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Com relação aos estudos das interações, com relação a interação físico-química também
chamada de incompatibilidade medicamentosa, ela ocorre antes da administração dos fármacos no
organismo quando se misturam dois ou mais deles em uma mesma seringa, equitope ou no mesmo
recipiente. Devem-se a reações físico-químicas que podem resultar em alterações organolépticas
evidenciadas pela mudança de cor, consistência, opalescência, formação de precipitado, floculação,
formação de cristais e essas transformações associadas ou não a mudanças da atividade
farmacológicas. A diminuição da atividade ou inativação de um ou mais dos fármacos originais, a
formação de novos compostos que podem ser ativos, inoculos ou tóxicos ou o aumento da
toxicidade de um ou mais fármacos originais. Ausência de alterações macroscópicas não garante a
inexistência de interações medicamentosas. Quando as reações físico-químicas ocorrem quando
fármacos são misturados em fluidos intravenosas causando precipitação ou inativação elas são
denominadas incompatibilidade químicas. Como precaução feral os medicamentos não devem ser
adicionados a sangue, solução de aminoácidos ou emulsões lipídicas. Certos fármacos quando
adicionados a fluidos intravenosos podem ser inativados por alteração do ph, precipitação ou por
reação química. Por exemplo, a anfotericina B ou o diazepam quando são diluídos com solução
fisiológica formam precipitados. As interações normalmente são não benéficas nesses casos e outro
exemplo interessante é a inativação do nitroprussiato de sódio pela luz. (Quando for utiliza-lo é
necessário que seja utilizado um equitopo fotossensível para que ele não degrade). Existem
orientações importantes que devem ser dadas especialmente que sejam feita uma leitura de
instruções sobre reconstituição, diluição, temperatura e acondicionamento e separar os
medicamentos no momento da administração, observar a estabilidade da solução após a diluição
(cuidados que devem ser tomados para evitar algumas dessas interações).
Interação de efeito ocorre quando dois ou mais fármacos em uso concomitante tem ações
farmacológicas similares causando sinergismo ou opostas causando antagonismo sem modificar a
farmacocinética ou mecanismos de ação dos fármacos envolvidos. Por exemplo, a associação de
álcool com anti-histamínicos ambos são depressores do SNC e essa associação pode levar ao
prejuízo das habilidades psicomotoras, redução do estado de alerta, depressão respiratória, coma e
morte. Tanto o anti-histamínicos os benzodiazepínicos ou barbitúricos com álcool podem causar
essa depressão do SNC mais acentuada.
A glicoproteína P é uma bomba de efluxo e exclui vários fármacos tanto dos capilares do
cérebro quanto de outros órgãos diminuindo a concentração desses fármacos nos SNC sendo um
elemento chave na barreira hematoencefalica, mas também agem em outros órgãos com a mesma
função. Quando há uma alteração da quantidade da glicoproteína P e da função dessa glicoproteína
p, teremos uma alteração dessa resposta que efetivamente a glicoproteína p faz. Existe alguns
fármacos que são classicamente inibidores dessa proteína como cortisol, fluoxetina e a ivermectina.
Quando falamos de deslocamento de fármacos das proteínas plasmáticas, sabemos que quando
acontece administração entre dois fármacos que competem pela mesma proteína aquele que tem
maior afinidade pela proteína desloca o outro e esse outro fica em excesso em uma concentração
plasmática maior do que era esperada para ele. Por exemplo, o ácido valproico quando administrado
junto com a varfarina é capaz de se ligar mais intensamente na proteína plasmática, deslocar a
varfarina dessa proteína e a concentração da varfarina ficando muito maior pode induzir hemorragia
grave.
Nos processos de excreção, pensando na secreção tubular, que ocorre através de proteínas
transportadoras quando é administrado a penicilina com a probenecida sabemos que há uma
competição pela eliminação por esse transportador. A probenecida vai ser eliminada mais
rapidamente, em função disso vai haver um retardo na excreção da penicilina que na verdade era o
objetivo da terapia há um tempo atrás e por outro lado há também uma alteração relacionada com
mudança de Ph como por exemplo a administração de bicarbonato de sódio vai alcalinizar a urina
fazendo com que haja uma excreção mais rápida de barbitúrico e ácido acetilsalicílico por exemplo.
Alguns exemplos de fármacos que são excretados mais rapidamente quando o ph urinário é
alterado. Se tem diminuição do ph urinário temos uma excreção mais rápida de anfetamina,
metadona e efedrina e um aumento do ph irá fazer com que haja uma excreção mais aumentada de
barbitúricos e ácidos acetilsalicílico
Existem outras formas de interação como por exemplo aquelas que são provocadas por
desequilíbrio hidroeletrolítico. Temos a associação de cloreto de lítio com restrição dietética de sal
podendo haver um aumento na concentração sérica do lítio e possível intoxicação, mas por outro
lado cloreto de lítio + uma quantidade muito grande na ingestão de sal (sódio) há uma redução
importante nos níveis séricos de lítio.
Outro tipo de interação medicamentosa está relacionado com alterações do transporte.
Então, administração de clonidina com antidepressivo tricíclico (ADT) induz um bloqueio dos
efeitos anti-hipertensivos devido à interferência com a captação de clonidina. Por outro lado,
noradrenalina também com ADT, os efeitos pressores são aumentados devido a inibição de captação
de noradrenalina pelos neurônios adrenérgicos.
A detecção de uma interação medicamentosa pode não ser uma coisa tão trivial muito por
conta da variabilidade genética observada entre os pacientes e também dos fatores de pré-disposição
e de proteção que determinam se uma interação vai ocorrer ou não. Uma solução para esse
problema é selecionar um fármaco que não produz interação, mas quando não há alternativa é
possível administrar medicamentos que não haja entre si sobre cuidados apropriados. Os
medicamentos de baixo índice terapêutico e aqueles que requerem um controle cuidadoso de
concentração plasmática são os mais perigosos e necessitam de um acompanhamento mais de perto.
Se os efeitos são bem monitorados muitas vezes a associação pode ser viabilizada pelo simples
ajuste de dose. Muitas interações são dependentes de dose, nesse caso a dose do medicamento
indutor da interação poderá ser reduzida para que o efeito do outro medicamento seja minimizado
quando possível. É quase impossível nos lembrarmos de todas as interações medicamentosas e
quando ocorrem por isso são utilizados formulários, existem sites e aplicativos para que possamos
consultar. Normalmente, estão inseridos nesses formulários as interações que a literatura
especializada classifica como quimicamente relevantes e que estejam bem fundamentadas, porém
existem alguns princípios que precisamos saber. Por exemplo, estar sempre alerta com quaisquer
medicamentos que tenham baixo índice terapêutico ou que necessitem manter níveis séricos
específicos (glicosídeos cardíacos, feniloina, carbomazepina, aminoglicosídeos, varfarina, teofilina,
lítio, imunossupressores, anticoagulantes citotóxicos, anti-hipertensivos, anticonvulsivantes, anti-
infecciosos ou antidiabéticos, entre outros). Lembrar sempre dos fármacos indutores e inibidores
enzimáticos especialmente os mais clássicos, tentar sempre prever o que pode acontecer se
medicamentos que afetam os mesmo receptores, por exemplo, forem usados concomitantemente,
observar o idoso porque estão sobre maior risco devido a redução da sua função hepática e renal
que vai interferir na eliminação dos fármacos, as interações que modificam os efeitos de um
fármaco também podem envolver medicamentos de venda livre, pode envolver fitoterápicos, por
exemplo, os medicamentos contendo a erva de são João, assim como certos tipos de alimentos,
agentes químicos, drogas (álcool e tabaco), alterações fisiológicas em pacientes individuais
causadas por fatores como idade e gênero também influenciam a predisposição a reações adversas
de medicamentos resultantes de interações medicamentosas, automedicação e a prescrição de
politerapia especialmente em pacientes internados são fatores importantes também para o
desenvolvimento dessas interações.