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BASES FUNDAMENTAIS PARA

A ENFERMAGEM
AULA 3

Profª Anna Beatriz de L. P. Naumes


CONVERSA INICIAL

Nesta unidade, iremos apresentar diversos conceitos e descrever as


principais habilidades relacionadas à administração de medicamentos.
Os conceitos aqui apresentados estão em consonância com as
legislações vigentes, sendo orientados pelas publicações do Ministério da Saúde
(MS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), assim como
pelas informações que apresentadas pela Organização Mundial de Saúde
(OMS).
Muito tem se falado na atualidade sobre a segurança de medicamentos
(e vacinas), colocando em destaque mundial assuntos que anteriormente
ficavam restritos à comunidade acadêmica. A pandemia de coronavírus,
denominado Sars-CoV-2, que provoca a doença covid-19, trouxe diversos
termos técnicos à discussão do grande público.
Aqui, apresentaremos então os principais conceitos e definições sobre
Segurança do Paciente, pois esse assunto está diretamente relacionado à
administração de medicamentos pelos profissionais de saúde, principalmente os
profissionais de enfermagem.

TEMA 1 – SEGURANÇA DO PACIENTE NA ADMINISTRAÇÃO DE


MEDICAMENTOS

A equipe de enfermagem normalmente é a responsável pela preparação,


administração e monitoramento das respostas dos pacientes após a
administração de medicamentos.
Sendo assim, esses profissionais devem estar seguros e conscientes
dessa responsabilidade e devem possuir acesso às principais informações
relacionadas às drogas que irão administrar.
O Programa Nacional de Segurança do Paciente apresenta um conjunto
de medidas para prevenir e diminuir o acontecimento de eventos indesejados
nos serviços de saúde – circunstâncias ou incidentes que poderiam acarretar
danos para o paciente. O Programa Nacional de Segurança do Paciente traz a
aplicação errada de medicamentos como um dos eventos que devemos evitar.
Dessa forma, a definição de erro de medicação do MS é:

Qualquer evento evitável que pode causar ou levar a um uso


inapropriado de medicamentos ou causar dano a um paciente,

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enquanto a medicação está sob o controle dos profissionais de saúde,
pacientes ou consumidores. Esse evento pode estar relacionado com
a prática profissional, os produtos para a saúde, procedimentos e
sistemas, incluindo prescrição, orientações verbais, rotulagem,
embalagem e nomenclatura de produtos industrializados e
manipulados, dispensação, distribuição, administração, educação,
monitorização e uso. (Anvisa, 2009)

É muito importante que os profissionais de enfermagem saibam que o uso


de medicamentos está associado a riscos e existem fontes comuns de erros
associados a essa tarefa.
Já foram identificados os momentos em que os erros na administração
ocorrem, sendo então criados alguns protocolos para que tais erros sejam
eliminados, ou seja, quais são os principais erros e quando eles ocorrem.
As responsabilidades relacionadas à administração de medicamentos
estão descritas no código de ética dos profissionais de enfermagem, o qual
veremos a seguir.
Para que o processo de administração de medicamentos seja
considerado seguro, é função do profissional de enfermagem reconhecer, avaliar
e monitorar as situações de risco comuns aos medicamentos utilizados na rotina
da unidade.
É imprescindível que o profissional de enfermagem esteja familiarizado
com os medicamentos utilizados rotineiramente em seu serviço, assim como
saber quais medicamentos são considerados de alto risco pela instituição ou
serviço de saúde onde trabalha.
Devemos ainda nos referir aos nomes dos princípios ativos dos
medicamentos (nome genérico) sempre que possível, e não seu nome
comercial.
Sempre que surgirem dúvidas, devemos consultar protocolos e
documentos relativos à farmacologia para auxiliar a memória e eliminar
quaisquer questionamentos que possam surgir.
Ao profissional de enfermagem, ainda é recomendado conhecer o
histórico do paciente sobre problemas anteriores relacionados ao uso de
medicamentos; se apresentou no passado alguma sensibilidade ou apresentou
algum efeito não desejado.
É importante reconhecermos que a compreensão dos cálculos de drogas
deve ser clara e completa, incluindo os ajustes em populações características
(idosos e/ou pacientes neonatais) com algumas doenças que afetam a absorção,
distribuição e até eliminação das possíveis drogas administradas.
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Também devemos conhecer o risco potencial ou real de interações entre
medicamento-medicamento, medicamento-material ou medicamento-alimento.
Essas interações medicamentosas serão aprofundadas em outro momento do
curso.

TEMA 2 – AS ETAPAS DO SISTEMA DE MEDICAMENTOS

Podemos descrever o sistema de medicamentos, ou seja, todo o processo


referente ao ato de medicar um paciente (desde a prescrição até o
monitoramento final), para que possamos identificar melhor os momentos
críticos relacionados aos erros mais comuns de medicação.
O sistema de medicamentos envolve não apenas os profissionais de
enfermagem, visto que médicos e farmacêuticos também atuam e interagem
neste processo.
Dependendo da estrutura hospitalar que está estruturada na instituição de
saúde, diversos atores podem se envolver com esse processo.
Por exemplo, um médico pode prescrever os medicamentos de um
paciente, e outro médico pode ainda acompanhar esse paciente e complementar
mais itens na prescrição. Antes da dispensação desses medicamentos, pode
haver a conferência do farmacêutico (farmácia clínica), que avalia se os horários
e doses são compatíveis ou necessitam de alguma adequação.
Após a dispensação, a enfermagem geralmente prepara os
medicamentos para a aplicação, mas já temos em várias instituições a chamada
dose unitária. Nesse caso, os medicamentos já saem dosados e preparados para
a aplicação.
A aplicação, ou seja, a própria administração do medicamento deve seguir
as técnicas e rotinas corretas, sempre com o profissional de enfermagem atento
a quaisquer intercorrências.
Um diferente médico pode monitorar a resposta do paciente,
comunicando o primeiro prescritor, e avaliar sobre a continuidade ou interrupção
das drogas, ou seja, o sistema de medicamentos acaba integrando toda a equipe
multiprofissional que atende o paciente.

• Prescrição: é a escolha da medicação adequada para cada situação


clínica do paciente, feita pelo profissional da saúde, que considera tanto
os fatores individuais dos pacientes, sua história pregressa e dados

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levantados na anamnese, como a indicação da via de administração,
dose, tempo e duração, dependendo do resultado clinico esperado.
• Dispensação: é a distribuição do medicamento pelo serviço de
farmácia/suprimentos para as unidades. Existem inúmeros tipos de
sistemas de dispensação de medicamentos adotados pelas instituições.
O sistema de dose unitária é recomendado pelo MS e pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse sistema consiste em
distribuir as doses dos medicamentos já prontas para a administração
conforme a prescrição. A dose é separada, embalada, identificada e
somente então dispensada, pronta para a administração, sem a
necessidade de fracionamento, cálculos, diluições ou qualquer
manipulação da equipe de enfermagem (Brasil, 2017).
• Preparo: é a técnica de manipulação das substâncias para administrar ao
paciente, conforme a prescrição. Envolve o conhecimento prévio sobre a
droga (suas ações e reações), a conferência da prescrição com o
medicamento a ser preparado, a realização de possíveis cálculos,
fracionamentos ou diluições, a completa identificação e também a escolha
dos materiais, dispositivos e equipamentos adequados para a
administração.
• Administração: é a aplicação de medicamentos ao paciente. Todo
profissional de saúde, ao administrar um medicamento, deve sempre
checar os “nove certos”: medicamento certo, dose certa, via certa, horário
certo, paciente certo, registro certo, ação certa, forma certa e resposta
certa. Atualmente, algumas instituições de saúde consideram 11 e até 13
certos na administração do paciente, mas salientamos que a legislação
faz referência apenas aos nove certos.
• Monitoramento: é a observação contínua do paciente. Esse
monitoramento deve considerar tanto os aspectos técnicos quanto os
clínicos. O aspecto técnico está relacionado às vias, acessos,
características das infusões entre outros, e os aspectos clínicos à
resposta esperada ou inesperada da ação do medicamento.

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TEMA 3 – OS NOVE CERTOS DA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Foi apenas em meados dos anos 60 do século passado que foi criada
esta nomenclatura, a qual rapidamente foi aceita pela comunidade científica e
da saúde.
Desde então, as equipes de enfermagem desenvolveram rotinas de
verificação desses itens, como um checklist, para assegurar que a administração
do medicamento está sendo realizada de forma segura.

Figura 1 – Os nove certos

paciente
certo
resposta medicamento
certa certo

registro certo Medicação forma certa

Segura

orientação
via certa
correta

dose certa hora certa

Fonte: Naumes, 2021.

• Paciente Certo: esta primeira conferência é fundamental, e por essa


razão, errar o paciente constitui um erro grave. Para evitar esse problema,
devemos sempre utilizar as regras a seguir para nos certificar de que
realmente o paciente que iremos medicar é o correto. Primeiro, devemos
perguntar o nome completo e também a data de nascimento do paciente.
Ele deve dizer o nome em voz alta (se for possível). Verifique sempre a
pulseira de identificação do paciente e confira o nome do paciente na
identificação do leito. Devemos também verificar se o nome do paciente
é o mesmo que está no prontuário e na prescrição médica. A gestão de
leitos hospitalares já tem evitado de internar pacientes com nomes
parecidos no mesmo setor ou mesmo andar.

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• Medicamento Certo: este é o erro mais comum relacionado aos nove
certos, e devemos conferir várias etapas para garantir que o medicamento
certo seja administrado. É essencial verificar sempre se o medicamento
corresponde ao descrito na prescrição do paciente, conferir se o paciente
possui histórico de alergia ou sensibilidade a qualquer componente da
fórmula do medicamento prescrito (medicamentos compostos).
• Forma Certa: a forma farmacêutica deve ser verificada em relação à
compatibilidade com a via de administração descrita na prescrição. Essa
medida de segurança deve ser rotina nos serviços de saúde. Devemos
sempre mensurar os sinais vitais imediatamente antes da administração
de medicamentos que possam alterar esses parâmetros. Por exemplo,
para o anti-hipertensivo captopril sublingual, sempre devemos verificar a
pressão arterial. Caso o paciente esteja com a pressão normal, o médico
deve ser notificado para que altere a prescrição médica, caso já não tenha
previsto essa situação na própria prescrição.
• Via Certa: errar a via de administração de uma medicação é um erro
extremamente grave que o profissional de enfermagem pode cometer.
Esse erro geralmente acarreta dano ao paciente, além de expô-lo a risco
que pode até levá-lo a óbito. Devemos lembrar que as vias de
administração de medicamentos têm diferentes velocidades de absorção
e distribuição dos medicamentos, apresentando efeitos metabólicos
diferentes (mais rápidos ou mais lentos), e mesmo diferentes limites de
concentração de medicamento. Por exemplo, uma medicação pode ser
infundida em cateter venoso central, mas sua concentração pode
ocasionar lesões se for infundida em cateteres periféricos, locais em que
o fluxo sanguíneo é muito menor (menor diluição dentro do vaso).
• Hora Certa: para garantirmos que o medicamento atingirá a concentração
adequada nos tecidos, devemos respeitar sempre o horário que está na
prescrição, atentando para não ultrapassarmos 15 minutos antes e nem
15 minutos depois do prescrito. Além disso, preparar os medicamentos no
momento da sua administração faz com que a chance de esquecimento
ou atraso de horário de administração diminua.
• Dose Certa: quando formos preparar o medicamento, devemos sempre
conferir a dose a ser administrada. Certas vezes, a dose prescrita não
corresponde à unidade distribuída. Por exemplo, pode estar prescrito

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apenas 400mg de dipirona intravenosa, porém as ampolas apresentam
1g do medicamento. Para adequar a dose, devemos realizar o cálculo de
medicação, o qual será apresentado em outro material. Outra situação
envolvendo a dose certa é o gotejamento dos soros prescritos para
infusão no paciente.
• Orientação Correta: todo o paciente tem o direito de receber explicações
sobre o tratamento ao qual está sendo submetido. Trata-se de um quesito
ético e de boas práticas em saúde. Assim, sempre devemos explicar como
será realizado o procedimento, os possíveis efeitos adversos, perguntar
se existem dúvidas, e se possível, esclarecê-las antes da administração,
ou solicitar que um outro profissional de saúde assim o faça.
• Registro Certo: a descrição de todos os acontecimentos relacionados com
o paciente, incluindo a administração de medicação, devem ser realizadas
no prontuário de forma sucinta e clara.
• Resposta Certa: devemos monitorar a resposta que o paciente
apresentou após a medicação, ou seja, conferir se o medicamento
produziu o efeito esperado e se não identificamos algum efeito
indesejado, anotando no prontuário do paciente todos os aspectos
referentes à situação, se possível, com a maior quantidade de detalhes,
além de comunicar o médico responsável.

TEMA 4 – ASPECTOS ÉTICOS DA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS


PELA ENFERMAGEM

O Conselho Federal de Enfermagem publicou, em 2017, a Resolução n.


564/2017, que apresenta e regulamenta o novo Código de Ética da profissão.
Nele, encontramos alguns artigos relacionados diretamente à administração de
medicamentos.
Para que possamos realizar nossas atividades profissionais dentro dos
aspectos corretos, apresentaremos e discutiremos os principais trechos a seguir.

4.1 Dos direitos

O Código de Ética da Enfermagem traz, em seu capítulo de direitos,


alguns artigos que podem ser relacionados com o assunto que estamos
aprendendo.

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O art. 35, incisos 1º e 2º, versa sobre a necessidade de assinar cada
anotação e registro no prontuário do paciente com o nome completo, número da
categoria profissional (número do Coren), assinatura ou rubrica, sendo a escolha
do carimbo facultativa e reconhecendo as assinaturas digitais certificadas em
prontuários eletrônicos (Coren, 2017).
Os arts. 36 e 38 destacam o dever de registrar no prontuário e/ou
documentações pertinentes ao paciente todas as informações inerentes e
indispensáveis ao cuidar e sua continuidade, principalmente segurança do
cuidar, com clareza, objetividade, cronologicamente, de maneira mais completa,
fidedigna e sem rasuras, por tratar-se de documentos legais (Cofen, 2017).
No art. 39, há a necessidade de esclarecer o paciente, sua família e
comunidade acerca da assistência de enfermagem, ou seja, a administração de
medicamentos está inserida neste contexto (Cofen, 2017).
No art. 46, incisos 1º e 2º, fica esclarecido o direito à recusa em executar
prescrição sem assinaturas, número do registro do prescritor, ilegível ou com
erro (neste caso, somente administrar após sanar suas dúvidas e/ou houver
correção da prescrição), e ainda destaca a proibição das prescrições à distância,
exceto em casos de urgência e emergência (Cofen, 2017).

4.1 Das proibições

No capítulo referente às proibições, o Conselho destaca alguns artigos


que devem ser discutidos em relação à administração de medicamentos, como
por exemplo no art. 78, o qual destaca a proibição de se administrar
medicamentos sem o conhecimento da indicação, ação da droga, via de
administração e seus potenciais efeitos e riscos (Cofen, 2017).
O art. 79 traz a proibição das prescrições medicamentosas pela
enfermagem quando não estão estabelecidas e descritas em programas e
protocolos pré-aprovados (Cofen, 2017).
No art. 80, reforça-se a proibição de executar qualquer prescrição que
comprometa a segurança da pessoa e comunidade (Cofen, 2017).
O art. 87 proíbe informações incompletas ou inverídicas, reforçando os
arts. 36 e 38 apresentados acima (Cofen, 2017).
O art. 88 traz a proibição de assinar atividades que não realizou, assim
como deixar que suas ações sejam assinadas por outras pessoas
(principalmente aqui, a checagem de enfermagem é necessária) (Cofen, 2017).
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TEMA 5 – REGRAS GERAIS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Após apresentarmos os principais elementos do sistema de


medicamentos e as considerações a respeito da segurança do paciente,
deixamos a seguir algumas regras gerais na administração de medicamentos
que devem ser observadas:

• Todo medicamento que será administrado no paciente deve estar


prescrito pelo médico, com assinatura e identificação do número do
conselho de classe;
• Unicamente em caso de emergência, a Enfermagem pode atender à
prescrição verbal, conforme código de ética da profissão. Nunca se deve
atender uma prescrição por telefone;
• Toda prescrição de medicamento deve conter: data, nome do paciente,
número de registro, enfermaria, leito, idade, nome do medicamento,
dosagem, via de administração, frequência, assinatura do médico e seu
registro de classe;
• Devemos proceder com a lavagem das mãos antes de preparar e de
administrar o medicamento;
• É necessário fazer a desinfecção concorrente da bandeja antes do
preparo e depois da administração do medicamento;
• Sempre devemos manter o local de preparo de medicamento limpo e em
ordem;
• Anotar qualquer anormalidade após a administração do medicamento
(reações indesejadas ou adversas);
• Nunca devemos conversar durante o preparo da medicação, para não
desviar a nossa atenção;
• A prescrição do paciente deve permanecer à vista do profissional que está
preparando e administrando a medicação;
• Certificar-se das condições de conservação do medicamento (sinais de
decomposição, turvação, deterioração, precipitação etc.);
• Nunca, em nenhum caso, administrar medicamento que está sem rótulo;
• Devemos ler o rótulo do medicamento, pelo menos por três vezes: antes
de retirar o recipiente do local onde estiver (farmácia, armário etc.), antes
de preparar o medicamento e antes de guardar o recipiente no local
apropriado;
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• Sempre verificar a data de validade do medicamento;
• Utilizar técnica asséptica ao manusear material esterilizado;
• Não administrar medicamento preparado por outras pessoas, evitando e
prevenindo, assim, danos ao paciente. A única exceção a essa
recomendação é quando a instituição operar com a dose única, que já
vem preparada da farmácia;
• Manter controle rigoroso sobre medicamentos disponíveis (caso haja
estoque no setor);
• Manter a bandeja de medicamento sempre à vista do funcionário
responsável pela administração de medicamentos;
• Orientar o paciente quanto a: nome do medicamento, ação do
medicamento, procedimento, autocuidado (horário, doses, cuidados
gerais);
• Identificar a seringa ou recipiente de via oral com as seguintes
informações: iniciais do paciente, quarto, leito, via, nome do medicamento
e dose;
• Após a administração do medicamento, checar a prescrição
imediatamente, evitando administração dobrada;
• Após a administração do medicamento, desprezar o material utilizado na
técnica em seus devidos lugares (seringas no recipiente de
perfurocortantes, algodão no lixo branco, recipientes recicláveis, como
copos, para o devido destino, conforme rotina da instituição).

NA PRÁTICA

Em relação aos pontos apresentados referentes ao Código de Ética da


Enfermagem, diversos pontos podem ser discutidos quando imaginamos a
prática diária.
Muitos serviços de enfermagem realizam a divisão de cuidados em
cuidados integrais, e outros baseiam-se na divisão de tarefas.
Nos cuidados integrais, os profissionais de enfermagem prestarão todos
os cuidados dos pacientes designados sob sua responsabilidade naquele
plantão, ou seja, desde a higiene, movimentação, medicação e transporte para
onde se faça necessário na instituição. Todos estes cuidados estarão

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relacionados apenas a esse profissional, ou seja, todos os registros em
prontuário devem estar com seus dados e sua assinatura.
Porém, vamos imaginar que esse profissional encaminhe e acompanhe
um dos seus pacientes para um exame de ultrassom no andar de baixo, e este
exame está marcado exatamente próximo da hora da medicação. Ou a
medicação será atrasada, ou os outros pacientes sob seus cuidados terão outro
profissional da equipe administrando a medicação (e, neste caso, o outro
profissional deve preparar e checar essa medicação).
Nas situações do dia a dia, muitos profissionais que desconhecem a
legislação podem propor ações com a finalidade de facilitar o decorrer do
plantão, porém cometendo infrações éticas.

FINALIZANDO

Nesta aula, abordamos os principais conceitos e habilidades relacionados


à administração de medicamentos em enfermagem.
Iniciamos com a abordagem da segurança do paciente, apresentamos o
conceito de erro de medicação utilizado pelo MS e destacamos diversos pontos
de atenção.
Descrevemos as etapas do sistema de medicamentos (prescrição,
distribuição, preparo, administração e monitoramento), descrevendo brevemente
cada etapa.
Apresentamos e discutimos os nove certos da medicação, um conjunto de
checagens criado na década de 60 do século XX com a finalidade de
proporcionar segurança ao processo de administração de medicamentos.
Destacamos os principais artigos presentes no Código de Ética da
Enfermagem que fazem referência à administração de medicamentos.
Finalizamos, então, com um resumo das principais regras na
administração de medicamentos, trazendo pontos que devem ter toda a nossa
atenção.

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REFERÊNCIAS

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de 2009. Disponível em:
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