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NHB- EVITAR PERIGOS NO AMBIENTE E EVITAR MAGOAR OS OUTROS - PREVENÇÃO E CONTROLO DE INFEÇÕES

PRINCÍPIOS GERAIS NA PREPARAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE TERAPÊUTICA

 Intervenções autónomas - As iniciadas pela prescrição do enfermeiro onde o enfermeiro tem a responsabilidade pela
prescrição da intervenção e sua implementação

 Intervenções interdependentes - As iniciadas por outros técnicos da equipa – onde o enfermeiro tem a responsabilidade
pela implementação técnica da intervenção

Os cuidados na administração de terapêutica, relacionam-se com o cuidado individualizado preconizado pelo modelo teórico e pelo processo de
enfermagem à pessoa/família de forma a prestar cuidados individualizados e seguros.

O regime terapêutico tem implicações para a pessoa, tais como:

- Físicas - reações adversas.

- Psicológicas - horários inconvenientes, se associados a episódios de desconforto, vómitos, alteração dos sinais vitais.

- Económicas - custo dos medicamentos.

- Sociais – alterações de rotina em sociedade.

Os enfermeiros devem possuir conhecimentos científicos atualizados relativos à farmacologia dos medicamentos administrados, às implicações
legais envolvidas na preparação e administração de medicamentos e às técnicas de preparação e administração seguras.
Conhecimentos estes relativos a:

 Nome genérico e comercial;


 Grupo farmacológico; Fontes de recolha de informação:
 Posologia e intervalos de administração;
 Vias de administração; - Prontuário Terapêutico;
 Efeito terapêutico;
- Simposium Terapêutico;
 Sinergismo
 Antagonismo - Índice® Nacional Terapêutico;
 Efeitos secundários mais comuns;
- Guia Farmacológico para enfermeiros
 Efeitos tóxicos;
 Contraindicações e incompatibilidade com outros medicamentos, - Guia prático de preparação e administração de
alimentos e bebidas. terapêutica parentérica e entérica
 Preparação e administração
 Cuidados de enfermagem

Sistemas de distribuição de terapêutica- Em regime de internamento

Visa garantir a disponibilidade do medicamento, onde e quando necessário, assim como o cumprimento dos procedimentos legais. Pretende-se
com um processo eficiente uma melhor gestão dos medicamentos e uma maior segurança das pessoas, associada a uma diminuição de erros
relacionados com a administração

Distribuição Não Personalizada (por reposição de stocks nivelados)

Consiste na reposição de stocks (armário do medicamento), baseando-se na existência de um nível qualitativo e quantitativo de medicamentos.
Os níveis são previamente acordados entre a Farmácia hospitalar e os Serviços Clínicos. Na distribuição por reposição de stocks Nivelados a
reposição dos mesmo pode ser efetuada com recurso a requisições manuais ou eletrónicas, ou com a utilização de sistemas automatizados
localizados nos Serviços Clínicos, que podem funcionar sem ligação à prescrição.

Cada Serviço Clínico deve dispor de um armário de medicamentos e produtos de saúde de stock nivelado (ou equipamento semiautomatizado com
controlo de acessos), adaptado às suas características.

A composição qualitativa e quantitativa do stock de medicamentos e produtos de saúde em cada serviço é estabelecida de acordo com o Diretor
do Serviço Clínico, Enfermeiro Chefe/Coordenador e Farmacêutico Hospitalar, atendendo às características do serviço.

Distribuição Personalizada

Trata-se de um processo organizado, no qual os medicamentos são distribuídos nas formas farmacêuticas e dosagens prontas a serem
administradas ao doente, de acordo com a prescrição médica, num determinado intervalo de tempo. São estabelecidos horários para receção e
validação das prescrições, de acordo com os Serviços Clínicos e a farmácia hospitalar, de modo a assegurar o serviço de distribuição em tempo
útil. Os medicamentos devem ser dispensados por pessoa, em dose unitária, salvo algumas exceções, para um período, idealmente, de 24 horas
e, sempre que possível, por toma. Este sistema não dispensa a confirmação “certos”, bem como, confirmação do estado de conservação,
certificando-se que não se encontram danificadas (blister violado, humidade, etc.), nem fora do prazo de validade.

Individual diária em dose unitária: Trata-se de um processo organizado, no qual os medicamentos são distribuídos no número correto de doses
unitárias devidamente identificadas/etiquetadas para cada uma das gavetas/caixas, correspondentes a cada pessoa de acordo com a prescrição
médica, num determinado intervalo de tempo (habitualmente 24h). Acresce ao sistema de distribuição em dose unitária o fornecimento de acordo
com o horário de prescrição de cada pessoa.

Ex: Carro de medicação de distribuição individual diária em que cada compartimento corresponde à medicação de uma pessoa, e este é subdividido
pelo horário em que se realiza a medicação

Prescrição de terapêutica

A prescrição de medicamentos é efetuada nos aplicativos informáticos / eletrónicos por Denominação Comum Internacional (DCI) obedecendo a
Normas nacionais e internacionais do Serviço Nacional de Saúde e INFARMED. As normas relativas à prescrição de medicamentos e produtos de
saúde, incluindo medicamentos manipulados e medicamentos contendo estupefacientes e psicotrópicos, tem de ser efetuada por meios
eletrónicos, através da utilização de soluções ou equipamentos informáticos reconhecidos pela SPMS. Esta modalidade de prescrição visa
aumentar a segurança no processo de prescrição e dispensa, facilitar a comunicação entre profissionais de saúde de diferentes instituições e
agilizar processos.

Em contexto de internamento, esta é realizada no sistema informático partilhado e em uso em cada unidade de saúde.

Ex: sclínico, glintt, a reportação da mesma ocorre para a área de informação e registos de enfermagem

No âmbito da intervenção autónoma dos enfermeiros, estes devem confirmar, pelo menos os nove “certos” sempre antes da preparação e
administração da medicação de forma a garantir a segurança da pessoa durante todo o processo e a minimização da ocorrência de erros.

A hipótese de um erro de medicação pode ocorrer em qualquer um dos processos do Sistema de Medicação, sendo que durante o processo de
administração de medicamentos pode existir uma maior probabilidade de ocorrência e erro do que nos restantes, pois envolve mais passos e
múltiplas manipulações.

Estabelecimento de regras de segurança- Nove certos na preparação e administração de terapêutica

1. Pessoa certa- Verificar a pulseira de identificação e sempre que possível validar o nome com a pessoa realizando uma identificação
positiva. Deve-se ainda conhecer antecedentes, alergias, intolerâncias; validar conhecimentos da pessoa face à medicação a
administrar;
2. Medicamento certo- Confirmar a prescrição médica e o medicamento a administrar, estar atento e confirmar mais de uma vez;
3. Hora certa- Confirmar a hora de administração da medicação e administrá-la dentro do intervalo preconizado; terapêutica prescrita
em SOS deve-se fazer o cálculo do intervalo adequado entre administrações;
4. Dose certa- Confirmar a dose do medicamento a administrar; ter conhecimentos relativos ao conceito de volume e dose. Deve-se
também ter conhecimentos sobre conversão de unidades de medida (Ex: mg, g ou ml e l)
5. Via certa- Confirmar a via de administração da medicação;
6. Conhecimento certo- Conhecer o medicamento a administrar, a ação, os seus efeitos secundários, interações medicamentosas,
incompatibilidades, margem terapêutica e farmacocinética (com recurso às diferentes fontes de informação já mencionadas)
7. Preparação certa- Preparar a medicação corretamente, tendo em conta a forma de apresentação do medicamento, o solvente,
quantidade adequada, as questões relativas à prevenção de infeção e de forma a melhorar a gestão dos cuidados deve-se:

- Preparar o material necessário e verificar a sua funcionalidade;

- Garantir o posicionamento adequado atendendo ao conforto e privacidade da pessoa;

- Manter os princípios de assepsia na preparação e na administração

- Garantir a administração da terapêutica a estabilidade da medicação após reconstituição e/ou diluição.

8. Registo certo- Após administração da medicação, efetuar o registo corretamente (pessoa certa, medicamento certo, hora certa e via
certa), e pode-se registar ainda a reação da pessoa; Resultados obtidos ou o resultado das estratégias de Educação para a saúde
desenvolvidas.

9. Educação certa- Realizar ensinos à pessoa sobre a medicação a administrar, esclarecendo dúvidas apresentadas. Explicar à pessoa o
procedimento, qual o objetivo do medicamento e obter consentimento; informar a pessoa caso apresente alguma alteração deve participar

Tipos de vias de administração de terapêutica

Entérica

- Via oral: Deglutição ou gavagem

- Via sublingual: sublingual

- Via retal: Irrigação, enema ou supositórios

Parentérica

- Parenteral direta-Depositado no organismo de forma que não seja no TGI, mas por meio de uma injeção:

 Intravenosa
 Intramuscular
 Intradérmica
 Subcutânea
 Intraperitoneal
 intra-arterial
 Intra-ossea

Método: injetável

- Parenteral indireta- Depositado no organismo de forma que não seja no TGI e sem o uso de injeções. Epitélios e Inalação.

A terapia intra-arterial consistiu de cateterização arterial com um microcateter, por exemplo para aplicação de um agente trombolítico em
situações de oclusão.
Outras formas de administração

- Vaginal: Irrigação, óvulos, comprimidos ou pomadas

- Ocular: Instilação, gotas ou pomadas

- Auricular: Instilação ou gotas

- Cutânea: Aplicação tópica

- Respiratória/inalatória: Gotas, irrigação, nebulização ou inalatória

Formas medicamentosas: Via Oral

Sólidos

 Comprimidos- Misturas do princípio ativo em pó com uma substância que os liga (ex:
amido, goma arábica), preparado por compressão. POR QUE EXISTEM AS DIFERENTES FORMAS
 Drageias- São comprimidos revestidos por substâncias que protegem o conteúdo interno FARMACÊUTICAS?
(líquido ou solido) e que resiste à ação da secreção gástrica. • Para facilitar a administração.
 Cápsulas- São constituídas por um involucro duro ou mole que contém a substância • Garantir a precisão da dose.
ativa. • Proteger a substância durante o percurso pelo
 Granulados- São substâncias medicamentosas associadas a outros adjuvantes, formado organismo.
por pequenos grânulos, cujo o conjunto tem aspeto homogêneo. • Garantir a presença no local de ação específico.
• Facilitar a ingestão da substância ativa.
• Proteger o medicamento, devido a restrições
Líquidos físico-químicas de substâncias ou princípio(s) ativo
( s) do medicamento (instáveis ou sensíveis á luz,
 Gotas temperatura ou umidade).
 Suspensões- É a forma farmacêutica líquida que contém partículas sólidas dispersas
em um veículo líquido, no qual as partículas não são solúveis
 Elixir
 Xarope- São preparações aquosas à base de açúcar com ou sem agentes flavorizantes
e substâncias medicinais.

Formas farmacêuticas / Conceitos relacionados

 Gastrorresistentes- Destinam-se a conferir resistência à ação do suco gástrico, de modo a retardar a libertação da substância ativa até ser
atingido o intestino delgado
 Orodispersível- Forma farmacêutica sólida que se desintegra rapidamente, em poucos segundos (entre 10 e 60 segundos), na cavidade oral
e é deglutido sem necessidade de administração concomitante de água
 Libertação modificada (via oral, parenteral e transdérmica) - Promovem uma otimização da distribuição do fármaco pelo organismo, evitam
flutuações indesejáveis na sua concentração, o que permite uma considerável melhoria na biodisponibilidade. Pode ser via oral, parenteral
e transdérmica

Conceitos relevantes

- As soluções são definidas como misturas homogéneas de duas ou mais substâncias. Numa solução o soluto é o componente da solução que se
encontra presente em menor quantidade e o solvente é o componente da solução que se encontra presente em maior quantidade. O solvente é
o líquido no qual o soluto será dissolvido.

- A concentração é a relação entre a quantidade de soluto e solvente.


- Percentagem é uma outra forma de expressar uma concentração que expressa a quantidade de soluto por solvente de uma solução.

- A reconstituição consiste em retornar um medicamento da forma de pó (liofilizado) para sua forma original líquida, adicionando soluções
como água estéril, cloreto de sódio 0,9% e glicose 5% ao recipiente com o pó medicamentoso.

- A diluição tem como objetivo alterar a concentração de um medicamento já em estado líquido, seja esse uma solução, uma suspensão ou um
pó reconstituído. A quantidade de solvente e volume da diluição aumentam, enquanto a quantidade de soluto permanece igual. A concentração
da solução diminui.

Conversões de unidades úteis Conversões de unidades úteis na


Equivalências via oral na preparação de soluções: preparação do ritmo de perfusões:

- 1 colher de café = 2,5cc 1 cm3 = 1 mL • 1ml contém 20 gotas

- 1 colher de chá = 5cc 1L = 1000 mL • 1 gota equivale a 3


microgotas,
- 1 colher de sobremesa = 10cc 1 dm3 = 1000 cm3
• 1ml contém 60 microgotas
- 1 colher de sopa = 15cc 1 g = 1000 mg

Abreviatura usadas na prescrição terapêutica

cp Comprimido

cáps Cápsula

3/3 d 3 em 3 dias

d/alt Dias alternados

1x/d ou id Uma vez por dia

P.alm Pequeno Almoço

Alm Almoço

Lch Lanche

Jant / Jt Jantar

4/4 h De 4 em 4 horas

1 f. 1 Fórmula

Material para a administração terapêutica

Via parentérica

- Agulha: A seleção da agulha é definida em função da via e administração


prescrita
Calibre e comprimento das agulhas por vias de administração

Via Intradérmica (ID) Subcutânea (SC) Intramuscular (IM) Endovenosa (EV)


Agulha

Calibre 26-27 G 25-27G 20-25 G 21-25 G

Comprimento 10-15mm 12-15mm 25-75mm 25mm


3/8-5/8” 1/ 2-5/8” 2-3” 1”

- Seringas

Componentes da seringa:
- Transferes

- Sistemas para administração


- Dispositivos para adaptar em sistemas de soros
- Tampa obturador

É o dispositivo que se adapta ao cateter (periférico e central) e integra uma válvula bidirecional
Princípios gerais na preparação e administração de terapêutica

- Segurança cliente e organização dos cuidados

 Organizar e garantir a limpeza da superfície de trabalho;

 Reunir todo o material necessário [de acordo com a via e terapêutica prescrita para a pessoa];

 Selecionar o medicamento prescrito, verificar sempre a validade e estado da medicação;

 Na impossibilidade de o carro de medicação chegar perto da unidade da pessoa deve-se utilizar um tabuleiro inox para transportar a
medicação até junto deste;

 Lavagem das mãos;

 Proceder à construção de etiquetas que permitam manter a identificação de cada terapêutica por pessoa e/ou garantir a validade de
terapêutica aberta [fabricante permitido várias utilizações]

 Revalidar a medicação;

 Iniciar preparação

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