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A ENFERMAGEM
AULA 3
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enquanto a medicação está sob o controle dos profissionais de saúde,
pacientes ou consumidores. Esse evento pode estar relacionado com
a prática profissional, os produtos para a saúde, procedimentos e
sistemas, incluindo prescrição, orientações verbais, rotulagem,
embalagem e nomenclatura de produtos industrializados e
manipulados, dispensação, distribuição, administração, educação,
monitorização e uso. (Anvisa, 2009)
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levantados na anamnese, como a indicação da via de administração,
dose, tempo e duração, dependendo do resultado clinico esperado.
• Dispensação: é a distribuição do medicamento pelo serviço de
farmácia/suprimentos para as unidades. Existem inúmeros tipos de
sistemas de dispensação de medicamentos adotados pelas instituições.
O sistema de dose unitária é recomendado pelo MS e pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse sistema consiste em
distribuir as doses dos medicamentos já prontas para a administração
conforme a prescrição. A dose é separada, embalada, identificada e
somente então dispensada, pronta para a administração, sem a
necessidade de fracionamento, cálculos, diluições ou qualquer
manipulação da equipe de enfermagem (Brasil, 2017).
• Preparo: é a técnica de manipulação das substâncias para administrar ao
paciente, conforme a prescrição. Envolve o conhecimento prévio sobre a
droga (suas ações e reações), a conferência da prescrição com o
medicamento a ser preparado, a realização de possíveis cálculos,
fracionamentos ou diluições, a completa identificação e também a escolha
dos materiais, dispositivos e equipamentos adequados para a
administração.
• Administração: é a aplicação de medicamentos ao paciente. Todo
profissional de saúde, ao administrar um medicamento, deve sempre
checar os “nove certos”: medicamento certo, dose certa, via certa, horário
certo, paciente certo, registro certo, ação certa, forma certa e resposta
certa. Atualmente, algumas instituições de saúde consideram 11 e até 13
certos na administração do paciente, mas salientamos que a legislação
faz referência apenas aos nove certos.
• Monitoramento: é a observação contínua do paciente. Esse
monitoramento deve considerar tanto os aspectos técnicos quanto os
clínicos. O aspecto técnico está relacionado às vias, acessos,
características das infusões entre outros, e os aspectos clínicos à
resposta esperada ou inesperada da ação do medicamento.
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TEMA 3 – OS NOVE CERTOS DA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Foi apenas em meados dos anos 60 do século passado que foi criada
esta nomenclatura, a qual rapidamente foi aceita pela comunidade científica e
da saúde.
Desde então, as equipes de enfermagem desenvolveram rotinas de
verificação desses itens, como um checklist, para assegurar que a administração
do medicamento está sendo realizada de forma segura.
paciente
certo
resposta medicamento
certa certo
Segura
orientação
via certa
correta
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• Medicamento Certo: este é o erro mais comum relacionado aos nove
certos, e devemos conferir várias etapas para garantir que o medicamento
certo seja administrado. É essencial verificar sempre se o medicamento
corresponde ao descrito na prescrição do paciente, conferir se o paciente
possui histórico de alergia ou sensibilidade a qualquer componente da
fórmula do medicamento prescrito (medicamentos compostos).
• Forma Certa: a forma farmacêutica deve ser verificada em relação à
compatibilidade com a via de administração descrita na prescrição. Essa
medida de segurança deve ser rotina nos serviços de saúde. Devemos
sempre mensurar os sinais vitais imediatamente antes da administração
de medicamentos que possam alterar esses parâmetros. Por exemplo,
para o anti-hipertensivo captopril sublingual, sempre devemos verificar a
pressão arterial. Caso o paciente esteja com a pressão normal, o médico
deve ser notificado para que altere a prescrição médica, caso já não tenha
previsto essa situação na própria prescrição.
• Via Certa: errar a via de administração de uma medicação é um erro
extremamente grave que o profissional de enfermagem pode cometer.
Esse erro geralmente acarreta dano ao paciente, além de expô-lo a risco
que pode até levá-lo a óbito. Devemos lembrar que as vias de
administração de medicamentos têm diferentes velocidades de absorção
e distribuição dos medicamentos, apresentando efeitos metabólicos
diferentes (mais rápidos ou mais lentos), e mesmo diferentes limites de
concentração de medicamento. Por exemplo, uma medicação pode ser
infundida em cateter venoso central, mas sua concentração pode
ocasionar lesões se for infundida em cateteres periféricos, locais em que
o fluxo sanguíneo é muito menor (menor diluição dentro do vaso).
• Hora Certa: para garantirmos que o medicamento atingirá a concentração
adequada nos tecidos, devemos respeitar sempre o horário que está na
prescrição, atentando para não ultrapassarmos 15 minutos antes e nem
15 minutos depois do prescrito. Além disso, preparar os medicamentos no
momento da sua administração faz com que a chance de esquecimento
ou atraso de horário de administração diminua.
• Dose Certa: quando formos preparar o medicamento, devemos sempre
conferir a dose a ser administrada. Certas vezes, a dose prescrita não
corresponde à unidade distribuída. Por exemplo, pode estar prescrito
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apenas 400mg de dipirona intravenosa, porém as ampolas apresentam
1g do medicamento. Para adequar a dose, devemos realizar o cálculo de
medicação, o qual será apresentado em outro material. Outra situação
envolvendo a dose certa é o gotejamento dos soros prescritos para
infusão no paciente.
• Orientação Correta: todo o paciente tem o direito de receber explicações
sobre o tratamento ao qual está sendo submetido. Trata-se de um quesito
ético e de boas práticas em saúde. Assim, sempre devemos explicar como
será realizado o procedimento, os possíveis efeitos adversos, perguntar
se existem dúvidas, e se possível, esclarecê-las antes da administração,
ou solicitar que um outro profissional de saúde assim o faça.
• Registro Certo: a descrição de todos os acontecimentos relacionados com
o paciente, incluindo a administração de medicação, devem ser realizadas
no prontuário de forma sucinta e clara.
• Resposta Certa: devemos monitorar a resposta que o paciente
apresentou após a medicação, ou seja, conferir se o medicamento
produziu o efeito esperado e se não identificamos algum efeito
indesejado, anotando no prontuário do paciente todos os aspectos
referentes à situação, se possível, com a maior quantidade de detalhes,
além de comunicar o médico responsável.
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O art. 35, incisos 1º e 2º, versa sobre a necessidade de assinar cada
anotação e registro no prontuário do paciente com o nome completo, número da
categoria profissional (número do Coren), assinatura ou rubrica, sendo a escolha
do carimbo facultativa e reconhecendo as assinaturas digitais certificadas em
prontuários eletrônicos (Coren, 2017).
Os arts. 36 e 38 destacam o dever de registrar no prontuário e/ou
documentações pertinentes ao paciente todas as informações inerentes e
indispensáveis ao cuidar e sua continuidade, principalmente segurança do
cuidar, com clareza, objetividade, cronologicamente, de maneira mais completa,
fidedigna e sem rasuras, por tratar-se de documentos legais (Cofen, 2017).
No art. 39, há a necessidade de esclarecer o paciente, sua família e
comunidade acerca da assistência de enfermagem, ou seja, a administração de
medicamentos está inserida neste contexto (Cofen, 2017).
No art. 46, incisos 1º e 2º, fica esclarecido o direito à recusa em executar
prescrição sem assinaturas, número do registro do prescritor, ilegível ou com
erro (neste caso, somente administrar após sanar suas dúvidas e/ou houver
correção da prescrição), e ainda destaca a proibição das prescrições à distância,
exceto em casos de urgência e emergência (Cofen, 2017).
NA PRÁTICA
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relacionados apenas a esse profissional, ou seja, todos os registros em
prontuário devem estar com seus dados e sua assinatura.
Porém, vamos imaginar que esse profissional encaminhe e acompanhe
um dos seus pacientes para um exame de ultrassom no andar de baixo, e este
exame está marcado exatamente próximo da hora da medicação. Ou a
medicação será atrasada, ou os outros pacientes sob seus cuidados terão outro
profissional da equipe administrando a medicação (e, neste caso, o outro
profissional deve preparar e checar essa medicação).
Nas situações do dia a dia, muitos profissionais que desconhecem a
legislação podem propor ações com a finalidade de facilitar o decorrer do
plantão, porém cometendo infrações éticas.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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