Você está na página 1de 33

Prof. Maicon Nogueira. Enfermeiro, Esp.

Em Enfermagem em
Urgência e Emergência.
Contato: 0(91) 98043-6368/98733-1235 E-mail:
enfnogueira@globomail.com
Blog: http://enfermeironogueira.blogspot.com.br
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8914002072273139
HEMORRAGIA E CHOQUE
OBJETIVOS:
Ao final desta aula o aluno devera ser capaz
de:
 Enumerar os principais sinais ou sintomas
indicativos de uma hemorragia e choque;
 Citar e demonstrar 3 diferentes técnicas para
controlar hemorragias externas;
 Descrever passo a passo o tratamento do doente
acometido por choque.
HEMORRAGIA E CHOQUE
Hemorragia
É o extravasamento de sangue para fora dos
vasos ou do coração e é sempre patológico,
exceto durante a menstruação/dismenorréia. As
hemorragias podem ser internas ou externas,
espontâneas ou provocadas (nos ferimentos),
suas causas podem encontrar-se tanto em lesões
da parede vascular de natureza inflamatória,
traumática ou tumoral.
HEMORRAGIA
Classificação clínica
A hemorragia poderá ser externa ou interna.

Hemorragia Externa:
Ocorre devido a ferimentos abertos/penetrantes
(FAF, FAB);
Hemorragia interna:
Geralmente não é visível, porém é bastante
grave, pois pode provocar choque e levar a
vítima a morte/ trauma contusos.
HEMORRAGIA EXTERNA
Sinais e sintomas:
Agitação;
 Palidez cutânea;
Sudorese intensa;
Pele Fria pegajosa;
Taquicardia (FC acima de 100 bpm);
 Hipotensão;
Sede;
Astenia.
HEMORRAGIA INTERNA

Sinais ou sintomas:
Os mesmos da Hemorragia externa, e;
Perda de sangue ou fluidos pelo Nariz ou ouvido;
Vômito ou tosse com presença de sangue;
Rigidez ou espasmos dos músculos abdominais;
Dor abdominal;
Sangramento pelas genitálias ou ânus.
ESTIMATIVA DE PERDA SANGUÍNEA
NUMA FRATURA
Classificação Anatômica

Arterial - Hemorragia que faz jorrar sangue pulsátil e


de cor vermelho vivo;
Venosa - O sangue extravasa
lentamente e contínuo na cor
vermelho escuro.

Capilar - O sangue extravasa


lentamente por vasos menores. A
cor é menos viva que na hemorragia
arterial.
EXPOR O LOCAL DA LESÃO

Verificar o tipo de ferimento e material a ser utilizado


no controle de sangramento.
1º TECNICA PRESSÃO DIRETA
2º TECNICA ELEVAÇÃO DO MEMBRO
3° TECNICA PONTO DE PRESSÃO

COMPRESSÃO DA
ARTÉRIA BRAQUIAL

COMPRESSÃO DA
ARTÉRIA FEMURAL
PONTOS ARTERIAIS

TEMPORAL
CARÓTIDA

BRAQUIAL

ULNAR
RADIAL
FEMURAL

POPLÍTEA
TIBIAL
PEDIAL
131
Choque
 É a incapacidade do sistema respiratório de
fornecer O2 aos tecidos. É um estado de
hipoperfusão tecidual generalizada com
hemácia oxigenadas.
 Sinais de hipoperfusão tecidual:
 Alteração de nível de consciência;
 Alterações respiratórias;
 Alterações cardiovasculares;
 Oligúria;
 Redução da perfusão periférica.
Fases do choque
Resposta compensatória:
 Aumento da FC e contratilidade;
 Vasoconstrição venosa (aumento do
retorno venoso);
 Vasodilatação arterial;
 Redistribuição de fluxo sanguíneo
(vísceras, pele e músculos versus
coração, pulmão e cérebro).
Fases do choque
Fase de descompensarão
Hipotensão
PA=DC x RVS

Hipovolemia Sepse
ICC Anafilaxia
Arritmias Lesão medular
Fase da irreversibilidade
 Perda da vasoconstrição –
extravasamento de plasma;
 Redução da RVS e DC;
 Extravasamento para o pulmão – SARA;
 Necrose tubular aguda;
 Translocação intestinal.
Classe I Classe II Classe III Classe IV

Perda sanguínea (ml) Até 750 750 - 1500 1500 - 2000  2000

(%) Vol. Sanguíneo. Até 15% 15 – 30% 30 – 40%  40%

Frequência de pulso  100  100  120  140

Pressão arterial normal normal diminuída Diminuída

Frequência
respiratória. 14 - 20 20 – 30 30- 40  35

Diurese (ml/h)  30 20 - 30 5 - 15 Desprezível


moderada ansioso confuso
Estado Mental levemente ansioso confuso letárgico
(SNC) ansioso
Cristalóide
Cristalóide Sangue
Reposição Volêmica cristalóide cristalóide sangue

PHTLS
SENSIBILIDADE DAS CELULAS A FALTA DE
OXIGÊNIO
CAUSAS DO ESTADO DE CHOQUE
As causas estão relacionadas ao coração, aos vasos
sanguíneos ou ao volume de sangue circulante.

Coração:

O coração não consegue bombear quantidade


suficiente de sangue (insuficiência cardíaca).

 O choque poderá desenvolver-se rapidamente.


VASOS SANGUÍNEOS: o sistema circulatório
deve obrigatoriamente ser um sistema fechado. Se
os vasos (artérias, veias ou capilares) forem
lesados e perderem muito sangue, o paciente
desenvolverá choque;

VOLUME DE SANGUE CIRCULANTE: se houver


uma diminuição no volume de sangue circulante ou
se os vasos sanguíneos por algum motivo
dilatarem (aumentarem seu diâmetro) impedindo
que o sistema permaneça corretamente
preenchido, o choque novamente se desenvolverá.
Classificação/ Tipos de Choque

 CHOQUE HIPOVOLÊMICO: perda de sangue, plasma ou


líquidos extracelulares;
 CHOQUE CARDIOGÊNICO: insuficiência miocárdica;
 CHOQUE DISTRIBUTIVO: diminuição do tônus vascular.
Dividido em:
• CHOQUE NEUROGÊNICO;
• CHOQUE ANAFILÁTICO;
• CHOQUE SÉPTICO.
 CHOQUE OBSTRUTIVO: obstrução mecânica do fluxo
sanguíneo.
Choque Hipovolêmico

 Definição: tipo mais comum

 Causas:
* Perda sanguínea secundária hemorragia
(interna ou externa) e;
* perda de líquidos e eletrólitos.
Choque Hipovolêmico
Volume sanguíneo
diminuído

Retorno venoso
diminuído

Volume sistólico
diminuído

Débito cardíaco
diminuído

Perfusão tecidual
diminuído
Quadro clínico - Sinais e sintomas
 Neurológico: ansiedade, agitação,
confusão mental, estupor, coma, midriase;
 Cardiovascular: taquicardia, hipotensão,
pulso filiforme, perfusão periféricas
lentificada (> 3 segundos);
 Respiratório: dispneia, taquipneia,
bradipneia, respiração de Kussmaul;
 Pele: pele fria, pegajosa, úmida;
 Renal: oligúria, sede;
Tratamento

Posicione a vítima deitada (decúbito dorsal);


Abra as VA estabilizando a coluna cervical;
Avalie a respiração e a circulação;
Ministre oxigênio se SaO2: < 90%;
Controle hemorragias externas;
Avalie o nível de consciência;
Afrouxe roupas;
Imobilize fraturas, se necessário;
Previna a perda de calor corporal;
Não permitir ingestão.
ESQUEMA DE DECISĀO NA REANIMAÇÃO

 Adultos em choque classe II e III ou IV


devem receber um bolus inicial de 1 a 2 l
de solução cristalóide aquecida
(20-30ml/kg/h) (a 37-42ºC) em 15 a 30min.

 Crianças devem receber um bolus inicial


de 20mL/kg de solução cristalóide
aquecida.
Monitorização hemodinâmica
 FC;
 PAS: > 90mmHg;
 PAM (65-90mmHg) = a boa perfusão;
 PA invasiva: mais confiável;
 PVC 7-12 mmHg (reflete atividade do VD,
avaliação da resposta a volume);
 Diurese: 0,5-1 ml/kg/h;
 Saturação venosa central: > 70%
 Lactato: metabolismo anaeróbio;
 BE: -2 a + 2.
Insuficiência respiratória aguda
 Incapacidade do sistema respiratório manter a oxigenação ou
eliminação do CO2.
 Tipos:
 Hipoxêmica: PaO2: < 60mmHg
 Hipercápnica: PaCO2: > 50 mmHg PH: < 7,30.

 Gasometria arterial:
 PH: 7,35-7,45
 PaO2: 60-80mmHg
 PaCO2: 35-45mmHg
 HCO3: 22-26 mEq/l
 BE: -2 à +2
 SatO2: 95-100%.

 Parâmetros importantes:
 Lactato: < 2 mmol
 SavO2: > 70%
REFERÊNCIAS
ATLS. Suporte Avançado de Vida no Trauma para Médicos. 7.ed. Editora
Elsevier , 2004.

CALIL, ANA MARIA; PARANHOS, WANA YEDA. O enfermeiro e as


situações de emergência. São Paulo. Primeira reimpressão da 1ª edição.
Atheneu. 2007.

NATIONAL ASSOCIATION OF EMERGENCY MEDICAL TECHNICIANS.


Atendimento Pré-hospitalar ao traumatizado. PHTLS. Pre-hospital Trauma
Life Support. 6ª ed. Rio de Janeiro. Elsevier. 2012.

MARTINS, SILVIO; SOUTO MARIA ISABEL DUTRA. Manual de


emergências médicas. Diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro. Segunda
reimpressão da 1ª edição. Revinter. 2012.
OBRIGADO!!

Você também pode gostar