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Interações

Medicamentosas

Fernanda Miranda de Araujo


Farmacêutica
Conceitos
Princípio Ativo - Substância ou grupo delas,
quimicamente caracterizada, cuja ação farmacológica
é conhecida e responsável, total ou parcialmente,
pelos efeitos terapêuticos do medicamento (Anvisa).
Medicamento - Produto farmacêutico, tecnicamente
obtido ou elaborado, com finalidade profilática,
curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico
(Anvisa).
Remédio - São os recursos terapêuticos para curar ou
aliviar a dor, o desconforto ou a enfermidade.
O que o organismo faz
com o fármaco contido
no medicamento após
sua administração ?
Princípios da Farmacologia
• Farmacocinética: absorção, distribuição,
biotransformação e excreção.
• Farmacodinâmica: efeito da droga nos
órgãos alvo, sua eficácia, sua potência e
efeitos tóxicos.
Absorção
A absorção é definida como a passagem de
um fármaco de seu local de administração para o
plasma.

Distribuição
É a passagem de um fármaco da corrente
sanguínea para os tecidos, onde as moléculas são
distribuídas para os diferentes compartimentos.
Biotransformação
É a transformação do fármaco em outra(s)
substância(s), por meio de alterações químicas,
geralmente sob ação de enzimas, principalmente
no fígado, nos rins e nos pulmões.

Eliminação
É a retirada do fármaco do organismo, seja
na forma inalterada ou na de metabólitos ativos
e/ou inativos.
AUC
Interação Medicamentosa
É um evento clínico em que os efeitos de um
fármaco são alterados pela presença de outro
fármaco, alimento, bebida ou algum agente
químico ambiental, ou seja, eles podem
interagir entre si, com aumento ou
diminuição do efeito terapêutico ou tóxico de
um ou de outro.
Interação
Medicamento-Medicamento
Interações de Medicamentos
Alteração do efeito farmacológico entre dois ou
mais medicamentos quando são administrados
simultaneamente com outro medicamento ou
alimentos.

Essa interação pode ser no sentido de aumentar ou


diminuir o efeito terapêutico, assim como acentuar
ou diminuir os efeitos indesejáveis.

https://www.youtube.com/watch?v=Nubq945IZ3I
Classificação das interações
medicamentosas
Incompatibilidade Medicamentosa:
Também conhecida como “interação farmacêutica”,
ocorrem nas etapas do preparo do medicamento, isto
é, antes da administração do fármaco no organismo,
como no momento da mistura de duas ou mais
substâncias em um mesmo meio.

Decorrem de reações, resultando em modificações em


uma ou mais moléculas, podendo causar alterações na
atividade farmacológica.
São exemplos: alterações organolépticas (precipitação,
cristalização, turbidez, floculação, alteração na coloração
da solução); formação de novo composto (inócuo,
tóxico); diminuição da atividade ou inativação de um ou
mais fármacos; aumento da toxicidade de um ou +
fármacos.

Muitas formas sólidas não podem ser partidas –


medicação de liberação prolongada, liberação entérica ou
produtos microparticulados

É importante ressaltar que a ausência de alterações


macroscópicas não garante a inexistência da interação
farmacêutica.
Interação Farmacocinética:
Ocorre quando um fármaco sofre alterações no processo
farmacocinético (absorção, distribuição, metabolismo,
excreção).
Em outras palavras, são aquelas que alteram a velocidade
ou concentração do fármaco no local da ação.
Entre os exemplos incluem-se medicamentos que
aceleram/lentificam o esvaziamento gástrico, deslocam a
ligação com proteínas plasmáticas, induzem/inibem a
ação enzimática, ou que alteram a excreção dos fármacos.
Incluem-se também nesta categoria as interações com
alimentos quando ambos são administrados pela mesma
via.
Interação Farmacodinâmica:
As interações de efeito são aquelas que acontecem
quando dois ou mais fármacos em uso
simultâneo (ao mesmo tempo) apresentam reações
farmacológicas similares ou opostas.
Geralmente induzem mudança na resposta terapêutica.
Entre as manifestações mais comuns encontram-se:
Sinergismo: quando o efeito de um ou ambos os
fármacos são potencializados;
Antagonismo: quando ocorre a inativação de um ou
ambos efeitos;
Alterações no limiar de toxicidade por uma ou mais
substâncias.
Tipo de
Descrição
Gravidade
Monitore se possível.
A interação medicamentosa pode diminuir ou limitar o efeito terapêutico
Menor / Leve (efeito desejado que o medicamento provoca no organismo quando ingerido).
Pode aumentar a chance de efeitos colaterais, mas que geralmente não
requerem alteração da terapia.
Monitore a terapia.
Moderada A interação medicamentosa pode resultar no aumento da condição patológica
do paciente.
Considere a modificação da terapia.
Relevante / A interação medicamentosa coloca em risco a vida do paciente e/ou requer
Grave uma intervenção assistencial para minimizar ou prevenir eventos adversos
sérios.
Evite a combinação.
Contraindicad Ocorre quando dois ou mais fármacos não podem ser administrado
a simultaneamente, caso isso venha a acontecer, pode causar risco de morte ao
paciente.  
Encontrei uma interação medicamentosa na
prescrição !
O que faço agora???
Interação
Medicamentos -Alimentos
Medicamentos e Alimentos
A ingestão de um medicamento longe, próximo, imediatamente antes
ou depois e durante as refeições pode ter muita importância na
obtenção de efeito desejado.
Do ponto de vista clínico, as interações entre os alimentos e fármacos
são importantes quando houver diminuição da eficácia terapêutica,
aumento de efeitos tóxicos ou quando resultarem em má absorção
e utilização incompleta de nutrientes, comprometendo o estado
nutricional ou acentuando a desnutrição já existente.
Tais situações despertam interesse particularmente em pacientes
com idade avançada, devido à presença muitas vezes de
doenças crônicas e utilização de múltiplos medicamentos.
Fatores
O potencial para o desenvolvimento de interações
medicamentosas aumenta com:
 a idade
 com o número de medicamentos em uso
 e com o número de médicos que cuidam de um mesmo
paciente.

Acredita-se que o potencial de interação medicamentosa


chega a 100% quando o número de medicamentos
prescrito chega a oito.
Ferramentas de avaliação
Onde buscar a informação?
 Bulas

 Suporte do Centro de Informações sobre


Medicamentos - CIM
Exemplos
Cetoprofeno
Associações medicamentosas que requerem precauções
Categorias terapêuticas e medicamentos que podem promover
hiperpotassemia (tais como, sais de
potássio, diuréticos poupadores de potássio, inibidores da ECA
e antagonistas da angiotensina II, AINEs, heparinas (de baixo
peso molecular ou não fracionada), ciclosporina, tacrolimo e
trimetoprima): O risco de hiperpotassemia pode aumentar
quando os medicamentos mencionados acima são
administrados concomitantemente. 

Corticosteroides
Aumento do risco de ulceração ou sangramento gastrintestinal.
Diuréticos
Pacientes utilizando diuréticos, particularmente os
desidratados, apresentam maior risco de desenvolvimento de
insuficiência renal devido à diminuição do fluxo sanguíneo
renal causada pela inibição de prostaglandina. Estes pacientes
devem ser reidratados antes do início do tratamento
concomitante e a função renal deve ser monitorada quando o
tratamento for iniciado.

Inibidores da ECA e antagonistas da angiotensina II


Em pacientes com comprometimento da função renal (ex.
pacientes desidratados ou pacientes idosos), a coadministração
de um inibidor da ECA ou de um antagonista da angiotensina
II e de um agente que inibe a ciclo-oxigenase pode promover a
deterioração da função renal, incluindo a possibilidade de
insuficiência renal aguda.
Muito obrigada

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