Explicar o equilíbrio hídrico e sua relação com o balanço eletrolítico do ponto de
vista fisiológico. Sobre o K +, explicar os possíveis desequilíbrios relacionados a
este íon e as intervenções farmacológicas possíveis. O potássio é necessário para o funcionamento adequado de todas as células, pois regula os batimentos cardíacos e garante o funcionamento adequado de músculos, células e nervos, além de ser vital para sintetizar proteínas e metabolizar carboidratos, pela ação da bomba de Na+/K+ ATPase.Sendo um cátion essencial para a manutenção da homeostasia, pois é um agente determinante da osmolaridade intracelular, influenciando a polarização de membranas celulares e uma série de processos que vão desde a condução de impulsos nervosos e contrações musculares, até a manutenção da função renal e do equilíbrio ácido-base.Além disso, algumas enzimas celulares requerem potássio para que funcionem adequadamente, como a piruvato quinase, que transfere o grupo fosfato do fosfoenolpiruvato para o ATP, na fosforilação durante a glicólise. Muitos fatores provavelmente contribuem para as diferentes alterações que ocorrem na concentração sérica de potássio durante distúrbios ácido-básicos agudos, incluindo pH sanguíneo e concentração de HCO3 - , natureza do ácido aniônico (mineral ou orgânico), osmolalidade, atividade hormonal (catecolaminas, insulina, glucagon, e aldosterona), e as funções excretória e metabólica dos rins e fígado. Alterações na concentração do potássio podem repercutir negativamente na manutenção dos potenciais de membrana em repouso e, consequentemente, no funcionamento neuromuscular. Esse processo leva à arritmias cardíacas, paralisia de músculos esqueléticos e instabilidade hemodinâmica. Considerando que sua distribuição não é homogênea, existindo em proporção muito maior no espaço intracelular, e que as variações do potássio extracelular devem estar sujeitas a limites muito estreitos. A administração deve ser lenta e cuidadosa, para não produzir concentração excessiva no sangue que possa determinar parada cardíaca.
Considerando que a concentração ideal de potássio esteja na faixa de 3,5 a 4,5
mEq/L, qualquer redução na quantidade desse cátion, abaixo do mínimo estabelecido (3,5 mEq/L), pode ser definida como hipocalemia, sendo assim, um desequilíbrio desse cátion no organismo. Para tal, a classificação desse distúrbio é dada pelo nível de déficit de potássio que acomete o paciente. Dessa forma, pode-se considerar a hipocalemia: de grau leve, quando há queda de até 0,5 unidades de potássio plasmático em relação ao nível mínimo.Também pode ser considerado grau moderado, quando a concentração se encontra entre 3 e 2,5 mEq/L e de grau grave, quando o potássio sérico se encontra abaixo de 2,5 mEq/L.
Com relação aos motivos que levam ao surgimento desse distúrbio, é
possível citar a hidratação parenteral feita de forma inadequada e, quando ocorre súbita perda excessiva desse cátion, geralmente, atribui-se à poliúria (causada por diuréticos), à diarréia, ou até mesmo, à síndrome de Cushing. Pode-se dizer que os sintomas da hipocalemia são ínfimos e, geralmente, passam despercebidos se for de grau leve, contudo, em situações mais graves é possível destacar: a presença de dores musculares; fraqueza constante (evoluindo para paralisia),fadiga, constipação, dificuldade para respirar e principalmente alteração dos batimentos cardíacos.
O tratamento desse quadro clínico é realizado pela administração de
potássio, seja por via oral (nas formas de xarope, drágea ou comprimidos efervescentes) ou por via endovenosa (nesse caso, aumenta-se a concentração de potássio nas soluções eletrolíticas usuais).