A administração de medicamentos é uma das funções assistenciais exercida,
na maioria das vezes, pela equipe de enfermagem, decorrendo da implementação da terapêutica médica. Na realidade brasileira, o exercício dessa atividade está sendo praticado, na maioria das instituições de saúde, por técnicos e auxiliares de enfermagem sob a supervisão do enfermeiro. Observamos que o enfoque que está sendo exercido sobre a prática de administração de medicamentos é mais voltada para o conhecimento científico, dos quais os “profissionais enfermeiros” abstraem em seu percurso cotidiano, seja ele adquirido em sua formação profissional, na sua vivência ou em cursos como os de educação continuada, seminários, congressos dentre outros. A responsabilidade desta função é enfatizada pelos diversos autores. “A administração de medicamentos é uma das mais sérias responsabilidades que pesam sobre a enfermagem” “A administração de medicamentos aos pacientes adultos hospitalizados é atribuição do enfermeiro e da equipe de enfermagem a ele subordinada, sendo uma das maiores responsabilidades do seu exercício profissional...” “A administração de medicamento é uma das maiores responsabilidades da enfermagem demais integrantes da equipe envolvidos no cuidado do paciente” “Administrar medicamentos prescritos é um papel fundamental à maioria das equipes de enfermagem. Não é somente uma tarefa mecânica a ser executada em complacência rígida com a prescrição médica. Requer pensamento e o exercício de juízo profissional” Responsabilidade tem o “significado de obrigação, encargo, compromisso ou dever de satisfazer ou executar alguma coisa que se convencionou deva ser satisfeita ou executada” Assim, conhecer a responsabilidade atribuída a enfermagem na terapia medicamentosa parece necessitar de total transparência e conscientização do profissional enfermeiro em todas as facetas que permeiam a relação medicação- responsabilidade. A conscientização da responsabilidade não poderá acontecer isoladamente no contexto técnico-científico, pois há uma interação complexa envolvendo o enfermeiro e o indivíduo a ser cuidado. Esta interação imbui a experiência de vida, a responsabilidade ética, moral e profissional da enfermagem, respeitando-se os direitos legais, culturais e os valores do indivíduo a ser assistido. Faz-se necessário que o processo de administrar medicamentos tenha algum significado a enfermagem, mais do que simplesmente um procedimento técnico. O fato de se privilegiar exclusivamente a responsabilidade técnica fortalece uma prática tecnicista, desumana, promovendo uma assistência ao indivíduo e à sociedade a quem daquela de que são merecedores. Refletindo sobre a responsabilidade, sem ter a intenção de esgotar a temática, queremos trazer à tona quais as facetas vinculadas à prática da administração de medicamentos. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS A administração de medicamentos é uma das atividades atribuídas à equipe de enfermagem. Isso exige dos profissionais muita responsabilidade, conhecimento e habilidade, garantindo assim a segurança do paciente. Todo medicamento deverá ser administrado mediante prescrição médica em prontuário do paciente, contendo: Data; Nome do medicamento (genérico ou comercial); Dose; Frequência; Via de administração; Assinatura do médico. Em situação de urgência / emergência, em casos de prescrição verbal, administre o medicamento, realize as devidas anotações e providencie logo após, o registro em prescrição médica. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 1- Boa iluminação no local de preparo; 2- Realizar a higiene das mãos; 3- Manter a Concentração e atenção durante o preparo da medicação; 4- Não interromper a tarefa antes de finalizada; 5- Manter a prescrição médica sempre à frente enquanto é preparada; 6- Realizar as três leituras do rótulo: 1°- antes de retirar o frasco ou ampola do armário ou carrinho de medicamentos; 2°- antes de retirar ou aspirar o medicamento do frasco ou ampola; 3°- antes de recolocar no armário ou desprezar o frasco ou ampola no recipiente. 7- Nunca administrar o medicamento sem rótulo, tendo como parâmetro apenas a cor; 8- Checar somente após aplicação ou ingestão do medicamento; 9- Caso não seja administrado o medicamento, checar motivo e justificar no relatório; 10- Nunca ultrapassar a dose prescrita; 11- Fique junto ao paciente até que ele tome o medicamento; 12- Anotar e comunicar as alterações que o paciente apresentar; 13- Não deixe bolhas de ar no interior da seringa quando for administrar o medicamento; 14- Sempre identifique a medicação através de rótulos; 15- Não administre medicamentos em casos de letras ilegíveis; 16- Verifique se o paciente possui alguma alergia antes de administrar o medicamento; 17- Verifique se o cateter para administração do medicamento está adequado. VIA ORAL Essa modalidade é aquela em que o medicamento é administrado pela boca, seja ele um comprimido, cápsula, pílula ou uma solução líquida. Para que ela seja recomendada, o paciente deve ter condições de deglutir, sem que isso envolva grandes esforços. Apesar de ser uma das vias de administração de medicamentos mais utilizada, por ser considerada segura e menos onerosa, ela possui algumas limitações. Isso porque o medicamento precisa realizar um trajeto no trato digestivo, sendo geralmente absorvido apenas quando atinge o intestino delgado – o que pode demorar um tempo. Como ele passa pela parede intestinal e atinge o fígado antes de ser transportado pela corrente sanguínea, grande parte da química é alterada até chegar ao local a ser tratado. Por este motivo, ele tende a ter uma dosagem mais forte do que se fosse injetado por via intravenosa, por exemplo. Assim, garante que a quantidade necessária do medicamento irá chegar até a região-alvo. As principais situações que a via oral não é recomendada são: Quando o paciente não consegue tomar nada pela boca; Quando é preciso uma ação mais rápida do medicamento ou ele deve ter uma dose específica; Caso o trato digestivo do indivíduo não absorva bem os medicamentos. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS PARENTERAIS Endovenosa: É quando a agulha é inserida diretamente na veia. Neste caso, o medicamento chega diretamente na corrente sanguínea, fazendo com que o efeito seja mais imediato que as demais vias; Subcutânea: É inserida uma agulha no tecido adiposo, logo abaixo da pele. Assim que o medicamento é injetado, ele se move para os pequenos vasos capilares, sendo transportado pela corrente sanguínea; Intramuscular: Essa via de administração de medicamentos costuma ser preferível à via subcutânea quando é necessária uma quantidade maior do produto. O agente costuma ser injetado em um músculo do braço, da coxa ou na nádega. A velocidade de absorção pela corrente sanguínea depende do suprimento de sangue para o músculo. Quanto maior ele for, mais rápido o medicamento será absorvido; Intratecal: É uma via utilizada quando se quer que o medicamento faça um efeito rápido ou direcionado no cérebro, medula espinhal ou meninges. Anestésicos e analgésicos, como morfina, costumam ser administrados dessa forma. VIA SUBLINGUAL Aqui, os medicamentos não são ingeridos, mas sim colocados sob a língua ou entre a gengiva e os dentes, para que sejam dissolvidos pela saliva e absorvidos diretamente pelos vasos sanguíneos locais. Essa via é muito utilizada em situações que necessitam de um tratamento de emergência, como nas crises de hipertensão. Isso porque sua ação farmacológica é rápida, fazendo com que o paciente retome à normalidade em poucos minutos. Para que tenha o efeito desejado, porém, é preciso que o comprimido utilizado tenha ação sublingual. VIA RETAL Em forma de supositório, o medicamento é misturado com uma substância cerosa, capaz de se dissolver após ser introduzida no reto. Nesse formato, a absorção do medicamento é igualmente rápida, tendo em vista que o revestimento do reto é fino e possui ampla irrigação sanguínea. Essa via costuma ser indicada quando o paciente sente náuseas fortes que o impossibilita de tomar o medicamento por via oral. Ou, ainda, quando ele não consegue degluti-lo ou possui restrições alimentares. VIA OCULAR Essa via é utilizada especialmente quando se quer administrar medicamentos para tratar problemas oculares, como conjuntivite e glaucoma. Neste caso, o produto é misturado com substâncias que produzam um líquido, gel ou pomada, que permitam a aplicação tópica nos olhos. VIA OTOLÓGICA Seguindo a mesma ideia do tópico acima, é uma via que permite aplicar diretamente no ouvido afetado os medicamentos usados para tratar inflamações e infecções locais. Eles costumam ser dispostos em gotas, que penetram mais facilmente no canal auricular externo e mal atingem a corrente sanguínea – o que tornam mínimos os efeitos colaterais. VIA CUTÂNEA Essa é uma das vias de administração de medicamentos que visa causar efeitos locais, ou seja, diretamente na pele afetada. É comum adotá-la em tratamento de distúrbios da pele superficiais, como: Psoríase; Secura; Prurido; Infecções virais, fúngicas ou bacterianas; Eczema. Nela, o medicamento é misturado com substâncias inativas, cuja formulação pode ser um creme, uma pomada, loção ou mesmo um pó. VIA TRANSDÉRMI CA É a via em que são utilizados adesivos na pele, que fazem com que o medicamento penetre e atinja a corrente sanguínea sem a necessidade de injeções. Esse adesivo permite que a substância seja administrada lentamente e de forma constante, podendo perdurar por horas, dias ou por mais tempo – quando necessário. Com isso, os níveis do medicamento no sangue se mantém constante, além de não agredir o organismo. Seu único porém é que podem irritar a pele, dependendo do tempo de uso. É comum ver esse tipo de via de administração de medicamento em fumantes e pessoas que sofrem de dor torácica, entre outros. VIA NASAL É a instilação de medicamentos diretamente nas narinas, para obtenção de efeito local e no sistema respiratório. Via muito utilizada para aplicação de descongestionantes nasais e broncodilatadores. VIA INTRAOSSEA O líquido injetado na medula drena rapidamente para os canais venosos centrais e chega à circulação sistêmica por meio das veias de menor calibre. Além disso, possibilita administração rápida de líquidos e medicamentos na medula óssea. Essa via de administração pode ser usada para lactentes, crianças ou adultos, quando não for possível estabelecer um acesso venoso de emergência nos primeiros dois minutos após o atendimento inicial no caso de parada cardiorrespiratória. Pode também ser utilizada para administrar-se anestesia regional durante o tratamento de distúrbios ortopédicos, nos quais não foi possível conseguir acesso venoso ou se tal fato for inexequível. A agulha intraóssea deve ser retirada logo que o acesso venoso convencional for estabelecido; varia segundo a idade e o tamanho do paciente. Existem agulhas descartáveis desenhadas especialmente para infusão intraóssea. Um obturador pontiagudo protege a sua ponta e filamentos helicoidais ajudam a penetrar no osso. VIA NEBULIZAÇÃO Inalação ou Nebulização é a aspiração do ar do ambiente com substância inaláveis como vapor de água, medicamentos, através da vias respiratórias para dentro dos alvéolos pulmonares. Difere da inspiração que se refere a uma das fases da respiração. A nebulização é um tipo de aerossolterapia, ou oxigenioterapia, procedimento que utiliza a inalação de vapores como via medicamentosa. Tal método é amplamente indicado no tratamento de problemas respiratórios agudos e crônicos de diversas origens, incluindo asma, bronquites, sinusites, infecções e inflamações em geral. Também é atuante na administração de medicamentos broncodilatadores e na umidificação das vias aéreas, além de fluidificar secreções. VIA TÓPICA Via tópica ou por administração epidérmica, aplicação de substâncias ativas diretamente na pele, ou em áreas de superfície de feridas, com efeito local, tais como, pomadas, cremes, sprays, loções, colutórios, pastilhas para a garganta. Com base na formulação destas especialidades os principios activos penetram na epiderme e causam efeito. Equipe: Marcília, Sônia, Gisele, Leonardo, Hosana, Vitória, Rayana, Rosângela