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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIENCIAS DE PINHEIRO - CCPI


CURSO DE MEDICINA

THAIS VIEIRA DE MORAIS SOUSA

ANÁLISE CRÍTICA: A DISPLICÊNCIA DO GOVERNO E DAS EMPRESAS


PRIVADAS FRENTE À SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

Pinheiro
2024.1
THAIS VIEIRA DE MORAIS SOUSA

ANÁLISE CRÍTICA: A DISPLICÊNCIA DO GOVERNO E DAS EMPRESAS


PRIVADAS FRENTE À SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL

Disciplina: Bases de formação Científica (BFC - MÓDULO 1)

Docente: Sueli Costa

Pinheiro
2024.1
Relatório Acadêmico: A HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL – 500 ANOS NA
BUSCA DE SOLUÇÕES

SAÚDE NO BRASIL – VIVA O SUS

Primeiramente, o documentário, produzido pela FioCruz, enfatiza os reflexos


constatados na saúde pública do Brasil - marcada desde o princípio por desigualdades no
acesso– e nas condições de vida da classe trabalhadora à falta de investimento do Governo
Federal e das empresas privadas na saúde pública como um fator que agrava ainda mais a
situação.
INÍCIO: No descobrimento do Brasil com as grandes navegações foi descoberto a situação da
saúde - que foi piorada com a chegada dos colonizadores - vivida pelos índios. Nessa
perspectiva, o documentário destaca os 389 anos da colônia e império brasileiros em que
quase nada foi feito pela saúde do Brasil, logo, pobres e escravos eram os primeiros a morrer
no território nacional. Contudo, os colonos e os nobres tinham maiores chances de enfrentar
as doenças – fato que deixa evidente a desigualdade no âmbito da saúde do Brasil - sendo a
opção dos cidadãos o hospital da Santa Casa da Misericórdia ou os curandeiros que tinham
conhecimento das terapias de cura e do poder das ervas medicinais.
DOM PEDRO I: Transformou as escolas em faculdades e criou órgãos para vistoriar a higiene
pública, porém foram medidas pouco eficazes para “inglês ver” (como chamadas no período,
pois foram implantadas na tentativa de refutar a reputação externa do país), visto que o Brasil
ficou com a imagem de um país doente.
REPÚBLICA: Esperança de melhorias na saúde, porém a imagem de um país insalubre
assombrava os operários.
1900-1920: Marcado por reformas urbanas e sanitárias nas grandes cidades e nas áreas
portuárias do Rio de Janeiro contrárias ao interesse político e econômico. No entanto, o
crescimento dependia de uma população saudável. Ademais, Oswaldo Cruz inseriu a
vacinação obrigatória contra a varíola com campanhas que chegaram até os sertões do país,
levando a importância da saúde no meio rural.
ANOS 20: Surgiram as caixas de aposentadoria e pensão (CAPS)- criada pelos trabalhadores.
Outrossim, com a chegada de Getúlio Vargas no poder a IAPS sofreu com desvio de dinheiro
da saúde para as indústrias.
CONSTITUIÇÃO DE 1934: Proporcionou aos trabalhadores novos direitos como assistência
médica e a licença gestante.
1943: CLT (consolidação das leis do trabalho) - benefícios à saúde e o salário-mínimo.
1953: Ministério da Saúde - políticas atendimento nas zonas rurais enquanto nas cidades o
acesso a saúde era privilégio dos trabalhadores com carteira assinada.
1964: Maior investimento nas indústrias, o que fomentou o aumento da dengue, meningite e
malária.
ANOS 70: FAZ destina parte do dinheiro para a saúde. Contudo, tem-se a piora no serviço
público que deu força para as empresas privadas e os brasileiros entrarem na roda viva dos
planos de saúde.
8ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE: Serviu de base para a elaboração da
constituição de 1988 e a criação do SUS.
ATUALMENTE: O SUS não recebe verbas suficiente e a saúde continua sofrendo com os
casos de corrupção.
Art. 196 Saúde um direito de todos, um dever do Estado.

Relatório Acadêmico: AS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL – DOCUMENTÁRIO DE


RENATO TAPAJÓS

SAÚDE COLETIVA

Paralelamente, vale ressaltar o filme desenvolvido por Renato Tapajós: Políticas


de Saúde no Brasil, obra produzida pela Tapiri Cinematográfica e veiculado pela TVT. Nesse
documentário é relatado a influência da política no histórico precário de ações do governo e
das empresas privadas no âmbito da saúde pública no Brasil - desde 1900 até os dias atuais -
no que diz respeito ao alcance do direito salutar.
1900: Epidemias de cólera, de varíola, de malária, de tuberculose, de febre amarela nas
principais cidades brasileiras. Nesse viés, no começo do século XX a população pobre
dispunha apenas de atendimento filantrópico nos hospitais de caridade mantidos pela igreja.
1904: Vacinação obrigatória e revolta contra a vacina é derrotada.
1917: Operários em greve.
1918: Gripe espanhola mata milhares de pessoas, médicos não sabem o que fazer contra a
doença e o governo nada faz para a saúde pública.
1919: Grevistas fazem acordo com o patrão e voltam ao trabalho.
1922: Tenentes se revoltam e tomam o forte de Copacabana
1923: Lei que regulamenta as caixas de aposentadoria e pensões sendo financiadas pelas
empresas, seus trabalhadores e pela união.
O que é o centro de saúde? “A obra do centro de saúde é social e educativa
contrapõem- se a higiene obsoleta e o espírito policial de outras épocas. O médico
sanitarista e as educadoras substituem os guardas, inspetores e delegados. À família
é a célula mater da sociedade e o centro da nossa saúde!” – Doutor Geraldo Paulo
Sousa

1924: São Paulo é bombardeada e os tenentes querem reformar o país.


1930: Presidente Getúlio Vargas centraliza e uniformiza as estruturas de saúde.
1932-1934: Os recursos dos IAPS foram sempre aplicados pelo governo no financiamento da
industrialização do país e pouco utilizado na saúde coletiva da população, sendo os humildes
(não tinham condições de pagar as contribuições) mais afetados com a falta de aposentadoria
e de assistência médica.
1937: Depois da tentativa de golpe integralista, o presidente Getúlio Vargas decretou estado
de sítio, o cancelamento das eleições, o fechamento do congresso e anunciou o advento do
Estado Novo. Ademais, ocorreu o financiamento pelos americanos, que precisam da borracha
para esforço de guerra, ao SESP (Atividades do serviço social de Saúde Pública no interior do
país) como uma iniciativa da saúde pública para combater a malária e proteger os soldados da
borracha, sendo feito expedições trabalhando com índios, descobrindo doenças e combatendo
epidemias.
1945: Ditador Getúlio Vargas foi deposto. Em entrevista com o Doutor Roberto José ele
afirma que no período os modelos do centro de saúde vêm enfrentando oposição dos médicos
especialistas e a influência dos americanos que se tornou forte durante a guerra levou o Brasil
a adotar o mesmo modelo de atenção à saúde dos americanos como grandes hospitais,
médicos de todas as especialidades e grande quantidade de equipamentos.
1950: Volta de Getúlio Vargas pelo voto popular que criou o Ministério da Saúde para
fortalecer as ações em saúde pública e a medicina preventiva, sendo as empresas médicas o
futuro da assistência médica.
1964- 1978: Governo unifica o sistema previdenciário -IAPS e outros órgãos em um sistema
único- chamado Instituto Nacional de Previdência Social(INPS) que concentra todas as
contribuições previdenciárias do País incluindo os trabalhadores da indústria, do comércio e
do serviço. O Governo Federal anuncia a extensão da previdência social aos trabalhadores
rurais. Porém, casos de censura são relatados para encobrir a falta de ações para saúde pública
e a preferência por lucro. Assim, o Governo toma a iniciativa de criar o sistema nacional de
previdência e assistência social (SINPAS) que passa a reunir todos os órgãos do INAMPS e
INPS.
1979-1985: São feitos movimentos sociais contra o sistema previdenciário que está
tecnicamente falido. Sob esse viés, o IAPS dispõe mais dos recursos necessários para manter
a assistência médica, porém medidas tão sendo tomadas como admissão dos gastos,
benefícios e o aumento das contribuições. Dessa forma, fica evidente que existe mais pessoas
necessitando de atendimento médico e se aposentando quando a economia está em crise, ou
seja, mais dinheiro saindo do que entrando.
1986: 8ª conferência nacional de saúde, aprovação da criação do SUS que tem como
princípios a universalidade, integralidade e a equidade.
1990: Aprovação da regulamentação do SUS com as Leis 8080 e 8142, Impeachment de
Collor, dificuldades na implantação do SUS e crise na previdência. Contudo, o Ministério da
Saúde lança o programa Saúde da Família que vai prestar assistência domiciliar à população.
Por fim, ocorre a terceirização do SUS, sendo o setor privado priorizado e o setor público
negligenciado.
CONCLUSÃO

Portanto, o SUS tem muitos “inimigos”, como a iniciativa privada e o governo,


visto que para aqueles que usam a doença como fonte de lucro não interessa o sistema público
de qualidade; mas existe outros inimigos como, por exemplo, a falta de responsabilidade
sanitária de algumas autoridades e a terceirização da saúde, na qual aqueles que podem pagar
ou que tem plano de saúde são atendidos imediatamente de forma diferenciada. Desse modo,
o orçamento é pouco e as necessidades são gigantes, porém o SUS atende a mais de um
milhão de pessoas por dia e cerca de 98% das pessoas que procuraram o atendimento no SUS
foram atendidas, segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Como visto,
fatores políticos, econômicos e sociais influenciaram diretamente na situação salutar dos
cidadãos. Contudo, graças a participação popular na luta por esse direito, é possível visualizar
na contemporaneidade o Sistema Único de Saúde que busca a universalidade, a integralidade
e a equidade.
REFERÊNCIAS

A história da saúde pública no Brasil: 500 anos na busca de soluções


-https://youtu.be/7ouSg6oNMe8?feature=shared.

Políticas de Saúde no Brasil – Documentário de Renato Tapajós


-https://youtu.be/EOACL0yhxBU?feature=shared.

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