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APOSTILA

TÉCNICO ENFERMAGEM

TERAPIA INTENSIVA

Professora Enfa. Esp. Thais Peres


thais_peres19@hotmail.com

MARILIA – SP
HISTORIA DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Uma unidade de tratamento intensivo (UTI) ou unidade de cuidados intensivos


(UCI) é uma estrutura hospitalar que se caracteriza como "unidade complexa dotada de
sistema de monitorização contínua que admite pacientes potencialmente graves ou com
descompensação de um ou mais sistemas orgânicos e que com o suporte e tratamento
intensivos tenham possibilidade de se recuperar".O profissional que se dedica a esta
modalidade de atendimento chama-se intensivista.

A UTI nasceu da necessidade de oferecer suporte avançado de vida a pacientes


agudamente doentes que porventura possuam chances de sobreviver, destina-se a
internação de pacientes com instabilidade clínica e com potencial de gravidade. É um
ambiente de alta complexidade, reservado e único no ambiente hospitalar, já que se
propõe estabelecer monitorização completa e vigilância 24 horas.

As doenças são inúmeras o que torna muito difícil a compreensão de todas elas. Porém,
os mecanismos de morte são poucos e comuns a todas as doenças. É atuando
diretamente nos ditos mecanismos de morte que o médico intensivista tira o paciente de
um estado crítico de saúde com perigo iminente de morte, pondo-o numa condição que
possibilite a continuidade do tratamento da doença que o levou a tal estado (doença de
base).

Os exemplos mais comuns de doenças que levam a internação em UTI são:

 Infarto
 Desconforto respiratório
 Acidente vascular cerebral
 Hipotensão arterial refratária.

Ainda é função da UTI amenizar sofrimento tais como dor e falta de ar, independente do
prognóstico.

Os profissionais que atuam nestas unidades complexas são designados intensivistas. A


equipe de atendimento é multiprofissional e interdisciplinar, constituída por diversas
profissões: médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, terapeuta
ocupacional, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. Não sendo
admitidos no setor auxiliares de enfermagem devido a alta complexidade.

As UTI a partir da década de 1930 transformaram o prognóstico, reduzindo os óbitos


em até 70%. Hoje todas especialidades utilizam-se das unidades intensivas,
principalmente para controle de pós-operatório de risco.

É muito importante tanto para o paciente como para família compreender a UTI como
etapa fundamental para superação da doença, porém tão importante é aliviar e
proporcionar conforto independente do prognóstico. A equipe está orientada no respeito
a dignidade e autodeterminação de cada pessoa internada, estabelecendo e divulgando a
humanização nos seus trabalhos, buscando amenizar os momentos vivenciados através
do paciente e família. A UTI é sem dúvida muito importante para o avanço terapêutico,
porém impõe nova rotina ao paciente onde há separação do convívio familiar e dos
amigos, que pode ser amenizada através das visitas diárias. Outro aspecto importante é a
interação família-paciente com a equipe, apoiando e participando das decisões médicas.

O conceito de Terapia Intensiva (ou Intensive Care) foi estabelecido na Guerra da


Crimeia no ano de 1854 através de Florence Nightingale, que separou homens de
mulheres, adultos de crianças, graves de não graves. Estabeleceu a vigilância contínua,
24 horas, dia e noite, conhecida como a "Dama da Lâmpada" já que circulava à noite
com uma lamparina para avaliar clinicamente os enfermos. A lamparina tornou-se a
simbologia da assistência internacional da enfermagem. A criação da primeira UTI
(ICU - Intensive Care Unit ) ocorreu nos EUA em Boston através do médico
neurocirurgião Walter Dandy no ano de 1927. Foram criados 3 leitos neuropediátricos
pós-cirúrgicos. Neste mesmo ano surgia Philip Drinker que criou o primeiro ventilador
mecânico, o "Pulmão de Aço". Hoje, estima-se que os EUA tenham 8000 Unidades e o
Brasil, 3500. ( FERRARI. D, 2000). No Brasil, Ana Neri foi o símbolo da Assistência a
feridos graves, heroína, chamada "Mãe do Brasileiros", adotou órfãos paraguaios,
quebrou normas para Salvar Vidas. "Em nome do Bem, já fez tanto Mal", referia-se às
guerras entre seres humanos.

Equipamentos

Cada leito contém monitores cardíacos, cama elétrica projetada, oximetria de pulso e
rede de gases. Dentre os principais equipamentos utilizados em UTI estão:

 Termômetro
 Oxímetro de pulso: Equipamento que possui sensor óptico luminoso o qual é
colocado no dedo. Através da determinação da coloração sanguínea capilar,
verifica a taxa de saturação do oxigênio designada Saturação de O2, ou seja,
mede indiretamente a oxigenação dos tecidos de maneira contínua.
 Eletrocardiográfico, com frequência cardíaca e medida intermitente de pressão
arterial. Situa-se na cabeceira do leito e é conectado ao paciente através de
eletrodos descartáveis no tórax.
 Monitor de pressão arterial
o Não-invasivo (Esfigmomanômetro)
o Invasivo (por punção arterial em geral a radial)
 Capnógrafo
 Monitor Cardíaco - Efetua o controle do débito cardíaco
o Swan-Ganz
 Sonda naso-enteral: quando ocorre dificuldade da ingestão dos alimentos, é
introduzida sonda maleável de baixo calibre na narina até o duodeno, porção
após o estomago. Dietas especiais designadas Dietas Enterais, são mantidas em
infusão contínua dando aporte necessário de calorias, proteínas e eletrólitos. As
Dietas especiais dispensam as dietas convencionais, podendo o paciente utilizá-
las por longo período.
 Sonda vesical - Em pacientes inconscientes ou que necessitam controle rígido da
diurese (volume urinário), é necessário introduzir sonda na uretra (canal
urinário) até a bexiga. A sonda é conectada em bolsa coletora que fica ao lado do
leito em locais baixos.
 Máscara e cateter de oxigênio - São dispositivos utilizados para fornecer
oxigênio suplementar em quadros de falta de ar. O cateter é colocado no nariz e
a máscara próxima a boca com finalidade de nebulizar umidificando e ofertando
O2. Em geral são dispositivos passageiros e retirados após melhora dos quadros
dispneicos (falta da ar).
 Cateter Central - O cateter é chamado de central em decorrência de estar
próximo ao coração. Fino, da espessura de uma carga de caneta, é introduzido
através do pescoço ou no tórax (infraclavicular – abaixo da clavícula). Permite
acesso venoso rápido e eficaz. Sua permanência pode variar de semana a meses.
É indolor.
 Tubo orotraqueal - Trata-se de tubo plástico, maleável, de diâmetro aproximado
de 0.5 a 1.0 cm e é introduzido na traqueia sob anestesia e sedação. Permite a
conexão do ventilador mecânico com os pulmões. A permanência pode ser de
curta duração, até horas, ou semanas. Caso não possa ser retirado e com previsão
maior de duas semanas, poderá ocorrer possibilidade de traqueostomia e
inserção da cânula baixa permitindo ao paciente maior conforto e até alimentar-
se.
 Ventilador Mecânico - Aparelho microprocessado valvular que permite a
entrada e saída do ar dos pulmões, oxigenando-os e mantendo estabilidade e
segurança do sistema respiratório. Os equipamento modernos permitem maior
interação entre paciente-ventilador com seu comando ou não. Apesar das
inúmeras vantagens e em vários casos obrigatórios, estabelece interrupção da
fisiologia normal respiratória, favorecendo infecções pulmonares designadas
“pneumonias do ventilador”. O processo de retirada do ventilador mecânico é
chamado de desmame ventilatório, que é gradual.
 Patinho (ou "Cumpadre") - É usado para pacientes homens conscientes e lúcidos
urinarem por vontade própria. Pode ser usado até mesmo com o paciente em pé
(como se fosse uma espécie de "mictório portátil"). Necessita da ajuda de um
enfermeiro ou de uma enfermeira, mas é um método muito importante para
ajudar a manter a fralda do paciente limpa e para fazer o paciente se
movimentar.

Técnicas

 Coma induzido - Na UTI há grande preocupação em fornecer conforto e


ausência de dor a todos pacientes internados. Em casos mais graves,
principalmente quando há necessidade da Intubação Orotraqueal, é iniciada
sedação (tranquilizante e indutor de sono ) e analgesia ( abolição da dor )
contínua que pode levar a ausência total de consciência e sonolência profunda.
Neste estágio, designado “coma induzido” , não há dor, não há frio e a
percepção do paciente é interrompida. O tempo e espaço nesta situação é
abolido, onde pacientes que permanecem “meses” na Unidade, recordam como
“horas” .
 As Infecções - São as causas mais importantes de internações em Unidades
Intensivas. Em geral respiratórias ou urinárias, recebem tratamento com
antibióticos de última geração e de amplo espectro de ação contra bactérias. Os
riscos das infecções ocorrem quando há disseminação hematogênica (através do
sangue) e ocorre generalização do processo infeccioso designada tecnicamente
como sepse. Outro motivo de preocupação crescente é a infecção desenvolvida
no ambiente hospitalar, sendo na grande maioria prevista e inevitável
principalmente em decorrência de técnicas invasivas como a pneumonia do
Ventilador Pulmonar.

Procedimentos Cirúrgicos Eventuais: Procedimentos cirúrgicos de pequeno porte


podem ser necessários. Nas situações emergenciais são realizados através do próprio
intensivista e na rotina através da equipe cirúrgica especializada de apoio do Hospital.

 Traqueostomia: Não é recomendada a manutenção por longos períodos da


cânula de intubação em virtude de lesões que podem ocorrer na traqueia e
laringe. Não há tempo específico recomendado, cabendo ao intensivista a
indicação e recomendação da traqueostomia. Procedimento relativamente
simples, consiste na abertura da traqueia na região inferior frontal do pescoço e
introdução de cânula plástica em substituição a mantida através da boca. Pode
ou não ser procedimento permanente, podendo ser retirada quando do desmame
efetivo do ventilador mecânico.
 Drenagem Torácica: Em coleções líquidas importantes no pulmão ou no
pneumotórax (colabamento do pulmão), pode ocorrer necessidade da colocação
de dreno torácico com sistema coletor. Trata-se de procedimento provisório.
 Cateter de PIC: Cateter em geral provisório introduzido na porção superior da
cabeça para drenagem liquórica de alívio.
 Cateter de Diálise Peritoneal: introduzido no abdome, permite a infusão de
líquido intra-abdominal e troca dialítica. Procedimento simples, podendo ser
permanente ou não.

Exames complementares de rotina

Todos os órgãos e sistemas são avaliados diariamente nos pacientes internados nas
UTIs. Após avaliação clínica, são solicitados exames de rotina como:

 Hematológicos: através da punção venoso, coleta-se pequena amostra de sangue


para avaliação no laboratório central dos principais eletrólitos, enzimas e
metabólitos do organismo. A função renal é medida indiretamente através da
dosagem da ureia e creatinina, dando ao médico informação valiosa em relação a
integridade renal.
 Gasométricos: designada de gasometria arterial, é efetuada punção na artéria
radial situada no punho (local do pulso). Após coleta, a amostra é analisada
através do equipamento designado hemogasômetro que permite a análise dos
principais gases do sistema respiratório tais como oxigênio e gás carbônico.
Portanto é método para avaliação da boa função pulmonar.
 Radiológicos: Diariamente efetua-se nos pacientes submetidos a ventilação
mecânica a radiologia torácica pulmonar para controle e diagnósticos de
derrames (líquidos) e infecções como a broncopneumonia.

Desconfortos psicológicos de uma UTI

 Estresse causado pelo isolamento da família;


 Estresse causado pelo medo de passar por certos exames (como endoscopia por
exemplo);
 Estresse causado pelo barulho incessante dos equipamentos;
 Estresse causado pelo constrangimento de estar sem roupas, sem acessórios e
com vestimentas incomuns (geralmente, paciente de UTI usa apenas fralda,
camisola hospitalar e cobertor);
 Estresse que ocorre em pacientes com dieta zero ao verem outros pacientes
comerem e/ou beberem.

Equipe multiprofissional e interdisciplinar

 Médico intensivista: designação técnica do médico especializado e dedicado


exclusivamente ao atendimento do paciente internado nas Unidades Intensivas e
Emergenciais. Possui conhecimento clínico e cirúrgico amplo, capaz de
diagnosticar, medicar e realizar procedimentos complexos emergenciais. A
especialidade é definida como Medicina Intensiva, reconhecida mundialmente
com certificações específicas. Cabe a este profissional evoluir e medicar
diariamente os pacientes internados nos aspectos nutricionais, cardiológicos,
pulmonares, neurológicos entre outros. Responde integralmente na condução e
responsabilidade da Unidade como todo.
 Enfermeiro intensivista: Enfermeiro com formação para o atendimento de
pacientes de alta complexidade com grande dependência no leito. Supervisiona a
ação do grupo de técnicos e auxiliares de enfermagem, como a higienização,
controle das medicações e prescrições, tendo papel assistencial fundamental.
 Fonoaudiólogo intensivista: O fonoaudiólogo no âmbito hospitalar integra a
equipe de saúde atuando em forma multi ou interdisciplinar. Esta atuação é
caracterizada com objetivos de prevenção, diagnóstico funcional e reabilitação
propriamente dita. Objetiva assim, a redução e prevenção de complicações como
a pneumonia aspirativa, e o restabelecimento da alimentação via oral e da
comunicação. A atuação do fonoaudiólogo em UTI tem como principais
objetivos: a avaliação, orientação e reabilitação. A avaliação tem início com uma
anamnese completa, avaliação propriamente dita direcionada para as alterações
fonoaudiológicas, ou seja, linguagem, deglutição, voz e /ou fala.A disfagia é
uma das alterações fonoaudiológicas que mais solicitará a presença de um
fonoaudiólogo na UTI em caráter emergencial, devido às series de complicações
que podem gerar no estado de saúde do paciente. A avaliação clínica da
deglutição do paciente é realizada sempre monitorando o mesmo, quando o
quadro clínico deste, encontra-se estável. Após a avaliação, discute-se com a
equipe os reais riscos e /ou benefícios que o inicio da deglutição via oral pode
trazer.
 Fisioterapeuta intensivista: a fisioterapia no paciente crítico é fundamental para
manutenção e prevenção de vários aspectos da fisiologia em virtude da
dependência total ou parcial dos pacientes que podem culminar na chamada
Síndrome do Imobilismo. Na Síndrome há diminuição do trofismo muscular,
emagrecimento, retração de tendões e vícios posturais que podem provocar
contrações permanentes e no dorso (nas costas) as chamadas úlceras de pressão.
A assistência ventilatória é outra necessidade fundamental realizada através do
fisioterapeuta, que efetua higienização brônquica diária através de técnicas
específicas e controle do ventilador mecânico.
 Nutrólogo e nutricionista: o nutrólogo é médico especializado no diagnóstico e
prescrição nutricional. Diariamente efetua avaliações e mantém o aporte
calórico, proteico, glicêmico e vitamínico equilibrado e essencial para
manutenção do funcionamento e atividades vitais do organismo. O nutricionista,
incorporado na equipe multiprofissional, efetua diagnósticos e evoluções
dietéticas específicas, coordenando, organizando e acompanhando as prescrições
nutricionais.
 Psicólogo intensivista: todos aspectos emocionais, seja do paciente, da família
ou da equipe, são constantemente avaliados e observados através da psicologia
intensiva. Com presença fundamental nos períodos das visitas familiares,
objetiva estabelecer além da humanização a aproximação e apoio terapêutico
necessário.
 Assistente social: atua no apoio a família e paciente em situações externas ou
internas que possam impor dificuldades não relacionadas ao andamento
terapêutico direto, seja no âmbito familiar , do trabalho ou pessoais.
AULA 2

ELETROCARDIOGRAMA

ELETROCARDIOGRAMA

Exame que registra a atividade elétrica do coração, usualmente realizado em repouso. É


um exame barato, de rotina, que faz parte do check-up cardiológico e oferece muitas
informações ao cardiologista.

O eletrocardiograma é usado para avaliar o ritmo do coração e o número de batimentos


por minuto, permitindo ao médico identificar arritmias cardíacas (alterações do ritmo do
coração) e distúrbios na condução elétrica deste órgão.

O paciente recebe eletrodos em regiões predeterminadas no peito, nos braços e nas


pernas. Cada batimento do coração é captado pelos eletrodos, enviado a uma máquina
que registrada os sinais em um papel, com o auxílio de agulhas.

Não existe preparo específico. Nos homens com muito pelo no tórax pode ser necessária
a realização de tricotomia (corte de pelos) para fixação dos eletrodos.

O traçado do eletrocardiograma será analisado por cardiologista, que irá emitir um


laudo a partir do traçado impresso pelas agulhas no papel.
Cada uma das derivações em que são colocados eletrodos capta a atividade elétrica das
várias partes do coração (anterior, posterior, lateral esquerda, lateral direita). O traçado é
mostrado na tela do computador e pode ser impresso em papel A4, enviado por internet,
salvo no próprio computador.
Eventos do eletrocardiograma

Algumas ondas e alguns períodos no ECG.

Onda P
Corresponde à despolarização atrial, sendo a sua primeira componente relativa à
aurícula direita e a segunda relativa à aurícula esquerda, a sobreposição das suas
componentes gera a morfologia tipicamente arredondada (excepção de V1)[não se
encontra explicação sobre o que vem a ser V1], e sua amplitude máxima é de 0,25 mV.
Tamanho normal: Altura: 2,5 mm, comprimento: 3,0 mm, sendo avaliada em DII.
A Hipertrofia atrial causa um aumento na altura e/ou duração da Onda P.
Complexo QRS
Corresponde a despolarização ventricular. É maior que a onda P pois a massa muscular
dos ventrículos é maior que a dos átrios, os sinais gerados pela despolarização
ventricular são mais fortes do que os sinais gerados pela repolarização atrial.
Anormalidades no sistema de condução geram complexos QRS alargados.
Onda T
Corresponde a repolarização ventricular.
Normalmente é perpendicular e arredondada.
A inversão da onda T indica processo isquêmico.
Onda T de configuração anormal indica hipercalemia.
Arritmia não sinusal = ausência da onda P
Onda U
A onda U, nem sempre registrada no ECG, corresponde a repolarização dos Músculos
Papilares.
Onda T atrial
A onda T atrial, geralmente não aparece no ECG, pois é "camuflada" pela
Repolarização Ventricular. Ela corresponde a Repolarização Atrial, e quando aparece
possui polaridade inversa a onda T - Repolarização Ventricular.
Intervalo PR
É o intervalo entre o início da onda P e início do complexo QRS. É um indicativo da
velocidade de condução entre os átrios e os ventrículos e corresponde ao tempo de
condução do impulso elétrico desde o nódo atrioventricular até aos ventrículos.
O espaço entre a onda P e o complexo QRS é provocado pelo retardo do impulso
elétrico no tecido fibroso que está localizado entre átrios e ventrículos, a passagem por
esse tecido impede que o impulso seja captado devidamente, pois o tecido fibroso não é
um bom condutor de eletricidade.
Período PP
O Intervalo PP, ou Ciclo PP. É o intervalo entre o início de duas ondas P. Corresponde a
frequência de despolarização atrial, ou simplesmente frequência atrial.
Período RR
O Intervalo RR ou Ciclo RR. É o intervalo entre duas ondas R. Corresponde a
frequência de despolarização ventricular, ou simplesmente frequência ventricular.

Riscos
O exame não apresenta riscos. Eventualmente podem ocorrer reações dermatológicas
em função do gel necessário para melhorar a qualidade do exame.

Técnica
Para se realizar o exame eletrocardiograma (ECG), o cardiopneumologista (CPL)
(Também designado por técnico de cardiopneumologia) deve inicialmente explicar ao
paciente cada etapa do processo. O ambiente da sala deve estar com temperatura
agradável (nem muito quente nem muito frio). O paciente deve estar descansado há
pelo menos 10 minutos, sem ter fumado tabaco há pelo menos 40 minutos e estar
calmo. Deve ser investigado quanto ao uso de remédios que esteja usando, ou que
costume usar esporadicamente.
Com o paciente em decúbito dorsal, palmas viradas para cima, o técnico determina a
posição das derivações precordiais (V1 a V6) corretas; em seguida é colocado o gel de
condução nos locais pré-determinados, como sendo a zona precordial, e membros, são
conectados aos eletrodos do eletrocardiógrafo. Às vezes é necessário uma tricotomia
(corte dos pelos) em parte do precórdio, principalmente em homens. É então registrado
o eletrocardiograma de repouso. Os sinais elétricos podem ser vistos com
um osciloscópio, mas geralmente são registrados em papel quadriculado. Correntemente
existem eletrocardiógrafos digitais, com relatório automático. No entanto deve ter-se
sempre em conta que esses resultados devem ser analisados pelo cardiologista, pois
muitas vezes esses aparelhos têm erros no algoritmo de diagnóstico.

DERIVAÇÕES DO ECG

Todo esse percurso do impulso elétrico é captado e interpretado pelo eletrocardiograma através de
traçados. As várias posições dos eletrodos são usadas para captar diferentes ângulos do coração,
como se fossem várias câmeras voltadas para cada uma das partes do órgão.
O ECG habitual possui 12 derivações, que são como 12 ângulos diferentes que acompanham
simultaneamente a propagação da atividade elétrica. Estas 12 derivações cobrem boa parte do tecido
cardíaco. São chamadas de: D1, D2, D3, aVR, aVL, aVF, V1, V2, V3, V4, V5 eV6.
Exemplos: a parede inferior do ventrículo pode ser avaliada pelas derivações D2, D3 e aVF;  a
parede anterior por V1 a V4 e a parede lateral alta por D1 e aVL. Portanto, uma alteração da
condução elétrica que se repete nas derivações D2, D3 e aVF, por exemplo, indica algum problema
na região inferior do ventrículo.
RESULTADOS DO ELETROCARDIOGRAMA

É impossível explicar todas as alterações possíveis de um ECG. Porém, posso indicar quais são os
valores normais e as alterações mais comuns.
Um eletrocardiograma normal apresenta as seguintes informações:
– Frequência cardíaca entre 60 e 100 batimentos por minuto.
– Onda P presente, indicando ritmo sinusal. A onda P normal costuma ter menos de 0,12 segundos
de duração.
– Intervalo PR tem duração entre entre 0,12 e 0,20 segundos.
– Complexo QRS tem duração entre 0,06 e 0,10 segundos.
– Eixo elétrico normal situa-se entre -30º e +90º.
ALTERAÇÕES COMUNS NO ECG

1- Bloqueios de ramo
Bloqueio de ramo esquerdo (BRE): significa que a condução elétrica está comprometida no ramo
nervoso que conduz o impulso elétrico para o ventrículo esquerdo.
O ramo esquerdo bifurca-se em ramo anterior esquerdo e ramo posterior esquerdo. Por isso, se
apenas uma parte do ramo estiver comprometida, são possíveis também os diagnósticos
de hemibloqueio anterior esquerdo (HBAE) ou hemibloqueio posterior esquerdo (HBPE).
Bloqueio do ramo direito (BRD): significa que a condução elétrica está comprometida no ramo
que conduz o impulso elétrico para o ventrículo direito. O ramo direito não bifurca, portanto só
existe este um tipo de BRD.
Hemibloqueio anterior esquerdo (HBAE) + Bloqueio do ramo direito (BRD): é uma situação
que significa que a transmissão dos impulsos elétricos para o ventrículo está sendo feita apenas por
metade do ramo esquerdo (apenas pelo ramo posterior esquerdo). Este é um paciente que está
próximo de perder a condução elétrica para os ventrículos.
Os bloqueios de ramo são comuns em pacientes com doença isquêmica cardíaca. Geralmente
ocorrem em pessoas que já tiveram um infarto e/ou que tenham insuficiência cardíaca (
2- Desvio do eixo elétrico
O eixo elétrico normal varia entre -30º e 90º.
Se o eixo estiver entre -30º e -90º dizemos que há um desvio do eixo para esquerda. As principais
causas são o BRD, hipertrofia do ventrículo esquerdo, enfisema pulmonar, síndrome de Wolff-
Parkinson-White
Se o eixo elétrico estiver entre 90º e 180º há um desvio do eixo para direita. As principais causas
são o BRE, o infarto prévio e a hipertrofia do ventrículo direito. Assim como o desvio para a
esquerda, o desvio para a direita também pode surgir em pessoas sem doenças do coração.
3- Arritmia sinusal
Apesar do nome arritmia assustar, a arritmia sinusal é uma condição benigna que ocorre
frequentemente em jovens. Geralmente é uma alteração do ritmo cardíaco provocada pela
respiração. Como é sinusal, indica que apesar do ritmo irregular, o impulso elétrico está sendo
gerado corretamente pelo nodo sinusal. É um alteração que costuma desaparecer com o tempo.
4- Extra-sístoles
Extra-sístoles são batimentos cardíacos isolados fora do ritmo. Nestes casos o coração bate
regularmente, mas de repente surge um batimento isolado inesperado. A extra-sístole é chamada
supraventricular se o foco deste batimento anômalo surgir em algum ponto do átrio (fora do nodo
sinusal) e extra-sístole ventricular se o foco anômalo surgir em algum ponto do ventrículo.
Extra-sístoles isoladas costumam não ter nenhum significado clínico. Se forem frequentes, podem
causar sensação de palpitação. Nestes casos a causa deve ser investigada.
5- Alterações na repolarização ventricular
Alteração da repolarização ventricular é uma achado também relativamente comum. São alterações
na onda T do eletrocardiograma e podem estar presentes no caso de hipertensão arterial, estenose da
válvula aórtica ou na isquemia cardíaca.
Porém, quando o laudo vem descrito como alterações inespecíficas na repolarização ventricular,
geralmente o quadro não tem significado clínico. As alterações da onda T que sugerem doença
cardíaca têm uma aparência característica que permite distingui-las das alterações inespecíficas, sem
valor clínico.
6- Fibrilação atrial
A fibrilação atrial (FA) é um arritmia comum, principalmente em idosos. A FA é um ritmo não
sinusal, onde ocorre uma geração caótica de estímulos elétricos por todo o átrio, fazendo com que o
mesmo não consiga se contrair. O átrio fica tremendo, como se estivesse em convulsão. Como
existe o nodo atrioventricular, esses impulsos caóticos são abortados antes de chegar ao ventrículo.
Portanto, o paciente não apresenta onda P, o ritmo cardíaco é irregular, mas o QRS é normal.
7- Hipertrofia ventricular esquerda (HVE)
Também chamada de sobrecarga ventricular esquerda, a HVE é um aumento da massa muscular do
ventrículo esquerdo provocado pelo esforço do coração em bombear sangue nos pacientes com
hipertensão arterial.
A hipertrofia ventricular esquerda costuma ter com sinais o aumento da amplitude do complexo
QRS, uma alteração da onda T e desvio do eixo elétrico para a esquerda.
PAPEL DO ELETROCARDIOGRAMA NO INFARTO DO MIOCÁRDIO

O eletrocardiograma, por ser barato e de fácil acesso, é o primeiro exame realizado nos pacientes
que se apresentam com queixas de dor no peito. Há vários achados que podem indicar uma doença
isquêmica, entre eles, elevação do segmento ST (supra desnivelamento do segmento ST), redução
do segmento ST (infra desnivelamento do segmento ST), ondas T invertidas ou ondas T apiculadas.
O sinal mais clássico de infarto ao ECG é o supra desnivelamento do segmento ST, chamado infarto
com supra. Porém, é importante destacar que nem todo infarto se apresenta com achados no
ECG. Um eletrocardiograma normal não é suficiente para descartar um infarto! Se o
paciente tem dor no peito e, principalmente, se tiver fatores de risco, como idade acima de 50 anos,
obesidade, diabetes, hipertensão, tabagismo, etc., deve-se colher análises de sangue (geralmente
doseamento da troponina) para melhor investigar um possível quadro de infarto.
AULA 3
VENTILAÇÃO MECANICA
Na medicina, a ventilação mecânica é o método de substituição da ventilação normal.
A ventilação mecânica, ou suporte ventilatório, consiste em um método de tratamento
para pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada. Tem por
objetivos, além da manutenção das trocas gasosas, ou seja, correção da hipoxemia e da
acidose respiratória associada à hipercapnia: aliviar o trabalho da musculatura
respiratória que, em situações agudas de alta demanda metabólica, está elevado; reverter
ou evitar a fadiga da musculatura respiratória; diminuir o consumo de oxigênio, dessa
forma reduzindo o desconforto respiratório; e permitir a aplicação de terapêuticas
específicas.
Em certa época a VM era utilizada somente em procedimentos de emergência em
reanimação ou, em última instância, no tratamento do paciente crítico, hoje a ventilação
pulmonar mecânica é um método de suporte respiratório ao paciente, podendo ser
utilizada até mesmo preventivamente (VNI) porém, não constituindo uma terapia
curativa. Porém, o emprego da ventilação mecânica implica riscos próprios, devendo
sua indicação ser prudente e criteriosa, e sua aplicação cercada por cuidados específicos.

Classificação

Atualmente, classifica-se o suporte ventilatório em dois grandes grupos:


• Ventilação mecânica invasiva;
• Ventilação não invasiva.

Nas duas situações, a ventilação artificial é conseguida com a aplicação de pressão


positiva nas vias aéreas. A diferença entre elas fica na forma de liberação de pressão:
enquanto na ventilação invasiva utiliza-se uma prótese introduzida na via aérea, isto é,
um tubo oro ou nasotraqueal (menos comum) ou uma cânula de traqueostomia, na
ventilação não invasiva, utiliza-se uma máscara como interface entre o paciente e o
ventilador artificial.
Os tipos de ciclagem, os parâmetros a serem observados e os principais cuidados com o
paciente em VM.

Objetivo fisiológico da ventilação mecânica

 Manter ou modificar a troca gasosa pulmonar:


 Ventilação alveolar (PaCO2 e pH): Em certas circunstâncias, o objetivo pode ser
aumentar a ventilação alveolar (hiperventilação para reduzir a
pressão intracraniana) ou reduzir a ventilação alveolar de maneira controlada
(hipercapnia permissiva); porém, o objetivo usualmente adotado é normalizar a
ventilação alveolar.
 Oxigenação arterial (PaO2, SaO2, CaO2): O objetivo é atingir e manter valores
aceitáveis de oxigenação arterial (PaO2 > 60 mmHg, SaO2> 90%). A oferta de
oxigênio aos tecidos (D’O2) deve ser considerada, corrigindo fatores como o
conteúdo arterial de oxigênio (hemoglobina) e o débito cardíaco.
 Aumentar o volume pulmonar:
 Insuflação inspiratória final: visa prevenir ou tratar atelectasia;
 Otimizar a Capacidade Residual Final (CRF): Utilizar a PEEP em situações em
que a redução na CRF pode ser prejudicial (redução da PaO2, maior injúria
pulmonar), como na SARA e em pós-operatório com dor;
 Reduzir o trabalho respiratório muscular.

 Objetivos clínicos da ventilação mecânica

 Reverter a hipoxemia, aumentando a ventilação alveolar, o volume pulmonar e a


oferta de oxigênio;
 Reverter a acidose respiratória aguda;
 Prevenir ou reverter atelectasia;
 Reverter fadiga dos músculos respiratórios;
 Permitir sedação, anestesia ou uso de bloqueadores neuromusculares;
 Reduzir consumo de oxigênio sistêmico e miocárdico;
 Reduzir pressão intracraniana (PIC);
 Estabilizar caixa torácica.

 Princípios da ventilação mecânica

A VM se faz através da utilização de aparelhos que, intermitentemente, insuflam


as vias respiratórias com volumes de ar (volume corrente). O movimento do gás
para dentro dos pulmões ocorre devido à geração de um gradiente de pressão
entre as vias aéreas superiores e o alvéolo.

Para tanto, existem alguns fatores que devem ser controlados durante a VM:
 FiO2 (concentração de oxigênio): necessária para manter uma taxa arterial de
oxigênio (PaO2) adequada. O FiO2 inicial em qualquer paciente que é
introduzido na ventilação mecânica deve ser de 100%. Esse valor deve ser
alterado de acordo com a evolução do paciente até alcançar os valores de oferta
de O2 em ar ambiente, que é de 21%.
 Volume corrente (VC): é o volume de ar que deve ser administrado ao paciente
em cada ciclo respiratório. O volume ideal para cada paciente é calculado
multiplicando o peso aproximado do paciente por 6-8.
 Fluxo inspiratório (V): é a velocidade em que o ar será administrado. Quanto
maior o fluxo maior a velocidade que o volume corrente será administrado. O
fluxo deve ficar entre 40 e 60 L/min.
 Frequência respiratória (FR): é a quantidade de ciclos respiratórios realizados em
um minuto. São resultado do tempo inspiratório (Ti) e o tempo expiratório (Te).
A Fr deve ser programada de acordo com a necessidade do paciente, sendo
reduzida até que o ventilador não seja o responsável pelos disparos de cada ciclo.
 Tempo inspiratório (Ti): é o tempo em que ocorre a insuflação do pulmão.
Depende dos valores do fluxo. Quanto maior o fluxo, menor será o Ti.
 Tempo expiratório (Te):é o tempo de desinsuflamento pulmonar. Pode ser
definido pelas necessidades metabólicas do paciente como através da
programação prévia do ventilador.
 Relação I:E: é a relação entre o tempo inspiratório e o tempo expiratório. Em
geral, o valor normal da relação I:E é de 1:2, podendo ser alterado de acordo com
a necessidade do paciente. Contudo, o tempo inspiratório nunca deve ser maior
que o tempo expiratório.
 PEEP: é a pressão expiratória final que fica dentro do alvéolo. Quando um
paciente está em um ventilador mecânico, é necessário que a PEEP seja mantida
para evitar o colabamento dos alvéolos. O valor fisiológico da PEEP é de 5
cmH2O e esse deve ser o valor programado no ventilador.
 Pressão inspiratória: é a pressão máxima que deve ser exercida internamente na
caixa torácica, esta não deve ultrapassar o valor de 40 cmH2O.
 Sensibilidade: nível de pressão ou fluxo predeterminado que deve ser atingido
para que seja feito o disparo que irá iniciar a inspiração. A sensibilidade permite
que o paciente entre em conjunto com a máquina nos disparos inspiratórios.
Quanto maior a sensibilidade, maior a facilidade do paciente realizar um disparo.
 Volume minuto: é a quantidade de ar que foi administrado ao paciente durante
um minuto. É o produto do volume corrente pela frequência respiratória.

Assim, o princípio do ventilador mecânico é gerar um fluxo de gás que produza


determinada variação de volume com variação de pressão associada. As
variações possíveis para esta liberação de fluxo são enormes e, com o progresso
dos ventiladores microprocessados, as formas de visualizar e controlar o fluxo, o
volume e a pressão estão em constante aprimoramento. Atualmente, a maior
parte dos ventiladores artificiais apresenta telas nas quais se podem visualizar as
curvas de volume, fluxo e pressão ao longo do tempo, assim, serão apresentadas,
neste capítulo, as definições das modalidades ventilatórias usando esquemas
representativos das curvas.

  Ciclo ventilatório

O ciclo ventilatório durante a ventilação mecânica com pressão positiva pode ser
dividido em:

 Fase inspiratória: Corresponde à fase do ciclo em que o ventilador realiza a


insuflação pulmonar, conforme as propriedades elásticas e resistivas do sistema
respiratório. Válvula inspiratória aberta;
 Mudança de fase (ciclagem): Transição entre a fase inspiratória e a fase
expiratória;
 Fase expiratória: Momento seguinte ao fechamento da válvula inspiratória e
abertura da válvula expiratória, permitindo que a pressão do sistema respiratório
equilibre-se com a pressão expiratória final determinada no ventilador;
 Mudança da fase expiratória para a fase inspiratória (disparo): Fase em que
termina a expiração e ocorre o disparo (abertura da válvula ins) do ventilador,
iniciando novo ciclo.

6 Ciclagem dos ventiladores

É o modo pelo qual os ciclos ventilatórios são disparados/ciclados. São


classificados em quatro modalidades de acordo com o início da inspiração.
 Ciclados à tempo: a inspiração termina de acordo com um tempo
predeterminado. A quantidade de gás ofertada e a pressão nas vias aéreas vão
variar, a cada respiração, dependendo das modificações da mecânica pulmonar.
 Ciclados à pressão: a inspiração cessa quando é alcançada a pressão pulmonar
máxima programada. Os volumes oferecidos irão variar de acordo com as
mudanças da mecânica pulmonar. Contudo, o volume minuto não é garantido.
 Ciclados à volume: a inspiração termina assim que o volume corrente
programado é administrado.
 Ciclados à fluxo: a inspiração termina assim que um determinado fluxo é
alcançado.

7 Modos ventilatórios

 Modo controlado: Neste modo, fixa-se a frequência respiratória, o volume


corrente e o fluxo inspiratório. O início da inspiração (disparo) ocorre de acordo
com a frequência respiratória pré-estabelecida. A transição entre a inspiração e a
expiração (ciclagem) ocorre após a liberação do volume corrente pré-
estabelecido em velocidade determinada pelo fluxo. Na ventilação controlada, o
volume-minuto é completamente dependente da frequência e do volume
corrente do respirador. Nenhum esforço respiratório do paciente irá contribuir
para o volume-minuto. Entre suas indicações estão os pacientes que não
conseguem realizar esforço respiratório (traumatismo raquimedular, depressão
do SNC por drogas, bloqueio neuromuscular). A combinação de ventilação
controlada e bloqueio neuromuscular possibilita a redução do consumo de
oxigênio, sendo frequentemente empregada em pacientes com SARA.
Adicionalmente, esta combinação, especialmente quando associada à
hipercapnia permissiva, é utilizada para a redução do volutrauma em pacientes
com SARA e, também, para a diminuição do barotrauma em asmáticos difíceis
de ventilar.
 Modo assistido controlado: No modo assisto-controlado, o ventilador “percebe”
o esforço inspiratório do paciente e “responde” oferecendo-lhe um volume
corrente predeterminado. Esse esforço inspiratório deve ser o necessário para
vencer o limiar de sensibilidade da válvula de demanda do ventilador,
desencadeando, a partir daí, a liberação do volume corrente. Nesta situação, a
frequência respiratória pode variar de acordo com o disparo decorrente do
esforço inspiratório do paciente, porém mantêm-se fixos tanto o volume corrente
como o fluxo. Caso o paciente não atinja o valor pré-determinado de
sensibilidade para disparar o aparelho, este manterá ciclos ventilatórios de
acordo com a frequência respiratória mínima indicada pelo operador.
 Ventilação mandatória intermitente (SIMV): A intervalos regulares, o respirador
libera um volume previamente determinado. Fora destes ciclos, o paciente
respira espontaneamente através do circuito do ventilador, portanto, com
frequência e volume corrente que variarão de acordo com a necessidade e
capacidade individuais. Ao contrário do modo assisto-controlado, na SIMV não
existe uma sensibilidade a ser vencida.
 Pressão de suporte: Este é um modo de ventilação mecânica espontânea, ou seja,
disparado e ciclado pelo paciente, em que o ventilador assiste à ventilação
através da manutenção de uma pressão positiva pré-determinada durante a
inspiração até que o fluxo inspiratório do paciente reduza-se a um nível crítico,
normalmente 25% do pico de fluxo inspiratório atingido. Isto permite que o
paciente controle a frequência respiratória e o tempo inspiratório e, dessa forma,
o volume de ar inspirado. Assim, o volume corrente depende do esforço
inspiratório, da pressão de suporte pré-estabelecida e da mecânica do sistema
respiratório. Pode ser adicionada ao suporte ventilatório total ou parcial (SIMV),
vencendo a resistência do tubo e do circuito durante a respiração espontânea.
 CPAP: é a ventilação espontânea contínua assistida por um ventilador. Neste
modo, o ventilador mantém uma pressão positiva durante todo o ciclo
respiratório, tanto da inspiração como na expiração.

8 Estratégia inicial de uso

A modalidade inicial da ventilação mecânica deve ser preferencialmente


assistido-controlada. Os parâmetros deverão ser ajustados inicialmente como
protocolo a seguir:

 FiO2: 100% – Recomenda-se que no início do suporte ventilatório seja ofertado


o valor máximo de concentração de oxigênio, que posteriormente deverá ser
adequado de acordo com o quadro do paciente, reduzindo a FiO2 mais segura,
em torno de 50% objetivando uma concentração de O2 suficiente para manter
uma SpO2 > 90%.
 Frequência Respiratória: 8-12 rpm – O valor estabelecido após os primeiros
momentos de suporte ventilatório deverá estar de acordo com parâmetros como a
PaCO2 e pH desejados podendo variar e chegar a níveis de até 20 rpm. Porém
deve-se tomar cuidados para com o desenvolvimento de auto-PEEP em altas
frequências.
 Volume Corrente: 6-8 ml/Kg – Valores baseados em 8ml/Kg geralmente são
satisfatórios, porém variações de acordo com determinados quadros são
necessárias. Em SARA, por exemplo, não raro é necessário basearmos o volume
corrente em 5ml/Kg e em quadros de pulmões mais estáveis poderemos chegar a
volumes baseados em até 12ml/Kg. É prudente, além de calcular-se
adequadamente o VC, evitando que a pressão inspiratória ultrapasse 35cmH2O
como padrão de segurança inicial.
 Fluxo: 40-60 L/min – Nos ciclos controlados, um fluxo entre 40 e 60l/min
geralmente é suficiente, podendo chegar a níveis de até 90l/min.
 Relação I:E: de 1:1,5 a 1:2 com tempo inspiratório de 0,8 a 1,2 s. Em pacientes
obstrutivos recomenda-se uma relação I:E < 1:3.
 PEEP: 5 cmH2O – Iniciando a ventilação com PEEP em torno de 5cm
 H2O, recomenda-se aumenta-la progressivamente objetivando manter uma SpO2
satisfatória (>90%). A monitorização hemodinâmica é recomendada após
15cmH2O.
 Sensibilidade: 1 cmH2O – Iniciando a ventilação com PEEP em torno de
5cmH2O, recomenda-se aumenta-la progressivamente objetivando manter uma
SpO2 satisfatória (>90%). A monitorização hemodinâmica é recomendada após
15cmH2O.

Os ajustes posteriores dependerão da evolução do paciente, que pode evoluir


para um desmame como regredir para uma ventilação mecânica do modo
controlado.

 
Parâmetros Ventilatórios

 Tempo inspiratório: 0.8 á 1.2 seg.


 Tempo expiratório: 4 á 2 seg.
 Relação: I:E = 1:2
 Frequência: 12irpm (incurções respiratórias por minuto)
 Fluxo: 40 a 60L/min
 VC: 6 a 8ml/kg corrigido
 Pressão inspiratória = Ppi
 Pressão expiratória = PEEP (fisiológico 5cmH2O)
 Fração inspirada de O2: FiO2 de 21 a 100%
 Sensibilidade: de -0,5 a -2,0

Disparo do Ventilador

 Disparo a tempo
 Disparo a pressão
 Disparo a fluxo

Ciclagem do Ventilador

 Ciclagem a volume

Neste modo de ciclagem o final da fase inspiratória é determinado pelo valor de volume
corrente ajustado. Há um sensor no aparelho que detecta a passagem do volume
determinado e desliga o fluxo inspiratório. A pressão inspiratória não pode ser
controlada e depende da resistência e da complacência do sistema respiratório do
paciente, de modo que este tipo de ventilação pode provocar barotrauma. Ao mesmo
tempo, este tipo de ventilação é bastante segura uma vez que garante o volume corrente
para o paciente, principalmente para aqueles em que se deve fazer um controle rigoroso
da PaCO2, como nos pacientes portadores de hipertensão intracraniana.

 Ciclagem a pressão

A fase inspiratória é determinada pela pressão alcançada nas vias aéreas. Quando o
valor predeterminado é alcançado interrompe-se o fluxo inspiratório, independente do
tempo inspiratório ou do volume utilizado para se atingir esta pressão. Desta forma, este
tipo de ventilação também não garante um volume corrente adequado e pode ser
ineficaz caso haja grandes vazamentos de ar como nos casos de fístulas bronco-pleurais.
Os ventiladores ciclados a pressão são representados pela série Bird-Mark 7, 8 e 14,
possuindo como vantagens o fato de não dependerem da eletricidade e serem pequenos
e leves facilitando seu uso nos transportes de pacientes.

 Ciclagem a tempo

A transição inspiração/expiração ocorre de acordo com um tempo inspiratório


predeterminado, não importando as características elástico-resistivas do sistema
respiratório do paciente. Normalmente os aparelhos ciclados a tempo são limitados a
pressão, ou seja, existe uma válvula de escape impedindo altos níveis de pressão
inspiratória. Os ventiladores infantis e aqueles com ventilação com pressão controlada
possuem este tipo de ciclagem. Deve-se ressaltar que este tipo de ciclagem não garante
o volume corrente, sendo este uma resultante da pressão de escape aplicada, da
complacência e do tempo inspiratório programado.

 Ciclagem a fluxo

Neste tipo de ciclagem, o tempo inspiratório é interrompido quando o fluxo inspiratório


cai abaixo de um valor pré-ajustado como foi descrito na ventilação com pressão de
suporte. Neste tipo de ciclagem, o paciente exerce total controle sobre o tempo e fluxo
inspiratórios e sobre o volume corrente.

Modos Ventilatórios

 Controlado
 Assistido/Controlado(AC)
 Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada(SIMV)
 Pressão de Suporte Ventilatória( PSV)
 CPAP
 BIPAP

AULA 4
 REANIMAÇÃO CÁRDIO-PULMONAR
O diagnóstico do mecanismo de PCR exige imediata monitorização do ritmo cardíaco.
O reconhecimento precoce da modalidade ou mecanismo de PCR permite adequar o
tratamento e, consequentemente, melhorar a sobrevida da vítima.

A PCR ocorre nas seguintes modalidades: 

• Fibrilação ventricular (FV);


• Taquicardia ventricular (TV) sem pulso;
• Atividade elétrica sem pulso (AESP);
• Assistolia.

A fibrilação ventricular permanece como a mais frequente em pacientes adultos,


perfazendo entre 85 e 90% dos casos de morte súbita extra-hospitalar. As crianças (até 8
anos de idade) apresentam como modalidade principal a assistolia, geralmente
secundária à hipóxia. 

Pacientes vítimas de trauma apresentam distribuição distinta, com assistolia e atividade


elétrica sem pulso como ritmos mais frequentes. 

No Brasil, os registros intra-hospitalares de ressuscitação cardiorrespiratória,


abrangendo unidades de terapia intensiva, demonstram o predomínio da assistolia e
AESP como modalidades mais frequentes (GUIMARÃES, 2005, p. 117).

Assistolia

A assistolia é definida pela cessação de qualquer atividade elétrica ou mecânica dos


ventrículos.

Caracteriza-se, no eletrocardiograma, por um traçado isoelétrico em pelo menos duas


derivações .

Os mecanismos mais frequentes de parada cardíaca em assistolia são: distúrbio do


sistema de condução do impulso elétrico, indução anestésica (descarga parassimpática
generalizada) e hipóxia, sendo está o principal fator desencadeante de parada cardíaca
em crianças.

Fibrilação Ventricular

A fibrilação ventricular é definida como a contração incoordenada do miocárdio em


consequência da atividade caótica de diferentes grupos de fibras miocárdicas, resultando
na ineficiência total do coração em manter um rendimento de volume sanguíneo
adequado.

Caracteriza-se por frequência cardíaca que pode oscilar entre 150 e 500 batimentos por
minuto, em que ondulações irregulares do tipo ziguezague substituem os complexos
QRS e as ondas T, com amplitudes e duração variáveis.

A fibrilação ventricular pode apresentar-se com ondulações do tipo grosseiro e fino .O


tipo grosseiro caracteriza-se por ondas amplas e rápidas, e a do tipo fino por ondas
pequenas e lentas. O sucesso das tentativas de reversão ao ritmo sinusal dependerá do
padrão e do formato destas ondas.

Os mecanismos determinantes da parada cardíaca por fibrilação ventricular podem ser:

 Hipóxia miocárdica ocasionada por hipoventilação que pode ocorrer em vítimas


de afogamento, asfixia, edema pulmonar ou por isquemia nos casos de
insuficiência coronariana (durante o infarto agudo do miocárdio ou ser precedida
de extra-sístoles ventriculares precoce — fenômeno R sobre T ou polimórficas)
e estenose aórtica;
 Agentes irritantes do miocárdio, como: fatores mecânicos, químicos e elétricos;
 Disfunção miocárdica ou do sistema excito condutor como nas bradicardias e
bloqueios atrioventriculares de segundo e terceiro graus;
 Metabólicos como a acidose que compromete a contração miocárdica ou
distúrbios eletrolíticos relacionados com potássio, cálcio e magnésio;
 Marca-passo de frequência fixa, quando há competição entre os complexos
conduzidos e o estímulo do marca-passo, sendo este coincidente com o período
vulnerável do ciclo que o precede;
 Transfusões rápidas e maciças de sangue armazenado por muito tempo poderão
levar à fibrilação ventricular por hiperpotassemia secundária à hemólise. O
sangue gelado também tem maior liberação de potássio das hemácias para o
plasma, portanto nunca deve ser administrado nesta temperatura.

Taquicardia Ventricular sem Pulso

A taquicardia ventricular é a sucessão rápida de batimentos ectópicos ventriculares que


pode levar à acentuada deterioração hemodinâmica, chegando mesmo à ausência de
pulso arterial palpável, quando, então, é considerada uma modalidade de parada
cardíaca, devendo ser tratada com o mesmo vigor da FV.

Ao eletrocardiograma a taquicardia ventricular caracteriza-se por complexos QRS


alargados, com duração maior que 120 ms e o vetor ST - T opondo-se à maior deflexão
do QRS, com frequência acima de 100 batimentos por minuto, podendo chegar até 250,
tendo o ritmo a ser regular.

A taquicardia ventricular geralmente é secundária a alguma cardiopatia orgânica, como


a insuficiência coronariana ou a doença de chagas, miocardiopatia não-isquêmica,
distúrbio metabólico, intoxicação por medicamentos (antiarrítmicos que geram efeitos
pró-arrítmicos), síndrome do intervalo QT longo, prolapso valvular mitral e,
ocasionalmente, em corações normais.

Atividade Elétrica sem Pulso

A atividade elétrica sem pulso é caracterizada pela ausência de pulso detectável na


presença de algum tipo de atividade elétrica, com exclusão da taquicardia ventricular ou
fibrilação ventricular. A atividade elétrica sem pulso incorpora a dissociação
eletromecânica e um grupo heterogêneo de ritmos que inclui: pseudodissociação
eletromecânica, ritmo idioventricular, ritmo de escape ventricular, ritmo idioventricular
pós-desfibrilação e ritmos bradiassistólicos.

Caracteriza-se, ao eletrocardiograma, por apresentar complexos QRS alargados e


bizarros que não produzem respostas de contração miocárdica eficientes.

A dissociação eletromecânica é a modalidade de parada cardíaca de pior prognóstico.


Frequentemente está associada ao choque cardiogênico, por falência de bomba ou por
rotura do miocárdio com tamponamento cardíaco.
 TERAPIA ELETRICA

É um procedimento utilizado para converter um ritmo irregular e/ou rápido num ritmo
normal por meio de um choque elétrico no tórax.
A cardioversão elétrica está indicada nos pacientes com ritmos rápidos que
proporcionam risco de vida (taquicardia ventricular), quando esses causam sintomas
graves (desmaios, pressão baixa, angina, falta de ar importante) ou quando as
medicações falharam em restaurar o ritmo normal. 
Em alguns casos, quando há risco de vida ou sintomas graves, a cardioversão elétrica é
realizada em caráter de urgência e preparo algum pode ser realizado.

Nos casos de cardioversão programada é necessário:


• Ficar em jejum por no mínimo 6 horas.
• Se for diabético, não tomar as medicações orais para o diabetes.
• Não parar de tomar o anticoagulante
• Usar roupas leves.

Não levar joias ou pertences de valor para o hospital


• Informar ao seu médico se for portador de marca-passo

Como é realizada a cardioversão elétrica? • Paciente é colocado numa cama e será


puncionada uma veia no braço, instalado um monitor cardíaco, cateter de oxigênio e
medidor de pressão arterial. • Placas adesivas ou pás de desfibrilação serão posicionadas
no seu tórax. Nos homens, poderá ser necessário retirar os pelos do tórax. • Através do
acesso venoso será colocado medicações que farão você dormir (sedação). • Após você
dormir, o médico acionará um aparelho (cardioversor/desfibrilador) que libera energia
para realizar o choque elétrico através das pás/placas posicionadas no seu tórax. Isso
leva apenas alguns segundos e você não sentirá dor nem se lembrará de nada. 
• Em algumas pessoas, antes do procedimento, poderá ser necessário realizar um
ecocardiograma transesofágico (ultrassom cardíaco realizado através do esôfago,
semelhante à endoscopia) para excluir a presença de coágulos no coração.
• Após cardioversão elétrica, você acordará gradativamente. Quando estiver bem
acordado, poderá alimentar-se.
Aparelho utilizada para cardioversão
elétrica/desfibrilação.
Aplica energia que promove a conversão de ritmo
cardíaco rápido para ritmo normal

Que cuidados devo tomar após a cardioversão elétrica? • Após cardioversão elétrica,
o médico conversará sobre as medicações que deverá tomar. Não se esqueça do
anticoagulante! (Deverá ser tomado por no mínimo 4 semanas). • Após o procedimento
poderá retornar para casa. Porém, não poderá dirigir durante 12 horas a seguir do
procedimento. • Você poderá sentir alguma dor/sensibilidade no tórax nos dias
subsequente à cardioversão. Utilizar analgésicos comuns (paracetamol, dipirona).

Desfibrilação

Ilustração de uma desfibrilação, com o operador próximo à cabeça, mas livre de contato
do paciente.
A desfibrilação é a aplicação de uma corrente elétrica em um paciente, através de
um desfibrilador, um equipamento eletrônico cuja função é reverter um quadro
de fibrilação auricular ou ventricular. A reversão ou cardioversão se dá mediante a
aplicação de descargas elétricas no paciente, graduadas de acordo com a necessidade.
Os choques elétricos em geral são aplicados diretamente ou por meio
de eletrodos (Placas metálicas, ou apliques condutivos que variam de tamanho e área
conforme a necessidade) colocados na parede torácica.
Em 1959 Bernard Lown iniciou as pesquisas em um desfibrilador com um banco
de capacitores que descarregava através de um indutorgerando uma onda senoidal na
descarga do circuito RLC chamada onda de Lown. O trabalho iniciado por Lown foi
colocado em prática pelo engenheiro Barouh Berkovits
Além dos desfibriladores tradicionais, onde um especialista (de preferência) averigua a
situação presente e ajusta o aparelho conforme a necessidade, há também os aparelhos
DEA (Desfibrilador Automático Externo), estes com a capacidade de fazer uma
avaliação das condições cardíacas do paciente e informar o utilizador se um choque
deve ser dado ou não, bem como também (eventualmente) dando os procedimentos para
reanimação na parada cardiorrespiratória

Desfibrilador
Equipamento utilizado na parada cardiorrespiratória com objetivo de restabelecer ou
reorganizar o ritmo cardíaco . O primeiro equipamento foi elaborado através de Claude
Beck em 1947 utilizado em intra-operatório ( desfibrilação interna ). Em 1956 o
médico Paul Zoll elabora a teoria e equipamento da desfibrilação externa. O
Desfibrilador Automático Externo (DEA), utilizado em parada cardiorrespiratória, tem
como função identificar o ritmo cardíaco "FV" ou fibrilação ventricular, presente em
90% das paradas cardíacas. Efetua a leitura automática do ritmo cardíaco através de pás
adesivas no tórax. Tem o propósito de ser utilizado por público leigo, com
recomendação que o operador faça curso de Suporte Básico em parada cardíaca.
Descarga: 200 J ( bifásico ) e 360 J ( monofásico ) em adultos. Crianças, acima de 8
anos - 100 J (redutor). Não há consenso na utilização de crianças com menos de 30 kg.
Hoje, são utilizados equipamentos em Unidade Emergencia e UTI, com cargas
monofásicas que variam de 0 a 360 Joules ou Bifásicas de 0 a 200J.
O DEA, Desfibrilador Automático Externo, é equipamento capaz de efetuar
desfibrilação com leitura automática, independente do conhecimento prévio do
operador.
Em muitos paises a aquisição e utilização dos aparelhos DEA é livre e incentivada,
pelas seguintes razões: -Em caso de paragem cardio-respiratória tem de ser aplicado de
imediato, não havendo tempo para chamar o 112/emergência; -Os DEA actuam
sozinhos/inteligentemente, aplicando o choque apenas se for estritamente necessário.

Diferenças básicas entre cardioversão e desfibrilação elétrica

A utilização do cardioversor assim como desfibrilador promovem procedimentos


terapêuticos que podem salvar vidas. Esses procedimentos não estão limitados apenas
aos profissionais da saúde, há também a possibilidade de treinamentos para pessoas
leigas em medicinas.
Hoje existem vários estudos que comprovam que 85% de pacientes que tiveram
taquicardia Ventricular (TV) e Fibrilação Ventricular (FV), quando tratados com
desfibrilador ou cardioversor precocemente, mantiveram suas funções cardíacas e
cerebrais preservadas.

O uso do desfibrilador promove uma aplicação de corrente elétrica não sincronizada ao


músculo cardíaco. O choque despolariza em conjunto todas as fibras musculares do
miocárdio, tornando possível a reversão de arritmias graves como a TV e a FV,
permitindo ao nó sinusal retomar a geração e o controle do ritmo cardíaco.
No uso do cardioversor, é aplicado o choque elétrico de maneira sincronizada, assim,
o paciente deve estar monitorado no cardioversor e este deve estar com o botão de
sincronismo ativado, pois a descarga elétrica é liberada na onda R, ou seja, no período
refratário.
Indicações
A desfibrilação elétrica é indicada apenas nas situações de FV e TV sem pulso.
A cardioversão elétrica é indicada nas situações de taquiarritmias como a fibrilação
atrial (FA), flutter atrial, taquicardia paroxística supraventricular e taquicardias com
complexo largo e com pulso.

AULA 5
VISITA TÉCNICA AO PRONTO SOCORRO SANTA ANTONIETA
AULA 6
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA

A monitorização hemodinâmica é utilizada para diagnóstico, terapêutica, e até mesmo


fazer prognóstico com os dados obtidos. A finalidade é reconhecer e avaliar as possíveis
complicações do estado hemodinâmico do paciente e intervir em tempo hábil com
terapia adequada, prevenindo maiores complicações. 
A monitorização hemodinâmica não invasiva vem aumentando nas unidades de
cuidados críticos e centro cirúrgico. O objetivo principal de utilizar a técnica não
invasiva é reduzir as complicações associadas às técnicas de monitorização
hemodinâmica invasiva. 
A escolha do sistema de monitorização hemodinâmica não invasiva dá-se por ser uma
técnica menos invasiva, com facilidade no manuseio, de menor custo e que em estados
clínicos duvidosos pode ser confirmada por exames complementares. 
Os procedimentos invasivos fazem parte do processo de monitorização do paciente
crítico, entretanto com estudos retrospectivos e prospectivos indicando que a
monitorização invasiva do débito cardíaco por cateter de artéria pulmonar não se traduz
em melhora da mortalidade, novos monitores hemodinâmicos pouco invasivos surgem
no mercado, possibilitando, além da aferição contínua do débito cardíaco, também a
avaliação do status volêmico do paciente e predizendo a resposta terapêutica. Apesar de
seu uso em pacientes instáveis estar sujeito a crítica, esta monitorização vem
paulatinamente sendo mais utilizada em nossas unidades de terapia intensiva.

As características ideais de um sistema de monitorização hemodinâmica devem ser:


medidas de variáveis relevantes de forma acurada e reprodutível, facilidade de uso,
independente do operador, rápido tempo-resposta, não causar danos, ser custo-efetivo e
fornecer dados que norteiem a terapêutica. Fica claro que nenhum dos sistemas
atualmente em uso preenche estes critérios e, assim, seu uso nas UTIs depende da
disponibilidade e da experiência da equipe com determinado equipamento.

Assim, asseguramos ao paciente a uma monitorização eficaz, menos invasiva e


prevenindo até mesmo uma infecção. 
A monitorização hemodinâmica não invasiva consiste em: 
- Pressão arterial não invasiva, que é a verificação da Pressão Arterial, através do
método escutatório, com esfignomanometro e estetoscópio, ou através do método
automatizado que tem como base a medida da pressão arterial através de curvas de
medidas, realizada por softwares validado para tal fim. 
- Frequência cardíaca, que é a verificação dos batimentos cardíacos, representada pelo
número de vezes que o coração bate por minuto. 
- Temperatura, mensuração da temperatura corporal através dos termômetros. Essa pode
ser mensurada de três maneiras: a temperatura retal e neste caso o valor obtido é um
grau Celsius acima da temperatura axilar; a temperatura central, que pode ser obtida
com termômetro esofágico, cateter de pressão intracraniana com dispositivo de
temperatura e também com cateter de artéria pulmonar através da termo diluição. 
- Frequência respiratória: é mensurada através da observação da expansão torácica
contando o número de inspirações por um minuto. 
- Oximetria de pulso: é a mensuração da saturação de oxigênio da hemoglobina arterial
e o pulso cardíaco. Vem otimizando os cuidados com o paciente e minimizando o
potencial de episódios de hipóxia. 

Como monitorização hemodinâmica não invasiva específica temos: 


- Capnografia, é o registro do gás carbônico no final da expiração. Os capnógrafos
analisam e registram a pressão parcial de co2 durante o ciclo respiratório por um sensor
aplicado nas vias áreas do paciente ou pela aspiração de uma amostra de ar nas vias
aéreas processada por um sensor. 
- Monitorização eletrocardiográfica, através do eletrocardiograma, para detecção de
arritmias e outras complicações, tais como: isquemias, alterações do marca-passo e
distúrbios eletrolíticos graves. 
- Índice Bispectral (BIS): O BIS foi desenvolvido especificamente para descrever
alterações no EEG que se relacionam com os níveis de sedação, anestesia, perda de
consciência e lembrança. 

A monitorização hemodinâmica invasiva consiste em: pressão arterial invasiva,


pressão venosa central, pressão da artéria pulmonar, débito cardíaco, saturação venosa
mista e outros parâmetros derivados do cateter de Swan Ganz. Essas fornecem
informações qualitativas e quantitativas das pressões intravasculares. 
- Pressão arterial invasiva: A pressão por este método é medida através de um cateter
introduzido na artéria, o qual é conectado em uma coluna liquida. A medida da pressão
é obtida através do transdutor de pressão que faz a leitura; é obtida pressão sistólica,
diastólica e média. 
- Pressão Venosa Central (PVC): mensura à pré-carga do ventrículo direito (VD), ou
seja, a capacidade de enchimento do ventrículo direito ao final da diástole. 
- Pressão Artéria Pulmonar (PAP): O cateter da artéria pulmonar fornece parâmetros
hemodinâmicos para o diagnóstico, não sendo, uma modalidade terapêutica. 
- Débito cardíaco: pode ser mensurado de duas formas: com o cateter de quatro vias por
termo diluição e o cateter o cateter de sete vias. 
Na monitorização hemodinâmica invasiva neurológica comumente utilizada, são:
pressão intracraniana, temperatura cerebral e oximetria cerebral. 

MONITORIZAÇÃO INVASIVA

Cateter de artéria pulmonar

O cateter de artéria pulmonar (CAP) foi introduzido em 1970 por J. C. Swan e W.


Ganz.2 Ao avançar, o cateter através de um vaso venoso da parte superior do corpo até
um ramo da artéria pulmonar, medidas de pressão e fluxo são determinadas. As medidas
de pressão disponíveis são pressão do átrio direito (pressão venosa central), pressão da
artéria pulmonar sistólica e diastólica e a pressão venosa pulmonar, também chamada de
pressão de oclusão da artéria pulmonar (POAP). A POAP é obtida com a insuflação do
balonete distal do cateter e permite predizer, em condições ideais, a pressão venosa do
átrio esquerdo e a pressão diastólica final do ventrículo esquerdo, um dado da pré-carga
do ventrículo. A colocação do cateter de artéria pulmonar exige experiência do operador
e não está isenta de complicações como arritmia cardíaca, em sua maioria transitória e
sem risco para o paciente, ou de complicações associadas à punção venosa, infecção
relacionada ao cateter e ruptura da artéria pulmonar.3 Todas estas complicações ocorrem
raramente e sua incidência diminui com a experiência da equipe com o equipamento.

A aferição do débito cardíaco ocorre por termo diluição, baseada nos princípios de
Stewart-Hamilton. Um líquido de temperatura diferente do sangue é injetado na via
proximal do cateter e um termistor localizado na ponta do cateter detecta a diferença de
temperatura do sangue e calcula o débito de forma intermitente. A fim de obter dados de
forma contínua sem necessidade de injeção de salina na via proximal e, assim, permitir
observar as tendências do débito, uma nova tecnologia que permite o aquecimento do
sangue na cavidade proximal por filamento elétrica ou mola térmica foi desenvolvida,
obtendo-se o débito cardíaco contínuo, apesar de um atraso de alguns minutos
necessários para obtenção das médias do débito.

Apesar de estudos terem mostrado que a monitorização por CAP não reduz
mortalidade6 mesmo quando seu uso está associado à terapia por metas, este método
continua sendo visto como padrão-ouro, com o qual todos os outros métodos de aferição
do débito cardíaco precisam ser comparados. 

Outro dado que pode ser obtido é a saturação venosa mista de O2 (SvO2) através da via
distal do cateter, provavelmente o melhor indicador isolado de transporte global de
oxigênio. Baseado nesse dado, pode-se obter a DO2 (oferta de oxigênio), VO2 (consumo
de oxigênio) e percentual de shuntpulmonar. Todos estes dados, juntamente com os
dados pressóricos, podem ser obtidos simultaneamente, o que é uma vantagem sobre
outros tipos de monitorização.

É indubitável que a correta análise dos dados obtidos pelo CAP, incluindo aí sua correta
localização, fundamenta o diagnóstico e a terapêutica de pacientes hemodinamicamente
instáveis. Outrora muito utilizado nas fases precoces dos vários tipos de choque, após a
publicação de vários trabalhos retrospectivos e prospectivos que não demostraram
redução da mortalidade, seu uso foi abreviado e nos dias atuais somente pacientes em
choque com disfunção cardíaca e pulmonar não esclarecida parecem merecer seu uso.
Entretanto, é importante enfatizar que nenhum monitor hemodinâmico demostrou, com
o seu uso, uma redução inequívoca da mortalidade. Devemos considerar também o fato
de que terapias voltadas para metas somente surgiram nos últimos 11 anos. Portanto, em
pacientes selecionados, o CAP continua sendo de importância tanto diagnóstica quanto
terapêutica, uma vez que tenhamos a correta interpretação dos dados e que medidas
terapêuticas comprovadamente eficazes sejam utilizadas.
DOPPLER ESOFAGEANO

A monitorização do fluxo da aorta descendente, através da passagem de sonda flexível e


fina pelo esôfago, permite a aferição integral da velocidade do fluxo em determinado
tempo e assim a aferição do débito cardíaco nesta localização. A contratilidade cardíaca
pode ser analisada pelo pico da velocidade de fluxo aórtico e resistência periférica pela
análise da morfologia da curva de fluxo. Utiliza-se o doppler de forma contínua a 4
MHz ou pulsado a 5 MHz. O sistema CardioQ é o mais utilizado, entretanto a
correlação deste sistema com o débito cardíaco aferido por termo diluição necessita de
avaliação.

O maior problema deste tipo de monitorização reside na necessidade de frequente


manipulação da sonda para obtenção do doppler, especialmente em pacientes em
respiração espontânea e não sedados.

Esse sistema é particularmente útil na avaliação de monitorização da resposta a volume


quando utilizamos a manobra de elevação passiva das pernas.

AULA

PRESSÃO INTRA-CRANIANA(PIC)

HIPERTENSÃO INTRA-CRANIANA(HIC)

AVALIAÇÃO NEUROLOGICA

PRESSÃO INTRACRANIANA (PIC)


 Os valores normais da PIC citados por muitos autores é de 0 a 15 mmHg

Guastelli, Ribas e Rosa (2006) completam a definição, quando afirmam que a PIC
fornece informações importantes que precedem o aparecimento de sinais e sintomas de
descompensação (lesões secundárias), permitindo um tratamento precoce e eficaz.

A monitorização da pressão intracraniana (PIC) vida estabelecer os níveis de pressão e


também oriente e racionaliza o emprego das medidas terapêuticas, além de avaliar sua
eficácia ao longo do tratamento.

A pressão intracraniana é exercida pelo volume combinado dos três componentes


intracranianos: 

- Componente parenquimatoso: constituído pelas estruturas encefálicas (tecido


encefálico)

- Componente liquórico: constituído pelo liquido cefalorraquidiano (LCR) das


cavidades ventriculares e do espaço subaracnóidea (liquido cérebro-espinhal)

- Componente vascular: caracterizado pelo sangue circulante. 

A teoria de Monro- Kellie afirma que o volume intracraniano é igual ao volume


encefálico mais o volume do sangue cerebral acrescido do volume do liquido
cefalorraquidiano (LCR). Qualquer alteração no volume de algum destes componentes,
bem como adição de uma lesão, podem levar a um aumento da PIC. (Guastelli, Ribas e
Rosa 2006)

Segundo esta hipótese, em virtude do espaço limitado dentro do crânio, um aumento em


qualquer um destes componentes provoca uma alteração no volume dos outros, havendo
necessidade de deslocar ou movimentar o LCR, aumentar a sua absorção ou diminuir o
volume sanguíneo cerebral.
Os valores normais da PIC citados por muitos autores é de 0 a 15 mmHg, entretanto na
prática clínica é aceitável valores de até 20 mmHg. 

Reis (2002) afirma que mais importante que a simples mensuração da PIC é o seu papel
na determinação da pressão de perfusão cerebral (PPC). Este parâmetro permite a
manutenção do fluxo cerebral em níveis adequados. Isto permite a abordagem ao
paciente baseado em dados objetivos e oferece a possibilidade de adequar o tratamento
as necessidades do paciente. 

A PPC é calculada através do gradiente existente entre a pressão arterial média (PAM) e
a PIC, ou seja, uma aplicação da fórmula:

PPC= PAM – PIC 

O valor aceitável da PPC é de 70 mmHg. Smith (1997) declara que valores de PPC
abaixo de 60 mmHg permite um suprimento sanguíneo para o encéfalo inadequado
levando a hipóxia neuronal e morte celular. 

Quando a PPC diminui a resposta cardiovascular é uma elevação da pressão arterial, na


tentativa de uma regulação, porém o sistema de auto regulação não funciona em
pressões inferiores a 40 mmHg. Quando a PPC é igual a zero não há FSC, vale lembrar
que o FSC também pode cessar totalmente em pressões um pouco acima de zero. 

Guastelli, Ribas e Rosa (2006) explicam que o encéfalo normal tem a capacidade de
auto regulação do fluxo sanguíneo cerebral (FSC), assegurando um fluxo sanguíneo
constante ao encéfalo através dos vasos cerebrais. Em condições normais a circulação
encefálica se adapta as variações pressóricas arteriais para manter o FSC constante.

 HIPERTENSÃO INTRACRANIANA

A pressão intracraniana é a pressão resultante da presença de três


componentes dentro de da caixa craniana:

1. Componente parenquimatoso:  Constituído pela estruturas encefálicas;


2. Componente liquórico:  Constituído pelo LCR (líquido cefalorraquidiano) nas
cavidades ventriculares e do espaço subaracnoide;
3. Componente vascular: Caracterizado pelo sangue circulante.
O crânio é definido como um sistema fechado, heterogêneo e dependente de
fenômenos respiratórios e circulatórios. O valor da PIC varia de 0 a 15 mmHg,
quando a pressão liquórica intraventricular é medida com o paciente em
decúbito dorsal e com a cabeça levemente elevada. Em condições para manter
o fluxo sanguíneo cerebral (FSC) constante. Esse controle ocorre mediante a
constrição e dilatação das arteríolas cerebrais e fechamento e abertura dos
esfíncteres pré-capilares.

Dessa forma, enquanto um aumento pressórico arterial origina a constrição


vascular encefálica, evitando que o aumento da pressão arterial sistêmica
(PAS) cause aumento do FSC e da PIC, a queda da pressão arterial sistólica
acarreta dilatação vascular encefálica, diminuindo assim a resistência vascular
cerebral (RVC), visando à manutenção do FSC. Com isso, é mantida a pressão
de perfusão cerebral (PPC), adequada para o funcionamento eficaz das
atividades cerebrais.

O Encéfalo normal tem a capacidade de autorregulação do fluxo sanguíneo


(FSC), assegurando um fluxo sanguíneo constante ao encéfalo através dos
vasos cerebrais.

A teoria de Monro-Kellie afirma que o volume intracraniano é igual ai volume do


encéfalo mais o volume do sangue cerebral acrescido do volume do líquido
cefalorraquidiano. Qualquer alteração no volume de algum desses
componentes, bem com a adição de uma lesão, pode levar a um aumento da
PIC. Para uma autorregulação efetiva,  os níveis de dióxido de carbono (que é
um potente vasodilatador cerebral) devem estar em uma faixa aceitável, bem
como PAM e a PIC.

A PPC é definida como gradiente existente entre a pressão arterial média


(PAM) e a PIC, sendo aceitáveis valores acima de 70 mmHg.

PPC = PAM – PIC

PIC Valor normal ≤ 15 mmHg

O fluxo sanguíneo cerebral tem relação direta com a RVC: FSC = PPC / RVC

Hipertensão Intracraniana (HIC)


A hipertensão intracraniana é caracterizada pela elevação da pressão
intracraniana. Os valores de referência para o tratamento da HIC devem ser
acompanhados pelo monitoramento da pressão intracraniana com valores de:

PIC < 10 mmHg: Valor normal

PIC entre 11 e 20 mmHg: Levemente elevada

PIC entre 21 e 40 mmHg: Moderamente elevada

PIC > 41 mmHg: Gravemente elevada

As causas mais comuns de hipertensão intracraniana são:


 Traumatismo craniencefálico;
 Acidentes Vasculares encefálicos;
 Tumores Cerebrais;
 Cirurgias intracranianas;
 Infecções cerebrais (encefalites, meningites);
 Hidrocefalia;
 Encefalopatia hepática fulminante;
 Síndromes associados à diálise;
 Cetoacidose diabética;
 Hipoxia.
Sinais e Sintomas
 Cefaléia;
 Náuseas com vômito em jato;
 Edema de papila;
 Alteração de força motora (paresia e plegia).;
 Alterações mentais (déficit de memória, desorientação, apatia, depressão);
 Alterações de personalidade;
 Alterações de nervos cranianos;
 Crises convulsivas;
 Alterações de nível de consciência (agitação, sonolência, coma);
 Tríade de Cushing (hipertensão arterial, bradicardia e alterações do padrão respiratório);
 Alterações do padrão respiratório (Cheyne Stokes, hiperventilação neurogênica,
apnêustica, atáxica);
 Alterações pupilares (anisocoria, midríase, e alteração de fotorreação).
Diagnóstico
 Levantamento de dados do histórico do paciente;
 Exame físico geral e neurológico;
 Tomografia computadorizada;
 Ressonância magnética;
 Doppler transcraniano;
 Exame de fundo de olho.
Como monitorizar a pressão intracraniana
Pode detectar precocemente o aumento da PIC e a necessidade de adoção de
um tratamento adequado, a fim de manter a circulação encefálica efetiva
mediante preservação da PPC e garantir a oferta adequada de oxigênio e
glicose. Os profissionais que podem estar medindo este tipo de procedimento
são os : Médicos e cirurgiões (colocação do cateter de PIC no centro cirúrgico);
Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem: Verificam e anotam os valores da
PIC, além de otimizar a prescrição de enfermagem de forma fraccionada, para
garantir a assistência de enfermagem adequada.

Os cateteres podem ser inseridos em diversas posições:

 Intraventricular;
 Subaracnóide;
 Subdural;
 Epidural;
 Intraparequimatoso.
A monitorização ideal é a intraventricular, pois permite a drenagem de LCR no
controle da hipertensão intracraniana e a recalibração do sistema com o cateter
em posição; porém nem sempre é possível acessar o ventrículo devido ao
edema ou à compressão. Nesse caso, opta-se pela posição
intraparenquimatosa, que passa a ser a técnica de primeira escolha.

A curva da PIC possui três componentes, gerados pela pulsação arterial do


círculo de Willis e do parênquima cerebral.

A onda P1 é chamada onda de percussão e representa o pulso arterial sistólico,


costuma a ser mais alta das ondas. Na medida em que a complacência
intracraniana diminui, as ondas P2 e P3 se igualam à onda P1 e posteriormente
a ultrapassam.
Onda P2 é a onda de Maré (Tidal), reflete a diástole complacência P1 > P2. E a
onda P3 é a onda dicrótica, fechamento da válvula aórtica. P1 <P2 = HIC
As Ondas A, também chamadas de platô, são ondas rápidas e espontâneas
que variam entre 50 e 200 mmHg, surgindo em intervalos variáveis, têm
duração  de 5 a 20 minutos e caem espontaneamente. Ondas tipo platô
indicam modificações do volume vascular dentro do compartimento craniano.
As alterações que comprometem a perfusão cerebral são consideradas mau
prognóstico.
As Ondas B, são ondas pequenas e rítmicas, tem a menor duração (30
segundos a 2 minutos) e menor amplitude que a onda A (até 50 mmHg) As
Ondas B são observadas em pacientes com diminuição da complacência e
retenção de CO² e em paciente com respiração Cheyne Stokes.
As Ondas C são pequenas, rítmicas e rápidas, com frequência de 6 por minuto
e não têm significado clínico. Quando aparecem, é sinal de aumento da
pressão intracraniana.Mau funcionamento do cateter devido à obstrução ocorre
quando a PIC é maior que 50 mmHg.
Complicações relacionadas ao cateter
Infecção: Geralmente ocorre por colonização do cateter quando o tempo de
permanência excede 5 dias, e mau funcionamento do cateter devido à
obstrução, que ocorre quando a PIC é maior do que 50 mmHG.
Cuidados de Enfermagem ao Técnico de Enfermagem
 Monitorizar o quadro neurológico (Escala de Glasgow utilizada por enfermeiros).
 Monitorar a pressão intracraniana e checar seu sistema, garantindo a pressão da leitura;
 Anotar o aspecto e o volume do líquido cefalorraquidiano (presença de DVE –
Derivação Ventricular Extrema);
 Manter a permeabilidade do cateter inserido no ventrículo;
 Anotar em prontuário do paciente as medidas de PIC;
 Manter o paciente com a cabeça elevada a 30º;
 Manter o alinhamento da cabeça do paciente com o resto do corpo, evitando a flexão do
pescoço e a rotação da cabeça;
 Avaliar presença ou ausência de movimentos involuntários, como convulsões,
espasmos, decorticação e descerebração;
 Avaliar a presença ou ausência de reflexos;
 Avaliar parâmetros hemodinâmicos e anotá-los no prontuário do paciente;
 Evitar manobras que possam alterar a pressão intratorácica, causando interferência na
pressão intracraniana, como manobra de Valsalva, reflexo de vômito, reflexo de tosse,
flexão do quadril, etc;
 Monitorar ventilação mecânica se for o caso;
 Manter via aérea permeável;
 Avaliar nível de sedação;
 Trocar diariamente o curativo da inserção do cateter de monitorização;
 Avaliar sinais e sintomas de infecção, principalmente associados ao cateter de
monitorização;
 Realizar procedimentos de higiene e conforto para o paciente;
 Controlar rigorosamente eliminação vesicointestinal;
 Manter paciente e familiares orientados quanto aos procedimentos que estão sendo
realizados.
 

Chama-se hipertensão intracraniana ou hipertensão endocraniana ao aumento da pressão


no interior do crânio, o que pode acontecer de repente ou ir aumentando ao longo do
tempo.

A hipertensão intracraniana ou é causada pelo aumento do tamanho do cérebro ou pela


quantidade aumentada de líquido, devido a
um tumor cerebral, hemorragia, infecção, abscessos, acidente vascular cerebral ou efeito
colateralde certos medicamentos. Por vezes, não há nenhuma razão evidente para esse
estado e ele é referido como hipertensão intracraniana idiopática.

A hipertensão intracraniana crônica pode ser ocasionada por um tumor cerebral,


uma infecção cerebral, hidrocefalia, anormalidades dos vasos
sanguíneos ou trombose venosa sinusal, por exemplo.

A hipertensão intracraniana idiopática é mais comum em mulheres com excesso de


peso, em torno dos vinte anos de idade, mas também está associada a problemas
hormonais,  anemia por deficiência de ferro, insuficiência renal crônica e lúpus. Estas
condições apenas são ligadas com a hipertensão intracraniana idiopática, mas não são
necessariamente a sua causa.

Geralmente, a pressão normal dentro do crânio varia entre 5 e 15 mmHg.


Na hipertensão intracraniana ela encontra-se acima desse valor e, por isso, nos casos
mais graves pode impedir o sangue de entrar no crânio, deixando de haver oxigenação
adequada deste órgão. Outra consequência da hipertensão endocraniana pode ser a
formação de hérnias cerebrais.

A maioria das pessoas com hipertensão intracraniana crônica sente graves dores


de cabeça latejantes que são agravadas pelo esforço ou pela tosse e associadas
a náuseas e vômitos e alterações na visão, devido à afetação dos nervos óticos
(papiledema). O paciente pode se sentir sonolento, confuso e irritado. Ocasionalmente,
pode ouvir um som peculiar em seus ouvidos.

A hipertensão intracraniana aguda pode ser fatal, se não for tratada rapidamente.


A hipertensão crônica é causada por um acúmulo de líquido no cérebro ou
um tumor cerebral que cresce lentamente.

A hipertensão intracraniana pode ser suspeitada quando o paciente


tiver sinais e sintomas como distúrbios de visão e dores de cabeça. Muitas vezes
um diagnóstico de hipertensão intracraniana é feito por exclusão de outras causas
possíveis para os sintomas apresentados. Ele deve incluir um exame neurológico,
uma avaliação oftalmológica, uma tomografia computadorizada ou ressonância
magnética e uma punção lombar.

O tratamento da hipertensão intracraniana depende da condição causal subjacente. Se o


paciente está acima do peso, é importante perder peso porque isso muitas vezes ajuda a
reduzir os sintomas, sem a necessidade de tratamento médico. Alguns medicamentos
como diuréticos, corticoides ou antibióticos podem ser utilizados visando reduzir
a hipertensão ou tratar a causa subjacente.

Punções lombares podem ser necessárias para remover o excesso de líquido


cefalorraquidiano e manter baixa a pressão intracraniana. Uma cirurgia deve ser
considerada como um recurso extremo e heroico para extração da massa que esteja
causando a hipertensão ou para corrigir a circulação anormal do líquor, se a medicação
e a perda de peso não conseguirem controlar a hipertensão. Raramente, pode ser
necessário um procedimento cirúrgico para abrir a bainha em
torno do nervo óptico, para aliviar a pressão sobre o nervo.

Muitos pacientes com hipertensão intracraniana crônica têm seus sintomas aliviados


após o tratamento, embora eles possam reaparecer. A pressão intracraniana desses
pacientes deve ser monitorada continuamente pelo resto da vida.

A hipertensão intracraniana comprime o encéfalo, dificultando a circulação sanguínea e


deslocando o tecido nervoso contra o tronco cerebral, que contém as funções vitais
primordiais. É assim que a maioria os doentes neurológicos graves morrem.

 Swan Ganz – Cateterização de Artéria Pulmonar – Indicações


 Cateterização da Artéria Pulmonar: Indicações

Cateter de Swan Ganz foi desenvolvido em 1970, sendo inicialmente utilizado no


acompanhamento terapêutico de pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).
Atualmente, pode ser utilizado tanto para fins diagnósticos como para fins terapêuticos
em pacientes criticamente enfermos. Apesar da popularidade deste dispositivo, o efeito
da monitorização invasiva em pacientes críticos ainda é questionável. As indicações e as
principais complicações serão descritas nesse artigo.

A correta colocação do cateter fornece informações sobre:

 Pressão Venosa Central


 Pressão Intracardíaca Direita
 Pressão Arterial Pulmonar
 Pressão de oclusão (em “cunha”) da Artéria Pulmonar

A colocação adequada do cateter nos fornece dados que auxiliam no diagnóstico da


condição hemodinâmica do paciente, no manejo e no prognóstico. Por meio de um
mecanismo de termo diluição pode-se estimar:

 Índice Cardíaco
 Resistência Vascular Sistêmica
 Resistência Vascular Pulmonar

As duas últimas estimativas acima são calculadas a partir das pressões e do índice
cardíaco.

A pressão da artéria pulmonar é uma das variáveis mais importantes em hemodinâmica,


principalmente pela medida da pressão da artéria pulmonar ocluída (PAOP), visto que a
mesma representa a pressão do ventrículo esquerdo. (Machado, Moura e Figueiredo
2003)

Japiassú (2002) comenta que em 1960 Dr. Swan criou um cateter que permitia aferir as
pressões do átrio e ventrículo esquerdo, porém houve muita dificuldade na passagem do
cateter até a artéria pulmonar, causando algumas complicações nos pacientes como
arritmia e até perfuração do miocárdio; algum tempo depois Dr. Swan teve a ideia de
colocar um balonete na ponta, diminuindo a densidade do cateter e melhorando sua
passagem, alcançando a artéria pulmonar. 

Após mais alguns anos Dr. Ganz sugeriu a ideia de um termostato na ponta do cateter
permitindo a mensuração do débito cardíaco, tornando-se o cateter que utilizamos
atualmente. 

Neto, Laselva e Silva (2003) completam que inicialmente o uso do cateter estava
limitado aos pacientes cardíacos. E somente após a década de 70 sua utilização se
estendeu a um grande número de pacientes graves não cardíacos. 

Os principais objetivos da monitorização da artéria pulmonar são: 

-Avaliar a função ventricular direita ou esquerda

- Monitorizar as mudanças do estado hemodinâmico

- Orientar a terapêutica com agentes farmacológicos e não-farmacológicos e fornecer


dados indicativos de prognóstico. 

O cateter da artéria pulmonar fornece parâmetros hemodinâmicos para o diagnóstico


não sendo, uma modalidade terapêutica.

O cateter de Swan Ganz está indicado para:

- Complicações mecânicas do infarto do miocárdio

- Infarto agudo do ventrículo direito


- Insuficiência cardíaca refratária e hipertensão pulmonar

- Hipertensão pulmonar

- Choque e Instabilidade hemodinâmica

- Alguns casos de poli trauma

- Choque séptico

- Insuficiência respiratória

- Hipertensão Intracraniana

Para Cintra (2003) A principal justificativa para o uso da cateterização da artéria


pulmonar é a redução do nível de incerteza diagnóstica que cerca a avaliação clínica do
estado hemodinâmico, fisiológico e metabólico real dos pacientes graves.

PRESSÃO ARTERIAL INVASIVA (PAI)

A pressão por este método é medida através de um cateter introduzido na artéria, o qual
é conectado em uma coluna liquida. A medida da pressão é obtida através do transdutor
de pressão que faz a leitura; é obtida pressão sistólica, diastólica e média. 

Liza a, Prestes e Scheineder (2006) completam a informação do preparo da coluna


liquida, mencionando que a solução a ser utilizada deve ser o soro fisiológico a 0,9%,
preferencialmente com heparina 1 unidade/ml, mantendo a bolsa pressurizada em 300
mmHg. 

A posição do paciente e do transdutor de pressão influencia na alteração dos valores de


pressão arterial. Devemos realizar o “zerar” a linha de pressão arterial, na linha média
axilar, conforme o posicionamento do paciente. 

A cateterização da artéria para mensurar a pressão arterial invasiva está indicada


para:
- Cirurgia cardiopulmonar

- Grandes cirurgias vasculares, torácicas, abdominais ou neurológicas

- Instabilidade hemodinâmica

- Uso de drogas vasoativas

- Uso de monitorização da pressão intracraniana

- Emergência hipertensiva associada à dissecção de aorta ou AVC

- Necessidade de gasometria arterial mais que três vezes ao dia

- Controle rigoroso da pressão arterial para conduta clinica

Uma pressão arterial invasiva está contraindicada relativamente para:

- Doença vascular periférica

- Doenças hemorrágicas
- Uso de anticoagulantes ou trombolíticos

- Punção em áreas infectadas

Cintra (2003) afirma que o cateter arterial pode ser colocado na artéria radial, pediosa,
femoral ou axilar. A artéria radial é um vaso de escolha porque sua utilização tem sido
associada com menor número de complicações. A artéria braquial deve ser evitada
devido ao risco de tromboembolia do braço e antebraço. A artéria axilar e femoral são
os vasos mais calibrosos, porém com mais dificuldade de punção e maior potencial de
contaminação. 

A linha arterial pode ser obtida por punção ou dissecção arterial. A punção é o
procedimento mais indicado, por permitir menor lesão da artéria; deixando a dissecção
somente para casos mais graves, após várias tentativas de punção sem sucesso.
É um procedimento de extrema importância em uma UTI. Indicado para pacientes mais
críticos, para controle rígido de pressão juntamente com drogas vasoativas. A pressão
por este método é medida através de um cateter introduzido na artéria, o qual é
conectado em uma coluna liquida. A medida da pressão é obtida através do transdutor
de pressão que faz a leitura; é obtida pressão sistólica, diastólica e média (PAM).

É de preferência passar o cateter nas regiões:

-Radial (Imprecisa em situações de vasoconstrição extrema),


-Femoral.

OBS: PAM (Pressão Arterial Média) não precisa necessariamente ter um cateter em


radial ou femoral para obter o resultado médio. Você pode usar seguinte fórmula:

PAM = PAS + (PAD x 2)


            3

PAM = pressão arterial média


PAS= pressão arterial sistólica
PAD=pressão arterial diastólica

Valores normais da PAM: de 6 a 8 mmHg sendo a média de, 8mmHg.


Uma pressão arterial invasiva está contraindicada relativamente para:

– Doença vascular periférica

– Doenças hemorrágicas

– Uso de anticoagulantes ou trombolíticos

– Punção em áreas infectadas

– Queimaduras no local de punção.

COMPLICAÇÕES

-Embolização arterial e sistêmica

– Insuficiência vascular

– Isquemia da região

– Trombose

– Alterações cutâneas: Hematomas, infiltrações.

– Infecção

– Hemorragia maciça por desconexão cateter

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS

-Mesa auxiliar
-Antissépticos padronizados na instituição
-Bandeja para acesso venoso profundo ou bandeja de pequena cirurgia
-Máscara
-Luva estéril
-Óculos
-Avental estéril
-Seringa descartável
-Agulha 13 x 0,38
-Agulha 40 x12
-Anestésico local ( lidocaína a 2% sem vasoconstrictor )
-Fio de sutura agulhado para fixação cateter ( preferência mononylon )
-Kit arterial
-Transdutor de pressão
-Bolsa pressurizadora, suporte para solução e suporte para transdutor.
-Solução salina 0,9% ( 250 ou 500 ml )
-Heparina sódica 5000 UI / ml

Realização do procedimento ao técnico de enfermagem:

-Verificar pacientes com indicação para cateterização arterial e solicitação médica para
o
procedimento;
-Selecionar material para punção arterial, selecionar monitor com módulo de PAM,
bomba de infusão para o soro fisiológico de manutenção ;
– Higienizar as mãos;
– Abrir embalagem contendo circuito de PAM estéril, observando para evitar
contaminação
-Montar adequadamente circuito de PAM acoplando ao soro fisiológico 0,9% de
preferência de 500ml  puro, retirando ar do sistema, deixando-o pronto para conexão na
linha arterial;
– Preparar paciente posicionando o membro escolhido para punção;
-Deixar bandeja com material para punção próxima do Box;
-Oferecer ao médico material para punção, paramentação e antissepsia;
-Calçar luvas acompanhando durante o procedimento;
-Após punção da linha arterial, conectar via paciente do circuito de PAM, verificar
refluxo de sangue arterial e realizar flush de solução fisiológica, para garantir
permeabilidade do cateter;
-Após proceder a zeragem do sistema, tendo como ponto zero a linha média axilar, 4º
espaço intercostal;
-Preferencialmente deve ser zerado com cabeceira a 30º, sendo que se a zeragem for
outra deverá ser informada e registrada em local visível a equipe;
-Zerar sistema no monitor (calibrar);
-Observar curva;

Cuidados de Enfermagem ao manuseio do sistema:

– Atentar para manutenção em pressurizador: o manter a permeabilidade do cateter pelo


fluxo contínuo de SF 0,9% (500ml) e a bolsa pressurizadora com 300mmhg.
– Realizar flush de SF a cada 6 horas;
– Atentar para coágulos e permeabilidade do sistema.
-Acompanhar fixação do cateter, e após realizar curativo estéril, atentando para
possibilitar observação da equipe após;
-Assegurar fixação do membro, prevenindo retirada acidental do cateter;
-Descarte do material;
-Realizar lavagem de mãos.
-Registrar anotação do procedimento;
-Datar local punção e sistema;
– Observar curva constantemente, atentar para sinais infecção do sítio punção, e lavar
mãos antes e após cada manipulação com o cateter ou sistema.
-Realizar zeragem do sistema a cada 6 horas;
-Atentar para alarmes acionando-o no início da conexão.

Resultado esperado:

-Monitorizar PAM invasiva de pacientes críticos de forma contínua e segura; -


Possibilitar coleta de sangue arterial; -Manutenção da linha arterial com adequada
permeabilidade.

NÃO CONFORMIDADE:

Qualquer alteração com o sistema ou cateter devem ser comunicadas ao intensivista


para definição de conduta. Perda da linha arterial por obstrução/ contaminação/
desconexão devem ser registradas no prontuário e na folha de não conformidades do
setor.

PRESSÃO VENOSA CENTRAL

Pressão venosa central (PVC) é a medida da pressão existente nas grandes veias de


retorno ao átrio direito do coração (veia cava superior)e representa a medida de
capacidade relativa que o coração tem em bombear o sangue venoso.
A PVC fornece informações referentes ao volume sanguíneo que chega ao coração, ao
tônus vascular e as condições do coração (capacidade de bombear o sangue).
A PVC mede-se através da introdução de um cateter no sistema venoso central: Veia cava
superior, flebotomia, punção de jugular interna ou externa, subclávia, basílica, braquial,
cefálica (dissecação).
A pressão venosa central avalia indiretamente a pressão de átrio direito, que representa a
pressão gerada pelo volume de sangue do retorno venoso. Como a pressão pode sofre
influência da variações de pressão intratorácica e isto ocorre normalmente durante o
ciclo respiratório, tanto em ventilação mecânica com pressão positiva, quanto em
respiração espontânea, preconiza-se aferir as pressões no final da fase expiratória. Para
aferir a PVC e a pressão de átrio direito (PAD) deve-se localizar a onda “a”, que
corresponde com o final do preenchimento ventricular que ocorre durante a contração
atrial, durante a fase expiratória do clico respiratório independente do modo
ventilatório.

De maneira prática, se o paciente estiver em respiração espontânea, localiza-se a onda


“a” antes que as pressões diminuam com a inspiração; e se o paciente estiver sob
ventilação mecânica com pressão positiva, localiza-se a onda “a” antes que as pressões
aumentem com a inspiração. Para localizar a onda “a” deve utilizar o traçTodo paciente
com instabilidade hemodinâmica deve ter a PVC monitorada. A PVC pode contribuir
para avaliação e controle do estado do volume intravascular. Deve-se monitorar a PVC
de maneira continua através da utilização de transdutores de pressão conectados ao
monitores.

O paciente deve estar em posição supina, mas como o paciente deve ser mantido em seu
decúbito natural (usualmente 30-45º), para evitar aspiração aceita-se a aferição nesta
posição. O importante é que o sistema esteja zerado a do eletrocardiográfico como guia.

Com a pressão hidrostática no decúbito em que a medida está sendo feita. Não há
necessidade de desconexão do aparelho de ventilação mecânica. A análise da PVC
relaciona o retorno venoso com função ventricular, porém variações na complacência de
um dos ventrículos ou na capacitância venosa podem provocar erros nesta relação,
como ocorre na disfunção diastólica, na ventilação mecânica e com o uso de drogas
vasoativas.

A monitoração da PVC deve ser contínua e observa-se a resposta hemodinâmica às


intervenções realizadas, sendo que o mais importante é a tendência que os valores da
PVC assumem após as condutas. A avaliação da PVC como indicador de volemia deve
ser realizada através da resposta à infusão de fluidos, de modo seriado.
A ausência de aumentos na PVC de até 5 mmHg, após prova de volume padronizada,
quase sempre é garantia de bom desempenho cardíaco e de espaço para reposição
volêmica. Apesar das limitações como método de avaliação da volemia, é o mais
simples e disponível rapidamente à beira do leito. Nas situações em que a PVC
apresenta valores extremos, isto é, muito baixos ou muito elevados, existe uma boa
relação com estados de hipovolemia e hipervolemia, respectivamente.

Entretanto, em pacientes com mensuração contínua de pressão arterial e sob ventilação


mecânica invasiva, na ausência de arritmias cardíacas, o método de escolha para
otimizar a volemia nos pacientes que necessitam de aumento de fluxo sanguíneo (índice
cardíaco) é a mensuração de delta de pressão de pulso

O excesso de liquido desnecessário é deletério ao paciente grave, o que faz com que a
necessidade de proceder um desafio hídrico deva ser cuidadosamente avaliada. A
mensuração do ∆PP permite avaliar a real necessidade de infundir líquido, sem esse
desafio. Para realizar de maneira correta a verificação da ∆PP, o paciente deve ter os
parâmetros da ventilação mecânica ajustados, ciclando em PVC ou VCV,
preferencialmente nesse último.

O volume corrente é colocado em 8ml/Kg de peso ideal. Não há necessidade de


modificar a PEEP embora seja possível que em pacientes com PEEP elevada a
mensuração sofra alterações. Se o paciente apresentar esforço respiratório deve-se
colocar o respirador para ciclar a fluxo, tentando minimizar esse esforço. Caso haja
necessidade este deve ser inibido, se necessário utilizar bloqueador neuromuscular
conforme as recomendações do protocolo específico de sedação.

Aferis e a variação de pressão de pulso e avalia a conduta conforme o resultado. Após


aferição retornar os parâmetros da ventilação mecânica. Em pacientes que se encontram
em ventilação espontânea, sem pressão positiva, a variação de 2 a 3 mmHg do valor da
PVC durante a inspiração sugere que esta população apresenta maior probabilidade de
incrementar o índice cardíaco em resposta à infusão de fluidos.
 AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA

Em primeiro lugar deve-se avaliar o grau de consciência do paciente. Avaliando assim se este
encontra-se consciente ou inconsciente de tal modo a ser realizado os exames mais
adequados à avaliação neurológica respectiva. Logo em seguida será realizada a anamnese do
paciente, onde este consta da queixa principal, história da doença atual, história patológica
pregressa, história familial, história familiar, história social, AVDs, uso de medicamentos e
exames complementares.

O exame neurológico pode revelar distúrbios do cérebro, dos nervos, dos músculos e da
medula espinhal. Os quatro principais componentes de um exame neurológico são: a
anamnese (história clínica), a avaliação do estado mental, o exame físico e, quando
necessário, exames diagnósticos. Ao contrário do exame psiquiátrico, no qual o
comportamento do indivíduo é avaliado, a avaliação neurológica exige um exame físico. Não
obstante, o comportamento anormal frequentemente fornece indicações sobre o estado físico
do cérebro. Anamnese (História Clínica) Antes de realizar um exame físico e exames
diagnósticos, o médico realiza uma entrevista com o paciente para obter a sua história clínica.
Ele solicita ao paciente que lhe descreva os sintomas atuais e informe precisamente onde e
com que frequência esses sintomas ocorrem, qual o seu grau de gravidade, a sua duração e se
ele ainda consegue realizar suas atividades quotidianas. Os sintomas neurológicos podem
incluir a cefaleia (dor de cabeça), dor, fraqueza, incoordenação motora, diminuição ou
anormalidades da sensibilidade, desmaios e confusão mental. O indivíduo também deve
informar ao médico sobre doenças ou cirurgias passadas ou atuais, doenças graves de
parentes próximos, alergias e medicações que vêm sendo utilizadas. Além disso, o médico
pode perguntar ao paciente se ele vem apresentando dificuldades relacionadas ao trabalho ou
ao ambiente doméstico, uma vez que essas circunstâncias podem afetar a saúde e a
capacidade de enfrentar a doença.

Abordagem do paciente consciente

O paciente consciente é, sumariamente, aquele que está lúcido, orientado no espaço e no


tempo e colaborante. Devem avaliar-se os parâmetros seguintes:

1. Linguagem
2. Coordenação de movimentos
3. Postura e marcha
4. Motilidade
5. Sensibilidade
6. Nervos cranianos
7. Reflexos
8. Funções esfincterianas

1. Linguagem 

Identificar a afasia (incapacidade de falar por perda da memória dos sinais da


linguagem falada). A prova que melhor permite o diagnóstico é a da
denominação de objetos. Verificar se o paciente consegue nomear objetos de
uso comum.

2. Coordenação de movimentos 

A existência de ataxia (perturbação da coordenação dos movimentos


voluntários) avalia-se pelo aparecimento da disartria (perturbação da
articulação das palavras devido a alterações da motilidade dos músculos do
aparelho fonador) ou pela dismetria (perturbação nos movimentos não
conseguindo atingir o alvo) ou pelo tremor intencional (tremor que surge ao
aproximar-se do alvo) nestas provas.

Teste da articulação verbal

Verificar o aparecimento ou acentuação da disartria:


Na pessoa que sabe ler, ao aumentar a velocidade de leitura dum texto. Se
não souber ler, ao repetir palavras conhecidas.

Teste do dedo indicador à ponta do nariz

A pessoa deve estar sentada ou em pé, com os braços estendidos e com os


olhos abertos e depois fechados. Avaliar o movimento do dedo indicador à
ponta do nariz, alternadamente.

Teste do calcanhar ao joelho

A pessoa deve estar deitada primeiro com os olhos abertos e depois fechados.
Verificar o movimento de levantar cada calcanhar até ao joelho do lado oposto.

3. Postura e marcha
As alterações são avaliadas pela observação das provas seguintes
executadas, com os olhos abertos e fechados.

• Prova de Romberg

O examinando deve estar de pé e com os pés unidos. Observar os desvios


para a direita, para a esquerda, para diante ou para trás. • Prova dos braços
estendidos

O examinando deve estar sentado com a cabeça direita e o dorso encostado.


Pedir para estender os braços paralelamente, com as palmas das mãos
voltadas uma para a outra, com os dedos estendidos e unidos. A prova
considera-se negativa, se os braços permanecerem imóveis, durante um
minuto, com os olhos fechados. • Teste da marcha

Andar em frente, dar a volta e voltar ao mesmo local inicial.


Caminhar sobre os calcanhares e sobre os dedos dos pés em linha recta.

4. Motilidade

Motilidade involuntária

1. Tremor – fisiológico, essencial, senil, parkinsónico, hepático, etc.


2. Tiques.
3. Coréia – movimentos típicos sendo desordenados, irregulares e rápidos.
4. Atetose – movimentos lentos semelhantes à reptação.
5. Contracções fasciculares.
6. Convulsões.

Motilidade passiva

Tônus muscular  – Executar a flexão e extensão dos dedos, das mãos, do


antebraço, do braço, do pé, da perna e da coxa do examinando. Avaliar se o
tônus está aumentado ou diminuído.
Sinais meníngeos

Rigidez nuca – Pesquisar em decúbito dorsal, fletindo o pescoço. A resposta é


positiva quando é difícil efetuar a flexão ou surge dor devido ao espasmo dos
músculos da nuca.

Sinal de Laségue  – Pesquisar em decúbito dorsal. Verificar o ângulo com o


leito, em que surge dor na face posterior da coxa ou na região lombar, ao
elevar cada membro inferior.

Motilidade ativa

Força muscular – Avaliar a execução dos movimentos anteriores com o


observador a pôr resistência ao movimento e comparar os resultados dum lado
e do outro.

7. Reflexos

Escala de avaliação

Grau I – ausência de reflexos


Grau II – diminuição do reflexo
Grau III – reflexo com resposta normal
Grau IV – reflexo com resposta aumentada sem clônus
Grau V – reflexo com resposta aumentada com clônus

A percussão com o martelo de reflexos deve ser seca e de intensidade


moderada. A pancada deve ser sobre o dedo do observador.

1. Superficiais

 Plantar
 Cremastérico
 Cutâneo abdominais

2. Profundos

 Nasopalpebral
 Reflexos de sucção
 Mandibular
 Biciptal
 Triciptal
 Estiloradial
 Patelar
 Aquileu
Exame Físico
Ao realizar um exame físico como parte de uma avaliação neurológica, o médico costuma
examinar todos os sistemas orgânicos, mas com maior atenção no sistema nervoso. São
examinados os nervos cranianos, os nervos motores, os nervos sensoriais e os reflexos, assim
como a coordenação, a postura, a marcha, a função do sistema nervoso autônomo e o fluxo
sangüíneo cerebral.

Nervos Cranianos

O médico examina a função dos 12 pares de nervos cranianos, que estão diretamente
conectados ao cérebro. Um nervo craniano pode ser afetado em qualquer ponto de seu trajeto
em decorrência de lesões, tumores ou infecções e, por essa razão, é necessário que seja
determinada a localização exata da lesão.
Nervos Motores

Os nervos motores ativam os músculos voluntários (músculos que produzem movimento, como
os músculos dos membros inferiores utilizados durante a marcha). A lesão de um nervo motor
pode causar fraqueza ou paralisia do músculo por ele inervado. A falta de estímulo ao nervo
periférico também causa deterioração e emaciação muscular (atrofia). O médico investiga a
presença de atrofia muscular e, em seguida, testa a força de vários músculos, solicitando ao
paciente que ele empurre ou puxe alguma coisa contra uma resistência.

Nervos Sensitivos

Os nervos sensitivos transmitem informações ao cérebro sobre a pressão, a dor, o calor, o frio,
a vibração, a posição das partes do corpo e a forma das coisas. São realizados testes para se
verificar a perda de sensibilidade na superfície do corpo. Geralmente, o médico concentra-se
em uma área na qual o indivíduo sente adormecimento, formigamento ou dor, utilizando
primeiramente um alfinete e, em seguida, um objeto com borda romba, para verificar se ele
consegue perceber a diferença entre a picada e a pressão. A função dos nervos sensoriais
também pode ser testada com a aplicação de uma pressão suave, de calor ou de vibração. A
capacidade de discernir a posição é verificada solicitando-se ao paciente que feche os olhos e
mova um dedo (de uma das mãos ou de um dos pés) para cima e para baixo, pedindo que ele
descreva a sua posição.

Reflexos

O reflexo é uma resposta automática a um estímulo. Por exemplo, quando o tendão localizado
abaixo da patela é percutido suavemente com um pequeno martelo de borracha, a perna
flexiona. Esse reflexo patelar (um dos reflexos tendinosos profundos) fornece informações
sobre o funcionamento do nervo sensitivo, sobre sua conexão com a medula espinhal e sobre o
nervo motor que emerge da medula espinhal e vai até os músculos da perna. O arco reflexo
segue um circuito completo, desde o joelho até a medula espinhal e retorna à perna, sem que
haja envolvimento do cérebro. Os reflexos mais comumente testados são o reflexo patelar, um
reflexo similar nos cotovelos e no tornozelos e o reflexo de Babinski, que é testado através da
aplicação de um golpe firme precina borda externa da planta do pé com um objeto rombudo.
Normalmente, os dedos dos pés encurvam, exceto nos lactentes com menos de seis meses de
idade. Quando o hálux (dedão do pé) se eleva e os demais dedos se estendem e abrem
lateralmente, isto pode ser um sinal de uma anomalia cerebral ou de nervos motores que vão
do cérebro até a medula espinhal. Muitos outros reflexos podem ser testados para se avaliar
funções nervosas específicas.

Arco Reflexo

O arco reflexo é a via que um nervo reflexo segue.


Um exemplo é o reflexo patelar.
1. Uma percussão no joelho estimula receptores
sensitivos, gerando um sinal nervoso.
2. O sinal percorre ao longo de uma via nervosa até
a medula espinhal.
3. Na medula espinhal, o sinal é transmitido do nervo
sensorial ao nervo motor.
4. O nervo motor envia o sinal de volta a um músculo
da coxa.
5. O músculo contrai, fazendo com que a perna se
desloque para frente. Todo reflexo ocorre sem
envolvimento do cérebro.

Coordenação, Postura e Marcha


Para testar a coordenação, o médico solicita ao paciente que, em primeiro lugar, ele toque o
próprio nariz com o dedo indicador. Em seguida, é solicitado ao paciente que ele toque o dedo
do médico e, finalmente, que ele repita rapidamente essas ações. Pode-se solicitar ao paciente
que ele toque o nariz primeiramente com os olhos abertos e em seguida com os olhos
fechados. Em seguida, que ele fique em pé, parado, com os braços esticados e os olhos
fechados e, finalmente, que ele abra os braços e comece a andar. Essas ações testam os
nervos motores e sensoriais, assim como a função cerebral. Vários outros testes simples
podem também ser realizados.

Sistema Nervoso Autônomo

Uma distúrbio do sistema nervoso autônomo (involuntário) pode causar problemas como a
queda da pressão arterial quando o indivíduo fica em pé (hipotensão), a ausência de sudorese
ou problemas sexuais (p.ex., dificuldade de ereção ou de sua manutenção). Novamente, o
médico pode realizar uma série de testes como, por exemplo, a mensuração da pressão arterial
com o indivíduo sentado e logo após ele colocar- se em pé.

Fluxo Sanguíneo Cerebral

Um estreitamento (estenose) grave das artérias que transportam o sangue até o cérebro coloca
o indivíduo em risco de um acidente vascular cerebral. O risco é maior em indivíduos idosos ou
hipertensos, diabéticos ou que apresentam doenças arteriais ou cardíacas. Para avaliar as
artérias, o médico coloca um estetoscópio sobre as artérias do pescoço e verifica a presença
de ruídos anormais (sopros) produzidos pelo sangue sendo forçado através de uma área
estreita. Para uma avaliação mais acurada, é necessária a realização de exames mais
sofisticados como, por exemplo, a ultrassonografia com Doppler ou a angiografia cerebral.

Exames e Procedimentos Diagnósticos


Para confirmar um diagnóstico sugerido pela anamnese, pela avaliação do estado mental e
pelo exame físico, o médico pode solicitar exames especiais.

Punção Lombar

Em uma punção lombar, é realizada a inserção de uma agulha no canal espinhal, o qual
percorre o interior das vértebras, para se coletar uma amostra de líquido cefalorraquidiano.
Geralmente, o procedimento não leva mais do que 15 minutos e não exige anestesia geral.
Geralmente, o líquido cefalorraquidiano é transparente e incolor, mas pode apresentar
alterações características de diversos distúrbios. Por exemplo, a presença de leucócitos
(glóbulos brancos) ou de bactérias faz com que o líquido cefalorraquidiano apresente um
aspecto turvo e sugere uma infecção cerebral ou da medula espinhal (p.ex., meningite, doença
de Lyme ou outra doença inflamatória qualquer). Níveis elevados de proteínas no líquido
cefalorraquidiano frequentemente são um sinal de tumor da medula espinhal ou de um distúrbio
agudo de nervos periféricos, como a poli neuropatia ou a síndrome de Guillain-Barré. A
presença de anticorpos anormais sugerem a esclerose múltipla. O nível baixo de glicose indica
uma infecção das meninges ou, algumas vezes, um câncer. A presença de sangue no líquido
cefalorraquidiano pode indicar uma hemorragia cerebral. Várias doenças, inclusive tumores
cerebrais e as meningites, podem aumentar a pressão do líquido cefalorraquidiano.

Tomografia Computadorizada

A tomografia computadorizada (TC) é uma técnica de varredura computadorizada de análise de


imagens radiográficas. Um computador gera imagens bidimensionais de alta resolução que
assemelham-se a cortes anatômicos do cérebro ou de qualquer outro órgão que esteja sendo
examinado. O indivíduo deve permanecer imóvel durante o procedimento, mas não deve se
sentir desconfortável. Esse procedimento é capaz de detectar uma grande variedade de
anomalias cerebrais e medulares com muita precina são, tendo revolucionado a prática da
neurologia e melhorado enormemente a qualidade do tratamento neurológico. A tomografia
computadorizada é utilizada não somente com fins diagnósticos de doenças neurológicas, mas
também no controle da evolução do tratamento.

Ressonância Magnética

A ressonância magnética (RM) do cérebro ou da medula espinhal é realizada colocando-se a


cabeça ou todo o corpo do paciente em um espaço muito reduzido e gerando um campo
magnético muito potente, o qual gera imagens anatômicas extremamente detalhadas. É um
procedimento que não utiliza raios X e é extremamente seguro. A RM é melhor que a TC para
a detecção de determinados problemas graves, como acidentes vasculares cerebrais prévios, a
maioria dos tumores cerebrais, anomalias do tronco encefálico e do cerebelo e também a
esclerose múltipla. Algumas vezes, para melhorar a qualidade das imagens, é realizada a
injeção intravenosa de um contraste (uma substância que é nitidamente visualizada na RM). Os
aparelhos de RM mais modernos podem mensurar a função cerebral através de
processamentos computadorizados especiais das imagens geradas. As principais
desvantagens da RM são o seu custo e a lentidão da obtenção de imagens (de 10 a 45
minutos). A RM não pode ser realizada em indivíduos que dependem de respiradores, que
apresentam propensão à claustrofobia ou que portam um marca-passo cardíaco ou clipes ou
próteses metálicas.

Ecoencefalografia

A ecoencefalografia gera uma imagem ultrassônica do cérebro de crianças com menos de dois
anos de idade. O procedimento é simples, indolor e relativamente barato. Ele pode ser
realizado à beira do leito e é útil para a detecção de hemorragias ou dilatações das câmaras
existentes no interior do cérebro (hidrocefalia). A TC e a RM substituíram a ecoencefalografia
nas investigações de crianças maiores e adultos.

Tomografia por Emissão de Pósitrons

A tomografia por emissão de pósitrons (TEP) usa emissores de pósitrons (um tipo especial de
radioisótopos) para obter imagens das estruturas internas do cérebro e informações sobre o
seu funcionamento. É injetada uma substância na corrente sanguínea, que se desloca até as
estruturas cerebrais, permitindo mensurar a atividade cerebral. Por exemplo, essa técnica pode
revelar qual parte do cérebro é mais ativa quando um indivíduo realiza operações matemáticas.
A varredura da TEP também pode fornecer informações sobre a epilepsia, tumores cerebrais e
acidentes vasculares cerebrais. Ela é utilizada principalmente na pesquisa.

Tomografia Computadorizada por Emissão de Fótons Isolados

A tomografia computadorizada por emissão de fótons isolados (SPECT) utiliza radioisótopos


para obter informações gerais sobre a circulação sanguínea e a função metabólica do cérebro.
Após serem inalados ou injetados, os isótopos radioativos são conduzidos ao cérebro. Uma vez
no cérebro, a intensidade dos radioisótopos em diferentes regiões do cérebro reflete a
velocidade da circulação ou a densidade dos receptores de neurotransmissores funcionantes
que atraem os radioisótopos. A técnica não é tão precisa ou específica quanto a tomografia por
emissão de pósitrons.

Angiografia Cerebral

A angiografia (arteriografia) cerebral é uma técnica utilizada para a detecção de anomalias dos
vasos sanguíneos cerebrais, como uma dilatação arterial (aneurisma), inflamação (artrite),
configuração anormal (malformação arteriovenosa) ou uma obstrução vascular (acidente
vascular cerebral). Um contraste radiopaco, o qual é uma substância visível nas radiografias, é
injetado em uma artéria que irriga o cérebro. O contraste revela o padrão do fluxo sanguíneo
cerebral nas radiografias. A RM também pode ser modificada para mostrar o padrão do fluxo
sanguíneo das artérias do pescoço e da base do cérebro, mas as imagens apresentam uma
qualidade inferior às da angiografia cerebral.
Ultrassonografia com Doppler

A ultrassonografia com Doppler é utilizada principalmente para mensurar o fluxo sanguíneo


seja através das artérias carótidas seja das artérias da base do cérebro, visando avaliar o risco
de acidente vascular cerebral de um indivíduo. Em um monitor, essa técnica mostra as
diferentes velocidades de fluxo sanguíneo em cores diferentes. A ultrassonografia com Doppler
é uma técnica indolor que pode ser realizada à beira do leito e é relativamente barata.

Mielografia

A mielografia é uma técnica através da qual uma TC ou uma radiografia da medula espinhal é
realizada após a injeção de um contraste radiopaco, uma substância que é visualizada na
imagem. A mielografia pode revelar anomalias no interior da coluna espinhal, como uma
herniação discal ou um câncer. Quando a TC é utilizada, as imagens obtidas são
extremamente nítidas. Atualmente, a mielografia tem sido amplamente substituída pela RM,
que fornece maiores detalhes, é mais simples e mais segura.

Eletroencefalografia

A eletroencefalografia (EEG) é um procedimento simples e indolor no qual são instalados 20


fios (eletrodos) sobre o couro cabeludo para se acompanhar e registrar a atividade elétrica do
cérebro. Os registros gráficos sob a forma de ondas permitem detectar alterações elétricas
associadas à epilepsia e, algumas vezes, algumas doenças metabólicas raras do cérebro. Em
alguns casos, como na epilepsia de difícil detecção, o registro é realizado durante um período
de 24 horas. Caso contrário, o exame fornece poucas informações específicas.

Potenciais Evocados

Os potenciais evocados são indicações da resposta do cérebro a determinados estímulos. A


visão, o som e o tato estimulam individualmente áreas específicas do cérebro. Por exemplo,
uma luz intermitente estimula a região posterior do cérebro que percebe a visão. Normalmente,
a resposta do cérebro a um estímulo é muito discreta para ser detectada em uma EEG. No
entanto, as respostas a uma série de estímulos podem ser captadas por um computador – o
qual calcula a média dessas respostas, que mostrará que esses estímulos foram recebidos
pelo cérebro. Os potenciais evocados são particularmente úteis quando o indivíduo que está
sendo examinado não consegue falar. Por exemplo, o médico pode testar a audição de um
lactente através da verificação de uma resposta cerebral após um ruído. Os potenciais
evocados podem revelar pequenas lesões do nervo óptico (o nervo que inerva os olhos) em um
paciente com esclerose múltipla. Em um indivíduo com epilepsia, os potenciais evocados
podem também revelar descargas elétricas anormais desencadeadas pela respiração profunda
e rápida ou que ocorrem quando o indivíduo observa uma luz intermitente (tipo flash).

Eletromiografia

A eletromiografia é uma técnica na qual pequenas agulhas são inseridas em um músculo para
registrar a sua atividade elétrica. Esta é visualizada em um osciloscópio e ouvida através de um
um alto-falante. O músculo normal em repouso não produz atividade elétrica. No entanto,
mesmo uma contração muscular discreta produz alguma atividade elétrica, a qual aumenta à
medida que a contração tornasse mais forte. Em doenças musculares, dos nervos periféricos e
dos neurônios motores espinhais, a atividade elétrica é anormal. A velocidade com que os
nervos motores transmitem os impulsos pode ser mensurada através de estudos da condução
nervosa. Um nervo motor é estimulado com uma pequena carga elétrica para desencadear um
impulso. Este percorre o nervo e, finalmente, atinge o músculo e faz com que ele contraia.
Através da mensuração do tempo que o impulso leva para atingir o músculo, o médico pode
calcular a velocidade do impulso. Mensurações similares podem ser realizadas para os nervos
sensoriais. Se a fraqueza muscular for causada por uma doença muscular, a velocidade de
condução nervosa permanece normal. Se ela for causada por uma doença neurológica, a
velocidade de condução nervosa será mais lenta. A fraqueza apresentada pelos portadores da
miastenia grave é causada por um defeito no ponto onde o impulso nervoso atravessa uma
sinapse neuromuscular. Os impulsos repetidos transmitidos ao longo do nervo até o músculo
acarretam um aumento da resistência aos neurotransmissores localizados na sinapse,
resultando em uma resposta progressivamente mais fraca ao longo do tempo.

AULA 10
INFARTO AGUDO MIOCARDIO / ANGINA
INFARTO AGUDO MIOCARDIO – IAM

São consideradas síndromes coronarianas agudas a angina instável (AI) e o infarto agudo do
miocárdio (IAM), com ou sem supra desnivelamento do seguimento ST. Possuem como
principais características:

ANGINA INSTAVEL INFARTO AGUDO MIOCARDIO


Suboclusão de uma artéria ou ramo de Oclusão de uma artéria ou ramo de
coronária coronária
Dor ou desconforto torácico ou referência Dor ou desconforto torácico ou referência
de dor equivalente de dor equivalente
Intensidade da dor: variável, em torno de 10 Intensidade da dor variável, contínua ou
a 20 minutos intermitente com duração maior de 10
minutos, acompanhada de sintomatologia
mais agressiva a debilidade orgânica e ainda
difícil regredir com analgesia

A dor típica é descrita como sendo uma dor do tipo “opressão” e tem início na região
retroesternal, podendo se irradiar para membro superior esquerdo e região cervical, atingindo
a região mandibular.

Em situações como essa, tome medidas rápidas de acordo com o protocolo institucional.
Indivíduos da raça negra, portadores de diabetes mellitos, mulheres e idosos podem
apresentar o evento isquêmico sem sintomatologia típica, ou seja, sem desconforto precordial.
Além da queixa dolorosa em opressão, as síndromes coronarianas vêm acompanhadas de
alteração do estado mental, perfusão periférica diminuída, estertores, hipotensão arterial,
estase jugular, náuseas, palpitações, sudorese e algumas vezes de síncope, que pode estar
associada a arritmias complexas, sinalizando dano significativo ao miocárdio.

A origem da síndrome coronariana se deve a processos fisiopatológicos como a formação de


placa ateromatosa seguida de agregação de plaquetas e desenvolvimento de trombos que
podem causar uma suboclusão ou oclusão total do lúmen da artéria coronária ou de um de
seus ramos.

O mecanismo pode ser dinâmico, quando ocorre vaso espasmo, ou mecânico, quando há uma
obstrução progressiva do vaso em consequência de seu próprio estreitamento, com ou sem
espasmo ou formação de trombo.
A oclusão coronariana por tempo prolongado interrompe o fornecimento de oxigênio e
nutrientes para o músculo cardíaco acarretando em área de necrose miocárdica. Essa situação
caracteriza o infarto agudo com elevação do segmento ST.

Normal

A elevação aguda do Segmento ST no Eletrocardiograma, é um dos primeiros


sinais de Infarto Agudo do Miocárdio, e está geralmente associada com a oclusão
aguda e completa de uma artéria coronária.
Para diagnosticar um Infarto Agudo do Miocárdio com Elevação do Segmento ST
(IAMCST), o supra desnível do segmento ST deve ser persistente, e pelo menos,
em duas derivações contíguas.

O diagnóstico diferencial é feito por meio da história clínica e antecedentes pessoais,


enfocando o início da dor.

De acordo com o American College of Cardiology e a European Society of Cardiology, os


critérios para definição de IAM são morte de células miocárdicas, elevação sérica de
marcadores cardíacos, evidências de alterações no segmento ST com perda da atividade
elétrica e perfusão tecidual ausente com possíveis alterações de mobilidade das paredes do
músculo cardíaco.

Em situações emergenciais, o diagnóstico baseia-se na história clínica, nas alterações


eletrocardiográficas e dos valores de referência dos marcadores de necrose miocárdica.

 É recomendado pelas diretrizes AHA p/ RCP e ACE/2010 a realização de ECG com 12


eletrodos no atendimento pré- hospitalar, com transmissão de interpretação médica
podendo facilitar a triagem para hospital específico.
O tratamento medicamentoso inicial consiste na administração de vasodilatadores
coronarianos, antiagregante plaquetário e anticoagulante. Outras drogas podem ser
introduzidas ou vinculadas a sua história pregressa.

A atuação da equipe de enfermagem frente à SCA deve estar embasada no conhecimento


terapêutico de urgência, com o objetivo de minimizar possíveis sequelas do sistema
cardiovascular e demais sistemas orgânicos.

Para isso é importante desenvolver atitudes rápidas e precisas como monitoração do cliente,
oxigeno terapia, instalação de acesso venoso, coleta de exames laboratoriais, realização do
eletrocardiograma, administração de medicamentos em tempo hábil e, por fim, o preparo do
paciente para intervenções hemodinâmicas e/ou cirúrgicas

 INSUFICIENCIA CARDIACA CONGESTIVA (ICC)


A insuficiência cardíaca, também chamada de insuficiência cardíaca congestiva, é uma
doença na qual o coração não consegue mais bombear sangue suficiente para o resto do
corpo, não conseguindo suprir as suas necessidades.

Tipos

A insuficiência cardíaca pode ser dividida principalmente em dois tipos:

 Insuficiência cardíaca sistólica: ocorre quando o músculo cardíaco não consegue


bombear ou ejetar o sangue para fora do coração adequadamente
 Insuficiência cardíaca diastólica: os músculos do coração ficam rígidos e não se
enchem de sangue facilmente

Ambos problemas têm uma coisa em comum: o coração não consegue mais bombear
sangue suficiente rico em oxigênio para o resto do corpo.

Causas

A insuficiência cardíaca é uma doença crônica de longo prazo, embora possa, às vezes,
se desenvolver repentinamente. Ela pode afetar apenas um dos lados do coração, sendo
chamada, dependendo do caso, de insuficiência cardíaca direita ou insuficiência
cardíaca esquerda. Mesmo que ela se desenvolva em somente um lado do coração,
ambos os lados acabam sendo afetados conforme o tempo vai passando.

Como a função de bombeamento do coração está comprometida, o sangue pode retornar


a outras áreas do corpo, acumulando-se, por exemplo, nos pulmões, fígado, trato
gastrointestinal, braços e pernas. Daí o outro nome dado à doença: insuficiência
cardíaca congestiva. Com isso, faltam oxigênio e nutrientes para os órgãos onde houve
acúmulo de sangue, prejudicando e reduzindo a capacidade destes de trabalhar
adequadamente.

No Brasil a causa mais comum da insuficiência cardíaca é a doença arterial coronariana


(DAC), na qual teremos um estreitamento dos vasos coronarianos, que são responsáveis
por levar oxigênio ao músculo cardíaco, pela presença de placas de gordura podendo
levar a isquemia e infarto. Também podem levar a esta condição clínica alterações nas
válvulas cardíacas, níveis pressóricos não controlados, inflamações do músculo
cardíaco, doença de chagas e outras causas.

Fatores de risco

Um fator de risco único pode ser suficiente para causar insuficiência cardíaca, mas uma
combinação de fatores, de acordo com médicos, também pode aumentar o risco da
doença:

 Pressão arterial elevada


 Doença arterial coronariana
 Ataque cardíaco
 Diabetes e alguns medicamentos para tratar a doença
 Apneia do sono
 Cardiopatias congênitas
 Infecção por vírus
 Consumo de álcool
 Batimentos cardíacos irregulares, a exemplo de arritmia.

Sintomas de Insuficiência cardíaca

Os sintomas da insuficiência cardíaca normalmente começam devagar. No início,


podem aparecer apenas quando se está mais ativo. Com o passar do tempo, problemas
respiratórios e outros sintomas podem começar a serem percebidos mesmo ao
descansar.

No entanto, os sintomas de insuficiência cardíaca podem também aparecer de repente,


logo após um ataque cardíaco ou outro problema cardíaco.

Os sintomas mais comuns da insuficiência cardíaca são:

 Falta de ar na atividade física ou logo após estar deitado por um tempo


 Tosse
 Inchaço dos pés e tornozelos
 Inchaço do abdômen
 Ganho de peso
 Pulso irregular ou rápido
 Sensação de sentir o batimento cardíaco (palpitações)
 Dificuldade para dormir
 Fadiga, fraqueza, desmaios
 Perda de apetite, indigestão
 Diminuição da atenção ou concentração
 Redução do volume de urina
 Náuseas e vômitos
 Necessidade de urinar durante a noite
 Bebês podem apresentar suor durante a alimentação (ou outra atividade).

Alguns pacientes com insuficiência cardíaca não apresentam sintomas. Nessas pessoas,
os sintomas podem aparecer somente sob as seguintes condições:

 Ritmo cardíaco anormal (arritmias)


 Anemia
 Hipertireoidismo
 Infecções com febre alta
 Doença renal.

 Diagnóstico e exames

Na consulta médica

O médico deverá colher uma história clínica do paciente observando a presença de


sintomas como falta de ar e cansaço, história de doenças prévias e familiares, e fazer um
exame físico detalhado procurando identificar possíveis sinais da doença.

Diagnóstico de Insuficiência cardíaca

O diagnóstico na maioria das vezes poderá ser feito baseado na história clínica do
paciente, na sintomatologia e no exame físico. Os exames laboratoriais e de imagem
serão complementares no diagnóstico e ajudarão no tratamento e seguimento deste
pacientes.

Exames

 Ecocardiograma de 12 derivações: possibilita a identificação de alterações de


sobrecarga ou dilatação do músculo cardíaco e a presença de arritmias
 Raio-X de tórax: avalia o tamanho do coração, presença de líquido nos pulmões
e presença de infecções associadas
 Ecocardiograma bidimensional: avalia o músculo cardíaco, a função do coração
e as válvulas cardíacas
 Angiotomografia coronariana: identifica a presença de placas de gordura e
variações anatômicas
 Ressonância cardíaca: calcula a função do coração, o tamanho das câmaras
cardíacas, a presença de infartos e fibrose no músculo e ajuda no diagnóstico das
causas da patologia
 Cineangiocoronariografia: identifica a presença de placas de gordura, e
possibilita o tratamento seja de valvulopatias ou obstruções coronarianas

 tratamento e cuidados

Tratamento de Insuficiência cardíaca


O tipo de tratamento a ser indicado deverá ser individualizado para cada paciente e
dependerá de alguns fatores como: A causa da insuficiência cardíaca, os sintomas e
complicações clínicas apresentados pelo paciente e o estágio da doença. O tratamento.

Em geral o paciente deverá restringir o uso de sal, a ingesta de líquidos e perder peso.
Não poderá ingerir gorduras e frituras.

O tratamento medicamentoso avançou muito nos últimos anos, e têm possibilitado


diminuição dos sintomas, aumento da sobrevida e da qualidade de vida dos pacientes.
Serão utilizados anti-hipertensivos para controle da pressão arterial, diuréticos para
diminuir o inchaço das pernas e liquido no pulmão, medicações que diminuam a
descarga de adrenalina encontrada nestes pacientes, remédios que melhorem a
contratilidade do coração e vasodilatadores.

Em alguns casos, a doença subjacente que levou a disfunção do coração, necessitará de


tratamento percutâneo com stents ou cirúrgico. Um exemplo muito comum são as
valvulopatias, em que se pode fazer a correção da válvula do paciente, ou a sua troca,
por uma nova que poderá ser de material biológico ou metálico. Outra abordagem
cirúrgica poderá ser através de cirurgias de implante de enxertos de veia safena ou
artérias mamárias, nas situações em que o fluxo de sangue nos vasos coronarianos estão
comprometidos. Nos estágios mais avançados da doença, o transplante cardíaco poderá
ser a única terapia efetiva.

Medicamentos para Insuficiência cardíaca

Os medicamentos mais usados para o tratamento de insuficiência cardíaca são:

 Aldactone
 Aminofilina
 Ancoron
 Aradois
 Atenolol
 Amiodarona
 Apresolina
 Atorvastatina Cálcica
 Besilato de Anlodipino
 Captopril
 Carvedilol
 Clexane
 Concor
 Cardcor
 Clortalidona
 Diamox
 Digoxina
 Diovan
 Diurix
 Dobutamina
 Enalapril
 Espironolactona
 Hidroclorotiazida
 Higroton
 Isordil
 Isossorbida
 Lipitor
 Lisinopril
 Losartana Potássica
 Monocordil

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem
como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações
do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem
consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito
maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Convivendo/ Prognóstico

O prognóstico será melhor quanto mais precocemente a doença for identificada e quanto
maior for a adesão ao tratamento e as recomendações propostas.

Complicações possíveis

O paciente poderá ter algumas complicações agudas que necessitem de tratamento de


urgência para alívio dos sintomas. Poderá evoluir também para insuficiência renal,
necessidade de diálise, uso de marcapassos e implante de dispositivos para tratar
arritmias

Prevenção

Na maioria dos casos, a insuficiência cardíaca é causada por doenças preveníveis. Deve-
se procurar manter um estilo de vida saudável, com alimentação adequada, atividade
física regular, não fumar e evitar o stress. Deve-se procurar um cardiologista com
regularidade para que se possa avaliar a pressão arterial e identificar a presença de
condições que poderão no futuro levar ao desenvolvimento da doença.

AULA 11

ACIDENTE VASCULAR ENCEFALICO

Acidente Vascular Encefálico (AVE)

As doenças do aparelho circulatório tornaram-se, dentre as patologias não transmissíveis,


aquelas que apresentam maior índice de morbimortalidade. Dados analisados no Estado de
São Paulo em 2007, demonstram que, do total de óbitos, aproximadamente 36% foram em
consequência de patologias do aparelho circulatório, observando-se discreta predominância
do sexo masculino (53%).

Segundo Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade-SP), esse índice de


mortalidade inclui doenças hipertensivas, doenças isquêmicas cardíaca, doenças
cerebrovasculares, doenças do aparelho circulatório e demais patologias cardíacas.

Os acidentes vasculares encefálicos acarretam ônus econômico para os sistemas de saúde,


pois resultam em altos níveis de invalidez precoce. Déficits neurológicos, com frequência,
tornam a pessoa dependente de um cuidador, geralmente um membro da família.

A relação entre o grau de severidade do agravo e o tempo em que se estende a doença indica
a necessidade de desenvolvimento de estratégias de proteção e cuidado ao familiar doente.

Reveja a anatomia e fisiologia do sistema nervoso para melhor compreensão do assunto.

Trata-se de um mal súbito com evolução rápida que acomete um ou vários vasos sanguíneos
responsáveis pela irrigação do encéfalo, ocasionando alterações histopatológicas e resultando
em déficits neurológicos. Esse acometimento vascular inclui aspectos funcionais e estruturais,
bem como o fluxo sanguíneo e distúrbios de coagulação, podendo originar duas situações: o
AVE isquêmico, que corresponde de 80% a 85% dos casos, e o AVE hemorrágico, que acomete
em torno de 10% a 15% da população. Ambos causam sequelas distintas e de extensão
variável, conforme a região afetada.

O AVE isquêmico é caracterizado por uma área de infarto cerebral devido à interrupção do
fluxo sanguíneo, que acarreta em dano estrutural irreversível. Conjuntamente, ocorre uma
região de instabilidade, denominada zona de penumbra, cujas sequelas dependerão da
magnitude do dano e de sua repercussão futura.

Na fase aguda da isquemia, essa região tem sua irrigação diminuída, mas suficiente para
manter a viabilidade celular temporariamente. Para a delimitação da área afetada pelo infarto
cerebral, bem como sua extensão, devem ser consideradas a oxigenação, o equilíbrio
metabólico, o fluxo sanguíneo e a circulação colateral do local afetado. A principal causa do
AVE isquêmico é o tromboembolismo arterial em decorrência de embolias cardíacas ou ainda
de grandes vasos, que incluem as artérias aorta, carótida e vertebrais. Situações de oclusão de
pequenos vasos, vasculites, dissecção vascular e ainda discrasias sanguíneas, enxaqueca,
cardiopatias congênitas também são considerados fatores etiológicos.

 O ataque isquêmico transitório (AIT), considerado também como déficit neurológico,


pode ser definido como injúria isquêmica reversível e transitória com desaparecimento
total dos sinais e sintomas em menos de 24 horas. Porém, estudos atuais
demonstraram, por meio de tomografia computadorizada, que uma porcentagem de
pacientes (15% a 20%), e ainda uma porcentagem maior de pacientes submetidos à
ressonância magnética, apresentaram achados compatíveis com infarto cerebral. Há
propostas atuais de redefinição desses eventos para a confirmação de um AVE
considerado isquêmico.
Quando falamos do AVE hemorrágico, é necessário distinguir o local da ocorrência da
hemorragia. Hemorragia intraparenquimatosa (HIP) e hemorragia subaracnóidea (HSA) são
distintas devido às alterações clínicas evidenciadas, etiologia e abordagem terapêutica a ser
utilizada.
Na HIP, a principal causa é a hipertensão arterial que, ao longo de sua evolução, desencadeia
alterações patológicas crônicas na parede de pequenas artérias levando à formação de micro
aneurismas (aneurismas de Charcot-Bouchard). Outras causas incluem ruptura de aneurismas,
malformações arteriovenosas, vasculites e discrasias sanguíneas.

Os fatores de risco para as doenças cerebrovasculares (DCV) são idade avançada, cardiopatias,
hipertensão arterial, diabetes, distúrbios da coagulação, doenças hematológicas, tabagismo,
uso abusivo de álcool e outras drogas ilícitas. Para que você compreenda a prioridade do
atendimento, é importante uma revisão da fisiopatologia do AVE isquêmico e hemorrágico.
Associe essas alterações aos sinais e sintomas.

Para as HSA, destaca-se a ruptura de aneurisma sacular intracraniano como principal causa de
prognóstico sombrio, levando à morte em mais de 50% das ocorrências. As seguintes
manifestações neurológicas podem estar presentes: alterações do nível de consciência, déficit
motor e sensitivo, alterações de coordenação de visão, da linguagem, fala e memória.

Por acometimento de nervos cranianos, o paciente pode apresentar diplopia, nistagmo, ptose
palpebral e paralisia facial. Tonturas, vertigens, cefaleia e vômitos podem estar presentes. A
tomografia computadorizada deve ser realizada o mais rápido possível para evidenciar o tipo
de acometimento. Em casos de indefinição ou piora das condições clínicas do paciente, deve
ser repetida em um prazo de 24 a 48 horas.

O Doppler de carótidas, a angiografia cerebral e a ressonância magnética podem colaborar


para elucidação do caso. Exames laboratoriais como hemograma, dosagem de sódio e
potássio, ureia e creatinina sérica, glicemia, coagulograma, somados à radiografia do tórax e
ao eletrocardiograma complementam a investigação diagnóstica. Por vezes, a punção liquórica
pode ser realizada quando há suspeita de hemorragia subaracnóidea não diagnosticada na
tomografia de crânio.

 No atendimento pré-hospitalar (APH), a rápida avaliação, seguida de agilidade no


transporte para o hospital, também colaboram para um melhor prognóstico. Proceda
à avaliação primária e secundária, providencie a monitoração para avaliar os
parâmetros vitais, a oximetria e administre a oxigeno terapia, se indicado. Em geral,
podemos identificar uma elevação anormal da PA, importante na fase aguda por
favorecer o aumento do fluxo sanguíneo em áreas de isquemia cerebral. É uma forma
compensatória pela qual o organismo pode se beneficiar. Mas, atenção, esse aumento
da pressão arterial não deve ter índices muito elevados, pois pode causar uma nova
isquemia ou sangramento. Em alguns casos, é necessária a administração de
medicação anti-hipertensiva por via parenteral para controle dos níveis pressóricos, e
essa monitorização mais específica é favorecida no ambiente hospitalar.

Ao proceder a venopunção, assegure-se de que a infusão de fluidos seja controlada, evitando


sobrecargas volêmicas desnecessárias. Verificar a glicemia capilar é importante, pois, em geral,
a maioria dos pacientes acometidos pelo AVE é idoso e pode apresentar outras comorbidades.
É necessário que a equipe do APH realize a avaliação neurológica, utilizando a escala de coma
de Glasgow, escala de Cincinnati ou outras, conforme o protocolo instituído no serviço. Fique
atento, pois, dentre as alterações neurológicas que acompanham esse agravo, o paciente pode
apresentar convulsões.
ESCALA PRÉ HOSPITAL DE AVC

AÇÃO NORMAL ANORMAL


Queda facial Pedir para o paciente Ambos os lados Desvio da rima labial
sorrir movem-se
igualmente
Debilidade dos Manter os olhos Ambos os braços são Um braço perde a
braços fechados, com sustentados força, não é
braços estendidos igualmente sustentado e abaixa
por 10segundos
Fala anormal Prestar atenção na O paciente fala e Palavras
fala e articulação das articula incompreensíveis,
palavras corretamente as incorretas ou
palavras incapacidade para
falar.

A presença de uma ou mais alterações indica sinal ou Cincinnati positivo, pois nessa escala não
há pontuação em valores numéricos. Antes da aplicação, certifique-se de que o paciente não
apresentou AVE anteriormente, pois as sequelas podem dificultar a avaliação do estado atual.
A outra possibilidade, na avaliação pré-hospitalar do AVE, é identificar o nível de alteração
neurológica com a inclusão de outros procedimentos, como a aferição da glicemia capilar e
informações mais detalhadas, por meio do LAPSS. É um pouco mais detalhada e inclui a
glicemia capilar como parâmetro a ser avaliado.

 No momento em que esse paciente chega ao pronto-socorro, o técnico de enfermagem


inicia os cuidados, auxiliando nas medidas preconizadas pelos protocolos
institucionais. Quando necessário, auxilia a equipe médica na manutenção da
permeabilidade das vias aéreas por meio de introdução de cânula oro traqueal,
máscara laríngea ou outro dispositivo para obtenção de uma via aérea adequada,
possibilitando a instalação de suporte ventilatório. A monitoração da oximetria de
pulso proporciona o acompanhamento da evolução da saturação de oxigênio e
eventual necessidade de suplementação de O2.
Segundo o protocolo do National Institute of Neurological Disorders and Stroke (NINDS), as
metas de tempo para que pacientes sejam beneficiados com a terapia trombolítica é de até
três horas, a partir da primeira manifestação clínica.

Deve ser utilizada após avaliação criteriosa das condições clínicas do paciente, conjuntamente
aos métodos diagnósticos laboratoriais ou de imagem. Há evidência de real melhora da zona
de penumbra após a trombólise com a administração do ativador plasminogênico tecidual
humano recombinante, propiciando o restabelecimento da circulação que envolve a área de
necrose.
Os processos cerebrais inflamatório, traumático, neoplásico parasitário e vascular podem
alterar o equilíbrio do sangue, líquor e massa encefálica levando à hipertensão intracraniana.
Medidas para contenção da pressão intracraniana (PIC), como diminuição do edema cerebral,
prevenção de convulsão e sedação para diminuição da atividade cerebral podem ser iniciadas
no serviço de emergência após confirmação diagnóstica.

Puncione um acesso venoso calibroso para a administração de medicamentos tais como


trombolíticos, anticonvulsivantes, anticoagulantes, entre outros, que colaboram na prevenção
dos agravos como edema, hemorragia e convulsão. Esteja atento à variação do nível de
consciência, a alterações de motricidade, sensibilidade e a modificações pupilares que podem
significar uma piora do quadro neurológico.

A passagem de sonda gástrica e de sonda vesical de demora facilita o controle de débitos e do


balanço hídrico. A decisão quanto ao tratamento clínico ou cirúrgico dependerá do tipo de AVE
e da evolução do paciente, cabendo à equipe de enfermagem prepará-lo para unidade
especializada.

DOENÇAS SISTEMA RESPIRATORIO

No mundo todo, as doenças que acometem o sistema respiratório ocupam o posto de


terceira causa de morte. Dentre as doenças mais comuns que acometem o aparelho
respiratório estão:

 Broncopatias;
 Pneumopatias;
 Transtornos respiratórios;
 Fístula do trato respiratório;
 Doenças torácicas;
 Transtorno da motilidade ciliar;
 Doenças nasais;
 Hipersensibilidade respiratória;
 Infecções respiratórias;
 Doenças da traqueia;
 Laringopatias;
 Doenças pleurais;
 Anormalidades do sistema respiratório;
 Neoplasias do trato respiratório.

Os pulmões são órgãos que compõem o sistema respiratório, responsáveis pelas trocas


gasosas entre o ambiente e a corrente sanguínea. São dois órgãos de formato piramidal,
sendo estes os principais órgãos do sistema respiratório dos humanos.

As doenças mais comumente observadas que acomete os pulmões são:

 Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);


 Bronquite crônica;
 Enfisema pulmonar;
 Asma;
 Câncer de pulmão.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
É mais comum em indivíduos do sexo masculino com idade avançada, sendo que
também é frequente sua observação em indivíduos que já tiveram tuberculose.
A doença pulmonar obstrutiva crônica  (abreviada por DPOC) é uma doença crónica,
progressiva e parcialmente reversível que acomete os pulmões e tem como principais
características a destruição de seus alvéolos e o comprometimento dos restantes.
Os principais sintomas dos pacientes são a limitação do fluxo aéreo (entrada e saída do
ar), principalmente na fase expiratória, a dispneia (falta de ar), a hiperinsulflação
dinâmica que leva ao encurtamento das fibras musculares do diafragma, fadiga
muscular, insuficiência respiratória entre outros.
Os principais sintomas incluem dispneia aos esforços que pode progredir para dispneia
de decúbito (ortopneia) e dispneia paroxística noturna, tosse produtiva matinal (pois há
um acumulo das secreções/muco produzidos durante a noite na árvore
traqueobrônquica), hemoptise, expectoração.
Os portadores de DPOC podem apresentar quadro crônico de hipoxemia e hipercapnia,
evidenciados nos exames gasométricos.
Raio-X do tórax mostrando hiperinsuflação.
Os principais fatores desencadeadores da DPOC (enfisema, bronquite crônica e asma)
estão relacionados principalmente ao tabagismo, seguido de exposição passiva ao fumo
(pessoa que vive junto com o fumante), exposição à poeira por vários anos, poluição
ambiental, e até fatores genéticos nos casos que se comprova a deficiência
de enzimas relacionadas à destruição do parênquima pulmonar.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 80
milhões de pessoas apresentam DPOC moderada a severa, No Brasil, esta afecção
acomete em torno de 5,5 milhões de pessoas por ano, segundo o Conselho Brasileiro de
DPOC.

Normalmente os pacientes com DPOC apresentam sintomatologia tanto da bronquite


crônica quanto do enfisema pulmonar.

A única maneira de ter certeza que você tem DPOC é realizar um exame respiratório
chamado espirometria, secundando-se o exame de imagem e clínico.

Embora não tenha cura, os tratamentos disponíveis para a DPOC atuam retardando a


progressão da doença, controlando os sintomas e reduzindo as complicações.

Quando a DPOC está sob controle, os sintomas serão mais ou menos os mesmos no dia
a dia.

O paciente pode sentir:

 Aumento da falta de ar;


 Aperto no peito;
 Confusão;
 Aumento excessiva da tosse e de tosse com muco;
 Mudança na cor do muco;
 Febre;
 Sonolência excessiva, (sinal de uma intoxicação por dióxido de carbono,
possivelmente fatal);
 Lábios ou unhas vão azulando.

Se o paciente diagnosticado com DPOC sente confusão ou sonolência excessiva, ele


deve procurar atendimento de emergência imediatamente. Estes são sinais de que os
níveis de dióxido de carbono no sangue são perigosamente altos, e isso pode ser fatal.

Há muitas coisas que o paciente pode fazer para reduzir os riscos de ter uma crise, tais
como evitar a poluição, certificar que a qualidade do ar em casa é boa, evitar coisas que
possam irritar os pulmões tais como produtos químicos ou fumo do tabaco.

O paciente deve se alimentar adequadamente, adotando uma dieta saudável preparada


para garantir que permaneça em boa saúde e sobretudo preservar a massa muscular.
Muitas pessoas com DPOC descobrem que a respiração se torna mais difícil quando
fazem refeições pesadas. Uma sugestão é passar a fazer mais refeições menores durante
o dia. Mas o ideal é consultar um nutricionista de sua confiança. É fundamental o
acompanhamento de um profissional.

Caminhada, dança, exercícios de alongamento e respiratórios são boas formas de


atividades físicas para pacientes com DPOC. Antes de iniciar um programa de
exercícios é importante levar em consideração se o paciente está se expondo à poluição.
Por exemplo, se estiver indo para uma caminhada

Antes de iniciar qualquer programa de exercícios é fundamental consultar um médico


pneumologista especialista em DPOC. Somente com orientação profissional adequada
(fisioterapeuta) é que os exercícios físicos se tornam aliados do paciente.

Bronquite Crônica
A bronquite crônica é definida como uma inflamação dos brônquios. Geralmente, surge
depois de 20 a 30 anos de exposição dos brônquios a fatores irritantes, como o
tabaco, poluição do ar, entre outras fontes. Sua ocorrência é mais comum em mulheres
do que em homens.

Bronquite é a inflamação dos brônquios. Existem dois tipos, a bronquite aguda, que


geralmente é causada por vírus ou bactérias e que dura diversos dias até semanas, e a
bronquite crônica com duração de anos, não necessariamente causada por uma infecção,
e geralmente faz parte de uma síndrome chamada DPOC (doença pulmonar obstrutiva
crônica), doença que pode ser descrita como um “guarda-chuva", uma vez que
contempla a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Em pessoas com bronquite
crônica, as vias aéreas estão estreitas, tensas e muitas vezes cheias de muco, resultando
na redução da passagem do ar.
A bronquite aguda ou crônica é caracterizada por tosse e expectoração (que expulsa, por
meio da tosse, secreções provenientes da traquéia, brônquios e pulmões) e sintomas
relacionados à obstrução das vias aéreas pela inflamação e pelo expectorado, como
dificuldade de respiração e chiados. O tratamento pode ser realizado
com antibióticos, broncodilatadores, entre outros.

Sinais e sintomas de bronquite

 Tosse;
 Expectoração;
 Falta de ar;
 Sibilância;
 Cianose;
 Inchaço nas extremidades do corpo graças à piora do trabalho cardíaco;
 Febre quando a bronquite crônica estiver associada à uma infecção respiratória;
 Cansaço;
 Falta de apetite;
 Catarro mucóide (na maioria das vezes muco claro ou branco, purulento se tiver
alguma infecção).

Diagnóstico
Examinando o doente, o médico pode notar roncos e outras alterações na auscultação do
tórax com o estetoscópio. A história clínica irá definir se o caso é agudo ou crônico 
O médico poderá também solicitar exames complementares, tais como:

 Radiografia do tórax para concluir se a doença se agravou para pneumonia.


 Exame do escarro para a identificação do germe envolvido.
 Análise do sangue poderão identificar que sinalizem infecção viral ou bacteriana.
 Espirometria, que mede a capacidade e função pulmonar
Fisiopatologia
Com a presença de partículas ou gases nocivos acontece uma inflamação crônica que
aumenta a produção de muco, que fica acumulado nos brônquios e o corpo não
consegue eliminá-lo. As inflamações são recorrentes.

Tratamento
Para começar o tratamento, é importante eliminar o cigarro (caso o doente
seja tabagista), e repousar para evitar respirar em ambientes de gás tóxico e poluição.
Para quem já tem a doença há um tempo considerável, deixar o fumo não vai fazer com
que a doença regrida, mas desacelerará o seu avanço.
Agentes Mucolíticos e Fluidificantes diminuem a viscosidade do catarro e assim evitam
que com a secagem da secreção forme obstruções nos brônquios. Com a diminuição da
viscosidade da secreção, as vias respiratórias ficam menos congestionadas, e assim há
uma melhora significante da respiração.
Exercícios da terapia de reabilitação fazem com que o paciente seja capaz de utilizar a
sua energia melhor ou de uma forma em que haja menor gasto de oxigênio.
A oxigenoterapia (uso de oxigênio em casa), quando necessária, também pode melhorar
os sintomas, além de aumentar a expectativa de vida.
Corticóides (medicamentos utilizados para controlar a inflamação crônica
dos brônquios) minimizam os sintomas.
Além disso, antibióticos ajudam muito nos casos de exacerbação da doença, quando
resultam de uma infecção bacteriana nos brônquios.
Broncodilatadores
Os broncodilatadores melhoram o fluxo de ar nesta doença, aliviando a falta de ar e a
sibilância. Podem ser utilizados através de nebulizações, nebulímetros (semelhantes à
"bombinha" da Asma), cápsulas de inalar, comprimidos, xaropes, etc. O meio mais
prático é o uso dos nebulímetros pois estes podem ser utilizados tanto em casa quanto
fora, além de apresentarem menor freqüência de efeitos indesejáveis.

Prevenção
Na bronquite crônica, é importante a vacinação anual contra o vírus causador da gripe,
uma vez que esta pode piorar a doença. Com este mesmo objetivo, é indicado também o
uso da vacina contra o pneumococo, que é a principal bactéria causadora de infecções
respiratórias, entre elas a pneumonia, e é claro, a própria bronquite crônica. A vacinação
deve ser feita uma única vez e, em casos específicos, pode ser repetida depois de cinco
anos.
Tabaco
Uma das principais medidas preventivas a serem tomadas é não fumar. O médico pode
oferecer ao seu paciente auxílio neste sentido, podendo indicar medicações auxiliares. A
reposição de nicotina por gomas, adesivos ou outros recursos podem ser utilizados.
Também pode ser indicado o uso de bupropiona, um medicamento que tem o efeito de
diminuir os sintomas de abstinência ao fumo.
Enfisema Pulmonar
 É um tipo de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracterizada por danos
aos alvéolos pulmonares, causando oxigenação insuficiente e acúmulo de gás carbônico
no sangue (hipercapnia). Ela geralmente é causada pela inalação de produtos
químicos tóxicos, como fumaça de tabaco, queimadas e poluição do ar.
.

Causas

As principais causas de enfisema são

 Tabagismo (cerca de 80 a 90% dos pacientes com enfisema foram ou são fumantes)
 Exposição a gases tóxicos no local de trabalho (cerca de 10 a 20% dos casos) 
 Genética (responsável por 1 a 5% dos casos)

Fatores de risco
Fatores que aumentam a chance de desenvolver enfisema incluem

 Poluição do ar;
 Má nutrição;
 Infecções respiratórias;
 Histórico familiar de DPOC;
 Baixa temperatura.

Fisiopatologia

A lesão das paredes dos alvéolos dão uma


aparência bolhosa ao pulmão e as toxinas dão
aparência acinzentada.
O enfisema é caracterizado pela perda da
elasticidade do tecido pulmonar,
destruição dos alvéolos e seus capilares.
Conforme os danos aumentam, as vias aéreas
colapsam, resultando em menos superfície para
trocas gasosas, levando a uma forma
obstrutiva de doença pulmonar: o ar entra nos
pulmões e não sai.
A diminuição da ventilação e obstrução das
vias aéreas e a hiperinflação dos pulmões resultam em baixos níveis de oxigênio
(hipóxia) e, eventualmente, níveis de dióxido de carbono (hipercapnia) no sangue cada
vez maiores, conforme o espaço para troca gasosa reduz. Durante a hiperinflação
pulmonar, o risco de inflamação das vias aéreas também aumenta, o fluxo de ar
expiratório reduz e diminui ainda mais a transferência de gás. Os níveis de oxigênio no
sangue progressivamente menores aumentam a frequência respiratória como resposta
compensatória. 
Os baixos níveis de oxigênio, se presente por um período prolongado, podem resultar
em estreitamento por reflexo das artérias dos pulmões, enquanto as inflamações e lesões
por produtos tóxicos levam à ruptura de capilares e alvéolos dos pulmões. Ambas as
mudanças resultam em aumento da pressão sanguínea nas artérias pulmonares.

Sinais e sintomas
Os sintomas, que pioram com o tempo, são

 Falta de ar (por hipoventilação);
 Chiado ao respirar;
 Tórax inchado;
 Hipertensão arterial;
 Letargia;
 Tosse prolongada e persistente.
Assim que o enfisema avança, podem-se observar deformidades nas unhas, causadas
pela baixa concentração de oxigênio. Caracteriza-se pela hipertrofia e hiperplasia das
paredes das mucosas.

Diagnóstico
O diagnóstico de enfisema está intimamente relacionado ao da DPOC (doença pulmonar
obstrutiva crônica), podendo-se utilizar a oximetria de pulso, espirometria,
a gasometria arterial, analise clínica dos sinais e sintomas e histórico familiar.

Tratamento
O enfisema é uma condição degenerativa irreversível, embora possa haver uma pequena
recuperação da função pulmonar. A medida mais importante que pode ser tomada para
diminuir a progressão do enfisema é a interrupção do tabagismo por parte do paciente e
evitar exposição a poluentes. Parar de fumar reduz o risco de morte em
18%. A reabilitação pulmonar também pode ser muito útil para melhorar a qualidade de
vida do paciente.
O enfisema pode ser tratado auxiliando a respiração com diversos medicamentos como

 Broncodilatadores (como anticolinérgicos, metilxantina, aminofilina ou efedrina)


 Corticosteroide inalados ou orais (atuam como anti-inflamatórios)
 Mucolíticos em caso de muito catarro
 Antibioticoterapia (como penicilina, ampicilina, tetraciclinas) em caso de infecção
bacteriana
 Agonista adrenérgico beta-2 inalatórios de curta ou longa duração.
Também é importante:

 Fisioterapia
 Oxigenoterapia
 Boa higiene bucal
 Ambiente bem ventilado e sem mofo
 Exercícios regulares
 Boa nutrição e muita água
Em casos graves pode ser necessário ventilação mecânica, como CPAP ou BIPAP,
cirurgia para remover parte do pulmão lesionado e transplante de pulmão.

Asma
A asma, também conhecida como asma brônquica ou bronquite asmática, é uma afecção
pulmonar caracterizada pela inflamação das vias aéreas, que leva à diminuição ou até
mesmo obstrução do fluxo de ar. Sua fisiopatologia está ligada a fatores genéticos e
ambientais, manifestando-se por meio de crises de falta de ar.

A asma é uma doença inflamatória crónica das vias respiratórias caracterizada por


sintomas diversos e recorrentes, obstrução reversível das vias respiratórias
e broncoespasmo.

Quando as vias aéreas inflamadas são expostas a vários estímulos ou fatores


desencadeantes tornam-se hiperreativas e obstruídas, limitando o fluxo de ar através
de broncoconstrição, produção de muco e aumento da inflamação. Entre os sintomas
mais comuns estão a pieira recorrente, tosse com agravamento noturno, sensação de
aperto no peito e dificuldade respiratória recorrente. Pensa-se que a asma tenha origem
numa conjugação de fatores genéticos e ambientais. Entre os fatores desencadeantes
mais comuns estão os alergénios, como ácaros domésticos, baratas, pólen, pêlo de
animais e fungos, e diversos fatores ambientais, como o fumo de tabaco ativo e passivo,
a poluição do ar, irritantes químicos, exercício físico e determinados fármacos como
a aspirina.
A asma pode ser difícil de diagnosticar. Alguns dos sintomas de asma, como a dispneia
aguda, o aperto torácico e a pieira, podem ser provocados por outras doenças. O
diagnóstico é geralmente realizado com base no padrão dos sintomas, na comprovação
da reversibilidade dos sintomas com broncodilatadores e nos resultados de exames
de espirometria.
Embora não exista cura para a asma, é possível controlar a frequência e intensidade dos
sintomas. A primeira medida é evitar a exposição aos factores desencadeantes. Se não
for suficiente, geralmente recomenda-se o uso de medicação, preferencialmente por via
inalatória. Existem dois tipos de medicação para o controlo de asma: os medicamentos
para alívio rápido dos sintomas e das crises de asma, como os broncodilatadores de
curta duração, e os medicamentos de ação preventiva a longo prazo que previnem o
aparecimento de sintomas ou de crises, particularmente os anti-inflamatórios.
Encontram-se disponíveis vários dispositivos de inalação, como inaladores
pressurizados, inaladores de pó seco e nebulizadores.

Ao contrário destas doenças, a obstrução das vias respiratórias na asma é geralmente


reversível. No entanto, se não for tratada, a inflamação crónica da asma pode levar a que
os pulmões fiquem obstruídos de forma irreversível devido às alterações físicas nas vias
respiratórias. Ao contrário do enfisema, a asma afeta os brônquios, e não os alvéolos
pulmonares
 Asma é provocada por uma combinação de interações genéticas e ambientais
complexas que ainda não são compreendidas na totalidade. Estes fatores influenciam
não só a gravidade da doença como também a recetividade ao tratamento. Acredita-se
que o aumento recente da proporção de asmáticos seja devido a alterações epigenéticas
e às alterações no ambiente quotidiano.

Embora não exista cura para a asma, é possível controlar os sintomas, deve incluir a
redução da exposição a alergénios.
Para o alívio rápido dos sintomas de asma são recomendados broncodilatadores.
Alterações no estilo de vida(não fumar, evitar poeiras, ácaros, etc.
A medicação para a asma é geralmente administrada através de inaladores pressurizados
doseáveis. Estes dispositivos podem ser complementados com uma câmara
expansora ou um inalador de pó seco. 

 Os agonistas adrenérgicos beta2 de ação curta inalados (SABA), como o salbutamol,


são a primeira linha de tratamento dos sintomas de asma. A sua inalação é
recomendada antes do exercício em pessoas com sintomas induzidos pelo exercício.
 Os anticolinérgicos, como o brometo de ipratrópio, oferecem benefícios acrescidos
quando usados de forma combinada com os SABA em pessoas com sintomas
moderados a graves.  Os broncodilatadores anticolinérgicos podem também ser
usados nos casos em que haja intolerância aos SABA.
 Os agonistas adrenégicos mais antigos e menos seletivos, como a adrenalina, têm a
mesma eficácia dos SABA. No entanto, já não são recomendados devido à
preocupação com a excessiva estimulação cardíaca.

Nos Estados Unidos, essa doença leva ao óbito aproximadamente 5% dos adultos. Tanto
os internamentos quanto os óbitos relacionados a essa doença tem aumentado. No
Brasil, dentro do SUS, a asma representa a terceira causa de internamentos, sendo que
no ano de 2007 foram registradas 273.205 internações por essa doença no Brasil (2,41%
das internações totais).
Câncer de Pulmão
O câncer de pulmão é um dos tumores malignos mais comuns, sendo que sua incidência
no mundo todo vem aumentando 2% a cada ano. A mortalidade por esse tipo de
neoplasia é muito elevada e o prognóstico está relacionado à fase em que é
diagnosticado.

O principal fator de risco para o aparecimento dessa neoplasia é o tabagismo.


Atualmente, este último corresponde a 90% dos casos desse tumor. É mais comumente
observado em homens do que em mulheres; todavia, o número de casos em mulheres
está aumentando, enquanto que o número de casos em homens está diminuindo.

Esta neoplasia também pode ser causada por certos produtos químicos, como: arsênico,
berílio, asbesto, radônio, níquel, cromo, cádmio e cloreto de vinila, especialmente
observados em ambiente ocupacional. Outros fatores relacionados ao surgimento desse
tumor são os dietéticos, genéticos, histórico da DPOC e histórico de câncer de pulmão
na família.

ATELECTASIA

Sinônimos: Colapso pulmonar; colapso pulmonar parcial

Atelectasia é um colapso total ou parcial do pulmão ou do lóbulo pulmonar, que


acontece quando os alvéolos (pequenos sacos pulmonares) se esvaziam.

Esta é uma das complicações respiratórias mais comuns após cirurgias. Ela também
pode surgir em decorrência a outros problemas na respiração, tais como, inalação de
objetos estranhos, tumores pulmonares, água no pulmão, asma severa e ferimentos
no peito.

Atelectasia pode ser grave, uma vez que reduz a quantidade de oxigênio disponível no
corpo.

Causas

A principal causa de atelectasia é a obstrução de um dos brônquios (ramificações da


traqueia que conduzem diretamente aos pulmões). Mas, além desta, as vias aéreas
inferiores também podem ser obstruídas causando atelectasia.

Essa obstrução pode ser devida ao muco, tumor, objeto aspirado até o brônquio,
coágulos de sangue, estreitamento das principais vias respiratórias devido a infecções
crônicas, fungicas, tuberculose, pneumonia, pneumotórax, ou por pressão externa.

Muitas cirurgias, principalmente a de colocação do marca-passo, podem causar


atelectasia. Isso porque a anestesia altera a dinâmica de entrada e saída de ar dos
pulmões, a absorção de gases e a pressão, o que combinado pode levar a algum grau de
colapso nos alvéolos.

Fatores de risco

Fatores que aumentam o risco de atelectasia incluem:

 Nascimento prematuro, quando os pulmões ainda não foram completamente


desenvolvidos
 Qualquer condição que interfira na tosse espontânea
 Doenças pulmonares como bronquite, asma e fibrose cística
 Confinamento em uma cama com pouca movimentação
 Cirurgias abdominais ou torácicas recentes
 Uso recente de anestesia geral
 Fraqueza dos músculos respiratórios
 Obesidade
 Ter entre um e três anos de idade
 Problemas para engolir, principalmente em adultos mais velhos
 Respiração superficial

 Sintomas

Sintomas de Atelectasia

Os sintomas de atelectasia não são óbvios, mas, caso tenha sintomas, o paciente pode
experimentar:

 Dificuldade para respirar


 Respiração rápida e superficial
 Febre baixa
 Tosse

 Diagnóstico e exames
.

É bem provável que o paciente já esteja sob cuidados médicos quando a atelectasia
aconteça, mas, caso não esteja, ele pode consultar o clínico geral ou um pneumologista.

 Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram, mesmo
que não pareçam relacionados à atelectasia
 Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e
medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

 Os seus sintomas têm sido constantes ou ocasionais?


 Há algo que faça eles aparecerem?
 O que você faz para melhorá-los? O que pode piorá-los?
 Teve febre?

O pneumologista ainda pode pedir que colha uma amostra da secreção para análise.

Diagnóstico de Atelectasia

Normalmente os médicos indicam um exame de raios-x do tórax do paciente para


diagnosticar atelectasia. Em crianças com sintomas de infecções respiratórias,
especialmente pneumonia, o exame pode mostrar a presença de um corpo estranho, que
é a causa mais comum de atelectasia em crianças.

Para determinar outras causas, o médico pode pedir os seguintes exames:

 Ultrassom
 Oximetria
 Tomografia computadorizada
 Broncoscopia

 Tratamento e cuidados

Tratamento de Atelectasia

O tratamento para atelectasia depende da razão dos sintomas aparecerem. Em pequenas


áreas o pulmão pode se curar sem tratamento. Se for ligada a outra situação de saúde,
como um tumor, o tratamento pode envolver a remoção ou encolhimento da área afetada
com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia.

Para pacientes que fizeram ou farão cirurgias nas vias respiratórias, é importante usar
técnicas para respirar fundo e ajudar a expandir a área colapsada. Alguns exercícios que
os fisioterapeutas respiratórios recomendam são:
 Tossir
 Posicionar o corpo de forma que a cabeça fique mais baixa que o tronco,
fazendo com que o muco seja drenado mais facilmente do fundo dos pulmões
 Dar suaves tapas sobre a área colapsada para soltar o muco
 Inalações com oxigênio ajudam a aliviar os sintomas da respiração curta

Medicação

Em alguns casos pode ser necessário usar remédios para o tratamento de atelectasia.
Entre eles:

 Broncodilatadores inalados, que abrem os brônquios para que a respiração fique


mais fácil
 Acetilcisteína, que ajuda o muco a ficar mais fino para ser eliminado com a tosse
 Pulmozyme, principalmente usado para limpar tampões de muco em crianças

Dependendo do caso, o médico pode indicar procedimentos mais invasivos para a


remoção das obstruções, que podem ser feitas sugando o muco ou por broncoscopia

 Convivendo (prognóstico)

Complicações possíveis

Atelectasia pode causar as seguintes complicações:

 Baixa oxigenação sanguínea (hipoxemia)


 Fibrose pulmonar
 Pneumonia
 Insuficiência respiratória

A expectativa para atelectasia depende de cada caso. Em adultos, a atelectasia


normalmente dura pouco tempo, os alvéolos pulmonares que entraram em colapso se
encherão de ar novamente e o problema estará resolvido.

Geralmente a atelectasia não demanda cuidados durante toda a vida do paciente.


Contudo, se atinge grandes áreas do pulmão – especialmente em bebês, crianças
pequenas ou adultos com algum problema respiratório pré-existente – ela pode ser fatal
se não tratada rapidamente.

Se a atelectasia persistir, ela pode não deixar que o pulmão limpe o muco de forma
eficiente, o que gera infecções, como pneumonia.

 Prevenção

Prevenção

Para diminuir os riscos de atelectasia a pessoa deve:


 Não deixar objetos pequenos com crianças, elas podem colocá-los na boca,
engolilos ou eles acabarem presos nas vias respiratórias
 Parar de fumar
 Respirar corretamente e fazer exercícios para uma respiração profunda,
especialmente após cirurgias
 Se estiver de cama, o paciente deve mudar de posição frequentemente

PNEUMONIA

A pneumonia é uma infecção ou inflamação nos pulmões. Ela pode ser causada por
vários microrganismos diferentes, incluindo vírus, bactérias, parasitas ou fungos.
Esta doença é muito frequente e afeta pessoas de todas as idades. Muitas destas,
anualmente, morrem por pneumonia. A metade de todos os casos de pneumonia é
causada por bactérias e, destas, o pneumococo é o mais frequente.
Normalmente, a doença se desenvolve quando, por algum motivo, há uma falha nos
mecanismos de defesa do organismo.

A pneumonia pode desenvolver-se por três mecanismos diferentes: 


 
Um deles, bem frequente, ocorre quando a pessoa inala um microrganismo, através
da respiração, e este chega até um ou ambos pulmões, onde causa a doença.
Outra maneira frequente é quando bactérias, que normalmente vivem na boca, se
proliferam e acabam sendo aspiradas para um local do pulmão.
A forma mais incomum de contrair a doença é através da circulação sanguínea. Uma
infecção por um microrganismo em outro local do corpo se alastra e, através do
sangue que circula, chega aos pulmões, onde causa a infecção.

Mecanismos de proteção
É importante lembrar que, em circunstâncias normais, as vias respiratórias (incluindo os
pulmões) têm mecanismos eficazes de proteção contra infecções por microrganismos.
O primeiro deles ocorre no nariz, onde grandes partículas são filtradas, não podendo
chegar até os pulmões para causar infecções.
As partículas pequenas, quando são inaladas pelas vias respiratórias (que levam ar até os
pulmões), são combatidas por mecanismos reflexos. Dentre estes estão o reflexo do
espirro, do pigarrear e da tosse, que expulsam as partículas invasoras, evitando as
infecções (pneumonias).
Quando as pessoas estão resfriadas ou gripadas, a filtração que normalmente ocorre no
nariz e a imunidade do organismo podem ficar prejudicadas, facilitando o surgimento de
uma pneumonia.
Naqueles casos onde ocorre uma supressão dos reflexos citados acima, também há um
maior risco de surgimento de uma pneumonia. Esta pode ocorrer quando, por exemplo,
uma pessoa dorme alcoolizada, fez uso de sedativos, sofreu uma perda de consciência
por uma crise convulsiva ou é portador de sequela neurológica.
Os pulmões também possuem um mecanismo de limpeza, em que os cílios que ficam no
seu interior realizam, através de sua movimentação, a remoção de secreções com
microrganismos que, eventualmente, tenham vencido os mecanismos de defesa
descritos anteriormente.
Estes cílios ficam na parte interna dos brônquios, que são tubos que levam ar até os
pulmões. É importante lembrar que este mecanismo de limpeza fica prejudicado no
fumante, pois o fumo tem a propriedade de paralisar temporariamente os cílios
envolvidos neste trabalho.
O último mecanismo de defesa da via respiratória ocorre nos alvéolos, onde ocorrem as
trocas gasosas (entra o oxigênio e sai o gás carbônico) e é onde agem os macrófagos.
Estes são células especializadas na defesa do organismo e englobam os microrganismos
que, porventura, tenham vencido a filtração nasal, os reflexos de pigarrear, tossir ou
espirrar, além da limpeza feita pelos cílios das vias respiratórias.
A pneumonia bacteriana clássica inicia abruptamente, com febre, calafrios, dor no tórax
e tosse com expectoração (catarro) amarelada ou esverdeada que pode ter um pouco de
sangue misturado à secreção. A tosse pode ser seca no início.
A respiração pode ficar mais curta e dolorosa, a pessoa pode ter falta de ar e em torno
dos lábios a coloração da pele pode ficar azulada, nos casos mais graves.
Em idosos, confusão mental pode ser um sintoma frequente, além da piora do estado
geral (fraqueza, perda do apetite e desânimo, por exemplo). Nas crianças, os sintomas
podem ser vagos (diminuição do apetite, choro, febre).
Outra alteração que pode ocorrer é o surgimento de lesões de herpes nos lábios, por
estar o sistema imune debilitado.
Em alguns casos, pode ocorrer dor abdominal, vômitos, náuseas e sintomas do trato
respiratório superior como dor de garganta, espirros, coriza e dor de cabeça.
O diagnóstico pode ser feito apenas baseado no exame físico alterado e na conversa que
o médico teve com seu paciente que relata sinais e sintomas compatíveis com a doença.
Os exames complementares são importantes para corroborar o diagnóstico e ajudarão a
definir o tratamento mais adequado para cada caso.
Normalmente, o médico utiliza-se dos exames de imagem (raios-X de tórax ou, até
mesmo, da tomografia computadorizada de tórax) e de exames de sangue como auxílio
para o diagnóstico.
O exame do escarro também é muito importante para tentar identificar o germe
causador da pneumonia. Com isso, o médico poderá prever, na maioria dos casos, o
curso da doença e também definir o antibiótico mais adequado para cada caso.
A pneumonia bacteriana deverá ser tratada com antibióticos. Cada caso é avaliado
individualmente e se definirá, além do tipo de antibiótico, se há ou não necessidade de
internação.
Nos casos graves, até mesmo a internação em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI)
poderá ser necessária.
Os antibióticos e demais medicações podem ser utilizados por via oral ou através de
injeções, que podem ser na veia ou no músculo.
Além das medicações, podemos utilizar a fisioterapia respiratória como auxiliar no
tratamento. Os fisioterapeutas podem utilizar exercícios respiratórios, vibradores no
tórax e capotagem (percussão do tórax com os punhos) com o intuito de retirar as
secreções que estão dentro dos pulmões, agilizando o processo de cura dos pacientes.
Na maioria dos casos de pneumonias virais o tratamento é só de suporte. Visa melhorar
as condições do organismo para que este combata a infecção. Utiliza-se uma dieta
apropriada, oxigênio (se for necessário) e medicações para dor ou febre.
Nos casos de pneumonia por parasitas ou fungos, antimicrobianos específicos são
utilizados.
Como já foi mencionado anteriormente, muitas vezes uma gripe ou resfriado podem
preceder uma pneumonia. Para tentar evitar isso, vacinas foram criadas.
Existe no mercado a vacina contra o vírus influenza e outra contra o pneumococo, que
podem diminuir as chances do aparecimento das doenças causadas por estes germes.
Devemos lembrar que estas vacinas devem ser feitas antes do início do inverno,
preferencialmente.
A vacina contra o vírus influenza deverá ser feita anualmente em idosos e naquelas
pessoas com maior risco de ter uma pneumonia. A vacina contra o pneumococo deverá
ser feita em idosos e naquelas pessoas com o vírus do HIV, doença renal, esplênicos
(pessoas que não tem o baço, órgão que também ajuda na defesa do corpo), alcoolistas
ou outras condições que debilitem o sistema de defesa do organismo. Esta vacina tem a
duração de aproximadamente cinco anos.
Em alguns casos, deverá ser repetida após o término deste período. Em casos
selecionados, a vacina contra o Haemophilus influenzae deverá ser aplicada. Ele
também é um germe frequente que pode causar pneumonias. Existem outras vacinas,
contra outros germes, que ainda estão em estudos.
Medidas simples para prevenção de pneumonias incluem cuidados com a higiene, como
a lavagem de mãos com sabonetes simples.
Uma dieta rica em frutas e vegetais, que possuem vitaminas, ajudam a reforçar o
sistema de defesa do organismo às infecções.
CHOQUES

Choque é uma síndrome caracterizada pela incapacidade de o sistema circulatório


fornecer oxigênio e nutrientes aos tecidos de forma a atender as suas necessidades
metabólicas. A insuficiência circulatória causa dano celular e lesão em vários órgãos,
que podem tornar-se irreversível se o choque não for rapidamente corrigido.
Não se deve definir choque com base apenas na pressão arterial, já que existem
condições que pode haver hipotensão sem choque, com oferta e consumo adequados de
oxigênio.
O conceito atual de choque e toda sua fisiopatologia envolvem um desequilíbrio entre a
oferta e a demanda celular de oxigênio. Para que as necessidades metabólicas celulares
sejam atendidas, deve haver uma adequada oferta de oxigênio. Esta oferta é a
quantidade total de oxigênio transportada aos tecidos, e é dependente de três fatores: a
concentração de hemoglobina, o débito cardíaco e o conteúdo de oxigênio no sangue
arterial.
Após o estabelecimento do quadro de choque, vários mecanismos compensatórios
ocorrem para preservar o suprimento de oxigênio a órgãos vitais como coração e o
cérebro, atuando para restaurar pelo menos parcialmente o volume intravascular efetivo
e aumentar o débito cardíaco.
A moderna classificação do choque foi proposta por Weil em 1972, utilizando quatro
categorias, baseadas na causa primária da anormalidade perfusional. Estas categorias,
contudo, não são isoladas entre si, havendo considerável superposição entre os diversos
tipos.

Choque Hipovolêmico

No choque hipovolêmico o desarranjo inicial é a perda de volume circulante, com


redução do retorno venoso e diminuição do débito cardíaco e da oferta de oxigênio. A
pressão arterial isoladamente não é um bom indicador da severidade do choque
hipovolêmico, pois pode ser mantida em níveis próximos da normalidade devido à
vasoconstrição intensa (especialmente em pacientes jovens e sem patologia prévia),
devendo ser analisada em conjunto com outros parâmetros na avaliação da gravidade do
choque.
Nas fases iniciais o choque hipovolêmico é rapidamente reversível pela restauração
apropriada do volume intravascular. Contudo, se a perfusão tissular e a oferta de
oxigênio permanecem severamente diminuídas, dano celular irreversível pode ocorrer.
O choque hipovolêmico pode ser classificado em hemorrágico e não hemorrágico.
O choque hipovolêmico hemorrágico caracteriza por baixas pressões de enchimento
ventricular e pressão capilar pulmonar associada a níveis reduzidos de hemoglobina e
hematócrito. Pode ocorrer por perdas sanguíneas externas ou por sangramentos ocultos,
não exteriorizados.
O choque hipovolêmico não-hemorrágico é resultante de perda apenas do componente
líquido do compartimento intravascular. Geralmente estes casos são devidos à perda
excessiva de líquidos pelos tratos gastrointestinal ou urinário.
Também pode ser resultado de transudação para o meio extravascular, como ocorre nas
queimaduras, traumatismos extensos em partes moles, peritonites, pancreatites e
obstrução intestinal. Achados que suportam o diagnóstico de choque hipovolêmico não
hemorrágico incluem baixas pressões de enchimento e hematócrito normal ou elevado.
Choque Cardiogênico

Choque cardiogênico pode ser definido como uma incapacidade primária do coração de
fornecer um débito cardíaco suficiente para as necessidades metabólicas, na presença de
um volume circulante adequado. Pode ser encontrado em diversas situações clínicas,
porém, sua principal causa é a perda súbita de massa muscular por infarto agudo do
miocárdio (IAM). O choque cardiogênico ocorre em cerca de 7 a 10% dos casos de
IAM, com mortalidade de 70 a 90%, sendo geralmente associado à perda superior a
40% da massa muscular do ventrículo esquerdo. Esta perda pode ocorrer em
consequência de um grande infarto ou com infartos menores sucessivos.
O resultado do tratamento clínico no choque cardiogênico é extremamente desfavorável.
A mortalidade é alta e os sobreviventes apresentam baixa expectativa de vida devido ao
avançado grau de insuficiência cardíaca que se estabelece. A infusão de drogas
inotrópicas deve ser iniciada imediatamente. Vasodilatadores como a nitroglicerina ou
nitroprussiato de sódio, podem ser benéficos, pois diminuem a pré e pós-carga,
reduzindo a congestão pulmonar e facilitando o esvaziamento ventricular. O uso de
dispositivos de assistência circulatória mecânica, o balão intra-aórtico, pode ser uma
alternativa terapêutica nos casos de grande perda de massa ventricular.

Choque Anafilático

As reações alérgicas do tipo I, ou anafiláticas, são mediadas por anticorpos da classe


IgE. Como parte da reação ao antígeno, os anticorpos são gerados e ligados a receptores
de superfície nos mastócitos e basófilos com alta afinidade por sua porção Fc. Se a
porção Fab dos anticorpos se ligarem a um antígeno, ocorre a ativação de múltiplos
sistemas enzimáticos intracelulares, levando à produção e liberação de vários
mediadores químicos vasoativos (histamina, prostaglandinas, leucotrienos), causando
vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e inflamação. A reação ocorre
pouco tempo após a exposição ao antígeno é caracterizada por sensação de
sufocamento, broncoespasmo, edema laríngeo, angioedema, respiração ruidosa,
transudação pulmonar e alterações cutâneas agudas urticariformes. As seguintes
alterações hemodinâmicas são encontradas: baixas pressões de enchimento ventricular,
débito cardíaco baixo, resistência vascular sistêmica reduzida e em geral hematócrito
elevado.

Choque Neurogênico

A insuficiência circulatória periférica aguda de causa neurogênica acontece nos casos de


sofrimento intenso do tronco cerebral, precedendo a morte encefálica, com falência
hemodinâmica e vasodilatação generalizada por perda do tônus vasomotor simpático, ou
em lesões da medula espinhal alta, caracterizando o “choque espinhal”. Este último
inclui hipotensão arterial secundária a vasodilatação periférica pela deficiente atividade
autonômica simpática e pela hipotonia e paralisia musculares.
A diminuição da inervação simpática resulta em redução do débito cardíaco, pois
provoca redução da contratilidade miocárdica e do retorno venoso pelo aumento do
volume sanguíneo no sistema capacitância venosa secundária e venodilatação.
Finalmente, reflexos cardíacos em nível espinal também estão abolidos, pois a lesão T1
a T4 leva à perda de inervação simpática cardíaca, facilitando a bradicardia uma vez que
a inervação vagal parassimpática permanece preservada.

Choque Séptico

Este termo refere-se ao estágio avançado de uma síndrome progressiva, denominada


sepse. Termos como sepse, septicemia, bacteriemia, síndrome séptica, choque
endotóxico, choque séptico são usados como sinônimos, dando margem a confusões e
um conhecimento impreciso da fisiopatologia.
Choque séptico pode ser causado por uma variedade de microorganismos. Os mais
frequentemente envolvidos são as bactérias gram-negativas (50% dos casos) e gram-
positivas (30 a 35% dos casos). O restante abrange bactérias menos comuns, fungos,
vírus e até protozoários. Apesar de a sepse poder afetar qualquer faixa etária, o risco
maior é para pessoas acima dos 65 anos, pois a defesa contra infecções requer uma
complexa interdependência de diversos sistemas que podem ser comprometidos pela
idade avançada e pela presença de condições co-mórbidas que aumentam a
suscetibilidade às infecções. Fatores que predispõem à sepse por qualquer agente
incluem desnutrição, alcoolismo, diabetes melito, neoplasias, AIDS, doenças
leucoproriferativas, cirrose hepática, queimaduras, tratamento com imunossupressores e
procedimentos invasivos.
O processo, na sepse, começa com a proliferação do microorganismo no foco da
infecção. O organismo pode invadir a corrente sanguínea diretamente, levando as
hemoculturas positivas, ou pode proliferar apenas localmente e liberar várias
substâncias na circulação.
O choque séptico é caracterizado inicialmente por débito cardíaco reduzido, devido à
hipovolemia e ao baixo retorno venoso que existe na maior parte dos casos. Diversos
fatores contribuem para a diminuição do volume intravascular:
a) Desidratação produzida por febre, taquipnéia, redução da ingestão de líquidos e
eventualmente vômitos, diarreia, poliúria, sangramentos e sequestração em cavidades;
b) Aumento da permeabilidade vascular e transudação para o espaço extra vascular;
c) Aumento da capacitância venosa por venodilatação;
d) Síntese proteica redirecionada para a produção de diversas proteínas da fase
inflamatória aguda em detrimento da síntese de albumina, com redução da pressão
coloidosmótica intravascular.
Após a adequada reposição volêmica, os achados típicos do choque séptico são: débito
cardíaco elevado e resistência vascular reduzida, com tendência ao aumento progressivo
da resistência vascular pulmonar.

Tratamento do Choque

A maior parte dos casos de choque requer administração de volume intravascular. O


maior desafio neste ponto é restaurar rapidamente as pressões de enchimento ventricular
a um nível ótimo sem comprometer secundariamente a função respiratória por
sobrecarga hídrica.

Cirurgia Cardíaca
A cirurgia cardíaca é um procedimento cirúrgico no coração e/ou
grandes vasos feito por um cirurgião cardíaco. Frequentemente a cirurgia
cardíaca é feita para tratar complicações de doença cardíaca isquêmica
(por exemplo, cirurgia de ponte de safena), corrigir doença cardíaca
congênita, ou tratar doença das válvulas cardíacas decorrente de muitas
causas incluindo endocardite. A cirurgia cardíaca também inclui o
transplante de coração.

Primeiras cirurgias cardíacas


A primeiras operações do pericárdio (o saco que envolve o coração)
aconteceram no século 19. A primeira cirurgia com sucesso do coração em
si, feita sem complicações, foi realizada na Alemanha em 1896 pelo Dr.
Ludwig Rehn, o qual reparou uma ferida de punhal no ventrículo direito.
Cirurgias nos grandes vasos ficaram comuns depois da virada do século e
podem ser classificadas com cirurgia cardíaca, embora não sejam no
coração.

Cirurgia cardíaca fechada


A cirurgia no grandes vasos foi seguida pelo desenvolvimento da
cirurgia cardíaca fechada, na qual pequenas incisões são feitas e o
cirurgião trabalha sobre o coração batendo. 

Operações sob hipotermia


Depois foi descoberto que o reparo das patologias intracardíaca
requeriam um ambiente parado e sem sangue. Isso significava que o
coração deveria ser parado e drenado de sangue. A primeira correção
intracardíaca bem sucedida de defeito congênito no coração usando
hipotermia foi feita na University of Minnesota em 1952. No ano
seguinte, o cirurgião soviético Aleksandr Aleksandrovich Vishnevskiy
conduziu a primeira cirurgia cardíaca com anestesia local.

Cirurgia aberta do coração


Essa é a cirurgia na qual o peito do paciente é aberto e a operação é
realizada sobre o coração. O termo "aberta" refere-se ao peito e não ao
coração em si, o qual pode ser aberto ou não dependendo do tipo
particular da cirurgia.

Cirurgia moderna com o coração batendo


Nos anos 90 os cirurgiões começaram a realizar operações com o coração
batendo porém estabilizado para ter uma área quase parada. Alguns
pesquisadores acreditam que esse método resulta em menos complicações
pós-operatórias e melhores resultados gerais.

Cirurgia minimamente invasiva


Uma nova forma de cirurgia cardíaca, que tem crescido em
popularidade, é a auxiliada por robô. Nessa cirurgia a máquina é
utilizada para fazer a operação guiada pelo cirurgião. A principal
vantagem dessa cirurgia é o tamanho menor da incisão feita. Ao invés de
uma incisão grande o suficiente para o cirurgião inserir aos mãos,
precisa-se apenas de 3 pequenos buracos. Esse tipo de cirurgia diminui o
tempo de recuperação do paciente.

Riscos da cirurgia cardíaca

O desenvolvimento da cirurgia cardíaca diminuiu a taxa de mortalidade a


níveis relativamente baixos. Por exemplo, a cirurgia para reparação de
defeitos cardíacos congênitos têm atualmente em torno de 4-6% de taxa
de mortalidade. Uma preocupação importante na cirurgia cardíaca é a
incidência de dano neurológico. Derrame cerebral ocorre em 2-3% das
pessoas que passam por cirurgia cardíaca

Pós operatório e Recuperação após Cirurgia Cardíaca

No pós operatório de cirurgia cardíaca, o indivíduo deverá permanecer internado na


unidade de terapia intensiva - UTI por pelo menos 48 horas. É na UTI onde há todos os
equipamentos que podem ser utilizados para monitorizar o paciente nessa fase inicial,
onde existe a maior chance de ocorrer arritmia, parada cardíaca, distúrbio de sódio,
potássio.
Depois destes 2 dias ele deverá ir para o quarto ou enfermaria e deverá permanecer por
lá até que o cardiologista garanta que é seguro que ele pode voltar para casa. Isto irá
depender de uma série de fatores como estado de saúde geral, alimentação e nível de
dor, por exemplo.
Logo após a cirurgia cardíaca, o indivíduo deverá dar início ao tratamento de
fisioterapia, que deverá ser realizado por cerca de 3 a 6 meses ou mais, dependendo da
necessidade.
Recuperação da cirurgia cardíaca
A recuperação da cirurgia cardíaca é lenta e pode ser demorada. Se o médico optou pela
cirurgia cardíaca minimamente invasiva o tempo de recuperação é menor. Em cerca de
1 mês, o indivíduo já poderá voltar a trabalhar, mas se optou pela cirurgia tradicional, o
tempo de recuperação pode chegar a 60 dias.

 Curativo e pontos cirúrgicos:


O curativo da cirurgia deverá ser trocado pela equipe de enfermagem após o banho.
Quando o paciente recebe alta para casa, já está sem o curativo. É recomendado tomar
banho de chuveiro e utilizar sabonete neutro líquido para lavar a região da cirurgia.
Deve-se secar com uma toalha limpa e vestir roupas limpas, de botões à frente para
facilitar o vestir-se.
 Contato íntimo:
O contato íntimo só deve voltar a ocorrer após 60 dias da cirurgia cardíaca.
 Recomendações gerais:
Durante este período é proibido: fazer esforços; dirigir; carregar peso; dormir de barriga
para baixo; fumar e consumir bebidas alcoólicas. Após a cirurgia, é normal ficar com as
pernas inchadas. Caminhadas leves diariamente e evitar ficar muito tempo sentado é
aconselhado. Quando em repouso, é recomendado apoiar os pés com um travesseiro por
baixo, para mantê-los elevados.
Sinais de alerta para voltar no médico
É recomendado ir ao médico se apresentar:
 Febre maior que 38º C;
 Dor no peito;
 Falta de ar ou tontura;
 Algum sinal de infecção nas incisões (saída de pus);
 Pernas muito inchadas ou doloridas.
A cirurgia cardíaca é um tipo de tratamento para o coração que pode ser feito para
reparar danos no próprio coração, nas artérias ligadas à ele, ou para sua substituição
deste órgão. A cirurgia cardíaca pode ser feita em qualquer idade, havendo risco maior
de complicações em idosos.
Tipos de Cirurgia Cardíaca
Existem vários tipos de cirurgia cardíaca:
 Revascularização do Miocárdio (Pontes de Safena e Mamária)
 Correção de Doenças Valvares como plastia ou troca de válvulas
 Correção de Doenças da Artéria Aorta
 Correção de Cardiopatias Congênitas
 Transplante Cardíaco
 Implante de Marcapasso Cardíaco
A cirurgia cardíaca minimamente invasiva assistida consiste na realização de um corte
na parte lateral do peito, de cerca de 4 cm que permite a entrada de um mini aparelho
que consegue visualizar e reparar qualquer dano no coração. Esta cirurgia cardíaca pode
ser realizada em caso de:
 Algumas cardiopatias congênitas e
 Insuficiência coronariana (revascularização miocárdica);
O tempo de recuperação fica reduzido de 40 pela cirurgia convencional, para 10 dias e
depois deste período o indivíduo já poderá voltar pouco a pouco às suas atividades
rotineiras. Ainda pouco realizada no Brasil e só feita em casos bastante selecionados.
Cirurgia cardíaca pediátrica
A cirurgia cardíaca em bebê, assim como nas crianças, exige muita cautela e deve ser
realizada por profissionais especializados e, por vezes, é a melhor forma de tratamento
para salvar a vida da criança que nasce com alguma malformação cardíaca.

TIPO DE CIRURGIAS CARDIACAS

Há diversos tipos de cirurgias cardíacas, a mais conhecida é a de doença isquêmica,


conhecida como Ponte de Safena. O médico Renato Karam Kalil conta sobre os tipos de
cirurgias.

Válvulas
As válvulas são uma das principais partes do coração, e são várias. Se uma delas não
funcionar direito, elas podem ser trocadas ou reparadas. Entre elas estão a mitral,
aórtica, tricúspide e a pulmonar. A cirurgia de reparação de alguma dessas válvulas
permite ao médico cirurgião cardiologista consertá-la sem precisar substituí-la. Quando
isso não é possível, ela deve ser substituída por uma válvula artificial, ou prótese valvar,
que podem ser de material biológico, como os de tecido animal, ou fabricadas a partir
da liga de metais.

Coronárias
Quando uma ou mais artérias coronárias ficam obstruídas é necessário recorrer à
cirurgia de revascularização do miocárdio. Esse tipo de cirurgia consiste, basicamente,
na utilização de enxertos arteriais (mamária/radial) ou de veia safena que melhoram o
fluxo sanguíneo na área afetada. Popularmente, esse tipo de cirurgia é conhecida como
“ponte de safena”, a qual tem por objetivo evitar o infarto e melhorar a qualidade de
vida dos pacientes.

Correção de doenças congênitas


As doenças congênitas do coração ou as cardiopatias congênitas, são defeitos no
coração que a pessoa apresenta desde o nascimento. Elas podem ou não, necessitar de
uma correção cirúrgica. Uma das doenças congênitas mais comuns é a de “defeito do
septo atrial”, que é uma abertura não convencional, após o nascimento, em uma das
paredes internas do coração. A cirurgia para corrigir este problema, visa fechar esta
abertura. Além desta, existem outras como a “persistência do canal arterial”, “tetralogia
de Fallot”, "atresia da válvula tricúspide”, entre outras.

Marcapasso
A famosa cirurgia de marcapasso é a implantação de pequenos geradores de impulsos
elétricos, que são conduzidos por meio de eletrodos, até a parte interna do coração para
auxiliar nos batimentos cardíacos. Para saber como isso funciona, é preciso lembrar que
dentro do coração existem células com propriedades geradoras de impulsos elétricos,
que são transmitidos compassadamente e são responsáveis pelas batidas do coração.
Quando esses impulsos começam a falhar, o coração fica descontrolado e a pessoa pode
até morrer. Por isso, é necessário colocar um marcapasso para corrigir o ritmo do
coração. O marcapasso é um aparelho que vai comandar os batimentos cardíacos.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA – CAUSAS, SINTOMAS E TRATAMENTO

O coração é um órgão composto basicamente por músculos, sendo responsável pelo bombeamento
de sangue para todos os tecidos. Podemos dizer que o coração é o motor do nosso corpo.
O coração humano tem 4 câmaras: os ventrículo esquerdo e direito, e os átrios esquerdo e direito. Os
ventrículos são as cavidades maiores e mais musculosas, sendo as mais importantes no
bombeamento do sangue para o corpo.
Para entender o que é a insuficiência cardíaca, é preciso primeiro saber como funciona o coração.
Acompanhe o texto a seguir com a imagem fornecida abaixo.
Os tecidos recebem o sangue de onde retiram o oxigênio. O sangue agora pobre em oxigênio volta
para o coração pelas veias, chega no lado direito do coração, entra no átrio direito, depois no
ventrículo direito e é finalmente bombeado para o pulmão. No pulmão o sangue volta a ficar rico em
oxigênio. Esse sangue reoxigenado vai para o lado esquerdo do coração, cai primeiro no átrio e
depois no ventrículo esquerdo, de onde será bombeado de volta para os tecidos, reiniciando o ciclo.

Portanto, o coração direito é


responsável pelo retorno do sangue para os pulmões e coração esquerdo pelo bombeamento de
sangue para os tecidos.
A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração não consegue mais desempenhar uma ou ambas
funções eficientemente. A insuficiência cardíaca pode então ser do coração esquerdo, direito ou de
ambos. Os sintomas variam de acordo com a câmara do coração acometida. Explicarei mais à
frente.
COMO ENTÃO SURGE A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?

Como eu já disse, o coração é composto basicamente de músculos. A principal causa de


insuficiência cardíaca é a isquemia cardíaca ou o infarto do miocárdio. Infarto significa morte
tecidual, que no caso do coração se refere a parte do músculo cardíaco. Logo, quanto mais extenso
for o infarto, mais músculo morrerá, consequentemente, mais fraco fica o coração. Se o infarto
necrosar uma grande área, o paciente morre por falência da bomba cardíaca.
Outra causa comum de insuficiência cardíaca é a hipertensão não tratada (leia: SINTOMAS E
TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO). Quando o paciente apresenta uma pressão arterial
elevada, o coração precisa fazer mais força para vencer essa resistência e distribuir o sangue pelo
corpo. Como todo músculo quando exposto a um estresse, a parede dos ventrículos começa a
crescer e ficar mais forte. É a hipertrofia cardíaca. O que parece algo bom, na verdade é a fase
precoce de uma insuficiência cardíaca. A hipertrofia do coração que ocorre na hipertensão é
diferente daquela que ocorre nos atletas que possuem o coração mais forte.
Reparem na figura abaixo que o coração hipertrofiado pela hipertensão apresenta as paredes mais
grossas e consequentemente menos espaço para o ventrículo se encher de sangue. Apesar de estar
mais musculoso, o coração se enche menos e por isso bombeia menos sangue a cada batida (sístole).
Essa é a fase de insuficiência cardíaca diastólica, ou seja, o coração não consegue se encher na
diástole, período de relaxamento do coração que ocorre entre as sístoles (contrações cardíacas).
Se a hipertensão não for tratada, o coração continua a sofrer até o ponto em que não consegue mais
se hipertrofiar. Imaginem um elástico que você puxa o tempo todo. Uma hora ele acaba por perder
sua elasticidade e fica frouxo. É mais ou menos isso que ocorre com o coração. Depois de muito
tempo sofrendo estresse o músculo cardíaco começa a se estirar e o coração fica dilatado.
Temos nesse momento um músculo que tem pouca capacidade de contração e um coração que já
não consegue bombear o sangue adequadamente. O órgão se torna grande e insuficiente.
Como quem manda o sangue para o corpo é o ventrículo esquerdo, ele é quem mais sofre com as
pressões arteriais elevadas. Quando realizamos um ecocardiograma o primeiro sinal de sofrimento
cardíaco pela hipertensão é a hipertrofia do ventrículo esquerdo ou insuficiência cardíaca diastólica.
Essa é a fase da insuficiência cardíaca que ainda tem cura se tratada.
Outra causa comum de insuficiência cardíaca são as doenças das válvulas do coração. Sempre que
uma válvula cardíaca apresenta alguma alteração, seja congênita, ou adquirida durante a vida
(endocardite, febre reumática, calcificação das válvulas, etc.), o coração começa a ter dificuldades
em bombear o sangue, iniciando-se o processo de dilatação semelhante ao da hipertensão.
COMO IDENTIFICAR SINAIS E SINTOMAS QUE INDIQUEM
AGRAVAMENTO NO QUADRO CLINICO DE UM PACIENTE?

- SSVV – pressão arterial, temperatura, frequência cardíaca, saturação de o2, frequência


respiratória).
- ESCALA DE COMA DE GLASGOW – abertura ocular, resposta verbal, resposta
motora.
-MENSURAÇÃO DA DOR
- QUEIXAS
- VÔMITOS, SUDORESE, COLORAÇÃO DA PELE (PALIDEZ, CIANOSE,
ECTERICO), EDEMA, ANURIA, HIDRATAÇÃO, AGITAÇÃO.

BIOÉTICA

Bioética é uma ciência relativamente nova, surgida na década de 70 nos Estados


Unidos, que gira ao redor de 4 princípios: autonomia, beneficência, não maleficência
e justiça. A bioética prima pelo ideal de que a ética na assistência à saúde não deve
estar contida em uma ação pontual, mas sim estender-se a uma postura profissional.

A bioética é uma ciência constante na nossa prática assistencial e devido sua


importância no cotidiano dos profissionais é um tema muito frequente em processos
seletivos.

Quando falamos em bioética não podemos deixar de falar: dos seus 4 princípios;
das infrações éticas (imperícia, imprudência e negligência); do código de ética da
enfermagem e dos órgãos reguladores (Cofen-Coren).

Princípios da bioética

Os princípios da bioética norteiam as práticas, decisões, procedimentos e discussões


relacionadas aos cuidados em saúde. São eles:

 Autonomia: refere-se ao direito que o indivíduo assistido tem sobre si, a sua


liberdade de escolha e poder de decisão. Para que os profissionais de saúde
exerçam esse princípio é necessário respeitar o indivíduo, sua cultura, ideias e
crenças. Nós da enfermagem, temos o dever de sermos educadores. A
proximidade que temos com o paciente propicia a criação de elo e confiança, o
que nos ajuda nesse processo. 

Como educadores, cabe a nós a responsabilidade de fornecer informações claras e


consistentes para auxiliar na tomada de decisão. Estamos diretamente envolvidos no
processo de empoderamento dos pacientes para que os mesmos possam exercer cada
vez mais sua autonomia.

 Beneficência: este princípio impõe ao profissional da área da saúde o dever de


promover o bem ao paciente por meio do desempenho de suas funções. Pautado
nesse princípio o profissional deve promover atitudes, práticas e procedimentos
em benefícios do outro.
 Justiça: este conceito fundamenta-se na premissa de que as pessoas tem direito
a terem suas necessidades de saúde atendidas livres de preconceitos ou
segregações sociais. O princípio da justiça fortalece- se na lei 8080 que dispõe:
“a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o estado prover
condições indispensáveis ao seu pleno exercício”.

 Não maleficência: esse princípio determina a obrigação de não infligir dano


intencionalmente. Ou seja, o desempenho das atribuições dos profissionais de
saúde não devem ocasionar nenhum dano ao paciente assistido.

Ao profissional de enfermagem cabe prestar assistência individualizada e holística,


respeitando as peculiaridades de cada ser. Nas ações em saúde, respeitar ao outro,
significa colocar em prática os princípios da bioética.

Denominamos infrações éticas quando esses princípios são violados.

Infrações éticas

A Resolução COFEN – Conselho Federal de Enfermagem, n. 311 de 2007, que


normatiza o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, em seus artigos:

Art. 12. (Responsabilidades e Deveres) É responsabilidade e dever assegurar à pessoa,


família e coletividade assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de
imperícia, negligência ou imprudência.

 Imperícia: consiste na falta de conhecimento ou de preparo técnico ou


habilidade para executar determinada atribuição;

 Imprudência: consiste em agir com descuido ou sem de cautela e causar um


dano que poderia ter sido previsto e evitado;

 Negligência: consiste no ato omisso de deixar de fazer o que é necessário


gerando resultados prejudiciais.

 
Código de Ética de Enfermagem

Para estabelecer a bioética na Enfermagem, regulamentado pelo COFEN, surge


código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE), que rege os princípios,
direitos, responsabilidades e proibições pertinentes a conduta ética dos profissionais da
categoria. E para normatizar e fiscalizar o exercício da profissão de enfermeiros,
técnicos e auxiliares de enfermagem, surge o Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN) e seus respectivos Conselhos Regional (COREN).

São esses os órgãos responsáveis por analisar as ocorrências éticas. As consequências


oriundas de imperícia, imprudência e negligência podem variar de acordo com a
presença ou não do dano.

As penalidades são atribuídas pelos Conselhos Regional e Federal de Enfermagem,


conforme determina a o art. 18, da Lei nº 5.905, são as seguintes: advertência verbal,
multa, censura, suspensão do exercício profissional e cassação do direito ao
exercício profissional. Ao COREN cabe impor ao profissional as penalidades descritas
acima, salientando que determinadas penalidades só podem ser aplicadas pelo COFEN.

 Referência Bibliográfica:

Brasil. Conselho Regional de Enfermagem. Bioética e legislação ética na assistência de


enfermagem. Periódico on line. Disponível em:
http://apps.cofen.gov.br/cbcenf/sistemainscricoes/arquivosTrabalhos/
I37535.E10.T6582.D6AP.pdf

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