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PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO

MEDICAMENTOS

Lucilla Vieira Carneiro


Mestre em Enfermagem
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

 Refere se a um processo resultante da prescrição, dispensação,


preparo/diluição, aplicação do medicamento e resposta do
mesmo no cliente, com alterações agudas ou crônicas. Sendo
este medicamento uma substância utilizada para:

 Tratamento
 Cura
 Alívio de sintomas
 Prevenção de alterações à saúde (vacinas)
 Auxiliar em diagnósticos
Responsabilidade da Enfermagem na
Administração de Medicamentos

 O art. 30 do Código de Ética do Profissional de Enfermagem, proíbe


ao profissional de enfermagem:
“ Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga
e sem certificar-se da possibilidade dos riscos”.
Responsabilidade da Enfermagem na
Administração de Medicamentos
 Farmacocinética – Ação dos Medicamentos
 Absorção – passagem das moléculas dos medicamentos para o
sangue, a partir do local de administração;

 Distribuição – após absorção o medicamento é distribuído atingindo


tecidos e órgãos e o local desejado;

 Metabolismo – Biotransformação do medicamento, tornando em


substâncias menos ativas ou inativas, através de enzimas.
 Fígado, pulmão, rins, sangue e intestino

 Excreção – eliminação dos medicamentos após a metabolização


 Rins, fígado, intestinos, pulmões e glândulas exócrinas
Responsabilidade da Enfermagem na
Administração de Medicamentos
 Conhecer os tipos dos efeitos da drogas
 Efeito Terapêutico/Desejado

 Efeitos Colaterais

 Eventos Adversos

 Efeitos Tóxicos Fonte: Google imagem

 Intolerância Medicamentosa

 Interações medicamentosas (Antagonismo e Sinergismo)


Criação da regra dos 9 certos:

 1 – Paciente certo
 2 – Medicamento certo
 3 – Via certa
 4 – Hora certa
 5 – Dose Certa
 6 – Registro certo
 7 – Orientação correta
 8 – Forma certa
 9 – Reposta certa
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
Via de Administração de
Medicamentos
 Via Oral – administração dos medicamentos pela boca e deglutidos com
líquidos, com ação mais lenta e efeito prolongado.

 Administração Sublingual

Fonte: Google imagem


Via Oral e Sublingual

VANTAGENS DESVANTAGENS
 Conforto para o paciente;  Paciente com alteração
gastrointestinal (náusea,
 Econômica;
vômito);
 Fácil administração;
 Ressecção cirúrgica de parte
 Raramente causa ansiedade do TGI;
ao paciente.
 Pacientes incapazes de
deglutir;
 Indivíduos inconscientes;
 Em uso de aspiração gástrica.
Via de Administração de
Medicamentos
 Via Tópica – quando os medicamentos são aplicados na pele ou
mucosas.
 Geralmente geram efeitos locais;
 Podem gerar efeitos sistêmicos (discos transdérmicos).

Fonte: Google imagem Fonte: Google imagem


Fonte: Google imagem
Via de Administração de
Medicamentos
 Via Inalatória – administração de medicamentos pelas vias aéreas,
rapidamente absorvidos devido a rica vascularização alvéolo-
capilar no tecido pulmonar.

Fonte: Google imagem

Fonte: Google imagem


Via de Administração de
Medicamentos
 Via Parenteral – consiste em injetar medicamentos nos tecidos
corporais, através de quatro locais principais:

 Intradérmica (ID)

 Subcutânea (SC)

 Intramuscular (IM)

 Intravenosa (IV)
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
POR VIA PARENTERAL
FINALIDADES

 Obter ação rápida ou imediata do medicamento;


 Quando na impossibilidade de administração por via
oral;
 Evitar irritação da mucosa gástrica;
 Quando o paciente não puder deglutir.
MATERIAIS UTILIZADOS NAS VIAS
PARENTERAIS - SERINGAS
MATERIAIS UTILIZADOS NAS VIAS
PARENTERAIS - SERINGAS
SERINGAS COM BICO LUER
LOCK (ROSCA)
MATERIAIS UTILIZADOS - AGULHA
FORMAS DOS MEDICAMENTOS PARA
MANUSEIO COM SERINGAS

Ampolas

Frasco ampola
FORMAS DOS MEDICAMENTOS PARA
MANUSEIO COM SERINGAS - AMPOLAS
 Estruturas de vidro com uma redução do diâmetro no
gargalo, apresentando um anel colorido, onde dever
ser realizado a quebra para se ter acesso a medicação.
PREPARANDO INJEÇÕES
FORMAS DOS MEDICAMENTOS PARA MANUSEIO
COM SERINGAS – FRASCO AMPOLA
 São recipientes com medicamentos, que apresentam selo de
borracha no topo protegido por uma capa de metal ou
tampas;
 Sistema fechado de ar (introduzir ar);
 São utilizados como diluentes soro fisiológico ou água
destilada.
PREPARANDO INJEÇÕES
TIPOS DE VIA PARENTERAL

Fonte: Google imagem

 Intradérmica (ID) - Administração de medicamentos na


região da derme.

Características:
Utilizada para testes cutâneo
PPD – Derivado Proteico Purificado
Testes alérgicos
Imunização da BCG (Bacillus Calmette-Guérin);
O local da punção deve ser pouco pigmentado,
livre de lesões e com pouco pelos.
TIPOS DE VIA PARENTERAL:
INTRADÉRMICA
Fonte: Google imagem

 Locais indicados:
 Parte interna do antebraço;
 Parte superior das costas.

 Volume suportado: 0,1 a 0,5 ml;


 O ângulo de inserção da agulha é de 15 graus;
 Agulha: 13 x 0,45mm;
 Bisel voltado para cima;
 Seringa de 1ml.
PROVA TUBERCULÍNICA
É um teste diagnóstico de Infecção Latente de TB (ILTB), através de
uma reação de hipersensibilidade cutânea, após a aplicação de 0,1
ml do PPD pela via intradérmica.
- Leitura : 48 a 72 horas após aplicação do PPD, ou até 96 horas se o
paciente não voltar em 72 horas.

- LEITURA DO TESTE
- < 5mm = não reator
- 5 – 9 mm = reator fraco
- >/= 10 mm = reator forte

(Técnicas de aplicação e leitura da prova tuberculínica / Ministério da Saúde, 2014)


PROVA TUBERCULÍNICA
PASSO A PASSO para aplicação do teste
- Lavar as mãos
- calçar luvas é colocar os óculos
- Retirar da caixa térmica o frasco de tuberculina
- Verificar validade e aspecto do produto
- Aspirar 0,1ml
- Não fazer antissepsia com álcool, se houver
sujidade, lavar com água e sabão
- Selecionar o local (face interna do antebraço)
- Segurar o antebraço e distender a pele no local
onde irá administrar
- Seringa paralela a pele e bisel voltado para
cima
- Introduz o bisel
- Pressiona o êmbolo e introduz 0,1 ml do PPD
- Retira e despreza seringa e agulha na caixa de
perfuro cortante

(Técnicas de aplicação e leitura da prova tuberculínica / Ministério da Saúde, 2014)


TIPOS DE VIA PARENTERAL
Fonte: Google imagem

 Via Subcutânea (SC) – Também chamada hipodérmica,


consiste na administração de medicamentos no tecido
subcutâneo.
Caratcterísticas
Absorção mais lenta do que a IM;
Utilizada principalmente para aplicação de insulina e
heparina;
Taxa de absorção da insulina varia de acordo com a
região: abdome>braços>coxas>parte superior das
nádegas.
TIPOS DE VIA PARENTERAL:
SUBCUTÂNEA
Fonte: Google imagem

 Volume suportado: 0,5 a 1ml;


Revezamento de locais, para evitar abcessos e
endurecimento dos tecidos na área de injeção;
Seringa de insulina, agulha hipodérmica (13x3,8 / 13x
4,5);
Ângulo de inserção da agulha 90º ou 45º.
TIPOS DE VIA PARENTERAL:
SUBCUTÂNEA
 Locais de Administração

Face posterior externa do braço


Abdome, abaixo das margens costais até
a crista ilíaca
Faces anteriores da coxa
Região superior das nádegas Fonte: Google imagem

Áreas escapulares
Monitorização da Glicemia
INTERPRETANDO OS RESULTADOS DA
GLICEMIA

RESULTADOS GLICEMIA EM JEJUM

Normal 70 – 99 mg/dL

Intolerância à Glicose 100 – 125 mg/dL

Hiperglicemia > 125 mg/dL

Hipoglicemia < 50 mg/dL


TIPOS DE VIA PARENTERAL

 Intramuscular (IM)- administração de soluções


medicamentosas no músculo, sendo sua absorção
rápida, porém mais lenta que a Endovenosa.
TIPOS DE VIA PARENTERAL:
INTRAMUSCULAR
 VOLUME!!!!
Indivíduo normal e bem desenvolvido = até 3ml em um
músculo maior
Criança, Idosos e Indivíduos magros = suportam apenas 2ml
Criança pequenas = 1ml
Lactentes = 0,5ml

POTTER; PERRY, 2009


TIPOS DE VIA PARENTERAL:
INTRAMUSCULAR
 CARACTERÍSTICAS:

 AGULHA
25X7/8 e 30X7/8
 ÂNGULO
90º
 BISEL
lateralizado
Locais de Aplicação Intramuscular

Fonte: Google imagem


Fonte: Google imagem

Fonte: Google imagem Fonte: Google imagem


LOCAIS DA VIA INTRAMUSCULAR:
REGIÃO VENTRO GLÚTEA
 Considerado seguro;

 Local profundo e afastado de nervos e vasos sanguíneos;

 Músculo largo e bem desenvolvido em crianças e jovens;

 Chance de contaminação reduzida em pacientes


incontinentes;
REGIÃO VENTRO GLÚTEA
 POSIÇÃO DO PACIENTE:
Deitado em decúbito dorsal ou lateral, com a flexão
dos joelhos, o qual auxiliará no relaxamento da
região.
REGIÃO VENTRO GLÚTEA
LOCALIZAÇÃO

 Coloque a palma da mão sobre o trocânter maior do quadril do


paciente, com punho perpendicular ao fêmur;
 Aponte o polegar no sentido da virilha do paciente e o dedo
indicador no sentido da espinha íliaca ântero-superior e estenda o
dedo médio para trás, ao longo da crista ilíaca, no sentido da
nádega. Desta forma o dedo indicador, o dedo médio e a crista
ilíaca formam um V e o local da injeção será no centro do V.

 ATENÇÃO: USE A MÃO DIREITA PARA O QUADRIL ESQUERDO E VICE


VERSA.
LOCAIS DA VIA INTRAMUSCULAR:
REGIÃO VASTO LATERAL

 VANTAGENS
 MÚSCULO ESPESSO E BEM DESENVOLVIDO
 ABSORÇÃO RÁPIDA DO FÁRMACO

 LOCAL
 FACE ÂNTERO-LATERAL DA COXA (TERÇO MÉDIO)

 USO
 EM BEBÊS MENORES QUE 12 MESES
 CRIANÇAS MAIS VELHAS E NAQUELAS ENTRE 1 E 3 ANOS
QUE ESTÃO RECEBENDO IMUNIZAÇÃO
LOCAIS DA VIA INTRAMUSCULAR:
REGIÃO VASTO LATERAL

 POSIÇÃO
 DEITADO EM DECÚBITO DORSAL COM O JOELHO
LEVEMENTE FLEXIONADO, OU SENTADO, POIS AJUDAM NO
RELAXAMENTO DA REGIÃO;
LOCAIS DA VIA INTRAMUSCULAR:
REGIÃO DELTÓIDE

 Região de fácil acesso, porém em alguns pacientes não


é bem desenvolvida.
CUIDADOS
Riscos de lesão nos nervos axilares, radial, braquial,
ulnar e artéria braquial, pois localizam se no braço
ao longo do úmero;
INDICAÇÃO
Pequenas quantidades de medicação;
Inacessibilidade de outras regiões;
Recomendada para imunizações.
LOCAIS DA VIA INTRAMUSCULAR:
REGIÃO DELTÓIDE

 LOCALIZAÇÃO
Expor o braço e o ombro do indivíduo;
O braço deve estar relaxado ao lado do corpo com
o cotovelo flexionado;
Palpar a borda inferior do processo do acrômio e a 3
– 5 cm ou 1 – 2 polegadas abaixo do acrômio está o
local de inserção.
 POSIÇÃO
Sentado ou deitado
LOCAIS DA VIA INTRAMUSCULAR:
REGIÃO DELTÓIDE
LOCAIS DA VIA INTRAMUSCULAR:
REGIÃO DORSO GLÚTEO
 Região muito utilizada no passado, porém estudos
demonstraram que a localização do nervo isquiático
varia de uma pessoa para outra;
 Pode causar paralisia permanente ou parcial do
membro inferior se atingir o nervo isquiático;

POTTER; PERRY, 2009.


LOCAIS DA VIA INTRAMUSCULAR:
Região Dorso- glútea – Nervo ciático
Contra Indicação à Região Dorso
Glútea
 Crianças menores de 2 anos, principalmente as que
não andam;
 Pessoas com atrofia dos músculos da região e idosos;
 Pessoas com paralisia dos MMII.
Técnica em Z nas injeções IM

 Minimizar a irritação local da pele;


 Impedir a saída da medicação do tecido muscular;

 Cuidados:
 Troque a agulha antes de acopla-la a seringa, para que
nenhuma solução permaneça na parte externa da
haste da aguha.
Técnica em Z nas injeções IM
Introduza a
Puxe a pele agulha
Prepare o local subjacente e os profundamente
com solução tecidos no músculo e
antiséptica subcutâneos (≈ injete a
2,5 a 3,5 cm) medicação
lateral. lentamente.

Em seguida, libere a
pele, após retirar a
agulha, o que deixa
Assim, o Manter a agulha
o trajeto em zigue-
medicamento não inserida por 10 s,
zague, vedando o
escapa! para dispersão de
trajeto da agulha,
maneira uniforme,
devido deslize dos evitando o retorno.
tecidos.
Técnica em Z
REFERÊNCIAS

 BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância


Sanitária. Boletim Informativo: Segurança do Paciente e Qualidade
em Serviços de Saúde; Brasília, 2011
 BRASIL, Ministério da Saúde. Protocolo de Segurança na Prescrição,
Uso e Administração de Medicamentos. Brasília, 2013
 POTTER, P. A. Fundamentos de Enfermagem. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2009

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