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SUS GUIA DE BOLSO | ENFERMAGEM FLORENCE

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SUS GUIA DE BOLSO | ENFERMAGEM FLORENCE

SUS
GUIA DE BOLSO
SEU GUIA PARA ESTUDOS E
CONSULTAS RÁPIDAS

ENFERMAGEM FLORENCE

MARCYH FLORENCE

1° Edição
Porto Alegre 2022

© Todos os direitos reservados.


Proibida a reprodução total ou parcial dessa obra sem a autorização
expressa do autor.

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Marcyh Florence

E-book: SUS Guia de Bolso


Arte da capa: D. D. Pazze
Diagramação: D. D. Pazze
Revisão: Marcyh Florence

Florence, Marcyh - 1° Edição – Publicação independente 2022.

© Todos os direitos reservados Enfermagem Florence

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expressa do autor.

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Agradecimentos

Primeiramente gostaria de parabenizá-lo por ter adquirido nosso E-book SUS


Guia de Bolso.
Espero que o conteúdo que apresento aqui ajude você da mesma forma que
ajudaram a mim.
O E-book SUS Guia de Bolso traz aos profissionais da saúde um guia completo
para estudo e consulta sobre Sistema Único de Saúde.
Ele vai da criação do SUS a constituição e suas leis e artigos que sustentam
seus princípios e diretrizes.
Abrangendo a sua estrutura organizacional, gestão e destinação de recursos e
suas unidades.
É um guia completo e indispensável para todo estudante e profissional, pois esse
assunto é muito cobrado em processos seletivos e concursos.
O objetivo desse material é guiar você durante sua trajetória estudantil e
profissional, pois cada conteúdo que você encontrar aqui foi pensado baseado
no seu dia a dia para que se tornasse prático e rápido de acordo com sua
necessidade.
A Enfermagem Florence surgiu com o objetivo de auxiliar estudantes e
profissionais da área da enfermagem a adquirir mais conhecimento, através de
publicações de artigos e vídeo aulas, mantendo sempre a qualidade dos
conteúdos produzidos, procurando estar sempre atualizada em prol do
crescimento dessa profissão.

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Sumário
História do Sus ................................................................................................. 10
O que é o SUS? ............................................................................................ 10
História do SUS............................................................................................. 10
Movimento da Reforma Sanitária .............................................................. 10
INAMPS ..................................................................................................... 10
Conferência Nacional de Saúde ................................................................ 11
Programas e evolução durante a história do SUS ........................................ 11
Guia de Vigilância Sanitária ....................................................................... 12
Criação dos Agentes Comunitários de Saúde e Gestão Tripartite ............. 12
Plano Nacional de Eliminação do Sarampo e Projeto AIDS ...................... 12
Década de 90 até anos 2000 ..................................................................... 13
Programa Nacional de Imunização ............................................................ 13
Constituição Federal 1988 ............................................................................... 14
Panorama histórico da Constituição Federal de 1988 .................................. 14
Sistema Único de Saúde na Constituição Federal de 1988 .......................... 15
Características do SUS.............................................................................. 15
Financiamento do SUS .............................................................................. 16
A saúde na iniciativa privada ........................................................................ 16
O que é a Lei Orgânica da Saúde 8.080? ..................................................... 18
Saúde é um dever do Estado ........................................................................ 18
Fatores determinantes e condicionantes da saúde ....................................... 19
Conceito do SUS na Lei Orgânica da Saúde 8.080 ...................................... 20
Objetivos e ações do SUS ............................................................................ 20
Saúde do trabalhador.................................................................................... 21
Princípios e diretrizes do SUS na Lei Orgânica da Saúde 8.080 .................. 22
O que é a Lei Orgânica da Saúde 8.142/90? ................................................ 23
Conferência de Saúde .................................................................................. 23
Conselho de Saúde....................................................................................... 23
Fundo Nacional de Saúde............................................................................. 24
Transferência de recursos na Saúde segundo a Lei Orgânica da Saúde
8.142/90 ........................................................................................................ 25
Condições para que os Municípios recebam as verbas destinadas ............. 26
Normas Operacionais Básicas Do Sus (Nobs/Sus) .......................................... 27

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O que são as Normas Operacionais Básicas do SUS (Nobs/SUS)? ............ 27


Objetivos das Normas Operacionais Básicas do SUS (Nobs/SUS) .............. 27
NOB 96 ......................................................................................................... 27
Campos da atenção à saúde ..................................................................... 28
Definição do SUS Municipal ...................................................................... 28
Conceitos de gerência e gestão ................................................................ 28
Instâncias de negociação entre gestores................................................... 29
Programação Pactuada e Integrada (PPI) ................................................. 29
Direção e articulação entre gestores do SUS ............................................ 29
Custeio da Assistência Hospitalar e Ambulatorial ...................................... 30
Normas Operacionais De Assistência À Saúde (Noas/Sus) ............................ 32
Objetivos da Noas/SUS 01/2001 .................................................................. 32
Noas SUS 01/2002 ....................................................................................... 32
Plano diretor de regionalização ................................................................. 32
Módulo assistencial ................................................................................... 33
Unidade territorial ...................................................................................... 33
Ampliação do acesso e qualidade da atenção básica................................... 33
Atenção de média complexidade .................................................................. 34
Programação pactuada e integrada .............................................................. 34
Atenção de alta complexidade ...................................................................... 35
Responsabilidades de cada esfera de governo ............................................ 35
Portaria Nº 1.600, De 7 De Julho De 2011 Política Nacional De Atenção Às
Urgências ......................................................................................................... 36
Objetivos dos componentes da Rede de Atenção às Urgências .................. 36
Prevenção, promoção e vigilância em Saúde ............................................ 36
Atenção básica em Saúde ......................................................................... 36
SAMU ........................................................................................................ 37
Sala de estabilização ................................................................................. 37
Força Nacional de Saúde .......................................................................... 38
UPAs e Unidades Hospitalares de Urgência ............................................. 38
Atenção domiciliar ..................................................................................... 38
Operacionalização das Redes de Atenção às Urgências ............................. 39
Comitês Gestores de Atenção às Urgências ................................................ 40
Lei Nº 10.216, De 6 De Abril De 2001 - Proteção E Os Direitos Das Pessoas
Portadoras De Transtornos Mentais Portaria Nº 529 De 1º De Abril De 2013 . 41
Lei 10.216 ..................................................................................................... 41
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Direitos do portador de transtorno mental.................................................. 41


Internações ................................................................................................ 42
Portaria nº 529 .............................................................................................. 43
Objetivos .................................................................................................... 43
Estratégias ................................................................................................. 43
Comitê de Implementação do Programa Nacional de Segurança do
Paciente ..................................................................................................... 44
Programa Nacional De Segurança Do Paciente .............................................. 45
Portaria nº 529 .............................................................................................. 45
Comitê de Instalação do Programa Nacional de Segurança do Paciente . 46
Composição do Comitê.............................................................................. 46
Áreas envolvidas na segurança do paciente ............................................. 46
Protocolos de Segurança do Paciente .......................................................... 47
Financiamento do Programa Nacional de Segurança do Paciente ............... 47
Resolução RDC nº 36/2013 .......................................................................... 47
Portaria Nº 399, De 22 De Fevereiro De 2006 ................................................. 49
Pacto pela Vida ............................................................................................. 49
Saúde do idoso .......................................................................................... 50
Controle do câncer de colo de útero e mama ............................................ 50
Redução da mortalidade materna e infantil ............................................... 50
Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e
endemias ................................................................................................... 50
Promoção da Saúde .................................................................................. 50
Fortalecimento da atenção básica ............................................................. 51
Pacto em defesa do Sistema Único de Saúde .............................................. 51
Pacto de gestão do Sistema Único de Saúde............................................ 51
Responsabilidades gerais do Sistema Único de Saúde ............................ 51
Implantação e monitoramento dos pactos pela vida e gestão ................... 52
Decreto Nº 7.508, De 28 De Junho De 2011 .................................................... 53
Conceitos importantes abordados no Decreto 7.508/2011 ........................... 53
Regiões de Saúde ..................................................................................... 53
Rede de atenção à Saúde ......................................................................... 54
Portas de entradas no SUS ....................................................................... 54
Mapa da Saúde ......................................................................................... 55
Protocolo clínico e diretriz terapêutica ....................................................... 55
Comissão intergestores ............................................................................. 56
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Contrato organizativo da ação pública da Saúde ...................................... 56


Resolução Nº 453, De 10 De Maio De 2012 .................................................... 57
O que é Conselho de Saúde? ....................................................................... 57
Como é a composição do Conselho de Saúde? ........................................ 58
Funções dos Conselhos de Saúde ............................................................ 60
Lei Complementar Nº 141, De 13 De Janeiro De 2012 .................................... 61
Definições importantes na Lei Complementar nº 141 ................................... 61
Despesas em Saúde.................................................................................. 61
Aplicação dos recursos em Saúde conforme a Lei Complementar nº 141 ... 62
Fiscalização e prestação de contas .............................................................. 62
Sistema de Informação sobre Orçamento Público em Saúde ....................... 63
Portaria Nº 2.446, De 11 De Novembro De 2014 Política Nacional Da
Promoção Da Saúde ........................................................................................ 64
Definição de Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) ................... 64
Princípios da PNPS ................................................................................... 64
Diretrizes da PNPS .................................................................................... 64
Objetivos da PNPS .................................................................................... 65
Competências das diferenças esferas de governo ....................................... 65
Competências das Secretarias Estaduais de Saúde ................................. 65
Competências das Secretarias Municipais de Saúde ................................ 66
Portaria Nº 2.436/17 Política Nacional Da Atenção Básica .............................. 67
Definições importantes sobre a Política Nacional de Atenção Básica .......... 67
O que é Atenção Básica? .......................................................................... 67
Princípios do SUS na Atenção Básica ....................................................... 67
Responsabilidades ........................................................................................ 68
Infraestrutura ................................................................................................. 69
Unidades Básicas de Saúde (UBS) ........................................................... 69
Tipos de equipes ....................................................................................... 69
Atribuição dos profissionais da Atenção Básica ............................................ 71
Enfermeiro ................................................................................................. 71
Técnico ou Auxiliar de Enfermagem .......................................................... 71
Resolução Nº 588, De 12 De Julho De 2018 Política Nacional De Vigilância Em
Saúde ............................................................................................................... 72
Definição de Vigilância em Saúde ................................................................ 72
Princípios da Política Nacional de Vigilância em Saúde ............................... 72
Diretrizes ....................................................................................................... 73
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Responsabilidades das esferas de governo ................................................. 73


Metas da Política Nacional de Vigilância em Saúde ..................................... 74
Portaria Nº 930, De 15 De Maio De 2019 Programa “Saúde Na Hora” ......... 75
Objetivos do Programa Saúde Na Hora ........................................................ 75
Funcionamento das Unidades de Saúde da Família..................................... 75
Avaliação e monitoramento ........................................................................... 76
Repasses financeiros .................................................................................... 76
Informações importantes na Portaria Nº930 ................................................. 77
Determinantes Sociais Da Saúde..................................................................... 78
Definição de Determinantes Sociais de Saúde pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) ................................................................................................ 78
Modelo de Dahlgren e Whitehead ................................................................. 78
Modelo de Diderichsen e Hallqvist ................................................................ 79
Níveis de atuação para mudança nos Determinantes Sociais de Saúde ...... 80
Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais de Saúde (CNDSS).... 81
Doenças de Notificação Compulsória .............................................................. 82
O que são doenças de notificação compulsória? .......................................... 82
Quais são as doenças de notificação compulsória? ..................................... 82
Covid-19 e Síndrome Respiratória Aguda Grave .......................................... 84

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História do Sus

O que é o SUS?

SUS é o Sistema Único de Saúde no Brasil, o qual permite que todo brasileiro
tenha acesso à saúde, sendo direito seu e dever do Estado. A história do SUS
envolve a evolução da atenção à saúde, prevenção e tratamento de doenças.

Mas, o SUS como é conhecido hoje não nasceu da noite para o dia. Ele foi
determinado por lei na Constituição de 1988, a qual estabeleceu que todo
cidadão brasileiro tem direito universal à saúde e isso é dever do Estado.

O SUS, atualmente, é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo.


Anualmente, o SUS permite o atendimento em 1,4 bilhão de consultas médicas,
espalhadas por todo país, além de mais de 4,1 bilhão de procedimentos
ambulatoriais.

História do SUS

Movimento da Reforma Sanitária

Antes da promulgação da Constituição de 1988, que estabeleceu o SUS, vários


grupos já lutavam e se mobilizavam para que a população brasileira pudesse ter
atendimento gratuito de saúde. Isso ficou conhecido como Movimento da
Reforma Sanitária, ocorrendo na década de 70.

INAMPS

Em 1977, a saúde pública era oferecida pelo Instituto Nacional de Assistência


Médica e Previdência Social (INAMPS). Mas, o atendimento pelo INAMPS não
era para todos os brasileiros e sim para aqueles que contribuíam com a
previdência social.

Ou seja, se você não tinha um emprego formal, de carteira assinada ou estava


desempregado, não poderia buscar atendimento de saúde pelo INAMPS. Com
isso, muitos brasileiros eram excluídos do atendimento de saúde gratuito.

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O INAMPS surgiu pela pressão de grandes empresas, que não queriam que seus
funcionários perdessem dias de trabalho por estarem doentes. Assim, era um
sistema custeado por empresas, Estado e pela população.

Quem não tinha emprego formal poderia tentar buscar atendimento gratuito nas
Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Universitários, que eram as únicas
instituições a oferecerem tratamento de saúde gratuito.

Ou então, os pacientes poderiam buscar atendimento de saúde privado, com


custos muitas vezes muito onerosos.

Conferência Nacional de Saúde

Em 1986, ocorreu a 8° Conferência Nacional de Saúde, que acolheu os


princípios de saúde gratuita e integral, abrindo caminho para a promulgação
constituinte do SUS na Constituição de 1988.

Programas e evolução durante a história do SUS

Com o SUS, o brasileiro passou a ser visto como ser humano, sem distinção.

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Além da Constituição de 1988, outras leis também trataram de como o SUS


funcionaria, como é o caso da Lei 8.080 e Lei 8.142.

Outros fatos importantes da história do SUS têm relação ao enfrentamento de


doenças que acometem grande número de pessoas, como é o caso de doenças
infectocontagiosas e do programa nacional de imunização.

Guia de Vigilância Sanitária

Em 1985, foi lançado a primeira edição do Guia de Vigilância Sanitária. Assim, o


país pôde lidar com a epidemia da AIDS na década de 90, bem como lidar com
a poliomielite, através da vacinação.

Em 1986, foi criado um grupo de trabalho para erradicação da poliomielite no


Brasil. Nesse mesmo ano, foi lançado o “Zé Gotinha”, personagem carismático
e simpático, extremamente associado às vitórias obtidas pela vacinação.

Criação dos Agentes Comunitários de Saúde e Gestão Tripartite

Na década de 90, o SUS contou com a criação dos agentes comunitários de


saúde, funcionários públicos essenciais, visto que atuam na ponta, em contato
direto com as necessidades de famílias.

Também na década de 90, foi criada a gestão Tripartite do SUS, ou seja, feita
tanto pelo Município, quanto pelo Estado, quanto pelo Governo Federal.

Plano Nacional de Eliminação do Sarampo e Projeto AIDS

Ainda na década de 90, foi lançado o plano nacional de eliminação do sarampo


pela vacinação.

Por último, o primeiro Projeto AIDS foi lançado em 1993, visando combater a
doença, que na época apresentava altíssima mortalidade e espalhamento
rápido. Foi um evento importante na história do SUS, para que atualmente
pacientes HIV positivos possam ter tratamento adequado e ter longa expectativa
de vida.

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Por último, o Programa de Saúde da Família (PSF) foi lançado em 1994.

Década de 90 até anos 2000

Com o passar dos governos, o SUS passou a ser descentralizado e as diferentes


esferas de governo (Municipal, Estadual e Federal) passaram a contribuir com
percentuais de sua arrecadação para o SUS.

No final da década de 90, houve a criação da ANVISA (Agência Nacional de


Vigilância Sanitária), a qual responderia por novos medicamentos no país, por
exemplo.

Nessa mesma década, houve a criação da Política Nacional de Medicamentos


Genéricos e a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que
regula o funcionamento dos planos privados de saúde.

Dentre outros eventos importantes na história do SUS, pode-se citar a criação


das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), e também a Estratégia Nacional
de Vacinação contra H1N1, estabelecida em 2010.

Programa Nacional de Imunização

Ganhador de prêmios internacionais, o Programa Nacional de Imunização


estabelece diversas vacinas a serem aplicadas em bebês, crianças,
adolescentes, adultos e idosos, todas de maneira gratuita em unidades de
atendimento pelo SUS.

Dentre as diversas doenças combatidas pelo Programa Nacional de Imunização


estão sarampo, rubéola, caxumba, tuberculose, hepatite B, tétano, Influenza e
COVID, dentre outras, por exemplo.

Outros programas importantes do SUS são os de tratamento para pacientes HIV


positivos, portadores de tuberculose e hanseníase.

Atualmente, o SUS corresponde ao atendimento de mais da metade da


população brasileira, e também é o maior programa de transplantes de órgãos
do mundo.

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Constituição Federal 1988

A Constituição Federal de 1988 estabelece as normas e diretrizes, no que se


refere ao Sistema Único de Saúde, bem como diversas outras leis vigentes no
país.

Panorama histórico da Constituição Federal de 1988

Promulgada após um longo período de ditadura militar, a Constituição de 1988


abriu as portas para a democracia no país, com eleição de representantes do
executivo e legislativo por voto direto.

Em relação à saúde, foi nessa constituição que se estabeleceu a Saúde como


um direito do cidadão e um dever do Estado, segundo o artigo 196.

De fato, esse artigo também estabelece que o Estado deve garantir medidas
políticas e econômicas para reduzir o risco de doença, acesso universal e
igualitário às ações e serviços para proteção e recuperação da saúde do cidadão
brasileiro.

Portanto, foi somente nessa constituição que se estabeleceu a saúde como um


direito social.

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Portanto, o cidadão brasileiro tem direito, graças à Constituição, ao acesso à


saúde, gratuita, integral, preventiva e curativa, sem distinção de raça, gênero,
condição social ou credo.

Antes, o cidadão brasileiro só tinha acesso ao atendimento gratuito de saúde


caso possuísse um vínculo empregatício formal, com acesso ao Instituto
Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS). Ou então,
através do atendimento em instituições filantrópicas, como as Santas Casas de
Misericórdia.

Assim, desempregados, mães de família sem emprego formal e trabalhadores


informais não tinham acesso à saúde pública gratuita antes da Constituição de
1988. Assim, em 1988, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS).

Sistema Único de Saúde na Constituição Federal de 1988

A base legal do Sistema Único de Saúde é constituída por três documentos: a


Constituição Federal de 1988, a lei 8.080, de 1990 (Lei Orgânica da Saúde) e a
lei 8.142, a qual lida com a participação popular e transferência de recursos
financeiros na área da saúde.

O artigo 197 da Constituição dispõe que o Poder Público deve regulamentar e


fiscalizar as ações e serviços de saúde. Além disso, o artigo 198 estabelece que
os serviços públicos de saúde formam uma rede regionalizada e hierarquizada,
constituindo um sistema único.

Características do SUS

O Sistema Único de Saúde possui algumas características, também


estabelecidas na Constituição:
• Descentralização;
• Atendimento integral, como prioridade para ações preventivas, mas sem
prejuízo dos serviços assistenciais;
• Participação da população.
Esses princípios foram estabelecidos, respeitando as diretrizes de
universalidade, integralidade e igualdade, firmados na Constituição Federal de
1988.

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No decorrer dos anos, ações como fortalecimento da Atenção Básica, criação do


Programa de Saúde da Família, o Programa Nacional de Imunização, o
tratamento de doenças como HIV, tuberculose e hanseníase, além de ampliação
do número de servidores públicos em saúde e criação dos conselhos municipal
e estadual de saúde, fizeram com que o SUS atualmente seja o maior programa
de saúde pública do mundo.

Financiamento do SUS

O atendimento ao cidadão brasileiro pelo Sistema Único de Saúde é gratuito ao


cidadão.

A emenda constitucional 29 do ano 2000 estabeleceu que União, Estados,


Distrito Federal e Municípios contribuirão com percentuais na arrecadação para
os serviços estabelecidos pelo SUS. Nos Estados, por exemplo, o percentual
deve ser de 12% da receita bruta corrente.

Já a emenda constitucional 51 de 2006 estabeleceu que o SUS poderá admitir a


contratação de agentes comunitários de saúde e agentes de combate às
endemias por processo seletivo público.

A saúde na iniciativa privada

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A Constituição Federal de 1988 também estabelece que a assistência à saúde é


livre à iniciativa privada.

De fato, as instituições privadas poderão atuar complementando o SUS,


segundo as diretrizes do próprio SUS, mediante contrato ou convênio, dando
preferência às entidades filantrópicas e sem fins lucrativos.

É expressamente vedada a distribuição de recursos públicos para auxílios às


instituições privadas de saúde com fins lucrativos.

Também é vedada a participação de empresas estrangeiras ou capital


estrangeiro na assistência à saúde no Brasil.

Além disso, é também proibido o comércio de tecidos ou comercialização de


transfusão de sangue e hemoderivados.

No ano 2000, foi criada a ANS, Agência Nacional de Saúde Suplementar,


subordinada ao Ministério da Saúde, com o intuito de fiscalizar e regulamentar o
mercado de planos privados de saúde, pela lei 9.656.

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Lei Orgânica Da Saúde 8.080, De 19 De Setembro De 1990

O que é a Lei Orgânica da Saúde 8.080?

A Lei Orgânica da Saúde 8.080 foi promulgada em 19 de setembro de 1990,


assinada pelo então presidente Fernando Collor de Mello. Ela estabelece o
funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, mas também
regulamenta serviços privados de assistência à saúde.

De fato, essa lei dispõe sobre as condições para promoção, proteção e


recuperação da saúde, regulando as ações e serviços de saúde em território
nacional, sejam eles públicos ou privados.

Alguns conceitos relacionados à Saúde, já estabelecidos na Constituição


Federal de 1988, são reforçados nessa lei, tais como o direito à Saúde no Brasil
e as diretrizes do SUS, por exemplo.

Saúde é um dever do Estado

Na Lei Orgânica da Saúde 8.080, estabelece-se que a saúde é um direito


fundamental do ser humano e que o Estado deve fornecer as condições
indispensáveis para seu pleno exercício.

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Assim, o Estado tem por dever garantir a saúde por políticas públicas
econômicas e sociais, visando reduzir o risco de doenças e outros agravos, bem
como garantir o acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção,
proteção e recuperação da saúde do cidadão brasileiro.

Porém, o dever do Estado não exclui o dever da família, das empresas e da


sociedade com a Saúde.

Fatores determinantes e condicionantes da saúde

Na Lei Orgânica da Saúde 8.080, há também a descrição dos fatores


determinantes e condicionantes da saúde. Ou seja, os fatores que influenciam
na saúde do país. São os seguintes:
• Alimentação;
• Saneamento básico;
• Renda e trabalho;
• Meio ambiente;
• Educação;
• Atividade física;
• Transporte;
• Lazer;
• Acesso aos bens e serviços essenciais de saúde.

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Assim, aqui temos os conceitos da integralidade e saúde ampliada.

Conceito do SUS na Lei Orgânica da Saúde 8.080

A definição do Sistema Único de Saúde (SUS) está descrita na Lei Orgânica da


Saúde 8.080.

Assim, em seu artigo 4, a lei estabelece esse conceito como sendo o conjunto
de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas
federais, estaduais e municipais, administrada direta ou indiretamente pelo poder
público.

Todo esse conjunto constitui o Sistema Único de Saúde no Brasil. Assim, estão
incluídas nesse conjunto as instituições públicas federais, estaduais e municipais
de controle, pesquisa, produção de insumos, medicamentos e hemoderivados,
além de equipamentos para saúde.

Além disso, a iniciativa privada pode participar do SUS em caráter


complementar.

Objetivos e ações do SUS

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Em seu artigo 5, a Lei 8.080 estabelece como objetivos do SUS:


• Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da
saúde;
• Formulação de políticas de saúde;
• Assistência por ações de promoção, proteção e recuperação, abrangendo
todas as necessidades do indivíduo (integralidade).

Ações do SUS

O SUS atua em diversos campos, dentre eles:


• Vigilância sanitária;
• Vigilância epidemiológica;
• Saúde do trabalhador;
• Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
• Ações de saneamento básico;
• Formação de recursos humanos na área da Saúde;
• Orientação alimentar.

Formulação de políticas de medicamentos, insumos, imunobiológicos e


equipamentos para Saúde;
Fiscalização e inspeção de alimentos e bebidas para consumo humano;
Desenvolvimento científico e tecnológico;
Políticas de sangue e hemoderivados.
Vigilância Sanitária e vigilância epidemiológica.

Tem por objetivo fiscalizar e controlar os riscos à saúde de produtos e insumos.


A vigilância epidemiológica, por sua vez, está mais focada nos riscos de doenças
e agravos à saúde do indivíduo.

Saúde do trabalhador

Por último, a Lei Orgânica da Saúde 8.080 também define conceitos importantes
relacionados à saúde do trabalhador.

Assim, a lei define como saúde do trabalhador o conjunto de ações promovidas


pela vigilância sanitária e pela vigilância epidemiológica visando promover e

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proteger a saúde de quem trabalha, bem como a recuperação e reabilitação da


saúde dos trabalhadores expostos aos riscos e agravos vindos do trabalho.

Princípios e diretrizes do SUS na Lei Orgânica da Saúde 8.080

Na Lei Orgânica da Saúde 8.080 estão contidos os princípios e diretrizes do


SUS.

Alguns princípios do SUS são considerados extremamente importantes, tais


como a universalidade, a integralidade, igualdade no atendimento, sem
distinção, participação da comunidade, descentralização, regionalização e
hierarquização.

Além disso, também fazem parte dos princípios e diretrizes do SUS a resolução
dos problemas em saúde em todos os níveis de assistência.

Há também, na Lei Orgânica da Saúde 8.080, informações sobre a gestão do


SUS, financiamento e sobre planejamento e orçamento do SUS no país.

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Lei Orgânica Da Saúde 8.142, De 28 De Dezembro De 1990


O que é a Lei Orgânica da Saúde 8.142/90?

A Lei Orgânica da Saúde 8.142/90 foi publicada em 28 de dezembro de 1990 e


dispõe sobre a participação da comunidade no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, essa lei também dispõe sobre a transferência intergovernamentais
de recursos financeiros na área da Saúde.

Segundo essa lei, cada esfera do governo contará com a Conferência de Saúde
e o Conselho de Saúde, as quais são instâncias colegiadas. Ou seja, as decisões
são aprovadas pela maioria simples e não somente pelo chefe do poder
executivo da esfera em questão.

Assim, a participação popular no SUS ocorre na Conferência de Saúde, e


também no Conselho de Saúde, pois, eles são os espaços para que
representantes da sociedade civil possam participar das decisões em relação à
Saúde nas respectivas esferas de governo.

Portanto, esses colegiados devem existir nos Municípios, Estado, e também no


governo Federal.

Conferência de Saúde

Conferência de saúde é convocada a cada quatro anos pelo Poder Executivo ou


pelo Conselho de Saúde, com membros de vários segmentos da sociedade. O
objetivo da conferência de saúde é propor as diretrizes para elaboração das
políticas públicas de saúde.

Conselho de Saúde

Tem caráter permanente e deliberativo, composto por representantes do


governo, profissionais da saúde e prestadores de serviço.

Atua não somente na formulação de estratégias, mas também na fiscalização


das ações, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros.

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Além disso, o conselho de saúde possui representantes do Conselho Nacional


dos Secretários de Saúde, e também do Conselho Nacional de Secretários
Municipais de Saúde, paritária a constituição dos demais membros.

Dessa forma, a composição do Conselho fica da seguinte forma: 50% dos


usuários e 50% de representantes do governo, profissionais da área da Saúde e
prestadores de serviço. Desses últimos 50%, 25% são de gestores ou
prestadores de serviços para o SUS e 25% de profissionais da área da Saúde.

Fundo Nacional de Saúde

Para manutenção do Sistema Único de Saúde (SUS) e de todas suas políticas e


projetos, as verbas estão relacionadas ao Fundo Nacional de Saúde.

Dessa forma, os recursos do Fundo Nacional de Saúde deverão ser alocados


em:

• Manutenção do Ministério da Saúde;


• Investimentos previstos em Lei Orçamentária, aprovadas pelo Congresso
Nacional;
• Investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde;
• Cobertura de ações e serviços de saúde, executados pelas diferentes
esferas de governo (Municipal, Estadual e Distrito Federal).

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Ou seja, ações e serviços em saúde executados por Municípios, Estados e pelo


Distrito Federal têm recursos transferidos de maneira regular e automática.

Transferência de recursos na Saúde segundo a Lei Orgânica da


Saúde 8.142/90

A transferência de recursos na Saúde ocorrerá da seguinte forma, segundo a Lei


Orgânica da Saúde 8.142/90:

• Ao menos 70% aos Municípios;


• O restante (30%) aos Estados.

Dessa forma, observa-se que os Municípios são os órgãos que recebem a maior
parte das verbas destinadas ao Sistema Único de Saúde. Ou seja, os Municípios
são prioridades na transferência automática e regular de recursos.

Assim, os Municípios poderão estabelecer consórcios (ou convênios) para


execução das ações e serviços de saúde, remanejando entre si parcelas de
recursos.

Por exemplo, se um Município não possui uma unidade para determinado


exame, por exemplo, esse Município pode se conveniar com outro, próximo, para

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a realização de tal exame. Dessa forma, as verbas podem ser remanejadas


dessa maneira.

Condições para que os Municípios recebam as verbas destinadas

Por último, o Ministério da Saúde acompanha, por auditoria, a conformidade dos


Municípios, para não haver problemas de gestão e o Município deixe de receber
a verba destinada.

Além disso, os Municípios deverão ter:


• Fundo de Saúde;
• Conselho de Saúde, com composição paritária;
• Plano de Saúde;
• Relatórios de gestão;
• Contrapartida de recursos para saúde no orçamento.

Conforme a Lei Orgânica de Saúde 8.142/90, é necessária também a criação da


comissão de elaboração de plano de carreira, cargos e salários no Município.

No caso do não atendimento dos requisitos pelo Município, os recursos a ele


destinado serão administrados por Estados ou pela União.

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Normas Operacionais Básicas Do Sus (Nobs/Sus)

O que são as Normas Operacionais Básicas do SUS (Nobs/SUS)?

Normas Operacionais Básicas do SUS (Nobs/SUS) são os instrumentos que


permitem operacionalizar os preceitos da legislação que rege o SUS no Brasil.

Ou seja, essas normas são instrumentos utilizados para definição de estratégias


e movimentos tático-operacionais, que reorientam a operacionalização do
sistema, a partir da reavaliação periódica de implantação e desempenho do SUS.

Desde o início foram publicadas algumas Normas Operacionais Básicas, NOB


01/91, NOB 01/93 e NOB 01/96. Em 2001, foi publicada a Norma Operacional
de Assistência à Saúde (NOAS/SUS 01/01), a qual foi revista e publicada em
2002 (NOAS/SUS 01/02), encontrando-se em vigor até os dias atuais.

Objetivos das Normas Operacionais Básicas do SUS (Nobs/SUS)

• Perceber e instalar mudanças;


• Aprofundar e reorientar a implementação do SUS;
• Definir novos objetivos estratégicos, prioridades, diretrizes e movimentos
táticos-operacionais;
• Regular as relações entre os gestores do SUS em suas diferentes esferas
de governo.

NOB 96

Essa é a portaria mais importante e mais estudada, pois ela traz informações
muito importantes e que estão em vigor até hoje.

Sua finalidade é promover e consolidar o exercício da função do gestor de


atenção à saúde municipal, com consequente redefinição das responsabilidades
dos Estados, Distrito Federal e Governo Federal, consolidando os princípios do
SUS.

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Campos da atenção à saúde

Assistência: individual ou coletiva, em espaços, como hospitais e ambulatórios,


ou em âmbito domiciliar;
Intervenções ambientais: condições sanitárias, controle de vetores e
hospedeiros, e saneamento ambiental;
Políticas externas ao setor de saúde: determinantes sociais do processo saúde-
doença, como políticas macroeconômicas, emprego, educação, habitação,
dentre outros.

Definição do SUS Municipal

Na NOB 96, também há a definição do que é o SUS Municipal. O SUS Municipal


é um sistema em rede regionalizada e hierarquizada, organizado em
subsistemas, um para cada município.

Ele é voltado para o atendimento integral da população, mas os


estabelecimentos envolvidos não precisam, necessariamente, ser de
propriedade da prefeitura, nem pertencerem ao mesmo município.

Conceitos de gerência e gestão

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Gerência é a administração de uma unidade ou órgão, que se caracteriza como


prestador de serviços ao sistema. São exemplos de gerência o diretor de um
hospital, por exemplo.

Já gestão é a atividade e a responsabilidade de dirigir um sistema de saúde. Um


exemplo é o Secretário Municipal de Saúde.

Instâncias de negociação entre gestores

Na NOB 96, também há a definição de quais são as instâncias de negociação


entre os gestores.

Comissão Intergestores Bipartite (CIB): fazem parte gestores municipais e


estaduais, tais como por representantes da Secretaria Estadual de Saúde e das
Secretarias Municipais de Saúde;
Comissão Intergestores Tripartite (CIT): é composta por gestores das esferas
federal, estadual e municipal;
Conselho de Saúde: formado por representantes da gestão, por profissionais de
saúde, e também pela população. Esse é um espaço de participação popular no
SUS.

Programação Pactuada e Integrada (PPI)

Estabelece as relações entre os sistemas municipais. Ou seja, traduz as


responsabilidades de cada município, no tocante ao oferecer tratamento
integrado de Saúde para a população.

Assim, a oferta de serviços poderá ser no próprio município ou então pelo


encaminhamento a outros municípios.

Direção e articulação entre gestores do SUS

A NOB 96 também traz como deverá ser a direção e articulação entre os


diferentes gestores, das diferentes esferas de governo, no SUS.

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Dessa forma, as leis 8.080 e 8.142 estabeleceram que a direção deve ser feita
pelo poder executivo e pelo respectivo Conselho de Saúde.

Já a articulação fica por conta da Comissão Intergestores Bipartite e Comissão


Intergestores Tripartite.

No caso da CIB, há a Secretaria Estadual de Saúde e COSEMS (Conselho de


Secretarias Municipais de Saúde).

E no CIT, há o Ministério da Saúde, CONASS (Conselho Nacional de Secretários


de Saúde) e CONASEMS (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde).

Custeio da Assistência Hospitalar e Ambulatorial

Além de todos os itens descritos, a NOB 96 também estabelece como deverá


ser o custeio da assistência hospitalar e ambulatorial pelo SUS.

Lembrando que o financiamento do SUS é responsabilidade das três esferas de


governo. E, cada uma dessas esferas deve assegurar o aporte regular de
recursos, ao respectivo fundo de saúde.

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Outro fator importante é que a Saúde integra também a Seguridade Social, a


Previdência Social e Assistência Social.
No caso do custeio, os recursos podem ser realizados por transferência regular
automatizada ou então, por remuneração por serviços produzidos.

Piso Assistencial Básico (PAB)

De responsabilidade municipal, o PAB é o montante de recursos financeiros


destinado ao custeio dos procedimentos e ações de assistência básica.

Esse valor é transferido automaticamente e regularmente, baseando-se na


multiplicação de um valor per capta pela população daquele município, conforme
fornecida pelo IBGE.

Fração Assistencial Especializada

Montante que corresponde a procedimentos de média complexidade,


medicamentos, órteses e tratamento fora do domicílio, sob gestão do Estado.

APAC
Pagamentos realizados por procedimentos de alto custo.

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Normas Operacionais De Assistência À Saúde (Noas/Sus)

O que são as Normas Operacionais de Assistência à Saúde (Noas/SUS)?

As Normas Operacionais de Assistência à Saúde (Noas/SUS) foram publicadas


em 2001/2002 e tiveram a participação de vários órgãos para sua elaboração.
Elas são importantes, pois, definem uma série de critérios em relação à atenção
básica, bem como atenção nos diversos outros níveis de complexidade.

A portaria número 95, de 26 de janeiro de 2001, aprovou a Norma Operacional


de Assistência à Saúde (Noas/SUS) 01/2001. Já a portaria do Ministério da
Saúde número 373 de 27 de fevereiro de 2002 determinou a Noas/SUS 01/2002.

Objetivos da Noas/SUS 01/2001

• Ampliar as responsabilidades dos municípios em relação à atenção


básica à saúde;
• Definir a regionalização da assistência do SUS;
• Criar mecanismos de fortalecimento da gestão do SUS;
• Atualizar os critérios de habilitação de Estados e municípios.

Noas SUS 01/2002

A regionalização é um dos itens mais importantes da Noas SUS 01/2002. Por


regionalização, entende-se a estratégia de hierarquização dos serviços de saúde
e a busca por maior equidade nesses serviços.

Plano diretor de regionalização

O plano diretor de regionalização fornece ordem para a regionalização da


assistência nos Estados e no Distrito Federal.

Assim, esse plano define as prioridades de intervenção, conforme as


necessidades da população, garantindo o acesso em todos os níveis de atenção.

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Dessa forma, o plano diretor de regionalização está fundamentado na


conformação de sistemas funcionais e resolutivos, organizando-se em territórios,
micro-regiões e módulos assistenciais. Com isso, estabelecem-se mecanismos
de fluxos de referência e contra-referência intermunicipais.

Módulo assistencial

É o primeiro nível de referência em relação ao atendimento de saúde, podendo


ser um ou mais municípios. Nesse primeiro nível de referência, fazem parte o
conjunto mínimo de serviços de média complexidade, abrangendo também
atividades ambulatoriais, além de diagnóstico, terapias e internação hospitalar.

Unidade territorial

É a base territorial mínima, acima do módulo assistencial, podendo ser uma


micro-região ou região de saúde.

Ampliação do acesso e qualidade da atenção básica

Nas Normas Operacionais de Assistência à Saúde (Noas/SUS), estão descritas


as áreas de atuação estratégicas mínimas, que são:
• Controle da tuberculose;
• Eliminação da hanseníase;

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• Controle da hipertensão arterial e do diabetes mellitus, consideradas


doenças crônicas;
• Saúde da criança, saúde da mulher e saúde bucal.

Essas são áreas de ações para cumprimento das metas na Atenção Básica dos
municípios.

Dessa forma, os municípios que se encontram nessa modalidade de gestão são


financiados pelo piso de atenção básica ampliado (PAB- A), listado na Portaria
número 398/GM, de 4 de abril de 2003.

Atenção de média complexidade

São o conjunto de ações e serviços ambulatoriais e hospitalares que demandam


profissionais especializados, além de recursos tecnológicos terapêuticos
especializados, não justificando sua presença em todos os municípios do Brasil.

Programação pactuada e integrada

Principal instrumento de garantia da população aos serviços de média


complexidade, quando esses serviços não estão disponíveis no município de
residência do paciente.

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Dessa forma, o programa deve orientar a alocação de recursos e definição dos


limites financeiros, para todos os municípios do Estado. Assim, o paciente pode
ser atendido, fora do seu município onde vive, conforme a complexidade da ação
de saúde ou terapia.

Atenção de alta complexidade

O Ministério de Saúde define quais são as políticas de atenção de alta


complexidade e alto custo, definindo o elenco de procedimentos de alta
complexidade.

Responsabilidades de cada esfera de governo

O Ministério da Saúde assume, solidariamente, com as Secretarias de Saúde


dos Estados e do Distrito Federal, o atendimento de pacientes referenciados
entre os Estados.

E a garantia de acesso aos serviços de Saúde não disponíveis no município é


de responsabilidade do gestor estadual, sempre de maneira solidária com os
municípios.

Por último, todas as esferas de governo devem participar do processo de


avaliação do sistema, através do Relatório de Gestão. O eixo orientador deve
ser a promoção na equidade de acesso, bem como a alocação de recursos.

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Portaria Nº 1.600, De 7 De Julho De 2011 Política Nacional


De Atenção Às Urgências

A Política Nacional de Atenção às Urgências no Sistema Único de Saúde (SUS)


é definida pela Portaria nº 1600 de 07 de julho de 2011. Assim, essa portaria
define a Rede de Atenção às Urgências, bem como seus objetivos e
operacionalização.

O que compõe a Rede de Atenção às Urgências na Política Nacional de Atenção


às Urgências?

Seguindo as diretrizes do SUS, já estabelecidas em leis anteriores (8.080 e


8.142) e pela Constituição Federal de 1988, a Rede de Atenção às Urgências é
constituída por:
• Prevenção, promoção e vigilância em Saúde;
• Atenção básica em Saúde;
• Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e Centrais de
Regulação Médica das Urgências;
• Sala de estabilização;
• Força Nacional de Saúde;
• Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h) e demais serviços de
urgência 24 horas;
• Componentes de atendimento hospitalar de urgência;
• Atenção domiciliar.

Objetivos dos componentes da Rede de Atenção às Urgências

Prevenção, promoção e vigilância em Saúde

Tem por objetivos estimular e fomentar ações de saúde e educação, prevenindo


violências, acidentes, lesões e mortes no trânsito, causadas também por
doenças crônicas não transmissíveis, mobilizando a sociedade para prevenção,
promoção e vigilância em Saúde.

Atenção básica em Saúde

Na Atenção básica, é feito o primeiro contato com emergências e urgências, até


a transferência ou encaminhamento do paciente para outros pontos de atenção.

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Isso deve ser feito em ambiente adequado, com acolhimento e avaliação dos
riscos e vulnerabilidades.

SAMU

O SAMU, com as Centrais de Regulação Médica de Urgências, que funcionam


através do número 192, é o serviço móvel que deverá chegar precocemente até
a vítima, em casos de acidentes, urgências obstétricas, pediátricas e
psiquiátricas, por exemplo.

O objetivo é conseguir estabilizar a vítima e transportá-la até um local de


referência, conveniado ao SUS, para ser feito o tratamento adequado.

É importante citar que o SAMU atua no atendimento primário à vítima, quando o


serviço é solicitado pelo cidadão comum, para um indivíduo que ainda não teve
atendimento; ou então, atendimento secundário, quando esse paciente já teve o
atendimento primário, foi estabilizado e agora necessita ser conduzido a um
serviço de maior complexidade.

Sala de estabilização

Para estabilização de pacientes críticos ou graves, para posterior


encaminhamento a outros níveis de atenção, sempre ligados à rede do SUS.

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Força Nacional de Saúde

Para garantir a assistência em situações de risco, ou para populações de maior


vulnerabilidade, garantindo a equidade no atendimento, mas também avaliando
os riscos.

UPAs e Unidades Hospitalares de Urgência

As UPAs são consideradas os estabelecimentos de complexidade intermediária


entre Unidades Básicas de Saúde e Saúde da Família (UBS) e a Rede
Hospitalar.

Já as Unidades Hospitalar de Urgência são constituídas pelas portas


hospitalares de urgência, enfermarias de retaguarda, leitos de cuidados
intensivos, serviços de diagnóstico por imagem e laboratoriais, além de linha de
cuidados prioritários.

Atenção domiciliar

Rede de cuidados que ocorre no domicílio, com equipes que realizam o cuidado
na atenção primária, ambulatorial e hospitalar.

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Operacionalização das Redes de Atenção às Urgências

Cinco fases compõe a operacionalização das Redes de Atenção às Urgências.

I - Fase de adesão e diagnóstico


Nessa fase, é formado o Grupo Condutor Estadual da Rede de Atenção às
Urgências, formado pela Secretaria Estadual de Saúde, Conselho de Secretarias
Municipais de Saúde, com apoio do Ministério da Saúde.

II - Fase do desenho regional da Rede


Há a análise dos dados e da demanda das urgências, pela Comissão
Intergestores Regional. Além disso, elabora-se a proposta do Plano de Ação
Regional e Plano de Ação Municipal.

III - Fase da contratualização dos pontos de atenção


Na contratualização, devem ser observadas as responsabilidades definidas para
cada componente da Rede de Atenção às Urgências no desenho regional.

A fase de contratualização é o meio pelo qual os gestores, sejam eles municipais,


estaduais ou federais, estabelecem metas quantitativas e qualitativas de atenção
à saúde.

IV - Fase da qualificação dos componentes


A qualificação, bem como as responsabilidades e ações deverão ser definidas
em portarias específicas para cada componente.

V - Fase de certificação
Concedida pelo Ministério da Saúde aos gestores do SUS, com avaliação
periódica.

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Comitês Gestores de Atenção às Urgências

Os comitês gestores de atenção às urgências, tanto regionais quanto estaduais,


devem ter em sua composição:
• Coordenadores municipais de atenção às urgências;
• Representantes de serviços de saúde;
• Representantes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Rodoviária,
Polícia Militar e Polícia Civil;
• Área de trânsito e transportes.

Na rede municipal, além da composição mínima, o comitê gestor municipal de


atenção às urgências também deve ter representante do Conselho Municipal de
Saúde e representante da Guarda Municipal.

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Lei Nº 10.216, De 6 De Abril De 2001 - Proteção E Os


Direitos Das Pessoas Portadoras De Transtornos Mentais
Portaria Nº 529 De 1º De Abril De 2013

A proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais são


garantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no território brasileiro. Isso é
possível através da Lei 10.216, de 06 de abril de 2001, e também pela Portaria
nº 529 de 1 de abril de 2013.

Vamos falar mais sobre essa lei e essa portaria, que promovem a proteção e os
direitos aos portadores de transtornos mentais.

Lei 10.216

Na Lei 10.216, estão assegurados os direitos básicos dos portadores de


transtornos mentais, em relação à ausência de discriminação, bem como
diversos outros direitos.

Direitos do portador de transtorno mental

• Ter acesso ao sistema de Saúde, conforme suas necessidades;


• Ser tratado (a) com humanidade e respeito, visando sua reinserção na
família, no trabalho e na comunidade;
• Ser protegido (a) contra abuso ou qualquer forma de exploração;
• Sigilo a respeito das informações médicas;
• Receber o maior número possível de informações sobre sua condição de
Saúde mental, bem como ter livre acesso aos meios de comunicação;
• Ter a presença do médico, em todo momento, explicando a necessidade
ou não de internação;
• Poder ter tratamento com os meios menos invasíveis possíveis;
• Optar preferencialmente, por tratamento em serviços comunitários de
Saúde mental.

É função do Estado o desenvolvimento de políticas públicas de Saúde mental.

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Internações

A internação de um paciente com transtorno mental só será realizada quando os


recursos extra-hospitalares não se mostrarem eficientes.

É vedada a internação de pacientes com transtornos mentais em instituições


asilares, sem recursos, que não garantam as condições de tratamento ideais a
esses pacientes.

Tipos de internações

• Voluntária: com o consentimento do paciente;


• Involuntária: sem o consentimento do paciente, mas a pedido de terceiros;
• Compulsória: demandada pela Justiça.

Tanto a internação voluntária quanto a involuntária deve ser autorizada por um


profissional médico com registro no Conselho Regional de Medicina do Estado
em que o paciente reside.

O término da internação involuntária se dará por decisão do responsável médico


pelo tratamento, ou por solicitação por escrito do familiar, ou responsável legal.

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Além disso, na internação involuntária, após 72 horas, o Ministério Público


Estadual deverá ser comunicado, pelo responsável técnico do estabelecimento
onde o tratamento será efetuado. O mesmo procedimento deve ser feito para
comunicar a alta do paciente.

Pesquisas científicas, para fins diagnósticos, não poderão ser realizadas sem o
consentimento expresso do paciente ou do seu representante legal, e sem a
comunicação aos conselhos profissionais e ao Conselho Nacional de Saúde.

Portaria nº 529

Essa portaria institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente.

Objetivos

Os objetivos do Programa Nacional de Segurança do Paciente são:

• Envolver pacientes e familiares nas ações de segurança ao paciente;


• Ampliar o acesso da sociedade às ações de segurança ao paciente;
• Produzir e difundir conhecimento sobre segurança ao paciente;
• Fomentar a inclusão do tema em cursos de graduação e pós-graduação
da área da Saúde.

Estratégias

As seguintes estratégias devem ser adotadas pelo Programa Nacional de


Segurança do Paciente:

• Implementação de protocolos, guias e manuais de segurança do paciente;


• Promover capacitação de profissionais e equipes de Saúde, visando a
segurança do paciente;
• Inclusão e avaliação de metas;
• Inclusão de sistemática de vigilância e monitoramento de incidentes da
assistência à Saúde;
• Promover cultura de segurança.

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Comitê de Implementação do Programa Nacional de Segurança do Paciente

É função desse comitê propor e validar protocolos e guias sobre segurança do


paciente em variadas áreas, tais como:
• Infecções;
• Cirurgias;
• Identificação de pacientes;
• Prevenção de quedas;
• Úlceras de pressão, dentre várias outras áreas.

Esse comitê é composto por membros do Ministério da Saúde, Fundação


Oswaldo Cruz, ANVISA, ANS, CONASEMS, Conselho Federal de Medicina,
Conselho Federal de Enfermagem, Conselho Federal de Odontologia, Conselho
Federal de Farmácia e Organização Pan-americana de Saúde.

Além disso, também são necessários membros de três instituições Superiores


de Ensino e Pesquisa, com notório saber em segurança do paciente.

Por último, a coordenação desse comitê é realizada pela ANVISA, podendo ser
convocados outros membros também.

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Programa Nacional De Segurança Do Paciente

O que é o Programa Nacional de Segurança do Paciente?

O Programa Nacional de Segurança do Paciente visa instituir um conjunto de


medidas para evitar incidentes nos serviços de Saúde. Além disso, esse
programa visa envolver pacientes e suas famílias em ações visando a
segurança.

Assim, o programa também visa produzir e sistematizar o conhecimento voltado


para a segurança do paciente. E incluir o tema na formação dos cursos de
graduação e pós-graduação na área da Saúde.

No Brasil, a incidência de eventos relacionados à Segurança do Paciente é de


7,6%, mas desses eventos 66,7% são evitáveis.

Portaria nº 529

A portaria nº 529, de 01 de abril de 2013 estabelece as definições do Programa


Nacional de Segurança do Paciente, bem como as estratégias de
implementação e quais são as funções atribuídas ao Comitê de Instalação do
Programa Nacional de Segurança do Paciente.

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Comitê de Instalação do Programa Nacional de Segurança do Paciente

É função desse comitê as seguintes ações:


• Propor e validar protocolos, guias e manuais de segurança do paciente
nas mais variadas áreas da Saúde;
• Incentivar e difundir novas técnicas relacionadas à segurança do
paciente;
• Avaliar periodicamente o desempenho do programa;
• Recomendar estudos e pesquisas relacionados ao tema de segurança do
paciente.

Composição do Comitê

O Comitê de Instalação do Programa de Segurança do Paciente deve ter a


seguinte composição, com representantes de:
• Ministério da Saúde;
• Fundação Oswaldo Cruz;
• Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA);
• Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);
• Conselho Nacional de Secretários da Saúde (CONASS);
• Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS);
• Conselho Federal de Medicina (CFM);
• Conselho Federal de Enfermagem (COFEN);
• Conselho Federal de Odontologia (CFO);
• Conselho Federal de Farmácia (CFF);
• Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS);
• Instituições de Ensino Superior, com saber notório no tema segurança do
paciente (3 membros).

A coordenação desse comitê é realizada pela ANVISA.


As funções desse comitê não são remuneradas e pode haver convocação de
representantes das áreas pública e privada, para discussão de eventuais temas
e busca por soluções.

Áreas envolvidas na segurança do paciente

As mais variadas áreas podem apresentar eventos relacionados à segurança do


paciente. Alguns exemplos:
• Infecções relacionadas à assistência à Saúde;

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• Procedimentos cirúrgicos;
• Anestesia;
• Identificação de pacientes;
• Prescrição e administração de medicamentos;
• Prevenção de quedas;
• Úlceras por pressão;
• Transferências de pacientes;
• Uso seguro de equipamentos e materiais.

Protocolos de Segurança do Paciente

• Cirurgia segura (checar insumos antes, demarcar o local da cirurgia com


caneta dermográfica, conferir se compressas utilizadas foram todas
retiradas);
• Higiene das mãos em serviços de Saúde (antes de contato com o
paciente, antes de procedimentos, após contato com fluidos corporais,
depois de contato com superfícies próximas ao paciente);
• Prevenção de úlceras por pressão;
• Prevenção de quedas em pacientes hospitalizados;
• Identificação correta dos pacientes;
• Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos (uso de
etiquetas coloridas com sinais de aleta, padronização do nome, sem
nome comercial, dupla checagem).

Financiamento do Programa Nacional de Segurança do Paciente

Para executar as ações demandadas pelo Programa Nacional de Segurança do


Paciente, o Ministério da Saúde instituirá os necessários incentivos financeiros
para suas execuções.

Porém, antes, há necessidade de pactuação na Comissão Intergestores


Tripartite.

Resolução RDC nº 36/2013

Essa resolução aplica-se aos serviços de Saúde públicos ou privados, excluindo-


se instituições de ensino e pesquisa.

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Assim, a direção do serviço de Saúde deve instituir o Núcleo de Segurança do


Paciente, nomear sua composição, para executar as ações previstas no Plano
Nacional de Segurança do Paciente.

Dessa forma, esse núcleo deve estabelecer estratégias e ações de gestão de


risco. Além disso, o monitoramento dos incidentes e eventos adversos será
realizado pelo Núcleo de Segurança do Paciente, com notificação dos eventos
até o 15° dia útil subsequente ao mês de vigilância, para a ANVISA.

A ANVISA deve monitorar os eventos e acompanhar, com a vigilância sanitária


estadual, municipal ou distrital, as investigações sobre os eventos adversos que
resultaram em óbito.

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Portaria Nº 399, De 22 De Fevereiro De 2006

O que é a Portaria nº 399?

A Portaria nº 399 de 22 de fevereiro de 2006 determina o pacto pela Saúde, ou


seja, determina itens e indicadores os quais servirão de guia na gestão do
Sistema Único de Saúde (SUS), com ênfase nas necessidades e prioridades da
população.

Ela é composta por três componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do
Sistema Único de Saúde e Pacto de Gestão do Sistema Único de Saúde.

Pacto pela Vida

Estabelece um conjunto de compromissos sanitários e prioridades definidas


pelos governos municipal, estadual e federal.

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As prioridades do Pacto pela Vida estabelecida pela Portaria nº 399 são:

Saúde do idoso

Implantar a Política Nacional da Pessoa Idosa, com a caderneta de Saúde do


idoso, acolhimento, atenção diferenciada na internação e atenção domiciliar para
a pessoa idosa. Além disso, capacitar os profissionais da área da Saúde no
tratamento da pessoa idosa.

Controle do câncer de colo de útero e mama

Cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer de colo de útero. Ampliar


para 60% a cobertura da mamografia. Realizar a punção em 100% dos casos
necessários.

Redução da mortalidade materna e infantil

Redução da mortalidade neonatal em 5% e de mortalidade materna em 5%.


Garantir insumos necessários para casos de síndromes hipertensivas no parto.

Reduzir em 50% os casos de óbito por diarreia e 20% por pneumonia.

Fortalecimento da capacidade de respostas às doenças emergentes e


endemias

Nesse caso, a ênfase deve ser dada às seguintes doenças: dengue, hanseníase,
tuberculose, malária e influenza. Algumas dessas doenças têm notificação
compulsória e há protocolos estabelecidos para o tratamento oferecido
gratuitamente pelo SUS.

Promoção da Saúde

Enfatizar a mudança no estilo de vida da população brasileira, estimulando a


prática da atividade física regular, alimentação adequada e combate ao
tabagismo.

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Fortalecimento da atenção básica

Garantir o bom funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, com os insumos


necessários, bem como os recursos humanos para seu funcionamento.
Além disso, ampliar a estratégia da Saúde da Família nos grandes centros
urbanos.

Pacto em defesa do Sistema Único de Saúde

Promoção da cidadania, como estratégia de mobilização social tendo a questão


da Saúde como um direito.

Pacto de gestão do Sistema Único de Saúde

Estabelece diretrizes para gestão no sistema nos aspectos de:


• Descentralização;
• Regionalização;
• Financiamento;
• Planejamento;
• Programação Pactuada e Integrada;
• Regulação;
• Participação social;
• Gestão do trabalho;
• Educação em Saúde.

Responsabilidades gerais do Sistema Único de Saúde

Municípios, Estados, Distrito Federal e a União possuem responsabilidades na


implantação das diretrizes do Sistema Único de Saúde, conforme determinação
por lei.

Os municípios devem participar do financiamento tripartite do Sistema Único de


Saúde, bem como Estados, Distrito Federal e a União, que responderá
solidariamente pela integralidade da atenção à Saúde da população.

Além disso, Estados, Municípios e o Distrito Federal devem executar as ações


de referência regional, sob sua responsabilidade.

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É também responsabilidade de Municípios, Estados, Distrito Federal e União as


responsabilidades na regulação, controle, avaliação e auditoria do Sistema
Único da Saúde.

No caso dos Estados, é necessário o monitoramento e avaliação do


funcionamento dos Consórcios Intermunicipais de Saúde. E avaliar o
desempenho das redes hierarquizadas regionais.

Implantação e monitoramento dos pactos pela vida e gestão

Os termos de compromisso de gestão deverão ser aprovados pelos Conselhos


de Saúde em consenso. Nesses termos, podem ser acrescidas metas municipais
e essas metas deverão ser revistas no mês de março, anualmente.

O processo de monitoramento é um processo contínuo e permanente, orientado


por objetivos, metas e indicadores no termo de compromisso de gestão.

Por último, o processo de articulação entre os gestores ocorre, nos diferentes


níveis de sistema, ocorrendo preferencialmente, em dois colegiados de
negociação: CIT (Comissão Intergestores Tripartite) e CIB (Comissão
Intergestores Bipartite), que pactuarão sobre organização, direção e gestão em
Saúde.

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Decreto Nº 7.508, De 28 De Junho De 2011

O que é o Decreto 7.508/2011?


Um decreto existe para regulamentar outra lei. No caso do Decreto 7.508/2011,
ele regulamenta a Lei nº 8080 de 19 de setembro de 1990, dispondo sobre a
organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento, a assistência e
a articulação interfederativa.

Conceitos importantes abordados no Decreto 7.508/2011

• Região de Saúde;
• Contrato Organizativo da ação pública da Saúde;
• Portas de entradas do SUS;
• Comissões intergestores;
• Mapa da Saúde;
• Rede de atenção à Saúde;
• Protocolo clínico e diretriz terapêutica;
• Serviços especiais de acesso aberto.

Regiões de Saúde

O SUS está organizado de forma regionalizada. Assim, as regiões de Saúde são


definidas como um espaço demográfico contínuo, constituído por agrupamento
de municípios limítrofes.
A finalidade é integrar a organização, planejamento e execução de ações e
serviços de Saúde.

Os requisitos mínimos para estabelecimento das regiões de saúde são:


• Atenção primária;
• Urgência e emergência;
• Vigilância em Saúde;
• Atenção ambulatorial especializada e hospitalar;
• Atenção psicossocial.

Portanto, pode-se definir as regiões de Saúde conforme os limites geográficos,


a população usuária dos serviços em Saúde, o rol de ações e serviços ofertados,
responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para conformação dos
serviços.

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É importante citar que os limites das regiões de Saúde também seguirão as


regras internacionais de definições geográficas entre países.

Rede de atenção à Saúde

Conjunto de ações e serviços de Saúde articulados em níveis de complexidade


crescentes, com a finalidade de garantir à assistência integral à Saúde.

Portas de entradas no SUS

As portas de entradas no SUS são os serviços de atendimento inicial à Saúde


do usuário no SUS. Pode-se citar as seguintes portas de entradas no SUS:
• Serviços de atenção primária;
• Serviços de atenção de urgência e emergência;
• Atenção psicossocial;
• Serviços especiais de acesso aberto.

Para garantir o acesso universal e igualitário ao usuário aos serviços de Saúde,


caberá as unidades federativas:
• Assegurar a transparência, integralidade e equidade no acesso às ações
e serviços de Saúde;
• Orientar e ordenar os fluxos de ações;
• Ofertar regionalmente os serviços de Saúde;

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• Monitorar o acesso dos usuários aos serviços e ações de Saúde ofertados


pelo SUS.

Mapa da Saúde

Mapa da Saúde é a descrição geográfica da distribuição dos recursos humanos,


de ações e serviços de Saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada.
Lembrando que a iniciativa privada pode participar do SUS com ações
suplementares, de modo complementar.

Para estabelecimento do mapa de Saúde, considera-se a capacidade instalada


existente, os investimentos, e o desempenho aferido pelos indicadores de Saúde
do sistema.

Renases

É a relação nacional de ações e serviços de Saúde. Dessa forma, compreende


todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para o atendimento da
integralidade da assistência à Saúde.

Rename

É a relação de medicamentos essenciais. Assim, compreende a seleção e


padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças e
agravos no âmbito do SUS.

Protocolo clínico e diretriz terapêutica

É o documento que estabelece os critérios para diagnóstico de doenças, o


tratamento preconizado, os medicamentos com as posologias recomendadas,
mecanismos de controle clínico, acompanhamento e verificação dos resultados
terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.

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Comissão intergestores

Comissão intergestores tripartite (CIT), no âmbito da União, vinculada ao


Ministério da Saúde. É função dessa comissão as diretrizes gerais para
composição da RENASES e diretrizes nacionais.

Comissão intergestores bipartite (CIB), no âmbito do Estado, vinculada à


Secretaria Estadual de Saúde.

Comissão intergestores regional (CIR), no âmbito regional, vinculada à


Secretaria Estadual de Saúde.

Contrato organizativo da ação pública da Saúde

É um acordo de colaboração firmado entre os entes federativos, para organizar


e integrar as ações e serviços em Saúde, de maneira regionalizada e
hierarquizada.

Dessa forma, define-se metas, responsabilidades, indicadores, critérios de


avaliação, formas de controle e fiscalização.

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Resolução Nº 453, De 10 De Maio De 2012

O que estabelece o Decreto nº 453?

O Decreto nº 453, de 10 de maio de 2012, define as diretrizes para instituição,


reformulação, reestruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde.

Dessa forma, o Decreto nº 453 estabelece a definição de Conselho de Saúde,


como deve ser sua formação, com a representatividade, bem como suas
principais funções.

O que é Conselho de Saúde?

Conselho de Saúde, conforme estabelecido no Decreto nº 453, é uma instância


colegiada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS), em
cada esfera de governo.

Assim, o Conselho de Saúde faz parte da estrutura organizacional do Ministério


da Saúde, das Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.

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Portanto, os Conselhos de Saúde são espaços para a participação da


comunidade nas políticas públicas e na administração da Saúde. Dessa forma,
os Conselhos têm representantes dos diversos segmentos da comunidade,
conforme a porcentagem estabelecida por Lei.

A função dos Conselhos de Saúde é participar e atuar na formulação, proposição


de estratégias, no controle e execução de políticas de Saúde, inclusive nos
aspectos financeiros e econômicos.

A instituição dos Conselhos de Saúde segue leis federais, estaduais e


municipais, mas sempre respeitando a Lei Orgânica 8.142/90.

Como é a composição do Conselho de Saúde?

O Conselho de Saúde será composto por representantes de entidades,


instituições e movimentos representativos de usuários, de profissionais da área
da Saúde, com o presidente do Conselho sendo eleito entre seus membros, em
sessão plenária.

Número de conselheiros

As vagas para composição dos conselhos deverão ser divididas da seguinte


maneira, conforme a porcentagem descrita a seguir:
• 50% de entidades e movimentos representativos dos usuários;
• 25% de entidades e movimentos representativos de profissionais da área
da Saúde;
• 25% de representação do governo e prestadores de serviços
conveniados.

Participação de órgãos e entidades

Conforme a porcentagem estabelecida, as seguintes entidades serão


contempladas com participação no Conselho de Saúde:

• Associações de pessoas com patologias e deficiências;


• Entidades indígenas;

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• Movimentos sociais e populares organizados (tais como movimento


negro, LGBTQIA+, por exemplo);
• Movimentos organizados de mulheres;
• Entidades de aposentados e pensionistas;
• Sindicatos e centrais sindicais;
• Defesa do consumidor;
• Associação de moradores;
• Ambientalistas;
• Organizações religiosas;
• Trabalhadores da área da Saúde, por conselhos de classe
regulamentados, sejam regionais ou federais, por exemplo;
• Membros e representantes da comunidade científica;
• Entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais de estágio,
pesquisa e desenvolvimento;
• Prestadores de serviços de saúde;
• Representantes do governo.

A cada nova eleição, o Decreto nº 453 recomenda a renovação de ao menos


30% dos representantes das entidades.

Não é permitida a participação de representantes eleitos do Poder Legislativo,


Poder Judiciário e Ministério Público como membros do Conselho de Saúde.

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Funções dos Conselhos de Saúde

• Fortalecer a participação e controle social do SUS, mobilizando e


articulando a sociedade de forma permanente na defesa dos princípios
institucionais que fundamentam o SUS;
• Atuar na formulação e controle de políticas de Saúde, incluindo aspectos
econômicos e financeiros;
• Definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e proceder à
revisão periódica desses planos de Saúde;
• Avaliar contratos de convênios;
• Examinar propostas e denúncias de irregularidades;
• Avaliar a gestão dos serviços de Saúde;
• Acompanhar o processo de desenvolvimento e incorporação de avanços
científicos e tecnológicos na área da Saúde;
• Estimular e apoiar estudos e pesquisas relativos ao SUS;
• Estabelecer ações de informação e educação em Saúde;
• Acompanhar a aplicação de normas de ética em pesquisa;
• Avaliar a Política de Gestão do trabalho e educação para Saúde no SUS;
• Fiscalizar e controlar os gastos em Saúde, incluindo os Fundos de Saúde
e os recursos transferidos para Estados e Municípios;
• Propor critérios e acompanhar a programação orçamentária dos Fundos
de Saúde, acompanhando a movimentação e destino desses recursos
financeiros.

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Lei Complementar Nº 141, De 13 De Janeiro De 2012

O que é a Lei Complementar nº 141?

A Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012, regulamenta o terceiro


parágrafo do artigo 198 da Constituição Federal, dispondo sobre os valores
mínimos a serem aplicados anualmente pelas três esferas de governo (Estados,
Municípios e União) em ações e serviços de Saúde.

Além disso, essa lei também estabelece os critérios de rateio das despesas e
como deve ser a fiscalização e controle das despesas com Saúde.

Definições importantes na Lei Complementar nº 141

Consideram-se despesas com Saúde ações e serviços voltados para proteção,


promoção e recuperação da Saúde e que atendam às seguintes diretrizes:

As ações e serviços de Saúde devem estar alinhadas com as definições de


acesso universal, gratuito e igualitário à Saúde;
Conforme objetivos e metas definidos nos planos de Saúde;
De responsabilidade específica do setor de Saúde, não relacionadas a outras
políticas públicas, mesmo que essas políticas incidam sobre a Saúde da
população.

Despesas em Saúde

São consideradas despesas em Saúde as referentes a:


• Vigilância em Saúde (epidemiológica e sanitária);
• Atenção integral e universal à Saúde, em todos os níveis de
complexidade, incluindo assistência terapêutica e recuperação de
deficiências nutricionais;
• Capacitação do pessoal do Sistema Único de Saúde (SUS);
• Desenvolvimento científico e tecnológico, promovidos por instituições
ligadas ao SUS;
• Produção, distribuição e aquisição de insumos específicos dos serviços
de Saúde do SUS (hemoderivados, imunobiológicos e medicamentos, por
exemplo);

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• Saneamento básico de domicílios;


• Manejo ambiental para o controle de vetores de doenças;
• Investimento na rede física do SUS;
• Remuneração do pessoal ativo da área da Saúde;
• Gestão do sistema público de Saúde e ações de apoio administrativo.

Por outro lado, não são consideradas despesas com saúde os seguintes itens:
• Pagamento de aposentadorias e pensões, incluindo do pessoal da Saúde;
• Assistência à Saúde que não atenda ao princípio de acesso universal;
• Merenda escolar;
• Limpeza urbana;
• Ações de assistência social;
• Obras de infraestrutura.

Aplicação dos recursos em Saúde conforme a Lei Complementar nº


141

Conforme estabelecido pela Lei Complementar nº 141, ficam estabelecidas as


seguintes porcentagens:
• Estados e o Distrito Federal aplicarão anualmente mínimo de 12% do que
arrecadam em impostos;
• Municípios aplicarão mínimo de 15%;
• Os recursos da União serão repassados ao Fundo Nacional de Saúde e
às demais unidades orçamentárias que compõe o Ministério da Saúde.

Ainda, o rateio dos recursos ocorrerá conforme o critério de necessidade de


Saúde da população.

Os Planos Estaduais de Saúde deverão explicitar a metodologia de alocação dos


recursos estaduais e a previsão anual de recursos aos Municípios, pactuadas
pelos gestores estaduais e municipais, em comissão intergestores bipartite, e
aprovadas pelo Conselho Estadual de Saúde.

Fiscalização e prestação de contas

O Poder Legislativo, com o auxílio no Tribunal de Contas, do sistema de auditoria


do SUS, fiscalizará o cumprimento dessa Lei Complementar nº 141, com ênfase
em:

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• Elaboração e execução do Plano de Saúde Plurianual;


• Cumprimento das metas de Saúde estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias;
• Aplicação dos recursos mínimos em ações e serviços públicos de Saúde,
observando as regras previstas na Lei Complementar nº 141;
• Transferências de recursos aos Fundos de Saúde;
• Aplicação de recursos vinculados ao SUS.

Sistema de Informação sobre Orçamento Público em Saúde

O Sistema de Informação sobre Orçamento Público em Saúde (SIOPS), será


desenvolvido com as seguintes diretrizes:
• Obrigatoriedade de registro e atualização constante por União, Estados e
Municípios;
• Processos informatizados de declaração, armazenamento e exportação
dos dados;
• Realização do cálculo automático de recursos mínimos a serem
investidos;
• O Ministério da Saúde estabelecerá as diretrizes para o bom
funcionamento do SIOPS.

Os Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios disponibilizarão, aos respectivos Tribunais de Contas, informações
sobre o cumprimento desta Lei Complementar nº 141, com a finalidade de
subsidiar as ações de controle e fiscalização.

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Portaria Nº 2.446, De 11 De Novembro De 2014 Política


Nacional Da Promoção Da Saúde

O que é a Portaria nº 2.446?


A portaria nº 2.446, de 11 de novembro de 2014, redefine a Política Nacional de
Promoção da Saúde.

Definição de Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS)

Conforme a portaria nº 2.446, a Política Nacional de Promoção da Saúde


(PNPS), tem o conceito ampliado de saúde e o referencial teórico da promoção
da saúde como um conjunto de estratégias e formas de produzir saúde, no
âmbito individual e coletivo, com articulação e cooperação intra e intersetorial,
pela formação da Rede de Atenção à Saúde.

Princípios da PNPS

• Equidade;
• Participação social;
• Empoderamento;
• Intra e intersetorialidade;
• Sustentabilidade;
• Integralidade;
• Territorialidade.

Diretrizes da PNPS

• Estímulo à cooperação e à articulação intra e intersetorial, atuando sobre


determinantes e condicionantes da Saúde;
• Fomento ao planejamento de ações territorializadas de promoção da
saúde, para garantir direitos humanos e justiça social;
• Favorecer a participação e controle social;
• Estímulo à pesquisa;
• Apoio à formação e à educação permanente em promoção da saúde;
• Incorporação das intervenções de promoção da saúde no modelo de
atenção à saúde, sobretudo na Atenção Básica.

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Objetivos da PNPS

Como objetivo geral, a PNPS trata-se de promover a equidade, melhoria das


condições e modos de viver, ampliando a potencialidade da saúde individual e
da saúde coletiva, reduzindo vulnerabilidades e riscos à Saúde.

Já como objetivos específicos da PNPS, pode-se citar:


• Estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do cuidado
na Rede de Atenção à Saúde;
• Adoção de práticas sociais e de saúde centradas na equidade, na
participação e no controle social, visando reduzir as desigualdades
sistemáticas;
• Favorecer a mobilidade humana e a acessibilidade;
• Promover a cultura de paz;
• Estimular a pesquisa, produção e difusão de conhecimentos;
• Estimular a formação e capacitação profissional na área da Saúde;
• Promover meios para a inclusão e qualificação do registro de atividades
de promoção da saúde, permitindo análise e monitoramento.

Competências das diferenças esferas de governo

Compete às esferas municipal, estadual e federal:


• Divulgar as estratégias do PNPS, fortalecendo princípios e valores;
• Estabelecer parcerias;
• Definir prioridades, objetivos, estratégias e metas para estabelecimento
de programas e ações de promoção de Saúde;
• Promover a alocação de recursos orçamentários e financeiros para a
implementação da PNPS;
• Articular a inserção das ações voltadas à promoção da saúde nos
sistemas de informação do Sistema Único de Saúde.

Competências das Secretarias Estaduais de Saúde

• Articulação com os Municípios para apoio à implantação e implementação


da PNPS;
• Pactuar nas Comissões Intergestores Bipartite (CIB) e Regionais (CIR) as
estratégias, diretrizes, metas, temas prioritários e financiamento das
ações de implantação e implementação da PNPS;
• Apresentar no Conselho Estadual de Saúde estratégias, programas,
planos e projetos de promoção da saúde;

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• Incorporar ações de Promoção da Saúde nos Planos Plurianual e


Estadual de Saúde;
• Alocar recursos orçamentários e financeiros para a implantação e
implementação da PNPS;
• Execução dos projetos e metas propostas.

Competências das Secretarias Municipais de Saúde

• Implantar e implementar a PNPS no âmbito do seu território, respeitando


as especificidades locorregionais;
• Apresentar no Conselho Municipal de Saúde estratégias, programas,
planos e projetos de promoção da saúde;
• Incorporar ações de Promoção da Saúde aos Planos Plurianual e
Municipal de Saúde;
• Identificar e promover canais de participação no processo decisório para
o desenvolvimento e a sustentabilidade das ações de promoção da
saúde;
• Participar do processo de monitoramento, avaliação de programas,
planos, projetos e ações de promoção da saúde;
• Apoiar e promover, de forma privilegiada, a execução de programas,
planos, projetos e ações diretamente relacionadas à promoção da saúde,
considerando o perfil epidemiológico e as necessidades do seu território.

Por último, no caso da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, competem as


atribuições reservadas às Secretarias de Saúde dos Estados e dos Municípios.
E o financiamento dos temas prioritários PNPS e seus planos operativos serão
objeto de pactuação prévia na Comissão Intergestores Tripartite (CIT).

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Portaria Nº 2.436/17 Política Nacional Da Atenção Básica

O que é a Portaria Nº 2.436/17?

A Portaria Nº 2.436/17 é também chamada Política Nacional de Atenção Básica


(PNAB), a qual revisa diretrizes para a organização da Atenção Básica no âmbito
do Sistema Único da Saúde (SUS).

Definições importantes sobre a Política Nacional de Atenção Básica

O que é Atenção Básica?

Atenção Básica, também chamada Atenção Primária, é o conjunto de ações de


saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção,
proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados
paliativos e vigilância em saúde.

Para isso, são necessárias práticas de cuidado integrado e gestão qualificada,


realizada com equipe multiprofissional.

A Atenção Básica é a principal porta de entrada do usuário ao SUS, ofertada


gratuitamente e integralmente.

É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, etnia, crença,


nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde,
condição socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual e funcional.

Princípios do SUS na Atenção Básica

• Universalidade;
• Equidade;
• Integralidade;
• Diretrizes do SUS na Atenção Básica;
• Regionalização;
• Hierarquização;
• Territorialização;
• População adscrita;

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• Cuidado centrado na pessoa;


• Resolutividade;
• Longitudinalidade no cuidado;
• Coordenação do cuidado;
• Ordenação da rede;
• Participação da comunidade.

A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e


consolidação da Atenção Básica.

Responsabilidades

São responsabilidades de todas as esferas de governo:


• Apoiar e estimular a Estratégia de Saúde da Família (ESF) para
expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica;
• Garantir infraestrutura adequada e bom funcionamento das Unidades
Básicas de Saúde (UBS);
• Contribuir com o financiamento tripartite para fortalecimento da Atenção
Básica;
• Assegurar ao usuário acesso universal e equânime ao SUS;
• Estabelecer, nos respectivos Planos Municipais, Estaduais e Nacional de
Saúde, prioridades, estratégias e metas para a Atenção Básica;
• Garantir estratégias organizacionais de qualificação da força de trabalho,
e também de fixação dos profissionais de Saúde, para geração de vínculo;

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• Estimular participação popular e controle social;


• Adotar estratégias para garantir um amplo escopo de ações e serviços a
serem ofertados na Atenção Básica, compatíveis com as necessidades
de saúde de cada localidade;
• Estabelecer mecanismos regulares de autoavaliação para as equipes que
atuam na Atenção Básica, para práticas de monitoramento, avaliação e
planejamento.

A gestão municipal deve articular e criar condições para que a referência aos
serviços especializados ambulatoriais, sejam realizados preferencialmente pela
Atenção Básica, sendo de sua responsabilidade:
• Ordenar o fluxo das pessoas;
• Gerir a referência e contrarreferência;
• Estabelecer relação com os especialistas que cuidam das pessoas do
território.

Infraestrutura

Unidades Básicas de Saúde (UBS)

Devem ter carga horária mínima de 40 horas semanais, 5 dias por semana, 12
meses ao ano, para acesso facilitado à população.

Recomenda-se população adscrita por Equipe de Atenção Básica e de Saúde


da Família de 2.000 a 3.500 pessoas, localizada dentro do seu território,
garantindo os princípios e diretrizes da Atenção Básica.

Já em municípios ou territórios com menos de 2.000 habitantes, uma equipe de


Atenção Básica ou de Saúde da Família é responsável por toda a população.

Tipos de equipes

Equipes de Saúde da Família


Formadas por mínimo por médico, preferencialmente da especialidade medicina
de família e comunidade, enfermeiro, preferencialmente especialista em saúde
da família; auxiliar e/ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde
(ACS).

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Podendo fazer parte da equipe o agente de combate às endemias (ACE) e os


profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista, preferencialmente especialista
em saúde da família, e auxiliar ou técnico em saúde bucal.

Em áreas de grande dispersão territorial, áreas de risco e vulnerabilidade social,


recomenda-se a cobertura de 100% da população com número máximo de 750
pessoas por ACS.

Para equipe de Saúde da Família, há a obrigatoriedade de carga horária de 40


(quarenta) horas semanais para todos os profissionais de saúde membros.
Dessa forma, os profissionais poderão estar vinculados a apenas 1 (uma) equipe
de Saúde da Família.

Equipe de Atenção Básica


As equipes deverão ser compostas minimamente por médicos preferencialmente
da especialidade medicina de família e comunidade, enfermeiro
preferencialmente especialista em saúde da família, auxiliares de enfermagem
e/ou técnicos de enfermagem.

Poderão agregar outros profissionais como dentistas, auxiliares de saúde bucal


e/ou técnicos de saúde bucal, agentes comunitários de Saúde e agentes de
combate às endemias.

A composição da carga horária mínima por categoria profissional deverá ser de


10 (dez) horas, com no máximo de 3 (três) profissionais por categoria, devendo
somar no mínimo 40 horas/semanais.

Importante ressaltar que para o funcionamento a equipe deverá contar também


com profissionais de nível médio como técnico ou auxiliar de enfermagem.

Equipe de Saúde Bucal


Podem ser compostas em duas modalidades: Modalidade I: Cirurgião-dentista e
auxiliar em saúde bucal (ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB) e; Modalidade
II: Cirurgião-dentista, TSB e ASB, ou outro TSB.

Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB)

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Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias


de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção
Básica.

É formada por diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área da


saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e
pedagógico).

Atribuição dos profissionais da Atenção Básica

Enfermeiro

• Atenção à saúde aos indivíduos e famílias vinculadas às equipes e,


quando indicado ou necessário, no domicílio;
• Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar exames
complementares, prescrever medicações conforme protocolos, diretrizes
clínicas e terapêuticas;
• Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada e
classificação de risco;
• Supervisionar as ações do técnico/auxiliar de enfermagem e ACS.

Técnico ou Auxiliar de Enfermagem

• Participar das atividades de atenção à saúde realizando procedimentos


regulamentados no exercício de sua profissão na UBS ou em domicílio;
• Realizar procedimentos de enfermagem, como curativos, administração
de medicamentos, vacinas, coleta de material para exames, lavagem,
preparação e esterilização de materiais, entre outras atividades
delegadas pelo enfermeiro.

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Resolução Nº 588, De 12 De Julho De 2018 Política


Nacional De Vigilância Em Saúde

O que é a Política Nacional de Vigilância em Saúde?

A Política Nacional de Vigilância em Saúde é definida na Resolução Nº 588, De


12 De Julho De 2018.

Assim, a Política Nacional de Vigilância em Saúde é uma política pública de


Estado e função essencial do Sistema Único de Saúde, com caráter universal,
transversal e orientador do modelo de atenção, sendo exclusivamente do
Poder Público.

Definição de Vigilância em Saúde

Pode-se definir Vigilância em Saúde como o processo contínuo e sistemático


de coleta, consolidação, análise de dados e disseminação de informações
sobre eventos relacionados à saúde.

Isso é essencial para o planejamento e organização de ações em Saúde.

Além disso, a Política Nacional de Vigilância em Saúde atua sobre todos os


níveis e formas de atenção à saúde, abrangendo todos os serviços de Saúde
públicos e privados, estabelecimentos relacionados à produção e circulação de
bens de consumo e tecnologias que se relacionem com a Saúde.

Princípios da Política Nacional de Vigilância em Saúde

• Conhecimento do território, através da epidemiologia e avaliação de risco


para determinação das prioridades;
• Integralidade;
• Descentralização político-administrativa;
• Inserção da Vigilância em Saúde nos processos de regionalização das
ações e serviços em Saúde;
• Equidade;
• Universalidade;
• Participação da comunidade;

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• Cooperação e articulação intra e inter-setorial;


• Direito da sociedade ao acesso às informações sobre Vigilância em
Saúde;
• Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios
para fins idênticos.

Diretrizes

• Articular e pactuar responsabilidades das três esferas de governo,


consonante com os princípios do Sistema Único de Saúde, mas
respeitando a especificidade locorregional;
• Abranger ações voltadas à saúde pública;
• Gestão para assegurar a integralidade do cuidado, sobretudo na Atenção
Básica;
• Integrar práticas e trabalhos da Vigilância Sanitária, Vigilância
Epidemiológica, Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador;
• Intercâmbio técnico-científico;
• Gestão de risco;
• Detectar, monitorar e responder às emergências em saúde pública;
• Avaliar o impacto de novas tecnologias e serviços relacionados à saúde
para prevenir riscos e eventos adversos.

Responsabilidades das esferas de governo

• Assegurar a oferta de ações e de serviços de vigilância em saúde,


considerando o âmbito regional;
• Garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às ações
e aos serviços de Vigilância em Saúde;
• Orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de vigilância em
saúde;
• Monitorar o acesso às ações e aos serviços de vigilância em saúde;
• Garantir a articulação sistemática entre os diversos setores;
• Estratégias para identificar situações que resultem em risco ou produção
de agravos à saúde, adotando e/ou fazendo adotar medidas de controle
quando necessário;
• Promover a formação e capacitação em vigilância em saúde para os
profissionais de saúde do Sistema Único de Saúde;
• Elaborar perfil epidemiológico, a partir de fontes de informação existentes
e de estudos específicos, para subsidiar a programação e avaliação das
ações de atenção à saúde;
• Articular a atuação dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica
no apoio técnico a profissionais de saúde e a pessoas expostas ou

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intoxicadas por substâncias químicas e medicamentos ou acidentes com


animais peçonhentos.

Metas da Política Nacional de Vigilância em Saúde

As metas e os indicadores para avaliação e monitoramento da Política Nacional


de Vigilância em Saúde devem estar contidos nos instrumentos de gestão
definidos pelo sistema de planejamento do Sistema Único de Saúde.
• Planos de Saúde;
• Programas Anuais de Saúde;
• Relatórios Anuais de Gestão.

O planejamento estratégico deve contemplar ações, metas e indicadores de


promoção e proteção da saúde, de prevenção de doenças e redução da
morbimortalidade, vulnerabilidades e riscos nos moldes de uma atuação
permanentemente, articulada e sistêmica.

Os conselhos de saúde devem ser protagonistas no processo de avaliação e


monitoramento da Polícia Nacional de Vigilância em Saúde.

E por último, o financiamento das ações da vigilância em saúde, garantido de


forma tripartite, deve ser específico, permanente, crescente e suficiente para
assegurar os recursos e tecnologias necessários ao cumprimento do papel
institucional das três esferas de gestão.

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Portaria Nº 930, De 15 De Maio De 2019 Programa “Saúde Na


Hora”

O que é a Portaria Nº930?

A Portaria Nº 930, publicada em 15 de maio de 2019 e assinada pelo então


Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, institui o programa “Saúde Na Hora”,
que dispõe sobre o horário estendido de funcionamento das Unidades de Saúde
da Família.

Objetivos do Programa Saúde Na Hora

O Programa Saúde Na Hora é do âmbito da Estratégia de Saúde da Família e


tem como principais objetivos:
• Ampliar a cobertura da Estratégia de Saúde da Família;
• Ampliar o número de usuários e ações nas unidades de Saúde da Família;
• Reduzir o volume de atendimento de usuários de baixa complexidade nas
Unidades de Pronto Atendimento e serviços de emergência de hospitais.

Funcionamento das Unidades de Saúde da Família

As Unidades de Saúde da Família devem funcionar por 60 horas semanais,


sendo 12 horas ininterruptas, em dias úteis, ou 11 horas ininterruptas em dias
úteis e mais 5 horas sábados ou domingos.

Nesse cenário, são necessárias 3 equipes de Saúde da Família. Dessa forma, a


carga horária será de 120 horas para médicos e 120 horas para enfermeiros.

Quando houver equipe de Saúde Bucal, as unidades podem funcionar por 75


horas semanais, sendo 15 horas diárias ininterruptas em dias úteis, ou 14 horas
ininterruptas em dias úteis e mais 5 horas sábados ou domingos.

Assim, a carga horária será de 120 horas para médicos, 120 horas para
enfermeiros e 80 horas para cirurgiões-dentistas, com 75 horas semanais de
funcionamento da unidade.

75

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Já assim, há necessidade de 3 equipes de Saúde da Família e 2 equipes de


Saúde Bucal. Em cada situação, podem ser adicionadas 2 equipes de Saúde da
Família, conforme o caso.

Avaliação e monitoramento

As Unidades de Saúde da Família participantes do Programa "Saúde na Hora"


serão avaliadas e monitoradas por meio dos seguintes indicadores obtidos a
partir de informações extraídas dos sistemas de informação em Saúde vigentes:
• Indicadores essenciais;
• Indicadores de monitoramento.

A avaliação e o monitoramento das equipes participantes do Programa Saúde


na Hora visam à melhoria do acesso, da abrangência, da oferta de serviços, da
produtividade e da resolutividade da Atenção Primária à Saúde.

Constará no manual instrutivo do Programa, a ser disponibilizado pelo Ministério


da Saúde na internet, a ficha de qualificação dos indicadores essenciais e de
monitoramento do Programa.

Repasses financeiros

O repasse dos incentivos financeiros às unidades participantes do Programa


Saúde na Hora será suspenso imediatamente quando:
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• Descumprimento do horário mínimo de funcionamento ou da carga


horária estabelecida para cada área profissional;
• Número inferior de equipes selecionadas;
• Ausência de alimentação regular de dados via Prontuário Eletrônico;
• Não cumprimento dos indicadores essenciais;
• Desvio dos recursos repassados;
• Não possuir gerente na Unidade de Saúde da Família.

Ficam também estabelecidas verbas específicas por equipe participante do


Programa Saúde Na Hora.
Assim, os municípios que aderirem ao programa farão jus aos incentivos
financeiros adicionais, sem prejuízo do recebimento do incentivo referente ao
custeio mensal do gerente da Unidade de Saúde da Família.

Os incentivos financeiros são transferidos mensalmente pelo Fundo Nacional de


Saúde ao Fundo de Saúde do Distrito Federal e dos municípios, de forma regular
e automática.

Informações importantes na Portaria Nº930

Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção


Básica e contam com, pelo menos, 1 (uma) equipe de Saúde da Família, no
âmbito do Sistema Único de Saúde, de acordo com esta Portaria serão
denominados Unidade de Saúde da Família.

Todas as Unidades de Saúde da Família são consideradas potenciais espaços


de educação, formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço,
inovação e avaliação tecnológica para a Rede de Atenção Básica.

Aplicam-se integralmente as disposições da Política Nacional de Atenção Básica


- PNAB às Unidades de Saúde da Família e às equipes participantes do
Programa Saúde na Hora naquilo em que não forem conflitantes com o disposto
nesta Portaria.

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Determinantes Sociais Da Saúde

O que são Determinantes Sociais de Saúde?

Determinantes Sociais de Saúde são um conjunto de acontecimentos, fatos e


situações da vida econômica, social, ambiental, política, cultural e subjetiva, os
quais podem afetar positiva ou negativamente a Saúde de indivíduos e
populações.

Definição de Determinantes Sociais de Saúde pela Organização


Mundial de Saúde (OMS)

A definição de Determinantes Sociais de Saúde, conforme a OMS é: “As


circunstâncias nas quais as pessoas nascem, crescem, trabalham, vivem, e
envelhecem, e o amplo conjunto de forças e sistemas que moldam as condições
da vida cotidiana.
Essas forças e sistemas incluem sistemas e políticas econômicas, agendas de
desenvolvimento, normas sociais, políticas sociais e sistemas políticos”.

Além disso, a própria OMS adicionou algumas informações a essa definição: "Os
determinantes sociais de saúde são determinantes estruturais e condições da
vida cotidiana responsáveis pela maior parte das iniquidades em saúde entre os
países e internamente.
Eles incluem distribuição de poder, renda, bens, serviços e as condições de vida
das pessoas, e o seu acesso ao cuidado à saúde, escolas e educação; suas
condições de trabalho e lazer; e o estado de sua moradia e ambiente”.

Modelo de Dahlgren e Whitehead

Existem vários estudos que descrevem os determinantes sociais de saúde.


Dentre eles, o modelo de Dahlgren e Whitehead inclui os Determinantes Sociais
de Saúde dispostos em diferentes camadas, desde uma camada mais próxima
dos determinantes individuais até uma camada distal, onde se situam os
macrodeterminantes.

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Conforme descrito por Buss & Filho (2007):

"Os indivíduos estão na base do modelo, com suas características individuais de


idade, sexo e fatores genéticos que, evidentemente, exercem influência sobre
seu potencial e suas condições de saúde.

Na camada imediatamente externa aparecem o comportamento e os estilos de


vida individuais.
Esta camada está situada no limiar entre os fatores individuais e os
Determinantes Sociais de Saúde, já que os comportamentos, muitas vezes
entendidos apenas como de responsabilidade individual, dependentes de
opções feitas pelo livre arbítrio das pessoas, na realidade podem também ser
considerados parte dos determinantes, já que essas opções estão fortemente
condicionadas por determinantes sociais - como informações, propaganda,
pressão dos pares, possibilidades de acesso a alimentos saudáveis e espaços
de lazer etc.
A camada seguinte destaca a influência das redes comunitárias e de apoio, cuja
maior ou menor riqueza expressa o nível de coesão social que, como vimos, é
de fundamental importância para a saúde da sociedade como um todo.
No próximo nível estão representados os fatores relacionados a condições de
vida e de trabalho, disponibilidade de alimentos e acesso a ambientes e serviços
essenciais, como saúde e educação, indicando que as pessoas em
desvantagem social correm um risco diferenciado, criado por condições
habitacionais mais humildes, exposição a condições mais perigosas ou
estressantes de trabalho e acesso menor aos serviços.
Finalmente, no último nível estão situados os macrodeterminantes relacionados
às condições econômicas, culturais e ambientais"

Modelo de Diderichsen e Hallqvist

Já nesse modelo, adaptado do modelo anterior de determinantes sociais de


saúde, pode-se observar a estratificação social, gerada pelo contexto social,
resultando em posições sociais distintas, provocando diferenciais de saúde.

Assim, segundo a posição social que o indivíduo ocupa, também aparecem


diferenciais, como exposição a riscos que causam danos à saúde,
vulnerabilidade e consequências sociais e físicas, se contraída uma doença.

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Ambos os modelos de determinantes sociais de saúde são importantes, pois,


permitem identificar pontos de ações políticas, para minimizar os diferenciais nos
determinantes, ocasionados pela posição social dos indivíduos nos grupos.

Níveis de atuação para mudança nos Determinantes Sociais de


Saúde

Para conseguir mudanças nos determinantes, é importante saber os níveis de


atuação.

Primeiro nível
É a atuação exclusivamente nos indivíduos. Nesse nível, pode-se até conseguir
algum resultado, com mudanças individuais de atitude (como no caso do tabaco,
por exemplo), mas geralmente os hábitos antigos são substituídos por outros ou
então retornam ao que estavam antes.

Segundo nível
Corresponde às comunidades e redes de relações. Aqui, têm-se políticas que
busquem estabelecer redes de apoio e fortalecer a organização e participação
das pessoas e das comunidades, especialmente dos grupos vulneráveis, em
ações coletivas para a melhoria de suas condições de saúde (Busso & Filho,
2007).

Terceiro nível
Atuação das políticas sobre as condições materiais e psicossociais nas quais as
pessoas vivem e trabalham. Alguns exemplos:
• Melhoria do saneamento básico;
• Habitação adequada;
• Emprego seguro e ambiente de trabalho saudável;
• Serviços de saúde com qualidade;
• Educação pública de alto nível.

Quarto nível
Macrodeterminantes, nos quais estão as ações macroeconômicas, de mercado
de trabalho, de política ambiental e promoção de cultura de paz.

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Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais de Saúde


(CNDSS)

A CNDSS foi criada em 13 de março de 2006, por decreto presidencial, sendo


uma resposta ao movimento global desencadeado pela OMS em relação aos
determinantes sociais de saúde no mundo inteiro.

Essa comissão é integrada por personalidades com expressão no país, bem


como pelo Grupo de Trabalho Intersetorial, integrado por diversos ministérios e
pelo CONASS e CONASEMS.

Os compromissos da CNDSS são com ação, equidade e evidência. Seus


principais objetivos são:
• Produzir conhecimento relacionado aos determinantes sociais de saúde;
• Apoiar o desenvolvimento de políticas que resultem em equidade em
saúde;
• Promover atividades de mobilização da sociedade para atuação sobre os
determinantes.

Referência
Buss, PM; Filho, AP. A Saúde e seus Determinantes Sociais. PHYSIS: Rev.
Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 17(1):77-93, 2007.

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Doenças de Notificação Compulsória

O que são doenças de notificação compulsória?

Doenças de notificação compulsória são doenças ou agravos que quando


identificadas deve haver comunicação obrigatória pela autoridade de Saúde,
realizada por médicos, profissionais de Saúde, responsáveis pelo
estabelecimento de Saúde, tanto públicos quanto privados.

Deve ser realizada a comunicação de ocorrência de suspeita, confirmação da


doença, agravo ou evento de Saúde pública.

Quais são as doenças de notificação compulsória?

Existe uma lista de doenças de notificação compulsória, atualizada em 2020,


divididas conforme a periodicidade de comunicação e para quem essas doenças
devem ser comunicadas.

A notificação compulsória pode ser imediata, dentro das primeiras 24 horas, para
o Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde ou então, para a Secretaria
Municipal da Saúde, conforme a doença ou agravo.

Já há também a notificação semanal, no caso de acidente de trabalho, que pode


ser feita a cada semana, não havendo a necessidade da notificação compulsória
imediata.

Por outro lado, se o acidente de trabalho envolver crianças ou adolescentes e


for fatal ou grave, a notificação deve ser feita nas primeiras 24 horas para a
Secretaria Municipal de Saúde.

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Periodicidade de notificação
Imediata (até 24
Nº DOENÇA OU AGRAVO (Ordem alfabética)
horas) para* Semanal
MS SES SMS
a. Acidente de trabalho com exposição a material biológico X
1
b. Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e adolescentes X
2 Acidente por animal peçonhento X
3 Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva X
4 Botulismo X X X
5 Cólera X X X
6 Coqueluche X X
7 a. Dengue - Casos X
b. Dengue - Óbitos X X X
8 Difteria X X
9 a. Doença de Chagas Aguda X X
b. Doença de Chagas Crônica X
10 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X
11 a. Doença Invasiva por "Haemophilus Influenza" X X
b. Doença Meningocócica e outras meningites X X
Doenças com suspeita de disseminação intencional: Antraz
12 X X X
pneumônico. Tularemia. Varíola
Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes:
13 X X X
Arenavírus. Ebola. Marburg. Lassa. Febre purpúrica brasileira
a. Doença aguda pelo vírus Zika X
14 b. Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X
c. Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X
15 Esquistossomose X
Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde
16 X X X
pública (ver definição no art. 2º desta portaria)
17 Eventos adversos graves ou óbitos pós vacinação X X X
18 Febre Amarela X X X
a. Febre de Chikungunya X
19 b. Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão X X X
c. Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya X X X
Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em
20 X X X
saúde pública
21 Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X
22 Febre Tifoide X X
23 Hanseníase X
24 Hantavirose X X X
25 Hepatites virais X
HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ou
26 X
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e Criança
27 X
exposta ao risco de transmissão vertical do HIV

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28 Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) X


29 Influenza humana produzida por novo subtipo viral X X X
Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo
30 X
agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados)
31 Leishmaniose Tegumentar Americana X
32 Leishmaniose Visceral X
33 Leptospirose X
a. Malária na região amazônica X
34
b. Malária na região extra-amazônica X X X
35 Óbito: Infantil. Materno X
36 Poliomielite por poliovirus selvagem X X X
37 Peste X X X
38 Raiva humana X X X
39 Síndrome da Rubéola Congênita X X X
40 Doenças Exantemática: Sarampo. Rubéola X X X
41 Sífilis: Adquirida. Congênita. Em gestante X
42 Síndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X
Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírus.
43 X X X
SARS-CoVb. MERS- CoV
44 Tétano: Acidental. Neonatal X
45 Toxoplasmose gestacional e congênita X
46 Tuberculose X
47 Varicela - caso grave internado ou óbito X X
a. Violência doméstica e/ou outras violências X
48
b. Violência sexual e tentativa de suicídio X

Legenda: MS => Ministério da Saúde; SES => Secretaria Estadual de Saúde; SMS =>
Secretaria Municipal de Saúde.

Covid-19 e Síndrome Respiratória Aguda Grave

A pandemia de Covid-19 fez com que alguns estados lançassem notas técnicas
a respeito da notificação compulsória dos casos.

Foi, por exemplo, o caso da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás, que lançou
uma nota técnica sobre esse assunto.

Embora a portaria do Ministério da Saúde indica eventos de saúde pública como


notificação compulsória, conforme descrito na tabela anterior. A COVID-19 é
considerada atualmente uma doença de notificação compulsória.

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Além disso, os sistemas para notificação dessas patologias são diferentes.

Publicada em 15 da abril de 2020, atualizada em 08 de junho de 2021, a nota


técnica da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás descreve que:

"Que todos os profissionais de saúde dos estabelecimentos assistenciais à


saúde, tanto da rede pública quanto da privada, se atentem à obrigatoriedade da
notificação imediata (em até 24h) dos casos suspeitos e/ou confirmados e óbitos
por COVID-19, logo após o atendimento que levante hipótese diagnóstica para
o agravo".

No caso do Município de São Paulo, a notificação compulsória se estende a


casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave, bem como Síndrome Gripal,
também têm notificação compulsória.

Assim, os casos devem ser identificados e registrados no sistema SIVEP-Gripe


E-SUS-VE, respectivamente.

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Sobre Autora

Marcyh Florence
Marcyh Florence é natural de uma pequena cidade do interior do Rio Grande do
Sul.

Quando concluiu o ensino médio em 2011, participou do projeto jovem aprendiz


onde teve a oportunidade de trabalhar no Hospital de Clínicas de Porto Alegre - RS.

Nesse local, teve seu primeiro contato com profissionais da área da Enfermagem e
com isso despertou o interesse em atuar nessa área.

Porém, de origem humilde não tinha condições financeiras para pagar o curso,
assim começou a buscar uma bolsa de estudos para poder realizar esse sonho.

Após algum tempo buscando uma oportunidade, finalmente ela apareceu e então
deu início a sua carreira profissional.

Formou-se como técnica de enfermagem em 2014 na Escola Instituto de


Cardiologia de Porto Alegre - RS, se destacando na sua turma.

É fundadora do projeto Enfermagem Florence, com foco em auxiliar estudantes e


profissionais da área da enfermagem a adquirir mais conhecimento, buscando
atualização constante em prol do crescimento dessa profissão.

Escritora e empreendedora digital, especialista em transmitir conhecimentos de


forma fácil e permanente. Criadora de vários cursos digitais voltado para a área da
Enfermagem e de desenvolvimento pessoal.

ENFERMAGEMFLORENCE.COM.BR

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