Você está na página 1de 20

LICENCIATURA EM: Enfermagem Modulo- 04

Disciplina: Fundamentos de 1º e 4º Ano- 2022/23


enfermagem Docente: Rodrigues José
Tema: Administração de medicamentos

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
INTRODUÇÃO
A administração de medicamentos é entendida como um cuidado de enfermagem,
cabendo a enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem assistirem ao cliente no que
diz respeito à terapêutica medicamentosa. É um cuidado que, em geral, depende da
prescrição médica, mas nem por isso isenta a responsabilidade de quem prepara e
administra os remédios.
A administração de medicamentos é uma das actividades mais corriqueiras
desenvolvidas pela equipe de enfermagem e, ao mesmo tempo, traduz a eficiência, a
responsabilidade, a técnica e a destreza do profissional nessa actividade.
Para que o profissional possa preparar e administrar um medicamento com segurança e
qualidade, é necessário que conheça os princípios científicos farmacológicos de cada
droga manipulada. Esses princípios envolvem, basicamente, acção, dose, efeitos
adversos, métodos e precauções na administração.
Conceito: Administração de medicamento
É o processo de preparo e introdução de medicamento no organismo humano, visando
obter efeitos terapêuticos.
A administração de medicamentos é dos procedimentos de maior responsabilidade para
a equipe de enfermagem. Para executar este procedimento é necessário conhecimento
sobre farmacologia e terapêutica médica, principalmente em relação acção, a dose, aos
efeitos colaterais e as vias de administração.
A via prescrita para a administração de um medicamento depende das propriedades e
dos efeitos que se espera, assim como das condições físicas e mentais do paciente. A
enfermagem deve colaborar com o médico para determinar a melhor via de
administração para o medicamento prescrito.
Para evitar erros na administração de medicamentos, é fundamental que os profissionais
de enfermagem adoptem padrões durante a execução do procedimento. Desse modo,
toda vez que for administrar um medicamento, siga a regra dos “CINCO CERTOS” 0u
“NOVE CERTOS” na administração de uma medicação.

1
1) Paciente CERTO;
2) Medicamento CERTO;
3) Dose CERTA;
4) Via CERTA;
5) Hora CERTA;
6) Compatibilidade medicamentosa;
7) Orientação ao paciente;
8) Direito do paciente em recusar a medicação;
9) Anotação CERTA.

Vias de administração de medicamentos

São locais onde os medicamentos são aplicados especialmente para facilitar o


transporte, absorção, a difusão, metabolismo dentro das células e excreção.
Os medicamentos podem ser administrados de várias formas, dependendo da indicação
e do tempo de acção pretendido. Cada via tem sua importância e particularidade,
exigindo do profissional treinamento e técnica específico para cada uma. Algumas,
podem ser realizadas em casa, pelo cuidador ou pelo próprio cliente, ao passo que outras
só podem ser realizadas por profissional capacitado e treinado.
Sendo assim, existe três principais vias que são: Via entérica ou Enteral; Via
parentérica ou parenteral; Via tópica ∕ Tecido mucosa.
 VIA PARENTERAL
Conceito: a administração parenteral envolve perfuração cutânea (Pelé) por meio de
agulhas ou cateteres e injectar um medicamento nos tecidos corporais. Exemplos:
1) Intradérmico (ID): injecção na derme, exactamente abaixo da epiderme.
Tipicamente as injecções ID são utilizadas para testes cutâneos, por exemplo,
hipersensibilidade, processo de dessensibilização e imunização (BCG). Por
serem potentes, esses medicamentos são injectados na derme, onde o aporte
sanguíneo é reduzido e a absorção é mais lenta. O ângulo de inserção da agulha
vária de 5° a 15° e o bisel deve estar voltado para
cima. Somente pequenos volumes podem deve ser
administrados por esta via (máximo de 0,5 mL).
2) Subcutâneo (SC): injecção nos tecidos
exactamente abaixo da derme. Como o tecido
subcutâneo não é tão ricamente suprido com

2
sangue quanto os músculos, a absorção do medicamento por esta via é mais
lenta em relação à via IM. Em geral utiliza-se um ângulo de 45° ou 90° para
inserção da agulha com o bisel lateralizado. Apenas pequenas doses (0,5 a 1,5
mL) de medicamentos hidrossolúveis devem ser administradas pela via SC. Em
crianças são dados volumes menores que 0,5 mL.
3) Intramuscular (IM): injecção no músculo. A via IM oferece uma absorção
mais rápida do medicamento do que a subcutânea, devido a maior
vascularização do músculo. O ângulo de inserção da agulha deve ser de 90° com
o bisel lateralizado. Dependendo do local de administração essa via suporta no
máximo de 4 a 5 mL de volume de medicamento. Contudo, 3 mL administrado
em um músculo maior é o suficiente para não gerar desconforto muscular
intenso. Crianças, idosos e pessoas magras suportam apenas 2 mL. Não
administrar mais que 1 mL em crianças pequenas e mais velhas.
4) Intravenoso ou Endovenoso (IV, EV): injecção na veia. Ao utilizar a via IV,
observe o paciente de perto para detectar sintomas relacionados a reacções
adversas. Após a entrada da medicação na corrente sanguínea, ela começa a agir
imediatamente, não havendo maneira de interromper sua acção. Cuide para
evitar erros nos cálculos e na preparação da dose, siga os CINCO CERTOS. A
administração EV pode ser realizada por meio dos seguintes métodos:
a) Infusões de grande volume: dos três métodos de administração de
medicamentos EV, este é o mais seguro e o mais fácil. Como o medicamento
não está na forma concentrada, o risco de efeitos colaterais ou reacções fatais é
mínimo quando infundido no tempo correto. Os medicamentos são diluídos em
grandes volumes (500 ou 1.000 mL) de líquidos compatíveis, como solução
fisiológica 0,9% ou solução de Ringer lactato.
b) Bolus endovenoso: o bolus intravenoso constitui a introdução de uma dose
concentrada de medicamento directamente na circulação. Este é o método mais
perigoso para administrar medicamentos, porque não existe momento para
corrigir erros. Além disso, o bolus pode provocar irritação directa do
revestimento dos vasos sanguíneos.
c) Infusão em paralelo: é composta por um pequeno frasco ou bolsa EV (25 a 250
mL) conectado a linhas com equipos curtos, que se ligam à torneirinha de três
vias de uma infusão primária ou a um acesso venoso intermitente. No conjunto

3
de infusão em paralelo, a linha principal não infunde, quando medicamento em
paralelo está sendo infundido.
 VIA ENTERAL/ ENTÉRICA
Conceito: a via não parenteral envolve a administração de medicamentos por vias que
não requerem a injecção nos tecidos corporais.
É quando um medicamento é introduzido por um orifício natural ou seja, administrar os
medicamentos sem precisar a perfuração cutânea ou requerer o uso da injecção.
Exemplos:
1) Via oral: administração de medicamentos pela boca. A via oral é a mais fácil e mais
desejada. Os pacientes normalmente são capazes de ingerir ou auto administrar
medicamentos orais com quase nenhum problema.
2) Via sublingual: colocação de medicamento debaixo da
língua. Esta via possibilita absorção mais rápida que a via
oral. Na administração, orientar o paciente a não mastigar e a
não engolir o medicamento.
3) Via gástrica ou enteral: introdução de medicamentos por
meio da sonda gástrica ou enteral. Antes de dar um medicamento por esta via,
verificar se a localização da sonda é compatível com a absorção da medicação
(estômago ou jejuno). Optar sempre por medicamentos líquidos, quando disponível.
Alguns medicamentos podem ser esmagados ou cápsulas abertas para misturar com
uma solução de administração. Nunca utilizar água de torneira como solução.
 AS MUCOSAS
É quando o medicamento é introduzido pela mucosa, pele ou transdérmica. . Exemplos:
1) Via ou cutânea: aplicação de medicamento por fricção na pele. Esta via envolve o
uso de pomadas ou cremes. Sua acção pode ser local ou geral.
2) Via de inalação: administração por meio de inaladores manuais por meio de
aerossóis em spray, borrifação, ou pó que penetram nas vias pulmonares. A rede
alvelocapilar absorve o medicamento rapidamente.
3) Via ocular: aplicação de medicamentos directamente na bolsa
conjuntival. Os medicamentos comuns utilizados pelos
pacientes são os colírios e as pomadas oftálmicas. Grande
parte dos pacientes que recebem medicamentos oftálmicos é
idosa.

4
4) Via otológica: administração de medicamentos directamente
no conduto auditivo externo. O uso de medicações por esta
via deve ser feito cuidadosamente devido ao risco de
perfuração do timpânico quando se usa de pressão excessiva.
5) Via nasal: instilação de medicamentos pelas narinas. A
forma mais comum de instilação nasal é o spray ou gotas
descongestionantes utilizadas para aliviar os sintomas de
congestão nasal ou resfriado. O soro fisiológico 0,9% é o
mais seguro como descongestionante do que soluções nasais,
que contêm simpatomiméticos.
6) Via rectal: administração de medicamentos na mucosa rectal
por meio do orifício anal. Geralmente as medicações rectais
são utilizadas para auxiliar na defecação (uso de
supositórios). Os supositórios rectais possuem formato de
balas de resolver, sua extremidade arredonda evita um trauma
durante a inserção.
7) Via vaginal: introdução de medicamentos no canal da vagina. As medicações
vaginais estão disponíveis como supositórios, espuma, géis ou cremes. Durante a
aplicação é fundamental utilizar luvas de acordo com as precauções padrão, isso
inclui orientar o paciente na auto-administração.

Vantagens e Desvantagens das Vias de Administração de Medicamentos

Principais vias Sub-vias Vantagens Desvantagens


de
Administração
Confortável, económico e Absorção variável, efeito de
1o a passagem, irritação
segura, fácil, confortável, pode
produzir efeitos locais ou TGI, dificuldade de engolir,
VO sistémicos com náusea, com sucção
Enteral ou entérica gástrica, inconsciente ou
confuso e que não estiver
disposto a cooperar.
Sem efeito de 1 Poucos fármacos
SL A passagem, evita pH ácido, disponíveis
início de acção rápido.
Biodisponibilidade mais Custo, risco de infecções,
Para enteral ou previsível, efeito imediato, útil desconfortável, difícil
EV na emergência,
para entérica reverter o efeito em caso de
veículo irritante. erro/toxicidade. Não pode

5
injectar veículo oleoso.
Evita o efeito de 1a passagem eDor e irritação local,
IM Rápida absorção volume restrito, absorção
errática.
Absorção lenta. Pequenos volumes,
SC
fármacos não irritantes
Rápido início de acção, efeito Custo, irritação local e
local ou sistémico Absorção imprevisível,
Inalatória difícil para alguns pacientes
Mucosas ou outras segurar ou manipular o
vias nebulizador correctamente.
Rectal Útil em caso de vómito, efeito Desconforto, irritação local
de 1º a passagem parcialmente
evitado, crianças

PREPARAÇÃO DE INJEÇÕES: FRASCOS-AMPOLAS E AMPOLAS


Seringas
As seringas são de uso único, descartáveis e de tipo Luer-Lok (com rosca) ou não Luer-
Lok (encaixe). São embaladas separadamente, em um invólucro de papel ou recipiente
de plástico rígido. As seringas vêm com ou sem uma agulha estéril ou um dispositivo de
segurança sem agulha. As partes de uma seringa são mostradas nas Figuras abaixo.
Partes de uma seringa Partes de uma agulha

Tipos de seringa
A seringa. A, Seringa Luer-Lok de 3 mL marcada
em 0,1(décimos). B, Seringa de tuberculina
marcada em 0,01 (centésimo) para doses de menos
de 1 mL. C, Seringa de insulina marcada em
unidades (100). D, Seringa de insulina marcada
em unidades (50) para baixa dose.

6
A, Medicamento em ampolas. B, Medicamento em frascos-ampolas

IMPLEMENTAÇÃO paraPREPARAÇÃO DE INJEÇÕES: FRASCOS-AMPOLAS E


AMPOLAS
ETAPA
1. Veja Protocolo Padrão (ao final do livro).
2. Preparar os medicamentos:
a) Se estiver usando um carrinho de medicação, movê-lo para fora do quarto do
paciente.
b) Destravar a gaveta de medicamentos ou carrinho ou acessar o sistema de
dispensação de medicamentos computadorizado.
c) Preparar os medicamentos para um paciente de cada vez.
d) Manter juntas todas as páginas do MAR ou impressões do computador para um
paciente ou olhar o MAR electrónico de apenas um paciente por vez.
e) Seleccionar o medicamento correto do suprimento de estoque ou gaveta de dose
unitária. Comparar o rótulo de medicação com o MAR ou impressão do
computador ou tela do computador.
f) Verificar a data de validade em cada medicamento, uma por vez.
g) Calcular a dose de medicamento, quando necessário.
h) Verificar duas vezes o cálculo. Pedir a outro enfermeiro que verifique os
cálculos, se necessário.
i) Se estiver preparando uma substância controlada, verificar o Registro da
contagem prévia do medicamento e comparar com o suprimento disponível.
j) Não deixar os medicamentos sem supervisão.
3. Preparar a ampola.

7
a) Bater com os dedos no topo da ampola delicada e rapidamente até que o líquido
saia do gargalo da ampola (ilustração).
b) Colocar uma pequena compressa de gaze ou chumaço sem álcool ao redor do
gargalo da ampola (ilustração).
c) Estalar o gargalo da ampola rapidamente e com firmeza para longe das mãos
(ilustração).
d) Aspirar o medicamento rapidamente, usando uma agulha de filtro com
comprimento suficiente para atingir o fundo da ampola para ter acesso ao
medicamento.
e) Segurar a ampola de cabeça para baixo ou colocar em uma superfície plana.
Inserir a agulha de filtro no centro da abertura da ampola. Não deixar a ponta ou
o eixo da agulha tocar a borda da ampola.
f) Aspirar o medicamento para a seringa puxando delicadamente o êmbolo para
trás (ilustrações).

ETAPA 3f A, Medicamento
aspirado com ampola invertida. B,
Medicamento aspirado com a
ampola em uma superfície plana

8
g) Manter a ponta da agulha sob a superfície do líquido. Inclinar a ampola para
trazer todo o líquido ao alcance da agulha.
h) Se você aspirar bolhas de ar, não ejectar o ar para a ampola.
i) Para ejectar o excesso de bolhas de ar, retirar a agulha da ampola. Segurar a
seringa com a agulha apontada para cima. Bater na lateral da seringa com os
dedos para fazer com que as bolhas subam na direcção da agulha. Puxar o
êmbolo discretamente para trás e empurrar o êmbolo para cima para ejectar o ar.
Não ejectar o líquido.
j) Se a seringa contiver excesso de líquido, usar uma pia para descarte. Segurar a
seringa verticalmente com a ponta da agulha para cima e discretamente inclinada
na direcção da pia. Ejectar lentamente o excesso de líquido na pia. Verificar
novamente o nível de líquido na seringa segurando-a em posição vertical.
k) Cobrir a agulha com sua bainha ou tampa de protecção.
l) Troque a agulha de filtro por uma agulha com dispositivo de segurança regular.
4. Preparar um frasco-ampola contendo uma solução.
a) Remover a protecção que cobre no topo do frasco-ampola para expor a borracha
estéril. Se um frasco-ampola de múltiplas doses tiver sido usado antes, a
cobertura já foi removida. Limpar a superfície de borracha firme e rapidamente,
usando um algodão com álcool e deixar secar.
b) Pegar a seringa e remover a protecção da agulha ou a agulha de ponta rompa
(ilustração). Puxar o êmbolo para trás para aspirar uma quantidade de ar para a
seringa equivalente ao volume do medicamento que será retirado do frasco-
ampola.
c) Com o frasco-ampola em uma superfície plana, inserir a dispositivo sem agulha
ou a agulha pelo centro da vedação de borracha. Aplicar pressão à ponta da
agulha durante a inserção.
d) Injectar ar no espaço aéreo do frasco-ampola, segurando o êmbolo. Empurrar o
êmbolo com uma pressão firme; às vezes, o êmbolo é forçado para trás pela
pressão de ar no interior do frasco-ampola.
e) Inverter o frasco-ampola ao mesmo tempo que segura firmemente a seringa e o
êmbolo. Segurar o frasco-ampola entre os dedos polegar e indicador da mão não
dominante. Segurar a extremidade do cilindro da seringa e do êmbolo com o
polegar e o dedo indicador da mão dominante para compensar a pressão no
frasco-ampola.

9
f) Manter a ponta da agulha abaixo do nível de líquido.
g) Deixar que a pressão do frasco-ampola preencha a seringa gradualmente com o
medicamento (ilustração). Se necessário, puxar o êmbolo discretamente para trás
para obter uma quantidade correta de solução.
h) Quando tiver obtido o volume desejado, posicionar a agulha no espaço aéreo do
frasco-ampola; bater com cuidado na lateral do cilindro da seringa para deslocar
qualquer bolha de ar. Ejectar qualquer ar remanescente no topo da seringa dentro
do frasco-ampola.
i) Remover o dispositivo sem agulha ou a agulha do frasco-ampola puxando-o para
trás no cilindro da seringa.
j) Segurar a seringa no nível dos olhos em um ângulo de 90 graus para garantir o
volume correto e a ausência de bolhas de ar. Remover qualquer ar remanescente
batendo no cilindro para deslocar qualquer bolha de ar. Puxar o êmbolo
discretamente para trás e empurrar o êmbolo para cima para ejectar o ar. Não
ejectar o líquido. Verificar novamente o volume do medicamento.
k) Se precisar injectar o medicamento no tecido do paciente, trocar por uma agulha
de calibre e comprimento apropriados de acordo com a via de administração do
medicamento.
l) Para frascos-ampolas de múltiplas doses, preparar um rótulo que inclua a data de
abertura do frasco-ampola e suas iniciais.
5. Preparar um frasco-ampola com soluto pó (reconstituição de medicamento).
a) Remover a protecção que cobre o frasco-ampola do soluto em pó e a protecção
que cobre o frasco-ampola do diluente adequado. Esfregar com firmeza as duas
coberturas com algodão com álcool e deixar secar.
b) Aspirar o volume desejado do diluente para a seringa seguindo as Etapas 4b a 4j.
c) Inserir a ponta do dispositivo sem agulha ou com agulha pelo centro do lacre de
borracha do frasco-ampola do soluto em pó. Injectar os diluentes no frasco-
ampola. Remover a agulha.
d) Misturar o medicamento completamente. Rolar nas palmas das mãos. Não
agitar.
e) O medicamento reconstituído no frasco-ampola está pronto para ser aspirado na
nova seringa. Ler cuidadosamente o rótulo para determinar a dose após a
reconstituição.

10
f) Aspirar o medicamento reconstituído na seringa. Inserir um dispositivo sem
agulha/agulha no frasco-ampola. Não adicionar mais ar. Seguir então as Etapas
4e a 4j.

6) Comparar o rótulo do medicamento com o MAR, tela do computador ou a


impressão do computador.
7) A terceira verificação de precisão ocorre ao lado do leito do paciente.

nnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn
PREPARO DE MEDICAMENTO PARA ADMINISTRAÇÃO POR VIA
PARENTERAL
Definição

11
Método para o preparo de medicamentos não absorvíveis pelo trato gastrointestinal.
Objectivo
Oferecer segurança e qualidade nas medicações realizadas pela via parenteral.
Executante
Enfermeiro, Técnico/Auxiliar de enfermagem.
Material necessário
 Uma Bandeja contendo:
 Seringa descartável, com dispositivo de segurança, apropriada à via de
administração e volume;
 Agulha descartável apropriada;
 Algodão;
 Álcool a 70%;
 Medicamento prescrito;
 Luvas de procedimento;
 Etiqueta para identificar o medicamento.
DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO
1) Checar o medicamento prescrito (droga certa), identificando a data/horário,
legibilidade, dosagem (dose certa), via de administração, resposta ao medicamento.
No caso de medicamentos trazidos em mãos, pelos pacientes, provenientes de outros
locais onde foram armazenados, checar procedência, lote, validade, transporte,
temperatura, e outras requisitos e solicitar para outro profissional realizar a dupla
checagem.
2) Reunir o material;
3) Higienizar as mãos;
4) Apresentar-se ao paciente e explicar o procedimento que será realizado, sanando
todas suas dúvidas antes de iniciar a execução;
5) Conferir atentamente nome, validade, presença de alteração de cor e/ou resíduos da
medicamento a ser administrado;
Se for Ampola:
1) Observar se todo o medicamento está na parte inferior da ampola;
2) Limpar o gargalo com algodão embebido em álcool a 70%;
3) Montar a seringa com agulha de grosso calibre;
4) Quebrar a ampola utilizando algodão ou gaze;

12
5) Segurar a ampola entre os dedos indicador e médio de uma das mãos, e com a
outra pegar a seringa e introduzir cuidadosamente dentro da ampola sem tocar as
bordas externas, com o bísel voltado para baixo, em contacto com o líquido;
6) Aspirar a dose prescrita;
Se for Frasco-Liófilo
1) Retirar o lacre metálico do frasco superior, limpar a borracha e o gargalo da
ampola com o diluente, usando algodão embebido em álcool a 70%;
2) Aspirar o diluente da ampola e introduzir o líquido no frasco ampola;
3) Retirar a seringa, sem contaminar a agulha;
4) Realizar rotação do frasco entre as mãos para misturar o líquido ao pó, evitando
a formação de espuma;
5) Colocar ar na seringa, na mesma quantidade do líquido que será aspirado do
frasco;
6) Erguer o frasco verticalmente, com a borracha voltada para baixo, logo após
introduzir a agulha, que está conectada à seringa, no mesmo e injectar o ar,
aspirando a dose prescrita;
Se for Frasco-Ampola:
1) Retirar o lacre metálico superior;
2) Limpar a borracha com algodão embebido em álcool a 70%;
3) Montar seringa com agulha de grosso calibre;
4) Colocar ar na seringa na mesma proporção da quantidade do líquido a ser
aspirado;
5) Erguer o frasco verticalmente, com a borracha voltada para baixo, logo após
introduzir a agulha, que está conectada a seringa, no mesmo e injectar o ar;
6) Aspirar a dose prescrita;
Ao final do preparo:
1) Deixar a seringa/ agulha para cima em posição vertical, expelindo todo o ar que
tenha penetrado;
2) Proteger a agulha com protector próprio;
3) Trocar a agulha conforme a especificidade do paciente, líquido e via de
administração;
4) Identificar com nome do paciente, nome do medicamento, via de administração,
horário de administração e colocar na bandeja;
5) Desprezar os materiais utilizados nos lixos apropriados;

13
6) Higienizar as mãos;
7) Manter ambiente de trabalho limpo e organizado
Observação
1) Evitar conversar durante a o processo de preparação de medicamentos;
2) Solicitar para outro profissional realizar a dupla checagem;
3) Se não conhecer o medicamento ou tiver dúvida sobre o mesmo, procurar o
enfermeiro do serviço;
4) Preparar o medicamento a ser administrada na presença do paciente;
5) Antes de administrar qualquer medicamento, assegure-se de que ele está na
temperatura ambiente, evitando dessa forma a ocorrência de hipotermia;
6) Durante a reconstituição, diluição e administração dos medicamentos, observe
qualquer mudança de coloração e formação de precipitado ou cristais. Caso
ocorra um desses eventos, interrompa o processo, procure a orientação do
farmacêutico;
7) Caso a dose do frasco seja fraccionada para vários horários, identificar frasco
com nome do paciente, nome e quantidade do medicamento, data e horário da
diluição;
8) Quando necessário diluir o medicamento em soro compatível, como SF 0,9% ou
água destilada;
9) Permanecer na unidade pós administração de medicamentos injectáveis para
observação.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR VIA INTRAMUSCULAR


Definição
Administração de medicamentos em tecido muscular.
Objectivo
Utilizar o tecido muscular como via de administração de medicamentos, beneficiando-
se da rápida absorção de substâncias por esse tecido.

Materiais necessários
 Um tabuleiro contendo:
 Seringa;
 Agulha 30 X37 mm ou 25X 36 mm (ou 13 X34,5 mm para recém-
nascidos);

14
 Algodão seco;
 Álcool a 70%;
 agulha para aspiração do medicamento;
 Medicação prescrita;
 Luvas de procedimento;
 Esferográfica;
 Bloco de anotação;
 Balde de descarte.
Técnica de Procedimento
1) Conferir os cinco certos (nomes do cliente e do fármaco, a dose, o horário e a via
de administração prescrita);
2) Informar o cliente e/ou seu acompanhante a respeito do procedimento e de sua
finalidade (fármaco, indicação, dose, frequência e dor);
3) Reunir os materiais necessários;
4) Higienizar as mãos;
5) Proceder a aspiração do medicamento com o auxílio de uma agulha de maior
calibre;
6) Determinar o local mais indicado para a administração do medicamento levando
em consideração os critérios citados acima;
7) Calçar as luvas de procedimento;
8) Posiciona o paciente na posição correcta e seleccione o local de aplicação do
medicamento.
9) Realizar anti-sepsia local com algodão embebido em álcool a 70% (de cima para
baixo ou circular);
10) Segurar a seringa com a mão dominante;
11) Fixar o músculo com a outra mão, entre os dedos indicador e polegar e utilizar a
técnica em “Z”;

15
12) Introduzir a agulha rapidamente com rapidez e firmeza em ângulo indicado (45º
ou 90º);
13) Após a introdução da agulha, soltar o músculo e aspirar para ver se não retorna
sangue (se retorna o sangue na seringa, não injecta o medicamento, retire a
agulha e comprima o local e reiniciar o procedimento de preparo do
medicamento);
14) Se não retornou o sangue, injectar a droga lentamente, dez segundos por ml, para
diminuir a dor e para que as fibras musculares ajustem-se ao volume injectado;
15) Retirar a agulha em movimento único e rápido e manter leve pressão local com
algodão seco;
16) Descartar a agulha e a seringa no local apropriado;
17) Retirar as luvas de procedimento e higienizar as mãos;

18) Conferir o horário da prescrição médica;


19) Anotar o procedimento no Plano de Assistência de enfermagem (hora,
procedimento, item da prescrição, via de administração, certificar-se dos dados
de identificação com a prescrição médica, observações, assinar e carimbar.

Observações
Locais de aplicação da injecção intramuscular
Região deltóide- Músculo deltóide:
Existe o potencial de lesão porque os nervos: axilar, radial, braquial e ulnar e a artéria
braquial estão situados na parte superior do braço, abaixo do tríceps e ao longo do
úmero.

A, Administração de injecção IM no deltóide. B, Visão anatómica do músculo deltóide.

16
Região ventroglútea- os músculos glúteos médio e mínimo
Constitui o local preferido para adultos e crianças de todas as idades, pode lesionar o
nervo tissular.
Para localizar a área ventroglútea, coloque a base da palma da mão sobre o trocanter
maior do paciente e o punho quase perpendicular ao fémur. Use a mão direita para o
qudril esquerdo e a mão esquerda para o quadril direito. Aponte o polegar na direcção
da região inguinal do paciente, o dedo indicador para a espinha ilíaca ântero-superior e
estenda o dedo médio para trás, ao longo da crista ilíaca e na direcção da nádega. O
dedo indicador, o dedo médio e a crista ilíaca formam um triângulo em forma de V. O
local da injecção é o centro do triângulo. Para relaxar esse músculo, coloque o paciente
em decúbito lateral, flexionando o joelho e o quadril, ou em decúbito dorsal.

Músculo vasto lateral


O músculo vasto lateral é outro local de injecção usado em adultos e é o local preferido
para administração de produtos biológicos (p. ex., imunizações) em lactentes.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR VIA ENDOVENOSA OU


INTRA-VENOSA
É a introdução de medicamentos directamente na corrente sanguínea, utilizando o
acesso venoso periférico ou central.

17
A medicação poderá ser administrada em qualquer veia periférica acessível, mas com
preferência para:
 Dorso das mãos;
 Antebraço;
 Fossa anticubital: Basílica, Mediana e Cefálica;
 Em alguns casos nas veias das pernas e pés.
Esta via é utilizada em casos de emergência na qual o paciente se encontra inconsciente,
como por exemplo, nos casos de Crise Hipoglicêmica, onde a conduta seria a
administração de Glicose 50% por via intra-venosa ( MENDES et al, 1988 ).
Materiais necessários
 Um tabuleiro contendo:
 Um cubarim;
 Agulha 40X12 para aspirar a medicação;
 Dispositivo venoso periférico conforme a prescrição;
 Seringa conforme volume da medicação;
 Garrote ou fita elástica;
 Algodão;
 Álcool 70º;
 Luvas de procedimento;
 Saco plástico para resíduo;
 Fita adesiva (esparadrapo, tegaderm, micropore) para fixação;
 Compressas;
 Medicamento prescrito;
 Etiqueta para identificação;
 Bloco de anotação.
Técnica de Procedimento
1) Ler a prescrição medica;
2) Fazer a etiqueta de identificação: leito, nome do paciente, nome da medicação,
dose, via e horário;
3) Higienizar as mãos;
4) Reunir material;
5) Conferir o 5 certo;

18
6) Fazer a desinfecção da ampola ou frasco – ampola com algodão humedecido
com álcool 70%,
7) Aspirar a medicação com agulha de 40X12;
8) Trocar a agulha de 40X12 por 30X8 e retirar o ar da seringa;
9) Identificar com o rótulo a seringa;
10) Colocar a medicação no tabuleiro, com algodão seco e embebido com álcool
70%, garrote e dispositivo escolhido, luvas de procedimento, fita adesiva e saco
plástico;
11) Levar a bandeja ao quarto do paciente;
12) Higienizar as mãos;
13) Manter material em ordem de uso previamente checado e próximo das mãos;
14) Orientar e comunicar o paciente sobre o procedimento;
15) Expor a área onde deverá ser feita a aplicação;
16) Colocar o membro em hiperextensão (se for o membro superior) colocar a
compressa sob o mesmo;
17) Calçar as luvas de procedimento;
18) Garrotear o membro aproximadamente 4 dedos acima do local escolhido para a
punção, cruzando suas extremidades (pontas), realizando um laço fixo, a fim de
produzir uma estase na rede venosa periférica. A compressão não deverá
ocasionar a interrupção da circulação arterial do membro;
19) Solicitar o paciente para abrir e fechar a mão várias vezes e conserva-la fechada
até segunda ordem;
20) Seleccionar a veia periférica;
21) Fazer anti-sepsia do local, utilizando algodão humedecido em álcool de 70%,
com movimento em sentido único, utilizando as varias faces do algodão;
22) Expulsar todo o ar da seringa, com agulha voltada para cima;
23) Posicionar o bisel da agulha para cima;
24) Esticar a pele, manter a veia fixa com o polegar de uma das mãos (não
dominante) e com a outra (dominante) introduzir a agulha antes do local onde a
veia deverá ser alcançada, segurando a seringa. A confirmação de acesso está na
luz do vaso. Faz-se pela aspiração de sangue para o interior da seringa e pela
sensação táctil;
25) Retirar o garrote e pedir ao paciente que abra a mão;

19
26) Injectar lentamente, evitando a sobrecarga da circulatória e sensações
desagradáveis ao paciente;
27) Observar as reacções do paciente através de sua fisionomia e inspecção do local
da punção;
28) Retirar a agulha com movimento único, após a injecção do liquido comprimido
o local com algodão seco;
29) Manter ambiente em ordem, reunindo todo material utilizado e despreza-lo no
expurgo em local adequado (caixa de perfurocortantes);
30) Retirar as luvas de procedimento;
31) Posicionar o paciente confortavelmente;
32) Higienizar as mãos;
33) Checar a Prescrição médica;
34) Realizar o Registro de Enfermagem (hora, procedimento, item da prescrição, via
de administração, conferencia dos dados de identificação com a prescrição
médica, observação, assinar e carimbar.

MEDICAMENTOS DILUIDOS EM SORO


Acrescentar 1 equipo de soro e dispositivo escolhido.
Técnica de Procedimento
1) Mesmo procedimento de punção da via Endovenosa;
2) Retirar o ar do equipo, conectando no frasco de soro identificado;
3) Após a punção, Conectar o equipo ao dispositivo;
4) Controlar o Gotejamento de acordo com o tempo de infusão.

Referências Bibliográfica

20

Você também pode gostar