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NOÇÕES BÁSICAS

DE FARMACOLOGIA
Victor Lopes Barbosa
Professor Enfermeiro
BEM VINDOS A MINHA SALA DE
AULA.
EM ALGUNS MOMENTOS VOCÊS ESTARÃO
ASSIM:
DEPOIS ESTARÃO ASSIM:
EM OUTROS ASSIM:
NO MEIO VOCÊS ESTARÃO ASSIM:
MAS, NO FINAL EU QUERO VOCÊS ASSIM:
ABSORÇÃO DA MEDICÃÇÃO
Os medicamentos são administrados por diversas vias, fato que influencia sua absorção. A absorção é
a passagem do fármaco do local onde foi administrado para a corrente sanguínea. Essa etapa
acontece quando o medicamento é diretamente administrado na circulação, como, por exemplo, na
via endovenosa. Os locais mais comuns onde ocorre a absorção são os músculos, a mucosa oral, a
pele e o intestino.
Nos casos de medicamentos administrados por via oral, a absorção ocorre no trato gastrointestinal e
sofre influência de vários fatores, entre eles: área disponível para absorção; fluxo sanguíneo regional;
propriedades físico-químicas dos medicamentos; concentração local do medicamento; acidez gástrica;
presença ou não de nutrientes no momento da administração; alteração da função gastrointestinal
(aumento da velocidade de esvaziamento gástrico, diarreia, constipação etc.); preparação do fármaco e
sua forma de apresentação (comprimidos, soluções etc.); concentração do medicamento.
Nos medicamentos administrados por via sublingual, a absorção ocorre na própria cavidade oral,
através do sistema venoso bucal.
As vias de administração de medicamentos classificadas como parenterais
(principalmente a endovenosa, a intramuscular e a subcutânea) apresentam certas
peculiaridades quanto à absorção de medicamentos. No caso da via endovenosa, o
medicamento é administrado diretamente na circulação sanguínea. Na via intramuscular,
a absorção está relacionada ao fluxo sanguíneo do local de aplicação e ao tipo de solução.
Soluções que utilizam água como base são absorvidas mais rapidamente que as soluções
oleosas.
As características químicas dos fármacos também podem influenciar a absorção por via
intramuscular. Medicamentos administrados por via subcutânea apresentam como
característica a absorção lenta e contínua.
A absorção de medicamentos pela via transdérmica dependerá das condições de
integridade da pele. Tecidos lesionados promovem uma absorção mais lenta que tecidos
íntegros. A absorção também está relacionada à extensão do local onde será aplicado o
medicamento e o fluxo sanguíneo na região.
BIODISPONIBILIDADE
Biodisponibilidade é definida como a fração do medicamento administrado que atinge a
circulação sistêmica. Nos casos de administração de medicamentos por via endovenosa, a
biodisponibilidade é 100%.
O percentual de biodisponibilidade de cada medicamento dependerá de vários fatores, entre
eles, o grau e a velocidade de absorção desse medicamento e a fração que é metabolizada pelo
fígado (antes de atingir a circulação). Alguns medicamentos apresentam um grande percentual
de absorção pelo intestino, mas a fração metabolizada também é grande, proporcionando um
pequeno percentual que atinge a circulação sistêmica. Esse problema é solucionado nos casos
em que o medicamento pode ser administrado por via endovenosa. Por exemplo, o
medicamento propranolol, quando administrado por via endovenosa, tem dose padrão igual a
5 mg, porém, quando administrado por via oral, sua dose varia de 40 a 80 mg, para atingir a
mesma concentração de medicamento na circulação sistêmica.
Problemas no fígado podem modificar a metabolização de um medicamento, alterando sua
biodisponibilidade
DISTRIBUIÇÃO
É a passagem do medicamento da circulação sanguínea para os diversos órgãos e tecidos.
Esse processo sofre influência de vários aspectos, entre eles:
Características físico-químicas do medicamento, como lipossolubilidade e grau de ionização;
Tamanho da molécula (complexo fármaco-proteína);
pH local; e
Vascularização do tecido.
A distribuição pode ser dividida em duas fases. Na fase inicial, estão envolvidos órgãos que
apresentam alta perfusão e recebem a maior parte do medicamento nos primeiros minutos.
Esses órgãos são o coração, o fígado, o trato gastrointestinal, os rins e o cérebro. Na segunda
fase, os órgãos e tecidos atingidos são os músculos, algumas vísceras, os tecidos com perfusão
média e o tecido adiposo.
ELIMINAÇÃO
A eliminação é a retirada do medicamento do organismo. Esse processo tem início
assim que o medicamento atingir a circulação sistêmica. A eliminação ocorre por
modificação metabólica e por excreção.
O fígado é o órgão mais importante no processo de eliminação por modificação
metabólica, podendo ocorrer, também, nos rins, nos pulmões, no trato
gastrointestinal e na pele.
O processo de excreção ocorre principalmente nos rins. A excreção também pode
ocorrer nos pulmões, no trato gastrointestinal (fezes), no suor, na saliva e nas
lágrimas. Alguns medicamentos são eliminados pela bile, sendo reabsorvidos e
eliminados pelos rins
/
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Bioequivalência: é o estudo em que são comparadas a biodisponibilidade de um


medicamento de referência e a de um medicamento genérico. Quando dois medicamentos
têm a mesma biodisponibilidade, ou seja, são bioequivalentes, um pode substituir o outro.
Concentração: é a quantidade de determinada substância (ativa ou inativa) em certo volume
ou massa de produto. Exemplo: solução glicosada 5% significa que em cada 100 ml de
solução há 5 g de glicose.
Dispensação: é o ato de fornecer o medicamento para o comprador (nos casos de drogarias)
ou ao profissional de enfermagem que irá preparar o medicamento e administrá-lo ao
paciente.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Dose de ataque: é a dosagem única de medicamento com capacidade de atingir


rapidamente a concentração terapêutica.
Dose de manutenção: é a dosagem de medicamento que deverá ser repetida,
periódica ou continuamente, para garantir a estabilidade da sua concentração dentro
de limites.
Dose letal: dose com a qual a morte é atingida. Droga: é qualquer substância que
apresenta como característica a capacidade de alterar a função dos organismos vivos,
acarretando mudanças fisiológicas e/ou comportamentais.
Droga-tóxico: droga com ação maléfica sobre o organismo
USO DE MEDICAMENTOS NA
GRAVIDEZ
Efeitos mais intensos nos 3 primeiros
meses.
Risco de malformação do bebê.
Alteração em processos necessários a
manutenção do bem estar do bebê.
Estudos com medicamentos em
gestantes.
ALBENDAZOL / MEBENDAZOL / TIABENDAZOL
Medicamentos de Risco para o bebê.
Não usar durante a amamentação.

AAS / DIPIRONA / IBUPROFENO


Medicamentos de Alto Risco para o bebê.
Em substituição, pode ser usado o Paracetamol com
cautela.

BENZETACIL / SULFAMETOXAZOL + TRIMETROPIMA


/ DOXICICLINA / CIPROFLOXACINO /
AZITROMICINA
Medicamentos de Risco para o bebê.
Pode ser usado Amoxicilina ou Cefalexina.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
o Via Oral (VO)
Sublingual (SL)
Gástrica o Tópica
Ocular e Auricular
Retal
Genital
Nasal
Parenteral (IM, ID, SC, EV)
VIA ORAL
É a administração de medicamento pela boca
Método mais comum de prescrição de um fármaco

Vantagens: Desvantagens:
- mais seguro - irritação da mucosa gástrica
- mais conveniente - interferência na digestão
- mais econômico - dificuldade de deglutir.
Contraindicações:
- Pacientes incapazes de deglutir ou
inconscientes
- Em caso de vômitos
- Quando está de jejum para cirurgia ou exame

Absorção:
- Boca
- Estômago
- Intestino
CORRESPONDÊNCIAS
colher de sopa (15ml)
colher de sobremesa (10ml)
colher de chá (5ml)
colher de café (3ml)

1ml = 20gts
1gt = 3mgt
VIA SUBLINGUAL
São colocados debaixo da língua para serem
absorvidos diretamente pelos pequenos vasos
sanguíneos.
A via sublingual é especialmente boa para a
nitroglicerina, que é utilizada no alívio da
angina (dor no peito), porque a absorção é
rápida e o medicamento ingressa diretamente
na circulação geral.
A maioria dos medicamentos não pode ser
administrada por essa via, porque a absorção é,
em geral, incompleta e errática.
VIA GÁSTRICA
É a introdução do medicamento através da sonda
nasogástrica/ nasoenteral/ gastrostomia

Utilizada para pacientes inconscientes ou


impossibilitados de deglutir

Os medicamentos sólidos são dissolvidos em água e


introduzidos na via gástrica com seringa

As cápsulas são abertas, dissolvendo-se o pó


medicamentoso nelas contido.
VIA TÓPICA
É aplicação de medicamento na pele, sob forma de 1. Explicar o procedimento e realizar a higiene local
pomadas, cremes ou adesivos
2. Organizar o material
3. Lavar as mãos
Sua ação pode ser local ou geral
4. Calçar luvas
5. Expor o local
6. Colocar o medicamento na pele, conforme prescrição
7. Observar qualquer anormalidade na pele: erupções,
prurido, edema, eritema etc.
8. Deixar o paciente confortável
9. Providenciar a limpeza e ordem do material
10. Retirar as luvas e lavar as mãos
11. Anotar o cuidado prestado
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
OCULAR e AURICULAR
É a aplicação de colírio ou pomada na Consiste em introduzir o medicamento
conjuntiva ocular no canal auditivo externo
MATERIAL:
Material - Colírio ou pomada - Gaze - Medicamento
- Cuba - rim
- Gaze
- Saco de resíduo
VIA RETAL
É a introdução de medicamento no Procedimento: 1
reto, em forma de supositórios ou clister
Reunir o material
medicamentoso
2. Lavar as mãos
Material:
3. Explicar o procedimento ao paciente.
- Bandeja
4. Calçar luvas.
- Supositório
5. Colocar o paciente em posição de
- Gaze SIMS
- Luvas de procedimento 6. Com o polegar e indicador da mão
- Saco de lixo não dominante, entreabrir as nádegas.
7. Introduzir o supositório no reto, Observações:
delicadamente, e pedir ao paciente que - O paciente poderá colocar o
o retenha por alguns minutos. supositório sem auxílio da enfermagem,
8. Colocar o material em ordem desde que seja orientado
9. Tirar as luvas e lavar as mãos - Em caso de criança ou adulto
10. Anotar o cuidados prestado no incapacitado para retê-lo, comprimir
prontuário do paciente. levemente as nádegas para evitar o
retorno do supositório
- É necessário colocar a comadre ou
encaminhar o paciente ao banheiro
VIA VAGINAL VAGINAL
VAGINAL 1. Explicar o procedimento ao cliente
É a introdução de medicamentos no canal 2. Organizar o material e levar ao leito da
vaginal paciente
O medicamento pode ser introduzido sob a 3. Lavar as mãos e calçar luvas
forma de: creme ou gel, comprimido ou óvulos.
4. Cercar o leito com biombo
Material:
5. Colocar o paciente em posição ginecológica
- Luvas de procedimento
6. Colocar o medicamento no aplicador
- Aplicador vaginal (S/N) próprio
- Medicamento 7. Com auxílio de gaze, afastar os pequenos
lábios com os dedos indicador e polegar
8. Introduzir delicadamente o aplicador
aproximadamente 5 cm em direção ao sacro,
para que haja na parede posterior da vagina;
9. Pressionar o êmbolo;
10. Retirar o aplicador e pedir ao paciente que
permaneça em decúbito dorsal por 15 minutos;
11. Colocar um absorvente s/n
12. Providenciar a limpeza e ordem do material;
13. Retirar as luvas e lavar as mãos;
14. Anotar o cuidado prestado.
NASAL
Consiste em administrar na mucosa nasal um 7. Providenciar a limpeza e ordem do material;
medicamento líquido ou pomada
8. Lavar as mãos;
1. Levar o material e explicar o procedimento
9. Anotar o cuidado prestado.
2. Lavar as mãos
3. Solicitar que faça higiene nasal;
4. Inclinar a cabeça para trás (hiperextensão);
5. Pingar a medicação na parte superior da
cavidade nasal, evitando que o frasco toque a
mucosa
6. Solicitar ao paciente que permaneça nesta
posição por mais alguns minutos
VIA PARENTERAL
Vias: Vantagens: - a disponibilidade é mais
rápida e mais previsível, tratamento de
- ID
emergências.
- SC
Desvantagens
- IM
- Pode ocorrer uma injeção intravascular
- EV acidental, pode vir acompanhada de
forte dor e, às vezes, é difícil para um
paciente injetar o fármaco em si mesmo
Utiliza-se agulhas, seringas e se for necessária a automedicação.
medicamentos esterilizados, seguindo
técnicas padronizadas - Alto custo
VIA INTRADÉRMICA - ID
Via restrita Local mais apropriado: face anterior do
antebraço
Pequenos volumes – de 0,1 a 0,5
mililitros Pobre em pelos
Usadas em reações de hipersensibilidade Possui pouca pigmentação
Provas de PPD (TUBERCULOSE) Possui pouca vascularização
Provas alérgicas Fácil acesso a leitura
Aplicação de vacinas: BCG
VIA SUBCUTÂNEA - SC
A medicação é introduzida na tela O local de aplicação deve ser revezado,
subcutânea / hipoderme quando utilizado por período
indeterminado
Absorção lenta, através de capilares,
ocorre de forma contínua e segura Ângulo da agulha
O volume não deve ultrapassar 03 90 °C – agulhas hipodérmicas e
mililitros pacientes com mais tecido adiposo
Usada para administração Vacinas 45°C – Agulhas normais e pacientes
(rábica e sarampo) Anticoagulante magros
(heparina) Hipoglicemiantes (insulina)
Complicações

Infecções inespecíficas ou abscessos


Formação de tecido fibrótico
Embolias – por lesão de vasos e uso de drogas oleosas ou em suspensões
Lesão de nervos
Úlceras ou necrose de tecidos
VIA INTRAMUSCULAR - IM
Via muito utilizada, devido a absorção Quando não devemos utilizar a região
rápida glútea?
Músculo escolhido : Deve ser bem Crianças < 2 anos
desenvolvido, ter fácil acesso, não possuir Pacientes com atrofia da musculatura
grande calibre e nem nervos.
Paralisia de membros inferiores
Volume injetado
Região deltoide – de 2 a 3 mililitros
Complicações
Região glútea – de 4 a 5 mililitros
Deve-se evitar o nervo ciático
Músculo da coxa (vasto lateral) – de 3 a 4
Injeções intravasculares: embolias
mililitros
Infecções e abscessos
VIA ENDOVENOSA - EV
Via muito utilizada, com introdução de Tipos de medicamentos injetados na veia
medicação diretamente na veia
Soluções solúveis na veia Líquidos hiper, iso
Local apropriados ou hipotônicos
Melhor local: face anterior do antebraço (lado Sais orgânicos
esquerdo)
Eletrólitos
Membros superiores
Medicamentos
Evitar articulações

Não oleosos
Indicações
Não deve conter cristais visíveis em suspensão
Necessidade imediata de ação Grandes
volumes – hidratação Coleta de sangue para
exames
BOA NOITE

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