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Questão 4)

Ferro: A deficiência de ferro constitui a causa mais comum de anemia crônica. O ferro é
encontrado no núcleo do anel heme de ferro-porfirina, que, junto com cadeias de globina,
forma a hemoglobina. A hemoglobina liga-se reversivelmente ao oxigênio e fornece o
mecanismo fundamental de transporte de oxigênio dos pulmões para outros tecidos. Na
ausência de ferro em quantidades adequadas, ocorre formação de pequenos eritrócitos com
hemoglobina insuficiente, dando origem à anemia microcítica hipocrômica.
A deficiência de ferro costuma ser comumente observada em populações com
necessidades aumentadas de ferro, como lactentes, particularmente prematuros; crianças
durante períodos de rápido crescimento; mulheres grávidas e em fase de lactação;
pacientes com doença renal crônica.
A causa mais comum de deficiência de ferro nos adultos consiste em perda de sangue. As
mulheres que menstruam perdem cerca de 30 mg de ferro a cada período menstrual; as
mulheres com sangramento menstrual volumoso podem perder quantidades muito maiores.
Por conseguinte, muitas mulheres na pré-menopausa apresentam baixas reservas ou até
mesmo deficiência de ferro. Nos homens e nas mulheres na pós-menopausa, o trato
gastrintestinal constitui o local mais comum de perda de sangue.
O tratamento da anemia ferropriva consiste em preparações de ferro por via oral ou
parenteral.
- Ferroterapia oral: como o ferro ferroso é absorvido com mais eficiência, devem-se utilizar
sais ferrosos. O sulfato ferroso, o gliconato ferroso e o fumarato ferroso são todos efetivos e
de baixo custo, recomendados para o tratamento da maioria dos pacientes. Devem-se
administrar 200 a 400 mg de ferro elementar ao dia para se corrigir com mais rapidez a defi-
ciência de ferro. Os pacientes incapazes de tolerar essas grandes doses de ferro podem
receber doses menores, que resultam em correção mais lenta, porém igualmente completa
da deficiência de ferro. O tratamento com ferro oral deve ser mantido por 3 a 6 meses após
a correção da causa da perda desse mineral a fim de reabastecer as reservas de ferro. Os
efeitos colaterais comuns da ferroterapia oral consistem em náuseas, desconforto
epigástrico, cólicas abdominais, constipação intestinal e diarreia. Em geral, esses efeitos
estão relacionados com a dose e, com frequência, podem ser superados com redução da
dose diária de ferro ou com a ingestão dos comprimidos durante ou imediatamente após as
refeições.
- Ferroterapia parenteral: exclusiva a pacientes com deficiência de ferro documentada,
incapazes de tolerar ou de absorver o ferro oral e pacientes com anemia crônica extensa
que não podem ser mantidos apenas com ferro oral (por exemplo, pacientes com
doença renal crônica avançada). O desafio com a terapia de ferro parenteral é que a admi-
nistração parenteral de íon férrico inorgânico livre produz uma toxicidade grave dependente
da dose, que limita seriamente a dose que pode ser administrada. Para pacientes que
recebem tratamento crônico com ferro parenteral, é importante observar os níveis de ferro
de armazenamento para evitar os efeitos tóxicos graves associados à sobrecarga de ferro.

Em relação a toxicidade, o ferro costuma ser extremamente tóxico, principalmente


tratando-se de crianças. As crianças intoxicadas com ferro oral apresentam gastrenterite
necrosante, com vômitos, dor abdominal e diarreia sanguinolenta, seguida de choque,
letargia e dispneia. Posteriormente, observa-se com frequência uma melhora; todavia, pode
ser seguida de acidose metabólica grave, coma e morte. É necessário um tratamento de
urgência.
A toxicidade crônica do ferro (sobrecarga de ferro), também conhecida como
hemocromatose, surge quando ocorre depósito excessivo de ferro no coração, no fígado, no
pâncreas e em outros órgãos. Pode resultar em falência orgânica e morte. Com
mais frequência, ocorre em pacientes com hemocromatose hereditária, uma doença
caracterizada pela absorção excessiva de ferro, bem como em pacientes que recebem
muitas transfusões de hemácias no decorrer de um longo período de tempo (p. ex.,
indivíduos com β-talassemia).

Ácido fólico: A deficiência de folato é relativamente comum, embora seja corrigida com
facilidade pela administração de ácido fólico. As consequências da deficiência de folato
ultrapassam o problema da anemia, visto que essa deficiência está implicada como causa
de malformações congênitas em recém-nascidos e pode desempenhar uma função na
doença vascular. O ácido fólico é precursor de um doador essencial de grupos metila
usados para síntese de aminoácidos, purinas e desoxinucleotídeos. São necessários
suprimentos adequados para reações bioquímicas essenciais envolvendo o metabolismo
dos aminoácidos e a síntese de purinas e DNA. A aplicação clínica de ácido fólico é para
casos de deficiência, que se manifesta na forma de anemia megaloblástica, e prevenção de
defeitos congênitos do tubo neural, sendo utilizados em gestantes com essa finalidade.
Sua administração é oral, e a necessidade de administração parenteral é rara.
Em relação a toxicidade, o ácido fólico não é tóxico em superdosagem. Entretanto, em
grandes quantidades pode compensar parcialmente a deficiência de vitamina B12 e fazer
com que indivíduos com deficiência de vitamina B12 não diagnosticada corram o risco das
consequências neurológicas da deficiência de vitamina B12, que não são compensadas
pelo ácido fólico.

Cobalamina: A deficiência de vitamina B12 provoca anemia megaloblástica, sintomas


gastrintestinais e anormalidades neurológicas. A vitamina B12 é absorvida após formar um
complexo com o fator intrínseco, uma glicoproteína secretada pelas células parietais da
mucosa gástrica. O fator intrínseco combina-se com a vitamina B12 liberada de fontes
nutricionais no estômago e no duodeno, e o complexo fator intrínseco vitamina B12 é
absorvido depois na porção distal do íleo por um sistema de transporte mediado por
receptor altamente seletivo. Nos seres humanos, a deficiência de vitamina B12 resulta, com
mais frequência, de má absorção da vitamina, devido à ausência de fator intrínseco
ou em consequência da perda ou disfunção do mecanismo de absorção no íleo distal.
A vitamina b12 é cofator necessário para reações enzimática essenciais que formam o
tetra-hidrofolato, convertem a homocisteína em metionina e metabolizam a
l-metilmalonil-CoA, necessários para o metabolismo dos aminoácidos e ácidos graxos, bem
como para síntese de DNA.
A Cobalamina é utilizada na eficiência de vitamina B12, que se manifesta na forma de
anemia megaloblástica e constitui a base da anemia perniciosa, e a hidroxocobalamina
também é usada como antídoto para cianeto. A administração é comumente feita por via
oral. Vitamina B12 por via parenteral é necessária para a anemia perniciosa e outras
síndromes de má absorção.
Nenhuma toxicidade associada ao excesso de vitamina B12.

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