Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nos dias atuais o Sistema Único de Saúde (SUS) está presente em todos os
municípios do país. Isto foi possível após a redemocratização e a reconfiguração da
Federação de 1988, onde houve a criação deste sistema, embora com algumas
deficiências, representa um grande avanço em relação ao panorama anterior de
1988 (NORONHA et al., 2013).
Antes da Constituição Federal de 1988, a saúde pública brasileira era regida
pelo Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (Inamps), criado
em 1977. O sistema público de saúde atendia apenas a quem contribuía a
Previdência Social e seus dependentes. Quem não dispunha de carteira de trabalho
registrada e era desprovido de recurso financeiro, dependia das Santas Casas de
Misericórdia e Filantropia, mas o número dessas instituições era pequeno para as
grandes demandas. Nesta época não existia prevenção à saúde, onde era
considerada saúde quando havia ausência de doença, fazendo que o acesso
hospitalar fosse numeroso, pois o paciente só iria ser atendido quando a doença já
estava instalada. A responsabilidade era totalmente centralizada no poder Federal,
sem a participação dos estados, municípios e dos usuários (PAIVA et al., 2014).
Um movimento foi iniciado na década de 1970, a favor da saúde coletiva e da
organização dos serviços de atenção à saúde. Em 1978, na Conferência
Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, foi estabelecido o consenso
mundial na Declaração de Alma-Ata, que defendia a saúde como um direito
fundamental humano dos povos e dever do Estado prover condições adequadas
para a garantia desse direito. Se considera que a participação no planejamento e
execução dos cuidados de saúde é um direito da população. Na Declaração de
Alma-Ata, a principal estratégia para o cumprimento de uma das metas (para o ano
2000) dos países, das organizações internacionais e de toda comunidade mundial
era por meio da APS – o alcance, por parte de todos os povos do mundo, de um
nível de saúde que lhes permitisse levar uma vida social e economicamente
produtiva (OMS, 1978). Essa meta é composta de dez itens que enfatizam a APS
como essencial para a promoção, prevenção e recuperação da saúde, sendo que
em um item está estabelecido que os cuidados primários de saúde constituem:
[...] cuidados essenciais baseados em métodos práticos,
cientificamente bem fundamentados e socialmente aceitáveis e em
tecnologia de acesso universal para indivíduos e suas famílias na
comunidade, e a um custo que a comunidade e o país possam manter em
cada fase de seu desenvolvimento, dentro do espírito de autoconfiança e
autodeterminação. Os cuidados primários são parte integrante tanto do
sistema de saúde do país, de que são ponto central e o foco principal, como
do desenvolvimento socioeconômico geral da comunidade. Além de serem
o primeiro nível de contato de indivíduos, da família e da comunidade com o
sistema nacional de saúde, aproximando ao máximo possível os serviços de
saúde nos lugares onde o povo vive e trabalha, constituem também o
primeiro elemento de um contínuo processo de atendimento em saúde
(OMS, 1978).
BRASIL. BVS APS Atenção primária a saúde. Quando foi iniciada a estratégia de
saúde de família no Brasil. São Paulo – SP, 2015. Disponível em < https://aps-
repo.bvs.br/aps/quando-foi-iniciada-a-estrategia-de-saude-da-familia-no-brasil/>.
Acesso em 08 de setembro de 2022.