Você está na página 1de 29

CUIDADO À CRIANÇA EM

OXIGENOTERAPIA E
VENTILAÇÃO MECÂNICA
Enfº Danilo Marcelo Araujo dos Santos
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO
SISTEMA RESPIRATÓRIO
ASPECTOS ESPECÍFICOS DA
RESPIRAÇÃO NA CRIANÇA
• A língua do lactente é grande em relação à
orofaringe;
• Região subglótica é mais estreita e deformável;
• Cartilagem de sustentação é menos desenvolvida

OBSTRUÇÃO FÁCIL DAS VIAS AÉREAS


(sangue, muco, edema, compressão)
ASPECTOS ESPECÍFICOS DA
RESPIRAÇÃO NA CRIANÇA
• As costelas são mais deformáveis (volume
pulmonar);
• A sustentação oferecida pelas costelas é limitada e o
volume de expansão pulmonar depende mais do
diafragma;
DISTENSÃO GÁSTRICA

INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIO
OXIGENOTERAPIA

CONCEITOS:

• É a principal medida terapêutica medicamentosa de suporte


respiratório;

• Consiste na administração terapêutica e/ou preventiva de


oxigênio medicinal em concentrações e pressões mais
elevadas do que as existentes no ar ambiente, oferecido por
meio de dispositivos de alto ou baixo fluxo;

• É a administração oxigênio por vários sistemas, mas sempre


umidificados para evitar que as mucosas ressequem.
OXIGENOTERAPIA

• Tipos:
– Catéter nasal
– Oxi-hood
– CPAP nasal
– Máscara de venturi
OXIGENOTERAPIA

FINALIDADE:

• Oferecer uma oxigenação tecidual adequada, sem


riscos de administração excessiva ao metabolismo
celular;

• Corrigir hipoxemia, anóxia e insuficiência de trocas


gasosas;
OXIGENOTERAPIA

CARACTERÍSTICAS DO OXIGÊNIO:

• É um gás nobre, ligeiramente mais pesado que o ar;


• Encontrado em baixas concentrações no ambiente
(21%);
• Dever ser administrado com redutores de pressão e
fluxômetro (para reduzir efeitos colaterais);
• Manter longe de óleos e lubrificantes (inflamável);
OXIGENOTERAPIA

TOXICIDADE DO OXIGÊNIO:

• Pode causar efeitos colaterais graves;


• Depende de três fatores:
– Pressão absoluta do O2 ofertado;
– Duração da exposição;
– Sensibilidade individual;
• Devido a diminuição de surfactante a intoxicação
por excesso de O2 pode ocorrer principalmente em
RN e lactentes.
OXIGENOTERAPIA

TOXICIDADE DO OXIGÊNIO:

• Ressecamento da mucosa do sistema respiratório


(O2 seco – lesão pulmonar);

• O2 por longo período em altas concentrações pode


provocar lesões na retina e levar à cegueira;
OXIGENOTERAPIA:
Métodos de Administração

CÂNULA NASAL:

• Concentração média ou baixa de O2;


• Permite que a criança converse e se alimente por via oral;
• Material: silicone com pino curtos e maleáveis que se
adaptam às narinas;
• Mais aceito em crianças maiores;
• Pode causar cefaléia ou ressecar mucosas (3 L/ min);
• Desaconselhável em crianças com atresia de conduto
nasal;
• Concentração de O2 inspirado é desconhecida;
OXIGENOTERAPIA:
Métodos de Administração

MÁSCARA SIMPLES:

• Material plástico ou borracha;


• Colocado sobre a face envolvendo boca e nariz;
• Tem perfurações que permitem a exalação do gás
para fora do sistema e inalação de ar ambiente
(sistema aberto);
• O O2 flui através de um orifício de entrada na parte
inferior da máscara.
OXIGENOTERAPIA:
Métodos de Administração

MÁSCARA SIMPLES:

• Concentração de FiO2: 40 a 60%


• Taxa de fluxo: 6 a 8 L/min;
• Vantagem:
- Baixo custo e fácil manuseio;
• Desvantagem:
- Esquenta a face;
- Interfere na comunicação e na alimentação;
- Impraticável na terapia a longo prazo devido a
imprecisão da FiO2.
OXIGENOTERAPIA:
Métodos de Administração

MÁSCARA CPAP OU CATETER PARA CPAP:

• Usado na criança que respira espontaneamante;


• Instala-se uma cânula de ar com pressão positiva
contínua (CPAP);
• Com ou sem a presença de uma via aérea artificial,
também chamado de PRONGA nasal;
• A FiO2 é oferecida pelo fluxômetro de um ventilador
mecânico;
• A Pressão Expiratória Final (PEEP) é estabelecida
por profissional capacitado.
OXIGENOTERAPIA:
Métodos de Administração
MÁSCARA CPAP OU CATETER PARA CPAP:

• Concentração de FiO2: 21 a 100%;


• Taxa de fluxo: 1 a 15 L/min;
• Vantagens:
- Melhora oxigenação arterial: método não-invasivo;
- Evita intubação do paciente;
- Indicado manter o CPAP em torno de 5cm H2O;
• Desvantagens:
- Ajuste apertado: desconforto, lesão de pele;
- Recomenda-se o uso de protetor;
- Risco de distensão gástrica.
OXIGENOTERAPIA:
Métodos de Administração
MÁSCARA DE VENTURI:

• Fluxo de O2 que passa por uma válvula plástica com vários


diâmetros;
• Geram uma FiO2 predeterminada e confiável;
• Concentração de FiO2: 24 a 50%;
• Taxa de fluxo: 3 a 15 L/min;
• Vantagens:
- Fácil manuseio e ajuste;
- Não resseca a mucosa (permite adicionar umidade);
• Desvantagens:
- Ajuste apertado: lesão na região de septo;
- Alterações de FiO2 se oferta for bloqueada;
- Interfere na alimentação e comunicação verbal.
OXIGENOTERAPIA:
Métodos de Administração
INCUBADORA COM O2:

• Ambiente interno que mantém controlada


temperatura, concentração de O2 e umidade;
• Concentração de FiO2: 30 a 100%;
• Taxa de fluxo: 3 a 15 L/min;
• Vantagens:
- Ambiente fechado e controlado;
- Com umidificação adequada;
• Desvantagens:
- Limitação do cuidador no manuseio ao RN.
OXIGENOTERAPIA

VENTILAÇÃO MECÂNICA ARTIFICIAL:

• Método de oxigenoterapia mais invasivo;


• Dificuldade em realizar as trocas gasosas - Insuficiência
Respiratória (Infecções respiratórias);
• Alto fluxo de oxigênio com gradientes de pressão;
• Por meio de sondas endotraqueais ou cânulas traqueais;
• Finalidade: adequado coeficiente de
ventilação/perfusão;
• O2 com ar comprimido, com pressão, fluxo e volumes
necessários (adaptado individualmente).
OXIGENOTERAPIA

INTUBAÇÃO ENDOTRAQUEAL:

É a inserção de um tubo na traquéia da criança para ser


conectado ao ventilador mecânico.
– Disponibilizar e montar um respirador;
– Reunir material necessários para a intubação (tubo, fio guia,
laringoscópio, esparadrapo, sonda de aspiração);
– Preparar e administrar medicamentos que facilitam o
procedimento ou evitam complicações (sedativos ou atropina
por exemplo);
– Fixar adequadamente o tubo;
– Manter o paciente em posição confortável e evitar
movimentos bruscos;
DETALHES DA MONTAGEM DO
CIRCUITO DO RESPIRADOR
CUIDADOS PÓS-EXTUBAÇÃO

• Cuidados pós-extubação:

– Administrar as nebulizações rigorosamente nos intervalos


prescritos;
– Observar frequentemente o padrão respiratório da
criança;
ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS E TOT

• É a introdução de uma sonda conectado a um


aspirador com pressão de sucção nas vias
respiratórias para extração de secreção;
• Aspiração nasofaringe;
• Aspiração orofaríngea;
• Aspiração do TOT (com sonda ou stericath)
MONITORIZAÇÃO E CONTROLES
• Os sinais vitais devem ser verificados
frequentemente/continuamente:
– Pressão arterial: 2-4h;
– Temperatura: 4-6h
– Frequência cardíaca, pulso e saturação: continuamente pelo
monitor/oxímetro;
– Respiração: observar padrão respiratório;
GASOMETRIA TESTE DE ALLEN
GASOMETRIA

NORMAL ACIMA DO ABAIXO DO


NORMAL NORMAL
pH 7.35 A 7.45 ALCALOSE ACIDOSE
PCO2 35 a 45mmHg ACIDOSE ALCALOSE
HCO3 22 a 28 mEq/L ALCALOSE ACIDOSE

PO2 80 a 100mmHg
SatO2: >95%
COMO INTERPRETAR:
• 1º passo: avaliar qual o distúrbio do
pH
• 2º passo: qual sistema possue o
mesmo distúrbio do pH? (respitarório
ou metabólico)
• 3º passo: o valor do pH está normal?
Caso sim – completamente
compensada; Caso não –
descompensada ou parcialmente
compensada (quando o outro
acidose
acidose sistema sai da normalidade para
tentar compensar o desequilíbrio)
normal
Acidose respiratória
descompensada
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, F. de A. A.; SABATÉS, A. L.; et. al. Enfermagem
Pediátrica: a criança, o adolescente e sua família no hospital.
Série Enfermagem. Barueri-SP: Manole, 2008. 421p.

HOCKENBERRY, M. J.; WILSON, D. Tradução de


NASCIMENTO, M. I. WONG – Fundamentos de Enfermagem
Pediátrica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 1280p.

SANTOS, Lannuze G. A dos Santos et. al. Enfermagem em


Pediatria. Rio de Janeiro: MedBook, 2010. 408p.
OBRIGADO!

Você também pode gostar