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Para melhor entendermos a realidade hoje existente no sistema de saúde pública do Brasil
é necessário conhecer os fatos da história envolvidos neste processo assim como sua influência
sócio-econômica. No cenário atual a saúde pública se sustenta em um sistema único e universal o
SUS, surgindo após seu regulamento em 1990 que determinou sua forma de organização e de
funcionamento.
Com a proclamação da República em 1889 inicia um novo ciclo, nessa época devido as
péssimas condições de saneamento as epidemias se alastravam e a produção de café, atual
alicerce da economia nacional, tinha seu crescimento prejudicado. Viu-se então a necessidade de
ações na área de saneamento, urbanização, incentivo a pesquisa e combate a algumas doenças
epidêmicas.
Em 1903, Oswaldo Cruz foi o responsável pela reforma da saúde com a implantação do
código sanitário e pela campanha de vacinação obrigatória, tornando-se alvo de muitas críticas.
Dada a sua extrema rigidez sua política culminou com o surgimento de um movimento popular
conhecido como a Revolta da Vacina.
A burocracia em saúde pública teve início com a criação Diretoria Nacional de Saúde
Pública (DNSP) em 1920 e das Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPS), onde o Estado nada
contribuía. A partir dos anos 30 Getúlio Vargas, o pai dos trabalhadores, regula a economia
nacional baseando-se na industrialização. Com ele veio a criação do MESP, o MTIC que visava
proteção ao trabalhador e a ampliação das CAPS com a criação dos Institutos de Aposentadoria e
Pensões (IAPS), iniciando a montagem de um sistema de previdência social, ainda limitado aos
trabalhadores contribuintes.
O cenário era da exclusão de uma boa parcela da população do direito à saúde, prestada
pelo INPS, o movimento sanitário tentava reverter isso, possibilitando transformações concretas
ainda nos anos 70. Foram adotadas um conjunto de medidas favorecendo a construção de
políticas mais universalistas. O Fundo de apoio ao desenvolvimento Social (FAS) repassou
grande parte de seus recursos para expansão do setor hospitalar privado, um investimento de
fundo perdido.
Em 1980 foi realizada a VII Conferência Nacional de Saúde, em seu relatório consta a
saúde como Direito do cidadão garantida pelo Estado. Esse relatório serviu como instrumento
para pressão política, suas propostas não foram atendidas de imediato porem após a conferencia
foi constituído o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) estratégia ponte na
construção do SUS. Na assembleia Nacional Constituinte de 1987/88 o SUS foi aprovado, peça-
chave no processo de luta e construção do modelo protetor brasileiro.
Diferente dos planos até então propostos pelo governo, o SUS torna a saúde um direito de
todos e dever do Estado, sendo proibidas cobranças de dinheiro sob qualquer pretexto,
mostrando-se uma grande conquista da sociedade, objetivava sanar os problemas enfrentados
pela população na época e promover a justiça social e assistência à saúde para todos.