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Vias de administração de medicamentos

A administração de medicamentos requer a decisão da equipe de


profissionais de saúde sobre a via mais adequada de
disponibilização do medicamento.

É possível fazer a disponibilização da medicação por via enteral e


parenteral. A escolha mais adequada depende de uma série de
fatores: o tipo de medicação, a condição geral de saúde do
paciente, sua capacidade de engolir a medicação e uma série de
outros detalhes.

Portanto, entender as diferenças entre as vias é fundamental para


que a decisão assertiva seja tomada. Diante disso, trouxemos
alguns apontamentos sobre as diferenças entre as vias e formas de
medicar os pacientes.

Vias enterais e parenterais


As vias enterais são: oral, sublingual, e retal.

Já as vias parenterais são: intradérmica, subcutânea, intramuscular,


intravenosa ou endovenosa.

E temos também as vias especiais que são: nasal, ocular, auricular,


tópica, vaginal e inalatória.

Cada tipo de aplicação da medicação exige cuidados específicos,


para que se possa oferecer o tratamento que será mais eficaz para
o paciente em questão.

Bem como, seja possível fornecer a droga na composição correta.


Uma vez que, é preciso diluir alguns medicamentos, por exemplo.

A decisão de conduta de tratamento é do médico. No entanto, a


equipe de enfermagem precisa ter capacidade de analisar a ordem
antes de administrar a medicação.
Uma vez que, tendo conhecimento sobre os tipos de vias e
especificidades de cada medicação, bem como, diante do quadro
geral do paciente, o enfermeiro pode procurar o médico e oferecer
uma solução melhor que a inicialmente orientada.

Afinal, adversidades ocorrem, como o caso de um paciente que


consumiu um medicamento via oral, por exemplo, e na sequência
vomitou. É importante nesse caso que a equipe reveja a conduta e
possa oferecer a próxima medicação por outra via. De modo que,
garanta o consumo da dose adequada. E para tal, a equipe
precisará procurar o médico, conversar e todos poderão tomar uma
decisão mais adequada a partir de então.

Por isso, o entendimento sobre as especificidades das vias


medicamentosas é de suma importância. Para que o profissional
não apenas acate ordens, mas sim, seja capaz de opinar e discutir
o caso, auxiliando a equipe como um todo a tratar cada paciente da
melhor forma possível.

Uma visão geral sobre vias medicamentosas e cuidados


específicos

Para que não existam erros nos procedimentos de disponibilização


de medicamentos trouxemos uma visão mais geral sobre as vias
medicamentosas, confira:

Vias enterais

Via oral
A via oral depende da aceitação do paciente e seu quadro clínico,
para que a administração através da boca seja feita com eficiência.

É uma via que só deve ser usada para pacientes que conseguem
deglutir ou por SNG ou SNE. Para tal, é preciso explicar ao paciente
qual é o procedimento, disponibilizando os medicamentos em
copinhos com os devidos rótulos.
Além disso, o profissional deve verificar as condições do paciente,
para saber se ele tem condições de engolir o medicamento.
Também é preciso que seu paciente higienize as mãos para que
faça o consumo adequado da medicação.

O indicado é que o profissional confira se o paciente de fato engoliu


o medicamento. O ideal é que o paciente esteja sentado ou em
decúbito elevado para que possa consumir.

Sublingual
Trata-se da administração de medicação sob a língua, não sendo
necessário usar água para diluir a medicação. É uma via oral que
possibilita absorção mais rápida da medicação, mas é
contraindicada para pacientes com patologias na cavidade oral.

Para tal, o profissional deve oferecer água ao paciente para


enxaguar a boca e remover resíduos de alimentos. Bem como, é
preciso orientar que o paciente mantenha o medicamento sob a
língua sem deglutir, até que se dissolva por completo.

Retal
Consiste na introdução do medicamento no reto, como supositório
ou clister medicamentoso. É importante posicionar o paciente e usar
lubrificante para a aplicação do medicamento. O paciente precisa
reter a medicação, para que o efeito seja alcançado.

Vias especiais

Nasal
É um meio de levar a medicação à mucosa nasal, sendo usado um
medicamento líquido que irá facilitar a drenagem da secreção e
aeração do local.

O medicamento deve ser feito com o paciente em decúbito dorsal,


colocando um travesseiro sob o ombro, deixando a cabeça do
paciente inclinada para trás, para que ele possa ser medicado com
eficiência.

Ocular
Costuma ser uma aplicação de colírio ou pomada na conjuntiva
ocular. É um procedimento que precisa que o paciente esteja
olhando para cima, aplicando o medicamento sem tocar o conta-
gotas ou tubo da pomada na conjuntiva.

O paciente precisa ser orientado para fechar as pálpebras e fazer


movimentos giratórios do globo ocular. De modo que, o
medicamento seja espalhado. O excedente deve ser sempre
removido com gaze.

Auricular
Consiste na introdução de medicamentos no canal auditivo, com o
objetivo de tratar processos inflamatórios, infecciosos ou facilitar a
saída de corpos estranhos ou cerumes.

Nesse caso, o paciente deve ser posicionado para a aplicação do


medicamento e deverá se manter na posição a qual foi colocado por
alguns minutos, com o intuito de evitar que a medicação escorra
para fora do pavilhão auditivo.

Vaginal
Trata-se da utilização de medicamentos aplicados no canal vaginal,
seja como supositório, comprimido, óvulo, lavagem, irrigação,
creme ou gel. Para tal é necessário colocar a paciente em posição
ginecológica e introduzir o medicamento delicadamente.

Tópica
Consiste na aplicação do medicamento diretamente na pele, com
objetivo de promover uma ação local ou sistêmica.

Antes da aplicação é útil fazer a limpeza da pele, para remover


oleosidade e sujidade e sempre aplicar o medicamento
massageando a região, para que se tenha absorção.

Vias parenterais
Intradérmica
Trata-se da administração de medicamentos na derme, é muito
usado em testes alérgicos e diagnósticos.

Subcutânea
É a administração de medicamentos no tecido subcutâneo ou na
hipoderme, é uma prática extremamente comum, usada para
vacinas, insulina e anticoagulante.

A aplicação geralmente é feita na região posterior do deltóide,


abdômen, dorsal, escapular, FALC e glúteo.

Intramuscular
A administração de medicações intramusculares envolvem uma
série de questões como o volume, medicação a ser administrada,
técnica correta e seleção do local adequado.

O músculo escolhido deve ser saudável, não pode ter lesões


aparentes, não deve ter recebido injeções recentemente e não deve
ter ferimentos visíveis.

Cada músculo requer um procedimento de aplicação. Portanto, é


útil adotar todos os cuidados adequados, em relação ao uso das
agulhas corretas, ângulo de aplicação.

Intravenosa ou endovenosa
Trata-se da administração de medicamentos pelas veias, com o
intuito de que façam efeito rápido.
O mais comum é usar mãos, antebraços, braços ou jugular externa
para o procedimento. A aplicação nesse caso pode ser pura, direta
ou diluída. É possível administrar usando seringa com agulha ou
cateter agulhado.

É importante avaliar a rede venosa do paciente para escolher a veia


a ser puncionada. A escolha entre uso de agulha ou cateter
agulhado depende diretamente de qual é o período de tempo no
qual o acesso precisa ser mantido.

A administração de medicamentos requer inúmeros cuidados


É importante perceber que a administração de medicamentos é um
conhecimento que precisa ser dominado por enfermeiros e técnicos
deenfermagem.
Existem muitos detalhes importantes que envolvem administrar um
medicamento para um paciente.
Todo o processo precisa ser feito com responsabilidade e sabendo
exatamente como agir diante de cada situação e adversidades
possíveis.

Por isso, é importante estudar e dominar os conhecimentos que


envolvem todo o processo, para ser um profissional eficiente e
capaz de atender seus pacientes da melhor forma possível.

Professor: PASCOAL MIGUEL MUANZA

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