O filme "História da saúde pública no Brasil” inicia falando sobre a virada do
século e as expectativas pelas inovações tecnológicas e científicas que iriam ocorrer. No entanto, o início do século também foi marcado por epidemias de doenças como a cólera, malária, tuberculose, febre amarela e a varíola. Nessa época houve um aumento da pressão política por medidas para resolver essa situação, visto que navios imigrantes, não queriam mais ancorar em postos brasileiros por medo dessas doenças. Já nesse período era evidente as diferenças no tratamento de ricos que podiam pagar por atendimento médico e os pobres que só podiam recorrer às benzedeiras e à caridade da igreja. O período de 1900 a 1920 foi marcado por várias reformas sanitárias que buscavam a limpeza de grandes cidades como o Rio de Janeiro e de áreas portuárias como o porto de Santos. No entanto, apesar dessas medidas o Brasil continuava sofrendo com epidemias e crises sanitárias, a exemplo da gripe espanhola que causou a morte de 300 mil brasileiros. Mesmo que medidas de saúde fossem contra os interesses econômicos e políticos, o país só poderia crescer se sua população estivesse saudável e capaz de trabalhar. Algumas campanhas de saúde foram feitas por sanitaristas durante esse período. Entre eles o médico Oswaldo Cruz, cujas medidas levaram a revolta da população, ao tornar a vacinação contra a varíola obrigatória. Outra medida adotada foi a criação das caixas de aposentadoria e pensão( CAPS) que surgiram nos anos 20, na tentativa de garantir que os trabalhadores estivessem protegidos em casos de doenças ou durante a velhice. Posteriormente esse modelo foi ampliado e passou a se chamar Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPS), abrangendo várias categorias profissionais. Entretanto as verbas destinadas à saúde foram desviadas para outros setores, e a industrialização do país foi financiada pelos recursos dos IAPS. O que dificultava que os atendimentos de saúde chegassem a todos. E mesmo com a adoção dessas medidas o Brasil continuava doente. O Ministério da Saúde foi criado em 1953, e se ocupava das políticas de atendimento em zonas rurais, enquanto nas cidades só tinham acesso aos atendimentos de saúde os trabalhadores com carteira assinada. Durante a ditadura militar houve redução das verbas destinadas à saúde. Doenças como a dengue, malária e a meningite se tornaram endêmicas o que ocasionou um aumento da mortalidade infantil. Esse cenário obrigou o estado a buscar soluções. Em 1966, foi criado o INPS na tentativa de unificar todos os órgãos previdenciários e melhorar os atendimentos médicos. Ainda assim, as verbas destinadas para a saúde correspondiam a apenas 1% do orçamento geral da união, o que representava uma piora nos serviços públicos de saúde dando forças para que os grupos de saúde privados crescessem. Fazendo com que a saúde virasse sinônimo de mercadoria. Posteriormente foi criado o sistema único de saúde (SUS), que estabelece o princípio de um sistema de saúde gratuito e de qualidade para todos os brasileiros, acompanhado de programas como o saúde da família (PSF) que também foram criados durante esse período. Apesar dos inegáveis avanços que o SUS trouxe, ele ainda enfrenta muitos desafios, como o recebimento insuficiente de verbas, o que reflete diretamente na qualidade de atendimento oferecido. Além disso, esse sistema ainda enfrenta casos de corrupção. E uma saúde de qualidade para o povo brasileiro continua sendo uma busca, apesar de estar contido no artigo 196 da constituição que a saúde é um direito de todos e um dever do estado.