Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Coordenadora e autora
Alana Rodrigues da Silva
Revisor
Carlos André Minanni
"""•
SANAR~
e Todos os d ireitos auto rais desta obra são reservados e protegidos ã Editora Sanar ltda. pela l ei no
9.610, de 19 de Fevereir o de 1998. Eproibida a dupl icaç~o ou reproduç~o deste volume ou qualquer
parte deste livro, no to do ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico,
gravação, fotocópia ou outros), essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como
ãs suas caracteristicas gráficas. sem permissão expressa da Editora.
ISBN 978·85·5462·056· 1
I REVISOR
\
I SUMÁRIO
Ala na Rodrigues
I APRENDER PODE SER MAIS FÁCIL
CASO CLÍNICO
23
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO
24
CAPiTULO OI
1. 2 PALAVRAS CHAVE
1. 3 OBJETIVOS
25
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO
OS HORMÔNIOS
TIPOS
26
CAPiTULO OI
27
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO
28
CAPiTULO OI
OS RECEPTORES HORMONAIS
29
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO
No entanto, pode ocorrer o que se chama de regulação para cima (up re-
gulation) dos receptores e das proteínas de sinalização intracelular. Isso ocor-
re quando os níveis normais dos hormônios se encontram baixos por um
período de tempo induzindo formação de novos receptores e de moléculas
de sinalização, além de maior disponibilidade do receptor para interagir com
o hormônio. Pode ocorrer também pela ação de um hormônio com relação
ao outro, por exemplo, quando se aumenta a concentração de hormônios
tireoidianos os receptores adrenérgicos dos miócitos cardíacos sofrem uma
regulação para cima, tornando o tecido muito mais sensível às ações da adre-
nalina, já que os hormônios tireoideanos estimulam a ação desse hormônio.
No nosso corpo existem milhões de receptores espa lhados pelas nos-
sas células e eles não funcionam da mesma maneira, ou seja, cada tipo de
receptor tem um mecanismo de ação d iferente. Os receptores de superfí-
cie podem ser dos t ipos: (1) ligados a canais iônicos, (2) ligados à proteína
G, e (3) ligados às enzimas. Do mesmo, modo os receptores intracelulares
podem ser: (1) citosólicos ou (2) nucleares (genôm ico ou não genômico).
1. Receptores ligados a canais iônicos: Quando ativados abrem ca-
nais para passagem de um ou mais íons, como íons sódio, potássio,
cálcio, entre outros. São poucos os receptores que funcionam mo-
vimentando diretamente canais iôn icos, como é o caso dos neuro-
transmissores acetilcolina e norepinefrina. A maioria dos hormônios
que abre e fecha canais iônicos é de forma indireta, através de recep-
tores acoplados à proteína G ou ligados à enzimas.
2 . Receptores acoplados à proteína G: Proteína G é uma proteína he-
terotrimérica de ligação a GTP (figura 1.1). Esse receptor possui 7 seg-
mentos q ue at ravessam a membrana p lasmática formando alças no
interior e no exterior da célula. As partes do receptor voltadas para o
interior da célula, ou seja, para o citoplasma, são acopladas à prot eí-
na G, q ue por ser trimérica, é formada por 3 subunidades- alfa, beta e
gama. Essa proteína no seu estado inat ivado, forma um complexo que
se liga ao d ifosfat o de guanosina (GDP), especificamente na subuni-
dade alfa. Quando o hormônio se liga à parte ext racelular do receptor,
ocorre uma m udança conformacional que faz com que a proteína G,
ligada ao GDP, se associe à parte citoplasmática do receptor e troque
GDP por trifosfato de g uanosina (GTP). Essa fosforilação do GDP faz
com que a subunidade alfa se d issocie do t rímero e se associe a proteí-
nas de sinalização intracelular ou também chamadas de sistema efetor
que vão produzir segundos mensageiros (ver quadro 1.1) para alterar
30
CAPiTULO OI
31
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO
32
CAPiTULO OI
Hipotálamo +-
Hormônio líberador
I
+
•
Hipófise
_... Hormônio trófico
I
Hormônios
•
Glândula
endócrina Hormônios
Honwânios pet . . icol
33
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO
34
CAPiTULO OI
35
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO
• Hipôfise anterior
Hipôfise intermediária
• Hipófise post~rior
Veias hipofisárias
Figura 1.3: Essa imagem evidencia a divisão anatômica da hipótise e sua vascularização pe-
las artérias e veias hipotisárias. Observe também a formação do sistema porta hipotisário.
Retirada de ht tp://julirustanti.blogspot.com/2013/04/
36
CAPiTULO OI
Sistema Porta: Sistema que possui um vaso porta (vaso que une dois
sistemas de capilares sanguíneos, sem passar pelo coração
A hipófise é irrigada por dois ramos das artérias carótidas internas que
são as artérias hipofisárias superiores, direita e esquerda (irrigam eminên-
cia média e infund íbu lo) e artérias hipofisárias inferiores direita e esquerda.
Os neurônios hipotalâmicos produzem seus hormônios e eles são leva-
dos por axôn ios até a eminência média, onde são secretados para o plexo
capilar primário, formado pelas artérias hipofisárias superiores. Esse plexo
se reúne para formar a veia port a hipofisária que vai para o lobo anterior
da hipófise e se ramifica formando um grande plexo capilar secundário.
Aqui os hormônios são liberados e se ligam aos respectivos receptores
hipofisários estimulando a produção dos hormônios tráficos que vão en-
t rar no plexo capilar secundário que por sua vez se anastomosa forman do
a veia hipofisária eferente responsável por levar esses hormônios até os
órgãos alvo distribuídos pelo corpo. (figura 1.3)
Visto isso, podemos entender a organização estrutural e funcional do
eixo endócrino que funciona da seguinte forma . Um eixo é formado por
três níveis de células endócrinas: (1) neurônios hipotalâmicos, (2) células
da hipófise anterior e (3) glândulas endócrinas periféricas. Os neurônios do
37
INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO
38
CAPiTULO OI
SÍNDROME DE MCCUNE-ALBRIGHT
Quadro 1.1
Sistema Efetor Segundo mensageiro Mecanismo de ação
Se a protefna G for estimulatôria, a Ade-
nilil ciclase é ativada e promove conver·
são de ATP em AMPc que vai ativar uma
cascata de enzimática culminando em
uma ampli-ficação de sinal {uma enzima
Adenilil Ciclase AMP cíclico
ativa uma segunda enzima, que ativa
a terceira e assim por diante). Se a protei-
na G for inibitória ocorre diminuição de
AMPc e coosequentemente leva a uma
ação inibitória da célula.
A ativação da fosfolipase C promove a
degradação do fosfotipidio de membra-
na bifosfato de fosfatidilinositol (PIP2}
em IP3 e DAG. O IP3 mobili2a o cãlcio
Trítostato de inositol (IP3) e
Fosfolipase C das mitocóndrias e do retículo endoplas·
Diacilglicerol (OAG)
mático que vai promover contração de
musculatura e alterações na secreção
celular. O OAG ativa a proteinocinase C
(PKC) que fosforila inúmeras proteínas.
Ao entrar na célula o cálcio se liga à
calmodulina que altera sua conforma·
ção e promove múltiplos efeitos na
célula incluindo ativação e inibição de
Entrada de cálcio <:atmodulina
proteinocinases. A principal função da
calmodulina é ativar a cadeia leve da
miosinocinase e causar contração de
músculo liso.
39
( Im•nenoa mécho )
REFERÊNCIAS
1. Guyton AC, Hall JE. Tratado de fisiologia médica. 13a ed. Rio de Janeiro, RJ:
Elsevier; 2017
2. Berne RM, Levy MN. Fisiologia, 6a ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier; 2009.
3. BARRET, Kim E. et ai. Fisiologia médica de Ganong. 24. ed. Porto Alegre: AMGH,
2014.
4. MOORE, K.L. - Anatomia Orientada para clínica, 6•Ed, Guanabara Koogan,
2011
S. STANDRING, S.- Gray's Anatomia, 40Ed, Elsevier, 2010
6. JUNQUEIRA, L.C.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11• Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.
7. Albright F, Butler AM, Hampton AO, Smith P. Syndrome characterized by os-
teitis fibrosa disseminata, areas of pigmentation, and endocrine dysfunction,
with precocious puberty in females. N Engl J Med 1937;216:727-
' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .•
CONFERÊNCIAS •
•
Confira aqui a aula dinâmica do Medicina Resumida
•
•
sobre os assuntos abordados nesse capítulo! •
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
A Glândula Tireoide
CASO CLÍNICO
Dona Adelice, 40 anos, vai a uma consulta médica com queixa de nervo-
sismo, insônia e tremor de extremidades com início há 3 meses. Informa que
nesse período apesar de ter aumentado a ingesta de alimentos, começou a
perder peso, cerca de 1Okg. Queixa-se também que agora sente muito calor,
mais que o normal. Sua filha, Alideia, que também estava presente na con-
sulta, ainda informa que a parte anterior pescoço de dona Adelice começou
a aumentar e que ela reclama constantemente de fraqueza.
Dr. Juarez, fez uma avaliação em dona Adelice e percebeu que além
desses sintomas relatados, ela também apresentava exoftalmia bilateral,
e um edema endurecido em membros inferiores. Além disso, no exame
físico de Dona Adelice foi encontrada uma frequência cardíaca elevada.
Diante desses achados, Dr Juarez informa que dona Adelice está com um
quadro de hipertireoidismo, situação em que há aumento dos hormônios
tireoidianos por hiperfunção da tireoide. Informa que a principal suspeita
é a Doença de Graves, mas para ter certeza teria que pedir alguns exames
como dosagem de TSH, e T4 livre e de autoanticorpo específico.
Alideia relata a.o médico que já ouviu falar desses hormônios da tireoi-
de, mas não entendia porque seu aumento estava causando tantos sinto-
mas diferentes em sua mãe. Como estava com muitas dúvidas a respeito
da doença da mãe, fez algumas perguntas:
45
A GlÂNDULA TIREOIDE
46
CAPirUL002
1.2 PALAVRAS-CHAVE
1.3 OBJETIVOS
47
A GlÂNDULA TIREOIDE
ANATOMIA
CARACTERÍSTICAS GERAIS
48
CAPirUL002
·-
~ ......
-··~I<IU
"""
"'~·()
(Mffit,.•4o)
111\owrtlo..,o·""'"..
t-•thl...,!loO
Figura 2.1: Visão anterior das relações anatõmicas da glândula tireoide. Retirada do Netter.
VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO
49
A GlÂNDULA TIREOIDE
reoides. A artéria tireóidea inferior tem uma íntima relação com o nervo
laríngeo recorrente e esse fato é de grande importância clínica já que a le-
são iatrogén ica desse nervo é uma das principais complicações da cirurg ia
da t ireoide, podendo ocasionar rouquidão e d ificu ldade na fala (figura 2.2)
Artéria carótida
NeMl larí,naeõO externa
superior Artéria tireoidea
superior
Artéria carótida
comum
Artéria tireaidea
inferior
NeiVo laringeo
recorrente E.
Figura 2.2: Irrigação da tireoide pelas artérias tireoideas superiores, médias e inferiores.
Observe também a rntima relação da glãndula com o nervo larfngeo recorrente. Retirada
de https://br.pinterest.com/pin/437764026262335784/
110
CAPirUL002
Veia
tireoideia
supenor
Veia jugular
interna
Veias do plexo
tireoideo Veia t ireoidea
média
Veia braquiocefálica
Veia cava superior esquerda
Figura 2.3: Drenagem venosa da glândula tireoide pelas veias tireo ideas superiores, méd ias
e inferiores. Retirad o de Auger and Dalley (Atlas de anatomia).
51
A GlÂNDULA TIREOIDE
HISTOLOGIA
'•••~e~ff.~~~~~~
FoUw&o da
tireoide
CapU•r
112
CAPirUL002
FISIOLOGIA
53
A GlÂNDULA TIREOIDE
114
CAPirUL002
_....____
Tireoperoxidase
+
Coloide nos
endossomas
I II1 Mierotubulos,
t t t t mlerofilamentos
Mlr DIr
'
~
rG/
Tlreoglobullna
Oesiodase
r{ 'r.
Mlr e-
·- Proteases
-·-r
DIT '
r
l! r4
Lisossomos
Membrana basal
Figura2.S: Sfntese (setas aruis) e secreção (setas vermelhas) dos hormônios da tireoide. As setas
brancas indicam as vias de "reciclagem" do iodo e da tireoglobtllina. Retirada de Berne e Levy.
TRANSPORTE E METABOLISMO
55
A GlÂNDULA TIREOIDE
Assim que chega às células alvo, o hormônio deve se ligar ao seu receptor.
Se você estiver atento à leitura, vai lembrar que eu falei anteriormente que é
o T3 quem promove os efeitos biológicos, portanto, é ele quem vai se ligar ao
receptor que é intracelular. Dessa forma, o pouco T3 produzido e o T4, que
vai ser convertido em T3, entram na célula e se ligam ao receptor nuclear ge-
nômico. Após essa ligação, o receptor é ativado e ocorre o processo de trans-
crição para formação de novas proteínas intracelulares específicas para cada
ação determinada.
Entretanto, os hormônios tireoidianos parecem ter também efeitos não
genômicos independentes de transcrição, como efeitos que ocorrem em
minutos, rápido demais para depender de síntese de novas proteínas. Essas
ações mais imediatas provavelmente ocorrem no coração, hipófise e tecido
adiposo, e tem como sítio de ação a membrana plasmática, o citoplasma e as
mitocôndrias. Desse modo, elas incluem regulação de canais iônicos e fosfori-
lação oxidativa envolvendo ativação de segundos mensageiros intracelulares.
116
CAPirUL002
EFEITOS CARDIOVASCULARES
57
A GlÂNDULA TIREOIDE
EFEITOS RESPIRATÓRIOS
118
CAPirUL002
59
A GlÂNDULA TIREOIDE
60
CAPirUL002
Você já aprendeu que existem algumas glândulas que tem sua função re-
gulada pelo hipotálamo e hipófise. A tireoide é uma delas! O principal meio
de controle da sua função é o eixo Hipotálamo-Hipófise-Tireoide (HHT). O
hipotálamo, promove a liberação de Hormônio liberador de Tireotrofina
(TRH). Esse hormônio vai passar pelo sistema porta hipofisário e chegar à
hipôfise, onde se liga aos receptores dos tireotrofos e os estimula a secretar
a tireotrofina ou Hormônio Estimulante da Tireoide (TSH). O TSH, por sua
vez, vai ganhar a corrente sanguínea e alcançar a tireoide onde vai se ligar a
receptores acoplados a proteína G (TSHr) e promover ações imediatas, inter-
mediárias e de longa duração sobre seu epitélio.
As ações imediatas incluem endocitose de coloide para formação de ve-
sícula endociticas de tireoglobulina, aumento da captação de iodeto e ativi-
dade da TPO e estimula a proteólise da tireoglobulina para liberação de T3 e
T4. As ações intermediárias ocorrem após horas ou dias e envolve a síntese
de proteínas e expressão de genes que codificam a formação das estruturas
envolvidas na produção dos hormônios, como o NIS, TPO, tireoglobulina e
megalina. E os efeitos de longa duração se deve a estimulação prolongada do
TSH e inclui a hipe rtrofia e hiperplasia da tireoide que se apresentam como
bócio (Quadro 2.1 - Bócio).
Então a principal ação do TSH é estimular a liberação de T3 e T4! Após
serem secreta dos no sangue e atingir os tecidos alvo, esses hormônios perifé-
ricos desempenham um papel importantíssimo no controle por retroalimen-
tação negativa. Especificamente, os hormônios agem na hipófise, inibindo a
liberação de TSH (reprime a expressão do gene da subunidade beta do TSH)
e agem no hipotálamo, inibindo a secreção de TRH (reprime a expressão do
gene pré-pró-TRH) (Figura 2.6).
61
A GlÂNDULA TIREOIDE
Hipotálamo +'-
TRH
1
+
+
- ... Hipófise
TSH
+
+
Glândula
T4e T3 tireoide T4el3
T4 n
Tecidos periféricos
T4 T3
62
CAPirUL002
DOENÇA DE GRAVES
63
tw ' 'h1ill
tTenule
fll ......,
= dOr
00
~
?n ...
c.=::;.) te 7
,,.
r •• o-a r.allutmeiiiD Do
SIICIWII?De
.........
~
REFERÊNCIAS
1. Guyton AC, Hall JE. Tratado de fi siologia médica. 13a ed. Rio de Janeiro, RJ:
Elsevier; 2017.
2. Berne RM, Levy MN. Fisiologia, 6a ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier; 2009.
3. BARRET, Kim E. et ai. Fisiologia médica de Ganong. 24. ed. Po rto Alegre: AMGH,
2014.
4. MOORE, K.L. - Anatomia Orient ada para clínica, 6•Ed, Guanabara Koogan,
2011
5. STANDRING, S.- Gray's Anatomia, 40Ed, Elsevíer, 201O
6. JUNQUEIRA, L C.U. & CARNEIRO, J. Hist ología Básica. 1P Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.
7. Davies TF et ai. Pat hogenesis o f Graves'dísease. In Upt odate 2006.
• • • • •• • • •• • • • • • •• • • • • •• • • • •• • • • •• •
•
CONFERÊNCIAS •
•
Confira aqui a aula dinâmica do Medicina Resumida •
sobre os assuntos abordados nesse capítulo!
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
A Glândula Suprarrenal
CASO CLÍNICO
Dona Anita resolveu fazer uma visita à sua afilhada, Maiza, que já não
via há algum tempo. Ao encontrar sua madrinha, Maiza ficou muito con-
tente e surpresa, tanto pela visita como por perceber algumas mudanças
na sua aparência. Dona Anita estava com o rosto mais arredondado, como
uma "lua cheia'; tinha uma protuberância no dorso (giba), obesidade ab-
dominal e os membros mais finos, além de muitas equimoses pelo corpo,
características que deixaram a menina curiosa.
Maiza já estava fazendo o quinto semestre de medicina e se lembrou
que quando estudou o sistema endócrino viu uma síndrome que dava as
mesmas características apresentadas pela madrinha. Ao longo da conver-
sa entre as duas, a afilhada questiona Dona Anita como está a saúde e ela
se queixa que ultimamente vem ganhando peso e sentindo muita fraque-
za nas pernas e braços, além disso informou que foi ao posto de saúde na
semana passada e que a enfermeira lhe disse que estava com a pressão
aumentada e o"açúcar alto".
Diante dessas informações a afilhada de Dona Anita resolve o lhar suas
anotações da aula de endocrinologia e percebe que pode se tratar de um
caso de hipercortisolismo. A menina explica a madrinha que esses sinais e
sintomas podem ser devido ao aumento de um hormônio chamado corti-
sol que é produzido por nossas glândulas adrenais. Dona Anita ficou mui-
to confusa com o que a menina estava falando e cheia de dúvidas: "O que
são essas adrenais?""Para que serve esse hormõnio?""Por que ela estava
com ele aumentado?" e principalmente"lsso tem cura?".
A afi lhada começa a explicar para a madrinha que as adrenais são g lân-
dulas que produzem diferentes de hormônios que são muito importantes
para o equilíbrio do nosso organismo, mas um desses hormônios pode
69
A GlÂNDULA SUPRARRENAl
70
CAPirUL003
1.2 PALAVRAS-CHAVES
1.3 OBJETIVOS
71
A GlÂNDULA SUPRARRENAl
ANATOMIA
CARACTERÍSTICAS GERAIS
VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO
73
A GlÂNDULA SUPRARRENAl
HISTOLOGIA
74
CAPirUL003
figura 3.2: Corte transversal da glândula mostrando a divisão entre o córtex e a medula.
Ao lado, observe o corte histológico evidenciando as zonas do córtex adrenal. Retirada de
< http://maxturner.co/diagram-of-adrenal-cortex.htm>.l
FISIOLOGIA
715
A GlÂNDULA SUPRARRENAl
HORMÔNIOS DA MEDULA:
Tlros-.a
l r IRJ6i-la hiãca:ilase
HO
À } íC"1HCOOH
HO NK,
DMIICI10x:ll'enllll8flln.a
(XDOPA)
.,...ticê
Ell!imuleção j .~.·-
. . . . .-·-· ,. · &e Grtn..;o
HO~CHCK,Nii,
HO-'<:,)J 6..
NoroplntfMI
j .................
F. . . .nollminii.N·
figura 3.3: Sínt~s~ das cat~colaminas. Obs~rv~ o proc~sso e as ~nzimas envolvidas. Retirada
do Berne ~ Levy.
76
CAPirUL003
77
A GlÂNDULA SUPRARRENAl
Após promoverem sua ação elas são degradadas e duas enzimas prin-
cipais são responsáveis por esse processo: a monoamina oxidase (MAO)
e a catecol-0 -metiltransferase (COMT). Normalmente COMT e MAO de-
gradam a norepinefrina como neurotransmissor após a receptação pelo
terminal pré-sináptico, porém as catecolaminas adrenais são metiladas,
principa lmente pela COMT em tecidos não neurais, como rins e fígado.
HORMÔNIOS DO CÓRTEX
A síntese dos est eroid es ocorre de man eira diferente em cada zona,
já qu e é dependente d e enzimas específicas de conversão. A base para a
síntese desses hormônios é o colesterol, qu e é produzido internamente
ou captado pelas células por m eio dos receptores de LDL que elas expres-
sam. O colesterol captado sofre ação da enzima colesterol ést er hidrolase
e é convertido em colesterol livre para ser armazenado. A primeira etapa
do processo ocorre da mesma forma em todas as zonas! O colesterol pre-
cisa ser convertido em pregnenolona pela enzima colesterol desmolase e
esse evento ocorre no interior da mitocôndria. Logo depois esse produto
é transportado para o reticu lo endoplasmático liso (REL) e a partir daqui
ocorrem as conversões próprias para a formação dos hormônios nas res-
pectivas zonas.
Na zona fasciculada há produção de glicocorticoides. A pregnenolona
sai da mitocôndria e chega ao REL onde sofre ação da 3 beta hidroxieste-
roide desidrogenase(3~-HSD) e é convertido em progesterona que é con-
vertida em 17-hidroxiprogesterona, 11-desoxicortisol e cortisol. Observe
a figura 3.4 que possu i toda a via de conversão em cortisol e todas as en-
zimas envolvidas..
78
CAPirUL003
Colesterol I Colesterol 1
CYP11A1
M~ocôndria
cYP11A1
- da
remoção da remoçao Mitocôndria
cadeia lateral cade ia lateral
Pre!Jlenolona I Pregnenolona I
CYP17 3[1-HSD
RE L REL
17-hidroxilase
I Progesterona I
CYP17 cYP21A2
RE L RE L
17,20-liase · roxilase
21-hid
DHEA 11-Desoxicorticosterona
SULT2A1
sullotransferase
j REL c YP11B2
11-hidroxilase
DOC
Mitooôndria
[)HEAS I Corticosterona I
cYP11B2
Mitooôndria
18-hidroxilase
18 (OH) Corticosterona
38-HSD
REL
cYP11B2 Mitooôndria
18-oxí"dase
Androstenediona Aldosterona
(produção menor)
Figura 35 Síntese de Deidro píandrosterona Figura 3.6 Sínt ese da aldostero na na zona g lo-
(OHEA) para formação d os andrógenos na zona m erulosa. Ob serve as etapas d o processo, bem
reticulad a. Observe as etapas do p rocesso, como a enzimas envolvidas. Aqui não encontra-
bem como as enzim as envolvidas, em especial mos a enzim a CYP 17, p resente nas o ut ras zonas,
a p resença da enzima CYP 17, i mpo rtante para po r isso temos exclusivam ent e a p rodução de
form ação d e hidroxip regnenolona e DHEA m ineralocorticoides. Retirad a d o Berne e Levy.
(substratos essenciais para síntese d os andró-
genos). Retirada do Berne e Levy. ao
CAPirUL003
Pronto, agora que você já entendeu como ocorre a síntese de cada hor-
mônio, vamos conhecer um pouco mais sobre cada um deles. Os andró-
genos, por estarem muito envolvidos com a funç.ão reprodutora, vão ser
estudados nos capítulos 07 e 08, portanto vamos explorar nesse capítulo
as características e ações da aldosterona e do cortisol.
81
A GlÂNDULA SUPRARRENAl
811
CAPirUL003
neurogênico para manter ativas as funções mais vitais, por isso é conheci-
do como o "hormônio do estresse':
EFEITOS NO METABOLISMO
83
A GlÂNDULA SUPRARRENAl
Você com certeza já deve ter ouvido falar que quando temos um pro-
cesso de inflamação crônica o medicamento utilizado é o corticoide! Isso
se deve ao efeito imunossupressor e anti-inflamatório do cortisol. A infla-
mação faz parte da resposta ao estresse, mas quando ela é exacerbada
causa lesôes significativas, por isso o cortisol tem papel fundamental na
manutenção da homeostasia do sistema imune.
Portanto, o cortisol, junto com as catecolaminas, estimulam a produ-
ção de citocinas anti-inflamatórias e suprime a produção das pró-inflama-
tórias; inibe a ação da fosfolipase A2 (enzima envolvida na produção dos
med iadores inflamatórios prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos);
d iminui a liberação de enzimas proteolíticas por estabilizar as membranas
lisossomais. Além disso, reduz a produção e circulação dos linfócitos T; e
inibe a m igração dos leucócitos e a liberação de interleucina-1(envolvida
na febre), bem como a atividade dos neutrófilos, apesar de estimular sua
liberação pela medula.
84
CAPirUL003
EFEITOS CARDIOVASCULARES
815
A GlÂNDULA SUPRARRENAl
86
CAPirUL003
induz a redução n,a síntese e liberação de cortisol, que pode causar uma
insuficiência adrenal no indivíduo.
SÍNDROME DE CUSHING
87
Recacao com:
ler o do d.al'ragme,
VÇI e f[Oado
Estalll la
...,..,.,...
membr11111
REFERÊNCIAS
1. Guyton AC, Hall JE. Tratado de fisiologia médica. 13a ed. Rio de Janeiro, RJ:
Elsevier; 20 17.
2. Berne RM, Levy MN. Fisio logia, 6a ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier; 2009.
3. BARRET, Kim E. et ai. Fisiologia méd ica de Ganong. 24. ed. Porto Alegre: AMGH,
2014.
4. MOORE, K.L. - Anatomia Orientada para clínica, 6•Ed, Guanabara Koogan,
201 1
5. STANDRING, S. - Gray's Anatomia, 40Ed, Elsevier, 2010.
6. JUNQUEIRA, L.C.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11" Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.
7. Bresolin, P.T. Revisão de literat ura sobre sínd ro me de Cu shing. Revista Uni-
p lac; issn 2447 -2 107. 2012
• • •• • • • •• • •• • • • • • •• • • • • • •• • • • •• • • •
•
•
CONFERÊNCIAS •
•
Confira aqui a aula dinâmica do Medicina Resumida •
sobre os assuntos abordados nesse capítulo! •
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
O Hormônio do Crescimento
CASO CLÍNICO
93
O HORMÔNIO 00 CRESCIMENTO
1.3 OBJETIVOS
94
CAPirUL004
O HORMÔNIO DO CRESCIMENTO
Você já parou para pensar que no nosso organismo todos os processos são
controlados e regulados? Por exemplo, o que determina sua estatura? Já imagi-
nou que por trás dos processos relacionados ao crescimento há também a re-
gulação feita por um hormônio? Pois bem, nesse capítulo vamos estudar o hor-
mônio do crescimento ou GH ou somatrotofina ou hormônio somatrotrófico.
O GH é um hormônio proteico formado por 191 aminoácidos que resulta
em uma estrutura similar à prolactina e ao hormônio lactogênico placentário
humano e por isso, inclusive, pode ocorrer um cruzamento com as atividades
desses hormônios, quando em excesso. Ele é produzido pelos somatrotofos da
adenohipófise e não age diretamente em uma glândula periférica, como ocorre
com os outros hormônios tráficos. O GH atua diretamente sobre quase todos
os tecidos do corpo, principalmente sobre o fígado, seu alvo mais importante.
O RECEPTOR DE GH
OS EFEITOS FISIOLÓGICOS DO GH
EFEITOS NO CRESCIMENTO
98
CAPirUL004
97
O HORMÔNIO 00 CRESCIMENTO
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DO GH
98
CAPirUL004
GH
ACROMEGALIA
99
possui
MQbl!zaclo ele
6ddos graxos M 2•'--ollsmo de
fazendo CiiWbuldliltui
rtJzenckl __,
f procluçio
detflcase
'utilinçio
de tlicase
REFERÊNCIAS
1. Guyton AC, Hall JE. Tratado de fisiologia médica. 13a ed. Rio de Janeiro, RJ:
Elsevier; 20 17.
2. Berne RM, Levy MN. Fisio logia, 6a ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier; 2009.
3. BARRET, Kim E. et ai. Fisiologia médica de Ganong. 24. ed. Porto Alegre: AMGH,
2014.
4. MOORE, K.l. - Anatomia Orientada para clínica, 6•Ed, Guanabara Koogan,
2011
S. STANDRING, S.- Gray's Anatomia, 40Ed, El sevier, 2010
6. JUNQUEIRA, l.C.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica . 11• Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.
7. Melmed S. Medicai progress: Acromegaly. N Engl J Med. 2006;355(24):2558-
73
8. Ministério da Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas. Acromegalia.
2013. Disponível em http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2014/
abril/02/pcdt-acromegalia-livro-2013.pdf
• • •• • • • •• • •• • •• • • • • •• • • • •• • • • • •• • •
•
•
CONFERÊNCIAS •
•
Confira aqui a aula dinâmica do Medicina Resumida •
sobre os assuntos abordados nesse capítulo!
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
O Pâncreas Endócrino
CASO CLÍNICO
Érika anda um pouco preocupada com seu tio Antônio, de 58 anos, que
nos últimos meses vem apresentando alguns sintomas. Ele sempre esteve
acima do peso, mas agora passou a comer mais do que o habitual, passou
a ir muitas vezes ao banheiro para urinar e a sentir mais sede que todos na
casa. Além disso, Érika percebeu que seu tio havia machucado o pé e que
esse ferimento está demorando mais que o normal para cicatrizar.
Por ter ficado preocupada, marcou uma consulta com o médico na
UBS. No dia da consulta, Érika informou ao Dr. Barbosa sobre os sintomas
de seu tio. No exame físico, o médico percebeu a presença de manchas
escuras no pescoço (região de dobra) de seu Antônio. Após o exame, Dr.
Barbosa informou aos dois que provavelmente seu Antônio estava com
Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e com sinais de resistência à insulina, devido
a presença da aca ntose (mancha escura). Entretanto, para dar esse diag-
nóstico era necessário fazer uma glicemia de jejum.
Érika, muito curiosa, perguntou ao médico qual o motivo de seu tio estar
com essa doença e como ela ocorre, já que ninguém da sua família tem esse
diagnóstico. Dr. Barbosa explicou que o DM2 é uma doença causada pela
deficiência da ação da insulina produzida pelo pâncreas, como está ocor-
rendo com seu Antônio, ou pela insuficiência da sua produção. E ela pode
ser decorrente de herança genética e/ou pelos hábitos de vida das pessoas.
Érika, ainda não satisfeita fez várias indagações. Mas o que a insulina
faz no nosso corpo? Como ela age? E como o pâncreas a produz? Por que
meu tio tem essa resistência à insulina?
105
O PÂNCREAS ENOÓCRitiiO
1 . 2 PALAVRAS-CHAVE
1. 3 OBJETIVOS
108
CAPiTULO OS
ANATOMIA DO PÂNCREAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS
O pâncreas faz parte do grupo das chamadas glândulas mistas, isto por
que contém uma parte endócrina e uma parte exócrina. A parte exócrina é
importante para a função digestiva e a endócrina para função metabólica,
a qual vamos estudar nesse capítulo.
É um órgão retroperitoneallocalizado na região posterior do abdome,
ao nível das vértebras L 1 e l2, anterior à coluna vertebral, atrás do estô-
mago e entre o duodeno e o baço, mantendo intima relação com esses
órgãos. O pâncreas é uma víscera d e cor rosa-salm ão, de superfície lo bula-
da e firme. É alongado e achatado e mede aproximadamente 12-1 Sem d e
comprimento com peso de cerca d e 80g no adulto (figura 5.1).
figura 5.1: Nessa imagem podemos observar as divisões do pancreas, bem como suas
relações anatõmicas com as estruturas vizinhas. Observe a íntima relação da cauda do
pâncreas com o baço e da cabeça pancreática com o duodeno.
107
O PÂNCREAS ENOÓCRitiiO
CABEÇA DO PÂNCREAS
COLO
Éa região mais estreita, com 2cm de largura e une a cabeça ao corpo. Essa
região é importarnte pela sua relação íntima com alguns vasos, fato relevante
durante cirurgias de câncer pancreático, por exemplo, já que a invasão deles
pode tornar o tumor irressecável. Esses vasos são a veia mesentérica superior
na parte mais inferior e a veia porta ao longo do colo. Além disso tem também
relação com as artérias gastroduodenal e pancreático duodenal superior an-
terior que descem na região anterior no limite entre o colo e a cabeça.
CORPO
108
CAPiTULO OS
CAUDA
109
O PÂNCREAS ENOÓCRitiiO
VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO
ARTÉRIAS
110
CAPiTULO OS
r--------------------- h*O~
VEIAS
111
O PÂNCREAS ENOÓCRitiiO
DRENAGEM LINFÁTICA
INERVAÇÃO
HISTOLOGIA
118
CAPiTULO OS
Dueto panueâtico
exôcma
Figura 5.4: Ilustração da histologia do p~ncreas. Veja a distribuição periférica dos ácinos
pancreáticos e a distribuição centralizada das ilhotas de Langherans. Observando a
ilhota, perceba a distribuição das células p rodutoras dos hormônios. Retirada de http://
bookmyad.co/pancreas-cell-diagram.html
FISIOLOGIA
INSULINA
113
O PÂNCREAS ENOÓCRitiiO
114
CAPiTULO OS
t Glcose
GlUT2
1'
GlicQse
!
Glleos&-6-foslato
~ OXI<IIÇAo
t ATP t
t~:~·- --~ DeS!)Oiarização
rn
ATP + canal de K •
(feçhado)
Canal de Ca·•
(aberto)
Figura 5.5: Mecanismo de estímulo para secreção de insulina pelas células beta do pâncre-
as. Veja que a glicose entra pelo transportador GlUT 2 e estimula a secreção da insulina.
Rêtirada do Guyton ê Hall.
RECEPTOR DE !I NSULINA
Ao ser liberada ela começa a exercer seus efeitos quando chega na cé-
lula alvo e se liga ao receptor de membrana específico. Esse receptor é
uma proteína formada por 4 subunidades: 2 alfa localizadas fora da célula
e 2 beta que atravessam a membrana plasmática e se localizam na parte
interna da célula. Essas subunidades são unidas por pontes dissulfeto e
quando a insulina se liga à subunidade alfa provoca autofosforilação nas
subunidades beta,. Isso causa ativação de uma tirosinocinase local que
causa fosforilação de outras enzimas intracelulares, incluindo os substra-
tos do receptor de insulina (IRS) (veja esse processo na Figura 5.6).
A ativação desse receptor, portanto vai induzir a células alvo a exerce-
rem os efeitos fisiológicos da insulina.
11&
O PÂNCREAS ENOÓCRitiiO
InsUlina
1 Receptor
s-s a ele Insulina
s-s s-s
_L -L
Gticose
~1 - p
,,
I
•I•
I
•I
•
.. t
...,, __0 Cresàmenlo
e elCpf&asio
gênlca
Transporte
da gllcose
Slntese Slntase
oe proteína de glioose
116
CAPiTULO OS
centro para a periferia, ou seja, das células beta para as células alfa. Esse
hormônio é considerado anabolizante por promover a síntese de alguns
produtos e ele tem efeitos importantes sobre os carboidratos, lipídios e
proteínas.
117
O PÂNCREAS ENOÓCRitiiO
118
CAPiTULO OS
119
O PÂNCREAS ENOÓCRitiiO
110
CAPiTULO OS
181
O PÂNCREAS ENOÓCRitiiO
órgãos, principalmente por dan ificar os vasos, como coração, retina, rins
e cérebro.
GLUCAGON
EFEITOS FISIOLÓGICOS
lU
CAPiTULO OS
SOMATOSTATINA
DIABETES MELLITUS
183
a
[.!:",::.)-causa
(r;:-;::-~
[:~m
~ ....;-:_:_romo
~_jr- :__J
::1§
do
-, En": =-'"'l
REFERÊNCIAS
1. Guyton AC, Hall JE. Tratado de fi siologia médica. 13a ed. Rio de Janeiro, RJ:
Elsevier; 2017.
2. Berne RM, Levy MN. Fisiologia, 6a ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier; 2009.
3. BARRET, Kim E. et ai. Fisiologia médica de Ganong. 24. ed. Porto Alegre: AMGH,
2014.
4. MOORE, K.l. - Anatomia Orientada para clínica, 6•Ed, Guanabara Koogan,
2011
5. STANDRING, S.- Gray's Anatomia, 40Ed, Elsevier, 2010.
6. jUNQUEIRA, l.C.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11• Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.
7. Sociedade Brasileira de d iabetes. Diabetes na prática clínica; e-book 2.0 Dis-
ponível em https://www.diabetes.org.br/ebook/component /k2/ítem/36-re-
sistencia-insulinica-sindrome-metabolica-e-risco- cardiovascular
8. Giacaglia, l.R., Silva, M.E.R., Santos, R.F. Tratado de Síndrome Metabólica. Ed.
Roca, São Paulo, P Ed, 201O.
9. Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Diretrizes da Sociedade Brasileira de
Diabetes: 2017 -2018. São Paulo: Edito ra Clannad, 2017.
• • • •• • • • •• • • • •• • • • • •• • • • • •• • • • •• • • •
•
CONFER~NCIA •
•
Confira aqui a aula dinâmica do Medicina Resumida •
sobre os assuntos abordados nesse capítulo! •
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
O Metabolismo do Cálcio e
do Fosfato
CASO CLÍNICO
129
O METABOLISMO DO CÁLCIO E DO FOSFATO
1. 3 OBJETIVOS
130
CAPirUL006
131
O METABOLISMO DO CÁLCIO E DO FOSFATO
A FISIOLOGIA ÓSSEA
138
CAPirUL006
PARATORMÔNO (PTH)
133
O METABOLISMO DO CÁLCIO E DO FOSFATO
134
CAPirUL006
135
O METABOLISMO DO CÁLCIO E DO FOSFATO
~Tireoide
~Paratireoides
t PTH
~ ~ ~~ ~umenla
I
0
Osso f( reabsorção
~1 decãlc:•o e •mbea
reabsorção de
t fosfato da unna
·Age no o;teoclasto ~
· · -·
• Aumenta absorção de dtcio
~
tCilcio
t Fósforo
Figura 6.1: Efeitos do PTH sobre o s rins e os ossos, influenciando a concentração sérica do
c~ leio e do fosfato. Observe também o efeito do PTH sobre os rins ao estímular a ativa-
ção da vitamina O, que por sua vez age no intestino aumentando a absorção de cálcio.
Retirada de https://www.medidnanet.com.br/m/conteudos/revisoes/5617/hipoparatireoi-
dismo.htm
136
CAPirUL006
CALCITONINA
VITAMINA D
CARACTERfSTICAS GERAIS
13'1'
O METABOLISMO DO CÁLCIO E DO FOSFATO
EFEITOS DA VITAMINA O
138
CAPirUL006
HIIPERPARATIREOIDISMO PRIMÁRIO
139
.....
t , rewc;lu
EmmaiOr
quantidade ~
Poligonais
()3
Maiores 1J ... """') "'.,, ~o..,::-
.....,. veSKular l
De cttoplasma
Células aCidófliO
Oxifilas
Produtoras
fonn11do
de PTH t~eb~e
'exueçlo de
cjldo
tc-Mdo.
j~
1161ICOI
'proouzlela Células c
pelas
da tlreOide
(~•tco)
REFERÊNCIAS
1. Guyton AC, Hall JE. Tratado de fisiologia médica. 13a ed. Rio de Janeiro, RJ:
Elsevier; 2017.
2. Berne RM, Levy MN. Fisiologia, 6a ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier; 2009.
3. BARRET, Kim E. et ai. Fisiologia médica de Ganong. 24. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2014.
4. MOORE, K.L. - Anatomia Orientada para clínica, 6•Ed, Guanabara Koogan,
2011
5. STANDRING, S.- Gray's Anatomia, 40Ed, Elsevier, 201O.
6. JUNQUEIRA, LC.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11' Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.
7. Fu leihan GE; Brown EM. Parathyroid hormon e secretion and action. In Upto -
date 2017.
8. Marcocci C, Cetan i F. Pri mary Hyperparat hyroidism. N Engl J Med. 201 1;: p.
365:2389-2397.
•• • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • •• • • •
CONFERÊNCIA •
•
Confira aqui a aula dinâmica do Medicina Resumida
•
•
sobre os assuntos abordados nesse capítulo! •
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
O Sistema Reprodutor
Masculino
CASO CLÍNICO
145
O SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
A mãe de Lucas, ainda sem entender alguns pontos, indaga: Por que não
desenvolveu essas características se ele já cresceu tanto? O que é hipogona-
dismo? E o que exatamente a testosterona faz? Isso tem tratamento?
Você é o interno desse caso e é solicitado pelo residente a responder
essas perguntas, com exceção da última. E aí? Como você responderia?
CAPirUL007
1. 2 PALAVRAS CHAVE
1. 2 OBJETIVOS
147
O SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
ta
CAPirUL007
Figura 7.1: Diferenciação das genitálias. Observe que para a formação da genitália mascu-
lina é necessária a degeneração do dueto de Muller e para a formação da genitália femi-
nina é necessária a degeneração do dueto de Wolff. Retirada de http://anatomybody101.
org/development-of-female-reproductive-system/
ANATOMIA E HISTOLOGIA
ÓRGÃOS INTERNOS
TESTfCULOS
149
O SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
1110
CAPirUL007
Figura 7.2: Representação do funfculo espermático e das camadas que revestem os testrcu-
los. Retirada de http://www.alebady.com/2012/08/testes/
ARTÉRIAS TESTICULARES
161
O SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
VEIAS TESTICULARES
DRENAGEM LINFÁTICA
ESTRUTURA HISTOLÓGICA
lU
CAPirUL007
1158
O SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
Caboya do ~dimo
TUbulo
somirútoro
~~~~~~~~~~~-Aed&dOieslbJb
d no mediastino testicular
{c~~=
Corpo do opiclidl'no
TCrica
vaginol Ca"'dade - \\-
Camada
vlscQiill
Cãps:ula -----"~~'<:-
(1\lniCO llii>JgiMO) ~iiiiiii~
figura 7.3: Revestimento pela túnica vaginal e organização interna dos testículos. Retirada
do Berne e Levy.
1114
CAPirUL007
EPIDÍDIM O
ESTRUTU RA HISTOLÓGICA
Ui&
O SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
ESTRUTURA HISTOLÓGICA
DUCTOS EJACULATÓRIOS
Cólon sigmóide
Bexiga
Vesícula seminal
Dueto ejaculatório
Próstata
Pele Glândula de Cowper
Corpo cavernoso Ãnus
Canal deferente
Epidfdimo
Glande
Prepúcio Testículo
Abertura da uretra Bolsa escrota!
Fi~ra 7.4: Essa imagem representa todos os órgãos genitais masculinos. Retirada de https:// wiki·
ciencias.casadasciencias.org/wiki/index.php/Morfologia_do_aparelho_reprodutor_masculino
1156
CAPirUL007
167
O SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
PRÓSTATA
1118
CAPirUL007
ESTRUTURA HISTOLÓGICA
GLÂNDULAS BULBOURETRAIS
ESTRUTURA HISTOLÓGICA
ÓRGÃOS EXTERNOS
ESCROTO
1159
O SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
Ele é dividido em parte esquerda e parte direita por uma rafe de pele
que se continua na face ventra l do pênis. Essa pele do escroto é fina, mais
p igmentada e enrugada. É desprovida de tecido adiposo subcutâneo,
possu i poucos pelos e apresenta glândulas sebáceas e sudorfparas, além
de inúm eras terminações nervosas. O músculo dartos que o compõe, é
um músculo liso que ajuda na termorregulaçâo do testfcu lo, se contraindo
no frio e relaxando no ambiente quente.
A irrigação do escroto é proveniente dos ramos pudendos externos da
artéria femoral, cios ramos escrotais da artéria pudenda interna e o ramo
cremastérico da artéria epigástrica inferior. As veias acompanham as arté-
rias e os vasos linfáticos acompanham os vasos pudendo externos até os
linfonodos inguinais superficiais.
A in ervação é realizada pelo nervo ilioinguinal, ramo do nervo geni-
tofemoral; por 2 nervos escrot ais posteriores, ramos do nervo perineal e
pelo ra mo perineal do nervo cutâneo posterior da coxa.
P~NIS
180
CAPirUL007
Cotpo catvenoso
Corpo esponjoso
MUsct.~lo
lsquioc.avernoso
Rafe do perrneo
Corpo do ptrineo
Músculo - - - ,
i squioc.a~rnoso
Mósculo
bulboesponjoso
Figura 7.S: Essa imagem mostra os tecidos eréteis do pênis (corpos cavernosos e corpo
esponjoso), bem como sua divisão anatômica e os músculos que formam a raiz do pênis.
Retirado do Gray's Anatomia.
Ull
O SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
URETRA
188
CAPirUL007
e promovem a ereção e pela artéria dorsal do pên is, outro ramo terminal da
artéria pudenda interna que irriga glande e prepúcio, além da pele do pênis,
através dos ramos que entram na túnica dartos, e o corpo esponjoso.
A drenagem venosa é realizada pelas veias dorsais do pênis, a superfi-
cial e a profunda. A veia dorsal superficia l drena prepúcio e pele do pênis
para veia pudenda externa, a veia dorsal profunda se localiza aba ixo da
fáscia do pênis e drena a glande e os corpos cavernosos, seguem para
região posterior e próxima a membrana do períneo se dividem em ramos
d ireito e esquerdo, que, abaixo da sfnfise púbica, se unem com as veias
pudendas internas para entrar no plexo prostático.
A drenagem linfática da pele e do períneo é feita por vasos linfáticos
que acompanham os vasos sanguíneos até os linfonodos inguinais super-
ficiais. A drenagem da glande vai para os linfonodos in guinais profundos
e ilíacos externos e a dos corpos cavernosos e esponjosos vão para os lin-
fonodos iliacos internos.
INERVAÇÃO
A inervação do pênis é bem rica. Ele recebe nervos para os corpos ca-
vernosos que possuem componentes simpáticos e parassimpáticos. Esses
nervos cavernosos entram na raiz do pênis para também inervar o tecido
erétil do corpo esponjoso e a uretra do pênis. O principal nervo sensitivo
do pênis é o nervo dorsal do pênis.
O suprimento simpático quando estimulado provoca vasoconstrição,
contração das glândulas seminais e da próstata e a emissão do sêmen. O
suprimento parass impático quando estimulado produz vasodilatação, as
artérias do pênis se enchem e provoca a ereção peniana.
ESTRUTURA HISTOLÓGICA
188
O SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
Figura 7.6: Músculos que formam o perfneo e a raíz do pênis e estão envolvidos com a
ereção peniana. Retirada do Gray's Anatomia.
1M
CAPirUL007
FISIOLOGIA
ESPERMATOG~NESE
18&
O SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
ESPERMIOG~NESE
186
CAPirUL007
·--
---
f'~-·~
-
figura 7.7: Representação da espermiogênese, bem como a interação entre as várias
células dos testfculos durante esse processo. Retirada do Berne e Levy.
HORMÔNIOS
UI'I'
O SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
TEMPERATURA
CARACTERfSTICAS GERAIS
188
CAPirUL007
189
O SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
1'70
CAPirUL007
SÍNDROME DE KALLMANN
1'71
( '~- )
f Produzem os
Ramos do ~
c o~ BuiOO.,Spon)oso ) ~rmatozood~ Túnteas vagon
~nós Musa.olos e olbuginea
(Corpo
Dueto dele<ente
(OI')
DuctOI detetwntK
:>duzem
OOMposlO 1)0(
~
11< ( Duetos r
ej«U..tÓ<IOS ror;;.:o- .,.
..( Dueto deferente )
__. Órgaos
Internos
--.....
Glindulas
Prostata -f Submnoas
roduz l
Pll<a
-l 0 semen .
....
que
Dueto das
gl3ndulas semona~s
...........
, __ mr.c~llnw•
..aJp;My=
_...,
REFERÊNCIAS
1. Guyton AC, Hall JE. Tratado de fi siologia médica. 13a ed. Rio de Janeiro, RJ:
Elsevier; 2017.
2. Berne RM, Levy MN. Fisiologia, 6a ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier; 2009.
3. MOORE, K.l. - Anatomia Orientada para clínica, 6•Ed, Guanabara Koogan,
2011
4. STANDRING, S.- Gray's Anatomia, 40Ed, Elsevier, 2010.
S. JUNQUEIRA, LC.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11• Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.
6. Ribeiro RS; Abucham J. Síndrome de Kallmann: uma Revisão Histórica, Clínica
e Molecu lar. Arq Bras End rocrínol Metab 2008;52/1. São Paulo, 2007.
• •• • • • • • •• • • • •• • • • • •• • • •• •• • • • •• • • •
•
•
CONFERÊNCIA •
•
Confira aqui a aula dinâmica do Medicina Resumida •
sobre os assuntos abordados nesse capítulo! •
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
O Sistema Reprodutor
Feminino
CASO CLÍNICO
177
O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
1. 3 OBJETIVOS
178
CAPiTUL08
VAGINA
179
O SISTEMA REPRODUTOR FEM ININO
Tuba uterina
figura 8.1: Representação anatõmica dos órgãos genitais i nternos femininos. Retirada de
h ttp://diplomadomedico.com/protocolo-exploracion-utero/
180
CAPiTUL08
INERVAÇÃO
ESTRUTURA HISTOLÓGICA
ÚTERO
181
O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
O colo do útero ou cérvice uterina possui duas extrem idades: uma su-
perior que se comun ica com o corpo do útero através do óstio interno
da cérvice e uma inferior que se abre na vagina através do óstio externo
da cérvice. Essa extremidade inferior entra na região superior da vagina e
divide a cérvice em porção supravaginal e vaginal (figura 8.1).
O útero é um órgão fixo e ele mantem essa condição devido aos liga-
mentos que possu i. Existem ligamentos verdadeiros que são constitu ídos
por tecido fibroso e existem pregas de peritônio que são também chama-
das de ligamentos. Dessas pregas peritoneais os ligamentos largos são
as mais importantes, eles partem das regiões laterais do útero e vão até
as paredes pélvicas laterais onde se continuam com o peritôn io delas. Eles
são os maiores ligamentos e são divididos em um mesossalpinge - supe-
rior (localizado entre a tuba uterina e o ovário), um mesovário- posterior
(est á preso ao hilo do ovário carregando vasos e nervos) e um mesomé-
trio - inferior (maior parte do ligam ento) (veja na figura 8.2)
u.,........ ~..-
('''""•••wMo)
...................-.
Figura 8.2: Vista poste rio r do útero e anexos mostrando os principais ligamentos uterinos e
ovariano e a divisão anatômica das tubas uterinas. Observe os ligamentos largos de cada
lado, que se dividem em mesossalpinge, mesovário e mesométrio. Retirada do Moore
182
CAPiTUL08
INERVAÇÃO
183
O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
ESTRUTURA HISTOLÓGICA
TUBAS UTERINAS
184
CAPiTUL08
INERVAÇÃO
185
O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
ESTRUTURA HISTOLÓGICA
OVÁRIOS
Os ovários são as gônadas fem ininas. Similares aos t estícu los que pro-
duzem os espermatozoid es, são os ovários que produzem as estruturas
que permitem a reprod ução feminina, os ovócitos. Além disso são tam-
bém glândulas endócrinas que produzem os hormônios femininos.
Eles possuem o formato e o tamanho de uma amêndoa e estão suspensos
de cada lado pelo mesovário, uma curta prega peritoneal que faz parte do li-
gamento largo. São fixados à extremidade uterina, posterior à tuba, pelo liga-
mento ovariano ou ligamento útero-ovárico e tem como passagem dos vasos
e nervos ovarianos o ligamento infundíbulopélvico ou suspensor do ovário,
outra prega de peritônio que fica presa à parte superior da lateral do ovário.
Na vida embrionária e início da v ida fetal, os ovários se localizam na região
lombar, próximo aos rins, e ao longo do desenvolvimento eles descem pelo
gubernáculo e param na pelve menor. At é a puberdade a cápsula de tecido
conjuntivo (túnica albugínea do ovário) que constitui a superfície ovariana é
coberta por um mesotélio ovariano ou epitélio superficial, uma camada de
células que confere a superfície lisa e dá a cor acinzentada e fosca do ovários.
Após a puberdade, esse epitélio é d istorcido por fibrose devido às repetidas
rupturas de folícu los e liberação de ovócitos durante a ovulação.
186
CAPiTUL08
INERVAÇÃO
ESTRUTURA HISTOLÓGICA
ÓRGÃOS EXTERNOS
VULVA
187
O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
MONTE PUBIANO
LÁBIOS MAIORES
Os lábios maiores são duas pregas longitudinais de pele que vão do mon-
te pubiano até o períneo, formando os limites laterais da vulva. Esses lábios
apresentam uma superfície externa mais escura e coberta por pelos e uma
interna rosada, lisa e com glândulas sebáceas. Essas superfícies possuem um
epitélio estratificado pavimentoso queratinizado com presença de músculo
liso, tecido conjurntivo frouxo, tecido adiposo, vasos, nervos e glândulas.
As pregas se unem anteriormente formando a comissura anterior e
terminam paralelas na região posterior, sendo unidas por uma pele que
forma a comissura posterior.
Histologicamente são dobras de pele compostas por tecido adiposo e pou-
cas libras museulares lisas e tem a histologia semelhante aos lábios menores.
LÁBIOS MENORES
Os lábios menores são pregas pequenas de pele que não possuem gor-
dura e se localizam entre os lábios maiores. Elas partem lateralmente do
clitóris, para baixo e para atrás às margens do orifício vaginal. A camada
superior de cada lado passa por cima do clitóris e forma o prepúcio do
clitóris, uma espécie de capuz que o recobre e a camada inferior de cada
lado passa por baixo do clitóris formando o frênu lo do clitóris.
Histologicamente são dobras da mucosa vaginal formada por tecido
conjuntivo penetrado por fibras elásticas. São cobertos por epitélio estra-
tificado pavimentoso pouco queratinizado e possuem g lândulas sebáceas
e sudoríparas nas superfícies interna e externa.
188
CAPiTUL08
VESTÍBULO
BULBOS DO VESTÍBULO
Figura 8.3: Representação dos tecidos eréteis do dltoris e a localização das glãndulas vesti-
bulares. Retirada do Gray's Anatomia.
189
O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
CliTÓRIS
190
CAPiTUL08
INERVAÇÃO
FISIOLOGIA
Agora vam os ver um pouco como é a fisio log ia d o sist ema reprodutor
feminino e você vai perceber que ela é muito disti nta do sistema mascu-
lino, pela sua riqueza em d etalhes e pela sua maior complexidad e. A mu-
lh er pode passar por duas fases no período reprodutivo: estar g rávida ou
não! Por isso as funções reprodutivas femininas são divid idas em preparar
o corpo da mulher para a gravidez e a gravidez propriamente dita.
O indivíduo do sexo masculin o mant ém a produção d as células repro-
dutivas, os espermatozo id es, durante toda a vida m esmo que reduzida
com o passar do tempo. Com o sexo feminin o é d iferente, a mulher já nas-
ce com a quanti dade d e células reprodutivas det erminada.Veremos como
e por que agora!
No iníci o do d esenvolvimento embrio nário uma parte das células ger-
minativas qu e formam os ovários se dividem e formam as ovogônias. No
t erceiro mês essas células entram na primeira d ivisão meiótica e param na
fase d e diplóteno origin ando os ovôcitos primários qu e são envolvidos por
células folícul ares. Quando o ovócito é envolvido por essas células da g ra-
nulosa o u folícul ares ele recebe o nom e de folículo primordial. Próxim o ao
sétimo mês a maioria das ovogônias já se transform ou em ovócitos primá-
rios, porém nem todos se desenvolvem, pois muitos sofrem um processo
de atresia. É por esse motivo que o período fértil da m ulher é limitado,
uma vez que na p uberdade o número de ovócitos é cerca de 300 m il e a
191
O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
atresia se continua até o fim da vida reprodutiva da mulher, por volta dos
45 anos.
Esse folículo primordial permanece inalterado por toda a infância da
mulher e começa a sofrer alterações no período da puberdade, por volta
dos 12 anos de idade, devido ao início da secreção dos hormônios hipo-
fisários, o hormônio folículo estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante
(LH) levando ao início dos ciclos sexuais mensais. Esses ciclos culminam
em alterações ovarianas e endometriais que ocorrem simultaneamente,
além de mudanças cíclicas nas concentrações desses e de outros hormô-
nios liberados.
CICLO OVARIANO
FASE FOLICULAR
192
CAPiTUL08
Follc;ulos Folkutosem
Figura 8.4: Representação do ciclo ovariano. Observe as fases da evolução folicular descri·
tas no texto acima. Retirada de Junqueira e Carneiro.
193
O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
FASE DA OVULAÇÃO
Por volta do 14° dia após o início da menstruação, num ciclo menstrual
de 28 dias (o qual veremos mais adiante) ocorre a liberação do óvulo ou
ovócito que estava dentro do folículo. Esse processo de ruptura acontece
da seguinte forma: inicialmente forma o estigma, uma projeç.ão da cápsu-
la folicu lar em forma de bico devido ao edema na parede externa do folí-
cu lo. Um tempo depois o líquido folicular começa a sair através do estig-
ma e pouco tempo depois esse estigma se rompe totalmente liberando o
óvulo circundado pela coroa radiata, uma massa de células da granulosa.
Esse processo de ovu lação só é possível devido ao pico de secreção
do LH que ocorre cerca de 16 horas antes. A hipófise anterior começa a
secretar uma maior quantidade de LH e também FSH em menor propor-
ção. Esses dois hormônios agem sinergicamente provocando a d ilatação
do folículo e o LH converte as células da granulosa e tecais em células se-
cretoras d e progesterona e consequentemente a secreção de estrogênio
diminui, o que significa que no período da ovulação a concentração de
estrogênio reduz e a de progesterona aum enta. Nesse contexto a teca ex-
terna começa a liberar enzimas proteolíticas dos lisossomos que d egrada
a parede do folícu lo, causando mais dilatação e d egeneração do estigma,
além de secreção de prostaglandinas e angiogênese, o que causa mais
dilatação culminando na ruptura do foliculo e liberação do óvulo.
FASE LÚTEA
194
CAPiTUL08
FASE PROLIFERATIVA
195
O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
FASE SECRETORA
196
CAPÍTULOS
corpo emerelo
clegenen
cresc:lmenlxl
do follculo corpo branco
útero
197
O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
198
CAPiTUL08
199
O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
de modo mais potente que a testosterona nos homens, fato que ces-
sa o crescimento feminino antes do masculino. O efeito de inibição da
ação osteoclástica tem um papel importante na velhice da mulher. Na
menopausa, quando a mulher deixa de produzir estrogênios, os ossos
ficam mais frágeis, já que há aumento da atividade dos osteoclastos
(deixa de inibir essa ação) e redução da quantidade de matriz óssea e de
deposição de cá leio e fosfato, efeitos que futuramente podem resultar
em osteoporose.
Outros efeitos dos estrogênios são sobre o metabolismo de todo
o corpo, provocando leve aumento. Eles causam a deposição de gor-
dura nos tecidos subcutâneos, nos glúteos e nas coxas, deixando uma
aparência característica do sexo fem inino. Promovem leve aumento da
proteína corporal total, isso devido ao efeito de crescimento sobre os
órgãos sexuais, diferente do depósito geral de proteínas que a testoste-
rona provoca no homem. Desse modo, o corpo da mulher se caracteriza
por ter mais gordura enquanto o do homem por ter maiores quantida-
des de massa magra.
Assim como a aldosterona, os estrogênios causam retenção de sódio
e água pelos túbulos renais, mas em condições normais esse efeito é
muito discreto, passando a ter relevância durante a gravidez quando
é produzido com maior intensidade. Os estrogênios deixam a pele fe-
minina mais macia e lisa e não contribuem tanto para a distribuição de
pelos, deixando esse papel para os androgênios formados nas glându-
las adrenais.
200
CAPiTUL08
201
O SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
202
CAPiTUL08
MENARCA E MENOPAUSA
203
Remos <IDs AIJ,
llícas Internas Sistema Reprodutor
( Cldos)
~-
=emfnfno J
REFERÊNCIAS
1. Guyton AC, Hall JE. Tratado de fi siologia médica. 13a ed. Rio de Janeiro, RJ:
Elsevier; 2017.
2. Berne RM, Levy MN. Fisiologia, 6a ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier; 2009.
3. MOORE, K.l. - Anatomia Orientada para clínica, 6•Ed, Guanabara Koogan,
2011
4. STANDRING, S.- Gray's Anatomia, 40Ed, Elsevier, 2010.
S. JUNQUEIRA, LC.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11• Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.
6. Freitas F, Menke CH, Rivoi re WA, Passos EP, organizadores. Rotinas em
7. Ginecologia. 6. ed. Porto Alegre: Artmed; 20 11.
• • •• • • • •• • •• •• • • • •• • • • • • •• • • • •• • • •
•
CONFERÊNCIA •
•
Confira aqui a aula dinâmica do Medicina Resumida •
sobre os assuntos abordados nesse capítulo! •
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Gestação e Lactação
CASO CLÍNICO
209
GESTAÇÃO E LACTAÇÃO
1.3 OBJETIVOS
2 10
CAPiTULO 9
GESTAÇÃO
211
GESTAÇÃO E LACTAÇÃO
212
CAPiTULO 9
HORMÔNIOS
213
GESTAÇÃO E LACTAÇÃO
TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS
214
CAPiTULO 9
após o oxigenação do sang ue fetal ele continua com pressão mais baixa
do que o materno e apesar disso a oxigenação para os tecidos é adequada
devido à três fatores: a presença de um tipo especial de hemoglobina, a
fetal; a concentração dessa hemoglobina e o efeito Bohr.
A concentração da hemoglobina é maior no sangue do feto e o tipo
dessa molécu la é a hemoglobina fetal. Ela tem maior afin idade pelo oxigê-
nio, devido a presença das duas cadeias gama, desse modo ela conseg ue
um transporte de até 50% a mais de oxigênio que a hemoglobina normal.
A hemoglobina consegue transportar mais oxigênio em um ambiente po-
bre em dióxido de carbono (C02) do que em um ambiente rico em C02. Quan-
do o sangue fetal chega próximo à membrana placentária sua concentração
de C02 é maior em comparação ao sangue materno, contudo à med ida que
ocorre a difusão o gradiente de concentração se inverte o que deixa o meio
fetal mais favorável à ligação da hemoglobina com o oxigênio. Em contrapar-
tida, no sangue materno essa afinidade entre hemoglobina e oxigênio é redu-
zida, forçando esse elemento a difundir para o sangue fetal, caracterizando o
efeito Bohr. Por esse motivo, mesmo com a pressão de oxigênio baixa, cerca
de 30mmHg, a oxigenação fetal é eficiente. Além d isso a placenta também
tem o papel de elim inar o dióxido de carbono e os produtos de excreção do
feto, como ureia e <reatinina, a partir da d ifusão simples. Esses produtos são
excretados pela mãe junto com seus próprios produtos excretórios.
LACTAÇÃO
A GLÂNDULA MAMÁRIA
215
GESTAÇÃO E LACTAÇÃO
Músculo peitoral - - - - -
Tecido adiposo ~
Seios
lactlferos
Mamao
Duetos---'
216
CAPiTULO 9
PROLACTINA E A LACTOGÊNESE
217
GESTAÇÃO E LACTAÇÃO
Quando o bebê suga o mamil o, ini cialm ente não há a saída do leite.
Isso ocorre por que o leite é produzido nos alvéolos, mas ele não flui di-
retamente para os seios lactíferos, para isso acontecer a ocitocina preci-
sa estar presente. A partir da sucção do mamilo impulsos sensoriais são
formados e transmitidos dos mamilos para o hipotálamo onde estimu la
a secreção da prolactina, como já vimos, mas também da ocitocina. Esse
hormônio é levado pela corrente sanguín ea até o tecido mamário onde
atua nas células mioepiteliais promovendo a contração dessas células e
consequente a ejeção do leite para os duetos e seios lactíferos.
Além do estimulo direto da sucção, fatores psicogênicos podem in-
fluenciar na liberação da ocitocina. Quando a mãe pensa em seu bebê ou
o escuta chorar, .a secreção de ocitocina começa a aumentar. Entretanto
quando a mãe exibe sentimentos como medo, angustia, insegurança,
entre outros ou passa por algum transtorno, a secreção desse hormônio
pode ser inibida.
O leite materno é composto por 50% mais lactose que o leite de vaca,
mas a concentração de proteína é bem m enor. A quantidade de gordura é
muito semelhante e possu i pouca quantidade de cálcio e outros minerais
comparado ao leite de vaca. Para a produção desse leite grande quanti-
dade de energia e nutrientes é demanda do organismo materno, por esse
motivo as mulheres perdem peso durante a amamentação e podem ter
problemas ósseos, já que as glândulas paratireoides aumentam bastante
causando descalcificação dos ossos. Além dos nutrientes, o leite materno
contém anticorpos e leucócitos, como macrófagos e neutrófilos, que são
extremamente importantes para a proteção do bebê contra alguns agen-
tes infecciosos nos primeiros meses de vida.
218
CAPiTULO 9
PARTO
219
E1ltiai * 1
Ido
CUi po llúi.D
suem Alvéolos
&ta119111iae pelll
I
pra gntarane oue
ct.o •
lu~ada
a
Tnlnsporte de s.lktloncle
entre mie e fero
) fur"~es
f.:=-'14--~~~----.( =:)
abro
gntYidiCD
~cortlcOtJOplnl )
mo_ ~ 11reotloplna J
1. Guyton AC, Hall JE. Tratado de fi siologia médica. 13a ed. Rio de Janeiro, RJ:
Elsevier; 2017.
2. Berne RM, Levy MN. Fisiologia, 6a ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier; 2009.
3. MOORE, K.l. - Anatomia Orientada para clínica, 6•Ed, Guanabara Koogan,
2011
4. STANDRING, S.- Gray's Anatomia, 40Ed, Elsevier, 2010.
S. JUNQUEIRA, LC.U. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 11• Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.
•• • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • •• • • •
CONFERÊNCIA •
•
Confira aqui a aula dinâmica do Medicina Resumida
•
•
sobre os assuntos abordados nesse capítulo! •
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•