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ASSUNTOS DE FARMACOLOGIA

1. Introdução a Farmacologia Vias de administração


2. Farmacodinâmica
3. Farmacocinética
4. Farmacologia do SNA e Agonistas adrenérgicos
5. Antagonistas adrenérgicos
6. Fármacos colinérgicos e anticolinérgicos
7. Mediadores inflamatórios e introdução aos Anti-inflamatórios não esteroides (AINES)
8. Corticoides e fármacos anti-histamínicos
9. Antibióticos
10. Antivirais
11. Antifúngicos
12. Princípios do tratamento da hipertensão
13. Princípios do tratamento do Diabetes
14. Anticoagulantes, antiagregantes e trombolíticos
15. Anestésicos gerais e locais
16. Princípios da Farmacologia do SNC
17. Antidepressivos
18. Anticonvulsivantes
19. Hipnoanalgésicos
20. Hipnóticos/Antipsicóticos
21. Princípios do tratamento de doenças Neurodegenerativas

1. Introdução a Farmacologia Vias de administração


Em farmacologia, existem várias vias de administração de medicamentos, cada uma com suas
próprias características e benefícios. Aqui estão alguns exemplos:

1. Via oral: é a via mais comum de administração de medicamentos e envolve a ingestão


do medicamento por via oral. Isso inclui comprimidos, cápsulas, xaropes, suspensões,
entre outros.

2. Via sublingual: envolve a colocação do medicamento debaixo da língua, onde ele é


absorvido pela mucosa oral. Essa via é frequentemente usada para medicamentos que
precisam ser absorvidos rapidamente, como os nitratos usados no tratamento da
angina.

3. Via retal: envolve a administração do medicamento por via retal, em forma de


supositórios ou enemas. Essa via é frequentemente usada quando o paciente é incapaz
de tomar medicamentos por via oral.

4. Via intravenosa: envolve a administração do medicamento diretamente na veia do


paciente, geralmente por meio de uma agulha e seringa. Essa via é frequentemente
usada para medicamentos que precisam ser administrados rapidamente ou em doses
precisas.
5. Via intramuscular: envolve a administração do medicamento diretamente no músculo
do paciente, geralmente por meio de uma agulha e seringa. Essa via é frequentemente
usada para medicamentos que precisam ser absorvidos gradualmente, como alguns
tipos de antibióticos.

6. Via subcutânea: envolve a administração do medicamento diretamente sob a pele do


paciente, geralmente por meio de uma agulha e seringa. Essa via é frequentemente
usada para medicamentos que precisam ser absorvidos gradualmente, como a
insulina.

7. Via inalatória: envolve a administração do medicamento por meio da inalação de um


aerossol ou névoa. Essa via é frequentemente usada para medicamentos que precisam
agir diretamente nos pulmões, como os broncodilatadores usados no tratamento da
asma.

8. Via tópica: envolve a aplicação do medicamento diretamente na pele do paciente,


como cremes, pomadas ou loções. Essa via é frequentemente usada para
medicamentos que precisam agir localmente, como medicamentos anti-inflamatórios
usados para tratar a dermatite.

Cada via de administração tem seus próprios benefícios e limitações, e a escolha da via de
administração depende das necessidades do paciente e do medicamento em questão.

2. Farmacodinâmica
Farmacodinâmica é a área da farmacologia que estuda como os medicamentos interagem com
o corpo humano para produzir seus efeitos. Essa interação pode ocorrer em níveis moleculares,
celulares e fisiológicos.

A farmacodinâmica estuda os efeitos dos medicamentos em receptores específicos do corpo,


que são proteínas ou outras moléculas que interagem com o medicamento para produzir uma
resposta. As respostas podem variar desde a inibição ou estimulação da atividade celular até a
alteração da função de um órgão inteiro.

Existem diferentes classes de medicamentos que agem em diferentes tipos de receptores. Por
exemplo, os analgésicos opioides atuam nos receptores opioides do cérebro e da medula
espinhal para aliviar a dor, enquanto os beta-bloqueadores atuam nos receptores beta-
adrenérgicos do coração para diminuir a frequência cardíaca e a pressão arterial.

Além disso, a farmacodinâmica também estuda os efeitos colaterais dos medicamentos e como
eles podem ser minimizados ou evitados. É importante lembrar que todos os medicamentos
têm o potencial de causar efeitos colaterais, e que a dose e a duração do tratamento podem
afetar a probabilidade e a gravidade desses efeitos.

Em resumo, a farmacodinâmica é fundamental para entender como os medicamentos


interagem com o corpo humano, como produzem seus efeitos terapêuticos e como podem
causar efeitos colaterais.

3. Farmacocinética
Farmacocinética é a área da farmacologia que estuda o destino do medicamento no organismo,
ou seja, como o corpo humano absorve, distribui, metaboliza e excreta o medicamento.

Esses processos são importantes porque afetam a concentração do medicamento no corpo e,


consequentemente, a eficácia e a segurança do tratamento.

A absorção refere-se ao processo pelo qual o medicamento entra no organismo. A absorção


pode ocorrer por diferentes vias, dependendo da forma de administração do medicamento,
como via oral, intravenosa, intramuscular, subcutânea, inalatória ou tópica. Após a absorção, o
medicamento é transportado para o sangue.

A distribuição refere-se à maneira como o medicamento é distribuído pelo corpo. O


medicamento é transportado pelo sangue para os tecidos e órgãos, e a distribuição depende
de fatores como a solubilidade do medicamento em gordura e água, a ligação do medicamento
às proteínas plasmáticas e a permeabilidade das barreiras celulares.

O metabolismo refere-se à maneira como o medicamento é processado pelo organismo. O


medicamento é geralmente metabolizado pelo fígado, onde é convertido em metabólitos
inativos que são excretados do corpo. O metabolismo pode afetar a eficácia e a segurança do
tratamento, pois o medicamento ou seus metabólitos podem interagir com outros
medicamentos ou substâncias no corpo.

A excreção refere-se à eliminação do medicamento e seus metabólitos do corpo. A excreção


pode ocorrer pelos rins, fígado, pulmões ou outros órgãos, dependendo do medicamento.

A farmacocinética é importante porque permite entender como o medicamento é processado


pelo organismo, como é afetado por outros medicamentos e como pode afetar outros
processos no corpo. Isso ajuda os profissionais de saúde a escolher a dose correta do
medicamento, a determinar a frequência de administração e a ajustar o tratamento para
maximizar a eficácia e minimizar os efeitos colaterais.

Farmacocinética:

O que o organismo faz com o fármaco / Corpo sobre o fármaco

Absorção: - transferência do local de administração para o compartimento central (circulação)


e a amplitude que isso ocorre.

- características da membrana biológica influencia

- motilidade - tempo/velocidade de esvaziamento gástrico - pH no TGI - Vascularização -


doenças preexistentes - peso molecular - Grau de ionização - Lipossolubilidade

Transporte: Ativo e passivo

Transporte passivo: Principal - Difusão (o que incluencia: Amplitude do gradiente de


concentração, coeficiente de participação Lipídeo-água e área da membrana exposta ao
fármaco)

Transporte Ativo: Bomba Na+/K+ ATPase

relação pH (meio) E pKa (substância) (quanto menor oo valor, mais ácido. Quanto maior o
valor, mais básico)
Quanto maior a fração ionizada de um fármaco, menos ele será absorvido.

a difusão ainda é dificultada pela presença da camada mucosa no estômago.

No intestino tem as vilosidades intestinais, que ajudam na absorção.

BIODISPONIBILIDADE: Fração do fármaco inalterada que alcança a circulação sistêmica após


ter sido administrado no organismo.

Cálculo: biodisponibilidade = quant. de fármaco que chega a circulação sistêmica /quantidade


de fármaco administrada. e a resposta é dada em porcentagem.

Metabolismo de Primeira passagem: quando ele vai pra o TGI e depois passa para o fígado,
onde é metabolizado e a biodisponibilidade diminui. (formas de contornar isso: via subcutânea,
transdérmica e intravenosa).

Pró-fármaco: não tem uma hidrossolubilidade adequada para que ele se dissolva, cria-se uma
molécula química que esconde o princípio ativo e ao passar pelo fígado, libera o princípio ativo.

Distribuição: passagem do fármaco da circulação para os tecidos e seu local de ação.

Acontece até que ocorra o equilíbrio.

Fatores importantes: - Fluxo sanguíneo, permeabilidade do endotélio, lipossolubilidade e grau


de ionização e ligação a proteínas plasmáticas.

- Fluxo sanguíneo - Mais irrigados, tem uma distribuição mais rápida.

- Permeabilidade endotelial - depende do capilar

Contínuo- difusão ocorre entre as células e algo muito importânte aqui é a lipossolubilidade e o
grau de ionização. Fenestrado- ocorre através das fenestrações e a propriedade protagonista
passa a ser a hidrossolubilidade. E Sinusóide.

Capilares cerebrais (barreira hematoencefálica) - os capilares são contínuos e tem junções


oclusivas e projeções extraocitárias e células gliais, baixa concentração de transportadores
ativos e alta concentração de bombas de efluxo. Por isso, ela é pouco permeável aos fármacos.
Isso muda quando há processos inflamatórios , o que acaba facilitando a passagem de
substâncias, como a penicilina.

Também tem regióes específicas que essa permeabilidade muda, como na zona
quimioreceptora de gatilho (centro do vômito no SNC) e permitem a passagem de anti-
eméticos, que tratam o vômito, a êmese. A barreira hematoencefélica facilita para a levodopa,
usado no parkinson.

BARREIRA PLACENTÁRIA - Talidomida é um exemplo, que foi muito usado para tratamento de
enjoo em grávidas, mas causava má formações em fetos. Isofetinoína é otro exemplo, é o
princípio ativo do roacutan que é usado para tratar acne, mas também causa má formação
fetal. Outro exemplo é a tetraciclina, que pode gerar formação de dentição anormal.
Anticoagulantes podem causar hemorragia fetal ou neonatal, e a Sufonamidas que pode causar
icterícia neonatal e consequências ao SNC do feto.

LIPOSSOLUBILIDADE E GRAU DE IONIZAÇÃO - Coeficiente de ligação lipídio-água = adiciona o


fármaco a um sistema bifásico (fase aquosa e fase orgânica), ele é agitado e após um tempo
em repouso, é medida a concentração do fármaco em cada fase, que resulta no Log P (Quanto
maior o Log P, maior a distribuição)

4. Farmacologia do SNA e Agonistas adrenérgicos


O sistema nervoso autônomo (SNA) é responsável por regular funções corporais involuntárias,
como frequência cardíaca, pressão arterial, respiração, digestão e sudorese. O SNA tem duas
divisões principais: o sistema nervoso simpático (SNS) e o sistema nervoso parassimpático
(SNP).

O SNS é responsável por preparar o corpo para situações de estresse, aumentando a


frequência cardíaca e a pressão arterial e dilatando as vias aéreas para aumentar o fluxo de
oxigênio. Os agonistas adrenérgicos são medicamentos que ativam os receptores adrenérgicos
do SNS e podem ter efeitos estimulantes em diferentes órgãos e sistemas do corpo.

Existem diferentes subtipos de receptores adrenérgicos, incluindo os receptores alfa e beta. Os


agonistas adrenérgicos podem ser classificados em função dos receptores que ativam. Alguns
exemplos incluem:

• Agonistas alfa-1: esses medicamentos podem causar constrição dos vasos sanguíneos,
aumentando a pressão arterial. Eles também podem ser usados para tratar condições
como incontinência urinária e hipotensão ortostática.

• Agonistas alfa-2: esses medicamentos podem diminuir a atividade do SNS, reduzindo a


pressão arterial e a frequência cardíaca. Eles também podem ser usados para tratar
condições como ansiedade, dor crônica e dependência de álcool ou opioides.

• Agonistas beta: esses medicamentos podem aumentar a frequência cardíaca e a força


de contração do coração, dilatar as vias aéreas e relaxar os músculos uterinos. Eles são
usados para tratar condições como asma, insuficiência cardíaca e bradicardia.

• Agonistas beta-2 seletivos: esses medicamentos são usados principalmente para tratar
asma e outras condições respiratórias, pois dilatam as vias aéreas sem afetar
significativamente o coração.

Os agonistas adrenérgicos podem ter efeitos colaterais, como taquicardia, hipertensão arterial,
ansiedade, tremores e palpitações. Esses medicamentos devem ser usados com cautela em
pacientes com doenças cardíacas, hipertensão arterial, ansiedade ou glaucoma. A escolha do
agonista adrenérgico e a dose a ser utilizada dependem da condição clínica do paciente e
devem ser determinadas por um profissional de saúde qualificado.

Agonistas adrenérgicos
Receptor Local Mecanismo de ação Efeitos farmacológicos
Células musculares
α1 lisas dos vasos
sanguíneos.
Neurônios pré-
sinápticos do SNS, nas
α2 plaquetas e nas células
pancreáticas.
β1 Coração
células musculares lisas
dos brônquios, dos
β2 vasos sanguíneos
periféricos e do útero.
CATECOLAMINAS

Como são sintetizadas?

Axônio com uma membrana plasmática, no meio extracelular, tem a tirosina, que vai entrar no
axônio e vai ser transformada em DOPA, e essa vai ser transformada em Dopamina, e essa vai
entrar dentro da vesícula, assim, vai ser transformada em Norepinefrina, e dessa forma ela é
armazenada nessa vesícula e pode ser liberada em um sinal, do neurônio pré-sináptico para
um neurônio pós sináptico, e depois age nos receptores.

Quais as enzimas responsáveis por cada processo?

-Tirosina em DOPA (Tirosina Hidroxilase)

-DOPA em Dopamina (Dopa descarboxilase)

-Dopamina em Norepinefrina (dopamina beta-hidroxilase)

*Antagonista da Tirosina Hidroxilase (Metil-tirosina)= redução na produção de norepinefrina

*Na adrenal tem nervos que são noradrenérgicos, e lá tem uma enzima (Feniletanol-amina-N-
metiltransferase) que conseguem transformar a norepinefrina em Epinefrina (hormônio). Isso
só acontece na adrenal.

Como são liberadas? A Norepinefrina vai estar dentro das vesículas, e elas vão caminhar para
perto da membrana plasmática, onde ela vai se fundir com a membrana, liberando a
norepinefrina para o meio extracelular. Essa regulação é feita principalmente pelo íon Ca++.

Como elas são recicladas? Para o fim da atividade da norepinefrina, é essencial que ela saia da
fenda sinaptica. E isso ocorre pois ela vai ser captada para o interior do axônio novamente, e
chegando lá, ela tem dois caminhos: Entrar na vesícula novamente (70%) ou ser degradaa pela
enzima MAO (monoaminoxidase) (30%). A MAO é uma enzima intracelular que está presente
próximo ás mitocôndrias. Também existe uma outra enzima com essa função: Conte (que está
principalmente no fígado).

Agonistas nicotínicos e bloqueadores neuromusculares

Os receptores nicotínicos são canais iônicos e os Muscarínicos são aqueles acoplados à


proteína G.

Os nicotínicos estão nas sinapses somáticas na placa muscular e na parassimpática, entre a


sinapse do neurônio pré e pós ganglionar, e também na sinapse simpática.

Antagonistas dos receptores nicotínicos:


agem principalmente na placa motora, com muitas subunidades, onde acontece a
despolarização e a contração muscular é inibida. O bloqueador muscular é muito hidrossolúvel.

Tipo 1- Despolarizante (Succinilcolina)

Tipo 2- Adespolarizante (Rocurônio) uma molécula que se liga ao receptor, ele não faz efeito,
mas atua sendo um antagonista.

*Toxina Botulínica - É outro tipo de paralisia muscular, e ela inibe a exocitose das vesículas de
acetilcolina.

Bloqueio Ganglionar - Uma substância (trimetafam) que age no receptor nicotínico que está no
SNC, na sinapse entre o neurônio pré e pós ganglionar. E quando antagoniza ele, o gânglio é
bloqueado.

Agonistas Nicotínicos - A nicotina se liga ao receptor nicotínico e estimula ele, e seus efeitos
são complexos e imprevisíveis.

Agonista Parcial Nicotínico - Vareniciclina, ela pode ser usada no tratamento do vício do
cigarro, pois faz um agonismo parcial.

5. Antagonistas adrenérgicos
Os antagonistas adrenérgicos são um grupo de medicamentos que bloqueiam a ação dos
neurotransmissores adrenérgicos, como a adrenalina e a noradrenalina, nas células do
organismo. Eles podem ser classificados de acordo com os tipos de receptores que bloqueiam:

• Antagonistas alfa-1: bloqueiam os receptores alfa-1 adrenérgicos, causando


relaxamento da musculatura lisa dos vasos sanguíneos e reduzindo a pressão arterial.
Exemplos incluem doxazosina, prazosina e terazosina.

• Antagonistas alfa-2: bloqueiam os receptores alfa-2 adrenérgicos, aumentando a


atividade do sistema nervoso simpático e elevando a pressão arterial. Exemplos
incluem ioimbina e atipamezol.

• Antagonistas beta: bloqueiam os receptores beta adrenérgicos, reduzindo a frequência


cardíaca e a pressão arterial e diminuindo a demanda de oxigênio pelo coração.
Exemplos incluem propranolol, atenolol, metoprolol e carvedilol.

• Antagonistas beta-1 seletivos: bloqueiam seletivamente os receptores beta-1


adrenérgicos, afetando principalmente o coração e reduzindo a frequência cardíaca e a
pressão arterial. Exemplos incluem atenolol, metoprolol e bisoprolol.

• Antagonistas beta-2: bloqueiam os receptores beta-2 adrenérgicos, causando


contração da musculatura lisa dos brônquios e reduzindo o fluxo de ar para os
pulmões. Exemplos incluem salbutamol e formoterol.

Os antagonistas adrenérgicos são utilizados em diversas condições médicas, incluindo


hipertensão arterial, doença coronariana, insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas, asma,
glaucoma e hiperplasia prostática benigna. É importante que o uso desses medicamentos seja
supervisionado por um profissional de saúde qualificado, pois eles podem ter efeitos colaterais
e interações com outros medicamentos.
6. Fármacos colinérgicos e anticolinérgicos
Os fármacos colinérgicos são aqueles que aumentam ou mimetizam a ação do
neurotransmissor acetilcolina, enquanto os fármacos anticolinérgicos são aqueles que
bloqueiam ou diminuem a ação da acetilcolina. Ambos os tipos de fármacos têm diversas
aplicações clínicas em diferentes sistemas do corpo.

Exemplos de fármacos colinérgicos incluem:

• Pilocarpina: é um agente colinérgico direto que é usado no tratamento do glaucoma,


xerostomia (boca seca) e outros distúrbios que afetam as secreções corporais.

• Neostigmina: é um agente colinérgico indireto que é utilizado para tratar a miastenia


gravis, uma doença autoimune que afeta a força muscular.

• Bethanecol: é um agente colinérgico direto que é utilizado no tratamento da disfunção


da bexiga e do trato gastrointestinal.

Exemplos de fármacos anticolinérgicos incluem:

• Atropina: é um agente anticolinérgico que é utilizado para tratar bradicardia, espasmos


musculares, doenças gastrointestinais, entre outros.

• Escopolamina: é um agente anticolinérgico que é utilizado para tratar enjoo e vômito


associados a viagens e cirurgias.

• Ipratrópio: é um agente anticolinérgico utilizado para tratar a doença pulmonar


obstrutiva crônica (DPOC) e a asma.

É importante ressaltar que o uso de fármacos colinérgicos e anticolinérgicos deve ser sempre
prescrito e acompanhado por um profissional de saúde qualificado, devido ao risco de efeitos
colaterais e interações com outros medicamentos.

7. Mediadores inflamatórios e introdução aos Anti-


inflamatórios não esteroides (AINES)
Mediadores inflamatórios são substâncias produzidas pelo organismo em resposta a uma
lesão, infecção ou outra forma de agressão. Esses mediadores incluem citocinas,
prostaglandinas, leucotrienos, histamina e outros, que desencadeiam uma resposta
inflamatória para tentar proteger o tecido danificado ou combater a infecção.

Os anti-inflamatórios não esteroides (AINES) são uma classe de medicamentos que inibem a
produção de mediadores inflamatórios, reduzindo assim a inflamação e a dor associadas a uma
lesão ou infecção. Eles também podem reduzir a febre e a vermelhidão. Os AINES são
amplamente utilizados no tratamento de condições inflamatórias, como artrite, dor de cabeça,
dor muscular, entre outras.

Exemplos de mediadores inflamatórios incluem:

• Citocinas: interleucina-1 (IL-1), interleucina-6 (IL-6), fator de necrose tumoral-α (TNF-α)

• Prostaglandinas: PGE2, PGD2, PGF2α


• Leucotrienos: LTB4, LTC4, LTD4

• Histamina

Exemplos de anti-inflamatórios não esteroides (AINES) incluem:

• Ácido acetilsalicílico (aspirina)

• Ibuprofeno (Advil, Motrin)

• Naproxeno (Aleve, Naprosyn)

• Diclofenaco (Voltaren)

• Celecoxibe (Celebra, Celebrex)

É importante ressaltar que o uso de AINES deve ser sempre prescrito e acompanhado por um
profissional de saúde qualificado, devido ao risco de efeitos colaterais, como gastrite, úlcera,
insuficiência renal, entre outros.

8. Corticoides e fármacos anti-histamínicos


Os corticoides são uma classe de medicamentos que possuem atividade anti-inflamatória e
imunossupressora, agindo sobre diversos processos inflamatórios no corpo. Eles são derivados
do hormônio cortisol, produzido naturalmente pelo corpo, e são utilizados no tratamento de
diversas condições inflamatórias e autoimunes, como asma, artrite reumatoide, lúpus e
psoríase, por exemplo. Alguns exemplos de corticoides incluem:

• Prednisona

• Dexametasona

• Hidrocortisona

• Metilprednisolona

• Betametasona

Os fármacos anti-histamínicos são uma classe de medicamentos que bloqueiam a ação da


histamina, um mediador inflamatório que está envolvido em diversas reações alérgicas, como
coceira, espirros, tosse, inchaço e vermelhidão. Eles são utilizados no tratamento de alergias,
como rinite alérgica, urticária e conjuntivite alérgica, por exemplo. Alguns exemplos de anti-
histamínicos incluem:

• Loratadina (Claritin)

• Cetirizina (Zyrtec)

• Fexofenadina (Allegra)

• Dipirona (Hixizine)

• Clemastina (Tavegil)
É importante ressaltar que o uso desses medicamentos deve ser sempre prescrito e
acompanhado por um profissional de saúde qualificado, pois eles podem ter efeitos colaterais
e interações medicamentosas indesejadas.

9. Antibióticos
Antibióticos são uma classe de medicamentos utilizados no tratamento de infecções causadas
por bactérias. Eles agem de diversas maneiras, como inibindo a síntese de proteínas e ácido
nucleico das bactérias, ou interferindo na parede celular bacteriana. Existem diferentes classes
de antibióticos, cada uma com um mecanismo de ação específico. Alguns exemplos de
antibióticos incluem:

• Penicilinas (como a amoxicilina e a ampicilina)

• Cefalosporinas (como a cefalexina e a ceftriaxona)

• Macrolídeos (como a azitromicina e a eritromicina)

• Tetraciclinas (como a doxiciclina e a minociclina)

• Fluoroquinolonas (como a ciprofloxacina e a levofloxacina)

• Aminoglicosídeos (como a gentamicina e a amicacina)

É importante lembrar que os antibióticos são indicados somente para infecções bacterianas e
não são eficazes contra infecções virais, como gripes e resfriados. Além disso, é fundamental
seguir as orientações do médico quanto à dose, tempo de uso e possíveis interações
medicamentosas. O uso inadequado dos antibióticos pode levar ao desenvolvimento de
resistência bacteriana e comprometer a eficácia desses medicamentos no futuro.

O mecanismo de ação dos antibióticos pode variar de acordo com a classe do medicamento,
mas de modo geral, eles atuam sobre processos específicos das bactérias, visando matá-las ou
inibi-las de se reproduzir.

Por exemplo, as penicilinas e cefalosporinas são antibióticos que inibem a síntese da parede
celular das bactérias, levando à sua destruição. Já os macrolídeos e tetraciclinas inibem a
síntese proteica bacteriana, bloqueando a sua capacidade de produzir proteínas essenciais
para a sobrevivência da bactéria. As fluoroquinolonas, por sua vez, agem inibindo a síntese do
DNA bacteriano, levando à interrupção da replicação bacteriana.

Os antibióticos aminoglicosídeos atuam de forma diferente, se ligando às subunidades


ribossômicas bacterianas, interferindo na síntese proteica e causando a morte da bactéria.

Em resumo, os antibióticos possuem diferentes mecanismos de ação, mas todos têm como
objetivo matar ou inibir o crescimento das bactérias que causam infecções. É importante
ressaltar que o uso indiscriminado ou inadequado de antibióticos pode levar ao
desenvolvimento de resistência bacteriana, o que torna o tratamento dessas infecções mais
difícil no futuro. Por isso, é fundamental utilizar esses medicamentos somente quando
prescritos por um profissional de saúde capacitado e seguindo as orientações de dose e tempo
de uso.
10. Antivirais
Os antivirais são medicamentos que atuam no combate a infecções virais, interferindo em
diferentes etapas do ciclo de vida dos vírus.

Alguns exemplos de antivirais e seus respectivos mecanismos de ação são:

• Os inibidores da transcriptase reversa são antivirais utilizados no tratamento de


infecções por vírus da imunodeficiência humana (HIV) e por vírus da hepatite B. Eles
atuam inibindo a ação da enzima transcriptase reversa, que os vírus utilizam para
converter o RNA viral em DNA. Exemplos de inibidores da transcriptase reversa são o
tenofovir, o lamivudina e o zidovudina.

• Os inibidores de protease são antivirais utilizados no tratamento de infecções por HIV e


por alguns tipos de vírus da hepatite C. Eles atuam inibindo a ação da enzima protease
viral, que é necessária para a replicação do vírus. Exemplos de inibidores de protease
são o ritonavir, o lopinavir e o telaprevir.

• Os inibidores da entrada viral são antivirais que atuam impedindo a entrada do vírus na
célula hospedeira. Exemplos de inibidores da entrada viral são o enfuvirtida, utilizado
no tratamento de infecções por HIV, e o oseltamivir, utilizado no tratamento de
infecções por vírus influenza.

• Os inibidores da síntese de ácido nucleico são antivirais que atuam impedindo a síntese
de ácido nucleico viral, essencial para a replicação do vírus. Exemplos de inibidores da
síntese de ácido nucleico são o aciclovir, utilizado no tratamento de infecções por
herpesvírus, e o ribavirina, utilizado no tratamento de infecções por vírus da hepatite C
e por vírus sincicial respiratório.

• Os inibidores de integração viral são antivirais utilizados no tratamento de infecções


por HIV. Eles atuam impedindo a integração do DNA viral no genoma da célula
hospedeira. Um exemplo de inibidor de integração viral é o raltegravir.

Cabe ressaltar que a escolha do antiviral adequado e a duração do tratamento dependem do


tipo de vírus causador da infecção, do estágio da doença e da condição clínica do paciente. O
uso de antivirais deve ser feito sob prescrição e acompanhamento médico.

11. Antifúngicos
Os antifúngicos são medicamentos utilizados para tratar infecções causadas por fungos. Alguns
exemplos de antifúngicos e seus respectivos mecanismos de ação são:

• Azólicos: inibem a síntese de ergosterol, um componente importante da membrana


celular dos fungos, levando a danos na sua estrutura e função. Exemplos incluem o
fluconazol, itraconazol e voriconazol, utilizados para tratar infecções fúngicas
sistêmicas e micoses superficiais.

• Anfotericina B: liga-se ao ergosterol na membrana celular dos fungos, levando à


formação de poros e danos na sua estrutura. É um antifúngico utilizado para tratar
infecções fúngicas graves, como a aspergilose e a candidíase invasiva.
• Equinocandinas: inibem a síntese de uma molécula importante da parede celular dos
fungos, a beta-glucana, levando à morte celular. Exemplos incluem a caspofungina,
micafungina e anidulafungina, utilizados para tratar infecções fúngicas invasivas.

• Terbinafina: inibe uma enzima importante na síntese de ergosterol, a squaleno


epoxidase, levando à acumulação de squaleno tóxico na membrana celular dos fungos.
É utilizado para tratar infecções fúngicas superficiais, como a onicomicose.

• Griseofulvina: interfere na divisão celular dos fungos, inibindo a formação do fuso


mitótico. É utilizado para tratar infecções fúngicas da pele, cabelo e unhas, como a
tinea capitis e a tinea pedis.

Cabe ressaltar que a escolha do antifúngico adequado e a duração do tratamento dependem


do tipo de fungo causador da infecção, da gravidade da infecção e da condição clínica do
paciente. O uso de antifúngicos deve ser feito sob prescrição e acompanhamento médico.

12. Princípios do tratamento da hipertensão


Hipertensivos são medicamentos utilizados no tratamento da hipertensão arterial, com o
objetivo de reduzir a pressão arterial e prevenir ou minimizar as complicações decorrentes do
aumento crônico da pressão.

Existem diferentes classes de hipertensivos, com diferentes mecanismos de ação. Alguns


exemplos incluem:

1. Diuréticos: Os diuréticos atuam aumentando a excreção de sal e água pelos rins,


reduzindo o volume de líquidos no organismo e, consequentemente, a pressão arterial.
Exemplos incluem hidroclorotiazida e furosemida.

2. Beta-bloqueadores: Os beta-bloqueadores atuam reduzindo a frequência cardíaca e a


força das contrações do coração, o que leva a uma redução na pressão arterial.
Exemplos incluem propranolol e metoprolol.

3. Bloqueadores dos canais de cálcio: Os bloqueadores dos canais de cálcio atuam


reduzindo a entrada de cálcio nas células musculares das artérias, o que leva a uma
redução na contração e no estreitamento dos vasos sanguíneos, resultando em uma
redução na pressão arterial. Exemplos incluem amlodipina e nifedipina.

4. Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECAs): Os IECAs atuam bloqueando


a enzima que converte a angiotensina I em angiotensina II, um hormônio que causa
vasoconstrição e aumento da pressão arterial. Dessa forma, os IECAs levam a uma
redução da pressão arterial e também podem ter efeitos benéficos em outras
condições de saúde, como insuficiência cardíaca e doença renal. Exemplos incluem
enalapril e captopril.

5. Bloqueadores dos receptores de angiotensina II (BRA): Os BRA atuam bloqueando os


receptores de angiotensina II, impedindo que o hormônio exerça seus efeitos
vasoconstritores e de aumento da pressão arterial. Exemplos incluem losartan e
valsartan.
Além dessas classes de hipertensivos, existem outras opções de medicamentos com diferentes
mecanismos de ação, como os vasodilatadores diretos, os alfa-bloqueadores e os inibidores da
renina. O tratamento da hipertensão arterial deve ser individualizado, levando em conta as
características e necessidades de cada paciente.

13. Princípios do tratamento do Diabetes


Os fármacos para diabetes são medicamentos que ajudam a controlar a glicemia (nível de
açúcar no sangue) em pacientes com diabetes mellitus. Existem vários tipos de fármacos para
diabetes, cada um com um mecanismo de ação diferente. Alguns exemplos incluem:

1. Metformina: é um hipoglicemiante oral que diminui a produção de glicose pelo fígado


e aumenta a sensibilidade dos tecidos à insulina.

2. Insulina: é uma hormona que ajuda a regular o açúcar no sangue. É usada para tratar
pessoas com diabetes tipo 1 e em algumas pessoas com diabetes tipo 2 que não
conseguem controlar a glicemia com outros medicamentos.

3. Inibidores da dipeptidil peptidase 4 (DPP-4): ajudam a reduzir a glicemia pós-prandial


(após as refeições) bloqueando a enzima DPP-4, que degrada o hormônio incretina.

4. Inibidores do cotransportador de sódio-glicose 2 (SGLT2): ajudam a reduzir a glicemia


bloqueando a absorção de glicose pelos rins.

5. Análogos do GLP-1: ajudam a reduzir a glicemia aumentando a secreção de insulina e


diminuindo a produção de glucagon.

Esses são apenas alguns exemplos dos fármacos para diabetes disponíveis. O tipo de
medicamento e a dosagem adequada dependerão do tipo de diabetes e das necessidades
individuais de cada paciente. É importante seguir as orientações do médico e manter uma
alimentação saudável e prática de exercícios físicos regulares para um controle adequado da
glicemia.

A diabetes tipo 1 e tipo 2 apresentam diferenças significativas em relação à sua fisiopatologia e,


portanto, em relação aos seus tratamentos farmacológicos.

Na diabetes tipo 1, o pâncreas é incapaz de produzir insulina suficiente devido à destruição das
células beta do pâncreas pelo sistema imunológico. Como resultado, o tratamento da diabetes
tipo 1 envolve a administração de insulina exógena, geralmente por meio de injeções
subcutâneas, para substituir a insulina que o corpo é incapaz de produzir.

Já na diabetes tipo 2, o corpo ainda produz insulina, mas as células tornam-se resistentes à sua
ação. O tratamento da diabetes tipo 2 pode envolver uma variedade de medicamentos,
incluindo:

• Metformina: um hipoglicemiante oral que reduz a produção de glicose pelo fígado e


aumenta a sensibilidade dos tecidos à insulina.

• Inibidores da dipeptidil peptidase 4 (DPP-4): que ajudam a reduzir a glicemia pós-


prandial (após as refeições) bloqueando a enzima DPP-4, que degrada o hormônio
incretina.
• Inibidores do cotransportador de sódio-glicose 2 (SGLT2): que ajudam a reduzir a
glicemia bloqueando a absorção de glicose pelos rins.

• Análogos do GLP-1: que ajudam a reduzir a glicemia aumentando a secreção de


insulina e diminuindo a produção de glucagon.

Além disso, a dieta e o exercício físico são importantes no tratamento da diabetes tipo 2 e
podem ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir a glicemia. Em alguns casos, a
diabetes tipo 2 pode progredir e exigir o uso de insulina exógena para controlar a glicemia.

É importante que o tratamento da diabetes seja individualizado e monitorado de perto por um


profissional de saúde qualificado para garantir que a glicemia seja controlada adequadamente
e prevenir complicações a longo prazo da doença.

14. Anticoagulantes, antiagregantes e trombolíticos


Os fármacos anticoagulantes, antiagregantes e trombolíticos são utilizados no tratamento e
prevenção de distúrbios hemostáticos, como a formação de coágulos sanguíneos.

• Anticoagulantes: são medicamentos que impedem a formação de coágulos ou a sua


expansão. Eles inibem a coagulação do sangue, tornando-o mais fluido e menos
propenso à formação de trombos. Exemplos incluem a heparina, a varfarina, a
rivaroxabana, a apixabana, entre outros. O mecanismo de ação varia de acordo com o
fármaco utilizado, mas geralmente atuam na via da coagulação, inibindo a ação de
diferentes fatores envolvidos na formação do coágulo.

• Antiagregantes plaquetários: são medicamentos que impedem a agregação das


plaquetas, prevenindo a formação de coágulos. Eles são utilizados na prevenção de
doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral.
Exemplos incluem a aspirina, o clopidogrel, o prasugrel, entre outros. O mecanismo de
ação varia de acordo com o fármaco utilizado, mas geralmente atuam na inibição da
ativação e agregação das plaquetas.

• Trombolíticos: são medicamentos que dissolvem os coágulos já formados, restaurando


o fluxo sanguíneo. Eles são utilizados no tratamento de doenças tromboembólicas,
como o infarto agudo do miocárdio, o acidente vascular cerebral isquêmico e a
trombose venosa profunda. Exemplos incluem o alteplase, o tenecteplase, entre
outros. O mecanismo de ação é a conversão do plasminogênio em plasmina, que
degrada a fibrina, principal componente dos coágulos sanguíneos.

15. Anestésicos gerais e locais


Os anestésicos são medicamentos utilizados para bloquear a sensação de dor ou produzir uma
perda temporária da consciência. Eles são amplamente utilizados em procedimentos cirúrgicos,
odontológicos e diagnósticos.

Os anestésicos podem ser classificados em duas categorias principais: anestésicos gerais e


anestésicos locais.
• Anestésicos gerais: esses medicamentos produzem uma perda total da consciência e
são usados em procedimentos cirúrgicos. Eles podem ser administrados por inalação
ou injeção. Exemplos de anestésicos gerais incluem propofol, etomidato, tiopental,
entre outros. O mecanismo de ação dos anestésicos gerais envolve a interação com
receptores no cérebro que inibem a transmissão de sinais nervosos, resultando em
perda de consciência.

• Anestésicos locais: esses medicamentos produzem uma perda temporária da sensação


em uma área específica do corpo. Eles são frequentemente usados em procedimentos
odontológicos e cirúrgicos menores. Exemplos de anestésicos locais incluem lidocaína,
bupivacaína, ropivacaína, entre outros. O mecanismo de ação dos anestésicos locais
envolve a inibição da condução dos sinais nervosos nas fibras nervosas locais,
resultando em anestesia da área afetada.

16. Princípios da Farmacologia do SNC


A farmacologia do sistema nervoso central (SNC) é a área da farmacologia que estuda os
medicamentos que afetam o funcionamento do cérebro e da medula espinhal. Esses
medicamentos podem ser usados para tratar uma variedade de doenças e transtornos,
incluindo ansiedade, depressão, distúrbios do sono, esquizofrenia, epilepsia e dor.

Existem diferentes classes de medicamentos que afetam o SNC, incluindo:

• Analgésicos: esses medicamentos são usados para tratar a dor. Eles podem ser
opioides, como a morfina, ou não opioides, como o paracetamol. O mecanismo de
ação dos analgésicos envolve a inibição dos sinais de dor no SNC.

• Ansiolíticos e sedativos: esses medicamentos são usados para tratar a ansiedade e os


distúrbios do sono. Eles incluem benzodiazepínicos, como o diazepam, e os
barbitúricos, como o fenobarbital. O mecanismo de ação dos ansiolíticos e sedativos
envolve a redução da atividade no SNC, o que leva à sedação e ao relaxamento
muscular.

• Antidepressivos: esses medicamentos são usados para tratar a depressão e outros


transtornos de humor. Eles incluem inibidores seletivos de recaptação de serotonina
(ISRS), como a fluoxetina, e inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina
(IRSN), como a venlafaxina. O mecanismo de ação dos antidepressivos envolve o
aumento dos níveis de neurotransmissores no SNC, como a serotonina e a
noradrenalina.

• Antipsicóticos: esses medicamentos são usados para tratar a esquizofrenia e outros


transtornos psicóticos. Eles incluem os antipsicóticos típicos, como a clorpromazina, e
os antipsicóticos atípicos, como a olanzapina. O mecanismo de ação dos antipsicóticos
envolve a modulação dos sistemas de neurotransmissores dopamina e serotonina no
SNC.

• Anticonvulsivantes: esses medicamentos são usados para tratar a epilepsia e outras


condições convulsivas. Eles incluem a carbamazepina, o ácido valproico e a fenitoína. O
mecanismo de ação dos anticonvulsivantes envolve a inibição da atividade elétrica
excessiva no SNC.
O estudo da farmacologia do SNC é importante para o desenvolvimento de novos
medicamentos para tratar as doenças e transtornos associados ao cérebro e à medula espinhal.
Os pesquisadores continuam a explorar as complexas vias de sinalização e os mecanismos
moleculares que regem o funcionamento do SNC, a fim de desenvolver novas opções
terapêuticas mais eficazes e seguras.

17. Antidepressivos
Os antidepressivos são fármacos utilizados no tratamento da depressão e de outras condições
psiquiátricas, como transtornos de ansiedade e transtornos obsessivo-compulsivos. Eles agem
no sistema nervoso central (SNC) aumentando a disponibilidade de neurotransmissores, como
a serotonina, noradrenalina e dopamina, que estão envolvidos na regulação do humor,
ansiedade e comportamento.

Existem diferentes classes de antidepressivos, cada uma com um mecanismo de ação


específico. Alguns exemplos são:

• Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS): Exemplos incluem fluoxetina,


sertralina e paroxetina. Eles atuam bloqueando a recaptação de serotonina pelos
neurônios, aumentando sua disponibilidade no cérebro.

• Inibidores seletivos de recaptação de noradrenalina e serotonina (ISRSN): Exemplos


incluem venlafaxina e duloxetina. Além de bloquear a recaptação de serotonina, eles
também inibem a recaptação de noradrenalina.

• Antidepressivos tricíclicos (ATC): Exemplos incluem amitriptilina, nortriptilina e


imipramina. Eles também inibem a recaptação de serotonina e noradrenalina, mas têm
uma ação menos seletiva do que os ISRSN.

• Inibidores da monoaminoxidase (IMAO): Exemplos incluem tranilcipromina e


moclobemida. Eles bloqueiam a enzima monoaminoxidase, responsável pela quebra
de serotonina, noradrenalina e dopamina.

• Agonistas de receptores de serotonina: Exemplos incluem buspirona e mirtazapina.


Eles estimulam diretamente os receptores de serotonina, aumentando a sua atividade
no cérebro.

É importante lembrar que o uso de antidepressivos deve ser feito apenas com orientação
médica, pois eles podem apresentar efeitos colaterais e interações com outros medicamentos.
Além disso, o tratamento da depressão deve envolver também medidas não farmacológicas,
como psicoterapia e mudanças no estilo de vida.

18. Anticonvulsivantes
Os fármacos anticonvulsivantes são utilizados para tratar convulsões e epilepsia. Eles podem
atuar de várias maneiras, incluindo o aumento da inibição neuronal, a redução da excitação
neuronal e o bloqueio dos canais iônicos. Alguns exemplos incluem:
1. Fenitoína: age bloqueando os canais de sódio nas células nervosas, prevenindo a
propagação de sinais anormais que podem desencadear convulsões.

2. Carbamazepina: funciona de maneira semelhante à fenitoína, bloqueando os canais de


sódio nas células nervosas.

3. Ácido valpróico: atua aumentando a inibição neuronal por meio do aumento da


liberação de ácido gama-aminobutírico (GABA), um neurotransmissor que ajuda a
reduzir a atividade cerebral.

4. Lamotrigina: age bloqueando a liberação de glutamato, um neurotransmissor


excitatório que pode desencadear convulsões.

5. Topiramato: bloqueia os canais de sódio e também atua no aumento da inibição


neuronal por meio da regulação do GABA.

Esses são apenas alguns exemplos de fármacos anticonvulsivantes e seus mecanismos de ação.
Há uma variedade de outros fármacos anticonvulsivantes com diferentes mecanismos de ação
que podem ser prescritos com base na condição do paciente e na gravidade das convulsões.

19. Hipnoanalgésicos
Os hipnoanalgésicos são fármacos que combinam propriedades sedativas, ansiolíticas e
analgésicas, usados para o tratamento da dor crônica ou aguda. Eles são compostos por
diferentes classes de medicamentos, como os opioides, os antidepressivos tricíclicos, os
anticonvulsivantes e os ansiolíticos.

Os opioides, como a morfina e a codeína, agem se ligando aos receptores opioides no sistema
nervoso central, inibindo a transmissão da dor e produzindo uma sensação de prazer e
relaxamento. Eles são muito eficazes no alívio da dor, mas podem causar efeitos colaterais
como sonolência, náuseas, constipação e dependência.

Os antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina e a nortriptilina, aumentam a


disponibilidade de neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina no sistema
nervoso central, ajudando a aliviar a dor. Eles também podem causar efeitos colaterais como
sonolência, boca seca e visão turva.

Os anticonvulsivantes, como a gabapentina e a pregabalina, atuam reduzindo a excitabilidade


dos neurônios, o que ajuda a aliviar a dor neuropática. Eles podem causar efeitos colaterais
como sonolência, tonturas e ganho de peso.

Os ansiolíticos, como o diazepam e o lorazepam, ajudam a reduzir a ansiedade e a tensão


muscular, o que pode contribuir para o alívio da dor. No entanto, eles podem causar sonolência
e dependência.

É importante ressaltar que esses medicamentos devem ser prescritos por um médico e
utilizados de acordo com as recomendações, pois podem causar efeitos colaterais e interações
medicamentosas prejudiciais.

20. Hipnóticos/Antipsicóticos
Os hipnóticos e antipsicóticos são dois grupos distintos de fármacos, com mecanismos de ação
diferentes e indicações terapêuticas distintas.

Os hipnóticos são fármacos utilizados para promover o sono ou sedação em pacientes com
insônia ou distúrbios do sono. Exemplos incluem o zolpidem, zopiclona e barbitúricos. O
mecanismo de ação desses fármacos geralmente envolve a modulação do sistema GABAérgico,
aumentando a atividade inibitória do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA) no
cérebro, o que leva à sedação e ao sono.

Já os antipsicóticos são fármacos utilizados principalmente para tratar sintomas psicóticos,


como alucinações, delírios e pensamento desorganizado em transtornos como esquizofrenia e
transtorno bipolar. Exemplos incluem a clozapina, risperidona e olanzapina. O mecanismo de
ação desses fármacos geralmente envolve a modulação do sistema dopaminérgico e, em
alguns casos, também do sistema serotoninérgico. Os antipsicóticos atuam bloqueando os
receptores de dopamina no cérebro, o que reduz a atividade dopaminérgica e,
consequentemente, reduz os sintomas psicóticos. Alguns antipsicóticos também têm efeitos
antagonistas em receptores de serotonina e noradrenalina, o que pode ajudar a melhorar o
humor e a ansiedade.

21. Princípios do tratamento de doenças Neurodegenerativas


As doenças neurodegenerativas são caracterizadas pela progressiva morte de células nervosas,
levando a distúrbios motores e cognitivos irreversíveis. O tratamento dessas doenças é
desafiador, e muitas vezes é voltado para a redução dos sintomas e a melhoria da qualidade de
vida dos pacientes.

Alguns exemplos de doenças neurodegenerativas são a doença de Alzheimer, a doença de


Parkinson e a esclerose lateral amiotrófica (ELA).

Para a doença de Alzheimer, o tratamento farmacológico inclui inibidores da


acetilcolinesterase, que aumentam a disponibilidade de acetilcolina no cérebro e podem
melhorar a cognição e a memória. Alguns exemplos de inibidores da acetilcolinesterase são
donepezila, rivastigmina e galantamina. Além disso, em casos mais avançados, pode ser
indicado o uso de memantina, que age como um antagonista dos receptores NMDA e pode
melhorar a cognição.

No caso da doença de Parkinson, o tratamento inclui o uso de dopaminérgicos, como a


levodopa, que é convertida em dopamina no cérebro e ajuda a aliviar os sintomas motores.
Outros exemplos de dopaminérgicos são a bromocriptina, a pramipexol e a ropinirol. Além
disso, podem ser utilizados inibidores da MAO-B, como a selegilina, que reduzem a degradação
da dopamina no cérebro.

Para a ELA, o tratamento é mais limitado e inclui principalmente o uso de riluzol, que age
diminuindo a liberação de glutamato e pode prolongar a sobrevida dos pacientes em alguns
meses.

É importante ressaltar que o tratamento de doenças neurodegenerativas é complexo e deve


ser individualizado, levando em consideração a gravidade dos sintomas, a idade e a condição
clínica geral do paciente. Além disso, é fundamental um acompanhamento multidisciplinar,
envolvendo médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, entre outros
profissionais de saúde.

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