Você está na página 1de 81

Protocolos de Atuação

Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Índice

1.1. Protocolo de Abordagem e Avaliação da Vítima ..........................................................................3


1.2. Protocolo de Desobstrução da Via Aérea .................................................................................20
1.3. Protocolo de Reanimação Cardiorrespiratória do Adulto ...........................................................22
1.4. Protocolo de Choque e Reposição de Fluidos............................................................................28
1.5. Protocolo de Dispneia............................................................................................................30
1.6. Protocolo de Dor Torácica ......................................................................................................32
1.7. Protocolo de Suspeita de AVC .................................................................................................36
1.8. Protocolo de Convulsões ........................................................................................................38
1.9. Protocolo de Hipoglicemia .....................................................................................................40
1.10. Protocolo de Intoxicações ....................................................................................................42
1.11. Protocolo de Intoxicação Por Opióides ...................................................................................45
1.12. Protocolo de Reação Anafilática ............................................................................................47
1.13. Protocolo de Traumatismos ..................................................................................................49
1.14. Protocolo de Queimaduras ...................................................................................................51
1.15. Protocolo de Analgesia ........................................................................................................53
1.16. Protocolo de Imobilização da Coluna Vertebral .......................................................................55
1.17. Protocolo de Assistência ao Parto .........................................................................................58
1.18. Protocolo de Avaliação Inicial e Reanimação Cardiorrespiratória Recém-nascido ........................64
1.19. Protocolo de Reanimação Cardiorrespiratória da Vítima Pediátrica 1 .........................................69
1.20. Protocolo de Reposição de Fluidos na Vítima Pediátrica ...........................................................76
1.21. Protocolo de Triagem da Vítima Adulta em Situações de Exceção .............................................78
1.22. Protocolo de Triagem da Vítima Pediátrica em Situações de Exceção ........................................79

2 | INEM
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.1. Protocolo de Abordagem e Avaliação da Vítima

INEM | 3
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Considerar a informação obtida no acionamento para a ocorrência

Ocorrência de Ocorrência de Ocorrência de


Equipamento
doença súbita trauma trabalho de parto

Saco de 1ª abordagem   
Garrafa portátil de O2   
Aspirador   
DAE ou monitor de sinais vitais com DAE   
Saco de trauma X  X

Kit de parto X X 

2
– Garantir precauções universais

Máscara de
Luvas Óculos de
Tarefa Bata e avental proteção
descartáveis proteção
facial

Controlo de hemorragia    
Assistência ao parto    
Criação de acessos vasculares  X X X

Intubação da via aérea  X X* 


Aspiração ou limpeza manual da via
 X*  
aérea

Transporte ou lavagem de
   
equipamentos contaminados

Avaliação das pressões arteriais X X X X

Avaliação da temperatura X X X X

Avaliação da glicemia capilar  X X X

Administração de medicação via IM  X X X

X* - Não, a menos que seja possível contactar com fluidos orgânicos

4 | INEM
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
3
– Avaliar e garantir as condições de segurança

Avaliar o local da ocorrência atendendo a vários fatores como:


 Pisos instáveis ou escorregadios
 Estabilidade de estruturas circundantes, risco de derrocada, explosão ou incêndio
 Atmosferas contaminadas, explosivas ou pobres em oxigénio
 Queda de linhas de alta tensão ou outras situações que envolvam corrente elétrica
 Circulação de veículos próxima ao local onde está a prestar socorro
 Estabilidade e superfícies cortantes/perfurantes do veículo acidentado em que é necessário
entrar para prestar socorro
 Existência de potenciais agressores, ambientes hostis e vítimas agressivas
 Existência de animais que possam causar ferimentos
 Substâncias químicas perigosas
 Exposição a fluidos orgânicos potencialmente contaminantes.

Adotar medidas de segurança e de proteção da equipa. Por exemplo:

 Estacionar a ambulância de modo a sinalizar o local e a proteger a equipa e a vítima


 Solicitar apoio da autoridade policial sempre que existam questões de ordem pública,
necessidade de intervenção ao nível do tráfego ou de risco de agressão para a equipa
 Solicitar apoio de bombeiros para operações de resgate em contexto de incêndio, em ambientes
com atmosferas perigosas, espaços confinados, situações que envolvam matérias perigosas e
para proceder à estabilização de estruturas e de veículos instáveis
 Usar EPI adequado aos riscos existente no local de ocorrência (por exemplo, capacete e vestuário
com faixas refletoras)
 Em ocorrências que envolvam corrente elétrica, intervir apenas ter a garantia que esta está
desligada e, no caso de se tratar de média ou alta tensão, intervir apenas após indicação técnica
especializada – risco de arco elétrico
 Tomar a decisão de abandonar o local da ocorrência sempre que existam fatores de risco para a
equipa que não possam ser evitados ou controlados.

4
– Determinar mecanismo de lesão / natureza da doença

 Qualquer mecanismo que produza um impacto violento na cabeça, no pescoço, no tronco ou na


pélvis – agressão, soterramento, atropelamento, qualquer colisão a alta velocidade entre outros
 Acidentes que produzam aceleração ou desaceleração súbita ou força de inclinação lateral no
pescoço ou tronco – colisões (em especial as laterais), capotamento de veículos em velocidades
moderadas ou altas, envolvimento em explosões, projeção ou queda a partir de qualquer meio
de transporte motorizado ou de propulsão – skate, bicicleta, veículos motorizados entre outros
INEM | 5
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

 Morte de um ocupante do mesmo compartimento do veículo onde se encontra a vítima


 Queda 3 vezes superior à altura da vítima adulta, independentemente da parte do corpo
envolvida ou qualquer queda que envolva a cabeça, especialmente em idosos
 Mergulho em águas rasas – risco elevado de lesão cervical
 Em pediatria, os mecanismos de lesão que podem indicar gravidade incluem quedas superiores a
3 metros, colisões de bicicleta e atropelamentos.

5
– Determinar o número de vítimas

Contabilizar o número de vítimas e proceder à respetiva triagem.


Considerar:
 Protocolo de Triagem da Vítima Adulta em Situação de Exceção
 Protocolo de Triagem da Vítima Pediátrica em Situações de Exceção.

6
– Pedir de meios de socorro adicionais

O pedido de meios de socorro adicionais pode ocorrer em dois momentos diferentes:

 Assim que chegar ao local em situações óbvias como a queda de um poste de alta tensão, a
existência de um incêndio ou agressões em curso

 Em qualquer momento da avaliação da vítima, ou seja, assim que identifica sinais de gravidade e
se apercebe que a sua intervenção não permite a adequada resolução dos problemas encontrados
ou não lhe é permitido intervir em segurança.

o Ambulâncias;
o Autoridade policial;
o Autoridades técnicas específicas (eletricidade, gás, águas, concessionárias de auto estradas,
entre outras);
o Bombeiros;
o HEM – Helicóptero de Emergência Médica;
o MEM – Motociclo de Emergência Médica;
o VIC – Viatura de Intervenção em Catástrofe / PMA – Posto Médico Avançado;
o VMER – Viatura Médica de Emergência e Reanimação;
o UMIPE – Unidade Móvel de Intervenção Psicológica de Emergência.

Compete ao TEPH identificar e reconhecer as necessidades e informar o CODU, focando critérios de


gravidade

6 | INEM
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
7
– Obter uma impressão geral do estado da vítima

Considerar o género, a idade, a aparência, a postura, lesões evidentes, odores, coloração da pele, estado
da roupa, ambiente envolvente, queixa principal, pistas específicas que nos conduzam à determinação da
gravidade da situação e compromissos imediatos de vida como uma obstrução da via aérea ou uma
hemorragia grave. Na vítima pediátrica aplica-se também o TAP – Triângulo de Avaliação Pediátrica.
Responda ás seguintes perguntas: “Esta pessoa está verdadeiramente doente?” Se sim, “qual é a
gravidade?”. ”Esta pessoa está ferida?”. Se sim, “qual é a gravidade dos ferimentos?”.

8
– Considerar estabilização manual da cabeça

Em determinadas ocorrências de trauma, deve considerar estabilizar a cabeça da vítima para prevenir o
agravamento de lesões cervicais.

9
– Avaliar o estado de consciência

 Alertar o colega caso a vítima esteja inconsciente


 Eventualmente utilizar a escala AVDS numa primeira avaliação mas aplicar logo que possível a
Escala de Coma de Glasgow (GCS):

Escala de Coma de Glasgow (GCS)


Espontânea 4 Orientada 5 Obedece a ordens 6
Abertura dos olhos

Á voz 3 Confusa 4 Localiza a dor 5


Resposta motora
Resposta verbal

Á dor 2 Inapropriada 3 Fuga à dor 4

Sem abertura 1 Incompreensível 2 Flexão à dor (descorticação) 3

Sem resposta 1 Extensão à dor (descerebração) 2

Sem resposta 1

10
– A (via aérea)

Avaliar

• Sangue
• Vómito
• Secreções
Existência de obstrução mecânica
• Corpos estranhos
• Dentes partidos
• Próteses dentárias soltas

INEM | 7
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Avaliar (continuação)

• Edema da língua e glote


• Queimaduras da face e/ou pescoço, lábios ou
língua
• Dispneia
• Dificuldade em falar
Existência de outros sinais de obstrução • Tosse
• Rouquidão
• Sons respiratórios sugestivos de OVA:
- Estridor
- Ressonar
- Gorgolejo

Procedimentos

Atuar de acordo com o Protocolo Desobstrução da Via Aérea, o que inclui os seguintes procedimentos:

• Abrir boca e inspecionar a cavidade oral


• Remover corpos estranhos, se necessário com recurso a pinça de Magill
• Aspirar a cavidade oral
• Efetuar extensão da cabeça e elevação do queixo / elevação da mandíbula
• Aplicar tubo orofaríngeo se a vítima tolerar ou, em alternativa, nasofaríngeo
• Colocar em posição lateral de segurança (PLS), se não houver traumatismo impeditivo
• Na vítima consciente com OVA grave provocada por corpos estranhos, aplicar pancadas interescapulares +
compressões abdominais (ou torácicas em grávidas, lactentes e obesos)

Protocolos aplicáveis

 Protocolo de Desobstrução da Via Aérea

11
– B (ventilação)

Avaliar

 Vítimas inconscientes que aparentemente não ventilam –


efetuar VOSP (ver, ouvir, sentir e palpar pulso) até 10
Ventilação – VOSP/FAR segundos
 Todas as outras – avaliar FAR durante 15 segundos e
multiplicar por 4

8 | INEM
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Avaliar (continuação)

 Retrações das cavidades supra esternais, dos espaços


intercostais, dos espaços supra claviculares e da área subcostal
 Movimento assimétrico da parede torácica
 Integridade da parede torácica
Sinais de esforço respiratório ou sinais  Uso excessivo dos músculos abdominais
que possam levar a uma ventilação  Postura de “tripé” – sentada com o tronco direito e apoiada
inadequada sobre os braços
 Dificuldade marcada em completar uma frase, por exemplo, o
nome completo, interrompendo para inspirar
 Adejo nasal (raro nos adultos mas comum nas crianças)
 Cianose

Sons ventilatórios anormais associados a  Pieira


via aérea inferior  Farfalheira

Procedimentos

 Administrar O2 perante sinais de esforço respiratório ou sinais que possam levar a uma ventilação
inadequada
 Atuar de acordo com o Protocolo de Dispneia caso a vítima refira dispneia o que inclui os seguintes
procedimentos:
o Suspender o contacto com o alergénio, caso haja
o Colocar a vítima na posição de sentada ou semissentada se não houver traumatismo impeditivo
o Não permitir esforço físico
o Administrar O2 para obter SpO2 ≥ 95% ou 88-92% se DPOC ou ≥ 97% se grávida
o Se a dispneia for devido a Asma, DPOC ou se existir pieira, proceder à terapia farmacológica de
acordo com o protocolo
 Atuar de acordo com o Protocolo de Traumatismos caso a vítima tenha um traumatismo torácico o que
inclui os seguintes procedimentos:
o Colocar a vítima em posição antálgica, se não houver lesões impeditivas
o Tapar de imediato feridas aspirativas do tórax com a mão protegida pela luva e efetuar logo que
possível um penso com efeito valvular – fechado em apenas três lados
o Punção torácica no pneumotórax hipertensivo
 Atuar de acordo com os Protocolos de Reanimação Cardiorrespiratória:
o Efetuar ventilação assistida caso a vítima:
o Não ventile mas apresente inequivocamente pulso carotídeo palpável
o Tenha uma FR < 10cpm ou > 35cpm (adulto)
o Apresente sinais de falência respiratória como dispneia associada a quadro de alteração do estado
de consciência, exaustão física, expansão do tórax reduzida, bradicardia e bradipneia
 Monitorizar a vítima com DAE e iniciar os demais procedimentos de RCR caso a vítima não apresente sinais
de circulação ou exista uma ventilação agónica (“gasping”)

INEM | 9
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
12
– C (circulação)

Avaliar

 Vítimas inconscientes, avaliar pulso carotídeo


Frequência, amplitude e ritmo (FAR) do
 Vítimas conscientes, avaliar inicialmente pulso radial
pulso
 Avaliar durante 15 segundos e multiplicar por 4

 Inspecionar e palpar:
- Temperatura
Estado da pele
- Coloração
- Humidade

 Apesar de serem controladas assim que se detetam, é neste ponto


Existência de hemorragias externas que devem ser pesquisadas hemorragias que ainda estejam ativas
major à chegada da equipa de socorro e que possam não ter sido
anteriormente identificadas

 Pressionar o leito ungueal durante 5 segundos – a mão da vítima


deve estar ao nível do coração ou acima deste
 Considerar os vários fatores que podem influenciar o tempo de
Tempo de preenchimento capilar
preenchimento tais como: tabagismo, alguns medicamentos, o
ambiente térmico, doenças crónicas e outras condições que
possam comprometer a circulação periférica

Procedimentos

 Controlar hemorragias com:


- Compressão direta
- Elevação do membro
- Torniquete
 Reposição de fluidos

Protocolos aplicáveis

 Protocolo de Traumatismos
 Protocolo de Choque e Reposição de Fluidos

10 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
13
– Determinar vítima crítica / não crítica

Se identificar vítima crítica, informa de imediato o CODU para ativação de apoio médico
 Se a intervenção do TEPH não for suficiente para evitar o agravamento do estado da vítima
 No momento em que for identificada vítima crítica
 No momento definido nos protocolos de atuação específica.

Compete ao TEPH identificar e reconhecer as necessidades e informar o CODU, focando critérios de


gravidade.

Mediante a informação recebida o CODU decide se envia apoio médico ou se deve ser realizado o
transporte para o SU.

O quadro seguinte apresenta alterações para as quais deve estar especialmente alerta ao longo da
avaliação e estabilização da vítima pois são alterações que estão frequentemente associadas a vítimas
críticas, ou potencialmente críticas, apesar de nem todas as situações possíveis estarem, obviamente,
aqui representadas.

Não determinam por si só o pedido de apoio médico mas devem conduzi-lo a uma avaliação rigorosa e
contínua da vítima, para além de determinarem que o tempo de permanência no local não deve exceder
os 10 minutos.

Avaliação e estabilização
Alteração
inicial
 Todos os eventos traumáticos associados a:
− Mecanismo de lesão significativo
− História clínica grave (insuficiência cardíaca, DPOC, hipocoagulação)
− Idade superior a 55 anos
− Hipotermia
− Queimaduras
− Gravidez
Mecanismo de lesão /  Traumatismo penetrante na cabeça, no pescoço, no tórax ou no abdómen
natureza da doença
 Fratura pélvica
(queixa principal)
 Fratura bilateral dos fémures
 Dor supra púbica na grávida
 Trabalho de parto em gravidez de risco
 Acidente de submersão
 Eletrocussão com média ou alta tensão (MT/AT) ou arco voltaico
 Intoxicações graves

I N E M | 11
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

 Dor, defesa ou distensão abdominal associada a alteração dos sinais vitais


 Dor na região dorsal ou nos flancos, de origem não músculo esquelética, em
vítimas com mais de 60 anos
 Início súbito de défices motores como disfagia, disartria e desvio da comissura
Mecanismo de lesão / labial
natureza da doença  Parésia ou plegia das extremidades de início súbito ou por possível traumatismo
(queixa principal) vertebro-medular
 Dor com intensidade> 7 na escala NRS (Numeric Rating Scale) em qualquer zona
do corpo no adulto
 Dor torácica com PAS <100mmHg
 Cefaleias com intensidade de dor> 7 na escala NRS e com início recente

 GCS ≤ 8
Estado de consciência  Síncope, especialmente se não recuperada
 Convulsões com duração> 5 minutos (prolongada)

A – Via aérea  Obstrução da via aérea, de qualquer origem, não corrigida

 FR <10cpm ou> 35cpm


 Dispneia com FR> 24cpm e sinais de esforço respiratório associados
 SpO2 <90% com administração de O2 em alta concentração (depois de
B – Ventilação excluídos eventuais artefactos)
 Crepitações (fervores) ventilatórios de início súbito
 Qualquer traumatismo torácico que produza dor intensa e dificuldade
ventilatória

 FC <50 bpm (excluídos os fatores fisiológicos e farmacológicos aceitáveis)


 Sinais de choque – taquicardia, sudorese, palidez, hipotensão em associação
C – Circulação a AEC
 Hemorragia externa incontrolável
 Hemorragia interna (hematémeses, retorragia, hematoquésias, melenas
metrorragia) abundantes com alterações de parâmetros vitais

12 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
14
– CHAMU (recolha de informação)

CHAMU

 Queixa principal
Circunstâncias
 Contexto de início de sinais e sintomas
C que motivaram o
pedido de socorro  Em trauma ter especial atenção ao mecanismo de lesão, à hipotermia e às
queimaduras

 Consultar registos médicos (relatórios médicos, notas de alta, exames, entre


outros), livro da grávida e outros registos
 História familiar de doenças
 Estado de saúde atual (tabaco, drogas, praticante regular de desporto,
imunização)
 Cirurgias prévias significativas
H Historial clínico
 Contexto social
 Em trauma ter especial atenção à presença de:
o Condições clínicas graves (doença coronária, DPOC, coagulopatia)
o Idade superior a 55 anos
o Gravidez
o Imunização

A Alergias  Prestar especial atenção às alergias a medicamentos

 Consultar e registar a medicação habitual prescrita e não prescrita


Medicação  Incluir os suplementos alimentares
M habitual
 Em trauma ter especial atenção a anti-hipertensores (IECA e Bloqueadores beta
adrenérgicos), AAS, AINE e anticoagulantes

 Tipo de refeição (sólida ou liquida)

U Última refeição  Consumo de bebidas alcoólicas


 Hora a que foi realizada

I N E M | 13
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
15
– Exame físico associado à queixa principal

Este exame tem como objetivo direcionar a intervenção do TEPH para a queixa ou queixas principais em
situações de doença (vítima consciente) ou de trauma (mecanismo de lesão não significativo, sem AEC).

Pressupõe o recurso aos métodos de palpação e inspeção e a utilização da mnemónica TILIDAS para
caracterizar a dor.

TILIDAS
Itens de avaliação da
Considerações Exemplos de questões
dor

Usar as palavras da vítima como, por


 Como descreve a dor?
T Tipo exemplo, aperto, queimadura, pontada,
 Que tipo de dor sente?
peso, ardor
Determinar o contexto de início da dor
(repouso ou esforço) e a forma como teve  O que estava a fazer quando começou
I Início início (súbita ou gradual). Determine a dor?
também se é uma dor recorrente, crónica  Já alguma vez sentiu esta dor?
ou se é um episódio inaugural / “de novo”

 Em que local sente a dor? Aponte para


Pedir à vítima para apontar com o dedo e
Localização e onde lhe dói.
L irradiação
pergunte se a dor fica nesse local ou se
 A dor vai/irradia para alguma outra
irradia para alguma outra região
zona ou fica apenas aí?

 Numa escala de 1 a 10, em que 1 é a


Usar a Numeric Rating Scale (NRS) de 1 a
dor mínima e 10 a pior dor que
10 em que 10 é dor mais severa que a
consegue imaginar, como classifica
I Intensidade vítima consegue imaginar. No caso de já ter
essa dor?
sofrido alguma dor pelo motivo atual,
 Da última vez que teve esta dor, a
comparar a intensidade
intensidade era a mesma?

Determinar o início da dor (há quanto  Há quanto tempo começou a dor?


D Duração tempo) e se é uma dor constante ou  Desde então, a dor é constante ou tem
intermitente períodos em que sente alívio?

 O que provoca aumento da dor?


Alívio e Perguntar se existe, por exemplo, uma
 A dor alivia de alguma forma?
A agravamento posição que reduza a dor (posição
 Tomou alguma medicação para o alívio
(fatores) antiálgica) ou que a agrave
da dor?

Sinais e Determinar sinais e sintomas associados,  O que sente de diferente para além da
S sintomas
incluindo lesões dor?
associados

14 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Numeric Rating Scale (NRS)

Intensidade Significado

0 Sem dor

1–2 Dor ligeira

3–5 Dor moderada

6–8 Dor intensa

9 – 10 Dor máxima

16
– Exame físico rápido (geral)

Principais pontos do exame físico rápido

Região
Vítima de doença súbita Vítima de trauma
anatómica
 Inspecionar e palpar o crânio, procurando
alterações ao nível dos tecidos moles,
crepitações e depressões
 Inspecionar e palpar o crânio,  Inspecionar a existência de hemorragias
procurando alterações cutâneas e
 Inspecionar boca e palpar o nariz, o maxilar e
eventuais sinais de trauma
a mandíbula
 Inspecionar simetria da face  Inspecionar a zona interior e posterior das
Crânio e face
orelhas, procurando por equimoses, sangue
 Inspecionar as pupilas, avaliando: ou líquido cefalorraquidiano
o Tamanho
 Inspecionar as pupilas avaliando:
o Simetria
o Tamanho
o Reatividade
o Simetria
o Reatividade
 Palpar rapidamente as órbitas

 Palpar a região cervical posterior


 Antes de colocar o colar cervical, inspecionar
 Inspecionar, procurando: o pescoço, procurando:
o Edema
Pescoço o Ingurgitamento das jugulares
o Ingurgitamento das jugulares
o Enfisema subcutâneo
o Estabilidade e alinhamento da traqueia
o Hemorragias

I N E M | 15
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Principais pontos do exame físico rápido (continuação)

Região
Vítima de doença súbita Vítima de trauma
anatómica
 Palpar as clavículas desde a região
 Inspecionar, procurando: supraesternal até aos ombros
o Retrações das cavidades supra  Inspecionar e palpar o tórax, procurando:
esternais, dos espaços intercostais,
o Feridas aspirativas
dos espaços supra claviculares e
da área subcostal o Integridade do externo e da grade costal
Tórax
o Cicatrizes o Movimentos paradoxais da grade costal ou
segmentos costais instáveis
o Medicamentos transdérmicos
o Enfisema subcutâneo
o Pacemaker
o Hemorragias
o Cardio Desfibrilhador Implantado
– CDI o Equimoses
o Abrasões
 Inspecionar e palpar os quatro  Inspecionar e palpar os quatro quadrantes,
quadrantes, deixando o mais deixando o mais doloroso para último,
doloroso para último, procurando: procurando:
o Cicatrizes o Distensão
Abdómen o Distensão o Rigidez
o Rigidez o Sensibilidade
o Sensibilidade o Evisceração
o Alterações cutâneas o Hemorragias externas
o Ascite o Equimoses

 Inspecionar a região genital,  Palpar a pélvis, procurando instabilidade


procurando:  Inspecionar a região genital, procurando:
o Incontinência fecal ou urinária o Incontinência fecal ou urinária
Pélvis e genitais o Retorragia ou hemorragia genital o Retorragia ou hemorragia genital
 Palpar a região da bexiga o Hematomas
 Inspecionar a região genital e anal apenas se a vítima referir desconforto, dor,
traumatismo ou hemorragia

 Inspecionar e palpar os membros  Inspecionar e palpar os membros inferiores e


inferiores e superiores, procurando: superiores, procurando:
o Equimoses o Coloração da pele
o Eritema não usual o Alterações dos tecidos moles
o Edema o Deformidades
Extremidades o Coloração da pele o Edemas
o Pulso distal (pesquisado em o Crepitações
simultâneo) o Hemorragias
 Função motora (força, mobilidade e o Pulso distal (pesquisado em simultâneo)
amplitude) e sensitiva, comparando o Função motora (força, mobilidade e
com o membro do lado oposto amplitude) e sensitiva
 Inspecionar e palpar a parte posterior do
Corpo posterior
corpo

16 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
17
– Monitorização

Sinais vitais

Valores de referência

Ventilação (cpm) 12 – 20

Pulso (bpm) 60 – 100

PA sistólica (mmHg) 100 – 140

PA diastólica (mmHg) 60 – 90

 < 35 ºC – hipotermia
 35,5 ºC a 37,4 ºC – normotermia
Temperatura
 37,5 ºC a 38ºC – hipertermia (estado subfebril se associado a processo
(axilar)
infecioso)
 > 38ºC – hipertermia (febre se associada a processo infecioso)

Outros sinais

Valores de referência

95 – 100
SpO2 (%) 88 – 92 se DPOC
≥ 97 se grávida

< 50mg/dl sem sinais e sintomas ou <80mg/dl com


Glicemia capilar (mg/dl) 80mg/dl – 120mg/dl sinais e sintomas – hipoglicemia
≥ 200mg/dl – hiperglicemia

Indicações para avaliação da glicemia capilar

 Qualquer AEC ou do comportamento (desde a agressividade ao coma) presente ou que


tenham motivado o pedido de socorro
 Jejum prolongado
 Intoxicações (incluindo a suspeita de intoxicação alcoólica)
 Convulsões
 Grávidas
 Vítimas com história de diabetes
1

I N E M | 17
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Indicações para monitorização do ritmo cardíaco

 Vítimas inconscientes ou com AEC (alteração presente ou que tenha motivado o pedido de
socorro)
 Bradicardia ou taquicardia
3 derivações  Pulso irregular
 Pulso difícil de avaliar
 Administração de fármacos bloqueadores beta adrenérgicos (por exemplo, adrenalina e
salbutamol)

 Alterações grosseiras na monitorização de 3 derivações


 Eletrocussão
12 derivações  Dor ou desconforto torácico
e envio dos  Dor torácica associado a dispneia
dados para o  Vítimas com mais de 55 anos de idade que apresentem dor torácica ou dor abdominal acima
CODU do umbigo e com fatores de risco para a Síndrome Coronária Aguda (SCA) como
dislipidemia, tabagismo, sedentarismo, obesidade, HTA, diabetes Mellitus, fatores
hereditários de doença cardíaca, doença cardíaca prévia e stress

18
– Início transporte para o SU

Em caso de dúvida sobre o SU de destino, contactar CODU antes de iniciar o transporte.

19
– Exame físico detalhado

É um exame minucioso da cabeça aos pés, que segue a orientação do exame físico rápido, mas que tem
como objetivo procurar qualquer evidência não detetada anteriormente.

A realização deste exame pressupõe 4 condições:

 A vítima apresentar alterações ou queixas que não foram identificadas ou percebidas durante
todo o processo de abordagem, avaliação e estabilização
 Estarem excluídas todas as condições que coloquem em risco a vida da vítima
 Não se sobrepor a intervenções prioritárias
 Ser realizado durante o transporte para o SU (pelo que em transportes de curta duração pode não
haver tempo para a realização do mesmo).

18 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

20
– Avaliação durante o transporte

Efetuar:

 Reavaliação do estado de consciência e ABC


 Reavaliação dos sinais vitais e outros parâmetros
 Reavaliação da queixa principal
 Reavaliação e verificação de todos os procedimentos

Vítima crítica: de 5 em 5 minutos / Vítima não crítica: de 15 em 15 minutos

21
– Transferência da vítima no SU
Referir essencialmente os seguintes aspetos:

 Motivo da chamada
 Mecanismo de lesão/natureza da doença
 Queixa/lesão principal
 Alterações significativas na via aérea, ventilação ou circulação
 Alterações físicas significativas encontradas
 CHAMU
 Alterações significativas nos sinais vitais, glicemia capilar ou saturação periférica de O2
 Todos os cuidados prestados
 Evolução do estado da vítima desde o primeiro contacto até ao momento.

I N E M | 19
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.2. Protocolo de Desobstrução da Via Aérea

Mesmo que a obstrução seja resolvida, dada a possibilidade de complicações futuras associadas a
hipóxia, a infeções e às próprias manobras de desobstrução, todas as vítimas de OVA mecânica devem
ser observadas no SU.

20 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Sinais de OVA

Presença de corpos estranhos (OVACE – OVA por corpo estranho), sangue, vómito, secreções, dentes
partidos, próteses dentárias soltas, edema, queimaduras, tosse, dificuldade em falar, dispneia, rouquidão,
estridor, ressonar, gorgolejo.

2
– Sinais de OVA patológica

Com base na recolha de informação (CHAMU), nomeadamente nas situações de dispneia de início súbito
após ingestão de comida, medicação ou picada de inseto, alteração do estado de consciência (desde a
agitação ao coma), associada a edema da língua e/ou pescoço, hipersudorese, rash cutâneo, petéquias,
prurido, náuseas, dor abdominal, incapacidade de urinar e hipotensão.

3
– No lactente colocar a cabeça em posição neutra.

4
– Avaliar a gravidade da obstrução

Sinais de obstrução grave incluem:

 Incapacidade em falar (pode apenas acenar)


 Tosse inaudível
 Estridor
 Apneia
 Inconsciência.

5
– Substituir por compressões torácicas em:
 Vítimas pediátrica até 1ano de idade
 Grávidas
 Vítimas obesas (nas quais não se consegue abraçar o perímetro abdominal)

6
– Pedir apoio médico

Se não existir apoio médico disponível, iniciar o transporte para o SU assim que possível.

I N E M | 21
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.3. Protocolo de Reanimação Cardiorrespiratória do Adulto

PARA EFEITOS DE MONITORIZAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE PROTOCOLO EFETUAR


REGISTO PRÓPRIO
----- SUJEITO A AUDITORIA MÉDICA -----

22 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Ventilação ausente ou ineficaz ou sinais de falência respiratória
 Ventilação ausente pressupõe, neste contexto, a existência inequívoca de pulso carotídeo
palpável.
 Ventilação ineficaz inclui:
o FR < 10cpm
o FR > 35cpm
 Sinais de falência respiratória incluem dispneia associada a quadro de alteração do estado de
consciência, exaustão física, expansão do tórax reduzida, bradicardia e bradipneia.

2
– Ausência de sinais de circulação (PCR)

São sinais de circulação a existência de pulso palpável, ventilação eficaz, movimentos e tosse.

Considerar paragem cardiorrespiratória (PCR):


 Ausência dos sinais de circulação, incluindo ausência de pulso carotídeo palpável
 Ventilação agónica (“gasping”)

Na dúvida, o TEPH deve presumir que a vítima não apresenta sinais de circulação

3
– Ventilação assistida / insuflações

Cada insuflação deve ter a duração de 1 segundo seguida de uma pausa de 5 segundos entre duas
insuflações.

4
– Sinais de recuperação

No contexto de PCR, O TEPH só deve suspender as manobras para reavaliar (VOSP) se a vítima apresentar
inequivocamente um dos seguintes sinais: ventilação espontânea eficaz, tosse ou movimento.

Após retorno de circulação espontânea realizar ECG de 12 derivações, tratar a causa e efetuar controlo
da temperatura.

I N E M | 23
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

PROCEDIMENTOS DURANTE AS MANOBRAS DE RCR

 Garantir qualidade das CT realizando 30 CT em cada ciclo a uma frequência de 100 por minuto
(sem exceder 120), comprimindo o esterno entre 5 a 6 cm, com iguais períodos de compressão e
descompressão
 Planear ações antes de interromper CT
 Permeabilizar a VA com recurso ao tubo laríngeo sem interromper CT
 Após aplicação do tubo laríngeo, manter CT continuamente (100-120 por minuto), efetuando
ventilação a uma frequência de 10 insuflações por minuto.
 Se 2 elementos nas manobras de reanimação- Estabelecer acesso IO (1 tentativa)
 Se mais que 2 elementos nas manobras de reanimação, nomeadamente elementos: TEPH, TAS,
TAT, profissional de saúde com formação SBV ou elemento inserido em PNDAE que realizem
compressões torácicas e ventilação assistida - Estabelecer acesso EV (1 tentativa), se não
conseguido, estabelecer acesso IO (1 tentativa)
 Administrar 1mg de Adrenalina via EV ou IO:
o Em contexto de choque não recomendado – logo que possível
o Em contexto de choque recomendado imediatamente após o 3º choque
o Repetir administração a cada 3-5 min. (em ciclos alternados - ciclo sim - ciclo não)
 Administrar 300 mg Amiodarona diluídos em 20 cc de glicose a 5%, se ritmo desfibrilhável
refratário (Após o 3º choque consecutivo) e se o ritmo desfibrilhável se mantiver, repetir a mesma
dose imediatamente a seguir ao 5º choque
 Corrigir causas reversíveis e considerar as situações especiais

CAUSAS REVERSÍVEIS

• Administrar oxigénio na maior concentração possível


Hipóxia
• Garantir uma boa permeabilização da via aérea com o tubo laríngeo

• Controlar hemorragias externas

Hipovolémia
• Administrar 250ml de Cristalóides, preferencialmente aquecidos via EV/IO, se necessário
repetir mais 250ml – Exige prévia validação médica

• Promover o rápido transporte para o SU com valências cirúrgicas

• Retirar roupas frias ou molhadas, cobrir, colocar em local abrigado e aquecer o ambiente

• < 30 ºC não são administrados fármacos


Hipotermia
• > 30 ºC e ≤ 35 ºC duplicar o intervalo de tempo de administração de fármacos

• Evitar movimentos bruscos se ocorrer RCE

Pneumotórax • Realizar punção torácica para drenagem do pneumotórax hipertensivo - Exige prévia
hipertensivo validação médica

24 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

• Recolher informação em relação ao tóxico, forma de apresentação, via de contacto,


quantidade e procurar por pistas como embalagens vazias, odores característicos,
seringas ou agulhas, lesões da pele, da boca e dos olhos

Alterações • Na intoxicação por opióides:


tóxicas/fármacos o Administrar 0,4mg de Naloxona via EV/IO ou IM se acesso vascular não conseguido -
Exige prévia validação médica
o Se necessário repetir dose de 0,4mg via EV/IO ou IM até ao máximo de 2,0mg - Exige
prévia validação médica

SITUAÇÕES ESPECIAIS

• Retirar rapidamente da água com a imobilização da coluna vertebral que as condições


permitirem

Afogamento • Iniciar a RCR com 5 insuflações antes de iniciar as CT

• Mesmos procedimentos que os adotados no caso de hipotermia

• Avaliar a glicemia capilar

Eletrocussão • Considerar possibilidade de TVM


• Se possível, remover corpo estranho com recurso à pinça de Magill
OVACE • Se tubo laríngeo não for introduzido e a PCR for por OVA, inspecionar a cavidade oral
antes de cada insuflação

Gravidez • Elevar a anca direita da vítima 15 a 30º durante as manobras de RCR

REFERÊNCIA PARA INÍCIO DE TRANSPORTE PARA O SU SE APOIO MÉDICO INDISPONÍVEL

• Quatro (4) ciclos de 2 min. de RCR após “choque não recomendado” ou em todas as crianças com
idade < a 1 ano
• Dez (10) ciclos de 2 min. de “choque recomendado” ou se indicação de choque alternar entre
“recomendado” e “não recomendado”

INDICAÇÕES PARA SUSPENDER AS MANOBRAS DE RCR

• Decisão médica
• Sinais de recuperação de circulação espontânea (avaliar VOSP)
• Exaustão física da equipa de reanimação
• Transferência da responsabilidade dos cuidados para uma equipa SAV
• Existência de riscos não controláveis para a equipa ou terceiros

I N E M | 25
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

INDICAÇÕES PARA NÃO INICIAR MANOBRAS DE RCR

• Cabeça separada do tronco, seccionamento traumático de um hemicorpo ou carbonização


• Decomposição / putrefação
• Decisão médica
• Ordem de Não Reanimação

SITUAÇÕES EM QUE O TEPH ESTÁ SOZINHO

Nas situações em que o TEPH se encontrar sozinho, como por exemplo no Motociclo de Emergência
Médica, o objetivo é assegurar a utilização do DAE, as compressões torácicas e as insuflações. Assim,
só poderá aplicar o tubo laríngeo e proceder à administração de fármacos após ter junto de si,
nomeadamente: TEPH, TAS, TAT, profissional de saúde com formação SBV ou elemento inserido em
PNDAE, que realize compressões torácicas e ventilação assistida.

EQUIPA MÉDICA INEM NO LOCAL

Na presença de uma equipa médica INEM no local, o TEPH (ou a equipa) deve atuar de acordo com as
indicações médicas.

26 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

DISTRIBUIÇÃO DE FUNÇÕES NA EQUIPA DA


AMBULÂNCIA DE EMERGÊNCIA MÉDICA (AEM)

TEPH 1 TEPH 2

• Efetua o VOSP em 10 segundos


• Realiza o pedido de apoio médico
• Liga e opera o DAE

• Inicia manobras de reanimação se TEPH 2 • Realiza CT e insuflações


ainda estiver a pedir apoio médico

• Introduz o tubo laríngeo (máximo 1 tentativa) • Vai buscar equipamento à ambulância (por
e adapta o insuflador manual conectado a exemplo, o plano duro) e cria as condições
fonte de O2 a 15L/min logo que o TEPH 2 possíveis para evitar perdas de tempo
assuma as manobras desnecessárias na deslocação da vítima do
local até à ambulância
• Aplica tubo orofaríngeo no caso de não ter
conseguido introduzir o tubo laríngeo
• Zela permanentemente pela segurança
• Estabelece acesso vascular e administra
fármacos EV/IO (nomeadamente adrenalina)
se asseguradas compressões e ventilações • Conduz a ambulância

• Zela permanentemente pela segurança

Os TEPH devem alternar a execução de CT de 2 em 2 minutos

I N E M | 27
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.4. Protocolo de Choque e Reposição de Fluidos

PARA EFEITOS DE MONITORIZAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE PROTOCOLO EFETUAR


REGISTO PRÓPRIO
----- SUJEITO A AUDITORIA MÉDICA -----

28 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Sinais de hipoperfusão:
 Alteração do estado de consciência (ansiedade, agitação, confusão, prostração ou inconsciência)
 Taquipneia
 Taquicardia
 Palidez e hipersudorese
 Aumento do tempo de preenchimento capilar.

2
– SCQ

SCQ – Superfície Corporal queimada

3
– Pedir apoio médico

Se não existir apoio médico disponível, iniciar o transporte para o SU assim que possível.

4
– Obter acesso EV / acesso vascular

 Máximo de 2 tentativa no local para obter um acesso EV com cateter preferencialmente de


grande calibre.
 Obter acesso IO (1 tentativa no máximo)

5
– Administração de fluido

 Administrar Cristalóides, preferencialmente aquecidos, garantindo que nunca se administra mais


do que 500ml a uma vítima.

I N E M | 29
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.5. Protocolo de Dispneia

PARA EFEITOS DE MONITORIZAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE PROTOCOLO EFETUAR


30 | I N E M REGISTO PRÓPRIO
----- SUJEITO A AUDITORIA MÉDICA -----
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Sinais de falência respiratória ou ventilação ineficaz
 Sinais de ventilação ineficaz incluem dispneia associada a quadro de alteração do estado de
consciência, exaustão física, sudorese, expansão do tórax reduzida, bradicardia ou taquicardia e
bradipneia ou taquipneia.

 Ventilação ineficaz inclui:


o FR < 10cpm
o FR > 35cpm

2
– Sinais de esforço respiratório

Sinais de esforço respiratório ou sinais que fazem suspeitar de uma ventilação inadequada:

• Postura de “tripé” – sentada com o tronco direito e apoiada sobre os braços


• Dificuldade marcada em completar uma frase (inspiração a cada 2 ou 3 palavras)
• Pieira ou farfalheira
• Adejo nasal (raro nos adultos, mas comum nas crianças).

• Cianose
• Retração das cavidades supra esternais, dos espaços intercostais, dos espaços supra claviculares
e da área subcostal
• Uso excessivo dos músculos abdominais

I N E M | 31
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.6. Protocolo de Dor Torácica

Dor torácica de provável origem cardíaca 1

Aplicar na dor abdominal acima do umbigo

Assegurar permanentemente medidas de estabilização ABC

Não permitir esforço físico!


Iniciar O2 para obter SpO2 entre 94 – 98 %

Sim Sinais de instabilidade fisiológica? 2 Não

Pedir apoio Realizar ECG 12 Derivações


médico 3 e enviar dados para o CODU

Iniciar transporte para SU

Médico do CODU valida intervenção


Sim Não
farmacológica 4

Administrar:
Validação
médica

 250 mg de AAS (PO) 5


 180mg Ticagrelor (PO) 6
 5 mg de DNI (SL) 7

Protocolo de Abordagem e Avaliação da


Vítima

32 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1 – Dor torácica de provável origem cardíaca

Pressupõe que tenha sido efetuada a recolha de informação (CHAMU), o exame físico (incluindo a
caracterização da dor, caso exista, de acordo com a mnemónica TILIDAS) e a monitorização dos sinais
vitais.

É fundamental recolher o máximo de informação sobre o início e as características da dor (TILIDAS) e


antecedentes pessoais, nomeadamente, fatores de risco cardiovascular.

Considerar como dor torácica de provável origem cardíaca (compatível com SCA) as seguintes situações:
 Desconforto ou dor torácica de origem não traumática;
 Desconforto ou dor abdominal de origem não traumática localizada acima do umbigo;
 Dispneia e/ou mal-estar inespecífico em vítimas com fatores de risco para a SCA, nomeadamente,
antecedentes de patologia cardíaca, fatores hereditários de doença cardíaca, DM, HTA,
dislipidemia, obesidade, sedentarismo e/ou tabagismo;
 Apresentações atípicas: desconforto ou dor dorsal (entre omoplatas) ou cervical (até à
mandibula) ou membros superiores.

2 – Sinais de instabilidade fisiológica

Incluem alteração do estado de consciência, dificuldade respiratória, bradicardia, pulso marcadamente


irregular, hipotensão, palidez e hipersudorese.

3– Pedir apoio médico

Se não existir apoio médico disponível, iniciar o transporte para o SU assim que possível.

4 – Validação farmacológica por parte do médico do CODU

No caso de se tratar de uma SCA, o médico do CODU poderá validar a administração de todos ou apenas
de alguns dos fármacos previstos neste protocolo.

Tem de ser excluídas as contraindicações para a administração.

Caso não tenha ocorrido anteriormente, o médico do CODU pode decidir acionar apoio médico.

Além de toda a informação recolhida, o TEPH deve informar especificamente o médico do CODU da
medicação tomada pela vítima nas últimas 24 horas.

I N E M | 33
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
5 – Ácido acetilsalicílico (AAS)

Dose 250 mg (1 comprimido de 100mg + 1 comprimido de 150mg )

 Alergia conhecida ao medicamento;


 História de hemorragia gastrointestinal ou perfuração;
 Úlcera péptica ou hemorragia ativa;
 História de asma induzida pela administração de AAS ou por outro
anti-inflamatório não esteroide (AINE);
Contraindicações
 Hemofilia ou problemas de coagulação;
 Insuficiência renal, hepática ou cardíaca grave;
 Tratamento com metotrexato (doses ≥ 15 mg/semana);
 Gravidez e aleitamento
 Crianças < 12 anos de idade

6 – Ticagrelor

Dose 180mg (2 comprimidos de 90mg)

 Alergia conhecida ao medicamento


 Hemorragia patológica ativa; (não inclui menstruação)
 História de hemorragia intracraniana;
 Compromisso hepático grave;
Contraindicações  Administração concomitante com cetoconazol, claritromicina,
nefazodona, ritonavir, atazanavir, boceprevir, cobicistate, idelalisib,
itraconazol, posaconazol, saquinavir, telaprevir, telitromicina,
voriconazol, darunavir e ceritinib;
 Toma regular de clopidogrel

7 – Dinitrato de Isossorbida (DNI)

O DNI só pode ser administrado se, cumulativamente:


• PA sistólica >110mmHg
• FC > 50 bpm

5 mg (comprimido sublingual)
Dose
Administrar 1 comprimido a cada 5 minutos (máx: 3 comprimidos) para
alívio da dor se PA sistólica >110mmHg e FC > 50 bpm

34 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

 Alergia conhecida ao medicamento;


 Vitima em choque cardiogénico e todas as situações clínicas
Contraindicações acompanhadas de hipotensão arterial (PAS < 110 mmHg);
 Vítimas a fazerem terapêutica com sildenafil, tadalafil, vardenafil
e avanafil.

I N E M | 35
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.7. Protocolo de Suspeita de AVC

36 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Suspeita de AVC

Os seguintes sinais e sintomas podem levar à suspeita de AVC

• Alteração do estado de consciência (estupor, confusão, agitação, episódio de síncope ou coma)


• Convulsões
• Ventilação irregular
• Cefaleias
• Anisocoria
• Disfagia
• Desvio da comissura labial (que pode ser ipsilateral ou contralateral)
• Alterações na fala (como afasia e disartria)
• Alterações nos sentidos (diplopia e fotofobia)
• Défices motores e/ou sensitivos de um ou mais membros afetando geralmente um hemicorpo
(parésia, descoordenação motora, perda ou diminuição sensorial)
• Náuseas e/ou vómitos
• Incontinência de esfíncteres

I N E M | 37
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.8. Protocolo de Convulsões

PARA EFEITOS DE MONITORIZAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE


PROTOCOLO EFETUAR REGISTO PRÓPRIO
----- SUJEITO A AUDITORIA MÉDICA -----

38 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Pedir apoio médico

Se não existir apoio médico disponível, iniciar o transporte para o SU assim que possível.

2
– Promover o arrefecimento corporal no caso de hipertermia

Retirar peças de roupa, colocar compressas húmidas nas axilas, virilhas, pescoço e região frontal do
crânio.

Em idade pediátrica promover o arrefecimento de forma gradual, não abrupta.

3
– Reduzir a estimulação tátil e sensorial

São exemplos: evitar o recurso excessivo a sirene, evitar iluminação intensa e movimentos bruscos e
repetitivos.

I N E M | 39
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.9. Protocolo de Hipoglicemia

PARA EFEITOS DE MONITORIZAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE PROTOCOLO EFETUAR


REGISTO PRÓPRIO
----- SUJEITO A AUDITORIA MÉDICA -----

40 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Hipoglicemia (< 80mg/dl)

Confirmar o valor inicial com uma reavaliação.

2
– Sinais e sintomas de hipoglicemia
Autonómicos Neuroglicopénicos
 Sensação de fome  Cefaleias, tonturas e visão turva
 Irritabilidade  Confusão
 Tremores  Astenia
 Pele pálida e fria  Discurso arrastado
 Hipersudorese  Comportamento agressivo
 Taquipneia  Défices motores e/ou sensitivos
 Taquicardia  Midríase
 Hipertensão  Convulsões
 Coma

3
– Administrar Glucagom IM

Confirmar não existirem contraindicações para a administração (alergia ao glucagom ou à lactose e


antecedentes de feocromocitoma).

Administrar glucagom IM nas doses seguintes:

 1 mg (adultos e crianças com peso ≥ 25 kg ou idade ≥ 8 anos);


 0,5 mg (crianças com idade < 8 anos e peso < 25 kg).

4
– Hidratos de carbono de absorção lenta

Pão, bolachas e cereais são exemplos de hidratos de carbono de absorção lenta.

5
– Pedir apoio médico

Se não existir apoio médico disponível, iniciar o transporte para o SU assim que possível.

6
– Iniciar transporte para SU

Durante a reavaliação durante o transporte, incluir a avaliação da glicemia capilar:

• A cada 10 minutos se glicemia capilar < 100 mg/dl;

• A cada 30 minutos se glicemia capilar ≥ 100 mg/dl.

I N E M | 41
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.10. Protocolo de Intoxicações

PARA EFEITOS DE MONITORIZAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE


PROTOCOLO EFETUAR REGISTO PRÓPRIO
----- SUJEITO A AUDITORIA MÉDICA -----

42 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Informar CODU / CIAV

Sempre que houver algum compromisso de ABC ou intoxicação grave.

2
– Recolha de informação específica:

Seguindo a mnemónica CHAMU, procurar saber especificamente:


• Quem – género, idade, gravidez, peso corporal, antecedentes, alergias e medicação habitual;
• Qual o tóxico – identificar o tóxico (medicamentos, veneno de animal, cogumelos, entre outros);
• Quanto – qual foi a quantidade / dose ingerida;
• Quando – há quanto tempo;
• Onde – em que local ocorreu a intoxicação (em casa, no campo, na indústria, etc.);
• Como – por que via (inalatória, cutânea, ocular, parentérica ou digestiva), em jejum, com ingestão
associada a bebidas alcoólicas, causa acidental ou voluntária, entre outros.

3
– Carvão ativado

O carvão ativado só pode ser administrado se vítima consciente, colaborante e bebe espontaneamente.

Doses de carvão ativado a administrar:


• ≥ 12 anos: 50g (1 frasco)
• Crianças entre 4 e 12 anos de idade: 25g (1/2 frasco)
• Crianças < 4 anos de idade: 1ª dose de 12,5g (1/4 do frasco) que pode ser repetida por indicação
médica.

4
– Benzodiazepinas

Exemplos de benzodiazepinas:
• Alprazolam (Xanax®, Unilan ®);

• Bromazepam (Bromalex ®, Lexotan ®);

• Clobazam (Castilium ®);

• Cloxazolam (Olcadil ®, Cloxam ®);

• Diazepam (Valium ®, Unisedil ®, Stesolid ®);

• Estazolam (Kainever ®);

• Flurazepam (Morfex ®);

• Loflazepato de etilo (Victan ®);

• Lorazepam (Lorsedal ®, Lorenin ®, Ansilor ®);


I N E M | 43
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

• Mexazolam (Sedoxil ®);

• Midazolam (Dormicum ®);

• Oxazepam (Serenal ®);

• Triazolam (Halcion ®).

O Zolpidem (Stilnox ®), não sendo uma benzodiazepina, tem características farmacológicas e toxicológicas
sobreponíveis.

5
– Antidepressivos

Exemplos de antidepressivos
• Amitriptilina (Trofanil ®);
• Imipramina (Triptizol ®);
• Mianserina (Tolvon ®);
• Mirtazapina (Remeron ®).

6
– Bloqueadores beta adrenérgicos

Exemplos de bloqueadores beta adrenérgicos:


• Atenolol (Tenormin ®);
• Bisoprolol (Concor ®);
• Carvedilol (Dilbloc ®);
• Metoprolol (Lopresor ®);
• Nebivolol (Nebilet ®);
• Propanolol (Inderal ®);

7
– Organosfosforados

Exemplos de organosfosforados:
• Fosmete (Imidan ®);
• Dimetoato (Danadim progress ® e Dafenil progress ®);
• Clorpirifos (Ciclone 5G ® e Pyrinex ®).

8
– Carbamatos

Exemplos de carbamatos:
• Clorprofame (Batalex ®), Metomil (Lannate ®) e Hidrocloreto de propamocarbe (Previcur ®).

9
– Opióides

Exemplos de opióides: morfina, codeína, heroína e fentanilo.

44 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.11. Protocolo de Intoxicação Por Opióides

PARA EFEITOS DE MONITORIZAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE PROTOCOLO EFETUAR


REGISTO PRÓPRIO
----- SUJEITO A AUDITORIA MÉDICA -----

I N E M | 45
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Opióides

Exemplos de opióides: morfina, codeína, heroína e fentanilo.

2
– Alteração do estado de consciência

Na intoxicação por opiódes além da alteração do estado de consciência podemos ter presente miose e
depressão respiratória.

3
– Pedir apoio médico

Se não existir apoio médico disponível, iniciar o transporte para o SU assim que possível.

Habitualmente estas vítimas não aceitam o transporte ao SU. Contudo, há situações em que deve ser
encorajado o transporte ao SU:
 Se apesar de consciente, a vítima mantiver um quadro de prostração / desorientação
 Se ocorreu crise convulsiva
 Se persistir dificuldade ventilatória
 Se existir suspeita de intoxicação medicamentosa ou outra associada
 Se existir suspeita de outra patologia que justifique a observação em meio hospitalar
 Se houver suspeita de TCE.

46 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.12. Protocolo de Reação Anafilática

PARA EFEITOS DE MONITORIZAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE PROTOCOLO EFETUAR


REGISTO PRÓPRIO
----- SUJEITO A AUDITORIA MÉDICA -----

I N E M | 47
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Suspeita de reação anafilática

Perante reação sistémica grave na presença de pelo menos um dos seguintes critérios:

Início súbito (minutos a algumas horas) com envolvimento da pele e/ou mucosas (urticária,
eritema ou prurido generalizado / edema dos lábios, língua e/ou úvula) e pelo menos um dos
seguintes:
1
 Sinais de compromisso respiratório – dispneia, pieira, estridor e/ou tosse forte;
 Hipotensão, síncope e/ou incontinência.

Ocorrência de pelo menos dois dos seguintes sinais e sintomas após exposição a um alergénio
provável para a vítima, com início súbito (minutos a algumas horas):

 Envolvimento da pele e/ou mucosas (urticária, eritema ou prurido generalizado / edema


2 dos lábios, língua e/ou úvula);
 Sinais de compromisso respiratório – dispneia, pieira, estridor e/ou tosse forte;
 Hipotensão, síncope e/ou incontinência;
 Sintomas gastrointestinais – cólica abdominal, vómitos e/ou diarreia.

3 Hipotensão após exposição a um alergénio conhecido para a vítima.

2
– Alergénios frequentes (exemplos)

 Alimentos: amendoim, crustáceos, frutos secos, leite, ovo, peixe, sésamo e alguns aditivos (por
exemplo, conservantes);
 Medicamentos: AINE, anestésicos locais, antibióticos beta-lactâmicos (penicilina e derivados) e
opiáceos;
 Veneno de insetos, como os de abelha e vespa;

 Agentes físicos: frio, calor, radiação solar / UV e exercício físico intenso;


 Outros: cavalo, etanol, latex, hamster, meios de contraste radiológico, pólenes e vacinas.

Considerar a hipótese de alergénio oculto ou não identificado.

48 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.13. Protocolo de Traumatismos

PARA EFEITOS DE MONITORIZAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE PROTOCOLO EFETUAR


REGISTO PRÓPRIO
----- SUJEITO A AUDITORIA MÉDICA -----

I N E M | 49
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Aplicar torniquete

Aplicar um torniquete recomendado pelo INEM ou a manga do esfigmomanómetro insuflada pelo menos
a 100mmHg acima da PA sistólica medida antes de aplicar torniquete, em posição proximal, 5 a 10 cm
acima do local da hemorragia, apertando até que a hemorragia pare. Registar a hora exata (hh:mm) de
aplicação do procedimento e manter o torniquete visível.

2
– Pneumotórax aberto

Lesão identificada pela presença de ferida aspirativa. Suspeitar sempre perante feridas no tórax causadas
por objetos perfurantes (exp. arma branca)

3
– Pedir apoio médico

Se não existir apoio médico disponível, iniciar o transporte para o SU assim que possível.

2
– Pneumotórax hipertensivo

Lesão identificada pela dificuldade respiratória grave e assimetria da expansão torácica. O ingurgitamento
jugular e desvio da traqueia podem não ser evidentes.

5
– Suspeita de fratura da cintura pélvica

A suspeita de fratura pélvica é de acordo com o mecanismo de lesão, a instabilidade da cintura pélvica e
sinais de choque de instalação rápida sem hemorragia visível.

6
– Avaliar a extremidade

Deve ser avaliada a extremidade distal do membro tendo em conta: pulso distal, preenchimento capilar,
coloração sensibilidade e temperatura.

7
– Imobilizar

A imobilização dever ser realizada com talas, imobilizando a articulação antes e depois do foco de fratura
ou o osso antes e depois caso a lesão seja na articulação.

50 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.14. Protocolo de Queimaduras

PARA EFEITOS DE MONITORIZAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE PROTOCOLO EFETUAR


REGISTO PRÓPRIO
----- SUJEITO A AUDITORIA MÉDICA -----

I N E M | 51
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda
1
– Stop, drop and roll
Interrompa o processo de queimadura ordenando que a pessoa pare, se deite e role. Em seguida extinga
as chamas com água, com um extintor de CO2 ou com um cobertor.

2
– Pedir apoio médico
Pedir apoio médico nos casos de:
 Alteração do estado de consciência
 Suspeita de queimadura na via aérea (queimadura na face, pilosidade nasal queimada, fuligem,
tosse, estridor, rouquidão progressiva e pieira)
 Dificuldade ventilatória por exposição a um incêndio em espaço fechado ou a explosão
 Queimadura elétrica por corrente de média, alta tensão ou por relâmpago
 Queimadura extensa (2º grau com SCQ ≥ 25% ou 3º ou 4º grau com SQC ≥ 10%)
 Queimaduras circunferenciais do tórax
 Necessidade de analgesia

Se não existir apoio médico disponível, iniciar o transporte para o SU assim que possível

52 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.15. Protocolo de Analgesia

PARA EFEITOS DE MONITORIZAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE PROTOCOLO EFETUAR


REGISTO PRÓPRIO
----- SUJEITO A AUDITORIA MÉDICA -----

I N E M | 53
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Dor com intensidade

Numeric Rating Scale (NRS)

Intensidade Significado

0 Sem dor

1–2 Dor ligeira

3–5 Dor moderada

6–8 Dor intensa

9 – 10 Dor máxima

2
– Tramadol

Administrar 1-2 mg/Kg de Tramadol em gotas pela via oral (PO) a vítimas com mais do que 1 ano de idade.
Tramadol Número de gotas Equivalência
Vítima
(mg) equivalentes (gotas) (ml)
Adulto 100 40 1
37,5 a 75 Kg 37,5 15 0,375
25 a 50 Kg 25 10 0,250
12 a 25 kg 12,5 5 0,124

3
– Pedir apoio médico

Se não existir apoio médico disponível, iniciar o transporte para o SU assim que possível.

4
– Fentanilo

Administrar 100mcg de Fentanilo intranasal (1 puff), apenas para vítimas com mais de 30 Kg. Monitorizar
ritmo cardíaco sempre que administrado Fentanilo.

Contra-indicações:

 Hipersensibilidade ao Fentalino
 Entupimento nasal bilateral
 Epistaxis

Caso esteja contraindicado a administração de Fentanilo, considerar dor com intensidade intensa NRS 6-
8 para validar administração de Tramadol.

54 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.16. Protocolo de Imobilização da Coluna Vertebral

I N E M | 55
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Mecanismo de lesão significativo
Os mais frequentes são:

 Qualquer mecanismo que produza um impacto violento na cabeça, no pescoço, no tronco ou na


pélvis – agressão, soterramento, atropelamento, qualquer colisão a alta velocidade entre outros
 Acidentes que produzam aceleração ou desaceleração súbita ou força de inclinação lateral no
pescoço ou tronco – colisões (em especial as laterais), capotamento de veículos em velocidades
moderadas ou altas, envolvimento em explosões, projeção ou queda a partir de qualquer meio
de transporte motorizado ou de propulsão – skate, bicicleta, veículos motorizados entre outros
 Morte de um ocupante do mesmo compartimento do veículo onde se encontra a vítima
 Queda 3 vezes superior à altura da vítima adulta, independentemente da parte do corpo
envolvida ou qualquer queda que envolva a cabeça, especialmente em idosos
 Mergulho em águas rasas – risco elevado de lesão cervical
 Em pediatria, os mecanismos de lesão que podem indicar gravidade incluem quedas superiores a
3 metros, colisões de bicicleta e atropelamentos.

2
– Lesão que desvie a atenção

Qualquer lesão que possa sobrepor-se à perceção de outras lesões mais graves como por exemplo
fraturas de ossos longos, evisceração, laceração extensa ou esmagamento, queimaduras extensas ou
qualquer outra lesão que produza alteração funcional aguda.

3
– Incapacidade de comunicar

Qualquer vítima que esteja incapaz de comunicar com clareza e que, por isso, não participe na avaliação.
Exemplos: distúrbios da fala ou da audição, alterações cognitivas (demência), vítimas que falam apenas
língua estrangeira não compreendida pela equipa e crianças que não tenham a fala ou a capacidade de
expressão desenvolvida.

4
– Imobilizar

A imobilização da coluna vertebral deve ser realizada de acordo com as técnicas e procedimentos
recomendados pelo INEM.

Avaliar resposta motora e sensitiva antes e depois de imobilizar.

56 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Considerações

 O alinhamento da cabeça deve ser interrompido caso ocorra:


o Resistência ao movimento
o Espasmos dos músculos do pescoço
o Aumento da dor
o Início ou aumento de défice neurológico como adormecimento, formigueiro ou perda de
habilidade motora
o Compromisso da via aérea ou da ventilação.

Nestes casos, a cabeça e o pescoço devem ser imobilizados na posição encontrada.

 Na vítima pediátrica considere a elevação do tronco cerca de 2 a 3cm para garantir uma posição
neutra da cabeça
 Na vítima geriátrica, com hipercifose, o espaço existente entre a cabeça e o dispositivo de
imobilização deve ser preenchido
 Considerar colocar um apoio entre a cabeça e o plano duro se ocorrer hiperextensão na posição
supina
 À exceção da existência de hipotensão, por uma questão de conforto, o transporte das vítimas
imobilizadas deve ser realizado com a maca na posição de proclive ligeiro.

Até prova em contrário, todas as vítimas de trauma inconscientes devem ser abordadas como
tendo TVM.

I N E M | 57
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

1.17. Protocolo de Assistência ao Parto

58 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Sinais de parto iminente:
 Contrações uterinas de forte intensidade e frequentes com intervalos inferiores a 7 minutos
 Visualização da cabeça (coroamento) ou da extremidade pélvica do feto no canal do
nascimento
 Sensação intensa para defecar.

2
– Assistir o parto – apresentação cefálica:

Orientações para a realização do parto (apresentação cefálica)

1. Se ocorrer na ambulância providenciar aquecimento da célula sanitária


2. Colocar a parturiente em decúbito dorsal com o tronco ligeiramente elevado e as pernas fletidas
3. Informar a parturiente e o familiar da necessidade de assistir o parto mantendo o familiar presente
durante todo o processo (se possível)
4. Administrar O2 para manter SpO2 ≥ 97%
5. Remover as roupas que possam impedir o nascimento sem expor a parturiente
6. Preparar o kit de parto
7. Lavar as mãos (se possível) e equipar-se com EPI (bata, avental, luvas esterilizadas, máscara e
óculos de proteção)
8. Realizar assepsia da região genital e coxas da parturiente (se possível)
9. Evitar o contacto com a área vaginal para diminuir o risco de infeção

10. Quando a cabeça começar a coroar:


• Colocar a palma de uma das mãos na
cabeça do feto e acompanhar a expulsão da
cabeça evitando a saída abrupta da mesma
• Colocar a palma da outra mão com uma
compressa esterilizada no períneo evitando
a laceração do mesmo
• Orientar a parturiente para ventilar de
forma profunda e fazer força durante as
contrações deixando-a descansar no
período de relaxamento (intervalo das
contrações)

O nascimento súbito da cabeça provoca uma mudança rápida de pressão no interior do crânio do feto,
o que pode provocar roturas durais ou subdurais, bem como lacerações vaginais ou perineais.

I N E M | 59
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
(continuação)

11. Após a expulsão da cabeça tem de verificar se


existem circulares do cordão umbilical:
• Se o cordão estiver à volta do pescoço deve
tentar soltá-lo da cabeça ou puxá-lo
suavemente para ficar solto de forma a
deslizar pelos ombros
• Se não conseguir libertar o cordão umbilical
este deve ser laqueado com 2 clampes
separados cerca 5 cm e cortado com bisturi

A cabeça sairá pela vagina geralmente com a face voltada para baixo rodando depois para um dos
lados.

12. Com uma mão em cada lado da cabeça do


feto, exercer força suave no sentido
descendente para libertar o membro superior
(do lado da sínfise púbica)

13. De seguida, exercer força suave no sentido


ascendente para libertar o membro posterior

14. Prestar os cuidados ao RN – Protocolo de Avaliação Inicial e Reanimação Cardiorrespiratória


Neonatal
15. Prestar os cuidados à mãe – Protocolo de Abordagem e Avaliação da Vítima
16. Efetuar o registo dos dados clínicos

3
– Assistir o parto – apresentação pélvica:

Orientações para a realização do parto (apresentação pélvica)

1. Se ocorrer na ambulância providenciar aquecimento da célula sanitária


2. Colocar a parturiente em decúbito dorsal com o tronco ligeiramente elevado e as pernas fletidas
3. Informar a parturiente e o familiar da necessidade de assistir o parto mantendo o familiar presente
durante todo o processo (se possível)
4. Administrar O2 para manter SpO2 ≥ 97%
5. Remover as roupas que possam impedir o nascimento sem expor a parturiente
6. Preparar o kit de parto
7. Lavar as mãos (se possível) e equipar-se com EPI (bata, avental, luvas esterilizadas, máscara e
óculos de proteção)
8. Realizar assepsia da região genital e coxas da parturiente (se possível)
9. Evitar o contacto com a área vaginal para diminuir o risco de infeção

60 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
(continuação)

10. Deixar que o feto desça espontaneamente até


ao nível do umbigo
11. Instruir a parturiente para que se deite à beira
da maca de tal forma que o bebé à medida que
vai saindo através do canal vaginal vá ficando
pendente
12. Puxar suavemente uma grande extensão do
cordão umbilical

13. Depois do feto alinhar espontaneamente os ombros em posição antero-posterior:


• Exercer ligeira tração no feto até ser possível ver as axilas
• Puxar suavemente os pés para cima para fazer sair o membro posterior
• Puxar suavemente os pés para baixo para libertar o membro anterior
• Rodar as nádegas do feto até ficarem viradas para a região púbica da mãe

14. Efetuar a Manobra de Mauriceau:


• Apoiar o feto no antebraço e colocar os
dedos indicador e médio na boca do feto
fletindo-lhe a cabeça com suavidade
• Agarrar o feto na base do pescoço e na
extremidade dos ombros com a outra mão
• Exercer ligeira tração no sentido
ascendente
• O colega da equipa deve simultaneamente
exercer pressão constante e firme na região
do fundo uterino no sentido da zona
suprapúbica

15. Prestar os cuidados ao RN (Protocolo de Avaliação Inicial e Reanimação Cardiorrespiratória


Neonatal)
16. Prestar os cuidados à mãe (Protocolo de Abordagem e Avaliação da Vítima)
17. Efetuar o registo dos dados clínicos

Caso não seja possível realizar o parto:


• Informar o CODU
• Transportar a grávida com a anca direita elevada e na posição de Trendelenburg
• Administrar O2 por máscara de alta concentração

I N E M | 61
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
4
– Cuidados após o nascimento:

Cuidados a prestar ao RN

Avaliação do RN • Protocolo de Avaliação Inicial e Reanimação Neonatal

• O RN deve ser seco preferencialmente com toalhas


aquecidas
Secar o RN e estimula-lo suavemente • Habitualmente o ato de secar o RN produz estimulação
tátil suficiente para iniciar uma ventilação eficaz
• Evitar métodos de estimulação vigorosa
• Deitar o RN em decúbito lateral de costas voltadas para
a mãe e aspirar a VA com pera de aspiração
Aspirar (se necessário) • Em alternativa, aspirar com sonda com uma pressão de
vácuo entre 60 e 80mmHg
• É imperativo aspirar a VA do RN na presença de mecónio

• Avaliar o RN de acordo com o Protocolo de Avaliação


Inicial e Reanimação Cardiorrespiratória Neonatal

Apesar de não haver correspondência direta entre a avaliação


Avaliar a adaptação do RN ao meio inicial e o índice de Apgar, sempre que possível deve ser
extrauterino avaliado e registado o índice de Apgar ao 1º, ao 5º minutos
após o nascimento.
Se a pontuação no 5º minuto for inferior a 7, deve a avaliar e
registar o índice de Apgar ao 10º, ao 15º e ao 20º minuto após
o nascimento.

• Deve manter o RN ao mesmo nível do útero (para evitar


o fluxo de sangue do RN para a placenta ou vice-versa)
• Colocar os clampes no cordão umbilical
• O primeiro próximo ao abdómen do RN (cerca de 5 cm)
Clampar e cortar o cordão umbilical • O segundo distal do primeiro clampe (cerca de 10 cm)
• Cortar com um bisturi o cordão no sentido ascendente
entre os dois clampes
• Envolver a ponta do cordão numa compressa
esterilizada
• No caso de ter um dispositivo de corte do cordão
umbilical (dispositivo único com dois clampes e uma
lâmina entre eles), deve colocar utiliza-lo afastado do
abdómen do RN cerca de 5 cm, procedendo ao corte do
cordão umbilical.

62 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
Cuidados a prestar ao RN (continuação)

O cordão umbilical só deve ser clampado e cortado depois de parar de pulsar


(cerca de 1 minuto após o nascimento).

• Depois de prestados os cuidados, o RN deve ser


entregue à mãe (que o deve manter próximo de si para
Entregar o RN à mãe e iniciar o mantê-lo quente).
transporte para o SU
• Logo que possível, deve iniciar-se o transporte para o
SU determinado pelo CODU.

Cuidados a prestar à mãe

• Protocolo de Abordagem e Avaliação da Vítima


Avaliar a mãe • Colocar um penso esterilizado na região perineal da
mãe
• Colocar a placenta no saco com fecho autoadesivo e
entregar no SU de obstetrícia
Se entretanto ocorrer a dequitadura • Aconselhar a mãe a massajar suavemente o abdómen
• Avaliar perdas hemáticas – considerar Protocolo de
Choque e Reposição de Fluidos
• Mãe deve ser transportada em decúbito lateral
Transporte para o SU
esquerdo, mantendo o RN junto a si

Durante todo o parto devem-se fazer todos os esforços para respeitar o pudor da grávida.

Registo dos dados clínicos

Registar os seguintes dados:


• Tipo de parto
• Tipo de apresentação
• Índice de Apgar
• Presença de circulares
• Hora de rotura de membranas e se ocorreu imediatamente antes do nascimento
• Características do líquido amniótico (cor e cheiro)
• Hora do nascimento
• Género (sexo) do RN
• Hora de expulsão da placenta
• Avaliação da mãe

I N E M | 63
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
1.18. Protocolo de Avaliação Inicial e Reanimação Cardiorrespiratória
Recém-nascido

64 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
Legenda

1
– Avaliar o RN

Avaliar o recém-nascido (RN) tendo em conta os seguintes parâmetros:

• Ventilação:
Verificar se o RN nascido ventila e, em caso afirmativo, avaliar as características da ventilação.

• Pulso / frequência cardíaca:


Pesquisar pulso na artéria braquial. Um oxímetro de pulso fornece habitualmente informações
fiáveis relativamente à FC do RN.

• Tónus:
Um RN hipotónico normalmente necessita de ventilação assistida.

Considerar também os seguintes parâmetros:


• Choro
• Coloração

A avaliação do RN tem como objetivo a sua classificação em três quadros clínicos distintos que
determinam o tipo de intervenção que necessita.

2
– Aspirar a VA se necessário
A aspiração apenas é necessária se a via aérea estiver obstruída e deve ser efetuada sob visualização
direta.

Uma aspiração agressiva da faringe pode provocar espasmo laríngeo, bradicardia vagal e atrasar o início
de respiração espontânea.

A presença de mecónio espesso num RN pouco reativo é a única indicação para considerar a aspiração
imediata da orofaringe.

3
– 5 insuflações iniciais
Nas insuflações iniciais deve manter-se uma pressão de insuflação durante 2-3 segundos para facilitar a
expansão pulmonar.

Pressupões a permeabilização da via aérea – colocar o RN em decúbito dorsal com a cabeça em posição
neutra. Pode ser útil a elevação da mandíbula ou a utilização de tubo orofaríngeo de tamanho adequado.

No caso do feto de termo, as insuflações devem ser realizadas com ar ambiente (sem O2 suplementar).

No caso do feto prematuro, as insuflações devem ser realizadas com fonte de O2 conectada ao insuflador
manual.

I N E M | 65
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
4
– Pedir apoio médico

Se não existir apoio médico disponível, iniciar o transporte para o SU assim que possível.

5
– Insuflações

Cada insuflação com a duração de 1 segundo.

Se o RN necessitar apenas de ventilação assistida, devem realizar-se 15 insuflações durante 30 segundos


(cada insuflação com a duração de 1 segundo seguida de uma pausa de 1 segundo entre duas insuflações).

6
– Compressões torácicas (CT)

 Comprimir cerca de 1/3 da profundidade antero-posterior do tórax (12-15mm) e descomprimir


totalmente
 Frequência de 120 CT por minuto (60 CT em 30 segundos)
 A relação compressões torácicas / ventilações deve ser de 3:1
 Efetuar 15 ciclos (3:1) em 30´´ (que perfaz o total de 45 CT e de 15 insuflações)
 Reavaliar ao fim de 30 segundos, interrompendo as compressões quando FC > 60 min
 O método mais eficaz para efetuar compressões torácicas é a técnica do abraço (colocar os dois
polegares lado a lado sobre o terço inferior do esterno, imediatamente abaixo da linha
intermamilar, abraçar o tórax e apoiar o dorso com os outros dedos).

7
– Monitorização de SpO2

Valores aceitáveis de SpO2 pré-ductal (num dedo da mão direita) após o nascimento:
 2º min: 60%
 3º min: 70%
 4º min: 80%
 5º min: 85%
 10º min: 90%.

66 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
8
– Índice de Apgar

Apesar de não haver correspondência direta entre a avaliação inicial e o índice de Apgar, sempre que
possível deve ser avaliado e registado o índice de Apgar ao 1º, ao 5º minutos após o nascimento.

Se a pontuação no 5º minuto for inferior a 7, deve a avaliar e registar o índice de Apgar ao 10º, ao 15º e
ao 20º minuto após o nascimento.

Índice de Apgar

Parâmetro 2 1 0

Choro Vigoroso Fraco Ausente

Coloração Rosada Cianosada Pálida

Tónus Normal Fraco Ausente

Ventilação Normal Irregular Ausente

Frequência cardíaca ≥ 100bpm <100bpm Sem batimentos

REFERÊNCIA PARA INÍCIO DE TRANSPORTE PARA O SU SE APOIO MÉDICO INDISPONÍVEL

• Iniciar o transporte ao SU logo que possível.

INDICAÇÕES PARA SUSPENDER AS MANOBRAS DE RCR

• Decisão médica
• Sinais de recuperação
• Exaustão física da equipa de reanimação
• Transferência da responsabilidade dos cuidados para uma equipa médica
• Existência de riscos não controláveis para a equipa ou terceiros

INDICAÇÕES PARA NÃO INICIAR MANOBRAS DE RCR

• Cabeça separada do tronco, seccionamento traumático de um hemicorpo ou carbonização


• Decomposição / putrefação
• Decisão médica
• Ordem de Não Reanimação
I N E M | 67
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

EQUIPA MÉDICA NO LOCAL

Na presença de uma equipa médica no local, o TEPH (ou a equipa) deve atuar de acordo com as
indicações médicas.

DISTRIBUIÇÃO DE FUNÇÕES NA EQUIPA DA


AMBULÂNCIA DE EMERGÊNCIA MÉDICA (AEM)

TEPH 1 TEPH 2

• Presta os cuidados ao RN após o nascimento • Realiza o pedido de apoio de apoio médico

• Avalia o RN • Alterna CT : insuflações com o TEPH 2

• Permeabiliza a VA • Monitoriza SpO2 logo que possível

• Alterna CT : insuflações com o TEPH 2 • Conduz a ambulância

68 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
1.19. Protocolo de Reanimação Cardiorrespiratória da Vítima Pediátrica 1

PARA EFEITOS DE MONITORIZAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE PROTOCOLO EFETUAR


REGISTO PRÓPRIO
----- SUJEITO A AUDITORIA MÉDICA -----
I N E M | 69
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Protocolo de Reanimação Cardiorrespiratória da Vítima Pediátrica

Este protocolo é aplicável a:

 Lactentes (desde os 29 dias após o nascimento até 1 ano de idade)


 Crianças (desde 1 ano até à puberdade).

Na dúvida criança / adolescente, aplicar o princípio:


 Se na impressão geral a vítima lhe parecer uma criança, o TEPH deve aplicar o Protocolo de
Reanimação Cardiorrespiratória da Vítima Pediátrica
 Se na impressão geral a vítima lhe parecer um adolescente (com sinais de puberdade), o TEPH
deve aplicar o Protocolo de Reanimação Cardiorrespiratória do Adulto

2
– Insuflações

Cada insuflação com a duração de 1 – 1,5 segundos.

Pressupõe permeabilização prévia da via aérea:

 Lactentes – Colocar a cabeça numa posição neutra, elevando a superfície de apoio ao nível do
tronco cerca de 2 a 3 cm através da colocação de, por exemplo, compressas ou toalhas;

 Crianças – Atendendo à estatura, colocar em posição neutra ou extensão da cabeça;

 Considerar aspiração de fluidos, remoção de corpos estranhos visíveis (se necessário com o
recurso à pinça de Magill) e o recurso a adjuvantes da via aérea.

Tal como no adulto, na vítima que foi sujeita a um mecanismo de lesão significativo ou que apresente
suspeita de lesão cervical, a manobra de elevação da mandíbula é aplicável no lugar da manipulação da
cabeça.

3
– Avaliar sinais de circulação
Pesquisar os seguintes sinais de circulação em 10 segundos:
 Existência de pulso central palpável (braquial no lactente e carotídeo na criança com mais de 1
ano, ou femoral em ambos);
 Ventilação eficaz;
 Movimentos;
 Tosse.

4
– Ventilação assistida / insuflações

Cada insuflação deve ter a duração de 1 segundo seguida de uma pausa de 2 segundos entre duas
insuflações.
70 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
5
– Compressões torácicas (CT)

 Lactentes – técnica de compressões com os 2 polegares (se estiver apenas um TEPH a fazer
manobras) ou técnica do abraço (se estiverem os dois TEPH a fazer manobras)

 Crianças – realizar compressões com uma mão ou com as duas, consoante a estatura da vítima

 Comprimir cerca de 1/3 do diâmetro antero-posterior do tórax (cerca de 4cm no lactente e 5cm
na criança com mais de 1 ano) e descomprimir totalmente

 Frequência de 100 CT por minuto (não mais que 120)

 A relação compressões torácicas / insuflações deve ser de 15 CT para 2 insuflações (15:2).

6
– DAE

 Sempre que possível, monitorizar as crianças até 8 anos com os elétrodos pediátricos. Na ausência
de elétrodos pediátricos, utilizar os elétrodos de adulto colocando um no centro da região
anterior do tórax e o outro ao centro da região posterior do tórax.

7
– Sinais de recuperação

No contexto de PCR, O TEPH só deve suspender as manobras para reavaliar (VOSP) se a vítima apresentar
inequivocamente um dos seguintes sinais: ventilação espontânea eficaz, tosse ou movimento.

I N E M | 71
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

PROCEDIMENTOS DURANTE AS MANOBRAS DE RCR

 Garantir qualidade das CT realizando 15 CT em cada ciclo a uma frequência de 100 por minuto
(sem exceder 120), comprimindo o esterno 4 cm no lactente e 5cm na criança, com iguais períodos
de compressão e descompressão
 Planear ações antes de interromper CT
 Permeabilizar a VA com recurso tubo laríngeo sem interromper CT
 Após aplicação do tubo laríngeo, manter CT continuamente (100-120 por minuto), efetuando
ventilação a uma frequência de 10 insuflações por minuto.
 Se 2 elementos nas manobras de reanimação- Estabelecer acesso IO (1 tentativa)
 Se mais que 2 elementos nas manobras de reanimação, nomeadamente elementos: TEPH, TAS,
TAT, profissional de saúde com formação SBV ou elemento inserido em PNDAE que realizem
compressões torácicas e ventilação assistida - Estabelecer acesso EV (1 tentativa), se não
conseguido, estabelecer acesso IO (1 tentativa)
 Administrar 0,01mg/kg de Adrenalina (0,1ml/kg de uma solução de 1:10.000 – 1mg de adrenalina
diluído em 9ml de SF) via EV ou IO:
o Em contexto de choque não recomendado – logo que possível
o Em contexto de choque recomendado imediatamente após o 3º choque
o Repetir administração a cada 3-5 min. (em ciclos alternados - ciclo sim - ciclo não)
 Administrar 5mg/Kg de Amiodarona diluídos em 10cc de glicose a 5%, se ritmo desfibrilhável
refratário (Após o 3º choque consecutivo) e se o ritmo desfibrilhável se mantiver, repetir a mesma
dose imediatamente a seguir ao 5º choque
 Corrigir causas reversíveis e considerar as situações especiais

CAUSAS REVERSÍVEIS

• Administrar oxigénio na maior concentração possível


Hipóxia
• Garantir uma boa permeabilização da via aérea com o tubo laríngeo

• Controlar hemorragias externas

Hipovolémia
• Administrar 20ml/Kg (sem nunca ultrapassar o limite do adulto) de Cristalóides,
preferencialmente aquecido via EV/IO - Exige prévia validação médica

• Promover o rápido transporte para o SU com valências cirúrgicas

• Retirar roupas frias ou molhadas, cobrir, colocar em local abrigado e aquecer o ambiente

• < 30 ºC não são administrados fármacos


Hipotermia
• > 30 ºC e ≤ 35 ºC duplicar o intervalo de tempo de administração de fármacos

• Evitar movimentos bruscos se ocorrer RCE

Pneumotórax • Realizar punção torácica para drenagem do pneumotórax hipertensivo - Exige prévia
hipertensivo validação médica

72 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
• Recolher informação em relação ao tóxico, forma de apresentação, via de contacto,
quantidade e procurar por pistas como embalagens vazias, odores característicos,
seringas ou agulhas, lesões da pele, da boca e dos olhos
Alterações
tóxicas/fármacos • Na intoxicação por opióides:
o Administrar 0,01mg/Kg de Naloxona EV/IO ou IM se acesso vascular não conseguido
Exige prévia validação médica
o Se necessário repetir uma vez a dose - Exige prévia validação médica

SITUAÇÕES ESPECIAIS

• Retirar rapidamente da água com a imobilização da coluna vertebral que as condições


permitirem
Afogamento
• Mesmos procedimentos que os adotados no caso de hipotermia

• Avaliar a glicemia capilar

Eletrocussão • Considerar possibilidade de TVM


• Se possível, remover corpo estranho com recurso à pinça de Magill
OVACE • Se tubo laríngeo não for introduzido e a PCR for por OVA, inspecionar a cavidade oral
antes de cada insuflação

EQUIPA DE SAV NO LOCAL

O TEPH (ou a equipa) deve atuar de acordo com as indicações médicas.

REFERÊNCIA PARA INÍCIO DE TRANSPORTE PARA O SU SE APOIO MÉDICO INDISPONÍVEL

 Lactente:
o Logo que possível

 Criança com mais de 1 ano:


o Quatro (4) ciclos de 2 min. de RCR após “choque não recomendado”
o Dez (10) ciclos de 2 min. de “choque recomendado” ou se indicação de choque alternar
entre “recomendado” e “não recomendado”

I N E M | 73
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

INDICAÇÕES PARA SUSPENDER AS MANOBRAS DE RCR

• Decisão médica
• Sinais de recuperação de circulação espontânea (avaliar VOSP)
• Exaustão física da equipa de reanimação
• Transferência da responsabilidade dos cuidados para uma equipa de SAV
• Existência de riscos não controláveis para a equipa ou terceiros

INDICAÇÕES PARA NÃO INICIAR MANOBRAS DE RCR

• Cabeça separada do tronco, seccionamento traumático de um hemicorpo ou carbonização


• Decomposição / putrefação
• Decisão médica
• Ordem de Não Reanimação

SITUAÇÕES EM QUE O TEPH ESTÁ SOZINHO

Nas situações em que o TEPH se encontrar sozinho, como por exemplo no Motociclo de Emergência
Médica, o objetivo é assegurar a utilização do DAE, as compressões torácicas e as insuflações. Assim,
só poderá aplicar o tubo laríngeo e proceder à administração de fármacos após ter junto de si,
nomeadamente: TEPH, TAS, TAT, profissional de saúde com formação SBV ou elemento inserido em
PNDAE, que realize compressões torácicas e ventilação assistida.

DISTRIBUIÇÃO DE FUNÇÕES NA EQUIPA DA


AMBULÂNCIA DE EMERGÊNCIA MÉDICA (AEM)

TEPH 1 TEPH 2

• Efetua o VOS em 10 segundos


• Realiza o pedido de apoio médico
• Avalia sinais de circulação (VOSP)
• Liga e opera o DAE • Realiza CT e insuflações
• Inicia manobras de reanimação se TEPH 2
ainda estiver a pedir apoio médico • Vai buscar equipamento à ambulância (por
• Introduz o tubo laríngeo (máximo 1 tentativa) exemplo, o plano duro) e cria as condições
e adapta o insuflador manual conectado a possíveis para evitar perdas de tempo

74 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
fonte de O2 a 15L/min logo que o TEPH 2 desnecessárias na deslocação da vítima do
assuma as manobras local até à ambulância
• Aplica tubo orofaríngeo no caso de não ter
conseguido introduzir o tubo laríngeo • Zela permanentemente pela segurança

• Estabelece acesso vascular e administra


fármacos EV/IO (nomeadamente adrenalina) • Conduz a ambulância
se asseguradas compressões e ventilações

• Zela permanentemente pela segurança

Os TEPH devem alternar a execução de CT de 2 em 2 minutos

I N E M | 75
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
1.20. Protocolo de Reposição de Fluidos na Vítima Pediátrica

PARA EFEITOS DE MONITORIZAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE PROTOCOLO EFETUAR


REGISTO PRÓPRIO
----- SUJEITO A AUDITORIA MÉDICA -----

76 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Vítima com idade < 12 anos

Protocolo só pode ser ativado se não houver apoio médico disponível em tempo útil e validação do
médico regulador do CODU.

2
– Sinais de choque hipovolémico

Excluir choque de outras causas. Sinais de choque hipovolémico na vítima pediátrica incluem: alterações
da aparência (TICLS), pele pálida ou marmoreada e fria, taquicardia, pulso fino e tempo de preenchimento
capilar > 3seg.

Mnemónica TICLS

A criança mexe-se ou resiste de forma vigorosa?


T Tónus Apresenta bom tónus muscular?

A criança está alerta?


I Interatividade Distrai-se facilmente com objetos, sons ou pessoas?
Interage com o cuidador ou com o TEPH?
A criança é consolável pelos cuidadores ou pelo TEPH ou mantém-se a chorar e
C Consolabilidade
agitada mesmo após ser tranquilizada?
Olhar A criança fixa o olhar numa pessoa ou está com o olhar vago (ausente) ou vidrado?
L
(look)
Choro, discurso O choro da criança é forte e espontâneo ou é fraco?
S
(speech) O discurso é adequado para a idade ou é confuso e inapropriado?

3
– Obter acesso vascular

 Máximo de 1 tentativa no local para obter um acesso vascular preferencialmente acesso IO.

4
– Administração de fluido

 Administrar Cristalóides, preferencialmente aquecidos, garantindo que nunca se administra mais


do que 250ml a uma vítima.

I N E M | 77
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
1.21. Protocolo de Triagem da Vítima Adulta em Situações de Exceção

Método de triagem multivítimas de MANCHESTER

78 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar
1.22. Protocolo de Triagem da Vítima Pediátrica em Situações de
Exceção

Método JumpSTART Pediatric MCI Triage 1

I N E M | 79
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

Legenda

1
– Método JumpSTART Pediatric MCI Triage

O JumpSTART é um protocolo de triagem para situações multivítimas com crianças de idade inferior a 8
anos ou menos de 45Kg.

Este protocolo de triagem é adaptado do protocolo original START (Simple Triage and Rapid Treatment),
atendendo à limitada capacidade de comunicação verbal e motora em algumas faixas etárias.

Comparando o protocolo START e o JumpSTART, torna-se difícil decidir qual aplicar num adolescente ou
numa criança mais crescida. Assim, a regra é a seguinte:

 Se a vítima parecer uma criança, use o JumpSTART

 Se a vítima parecer um adulto jovem ou mais velho, use o START

2
– Triagem secundária

Avaliar os lactentes em primeiro lugar na triagem secundária, usando o presente protocolo

80 | I N E M
Protocolos de Atuação
Técnico de Emergência Pré-Hospitalar

I N E M | 81

Você também pode gostar