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GEPPRAU
Urgências traumáticas
Módulo 3
Tema 3 - Afogamento
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Urgências Traumáticas
2
Urgências Traumáticas
URGÊNCIAS
TRAUMÁTICAS
Neste material, serão apresentadas as
principais emergências na área da cirurgia
do trauma. O profissional de saúde que
atua na área terá informações importantes
sobre anatomia, fisiologia, manejo e
principais condutas a serem tomadas no
atendimento ao traumatizado.
Tema 3
Afogamento
Objetivos de
aprendizagem
• Conhecer a importância dos afogamentos
no contexto do Brasil.
• Entender a fisiopatologia do afogamento.
• Conhecer outros eventos relacionados à
água.
• Saber classificar o afogamento.
• Conhecer a cadeia de sobrevivência do
afogado.
• Saber como realizar a prevenção do
afogamento.
• Saber como reconhecer um afogamento
• Conhecer o que fazer quando um
afogamento foi constatado.
• Saber mais sobre o suporte básico de
vida na água.
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Urgências Traumáticas
Sumário
Afogamento 5
1. Introdução.......................................................................................... 6
2. Fisiopatologia do afogamento................................................................ 7
3. Eventos relacionados à água................................................................. 8
3.1. Síndrome da imersão..................................................................... 8
3.2. Hipotermia................................................................................... 9
3.3. Afogamento............................................................................... 10
4. Classificação do afogamento................................................................ 10
4.1. Quanto ao tipo de líquido............................................................. 10
4.2. Quanto à causa........................................................................... 11
4.3. Quanto à gravidade..................................................................... 11
5. Cadeia de sobrevivência do afogado..................................................... 12
6. Prevenção......................................................................................... 12
7. Reconhecimento de um afogamento..................................................... 15
8. Afogamento constatado...................................................................... 17
9. Suporte básico de vida na água........................................................... 18
Síntese................................................................................................ 24
Referências bibliográficas....................................................................... 25
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Urgências Traumáticas
Afogamento
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Urgências Traumáticas
1. Introdução
6
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2. Fisiopatologia do afogamento
No quadro de afogamento, a presen- parada respiratória seguida de pa-
ça de água no sistema respirató- rada cardíaca.
rio dificulta ou impede a troca gasosa,
impossibilitando a entrada de oxigênio O quadro clínico é igual, independen-
e a saída de gás carbônico. A conse- temente do tipo de água: salgada,
quente hipóxia gera um quadro de doce, salobra.
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3.2. Hipotermia
A hipotermia decorre do esfriamento do corpo ao contato com água mais
fria, com consequente alteração neurológica progressiva, com rebaixa-
mento do nível de consciência até a morte.
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3.3. Afogamento
O afogamento é definido como aspiração de líquido causada por submer-
são ou imersão, ou seja, entrada de água nas vias aéreas (traqueia, brôn-
quios e pulmões).
4. Classificação do afogamento
O afogamento pode ser classificado de três formas, conforme você verá a seguir.
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Resgate Ausentes.
Tosse.
1
Sem espuma na boca e/ou no nariz.
2 Pouca espuma na boca e/ou no nariz.
Muita espuma na boca e/ou no nariz.
3
Pulso radial presente.
Muita espuma na boca e/ou no nariz.
4
Pulso radial ausente.
Parada respiratória.
5
Pulso central presente (carotídeo) ou sinais de circulação presente.
6 Parada cardiorrespiratória (PCR).
PCR com submersão > 1 hora.
Óbito Rigidez cadavérica.
Decomposição corporal e/ou livores.
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6. Prevenção
A prevenção envolve um conjunto de ações voltadas à
orientação do melhor uso dos ambientes relacionados
à água.
A SOBRASA possui campanhas contínuas, e diversas delas
podem ser obtidas no site oficial da instituição, voltadas es-
pecificamente para cada situação envolvendo risco de afoga-
mento: inundações, rios, pesca, mergulho, praias, navega-
ção com barcos, casas, surfe e piscinas.
Além disso, há uma campanha geral de prevenção chamada “Águas Seguras”.
Atenção 100% no seu filho a distância de um braço, mesmo em locais com
Á Atenção
guarda-vidas.
Use locais protegidos. Respeite as sinalizações e NUNCA entre na água em
G Guarda-vidas
locais proibidos ou sinalizados como perigosos ou se estiver alcoolizado.
U Use Use coletes salva-vidas em barcos, pescas e rios.
Em rios calmos, lagos e represas, mantenha a água na altura do joelho ou
A Altura
use colete salva-vidas.
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Embarcações
• Levar rádio para comunicação.
• Checar meteorologia, estado
do barco, combustível e água
antes de sair.
• Saber como funciona ade-
quadamente o meio de trans-
porte que está sendo usado.
Rios e represas
• Usar colete salva-vidas e ca-
pacete se for praticar espor-
tes de aventura.
• Cuidado com buracos e limo
nas pedras.
Anotações:
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Praias
A maioria dos afogamentos em praia (90%) ocorrem em correntes de retorno,
por isso é importante conhecer a localidade.
As correntes de retorno são formadas entre dois bancos de areia ou perto de
pedras, com água mais escura e menor número de ondas, porém com maior
correnteza.
Pescadores
• Conhecer o local que vai pescar.
• Ter cuidado com ondas em pedras.
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Alagamentos ou enchentes
• Não enfrentar a zona de alagamento, pois pode haver buracos ou corrente-
za puxando a pessoa.
• Conhecer zonas propícias pelas vias que percorre.
7. Reconhecimento de um afogamento
Reconhecer um paciente de risco ou em situação de
afogamento é importante na prevenção ou na promo-
ção de medidas rápidas que possam aumentar a chance
de sucesso.
Alguns pacientes de risco:
• extremos de idade (crianças e idosos);
• obesos ou com aparência cansada;
• alcoolizados;
• com objetos flutuantes;
• turistas, imigrantes ou estranhos ao ambiente.
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Riscos
Níveis Definição
Represas Rios e
Piscina
e lagos praias
Domina os quatros nados e possui treinamento
I Baixo Baixo Baixo
em análise de risco e resgate aquático.
II Domina os quatros nados. Baixo Médio Médio
Domina mais de um nado e possui flutuação
III Baixo Médio Alto
avançada (vertical, dorsal e controle respiratório).
IV Possui flutuação básica (vertical). Médio Alto Alto
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8. Afogamento constatado
Posição da vítima
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B – Checar a respiração.
• No paciente que não respira, deverão ser realizadas cinco ventilações
e prosseguir para avaliação da circulação.
• No paciente que respira, deve ser avaliada a presença de tosse e es-
puma na boca e no nariz. Se houver grande quantidade, avaliar a cir-
culação.
Presença de tosse Grau de
Medidas
e espuma no nariz afogamento
Ausente Resgate Avaliar e liberar no local.
Tosse e ausência de • Repouso, aquecimento e tranquilização da vítima.
Grau 1
espuma • Sem necessidade de oferta de O2.
• Repouso, aquecimento e tranquilização da vítima.
Pequena quantidade
Grau 2 • Ofertar O2 a 10-15 L/min.
de espuma
• Observação hospitalar por 6 a 48 horas.
Avaliar a circulação (pulso radial) – pulso presente:
grau 3
• Ofertar O2 a 10-15 L/min.
Grande quantidade
Grau 3 ou 4 • Se possível, posição lateral do paciente com ca-
de espuma
beça acima do tronco.
• UTI para avaliação avançada e encaminhar ao
hospital.
C – Avaliação da circulação.
Avaliar a presença de circulação periférica em pacientes que responderam
através do pulso radial e em pacientes que não responderam através do pulso
carotídeo.
Grau de
Circulação Medidas
afogamento
• Ofertar O2 a 15 L/min.
• Fazer reavaliação, pois pode evoluir para parada
Pulso radial ausente respiratória.
e grande quantidade Grau 4 • Se possível, posição lateral do paciente com ca-
de espuma beça acima do tronco.
• Solicitar avaliação avançada e encaminhar ao
hospital para UTI.
• Ofertar O2 a 15 L/min.
• Manter ventilação 10 vezes/min até respiração
normal.
Presente após venti-
Grau 5 • Se possível, posição lateral do paciente com ca-
lações
beça acima do tronco.
• Solicitar avaliação avançada e encaminhar ao
hospital para UTI.
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Anotações:
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Confira o fluxo de atendimento que deve ser adotado, sendo que a parte em
azul representa o atendimento que é feito na água, a parte laranja representa
o atendimento que é feito no seco, e as cores verde, amarelo, vermelho e cinza
representam o grau de prioridade do atendimento.
+ -
Nível de consciência
- Avaliar se +
está ouvindo GRAU
Ausente
RESGATE
Avaliar +
circulação Avaliar +
GRAU 3
pulso radial
- GRAU 5
-
Tempo de submersão -
> 1 hora ou GRAU 4
sinais de morte
+
Óbito GRAU 6
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Anotações:
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Síntese
Neste tema refletimos que há um número alto de afogamentos no Brasil, en-
volvendo principalmente crianças e adultos jovens. A prevenção é o principal
meio de aumentar a sobrevivência desse tipo de trauma, porém cabe também
reconhecer as situações de risco e saber promover as medidas adequadas para
esse grupo de pacientes. 24
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Referências bibliográficas
ACLS – Resource Text – For Instructor and Experienced Providers – American
Heart Association – John Field, 2008. Drowning Chapter 14, p. 301-17.
DROWNING The Textbook of Emergency Cardiovascular Care and CPR. In: Field
JM, editor. Publisher: Lippincott Williams & Wilkins; 2009. p. 477-89
Szpilman, D., Newton, T., & Cabral, P. M. S. (2003). Capítulo Afogamento. Livro
“TRAUMA–A doença dos Séculos”, Editor chefe Evandro Freire–SP-Editora Athe-
neu–2001, Cap, 163.
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