casos.

Analítico

Estudos analíticos são aqueles delineados para examinar


a existência de associação entre uma exposição e uma Nos estudos retrospectivos, todas as
informações sobre a exposição e o
doença ou condição relacionada à saúde. Os principais
desfecho já ocorreram antes do início
delineamentos de estudos analíticos são: do estudo. Nos estudos prospectivos, a
exposição pode (ou não) já ter ocorrido,
mas o desfecho ainda não ocorreu.
Estudos observacionais analíticos

ECOLÓGICO TRANSVERSAL/ CASO-CONTROLE CORTE


SECCIONAL

• Estudos em a análise é • “Registo fotográfico” de • Parte-se de indivíduos com • “Filme” da situação


voltada para uma população uma determinada situação doença (casos) e sem doença
• Parte-se de grupos com
ou um grupo de pessoas, em um determinado (controles)
ou sem fator de exposição
que geralmente pertence a momento
• Busca no passado a e quando ainda não
uma área geográfica definida
• Determinação simultânea presença ou ausência do desenvolveram o desfecho
(cidade, estado e país)
do fator de interesse e fator de exposição de interesse
• Utilizado para avaliar desfecho para avaliar se há
• Compara-se o grupo para • Os grupos são seguidos ao
como os contextos social relação entre as variáveis
investigar a associação entre longo do tempo e observa-se
e ambiental podem afetar
• Utilizado para avaliar a o evento de interesse quem desenvolve ou não o
a saúde dos grupos
prevalência de doenças desfecho
populacionais • Utilizado para avaliar
doenças raras e situações de • Pode ser realizado de forma
surtos retrospectiva e prospectiva

• Utilizado para avaliar


incidência das doenças
54

Questões
55
1. Na organização do Sistema Único de Saúde b) Justiça.
(SUS), a Região de Saúde é um espaço geográfico c) Confidencialidade.
contínuo, constituído por grupos de municípios
d) Autonomia.
limítrofes, delimitado a partir de identidades
culturais, econômicas e sociais, com redes de e) Respeito pela pessoa humana.
comunicação e infraestrutura de transportes
compartilhados, com a finalidade de integrar a
organização, o planejamento e a execução de 3. De acordo com a Lei nº 8080/1990, o
ações e serviços de saúde. Para ser instituída, Sistema Único de Saúde (SUS) obedece a alguns
uma Região de Saúde deve conter, no mínimo, princípios. Assinale a alternativa incorreta que
as seguintes ações e serviços: apresenta apenas os princípios do Sistema Único
de Saúde.
a) Atenção primária; urgência e emergência;
atenção ambulatorial especializada; atenção a) Proibida a participação da comunidade.
hospitalar; vigilância epidemiológica; vigilância b) Igualdade da assistência à saúde, sem
sanitária. preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.
b) Atenção primária; atenção ambulatorial c) Direito à informação, às pessoas assistidas,
especializada; atenção hospitalar; programa sobre sua saúde.
de imunização; atenção psicossocial; unidade
coronariana. d) Preservação da autonomia das pessoas na
defesa de sua integridade física e moral.
c) Atenção primária; vigilância em saúde;
atenção psicossocial; atenção ambulatorial
especializada; urgência e emergência; atenção 4. De acordo com a Lei n. 8.080, de 19 de
hospitalar. setembro de 1990, são ações previstas no campo
d) Urgência e emergência; atenção primária; de atuação do Sistema Único de Saúde, EXCETO,
vigilância em saúde; atenção psicossocial;
sistema de informação em saúde; atenção a) a execução de ações de vigilância em saúde do
hospitalar. trabalhador e de assistência terapêutica integral,
inclusive farmacêutica.
e) Prevenção e promoção da saúde; atenção
primária; atenção ambulatorial especializada; b) a participação na formulação da política e na
urgência e emergência; atenção hospitalar; execução de ações de saneamento básico.
central de regulação de vagas. c) a formulação da política de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos e outros
insumos de interesse para a saúde e a participação
2. A Bioética (“ética da vida”) é um campo na sua comercialização.
do conhecimento que aborda as possíveis
implicações, positivas ou negativas, dos avanços d) a colaboração na proteção do meio ambiente,
da ciência, assim como trata dos limites e das nele compreendido o do trabalho.
finalidades da intervenção do homem sobre e) a ordenação da formação de recursos humanos
a vida. Qual das alternativas a seguir NÃO na área de saúde.
apresenta um fundamento ou um princípio da
Bioética?
5. Sobre os princípios doutrinários e
a) Beneficência. organizativos do Sistema Único de Saúde
56
(SUS), numere a coluna da direita com base na
informação da coluna da esquerda. a) 1 – 2 – 3 – 4 – 5.
b) 2 – 5 – 4 – 3 – 1.
1. Universalidade
c) 2 – 5 – 3 – 1 – 4.
2. Equidade
d) 2 – 3 – 4 – 5 – 1.
3. Integralidade
e) 1 – 3 – 5 – 4 – 2.
4. Resolubilidade
5. Descentralização
6. O Ministério da Saúde lançou, em 2003, a
( ) É a garantia de atenção à saúde, por parte política nacional de humanização (PNH) com o
do sistema, a todo e qualquer cidadão. Desta intuito de construir uma política de qualificação
forma, o indivíduo passa a ter direito de acesso a do Sistema Único de Saúde (SUS) e colocar em
todos os serviços públicos de saúde, assim como prática seus princípios no cotidiano dos serviços.
àqueles contratados pelo poder público. Para dar consequência às suas pretensões, a
PNH instituiu princípios, método, diretrizes
( ) É o reconhecimento na prática dos serviços
e dispositivos. São dispositivos da PNH, entre
de que cada pessoa é um todo indivisível e
outros:
integrante de uma comunidade; as ações de
promoção, proteção e recuperação da saúde
a) projeto terapêutico singular e projeto de saúde
formam também um todo indivisível e não
coletiva; acolhimento com classificação de risco;
podem ser compartimentalizadas e as unidades
inclusão dos diferentes sujeitos na produção de
prestadoras de serviço, com seus diversos graus
autonomia.
de complexidade, formam também um todo
indivisível configurando um sistema capaz de b) projeto terapêutico singular e projeto de saúde
prestar assistência integral. coletiva; acolhimento com classificação de risco;
transversalidade de saberes e práticas.
( ) É entendida como uma redistribuição das
responsabilidades quanto às ações e serviços c) projetos cogeridos de ambiência; acolhimento
de saúde entre os vários níveis de governo, a com classificação de risco; indissociabilidade
partir da ideia de que quanto mais perto do fato entre atenção e gestão.
a decisão for tomada, mais chance haverá de
d) projetos cogeridos de ambiência; acolhimento
acerto.
com classificação de risco; programas de
( ) É a exigência de que, quando um indivíduo qualidade de vida e saúde para os trabalhadores
busca o atendimento ou quando surge um da saúde.
problema de impacto coletivo sobre a saúde,
o serviço correspondente esteja capacitado
para enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua 7.Dentre as práticas e mudanças ocorridas no
competência. SUS, as novas diretrizes propõem a organização
dos Serviços de Saúde
( ) É assegurar ações e serviços de todos os
níveis de acordo com a complexidade que cada
a) centralizando serviços de baixa e média
caso requeira, more o cidadão onde morar, sem
complexidade.
privilégios e sem barreiras.
b) em redes de Atenção em Saúde.
Assinale a alternativa que apresenta a numeração
c) com planejamento descendente e ênfase nas
correta na coluna da direita, de cima para baixo.
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políticas nacionais. a) Somente a afirmativa I é verdadeira.
d) definindo a alta complexidade como porta de b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
entrada dos serviços de saúde.
c) Somente a afirmativa III é verdadeira.
e) aumentando o número de hospitais de
d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
pequeno porte em municípios do interior.
e) As afirmativas I, II e III são verdadeiras.

8. A prevenção, não relacionada ao risco


de doenças e sim ao risco de adoecimento 10. O Art. 7º da Lei 8.080/1990 estabelece que
iatrogênico, ao excessivo intervencionismo “as ações e serviços públicos de saúde e os
diagnóstico e terapêutico e a medicalização serviços privados contratados ou conveniados
desnecessária com consequente que integram o Sistema Único de Saúde (SUS),
intervencionismo médico excessivo que implica são desenvolvidos de acordo com as diretrizes
atividades médicas desnecessárias caracteriza a previstas no art. 198 da Constituição Federal
prevenção: (...)”. Em relação a estas diretrizes assinale a
alternativa correta:
a) quaternária.
I - Descentralização, com direção pactuada
b) terciária.
pelas três esferas de governo;
c) secundária.
II - Atendimento integral, com prioridade para
d) primária. as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais;
e) primordial.
III - Participação da comunidade.

9. Segundo a Lei nº 8.142, de 28 de dezembro a) As alternativas I, II e III estão corretas


de 1990, que dispõe sobre a participação da
b) Somente I e II estão corretas
comunidade na gestão do Sistema Único de
Saúde (SUS), analise as assertivas a seguir: c) Somente II e III estão corretas
d) Somente I e III estão corretas
I - A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada
e) As alternativas I, II e III estão incorretas.
dois anos com a representação dos vários
segmentos sociais, para avaliar a situação de
saúde e propor as diretrizes para a formulação
da política de saúde nos níveis correspondentes.
II - A representação dos usuários nos Conselhos
de Saúde e Conferências será paritária em rela
ção ao conjunto dos demais segmentos. GABARITO
III - O Conselho de Saúde, em caráter temporário
e deliberativo, é um órgão colegiado composto 1 2 3 4 5
por representantes do governo, prestadores de c c a c e
serviço, profissionais de saúde e usuários.
6 7 8 9 10
Assinale a alternativa CORRETA.
d b a b c
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59

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