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Ferro: A deficiência de ferro constitui a causa mais comum de anemia crônica. O ferro é
encontrado no núcleo do anel heme de ferro-porfirina, que, junto com cadeias de globina,
forma a hemoglobina. A hemoglobina liga-se reversivelmente ao oxigênio e fornece o
mecanismo fundamental de transporte de oxigênio dos pulmões para outros tecidos. Na
ausência de ferro em quantidades adequadas, ocorre formação de pequenos eritrócitos com
hemoglobina insuficiente, dando origem à anemia microcítica hipocrômica.
A deficiência de ferro costuma ser comumente observada em populações com
necessidades aumentadas de ferro, como lactentes, particularmente prematuros; crianças
durante períodos de rápido crescimento; mulheres grávidas e em fase de lactação;
pacientes com doença renal crônica.
A causa mais comum de deficiência de ferro nos adultos consiste em perda de sangue. As
mulheres que menstruam perdem cerca de 30 mg de ferro a cada período menstrual; as
mulheres com sangramento menstrual volumoso podem perder quantidades muito maiores.
Por conseguinte, muitas mulheres na pré-menopausa apresentam baixas reservas ou até
mesmo deficiência de ferro. Nos homens e nas mulheres na pós-menopausa, o trato
gastrintestinal constitui o local mais comum de perda de sangue.
O tratamento da anemia ferropriva consiste em preparações de ferro por via oral ou
parenteral.
- Ferroterapia oral: como o ferro ferroso é absorvido com mais eficiência, devem-se utilizar
sais ferrosos. O sulfato ferroso, o gliconato ferroso e o fumarato ferroso são todos efetivos e
de baixo custo, recomendados para o tratamento da maioria dos pacientes. Devem-se
administrar 200 a 400 mg de ferro elementar ao dia para se corrigir com mais rapidez a defi-
ciência de ferro. Os pacientes incapazes de tolerar essas grandes doses de ferro podem
receber doses menores, que resultam em correção mais lenta, porém igualmente completa
da deficiência de ferro. O tratamento com ferro oral deve ser mantido por 3 a 6 meses após
a correção da causa da perda desse mineral a fim de reabastecer as reservas de ferro. Os
efeitos colaterais comuns da ferroterapia oral consistem em náuseas, desconforto
epigástrico, cólicas abdominais, constipação intestinal e diarreia. Em geral, esses efeitos
estão relacionados com a dose e, com frequência, podem ser superados com redução da
dose diária de ferro ou com a ingestão dos comprimidos durante ou imediatamente após as
refeições.
- Ferroterapia parenteral: exclusiva a pacientes com deficiência de ferro documentada,
incapazes de tolerar ou de absorver o ferro oral e pacientes com anemia crônica extensa
que não podem ser mantidos apenas com ferro oral (por exemplo, pacientes com
doença renal crônica avançada). O desafio com a terapia de ferro parenteral é que a admi-
nistração parenteral de íon férrico inorgânico livre produz uma toxicidade grave dependente
da dose, que limita seriamente a dose que pode ser administrada. Para pacientes que
recebem tratamento crônico com ferro parenteral, é importante observar os níveis de ferro
de armazenamento para evitar os efeitos tóxicos graves associados à sobrecarga de ferro.
Ácido fólico: A deficiência de folato é relativamente comum, embora seja corrigida com
facilidade pela administração de ácido fólico. As consequências da deficiência de folato
ultrapassam o problema da anemia, visto que essa deficiência está implicada como causa
de malformações congênitas em recém-nascidos e pode desempenhar uma função na
doença vascular. O ácido fólico é precursor de um doador essencial de grupos metila
usados para síntese de aminoácidos, purinas e desoxinucleotídeos. São necessários
suprimentos adequados para reações bioquímicas essenciais envolvendo o metabolismo
dos aminoácidos e a síntese de purinas e DNA. A aplicação clínica de ácido fólico é para
casos de deficiência, que se manifesta na forma de anemia megaloblástica, e prevenção de
defeitos congênitos do tubo neural, sendo utilizados em gestantes com essa finalidade.
Sua administração é oral, e a necessidade de administração parenteral é rara.
Em relação a toxicidade, o ácido fólico não é tóxico em superdosagem. Entretanto, em
grandes quantidades pode compensar parcialmente a deficiência de vitamina B12 e fazer
com que indivíduos com deficiência de vitamina B12 não diagnosticada corram o risco das
consequências neurológicas da deficiência de vitamina B12, que não são compensadas
pelo ácido fólico.