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INSTITUTO NACIONAL DE EMERGÊNCIA MÉDICA

MANUAL
CLÍNICO

DEPARTAMENTO DE EMERGÊNCIA MÉDICA


1
Introdução

A emergência médica pela sua volubilidade e potencial gravidade é um constante desafio clínico e
social. Ao longo dos anos o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM I.P.) tem desenvolvido
esforços para incrementar a capacidade de resposta da emergência médica de forma a responder
adequadamente às necessidades da população.

O número de chamadas de emergência, nos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU)


através do número europeu de socorro (112), tem aumentado exponencialmente nos últimos anos,
com um crescimento de 500 mil chamadas anuais em 2001, para 1 milhão em 2004, sendo
atualmente próximas de 1.5 milhões de chamadas por anos.

Por outro lado, os fluxos de triagem telefónica nos últimos anos identificam mensalmente de cerca
de 12.000 chamadas com prioridade 1 (situação emergente de risco de vida ou disfunção de órgão),
para as quais há a necessidade de envio de um meio diferenciado, nomeadamente um helicóptero,
uma viatura médica (médico/enfermeiro) ou uma SIV (enfermeiro/TEPH).

No entanto, até agora não tem sido possível integrar a informação da observação clínica realizada
pelos meios de emergência despachados para o local, com o processo da triagem telefónica.

A implementação do projeto “ITEAMS- INEM TOOL for EMERGENCY ALERT MEDICAL SYSTEM” propõe
a estratificação da gravidade logo no primeiro contacto de qualquer meio do SIEM (Sistema Integrado
de Emergência Médica) com o paciente, com recurso a escalas de alerta precoce, assim como a
escalas promotoras da identificação das diferentes vias verdes.

O seu registo informático e a transmissão para o CODU, promove o apoio à tomada de decisão,
sustentada em critérios clínicos, permitindo a regulação médica das situações graves com a correta
gestão de meios e orientação para o hospital certo, com a valência adequada. Este recurso permitirá
a identificação de situações de maior gravidade dentro da emergência que necessitam de ações
especificas dentro das clinical pathways definidas nacional e internacionalmente.

Os dados obtidos no terreno vão igualmente tornar possível a validação do sistema da triagem
telefónica. A informação do que efetivamente se passa no local, através dos olhos dos operacionais
é fundamental para encerrar o circuito triagem-acionamento-atuação-resultado.

Este projeto constitui um enorme avanço tecnológico, na medida em que disponibiliza uma rede de
comunicação mais adequada à atualidade. Na era da informática, no tempo da promoção paper free
é fundamental que o INEM promova esta prática e que tire partido dos recursos tecnológicos, para
otimizar a comunicação entre os CODU e os operacionais no terreno, aproximando o médico
regulador do operacional e consequentemente do doente.

Acreditamos que esta será uma ferramenta imprescindível na auditoria, monitorização e progressiva
melhoria da emergência extra-hospitalar nacional.

Departamento de Emergência Médica, Outubro de 2019

2
Índice

1 Escala de NEWS (NATIONAL EARLY WARNING SCORE) 4

2 Triângulo de Avaliação Pediátrico (TAP) 8

3 Escalas de Dor 13
3.1 Escala Numérica (EN) 14
3.2 Escala FLACC (Face, Legs, Activity, Cry, Consolability) 15
3.3 Escala PAINAD (Pain Assessment in Advanced Dementia) 17

4 Escalas de Avaliação Neurológica 19


4.1 Escala de Cincinnati: Identificadora de AVC desencadeia a VIA VERDE AVC 19
4.2 Escala RACE (Rapid Arterial Occlusion Evaluation Scale) 22

5 Escalas de Avaliação Cardiológica 26


5.1 Via Verde Coronária 26
5.2 Escala ProACS 31

6 Escalas de Avaliação de Trauma 36


6.1 RTS - Revised Trauma Score 39
6.2 MGAP - Mechanism, Glasgow coma scale, Age, and Arterial Pressure 39

7 Via Verde Sépsis 41

8 Via Verde Reanimação 46

9 Outras Escalas 50
9.1 Nova Escala de GLASGOW 50
9.2 Escala de Killip 51

Bibliografia 52

Elaborado por: Filipa Barros, João Lourenço, Luis Ladeira e Raquel Ramos
Contributo técnico: José Sousa
Colaboração no conteúdo clínico: António Táboas, Paula Neto, Ana Lufinha, Dinis Mesquita, Hélder
Ribeiro, Isabel Santos, Joana Manuel, Lénia Ferreira, Pedro Vasconcelos, Teresa Timóteo e Tiago
Carvalho

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1 Escala de NEWS (NATIONAL EARLY WARNING SCORE)

O uso de escalas de alerta precoce (Early Warning Scores – EWS) são comuns no panorama
hospitalar quer nacional, quer internacionalmente, sendo que a sua utilidade extra-
hospitalar é já reconhecida em vários países. Esta escala pretende identificar os doentes com
necessidade de medidas de ressuscitação. A utilização da escala NEWS está associada ao
prognóstico dos doentes, mortalidade e admissão em unidades de cuidados intensivos
(Abbott et al., 2018), não devendo ser aplicada em idades inferiores a 16 anos ou a mulheres
grávidas.

A NEWS é uma escala que agrega o estado de consciência (de novo) e 5 variáveis fisiológicas,
cuja soma da pontuação de todas as variáveis define uma ponderação, que está em direta
relação com o risco de agravamento clínico do doente.

As variáveis fisiológicas, assim como a identificação do estado de consciência necessárias ao


cálculo da escala de NEWS são já avaliadas de forma regular pelas equipas de emergência
pré-hospitalar e a sua utilização em contexto pré-hospitalar está já validada nacional e
internacionalmente (Silcock, Corfield, Gowens, & Rooney, 2015; Williams, Tohira, Finn,
Perkins, & Ho, 2016) identificando a necessidade de tratamento diferenciado no local e o
transporte para o hospital que tenha capacidade de resposta correta e adequada.

A sua utilização transversal nos meios do SIEM permitirá a deteção precoce de doentes
críticos, auxiliando os operacionais na decisão de pedido de apoio diferenciado, assim como
permitirá ao médico regulador do CODU ter em tempo real a perspetiva da gravidade dos
doentes a serem assistidos/transportados na sua área de influência.

A utilização da NEWS nos meios SIEM tornará visível, com base em critérios objetivos, a
evolução dos doentes assistidos e ou transportados até à instituição hospitalar,
caracterizando a relevância clínica da atuação pré-hospitalar.

4
O Cálculo desta escala será automático, depois de definida a idade do doente, através do
preenchimento no ITEAMS da janela AVALIAÇÃO, nomeadamente dos campos identificados
a vermelho. Será visível no desktop do operacional o resultado em cor e número, sempre
que os campos supracitados forem preenchidos.
Na ausência da totalidade dos dados que permitem o cálculo numérico da escala, será
mostrada a possível cor em função dos dados introduzidos. Salienta-se a não validade deste
cálculo, servindo apenas como orientação de uma possível gravidade.

5
Preenchimento de parâmetros fisiológicos:

Obtenção automática da escala NEWS:

6
Registo sequencial de observações com obtenção da escala NEWS nas diferentes avaliações:

Registo sem preenchimento de todos os parâmetros para calculo de escala NEWS:

7
2 Triângulo de Avaliação Pediátrico (TAP)

No pré-hospitalar entre 10 a 13% dos doentes transportados por ambulância correspondem


à idade pediátrica. A sua abordagem, mesmo por profissionais experientes é difícil
(Fernandez, Benito, & Mintegi, 2017), sendo a colheita de dados e a avaliação primária desta
população, dificultada por diversos fatores (Valente et al., 2012):
• Interação limitada;
• Ansiedade;
• Diferenças anatomo-fisiológicas consoante a idade e peso;
• Dificuldade na obtenção de sinais vitais fidedignos (ex. material inadequado, falta de
colaboração, etc.);
• Profissionais pouco experientes a lidar com esta população.
Em 2000, a American Academy of Pediatrics (AAP), publicou um programa de educação para
os profissionais de pré-hospitalar, onde se introduziu um novo instrumento de avaliação, de
uso rápido e fácil chamado Triângulo de Avaliação Pediátrica (TAP) (Fernández et al., 2017;
Horeczko, Instructor, Gausche-hill, & Angeles, 2010).

O seu uso é considerado parte integrante da avaliação de uma criança doente, sendo
endorsada por vários cursos internacionais: Pediatric Advanced Life Support (PALS),
Advanced Pediatric Life Support (APLS), Pediatric Education for Prehospital Professionals
(PEEP), Emergency Nursing Pediatric Course (ENPC), Special Children’s Out-reach and
Prehospital Education e Teaching Resource for Instructors in Prehospital Pediatrics
(Fernandez et al., 2017), e pelo próprio INEM desde 2012 (Valente et al., 2012).

Em conjunto as três componentes do TAP refletem o estado fisiológico da criança e a


gravidade do seu estado através da rápida avaliação da oxigenação, ventilação, perfusão e
função cerebral, sem recurso a dispositivos médicos (Fernández et al., 2017; Fernandez et
al., 2017; Horeczko, Enriquez, McGrath, Gausche-Hill, & Lewis, 2013). Estas são:

• Aparência
• Trabalho respiratório
• Perfusão periférica
8
(Valente et al., 2012)

O TAP, sendo há anos parte integrante da formação dos vários profissionais do pré-hospitalar
em Portugal (TAS, TEPH, enfermeiros e médicos) e não dependendo da disponibilidade e
fiabilidade real de dispositivos médicos de avaliação de sinais vitais adaptados às várias
idades (ex: braçadeiras de esfigmomanómetro, sensores de SpO2, etc.), e da difícil
interpretação dos mesmos (variabilidade de acordo com a idade), torna-o um instrumento
fiável, de uso rápido e facilmente aplicável na identificação do doente crítico pediátrico
(Gausche-Hill et al., 2014). A sua aplicação requer apenas a observação visual e demora
segundos a ser realizada (Horeczko et al., 2010).
A sua utilização permitirá não só a identificação do doente crítico como facilitar a abordagem
do mesmo por problemas, de acordo com a seguinte lógica:

9
(Horeczko et al., 2010)
Com a sua introdução no ITEAMS e a sua utilização transversal nos meios do SIEM, pretende-
se a identificação precoce e atempada do doente crítico pediátrico, auxiliando os
operacionais na decisão de pedido de apoio diferenciado, na abordagem da criança doente
e permitirá ainda ao médico regulador do CODU, ter em tempo real a perspetiva da
gravidade dos doentes pediátricos a serem assistidos/transportados na sua área de
influência, facilitando a alocação de meios diferenciados junto do doente crítico pediátrico.

No ITEAMS o preenchimento do TAP está disponível no separador EXAME DA VÍTIMA,


Triângulo de Avaliação Pediátrico.

10
O ITEAMS está desenhado para identificar como VITÍMA CRÍTICA PEDIÁTRICA, alertar
o profissional e permitir o pedido de apoio ao CODU, se:
• 2 ou mais faces foram selecionadas;
• Alteração na face da aparência.

Se houver apenas alteração da face circulação ou trabalho respiratório isoladamente, o


ITEAMS identificará a situação como suspeita de criança gravemente doente.

11
A descrição das alterações identificadas, permanecem identificadas no separador EXAME DA
VÍTIMA, Triângulo Pediátrico.

12
3 Escalas de Dor

A avaliação e tratamento da Dor é um direito dos doentes, função e obrigação dos


profissionais de Saúde, e indicador de qualidade indispensável à excelência dos cuidados de
saúde (Direção-Geral da Saúde, 2017).

A Dor, além de fenómeno multidimensional, quando aguda, é sinal de alarme e salvaguarda


da integridade física, sendo uma das principais causas de ativação dos meios de emergência
(Jennings, Cameron, & Bernard, 2011). Apesar de ser defendido o seu reconhecimento,
avaliação, registo e início de tratamento atempado, sabemos que a nível do pré-hospitalar,
é subavaliada e consequentemente subtratada. (Ferreira, 2013; Friesgaard, Riddervold,
Kirkegaard, Christensen, & Nikolajsen, 2018; Galinski et al., 2010; J., M., & P.J., 2013;
Siriwardena et al., 2019).

A avaliação da intensidade da Dor é o primeiro passo e o principal obstáculo, atendendo à


complexidade de objetivar um fenómeno subjetivo, sujeito a uma grande variabilidade
individual, (Friesgaard et al., 2018; Orr, Shank, & Black, 2017). A evidência científica
demonstra que uma Dor não avaliada com instrumentos padronizados, como escalas, não é
devidamente valorizada e, consequentemente não tratada ou o tratamento é tardio (Allred
et al., 2019; Friesgaard et al., 2018; Jones, Sim, & Hughes, 2017; Lourens, McCaul, Parker, &
Hodkinson, 2019; Matthews, McCaul, & Smith, 2017; Parker & Rodgers, 2015).

O ITEAMS pretende, de forma inovadora, o reconhecimento e valorização da Dor nos


cuidados de emergência pré-hospitalar, ultrapassando potenciais barreiras e consequências
negativas do seu não controlo. Desta forma, dá cumprimento às orientações da DGS que,
desde 2003 visam implementar a Dor como 5º sinal vital, fundamental no sentido das boas
práticas a nível internacional, na excelência dos cuidados e satisfação dos doentes, visando:

“Promover o acesso equitativo de toda a população a cuidados de saúde no âmbito do


tratamento da dor segundo as boas práticas …” (Direção-Geral da Saúde, 2017a)

Os idosos constituem uma grande parte dos doentes assistidos em emergência pré-
hospitalar, no nosso contexto atual, ainda sem escala de avaliação da intensidade da Dor
adaptada, no registo clínico, que constitui dificuldade acrescida para os profissionais. Nesta

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dificuldade, reside a oportunidade de melhoria, através da disponibilização destas escalas
alternativas, que permitam avaliar a intensidade da Dor de forma sistemática, num espetro
mais alargado de doentes (Gordon, 2015).

Na seleção das escalas de avaliação de intensidade da Dor, tivemos como critérios:

• Utilidade clínica comprovada, nacional e internacionalmente, com adaptação


semântica e cultural à população portuguesa, procurando assegurar uma avaliação
mais isenta de erro;
• Simplicidade de aplicação adequada ao contexto extra-hospitalar;
• Possibilidade conversão do seu SCORE de 0 a 10, de acordo com a Escala Numérica
(EN).

3.1 Escala Numérica (EN)

A Escala Numérica (EN) ou Numeric Rating Scale (NRS) foi a mais encontrada nos estudos
analisados, sendo válida e recomendada para emergência extra-hospitalar. Recomendada
pela International Association for the Study of Pain (IASP) e American Pain Society (APS)
(Tighe et al., 2015), estando presente nas plataformas de registo eletrónico utilizadas por
Emergency Medical technicians (EMT), médicos e enfermeiros. Portanto, aplicada em
doentes assistidos em ambulâncias com diferentes tripulações, incluindo os helicópteros de
emergência médica (Scholten et al., 2015). Apontada como de mais fácil aplicação do que a
Escala Visual Analógica, apesar de serem ambas sensíveis (Bahreini, Jalili, & Moradi-Lakeh,
2015; Jan-Otto, Salmir, Johan, Erik, & Christer, 2019; Karcioglu, Topacoglu, Dikme, & Dikme,
2018).

Utilizada em países como Estados Unidos, Dinamarca (EMT), (estudo que analisou 41241
registos eletrónicos de utentes com dor) (Friesgaard et al., 2018), Turquia, Irão, Holanda...

Os estudos referem como principal limitação a impossibilidade de aplicar em doentes não


comunicantes, com défices cognitivos e crianças com idade inferior a 6 anos (INEM, 2013;
Jan-Otto et al., 2019; Karcioglu et al., 2018).

Consiste numa escala com score de 10, com números (0,1,2…10) podendo ser apresentada
oralmente ou com instrumento físico. Pode ser utilizada a partir dos 6 ou 8 anos, desde que

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as crianças saibam interpretar os números (Batalha, 2016). Pretende-se que o doente faça a
equivalência entre a intensidade da sua Dor e uma classificação numérica, sendo que a 0
corresponde a classificação “Sem Dor” e a 10 a classificação “Dor Máxima” (Dor de
intensidade máxima imaginável), (Direção Geral da Saúde, 2003).

Fonte: https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e-circulares-normativas/circular-normativa-n-9dgcg-de-14062003-pdf.aspx

3.2 Escala FLACC (Face, Legs, Activity, Cry, Consolability)

A escala Face, Legs, Activity, Cry, Consolability (FLACC) foi concebida para reduzir o tempo
de aplicação e a complexidade dos indicadores de outras escalas, proporcionando um
conjunto de indicadores comportamentais fiáveis e objetivos que quantificam a dor em
idade pediátrica. Vários estudos têm comprovado a sua validade, fiabilidade e facilidade de
uso em inúmeras situações clínicas desde o nascimento até aos 19 anos. (Batalha, 2016;
Landsman, Stephen R. Hays, & Christopher J. Karsanac, 2012; Murphy et al., 2016).

Permite avaliar a intensidade da dor em crianças muito jovens para cooperar verbalmente,
com multideficiência e também pode ser usado em adultos incapazes de comunicar
(Direção-Geral da Saúde, 2010; Mendes, 2011) .

A escala foi traduzida e validada semântica para português e avaliadas as suas propriedades
psicométricas em crianças dos 4 aos 18 anos. Entre as escalas concebidas para esta
população específica, esta é a que apresenta mais estudos psicométricos, revelando ser
válida e fiável:

“Os autores concluíram que versão Portuguesa revela um alto grau


reprodutibilidade constitui um instrumento valioso para a melhoria da qualidade
de vida das crianças e suas famílias, se usada diariamente pelos profissionais de
saúde na avaliação da dor das crianças cujo desenvolvimento psicomotor ou
situação clínica impede a verbalização da dor”, (Batalha, 2016).
A IASP (Treede, 2018) recomenda-a para crianças com menos de 4 anos, apesar de não haver
unanimidade nas idades, nos estudos consultados, dependendo das características de cada
criança.

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Os Scores totais variam entre 0 e 10, com base numa escala de 0 a 2 para os cinco itens, que
também pode depender da informação obtida a partir do cuidador. O score obtido é
comparável na Escala Numérica, da seguinte forma (Jackques, 2019):

0 = Descontraído e confortável

1 a 3 = Desconforto leve

4 a 6 = Dor moderada

7 a 10 = Desconforto / dor grave

CRITÉRIOS DE
PARÂMETRO
Score

AVALIÇÃO

0 Nenhuma expressão particular ou sorriso

1 Careta ocasional ou franzir de sobrancelhas, alheio,


1. Face
desinteressado

2 Constante franzir de sobrancelhas, maxilares cerrados, queixo


trémulo
0 Posição normal ou relaxadas

2. Pernas 1 Inquietas, agitadas, tensas

2 Aos pontapés ou com as pernas encolhidas


0 Deitado calmamente, posição normal, mexe-se facilmente
3. Atividade 1 Contorcendo-se, virando-se para trás e para a frente, tenso
2 Arqueado, rígido ou com movimentos bruscos
0 Ausência de choro (acordado ou adormecido)
4. Choro 1 Gemidos ou lamentos, queixas ocasionais
2 Choro persistente, gritos ou suspiros, queixas frequentes
0 Contente, relaxado
5.
1 Encorajado por toques ocasionais, abraços, conversas. Distrai-se
Consolabilidade
2 Difícil de consolar ou confortar
0
Mínimo
Score Total
10 Máximo

Versão portuguesa da Escala FLACC, (M. Batalha, 2016).

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3.3 Escala PAINAD (Pain Assessment in Advanced Dementia)

As pessoas idosas são um grupo particularmente vulnerável no que se trata de avaliação e


gestão da dor em emergência, estando mais suscetíveis a défices cognitivos e/ou défices
comunicacionais. (Jones et al., 2017; Orr et al., 2017). A confusão mental/ demência foi
relatada pelos profissionais como sendo das maiores barreiras à analgesia: num estudo
publicado em 2017, acerca da influência do défice cognitivo na gestão da dor em
emergência, concluíram que foram menos propensos a ter sua dor avaliada com uma
ferramenta de avaliação de dor padronizada (55% vs 91,4%) e 9,4 vezes mais propensos a
ter sua dor avaliada usando apenas avaliações subjetivas. Como resultado verificou-se atraso
no início de tratamento da dor, (Whitley et al., 2017).

Além disso, também na instituição de medidas analgésicas verificou-se discriminação


negativa, uma vez que 45% dos doentes com défices cognitivos não receberam analgésico,
enquanto apenas 8% dos doentes cognitivamente intactos, não tiveram analgesia prescrita.
(Jones et al., 2017; Whitley et al., 2017).

A Pain Assessment in Advanced Dementia (PAINAD) permite avaliar a dor, sendo indicada
para em idosos não comunicantes com dor aguda ou persistente, (Jones et al., 2017;
Warden, Hurley, & Volicer, 2003). Foi considerada como “sensível e de aplicação rápida (…)
simples e fiável para medir a dor em doentes não comunicantes”, (Ordem dos Enfermeiros,
2004), permitindo uma fácil quantificação da dor numa escala métrica de 0 a 10 pontos (1-3
= dor leve; 4-6 = dor moderada; 7-10 = dor severa). A escala inclui os indicadores respiração,
vocalização, expressão facial, linguagem corporal e consolabilidade, cada um deles pontuado
de 0 a 2 pontos.

A escala foi traduzida e testada em vários países (Singapura, Bélgica, Itália, Holanda,
Alemanha e Estados Unidos) o que comprova o interesse crescente pela sua utilização. (Orr
et al., 2017). Na prática clínica esta escala é utilizada a partir dos 18 anos. (Batalha, 2016),
podendo encontrar-se aplicações informáticas para o seu cálculo1.

1 https://www.mdcalc.com/pain-assessment-advanced-dementia-scale-painad#evidence calculadora

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CRITÉRIOS DE
PARÂMETRO

Score
AVALIÇÃO

1. Respiração 0 Normal.

independente da 1 Respiração ocasionalmente difícil. Curto período de hiperventilação.


vocalização Respiração difícil e ruidosa.
2 Período longo de hiperventilação. Respiração Cheyne-Stok.

0 Nenhuma.
2. Vocalização
Queixume ou gemido ocasional.
1
negativa Tom de voz baixo com discurso negativo ou de desaprovação.
2 Chamamento perturbado repetitivo. Queixume ou gemido alto. Choro.

0 Sorridente ou inexpressiva.
3. Expressão facial Triste. Amedrontada. Sobrancelhas franzidas.
1

2 Esgar facial.

0 Relaxada.
4. Linguagem corporal 1 Tensa. Andar para cá e para lá de forma angustiada. Irrequieta.
Rígida. Punhos cerrados. Joelhos fletidos. Resistência e/ou Agressividade
2
à aproximação ou ao cuidado. Agressiva.
0 Sem necessidade de consolo.
5. Consolabilidade 1 Distraído ou tranquilizado pela voz ou toque.

2 Impossível de consolar, distrair ou tranquilizar.

0 Mínimo
Score Total
10 Máximo
Versão Portuguesa da escala PAINAD (PAINAD/PT) (M. Batalha, 2016)

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4 Escalas de Avaliação Neurológica

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda maior causa de morte na Europa, sendo
responsável por mais de 1 milhão de mortes por ano e a principal causa de incapacidade. Em
2002 foi aprovado na europa o uso da trombólise endovenosa e em 2015 as orientações
europeias recomendaram o tratamento endovascular. (Aguiar de Sousa et al., 2018).

O conceito de VIA VERDE AVC determina a otimização do circuito suspeição-


referenciação-diagnóstico-terapêutica, sendo o papel do pré-hospitalar fundamental desde
a suspeição na chamada telefónica, à identificação de alterações neurológicas pelas equipas
no terreno, culminando na orientação via CODU destes pacientes para o hospital que possa
em proximidade oferecer os exames complementares e o tratamento adequado.

Esta identificação pelos operacionais no terreno das alterações neurológicas potencialmente


consequentes de um AVC, deverá ser feita de forma objetiva, com recurso a escalas já
validadas nomeadamente:

4.1 Escala de Cincinnati: Identificadora de AVC desencadeia a VIA VERDE AVC

Em Portugal a Direção Geral de Saúde advoga a identificação do doente com suspeita de


Acidente Vascular Cerebral, através de 3 sinais de alerta (Direcção Geral de Saúde, 2017):
• Dificuldade em falar,
• Boca ao lado,
• Falta de força num membro

Estes 3 sinais são identificados na Cincinatti Prehospital Stroke Scale, que possui uma
sensibilidade de 81% na deteção de um acidente vascular cerebral (Maddali, Razack,
Cattamanchi, & Ramakrishnan, 2019). A escala de Cincinnati para a identificação de Acidente
Vascular Cerebral (AVC) é utilizada na emergência extra-hospitalar há vários anos (Kothari,
Pancioli, Liu, Brott, & Broderick, 1999).

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A utilização desta escala de forma transversal no pré-hospitalar permite a identificação
precoce do evento, criando um alerta AVC quer na aplicação do profissional (ITEAMS no PC
ou tablet), quer nos CODU (visualização da ficha em tempo real), permitido assim uma mais
célere ativação do circuito via verde AVC, nomeadamente a adequada e célere referenciação
hospitalar.
A escala consiste na identificação de 1 ou mais sinais neurológicos discriminadores de evento
cerebrovascular:
Escala de Cincinnati
S N
Paresia facial 1 0

Queda do MS 1 0

Alteração na fala 1 0

Total Positivo de 1 a 3

A escala de Cincinnati com positividade de 1 a 3 é sugestiva de um possível AVC pelo que

deverá desencadear um alerta de possível VIA VERDE AVC.

No ITEAMS a sequência de preenchimento é iniciada no separador EXAME VÍTIMA.


Ao clicar no quadro correspondente ao exame objetivo, no discriminativo SNC (Sistema
Nervoso Central) existe a referência à Escala de Cincinnati:

20
O preenchimento da escala leva a um número de 1 a 3, sendo que qualquer quantificação

numérica nesta escala desencadeia o alerta de possível VIA VERDE AVC, ou seja, a
possibilidade de a situação em causa ser uma emergência neurológica com necessidade de
encaminhamento para a unidade de referência mais próxima e mais adequada.

21
O Alerta surge no desktop do operacional relembrando a necessidade do contacto telefónico
precoce com o CODU e respetivo médico regulador, para que o centro a rececionar o doente
seja o adequado e seja de imediato avisado. Futuramente este alerta será também lançado
no desktop do médico regulador permitindo ao mesmo priorizar este tipo de ocorrência.

4.2 Escala RACE (Rapid Arterial Occlusion Evaluation Scale)

Em 2018 foi publicado no European Stroke Journal uma pesquisa sobre acesso e
implementação de tratamento em 44 países europeus, recomendando-se a implementação
de redes de unidades de AVC com capacidade para intervenção endovenosa e endovascular,
tendo em conta as especificidades geográficas locais (Aguiar de Sousa et al., 2018)
À data das recomendações das European Academy of Neurology e da European Stroke
Organization para o pré-hospitalar (de la Ossa et al., 2017), não existia evidência suficiente
que permitisse recomendar a utilização pré-hospitalar de uma escala preditiva de AVC com
oclusão de grande vaso. No entanto, é recomendado que quando a distância/tempo para o
centro com capacidade de terapêutica endovascular (TEV) for inferior a 30-45 minutos ou
quando existirem contraindicações para trombólise, os doentes no pré-hospitalar e com
suspeita de AVC com oclusão de grande vaso, sejam transportados diretamente para centros
com capacidade de realizar trombectomia, fazendo bypass à unidade AVC mais próxima
apenas com capacidade para trombólise (Ahmed et al., 2017).
22
No momento em que foram emanadas as recomendações europeias, a única escala com
validade prospetiva no pré-hospitalar era a escala RACE. Esta escala, quando aplicada a um
doente com suspeita de AVC e uma pontuação ≥5, tem uma sensibilidade de 85% e uma
especificidade de 68%, na deteção da oclusão de uma grande artéria na circulação anterior
(De La Ossa et al., 2014; de la Ossa et al., 2017).

A introdução desta escala pretende a identificação extra-hospitalar de doentes, que


potencialmente beneficiarão de um encaminhamento precoce para um centro com
capacidade de tratamento endovascular. A sua mais valia é o apoio à decisão e regulação
médica, potenciando e facilitando a discussão clínica com as unidades com essa capacidade,
otimizando o encaminhamento dos doentes com suspeita de oclusão de grande vaso para o
tratamento definitivo.

A escala de RACE avalia a congruência de alterações neurológicas no referente a lateralidade,


força e pares cranianos, através de uma sequência de questões e ações simples:

RACE Esquerda Direita Valor

Ausente Ausente 0
Paresia facial Ligeira ligeira 1
Moderada/severa Moderada/severa 2
Ausente/Lig (>10seg) Ausente/Lig. (>10seg) 0
Paresia MS Moderada (<10seg) Moderada (<10seg) 1
Severa (não levanta) Severa (não levanta) 2
Ausente/Lig (>5seg) Ausente/Lig. (>5seg) 0
Paresia MI Moderada (<5seg) Moderada (<5seg) 1
Severa (não levanta) Severa (não levanta) 2
Ausente Ausente 0
Desvio oculocefálico
Presente Presente 1
Reconhece o braço E o défice Afasia obedece a 2 ordens 0
Não reconhece o braço OU o défice Afasia obedece a 1 ordens 1
Agnosia/Afasia
Não reconhece NEM braço NEM o
2
défice Não executa ordens

RACE ≥5 Eventual necessidade de trombectomia

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No ITEAMS o preenchimento da escala de RACE está disponível no separador EXAME DA
VÍTIMA, Exame Objetivo. O seu preenchimento está condicionado pela lateralidade,
estando apenas disponível o preenchimento relativo ao hemisfério identificado (alterações
à esquerda ou à direita).

Em função das alterações identificadas é obtido automaticamente o valor da escala.


Sabendo que um valor ≥5 salienta a eventual necessidade de trombectomia, o operacional
deverá comunicar com o CODU e este último contactar uma unidade especializada de forma
a obter as indicações para cada situação individualizada.

24
O alarme de via verde se presente por Cincinnati positiva, evidência o valor da RACE.

25
5 Escalas de Avaliação Cardiológica

A European Society of Cardiology (ESC) emitiu nos últimos anos, um conjunto de guidelines
que sumarizam e avaliam a evidência mais recente, de forma a auxiliar os profissionais de
saúde na tomada de decisão e seleção das melhores estratégias terapêuticas para os seus
doentes (Ibanez et al., 2018).

O ITEAMS, como instrumento de registo clínico, mas também de apoio à decisão e regulação
médica, pretende refletir as mais recentes recomendações da ESC, relativas ao Síndrome
Coronário Agudo (SCA) com ou sem elevação do segmento ST e também a utilização de
scores de risco nestes doentes.
O software proposto permite, através do registo de parâmetros fisiológicos e clínicos e de

alterações eletrocardiográficas, sugerir a ativação da VIA VERDE CORONÁRIA, a consulta


de especialista de cardiologia e mesmo a identificação precoce de doentes de maior risco de
agravamento clínico.

5.1 Via Verde Coronária

Segundo as 2017 ESC Guidelines for the management of acute myocardial infarction in

patients presenting with ST-segment elevation (Ibanez et al., 2018), os critérios de VIA

VERDE CORONÁRIA são a existência de dor sugestiva e alterações eletrocardiográficas


que se podem agrupar em:

• Elevação de ST em pelo menos duas derivações consecutivas;


• Apresentações eletrocardiográficas atípicas.

26
(Ibanez et al., 2018)

Neste sentido, foram introduzidas estas premissas no ITEAMS. No separador EXAME


VÍTIMA, nomeadamente no Exame Objetivo a identificação de dor sugestiva de síndrome
coronário agudo (SCA) – primeiro passo para a identificação de Via Verde Coronária:

27
Seguidamente em Procedimentos a seleção de ECG e consequente disponibilização de
quadro para preenchimento:

28
O ITEAMS está desenhado para identificar VIA VERDE CORONÁRIA se:

1) Marcações apenas no campo “Supra-ST”:


• I + aVL
• II + III + aVF OU II + III OU II + aVF OU III + aVF
• V1+V2 OU V1+V2+V3 OU V1+V2+V3+V4 OU V1+V2+V3+V4+V5 OU
V1+V2+V3+V4+V5+V6
• V2+V3 OU V2+V3+V4 OU V2+V3+V4+V5 OU V2+V3+V4+V5+V6
• V3+V4 OU V3+V4+V5 OU V3+V4+V5+V6
• V4+V5 OU V4+V5+V6 OU V5+V6
• V3R+V4R
• V7+V8+V9

2) Marcação no campo “Supra-ST” em aVR e/ou V1 + marcação no campo “Infra-ST” em


6 ou mais derivações (independentemente de quais)

3) Marcação no campo “dor sugestiva de SCA” e:


• BCRE de novo

As situações supracitadas desencadeiam no ITEAMS a VIA VERDE CORONÁRIA e é visível


o seguinte alarme:

29
Outras situações passiveis de ativação da Via Verde Coronária, mas que ainda necessitam de
discussão com cardiologia ou novo ECG (ex. enfarte posterior), no sentido de validação e
aceitação em hemodinâmica, desencadeiam alarme amarelo (Ibanez et al., 2018; Roffi et al.,
2016):
a. “Considerar discussão com cardiologia”:
• BCRE existente
• BCRD (existente ou de novo)
• Alterações dinâmicas do ECG
• PAS <90mmHg

b. “Realizar derivações posteriores / Sugestivo de Enfarte Posterior”:

• Marcação no campo “infra-ST” - V1+V2 ou V1+V2+V3

30
5.2 Escala ProACS

As mais recentes orientações clínicas para as estratégias de revascularização miocárdica, da


European Society of Cardiology (Neumann et al., 2019) recomendam a coronariografia
urgente (<2h) em doentes com risco isquémico muito elevado.

O score ProACS é um score simples e precoce, desenvolvido para estratificação de risco de


mortalidade hospitalar nas síndromes coronárias agudas (Timóteo, Rosa, Nogueira, Belo, &
Ferreira, 2016).

O seu cálculo automático pelo ITEAMS poderá contribuir para a sua adoção na prática clínica,
nomeadamente no pré-hospitalar. A mais recente recomendação de uma estratégia invasiva
imediata (<2h) para os doentes de mais elevado risco, torna imperativa esta estratificação
(Gonçalves, 2016).

31
Escala ProACS
<72 0
Idade (anos)
> ou = a 72 1
<116 1
PAS (mmHg)
> ou = a 116 0
1 0
2 1
Classe de Killip
3 1
4 3
Sim 1
Elevação de ST
Não 0

Risco elevado de mortalidade ≥3

No ITEAMS, quando a PROACS é ≥ 3 surge no ecrã do operacional um alerta amarelo que diz:
“Considerar discussão com cardiologia!” e mostra o valor da ProACS.

32
A ideia é, com base neste alerta, incentivar o diálogo via CODU (conferência) com o médico
da sala de hemodinâmica da área, ficando ao critério deste a terapêutica do doente.
Esta escala só é calculada mediante o progressivo preenchimento de identificação (idade),
parâmetros vitais (PAS), identificação de Dor Sugestiva de SCA, classificação da auscultação
pulmonar de acordo com a Escala Killip (El-Menyar et al., 2012; Mello et al., 2014) e a
referência às Alterações Segmento ST (seja supra, infra ou sem alterações).

Existem várias janelas sequenciais em que são identificadas por separadores as diferentes
etapas do registo realizado pelos profissionais no pré-hospitalar. Assim após a identificação
da vítima a partir do RNU (separador VÍTIMA) onde fica registada a idade:

Segue-se o preenchimento do separador AVALIAÇÃO, onde são registados parâmetros vitais


como PAS, entre outros como pode ser visto na imagem anexa:
33
De seguida, preenche-se o separador EXAME DA VÍTIMA, em que no doente sugestivo de
patologia coronária é fundamental o preenchimento de Dor Sugestiva de SCA e presença ou
não de fervores de estase de acordo com a Escala de Killip (note-se que se ausência de
fervores de estase é assumido classe de Killip I).

34
Por último, ao ser preenchida a existência ou não de Alterações Seg. ST no procedimento
ECG, obtemos o cálculo automático da escala:

35
6 Escalas de Avaliação de Trauma

Internacionalmente, a correta identificação do trauma grave e transporte ao hospital com as


valências adequadas tem sido uma prioridade no pré-hospitalar (Spahn et al., 2019). Desta
forma, várias tem sido as escalas procuradas para triar vítimas de trauma, de forma a que as
mesmas sejam adequadamente tratadas em tempo e local.

Em Portugal, desde 2010 que a organização dos cuidados hospitalares ao doente de trauma
tem vindo a ser defendida pela DGS (Direção-Geral da Saúde, 2010a), no seguimento de uma
publicação da Ordem dos Médicos sobre as Normas de Boa Prática em Trauma (Grupo de
Trabalho de Trauma, 2009).

No ITEAMS a identificação do mecanismo de lesão logo no separador CHAMU é suficiente

para alertar para a possível presença de uma VIA VERDE TRAUMA:

36
A identificação e registo de lesões traumáticas no ITEAMS é feito no separador EXAME DA
VÍTIMA em janela específica de TRAUMA. As diferentes lesões devem ser descritas com
referência a localização anatómica e às características das mesmas:

37
Salienta-se que o registo dos parâmetros fisiológicos, assim como da avaliação do estado de
consciência introduzidos no separador AVALIAÇÃO junto com a identificação de trauma
revelam automaticamente os resultados das escalas de trauma:

Este resultado automático do valor das escalas de trauma alerta para possível gravidade

clínica em contexto de trauma e desencadeia o alarme de possível VIA VERDE TRAUMA.


As escalas de trauma incluídas no projeto ITEAMS são a RTS e a MGAP.

38
6.1 RTS - Revised Trauma Score

A RTS (Revised Trauma Score) tem sido amplamente usada no extra-hospitalar uma vez que
ao recorrer a parâmetros fisiológicos simples permite o fácil uso e a tradução em cor e
número da prioridade clínica do doente de trauma. Esta escala é facilitadora da tomada de
decisão e permite estratificar a referenciação ao centro de trauma em situação em que o seu
resultado seja ≤10 (Champion et al., 1989).

GCS FR (v/min) PAS (mmHg) Total

13 a15 4 10 a 29 4 >89 4 Igual ou inferior a


9 a 12 3 >29 3 76 a 89 3 10:
RTS
6a8 2 6a9 2 50 a 75 2 necessita de
4a5 1 1a5 1 1 a 49 1 referenciação a
3 0 0 0 0 0 centro de trauma

6.2 MGAP - Mechanism, Glasgow coma scale, Age, and Arterial Pressure

A MGAP (Mechanism, Glasgow coma scale, Age, and Arterial Pressure), surgiu da
necessidade de associar o mecanismo da lesão aos parâmetros fisiológicos do doente na
determinação da potencial gravidade do trauma (Sartorius et al., 2010).

A redução da mortalidade pré e intra-hospitalar associada ao trauma tem vindo a diminuir,


graças à capacidade das equipas extra-hospitalares em determinarem a gravidade da vítima
e referenciarem as mesmas para os locais de tratamento adequado. O uso da MGAP pode

permitir essa rápida identificação de potencial VIA VERDE TRAUMA e com a ativação da
mesma progredir para uma redução da mortalidade.

A MGAP acrescenta à RTS a classificação da lesão em penetrante ou fechada sendo os


restantes parâmetros sobreponíveis. Torna-se assim, em junto com a RTS, uma ferramenta
de auxílio aos operacionais na identificação de trauma potencialmente grave (MGAP <18
sugere trauma grave), assim como à regulação médica nos CODU, permitindo o envio de
apoio diferenciado e ao encaminhamento hospitalar adequado (Rahmani, Bakhtavar,
Vahdati, Hosseini, & Esfanjani, 2017; Spahn et al., 2019).

39
Mecanismo lesão Idade (anos) GCS PAS (mmHg) Total
Penetrante 0 < 60 5 > 120 5 23-29 Baixo
MGAP
Fechado 4 > 60 0 3 a 15 60-123 3 18-22 Médio
< 60 0 <18 Alto
Inferior a 18 necessita de referenciação a centro de trauma

Se após cálculo das escalas (RTS e/ou MGAP) houver evidência de trauma grave surge o

alerta de possível VIA VERDE TRAUMA:

40
7 Via Verde Sépsis

A sépsis é uma disfunção grave de vários órgãos causada por uma resposta desregulada do
hospedeiro ao agente infetante. É responsável por 25% das admissões em UCI na Europa e
estima-se que possa afetar mais de 30 milhões de pessoas anualmente, com custos
elevadíssimos tanto económicos como de vidas humanas. A mortalidade pode ir de 10 a 50%
sendo as sequelas físicas, psicológicas e cognitivas deste síndrome muito prevalentes (Singer
et al., 2016).

Em Portugal a DGS Criou norma Via Verde Sépsis no Adulto (Direção-Geral da Saúde, 2017b),
sendo a identificação precoce de caso suspeito Via Verde Sépsis no extra-hospitalar pelos
meios do SIEM parte integrante da mesma. (grau de recomendação 1 e nível de evidência
C).

Assim no extra-hospitalar a identificação de alteração de temperatura (temperatura


auricular <35 ou ≥38 ºC) em associação com critérios de presunção de infeção,
nomeadamente:

• Cefaleia
• Alteração da consciência
• Dispneia /Tosse
• Dor abdominal
• Icterícia
• Disúria/Polaquiúria
• Dor lombar
• Sinais inflamatórios cutâneos
• Critério do clínico responsável

E a presença de critérios de inflamação sistémica (alteração estado de consciência, FC > 90


b/min. e FR >22 c/m, originam um Caso Suspeito de Sépsis (alerta de caso suspeito de
sépsis).
A identificação automática de sinais de gravidade (Lactato> 2mmol/L, PAS < 90mmHg, PaO2

< 60mmHg ou Sat. de O2 <90%), despoleta o alerta de possível VIA VERDE SÉPSIS,
necessitando de confirmação pelo operacional, na ausência dos seguintes critérios de
exclusão:
41
• Doença cerebrovascular aguda
• Doente sem reserva fisiológica para medidas avançadas de diagnóstico e terapêutica
• Estado de mal asmático
• Gravidez
• Hemorragia digestiva alta
• ICC descompensada/ síndrome coronária aguda
• Politrauma/grande queimado

Nota: Não existindo critérios de exclusão, na ausência de confirmação por outros critérios
de gravidade e na impossibilidade de avaliação do lactato no pré-hospitalar, o caso deve ser
tratado como suspeito até lá.

O algoritmo que sumariza a informação acima:

Via Verde Sepsis

Temp. Suspeita de infeção Inflamação Gravidade

<35 1 Cefaleia 1 AVDS (VDS) 1 Lactato >2mmol/L 1

≥38 1 Alt. consciência 1 FC>90 1 TAS< 90mmHg 1

PaO2 <60mmHg ou SatO2


Dispneia /tosse 1 FR>22 1 1
<90%

Dor abdominal 1

Icterícia 1

Disúria/polaquiúria 1

Dor lombar 1

Sinais inflamatórios cutâneos 1

Critério do clínico
responsável

Caso Suspeito de Sépsis se 1 ou mais em cada uma das três primeiras colunas

Possível Via Verde Sépsis se 1 ou mais em cada uma das quatro colunas

42
No ITEAMS:

No separador AVALIAÇÃO preencher a temperatura do doente.

Sequencialmente, no separador CHAMU, selecionar em Suspeita de infeção os campos que


são positivos:

43
De acordo com o algoritmo explicado acima, o preenchimento dos separadores de
AVALIAÇÃO e CHAMU de parâmetros sugestivos de Sépsis desencadeia o respetivo alarme:
Caso Suspeito de Sépsis:

ou POSSÍVEL VIA VERDE SÉPSIS:

44
45
8 Via Verde Reanimação

A paragem cardiorrespiratória (PCR) pela sua gravidade e imprevisibilidade é a emergência


médica de maior impacto clínico e social (Lamhaut et al., 2018; Timóteo, Aguiar Rosa, Afonso
Nogueira, Belo, & Cruz Ferreira, 2017). Ao longo dos anos a resposta da emergência pré-
hospitalar à PCR extra-hospitalar (PCREH) tem sido um desafio transversal e permanente,
que requer uma cadeia de sobrevivência forte em todos os seus elos.

Paralelamente o ECMO-VA tem vindo a afirmar-se como uma terapia promissora no


processo da reanimação, conferindo uma nova possibilidade na recuperação da PCR (Brooks
et al., 2018; Hutin et al., 2018; Lamhaut et al., 2017), que privilegia a vida, pelo aumento da
possibilidade de recuperação (eCPR) e doação de órgãos,

No entanto os resultados só tenderão para o ideal em sistemas cujos elos da cadeia de


sobrevivência sejam robustos e funcionantes em todo o processo assistencial da PCREH,
através do seu reconhecimento e SBV precoce, da otimização do desempenho das equipas
de emergência e do rápido acesso aos cuidados definitivos (transporte rápido para centros
de abordagem intensiva da PCR).

O conjunto de todas estas ações encadeadas, leva o INEM e todos os stakeholders

envolvidos, a percorrer um caminho norteado por uma verdadeira filosofia de VIA VERDE

REANIMAÇÃO. Este novo conceito, procura transportar para a PCREH uma abordagem
verdadeiramente integrada em todo o processo assistencial para aquela que é uma das
maiores entidades da emergência.

A plataforma ITEAMS pretende, aqui também, apresentar-se como uma ferramenta


facilitadora do apoio à decisão na gestão das vítimas de PCREH, através do seu sistema
rápido de alarmes, permitindo registo da atuação das equipas no terreno, em paralelo com
o Registo Nacional de Paragem Cardiorrespiratória (RNPCR), caracterizando assim com maior
exatidão o panorama nacional da PCREH.

A recriação do RNPCR em paralelo com o ITEAMS permite aproveitar as sinergias de ambas


as plataformas, na medida em que possibilita a importação automática da grande maioria
46
dos campos do ITEAMS para o RNPCR, facilitando o preenchimento pelas equipas de
emergência, promovendo adesão.

NO ITEAMS:

Existe no separador AVALIAÇÃO um botão de Vítima em PCR que automaticamente


preenche os parâmetros fisiológicos e identifica o valor máximo da escala de NEWS,

desencadeando um alarme de VIA VERDE REANIMAÇÃO.

47
Antes de finalizar a ficha, no separador PROCED.ECD – Procedimentos deverá ser
selecionado SBV/DAE e ou SAV que permitirá o preenchimento do campo Reanimação:

O campo Reanimação está desenhado para exportar a informação para campos idênticos no
RNPCR:

48
Ao terminar a ficha é questionado ao operacional se quer importar a informação para o
RNPCR se este assim o determinar a informação que é sobreponível migra automaticamente,
sendo que a restante informação deverá ser complementada.

49
9 Outras Escalas

Foram ainda incorporadas, no ITEAMS, outras escalas:

9.1 Nova Escala de GLASGOW

A nova Escala de Glasgow introduz a opção Não Testável – NT. Deve ter-se em conta este
aspeto, usando esta opção para registar um componente ausente ou que não pode ser
testado.

Escala de Glasgow atualizada


Olhos Verbal Motor
Espontânea 4 Orientada 5 A ordens 6
Ao som 3 Confusa 4 Localizadora 5
À pressão 2 Palavras 3 Flexão normal 4
Ausente 1 Sons 2 Flexão anormal 3
Não testável NT Ausente 1 Extensão 2
Não testável NT Ausente 1
Não testável NT

(Costa & Alves, 2015)

50
9.2 Escala de Killip

A Escala de Killip permite estratificar o risco de mortalidade e o potencial benefício do


tratamento especializado (cardiologia/ hemodinâmica), em doentes com Síndrome
Coronário Agudo (SCA), sendo a classe alta de Killip preditora da mortalidade no enfarte
agudo do miocárdio com e sem supradesnivelamento do segmento ST, (El-Menyar et al.,
2012; Mello et al., 2014; Sabatine et al., 2017).

Classes de Killip
I Sem fervores

II Fervores bibasais/ ingurgitamento jugular /S3

III Fervores bilaterais-EAP

IV Fervores bilaterais e PAS < 90mmHg

(El-Menyar et al., 2012; Mello et al., 2014)

51
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