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Hematologia
Hematologia
APRESENTAÇÃO
PROF. HUGO
BRISOLLA
Olá, Estrategista! Bem-vindo ao tema mais cobrado de
Hematologia nos Concursos de Residência: as anemias! E não é
sem motivo: certamente na sua vida profissional você lidará com
inúmeros pacientes portadores dessa condição, qualquer que
seja a área médica que você trilhe.
QUESTÕES DE HEMATOLOGIA
5%
15%
55%
25%
Anemias Hemostasia
Estratégia
MED
HEMATOLOGIA Prof. Hugo Brisolla | Introdução ao estudo das anemias 3
Dentre todas as anemias, as mais incidentes nas provas Para saber reconhecê-las e tratá-las adequadamente, não
são a ferropriva, a megaloblástica e a falciforme. A primeira por é preciso ser hematologista ou mesmo ter um conhecimento
ser a mais comum no mundo, a segunda pelo seu quadro clínico muito aprofundado sobre os temas: nesse e nos próximos livros
exuberante e a terceira pela grande morbi-mortalidade que muito digitais, ireo ensiná-lo a como suspeitar, diagnosticar e conduzir
impacta a vida do paciente. os quadros de anemias, sempre focando no que é mais cobrado
e mais prevalente nas provas de Residência.
O objetivo deste primeiro livro é conhecer os principais
componentes do hemograma e como alteram-se em quadros
QUESTÕES SOBRE ANEMIAS anêmicos, além de relembrar como diagnosticar e classificar as
anemias, para adequadamente investigar suas etiologias.
Bons estudos!
3%
2%
8%
21%
21%
7%
17% 21%
Anemia falciforme
Anemia sideroblásca
t.me/estrategiamed
Estratégia
MED
@estrategiamed
HEMATOLOGIA Introdução ao estudo das anemias Estratégia
MED
SUMÁRIO
CORPUSCULAR MÉDIA 10
1 .2 LEUCOGRAMA 11
1 .3 PLAQUETOGRAMA 11
1.4.2 ROULEAUX 14
1.4.3 POIQUILOCITOSE 14
1.4.3.3 ESFERÓCITOS 18
1.4.3.4 ELIPTÓCITOS 18
1.4.3.5 ESQUIZÓCITOS 19
1.4.3.6 ACANTÓCITOS 20
2 .2 SÍNDROME ANÊMICA 29
3.2.1 OS RETICULÓCITOS 33
CAPÍTULO
Há uma certa variação dos valores de referência do hemograma de acordo com a população analisada e o método de
análise, mas na tabela abaixo temos um pequeno resumo dos valores mais utilizados pelas provas de Residência. Aproveite
para relembrá-los, Estrategista, porque a maioria dos examinadores espera que você já saiba estes índices e não os traz nas
provas!
Hematócrito (%) 40 a 50 39 a 46
1 .1 ERITROGRAMA
O eritrograma é a contagem da série vermelha do sangue, isto é, as hemácias. Mas, não se restringe a isso: avaliamos também o
volume eritrocitário, a quantidade de hemoglobina nas hemácias e outros índices que nos permitem diagnosticar e classificar as anemias.
Vamos relembrá-los, futuro Residente?
Todos esses três parâmetros podem ser usados para fazer o di-
agnóstico de anemias, já que, como veremos abaixo, essa é uma
condição de redução da massa eritrocitária total. No entanto, o
melhor índice para confirmar um quadro anêmico é a dosagem de
hemoglobina, já que é medida diretamente e é o melhor indicador
Figura 1 - Sangue após centrifugação: hemácias são mais pesadas e, assim,
da capacidade de transporte de oxigênio do sangue, justamente a depositam-se na parte inferior do tubo. A porcentagem do volume total de
sangue ocupado pelas hemácias é o hematócrito.
função fisiológica prejudicada por uma anemia.
O VCM é o índice hematimétrico mais usado na avaliação das anemias. Mede o tamanho médio das hemácias, sendo atualmente
inferido por contadores automatizados por impedância elétrica ou dispersão de laser. Mas, podemos calcular o VCM através do hematócrito
e do número de hemácias: ora, se dividirmos o volume ocupado por todas as hemácias (hematócrito) pela quantidade de hemácias presentes
no sangue, teremos justamente o volume médio ocupado por uma hemácia, ou seja, o VCM!
Os valores de referência normais do VCM são de 80 a 100 fL (fentolitros), indicando que é esse o tamanho médio fisiológico de
cada hemácia. Se o paciente tiver hemácias de dimensão normal (VCM entre 80 e 100fL), dizemos que temos um quadro de normocitose.
Hemácias de tamanho reduzido (VCM<80fL) indicam microcitose, enquanto estados de macrocitose apresentam hemácias maiores que o
habitual (VCM>100fL).
CAI NA PROVA
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFU – 2013) Cleusa, 35 anos, procurou o ambulatório com queixa de astenia e fraqueza. Esses sintomas
iniciaram há 6 meses, de caráter oscilante, não guardando relação com as atividades diárias. Relata também que tem dias que sente dores
pelo corpo todo, dormência em vários locais e desânimo sem capacidade para o trabalho. Notou palidez facial chegando a "ficar amarelada".
Nega outras manifestações. Ao exame físico, pressão arterial, frequência de pulso e respiratória dentro dos limites da normalidade, palidez
cutâneo-mucosa moderada, ausculta cardíaca e respiratória normais. Apresentou um hemograma recente com hemoglobina de 8.0 g,
hemácias: 4.000.000/mm³, hematócrito de 28, leucócitos: 8.000/mm³ e plaquetas: 400.000/mm³. Quanto ao mecanismo da anemia, assinale
a afirmativa CORRETA:
A) Trata-se de uma anemia crônica, hipocrômica, microcítica, ferropriva, possivelmente por sangramento menstrual alterado.
B) Trata-se de uma anemia crônica, normocítica, normocrômica, aplásica, de instalação por uso crônico de analgésicos.
C) Trata-se de uma anemia aguda, normocítica, normocrômica, hemolítica, por doença inflamatória sistêmica autoimune.
D) Trata-se de uma anemia aguda, normocítica, normocrômica, por sangramento agudo, por distúrbios na coagulação.
E) Trata-se de uma anemia crônica, macrocítica, por deficiência de vitamina B12, por erro alimentar.
Comentários:
Guarde esta dica: sempre que o examinador apresentá-lo o hematócrito e o número de hemácias, você pode calcular o VCM. Essa não
é uma informação muito cobrada nas provas. A última vez que a vi caindo foi justamente nessa prova da UFU de 2013, mas vale saber,
porque pode cair de novo!
Veja que nesta questão, por exemplo, só somos apresentados à contagem de hemácias, leucócitos e plaquetas, além do hematócrito e da
dosagem de hemoglobina. Se você lembrar, entretanto, de que o VCM pode ser calculado, consegue acertar a questão!
28
VCM = x 10
4,0
VCM = 80 fL
Ou seja, temos um portador de uma anemia microcítica, já que o VCM está abaixo de seu valor de referência normal de 80 a 100fL! Só com
essa simples conta, conseguimos eliminar as demais opções e ficar com a resposta correta, a alternativa A, já que é a única que afirma que
o paciente apresenta microcitose.
O HCM e o CHCM são outros dois índices hematimétricos que usamos para avaliar a morfologia das hemácias, complementares à
classificação feita com o VCM. Medem o teor eritrocitário de hemoglobina de duas formas diferentes:
Hemoglobina total
HCM= x 10
Número de eritrócitos (em milhão)
Hemoglobina total
CHCM= x 100
Volume de todos os eritrócitos juntos (hematócrito)
O cálculo de HCM e CHCM é muito raramente cobrado nas provas, então não se preocupe em decorá-los. Essas medidas costumam
acompanhar o VCM e classificam as anemias em três grupos: hipocrômicas, de HCM e CHCM menores que o habitual; normocrômicas, de
hemácias com teor de hemoglobina dentro dos valores de referência; e hipercrômicas, em que há aumento do HCM e CHCM.
Nas provas de Residência, a maior importância desses índices é na identificação da esferocitose hereditária: como veremos no livro
específico desse tema, na esferocitose há uma perda de membrana das hemácias, diminuindo a superfície eritrocitária e, assim, aumentando
o teor de hemoglobina, ou seja, o HCM e o CHCM. Portanto, sempre que o examinador trouxer uma anemia hipercrômica (HCM e/ou CHCM
aumentados), pense em esferocitose hereditária.
O RDW é um marcador muito útil na sua prova de Residência, sempre fique atento a ele. É o red cell distribution width, em tradução
literal, a amplitude de distribuição das hemácias: mede a anisocitose, isto é, a diferença de tamanho entre os eritrócitos. É obtido com
um gráfico chamado histograma, em que distribuímos as hemácias de acordo com seu tamanho (VCM). Quanto maior a distribuição das
hemácias, maior a variação de tamanho entre elas e consequentemente maior o RDW.
Se tivermos uma população eritrocitária homogênea, ou seja, hemácias sempre de mesmo tamanho, teremos RDW normal entre 11%
a 15%. No entanto, se tivermos vários glóbulos vermelhos de tamanhos diferentes (população eritrocitária heterogênea), teremos aumento
expressivo do RDW.
Isso permite diferenciar algumas causas de anemia: as principais causas de anisocitose são as anemias carenciais, como a deficiência
de ferro, vitamina B12 e ácido fólico. Nessas condições, o aporte irregular dos nutrientes acometidos à medula óssea faz com que tenhamos
uma produção de hemácias ora normal, ora afetada. Na anemia ferropriva, por exemplo, tipicamente teremos uma população eritrocitária
mista: algumas normocíticas, produzidas quando havia ferro disponível, e outras microcíticas, resultado da eritropoiese deficiente em ferro.
A principal utilidade do RDW é no diagnóstico diferencial das anemias microcíticas: enquanto a anemia
ferropriva é uma anemia carencial e tipicamente cursa com grandes elevações de RDW, as talassemias e a anemia
de doença crônica, seus dois principais diagnósticos diferenciais, apresentam RDW normal, por serem distúrbios da
eritropoiese mais uniformes.
1 .2 LEUCOGRAMA
Os leucócitos são as únicas células nucleadas normalmente encontradas no sangue de mamíferos e possuem diferentes funções
imunológicas. Além de alterações em sua contagem, podemos avaliar no hemograma alterações nas proporções normais dos leucócitos,
como o desvio à esquerda, um aumento das formas granulocíticas jovens tipicamente associado a quadros inflamatórios e infecciosos.
1 .3 PLAQUETOGRAMA
As plaquetas são fragmentos citoplasmáticos dos megacariócitos, células gigantes encontradas na medula óssea. A principal função
plaquetária é a promoção da hemostasia primária. Na avaliação do hemograma, a principal alteração plaquetária refere-se a aumentos e
diminuições da contagem desses corpúsculos (trombocitose e trombocitopenia, respectivamente).
Além da análise de aspectos quantitativos das séries hematológicas, é essencial avaliar qualitativamente as hemácias, leucócitos e
plaquetas através da microscopia da lâmina de sangue periférico, a hematoscopia. Esse é um tema muito frequente nas provas, porque
o achado de anormalidades no esfregaço sanguíneo consegue nos dar pistas da condição de base do paciente, seja ela hematológica ou
não: muitas são as questões que perguntam qual é a patologia que se relaciona à determinada anormalidade, seja textualmente ou mesmo
trazendo imagens para que você identifique a alteração.
A tabela abaixo resume as principais alterações do esfregaço de sangue periférico e as condições a que elas se associam. A maioria
dessas anormalidades não é patognomônica de alguma patologia, mas nas provas estas são as situações que geralmente são cobradas.
Figura 3: Alterações de tamanho das hemácias na hematoscopia: presença de hemácias de volume reduzido (micrócitos), volume normal e volume aumentado
(macrócitos).
1.4.2 ROULEAUX
1.4.3 POIQUILOCITOSE
Poiquilócitos ou pecilócitos são todas as hemácias de formato anormal identificadas na hematoscopia. A hemácia normal é vista na
lâmina de sangue periférico como um disco que apresenta uma faixa de hemoglobina periférica e uma palidez central. Qualquer variação
que fuja a essa característica será englobada pelo termo geral de poiquilócito. Algumas anormalidades específicas possuem nomenclaturas
próprias, relacionando-se diretamente a determinadas condições, ajudando a investigação diagnóstica de vários quadros.
CAI NA PROVA
(SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO - 2019) Foram avaliados esfregaços de sangue periférico de cinco pacientes. Em um deles
chamou atenção grande quantidade de eritrócitos em alvo (leptócitos). Trata-se provavelmente do indivíduo com diagnóstico de
A) Fibrose medular.
B) Hemoglobinopatia SC.
C) Talassemia minor.
D) Cirrose hepática criptogenética.
E) Doença falciforme.
Comentários:
O pessoal do SUS-SP cobra frequentemente a hematoscopia em suas provas e bem diretamente como vemos na questão acima. É necessário
que você se lembre de que leptócitos são encontrados no sangue periférico de pacientes com as mais diversas hemoglobinopatias, como a
doença SC, as talassemias e a anemia falciforme. Assim, vemos que as respostas B, C e E estão corretas e a questão foi anulada.
Figura 6 Dacriócitos ou hemácias em lágrima: tipicamente vistos em situações Figura 7 Hemácia normal e hemácia em foice (drepanócito).
de hematopoiese extramedular como as talassemias e a mielofibrose.
CAI NA PROVA
(HOSPITAL DA AERONÁUTICA DE SÃO PAULO - HASP 2019) Criança de 1 ano e 6 meses, é trazida pela mãe com histórico de choro freqüente
em crises, sem fator desencadeante óbvio e melhora espontânea. Desde seu nascimento, vários episódios de "infecções", tratados sempre
sob orientação médica e nos últimos 15 dias amarelamento da pele e dos olhos, com duração de 5 dias e melhora espontânea. Foi solicitado
um hemograma, e durante a análise foi visualizada a seguinte imagem: Diante do exposto, o achado na lâmina e a hipótese diagnóstica são:
Comentários:
Tanto em provas práticas quanto em provas teóricas o reconhecimento de alterações do esfregaço de sangue periférico é sim cobrado
pelos examinadores, como na questão acima. O que mostra a imagem? Justamente a presença dos drepanócitos ou hemácias em foice,
poiquilócitos vistos tipicamente no sangue periférico de pacientes com anemia falciforme.
Assim, a resposta correta é a alternativa C.
1.4.3.3 ESFERÓCITOS
Esferócitos são hemácias que perderam superfície de membrana e por isso ganharam uma forma esférica, em contrapartida ao
formato eritrocitário bicôncavo habitual. Decorrem, portanto, de condições em que haja ação dos macrófagos esplênicos sobre a membrana
eritrocitária, retirando parte de sua superfície, podendo ser vistos em diversos tipos de anemias hemolíticas, especialmente a esferocitose
hereditária.
Por possuírem menor superfície com a mesma quantidade de hemoglobina, os esferócitos são tipicamente hipercrômicos, o que nos
ajuda a identificar a esferocitose hereditária. Lembre-se: sempre que houver hipercromia (HCM e CHCM elevados) na prova, o diagnóstico
será a esferocitose hereditária!
1.4.3.4 ELIPTÓCITOS
Eliptócitos são hemácias de formato elíptico, alongado, que lembram um lápis ou um cigarro. São raramente cobrados nas provas e
associam-se à eliptocitose hereditária, uma rara doença da membrana das hemácias.
1.4.3.5 ESQUIZÓCITOS
Esquizócitos são fragmentos eritrocitários gerados pelo dano mecânico às hemácias, podendo ser encontrados em diversas anemias
hemolíticas, especialmente em quadros de microangiopatias. Nessas condições, há formação de redes de fibrina na microcirculação por
ativação do sistema de coagulação, causando destruição das hemácias quando por ali passam e, assim, gerando esquizócitos. É o caso da PTT
(púrpura trombocitopênica trombótica), SHU (síndrome hemolítico-urêmica) e CIVD (coagulação intravascular disseminada).
Figura 9: Esquizócitos.
CAI NA PROVA
(HOSPITAL FELÍCIO ROCHO – HFR - 2019) Assinale a doença em que os esquizócitos são geralmente encontrados:
A) Intoxicação por chumbo.
B) Doenças hemolíticas.
C) Hiperesplenismo.
D) Mielofibrose.
Comentários:
Esta é a importância de saber os achados de hematoscopia para as provas: as questões costumam ser diretas e objetivas. Você tem que
saber a que condição se associa a anormalidade descrita. Para responder à pergunta acima, por exemplo, você precisava lembrar-se de
que os esquizócitos estão relacionados a quadros de hemólise, especialmente às anemias hemolíticas microangiopáticas.
CAI NA PROVA
(HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA - HEVV 2016) Esfregaço periférico de uma mulher de 40 anos revelou a presença de corpos de Howell
− Jolly nos eritrócitos. Dos abaixo, o mais provável é haver:
A) Presença de hemoglobina C à eletroforese de hemoglobina.
B) Presença concomitante de esquizócitos.
C) Antecedente de esplenectomia.
D) Deficiência de G6PD.
E) Teste de Coombs positivo.
Comentários:
Vamos lá, Estrategista! Sempre que você vir corpos de Howell-Jolly no sangue periférico de um paciente, sua principal hipótese será de que
ele vive um estado de asplenismo, ou seja, perdeu a função do baço, órgão que normalmente retira essas inclusões citoplasmáticas das
hemácias. Esse asplenismo pode decorrer da autoesplenectomia, que ocorre nos pacientes com anemia falciforme ou com antecedente
de esplenectomia cirúrgica, como afirma a alternativa C, resposta da questão!
Correta a alternativa C.
CAI NA PROVA
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA – UFMA - 2015) Vítima de trauma abdominal, com rotura esplênica há 45 dias, comparece a
ambulatório de clínica médica para seguimento de quadro de síndrome metabólica. A presença de corpúsculos de Howell-Jolly, no hemograma
trazido pela paciente, permite afirmar que:
A) O paciente tem baço acessório ou não foi esplenectomizado.
B) Trata-se de deficiência de G6PD em paciente esplenectomizado.
C) O paciente tem deficiência de G6PD.
D) Houve esplenectomia, e não há baço acessório.
E) Certamente não houve esplenectomia.
Comentários:
Quando vemos corpos de Howell-Jolly na hematoscopia de um paciente? Ora, se essas inclusões citoplasmáticas são retiradas da circulação
pelo baço, só podemos reconhecê-las caso o baço não esteja exercendo suas funções normais, ou seja, em um estado de asplenismo!
Uma das situações em que isso ocorre é em pacientes com anemia falciforme, em que o baço sofre fibrose por ter sido acometido com
inúmeras vaso-oclusões ao longo da vida, no processo que denominamos autoesplenectomia. A outra forma de perder a função do baço
é através de sua retirada cirúrgica, a esplenectomia, e nesse quadro os corpos de Howell-Jolly têm uma importante função: indicar a
presença de baço acessório.
Caso um paciente pós-esplenectomizado não esteja apresentando corpos de Howell-Jolly em seu sangue periférico, significa que
provavelmente ainda há tecido esplênico ativamente retirando esses corpúsculos das hemácias, ou seja, há um baço acessório implantado
em outra localidade. Se a esplenectomia foi realizada com intuito de controlar uma doença hematológica, como a púrpura trombocitopênica
imune (PTI) ou anemia hemolítica autoimune (AHAI), a presença de um baço acessório apontaria para a possibilidade de falha terapêutica,
bem como necessidade de identificar e retirar essa implantação ectópica de tecido esplênico, que pode estar presente em até 15% da
população. Já se tivermos a presença de corpos de Howell-Jolly, não há tecido esplênico ativo, então houve uma esplenectomia e não há
presença de baço acessório, como afirma a alternativa D, resposta da questão acima.
Correta a alternativa D.
Figura 12 - Corpúsculos de Heinz: inclusões citoplasmáticas de hemoglobina desnaturada, tipicamente encontrados na deficiência de G6PD.
CAI NA PROVA
(Hospital das Clínicas da FAMEMA - 2020) Paciente de 21 anos de idade, sexo masculino, apresenta quadro de celulite na coxa direita,
iniciando o tratamento oral com trimetoprim-sulfametoxazol. Algumas horas depois, evolui com mal-estar, tontura, falta de ar, calafrios e
lombalgia. Não há histórico de uso prévio de antibióticos. Exame físico: hipocorado (2+/4+), ictérico (1+/4+), eupneico e afebril. Exames séricos:
hemoglobina: 9,1 g/dL, plaquetas: 330000/mm³, reticulócitos corrigidos: 15,8%; esfregaço de sangue periférico: presença de corpúsculos de
Heinz. O diagnóstico mais provável é:
A) deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase.
B) desordem da membrana do eritrócito.
C) hemólise autoimune.
D) sepse por bactérias anaeróbias.
Comentários:
Reconhecer as alterações do esfregaço de sangue periférico na prova pode ajudá-lo muito na resolução de questões. Ainda que não
conhecesse o quadro clínico da deficiência de G6PD, ao ler que o paciente apresenta corpúsculos de Heinz, você imediatamente suspeita
dessa condição e assinala a alternativa A, resposta correta da questão!
Correta a alternativa A.
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO 2017) A morfologia dos eritrócitos é de grande valor no diagnóstico das
anemias. A presença de corpúsculos de Heinz nos eritrócitos indica:
A) Agente citotóxico.
B) Acúmulo de glicogênio.
C) Precipitação de hemoglobina anormal.
D) Defeito no citoesqueleto celular.
E) Defeito mitocondrial.
Comentários:
Os corpos de Heinz são depósitos de hemoglobina oxidada/desnaturada no citoplasma das hemácias, tipicamente encontrados na
deficiência de G6PD. A resposta correta é a alternativa C!
Correta a alternativa C.
Figura 13 - Corpos de Pappenheimer: grânulos de ferro anormais no citoplasma das hemácias, associados à anemia sideroblástica.
CAI NA PROVA
(Santa Casa de Misericórdia de Goiânia – SCMGO – 2020) Paciente do sexo feminino, de 51 anos, queixa-se de cansaço e fraqueza há meses.
O hemograma demonstra hemoglobina de 9.5 g/dL, hematócrito de 28.1%, VCM de 134 fL associado a reticulócitos baixos. O hematologista
faz um esfregaço de sangue periférico e observa polimorfonucleados hipersegmentados com cerca de cinco a seis segmentações. O exame
que mais contribuiria para o diagnóstico correto seria:
A) dosagem de B12 e folato.
B) biópsia da medula óssea.
C) ferritina sérica.
D) eletroforese de hemoglobina.
Comentários:
Decore isto porque irá ajudá-lo a resolver facilmente muitas questões, Estrategista! Se sua prova trouxer a informação de que o paciente
possui neutrófilos hipersegmentados, você imediatamente deve pensar na anemia megaloblástica como principal hipótese diagnóstica.
É justamente o que temos na questão acima, um paciente com presença de neutrófilos com 5 ou mais segmentações em seus núcleos,
ou seja, neutrófilos plurissegmentados. Como nossa principal hipótese para esse caso será então a megaloblastose, devemos buscar
a deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico, já que são essas suas principais causas. Assim, apenas conhecendo o significado da
presença de hipersegmentação de neutrófilos, você já saberia que o gabarito da questão é a alternativa A!
Correta a alternativa A.
(FUNDAÇÃO JOÃO GOULART - 2019) Paciente feminina, de 40 anos de idade, diabética do tipo 2 em uso de metformina, está em investigação
de anemia. O resultado do hemograma foi: hemoglobina 8 g/dL; VCM 108 fL; leucócitos 4.200 cels/mm³ (0/2/0/0/4/53/26/15); plaquetas
240.000 cels/mm³. O esfregaço sanguíneo revelou macrocitose, anisocitose, poiquilocitose e hipersegmentação de neutrófilos. O melhor
exame a ser solicitado para elucidar a causa da anemia, neste caso, é:
A) dosagem de ferritina
B) dosagem de vitamina B12
C) teste de Coombs
D) eletroforese de hemoglobina
Comentários:
Agora você já sabe, Estrategista: viu neutrófilos hipersegmentados, pensou em anemia megaloblástica! Como as causas mais comuns de
megaloblastose são a deficiência de vitamina B12 e/ou ácido fólico, a resposta da questão é a alternativa B!
Correta a alternativa B.
CAPÍTULO
Desde 1968, a Organização Mundial de Saúde (OMS) padronizou os níveis de hemoglobina para firmar o diagnóstico de anemias,
através de um estudo populacional realizado na época. Esses são os parâmetros que usamos até hoje, variando de acordo com a idade e o
sexo, como mostra a tabela abaixo.
Níveis de hemoglobina recomendados pela OMS para o diagnóstico de anemias (em g/dL)
Gestantes <11
2 .1 ANEMIA E ENVELHECIMENTO
Anemias são condições muito prevalentes em idosos e acrescentam grande morbidade nessa população. Note que nas recomendações
da OMS não há ajuste de nível de hemoglobina para idosos: acima de 15 anos, o corte para o diagnóstico de anemias é sempre o mesmo,
independentemente da idade do paciente.
Estudos mais atuais já questionam esses valores, mostrando que ocorre sim uma redução dos valores de hemoglobina com o
envelhecimento, especialmente em homens, já que a queda de produção de testosterona impacta a produção de hemácias. No entanto,
na maioria dos casos conseguimos encontrar uma causa específica para a anemia do paciente e melhorar sua qualidade de vida com o
tratamento dessa condição. Por isso, nunca devemos considerar a anemia como parte normal do envelhecimento, sempre investigando
adequadamente o quadro.
2 .2 SÍNDROME ANÊMICA
Chamamos de síndrome anêmica o conjunto de sinais e sintomas associados à redução dos níveis de hemoglobina, secundários
à hipóxia tecidual. É comum que o paciente apresente fadiga, cansaço e indisposição. Ao exame físico, o sinal mais comum é a palidez
cutaneomucosa.
Os mecanismos compensatórios da anemia também causam uma série de sintomas: para manter a oxigenação tecidual diante de
uma diminuição do transportador de oxigênio, o organismo aumenta o débito cardíaco através da elevação da frequência cardíaca. É por
isso que pacientes anêmicos frequentemente terão taquicardia, palpitações e piora de quadros anginosos (por maior atividade do músculo
miocárdico). Além disso, é comum a presença de intolerância ao exercício e dispneia aos esforços, já que nessas situações há necessidade de
aumento do débito cardíaco, excedendo a capacidade de um sistema cardiovascular já sobrecarregado pelo quadro anêmico.
Outras manifestações clínicas podem acompanhar os quadros anêmicos a depender de sua condição de base. É o caso de glossite
atrófica (“língua careca”) e queilite angular (inflamação das comissuras labiais) encontradas em anemias carenciais, como a anemia ferropriva
e a anemia megaloblástica por deficiência de B12 e/ou ácido fólico. Descreveremos as alterações específicas de cada condição causadora de
anemia em seu livro digital específico, futuro Residente!
CAPÍTULO
A primeira análise que fazemos diante de um quadro de anemia, além da confirmação da redução dos níveis de hemoglobina, é a
análise da morfologia das hemácias, feita com uso dos índices hematimétricos trazidos no próprio hemograma. Usamos o VCM, HCM e
CHCM para classificar as causas de anemias de acordo com o tamanho e teor de hemoglobina das hemácias e, assim, guiar nossa investigação
diagnóstica.
O principal desses parâmetros é o VCM (volume corpuscular médio), que mede o tamanho das hemácias, permitindo-nos dividir as
anemias em três grupos:
• Anemias microcíticas, de hemácias menores que o habitual (VCM<80fL);
• Anemias normocíticas, de tamanho eritrocitário normal (VCM entre 80 e 100fL); e
• Anemias macrocíticas, aquelas com hemácias maiores que o normal (VCM>100fL).
• Anemia megaloblástica
• Anemia ferropriva
• Anemias hemolíticas
• Anemia inflamatória
• Anemia ferropriva • Hipotireoidismo
de doença crônica
• Anemia inflamatória de • Alcoolismo
• Anemia da doença
doença crônica • Hepatopatia crônica
renal crônica
• Talassemia • Anemia aplásica
• Anemias hemolíticas
• Anemia sideroblástica • Mielodisplasia
• Anemia aplásica
• Anemia sideroblástica
• Mielodisplasia
adquirida
CAI NA PROVA
(Instituto e Hospital Oftalmológico de Anápolis – IHOA - 2020) Considerando os dados a seguir, referentes à anemia em adultos, relacione
os tipos de anemias e as causas:
Tipos de anemia: I - Microcítica; II - Normocítica; III - Macrocítica;
Causas: ( ) Doenças crônicas; ( ) Deficiência de ferro; ( ) Deficiência de vitamina B12; ( ) Alcoolismo; ( ) Talassemias. A sequência correta é:
A) II, I, III, III, I
B) I, I, III, II, III
C) I, II, II, I, III
D) II, I, II, I, I
Comentários:
Veja a importância de saber reconhecer a classificação morfológica das anemias: algumas questões irão cobrá-lo diretamente essa
informação, Estrategista! Vamos buscar a sequência correta:
Anemia de doença crônica: microcítica ou normocítica.
Anemia por deficiência de ferro: microcítica ou normocítica.
Anemia megaloblástica por deficiência de vitamina B12: anemia macrocítica.
Alcoolismo: anemia macrocítica.
Talassemia: anemia microcítica.
Assim, a sequência correta seria I ou II, I ou II, III, III, I. A única resposta que se encaixaria é a alternativa A.
Correta a alternativa A.
(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE LIMEIRA - SCML 2018) Qual das doenças abaixo, classicamente NÃO é causa de anemia microcítica?
A) Deficiência de G6PD.
B) Talassemia.
C) Anemia sideroblástica.
D) Anemia de doença crônica.
Comentários:
Como vimos acima, as anemias microcíticas são aquelas de VCM reduzido, sendo suas principais representantes as anemias ferropriva,
de doença crônica, talassemia e sideroblástica. A deficiência de G6PD é tipicamente normocítica, assim como a maioria das anemias
hemolíticas! Gabarito da questão: alternativa A.
Correta a alternativa A.
Comentários:
Anemias microcíticas são aquelas com hemácias de tamanho reduzido (VCM<80fL), geralmente sendo acompanhadas de hipocromia
(HCM e CHCM reduzidos). As principais causas de microcitose, por ordem de frequência, são a anemia ferropriva, anemia de doença
crônica, talassemia e anemia sideroblástica. Vejamos as alternativas:
Incorreta a alternativa A: A deficiência de vitamina B12 é uma das causas da anemia megaloblástica, a mais comum das anemias
macrocíticas.
Incorreta a alternativa B: Como vimos, nem toda anemia microcítica é por deficiência de ferro, então nem toda anemia deve ser tratada
com a reposição desse mineral.
Incorreta a alternativa C: Mielograma não é um exame necessário para diagnosticar a maioria das anemias, tendo suas indicações
específicas. Na maioria dos casos, exames séricos conseguem substituir essa avaliação invasiva.
Correta a alternativa D: Como vimos, essas são justamente as etiologias mais comuns de microcitose! O examinador omitiu a
anemia sideroblástica, mas isso não torna a alternativa incorreta, já que essa é uma etiologia mais rara de anemia microcítica, sendo
bem menos frequente que as demais.
A classificação funcional das anemias é um instrumento diagnóstico importante na investigação dessas condições e muitas vezes
negligenciado, já que depende da contagem de reticulócitos, que não consta no hemograma habitual.
Nessa classificação, consideramos a origem fisiopatológica da anemia para dividir suas possíveis etiologias: um quadro anêmico pode
ser originado da produção insuficiente de hemácias ou de sua perda periférica (seja por sangramento ou por sua destruição, a hemólise). Ou
seja, podemos ter um estado de hipoproliferação medular, em que a fabricação comprometida de hemácias é a causa da anemia, ou termos
um quadro de diminuição da sobrevida eritrocitária, em que a medula óssea reagirá aumentando a eritropoiese de forma hiperproliferativa.
Para aplicar essa classificação entre anemias hipoproliferativas e hiperproliferativas, o marcador mais utilizado é a contagem de
reticulócitos.
3.2.1 OS RETICULÓCITOS
de reticulócitos: geralmente o exame é expresso em uma Em estados de anemia, a quantidade de hemácias provavelmente
porcentagem em relação à quantidade de hemácias na circulação, estará diminuída, o que fará com que essa porcentagem esteja
ou seja, reticulócitos de 5% indicam que 5% das hemácias na falsamente elevada. É por isso que sempre precisamos corrigir a
O melhor método para tal é o índice de produção de reticulócitos, utilizado como na equação abaixo:
É muito raro que uma prova de Residência cobre esse conceito, mas algumas poucas questões ao longo dos anos já o fizeram. A
dica é ficar de olho se o examinador também irá dá-lo o valor do hematócrito, Estrategista: se você tiver uma questão com a contagem de
reticulócitos e hematócrito, é provável que seja necessário fazer a correção para não interpretar erroneamente os dados apresentados.
É só após corrigida a contagem reticulocitária pelo índice de produção de reticulócitos que poderemos adequadamente interpretar seu
valor e prosseguir à classificação funcional da anemia.
Anemias Anemias
Hipoproliferativas Hiperproliferativas
CAI NA PROVA
(Hospital Nacional do Câncer – INCA - 2016) As causas de anemias podem ser diferenciadas em dois grandes grupos de acordo com os
mecanismos que dão origem a elas, podendo ser divididas em hipoproliferativas ou hiperproliferativas. Assinale abaixo a assertiva que contém
uma causa de anemia hipoproliferativa.
A) Esferocitose hereditária.
B) Anemia carencial.
C) Hiperesplenismo.
D) Sangramento agudo evidente.
Comentários:
Qual das condições acima é uma causa de anemia hipoproliferativa? Isto é, qual delas cursa com produção medular de hemácias
comprometida e consequente contagem reticulocitária normal ou baixa? Justamente as anemias carenciais, condições em que há carência
nutricional de alguma substância essencial à eritropoiese, como o ferro, vitamina B12 ou ácido fólico. Já a esferocitose hereditária, uma
anemia hemolítica, o hiperesplenismo, uma condição de aumento da atividade do baço (incluindo a atividade hemolítica) e o sangramento
agudo são todas anemias hiperproliferativas, em que a perda periférica de hemácias leva à resposta da medula óssea produzindo novos
eritrócitos e liberando muitos reticulócitos na circulação. Assim, a resposta da questão é a alternativa B.
Correta a alternativa B.
(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE - RIO DE JANEIRO - SES - RJ 2015) O residente avalia o hemograma de paciente de 72 anos no ambulatório,
cujos dados mais importantes são: hemoglobina = 8,2g/dl; reticulócitos = 0,6%; leucócitos = 8.500/dl; plaquetas = 180.000/dl. As doenças que
melhor se enquadrariam, nesses dados, são:
A) Deficiência de ferro e anemia hemolítica por anticorpos a frio.
B) Aplasia de medula óssea e anemia microangiopática.
C) Deficiência de vitamina B12 e mielofibrose.
D) Esferocitose e insuficiência renal crônica.
Comentários:
Veja, temos um paciente com um quadro de anemia hipoproliferativa, já que temos uma redução no nível de hemoglobina associada a
contagem reticulocitária diminuída (<2%). Com essa informação, conseguimos eliminar as alternativas A, B e D, já que anemia hemolítica
por anticorpos a frio, anemia microangiopática e esferocitose são todos exemplos de anemias hemolíticas e, portanto, clássicas anemias
hiperproliferativas, em que a destruição periférica de hemácias leva a aumento da contagem de reticulócitos por crescimento da
eritropoiese medular.
Assim, sobra a alternativa correta, a letra C, que engloba duas condições de anemias hipoproliferativas, isto é, com contagem de reticulócitos
diminuída por incapacidade de produção de hemácias pela medula óssea. Enquanto a mielofibrose é uma doença mieloproliferativa
crônica caracterizada por fibrose da medula óssea e prejuízo à hematopoiese, a anemia megaloblástica por deficiência de vitamina B12 é
uma anemia carencial, em que a falta desse nutriente impede a produção normal de hemácias.
Correta a alternativa C.
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA - UFSM - 2015) Menina de 12 meses, alimentada exclusivamente com leite artificial, tem um
exame clínico com palidez acentuada. A avaliação laboratorial mostra uma hemoglobina de 7,0 g/dL, um hematócrito de 25%, aumento
significativo de reticulócitos e desidrogenase lática. Qual das propostas abaixo é o diagnóstico mais provável?
A) Anemia devido à deficiência de proteína.
B) Anemia por deficiência de ferro.
C) Anemia devido à deficiência de Vit B12.
D) Anemia causada por deficiência de ácido fólico.
E) Anemia hemolítica.
Comentários:
O examinador até tenta induzi-lo a pensar que a paciente possui alguma deficiência nutricional como causa de sua anemia, mas você é
mais esperto, Estrategista. Ao verificar que temos uma contagem reticulocitária elevada, podemos inferir que a produção medular de
hemácias está aumentada, indicando que a anemia não decorre de carência de algum nutriente para a eritropoiese, mas sim da destruição
periférica das hemácias.
Desse modo, a resposta correta para a questão é a alternativa E, anemia hemolítica, a única das opções acima que é uma anemia
hiperproliferativa e, consequentemente, cursa com aumento do número de reticulócitos.
Correta a alternativa E.
A combinação dessas duas classificações nos permite investigar e diagnosticar a maior parte dos quadros de anemia, como mostra o
organograma abaixo:
https://bit.ly/3pbw8QU
CAPÍTULO
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