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CAPÍTULO II

A REGULAÇÃO MÉDICA DAS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS

1 - Atribuições da Regulação Médica das Urgências e Emergências:

Monitorar e orientar o atendimento feito (...) por profissional da


área de segurança ou bombeiro militar (no limite das
competências desses profissionais)(...); - definir e acionar o serviço
de destino do paciente, informando-o sobre as condições e
previsão de chegada do mesmo, sugerindo os meios necessários
ao seu acolhimento; (...)

Portaria GM/MS Nº 2048/2002

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL

O Serviço de atendimento pré-hospitalar móvel deve ser


entendido como uma atribuição da área da saúde, sendo vinculado
a uma Central de Regulação(...)

O serviço deve contar com a retaguarda da rede de serviços de


saúde, devidamente regulada, disponibilizada conforme critérios
de hierarquização e regionalização formalmente pactuados entre
os gestores do sistema loco-regional.

(...)Todos os pedidos de socorro médico que derem entrada por


meio de outras centrais, como a da polícia militar (190), do corpo
de bombeiros (193) e quaisquer outras existentes, devem ser,
imediatamente retransmitidos à Central de Regulação por
intermédio do sistema de comunicação, para que possam ser
adequadamente regulados e atendidos.

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL

1.2 – Equipe de Profissionais Não Oriundos da Saúde, Perfis e


Respectivas Competências/Atribuições: (...)

1.2.5 - Bombeiros Militares: (...)

Competências/Atribuições:

comunicar imediatamente a existência de ocorrência com potencial de vítimas


ou demandas de saúde à Central de Regulação Médica de Urgências;

avaliar a cena do evento, identificando as circunstâncias da ocorrência e


reportando-as ao médico regulador ou à equipe de saúde por ele designada;

identificar e gerenciar situações de risco na cena do acidente, estabelecer a


área de operação e orientar a movimentação da equipe de saúde;

estabilizar veículos acidentados;

realizar manobras de desencarceramento e extração manual ou com emprego


de equipamentos especializados de bombeiro;

avaliar as condições da vítima, identificando e informando ao médico regulador


as condições de respiração, pulso e consciência, assim como uma descrição
geral da sua situação e das circunstâncias da ocorrência, incluindo informações
de testemunhas;

realizar manobras de suporte básico de vida, sob orientação do médico


regulador; obter acesso e remover a/s vítima/s para local seguro onde possam
receber o atendimento adequado pela equipe de saúde e se solicitado pela
mesma ou designado pelo médico regulador, transportar as vítimas ao serviço
de saúde determinado pela regulação médica;

transmitir, ao médico regulador a correta descrição da cena da urgência e do


paciente;

conhecer as técnicas de transporte do paciente traumatizado;

manter vias aéreas pérveas com manobras manuais e não invasivas, administrar
oxigênio e realizar ventilação artificial;

realizar circulação artificial por meio da técnica de compressão torácica


externa;

controlar sangramento externo, por pressão direta, elevação do membro e


ponto de pressão, utilizando curativos e bandagens;

mobilizar e remover pacientes com proteção da coluna vertebral, utilizando


colares cervicais, pranchas e outros equipamentos de imobilização e transporte;

imobilizar fraturas utilizando os equipamentos disponíveis;

prestar o primeiro atendimento à intoxicações, de acordo com protocolos


acordados ou por orientação do médico regulador;

dar assistência ao parto normal em período expulsivo e realizar manobras


básicas ao recém nato e parturiente;

manter-se em contato com a central de regulação médica repassando os


informes iniciais e subseqüentes sobre a situação da cena e do(s) paciente(s)
para decisão e monitoramento do atendimento pelo médico regulador;

conhecer e saber operar todos os equipamentos e materiais pertencentes a


veículo de atendimento;

repassar as informações do atendimento à equipe de saúde designada pelo


médico regulador para atuar no local do evento;

conhecer e usar equipamentos de bioproteção individual;

preencher os formulários e registros obrigatórios do sistema de atenção às


urgências e do serviço;

realizar triagem de múltiplas vítimas, quando necessário;

participar dos programas de treinamento e educação continuada, conforme os


termos deste Regulamento.

PORTARIA 290-R

Art. 2º A viatura de resgate será empregada em serviços EMERGENCIAIS de


Atendimento Pré-hospitalar, nos seguintes casos:
I- No atendimento a vítimas de trauma como, por exemplo: acidentes de trânsito, quedas, ferimentos por
arma de fogo, arma branca, queimaduras, INTOXICAÇÕES, afogamentos etc.;
II- Na ASSISTÊNCIA ao parto normal;
III- No atendimento a casos clínicos, nos Municípios onde não haja serviço público de saúde
responsável pelo atendimento pré-hospitalar móvel (SAMU, central de ambulâncias etc.), OU quando
esses se encontrarem indisponíveis nas localidades por eles cobertas;
IV- Na solicitação de apoio por parte de um serviço público de saúde responsável pelo
atendimento pré-hospitalar móvel, no atendimento a ocorrência, por ocasião do exaurimento de seus
recursos;
V- No caso de atendimento aos bombeiros militares EM SERVIÇO.
Parágrafo Único. Todo atendimento pré-hospitalar prestado pela Corporação será
regido pelos seus respectivos procedimentos operacionais padrões (POP’s).

Art. 3º NÃO serão atendidos pela viatura de Resgate:


I- REMOÇÃO de pacientes (inter hospitalar, domiciliar etc.);
II- Casos clínicos nas localidades onde haja disponibilidade de viatura para atendimento por parte dos
serviços público de saúde, responsável pelo atendimento pré-hospitalar móvel (SAMU, central de
ambulâncias etc.).

BIOSGURANÇA: Conjunto de medidas que visam à quebra da cadeia epidemiológica, assim, em um sentido
mais amplo, o controle da infecção.

Cadeia epidemiológica: Suscetível→agente infeccioso→fonte de infecção(doente)→transmissão.


Doenças infecto-contagiosas: são enfermidades causadas por microorganismos (bactérias, vírus ou
parasitas) que são transmitidas à outra pessoa através da água, alimentos, ar, sangue, fezes, fluidos
corporais (saliva, muco ou vômito) ou ainda, pela picada de insetos transmissores de doenças.

Transmissão:
Contato direto: caracterizado pelo contato pessoa-pessoa, por gotículas de saliva (expelidas pela
tosse), pelo beijo, por relações sexuais ou diretamente pela pele.
Contato indireto: caracterizado pela a transmissão que se dá por meio de alimentos, por vetores
(mosquito para a dengue ou a malária, urina do rato para a leptospirose etc.), ou objetos
contaminados (roupas, equipamentos etc.).

Principais meio de contágio nas atividades de resgate:

1. Contaminação das mãos do socorrista no contato indireto por rádio de comunicação, maçanetas,
alça de sacola de PS, puxadores de portas, macas e pêra de esfigmomanômetro, contaminados;
2. Exposição direta dos olhos, boca e mãos do socorrista às secreções eliminadas pela vítima;
3. Inalação de vírus e bactérias no ambiente onde a vítima se encontra;
4. Acidente com agulhas contaminadas no interior de viatura (USA – UR);
5. Inobservância de normas de biossegurança durante o próprio processo de descontaminação dos
materiais.

Sinais e Sintomas: Dependem do tipo de enfermidade. Algumas vítimas de doenças infecto-


contagiosas não apresentam sinais ou sintomas evidentes ou observáveis. De qualquer forma,
procure atendimento médico se um ou mais sinais e sintomas abaixo relacionados, forem observados
após atendimento de ocorrência de resgate:
1. Febre; 2. Sudorese; 3. Vômitos, náuseas, diarréia; 4. Alteração de coloração na pele; 5. Cefaléia
(dor de cabeça); 6. Tosse e dificuldade respiratória; 7. Mal estar geral.
ARTIGOS: Podem ser críticos, semicríticos e não críticos (qto ao potencial de transmissão)
1. ARTIGOS CRÍTICOS: São instrumentos ou objetos utilizados em intervenções invasivas, que
irão penetrar nos tecidos epiteliais, sistema vascular e em outros órgãos isentos de flora microbiana
própria. Estes materiais devem ser esterilizados. Ex: Bisturi, agulhas, instrumentos cirúrgicos etc.

2. ARTIGOS SEMICRÍTICOS: São todos os artigos ou objetos que entram em contato com a
pele não-íntegra ou com mucosa integra. Estes materiais devem ser desinfetados.
Ex: Colar cervical com sangue ou outros fluídos corpóreos, cânulas orofaríngeas, máscara de O 2 etc.

3. ARTIGOS NÃO CRÍTICOS: São todos os artigos ou objetos que entram em contato com a
pele integra e os que não entram em contato com o paciente. Estes artigos devem ser limpos.
Entretanto, se houver suspeita ou confirmação por agentes infecto-contagiosos, deve ser submetida à
desinfecção. Ex: colar cervical, desencarcerador, ferramentas, luvas de raspa, bolsa etc.

Processamento de materiais:

1. DESCONTAMINAÇÃO PRÉVIA: Processo químico: imersão do artigo em detergente enzimático


ou aplicação de solução de hipoclorito de sódio a 1% ou organoclorado em pó (CLOROCID ou similar)
por 10 minutos. Procedimento usado em artigos contaminados por matéria orgânica (sangue, pus,
secreções corpóreas) para a destruição de microorganismos patogênicos na forma vegetativa (não
esporulada), antes de iniciar o processo e limpeza. Tem o objetivo de proteger as pessoas que irão
proceder à limpeza desses artigos.

2. LIMPEZA: lavagem + enxágue + secagem do material.


Tendo por objetivo remover totalmente a matéria orgânica dos artigos, com utilização de soluções
como detergentes enzimáticos, detergentes químicos ou desincrostantes.
É o processo final no caso de itens não críticos.
Para este procedimento são utilizadas água, detergente enzimático, detergente químicos ou
desincrostante.
A limpeza pode ser: Manual: utilizando escovas, estiletes, arames, etc; ou Mecânica: com auxílio de
equipamentos tais como lavador ultra-som de baixa freqüência, lavadora de luvas e outros.

3. DESINFECÇÃO: É o processo de destruição de microorganismos patogênicos ou não, na


forma vegetativa (não esporulada), de artigos considerados semicríticos, com o objetivo de evitar
que a próxima pessoa ao utilizar o material seja contaminada, oferecendo segurança ao usuário.
O artigo deve estar totalmente seco. Para este procedimento são utilizadas soluções de hipoclorito de
sódio a 0,5%, glutaraldeido a 2 % ou álcool etílico a 70%.
Processo químico: Deixar o material imerso em um balde escuro e com tampa com hipoclorito a
0,5% por 30 minutos (para cada um litro de água coloque um litro de hipoclorito de sódio 1%) ou com
Glutaraldeído a 2% por 30 minutos ou álcool por 10 minutos;

4. ESTERILIZAÇÃO: É o procedimento utilizado para a destruição de todas as formas de vida


microbiana, isto é, bactérias, fungos, vírus e esporos, e artigos classificados como crítico, com o
objetivo de evitar que os usuários sejam contaminados quando submetidos a tratamentos que exijam
o uso desses artigos.
Processo físico: vapor saturado sob pressão com utilização de AUTOCLAVE.
Processo químico: imersão total do artigo em produto químico do grupo dos aldeídos (glutaraldeído)
por 10 horas.
Processo físico-químico: óxido de etileno (Não utilizado no CB)

PROCESSAMENTOS DE MATERIAIS
Procedimentos operacionais:
1. Realizar processamento da prancha longa, prancha curta, colete imobilizador, maca, colchonete da
maca, e prancha a vácuo: (AQUI NÃO TEM BALDE ESCURO ATÉ PQ NADA DISSO CABE EM
BALDE)
1.1. Descontaminação prévia: Se a superfície a ser limpa apresentar fluídos corpóreos (vômitos,
sangue, etc.) retirar o excesso com toalha de papel absorvível ou pano; aplicar organoclorado em pó
ou hipoclorito de sódio a 1% nos locais onde existir sangue e secreções por 10 (dez) minutos, em
seguida, remover os resíduos com pano limpo ou toalha de papel;
1.2. Limpeza: Lavar o material com água e sabão;
1.3. Deixar o material secar naturalmente;
1.4. Desinfecção: passar álcool etílico a 70% e deixar secar, repetindo 3x (superfícies externas); ou
imergir em tanque ou cuba contendo a solução de hipoclorito de sódio a 0,5% (para cada um litro de
água coloque um litro de hipoclorito de sódio a 1%) por 30 minutos;
1.5. Enxaguar água corrente (produto: hipoclorito de sódio);
1.5 Deixar secar naturalmente;
1.6. Recolocar todo o material na viatura ou na sala de resgate.

OBS: SEMPRE QUE FOR DESCONTAMINAÇÃO PRÉVIA → HIPOCLORITO SERÁ DE 1% POR


10MIN;
SEMPRE QUE FOR DESINFECÇÃO → HIPOCLORITO DE 0.5%(1l de água+1l de hipoclorito de 1%)
SERÁ POR 30MIN.

2. Processar o colar cervical, sistema de aspiração, ambu, máscara, chicote de oxigênio, tecido do
manguito do esfigmomanômetro, cânulas orofaríngeas, tala aramada moldável, tala rígida, etc. (AQUI
BOTA TUDO NO BALDE ESCURO)
2.1. Limpeza: imergir em um balde escuro com tampa contendo detergente enzimático diluído por 10
minutos (para cada um litro de água coloque 10 ml de detergente enzimático);
2.2. Lavar o artigo com sabão e água corrente, esfregar com escova se necessário;
2.3. Enxaguar com água corrente;
2.4. Deixar secar naturalmente ou secadora com ar frio;
2.5. Desinfecção: Imergir em um balde escuro com tampa contendo a solução de hipoclorito de sódio
a 0,5% (para cada um litro de água coloque um litro de hipoclorito de sódio 1%) ou glutaraldeído a 2%
por 30 minutos; ou passar álcool etílico a 70% e deixar secar, repetindo este procedimento por 03
(três) vezes ( superfícies externas);
2.5 Enxaguar com água corrente (produto: hipoclorito de sódio ou glutaraldeído);

2.6. Deixar o artigo secar naturalmente ou secadora com ar frio;


2.7. Embalar saco plástico e selar;
2.8. Recolocar material na viatura ou na sala de resgate.
ATENÇÃO
Deverá ser marcado no balde com etiqueta contendo o produto, dia e horário da diluição das
soluções que forem utilizadas para imersão dos materiais a serem desinfetados;
Utilizar avental ou roupa apropriada, touca, luva e óculos para trabalhar nas respectivas salas de
limpeza, desinfecção e esterilização.

LIMPEZA E DESINFECÇÃO DA VIATURA


Procedimentos Operacionais:
1. Manter na viatura os materiais necessários à limpeza e desinfecção conforme relação padrão.
2. Utilizar EPI sempre, especialmente, calçar luvas de borracha antes de iniciar o procedimento.
3. Remover todos os materiais permanentes, inclusive maca e cilindro portátil de oxigênio,
utilizado de dentro da viatura para limpeza no hospital ou, caso não seja possível, em área
apropriada do quartel.
4. Desprezar gazes, ataduras úmidas e contaminadas com sangue e/ou outros líquidos em saco
plástico branco, descartando-o no lixo do hospital.
5. Desprezar as secreções do frasco de aspiração no expurgo do hospital.

6. Procurar com cuidado material pérfuro-cortantes (agulhas, bisturis) eventualmente utilizado pela
equipe do suporte avançado e desprezar em recipiente apropriado (caixa de material pérfuro-
cortante).
7. Aplicar por 10 minutos organoclorado em pó ou hipoclorito de sódio a 1% sobre sangue e outros
fluidos corpóreos (vômito, urina) e após retirar com papel toalha. (DESCONTAMINAÇÃO PRÉVIA)
8. Limpar todas as superfícies com água e sabão, enxaguando com pano úmido.
9. Realizar desinfecção com hipoclorito de sódio a 0,5% ou álcool a 70% para descontaminação final.
ATENÇÃO
Manter a ventilação (aeração) do compartimento o maior tempo possível.
Lavar interna e externamente os umidificadores de oxigênio pelo menos 2 (duas) vezes ao dia (no
mínimo a cada 12 horas), preferencialmente após cada utilização ou atendimento.
NÃO PASSAR ÁLCOOL NAS SUPERFÍCIES DE ACRÍLICO, BORRACHAS, TUBOS PLÁSTICOS
E VERNIZ DE PRANCHA.
NÃO UTILIZAR HIPOCLORITO EM SUPERFÍCIES METÁLICAS E EM MÁRMORES (DEVIDO
AÇÃO CORROSIVA)
SEMANALMENTE DEVE-SE REALIZAR UMA LIMPEZA E DESCONTAMINAÇÃO MAIS AMPLA
(LIMPEZA TERMINAL), ISTO É, RETIRAR TODO O MATERIAL DA VIATURA E REALIZAR A
LIMPEZA DO TETO, PAREDES, ARMÁRIOS (INTERIOR E EXTERIOR), CHÃO, ENFIM DE TODAS
AS SUPERFÍCIES.
Não descartar material contaminado em lixo comum.

Em caso de vítimas com doenças infecto-contagiosas (ex. tuberculose e meningite), deve-se


realizar imediatamente após o atendimento, a limpeza terminal.

OBS: Utilizar preferencialmente material estéril para curativo (compressas ou plásticos estéreis) em
casos de feridas abertas.

CONDUTA PÓS-EXPOSIÇÃO A DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS


1. CUIDADOS LOCAIS IMEDIATOS

Procedimentos operacionais:
1.1. Lavar prontamente a lesão com água corrente e sabão;
1.2. Aplicar solução anti-séptica (álcool 70%).

2. NOTIFICAÇÃO

Procedimentos operacionais:
2.1. Notificar imediatamente ao comandante imediato;
2.2. Obter informações complementares sobre a fonte de contaminação;
2.3. O Comandante do Grupamento de Bombeiros deverá investigar o ocorrido e providenciar análise
da conduta operacional.

3. APRESENTAÇÃO À UNIDADE DE SAÚDE DO CORPO DE BOMBEIROS OU HOSPITAL


ADEQUADO
Procedimentos operacionais:
3.1. Apresentar o bombeiro a unidade de saúde imediatamente ou, na impossibilidade (pelo horário ou
distância), ao hospital de maior referência da região;
3.2. Proceder à orientação, coleta de material e profilaxia, se necessária.

PHTLS – CAP 6 – AVALIAÇÃO DA CENA


A primeira prioridade para todos os envolvidos em um incidente de trauma é a avaliação geral da cena,
que visa garantir a segurança para prestar o serviço de atendimento pré hospitalar.

A avaliação não é um evento único, ela deve ser constante pois uma cena segura pode se tornar uma
cena insegura de repente.

A próxima prioridade após a avaliação da cena é a avaliação da vítima (primária e secundária – cap 7 – phtls.

OBS: Se presente mais de uma vítima a situação é classificada como um incidente com múltiplas vítimas
(o nº de vítimas excede o nº de recursos disponíveis). Aqui a prioridade deixa de ser focar todos os recursos na
vítima mais grave para salvar o maior número possível de vítimas.

AVALIAÇÃO DA CENA
A avaliação da cena e vítima inicia-se antes mesmo do socorrista chegar ao local. É feita já a receber a
ocorrência e durante trajeto. O processo de captação de informação da cena para o socorrista tem início
logo ao chegar no local do acidente. Antes do socorrista entrar em contato com a vítima, ele deve avaliar a
cena através da:

1. Impressão geral da situação para a segurança da cena;


2. Avaliação da causa e resultados do incidente;
3. Observação dos familiares e expectadores.

É possível obter informações apenas olhando. Assim como a condição da vítima pode melhorar ou piorar,
o mesmo pode ocorrer com a cena.

A avaliação da cena inclui dois principais componentes: SEGURANÇA e SITUAÇÃO.

A segurança da cena envolve a segurança das equipes e da vítima. A situação inclui os problemas que
podem afetar o que e como os socorristas gerenciam o doente, bem como as preocupações relacionadas
diretamente a ele.

QUESTÕES DE SEGURANÇA

Segurança no trânsito: colisão de veículos automotores é o principal causador de mortes/ lesões dos
socorristas. Seja a colisão da própria ambulância em deslocamento, seja colisão durante o atendimento da
equipe a outra colisão de veículos. Alguns fatores influenciam a ocorrência destes acidentes e deve se ter
a devida atenção para mitigar os riscos. Condições climáticas/iluminação, projeto de rodovia ruins.

Estratégias de atenuação: roupa refletiva, posicionamento de veículo e dispositivos de aviso e educação


sobre segurança no tráfego.

Violência – como lidar com pessoas nervosas/ameaçadoras: administrando a cena violenta. O papel do
socorrista ativo e cuidar da vítima enquanto o socorrista não ativo observa acena, interagi com familiares
ou expectadores, coleta informações, enfim, monitora a cena dando cobertura para seu parceiro. Uma
palavra código ou sinais manuais podem fazer com que os parceiros se comuniquem acerca de um perigo
sem alertar os outros sobre sua preocupação. Métodos de lhe dar com uma cena perigosa: 1 – não esteja
presente: permaneça em local seguro até que a cena tenha sido considerada segura pelas autoridades e
liberada para trabalhar; 2 – recue: se houver ameaça ao abordar a cena recue de forma tática para o
veículo e deixe a cena, permaneça em local seguro e notifique o pessoal apropriado; 3 – desarme: se a
cena se tornar ameaçadora use habilidades de desarmamento verbal enquanto se prepara pra deixar a
cena. 4 – Defenda: em último caso o socorrista pode considerar necessário se defender.É importante que
esses esforços sejam para se libertar e fugir.

Materiais perigosos.

Barreiras físicas: luvas, óculos, máscaras e protetores faciais, aventais, equipamento de reanimação.

Método START: ventilação, se ausente, reposicionar vias aéreas, se permanecer ausente : preto

Se respiração presente checar quantas respirações por minuto, se menos de 10 ou mais de 30 por min:
vermelho; se entre 10 e 30 segue; checar pulso, se fraco ou irregular: vermelho, se pulso forte, segue:
avaliar estado mental (controlar hemorragia): responde comando simples: amarelo, se não responde:
vermelho.

CAPÍTULO 7 AVALIAÇÃO PRIMÁRIA

A avaliação primária deve ser repetida com frequência, especialmente se o paciente for grave.

Doente com trauma multissistêmico: apresenta lesões em mais de um sistema do corpo, incluindo sistema
pulmonar, circulatório, neurológico, gastrointestinal, musculoesquelético e tegumentar.

Doente com trauma em um único sistema: apenas em um sistema.

IMPRESSÃO GERAL

A avaliação primária começa com uma visão geral simultânea ou global da condição dos sistemas
respiratório, circulatório e neurológico do doente para identificar problemas externos significativos óbvios,
deformidades macroscópicas.

A – tratamento da via aérea e ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL;


B – Ventilação;
C - Circulação e hemorragia;
D - Disfunção neurológica;
E - Exposição / ambiente; (chs 2020: hipotermia)

A - Via aérea e estabilização da cervical: precisa estar permeável (aberta e limpa) e sem perigo de
obstrução. A abertura pode ser inicialmente por meios manuais (elevação do mento ou tração da
mandíbula) ou por meios mecânicos caso haja tempo e meios disponíveis (canola oro ou nasofaringea).

B – Ventilação:

- verifique se o doente está ventilando;

- se estiver em apneia inicie imediatamente o procedimento de ventilação assistida com dispositivo de


máscara com válvula e balão e suplementação de oxigênio antes de prosseguir com a avaliação.

– Verificar se a via aérea está desobstruída, prossiga com a ventilação assistida e prepare-se para inserir
a canola. Embora conhecido como frequência respiratória o termo correto é frequência ventilatória. A
ventilação refere-se ao processo de inalação e exalação ao passo que a respiração refere-se a troca
gasosa entre artérias e alvéolos.

– Se ventilando observar a frequência e profundidade e avalie a oxigenação, verificar se a ssaturação é


superior a 90%.

– Observar rapidamente a elevação de tórax do doente e se consciente ouça-o para avaliar se é capaz de
formular uma frase inteira sem dificuldade.

A frequência ventilatória pode ser dividida em 5 níveis:

NIVEL 1: apneia

NIVEL 2: Lenta, pode indicar isquemia cerebral. Se frequência ventilatória inferior a 10 por min
(bradipneia) é necessário assumir completamente a respiração do doente empregando o dispositivo de
máscara com válvula e balão. Garantir saturação superior a 90%.

NIVEL 3: Normal: Uma frequência normal para um adulto (Eupineia) entre 10 e 20 ventilações por
minuto. Embora o doente possa parecer estável deve-se considerar o uso de oxigênio suplementar.

NIVEL 4: rápida: frequência entre 20 e 30 (taquipneia) indica que não há aporte suficiente de O2 no
tecido corporal, o que propicia o inicio do metabolismo anaeróbico e aumento de CO2 no sangue.

NIVEL 5:Anormalmente rápida, acima de 30 por minuto (taquipneia severa) indica hipóxia,
metabolismo anaeróbica ou ambos.

C – CIRCULAÇÃO E HEMORRAGIA (perfusão e sangramento)

Avaliação da falência ou do comprometimento do sistema circulatório. Na avaliação primária a hemorragia


externa deve ser identificada e controlada. Nos casos de exsanguinação deve-se primeiro controla-la
mesmo antes de avaliar a via aérea(ou em conjunto se houver número adequado de profissionais na
cena). O socorrista pode então obter uma estimativa global adequada do débito cardíaco e do estado de
perfusão do doente. A hemorragia externa ou interna é a causa mais comum de morte evitável decorrente
de trauma.

Os 3 tipos de hemorragia externa é a capilar (abrasão), venosa (mais profunda, controlada geralmente
mediante uma pressão direta moderada) e arterial (sangue vermelho intenso, jorrando).

A avaliação primária não pode avançar a menos que a hemorragia tenha sido controlada.

A hemorragia pode ser controlada de 2 formas ( pressão direta e torniquete)

A elevação de membros e a pressão sobre “pontos de pressão” não são mais recomendados
devido a insuficiência de dados que suportam a eficácia desta técnica. Já os torniquetes são muito
eficiente no controle de hemorragia grave e devem ser usados se a pressão direta e o curativo
compressivo não controlarem a hemorragia de uma extremidade.

Os locais de hemorragia interna maciça incluem o tórax, o abdomens, o espaço retroperitoneal e os ossos
longos. Se suspeita de hemorragia interna o tórax o abdômen, a pelve e os membros inferiores devem ser
expostos, inspecionados e palpados rapidamente para identificar possível sinal de lesão. Pouco se pode
fazer, consistindo o tratamento pré hospitalar no rápido transporte até uma instituição equipada.

Perfusão (tempo de enchimento capilar de até 2 segundos); entretanto a perfusão por si só é um indicador
deficiente de choque pois pode variar por diversos fatores (ex: doenças vasculares, temperaturas baixas,
etc). O estado geral do sistema circulatório pode ser avaliado ao ser verificado o pulso e a cor,
temperatura e umidade da pele. Pele úmida, ou fria, ou azulada, sem aspecto rosado, tudo isso indica
perfusão diminuída na localidade.

D – DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA
O objetivo é determinar o nível de consciência do doente e verificar potencial para hipóxia. O doente
combativo, confuso, ou não cooperativo será deduzido que está em hipóxia até que se prove em contrário.
O rebaixamento do nível de consciência pode ser furto de: oxigenação cerebral diminuída; lesão do
sistema nervoso central; intoxicação por drogas ou álcool; distúrbios metabólicos (diabetes, convulsão,
parada cardíaca).

A escala de Glasgow é uma ferramenta utilizada para apurar o NC e é preferida em relação ao AVDI. A
escala de Glasgow se divide em 3 componetes: ABERTURA OCULAR, MELHOR RESPOSTA VERBAL E
MELJOR RESPOSTA MOTORA.

ESCALA DE COMA DE GLASGOW

-Máx 15pts e mín 3pts

-escore menor que 8 = lesão grave; entre 9 e 12 lesão moderada; 13 e 15 lesão mínima)

Abertura dos olhos

4 pontos: espontânea

3 pontos: após comando

2 pontos: ao estímulo de dor

1 ponto: não abre.

Melhor resposta verbal

5 pontos: orientado

4 pontos: respostas confusas

3 pontos: inapropriado

2 pontos: barulho inteligível

1 ponto: não dá resposta verbal

Melhor resposta motora

6 pontos: obedece a comandos

5 pontos: localiza estímulos de dor

4 pontos: Reflexo à dor

3 pontos: responde com flexão anormal a estimulo de dor (descorticado)

2 pontos: responde com extensão anormal a estímulos de dor (descerebrado)

1 ponto: não dá resposta motora.

A avaliação da resposta motora isoladamente é tão bom na avaliação de um doente quanto a pontuação
total.

Bizus: se o doente seguir corretamente os comandos motores, atribuir pontuação 6, se apenas apertar os
dedos do socorrista pode ser apenas um reflexo a dor. Se fizer movimento de tirar a mão do socorrista ao
aplicar estímulo doloroso significa que ele localiza estímulos de dor, porém se der outras resposta
possíveis à dor avaliar se é flexão ou extensão (descorticado/descerebrado).

Se vítima irresponsiva deve-se verificar as pupilas. Se reagem à luz, se estão iguais e com aparência
normal. Escore menor que 14 e pupilas anormais podem indicar lesão cerebral traumática potencialmente
letal.
E – EXPOSIÇÃO / AMBIENTE

Deve-se expor o corpo do paciente(examinar somente as partes necessárias) pois a roupa pode esconder
graves lesões / hemorragias. Depois de exposta a vítima deverá ser coberta para evitar a hipotermia.
Assim que o doente for transferido para a ambulância deve-se garantir o local aquecido, a manutenção
corporal do doente é mais importante que o conforto do socorrista ( desligar ar cond da vtr). É
importantíssimo a manutenção da temperatura corporal da vítima, um doente ferido tende a perder mais
calor para o ambiente, e se o socorrista está trabalhando confortável muito provavelmente o doente esteja
com frio.

Medidas auxiliares à avaliação primária:

- oximetria de pulso. Manter saturação periférica(SpO2) superior a 95%;

- Monitoramento de CO2 ao final da expiração (ETCO2);

- monitoramento eletrocardiográfico ECG); é menos útil que a oximetria.

- monitoramento automático não invasivo de pressão arterial.

OBS: DOENTE TRAUMATIZADO GRAVE PERMANECER NA CENA O MÍNIMO NECESSÁRIO (10 MIN
OU MENOS)

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA

Tem por objetivo identificar as lesões ou os problemas que não foram identificados na avaliação
secundária. Uma vez que a avaliação primária identifica todas as lesões que põe risco à vida, a avaliação
secundária tratará dos problemas de menor gravidade. O socorrista explora todo o corpo do paciente e
termina com um exame neurológico detalhado.

Aqui aplica o: ver, ouvir e sentir.

Veja, não olhe apenas; ouça, não escute apenas; sinta, não toque apenas.

Aqui na avaliação secundária também é obtido o histórico rápido sobre o paciente:

SAMPLE

Sintomas

Alergia

Medicamentos

Passado médico

Líquidos e alimentos: quanto tempo da última refeição(risco de aspiração durante anestesia)

Eventos: quais eventos precederam a lesão, imersão em água (afogamento ou hipotermia) e exposição a
materiais perigosos devem ser incluídos.

Avaliação de regiões anatômicas: cabeça, pescoço, tórax, abdômen, pelve e órgãos genitais(apenas se há
hemorragia na parte externa, sangue óbvio, priapismo, fluido transparente na calcinha da gestante) fora
isso os órgãos genitais não são examinados no ambiente pré hospitalar; dorso e extremidades. Exame
neurológico: o cálculo da pontuação da ECG, a avaliação das funções motora e sensorial e observação de
resposta das pupilas (normal, dilatada, contraída e desiguais)

OBS: Atendimento definitivo na cena, ex:


Vítima em parada = iniciar rcp/ vítima em coma hipoglicêmico(diabético) = fornecer glicose/ via aérea
obstruída = desobstruir vias aéreas/ hemorragia grave = controle da hemorragia e a ressuscitação do
choque.

Temos ainda a preparação para o transporte (correta estabilização) e o transporte.

Comunicação com o serviço de emergência hospitalar (prepara os médicos) de verá conter os seguintes
dados: Sexo e idade; mecanismo do trauma, lesões com risco à vida condições identificadas e localização
anatômicas das lesões; intervenções que foram realizadas, incluindo a resposta do doente ao tratamento e
o tempo estimado da chegada.

Condições especiais: parada cardio pulmonar traumática.

Casos de suspensão de RCP:

1- Lesão obviamente fatal (lividez, rigor mortis, decaptação, decomposição)


2- Vítimas de trauma fechado os esforços serão suspensos: doente sem pulso e apneico na chegada
da equipe;
3- Trauma penetrante: sem sinais de vida (ausência de reflexo pupilar, sem movimentos espontâneos,
nenhum ritmo cardíaco organizado no ECG superior a 40 batimentos por minuto.

As avaliações primárias e secundárias devem ser repetidas com frequência para identificar quaisquer
alterações.

OBS: QUANDO USAR DESFIBRILADOR: FIBRILAÇÃO VENTRICULAR E


TAQUICARDIA VENTRICULAR SEM PULSO.

AHA- RCP

Observações preliminares:

-Dá-se mais ênfase a rápida identificação de PCR por partes dos atendentes com imediata instrução para
a pessoa ao telefone para iniciar uma RCP (rcp orientada pelo atendente ao telefone).

-A sequencia recomendada para um único socorrista é que ele primeiro inicie as compressões torácicas
antes de aplicar as ventilações de resgate (C-A-B ao invés de A-B-C) para reduzir o tempo até a
primeira compressão. Um único socorrista deve iniciar com 30 compressões por 2 respirações. Acima
de 120 compressões por minutos as compressões perdem em profundidade e qualidade.

-tem-se dado ênfase a manobra de rcp de alta qualidade (frequência de 100 à 120 por min e
profundidade entre 2 e 2,4 polegadas – 5cm à 6cm de profundidade), permitir o retorno total do tórax
após cada compressão, minimizar interrupções nas compressões e evitar ventilação excessiva.

- Vítimas em PCR podem apresentar atividade semelhante com a convulsão ou gasping, e o atendente é
treinado para ajudar o socorrista leigo a identificar uma PCR e possibilitar uma orientação quanto ao inicio
de uma RCP – RCP orientada. O atendente deve perguntar sobre ausência de resposta da vítima e sobre
qualidade de respiração. Se a vítima não responder ou não respirar ou apresentar respiração anormal,
deve-se presumir que a vítima esteja sofrendo PCR.

- Socorristas leigos sem treinamento devem fornecer rcp somente com as mãos. O socorrista deve
continuar somente com as mão até a chegada do DEA ou socorrista com treinamento adicional. Se for um
socorrista leigo treinado e puder realizar as ventilações ele fara 30 compressões por 2 ventilações, e
deverá continuar até a chegada do DEA e os profissionais de serviço de emergência assumam, ou que a
vítima comece a se mover.

A chance de sobrevivência de uma vitima que recebe compressões com ou sem ventilações antes da
chegada de um SME é quase a mesma, porém para um socorrista leigo treinado a orientação é realizar as
ventilações.
É sensato que os profissionais da saúde apliquem compressões torácicas e ventilação em todos os
pacientes adultos com PCR, seja por causa cardíaca ou não.

RESUMO: O SOCORRISTAS DEVEM FAZER COMPRESSÕES A UMA FREQUENCIA DE 100 A 120


POR MINUTO, PROFUNDIDADE ENTRE 2POLEGADAS (5CM) E 2,4 POLEGADAS(6CM), PERMITIR
RETORNO DO TÓRAX APÓS CADA COMPRESSÃO (NÃO SE APOIAR NO TÓRAX ENTRE AS
COMPRESSÕES) MINIMIZAR AS INTERRUPÇÕES NAS COMPRESSÕES E VENTILAR
ADEQUADAMENTE, 2 A CADA 30 COMPRESSÕES (CADA RESPIRAÇÃO ADMINISTRADA EM 1
SEGUNDO, PROVOCANDO ELEVAÇÃO DO TÓRAX).

CHOQUE OU RCP, QUAL PRIMEIRO??? Depende, se PCR presenciada e DEA disponível, use o DEA,
se PCR não presenciada, iniciar RCP, ou presenciada porém sem DEA, iniciar RCP. A RCP deve ser
administrada enquanto as pás do DEA são aplicadas e até que o DEA esteja pronto para analisar o ritmo.

Para adultos e adolescentes: Se sozinho, sem acesso a um telefone celular, deixe a vítima e acione o
SME e obtenha um DEA, antes de iniciar RCP. Se acompanhado, peça que alguém acione o SME e inicie
RCP imediatamente, use o DEA assim que ele estiver disponível. Seja com 1 ou 2 socorristas, faz-se 30
compressões por 2 ventilações. Compressões são sempre 100 a 120(pcr) e 1 ventilação a cada 6segundo,
10 respirações por minuto (via aérea avançada). Profundidade de 2 a 2,4 polegadas (5cm a 6cm)

Para criança (1 ano à puberdade) e bebês (menos de 1 ano, excluindo recém nascido): primeiro se
deve perguntar se a pcr foi presenciada; se sim faz igual adulto. Se não inicia RCP por 2 minutos e deixe a
vítima para acionar o serviço médico de emergência e buscar o DEA. Retorne à criança ou bebê e reinicie
rcp, use o DEA assim que ele estiver disponível. Compressões são sempre 100 a 120(pcr) e 1 ventilação a
cada 6segundo, 10 respirações por minuto (via aérea avançada). Profundidade cerca de 2 polegadas (5
cm) para criança (1 ano à puberdade),usando 2 ou 1 mão para crianças muito pequenas, sobre a metade
inferior do externo; e 1,1/2polegada (4cm) para bebê, 2 dedos no centro do tórax logo abaixo da linha
mamilar se 1 socorrista e se 2 socorristas usar os 2 polegares no mesmo local. ATENÇÃO PR EM
CRIANÇA E BEBÊS É 1 VENTILAÇÃO A CADA 3 A 5 SEGUNDOS (12 A 20 VENTILAÇÕES POR
MINUTO)

Recomendações: espere sempre o tórax voltar e limite as interrupções nas compressões torácicas a
menos de 10 segundos.

OBS: se rcp com cia aérea avançada ( tubo endotraqueal, máscara laríngea) o socorrista pode administrar
1 ventilação a cada 6 segundos (6 por min) enquanto são aplicadas compressões torácicas.

Parada respiratória adulto: 1 ventilação a cada 5 ou 6 segundo, 10 a 12 ventilações por min.

Parada respiratória criança / bebê 1 a cada 3 ou 5segundos, 12 a 20 ventilações por min.


CHOQUE
“Arrombamento da máquina da vida” →Conjunto de alterações orgânicas devido a uma inadequada
perfusão e consequentes falta de oxigenação dos órgãos e tecidos.
É um estado de mudança na função celular de metabolismo aeróbico para metabolismo anaeróbico
secundário em relação à hipoperfusão das células teciduais (ausência de perfusão tecidual), o que
acarreta no fornecimento inadequado de oxigênio para atender as necessidades metabólicas do corpo,
deixando o corpo sem energia suficiente para suportar a vida. Acarreta ainda acidose lática, hipotermia e
morte se não tratado logo.

O choque não é definido como uma pressão arterial baixa, pulsação rápida, pele pegajosa e fria, esses
são sinais clínicos que são mera manifestações sistêmicas de todo o processo patológico (explicado
acima) chamado choque.

TIPOS DE CHOQUE TRAUMÁTICO (GERADO PELO TRAUMA)

Hipovolêmico, distributivo/neurogênico e cardiogênico

Choque hipovolêmico: Volume vascular menor que o tamanho vascular normal (reação do corpo de
reduzir o diâmetro dos vasos sanguíneos face a grande perda de volume de sangue para tentar
impulsionar melhor, assim como a taquicardia, tentando o coração bombear mais sague para compensar o
baixo volume). É a causa mais frequente do choque traumático, é basicamente uma hemorragia no doente
e está relacionado à perda de células sanguíneas circulantes com capacidade de transportar o oxigênio e
de volume de fluido.

O choque hipovolêmico pode ser causado por: grandes hemorragias, queimaduras extensas e
desidratação.

OBS: No choque hipovolêmico a pele sempre estará fria e branca (pálida, cianótica)

OBS: CLASSES DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO/HEMORRÁGICO (perda de sangue):

classe 1: (perda de sangue<15% / <750ML) pressão arterial normal, pulsação <100 e freq. Vent 14 a 20

classe 2 (perda de sangue 15-30% / 750-1500ml) pressão arterial normal, pulsação 100-120 e freq. Vent
20 a 30

classe 3 (perda de sangue 30-40% / 1500-2000ml), pressão arterial reduzida, pulsação 120-140 e freq.
Vent 30 a 40

classe 4 (perda de sangue >40% / >2000ml), pressão arterial reduzida, pulsação >140 e freq. Vent >35

OBS: FASES DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO

CHOQUE COMPENSADO (classe 1 e 2): PULSO ELEVADO, TAQUICARDIA; PELE BRANCA, FRIA E
ÚMIDA, PRESSÃO NORMAL E NÍVEL DE CONSCIENCIA INALTERADA ou ligeiramente / levemente
ansioso.

CHOQUE DESCOMPENSADO (classe 3 e 4): PULSO MUITO ELEVADO, TAQUICARDIA NOTÁVEL QUE
PODE PROGREDIR PARA UMA BRADICARDIA, PELE BRANCA, FRIA E CEROSA, PRESSÃO
ARTERIAL REDUZIDA E NIVEL DE CONSCIENCIA ALTERADA VARIANDO DE DESORIENTADO PARA
O COMA

OBS: No choque hipovolêmico a pele sempre estará fria e branca (pálida, cianótica)
CHOQUE DISTRIBUTIVO PODE SER: NEUROGÊNICO, SÉPTICO OU ANAFILÁTICO

Espaço vascular maior que o normal, vasodilatação na periferia do corpo da vítima(hipotensão). Está
relacionado a uma anormalidade no tônus vascular de corrente de diversas causas diferentes

Choque distributivo NEUROGÊNICO/vasogênico:. Comumente encontrado em lesão de medula


espinhal. Aqui a pressão sistólica fica diminuída, como no hipovolêmico descompensado.
Frequentemente observa-se uma bradicardia ao invés da taquicardia, e pele quente e seca, e não fria e
pegajosa como no hipovolêmico, aqui a pele fica rosada e não pálida e cianótica. Aqui o doente tende a
ficar lúcido.

Choque distributivo SÉPTICO: Causado por toxinas liberadas por bactérias no organismo humano. As
toxinas lesam as paredes dos vasos sanguíneos provocando vasodilatação e aumento da permeabilidade
dos vasos sanhuíneos.

Choque distributivo ANAFILÁTICO: reação Alérgica aguda a medicamentos, picadas de insetos,


comidas, etc. His> insuficiência respiratória.

CHOQUE CARDIOGÊNICO: trata-se de diminuição da circulação e oxigenação inadequadas dos órgãoes


e tecidos, graças à falência do coração como bomba cardíaca.

Está relacionado a uma interferência na ação de bombeamento do coração, coração não está bombeando
de modo adequado; resultado de uma lesão cardíaca. Tem as características do hipovolêmico, pele fria e
pegajosa, pálida e cianótica.

Pode ter causa intrínseca arritmia, fibrilação, trauma DIRETO(problema no próprio coração como danos ao
músculo do coração e rotura valvar) ou;

Extrínseca: tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo (problema fora do coração).

Como dito, a causa mais provável de choque traumático é a hemorragia, e a abordagem mais segura no
controle do doente traumatizado e considerar que a causa do choque é uma hemorragia até que se prove
o contrário.

FASES DO CHOQUE: Um doente com taquicardia ele já está em choque, ele não vai entrar em choque, o
sistema está compensando, no caso do hipovolêmico, com a vaso constrição e taquicardia por exemplo.
Tem-se o choque compensado. A redução da pressão arterial (não confundir com redução de batimento
cardíaco, a taquicardia continua) marca a transição do choque compensado para o choque
descompensado, que é um sinal de morte iminente. Após o choque descompensado só há mais uma fase
decrescente, o choque irreversível, que leva ao óbito.

Lembre-se que no compensado a pressão arterial está normal, sendo a pulsação <100 na classe 1 e
entre 100-120 na classe 2; enquanto que no choque descompensado a pressão arterial está reduzida
e os bpm ficam entre 120-140 classe 3 e >140 classe 4.

O que avaliar para identificar o choque. Avaliação primária: respiração (10 a 20 por min no adulto, se
acima de 30 indica sinal tardio de choque);
circulação, pulso (normal é 60-100 bpm,sendo 100-120 começo de choque e acima de 120 sinal definitivo
de choque, acima de 140 crítico e próximo ao óbito);

hemorragia, nível de consciência, cor de pele, temperatura da pele, qualidade da pele(ressecada/úmida)


tempo de enchimento capilar.

TRATAMENTO
–Transporte imediato ou SAV;
–Manter a permeabilidade das vias aéreas;
–Oxigenoterapia / assistência ventilatória;
–Controlar hemorragias;
–Checar estado neurológico;
–Expor a vítima e prevenir hipotermia;
–Monitorar os sinais vitais constantemente.

HEMORRAGIA:

Fratura de fêmur e pelve são as que geram mais perdas sanguíneas, acima de 1litro de sangue.

O socorrista não deve se deixar levar pelas aparências. Uma hemorragia interna é silenciosa porém pode
ser identificada precocemente se o paciente for avaliado adequadamente.

•Hemorragia (Sinais / Sintomas)

-TUC : Temperatura, Umidade e Coloração;

-Pode haver ausência de Pulso no membro com fratura;

-Aumento do volume do membro;

-Oxímetro: decaimento da taxa de O2 (<95%) e


Aumento freqüência cardíaca (normal 60-100 bpm)
-Aumento da frequência respiratória (12-20vpm);
-Preenchimento Capilar maior que 2 seg.
-Pode evoluir para choque hipovolêmico

Curativos para hemorragia: curativo compressivo , curativo com micropore.


CONTROLE DE HEMORRAGIA

Pressão direta: manualmente ou por curativo compressivo. É a técnica inicial para o controle. Alguns
fatores vão influenciar, o tamanho do vaso, a pressão dentro do vaso e a presença de fatores coagulantes.

Elevação de membros e pressão em um ponto proximalmente à hemorragia são práticas desaconselhadas


diante da fata de evidências científicas e no risco de agravar lesões ao movimentar/pressionar, se o
curativo compressivo, pressão direta foi insuficiente não vai ser uma elevação que resolverá. Logo naõ se
faz mais este tipo de manobra. A próxima etapa mais razoável é o TORNIQUETE. Se usados de forma
adequada os torniquetes não são apenas seguros como salvam vidas. Deve-se evitar torniquete estreito
tipo tira, precisa ter pelo menos 4cm de largura (normal é de 10cm), pois controla melhor o sangue e com
menor pressão.

O torniquete deve ser aplicado próximo à ferida hemorrágica e se não for suficiente, deve ser plicado outro
lado a lado.

Os torniquetes são usados com segurança durante um período de até 120 a 150minutos. Eles são
afixados só serão removidos quando em intervenção cirúrgica. Não existe mais ficar afrouxando de 10 em
10 min pois isto não auxilia em nada a preservação do membro e só faz o paciente perder ainda mais
sangue.

Torniquete indicado para:

-Sangramento Ativo / Pulsátil


-Roupas adjacentes ensopadas de sangue
-Grande quantidade de sangue no chão (visualização indireta)
-Compressão direta não resolve o sangramento
-Amputação traumática
-Paciente com choque hipovolêmico ( a fim de evitar mais sangramento por menor que seja)

PROTOCOLO PRA APLICAÇÃO DE TORNIQUETE: deverão ser usados quando o controle da


hemorragia com pressão direta ou com curativo de compressão não for possível ou falhar. As etapas para
a aplicação do torniquete são as seguintes: 1- aplicar um torniquete comercialmente fabricado, ou um
manguito de pressão arterial ou “nó espanhol” na extremidade mais próxima do ferimento que está
sangrando; 2- apertar até que a hemorragia pare e prendê-lo no lugar; 3- anotar a hora da aplicação; 4-
deixar o torniquete descoberto para monitorar, se voltar a sangrar deverá ser aplicado outro torniquete
bem acima do primeiro; 5- Considerar o controle da dor, a menos que o doente esteja em coque classe 3
ou 4; 6- transporte para instituição com capacidade cirúrgica.

Torniquete Improvisado: passe a atadura ao redor do membro e dê um nó 7cm acima do sangramento.


Coloque a caneta sobre o nó e dê outro nó. Rode a caneta apertando o torniquete até o sangramento
parar. Fixe a caneta para ela não girar. Anote o horário em que o torniquete foi feito. CONSTA SÓ NOS
SLIDES.

Cuidado: controle de hemorragia em áreas de transição (virilha, axila e ombro, e pescoço), poderão lesar
grandes vasos sanguíneos que podem sangrar profusamente. Existem específicos mas utilizado apenas
em campos de guerra, não para o uso civil.

Hemorragia interna: sempre que houver fraturas deve-se suspeitar de hemorragia interna, devendo o
membro ser devidamente mobilizado para evitar que a situação se agrave. Porém uma vez identificado na
avaliação primária ameaças à vida, este deve ser colocado na prancha longa e imobilizado na posição
anatômica e ser transportado, neste caso a imobilização de fratura a fratura levaria muito tempo e muito
provavelmente o doente não resistiria.

Em geral doentes traumatizados e em choque devem ser transportados na posição supina e imobilizados.
TRAUMAS
Trauma de cabeça = traumatismo craniano (TCE)
Principais causas: acidentes automobilísticos; quedas e agressões.

Como identificar:

-através do nível de consciência, escala de coma de Glasgow = abertura dos olhos 4, resposta verbal 5 e
resposta motora 6.

-avaliação de pupilas: simetria (isocórica= tamanhos iguais x anisocórica tamanhos distintos) + respota a
luz (RFM+ x RFM-) + grau de abertura da pupila (miose= pupilas pequeninas / midríase = pupilas bem
dilatadas).

- Equimose na região da mastóide (atrás da orelha) e equimose periorbitária (olhos de guaxinim);

- perda de liquido cefalorraquiano;

- Decorticação = flexão anormal / Decerebração = extensão anormal, mãos voltadas para fora pulso de
viadinho;

-SINAIS CLINICOS: Vomito, dor de cabeça, tontura, irritabilidade.

CURATIVO: fazer curativo com atadura e compressa de gaze suficiente para estancar a hemorragia mas
sem exercer grande pressão.

TRAUMA RAQUIMEDULAR:

Agressão a medula espinhal, pode ocasionar danos neurológicos tais como alterações da função motora,
sensitiva e autônoma.

Possíveis causas: acidente automobilístico, queda de altura, mergulho em aguas rasas, arma de fogo.

Composição: Cervical, toráxica, lombar e sacral

Sinais e sintomas: -perda de sensibilidade nas extremidades:

- dor a movimentação;

- deformidade da coluna vertebral;

- dormência, formigamento ou fraquezas nos membros;

-Perda do controle fecal e de urina;

TRAUMA DE MEMBROS

Hemorragia, fraturas (exposta e fechada),

Entorse (movimento atípico, geralmente rotacional, que lesiona ligamentos da articulação, há 3 tipos de
entorse: estiramento, ruptura parcial e ruptura total. Utilização de tala moldável e bandagem triangular.

Luxação: é o deslocamento da articulação que faz com que ossos percam o contato entre si.
Fratura exposta cobrir com curativo estéril umedecido.

Sinais e sintomas de fratura:

- Dor

- Deformidade/Descontinuidade

- Encurtamento do Membro

- Crepitação

- Edema

- Parestesia (formigamento,

dormência)

- Aumento do Volume

- Alteração distal do pulso

Fratura x hemorragia: Costela 125ml; rádio/ulna 250 a 500ml; Úmero 500 a 750ml; fêmur 1000 a 2000ml;
pelve 1000 á maciça.

Imobilizar com talas para transporte. Realinhamento em posição anatômica normal (leve tração)

Cotraindicado: dor significativa e resistência a movimentação do membro

Indicado: melhora a imobilização, diminui compressão de nervos e artérias

TRAUMAS DE TRONCO

Causas: contusão (agressão ou atropelamento); compressão ( cinto de segurança abdominal);


esmagamento (soterramento ou atropelamento); desaceleração ( acidentes de alta velocidade, quedas de
grande altura); penetração (nunca tirar o objeto, fazer curativo estabilizando o objeto).

Órgãos sólidos: Fígado; Baço; Pâncreas; Rins.

Órgãos ocos: Estômago; Intestinos (delgado e grosso); Vesícula biliar; Bexiga; Pulmões.

Mecanismo da respiração: expiração, diafragma relaxa (move-se para cima expulsando o ar); inspiração,
diafragma se contrai (move-se para baixo, dando espaço para o ar entrar).

Pneumotórax:

1. Cubra o ferimento com gaze ou pano limpo, evitando entrada de ar para o interior do tórax, durante a
inspiração.

2. Aperte moderadamente o cinto ou tirante ao redor do tórax para não prejudicar a respiração da vítima.

3. Use o curativo de três pontos em caso de pneumotórax aberto.

TRAUMAS ABDOMINAIS FECHADOS

1. Identificação por apalpação (Rigidez Abdominal)

2. Presença de Dor no Local


3. Edema

4. Sangramento pelas genitálias.

5. Associado a hemorragia interna

FERIMENTOS ABDOMINAIS ABERTOS:

• Evite mexer em vísceras expostas (Não introduzir as vísceras para a

cavidade abdominal.)

• Proteger as vísceras com plástico estéril ou compressa úmida;

• Remova a vítima com cuidado a um pronto-socorro mais próximo.

• Limpar as vísceras de detritos grosseiros irrigando com soro fisiológico;

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