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Unidade II

Unidade II
5 FARMACOLOGIA: POLIPATOLOGIA E POLIFARMÁCIA

A polifarmácia está relacionada ao uso de pelo menos uma medicação


sem prescrição médica num rol de prescrições supostamente necessárias.
A iatrogenia medicamentosa configura o efeito patogênico de um
fármaco ou da interação de vários fármacos. Esses fatores acabam
levando a uma consequente intoxicação medicamentosa (BERNARDES
et al. apud SILVA; SCHMIDT; SILVA, 2012, p. 165).

Iatrogenia é um distúrbio ou uma doença provocada pelo profissional de saúde (na maioria
das vezes após os tratamentos prescritos). Em pacientes hospitalizados, verifica-se que a
frequência de reações medicamentosas iatrogênicas é três a sete vezes mais observada em idosos
que em jovens e acredita-se que seja pela alteração do metabolismo do organismo em relação
aos medicamentos.

O diagnóstico das complicações medicamentosas nem sempre é fácil, pois a sintomatologia pode ser
inespecífica; além disso, muitas vezes, não está relacionada com nenhum tratamento medicamentoso.
Na dúvida, a conduta adequada é a suspensão da medicação. O que se observa é a prescrição injustificada
de outro fármaco, com o objetivo de controlar manifestações provocadas pelo uso de remédios,
estabelecendo, assim, uma cascata farmacoiatrogênica. Esta tendência ocorre com muita frequência
(SILVA; SCHMIDT; SILVA, 2012).

Outro ponto a ser destacado é que nem sempre o idoso segue adequadamente o tratamento
pretendido. Entendendo-se por automedicação alteração da dosagem, horário e o modo de usar, além
do uso de medicação sem prescrição. Os erros na ingestão ou a abstenção de medicamentos podem ser
tanto voluntários (a chamada transgressão terapêutica) quanto por ignorância, dificuldades visual e
auditiva, e confusão mental.

As principais causas de manifestações indesejáveis são: idade avançada; predominância no sexo


feminino; número elevado de fármacos; maiores doses e tratamentos prolongados; reações adversas
prévias; doenças subjacentes; diagnóstico impreciso; mau cumprimento terapêutico (apego terapêutico);
automedicação; estado nutricional alterado; alterações em farmacocinética e farmacodinâmica (algumas
em função das alterações fisiológicas de absorção e metabolismo).

Fisiologicamente, a distribuição, o metabolismo e a excreção de fármacos são diferentes na


população idosa. Desde a ingestão estes processos já podem apresentar alterações. A ação das drogas
é modificada, e sua concentração é afetada no sítio receptor. A diminuição da saliva e as alterações no
peristaltismo do estômago podem ocasionar que o fármaco fique aderido à mucosa, causando uma
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lesão local. O pH do estômago dos idosos é menos ácido e seus sucos gástricos menos abundantes,
portanto a absorção de medicamentos sofre alterações.

Quanto à absorção de substâncias, apesar de haver diminuição do intestino delgado com a idade,
não parece haver trocas importantes quanto a esta função. A diminuição de ácido, a diminuição da
perfusão do trato gastrointestinal e, possivelmente, a diminuição do transporte ativo da membrana
conduziriam a uma absorção deficiente. Portanto, devido a um trânsito mais lento, isto permite
que o fármaco permaneça mais tempo em contato com a superfície de absorção, obtendo-se um
balanço e uma compensação (NÓBREGA; KARNIKOWSKI, 2005).

No que se refere à distribuição de fármacos no organismo do idoso, há diminuição da massa


magra (muscular), aumento do tecido adiposo e diminuição de água no organismo (no caso de
medicamentos solúveis em lipídeos ou em água); reduzem os níveis de albumina sérica, porque
remédios ligados a proteínas terão distribuição distinta.

Quanto ao metabolismo, ocorre diminuição da massa hepática, portanto decresce a depuração


hepática em 30%; deteriora-se o metabolismo de oxidação; diminui o metabolismo de conjugação, e
o fluxo sanguíneo hepático também é limitado. “O metabolismo pré-sistêmico do fígado pode afetar
alguns medicamentos e condicionar a elevação de concentração no plasma” (OSCANOA, 2004).

A biodisponibilidade das drogas depende do sistema microssomial enzimático do fígado


que se encarrega de produzir metabólitos menos ativos e menos lipossolúveis para diminuir a
quantidade total de fármacos na circulação e, assim, baixar a quantidade utilizável para interações
com os órgãos. Diversas enzimas que são importantes na biotransformação de fármacos, como a
oxidase microssomial hepática, declinam lentamente e de forma muito variável com a idade, com
consequente aumento do volume de distribuição de fármacos lipossolúveis, já que a proporção de
gordura do corpo se acentua com a idade. Ao contrário da biotransformação hepática, a redução
da função renal durante o envelhecimento e o decréscimo da excreção de fármacos pelos rins
podem ser avaliados por testes laboratoriais de rotina, como o clearance renal.

São dados importantes da função renal senil: perda de 40% do parênquima renal; hialinização
de 20% a 30% dos glomérulos, mais pronunciadamente no córtex, levando ao decréscimo da
capacidade de filtração glomerular; extensão do número de divertículos tubulares, sobretudo nos
túbulos coletores, originando a presença de cistos renais; dependência da secreção de prostaglandinas
para compensar os efeitos vasoespásticos locais da renina na filtração glomerular; decréscimo de
30% a 40% da taxa de filtração glomerular; perda da capacidade dos túbulos renais de concentrar
urina em desidratações, eliminar excesso de água e de íons hidrogênio e não conservar sódio nas
restrições de sal (BERNARDES; CHORILLI; OSHIMA‑FRANCO, 2005).

Alguns medicamentos produzem metabólitos ativos para a eliminação das substâncias, por
exemplo, benzodiazepínicos (diazepam); antidepressivos de aminas terciárias (amitriptilina e
imipramina); tranquilizantes maiores (clorpromazina, tioridazina, exceto o haloperidol) e analgésicos
opioides (morfina). Ativos que se acumulam por eliminação renal deficiente provocam toxicidade
(ALHALEL, 2003).
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Massa e fluxo renais diminuem significativamente com a idade e, à vista disso, a filtração
glomerular declina, e também a função tubular, ocasionando uma deficiência na eliminação renal
de remédios (SILVA; SCHMIDT; SILVA, 2012).

As alterações nos mecanismos homeostáticos, em muitos idosos, relacionam-se à aparente


alteração de sensibilidade a vários fármacos decorrentes do declínio de várias funções orgânicas
como: redução na ação do sistema nervoso autônomo, com o aumento da hipotensão ortostática e
disfunções renais e intestinais; menor controle postural (alteração na barorregulação); dificuldade
de termorregulação; queda da capacidade cognitiva; alterações metabólicas – como a evolução da
intolerância à glicose e resposta imunitária diminuída – particularmente a celular, interferindo na
farmacocinética (NÓBREGA; KARNIKOWSKI, 2005).

Sempre que for possível, os adultos de idade mais avançada com enfermidades múltiplas devem
ser atendidos por um só profissional suficientemente capacitado, a fim de que possa abranger com
maior integralidade um organismo que sofre por várias doenças. Muitas delas às vezes são aliviadas
ou eliminadas com uma análise minuciosa do problema e sugestões na farmacologia, a saber:

• mudança de estilo de vida;

• variações nas concepções nutricionais;

• incorporação de atividades físicas ou reabilitadoras que evitam, muitas vezes, a complexidade


inconsciente da polifarmácia.

Esta política de fármacos deve voltar-se à comunidade e a seus médicos de família, que são os
que com maior frequência atendem esta faixa da população humana (LOPERA, 2004).

Observação

Devem ser aproveitadas todas as oportunidades de questionar o


paciente idoso quanto aos medicamentos que este ingere para se conhecer
sua rotina terapêutica. Por vezes, este faz uso dos chamados medicamentos
naturais ou fitoterápicos e desconhece as manifestações adversas ou
interações com as demais drogas. O relacionamento terapêutico aproxima
o paciente do enfermeiro.

A ciência da farmacoterapia na terceira idade não é apenas prescrever


medicamentos e sim selecionar o melhor medicamento. O mais efetivo, porém
com menos reações colaterais adversas, em menor dose sem que se deteriore
a eficácia, utilizando a forma farmacêutica mais compatível com os idosos,
com os intervalos ótimos e que se ajuste a exigências biológicas, porém
considerando as eventualidades psicológicas, emocionais, sociais e econômicas
de cada indivíduo envelhecido. (SILVA; SCHMIDT; SILVA, 2012, p. 173).
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Há indícios de que o estado nutricional deficiente se relacione com baixa absorção dos medicamentos,
transferência defeituosa através das membranas celulares e alterações nas reações enzimáticas. O estado
de hidratação também é fundamental para a adequada resposta das drogas. A quantidade de água
não só é importante para a afinidade do medicamento, como também é necessária para a dissolução
e a adequada absorção deste pelos intestinos, além de evitar a constipação que pode ocorrer nessa
circunstância (NÓBREGA; KARNIKOWSKI, 2005).

O impacto do uso de medicamentos visa, primordialmente, gerar qualidade


de vida e erradicar doenças. Porém, o uso indiscriminado e excessivo
pode expor os pacientes a efeitos adversos desnecessários, intoxicações e
interações potencialmente perigosas. Em se tratando de idosos, vale ressaltar,
também, que as alterações fisiológicas provenientes do envelhecimento
interferem na farmacocinética e farmacodinâmica das drogas, podendo
ocasionar ausência de efeito farmacológico esperado, tais como sonolência,
alterações do equilíbrio, da tonicidade muscular e surgimento de hipotensão
(SILVA DE BARROS et al., 2012, p. 38).

Lembrete

A automedicação é considerada não apenas quando se ingere


medicamento sem prescrição profissional, mas também quando se faz,
por conta própria, alteração da dosagem, horário e modo de ingerir o
medicamento.

As doenças que podem advir com o envelhecimento são condicionadas pela vulnerabilidade do
avançar da idade e por fatores de risco. Elas são, portanto, multicausais e produzem polipatologias sobre
os diversos sistemas e funções. A polipatologia é definida como o acometimento de uma pessoa por
mais de cinco morbidades ou doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como hipertensão arterial
sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM), acidente vascular cerebral (AVC), osteoporose, entre outras
(SANTOS et al., 2013).

A cronicidade que caracteriza a maioria das doenças origina limitações orgânicas e funcionais nos
idosos que os impedem de realizar atividades antes rotineiras e os obrigam a buscar ajuda de outras
pessoas ou de objetos que lhes deem mais segurança.

Com o aumento da parcela dessa população, seus anos a mais de vida e, consequentemente, o
uso mais frequente dos serviços de saúde, da polifarmácia (e resultantes), reforça-se a necessidade
imperativa de inversão na lógica atual do sistema de saúde: centrada no tratamento de enfermidades já
existentes, muito mais do que em ações de promoção da saúde e prevenção, o que ocasiona realidades
adversas como a polipatologia e suas restrições (SOUZA et al., 2016).

Vale ressaltar que as principais doenças cognitivas e neurológicas no idoso são: depressão, demência,
Alzheimer e Parkinson; e as doenças crônicas no idoso: HA, DM, osteoartroses e hipercolesterolemia.
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O crescimento do número da população senil observado em todo o mundo reflete no aumento de


doenças crônicas e degenerativas responsáveis por danos às habilidades físicas, piora da qualidade de vida
e sofrimento emocional desses indivíduos e de seus cuidadores (TALMELLI et al., 2013).

Associada ao envelhecimento populacional está a ampliação na prevalência de doenças crônicas


como doença coronariana, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, doenças pulmonares
crônicas, doenças osteoarticulares, acidentes vasculares encefálicos (AVE) e demências. Demência e AVE
merecem atenção especial, pois podem provocar limitações que comprometem a qualidade de vida dos
idosos (PAVARINI et al., 2008).

5.1 Doenças cognitivas e neurológicas no idoso

A senilização é um processo gradual e inevitável. Diversas teorias atualmente discutem de que forma
o nosso organismo envelhece; a mais aceita diz respeito a um progressivo encurtamento de telômeros,
conforme nossas células passam pelas sucessivas mitoses, associado a uma lesão cumulativa causada
por radicais livres e processos de oxidação (NORDON et al., 2009).

O envelhecimento cerebral, por sua vez, apresenta um ritmo todo especial: quanto mais se
utiliza as capacidades do cérebro em atividades intelectuais, mais tempo ele demora para perder
suas conexões e, consequentemente, para destacar uma perda sintomática, tendo em vista sua
excepcional capacidade plástica. Contudo, inevitavelmente, o envelhecimento dele ocorrerá
(RIBEIRO, 2006).

Com o avançar da idade são diversos os processos de desgaste cerebral: atrofia cerebral com
dilatação de sulcos e ventrículos; perda de neurônios; degeneração granulovacuolar; presença de placas
neuríticas; formação de corpos de Lewy a partir da alfa‑sinucleína; formação de placas beta-amiloides,
de longe as mais estudadas.

Proteínas precursoras amiloides são responsáveis pelo desenvolvimento e bom funcionamento do


cérebro; um excesso de degradação gera uma formação excessiva de proteínas beta-amiloides, que
formam agregados fibrilares na terminação sináptica – as placas senis – que precipitam e precedem a
constituição de aglomerados proteicos intracelulares.

Observação

Estas informações sobre função cerebral e alterações estruturais são


essenciais para compreender as alterações relacionadas às doenças de
Alzheimer e de Parkinson, predominantes no envelhecimento.

Emaranhados neurofibrilares (ENF) são gerados a partir da proteína tau. Esta proteína, por
ser associada aos microtúbulos, quando sofre uma hiperfosforilação, gera uma perda de função
neuronal associada aos seus emaranhados intracelulares (LENT, 2001). As placas de proteína
beta-amiloides parecem predispor à formação destes emaranhados, e ambas, por seus efeitos
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tóxicos, são responsáveis pela morte neuronal. Os emaranhados são um bom indicador do declínio
cognitivo durante a progressão da doença de Alzheimer (DA).

Pacientes com déficit cognitivo leve ou alteração cognitiva leve (ACL) e DA apresentam gradativamente
maior quantidade dessas alterações lesionais cerebrais, e a progressão da doença está associada a isso,
embora não de uma forma que se possa quantificar individualmente, ou seja, uma pessoa com mais
placas senis não obrigatoriamente terá um déficit cognitivo maior que outra com menos, embora
ambas, conforme tenham um aumento da sua própria quantidade dessas lesões, de forma progressiva,
expressem ou expressarão um déficit maior (NORDON et al., 2009).

Alterações características do envelhecimento levam aos déficits cognitivos comumente observados


como naturais durante essa fase: esquecimento de fatos recentes, dificuldades de cálculo e alterações
de atenção. Muitas vezes, a perda só pode ser observada caso o paciente requeira mais de sua memória
que o comum. Aquelas pessoas com uma rotina estabelecida, sem necessidade de muita atividade
intelectual, apenas perceberão tal perda quando ela for mais acentuada. Diversas causas podem levar
à perda cognitiva: acidente vascular encefálico, trauma craniano, encefalopatia metabólica, infecção,
estado confusional agudo (perda momentânea), demências, alcoolismo, hipotireoidismo, câncer e
até mesmo utilização de medicamentos, como ansiolíticos, antipsicóticos, antidepressivos tricíclicos,
hipnóticos, anti-histamínicos, antiparkinsonianos com ação anticolinérgica e anticonvulsivantes.

5.2 Alteração cognitiva leve (ACL)

Perda cognitiva tipo demência, quadro transicional entre o envelhecimento fisiológico e a perda
cognitiva patológica, constitui a alteração cognitiva leve (CANINEU; STELLA; SAMARA, 2006).

São critérios diagnósticos da ACL:

• queixa de memória preferivelmente confirmada por um informante;

• funções cognitivas gerais normais;

• déficit de memória indicado por testes;

• atividades funcionais (sócio-ocupacionais) intactas;

• ausência de demência.

A ACL pode se apresentar em algumas formas como amnésica de domínio único (apenas memória
comprometida), de domínio múltiplo (memória e outros domínios da cognição, como fazer contas ou
reconhecer trajetos usuais); não amnésica de domínio único (outro domínio que não memória, como
os comportamentais) e não amnésica de múltiplos domínios (outros domínios que não a memória,
como comportamentais e processuais). O diagnóstico é obtido por exames neurológicos às vezes tão
simples quanto o miniexame do estado mental (Meem). A ACL tende a cursar também com sintomas
neuropsiquiátricos, como disforia, depressão, ansiedade, agitação psicomotora. Podem ser considerados
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alguns sintomas antes da manifestação completa da Doença de Alzheimer. Os diagnósticos são


imprecisos, uma vez que as manifestações são intermitentes (CANINEU; STELLA; SAMARA, 2006).

As demências primárias se dividem em outros dois grupos, um grupo em que a demência é a


manifestação clínica principal – doença de Alzheimer, demência frontotemporal (DFT), demência com
corpos de Lewy (DCL); e outro grupo em que a demência pode ser a manifestação clínica principal –
doença de Parkinson (DP), doença de Huntington, paralisia supranuclear progressiva. As secundárias
são causadas por alterações do SNC, como doença cerebrovascular, tumores, infecções e hidrocefalia
(TEIXEIRA; CARDOSO, 2005).

5.3 Doença de Alzheimer (DA)

É a causa mais frequente de demência, superando os 50% de todos os


quadros demenciais. A DA caracteriza-se por um acometimento da
capacidade cognitiva, especialmente da memória recente e desorientação
espacial, que costumam ser as primeiras queixas apresentadas (NORDON
et al., 2009, p. 6).

Não se conhece a causa específica da doença de Alzheimer, e ela pode sim desenvolver-se
precocemente, por volta dos 50 anos.

A doença neurodegenerativa, descrita em 1906 na paciente Auguste Deter pelo psiquiatra alemão
Alois Alzheimer, recebeu a designação de doença de Alzheimer, em 1910, por Emil Kraepelin. A doença
de Alzheimer (DA) é caracterizada, do ponto de vista anatomopatológico, pela presença de placas senis
(PS) e de emaranhados neurofibrilares (ENF). Essas alterações anatomopatológicas ainda hoje são os
marcadores para o critério diagnóstico de doença definida (CAVALCANTI; ENGELHARDT, 2012).

Ela igualmente está relacionada com a atrofia do hipocampo, que é uma parte do cérebro localizada
no lobo temporal; esta área é responsável pela transferência da memória de curto prazo para a memória
de longo prazo; assim, é o principal centro da memória.

Segundo Stahl (2002), a acetilcolina (ACh) é um importante neurotransmissor que se forma nos
neurônios colinérgicos a partir de dois precursores, a colina e a acetilcoenzima. A neurotransmissão
colinérgica, quando perturbada por alguns transtornos, como o Alzheimer, provoca uma interferência
na memória devido à diminuição dos neurotransmissores ACh, particularmente na memória de
curto prazo, o que constitui o principal sintoma desta doença. A ACh é destruída por duas enzimas:
a acetilcolinesterase (AchE) e a butirilcolinesterase (BuChE). A doença de Alzheimer começa com os
distúrbios de memória, em virtude da deficiência colinérgica, mas a doença é progressiva, e muitos
outros sintomas se desenvolvem em decorrência de seu avanço. A etiologia da DA não é totalmente
esclarecida, com exceção de casos familiares nos quais se encontram quadros de mutação genética. As
alterações biológicas desta doença ocorrem prevalentemente nas proteínas tau e beta-amialoide.

A proteína tau localiza-se no corpo dos neurônios e está envolvida na condução e troca de
nutrientes e de informações (CHAVES; AVERSI‑FERREIRA, 2008). Esta proteína se organiza na forma de
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microtúbulos, porém quando a DA se instala ocorre uma mudança nesta, alterando sua estrutura, que
fica hiperfosforilada, acarretando a formação de emaranhados neurofibrilares e a consequente falência
neuronal. A DA também pode manifestar-se por alterações na produção de ApoE (apolipotreína). Esta
proteína “tem papel fundamental no processo de mobilização e redistribuição de colesterol para a
regeneração do sistema nervoso central e periférico, e para o metabolismo lipídico normal do cérebro”
(ALMEIDA, 1997, p. 78). Alterações nessa lipoproteína conduzem a um funcionamento inadequado dos
neurônios, resultando, então, em mais um agravante no processo da doença.

Outras áreas cerebrais começam a ser atingidas, como as corticais associativas. No quadro demencial,
com exceção dos estágios finais, os córtices primários estão relativamente preservados, fazendo que
haja alterações cognitivas e comportamentais com preservação do funcionamento motor e sensorial.

Segundo Neto, Tamelini e Forlenza (2005), o aspecto da idade para o início e a evolução da doença
de Alzheimer é determinado pelos diferentes subtipos genéticos. A proteína tau está localizada no
cromossomo 17, o peptídeo beta-amialoide está no 21 e a lipoproteína ApoE está no cromossomo 19.
Pesquisas recentes se referem a uma presença excessiva do neurotransmissor excitatório glutamato
como outro elemento na patogênese da DA, pois o excesso deste tem uma ação neurotóxica. A memória
semântica, a de longo prazo, é prejudicada na região onde os conhecimentos gerais, conceitos e
significados de palavras são armazenados.

O início do quadro costuma ser com alterações sutis do comportamento, da memória e da função
visuoespacial. Com o tempo, estes prejuízos vão aumentando, trazendo dificuldades para inúmeras
tarefas do dia a dia. Por vezes, o início pode ser repentino, em que se verifica agitação; ou, não raramente,
pode estar associado a um evento traumático. Há também prejuízo importante da função executiva,
que engloba a capacidade de planejamento, a tomada de decisões e a execução de tarefas. As alterações
de comportamento chegam a acontecer em mais de um terço dos casos de DA. Entre elas podemos
encontrar depressão, disforia, irritabilidade, apatia e alterações do sono (NORDON et al., 2009).

O progresso da doença de Alzheimer é difícil de medir com precisão, porém Bastos, Guimarães e
Santos (2003) colocam que a maioria dos pacientes morre entre 4 e 10 anos após o diagnóstico. É
possível, entretanto, segundo os autores, estipular três fases para esta patologia.

• Fase inicial: a pessoa está consciente, porém já apresenta a perda da memória recente e dificuldade
de aprender e reter informações novas.

• Fase intermediária: é incapaz de aprender e reter informações novas.

• Fase final: inaptidão parar andar e já não consegue realizar mais nenhuma tarefa sozinha.
Nesta fase o indivíduo também pode perder a capacidade de falar e se torna totalmente
dependente de cuidados.

A DA também pode ser dividida em estágios, de acordo com a evolução do quadro clínico:

• Estágio I (forma inicial) – alterações de memória, personalidade e habilidades espaciais e visuais.


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• Estágio II (forma moderada) – dificuldade para falar, fazer tarefas simples e coordenar movimentos;
agitação e insônia.

• Estágio III (forma grave) – resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal,
dificuldade para comer, deficiência motora progressiva.

• Estágio IV (terminal) – restrição ao leito, mutismo, dor à deglutição, infecções intercorrentes.

Dentro destas fases, o paciente também passa a apresentar agressividade e alterações de personalidade.
Para Neto, Tamelini e Forlenza (2005), nos primeiros estágios da DA, encontra-se a perda de memória
episódica, aumentando posteriormente para prejuízos de funções cognitivas como julgamento, cálculo,
raciocínio abstrato e habilidades visuoespaciais. Nos estágios intermediários ocorre afasia fluente, que
é a dificuldade de nomear objetos e de escolher a palavra certa para expressar uma ideia, e também
se verifica a apraxia, que é uma disfunção na habilidade motora. Nos estágios terminais há alterações
no ciclo de sono-vigília, bem como comportamentais, sintomas psicóticos, além de incapacidade de
deambular, falar e realizar os cuidados pessoais.

O esquecimento é comum em qualquer idade, porém existem fatores que


podem prejudicar ainda mais a memória e causar Alzheimer futuramente.
Entre esses fatores estão a exposição excessiva ao estresse, a depressão,
a dependência crônica de álcool e de outras drogas, lesões vasculares,
traumatismos cranianos repetidos e a exposição a metais pesados por um
longo período. O Alzheimer não prejudica apenas as funções cognitivas, mas
também pode desenvolver distúrbios comportamentais, como agressividade,
irritabilidade, hiperatividade, depressão e em um desenvolvimento muito
avançado, pode apresentar sintomas psicóticos, como alucinações.
Outros sintomas como a apatia, a lentificação da marcha e do discurso,
a dificuldade de concentração, a perda de peso e insônia também podem
acompanhar o avanço da doença. A identificação do potencial de risco
para o desenvolvimento de demências em indivíduos é fundamental para a
programação de uma intervenção precoce (FERREIRA; CATELAN‑MAINARDES,
2013, p. 1).

Uma intervenção terapêutica certamente é o mais indicado, pois pode auxiliar na administração
dos níveis de estresse dos familiares, reduzir riscos de acidentes e prolongar a autonomia dessas
pessoas. Entretanto, um diagnóstico precoce pode até mesmo evitar ou retardar o início do processo de
demência. Para se estabelecer o diagnóstico de demência, deve ser feita uma avaliação clínica baseada
em exames de triagem e confirmada por testes neuropsicológicos. Os pacientes têm que apresentar
comprometimento de mais de duas funções cognitivas que prejudiquem significativamente suas vidas,
impossibilitando-os de realizar algumas funções diárias.

Segundo Neto, Tamelini e Forlenza (2005), existem alguns critérios para o diagnóstico clínico
da doença de Alzheimer, os quais auxiliam na verificação de sua probabilidade; entre estes critérios
estão o déficits em duas ou mais áreas da cognição, demência estabelecida por exame clínico,
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início entre os 40 e 90 anos, ausência de doenças sistêmicas ou outras doenças cerebrais que
podem provocar declínio progressivo de memória e cognição, ausência de distúrbio da consciência
e piora progressiva da memória e de outras funções cognitivas. Por meio de avaliações clínicas
e métodos preventivos pode ser possível retardar o desenvolvimento da doença e minimizar os
danos causados por ela. Oliveira (2012) afirma que uma vida ativa é essencial para a saúde mental
e que idosos ativos apresentam menor prevalência de doenças mentais, incluindo as demências
como o Alzheimer.

Não há um teste diagnóstico definitivo para a doença de Alzheimer. O diagnóstico da DA é feito,


principalmente, pela observação do quadro clínico. Alguns exames complementares podem ser
executados, mas eles servem mais para excluir outras causas que poderiam justificar os sintomas.
Os critérios mais utilizados atualmente são os propostos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico dos
Transtornos Mentais (DSM-IV), pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NINCDS) e pela
Associação de Doença de Alzheimer e Doenças Relacionadas (ADRDA).

A doença só pode ser realmente diagnosticada na autopsia. Médicos baseiam o diagnóstico no


levantamento minucioso do histórico pessoal e familiar, de testes psicológicos e por exclusão de outros
tipos de doenças mentais. Mesmo assim, estima-se que o diagnóstico possa estar equivocado em 10%
dos casos (BOTTINO, 2002).

A ressonância magnética (RM) é o exame radiológico de escolha. Além de permitir excluir as causas
de demência tratáveis, a RM pode revelar padrões de perda do tecido cerebral, os quais são característicos
da demência, e pode ser utilizada para discriminar entre as diferentes formas de demência, como a
doença de Alzheimer e a demência frontotemporal.

Levar uma vida ativa, praticar atividades físicas, por exemplo, ajuda a retardar o avanço desta doença,
a prolongar a autonomia destes idosos e a melhorar suas capacidades funcionais. A atividade física é
essencial para o ser humano, pois promove bem-estar, garantindo a qualidade de vida, aumentando a
autoestima e as capacidades físicas, motoras e sociais. As funções cognitivas também são beneficiadas
devido a essas atividades, principalmente atenção, percepção, raciocínio e memória. A prática de
exercícios igualmente influencia a função cognitiva, expandindo a velocidade de processamento
cognitivo através do aumento do fluxo sanguíneo cerebral, auxiliando, assim, a oxigenação do cérebro.
Os exercícios físicos também promovem a elevação dos níveis de neurotransmissores e a melhora na
flexibilidade mental e atencional nos idosos.

Segundo Bottino et al. (2002), não existe cura para a DA, porém existem tratamentos que podem
reverter a deterioração e evitar que a doença progrida a estágios mais degradantes; esses visam aliviar
os déficits cognitivos e as alterações comportamentais, possibilitando, assim, mais qualidade de vida
ao sujeito, além de maior autonomia. Além dos tratamentos farmacológicos, existem os tratamentos
multidisciplinares, que são uma forma de complementar os medicamentos, reestabelecendo o
desempenho cognitivo na DA. Entre estes tratamentos multidisciplinares estão o treinamento cognitivo,
a técnica para melhor estruturação do ambiente, orientação nutricional, programas de exercícios físicos
e orientação e suporte psicológico aos familiares e cuidadores.

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Uma intervenção essencial é a que se realiza com a família dos portadores da DA, pois são
estas pessoas que prestam os cuidados necessários para os doentes, e estes cuidados devem
apresentar certas qualidades devido à grande significância deles para quem possui a patologia.
Em vista disso, deve-se oferecer ajuda para a família, para que ela possa lidar melhor com a
sobrecarga emocional, e são necessários subsídios para que estas mesmas famílias possam prestar
um cuidado de qualidade. Entre estes subsídios destacam-se a disponibilização de informações
sobre a doença, aconselhamentos sobre como lidar com situações do dia a dia e a possibilidade de
trocar vivências e falar sobre seus sentimentos com pessoas que passam pelas mesmas situações
e dificuldades (BOTINO et al. 2002).

A abordagem medicamentosa mais eficaz para se tratar a doença de Alzheimer é a que consiste em
inibir a destruição da ACh por meio da inibição da enzima acetilcolinesterase. Essas drogas são chamadas
de ampliadores cognitivos e dentro desta categoria se encontra o donepezil, o que é considerado como
“tratamento de primeira linha para melhorar ou diminuir a velocidade da perda de memória na doença
de Alzheimer” (STAHL, 2002, p. 471). Este medicamento atua inibindo as duas enzimas que destroem
a acetilcolina, a AchE e a BuChE, disponibilizando mais acetilcolina para o cérebro. Para controlar o
aumento do neurotransmissor glutamato, a principal estratégia glutamatérgica é a memantina. Este
medicamento é um antagonista não competitivo que apresenta afinidade com os receptores NMDA,
receptores glutamatérgicos. Sua ação é bloquear estes receptores e diminuir assim a excitotoxicidade
do glutamato.

Pesquisadores levantam a hipótese de que algum vírus e a deficiência de certas enzimas e proteínas
estejam envolvidos na etiologia da doença. Outros especulam que a exposição ao alumínio e seu depósito
no cérebro possam contribuir para a instalação do quadro, mas não foi estabelecida nenhuma relação
segura de causa e efeito a respeito disso (BOTTINO, 2002).

Até o momento, a doença permanece sem cura. O objetivo do tratamento é minorar os sintomas.
Atualmente, estão sendo desenvolvidos medicamentos que, embora em fase experimental, sugerem a
possibilidade de controlar a doença. As recomendações terapêuticas referem-se à fase demencial da
doença de Alzheimer (VALE et al., 2011).

Saiba mais

Há filmes bastante corretos no que se refere à fisiopatologia do


Alzheimer e podem ser bastante esclarecedores.

LONGE dela. Dir. Sarah Polley. Canadá: Lionsgate Films, 2008. 110 minutos.

PARA sempre Alice. Dir. Richard Glatzer. EUA: Sony Pictures Classics,
2014. 100 minutos.

88
ENFERMAGEM DO IDOSO

5.4 Demência vascular (DV)

No quadro de demências, a demência vascular aparece em segundo lugar em


número de casos. Há uma frequente associação entre este tipo de demência
e a DA. O termo demência vascular é usado de forma ampla para descrever
um quadro demencial cuja etiologia é as alterações cerebrovasculares.
Geralmente faz referência a grandes lesões tromboembólicas (demência
por múltiplos infartos), mas inclui também os estados lacunares, os quadros
causados por lesões únicas em territórios nobres (tálamo, giro angular),
demências associadas a alterações crônicas da circulação cerebral, lesões
extensas da substância branca (doença de Binswanger, leucoaraiose associada
à demência), angiopatia amiloide e demências por AVC hemorrágicos
(NORDON et al., 2009, p. 6).

A demência vascular pode ser:

• Demência vascular de início agudo: desenvolve-se usual e rapidamente em seguida a uma


sucessão de acidentes vasculares cerebrais por trombose, embolia ou hemorragia. Em casos raros,
a causa pode ser um infarto único e extenso.

• Demência por infartos múltiplos: demência vascular de início gradual, que se segue a numerosos
episódios isquêmicos transitórios que produzem um acúmulo de infartos no parênquima cerebral.
Demência predominantemente cortical.

• Demência vascular subcortical: demência vascular que ocorre no contexto de antecedentes


de hipertensão arterial e focos de destruição isquêmica na substância branca profunda dos
hemisférios cerebrais. O córtex cerebral está usualmente preservado, fato este que contrasta com
o quadro clínico e que pode se assemelhar à demência da doença de Alzheimer.

Há dificuldade na padronização dos critérios diagnósticos neste tipo de demência. Ela é feita com
base no quadro clínico apresentado, em exames de neuroimagem e subsidiado por escalas específicas,
como a de Hachinsky, em que são avaliados diversos critérios que buscam definir as alterações cognitivas,
comportamentais e fisiológicas da demência vascular.

O que caracteriza o quadro clínico da demência vascular é o início abrupto, relacionado a


um AVC ou a um ataque isquêmico transitório, podendo haver estabilidade, melhora ou piora
progressivas, geralmente de caráter flutuante ou com deterioração em degraus. A ocorrência
de sinais neurológicos focais ao exame neurológico como hemiparesia, ataxia, hemianopsia
(perda de percepção de metade do campo visual) ou mesmo afasia e heminegligência (consiste
na incapacidade do doente de atender aos estímulos vindos do lado contralateral à lesão e é
considerado um défice na capacidade de vigilância e dos sistemas atencionais) contribuem de
maneira importante para o diagnóstico de DV (NORDON, 2009).

89
Unidade II

5.5 Demência dos corpos de Lewy (DCL)

A DCL figura entre os principais tipos de demências degenerativas existentes.


Corpos de Lewy são agregados de determinadas proteínas, como proteínas
neurofilamentares, ubiquitina e, principalmente, a-sinucleína. São inclusões
citoplasmáticas neuronais e eosinofílicas arredondadas, que se distribuem
difusamente no córtex cerebral e também nos núcleos monoaminérgicos
do tronco encefálico. O sinal mais importante que caracteriza a demência
com corpos de Lewy é o declínio cognitivo suficiente para interferir na
função social e profissional do doente (...). Uma perda proeminente e
persistente da memória não ocorre necessariamente nas fases iniciais
da doença, embora se torne evidente com sua evolução. Dificuldades
na atenção e função visuoespacial são evidentes. A perda cognitiva e o
desenvolvimento do parkinsonismo, para que se pense em DCL, devem
ocorrer (concomitantemente ou não) dentro de dois anos. (TEIXEIRA, 2005
apud NORDON et al., 2009, p. 7).

O diagnóstico diferencial deve, primeiramente, identificar os quadros potencialmente reversíveis,


de etiologias diversas, como alterações metabólicas, intoxicações, infecções, deficiências nutricionais
etc. Nas demências degenerativas primárias e nas formas sequelares, o diagnóstico etiológico carrega
implicações terapêuticas e prognósticas (GALLUCCI; TAMELINI; FORLENZA, 2005).

Para que o diagnóstico de DCL provável seja aventado, devem estar presentes dois dos seguintes
aspectos, e para DCL possível apenas um: flutuações das capacidades cognitivas, com variações
pronunciadas da atenção e da vigilância; alucinações visuais recorrentes que são tipicamente
bem‑formadas e detalhadas; parkinsonismo espontâneo (principalmente rígido acinético)
(NORDON, 2009, p. 7).

5.6 Demência frontotemporal (DFT)

O termo demência frontotemporal (DFT) caracteriza uma síndrome neuropsicológica marcada por
disfunção dos lobos frontais e temporais, geralmente associada à atrofia dessas estruturas e à relativa
preservação das regiões cerebrais posteriores.

Os achados histopatológicos típicos da DFT são consideravelmente heterogêneos, e a presença


dos corpúsculos de Pick não é patognomônica. Embora a DFT e a DA só possam ser definitivamente
diagnosticadas através do estudo histopatológico, algumas características clínicas distinguem as duas
síndromes durante a vida (GALLUCCI; TAMELINI; FORLENZA, 2005).

A DFT, entretanto, tem início seletivo nos lobos frontais e temporais anteriores, e os pacientes nos
estágios iniciais da doença mostram discreto comprometimento da memória episódica, mas exibem
importantes alterações comportamentais (ROSEN et al., 2002). Tais alterações incluem mudanças
precoces na conduta social, desinibição, rigidez e inflexibilidade mentais, hiperoralidade, comportamento
estereotipado e perseverante, exploração incontida de objetos no ambiente, distraibilidade, impulsividade,
90
ENFERMAGEM DO IDOSO

falta de persistência e perda precoce da crítica. O início dos sintomas antes dos 65 anos de idade,
história familiar positiva em parentes de primeiro grau e a presença de paralisia bulbar, acinesia, fraqueza
muscular e fasciculações (doença do neurônio motor) dão suporte ao diagnóstico. Na DFT os prejuízos
cognitivos começam tipicamente nas funções executivas (PERRY; HODGES, 2000), mas podem também
envolver a linguagem.

Saiba mais

Para conhecer um caso de demência senil, assista ao filme Conduzindo


Miss Daisy, e para refletir sobre as relações familiares do idoso, Estamos
todos bem.

CONDUZINDO Miss Daisy. Dir. Bruce Beresford. EUA: Warner Bros, 1989.
100 minutos.

ESTAMOS todos bem. Dir. Giuseppe Tornatore. Itália: TF1 Films


Production, 1990. 126 minutos.

5.7 Outros fatores que podem levar à perda cognitiva

Outro fator importante que pode contribuir para o agravamento da perda cognitiva é o sedentarismo
(BENEDETTI; PETROSKI; GONÇALVES, 2003). O estilo de vida de pacientes institucionalizados, em geral,
cursa com falta de estímulos conversacionais e físicos, ocasionando uma aceleração do envelhecimento
e um prejuízo à autoestima do idoso, o que o desestimula ainda mais, acarretando um comprometimento
maior, e isso resulta em um círculo vicioso. Várias pesquisas já foram feitas para averiguar a influência
do exercício físico em pessoas mais velhas, todas elas chegando à conclusão de que é benéfico para este
público, especialmente no que se refere à qualidade de vida e à autoestima.

A atividade física facilita comportamentos que promovem saúde e ainda gera mudanças na percepção
da pessoa sobre sua saúde; como consequência, há um aumento do grau de independência e integração
social. Associado a estes benefícios, reduz o risco de muitas doenças crônicas em idosos, como a doença
coronariana, a hipertensão arterial sistêmica, o diabetes mellitus, certas desordens metabólicas (como a
síndrome metabólica) e alterações emocionais (como a depressão) (ANTUNES, 2006).

Acredita-se que o exercício físico melhore a função cognitiva por aumentar o fluxo sanguíneo, a
oxigenação e a nutrição cerebrais; a longo prazo, os efeitos de aumento da performance cardiorrespiratória
e as consequentes melhora prolongada da oxigenação cerebral, diminuição do LDL e liberação de fatores
antioxidantes ajudariam a retardar a perda cognitiva por lesão neuronal.

Doenças crônicas degenerativas são os fatores que mais dificultam as atividades de vida diária,
instrumentais ou não, em idosos, e, por extensão, comprometem as atividades físicas, que são aliadas na
prevenção da perda cognitiva e da progressão das próprias doenças degenerativas.
91
Unidade II

Duas ou mais doenças podem aumentar em até cinco vezes a probabilidade de dificuldades. A
prevalência dessas doenças está diretamente ligada à perda cognitiva, tanto diretamente, como no caso
da hipertensão arterial sistêmica e a demência vascular, quanto indiretamente, pelo comprometimento
de atividades da vida diária e subsequente menor estímulo ao idoso e maior sedentarismo (VITORELI;
PESSINI; SILVA, 2005).

Diante disso, para se evitar a perda cognitiva em pessoas senis, certas atitudes podem ser tomadas:
a prática de exercícios físicos regulares, preferencialmente antes dos 65 anos de idade (quanto mais
precoce, melhor); a adoção de uma dieta equilibrada, hipossódica e hipolipídica, visando evitar
hipertensão arterial e outras doenças que possam comprometer o sistema cardiovascular; e o estímulo
contínuo da atividade cerebral, através de interações sociais e atividades intelectuais, como leitura e até
mesmo partidas de xadrez ou jogos de raciocínio. “No caso de um idoso com uma perda cognitiva já
instalada, a instituição dessas prevenções nunca é tardia demais, visando diminuir o ritmo da progressão
da perda” (NORDON et al., 2009, p. 7).

5.7.1 Parkinson

A doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais comum em todo o mundo.
Apesar de muitos estudos, não se obteve a cura, mas felizmente o tratamento para prolongar a qualidade
de vida já é prescrito. Caracteriza-se por sintomas motores, entre estes bradicinesia, tremor postural e/ou
de repouso, rigidez plástica e distúrbios posturais. Outros aspectos são os sintomas sensitivos, sensoriais,
mentais e autonômicos, os quais igualmente sugerem esta síndrome. Seus marcadores patológicos
incluem a perda de neurônios da área compacta da substância nigra e o acúmulo de α-sinucleína no
córtex cerebral, no tronco cerebral e na medula espinhal. A síndrome parkinsoniana pode ser considerada
como uma doença ocasionada por alterações funcionais dos sistemas dopaminérgico, noradrenérgico,
serotoninérgico e colinérgico (WERNECK, 2010).

Durante muitos anos, acreditou-se que a perda neuronal progressiva


provocava, exclusivamente, diminuição da função dopaminérgica no
eixo substância nigra‑estriado. Esta disfunção conduziria a alterações
funcionais nas conexões dos gânglios da base com o córtex cerebral, o que
determinaria o aparecimento dos sintomas motores da doença. Entretanto,
apesar deste importante déficit dopaminérgico, acredita-se que outros
neurotransmissores podem estar envolvidos na fisiopatologia dos sintomas
da DP (WERNECK, 2010, p. 10).

Quando os sinais e sintomas são detectados, provavelmente já tenha ocorrido a perda de aproximadamente
60% dos neurônios dopaminérgicos, e o conteúdo de dopamina no estriado seja cerca de 80% inferior
ao normal.

O sistema dopaminérgico junto com os neurônios de melanina sofre despigmentação. Ou


seja, quanto mais clara a substância negra, maior é a perda de dopamina. Associado a essa
despigmentação é possível verificar a depleção do neurotransmissor dopamina que resulta da
degeneração de neurônios dopaminérgicos da substância negra que se projetam para o estriado,
92
ENFERMAGEM DO IDOSO

onde são determinantes para o controle do processamento da informação pelos gânglios da base,
reduzindo a atividade das áreas motoras do córtex cerebral, desencadeando os primeiros sintomas
com a diminuição dos movimentos voluntários.

À medida que a doença progride e os neurônios se degeneram, eles desenvolvem os chamados


corpos de Lewys, sendo estes corpos de inclusão existentes na substância negra do mesencéfalo e que
se aglomeram em grande quantidade.

Ocorre ainda a perda das células do núcleo pedúnculo-pontino que, combinada com a inibição
aumentada deste próprio núcleo, desinibe as vias retículo-espinhal e vestíbulo-espinhal, levando a
uma contração excessiva dos músculos posturais, relacionados aos déficits colinérgicos. Define-se com
clareza a existência de uma perda neuronal progressiva no grupo de células ventrolaterais, da parte
compacta da substância negra do mesencéfalo.

Nos sintomas motores dois tipos de tremor podem ser encontrados na DP: de repouso e postural.

Podemos apresentá-los por estágios; no Estágio 1 ocorre o comprometimento do núcleo motor


dorsal dos nervos glossofaríngeo e vago, além da zona reticular intermediária e do núcleo olfatório
anterior, constituindo assim um processo neurodegenerativo quase totalmente localizado nas fibras
dopaminérgicas que inervam o putâmen dorsolateral.

Esses comprometimentos se manifestam inicialmente de forma motora, quando são chamados


de sinais cardinais da doença de Parkinson. Eles se caracterizam por: rigidez, tremor, bradicinesia e
instabilidade postural. No Estágio 2, existe o comprometimento adicional dos núcleos da rafe, do núcleo
reticular gigantocelular e do complexo do lócus cerúleos. No Estágio 3, observa-se o acometimento da
parte compacta da substância negra do mesencéfalo. Já nos Estágios 4 e 5 há comprometimentos das
regiões prosencefálicas, do mesocórtex temporal e de áreas de associação do neocórtex e neocórtex
pré‑frontal, respectivamente. No Estágio 6, ocorre o comprometimento de áreas de associação do
neocórtex, das áreas pré-motoras e da área motora primária

O tremor de repouso tem frequência de 4 a 6 Hz, afetando principalmente os membros superiores.


Embora infrequente, o aparecimento isolado do tremor postural na DP o torna indistinguível do tremor
essencial (WERNECK, 2010).

O tremor é tido como o sintoma inicial da síndrome. Em cerca de 50% dos casos, tem início nas
extremidades distais, em decorrência de oscilações involuntárias de uma parte do corpo. É observado
em condições de repouso e diminui ou desaparece com o início de alguma ação, podendo aparecer
novamente quando o paciente mantiver uma ação ou postura mais prolongada. A bradicinesia é
responsável por uma série de sintomas, como: hipomimia facial, diminuição da frequência do pestanejar,
disartria com hipofonia, períodos de injustificadas pausas no ato de falar e redução da movimentação
dos membros superiores durante a marcha (Estágio 1) (WERNECK, 2010). A bradicinesia é o sintoma
mais incapacitante da DP, pois provoca a lentidão e o tempo prolongado de movimento, levando a um
aumento da dependência nas tarefas cotidianas.

93
Unidade II

Toda a musculatura estriada está afetada por uma rigidez uniforme denominada plástica, podendo
estar acompanhada do sinal da roda dentada, uma crepitação periarticular percebida durante a pesquisa
do tônus muscular. Pacientes com DP expressam anormalidades de postura e equilíbrio, de modo que a
habilidade para manter uma postura estável pode não estar comprometida em condições de equilíbrio
sem perturbação e com atenção plena, e à medida que a base de apoio se estreita ou as demandas de
atenção variam, a instabilidade postural aumenta.

Ocorrem também alterações na marcha, que se torna em bloco, com características de festinada
(WERNECK, 2010). Essa marcha festinada se apresenta por passos curtos, rápidos e arrastados, sem a
participação dos movimentos dos braços. A causa deste distúrbio está relacionada à acentuação da
propulsão e da retropulsão do tronco, tratando-se de um sintoma que evolui provocando quedas e
grande limitação motora.

Entende-se que essa marcha decorre da postura adotada por estes portadores, pois a cabeça se
anterioriza e ocorre um aumento da cifose torácica com flexão de joelhos, em que o corpo adota uma
postura que favorece a anteriorização do centro de gravidade (WERNECK, 2010).

Com a evolução do quadro há o surgimento de outros sintomas não motores, como distúrbio do
sono (fragmentação do sono, apneia, sonolência diurna e síndrome das pernas inquietas), disfunção
cognitiva e depressão, repercutindo em uma baixa qualidade de vida, tornando a síndrome ainda mais
incapacitante e reduzindo a expectativa de vida.

Lembrete
O início do mal de Parkinson se manifesta, normalmente, pelos
tremores das mãos, mas pode ser mais intenso na fala ou ainda na
deambulação; portanto, na prática, só poderá ser descartada a hipótese
após os exames adequados.

O diagnóstico clínico da DP pode ser estabelecido quando se observa um progresso lento destes
sintomas sem nenhuma outra causa aparente. Bradicinesia, rigidez plástica e tremores apresentam-se
quase sempre visivelmente assimétricos no início da doença.

A boa resposta clínica à levodopaterapia é de grande auxílio para a confirmação diagnóstica.

Nos sintomas sensitivos, sabe-se que, aproximadamente, 40% dos pacientes relatam dor e
dormência: local ou generalizada.

Nos sintomas disautonômicos estão incluídas constipação intestinal, hipotensão ortostática,


sialorreia, impotência sexual e sudorese. Principalmente a constipação intestinal pode anteceder em
anos o aparecimento dos sintomas motores.

Movimentos involuntários, mioclonia e distonia podem aparecer e desaparecer em diferentes fases


da doença, podendo estar associados ao uso da levodopaterapia.
94
ENFERMAGEM DO IDOSO

Sintomas psiquiátricos para o diagnóstico da depressão e das funções mentais


superiores não estavam ao alcance de James Parkinson em 1817. Uma
pesquisa sobre a comorbidade nos sintomas psiquiátricos na DP demonstrou
que apenas 12% dos pacientes não apresentavam nenhum destes sintomas.
Constatou-se que, pelo menos, 55% dos parkinsonianos tinham dois ou
mais destes sintomas, enquanto 25% tinham quatro ou mais. O aumento
da comorbidade com os sintomas motores estava significativamente
correlacionado com a maior gravidade da doença (WERNECK, 2010, p. 15).

Durante muitos anos, na síndrome parkinsoniana, a atenção centrou-se na sintomatologia motora.


No entanto, os aspetos não motores ocorrem com frequência elevada e muitas vezes precedem
o aparecimento dos sintomas motores. Embora os sintomas não motores sejam especialmente
problemáticos nos estádios avançados, eles são frequentes em todas as fases da doença. Podem atingir
as áreas neuropsiquiátrica (incluindo depressão, psicose, alucinações e disfunção cognitiva), autonômica
(constipação, hipotensão ortostática), sensorial (hiposmia) e do sono. As manifestações não motoras da
DP podem, em alguns casos, conduzir a uma maior incapacidade do que a disfunção motora e tendem
a não responder a tratamentos dopaminérgicos.

Além disso, as intervenções farmacológicas utilizadas no tratamento dos sintomas motores da DP


podem induzir efeitos adversos e agravar alguns dos sintomas não motores, como hipotensão ortostática,
alucinações, sonolência excessiva e insônia.

Os principais sintomas associados à depressão na DP preenchem o mesmo


quadro clínico da depressão em geral, ou seja, diminuição do humor,
desinteresse pelas atividades prazerosas, pensamentos pessimistas,
exacerbação da culpabilidade, letargia, distúrbios do sono, perda do apetite,
emagrecimento, ansiedade e ideação suicida (WERNECK, 2010, p. 15).

Aparecem, ainda, relatos de ideias de morte e ideação suicida, porém tentativas de suicídio são raras.
Cerca de 65% dos pacientes relatam perda de libido. A depressão piora déficits de funções executivas,
especialmente naqueles pacientes com menor nível educacional. Aproximadamente metade dos
pacientes sofre de fadiga clinicamente significativa. Gênero feminino, sintomas depressivos e sonolência
excessiva diurna são preditores de fadiga.

Talvez, devido aos poucos estudos relacionados à depressão na DP, sempre


se teve a ideia de que os sintomas depressivos que ocorrem nesta doença
são menos intensos do que na depressão de um modo geral. No entanto, um
estudo de Nazem e cols. (2008) encontrou a presença de ideação de morte
em 28% de 116 parkinsonianos que não tinham o diagnóstico de depressão.
A ideação suicida apareceu em 11% dos indivíduos, e, entre estes, 4% já
haviam feito, pelo menos, uma tentativa de suicídio. Em alguns pacientes,
os sintomas depressivos podem preceder, em alguns anos, ao aparecimento
da doença (WERNECK, 2010, p. 15).

95
Unidade II

Algumas características dos parkinsonianos que cursam com depressão e perda cognitiva são:

• Pouca perda cognitiva quando submetidos a testes neuropsicológicos. Outros têm perda moderada,
no entanto, sem caracterizar demência. As avaliações são sujeitas a outras influências como a
idade no início da doença, a gravidade dos sintomas motores e as complicações medicamentosas,
as quais podem influenciar o resultado da investigação da perda cognitiva.

• Os indivíduos podem apresentar compreensão irregular dos testes e redução da recordação


imediata após um espaço de tempo; embora expressem capacidade gnóstica normal, processam
as informações com mais lentidão.

• Surgem dificuldades para a realização de testes relacionados com a memória implícita.

• A concentração e a atenção estão prejudicadas ao longo da evolução da doença, principalmente


quando há maior atividade complexa envolvida, o que acaba por reduzir a atividade intelectual
dos indivíduos.

• Embora a linguagem esteja preservada, a fluência verbal e o entendimento podem estar


comprometidos por influência da bradicinesia.

O tratamento da DP até os dias de hoje é a levodopaterapia, que ainda constitui a melhor terapêutica
para a doença. A maioria dos artigos recentes indica que esta forma de tratamento deve começar logo
após o diagnóstico da DP. Nos últimos anos, a entacapona foi associada a este esquema. Trata-se de
uma substância inibidora da catecol-O-metiltransferase, com resultados iniciais indicando uma discreta
superioridade em relação à fórmula que utiliza apenas ADA. O uso crônico da levodopaterapia favorece
o aparecimento de flutuações motoras e de movimentos involuntários como coreia e distonia, sintomas
de difícil controle terapêutico.

Os distúrbios posturais são os sintomas mais difíceis de ser tratados na DP, mas podem ser reduzidos
com o auxílio da fisioterapia motora. Embora esse recurso seja indicado para a rigidez e a bradicinesia,
talvez o seu maior benefício esteja no trabalho da memória motora para a recuperação do equilíbrio
postural (ILKE; CARDOSO; BARALDI, 2008).

As disfunções dos sistemas dopaminérgicos assim como os monoaminérgicos, que são os sistemas
colinérgicos, serotoninérgicos e noradrenérgicos, são tidos como fatores importantes na apresentação
da sintomatologia na DP, principalmente as alterações motoras, pois essas causam limitações na vida
desses idosos, que já são restritos em muitas tarefas, e essas limitações têm despertado um sentimento
de incapacidade, o que repercute em uma baixa qualidade de vida nestes pacientes (SOUZA et al., 2011).

6 ENFERMIDADES E DOENÇAS CRÔNICAS NO IDOSO

Embora a maioria dos idosos seja portadora de, pelo menos, uma doença crônica (RAMOS,
2003), nem todos ficam limitados por essas doenças, e muitos levam uma vida perfeitamente
normal, com as suas enfermidades controladas e expressa satisfação na vida. Um indivíduo senil
96
ENFERMAGEM DO IDOSO

com uma ou mais doenças crônicas pode ser considerado um idoso saudável, se comparado com
outro que possui as mesmas doenças, porém sem controle destas, com sequelas decorrentes e
incapacidades associadas.

A velhice é um período da vida com uma alta prevalência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(DCNT), limitações físicas, perdas cognitivas, sintomas depressivos, declínio sensorial, acidentes e
isolamento social.

O aumento no número de doenças crônicas leva essa faixa da população a ingerir maior número
de medicamentos e a realizar exames de controles com mais frequência, porém essas condições não
limitam a qualidade de vida. Ao controlarem suas doenças, muitos idosos levam uma vida independente
e produtiva. A ausência de doença é uma premissa verdadeira para poucos. Na verdade, envelhecer, para
a maioria, é conviver com uma ou mais doenças crônicas. O conceito de envelhecimento ativo pressupõe
a independência como principal marcador de saúde. A capacidade funcional surge, portanto, como um
novo paradigma de saúde (NARSI, 2008).

Muitas condições crônicas estão ligadas a uma sociedade em envelhecimento, mas também
às escolhas de estilo de vida, como o tabagismo, consumo de álcool, comportamento sexual, dieta
inadequada e inatividade física, além da predisposição genética. O que elas têm em comum é o fato
de precisarem de uma resposta complexa e de longo prazo, coordenada por profissionais de saúde
de formações diversas, com acesso aos medicamentos e equipamentos necessários, estendendo-se à
assistência social. A maioria dos cuidados de saúde hoje, no entanto, ainda está estruturada em torno
de episódios agudos.

Acredita-se que três fatores também aumentem o número de pessoas senis que necessitam de
cuidados de longo prazo.

Primeiro, o significativo crescimento do número de pessoas muito idosas, o que, nos próximos 30
anos, resultará em um maior número absoluto de idosos fragilizados, mesmo considerando a redução da
proporção da severidade de doenças entre eles, devido a avanços na prevenção de doenças e melhores
práticas assistenciais.

Segundo, a mudança de status das mulheres e dos valores sociais e familiares continuará afetando a
disponibilidade de apoio familiar para esses indivíduos. Projeções para o Brasil estimam que o número de
pessoas cuidadas por não familiares (cuidadores formais) irá duplicar até 2020 e será cinco vezes maior
em 2040, em comparação com 2008.

Em terceiro lugar, alguns fatores de risco que alcançavam majoritariamente o homem, sobretudo o
consumo de álcool e tabaco, e o estresse no trabalho, passarão também a atingir as mulheres, quando
comparados aos números atuais. Uma consequência será a redução da diferença da expectativa de vida,
que atualmente no Brasil é de oito anos maior para as mulheres (VERAS, 2011).

97
Unidade II

6.1 Doenças cardíacas

Com o avanço dos anos, o sistema cardiovascular passa por uma série de alterações, como
arteriosclerose, diminuição da capacidade de distensão da aorta e das grandes artérias, diminuição
da força muscular de contração e comprometimento da condução cardíaca e redução na função
barorreceptora.

As estatísticas mostram que a maior causa de mortalidade e morbidade é a doença cardiovascular.


A doença coronariana é a causa de 70% a 80% de mortes, tanto em homens como em mulheres,
e a insuficiência cardíaca congestiva é tida como a causa mais comum de internação hospitalar, de
morbidade e mortalidade na população idosa. Nas políticas de saúde há grande atenção às doenças
cardíacas. A preocupação maior é com as doenças cardíacas, abandonando outras doenças ou medidas
preventivas tão importantes, que talvez contribuam para evitar os problemas no coração (ZASLAVSKY;
GUS, 2002).

Ao se avaliar o idoso, quanto ao predomínio das doenças, as crônico-degenerativas se destacam,


entre elas a doença coronariana. A incidência de cardiopatia isquêmica, na idade de 70 anos, é
de 15% nos homens e 9% nas mulheres. Algumas mudanças de hábito, como fumar e praticar
exercícios, têm mudado este quadro. Com diagnóstico clínico, a doença coronariana aumenta para
20% tanto no homem quanto na mulher. A idade tem sido mostrada como um fator independente
para a doença coronariana.

Além da idade, outros fatores de risco podem ser adicionados, como hipertensão, diabetes mellitus,
fumo, dislipidemias, sedentarismo e obesidade. Estes fatores têm sido discutidos para todas as idades,
não só para idosos. A avaliação e o tratamento dos fatores de risco coronarianos são muito discutidos e
às vezes controversos. Isto se deve à alta prevalência dessas afecções nessa população, como hipertensão
ou dislipidemias.

No Brasil, em estudo de 1997 que considerou idosos entre 65 a 95 anos, foi observada uma prevalência
geral de fatores de risco de 93%; os principais foram: sedentarismo, sobretudo em mulheres e com a
característica de aumento com a idade, 74%; hipertensão arterial sistêmica, 53%; dislipidemias, 33%;
obesidade, 30%; diabetes mellitus, 13%; tabagismo, 6%; prevalência de três ou mais fatores de risco,
mais frequente na mulher do que no homem. Este estudo já está com 20 anos, e acredita-se que o
quadro tenha sofrido poucas alterações (ZASLAVSKY; GUS, 2002).

6.2 Dor

A dor, quando presente na vida do idoso, instiga, consome, enfraquece


o que ele tem de mais precioso, a vida. A dor confronta o idoso com
sua fragilidade e ameaça sua segurança, autonomia e independência,
impedindo muitas vezes sua capacidade de realizar as atividades da
vida diária, bem como limitando sua capacidade de interação e convívio
social, situações que diminuem consideravelmente sua qualidade de vida
(CELICH; GALON, 2009, p. 346).
98
ENFERMAGEM DO IDOSO

A dor aguda surge de forma súbita e tem como função alertar o indivíduo para o perigo de uma
lesão. A dor crônica é considerada aquela com duração maior de seis meses, ou que ultrapassa o
período usual de recuperação esperado para a causa desencadeante da dor. A dor crônica merece
maior atenção por parte dos profissionais de saúde, pois influencia negativamente o cotidiano do
paciente (SILVA, 2002).

A dor em idosos é um sério problema de saúde pública, que necessita ser diagnosticado, mensurado,
avaliado e devidamente tratado pelos profissionais de saúde, uma vez que são esses os agentes capazes
de, através de intervenções, minimizar a morbidade e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas
(ANDRADE; PEREIRA; SOUSA, 2006).

Envelhecer não é um obstáculo à vida, mas, sim, o envelhecimento sem saúde e sem autonomia.
Ou seja, muitas queixas do idoso relacionadas à dor são atribuídas à idade e consideradas próprias
do processo de envelhecimento, o que leva ao não tratamento delas, influenciando negativamente o
bem‑estar da pessoa idosa.

Independentemente dos motivos que levam à manifestação de dores nos pacientes senis, elas
podem ser limitantes. Auxiliá-los a identificar o foco da dor e a intensidade de limitação que provoca
são requisitos importantes para a melhora do quadro clínico.

A dor crônica é hoje conceituada como um fenômeno complexo e multifatorial, o qual envolve
aspectos orgânicos e psicossociais, e interfere sobremaneira na qualidade de vida da pessoa idosa. A dor
confronta este sujeito com sua fragilidade e ameaça sua segurança, por vezes, impedindo seu convívio
social, a realização das atividades de vida diária, além de consumir sua renda e esgotar de modo físico e
psíquico tanto a pessoa quanto a família ou o cuidador.

Em estudo conduzido por Celich e Galon (2009), indica-se que com relação às condições de saúde
referidas pelos idosos, 81,5% responderam apresentar algum diagnóstico médico: hipertensão em
70,4% dos casos, seguida de depressão em 22,2%, diabetes em 14,1%, cardiopatias 11,1%. Ainda foram
mencionadas outras doenças, como: artrose, osteoporose, dislipidemias, labirintite e isquemia cerebral
(7,4%); osteófito, ciatálgia, hipotireoidismo, artrite, sinusite, hérnia inguinal (3,7%). Alguns idosos
relatavam mais de um problema de saúde. No entanto, 18,5% referiram não ter diagnóstico médico de
patologias, apesar de sentirem dor.

Quanto à prevalência da dor crônica por local, os lugares mais prevalentes


[foram] a coluna lombar (44,4%), seguida pela região das pernas (40,7%),
articulação do joelho (25,9%) e coluna cervical, membros superiores (14,8%);
com menos probabilidade de dor aparecem dedos dos pés e articulação do
tornozelo (7,4%), região cefálica, região do tórax, abdome e pés (3,7%).
Alguns idosos referiram dor em mais de um local. Pesquisa realizada por
Reis et al. em 44 prontuários de pacientes portadores de lombalgia, com
idade igual ou superior a 60 anos, verificou que 43,18% tinham dor do tipo
crônica. (CELICH; GALON, 2009, p. 351).

99
Unidade II

As atividades de vida diária restritas pela dor mais caracterizadas são: 44,4%
– transferência/locomoção; 37% – vestuário; 14,8% – trabalhar e banho;
higiene pessoal – 7,4% e em apenas 22,2% dos idosos a dor não afeta
em nada. Portanto, a dor sentida pela maioria dos idosos afeta de alguma
maneira as atividades da vida diária, sendo que alguns idosos têm mais do
que uma atividade restrita. (CELICH; GALON, 2009, p. 354).

A dor provavelmente esteja relacionada com desgastes ósseos e osteoporose causada pela perda de
cálcio, bem como pela diminuição da ingesta hídrica e da absorção de cálcio e vitamina D.

6.3 Diabetes mellitus (DM)

Entre as doenças crônicas não transmissíveis, o diabetes mellitus


se destaca como importante causa de morbidade e mortalidade,
especialmente entre os idosos. O acelerado ritmo do processo de
envelhecimento da população, a maior tendência ao sedentarismo e a
prática inadequada de hábitos alimentares, além de outras mudanças
sociocomportamentais, contribuem para os crescentes níveis de
incidência e prevalência do diabetes, bem como de mortalidade pela
doença (FRANCISCO et al., 2010, p. 175).

Observação

Os valores de referência para considerarmos elevada a glicemia ou


mesmo um quadro de diabetes e valores alterados de pressão arterial
ou hipertensão são revistos constantemente, considerando pesquisas e
atualizações. Verifique os valores aceitos atualmente.

O diabetes, embora com menor prevalência se comparado com outras morbidades, é uma doença
altamente limitante, podendo causar cegueira, amputações, nefropatias, complicações cardiovasculares
e encefálicas, entre outras, que acarretam prejuízos à capacidade funcional, à autonomia e à qualidade
de vida do indivíduo. Também é uma das principais causas de mortes prematuras, em virtude do
aumento do risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, as quais contribuem para 50%
a 80% das mortes dos diabéticos. Esses dados ilustram o impacto do alto custo social e financeiro dessa
enfermidade ao sistema de saúde, à família e ao paciente (TOSCANO, 2004).

É bastante conhecido o fato de o diabetes ser importante fator de risco para doenças cardiovasculares;
sua prevalência se eleva abruptamente com a idade (KING, 1993).

A forma predominante dessa afecção nos idosos é a não insulinodependente, e a aterosclerose é


a complicação mais comum e causa de 75% das mortes por essa doença, segundo levantamento da
OMS de 1995.

100
ENFERMAGEM DO IDOSO

Estudo realizado por Laurenti e Silveira (1972) apresenta na amostra de óbitos que, quando havia
diabetes declarada, existiam, concomitantemente, 33,7% dos casos com hipertensão arterial; 33,1%,
doença isquêmica do coração; 42,8% com doenças cardiovasculares; e 44,1% com doenças arteriais
periféricas. A prevalência do DM nos Estados Unidos e em vários países europeus é de, aproximadamente,
8%, para todas as idades (NATHAN; MEIGS; SINGER, 1997).

No Brasil foi feito um inquérito populacional em nove capitais de estados, tendo sido observada uma
prevalência média de 7,6%, variando de 2,7% para aqueles com 30 a 39 anos até 17,4% para aqueles
com 60 a 69 anos. Os resultados do Projeto SaneE para São Paulo se assemelham ao citado inquérito
para a população de 60 a 69 anos (LEBRÃO; DUARTE, 2003).

Os idosos diabéticos expressavam maior proporção de obesidade e sobrepeso; representam também


maior percentual de internação hospitalar nos últimos 12 meses, pior avaliação de saúde, maior
prevalência de morbidade nos 15 dias anteriores à pesquisa, hipertensão arterial, anemia, doenças do
coração e doença renal crônica. Paralelamente aos investimentos no tratamento e no cuidado adequado
dos pacientes, são fundamentais os programas e as campanhas governamentais com o intuito de
incentivar mudanças comportamentais que favoreçam a redução dos altos níveis de incidência e de
suas complicações na população idosa. A oferta de intervenções educativas pelos serviços de saúde
e a participação dos diabéticos em grupos de discussão, com informações sobre a doença, condutas
para perda de peso corporal e adoção de estilo de vida mais saudável, são essenciais por proporcionar
conhecimento e habilidades aos pacientes acerca do cuidado diário que essa condição demanda
(FRANCISCO et al., 2010, p. 182).

7 REDE DE APOIO SOCIAL

7.1 Políticas e legislação

As relações sociais podem ter um papel essencial para manter ou mesmo


promover a saúde física e mental (HOUSE, 1981; COCKERHAM, 1991).
Pesquisas têm demonstrado que as relações sociais são capazes de moderar
o estresse em pessoas que experienciam problemas de saúde, a morte do
cônjuge ou mesmo crises financeiras (RAMOS, 2002, p. 157).

“Especificamente sob a presença de suportes sociais é esperado que pessoas idosas sintam-se
amadas, sintam-se seguras para lidar com problemas de saúde e tenham alta autoestima” (CICIRELLI,
1990 apud RAMOS, 2002, p. 157).

As redes sociais formadas por familiares e amigos significativamente abalam


os efeitos do estresse nos indivíduos mais velhos, elas oferecem suporte social
na forma de amor, afeição, preocupação e assistência (COCKERHAM, 1991).
Pessoas que não têm este tipo de suporte tendem a ter mais dificuldade para
lidar com o estresse que aquelas pessoas que têm o suporte social (RAMOS,
2002, p. 157).

101
Unidade II

A questão do acréscimo da longevidade, “junto com as mudanças no mercado de trabalho e o


decréscimo na fertilidade, colocam jovens e idosos frente a uma nova realidade” (RAMOS, 2002, p. 170).

Eles necessitam lidar com problemas de saúde principalmente entre os idosos mais idosos (80 anos
ou mais), e isso pode ter efeitos positivos ou negativos na saúde, principalmente na saúde mental. Então
a relação entre saúde, doença, envelhecimento e relações sociais é uma relação recíproca. A deterioração
da saúde pode ser causada não somente por um “processo natural”, mas também por uma falta ou
qualidade de relações sociais e vice-versa (RAMOS, 2002, p. 170).

Parece fundamental planejarmos o futuro, no que concerne a promover relações sociais estáveis
entre jovens e idosos e também entre as pessoas senis através de programas de políticas públicas. Estes
podem funcionar como um meio para prevenir muitos problemas de saúde e, como consequência,
reduzir custos públicos com tratamento de saúde para pessoas idosas.

“Um aspecto importante para se levar em consideração é que o mero aumento nas relações sociais
não é suficiente” (RAMOS, 2002, p. 170).

Isto está associado com a ideia da independência nas relações sociais.


Quando as pessoas podem trocar, e mais especificamente em termos
balanceados, elas não somente podem manter as relações sociais, mas
também elas aumentam o seu bem-estar físico e psicológico (...). Muitas
vezes um comportamento paternalista que exacerba a dependência pode
ser tão devastador para a saúde de um idoso quanto qualquer doença de
caráter físico. A capacidade e a possibilidade de ajudar, de participar como
sujeito ativo nas interações, podem promover resultados positivos na saúde,
principalmente na saúde mental das pessoas idosas (RAMOS, 2002, p. 171).

A Saúde Pública e a Epidemiologia têm um importante papel nesse processo, seja por meio do
desenvolvimento de pesquisas, seja pela coleta de informações providas dos sistemas de vigilância que
possibilita a avaliação de dados sobre magnitude, escopo, características e consequências do processo
de envelhecimento, facilitando os estudos e a possibilidade de planejamento da implantação de medidas
sociais ou de saúde (MALTA, 2008, p.166).

Portanto, quanto maior for o acesso aos bens e serviços da sociedade, maior será a qualidade de vida
no processo de envelhecimento.

Lembrete

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um projeto que assume os princípios


de Universalidade, Equidade e Integralidade da atenção à saúde, tendo
como princípios estratégicos a Descentralização, a Regionalização, a
Hierarquização e a Participação Social.

102
ENFERMAGEM DO IDOSO

Com relação às questões econômicas e sociais sofridas pelo idoso, há ainda


questões básicas como solidariedade e dificuldade de inserção social;
entende-se que a família, por sua posição nuclear, é responsável por cuidar
da pessoa idosa. Por outro lado, o abrigamento asilar só deve ocorrer no
caso de completa ausência de parentes ou como medida preventiva para
garantir a sobrevivência da pessoa idosa (CAMACHO; COELHO, 2010, p. 281).

Na prática temos famílias cada vez mais envolvidas com atividades de trabalho e sociais, com pouca
disponibilidade para cuidar dos idosos, optando por Instituições de Longa Permanência (ILP) que, por
sua vez, podem oferecer cuidados diferenciados de acordo com as características sociais e de saúde do
paciente senil.

Situações de humilhação, insultos e maus‑tratos são cada dia mais comuns no cotidiano das
populações de pessoas idosas; o determinante é a escassez de entendimento por parte da sociedade,
predominantemente composta por jovens, em relação ao envelhecimento e suas peculiaridades
(CAMACHO; COELHO, 2010, p. 281).

Embora leis existam, ainda há muito o que se elaborar no “iceberg” de violência contra o idoso, porque,
ainda que haja leis de amparo a essa população, há o viés dos agressores que muitas vezes são seus próprios
familiares que deveriam na realidade ampará-los e não o fazem. Para o indivíduo pode ser angustiante
utilizar estas leis para denunciar tais agressores, isto é, seus próprios familiares (SANCHES, 2006).

A mudança na estrutura etária da população requer das políticas públicas e dos profissionais de
saúde atitudes definidas na abordagem de atenção à saúde com ênfase no trabalho interdisciplinar com
vistas a preservar a autonomia, a participação, o cuidado, a autossatisfação e a possibilidade de o idoso
atuar em variados contextos sociais. Programas de atividade física para pessoas idosas em diferentes
contextos e a educação postural também são de grande relevância para a manutenção da qualidade de
vida desse indivíduo.

É essencial a abordagem de temas como o acesso a medicações para o tratamento de saúde, uma vez
que a maioria dos senis adquire as medicações com seus próprios rendimentos; familiares cuidadores,
destacando o papel do cuidador informal no cuidado do idoso dependente (com AVC, doença de
Alzheimer e outras Síndromes Demenciais), além do fato de ser um cuidador familiar; e os modelos de
atenção e suporte direcionados ao cuidador informal. O cuidador profissional, o conhecido da família e
suas relações com o processo do cuidar também devem ser reconhecidos para serem aprimorados.

Toda essa rede de atenção, a necessidade de cuidados ininterruptos, o difícil manejo das manifestações
psiquiátricas e comportamentais, somadas às vivências dos laços emocionais, tanto positivos quanto
negativos experienciados pelo convívio anterior à instalação da doença produzem desgaste físico,
mental e emocional tanto no idoso quanto no cuidador, seja ele um familiar ou não.

Possibilidades de políticas que indiquem oportunidades de trabalhos comunitários e institucionais


em que o idoso tenha papel de relevância na sociedade a partir de suas experiências passadas e
presentes podem contribuir com a conscientização de outras gerações.
103
Unidade II

As diretrizes básicas da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa são bons exemplos das
preocupações com a promoção do envelhecimento saudável, com a manutenção e a melhoria, ao
máximo, da capacidade funcional da população idosa, com a prevenção de doenças, com a recuperação
da saúde dos acometidos por enfermidades e com a reabilitação daqueles que venham a ter a sua
capacidade funcional restringida (GORDILHO et al., 2000).

Observação

Pouco se fala sobre a sexualidade dos gerontes; no entanto, hoje se


admite que a vida sexual dos idosos seja mantida, o que justifica o aumento
dos casos de Aids nesta população.

Constituem diretrizes da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa:

a) promoção do envelhecimento ativo e saudável;

b) atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa;

c) estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção;

d) provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da


pessoa idosa;

e) estímulo à participação e fortalecimento do controle social;

f) formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde


da pessoa idosa;

g) divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para


profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;

h) promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à


saúde da pessoa idosa;

i) apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.

Fonte: Veras (2009, p. 550).

As iniciativas de promoção de saúde, de assistência e de reabilitação em saúde devem ter como


meta aprimorar, manter e/ou recuperar a capacidade funcional do indivíduo pelo maior tempo
possível, valorizar a autonomia e a independência física e mental, excedendo um simples diagnóstico
e tratamento de doenças específicas e melhorando sua qualidade de vida. A dependência, física ou
mental, é um fator de risco importante para mortalidade, inclusive de relevância superior às próprias
doenças crônicas que levaram à dependência (VERAS, 2009).
104
ENFERMAGEM DO IDOSO

Há marcos legislatórios que, apesar de serem propostas aplicadas a toda a população brasileira,
influenciam diretamente na assistência de saúde ao idoso. São os seguintes:

• Constituição Federal de 1988.

• Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), 1993.

• Política Nacional de Assistência Social (PNAS), 1998.

• Norma Operacional Básica (NOB), 1997-1998.

• Política Nacional de Assistência Social (PNAS), 2004.

• Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB-Suas), 2005.

• Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB-RH), 2006.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988, lei fundamental e suprema do Estado, declara todos os
direitos e deveres dos cidadãos, independentemente da idade, estabelecendo direitos para a pessoa idosa.

Alguns artigos da Carta Magna referentes à idade merecem destaque:

• Artigo 3º, inciso IV – Dispõe que é objetivo fundamental do Estado promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

• Artigo 7º, inciso XXX – Proíbe diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

• Artigo 14, parágrafo 1º, inciso II, alínea b – Faculta o direito de votar aos maiores de 70 anos.

• Artigo 229 – Determina que os pais têm o dever de assistir, criar e educar seus filhos menores, e
os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

• Artigo 230 – Dispõe que a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas
idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e
garantindo-lhes direito à vida.

A Carta estabelece, ainda, que os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente
em seus lares (parágrafo 1º) e garante a gratuidade dos transportes coletivos urbanos aos maiores de 65
anos (parágrafo 2º).

Após a promulgação da Constituição de 1988, outras leis surgiram amparando a pessoa idosa, entre
elas: a Política Nacional do Idoso (1994), o Estatuto do Idoso (2003) e a Política Nacional de Saúde da
Pessoa Idosa (2006).
105
Unidade II

A Política Nacional do Idoso (PNI), Lei n. 8.842, que instituiu a Política Nacional do Idoso (PNI), foi
sancionada em 4 de janeiro de 1994 e regulamentada pelo Decreto n. 1.948, de 3 de julho de 1996. Ela
assegura os direitos sociais e amplo amparo legal ao idoso e estabelece as condições para promover sua
integração, autonomia e participação efetiva na sociedade. Objetiva atender às necessidades básicas da
população idosa no tocante a educação, saúde, habitação e urbanismo, esporte, trabalho, assistência
social, previdência e justiça. Determina que cada ministério, de acordo com suas competências,
elabore proposta orçamentária visando ao financiamento de programas compatíveis e integrados
(interministeriais e intraministeriais) voltados para os idosos e promova cursos de capacitação, estudos,
levantamentos e pesquisas relacionados à temática velhice e envelhecimento, em suas múltiplas
dimensões.

A PNI institui várias modalidades de atendimento ao idoso, entre elas: Centro


de Convivência; Centro de Cuidados Diurno: Hospital-Dia e Centro‑Dia;
Casa-Lar; Oficina Abrigada de Trabalho; atendimento domiciliar. Pontua
que a atenção ao idoso deve ser feita por intermédio de sua família, em
detrimento da internação em instituições de longa permanência. Assim,
o atendimento integral institucional será prestado ao idoso sem vínculo
familiar que não tenha condições de prover a própria subsistência no
tocante a moradia, alimentação, saúde e convivência social. Nessa hipótese,
serviços na área social e da saúde são prestados a ele (MUNHOL, 2009, p. 35).

Notamos em várias cidades o aumento de centros de atividades direcionadas a idosos com atividades
de lazer, atividades físicas, que estimulam o convívio social, além de praças com equipamentos para
atividades físicas específicos para a população senil.

O Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003) regulamenta


os direitos assegurados a todos os cidadãos a partir dos 60 anos de idade,
estabelecendo também deveres e medidas de punição. É a forma legal de
maior potencial da perspectiva de proteção e regulamentação dos direitos
da pessoa idosa (MUNHOL, 2009, p. 35).

O referido estatuto trata das medidas de proteção à pessoa idosa, com o objetivo de punir todo
aquele que violar ou ameaçar seus direitos por ação ou omissão, não importando por quem seja praticada
(Estado, família ou sociedade). Essas medidas podem ser aplicadas de forma isolada ou cumulativa,
visando sempre à proteção ao idoso. Não sendo cumpridas, o Poder Judiciário, o Ministério Público, a
Defensoria Pública e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), assim que tiverem conhecimento da lesão
ao direito, tomarão as medidas legais necessárias, de modo a salvaguardar a integridade física, psíquica
e moral da pessoa senil.

O próprio estatuto estabelece, nos artigos 96 a 106, as penas para cada tipo
de lesão, seja ela de cunho sexual, financeiro, psicológico, medicamentoso, de
assistência médica ou alimentar, de ameaça, de cárcere privado, de abandono,
de morte, de espancamento, de coação, de abandono, entre outros. No caso de
agressão, deve-se fazer um Boletim de Ocorrência e recorrer ao Poder Judiciário,
106
ENFERMAGEM DO IDOSO

ao Ministério Público, à Defensoria Pública, à OAB, ao Conselho do Idoso


(estadual ou municipal), para que sejam tomadas as medidas legais necessárias
(...). O Estatuto do Idoso é eficaz ao firmar direitos e deveres e estabelecer
sanções a quem violá-los, devendo ser exercido e cobrado em face de quem tem
o dever de fazer, contra aquele que o viola. Figura como um avanço na defesa
dos direitos do público ao qual se destina (MUNHOL, 2009, p. 40).

Saiba mais
Para mais informações sobre as políticas de saúde pública para idosos,
leia o estudo de Munhol, Gomes e Dias (2009) Políticas Públicas para a
Pessoa Idosa: Marcos Legais e Regulatórios.
Disponível em:
<http://www.desenvolvimentosocial.sp.gov.br/a2sitebox/arquivos/
documentos/biblioteca/publicacoes/volume2_Politicas_publicas.pdf>.
Acesso em: 22 fev. 2017.

A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) – Portaria n. 2.528, de 19 de outubro de


2006, aborda as seguintes diretrizes (BRASIL, 2010):

a) Promoção do envelhecimento ativo e saudável; visa proporcionar à pessoa


idosa vivenciar essa fase da vida com menor probabilidade de doenças, alta
capacidade física e mental que a torne apta a desenvolver suas atividades
da vida diária e engajamento social ativo com a vida, evitando assim não
apenas o envelhecimento físico, mas o social.

b) Atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa; deverá ser estruturada


nos moldes de uma linha de cuidados, com foco no usuário, baseado nos
seus direitos, necessidades, preferências e habilidades; estabelecimento de
fluxos bidirecionais funcionantes, aumentando e facilitando o acesso a
todos os níveis de atenção; providos de condições essenciais – infraestrutura
física adequada, insumos e pessoal qualificado para a boa qualidade técnica.
Instrumentos gerenciais baseados em levantamento de dados sobre a
capacidade funcional (inventários funcionais) e sociofamiliares da pessoa
idosa deverão ser implementados pelos gestores municipais e estaduais do
SUS, para que haja a participação de profissionais de saúde e usuários na
construção de planos locais de ações para enfrentamento das dificuldades
inerentes à complexidade de saúde dessa faixa da população.

c) Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção; esta


diretriz visa garantir à pessoa idosa um dos princípios fundamentais do

107
Unidade II

SUS, a integralidade. A atenção ao idoso precisa englobar sua totalidade


(saúde física e mental, ambiente, trabalho, cultura, lazer) e ser baseada
nos direitos, necessidades e preferências dos idosos. Tendo em vista a
integralidade, é necessário que estas ações sejam organizadas por múltiplos
parceiros e órgãos governamentais de forma integrada. A organização do
cuidado intersetorial a essa população evita duplicidade de ações, corrige
distorções e potencializa a rede de solidariedade. Também não podemos
esquecer que o cuidado integral exige uma abordagem multiprofissional e
interdisciplinar. Somente uma equipe plural e integrada poderá alcançar os
resultados desejados que é um idoso independente para suas atividades da
vida e capacidade funcional íntegra. É importante que estas medidas sejam
incorporadas a atenção básica e promovam a melhoria da qualidade e o
aumento da resolutividade da atenção à pessoa idosa.

d) Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à


saúde da pessoa idosa; essa diretriz estabelece a necessidade de prover
aos idosos todos os recursos necessários para sua qualidade de vida, como
medicamentos, ambientes adaptados, profissionais de saúde capacitados,
dentre outros.

e) Estímulo à participação e fortalecimento do controle social; visa a garantir


a inclusão de temáticas relacionadas à atenção ao idoso em instâncias de
controle social como nas conferências municipais e estaduais de saúde e a
participação do público senil na formulação das ações deliberadas nessas
conferências. Devem ser estimulados e implementados os vínculos dos
serviços de saúde com os seus usuários, privilegiando os núcleos familiares
e comunitários, criando, assim, condições para uma efetiva participação e
controle social da parcela idosa da população.

f) Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na


área de saúde da pessoa idosa; propõe a capacitação de profissionais de
saúde, qualificando a assistência a esse público.

g) Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa


Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS; as medidas
a serem adotadas buscarão: i) incluir a PNSPI na agenda de atividades da
comunicação social do SUS; ii) produzir material de divulgação, tais como
cartazes, cartilhas, folhetos e vídeos; iii) promover ações de informações e
divulgação da atenção à saúde da pessoa idosa, respeitando as especificidades
regionais e culturais do País e direcionadas aos trabalhadores, aos gestores,
aos conselheiros de saúde, bem como aos docentes e discentes da área de
saúde e à comunidade em geral; iv) apoiar e fortalecer ações inovadoras
de informação e divulgação sobre a atenção à saúde da pessoa idosa em
diferentes linguagens culturais; v) identificar, articular e apoiar experiências
108
ENFERMAGEM DO IDOSO

de educação popular, informação e comunicação em atenção à saúde


desses indivíduos; e vi) prover apoio técnico e/ou financeiro a projetos de
qualificação de profissionais que atuam na Estratégia Saúde da Família e
no Programa de Agentes Comunitários de Saúde, para o exercício na área
de informação, comunicação e educação popular em atenção à saúde da
pessoa idosa.

h) Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na


atenção à saúde dos idosos; devem-se fomentar medidas que visem à promoção
de cooperação nacional e internacional das experiências bem‑sucedidas na
área do envelhecimento, no que diz respeito à atenção à saúde dessas pessoas,
à formação técnica, à educação em saúde e a pesquisas.

i) Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. Apoiar o desenvolvimento


de estudos e pesquisas que avaliem a qualidade e aprimorem a atenção de
saúde à pessoa idosa. Identificar e estabelecer redes de apoio com instituições
formadoras, associativas e representativas, universidades, faculdades e
órgãos públicos nas três esferas, tendo como objetivo: i) fomentar pesquisas
em envelhecimento e saúde da pessoa idosa; ii) identificar e apoiar estudos/
pesquisas relativos à senectude e à saúde da pessoa idosa existentes no
Brasil, com o objetivo de socializar, divulgar e embasar novas investigações;
iii) criar banco de dados de pesquisadores e pesquisas em envelhecimento
e saúde do idoso realizadas no Brasil, interligando-o com outros bancos de
abrangência internacional; iv) identificar e divulgar as potenciais linhas de
financiamento – Ministério da Ciência e Tecnologia, Fundações Estaduais de
Amparo à Pesquisa, terceiro setor e outros – para a pesquisa em senescência e
saúde do público idoso; v) apoiar a realização de estudo sobre representações
sociais, junto a usuários e profissionais de saúde sobre a saúde da pessoa
idosa; vi) priorizar as linhas de pesquisas em envelhecimento e saúde da
pessoa senil a serem implementadas pelo SUS, visando ao aprimoramento e à
consolidação da atenção à saúde da pessoa idosa no SUS; e vii) implementar
um banco de dados nacional com resultados de avaliação funcional da
população idosa brasileira (BRASIL, 2010).

A PNSPI define que a atenção à saúde dessa população terá como porta de entrada a Atenção Básica/
Saúde da Família, e a referência será a rede de serviços especializada de média e alta complexidade.

A Política Nacional de Atenção Básica, regulamentada pela Portaria GM n. 648, de 28 de março


de 2006, caracteriza-se por desenvolver um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e no
coletivo, as quais abrangem a promoção e a proteção à saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o
tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde.

Desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas


e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios
109
Unidade II

bem‑delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade


existente no território em que vivem essas populações.

Utiliza tecnologias de elevada complexidade (conhecimento) e baixa densidade (equipamentos), que


devem resolver os problemas de saúde de maior frequência e relevância em seu território. É o contato
preferencial dos usuários com os sistemas de saúde.

A estratégia de Saúde da Família visa à reorganização da Atenção Básica no país, de acordo com os
preceitos do Sistema Único de Saúde. Além dos princípios gerais da Atenção Básica, a Estratégia Saúde
da Família deve:

• Ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica tradicional nos territórios em que as
Equipes Saúde da Família atuam.

• Atuar no território realizando cadastramento domiciliar, diagnóstico situacional, ações dirigidas


aos problemas de saúde de maneira pactuada com a comunidade onde atua, buscando o cuidado
dos indivíduos e famílias ao longo do tempo, mantendo sempre postura proativa frente aos
problemas de saúde-doença da população.

• Desenvolver atividades de acordo com o planejamento e a programação executados com base no


diagnóstico situacional, tendo como foco a família e a comunidade.

• Buscar a integração com instituições e organizações sociais, em especial em sua área de


abrangência, para o desenvolvimento de parcerias.

• Ser um espaço de construção de cidadania.

A Atenção à Saúde da pessoa idosa na Atenção Básica/Saúde da Família, quer por demanda espontânea,
quer por busca ativa – que é identificada por meio de visitas domiciliares –, deve consistir em um processo
diagnóstico multidimensional. Esse diagnóstico é influenciado por diversos fatores, como o ambiente onde
o idoso vive, a relação profissional de saúde‑pessoa idosa e profissional de saúde‑familiares, a história
clínica – aspectos biológicos, psíquicos, funcionais e sociais – e o exame físico.

Na Atenção Básica, espera-se oferecer à pessoa idosa e à sua rede de suporte social, incluindo
familiares e cuidadores (quando existente), uma atenção humanizada com orientação, acompanhamento
e apoio domiciliar, com respeito às culturas locais, às diversidades do envelhecer e à diminuição das
barreiras arquitetônicas de forma que facilite o acesso conforme proposto no Manual de Estrutura
Física, do Ministério da Saúde (2006).

A adoção de intervenções que criem ambientes de apoio e promovam opções saudáveis é importante
em todos os estágios da vida e influenciará o envelhecimento ativo. Cabe ressaltar que, com base no
princípio de territorialização, a Atenção Básica/Saúde da Família deve ser responsável pela atenção
à saúde de todas as pessoas idosas que estão na sua área de abrangência, inclusive, aquelas que se
encontram em instituições, públicas ou privadas (BRASIL, 2006).
110
ENFERMAGEM DO IDOSO

7.1.1 O processo de institucionalização, assistência domiciliária e identificação de cuidadores

Em 2002, o Ministério da Saúde criou mecanismos para organização e implantação de Redes


Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso, com o objetivo de atender às necessidades dos idosos com
qualidade e de forma estruturada para cada nível assistencial. O incentivo à implantação de serviços
que possam referenciar as demandas das regiões é fundamental para atingir a população idosa em seus
diversos aspectos, através de uma equipe multiprofissional (LOUVISON; BARROS, 2009).

A Portaria n. 73, de 10 de maio de 2001, do Ministério da Previdência e Assistência Social (BRASIL,


2001), estabeleceu as normas de funcionamento de serviços de atenção à pessoa idosa no Brasil,
definindo as modalidades de atendimento, respeitando as complexidades e especificidades. Para as
pessoas idosas frágeis e vulneráveis, as modalidades são: Centro de Convivência, Centro-Dia, Casa-Lar,
Assistência Domiciliária e Atendimento Integral Institucional (BRASIL, 2001).

Estas modalidades foram definidas da seguinte forma:

Centro de Convivência: é o espaço destinado a idosos e seus familiares, onde são desenvolvidas,
planejadas e sistematizadas ações de atenção, de forma a elevar a qualidade de vida, promover a
participação, a convivência social, a cidadania e a integração intergeracional, sendo o público-alvo
pessoas idosas independentes.

Centro-Dia: é um programa de atenção integral às pessoas idosas que, por suas carências familiares
e funcionais, necessitam de um local para ficar durante o dia, evitando a institucionalização. Proporciona
atendimento das necessidades básicas, reforçando os aspectos de segurança, autonomia, bem-estar e
a própria socialização do idoso. Seu público-alvo são pessoas senis com algum grau de dependência
e semidependentes e que necessitam de cuidados de saúde e sociais. Apesar de conviverem com suas
famílias, estas não conseguem oferecer atendimento o dia todo, no domicílio. O serviço tem o objetivo de
prestar atendimento às pessoas idosas através de equipe interprofissional de acordo com as necessidades
dos usuários, visando à melhoria de sua qualidade de vida e à integração comunitária.

Casa-Lar: é uma residência participativa, destinada a idosos que estão sós, ou afastados do convívio
familiar e com renda insuficiente para sua sobrevivência. Trata-se de uma modalidade de atendimento,
que visa ao fortalecimento da participação, organização e autonomia das pessoas idosas, utilizando,
sempre que possível, a rede local de serviços. Seu público-alvo são pessoas senis independentes, ou
semidependentes, com habilidades para a vida em grupo e integração na comunidade.

Assistência Domiciliária: é aquela prestada por uma equipe interprofissional de saúde à pessoa
com algum nível de dependência, com ou sem recursos, mantendo, ou não, o vínculo familiar, com vistas
à permanência no próprio domicílio e reforço de vínculos familiares e de vizinhança, através de um
programa individualizado, de caráter preventivo e reabilitador, com articulação de uma rede de serviços.
Seu público-alvo são pessoas idosas dependentes ou semidependentes.

Atendimento Integral Institucional: é aquele prestado em instituição asilar, prioritariamente


as pessoas idosas sem família, em situação de vulnerabilidade, através de equipe interprofissional.
111
Unidade II

São instituições com denominações diversas, para atender o público senil, sob regime de internato,
mediante pagamento ou não, durante um período indeterminado. São exemplos de denominações:
abrigo, asilo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica, ancionato ou instituição de longa permanência
para idosos.

As redes estaduais de assistência à saúde do idoso (Portaria GM/MS n. 702/2002 e Portaria SAS/MS
n. 249/2002) são compostas por hospitais‑gerais e centros de referência em Assistência à Saúde
do Idoso. As modalidades que as representam são: internação hospitalar, atendimento ambulatorial
especializado, hospital‑dia e assistência domiciliar.

A assistência domiciliar (AD), o Programa Acompanhante de Idosos (PAI) da Secretaria Municipal da


Saúde da cidade de São Paulo e a Instituição de Longa Permanência para Idosos (Ilpi) são modalidades
de serviços que englobam as redes de assistência a esse público. De acordo com a mudança do perfil
demográfico e das características epidemiológicas encontradas no país, o cuidado domiciliar surgiu
como uma modalidade alternativa de atenção à saúde (DUARTE, 2000).

A Portaria n. 2.527, de 27 de outubro de 2011, redefine a AD no âmbito do Sistema Único de Saúde


(SUS), incluindo normas para cadastro desse serviço e sua habilitação, definições, diretrizes, organização
domiciliar, modalidades de atenção domiciliar e financiamento. Nessa portaria, consta que a AD é um
componente de atenção às urgências, estruturada com as redes de atenção à saúde (BRASIL, 2011).
Ela busca garantir a humanização das ações em saúde e a preservação da capacidade funcional do
indivíduo, além de sua contextualização em esferas socioculturais, psicológicas e de relações familiares.
Contribui para a otimização dos leitos hospitalares e do atendimento ambulatorial, visando à redução
de custos e complicações hospitalares.

Desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde da Cidade de São Paulo desde 2004, o PAI é uma
modalidade de cuidado domiciliar destinado a pessoas idosas em situação de fragilidade e vulnerabilidade
social que se encontram isoladas, sem suporte familiar ou social, sem acesso aos serviços de saúde e com
dependência funcional, visando ao apoio e suporte nas atividades de vida diária (AVDs) e das demais
necessidades sociais e de saúde. Esse programa é vinculado a uma unidade de saúde da Rede Básica de
Atenção, incluindo Unidade Básica de Saúde (UBS) e Estratégia Saúde da Família (ESF) ou Unidade de
Referência à Saúde do Idoso (URSI) (BERZINS; PASCHOAL, 2009).

As Ilpis constituem alternativas de cuidados para as pessoas idosas mais frágeis e muito dependentes
na execução das tarefas básicas de vida diária e que, por várias razões de ordem médico-sociais, não
podem ser mantidas nas suas residências (BRITO; RAMOS, 2007). Para a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), Ilpis são instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial,
destinadas ao domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte
familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania. São domicílios coletivos que oferecem
cuidados e algum tipo de serviço de saúde. Compõem a rede de habitação e de serviços da assistência
social, atendendo às necessidades da comunidade.

No entanto, o envelhecimento da população e o aumento da sobrevivência de pessoas com redução


da capacidade física, cognitiva e mental requerem que as instituições deixem de fazer parte apenas
112
ENFERMAGEM DO IDOSO

da rede de assistência social e integrem a rede de assistência à saúde (CAMARANO; KANSO, 2010). De
acordo com o contexto apresentado, faz-se necessário analisar como a rede entre os serviços de AD, PAI
e Ilpis é estabelecida e se ela contempla a real demanda de cuidado ao idoso.

Observação
A legislação referente a Instituições de Longa Permanência é bastante
completa e aborda metragens de cada cômodo, equipe necessária, estrutura
mínima e autorizações para funcionamento.

7.2 Assistência domiciliar (AD)

A assistência domiciliar à saúde é uma categoria da atenção domiciliar à


saúde que pode ser também denominada atendimento ou cuidado domiciliar
e baseia-se na interação do profissional com o paciente, sua família e com
o cuidador, quando esse existe. Ela constitui um conjunto de atividades
de caráter ambulatorial, programadas e continuadas, desenvolvidas em
domicílio, e pode ser instrumentalizada pela visita ou internação domiciliar
(GIACOMOZZI; LACERDA, 2006, p. 646).

Lembrete
O termo domiciliar é uma alternativa a domiciliária. Nos dicionários
e trabalhos sobre o assunto, são aceitas as duas formas. Em Portugal
“domiciliar” é um verbo que determina dar domicílio a alguém.

Atualmente, podemos dividir essa assistência em dois tipos característicos: atendimento domiciliar
e internação domiciliar. Define-se como atendimento domiciliar a visita ou o procedimento – isolado
ou periódico – realizado no domicílio do paciente por profissional habilitado na área da saúde, como
alternativa ao atendimento ambulatorial, e também ao idoso que não necessita de hospitalização e
internação domiciliar; igualmente se refere ao serviço prestado no domicílio do paciente, em substituição
ou alternativo à hospitalização, por equipe técnica habilitada e multiprofissional da área da saúde, com
estrutura logística de apoio, integrado a um programa específico com essa finalidade, conduzido por
instituição médica de assistência domiciliar e, obrigatoriamente, coordenada e supervisionada por um
médico, além de estar registrada no Conselho Regional de Medicina.

É uma alternativa de cuidado para idosos com incapacidades, doenças crônicas, dificuldades de
acesso aos serviços de saúde, em vulnerabilidade social e situação econômica precária, com sinais de
fragilidade e dependência em suas atividades básicas de vida diária (ABVDs) e atividades instrumentais
de vida diária (AIVDs).

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) prevê a utilização da assistência domiciliar à saúde, em


especial, a visita domiciliar, como forma de instrumentalizar os profissionais para sua inserção, o
113
Unidade II

conhecimento da realidade de vida da população e o estabelecimento de vínculos com esta; visando


atender as diferentes necessidades de saúde das pessoas (GIACOMOZZI; LACERDA, 2006).

Os critérios de elegibilidade para o serviço devem objetivar a equidade entre os pacientes a serem
beneficiados e utilizar um instrumento de avaliação que permita a cada membro da equipe interpretar
os dados colhidos na triagem. A presença de um cuidador responsável, formal ou informal, é um critério
a ser considerado. A equipe multiprofissional permite o desenvolvimento e a adaptação de funções,
favorecendo maior autonomia e independência do paciente.

Na AD, em geral, a equipe é composta por médico, enfermeiro, psicólogo, odontólogo, fonoaudiólogo,
fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, nutricionista e assistente social. Os serviços de laboratório e
radiologia, psicoterapia, oxigenoterapia, equipamentos e serviços de esterilização, farmácia e transporte
para pacientes e equipamentos também estão incluídos na assistência ao paciente em domicílio. Os
serviços realizados na AD vão desde cuidados pessoais de suas atividades de vida diária até o uso de alta
tecnologia hospitalar e uma rede de apoio para diagnóstico e para outras medidas terapêuticas; além
do suporte comunitário e execução de tarefas externas. A visita domiciliar segue vários padrões em seu
atendimento, de acordo com o serviço em exercício (FERREIRA; BANSIL; PASCHOAL, 2014).

São indicações para AD: paciente clinicamente estável que necessite completar tratamento sob
supervisão médica e de enfermagem; treinamento do paciente ou do cuidador diante das suas novas
condições, limitações e necessidades clínicas; término de terapia injetável; realização de curativos
complexos; necessidade de aparelhos para suporte de vida; portadores de doenças crônicas, com
histórico clínico conhecido, em períodos de descompensação aguda com instabilidade leve a moderada;
processos infecciosos prolongados ou recidivantes e cuidados paliativos.

Como contraindicação para AD temos: instabilidade clínica severa; portador de moléstia aguda
sem diagnóstico; terapêutica de cunho cirúrgico; terapêutica domiciliar inviável; não aprovação pela
equipe de saúde; não aprovação pelo paciente/pela família; não aprovação pela Operadora de Plano
de Saúde/SUS; ausência de domicílio; domicílio fora da área de abrangência do atendimento; domicílio
sem estrutura física mínima: acesso e segurança; ou ausência de cuidador.

As equipes de saúde devem respeitar valores culturais e religiosos dos indivíduos e das famílias sob
os seus cuidados, exacerbando a humanidade (vulnerabilidade/ impotência/ mortalidade/ solidariedade)
uma vez que se dedicam profundamente ao cuidado, defrontando-se de maneira intensa com o
sofrimento. O conforto oferecido ao usuário e às famílias é o que faz a diferença (FEUERWERKER;
MERHY, 2008).

Conhecer as necessidades das famílias configura-se como um desafio a ser alcançado pelos
profissionais de saúde, uma vez que o perfil epidemiológico e demográfico brasileiro vem sofrendo
grandes alterações, o que é possível observar, por exemplo, pelo processo de envelhecimento da população
que traz grandes mudanças no processo de cuidar pelos profissionais e pelos diversos setores em geral.
Considerar também as diferenças, atentando-se a questões como a pobreza, onde há isolamento, baixos
níveis educacionais, moradias precárias, limitações de transporte, distância dos recursos sociais, entre
outros (BRASIL, 2012).
114
ENFERMAGEM DO IDOSO

8 PROGRAMAS DE ACOMPANHAMENTO E CUIDADOS AO IDOSO

8.1 Programa Acompanhante de Idosos (PAI)

É uma modalidade de cuidado domiciliar biopsicossocial a pessoas idosas em situação de fragilidade


clínica e vulnerabilidade social, a qual disponibiliza a prestação dos serviços de profissionais da saúde
e acompanhantes de idosos, para apoio e suporte nas Atividades de Vida Diárias (AVDs) e para suprir
outras necessidades de saúde e sociais (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2012).

Tem por objetivo central desenvolver um programa na rede municipal de saúde da cidade de São
Paulo, que contemple a assistência integral à saúde de população idosa dependente e socialmente
vulnerável, com dificuldade de acesso ao sistema de saúde e com isolamento ou exclusão social devido
à insuficiência de suporte familiar ou social. Propõe ainda promover assistência integral à saúde da
população idosa, objetivando desenvolver autocuidado, autonomia, independência e melhoria do
estado de saúde; evitar ou adiar a institucionalização e oferecer condições, a essa população, de uma
vida mais autônoma e de melhor qualidade; promover a quebra do isolamento e da exclusão social;
formar, acompanhar e dar suporte técnico a acompanhantes de idosos (AI), para atender a população
idosa descrita, em seu domicílio e/ou na cidade; integrar as redes formais e informais de atenção à
pessoa senil para fortalecimento de parcerias e obtenção de alternativas de atendimento das demandas.

Sendo o PAI uma alternativa de cuidado domiciliar destinado aos idosos, ele objetiva: i) proporcionar
assistência integral, facilitando o autocuidado, a autonomia, a independência e a melhoria do estado
de saúde; ii) evitar ou adiar a institucionalização; iii) reduzir o isolamento social; e iv) capacitar os
acompanhantes de idosos em domicílio ou na cidade. No PAI, a equipe é formada por 17 profissionais:
um coordenador (assistente social), um enfermeiro, um médico, dois auxiliares de enfermagem, um
motorista, um auxiliar administrativo e dez acompanhantes de idosos. As atribuições desses profissionais
estão descritas em um protocolo do programa e são supervisionadas por toda a equipe, que acompanha e
avalia suas ações (BERZINS; PASCHOAL, 2009). Os acompanhantes do programa oferecem assistência aos
idosos frágeis e vulneráveis, com agravos de saúde decorrentes de fragilidade, senilidade, dependência
funcional, transtornos mentais, rede social e familiar precárias, com risco de institucionalização; realizam
ações de prevenção e promoção à saúde; e oferecem companhia em atividades externas.

São critérios de inclusão no Programa a pessoa idosa ter idade igual ou superior a 60 anos, residir
na área de abrangência e apresentar pelo menos um dos critérios a seguir relacionados: dependência
funcional nas Atividades da Vida Diária (AVDs), decorrentes de agravos à saúde; mobilidade reduzida;
dificuldade de acesso aos serviços de saúde; insuficiência no suporte familiar e social; isolamento ou
exclusão social; ou risco de institucionalização.

Para desligamento ou alta do Programa, os critérios são: por pedido do usuário do Programa;
recuperação de autonomia e independência; se a família assume os cuidados; institucionalização;
mudança de região; óbito; não adesão às diretrizes e orientações do Programa, tais como: i) ausentar-se
deliberadamente da residência nos dias de atendimento, de forma contínua, seguida ou intercalada, de
acordo com a avaliação da Equipe Técnica; ii) não seguir as orientações fornecidas, tendo ciência de que
isso impossibilita a prevenção, manutenção ou recuperação de sua saúde, o que levará à não obtenção
115
Unidade II

de ganhos com o programa; iii) não aceitar o Programa em sua totalidade, com priorização de alguns
serviços apenas, como atendimento médico e o uso do carro. O desligamento deverá, dentro do possível,
ser sempre de forma gradual.

A inclusão do usuário no Programa Acompanhante de Idosos está condicionada ao levantamento do


seu perfil, com consequente elaboração de um Plano de cuidados. Este Plano é o instrumento sustentador
e dinâmico do programa e tem como principal objetivo definir as ações que são desenvolvidas pela equipe
de trabalho em relação à pessoa idosa atendida, podendo ser alterado, de acordo com as necessidades
e a evolução da situação. No exame inicial, é aplicado um questionário diagnóstico que leva em conta:
diagnósticos clínicos, uso de medicação, análise de capacidade funcional, necessidade de consultas,
seguimentos e procedimentos, condições de higiene pessoal e ambiental, condições socioeconômica e
familiar, fatores ambientais de risco, isolamento social e suporte social.

Para definir o número de visitas semanais, considera-se, inicialmente, a complexidade situacional


(a capacidade funcional, o suporte social e familiar e a autonomia, ficha de avaliação da complexidade
situacional). Tendo em vista que o Plano de cuidados é estabelecido de acordo com as necessidades
gerais da pessoa idosa, a complexidade do quadro de saúde não é o único fator determinante para
estabelecer o nível do Plano. A somatória dos fatores da complexidade situacional com a avaliação da
equipe técnica e a disponibilidade da pessoa idosa em receber os profissionais determinará a quantidade
de visitas.

O Plano de Cuidados apresenta três níveis de classificação:

• Plano de cuidados simples – uma visita do AI por semana.

• Plano de cuidados intermediário – duas a três visitas do AI por semana.

• Plano de cuidados complexo – quatro ou mais visitas do AI por semana.

O Plano de Cuidados norteia as ações de toda a equipe, e o acompanhante é seu principal executor.
O Plano deve ser discutido com a equipe de trabalho do programa, sofrendo alterações no decorrer
do tempo, de acordo com necessidades surgidas e presença de novas demandas. Ações inicialmente
planejadas podem dar lugar a novas estratégias e condutas, definidas em consenso na reunião conjunta
dos acompanhantes com a equipe técnica do programa. O Plano de Cuidados deverá ser revisto pela
equipe técnica do programa a cada seis meses, a partir da data de inclusão (GOVERNO DO ESTADO DE
SÃO PAULO, 2012).

8.2 Instituições de longa permanência para idosos (Ilpi)

No Brasil a origem das Ilpis está ligada aos asilos, inicialmente dirigidos
à população carente que necessitava de abrigo, frutos da caridade cristã
diante da ausência de políticas públicas. Isso justifica que a carência
financeira e a falta de moradia estejam entre os motivos mais importantes
para a busca, bem como o fato de a maioria das instituições brasileiras ser
116
ENFERMAGEM DO IDOSO

filantrópica (65,2%), o preconceito existente com relação a essa modalidade


de atendimento e o fato de as políticas voltadas para essa demanda estarem
localizadas na assistência social (CAMARANO; KANSO, 2010, p. 233).

O envelhecimento da população e o aumento da sobrevivência de pessoas com redução da


capacidade física, cognitiva e mental impulsionam os asilos a deixarem de fazer parte apenas da rede
de assistência social e a integrarem a rede de assistência à saúde a fim de conseguirem atender a estas
especificidades. Para tentar expressar a nova função híbrida dessas instituições, a Sociedade Brasileira
de Geriatria e Gerontologia sugeriu a adoção da denominação Instituição de Longa Permanência para
Idosos (Ilpi), abrindo ainda a possibilidade de Instituições de Longa Permanência para outros grupos
sociais. Entretanto, na literatura e na legislação, encontram-se referências indiscriminadamente a Ilpis,
casas de repouso, clínicas geriátricas, abrigos e asilos.

Para a Anvisa, Ilpis são instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial,
destinadas a domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte
familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania. É comum associar Ilpis a instituições de
saúde pela característica da população. Mas elas não são estabelecimentos voltados à clínica ou à
terapêutica, apesar de os residentes receberem – além de moradia, alimentação e vestuário – serviços
de saúde e medicamentos. As Ilpis têm procurado separar os moradores por grau de dependência ou de
complexidade de seu quadro clínico. No entanto, 34,9% dos residentes são independentes (CAMARANO;
KANSO, 2010, p. 233).

As Ilpis são exemplos de suporte não familiar a idosos e estão associadas à assistência social;
emergem como uma alternativa de suporte social para atenção à saúde do idoso, provendo cuidados
integrais (PESTANA; ESPÍRITO SANTO, 2008). Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia,
a Ilpi é também chamada de abrigo, asilo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica ou ancionato. É um
estabelecimento para atendimento integral institucional para pessoas com 60 anos de idade ou mais,
dependentes ou independentes, que não dispõem de condições para permanecer com a família ou em
domicílio. Nas Ilpis, os idosos podem ser pagantes ou não.

O ambiente deve ser capaz de resgatar antigos hábitos, experiências e recordações, deve ter recursos
humanos para atender às necessidades e ser classificado segundo quatro modalidades, de acordo com a
especialização do atendimento e a capacidade funcional do idoso (BRITO; RAMOS, 2007). Os serviços das Ilpis
devem contar com assistência médica, odontológica, de enfermagem, nutricional, psicológica, farmacêutica,
atividades de lazer, reabilitação, serviço social, apoio jurídico e administrativo e serviços gerais.

A Política Nacional do Idoso, por sua vez, estabelece em seu artigo 4º, parágrafo único que “É vedada
a permanência de portadores de doenças que necessitem de assistência médica e de enfermagem
permanente em instituições asilares de caráter social” (BRASIL, 1994). Ao mesmo tempo, a portaria SEAS
n. 2854/2000 (posteriormente alterada pela portaria SEAS n. 2874/2000) define as modalidades de Ilpi,
de acordo com a capacidade funcional dos idosos nelas residentes (BRASIL, 2000):

• Modalidade I – destinada a idosos independentes para as atividades da vida diária. Aí estão


incluídos, também, aqueles que necessitam de utilizar algum equipamento de autoajuda.
117
Unidade II

• Modalidade II – dirigida a idosos dependentes e independentes que necessitem de ajuda e cuidados


especializados, com acompanhamento e controle adequado de profissionais da área da saúde.

• Modalidade III – voltada para idosos dependentes que necessitem de assistência total em, pelo
menos, uma atividade da vida diária.

A procura de Ilpis é uma questão de saúde pública e surge não só por parte dos idosos com alta
dependência, mas também por idosos jovens, entre 60 e 65 anos, independentes, que foram excluídos
do mercado de trabalho e da proteção familiar, em decorrência das transformações socioeconômicas em
curso na sociedade (FERREIRA; BANSIL; PASCHOAL, 2014).

Muitos idosos vivem nas Ilpi por longos períodos. Bahury (1996) informa que os idosos vislumbram,
nestas instituições, um espaço para resgatar uma sociabilidade perdida, experimentando novas formas
de interação; um espaço para desenvolver novas habilidades, através das atividades oferecidas e,
consequentemente, propiciar novas formas de expressar o seu eu.

Idosos institucionalizados relatam a opção de residir em instituições de


longa permanência como a possibilidade de resgatar uma vida social ativa,
de convívio com um grupo de pessoas de mesma idade, além de evitar um
conflito familiar de gerações e o sentimento de ser um estorvo para os filhos
e familiares (WATANABE; DI GIOVANNI, 2009).

Por outro lado, para os idosos dependentes, a Ilpi se apresenta como uma possibilidade de cuidado
qualificado para o qual a família não tem preparo ou disponibilidade.

Não sendo considerado um equipamento de saúde, o funcionamento das Ilpi


é regulado por uma série de normas e leis especificamente estabelecidas. Em
setembro de 2005, a Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) aprovou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 283 que
adotou o Regulamento Técnico e define normas de funcionamento para as
Instituições de Longa Permanência para Idosos. Esta RDC classifica as Ilpi segundo
complexidade de cuidados, define as características físicas desse equipamento
e estabelece os recursos humanos mínimos para o seu funcionamento. Ainda
segundo esse Regulamento Técnico, toda Ilpi deve elaborar um plano de
trabalho, que contemple as atividades previstas naquele documento e um Plano
de Atenção Integral à Saúde dos residentes, em articulação com o gestor local
de saúde, a cada dois anos. Este Plano de Atenção à Saúde deve, entre outras
características, ser compatível com os princípios da universalização, equidade e
integralidade; prever a atenção integral à saúde do idoso, abordando os aspectos
de promoção, proteção e prevenção; e conter informações acerca das patologias
incidentes e prevalentes nos residentes. A instituição deve avaliar anualmente
a implantação e efetividade das ações previstas no plano, considerando, no
mínimo, os critérios de acesso, resolubilidade e humanização da atenção
dispensada (WATANABE; DI GIOVANNI, 2009, p. 70).
118
ENFERMAGEM DO IDOSO

É importante pontuar que nas últimas décadas algumas mudanças ocorreram na forma de se
administrar e rotular as instituições de longa permanência para idosos, em decorrência das mudanças
nas representações sociais sobre velhice.

8.3 Cuidadores

O cuidador é um familiar, vizinho ou amigo da família, ou ainda um


empregado contratado, cujo papel principal é cuidar do paciente. É
peça fundamental no processo de internação domiciliar, pois irá gerir
os cuidados dos quais o paciente necessita para passar a fase de
internação domiciliar favorecido pelo acesso às vantagens do sistema.
(AMARAL et al., 2001, p. 114).

Nos artigos 2º e 3º do Projeto-Lei do Congresso Nacional (1998), são definidos o


conceito e a função do cuidador:

Art. 2º. Considera-se cuidador domiciliar toda e qualquer pessoa que se dedique a
empreender cuidados para com as pessoas portadoras de deficiência, crianças, idosos e
pessoas que inspirem cuidados especiais da vida cotidiana em recinto doméstico.

Art. 3º. As funções e atividades dos cuidadores domiciliares referem-se à ajuda nos
hábitos de vida diária, nos exercícios físicos, no uso de medicação via oral, na higienização
pessoal, nos passeios, na atenção afetiva e em outras atividades corriqueiras.

Fonte: Amaral et al. (2001, p. 114).

Podem igualmente ser incluídas como funções do cuidador:

• encarregar-se das atividades elementares de atenção ao paciente, quer


seja um membro da família ou pessoa contratada;

• ajudar na locomoção e em atividades físicas, tais como andar, tomar sol,


movimentar as articulações; estimular e ajudar na alimentação; promover
o lazer e a recreação; promover a comunicação e socialização;

• estimular a memória e o intelecto de um modo geral; estimular a


manter ou adaptar o desenvolvimento de atividades laborativas
segundo suas capacidades;

• manter a limpeza e a ordem da casa e do quarto do idoso fragilizado,


acomodado às dependências, promovendo ambiente seguro e diminuindo
riscos de acidentes (AMARAL, 2001, p. 114).

O cuidador é a pessoa que, no espaço privado doméstico, realiza ou ajuda a pessoa com limitação
a executar suas atividades básicas e instrumentais de vida diária, com o objetivo da preservação de sua
119
Unidade II

autonomia e de sua independência. Atividades estas que vão desde a higiene pessoal até a administração
financeira da família (MAZZA; LEFEVRE, 2005).

Ele pode ser membro ou não da família, o qual, com ou sem remuneração, cuida da pessoa dependente,
sendo definido como cuidador informal ou formal. O cuidador formal é o profissional preparado em uma
instituição de ensino para prestar cuidados no domicílio, segundo as necessidades específicas do usuário.
O cuidador informal é um membro da família, ou da comunidade, que presta qualquer tipo de cuidado
às pessoas dependentes, de acordo com as necessidades específicas. Entre os cuidadores formais e os
informais, existem aqueles que desempenham um papel principal e outros que desempenham um papel
secundário no auxílio. O cuidador principal assume total ou maior parte da responsabilidade de cuidar
e é ele quem realiza a maioria das atividades. Os cuidadores secundários são aqueles familiares, amigos,
vizinhos, voluntários ou profissionais que complementam o auxílio, geralmente exercendo menor apoio
(SILVEIRA; CALDAS; CARNEIRO, 2006).

A tarefa de cuidar é complexa, permeada por sentimentos diversos e contraditórios e muitas vezes
dada a indivíduos que não se encontram preparados para tal ofício. Normalmente, esta responsabilidade
é transferida como uma ação a mais para a família, que em seu cotidiano é obrigada a acumular mais
uma função dentre as que executa. O cuidado com o núcleo familiar deve fazer parte do processo de
trabalho das equipes, porém fortalecer a rede de apoio formal ou informal, neste contexto, torna-se
fundamental, visto a necessidade de compartilhar medos e dificuldades dos familiares e cuidadores e
envolver outras formas de apoio existentes na comunidade em que reside.

A qualificação dos cuidadores deve voltar-se para desenvolver e aprimorar habilidades para realizar
funções específicas quanto aos cuidados diários dos pacientes, além de estimular e conduzir o cuidador
no desenvolvimento de várias funções, além do cuidado ao paciente em AD, promovendo, para isto,
ações de promoção de autonomia e empoderamento, ensinando, por exemplo, o auxílio ao paciente
idoso apenas nas atividades em que ele não consiga fazer sozinho, ou ressaltando que não fazem
parte da rotina do cuidador as técnicas e os procedimentos identificados para profissões legalmente
estabelecidas, particularmente, na área de enfermagem (BRASIL, 2008).

Saiba mais

Para refletir sobre o acompanhante ou cuidador, leia a obra Diário da


Boa Vizinha (1983), de Doris Lessing.

O vínculo entre profissionais e a família/o cuidador é fundamental. Estes devem ser reconhecidos
como parceiros para os cuidados em saúde e precisam de apoio dos profissionais, capacitação e respaldo
sempre que necessário. A abordagem da família, do cuidador e do paciente deve ser sistemática, iniciando
na admissão do paciente ao serviço. A equipe deve conhecer as limitações e potencialidades da família
e do cuidador, além dos recursos que a família possui, respeitando seus valores culturais, sociais e
educacionais. Mediante esta avaliação, as equipes de Atenção Básica e equipes de Atenção Domiciliar
devem propor o projeto terapêutico compartilhando-o com os envolvidos no cuidado, para que de fato
120
ENFERMAGEM DO IDOSO

as ações possam ser efetuadas pelo cuidador, mantendo vínculo de confiança, respeito e ética, relação
esta que também deve ser pautada por humanização e dignidade.

As atividades conduzidas pelo cuidador devem ser planejadas em conjunto entre este, a equipe e
a família. É importante que as orientações sejam por escrito e registradas no prontuário domiciliar.
A parceria entre os profissionais e o cuidador deverá possibilitar a sistematização dos trabalhos a
serem realizados no domicílio, valorizando as ações relacionadas a promoção da saúde, prevenção de
incapacidades e manutenção da capacidade funcional do paciente e do seu cuidador, evitando-se, assim,
a institucionalização e outras formas que podem levar à segregação e/ou ao isolamento.

De acordo com o Guia Prático do Cuidador, a seguir são apresentadas algumas atividades que fazem
parte da rotina do cuidador, a serem executadas de acordo com a realidade da pessoa cuidada em
atenção domiciliar (BRASIL, 2008):

• atuar como elo entre a pessoa cuidada, a família e a equipe de saúde;

• escutar, estar atento e ser solidário com a pessoa cuidada;

• ajudar nos cuidados de higiene;

• estimular e ajudar na alimentação;

• ajudar na locomoção e atividades físicas, como: andar, tomar sol e fazer exercícios físicos;

• estimular atividades de lazer e ocupacionais;

• realizar mudanças de posição na cama e na cadeira, e massagens de conforto;

• administrar as medicações, conforme a prescrição e a orientação da equipe de saúde;

• comunicar à equipe sobre mudanças no estado de saúde da pessoa cuidada;

• outras situações que se fizerem necessárias para a melhoria da qualidade de vida e a recuperação
da saúde dessa pessoa.

Ressalta-se que muitas destas atividades podem parecer simples para os profissionais da saúde,
mas são complexas para a família que nunca as realizou. Assim, é importante que os profissionais de
saúde envolvidos na atenção domiciliar orientem de modo detalhado como executar estes cuidados e
supervisionem o cuidador na realização destes, para avaliar a compreensão da orientação.

Geralmente, o cuidado é exercido pelos cônjuges e pelos filhos, particularmente pelas mulheres.
Muitas vezes se trata de um ato voluntário que não tem previsão de duração. Em uma grande parcela
dos casos os cuidadores também possuem doenças crônicas e às vezes apresentam a mesma idade da
pessoa cuidada (que na maioria das vezes são idosos). Para alguns cuidadores o cuidar está relacionado
121
Unidade II

ao prazer, à satisfação da missão cumprida, valorização da pessoa cuidada, retribuição ao cuidado já


prestado pela pessoa que está sendo assistida, é visto como algo gratificante (AIRES et al., 2012).

Embora no cuidado permanente e para os pacientes crônicos esta tarefa possa acarretar consequências
negativas aos próprios assistidos, aos cuidadores e à família, alguns estudos demonstram o impacto
dessa atividade contínua e repetitiva exercida no domicílio pela necessidade de cuidado em tempo
integral; a sobrecarga de trabalho, a impossibilidade de compartilhar o cuidado entre mais pessoas da
família cuidadora, o sentimento de impotência diante da situação da pessoa cuidada, a falta de apoio
das redes formal e informal e conflitos familiares.

Observação

Com o processo de envelhecimento aumentando, há vários idosos


com cerca de 90 anos sendo assistidos por filhos igualmente idosos, isto
é, com mais de 60 anos. A avaliação por parte do enfermeiro deve ser
aplicada a ambos.

A sobrecarga física e psicológica traz efeitos negativos na vida do cuidador, como os problemas de
saúde mental, o isolamento social e os sintomas de ordem emocional, como a depressão e a ansiedade.
A adesão do cuidador dever ser espontânea, estimulada e sempre com suporte de informação, nunca
imposta. O processo do cuidar não constitui apenas uma soma de momentos, é um contínuo que engloba
a vida social, emocional e espiritual.

Os cuidados no domicílio são vistos como estressantes e exaustivos, têm sido de grande complexidade
e diversidade, demandam tempo, investimentos financeiros, habilidade e capacitação para os familiares
e profissionais. As equipes de AB e AD desempenham papel fundamental para as ações no domicílio,
facilitando acesso, as parcerias com outras instituições e outros setores da sociedade, formando a rede
social, para que haja a atenção integral e a continuidade da assistência com qualidade. O cuidador
precisa também ser alvo de atenção e orientação, durante as visitas domiciliares da Emad/Emap e
equipes de AB, tanto para cuidados de sua saúde física e mental quanto para avaliação de possível
sobrecarga pessoal (KARSCH, 2003).

“A sobrecarga do cuidador informal é uma perturbação resultante do lidar com a dependência física
e a incapacidade mental do indivíduo alvo da atenção e dos cuidados” (PEREIRA et al., 2013, p. 186). A
sobrecarga emocional pode conduzir à depressão e ao isolamento. Podem ser observados sentimentos de
anulação pessoal, incompetência pelo desempenho do papel de cuidador e ausência de reconhecimento
do seu exercício funcional.

Diante deste quadro é fundamental que as equipes de AB e AD estejam atentas ao cuidador,


auxiliando-o na melhoria do cuidado, com orientações, educação continuada e compreensão de suas
necessidades. O compartilhar do cuidado com outros membros da família, com possíveis rodízios do
cuidador principal, deve ser recomendado.

122
ENFERMAGEM DO IDOSO

A avaliação da sobrecarga do cuidador deve ser periodicamente aplicada, podendo ser utilizada a
Escala Zarit Burden Interview (ZBI) validada por Scazufc e aprovada para uso no Brasil, a qual se mostra
eficaz para este fim (SCAZUFCA, 2002).

A sobrecarga do cuidador pode culminar em doenças agudas e crônicas e, consequentemente,


no uso de diversas medicações, tornando-o tão doente quanto a pessoa assistida. Cuidadores
que apresentam maior sobrecarga merecem atenção diferenciada pela equipe. A conservação da
saúde desse responsável é imprescindível; assim, há necessidade do apoio psicológico, espiritual,
técnico e operacional, além de se estabelecer a escuta ativa durante todo o processo de trabalho
da atenção domiciliar.

O ambiente doméstico, na AD, passa a significar muito mais que um simples espaço físico e geográfico
de compartilhamento coletivo. Neste espaço, o acolhimento é extensão da equipe de saúde em forma de
atitude, postura e respeito pela dignidade de todos os atores envolvidos, bem como no próprio ambiente
que acolhe o indivíduo vulnerado. A efetividade do processo de cuidar não se sustenta somente com a
atenção técnica pontual, mesmo sendo específica ao agravo (BRASIL, 2012).

Saiba mais

Sobre o cuidador e sua formação, há um guia elaborado pelo Ministério


da Saúde (2008) que pode ser acessado via Internet:

Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_


pratico_cuidador.pdf>. Acesso em: 22 fev. 2017.

Resumo

Vimos nesta unidade que o termo doença crônica é usado para designar
patologias com um ponto em comum: são persistentes e necessitam de
cuidados permanentes. São exemplos frequentemente lembrados as
doenças não transmissíveis, como hipertensão arterial, diabetes mellitus,
doenças cardiovasculares, osteoartrose e câncer. Atualmente, entretanto,
estamos diante de uma nova realidade. Algumas doenças transmissíveis
também se enquadram no conceito de doenças crônicas, sendo HIV/Aids o
melhor exemplo.

A doença de Alzheimer é a síndrome que acarreta demência com maior


predominância na atualidade entre os idosos. Acredita-se que esta relação
demência e idade esteja diretamente associada ao aumento da expectativa
de vida. Entretanto, sua causa não está totalmente esclarecida; o que

123
Unidade II

se pode observar são as alterações provocadas no organismo, causando


gradual incapacitação ao sujeito que a possui. Esta doença não tem cura,
porém existem tratamentos e formas de prevenção que podem evitar seu
surgimento ou retardar seu progresso; é imprescindível, para qualquer
tratamento, o diagnóstico precoce. O tratamento medicamentoso pode ser
muito eficaz para minimizar o desenvolvimento da doença. É de extrema
importância que o diagnóstico seja realizado precocemente; e, desta forma,
estabelecer a intervenção mais adequada para cada caso. Verifica-se que a
prevenção é uma forma de lidar com o grande aumento de incidências da
doença, como ter uma vida saudável, praticar exercícios físicos e diminuir o
estresse; estes podem evitar e ou retardar o surgimento desta afecção e de
outras relacionadas à cognição e à autonomia do geronte. Assim, informar
a sociedade sobre as características, os tratamentos e as prevenções da
patologia é a melhor maneira de combater os altos índices da doença de
Alzheimer e das demais síndromes de demência.

Outro assunto que estudamos nessa unidade diz respeito ao


desenvolvimento de políticas públicas para a pessoa idosa, o que tem sido
destaque na agenda de organizações internacionais de saúde com relação
à proposição de diretrizes para nações que ainda precisam implantar
programas sociais e assistenciais para atender às necessidades emergentes
desse grupo populacional.

Para os idosos garantirem seus direitos ainda será necessária muita luta
para que eles sejam respeitados e assegurados pelo Estado e pela própria
sociedade. O caminho a trilhar é longo; porém, como protagonistas e de
forma organizada, terão muito mais poder de conquista.

Os cuidados domiciliares, por sua vez, são de grande importância para a


manutenção da saúde dos pacientes; para tal, será necessário criar núcleos
comunitários de cuidadores de idosos, com trabalho esclarecedor sobre o
processo de envelhecimento através de palestras realizadas também nas
escolas, para que os jovens possam compreender esse período como um
processo natural da vida.

Nas últimas décadas, tem-se observado um ritmo acelerado no


crescimento da população idosa em todo o mundo. Esse crescimento
implica consequências sérias que afetam diretamente os serviços de
assistência social e de saúde da população geriátrica, agravado com a
precariedade dos convênios médicos e o baixo salário da aposentadoria.
Somado a isso, observa-se o problema da família, pois os parentes
têm dificuldades para cuidar dos seus idosos, encaminhando-os às
instituições popularmente denominadas Ilpi (Instituição de Longa
Permanência para Idosos), casas de repouso ou instituições geriátricas.
124
ENFERMAGEM DO IDOSO

Exercícios

Questão 1. (SES, 2012) O envelhecimento da população é hoje um fenômeno mundial, que vem
ocorrendo de forma crescente tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). Em relação aos cuidados de saúde da população idosa, analise as
afirmativas a seguir.

I – As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) podem afetar a funcionalidade das pessoas idosas.
A dependência para o desempenho das atividades de vida diária (AVD) tende a aumentar cerca de 5%
na faixa etária de 60 anos para cerca de 50% entre os idosos com 90 anos ou mais.

II – A diminuição das capacidades sensório-perceptivas, que ocorre no processo de envelhecimento,


pode afetar a comunicação das pessoas idosas. Tais alterações são manifestadas pela diminuição
da capacidade de receber e tratar a informação proveniente do meio ambiente que, se não forem
adequadamente administradas, poderão levar ao isolamento do indivíduo.

III – Especial atenção deve ser dada à prevenção de iatrogenias assistenciais relacionadas ao uso
de polifármacos.

IV – A avaliação funcional é fundamental e determinará não só o comprometimento funcional da


pessoa idosa, mas também suas necessidades de auxílio. São subdivididas em atividades de vida diária
(AVD), que são as relacionadas ao autocuidado; atividades instrumentais da vida diária (AIVD), que são
as relacionadas à participação do idoso em seu entorno social e indicam a capacidade de um indivíduo
de levar uma vida independente dentro da comunidade.

V – A Lei n. 10.741/2003, art. 19, prevê que os casos de suspeita ou confirmação de maus‑tratos
contra idoso são de notificação obrigatória ao Conselho Municipal ou Estadual dos Direitos do Idoso,
Delegacias de Polícia e Ministério Público.

É correto apenas o que se destaca nas afirmativas:

A) Todas as afirmativas estão corretas.

B) I, III e V.

C) II, III e IV.

D) I, II, III e IV.

E) II, III, IV e V.

Resposta correta: alternativa A.

125
Unidade II

Análise das afirmativas

I) Afirmativa correta.

Justificativa: os idosos constituem a população mais acometida pelas doenças crônicas. A incidência
de doenças como hipertensão arterial, diabetes, câncer e patologias cardiovasculares eleva-se com
a idade. Esse aumento parece dever-se à interação de fatores genéticos predisponentes, alterações
fisiológicas do envelhecimento e fatores de risco modificáveis, como tabagismo, ingesta alcoólica
excessiva, sedentarismo, consumo de alimentos não saudáveis e obesidade.

II) Afirmativa correta.

Justificativa: a diminuição das capacidades sensório-perceptivas, que ocorre no processo de


envelhecimento, pode afetar a comunicação das pessoas idosas. A deficiência auditiva, por exemplo,
gera um dos mais incapacitantes distúrbios de comunicação, impedindo-o de desempenhar plenamente
seu papel na sociedade; tais alterações poderão levar o idoso ao isolamento familiar e social.

III) Afirmativa correta.

Justificativa: a maior prevalência de enfermidades crônico‑degenerativas nos idosos culmina,


no que diz respeito ao tratamento farmacológico, na prática da polifarmácia, a qual impacta a
segurança e a qualidade de vida dessas pessoas, tanto por meio do desencadeamento de reações
adversas a medicamentos (RAM) quanto mediante prescrição inadequada de medicamentos
(PIM). Esta última não só exacerba a incidência de RAM, mas também pode ocasionar impactos
na capacidade funcional do idoso, pelo aparecimento de interações medicamentosas ou efeitos
colaterais indesejados.

IV) Afirmativa correta.

Justificativa: o conceito de qualidade de vida está relacionado à autoestima e ao bem-estar pessoal;


abrange uma série de aspectos, como a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado
emocional, a interação social, a atividade intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado
de saúde, os valores culturais, éticos e a religiosidade, o estilo de vida, a satisfação com o emprego e/ou
com atividades diárias e o ambiente em que se vive.

V) Afirmativa correta.

Justificativa: art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra


idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados
à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer
dos seguintes órgãos: (Redação dada pela Lei n. 12.461, de 2011). I – autoridade policial; II
– Ministério Público; III – Conselho Municipal do Idoso; IV – Conselho Estadual do Idoso; V –
Conselho Nacional do Idoso.

126
ENFERMAGEM DO IDOSO

Questão 2. (EBSERH/UFJF, 2015) Em relação às alternativas a seguir, qual delas não condiz com as
diretrizes da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa?

A) Promoção do envelhecimento ativo e saudável.

B) Atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa.

C) Estímulo às ações setoriais, visando à fragmentação da atenção.

D) Estímulo à participação e fortalecimento do controle social.

E) Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.

Resolução desta questão na plataforma.

127
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES

Figura 1

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Diretoria de Pesquisas, Coordenação


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ESTAMOS todos bem. Dir. Giuseppe Tornatore. Itália: TF1 Films Production, 1990. 126 minutos.

LONGE dela. Dir. Sarah Polley. Canadá: Lionsgate Films, 2008. 110 minutos.

PARA sempre Alice. Dir. Richard Glatzer. EUA: Sony Pictures Classics, 2014. 100 minutos.

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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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