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FISIOPATOLOGIA PULMONAR

DPOC
Prof. MARCOS DAVID (M.Sc)
Doutorando em Ciências Médicas – UFF
Mestre em Ciências – UFRJ
Coord. Fisioterapia – UTI / HCSG
Espec. UTI – COFFITO/ASSOBRAFIR
DISPNEIA
Como condição ela certamente é subjetiva, mas embora seja subjetiva ela pode certamente ser medida,
porque se refere ao desconforto respiratório que consiste em sensações qualitativamente diferentes que variam em
intensidade.
AVALIAÇÃO

Ortopneia - É a denominação dada ao surgimento ou agravamento da


sensação de dispneia com a adoção da posição supina.

Platipneia - É o nome dado à sensação de dispneia, que surge ou se agrava


com a adoção da posição ortostática, particularmente em pé.

Trepopneia - É a sensação de dispneia, que surge ou piora em uma posição


lateral, e desaparece ou melhora com o decúbito lateral oposto.
AVALIAÇÃO

Taquipneia - É o aumento do número de incursões respiratórias na unidade de tempo. Em condições fisiológicas de


repouso, esse número, habitualmente, gira entre 12 e 20 ipm.

Hiperpneia - É um termo, geralmente, usado para designar a elevação da venKlação alveolar secundária, não apenas ao
aumento da frequência respiratória.

Bradipneia - É o redução do número de incursões respiratórias na unidade de tempo. Geralmente abaixo de 8 ipm.

Apneia - É a interrupção dos movimentos respiratórios por um período de tempo prolongado.


AVALIAÇÃO

BAQUETEAMENTO DIGITAL
Perda do ângulo entre a raiz da unha e a
própria unha. Geralmente associada a
hipoxemia crônica. Como nos casos de
doença pulmonar, podendo ocorrer por
doença cardíaca também.
DOENÇAS PULMONAR OBSTRUTIVAS CRÔNICA - DPOC
A DPOC é uma doença prevenível e tratável,
caracterizada por sintomas respiratórios persistentes (como
a dispneia, a tosse crônica e a produção de expectoração),
associados a uma limitação do fluxo aéreo comprovada por
testes funcionais respiratórios.
Sabe-se que esta limitação do fluxo de ar é
consequência de alterações patológicas em dois níveis
principais – as vias aéreas e os alvéolos – alterações essas
que são, por sua vez, secundárias a uma exposição a
par\culas ou gases nocivos.

PINK PUFFER BLUE BLOATER


DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC

1 em cada 5 pacientes com DPOC


atualmente admitidos no hospital será
readmitido dentro de um ano. Isso
corresponde a um custo de milhões de
dólares por ano.
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC

• A DPOC é a terceira causa de morte e re-hospitalização precoce em pacientes> 65 anos nos Estados Unidos.

• Até 65% dos pacientes com exacerbação aguda da DPOC têm um risco aumentado de readmissão dentro de um ano.

READMISSÃO HOSPITALAR

• 30% das readmissões hospitalares, em pacientes com DPOC, são devido à exacerbação aguda da doença.

pacientes com DPOC que são readmi4dos, 50% ocorreram dentro das
duas semanas após a alta.

D'Ambrosio C. Chest 2016


DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC

• Aumento da pressão parcial de CO2 (hipercapnia) foi comumente visto como um fator de risco para a readmissão de
DPOC, e também como um preditor de pior sobrevida.

• Pacientes que tinham um menor VEF1 foram mais susceptíveis de ser readmitido
(embora existam alguns estudos que não mostraram essa associação)

• Os pacientes em altas doses de corticosteroides orais têm taxas mais altas de readmissões, com uma razão de chance
(OR) de 1,55.

As três condições - hipercapnia, FEV1 inferior ou uso de corticosteroides orais em altas doses - são tipicamente
observadas em pacientes com maior gravidade da doença. Em outras palavras, pode não ser que o fator em si
faça com que o paciente seja readmitido; ele pode destacar aqueles pacientes que são mais susceptíveis de ser
readmitido.
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC

FATORES DE RISCO PARA READMISSÃO HOSPITALAR


o Dispneia é visto com bastante frequência, apresentando um odds ratio de 1,87.
o A oxigenoterapia a longo prazo tem, na verdade, dados variáveis, com alguns estudos mostrando que os pacientes que
estão em terapia de oxigênio a longo prazo são susceptíveis de serem readmitidos e alguns estudos não mostram essa
associação.
o Alguns estudos analisaram o estado nutricional e demonstraram que um índice baixo de massa corporal (IMC) pode
ser um preditor da readmissão de DPOC, embora isso não tenha sido verdade em todos os estudos que analisam este
fator.
o A duração total da permanência no hospital nos estudos listados, que significou > 5 dias, foi associada em alguns deles
como fator de readmissão no paciente DPOC.
o a idade mais avançada de um paciente talvez um fator de risco para readmissão, embora os dados não são 100% claro
sobre isso.
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC

FATORES DE RISCO PARA READMISSÃO HOSPITALAR


o Como se poderia imaginar, o tabagismo tem sido visto como um fator de risco para reinserção da DPOC, e,
curiosamente, os dados são bastante variáveis nessa situação. Logo, não podemos dizer que esta recomendação seja
definitivamente baseada nos dados que estão atualmente disponíveis no que diz respeito as readmissões.
o Nenhum familiar ou médico de cuidados primários.
o Alguns estudos mostram claramente que o paciente que é mais ativo tem menos chance de ser readmitido, mas
alguns estudos não verificaram essa associação.
o De um modo geral, pacientes com má qualidade de vida relacionada à saúde tendem a ter um risco maior de ser
readmitido.
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FATORES DE RISCO MODIFICAVEIS PARA READMISSÃO HOSPITALAR


uso de ventilação não invasiva, particularmente durante o sono, podem beneficiar os pacientes na redução da
sua PaCO2.
DOENÇAS PULMONAR OBSTRUTIVAS CRÔNICA - DPOC
DOENÇAS PULMONAR OBSTRUTIVAS CRÔNICA - DPOC

N Engl J Med 2010;363:1128-38


DOENÇAS PULMONAR OBSTRUTIVAS CRÔNICA - DPOC
ESPIROMETRIA: CLASSIFICA O GRAU DE OBSTRUÇÃO
Confirmar a obstrução pós-BD

VEF1 / CVF < 0,7


DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC

≤ 10, leve;

11-20, moderado;

21-30, grave;

31-40, muito grave

Validação do Teste de Avaliação da DPOC em português para uso no Brasil


J Bras Pneumol. 2013;39(4)
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC

ESCALA DE DISPNEIA - mMRC


DOENÇAS PULMONAR OBSTRUTIVAS CRÔNICA - DPOC
AVALIAÇÃO: SINTOMAS E EXARCEBAÇÕES NO ULTIMO ANO.
Compõe o grau de intensidade clínica e orienta o tratamento.
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC

CENTROLOBULAR PANLOBULAR
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC
Reologia
O muco é um fluido heterogêneo que consiste basicamente de água (95%),
eletrólitos, aminoácidos e macromoléculas, também chamadas de mucinas ou muco
proteínas.
HUOTMEYER, E. et al.

Regulation of mucociliary clearance in health and disease.

Eur.Respir J. v. 13, p. 1177- 1188, 1999


O comportamento reológico do muco é
descrito como visco-elástico, pelo fato do mesmo
apresentar características tanto de líquido como de
sólido.

A este comportamento denominamos de Interação Gás – Líquido.


Reologia
Reologia
FASES DA INTERAÇÃO GÁS-LÍQUIDO
As evidências obtidas através dos

estudos, demonstram que para alterar as

propriedades reológicas e promover a

mobilização da secreção, devemos utilizar:

§ ΔF: 12 a 22 Hz

§ Tempo: 15 a 30 minutos.

Tomkiewick et al., 1994


Reologia
Reologia
O muco é considerado um fluido não-newtoniano, uma vez que seu comportamento varia de

acordo com a tensão a que está exposto.

Tal afirmativa torna-se evidente nos casos em que o muco está sob influência de altos fluxos

expiratórios, os quais geram altas forças de cisalhamento e diminuem sua resistência ao fluxo ou à

viscosidade (Fases da interação gás - líquido).

O muco também apresenta característica de um material semissólido visco elástico, pois quando

uma força é aplicada, ele se comporta, simultaneamente, como líquido e como sólido. Como líquido, o muco

se escoa, dispendendo energia (viscosidade). Como sólido, ele se deforma, acumulando energia (elasticidade)
Reologia
Reologia

TIXOTROPIA

Capacidade de um material, que foi submetido à agitação constante e sofreu tendência à

fluidificação progressiva, retornar às suas características iniciais após um período de

repouso.
H
HIPERSECRETIVO
IPERSECRETIVIDADE

A hipersecreção de muco está relacionada diretamente com situações patológicas, causadas pela

agressão ao trato respiratório por uma substância inalatória de ação prolongada e de difícil expulsão.

Esta hipersecreção ocorre com intuito de proteger as vias aéreas de uma ação irritante. O aumento

do número de células produtoras de muco no epitélio respiratório significa, então, que o mesmo foi exposto

cronicamente a uma agressão.

A proliferação de algumas mucoproteínas favorece o aparecimento de ligações inter e

intramoleculares, que propiciam o aparecimento de alterações das propriedades reológicas do muco.


MECANISMO MUCOCILIAR FUNCIONAL

-
Células epiteliais ciliadas direcionam muco da traqueia para as
VAS. Importante mecanismo protetor que remove
microrganismos da árvore traqueobrônquica

- Velocidade do transporte varia entre 9 mm/min a 10 mm/min


(WANNER, 1980; KONRAD et al., 1992);

- Dificuldade para colonização de um trato respiratório com um


epitélio intacto (KONRAD et al., 1994).
MECANISMO MUCOCILIAR
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVAFUNCIONAL
CRÔNICA - DPOC

-
MUCO NA DPOC
HIPERSECREÇÃO

ANÁLISE DO ESCARRO

Saliva Fluído aquoso

Mucoide Opalescente Bronquite crônica s/ infecção, Asma

Mucopurulento Presença de pus Bronquiectasias, PNM

Purulenta Denso e viscoso Infecção pulmonar


Espumoso Rosado EAP
Hemoptise Sanguinolento TB
Preta Manchas pretas Fumaça inalada
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC

Perda de Retração Elástica

Hiperinsuflação Limitação ao fluxo aéreo Raio de


expiratório curvatura

Deslocamento periférico Aumento do VR Zona de


do Ponto de igual Pressão e da CRF aposição

Auto-Peep Aumento da constante Relação


de tempo. TensãoXComprimento
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC

= LIMITAÇÃO FLUXO AR EM PACIENTES CRÔNICOS


DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA - DPOC

SINAIS DE AGRAVO
DISPNEIA
USO MUSCULATURA ACESSÓRIA
CIANOSE
EDEMA PERIFÉRICO
INSTABILIDADE HEMODINÂMICA
ALTERAÇÃO COGNITIVO
TIRAGENS
AUMENTO QUANTIDADE SECREÇÃO
ALTERAÇÃO DO ASPECTO DA SECREÇÃO
ASMA

DEFINIÇÃO
A asma é uma doença crônica comum caracterizada por episódios recorrentes de falta de ar e
sibilância. Os sintomas podem ocorrer de forma con_nua ou intermitente e tendem a piorar durante a
noite e pela manhã. Sintomas respiratórios recorrentes que causam limitação às a`vidades do dia a dia,
perda de dias de trabalho ou escola, além de exacerbações que podem exigir atendimentos de urgência,
inclusive com necessidade de internação e risco de vida
Adaptado de GINA /2017
ASMA

Doença inflamatória das vias aéreas que causa sintomas como:


• sibilância, dispneia, aperto no peito e
• tosse que variam em intensidade e frequência

Os sintomas estão associados à limitação variável


do fluxo expiratório, aumento na produção de
muco e espessamento da parede brônquica.
ASMA

Fatores que podem desencadear ou piorar os sintomas incluem:


infecções virais, exposição a alérgenos domiciliares ou ocupacionais, fumaça de
cigarro, exercício e estresse, além da falta de adesão ao tratamento e a técnica inalatória
incorreta, que ainda são comuns.
ASMA

O diagnósKco da asma é predominantemente clínico.

Pacientes com sintomas respiratórios compatíveis com o diagnóstico, principalmente tosse, dispneia,
sibilância e aperto no peito, geralmente em associação, que pioram à noite ou pela manhã e são
desencadeados por gatilhos específicos como alérgenos, riso, exercício, exposição ao frio e infecções
virais, devem ser submetidos a uma espirometria com prova broncodilatadora utilizando β2
agonistas.

Em pacientes com espirometria compatível com o diagnóstico


“funcional de distúrbio ventilatório obstrutivo com prova
broncodilatadora positiva”, deve-se iniciar o tratamento.
ASMA

Volume Flow
Normal

FEV1
Asthma
(after BD)
Normal
Asthma
(before BD) Asthma
(after BD)
Aumento 200 mL
Ou 12% VEF1 Asthma
(before BD)

1 2 3 4 5 6 Volume
Time (seconds)
Note: Each FEV1 represents the highest of
three reproducible measurements
ASMA

Diagnóstico
Controle sintomas e fatores de risco

Tecnicas de inalação e adesão


Preferência paciente

Sintomas
Exacerbação
Efeitos
Satisfação Paciente
Função Pulmonar

Medicações controle da Asma


Estratégias não farmacológicas
Tratamento com impacto nos fatores de risco
ASMA

Controlada nenhum “SIM”


Parcialmente controlada 1 ou 2 “SIM”
Não Controlada 3 ou 4 “SIM”
ASMA

A medida do PFE pode ser utilizada para diagnóstico,


avaliação de gravidade e monitorização do tratamento.
A monitorização do PFE geralmente é feita pelo menos
três medidas realizadas em cada sessão. A manobra deve ser
repetida até que três leituras estejam dentro de 20L/min cada uma
da outra, sendo anotado o maior valor das três leituras.
Deve ser medido ao acordar, 10 minutos após
broncodilatador, à noite e quando houver sintomas. Em geral, o PFE
é alcançado dentro do primeiro décimo de segundo do esforço
expiratório4
ASMA
ASMA
ASMA

Verde – Asma bem controlada


Valores entre os 80 e os 100%;
Não apresenta sintomas;
Deve manter o programa de controle;
Considerar reduzir gradualmente a medicação.
Amarelo – Atenção
Valores entre os 60 e os 80%;
A doença evolutivamente pior e pode haver sintomas;
Aumentar a medicação de manutenção.
Vermelho – Perigo!
Valores abaixo dos 60%;
Broncodilatador para alívio dos sintomas;
Analisar as variações do pico de fluxo;
A terapia de manutenção tem de ser aumentada.
ASMA
ASMA
ASMA

Gravidade Desfecho
Hipercapnia severa
Gravíssima
IOT + VM
PKF < 30% predito
Grave SpO2 < 90%, PaO2 < 60 mmHg, PaCO2 > 50 mmHg
Cianose; aumento esforço muscular respiratório
PKF 30 – 50% predito
Asma Aguda
FR > 25 ipm; FC: 110 bpm
Aumento dos sintomas
Asma Moderada
PKF > 50 a 75% predito
Tipo 1: variabilidade PKF apesar de intensa terapia
Leve
Tipo 2: Repentinos ataques graves apesar de aparentemente bem controlada

Management of acute asthma. Thorax 2003; 58 (Suppl I): i1-i92


Síndrome de superposição Asma-DPOC
Síndrome de superposição Asma-DPOC
Síndrome de superposição Asma-DPOC
Síndrome de superposição Asma-DPOC
Hardin M. Respiratory Research 2011;12:127.
Síndrome de superposição Asma-DPOC Hardin M. Respiratory Research 2011;12:127.
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

A limitação do fluxo expiratório é a principal alteração fisiológica na DPOC e é superada pelo aumento do fluxo

inspiratório e do volume pulmonar.

Embora a questão seja expiratória, a compensação é inspiratória, e isso, combinado ao elevado drive respiratório, leva ao

desenvolvimento de fadiga muscular inspiratória, que é de importância fisiopatológica no desenvolvimento de IRpA

nesses pacientes.

Obstrução ao fluxo de ar, baixo recuo elástico, alta demanda ventilatória resulta em aprisionamento de ar e

consequente hiperinsuflação dinâmica.

Mowery, 2017
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC Evidência: D

Ventilação com Ventilação com


controle de Volume controle de Pressão
(VCV) (PCV)

Recomendação: Não há estudo comparativo


entre os modos volume-controlado (ciclado a
volume) ou pressão-controlada (ciclado a tempo)
em pacientes com exacerbação da DPOC.
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

PRESSÃO CONTROLADA (PCV) VOLUME CONTROLADO (VCV)


Pressão Inspiratória (Pi) Volume Corrente (Vc)
Tempo Inspiratório (Ti) Fluxo Inspiratório (V)
Frequência Respiratória (FR)
PEEP
FiO2
Sensibilidade
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

Controle do pH ou do PCO2
Todo o cuidado deve ser tomado visando à minimização da hiperinsuflação pulmonar e suas complicações

Os ajustes do volume minuto devem ter por meta a manutenção de um


pH arterial entre 7,20 e 7,40, independente da PaCO2.

VM = VC . FR

VC: 6 a 8 ml/Kg FR: 12 a 16 ipm

Homens: 50,0+ 0,91 (altura-152,4)


Mulheres: 45,5+ 0,91 (altura-152,4)
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

Atividade:

MJLK; sexo masculino; 58 anos; 100 kg; 1,80 m; deu entrada na UTI com um quadro de DPOC exacerbado por
uma pneumonia comunitária grave.
a) Calcule o peso ideal
b) Calcule a faixa de VC ideal

a) b)

Peso Ideal: 50,0+ 0,91 (altura-152,4) VC = 6 a 8 mL/Kg


Peso Ideal: 50,0+ 0,91 (180 -152,4) VC = 450 a 600 mL
Peso Ideal: 75,0 kg
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
Atividade: a) VM ideal: VM x PCO2 / PCO2 desejada
MJLK; sexo masculino; 58 anos; 100 kg; 1,80 m; deu entrada na
VM ideal: 4.900 x 85 / 60 = 416500/ 60 = 6.940 mL
UTI com um quadro de DPOC exacerbado por uma pneumonia
comunitária grave. Apresentando a gasometria arterial abaixo 6940 / 450 = 14 ipm
6940 / 600 = 11 ipm
(FiO2: 60%; VC: 350; FR: 14):
pH: 7.15 Levando em consideração que o HCO3 de 32 é
PO2: 150 compensatório crônico. Logo, a partir de 24 meq/L a cada
PCO2: 85 aumento de 4 mEq/L aumenta o PaCO2 em 10 mmHg
HCO3: 32
BE: + 7
HCO3 PCO2
SO2: 99%
24 40
28 50
a) Corrigir o distúrbio gasométrico 32 60
36 70
(valores abaixo de 45 mmHg, podem resultar em alcalose sanguínea)
40 80
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
Fração inspirada de Oxigênio [FIO2]

• Deve ser titulada evitando-se a hiperóxia (PaO2 > 100 mmHg)

• Manter valores de PaO2 mais próximos do limite inferior da faixa terapêutica (60 a 80 mmHg)

• Garantir uma SaO2 superior a 90%.

• Valores de 88 a 93% são tolerados em pacientes DPOC grave.


VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
Atividade: Podemos usar o Índice de Sorbini:
MJLK; sexo masculino; 58 anos; 100 kg; 1,80 m; deu entrada na
PaO2 ideal : 109 – 0,43 x idade = 109 – 24 = 85 mmHg
UTI com um quadro de DPOC exacerbado por uma pneumonia
comunitária grave. Apresentando a gasometria arterial abaixo FiO2 ideal: FiO2 x PaO2 ideal/ PaO2 atual
(FiO2: 60%; VC: 350; FR: 14): 0,6 x 85 / 150 = 0,34 ou 34%
pH: 7.15
PO2: 150
PCO2: 85
Ajuste para DPOC
HCO3: 32
BE: + 7 PaO2 ideal: 60 mmHg a 80 mmHg
SO2: 99%
FiO2 ideal : 0,6 x 60 / 150 = 0,24 ou 24%

a) Corrigir o distúrbio oximétrico FiO2 ideal : 0,6 x 80 / 150 = 0,32 ou 32%


VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
Fluxo Inspiratório (L/min) e Tempo Inspiratório (s)

Modo VCV: ajusta fluxo Modo PCV: ajusta Tempo Inspiratório

V = VC / Ti [L/min ou L/seg] Ti = 0,8 a 1,0 seg


Usar fluxos que gerem tempos
inspiratórios de 0,8 a 1,0 seg.

V = 0,45 L / 0,8 L/s = 56 L/s 0,45 L/s a 0,75L/s


V = 0,45 L / 1,0 L/s = 45 L/s ou
V = 0,60 L / 0,8 L/s = 75 L/s 27 L/min a 45 L/min
V = 0,60 L / 1,0 L/s = 60 L/s
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

HIPERINSUFLACÃO DINÂMICA

Durante a ventilação mecânica frequentemente pode ocorrer um esvaziamento incompleto do sistema


respiratório, o mesmo pode não atingindo o volume expiratório ao final da expiração correspondente a
capacidade residual funcional (CRF). Neste caso a pressão alveolar elástica ao final da fase expiratória não
atinge o estado de equilíbrio esperado com a pressão proximal na via aérea
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

Por exemplo, Rva = 20 cmH2O/L/s ; C = 0,05 L/cmH2O


logo CT = 20 x 0,05 = 1 segundo

Logo teríamos 3 x CT = 3 x 1 = 3 seg de tempo expiratório para


exalar 95% do ar.

1º. CASO: 2º. CASO


Ttot = 60/FR = 60/15 = 4 seg Ttot = 60/FR = 60/20 = 3 seg

Ti = 1 seg Ti = 1 seg

Te = 3 seg Te = 2 seg

I:E 1:3 I:E 1:2


VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

Atividade: Paciente DPOC, 55 anos, IOT + VM por IRpA, no modo VCV onda quadrada de fluxo. O ventilador foi
configurado com VC de 450 mL, fluxo de 30 L/min, PEEP: 4 cmH2O, e FR de 14 ipm. Nessas condições foi mensurado a
Pplatô de 11 cmH2O e Ppico de 21 cmH2O e PEEP i = 2 cmH2O. A partir das informações calcule o tempo expiratório
mínimo para que o ventilador permita uma exalação de 95% do volume corrente inspirado.
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
PEEP – PRESSÃO POSITIVA EXPIRATÓRIA FINAL

Na fisiopatologia da limitação ao fluxo aéreo de um paciente com DPOC, a destruição do parênquima pulmonar com
perda de tração radial e instabilidade das pequenas vias respiratórias, levando ao colapso expiratório dinâmico, é uma
característica marcante.
A aplicação externa de PEEP pode, por ação mecânica, contrapor esse fenômeno, mantendo o calibre nas vias
respiratórias, facilitando, assim, o fluxo aéreo expiratório, permitindo a desinsuflação pulmonar (tendência ao colapso).

Entretanto, pelas características não homogêneas dos


pulmões, algumas áreas podem sofrer hiperinsuflação.
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
PEEP – PRESSÃO POSITIVA EXPIRATÓRIA FINAL

No modo VCV, a medida da pressão de platô é recomendada e No modo PCV, à medida que se aumenta o valor da PEEP
pode ser usada para titulação da PEEP externa aplicada . externa, monitora se o volume corrente exalado.

PEEP VARIAÇÃO TENDÊNCIA PEEP VARIAÇÃO TENDÊNCIA


6 PPLATÔ MANTIDA OU QUEDA COLAPSO 6 VC AUMENTAR COLAPSO
8 8
10 PPLATÔ ELEVADA DISTENSÃO 10 VC REDUZ DISTENSÃO
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

Equação do Movimento: Pressão

P = VC . 1/C + V`. R + PEEP


P = VC . E + PEEP
E = 1/C

Cdin = VC / Ppico – PEEP [mL/cmH2O] P = VC . E + V’. R + PEEP

Cest = VC / Pplatô – PEEP [mL/cmH2O]

Rsr = Ppico – Pplatô/ V` [cmH2O/L/s] DP = Pplatô – PEEP < 15

Tempo

MECÂNICA PULMONAR
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

ATIVIDADE

JPMK, sexo feminino, 67 anos, 1,55 cm, 51 kg, foi admiKda na UTI (IOT + VM ) devido a uma exacerbação do quadro
da DPOC devido COVID 19. A paciente se encontra sedada com RASS -5.

Parâmetros : VCV onda quadrada de fluxo

VC: 350 ml 1) Calcule a Complacência Dinâmica


FR: 12 ipm
V`: 30 L/m Cdin: 350 / 35 – 8 = 13 ml/cmH2O
PEEP: 8 cmH2O
FiO2: 50% 2) Calcule a Complacência Estática
Cest: 350 / 25 – 8 = 20 ml/cmH2O
Ppico: 35 cmH2O
Pplato: 25 cmH2O 3) Resistência
Cdin: 35 – 25 / 0,5 = 20 cmH2O/L/s
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

VOLUME

PRESSAO
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

O modo PSV foi idealizado para reKrada do paciente de venKlação mecânica invasiva (VMI). Consiste em

determinar ao processador do venKlador uma direKva primária (meta): alcançar e manter a pressão nas vias

respiratórias (Pva) em um nível predeterminado de maneira fixa, durante toda a inspiração. Esta meta é importante,

pois significa que a Pva não poderá superar nem ficar abaixo do valor predeterminado, ou seja, o venKlador

necessariamente precisará avaliar, quase conKnuamente, o valor da Pva à medida que o ar entra nas vias respiratórias

inferiores, ajustando a oferta de fluxo e volume de ar para não descumprir a direKva primária.
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

No caso, como o paciente está em modo espontâneo (PSV), pode se considerar – na prá4ca clínica – que o valor de PS regulada
é muito próximo ou igual ao valor da pressão de distensão (Drive Pressure).

Pressão
NÃO É SEGURO. PQ?
28
Ppico = 22 + 6 = 28
VC = 6 ml/Kg

DP = Pplatô – PEEP < 15


6

Tempo
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

Rise Time

Na maioria dos ventiladores, a possibilidade de controlar a velocidade em que se alcança esse pico
de fluxo inspiratório, por de um comando chamado controle da rampa ou rise time.

Situações de elevada Csr cursam de maneira oposta. O paciente típico para essa situação é o portador de doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), com componente enfisematoso importante. Esse paciente acomoda muito bem o
ar, ou seja, o ventilador tem que monitorar a Pva visando a impedir quedas de Pva, o que feriria a diretiva primária. Para
tanto, o ventilador fecha o fluxo inspiratório de modo muito mais lento, até alcançar o momento de ciclagem, ou seja, o
critério para o final da inspiração. A consequência mais grave desse fato é que ele pode ocasionar Tinsp e VC muito
elevados e inadequados, principalmente para esse paciente. Portanto, em uma situação assim, é preciso tentar forçar o
ventilador a ter um Tinsp adequado, no caso, mais curto.

Para isso, recomenda se uso de RISE TIME elevado (60 a 90%) justamente para turbilhonar mais o ar,
facilitando ao ventilador alcançar a meta de Pva mais cedo, induzindo o a fechar o fluxo inspiratório
de maneira mais rápida, diminuindo Tinsp e também VC, que é o objetivo nessa situação.
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC
VENTILAÇÃO MECÂNICA NA DPOC

CICLAGEM EM PSV – ESENS


FISIOSCIENCES

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