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Clinica Ultracardio

Guia de Apoio

Tema:

Farmacologia
E
Administração de Medicamentos

Feito por:

Paulo G. Adão
Introdução
Na terminologia farmacêutica, o fármaco designa uma substância com estrutura química
definida e que possui propriedades farmacológicas conhecidas e, geralmente,
comprovadas através de estudos pré-clínicos e clínicos. Também, a palavra fármaco é
denominada por farmacêuticos industriais como "insumo farmacêutico activo" e pode
ser empregada como toda a substância com acção farmacológica utilizada para
produção de medicamentos, isto é, que possui efeitos (acção) conhecidos no organismo
e que garanta os parâmetros de segurança, eficácia e qualidade estabelecidos pelos
órgãos sanitários. Dentre outras definições, o fármaco pode ser definido como uma
substância química que interage com uma parte do corpo, tais como órgãos, tecidos,
células, macromoléculas e micromoléculas, a fim de alterar processos fisiológicos ou
bioquímicos.

A administração de medicamentos é uma prática fundamental no cuidado da saúde,


desempenhando um papel crucial no tratamento e na recuperação de pacientes. A
segurança e eficácia desse processo dependem da habilidade e conhecimento dos
profissionais de saúde envolvidos, bem como do entendimento e cooperação por parte
dos pacientes. A administração de medicamentos abrange diversas etapas, desde a
prescrição médica até a observação dos efeitos no paciente. Uma fase essencial é a
avaliação do histórico médico do paciente para garantir que não haja alergias
conhecidas ou contra-indicações aos medicamentos prescritos. Além disso, é necessário
considerar factores como idade, peso, estado de saúde geral e outros medicamentos em
uso, para determinar a dosagem apropriada.
Fundamentação Teórica
A administração de medicamentos é um aspecto essencial do cuidado de saúde,
desempenhando um papel vital no tratamento e alívio de diversas condições médicas. A
eficácia e segurança desse processo dependem não apenas da qualidade dos
medicamentos, mas também da precisão na administração e da compreensão adequada
por parte dos profissionais de saúde e dos pacientes. A variedade de medicamentos
disponíveis no mercado reflecte a diversidade de condições médicas que podem ser
tratadas. Desde analgésicos para aliviar a dor até antibióticos para combater infecções,
passando por medicamentos para controle da pressão arterial, diabetes e uma infinidade
de outras condições, cada classe de medicamento tem suas próprias características e
modos ideais de administração.

A escolha da via de administração é uma consideração crucial. Medicamentos podem


ser administrados por via oral, parenteral (injecções intramusculares, subcutâneas ou
intravenosas), tópica (cremes, pomadas), rectal, entre outras. Cada via tem suas
vantagens e limitações, e a escolha é frequentemente baseada na natureza do
medicamento e nas necessidades específicas do paciente.

Vias de Administração

A administração de medicamentos através das diferentes vias é um aspecto essencial da


prática médica, proporcionando aos profissionais de saúde uma variedade de opções
para adequar o tratamento às necessidades específicas de cada paciente. Cada via de
administração tem suas próprias características, vantagens e considerações,
influenciando a eficácia do medicamento e sua resposta no organismo. Sendo as
principais vias de administração:

1. Via Oral:

A administração oral é uma das vias mais comuns e convenientes. Comprimidos,


cápsulas e líquidos são ingeridos, passando pelo trato digestivo para serem absorvidos
no intestino. É uma opção geralmente segura e confortável para o paciente.

2. Via Parenteral:

A administração parenteral envolve a introdução directa do medicamento no corpo,


evitando o trato digestivo. Isso pode ser feito por meio de injecções intramusculares,
subcutâneas ou intravenosas. Essa via é frequentemente escolhida quando uma acção
rápida é necessária.
3. Via Tópica:

Medicamentos tópicos são aplicados directamente na pele ou membranas mucosas,


como cremes, pomadas, loções e adesivos transdérmicos. Essa via é eficaz para tratar
condições locais e minimizar efeitos sistémicos.

4. Via Rectal e Vaginal:

Supositórios e cremes podem ser administrados por via rectal ou vaginal para tratar
condições específicas nessas regiões. Essa via é muitas vezes escolhida para evitar a
administração oral ou parenteral.

5. Via Inalatória:

A administração inalatória é usada para medicamentos destinados aos pulmões, como


broncodilatadores para pacientes com doenças respiratórias. Pode ser feita através de
aerossóis ou nebulizadores.

6. Via Sublingual e Bucal:

Alguns medicamentos são administrados sob a língua (via sublingual) ou entre a


gengiva e a bochecha (via bucal). Essas vias permitem uma absorção rápida na corrente
sanguínea, evitando o metabolismo no fígado.

7. Via Oftálmica e Otológica:

Gotas ou pomadas são administradas nos olhos (via oftálmica) ou ouvidos (via
otológica) para tratar condições locais nessas áreas sensíveis.

8. Via Nasal:

A administração nasal é utilizada para medicamentos que precisam ser absorvidos pela
mucosa nasal. Isso pode ser feito através de sprays ou gotas nasais.

Cuidados com a via intravenosa


A administração de medicamentos via intravenosa (IV) é uma prática comum em
ambientes de cuidados de saúde, proporcionando uma entrega rápida e eficaz de
substâncias directamente na corrente sanguínea. No entanto, a administração
intravenosa requer cuidados específicos para garantir a segurança e eficácia do
tratamento. Aqui estão alguns cuidados essenciais relacionados à via intravenosa:

1. Higiene e Assepsia:

A preparação e administração de medicamentos via IV exigem uma técnica asséptica


rigorosa. Isso inclui a lavagem cuidadosa das mãos, o uso de luvas estéreis e a limpeza
adequada do local de inserção da agulha ou cateter.
2. Escolha Adequada do Local de Inserção:

A selecção do local de inserção da agulha ou cateter é crucial. Geralmente, as veias


periféricas são preferíveis, mas em casos específicos, como tratamentos de longa
duração ou medicações irritantes, uma via central pode ser necessária.

3. Observação de Sinais de Infecção:

Monitorar o local de inserção para sinais de infecção, como vermelhidão, inchaço, calor
ou dor, é essencial. Qualquer alteração deve ser comunicada imediatamente à equipe de
saúde.

4. Rotação dos Locais de Inserção:

A rotação dos locais de inserção é importante para evitar complicações, como flebite.
Isso implica alternar entre diferentes veias periféricas para minimizar o risco de danos
locais.

5. Verificação da Compatibilidade dos Medicamentos:

Ao administrar vários medicamentos via IV, é crucial verificar a compatibilidade entre


eles. Algumas substâncias podem reagir entre si, formando precipitados ou causando
incompatibilidades.

6. Controle de Velocidade de Infusão:

A velocidade de infusão do medicamento deve ser cuidadosamente controlada,


especialmente para substâncias que podem causar reacções adversas se administradas
muito rapidamente. O monitoramento constante é necessário.

7. Observação de Reacções Adversas:

A administração de medicamentos via IV pode resultar em reacções adversas, como


reacções alérgicas, extravasamento ou embolia. Os profissionais de saúde devem estar
atentos a sinais de tais complicações.

8. Manutenção da Integridade do Cateter:

Caso um cateter seja utilizado, é crucial garantir a sua integridade. Isso envolve a
verificação regular para prevenir obstruções, desconexões ou outras complicações que
possam afectar a administração do medicamento.

9. Documentação Adequada:

Uma documentação precisa é essencial, registrando detalhes como a hora de início e


término da infusão, a dosagem administrada, qualquer reacção adversa observada, e
outros dados relevantes.
Interacção Medicamentosa
A interacção medicamentosa ocorre quando dois ou mais medicamentos interagem entre
si, alterando os efeitos esperados de um ou ambos. Essas interacções podem resultar em
efeitos indesejados, diminuição ou aumento da eficácia dos medicamentos, ou mesmo
em efeitos tóxicos. As interacções medicamentosas podem ocorrer entre medicamentos
prescritos, medicamentos de venda livre (sem prescrição médica) e até mesmo entre
medicamentos e alimentos. Aqui estão alguns pontos importantes relacionados às
interacções medicamentosas:

1. Tipos de Interacções:

Farmacodinâmicas: Ocorrem quando os medicamentos têm o mesmo alvo ou


mecanismo de acção, resultando em efeitos aditivos, sinérgicos ou antagonistas.

Farmacocinéticas: Relacionadas à absorção, distribuição, metabolismo e excreção dos


medicamentos, podendo alterar os níveis sanguíneos.

2. Potencial de Interferência:

Alguns medicamentos têm maior potencial de interacções devido à sua acção no sistema
enzimático do fígado (como os inibidores ou indutores enzimáticos) ou pela sua
afinidade por certos receptores.

3. Monitoramento Clínico:

Profissionais de saúde devem monitorar os pacientes quanto a sinais de interacções


medicamentosas, especialmente quando vários medicamentos são prescritos. Isso inclui
avaliar os efeitos colaterais e a eficácia do tratamento.

4. Documentação Adequada:

É essencial manter registros detalhados de todos os medicamentos que o paciente está


tomando, incluindo prescrições, medicamentos de venda livre, suplementos alimentares
e ervas medicinais.

5. Interacções Alimentares:

Alguns medicamentos podem interagir com alimentos, afectando a absorção ou o


metabolismo. Por exemplo, certos medicamentos devem ser tomados com ou sem
alimentos para optimizar a sua eficácia.

6. Educação do Paciente:

Os pacientes devem ser educados sobre a importância de informar todos os profissionais


de saúde sobre os medicamentos que estão tomando, incluindo aqueles sem prescrição.
7. Atenção a Grupos Populacionais Específicos:

Crianças, idosos e mulheres grávidas podem ter uma maior susceptibilidade a certas
interacções medicamentosas devido a diferenças fisiológicas.

8. Ferramentas de Auxílio:

Sistemas de informação e recursos online podem auxiliar profissionais de saúde na


verificação rápida de potenciais interacções medicamentosas.

9. Ajustes na Terapia:

Em alguns casos, é necessário ajustar a dosagem, mudar o medicamento ou monitorar


mais de perto os pacientes para minimizar os riscos de interacções.

10. Interacções com Substâncias Recreativas:

O uso de substâncias recreativas, álcool e tabaco pode influenciar a eficácia e segurança


dos medicamentos, e essas informações devem ser discutidas com os profissionais de
saúde.
Conclusão
Em conclusão, a administração de fármacos é uma prática complexa e crítica no cuidado
da saúde, fundamental para o tratamento e alívio de diversas condições médicas. A
escolha adequada dos medicamentos, a precisão na dosagem e a selecção da via de
administração são factores essenciais para garantir a eficácia do tratamento e a
segurança dos pacientes. Além disso, a administração de medicamentos demanda uma
abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros
profissionais de saúde. A comunicação eficaz e a colaboração entre esses profissionais
são vitais para garantir uma administração segura e coordenada.

A atenção aos cuidados específicos de cada via de administração, como no caso da


administração intravenosa, destaca a importância de práticas assépticas, monitorização
rigorosa e treinamento adequado para prevenir complicações.
Referencias Bibliográficas
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/medicamentos/administra%C3%A7%C3%A3o-
de-medicamentos-e-farmacocin%C3%A9tica/introdu%C3%A7%C3%A3o-%C3%A0-
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www.wiki.com/farmacologia

www.wiki.com/historiadafarmacologia

www.msdmanuals.com/administracaodemedicamentos

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