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Mariana Vitória Cabral De Oliveira

RESENHA CRÍTICA SOBRE O FILME HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO


BRASIL

O filme retrata a evolução da saúde pública brasileira, desde o início do interesse na área
da saúde até nossos dias atuais. Descreve o interesse econômico imperando sobre as
necessidades básicas de saúde no Brasil.
Início do século XX, as epidemias assolam as principais cidades brasileiras. A
população pobre só se dispunha de filantropia e hospitais de caridade mantidos pela
igreja.

Se devolveu com a história política brasileira, ressaltando os meios que foram criados
para sua implementação, desde as Caixas de Aposentadorias até a criação do SUS. Os
investimentos e o próprio conceito de saúde oscilavam de acordo com essas forças,
uma vez que eram elas as responsavam por delimitarem as condições desse âmbito.
Junto a isso, também há uma dicotomia que divide as formas de se acessar saúde
ao longo do tempo: médicos privados versus casas de caridade; contribuintes do
Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAPs) versus não contribuintes; Hospitais
Gerais versus Centros de Saúde; Movimentos sociais e sucateamento da
saúde; Sistema Único de Saúde (SUS) e atendimento privado.

A primeira dicotomia da saúde brasileira é percebida pela separação entre


ricos e pobres, na qual os primeiros possuem recursos financeiros para pagar
consultas particulares, enquanto os últimos dependem exclusivamente de
benzedeiras ou de casas filantrópicas ligadas à instituição religiosa.
Em seguida, as configurações sociais supracitadas se desenvolveram ao
longo da história por meio do fluxo do poder político brasileiro, ou seja, com as
trocas de presidentes e seus respectivos modos de governar. Um dos primeiros
exemplos dessa movimentação política - que envolve a saúde brasileira - foi no
período da abolição da escravatura. Neste momento houve uma diminuição da mão
de obra no país concomitante ao surgimento de diversas epidemias que se
alastraram nas grandes cidades, impedindo a vinda de imigrantes para suprir tal
demanda.

A fim de melhorar a imagem do país perante os imigrantes, o governo


investe em vacinas obrigatórias e em saneamento básico, levando ao surgimento de
revoltas populares conhecidas como a “Revolta da Vacina”. Elas ocorreram devido a
obrigatoriedade e a intervenção militar, e eram protagonizadas pelos trabalhadores.
A classe trabalhadora assumiu um papel de extrema importância no jogo de
forças que moldaram a criação de leis que garantem o acesso dos mesmos à saúde.
Foi só a partir de greves e revoltas que essa população conquistou o direito à
assistência médica e aposentadoria.

Nessa época surgiram movimentos sociais que começaram a questionar o


modelo de saúde vigente, por meio de conselhos populares para a discussão de
possíveis ações. A saúde encontrava-se em uma situação na qual os valores
arrecadados com os IAPs eram menores que o custos da execução da assistência à
população. Com essa situação, a participação popular começa a tomar um espaço
maior dentro das discussões da saúde, sendo essas ações a semente do SUS. A
partir dessas discussões foram pensados modelos alternativos de saúde pública que
carregam a participação social como principal característica.

Em oposição ao SUS, existe o atendimento privado oferecido pelos planos de


saúde, que em decorrência de um menor número de pessoas que pagam para

utilizar tal serviço, conseguem realizar algumas atividades com menor tempo e maior
“qualidade” em comparação ao SUS.
Entretanto, o atendimento privado permanece voltado principalmente a
assistência médica, se baseando em um conceito de saúde como ausência de
doença e articulado ao capitalismo, sendo seu foco a internação pois, quanto mais
tempo se permanece em tratamento, maior lucro é gerado para a empresa. Em
contrapartida, o SUS tem suas ações norteadas pela ideia de promoção de saúde e
prevenção de doença, aproximando-se da população não somente para curar
doenças, mas também para preveni-las.

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