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- SOI I
Júlia Morbeck
@med.morbeck
Metodologias de ensino-aprendizagem
“Estudos revelam que quando o professor fala menos, orienta em palavras. Neste momento o aprendizado
mais e o aluno participa de forma ativa, a aprendizagem é está tomando corpo em nossa mente de forma
mais significativa” (Dollan; Collins) que as palavras ajudam a exprimir aquilo que
No modelo tradicional ainda predominante, a formação vemos, sentimos, ouvimos ou percebemos;
tem por base uma pedagogia que não estimula ➢ Conceituação – E por fim o cérebro realiza a
adequadamente a autonomia, a capacidade de análise, segmentação daquilo que aprendemos. De
julgamento e avaliação, bem como raciocínio crítico, forma resumida ele organiza o aprendizado em
investigativo e criativo. (CRUZ et al., 2018) nossa mente de maneira a facilitar o acesso à
informação futuramente. Esta é considerada
Os métodos tradicionais de ensino são caracterizados pela uma das fases mais importantes de todo o
transmissão verticalizada de conhecimentos e pela ênfase processo. Se todas as demais etapas foram
na memorização em detrimento da reflexão crítica, muito bem utilizadas, a conceituação será mais
baseando-se, essencialmente em aulas expositivas, em precisa e a memória ampliada;
que o professor é o detentor de conhecimentos e
grande protagonista, cabendo aos estudantes repetir Tirar das mãos do professor e transferir para o aluno o
fidedignamente os conteúdos memorizados nas provas protagonismo no processo de aprendizagem, é talvez
classificatórias. Esse panorama, no qual o aluno atua quase uma das principais características das metodologias ativas.
sempre de forma passiva, dificulta a sua participação no De forma geral podemos dizer que essas são práticas de
processo de busca e sedimentação do conhecimento, ensino que possuem em sua essência colocar o aluno no
elemento essencial para o desenvolvimento de mentes centro do processo e participante ativo do
críticas e inovadoras. (CRUZ et al., 2018) desenvolvimento de conteúdos e competências.
(CRUZ,2018)
As mudanças ocorridas nos últimos tempos no meio
social, político, econômico e religioso estão atingindo Os métodos de aprendizagem ativa ancoram-se na
diretamente a educação, exigindo uma nova visão de pedagogia crítica, a qual realiza uma crítica ao ensino
formação de profissionais que atuem de forma coerente tradicional e propõe-se a utilizar situações-problema como
com o paradigma educacional dos novos tempos. um estímulo à aquisição de conhecimento e habilidades,
(SANTOS, 2019) baseando-se, principalmente, nas concepções histórico-
sociais da Educação descritas por Paulo Freire, José
Uma das melhores definições para o processo de Carlos Libâneo e Demerval Saviani, os quais visam e
aprendizado é fornecido pela neuropsicologia, segunda a buscam uma educação transformadora da sociedade.
qual os seres humanos utilizam um modelo com 5 partes (SANTOS, 2019)
que são (CRUZ, 2018):
A educação problematizadora procura desenvolver o ser
➢ Sensação – O processo de aprendizado humano numa perspectiva humanista, preocupando-se
acontece primeiro quando um ou mais de com o desenvolvimento do pensamento crítico e criativo
nossos sentidos (de preferência todos) são dos sujeitos. (SANTOS, 2019)
acionados. Tato, audição, visão, paladar e olfato
são filtros ativos e potentes na construção do A aprendizagem torna-se uma pesquisa em que o aluno
conhecimento e das competências; passa de uma visão “sincrética” ou global do problema a
➢ Percepção – O que acontece na fase da uma visão “analítica” do mesmo, através da sua teorização
sensação passa a ser percebida de forma e compreensão, o que o leva à construção de hipóteses
consciente nesta fase; que serão sintetizadas para solucionar o problema e
➢ Formação de imagem – A sensação e a transformar a realizada. Para que tais características sejam
percepção contribuem para a construção da atingidas, é necessário seguir as etapas identificadas na
imagem. O cheiro de uma fruta nos remete a figura do Arco de Maguarez: (SANTOS, 2019)
imagem que temos dela, assim como ao
ouvirmos o som de um pássaro rapidamente
imaginamos como este pode ser;
➢ Simbolização – Nesta etapa vamos associar a
imagem criada com a sensação e transformá-la
com os colegas de classe, com a família e a
comunidade. A habilidade de conviver com o
outro em sua totalidade resultará em aquisição
progressiva de autonomia e maturidade.
O estudo objetivou avaliar a percepção e opinião do No entanto, um trabalho mais recente realizado por
corpo docente e discente quanto à efetividade dos Fermozelli et al, mostrou que a maioria dos discentes
métodos de ensino utilizados pelo corpo docente do relatou aumento de interesse pelos estudos com a
curso de Medicina da Universidade do Estado do Rio utilização de uma metodologia ativa, e que essa
Grande do Norte (UERN). abordagem promoveu maior integração entre os
conteúdos trabalhados e a clínica dos pacientes.
Período de coleta de dados: julho de 2015 a junho de 2016;
A mudança do método de ensino tradicional para o ativo
Para fins de análise dos dados obtidos, consideraram a aula normalmente gera insegurança, requer grande esforço
expositiva, aulas práticas/de campo, discussão de casos dos atores envolvidos no processo e exige maturidade,
clínicos e seminários como métodos tradicionais de organização dos estudantes e mudança de
ensino-aprendizagem para o curso de Medicina. Como comportamento para assumir a responsabilidade sobre o
métodos contemporâneos de ensino foram consideradas próprio aprendizado.
as atividades lúdicas, mapas conceituais, estudos dirigidos,
aprendizagem baseada em problemas (ABP) e Um fator que pode ter dificultada a utilização e adesão
aprendizagem baseada em equipe (ABE). dos discentes às atividades exigidas pelas metodologias
contemporâneas, provocando certa aversão pelo
Resultados: além de mais utilizadas, as metodologias desenvolvimento de atividades, que representariam maior
tradicionais também foram consideradas as mais efetivas investimento de tempo.
para o processo de ensino-aprendizagem pela maioria dos
docentes (62,78%) e discentes (129,92%) entrevistados. Conclusão: a metodologia tradicional foi considerada a
mais efetiva e predominante no curso de Medicina da
No entanto, grande parte dos discentes (103%) afirmaram UERN. É necessário impulsionar o desenvolvimento de
que gostaria que os professores utilizassem outros metodologias centradas no aluno por meio da adoção de
métodos didático-pedagógicos em suas aulas, tendo pedagogias ativas de ensino e estimular a capacitação
como justificativa mais citada a melhora do aprendizado didática-pedagógica do corpo docente.
em geral.
Entre as principais sugestões dos docentes para a
melhoria do processo ensino-aprendizagem no curso de
Medicina, a mais citada foi a promoção de capacitação
didático-pedagógica.
Observou-se que maior tempo de graduação e de
experiência docente, formação em outros cursos de
graduação da área da saúde e titulação em nível de pós-
graduação se mostraram significativamente associados à
utilização de métodos contemporâneos de ensino. Referências
De acordo com a Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), CRUZ, PAULO. Ebook: Metodologias ativas para a
os cursos de Medicina devem utilizar metodologias ativas educação corporativa. 2018
como uma das ferramentas de ensino, as quais auxiliam
na formação geral, humanística, crítica, reflexiva e ética SANTOS, TACIANA. Metodologias Ativas de Ensino-
do graduando. Aprendizagem. Olinda, 2019
O uso de metodologias integradoras potencializa o CRUZ POLIANA O.; CARVALHO THAÍS B.; PINHEIRO
desenvolvimento de capacidade comunicativa, além de LUCA D. P.; GIOVANNINI PATRÍCIA E.; NASCIMENTO
permitir e estimular a atuação interprofissional e a ELLANY G. C.; FERNANDES THALES A. A. M.; Percepção
da efetividade dos métodos de ensino utilizados em um
Apesar de ter boa receptividade, a metodologia ativa não curso de Medicina do Nordeste do Brasil. Revista Brasileira
é bem vista por todos os discentes, principalmente por de Educação Médica.; vol. 43, nº 2, páginas: 40-47, 2019.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbem/a/rbC9RfTpzwLpRFVxsBVJ
CRf/abstract/?lang=pt
WATTÉ BRUNO H; SOUZA RAFAEL R.; FARIAS
GIOVANNI F.; SOUZA MARCIO V. Implementação da
metodologia Team Based Learning (TBL) em uma
estratégia de Blended Learning, no desenvolvimento da
disciplina de Empreendedorismo. Ebook: EAD, PBL e o
Desafio da Educação em Rede: Metodologias Ativas e
outras Práticas na Formação do Educador Coinvestigador.
páginas: 104-118, 2018. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/329630793_Im
plementacao_da_metodologia_Team_Based_Learning_
TBL_em_uma_estrategia_de_Blended_Learning_no_d
esenvolvimento_da_disciplina_de_Empreendedorismo
RODRIGUES ELIVANIA T.; LENTE SILVANA M. Método
Tradicional de Ensino x Método da problematização: um
estudo comparativo para o alcance do perfil médico
previsto na diretriz curricular brasileira. Anais V CONEDU..
Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em:
<http://www.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/47842
> 2018
Trabalho em grupo x Trabalho em equipe
Trabalho em grupo não verbal, como apontar, mostrar como fazer, acenar
com a cabeça, fazer careta ou sorrir. Esse processo de
Trabalho em grupo: alunos trabalhando juntos em grupos interação de grupo pode ser muito interessante para os
pequenos de modo que todos possam participar de uma alunos. Alguns, que em geral fariam de tudo menos aquilo
atividade com tarefas claramente atribuídas. Além disso, é que lhes foi pedido, quando são envolvidos no trabalho
esperado que os alunos desempenhem suas tarefas sem em grupo, passam a se engajar ativamente em seu
supervisão direta e imediata do professor. Trabalho em trabalho e se mantêm nele por meio da ação do grupo.
grupo não é a mesma coisa que agrupamento por Existem inúmeras razões para isso. Interações cara a cara
habilidade, no qual o professor divide a sala por critério demandam respostas ou, pelo menos, um
acadêmico para que possa ensinar para grupos mais comportamento mais atento. Além disso, os alunos se
homogêneos. (COHEN; LOTAN, 2017) importam com a avaliação de seus colegas;
frequentemente, não se recusam a participar e não
A filosofia vigente na década de 1970, incentivou-se a
querem decepcionar o grupo. (COHEN; LOTAN, 2017)
estruturação e utilização da aprendizagem cooperativa –
trabalho de estudantes em pequenos grupos Apesar do trabalho em grupo ter potencial para apoiar o
heterogêneos que trocam informações e compartilham aprendizado, este mesmo tipo de trabalho, se feito de
materiais, com papéis previamente definidos - como um maneira não estruturada, pode acarretar uma série de
recurso que fomenta rendimento acadêmico, problemas. Não necessariamente os estudantes e os
interdependência positiva, responsabilidade individual e de próprios adultos sabem como trabalhar em conjunto de
grupo, interação estimuladora, competências sociais, além forma exitosa, por isso, é necessário aprender como se
de aumento de autoestima. (CONCEIÇÃO; MORAES, 2018) trabalhar assim. Esses problemas podem ser superados
com o planejamento adequado de atividades e por meio
Quando a professora propõe aos alunos uma atividade
da preparação dos próprios alunos. (COHEN; LOTAN,
em grupo e permite que eles se esforcem sozinhos e
2017)
cometam erros, ela delega autoridade. Essa é a primeira
característica-chave do trabalho em grupo. Delegar O trabalho em grupo é uma técnica eficaz para atingir
autoridade em uma atividade é fazer com que os alunos certos tipos de objetivos de aprendizagem intelectual e
sejam responsáveis por partes específicas de seu social. É excelente para o aprendizado conceitual, para a
trabalho; os alunos estarão livres para cumprir suas tarefas resolução criativa de problemas e para o
da maneira que decidirem ser a melhor, mas ainda são desenvolvimento de proficiência em linguagem
responsabilizados pela entrega do produto final à acadêmica. Socialmente, melhora as relações intergrupais,
professora. Delegar autoridade não significa que o aumentando a confiança e a cordialidade. Ensina
processo de aprendizagem está sem controle; a habilidades para atuar em equipe que podem ser
professora mantém controle por meio de avaliação do transferidas para muitas situações, sejam escolares ou da
produto final do grupo e do processo pelo qual os alunos vida adulta. O trabalho em grupo é também uma
passaram para chegar àquele produto. (COHEN; LOTAN, estratégia para enfrentar problemas comuns na
2017) condução da sala de aula, como manter os alunos
envolvidos com sua atividade. Mais importante ainda, o
Uma segunda característica-chave do trabalho em grupo
trabalho em grupo torna mais acessíveis as tarefas de
é a de que, em algum nível, os participantes precisam uns
aprendizagem para um número maior de alunos em salas
dos outros para completar a atividade; eles não
de aula com grande diversidade de competências
conseguem fazer todas as partes sozinhos. Os alunos
acadêmicas e proficiência linguística. O trabalho de grupo
assumem o papel de professores quando sugerem o que
produtivo aumenta e aprofunda a oportunidade de
os outros devem fazer, quando ouvem o que os outros
aprender conteúdos e desenvolver a linguagem e,
estão dizendo e quando decidem como finalizar o
portanto, tem o potencial para formar salas de aula
trabalho, dado o tempo e os recursos limitados
equitativas. (COHEN; LOTAN, 2017)
estabelecidos pelo instrutor. (COHEN; LOTAN, 2017)
Alunos que trabalham em grupo falam entre si sobre sua Trabalho em equipe
atividade. Eles fazem perguntas, explicam, fazem
Umas das mudanças mais significativas de nossa época é
sugestões, criticam, ouvem, concordam, discordam e
a passagem da ação individual para o trabalho em grupo.
tomam decisões coletivas. A interação também pode ser
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No mundo de hoje podemos identificar vários tipos de • A necessidade de definir com clareza os
grupos trabalhando nas mais diferentes situações. Alguns objetivos e resultados – individuais e do grupo –
conseguem tornar-se equipes e outros permanecem a serem alcançados;
apenas como grupos. (PIANCASTELLI, FARIA, SILVEIRA, • A importância de construir, em conjunto, um
2000) plano de trabalho e definir a responsabilização
de cada membro do grupo, para alcançar os
A ideia de equipe advém da necessidade histórica do
objetivos;
homem de somar esforços para alcançar objetivos que,
• A necessidade da avaliação constante dos
isoladamente, não seriam alcançados ou seriam de forma
processos e dos resultados
mais trabalhosa ou inadequada. (PIANCASTELLI, FARIA,
SILVEIRA, 2000) • A percepção de que o fracasso de um pode
significar o fracasso de todos e que o sucesso é
De fato, existe apenas uma única pergunta-chave a fazer fundamental para o sucesso da equipe;
a si próprio, quando estiver tentando decidir se seu grupo • A necessidade de aprimorar as relações
constitui ou não uma equipe: Será que todos os interpessoais e de valorizar a comunicação entre
membros de meu grupo compartilham, pelo menos, de os membros da equipe;
um objetivo que só pode ser atingido pelo esforço • A disposição das pessoas em ouvir e considerar
conjunto de todos? O objetivo ou objetivos comuns são as experiencias e saberes de cada membro do
a diferença entre um grupo e uma equipe. grupo;
(HARDINGHAM, 2000) • Finalmente, é fundamental que os objetivos e
Exemplo de equipe: o time de futebol, os componentes resultados definidos se constituam em desafios
desta equipe têm objetivos comuns – marcar gols, constantes para o grupo, algo que instigue cada
vencer jogos -, habilidades diferentes (o goleiro, o beque, integrante;
o atacante), uma coordenação (o técnico) e um plano de O desafio de se fazer um grupo e uma equipe perpassa
trabalho (o esquema tático); (PIANCASTELLI, FARIA, pelo aprendizado coletivo da necessidade de uma
SILVEIRA, 200) comunicação aberta, de uma prática democrática que
Quando os grupos são estruturados como uma equipe, permita o exercício pleno das capacidades individuais e
eles são capazes de executar tarefas que os grupos uma atuação mais criativa e saudável. (PIANCASTELLI,
padrão não realizam; eles são mais criativos e eficientes FARIA, SILVEIRA, 200)
na resolução de problemas, produzem mais e melhor, Tutoria
desenvolvem mais autonomia e são mais motivado. A
palavra "equipe" está etimologicamente relacionada ao ato A palavra ‘tutoria’ vem do latim tutari e significa pôr em
de executar tarefas, de compartilhar tarefas entre segurança, proteger, defender, guardar, ser protetor – o
indivíduos – e eles são capazes, como um grupo, de ter que justifica seu uso no sentido de assumir, tutelar
sucesso em alcançar um objetivo desejado. Portanto, alguém, cuidar, zelar por uma pessoa ou um grupo
“equipe” é definida como um grupo de pessoas ligadas (Brutten, 2008). Essas características passaram a
por um objetivo comum (NAVARRO, GUIMARÃES, conceituar a ação do tutor, ou seja, do indivíduo que é
GARANHANI, 2013) encarregado de cuidar, de tutelar alguém. (FRISON, 2012)
Alguns elementos para a transformação de um grupo de A tutoria é considerada, por Roncelii e Gagno (2008), uma
trabalhadores em equipe de trabalho: (PIANCASTELLI, modalidade de trabalho que se configura na relação entre
FARIA, SILVEIRA, 200) colegas, na medida em que um estudante torna-se
responsável por outro, objetivando determinados
• O grupo conseguir vislumbrar vantagens do
aspectos da aprendizagem. Neste sentido, tutor é aquele
trabalho em equipe – complementaridade,
que ‘cuida’ dos aspectos cognoscitivos e ‘ajuda’ os alunos
interdependência e sinergismo das ações – em
a conquistarem autonomia na construção de novos
relação ao trabalho isolado, individual;
conhecimentos. Segundo eles, a tutoria é uma ação
• A disposição de compartilhar objetivos, decisões,
responsável por ‘conduzir’ os educandos à compreensão
responsabilidades e também resultados;
dos conteúdos trabalhados nas disciplinas cujas aulas
frequentam. Portanto, esta estratégia de ensino pode ser
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exercida nas formas presencial e à distância. (FRISON, ➢ Ofereça feedback aos membros do grupo e
2012) aos tutores;
➢ Complete as tarefas totalmente e no tempo;
O professor como orientador ou mentor ganha
➢ Seja sensível às necessidades de aprendizagem
relevância. O seu papel é ajudar os alunos a irem além de
de outros membros do grupo;
onde conseguiriam ir sozinhos, motivando, questionando,
➢ Interaja com os demais membros do grupo;
orientando. Estudos revelam que quando o professor fala
➢ Assuma a responsabilidade pelo seu processo de
menos, orienta mais e o aluno participa de forma ativa, a
aprendizagem
aprendizagem é mais significativa (BACICH, MORAN, 2018).
Tutor e Aluno
Feedback
As tarefas consideradas pelo tutor em PBL incluem:
(FRISON, 2012) Feedback é uma palavra inglesa que se refere ao
➢ Definir o Clima: criar um ambiente propício para processo de controlar um sistema reinserindo nele os
a aprendizagem auto-dirigida; resultados de seu desempenho ou acontecimento. Na
➢ Tratar os alunos como aprendizes adultos; década de 1940, o conceito de feedback era utilizado por
➢ Promover a cooperação e não a competição engenheiros de foguetes com o intuito de realizar ajustes
no trabalho de grupo; para alcançar objetivos e, desde então, vem sendo
➢ Esclarecer as necessidades de aprendizagem e aplicado em diversos campos. Quando o feedback é
ajudar os alunos a estabelecer objetivos de utilizado para alterar o desempenho e a meta final de
aprendizagem e estabelecer metas; determinada situação ou atividade, ele faz parte e
➢ Projetar um plano de aprendizagem: ajudar os contribui para o processo de aprendizagem. (PEIXOTO,
alunos com planos e estratégias de 2019)
aprendizagem; O feedback é entendido de diferentes formas. Algumas
➢ Envolver-se em atividades de aprendizagem pessoas entendem que o retorno dado durante o
para garantir que os alunos estão no caminho feedback é uma combinação de comentários positivos
correto: estimular a elaboração de informações com críticas construtivas, enquanto outras afirmam que o
e ideias, orientar o processo de aprendizagem, foco do retorno pode estar na observação dos erros
estimular a integração do conhecimento, (PEIXOTO, 2019 apud HUNUKUMBURE; DAS; SMITH,
estimular o aluno de interação e responsabilidade 2017; ARCHER, 2010).
individual, e facilitar a localização de informações.
➢ Os tutores devem atuar como facilitadores nas No contexto de uma aprendizagem ativa, “dar feedback”
sessões PBL para ajudar os alunos a se é enviar mensagens de retorno, com sentido bidirecional,
tornarem solucionadores de problemas, para dos docentes para os estudantes e vice-versa, com a
que eles possam assumir a responsabilidade de finalidade de obter melhorias no processo, normalmente
usar as habilidades desenvolvidas por conta designado na literatura por feedback interativo. (SÁ,
própria. ALVES, COSTA, 2014)
Assim como os tutores, os alunos também devem ter O feedback pode ser formal e informal. O informal é
responsabilidades bem definidas para atuação dentro do normalmente dado de forma oral, em conversa com o
processo de PBL. Abaixo estão listados os principais estudante ou grupo de estudantes. O feedback formal é
pontos de atenção para adequada atuação dos alunos: dado nas avaliações previstas na planificação das
(FRISON, 2012) disciplinas, onde o desempenho dos estudantes pode ser
“medido”. (SÁ, ALVES, COSTA, 2014)
➢ Trate todos os membros do grupo com
respeito; Alguns estudos mostram que o feedback gera
➢ Seja pontual em assistir a todas as sessões; consciência da aprendizagem, pois ele mostra o resultado
➢ Expresse abertamente seus pensamentos e do que foi realizado comparando ao que era pretendido
ideias; naquela atividade. Ele pode incentivar a mudança, estimular
➢ Esclareça e questione suas compreensões; a prática reflexiva, orientar o indivíduo a adotar
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comportamentos e reforçar repetição do acerto 2012) referem que, dependendo da maneira como o
(PEIXOTO, 2019) feedback é fornecido, podem haver momentos de
conflitos, pois o avaliado pode se sentir insultado ou
Pode-se dizer que um feedback se torna eficaz quando
injustiçado com o feedback recebido, ou podem surgir o
se apresenta assertivo, respeitoso, descritivo, oportuno e
sentimento de descrédito, por dificuldade do provedor do
específico.
feedback em manter uma postura sincera e honesta.
➢ O feedback assertivo, é aquele que descreve os Assim o feedback fornecido de forma construtiva e
impactos e consequências do comportamento positiva previne o conflito, estimula a reflexão crítica do
avaliado utilizando uma comunicação clara, aluno que segue buscando o aperfeiçoamento da sua
objetiva e direta. prática. Docentes e discentes deveriam estar preparados
➢ Respeitoso, é quando acontece de forma para dar e receber feedback, pois ele promove o
compartilhada, ou seja, o professor e o aprendizado, e consequentemente, pode aumentar a
estudante apresentam pontos concordantes que probabilidade para um efetivo desenvolvimento
devem ser trabalhados, respeitando e profissional e mudança da prática. A relevância do tema
entendendo suas opiniões. e sua importância na participação ativa da formação
➢ Ele é descritivo, quando as palavras são isentas médica justificam o presente estudo.
de julgamentos e descrevem um determinado
Artigo : Avaliação do feedback como ferramenta de
comportamento ou ação.
➢ Oportuno, quando é realizado no momento e ensino e aprendizagem em um curso de medicina.
local adequados e de forma reservada.
➢ E específico, quando os comportamentos Os questionários construídos pelas autoras com base na
avaliados são indicados de forma que o literatura revisada sobre o tema, foram desenvolvidos em
estudante entenda e reflita sobre o que foi bem plataforma digital e disponibilizados on-line. Eles foram
desempenhado e o que necessita ser melhorado compostos por assertivas objetivas e incluíram variáveis
(PEIXOTO, 2019 apud ARCHER, 2010; ZEFERINO; como perfil demográfico para caracterização do público
DOMINGUES; AMARAL, 2007; HENDERSON; alvo, perguntas direcionadas para verificar a frequência,
FERGUSON-SMITH JOHNSON, 2005). qualidade do conteúdo e impacto do processo de
feedback, além dos critérios (atenção, cuidado,
Na educação médica, a importância do feedback se objetividade, solicitação, oportunidade, especificidade,
estende além da pedagogia, ou seja, vai além dos direção, afetividade, confirmação, compreensão) mais
contextos da academia, visando à formação política, social, utilizados no provimento dos feedbacks.
ética e intervencionista do futuro médico. O objetivo do
treinamento clínico é a expertise no cuidado dos Com o intuito de dar um melhor sentido aos critérios
pacientes e, se não houver feedback, dificilmente os utilizados no feedback, segue abaixo uma breve
erros serão corrigidos, o bom desempenho não será descrição, que foi utilizada nos questionários, indicando os
reforçado e as competências clínicas podem acabar significados de cada um desses critérios:
segundo o empirismo (PEIXOTO, 2019 apud ENDE, 1983). ➢ Atenção - aquele que faz crítica deve ser um
Portanto, o feedback é um instrumento de motivação e bom ouvinte e deve estar atento às respostas
aprendizagem na avaliação, que funciona como recurso verbais e não verbais de quem as recebe.
para um momento de troca e comunicação entre os ➢ Cuidado - a crítica deve ser feita com máximo
docentes e discentes, e no acompanhamento de de cuidado para ajudar e dar suporte.
crescimento pessoal. (PEIXOTO, 2019) ➢ Objetividade - a crítica deve ter bases claras,
critérios coerentes, descrevendo a situação
O feedback apresenta-se como uma poderosa como foi compreendida.
ferramenta de aprendizagem e, dependendo de como é ➢ Solicitação - o participante que se mostra
realizado, pode ter impactos positivos e/ou negativos na interessado em ouvir críticas estará
performance do aprendiz e na eficácia da promoção ➢ provavelmente mais aberto a identificar as áreas
dessa aprendizagem. (PEIXOTO, 2019) que requerem atenção.
➢ Oportunidade - o retorno será oferecido na
Alguns estudos (PEIXOTO, 2019 apud LEITE;
oportunidade que encontre a pessoa mais
NASCIMENTO;MATTEU, 2018; OLIVEIRA; BATISTA,
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receptiva e que seu desempenho ainda esteja O presente estudo teve como objetivo geral explorar a
na mente. percepção de estudantes e docentes sobre
➢ Especificidade - a crítica precisa apontar como aprendizagem cooperativa em um currículo médico
um desempenho pode ser potencializado ou baseado em métodos ativos;.
mudado.
Na modalidade quantitativa, caracterizou-se o perfil de
➢ Direção - o retorno deve ser dirigido aos
estudantes e docentes da Faculdade de Medicina de
comportamentos que podem ser mudados.
Marília (Famema) quanto a suas percepções no que
➢ Afetividade - aquele que faz a crítica deve
tange à aprendizagem cooperativa instigada na esfera de
expressar seus sentimentos para que o outro
metodologias ativas de ensino e aprendizagem (ABP e
possa perceber o impacto de seu desempenho.
Problematização) em pequenos grupos na graduação.
➢ Confirmação - deve-se buscar uma confirmação
da percepção sobre um determinado Ao serem indagados se havia contribuição significativa dos
desempenho do participante. outros estudantes em sua aprendizagem nos grupos
➢ Compreensão - deve-se assegurar que o tutoriais e ciclos pedagógicos, a maioria nas quatro séries
participante compreendeu o retorno que foi concordou com esta afirmação.
feito.
Ao se deparar com a proposição que os colocava diante
Participaram dessa pesquisa 200 estudantes, ativos do papel do tutor em sua aprendizagem dentro das
academicamente, de todos os períodos do curso de tutorias, a maioria dos estudantes da primeira série (75%)
graduação de medicina, vigentes no segundo semestre afirmou que considera preponderante o papel do tutor
de 2018 (2, 4, 6, 8, 10 e 12º períodos); e 82 professores no processo tutorial. Na segunda série, 90% consideraram
ativos academicamente nesse curso. essencial. A terceira série teve a menor porcentagem de
concordância (54%), enquanto 71% da quarta série
Entre os estudantes, os cinco critérios que tiveram maior
concordaram. Assim, percebe-se que há valorização do
frequência, sendo considerados muito importantes, foram:
papel do tutor/facilitador.
objetividade (76,5%), cuidado (76,0%), atenção (70%),
especificidade (69,5%) e compreensão (67,5%). De acordo com alguns autores, o tutor poderia ser
Percebe-se também que a afetividade foi o único critério definido como aquele profissional que ensina o estudante
que recebeu nenhuma e pouca importância no a aprender, sendo essencial num pequeno grupo pela sua
provimento do feedback. Porém, o feedback envolve experiência ao aconselhar, guiar e facilitar a construção o
uma dimensão afetiva de particular importância, e quando do conhecimento
a informação dada pelo professor se centra no próprio
estudante, e não no seu desempenho, pode aumentar o O feedback imediato por todos os elementos do grupo
medo do fracasso pelo estudante. Mas, se houver contribui com o desenvolvimento da aprendizagem de
negligência da afetividade, pelo professor, os estudantes todos.
podem minimizar seus esforços, evitando os riscos das Quanto à proposição segundo a qual no pequeno grupo
tarefas desafiadoras. Além disso, alguns autores afirmam percebiam mais cooperação do que competição, na
que, o bom professor deve demonstrar competência primeira série, 37% concordaram; na segunda série, 54%
pedagógica, científica, e nas relações de afeto entre concordaram; na terceira série,61% concordaram; e na
aluno-professor. quarta série, 67% concordaram. Parece que no primeiro
A forma como o estudante recebe o feedback influencia ano ainda trazem fortemente em suas atitudes a
no sucesso do seu objetivo. Receber o feedback de competição, talvez porque tenham acabado de sair do
maneira adequada requer maturidade, honestidade e vestibular, e, portanto, a experiência com os métodos
compromisso com o objetivo de melhorar suas facilita a cooperação entre eles. Segundo meta-análise de
habilidades clínicas. Albanese1 realizada para avaliar os efeitos da
aprendizagem cooperativa em comparação com a
Artigo: Aprendizagem Cooperativa e a Formação do aprendizagem competitiva, ações cooperativas
Médico Inserido em Metodologias Ativas: um olhar de trouxeram maiores benefícios na resolução de problemas
estudantes e docentes (72,5%)
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A cooperação pode promover habilidades importantes na p.45-50, 2000. Disponível em:
formação do médico com melhor desenvoltura para https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/pesquisa/si
questões psicossociais. mples/O%20TRABALHO%20EM%20EQUIPE/
Johnsonet al.7 propõem cinco componentes básicos para NAVARRO, ADRIANA SANTANA DE SOUZA;
serem incorporados ao processo de ensino e GUIMARÃES, RAPHAELLA LIMA DE SOUZA;
aprendizagem para que haja aprendizagem cooperativa, GARANHANI MARA LÚCIA. Trabalho em equipe: o
tendo o professor como facilitador nesse processo. São significado atribuído por profissionais da estratégia da
eles: interdependência positiva, responsabilidade individual família. Revista Mineira de Enfermagem, vol. 1, nº 17,
e grupal, interação face a face, habilidades interpessoais e páginas: 69-75, janeiro-março 2013. Disponível em:
grupais para manter um ambiente adequado ao http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/579
aprendizado, e avaliação grupal.
BACICH, LILIAN; MORAN JOSÉ. Metodologias ativas para
Vega Vacaet al destacam em seu trabalho que a uma educação inovadora: uma abordagem téorico-
aprendizagem cooperativa traz vários benefícios num prática. Porto Alegre: Penso, 2018 e-PUB. Disponível em:
contexto de trabalho em pequenos grupos: aumenta o https://curitiba.ifpr.edu.br/wp-
rendimento, motivação e autoestima dos estudantes content/uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-
frente à aprendizagem individualista, desenvolve atitudes Educacao-Inovadora-Bacich-e-Moran.pdf
mais positivas em relação à aprendizagem e aos
FRISON, LOURDES MARIA BRAGAGNOLO. Tutoria entre
docentes, favorece a aceitação dos companheiros e
estudantes: uma proposta de trabalho que prioriza a
desenvolve interdependência positiva.
aprendizagem. Revista Portuguesa de Educação, vol. 25,
Estas percepções de aprendizagem mútua entre núm. 2, 2012, pp. 217-240 Disponível em:
professores e estudantes também são encontradas no https://revistas.rcaap.pt/rpe/article/view/3008
estudo de Freitas et al.16, ao afirmarem que a relação
CONCEIÇÃO, CAIO V.; MORAES, MAGALI Aparecida
existente entre eles permite a troca de saberes, sendo
Alves. Aprendizagem Cooperativa e a Formação do
condição indispensável ao processo ensino-
Médico Inserido em Metodologias Ativas: um olhar de
aprendizagem, o que dinamiza o processo educativo e
Estudantes e Docentes. Revista Brasileira de Educação
lhe dá sentido.
Médica, vol. 2, nº 42, páginas: 115-122, 2018.
Em suma, com base no entendimento de docentes e
PEIXOTO, MARISA COSTA. Avaliação do feedback como
estudantes, concluiu-se que a aprendizagem cooperativa
ferramenta de ensino e aprendizagem em um curso de
é eficaz em pequenos grupos e que traz benefícios
medicina. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal
sociais, cognitivos e psicomotores, sendo favorecida no
de Uberlândia, 2019.
âmbito de metodologias ativas e com a educação
permanente, a qual, se implementada de maneira incisiva, SÁ, SUSANA OLIVEIRAA; ALVES, MARIA PALMIRA;
pode gerar ferramentas úteis ao processo de ensino e COSTA, ANTÔNIO PEDRO. O contributo do feedback na
aprendizagem. avaliação das aprendizagens no ensino superior. Atas
Investigação Qualitativa em Educação, vol. 1, páginas 229-
Referências
233,2014
COHEN, ELIZABETH G.; LOTAN, RACHEL A. Planejando
o Trabalho em grupo: Estratégias para Salas de Aula
Heterogêneas. 3º edição. Editora Penso, 2017.
HARDINGHAM ALISON. Trabalho em equipe. São Paulo,
Novel, 2000.
PIANCASTELLI, Carlos Haroldo; FARIA, Horácio Pereira
de; SILVEIRA, Marília Rezende da . O trabalho em equipe.
In: BRASIL. Ministério da Saúde. Organização do cuidado a
partir de problemas: uma alternativa metodológica para a
atuação da Equipe de Saúde da Família. Brasília: OPAS,
@jumorbeck
Ética no Trabalho em Equipe Dentro de uma organização existem pessoas diferente,
desta maneira os valores individuais que um colaborador
Ética e moral são conceitos filosóficos que, apesar da possui nem sempre será compatível com os valores de
estreita relação que mantêm com o comportamento em outros. Os relacionamentos e conflitos no ambiente de
sociedade, possuem significados distintos. A moral está trabalho, por vezes, são provocados por valores éticos
baseada em costumes e convenções estabelecidas por não cumpridos. Esse não é um fenômeno novo e
cada grupo. Por sua vez, a ética se vincula ao estudo e à tampouco será extinto (SOUZA et al., 2018 apud NEME,
aplicação desses valores e princípios no âmbito das 2008)
relações humanas. (CEEM, 2018)
A sociedade precisa entender que a ética é insubstituível
Desde o início da civilização o homem necessitou da para a boa conduta no ambiente de trabalho. É ela que
vivencia em grupo, formando a sociedade, sendo que em age no íntimo do indivíduo para que este vise o bem
cada momento histórico foram criados padrões de comum (SOUZA et al., 2018 apud LISBOA, 1997)
comportamentos que demonstram os valores de cada
sujeito de acordo com sua cultura e história, Tentar ser imparcial, nunca culpar os colegas, não
demonstrando em suas ações a sua própria ética (SOUZA provocar fofocas, evitar discussões públicas e conversar
et al., 2018 apud CORTELLA, 2015). no ambiente particular para esclarecer qualquer problema.
Esses são alguns valores que são exigidos para que se
Etimologicamente, ética vem do grego “ethos’ e significa mantenha uma postura ética (SOUZA et al., 2018 apud
modo de ser, caráter, conduta. A grande diferença entre SILVA, 2010)
ética e moral é que, para funcionar, a moral precisa ser
imposta, enquanto a ética deve ser inerente ao indivíduo, A educação também independe de hierarquia de trabalho.
apreendida e incorporada por ele. A moral é imposta, a As empresas devem assumir papel de responsáveis pelos
ética, percebida. (PORTO & PORTO, SEMIOLOGIA cumprimentos da ética, e isso só é possível caso os
MÉDICA 8ª EDIÇÃO) gestores demonstrem postura ilibada perante seus
funcionários (SOUZA et al., 2018 apud CORTELLA, 2015).
Uma preocupação e uma justificativa para o estudo da
ética é o fato de que na medicina repousam os valores Ética profissional trata dos direitos e dos deveres, dos
mais altos da humanidade. Tem o poder de dar e tirar a profissionais, através da mesma é que são criados os
vida, lutar por ela e deixar morrer, ajudar e destruir códigos éticos de cada profissão. Assim, os Códigos de
pessoas. Em outras palavras: tudo que existe na ciência Ética Profissional (Camargo,1999) “estruturam e
médica pode ser usado para o bem ou para o mal. A sistematizam as exigências no tríplice plano de orientação,
decisão pelo bem ou pelo mal é ditada pelos princípios disciplina e fiscalização”. Estabelecendo parâmetros
que formam as bases do trabalho de um médico. (PORTO variáveis e relativos que demarcam o piso e o teto dentro
& PORTO, SEMIOLOGIA MÉDICA 8ª EDIÇÃO) dos quais a conduta pode ou deve ser considerada regular
sobe o ângulo ético. (MARTINS, GABRIEL, 2012)
A ética profissional pode ser definida como valores,
normas e de relacionamentos manifestados no ambiente Deve-se respeitar a dignidade humana, os direitos dos
de trabalho. Adotar uma postura ética é construir boas seres humanos e as liberdades fundamentais. Os pilares
relações com colegas, chefes e subordinados, o que do conhecimento aprender a viver juntos e aprender a
contribui para as rotinas de trabalho funcionarem em viver com os outros representam um dos maiores
ordem, fortalecendo rendimentos produtivos e a imagem desafios da educação. (MENEZES et. al, 2017)
da organização frente àqueles que se interessam por ela. Código de Ética do Estudante de Medicina
Desta forma, ser ético é agir de maneira a não desviar
dos padrões convencionais da sociedade, sem trazer Princípios fundamentais:
prejuízos às outras pessoas. (SOUZA et al., 2018) V - O estudante de medicina guardará absoluto respeito
pelo ser humano e atuará sempre em benefício deste
Em se tratando de ética no trabalho, o filósofo Mario com prudência, apresentando-se condignamente,
Sérgio Cortella (2015) afirma que “é necessário cuidar da cultivando hábitos e maneiras que façam ver ao paciente
ética para não anestesiarmos a nossa consciência e o interesse e o respeito de que ele é merecedor. Jamais
começarmos a achar que tudo é normal. (SOUZA et al., utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico
2018) ou moral, para o extermínio do ser humano ou para
@jumorbeck
permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e empírica, depois de atenta reflexão sobre o cotidiano; em
integridade. geral, estas permanecem dispostas dentro de um
ordenamento semelhante a um código no qual são
XII - O estudante terá, para com os colegas, respeito, utilizadas expressões imperativas, tais como “é vedado”,
consideração e solidariedade, sem se eximir de apontar “deve” (Código de Ética Médica). (PORTO & PORTO,
aos seus responsáveis (professores, tutores, preceptores, SEMIOLOGIA MÉDICA 8ª EDIÇÃO)
orientadores) atos que contrariem os postulados éticos
A crítica maior aos Códigos de Deontologia é o fato de
previstos neste Código.
que são elaborados apenas com a participação dos
Eixo 6 - Relação do Estudante com a Equipe profissionais da área, sem que sejam ouvidos os reais
Multiprofissional: beneficiários, ou seja, os cidadãos, a quem se propõe
proteger. (PORTO & PORTO, SEMIOLOGIA MÉDICA 8ª
Art. 42: O estudante de medicina deve relacionar-se de
EDIÇÃO)
maneira respeitosa e integrada com estudantes de
diferentes graduações, buscando fomentar, desde o início A bioética é a parte da ética que enfoca as questões
de sua formação, o trabalho em equipe. referentes à vida humana e, portanto, à saúde. A bioética
possui quatro princípios: beneficência, não maleficência,
Art. 44: O estudante de medicina deve alertar, de forma
autonomia e justiça. (PORTO & PORTO, SEMIOLOGIA
respeitosa, qualquer profissional de saúde quando
MÉDICA 8ª EDIÇÃO)
identificada alguma situação que julgue oferecer risco
potencial à segurança do paciente. A conduta do médico deve ser resultado de qualidades
humanas e preparo técnico, ao lado de uma ordenação
Código de Ética do Estudante de Medicina de princípios, representados pelo Código de Ética, bem
como os direitos e deveres estabelecidos na legislação do
Os primeiros relatos de princípios éticos inerentes à
país. (PORTO & PORTO, SEMIOLOGIA MÉDICA 8ª
profissão médica são atribuídos à Hipócrates quatro
EDIÇÃO)
séculos antes da era cristã . O juramento de Hipócrates é
até hoje referência para a conduta médica e contém O ensino da ética médica, da bioética e das humanidades
preceitos éticos fundamentais à prática da medicina, no curso de medicina é de extrema importância, pois na
como filantropia, não maleficência, justiça e graduação o estudante constrói as bases de sua futura
confidencialidade. (YAMAKI et. al, 2014) relação médico-paciente. Durante essa construção, além
de uma formação humanística plural, é necessário o
definido no próprio juramento hipocrático: Tudo aquilo
estabelecimento de regras claras de direitos e deveres
que tenha ou não relação com a prática da minha
dos acadêmicos para com seus pares, professores e
profissão, ver ou ouvir da vida dos homens que não deva
pacientes. (LISBOA; LINS, 2014)
ser divulgado, não divulgarei, respeitando tudo aquilo que
deva ficar em segredo. (YAMAKI et. al, 2014) A importância de um código de ética para estudantes de
medicina vai além do estímulo à prevenção do exercício
Os autores da ética profissional utilizam com frequência o
ilegal da medicina por estudantes, incidindo também na
conceito de deontologia, originado da palavra grega deón
humanização do futuro médico, que por meio deste
[o que é conveniente] e logia [conhecimento]. O pensador
instrumento absorverá os princípios e diretrizes voltados
Jeremy Benthan introduziu este termo com o seguinte
ao exercício cidadão da medicina. (LISBOA; LINS, 2014)
sentido: os estudos das obrigações morais do indivíduo no
seio de sua comunidade (Alcântara, 1979). (PORTO & Código de Ética do Estudante de Medicina
PORTO, SEMIOLOGIA MÉDICA 8ª EDIÇÃO)
Princípios fundamentais:
A deontologia é o conjunto de regras, fruto da tradição, IX - O estudante guardará sigilo a respeito das
que indicam como deverá comportar-se o indivíduo na informações obtidas a partir da relação com os pacientes
qualidade de membro de um grupo social determinado. e com os serviços de saúde
(PORTO & PORTO, SEMIOLOGIA MÉDICA 8ª EDIÇÃO)
Eixo 5: Relação do Estudante com a sociedade
A moral deontológica é na realidade uma ética aplicada
Art. 39 – É dever do estudante de medicina agir de forma
que orienta uma dada profissão. Suas normas são
solidária e respeitosa com as pessoas, a instituição e as
estabelecidas pelos próprios profissionais, de maneira
@jumorbeck
normas vigentes, valorizando atitudes e medidas que O prontuário do paciente possui a característica de
beneficiem o crescimento coletivo. documento sigiloso, pessoal, privado e confidencial, pois
em seus registros constam informações pessoais do
Prontuário Médico paciente, tais como: sua identificação completa, sexo,
filiação, naturalidade e endereço, assim como, seus
Em relação à história dos prontuários, o reconhecimento exames e os respectivos resultados, hipóteses
da importância do registro exato das informações do diagnósticas, diagnóstico e tratamento. Nele estão
paciente, registradas em seu prontuário, aconteceu a registradas todas as informações pessoais referentes aos
partir da institucionalização da Medicina Científica por cuidados médicos e serviços prestados ao paciente,
Hipócrates, no século 5 a.C. que refletia de maneira exata informações a respeito da sua saúde, e a sua intimidade
o curso da doença e indicava as suas possíveis causas física e mental. (TONELLO, NUNES, PANARO, 2013)
(TONELLO, NUNES, PANARO, 2013 apud PINTO, 2006).
Todo atendimento, por mais simples que seja, deve ser
Baseado em anotações médicas, Hipócrates conseguiu registrado na ficha clínica ou no prontuário médico, uma
assinalar e descrever muitos sinais e sintomas de vez que é impossível guardar na memória as queixas, o
enfermidade, e enfatizou a importância do registro diagnóstico e as prescrições terapêuticas de todos os
cuidadoso dessas anotações. O objetivo desse cuidado era pacientes, e para que com isso o médico se resguarde
reunir informações, que auxiliassem na reflexão e estudo legal e eticamente. (PORTO & PORTO, SEMIOLOGIA
acerca do desenvolvimento da doença, indicando as MÉDICA 8ª EDIÇÃO)
prováveis causas e mediante análises e comparações e
empírica buscar a melhor forma de tratá-las. (TONELLO, A incoerência dos relatos clínicos, que se constrói a partir
NUNES, PANARO, 2013) da não disposição dos fatos em ordem cronológica, da
não fixação dos médicos em unidades de atenção
O prontuário é um documento que pertence ao paciente, primária, que resulta na constante renovação de
mas fica sob a guarda do médico e/ou da instituição, profissionais, bem como da ilegibilidade dos dados, facilitam
podendo o paciente fotocopiá-lo. É o principal a descontinuidade do cuidado. Além disso, o
instrumento de defesa dos profissionais médicos quando preenchimento inadequado, ilegível ou a omissão de
há algum tipo de questionamento de natureza ética, civil, informações nos prontuários médicos ferem os direitos
administrativa ou criminal. Além disso, servem de suporte dos usuários – mais especificamente, o de ter suas
à pesquisa, ao ensino e ao gerenciamento dos serviços “histórias clínicas preservadas e documentadas”.
de saúde, e são também um documento legal dos atos (FERNANDES et. al, 2019)
médicos.(PORTO & PORTO, SEMIOLOGIA MÉDICA 8ª
EDIÇÃO) Por outro lado, o registro adequado das informações
sociodemográficas pelos profissionais da atenção primária,
De acordo com o Parecer CFM no 30/02, aprovado em associado à realização de pesquisas científicas acerca do
10/07/02, “o prontuário do paciente é o documento único perfil clínico-epidemiológico de determinada comunidade,
constituído de um conjunto de informações registradas, permite o correto estudo da realidade local, a adequação
geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações dos protocolos e programas, bem como a correta
sobre a saúde do paciente e a assistência prestada a ele, “alocação dos recursos materiais e humanos” investidos
de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a pelos serviços de saúde, aumentando o grau de eficiência
comunicação entre membros da equipe multiprofissional do atendimento. (FERNANDES et. al, 2019)
e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo”.
.Os prontuários em papel são os mais tradicionais. Todavia,
Sua importância é demonstrada no artigo 69º do Código esse tipo de documento é exposto aos riscos de quebra
de Ética Médica e no artigo 1º da Resolução 1.638 do de privacidade e de extravio. Existe, também, dificuldade
Conselho Federal de Medicina (CFM), em que “o médico para a recuperação de informações importantes para
assume o dever de elaborá-lo para cada paciente”, no tomada de decisão e/ou as que devem ser
intuito de valorizar as individualidades e prestar uma compartilhadas entre os profissionais de saúde e com os
atenção baseada na subjetividade. (FERNANDES et. al, pacientes, além de necessitarem de espaço físico para
2019) seu arquivamento.
@jumorbeck
Há inúmeros modelos de fichas e de prontuários, mas A principal barreira para informatizar o arquivo médico
todos eles devem reservar espaço para identificação do está relacionada à educação dos profissionais de saúde
paciente, história clínica, exame físico, diagnóstico, que interagem com o prontuário. (PORTO & PORTO,
prescrições terapêuticas e seguimento do paciente. É SEMIOLOGIA MÉDICA 8ª EDIÇÃO)
necessário abrir um item para as anotações de exames
Apesar das dificuldades relatadas, acredita-se que é de
complementares. (PORTO & PORTO, SEMIOLOGIA
suma importância a utilização de sistemas de informação
MÉDICA 8ª EDIÇÃO)
que incluam o prontuário eletrônico no âmbito do sistema
O Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) de saúde, a fim de identificar os usuários, facilitar a gestão
dos serviços, a comunicação e o compartilhamento das
Vantagens: Acesso mais rápido ao histórico de saúde do
informações em um país com dimensões continentais e
paciente e as suas consultas e intervenções prévias;
imensa diversidade cultural. (PORTO & PORTO,
disponibilidade remota; uso simultâneo por diversos
SEMIOLOGIA MÉDICA 8ª EDIÇÃO)
serviços e profissionais de saúde; legibilidade das
informações; fim da redigitação das informações; Código de Ética do Estudante de Medicina
integração com outros sistemas de informação;
Eixo 3 - Relações Interpessoais do Estudante:
processamento contínuo dos dados; informações
Art. 31: O estudante de medicina deve escrever de forma
organizadas de maneira mais sistemática; inexistência da
correta, clara e legível no prontuário do paciente.
possibilidade de extravio das fichas; controle do fluxo de
pacientes nos serviços de saúde; solicitação e verificação
Art. 32: O estudante de medicina deve manusear e
de exames complementares e de medicamentos; mais
manter sigilo sobre informações contidas em prontuários,
agilidade; melhora da qualidade no preenchimento dos
papeletas, exames e demais folhas de observações
prontuários; evita deterioração, perda e alteração das
médicas, assim como limitar o manuseio e o
informações. (PORTO & PORTO, SEMIOLOGIA MÉDICA
conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas
8ª EDIÇÃO)
a sigilo profissional
No âmbito da saúde pública, os registros atualizados
continuamente em níveis municipal, estadual e nacional Artigo: Avaliação da qualidade de prontuários médicos de
podem apoiar a definição de políticas públicas e regular uma Unidade Básica de Saúde: Desafio para
as demandas entre os três níveis de atenção (primária,
caracterização do perfil epidemiológico dos usuários
secundária e terciária). (PORTO & PORTO, SEMIOLOGIA
MÉDICA 8ª EDIÇÃO) atendidos
@jumorbeck
Referências
@jumorbeck
Células
As células são as unidades funcionais e estruturais dos monoméricas se podem despolimerizar e polimerizar
seres vivos. novamente, de modo reversível e dinâmico, o que explica
as modificações de sol para gel, e vice-versa, observadas
Procarionte x Eucarionte no citoplasma. Quando despolimerizadas (separadas umas
das outras), as moléculas das proteínas actina e tubulina
A microscopia eletrônica demonstrou que existem
conferem maior fluidez ao citosol. Quando polimerizadas
fundamentalmente duas classes de células: os
em microfibrilas e microtúbulos, conferem a consistência
procariontes (pro, primeiro, e cario, núcleo), cujos
de gel à região citoplasmática em que se encontram.
cromossomos não são separados do citoplasma por
(JUNQUEIRA, 9ª ed.)
membrana, e as eucariontes (eu, verdadeiro, e cario,
núcleo), com um núcleo bem individualizado e delimitado
pelo envoltório nuclear. (JUNQUEIRA, 9ª ed.)
Membrana PlasmÁtica
A membrana plasmática, ou plasmalema, é a estrutura
Célula Eucarionte celular que estabelece o limite entre os meios intra e
extracelulares. Uma função importante dessa membrana
As células eucariontes apresentam duas partes
é a manutenção da constância do meio intracelular, cuja
morfologicamente bem distintas – o citoplasma e o
composição é diferente da do líquido extracelular. Apesar
núcleo –, entre as quais existe um trânsito constante de
da existência desse limite, existe grande interação entre
moléculas diversas, nos dois sentidos. O citoplasma é
o interior da célula e as moléculas extracelulares.
envolvido pela membrana plasmática, e o núcleo, pelo
envoltório nuclear. (JUNQUEIRA, 9ª ed.) As unidades de membrana são bicamadas lipídicas
formadas principalmente por fosfolipídios e que contêm
Citoplasma X CITOSOL
uma quantidade variável de moléculas proteicas, mais
O citoplasma das células eucariontes contém as organelas, numerosas nas membranas com maior atividade funcional
como mitocôndrias, retículo endoplasmático, aparelho de (as proteínas são responsáveis pela maioria das funções
Golgi, lisossomos e peroxissomos. O conceito de organela da membrana). (JUNQUEIRA, 9ª ed.)
não é bem definido; varia um pouco de um autor para
As membranas celulares são compostas principalmente
outro. Além das organelas, o citoplasma pode apresentar
por lipídios e por proteínas. A maior parte dos lipídios se
depósitos de substâncias diversas, como grânulos de
organiza em duas camadas de moléculas de fosfolipídios.
glicogênio e gotículas lipídicas. Preenchendo o espaço
Estes, em meio aquoso, espontaneamente se organizam
entre as organelas e os depósitos, também chamados
em bicamadas sem gasto de energia. Os grupamentos
inclusões, encontra-se a matriz citoplasmática ou citosol.
não polares (hidrofóbicos) dos fosfolipídios se situam no
(JUNQUEIRA, 9ª ed.)
centro da membrana, e os seus grupamentos polares
O citosol contém água, íons diversos, aminoácidos, (hidrofílicos) se localizam nas duas superfícies da
precursores dos ácidos nucleicos, numerosas enzimas. O membrana, expostos aos ambientes em que existe água.
citosol contém microfibrilas, constituídas de actina, e Além dos fosfolipídios, as membranas celulares contêm
microtúbulos, constituídos de tubulina, cujas unidades outros lipídios, como glicolipídios e colesterol.
@jumorbeck
totalmente e são denominadas proteínas
transmembrana. Algumas proteínas
transmembrana atravessam a membrana uma
única vez, enquanto outras têm cadeias longas
e dobradas, que atravessam a membrana
O folheto externo da bicamada lipídica da membrana diversas vezes. Por isso, as proteínas
plasmática apresenta muitas moléculas de glicolipídios, transmembrana podem ser classificadas em
com as porções glicídicas se projetando para o exterior proteínas de passagem única e proteínas de
da célula. As porções glicídicas dos glicolipídios se juntam passagem múltipla.
porções glicídicas das proteínas da própria membrana, As proteínas transmembrana exercem funções muito
mais glicoproteínas e proteoglicanos secretados, que são importantes na célula: algumas agem como poros
adsorvidos pela superfície celular para formar um funcionais por onde transitam íons e moléculas, e outras
conjunto denominado glicocálice. Assim, o glicocálice é agem como receptores.
uma projeção da parte mais externa da membrana, com
apenas algumas moléculas adsorvidas, e não uma camada As proteínas que fazem parte da membrana são
inteiramente extracelular, como se pensou inicialmente. sintetizadas no retículo endoplasmático granuloso,
(JUNQUEIRA, 9ª ed.) modificadas no complexo de Golgi e transportadas para a
superfície celular em membranas de vesículas de
O glicocálice participa do reconhecimento entre células e transporte.
da união das células umas com as outras e com as
moléculas extracelulares. As proteínas podem deslizar ao longo do plano da
membrana porque a bicamada lipídica é fluida. Conjuntos
de moléculas lipídicas e proteicas chamados lipid rafts
(jangadas lipídicas) flutuam na superfície da membrana e
podem se deslocar ao longo dela. A distribuição das
proteínas espalhadas em mosaico na bicamada lipídica da
membrana plasmática constitui o modelo do mosaico
fluido para as membranas celulares.
@jumorbeck
Transporte individual de Íons e pequenas molÉculas:
Muitas substâncias atravessam a membrana de um
ambiente onde elas estão mais concentradas para um
ambiente em que estão menos concentradas. Esse
transporte não requer consumo de energia e é
denominado transporte passivo. Ocorre por meio de
proteínas transmembrana chamadas proteínas
carreadoras ou transportadoras. Em muitas células, o
transporte de água é otimizado pela ação de moléculas
transportadoras especializadas, denominadas aquaporinas. Transporte de substÂncias em quantidades maiores:
A passagem em bloco de macromoléculas pela
membrana, assim como a passagem de partículas (p. ex.,
microrganismos), ocorre por processos que envolvem
modificações na membrana plasmática visíveis por
microscopia óptica ou eletrônica. A entrada na célula de
material em quantidade denomina-se endocitose. Há três
variedades principais de endocitose: pinocitose de fase
fluida, endocitose mediada por receptores e fagocitose.
Íons, como Na+, K+ e Ca2+, podem atravessar a Pinocitose de fase fluida: A pinocitose de fase fluida é
membrana plasmática através de poros ou canais praticada por inúmeros tipos celulares. Caracteriza-se pela
constituídos por proteínas transmembrana. Esse tipo de formação de pequenas invaginações da membrana, que
transporte frequentemente ocorre contra um gradiente envolvem o fluido extracelular e as substâncias nele
de concentração, de um ambiente pouco concentrado contidas. As vesículas de pinocitose, também
para um ambiente muito concentrado, ambos separados denominadas vesículas de endocitose, têm cerca de 80
por membrana. Por esta razão, esse tipo de transporte nm de diâmetro e se destacam da membrana, sendo
consome energia. É chamado de transporte ativo, e a conduzidas através do citoplasma pela atividade de
energia usada para o transporte está geralmente contida proteínas motoras associadas ao citoesqueleto. O destino
em moléculas de ATP. As proteínas envolvidas em das vesículas é variável.
transporte ativo são também chamadas bombas (p. ex.,
bomba de sódio-potássio). Endocitose mediada por receptores: Enquanto a
pinocitose de fase líquida é um processo inespecífico, em
muitos casos o transporte para o interior da célula tem
caráter específico. É um mecanismo do qual participam
receptores de membrana, denominado endocitose
mediada por receptores. A ligação entre um receptor de
As proteínas transportadoras podem transportar apenas membrana com seu ligante específico ativa moléculas do
um tipo de íon ou molécula em uma direção (uniporter) citoesqueleto; caso os receptores estejam afastados
ou dois tipos de moléculas na mesma direção (simporter). entre si, eles são movimentados ao longo da bicamada
Em certas situações, íons são trocados através da lipídica, concentrando-se em pequena área da membrana,
membrana, isto é, enquanto um íon sai da célula, onde se forma uma reentrância chamada fosseta.
simultaneamente entra outro pelo mesmo transportador.
Esse tipo de transporte em direções opostas é
denominado antiporter.
@jumorbeck
Exocitose é um processo equivalente à endocitose,
porém na direção oposta – transporte de dentro para
fora da célula. Exocitose consiste na fusão de vesículas
citoplasmáticas; por exemplo, vesículas de transporte e
grânulos de secreção, com a membrana plasmática
seguida pela expulsão do conteúdo da vesícula para o
exterior. A exocitose é um processo complexo e
depende de proteínas fusogênicas que facilitam a fusão
entre as vesículas e os grânulos de secreção com a
membrana plasmática. A endocitose retira porções de
membrana da superfície. Pela fusão da membrana da
vesícula de exocitose com a membrana plasmática,
porções de membrana retornam à membrana plasmática,
formando-se um fluxo de membrana que recompõe a
Muitas vesículas de endocitose se fundem com os superfície total de membrana da célula.
endossomos, vesículas situadas tanto nas proximidades da
superfície celular (endossomos jovens) como mais Recepção de sinais pela membrana plasmática: A
profundamente (endossomos maduros). Em conjunto, os membrana plasmática atua como local de recepção de
endossomos formam o sistema endossômico da célula. Os sinalização que chega à célula sob a forma de substâncias
endossomos maduros frequentemente se fundem com solúveis situadas no meio extracelular. Essas substâncias
pequenos lisossomos, dando início à digestão do material ou agem como ligantes que reconhecem e se ligam a
endocitado. receptores de superfície ou se difundem pela membrana
e se ligam a receptores intracelulares. Denominam-se
Fagocitose: Alguns tipos celulares, como os macrófagos células-alvo as células que têm receptores para um
e os neutrófilos, são especializados em englobar e destruir determinado sinal.
bactérias, fungos, protozoários, células lesionadas,
partículas orgânicas ou inertes e fragmentos de matriz MITOCÔNDRIAS
extracelular. As células emitem prolongamentos em
forma de lâminas, chamados pseudópodos, que se As mitocôndrias são organelas esféricas ou alongadas,
estendem em torno do material a ser fagocitado. As medindo de 0,5 a 1,0 µm de largura e até 10 µm de
bordas dos pseudópodos se fundem e acabam por comprimento. Sua distribuição na célula varia, tendendo a
englobar o material em um vacúolo que se destaca da se acumular nos locais do citoplasma em que o gasto de
membrana e é transportado para o interior da célula, energia é mais intenso.
constituindo o fagossomo. De modo geral, o tamanho do São constituídas por duas membranas, entre as quais se
material a ser englobado é maior que 0,5 µm. localiza o espaço intermembranoso. O compartimento
delimitado pela membrana interna contém a matriz
mitocondrial. A membrana interna emite projeções para
@jumorbeck
o interior da matriz, chamadas cristas mitocondriais. Na A acetil-CoA combina-se com o ácido oxalacético para
maioria das mitocôndrias, as cristas são achatadas, formar ácido cítrico, dando início ao ciclo do ácido cítrico
assemelhando-se a prateleiras. As cristas aumentam a (ciclo de Krebs). Nesse ciclo energético, há várias reações
superfície da membrana interna da mitocôndria e contêm de descarboxilação que produzem CO2 e quatro pares
as enzimas e outros componentes da cadeia de de H+ que são removidos por reações específicas
fosforilação oxidativa e do sistema transportador de catalisadas por desidrogenases. Os íons H+ reagem com
elétrons. oxigênio para formar H2O. Pela atividade dos citocromos
a, b e c, da coenzima Q, e da citocromo oxidase, o
sistema transportador de elétrons, localizado na
membrana mitocondrial interna, libera energia, que é
capturada para formar ATP, a partir de difosfato de
adenosina (ADP) e fosfato inorgânico. Em condições
aeróbias, a glicólise extramitocondrial (no citosol) mais o
ciclo do ácido cítrico e o sistema transportador de
elétrons originam 36 mols de ATP por cada mol de
glicose. Esse rendimento é 18 vezes maior do que o obtido
pela glicólise realizada apenas em condições anaeróbias.
@jumorbeck
que se adaptou a uma vida endossimbiótica em uma célula o retículo endoplasmático rugoso, ou granular, e o liso.
eucariótica. (JUNQUEIRA, 9ª ed.)
@jumorbeck
túbulos associados a vesículas de transporte. Esse sistema
de túbulos é mais complexo na face trans, onde forma a
rede trans do Golgi.
A face cis recebe vesículas de transporte que brotam do
retículo endoplasmático, enquanto a superfície côncava
ou trans origina vesículas cujo conteúdo foi modificado
pelas cisternas do Golgi. O complexo de Golgi é envolvido
lateralmente por inúmeras vesículas de transporte. Essas
vesículas transportam material de uma cisterna do Golgi
para outra em direção cis–trans ou vice-versa,
predominando a primeira direção. A maioria dessas
vesículas de transporte são recobertas externamente (na
sua superfície citosólica) por proteínas chamadas COPI ou
O REL participa de diversos processos funcionais, de
COPII.
acordo com o tipo de célula. Por exemplo, nas células que
produzem esteroides, como as da glândula adrenal e
células secretoras do ovário e do testículo, ele ocupa
grande parte do citoplasma e contém algumas das
enzimas necessárias para a síntese desses hormônios. O
REL é abundante também nos hepatócitos, as células
principais do fígado, em que é responsável pelos
processos de conjugação, oxidação e metilação, dos
quais as células lançam mão para inativar determinados
hormônios e neutralizar substâncias nocivas e tóxicas,
como os barbitúricos e vários outros fármacos.
Outra função importante do retículo endoplasmático liso
é a síntese de fosfolipídios para todas as membranas O complexo de Golgi recebe, pela sua face cis, grande
celulares. As moléculas de fosfolipídios são transferidas parte de moléculas sintetizadas no retículo
para as outras membranas: (1) por meio de vesículas que endoplasmático granular. No Golgi são completadas as
se destacam e são movidas por proteínas motoras, ao modificações pós-translacionais realizadas nas cisternas do
longo dos microtúbulos; (2) por comunicação direta com REG após a síntese das moléculas. Além disso, as cisternas
o retículo endoplasmático granuloso; e (3) por meio das do Golgi empacotam e colocam um endereço em vários
proteínas transportadoras de fosfolipídios. grupos de moléculas, que devem ser direcionadas para
Nas células musculares estriadas, o retículo locais específicos do citoplasma. Nas cisternas finais do
endoplasmático liso recebe o nome de retículo Golgi, em sua face trans, as moléculas são transferidas
sarcoplasmático. Nessas células as cisternas do REL para vesículas conforme sua destinação. Essas vesículas
acumulam íons cálcio e os liberam no citosol, regulando, brotam na face trans e são denominadas vesículas de
dessa maneira, a contração muscular. transporte ou de secreção. São transportadas para a
membrana plasmática com a qual se fundem ou
COMPLEXO DE GOLGI acumuladas no citoplasma até ocorrer um estímulo para
exocitose. Outras vesículas formadas na face trans
O complexo de Golgi é um conjunto de vesículas
contêm enzimas lisossômicas que podem se fundir com
achatadas e empilhadas, cujas porções periféricas são
endossomos primários que participam do sistema
dilatadas. O complexo de Golgi é uma estrutura polarizada,
endossômico-lisossômico.
e, nas pilhas de cisternas que compõem essa organela,
podem-se reconhecer duas superfícies. Uma é As proteínas já chegam do RE com grupos de
geralmente convexa, mais próxima ao núcleo e ao oligossacarídeos adicionados a suas cadeias. A glicosilação,
retículo endoplasmático, denominada face cis. A superfície por meio de retirada e adição de moléculas de
oposta da pilha é geralmente côncava e é denominada oligossacarídeos, produz as glicoproteínas.
face trans. Ambas as faces possuem redes de finos
@jumorbeck
Os sacarídeos são muito importantes para as futuras Outra função dos lisossomos relaciona-se com a
funções das moléculas que passam pelo complexo de renovação das organelas celulares. Em certas
Golgi. Além disso, no Golgi são fabricados grandes circunstâncias, organelas ou porções de citoplasma são
complexos moleculares, tais como os proteoglicanos. envolvidas por membrana do retículo endoplasmático liso.
Lisossomos jovens fundem-se com essas estruturas e
Essa organela apresenta múltiplas funções; mas, dentre
digerem o material nelas contido. Forma-se assim um
elas, cabe destacar que é muito importante na separação
lisossomo secundário que recebe o nome de
e no endereçamento das moléculas sintetizadas nas
autofagossomo.
células, encaminhando-as para as vesículas de secreção
(que serão expulsas da célula), os lisossomos, as vesículas
que permanecem no citoplasma ou a membrana celular.
(JUQUEIRA, 9ª ed.)
LISOSSOMOS
Os lisossomos que são observados por microscopia
eletrônica de transmissão são vesículas delimitadas por
membrana, em geral esféricas, com diâmetro de 0,05 a
0,5 µm, e apresentam aspecto denso e granular.
Os lisossomos contêm mais de 40 enzimas hidrolíticas,
com a função de quebra e digestão de diversos
substratos. São encontrados em todas as células; porém,
são mais abundantes nas células fagocitárias, como os
PEROXISSOMOS
macrófagos e os leucócitos neutrófilos.
Peroxissomos são organelas esféricas, limitadas por
Todas as enzimas lisossômicas têm atividade máxima em
membrana, com diâmetro de 0,5 a 1,2 mm.
torno de pH 5,0. A membrana dos lisossomos possui
bombas que transportam prótons para o interior da Receberam esse nome porque oxidam substratos
vesícula por transporte ativo, acidificando dessa maneira orgânicos específicos, retirando átomos de hidrogênio e
o interior do lisossomo. combinando-os com oxigênio molecular (O2). Essa reação
produz peróxido de hidrogênio (H2O2), uma substância
As enzimas dos lisossomos são sintetizadas no retículo
oxidante prejudicial à célula, que é imediatamente
endoplasmático granuloso e transportadas para o
eliminada pela enzima catalase, também contida nos
complexo de Golgi. Nas cisternas do Golgi, as enzimas
peroxissomos. A catalase utiliza oxigênio do peróxido de
adquirem radicais de manose-6-fosfato, os quais se
hidrogênio (transformando-o em H2O) para oxidar
tornam um marcador de enzimas lisossômicas. Nas
diversos substratos orgânicos. Essa enzima também
membranas das cisternas do complexo de Golgi mais
decompõe o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio.
próximas da face trans, existem receptores para
proteínas com manose-6-fosfato em suas cadeias, que A betaoxidação dos ácidos graxos, assim chamada
são reconhecidas e separadas de outras proteínas. Dessa porque tem lugar no carbono 2 ou beta da cadeia do
maneira, na face trans as enzimas destinadas aos ácido graxo, é realizada nos peroxissomos e nas
lisossomos são segregadas em vesículas separadas que mitocôndrias. Os ácidos graxos são biomoléculas
constituem os lisossomos primários. importantes como combustível para as células. No ciclo da
betaoxidação, fragmentos com dois átomos de carbono
Partículas do meio extracelular introduzidas na célula por
são removidos sequencialmente dos ácidos graxos de
fagocitose constituem os fagossomos. A membrana dos
cadeia longa (mais de 18 átomos de carbono), gerando-se
lisossomos primários funde-se com a dos fagossomos,
acetilcoenzima A (acetil-CoA), que é exportada dos
misturando as enzimas com o material a ser digerido. A
peroxissomos para o citosol. A acetil-CoA é utilizada em
digestão intracelular tem lugar dentro desse novo
várias reações de síntese e pode penetrar as
vacúolo, que é chamado de lisossomo secundário ou
mitocôndrias para ser usada no ciclo de Krebs. Os
fagolisossomo.
peroxissomos têm, ainda, outras funções. No fígado, por
@jumorbeck
exemplo, participam da síntese de ácidos biliares e de Os microtúbulos são rígidos e desempenham papel
colesterol. significativo no desenvolvimento e na manutenção da
forma das células.
As enzimas dos peroxissomos são sintetizadas em
polirribossomos livres no citosol. O destino dessas Os microtúbulos são as estruturas responsáveis por
moléculas é determinado por uma pequena sequência de permitir movimentos intracelulares de organelas e
aminoácidos localizada próximo à extremidade carboxílica vesículas, além dos movimentos flagelares e ciliares
da molécula enzimática, que funciona como um sinal para
Organelas constituídas por microtúbulos:
a importação pelo peroxissomo.
➢ Os centríolos são estruturas cilíndricas,
CITOESQUELETO
compostos principalmente por microtúbulos
O citoesqueleto é uma rede complexa de microtúbulos, curtos e altamente organizados. Cada centríolo
filamentos de actina (microfilamentos) e filamentos é composto de nove conjuntos de três
intermediários, todos situados no citosol. Essas proteínas microtúbulos. As células que não estão em
estruturais influem na forma das células e, junto com as divisão têm um único par de centríolos. Em cada
proteínas motoras, possibilitam os movimentos de par os centríolos dispõem-se em ângulo reto,
organelas e vesículas citoplasmáticas. O citoesqueleto é um em relação ao outro. Na fase S do ciclo
responsável também pela contração celular (na celular, precedendo a mitose, cada centríolo se
contração muscular) e pela movimentação da célula duplica, formando-se assim dois pares. Durante a
inteira, como, por exemplo, no movimento ameboide. mitose, cada par se movimenta para cada polo
da célula e se torna um centro de organização
MICROTÚBULOS do fuso mitótico. Nas células que não estão em
Os microtúbulos são estruturas presentes no citoplasma divisão, os pares de centríolos localizam-se
com forma de túbulos. Além disso, formam os eixos de próximo ao núcleo e ao complexo de Golgi.
prolongamentos celulares – cílios e flagelos -, por cujo
batimentos são responsáveis.
A subunidade que constitui os microtúbulos é um
heterodímero formado por moléculas das proteínas
tubulina a e b. As subunidades de tubulina se polimerizam
para formar microtúbulos, organizando-se em
protofilamentos. Treze protofilamentos se unem para
formar um microtúbulo.
@jumorbeck
PROTEASSOMOS
Os proteassomos são pequenas organelas situadas no
citosol, não envolvidas por membrana. São complexos de
diversas proteases que digerem proteínas assinaladas
FILAMENTOS DE ACTINA (MICROFILAMENTOS) para destruição pela sua união com a molécula ubiquitina.
A degradação de proteínas é necessária para remover
Os filamentos de actina podem organizar-se de diversas excessos de enzimas e outras proteínas, quando elas,
maneiras: após exercerem suas funções normais, tornam-se inúteis
➢ Na maioria das células, os feixes de filamentos de para a célula. Os proteassomos também destroem
actina constituem redes no citoplasma e, além moléculas proteicas que se formam com defeitos
disso, formam uma delgada camada na estruturais, proteínas que não se dispuseram
superfície, logo abaixo da membrana plasmática, espacialmente de maneira correta e proteínas codificadas
denominada córtex celular. A actina do córtex por vírus, que seriam usadas para produzir novos vírus.
celular participa de diversas atividades, como
NÚCLEO
endocitose, exocitose e migração das células;
➢ No músculo estriado, eles se associam a Uma das principais características da célula eucarionte é a
filamentos grossos de miosina de 16 nm de presença de um núcleo de forma variável, porém bem
diâmetro; individualizado e separado do restante da célula por duas
➢ Há filamentos de actina associados a organelas, membranas. Todavia essa membrana dupla, chamada
vesículas e grânulos citoplasmáticos. A interação envoltório nuclear, contém poros que regulam o intenso
desses filamentos com miosina resulta em trânsito de macromoléculas do núcleo para o citoplasma
movimento dessas organelas e vesículas no e deste para o núcleo. (JUNQUEIRA, 9ª ed.)
citoplasma;
➢ No final da divisão celular, microfilamentos de O núcleo é o centro de controle de todas as atividades
actina associados à miosina formam uma cinta celulares, porque contém, nos cromossomos, todo o
na periferia do citoplasma, cuja constrição resulta genoma (ácido desoxirribonucleico [DNA]) da célula,
na divisão das células mitóticas em duas células- exceto apenas o pequeno genoma das mitocôndrias.
filhas. Chama-se genoma o conjunto da informação genética
codificada no DNA.
Enquanto os filamentos de actina nas células musculares
são estruturalmente estáveis, os das células não
musculares se dissociam e se reorganizam com grande
facilidade, de maneira semelhante ao que ocorre com os
microtúbulos.
FILAMENTOS INTERMEDIÁRIOS
As células contêm filamentos com diâmetro de
aproximadamente 10 nm, os filamentos intermediários.
Esses filamentos são constituídos por diferentes
proteínas: queratinas, vimentina, desmina, proteínas dos
neurofilamentos.
@jumorbeck
Além de conter a maquinaria molecular para duplicar seu A eucromatina aparece granulosa e clara, entre os
DNA, o núcleo é responsável pela síntese e pelo grumos de heterocromatina. Na eucromatina, o filamento
processamento de todos os tipos de ácido ribonucleico de DNA não está condensado e tem condições de
(RNA) (rRNA, mRNA, tRNA e miRNA), que são exportados transcrever os genes. Portanto, eucromatina significa
para o citoplasma. Todavia, o núcleo não sintetiza cromatina ativa, sendo mais abundante nas células que
proteínas, dependendo das que são produzidas no estão produzindo muita proteína. As variações nas
citoplasma e transferidas para o núcleo. proporções de heterocromatina e eucromatina são
responsáveis pelo aspecto mais claro ou mais escuro dos
Em geral, cada célula tem apenas um núcleo, localizado
núcleos nos microscópios óptico e eletrônico.
no seu centro, mas há células multinucleadas. Os principais
componentes do núcleo são o envoltório nuclear, a A cromatina é constituída por duplos filamentos helicoidais
cromatina, o nucléolo, a matriz nuclear e o nucleoplasma. de DNA associados a proteínas, principalmente histonas,
mas contém também proteínas não histônicas.
ENVOLTÓRIO NUCLEAR
O DNA e as histonas formam os nucleossomos. Cada
O conteúdo intranuclear é separado do citoplasma pelo nucleossomo é constituído por oito moléculas de histonas.
envoltório nuclear.
Os filamentos de nucleossomos organizam-se em
estruturas cada vez mais compactadas até constituírem
os cromossomos.
@jumorbeck
genitor, e não possuem o cromossomo Y.) (ALBERTS, NUCLÉOLO
BRUCE, 4ª ed.)
Os nucléolos são as fábricas para produção de
CROMATINA SEXUAL ribossomos. Constituídos principalmente por RNA
ribossômico (rRNA) e proteínas. Em humanos, os genes
Frequentemente se observa, nos núcleos das células de
que codificam os rRNA localizam-se em cinco
mamíferos do sexo feminino, uma partícula de cromatina
cromossomos, e, por isso, as células podem apresentar
bem visível, chamada de cromatina sexual, que não
vários nucléolos; porém, geralmente há uma fusão, e a
aparece nos núcleos de animais do sexo masculino. A
maioria das células tem apenas um ou dois nucléolos.
cromatina sexual é um dos dois cromossomos X que se
mantém condensado no núcleo interfásico. No homem, NUCLEOPLASMA
cujos cromossomos sexuais são um X e um Y, o
cromossomo X único não está condensado, expressa O nucleoplasma é um soluto com muita água, íons,
seus genes e não é visível como cromatina sexual. aminoácidos, metabólitos e precursores diversos, enzimas
para a síntese de RNA e DNA, receptores para
hormônios, moléculas de RNA de vários tipos e outros
componentes. Sua caracterização ao microscópio
eletrônico é impossível, e o nucleoplasma é definido como
o componente granuloso que preenche o espaço entre
os elementos morfologicamente bem caracterizados no
núcleo, como a cromatina e o nucléolo.
@jumorbeck
como molde para a síntese da molécula de RNA. Os
tripletos de código no DNA são transcritos para tripletos
do código complementar (chamados códons) no RNA.
Esses códons, por sua vez, controlarão a sequência de
aminoácidos na proteína a ser sintetizada no citoplasma
celular.
@jumorbeck
um processo que recebe o nome de splicing, e
éxons, que se conservam no mRNA final.
➢ RNA mensageiro (mRNA) que leva o código
genético para o citoplasma, para controlar o tipo
de proteína formada.
➢ RNA de transferência (tRNA) que transporta os
aminoácidos ativados para os ribossomos; os
aminoácidos serão utilizados na montagem da
molécula de proteína.
➢ RNA ribossômico que, com cerca de 75
proteínas diferentes, forma os ribossomos, as
estruturas físicas e químicas nas quais as
moléculas de proteína são formadas.
Como a função do tRNA é levar o aminoácido específico
RNA MENSAGEIRO – O CÓDON à cadeia de proteína em formação, é essencial que cada
tipo de tRNA tenha especificidade para determinado
As moléculas de RNA mensageiro são longas fitas únicas
códon no mRNA. O código específico no tRNA que
de RNA, localizadas no citoplasma. Essas moléculas são
permite que ele reconheça um códon específico é
compostas de várias centenas a vários milhares de
novamente um tripleto de bases de nucleotídeos
nucleotídeos de RNA em fitas não pareadas, e contêm
chamado anticódon.
códons que são exatamente complementares aos
tripletos de código dos genes de DNA. RNA RIBOSSÔMICO
O terceiro tipo de RNA na célula é o RNA ribossômico;
ele representa cerca de 60% do ribossomo. O ribossomo
é a estrutura física no citoplasma na qual as moléculas de
proteína são realmente sintetizadas. Porém, ele sempre
funciona em associação com outros dois tipos de RNA: o
tRNA, que transporta aminoácidos para o ribossomo, para
serem incorporados na molécula de proteína em
formação, e o mRNA, que fornece a informação
necessária para o sequenciamento dos aminoácidos, na
ordem correta, para cada tipo específico de proteína a
RNA DE TRANSFERÊNCIA – O ANTICÓDON ser produzido.
Outro tipo de RNA com papel essencial na síntese de Assim, o ribossomo age como uma fábrica, na qual as
proteínas é o RNA de transferência (tRNA), pois ele moléculas de proteína são formadas.
transfere as moléculas de aminoácidos para as moléculas
de proteínas que estão em processo de síntese. Cada Os genes para a formação de RNA ribossômico estão
tipo de Trna se liga, especificamente, a um dos 20 localizados em cinco pares de cromossomos no núcleo.
aminoácidos que serão incorporados às proteínas. O Cada um destes cromossomos contém muitas
tRNA, portanto, age como um carreador para transportar duplicações desses genes específicos, pois grandes
o seu tipo específico de aminoácido para os ribossomos, quantidades de RNA ribossômico são necessárias para a
onde as moléculas de proteína estão se formando. Nos função celular.
ribossomos, cada tipo específico de tRNA reconhece um O RNA ribossômico é especialmente processado no
códon determinado no mRNA e entrega o aminoácido no nucléolo, onde se liga às “proteínas ribossômicas” para
local adequado da cadeia da molécula de proteína em formar produtos de condensação granular que são
formação. subunidades primordiais dos ribossomos. Essas
subunidades são então liberadas do nucléolo e
transportadas através dos grandes poros do envelope
nuclear para quase todas as partes do citoplasma. Depois
@jumorbeck
de entrarem no citoplasma, as subunidades são montadas Deve-se observar que, exceto nas células glandulares,
para formar ribossomos maduros e funcionais. Portanto, onde são formadas grandes quantidades de vesículas
as proteínas são formadas no citoplasma da célula, e não secretórias contendo proteínas, a maioria das proteínas
no núcleo celular, pois o núcleo não contém ribossomos sintetizadas pelos ribossomos é liberada diretamente no
maduros. citosol, em vez de no retículo endoplasmático. Essas
proteínas são enzimas e proteínas estruturais internas da
TRADUÇÃO célula.
Quando a molécula de mRNA entra em contato com um
LIGAÇÃO PEPTÍDICA
ribossomo, a fita de RNA passa através do ribossomo,
começando por uma extremidade predeterminada,
especificada por uma sequência de bases de RNA,
chamada códon de “iniciação de cadeia”.
Enquanto o mRNA atravessa o ribossomo, a molécula de
proteína é formada — um processo chamado tradução.
Assim, o ribossomo lê os códons do mRNA, semelhante
à “leitura” de fita por meio da cabeça de reprodução de
gravador. Então, quando o códon de “parada” (ou de REGULAÇÃO GÊNICA
“terminação de cadeia”) passa pelo ribossomo, o fim da
molécula de proteína é sinalizado e a molécula é liberada A regulação gênica, ou regulação da expressão gênica
no citoplasma. cobre o processo inteiro desde a transcrição do código
genético, no núcleo, até a formação de proteínas no
Polirribossomos.: Uma só molécula de mRNA pode formar citoplasma
moléculas de proteína em vários ribossomos ao mesmo
tempo, pois a extremidade inicial do filamento de RNA
pode passar para ribossomos sucessivos.
Consequentemente, agrupamentos de ribossomos
ocorrem com frequência, com 3 a 10 ribossomos
simultaneamente ligados a uma só molécula de mRNA.
Esses agrupamentos são chamados de polirribossomos.
Referências
@jumorbeck
Coração
Localização do coração suficiente para a contração vigorosa e rápida. O pericárdio
consiste em duas partes principais: (1) o pericárdio fibroso
e (2) o pericárdio seroso. (TORTORA, 14ª ed.)
@jumorbeck
➢ O epicárdio é composto por duas camadas de Faces e margens do coração (MOORE, 7ª ed.)
tecido. A mais externa, é chamada lâmina visceral
do pericárdio seroso. Esta camada exterior fina
e transparente da parede do coração é
composta por mesotélio. Sob o mesotélio existe
uma camada variável de tecido fibroelástico
delicado e tecido adiposo. O tecido adiposo
predomina e torna-se mais espesso sobre as
faces ventriculares, onde abriga as principais
artérias coronárias e vasos cardíacos. O
epicárdio confere uma textura lisa e
escorregadia à face mais externa do coração. O
epicárdio contém vasos sanguíneos, vasos
linfáticos e vasos que irrigam o miocárdio.
(TORTORA, 14ª ed.) Entre o folheto visceral
(epicárdio) e o folheto parietal, existe uma
quantidade pequena de líquido que facilita os
movimentos do coração. (JUNQUEIRA, 13ª ed.) ↠ Face esternocostal (anterior), formada principalmente pelo
➢ A camada média, o miocárdio, é responsável ventrículo direito;
pela ação de bombeamento do coração e é ↠ Face diafragmática (inferior), formada principalmente pelo
composto por tecido muscular cardíaco. ventrículo esquerdo e em parte pelo ventrículo direito;
Compõe aproximadamente 95% da parede do ↠ Face pulmonar direita, formada principalmente pelo átrio
coração. As fibras musculares (células), como as direito;
↠ Face pulmonar esquerda, formada principalmente pelo
do músculo estriado esquelético, são envolvidas
ventrículo esquerdo;
e separadas em feixes por bainhas de tecido
conjuntivo compostas por endomísio e
perimísio. As fibras musculares cardíacas são
organizadas em feixes que circundam
diagonalmente o coração e produzem as fortes
ações de bombeamento do coração.
(TORTORA, 14ª ed.)
➢ O endocárdio mais interno é uma fina camada
de endotélio que recobre uma fina camada de
tecido conjuntivo. Fornece um revestimento liso
para as câmaras do coração e abrange as valvas
cardíacas. O revestimento endotelial liso minimiza
o atrito de superfície conforme o sangue passa
através do coração. O endocárdio é contínuo ao
revestimento endotelial dos grandes vasos
sanguíneos ligados ao coração. (TORTORA, 14ª
ed.)
↠ Margem direita (ligeiramente convexa), formada pelo átrio
A região central fibrosa do coração, comumente chamada de direito e estendendo-se entre a VCS e a VCI;
esqueleto fibroso, serve de ponto de apoio para as válvulas, além de
↠ Margem inferior (quase horizontal), formada principalmente
ser também o local de origem e inserção das células musculares
cardíacas. O esqueleto cardíaco é composto de tecido conjuntivo
pelo ventrículo direito e pequena parte pelo ventrículo
denso. Seus principais componentes são o septo membranoso, o esquerdo;
trígono fibroso e o ânulo fibroso. Essas estruturas são formadas por ↠ Margem esquerda (oblíqua, quase vertical), formada
um tecido conjuntivo denso, com fibras de colágeno grossas principalmente pelo ventrículo esquerdo e pequena parte pela
orientadas em várias direções. Nódulos de cartilagem fibrosa são aurícula esquerda;
encontrados em determinadas regiões desse esqueleto fibroso.. ↠ Margem superior, formada pelos átrios e aurículas direita e
(JUNQUEIRA, 13ª ed.) esquerda em vista anterior; a parte ascendente da aorta e o
@jumorbeck
tronco pulmonar emergem dessa margem e a VCS entra no
seu lado direito.
Câmaras do coração
@jumorbeck
↠ O sangue passa do ventrículo direito através da valva ↠ Os átrios de paredes finas entregam o sangue sob
do tronco pulmonar para uma grande artéria chamada de menos pressão aos ventrículos adjacentes. (TORTORA,
tronco pulmonar, que se divide em artérias pulmonares 14ª ed.)
direita e esquerda e levam o sangue até os pulmões. ↠ Como os ventrículos bombeiam o sangue sob maior
(TORTORA, 14ª ed.) pressão por distâncias maiores, suas paredes são mais
↠ A parte de entrada do ventrículo recebe o sangue do espessas. (TORTORA, 14ª ed.)
átrio direito através do óstio AV direito (tricúspide), ele é ↠ O ventrículo esquerdo bombeia sangue por grandes
circundado por um dos anéis fibrosos do esqueleto distâncias a todas as outras partes do corpo com uma
fibroso do coração. O anel fibroso mantém o calibre do pressão maior, e a resistência ao fluxo sanguíneo é maior.
óstio constante, resistindo à dilatação que poderia resultar (TORTORA, 14ª ed.)
da passagem de sangue através dele com pressões ↠ A anatomia dos dois ventrículos confirma esta
variadas. (MOORE, 7ª ed.) diferença funcional – a parede muscular do ventrículo
esquerdo é consideravelmente mais espessa do que a
ÁTRIO ESQUERDO parede do ventrículo direito. Observe também que o
lúmen do ventrículo esquerdo é mais ou menos circular,
↠ O átrio esquerdo tem aproximadamente a mesma em contraste com o do ventrículo direito, cujo formato
espessura que o átrio direito e forma a maior parte da é discretamente semilunar. (TORTORA, 14ª ed.)
base do coração; (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Ele recebe o sangue dos pulmões, por meio das Esqueleto fibroso do coração
quatro veias pulmonares. Como o átrio direito, o interior
do átrio esquerdo tem uma parede posterior lisa. Como
os músculos pectíneos estão restritos à aurícula do átrio
esquerdo, a parede anterior do átrio esquerdo também
é lisa; (TORTORA, 14ª ed.)
↠ O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo
esquerdo através da valva atrioventricular esquerda, a qual
tem duas válvulas. (TORTORA, 14ª ed.)
@jumorbeck
VALVAS ATRIOVENTRICULARES ↠ As valvas do tronco pulmonar e da aorta possibilitam
a ejeção de sangue do coração para as artérias, mas
evitam o refluxo de sangue para os ventrículos.
(TORTORA, 14ª ed.)
Surpreendentemente, talvez, não há valvas nas junções da veia cava
com o átrio direito ou das veias pulmonares com o átrio esquerdo.
Quando os átrios se contraem, um pequeno volume de sangue reflui
dos átrios para estes vasos. No entanto, o refluxo é minimizado por
um mecanismo diferente; conforme o músculo atrial se contrai, ele
comprime e quase colapsa as fracas paredes dos pontos de entrada
das veias.
@jumorbeck
vênula sistêmica. As vênulas transportam o sangue ↠ A artéria coronária esquerda passa inferiormente à
desoxigenado dos tecidos e se fundem para formar veias aurícula esquerda e se divide nos ramos interventricular
sistêmicas maiores. Por fim, o sangue reflui para o átrio anterior e circunflexo. (TORTORA, 14ª ed.)
direito. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A artéria coronária direita emite pequenos ramos
(ramos atriais) para o átrio direito. Ela continua
O lado direito do coração é a bomba para a circulação
inferiormente à aurícula direita e, por fim, se divide em
pulmonar; ele recebe todo o sangue desoxigenado
ramos interventricular posterior e marginal direito.
vermelho escuro que retorna da circulação sistêmica. O
coração e transporta sangue oxigenado à parede do
sangue ejetado do ventrículo direito flui para o tronco
ventrículo direito. (TORTORA, 14ª ed.)
pulmonar, que se divide em artérias pulmonares que
↠ A maior parte do corpo recebe sangue de ramos de
levam o sangue para os pulmões direito e esquerdo. Nos
mais de uma artéria, e onde duas ou mais artérias irrigam
capilares pulmonares, o sangue descarrega o CO2, que é
a mesma região, elas normalmente se conectam entre si.
expirado, e capta o O2 do ar inalado. O sangue
(TORTORA, 14ª ed.)
recentemente oxigenado então flui para as veias
↠ Essas conexões, chamadas de anastomoses, fornecem
pulmonares e retorna ao átrio esquerdo. (TORTORA, 14ª
vias alternativas, chamadas de circulação colateral, para
ed.)
que o sangue chegue a um órgão ou tecido específico.
Circulação coronariana (TORTORA, 14ª ed.)
↠ O miocárdio contém muitas anastomoses que
↠ O miocárdio tem a sua própria rede de vasos conectam ramos de uma determinada artéria coronária
sanguíneos, a circulação coronariana ou circulação ou se estendem entre os ramos de diferentes artérias
cardíaca. (TORTORA, 14ª ed.) coronárias. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ As artérias coronárias ramificam-se da parte ↠ As anastomoses fornecem desvios para o sangue
ascendente da aorta e cercam o coração como uma arterial se uma via principal estiver obstruída. Assim, o
coroa circundando a cabeça. Enquanto o coração está se músculo cardíaco pode receber oxigênio suficiente,
contraindo, pouco sangue flui nas artérias coronárias, mesmo que uma de suas artérias coronárias esteja
porque elas estão bem comprimidas. Quando o coração parcialmente bloqueada. (TORTORA, 14ª ed.)
relaxa, no entanto, a pressão do sangue elevada na aorta
impulsiona o sangue ao longo das artérias coronárias até VEIAS CORONÁRIAS
os vasos capilares e, em seguida, às veias coronárias.
(TORTORA, 14ª ed.) A maior parte do sangue venoso do miocárdio drena para
um grande seio vascular no sulco coronário na face
posterior do coração, chamado seio coronário.
(TORTORA, 14ª ed.)
O sangue venoso do seio coronário drena para o átrio
direito. As principais tributárias que transportam sangue
para o seio coronário são: (TORTORA, 14ª ed.)
➢ Veia cardíaca magna no sulco interventricular
anterior, que drena as áreas do coração irrigadas
pela artéria coronária esquerda (ventrículos
esquerdo e direito e átrio esquerdo);
➢ Veia interventricular posterior no sulco
interventricular posterior, que drena as áreas
ARTÉRIAS CORONÁRIAS irrigadas pelo ramo interventricular posterior da
↠ Duas artérias coronárias, as artérias coronárias artéria coronária direita (ventrículos esquerdo e
esquerda e direita, ramificam-se da parte ascendente da direito);
aorta e fornecem sangue oxigenado para o miocárdio. ➢ Veia cardíaca parva no sulco coronário, que
(TORTORA, 14ª ed.) drena o átrio direito e o ventrículo direito;
@jumorbeck
➢ Veias anteriores do ventrículo direito, que esqueléticas. As fibras musculares cardíacas têm o
drenam o ventrículo direito e drenam mesmo arranjo de actina e miosina, e as mesmas bandas,
diretamente para o átrio direito. zonas e discos Z, que as fibras musculares esqueléticas.
Os túbulos transversos do músculo cardíaco são mais
Quando o bloqueio de uma artéria coronária priva o músculo cardíaco largos, mas menos abundantes do que no músculo
de oxigênio, a reperfusão, o restabelecimento do fluxo sanguíneo, esquelético; há um único túbulo transverso por
pode danificar ainda mais o tecido. Este efeito surpreendente é
decorrente da formação de radicais livres de oxigênio a partir do sarcômero no disco Z. (TORTORA, 14ª ed.)
oxigênio reintroduzido. (TORTORA, 14ª ed.)
Sistema de condução
Histologia do músculo cardíaco
↠ A atividade elétrica inerente e rítmica é o motivo das
↠ Em comparação às fibras musculares esqueléticas, as contrações cardíacas ao longo da vida. (TORTORA, 14ª
fibras musculares cardíacas são mais curtas e menos ed.)
circulares em um corte transversal. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A fonte desta atividade elétrica é uma rede de fibras
↠ Apresentam ramificação, que dão a cada fibra musculares cardíacas especializadas chamadas fibras
muscular cardíaca uma aparência de “degrau”. autorrítmicas, porque são autoexcitáveis. (TORTORA, 14ª
(TORTORA, 14ª ed.) ed.)
↠ Geralmente, existe um núcleo central, embora uma
célula ocasionalmente tenha dois núcleos. (TORTORA, 14ª
ed.)
@jumorbeck
oferecem uma via para que cada ciclo de excitação
cardíaca se propague pelo coração. (TORTORA, 14ª ed.)
@jumorbeck
da veia cava superior. As células do nó SA não impulsos nervosos da divisão autônoma do sistema nervoso
têm potencial de repouso estável. Em vez disso, (SNA) e hormônios transportados pelo sangue (como a
elas se despolarizam repetida e epinefrina) modificam sua sincronização e força a cada
espontaneamente até um limiar. A batimento cardíaco, mas não estabelecem o ritmo de base. Em
uma pessoa em repouso, por exemplo, a acetilcolina liberada
despolarização espontânea é um potencial
pela parte parassimpática do SNA atrasa a estimulação do nó
marca-passo. Quando o potencial marca-passo SA para a cada aproximadamente 0,8 s, ou 75 potenciais de
alcança o limiar, ele dispara um potencial de ação. ação por minuto. (TORTORA, 14ª ed.)
Cada potencial de ação do nó SA se propaga ao
longo de ambos os átrios via junções Ciclo cardíaco
comunicantes nos discos intercalares das fibras
musculares atriais. Após o potencial de ação, os O conjunto dos eventos cardíacos, que ocorre entre o
dois átrios se contraem ao mesmo tempo. início de um batimento e o início do próximo, é
➢ Ao ser conduzido ao longo das fibras musculares denominado ciclo cardíaco. Cada ciclo é iniciado pela
atriais, o potencial de ação alcança o nó geração espontânea de potencial de ação no nodo
atrioventricular (AV), localizado no septo sinusal. (GUYTON, 13ª ed.)
interatrial, imediatamente anterior à abertura do Em cada ciclo cardíaco, os átrios e ventrículos se
seio coronário. No nó AV, o potencial de ação contraem e relaxam alternadamente, forçando o sangue
se desacelera consideravelmente, como das áreas de alta pressão às áreas de baixa pressão.
resultado de várias diferenças na estrutura Enquanto uma câmara do coração se contrai, a pressão
celular do nó AV. Este atraso fornece tempo arterial dentro dela aumenta. (TORTORA, 14ª ed.)
para os átrios drenarem seu sangue para os
ventrículos. O ciclo cardíaco consiste no período de relaxamento,
➢ A partir do nó AV, o potencial de ação entra no chamado diástole, durante o qual o coração se enche de
fascículo atrioventricular (AV) (feixe de His,). Este sangue, seguido pelo período de contração, chamado
fascículo é o único local em que os potenciais sístole. (GUYTON, 13ª ed.)
de ação podem ser conduzidos dos átrios para
A duração total do ciclo cardíaco, incluindo a sístole e a
os ventrículos. (Em outros lugares, o esqueleto
diástole, é a recíproca da frequência cardíaca. Por
fibroso do coração isola eletricamente os átrios
exemplo, se a frequência cardíaca é de 72
dos ventrículos.)
batimentos/min, a duração do ciclo cardíaco é de 1/72
➢ Depois da propagação pelo fascículo AV, o
batimentos/min — aproximadamente 0,0139 minuto por
potencial de ação entra nos ramos direito e
batimento, ou 0,833 segundo por batimento. (GUYTON, 13ª
esquerdo. Os ramos se estendem ao longo do ed.)
septo interventricular em direção ao ápice do
coração. Bulhas cardíacas
➢ Por fim, os ramos subendocárdicos calibrosos
(fibras de Purkinje) conduzem rapidamente o ↠ O som dos batimentos cardíacos é decorrente
potencial de ação, começando no ápice do principalmente da turbulência do sangue causada pelo
coração e subindo em direção ao restante do fechamento das valvas cardíacas.
miocárdio ventricular. Em seguida, os ventrículos
se contraem, deslocando o sangue para cima ↠ Durante cada ciclo cardíaco, existem quatro bulhas
em direção às válvulas semilunares. cardíacas, mas em um coração normal apenas a primeira e a
segunda bulhas cardíacas (B1 e B2) são auscultadas com um
Por conta própria, as fibras autorrítmicas do nó SA iniciariam estetoscópio.
um potencial de ação a cada 0,6 s, ou 100 vezes por minuto.
Assim, o nó SA define o ritmo de contração do coração – é o ↠ A primeira bulha (B1), a qual pode ser descrita como um
marca-passo natural. Esta frequência é mais rápida do que a de som de tum, é mais forte e um pouco mais longa do que a
qualquer outra fibra autorrítmica. Como os potenciais de ação segunda bulha. B1 é causada pela turbulência do sangue
do nó SA se espalham ao longo do sistema de condução e associada ao fechamento das valvas AV logo depois de a sístole
estimulam outras áreas antes que estas sejam capazes de ventricular começar.
produzir um potencial de ação no seu próprio ritmo, mais lento,
o nó SA age como o marca-passo natural do coração. Os
@jumorbeck
↠ A segunda bulha (B2), que é mais breve e não tão forte produção de potenciais de ação em todas as fibras
quanto a primeira, pode ser descrita como um som de tá. B2 nervosas e musculares, não é de se estranhar que
é causada pela turbulência no sangue associada ao fechamento os desequilíbrios iônicos possam comprometer
das valvas do tronco pulmonar e da aorta no início da diástole rapidamente a efetividade do bombeamento
ventricular. cardíaco. As concentrações relativas de três cátions
– K+, Ca2+ e Na+ – exercem efeito acentuado na
Fatores que influenciam nos batimentos cardíacos função cardíaca. Níveis sanguíneos elevados de K+
ou Na+ diminuem a frequência e a contratilidade
cardíaca. O excesso de Na+ bloqueia o influxo de
➢ Controle parassimpático O neurotransmissor
Ca2+ durante potenciais de ação cardíacos,
parassimpático acetilcolina (ACh) diminui a frequência
diminuindo assim a força de contração, enquanto o
cardíaca. A acetilcolina ativa os receptores
excesso de K+ bloqueia a produção de potenciais de
colinérgicos muscarínicos que influenciam os canais
ação. Um aumento moderado do nível intersticial (e,
de K e Ca2. A combinação dos dois efeitos faz a
portanto, intracelular) de Ca2+ acelera a frequência
célula levar mais tempo para alcançar o limiar,
cardíaca e fortalece as contrações cardíacas.
atrasando o início do potencial de ação no marca-
passo e diminuindo a frequência cardíaca.
Também influenciam na frequência cardíaca de repouso:
(SILVERTHORN, 7ª ed.) ➢ A idade;
➢ Controle simpático A estimulação simpática nas ➢ O sexo;
células marca-passo acelera a frequência cardíaca. As ➢ A condição física;
catecolaminas noradrenalina (dos neurônios ➢ A temperatura corporal;
simpáticos) e adrenalina (da medula da glândula
suprarrenal) aumentam o fluxo iônico através dos Toda substância química que afeta a contratilidade é chamada de
canais If e de Ca2 . A entrada mais rápida de cátions agente inotrópico, e sua influência é chamada de efeito inotrópico. Se
acelera a taxa de despolarização, fazendo a célula uma substância química aumenta a força de contração, ela possui um
atingir o limiar mais rapidamente e, assim, efeito inotrópico positivo. Por exemplo, as catecolaminas adrenalina e
aumentando a taxa de disparo do potencial de ação noradrenalina e fármacos, como os digitálicos, aumentam a
Quando o marca-passo dispara potenciais de ação contratilidade e, portanto, possuem efeitos inotrópicos positivos.
mais rapidamente, a frequência cardíaca aumenta. Substâncias químicas com efeito inotrópico negativo diminuem a
contratilidade. (SILVERTHORN, 7ª ed.)
(SILVERTHORN, 7ª ed.)
@jumorbeck
Referências
@jumorbeck
Ciclo Cardíaco Período de Contração Isovolumétrica (Isométrica):
O conjunto dos eventos cardíacos, que ocorre entre o ↠ Imediatamente após o início da contração ventricular,
início de um batimento e o início do próximo, é a pressão ventricular sobe, de modo abrupto, fazendo
denominado ciclo cardíaco. Cada ciclo é iniciado pela com que as valvas A-V se fechem.
geração espontânea de potencial de ação no nodo ↠ É necessário mais 0,02 a 0,03 segundo para que o
sinusal. (GUYTON, 13ª ed.) ventrículo gere pressão suficiente para empurrar e abrir
as válvulas semilunares (aórtica e pulmonar) contra a
DiÁstole e SÍstole pressão nas artérias aorta e pulmonar.
↠Durante esse período os ventrículos estão se
O ciclo cardíaco consiste no período de relaxamento, contraindo, mas não ocorre esvaziamento. É o chamado
chamado diástole, durante o qual o coração se enche de período de contração isovolumétrica ou isométrica.
sangue, seguido pelo período de contração, chamado
sístole. A duração total do ciclo cardíaco, incluindo a sístole
Período de Ejeção.:
e a diástole, é a recíproca da frequência cardíaca.
(GUYTON, 13ª ed.) ↠ Quando a pressão no interior do ventrículo esquerdo
aumenta até pouco acima de 80 mmHg (e a pressão do
Por exemplo, se a frequência cardíaca é de 72 batimentos/min,
ventrículo direito, pouco acima de 8 mmHg), a pressão
a duração do ciclo cardíaco é de 1/72 batimentos/min —
aproximadamente 0,0139 minuto por batimento, ou 0,833 ventricular força a abertura das valvas.
segundo por batimento. ↠ Imediatamente, o sangue começa a ser lançado para
diante, para as artérias. Em torno de 60% do sangue do
Obs.: O Aumento da Frequência Cardíaca Reduz a Duração do ventrículo são ejetados durante a sístole.
Ciclo Cardíaco.
↠ Cerca de 70% dessa porção são ejetados durante o
Os átrios funcionam como pré-bombas para os ventrículos: primeiro terço do período de ejeção, e os 30% restantes
Normalmente, o sangue flui de forma contínua, vindo das do esvaziamento ocorrem nos outros dois terços do
grandes veias para os átrios; cerca de 80% do sangue fluem período.
diretamente dos átrios para os ventrículos, mesmo antes da ↠ Assim, o primeiro terço é o chamado período de
contração atrial. Então, essa contração representa os 20% ejeção rápida, e os demais dois terços, período de ejeção
adicionais para acabar de encher os ventrículos. Desse modo,
lenta.
os átrios funcionam como bomba de escova (primer pump),
que melhora a eficácia do bombeamento ventricular por, no
máximo, 20%. Entretanto, o coração pode continuar operando,
Período de Relaxamento Isovolumétrico (Isométrico):
na maioria das circunstâncias, mesmo sem esses 20% a mais ↠ Ao final da sístole, o relaxamento ventricular começa
de eficiência, pois ele normalmente tem capacidade de
de modo repentino, fazendo com que as pressões
bombear de 300 a 400% a mais de sangue do que o
intraventriculares direita e esquerda diminuam
necessário para o corpo, nas condições de repouso (GUYTON,
13ª ed.). rapidamente.
↠ As altas pressões nas artérias distendidas que
acabaram de ser cheias com o sangue vindo dos
ventrículos contraídos tornam a empurrar o sangue de
volta para os ventrículos, causando o fechamento das
valvas aórtica e pulmonar.
↠ Durante mais 0,03 a 0,06 segundo, o músculo
ventricular continua a relaxar, mesmo que o volume não
se altere, originando o período de relaxamento
isovolumétrico ou isométrico.
↠ As pressões intraventriculares diminuem rapidamente
de volta aos valores diastólicos. É então que as valvas A-
V se abrem para iniciar novo ciclo de bombeamento
ventricular.
@jumorbeck
Os Ventrículos se Enchem de Sangue durante a Diástole.: CONCEITOS DE PRÉ-CARGA E PÓS-CARGA
↠ Assim que a sístole termina e as pressões ventriculares ↠ Pré-carga: grau de tensão do músculo quando ele
retornam aos baixos valores diastólicos, as pressões começa a se contrair. Para a contração cardíaca, a pré-
moderadamente altas que se desenvolveram nos átrios carga é geralmente considerada como a pressão
durante a sístole ventricular forçam de imediato as valvas diastólica final quando o ventrículo está cheio.
A-V a se abrirem.
↠ É o chamado período de enchimento rápido ↠ Pós-carga: é a pressão na aorta à saída do ventrículo.
ventricular. O período de enchimento rápido ocorre
REGULAÇÃO DO BOMBEAMENTO CARDÍACO
aproximadamente durante o primeiro terço da diástole.
↠ Ao longo do segundo terço, uma pequena quantidade ↠ Os meios básicos de regulação do volume bombeado
de sangue nas condições normais flui para os ventrículos, são (1) regulação cardíaca intrínseca, em resposta às
sendo esse o sangue que continua a chegar aos átrios, variações no aporte do volume sanguíneo em direção ao
vindo das veias, fluindo diretamente para os ventrículos. coração; e (2) controle da frequência cardíaca e da força
↠ Durante o último terço da diástole, os átrios se de bombeamento pelo sistema nervoso autonômico.
contraem, dando impulso adicional ao fluxo sanguíneo
Regulação intrínseca do bombeamento cardíaco — o
para os ventrículos. Esse mecanismo responde por mais
mecanismo de Frank-Starling:
ou menos 20% do enchimento ventricular total em cada
ciclo cardíaco. ↠ Capacidade intrínseca do coração de se adaptar a
volumes crescentes de afluxo sanguíneo.
↠ O mecanismo de Frank-Starling afirma que quanto
mais o miocárdio for distendido durante o enchimento,
maior será a força da contração e maior será a
quantidade de sangue bombeada para a aorta. Ou, em
outras palavras: Dentro de limites fisiológicos, o coração
bombeia todo o sangue que a ele retorna pelas veias.
EXPLICAÇÃO DO MECANISMO DE FRANK-STARLING
@jumorbeck
diminuído até zero, ou quase zero, por estímulo vagal
(parassimpático). (GUYTON, 13ª ed.)
@jumorbeck
RESUMO DAS FASES DO POTENCIAL DE AÇÃO DO
MIOCÁRDIO (GUYTON, 13ª ed.)
➢ Fase 0 (despolarização), os canais rápidos de
sódio abrem. Quando a célula cardíaca é
estimulada e se despolariza, o potencial de
membrana fica mais positivo. Os canais de sódio
Dois tipos de proteínas moduladoras – troponina e ativados por voltagem (canais rápidos de sódio)
tropomiosina – participam dos fenômenos que envolvem abrem e permitem que o sódio flua rapidamente
a actina. A troponina age como receptora de cálcio em para dentro da célula e a despolarize. O potencial
nível molecular, enquanto a tropomiosina recobre os de membrana alcança cerca de + 20 milivolts
pontos de acoplamento do sistema miosínico. antes dos canais de sódio encerrarem.
(SILVERTHON, 7ª ed.) ➢ Fase 1 (despolarização inicial), os canais rápidos
de sódio encerram. Os canais de sódio encerram,
a célula começa a repolarizar e os íons potássio
saem da célula através dos canais de potássio
abertos.
➢ Fase 2 (platô), os canais de cálcio abrem e os
canais rápidos de potássio encerram. Ocorre
uma breve repolarização inicial e o potencial de
ação alcança um platô em consequência de (1)
maior permeabilidade dos íons cálcio; e (2)
diminuição da permeabilidade dos íons potássio.
Os canais de íons cálcio, ativados por voltagem,
A contração da célula cardíaca é, em essência, o resultado abrem lentamente durante as fases 1 e 0, e o
da junção de vários sistemas actinomiosínicos, cujo cálcio entra na célula. Depois, os canais de
mecanismo biofísico básico é o deslizamento da actina potássio encerram e a combinação da redução
sobre a miosina. No entanto, para que se processem do efluxo de íons potássio e o aumento do
essas junções, é fundamental uma complexa cadeia de influxo de íons cálcio conduz a que o potencial
reações bioquímicas desencadeadas pela estimulação de ação alcance um platô.
elétrica das células cardíacas. ➢ Fase 3 (polarização rápida), os canais de cálcio
encerram e os canais lentos de potássio abrem.
A energia necessária para ativar o sistema actinomiosínico O fechamento dos canais de íons cálcio e o
provém do rompimento das ligações da adenosina aumento da permeabilidade aos íons potássio,
trifosfato (ATP). O enriquecimento desses fosfatos permitindo que os íons potássio saiam
depende do metabolismo aeróbico, processado no rapidamente da célula, põem fim ao platô e
interior das mitocôndrias e sarcoplasma, os quais, por sua retornam o potencial de membrana da célula ao
vez, estão na dependência da integridade das células e seu nível de repouso.
de adequado suprimento sanguíneo ao miocárdio pelas ➢ Fase 4 (potencial de membrana de repouso)
artérias coronárias. (SILVERTHON, 7ª ed.) com valor médio aproximado de –90 milivolts.
O elemento iônico fundamental na contração cardíaca é
o cálcio, pois a elevação do teor de cálcio livre no interior
do sarcômero resulta em sua interação com a troponina,
etapa essencial da série de fenômenos que culminam na
contração da miofibrila. (SILVERTHON, 7ª ed.)
@jumorbeck
momento do potencial de ação por canais dependentes
de voltagem na membrana de túbulos T.
↠ A entrada de cálcio ativa canais de liberação de cálcio,
também chamados canais de receptores de rianodina, na
membrana do retículo sarcoplasmático, o que
desencadeia a liberação de cálcio para o sarcoplasma.
↠ Em seguida, íons cálcio no sarcoplasma interagem
com a troponina para iniciar a formação de pontes
cruzadas (cross--bridges) e contração.
A força da contração cardíaca depende muito da
concentração de íons cálcio nos líquidos extracelulares.
(GUYTON, 13ª ed.)
@jumorbeck
EXCITAÇÃO RÍTMICA DO CORAÇÃO
Autoexcitação das Fibras do Nodo Sinusal:
O coração humano tem um sistema especial para a
autoexcitação rítmica e a contração repetitiva de ↠ Potencial de repouso gradativamente aumenta entre
aproximadamente cem mil vezes ao dia, ou três bilhões os batimentos cardíacos; Canais de sódio
de vezes em uma vida humana de duração média. Esse permanentemente abertos;
feito impressionante é realizado por um sistema que: (1) ↠ -40 canais L de cálcio são ativados;
gera impulsos elétricos rítmicos para iniciar contrações ↠ Canais de potássio se abrem;
rítmicas do miocárdio; e (2) conduz esses impulsos ↠ Potássio deixa a célula;
rapidamente por todo o coração. (GUYTON, 13ª ed.) ↠ Fim do Potencial de Ação;
↠ Fechamento dos Canais de Potássio;
↠ Nova onda despolarizante;
O Nodo Atrioventricular:
↠ Retarda a condução do impulso dos átrios para os
ventrículos;
↠ Localizado na parede posterior do AD, atrás da válvula
tricúspide;
↠ Células do Nodo Atrio Ventricular possuem número
Nodo Sinusal ( Sinoatrial): reduzido de junções comunicantes;
@jumorbeck
Coração do Atleta de trabalho nas sessões de exercício (BARBIER et al.,
2006; CARREÑO et al., 2007).
Qualquer atividade que aciona grandes músculos do corpo
durante pelo menos 20 min, eleva o débito cardíaco e Esta hipertrofia é um mecanismo fisiológico
acelera a taxa metabólica. (TORTORA, 14ª ed.) compensatório, caracterizado principalmente pelo
aumento do comprimento e diâmetro dos cardiomiócitos,
A prática de exercícios físicos aumenta a demanda de desta forma sendo responsável pela manutenção da
oxigênio dos músculos. O fato de a demanda ser atendida tensão na parede ventricular em níveis fisiológicos
depende principalmente da adequação do débito cardíaco (COLAN, 1997; URHAUSEN& KINDERMANN, 1999).
e do bom funcionamento do sistema respiratório.
(TORTORA, 14ª ed.) A HC ocorre pela capacidade do músculo cardíaco de
adaptar-se a sobrecargas hemodinâmicas, que levam às
Após várias semanas de treinamento, uma pessoa alterações na estrutura do miocárdio de duas formas: uma
saudável aumenta o débito cardíaco máximo (o volume causada pela sobrecarga de volume, verificada com o
de sangue ejetado dos ventrículos para as respectivas treinamento físico aeróbico, como a corrida e a natação,
artérias por minuto), elevando assim o fornecimento chamada de hipertrofia excêntrica e outra causada pela
máximo de oxigênio aos tecidos. (TORTORA, 14ª ed.) sobrecarga de pressão, observada com o treinamento de
força/isométrico como o levantamento de peso e o judô,
Durante a atividade extenuante, um atleta bem treinado
que é conhecida como hipertrofia concêntrica. (FAGARD,
pode alcançar o dobro do débito cardíaco de uma pessoa
1997).
sedentária, em parte porque o treinamento provoca
hipertrofia do coração. Essa condição é conhecida como A HC excêntrica, observada no coração de atletas que
cardiomegalia fisiológica. (TORTORA, 14ª ed.) realizam treinamento aeróbico, ocorre devido à
sobrecarga de volume, ou seja, aumento da pré-carga
A cardiomegalia patológica está relacionada com
devido ao aumento do retorno venoso durante as
cardiopatia grave. (TORTORA, 14ª ed.)
sessões de exercício, o que gera um elevado pico de
Mesmo que o coração de um atleta bem treinado seja tensão diastólica, induzindo ao crescimento dos miócitos.
maior, seu débito cardíaco em repouso é Neste, ocorre adição em série dos novos sarcômeros, e
aproximadamente o mesmo de uma pessoa não treinada consequente aumento em seu comprimento pelo
saudável, porque o volume sistólico é aumentado aumento no número das miofibrilas, para normalizar o
enquanto a frequência cardíaca é diminuída. (TORTORA, estresse na parede do miocárdio levando a um aumento
14ª ed.) da cavidade do ventrículo esquerdo (VE). A cavidade
aumentada gera um elevado pico de tensão sistólica, que
Hipertrofia Cardíaca induzida pelo treinamento físico: estimula o crescimento dos miócitos, pela adição de
eventos moleculares e celulares que modificam o fenótipo. novos sarcômeros em paralelo, aumentando também a
espessura da parede do VE de forma compensatória.
A prática regular de exercícios físicos leva a uma série
Como consequência, a relação entre a parede ventricular
de adaptações fisiológicas no organismo de forma gradual
e o raio do VE permanece inalterada.
que variam conforme as características do treinamento.
Entre essas adaptações estão às cardiovasculares, dentre A HC concêntrica decorrente do treinamento de força é
as quais se destaca a hipertrofia cardíaca (HC), que ocorre gerada pela sobrecarga pressórica que ocorre no VE, ou
frente a alterações hemodinâmicas que modificam as seja, pelo aumento da pós-carga, que é caracterizado
condições de sobrecarga cardíaca durante as sessões de pelo elevado pico de tensão sistólica. Como resposta a
treinamento. (MAGALHÃES et. al, 2008) essa sobrecarga hemodinâmica ocorre aumento no
diâmetro dos miócitos, pela adição de novos sarcômeros
A hipertrofia cardíaca induzida pelo treinamento físico é
em paralelo, o que leva a um aumento na espessura da
considerada fisiológica e desenvolvida de forma simétrica
parede do VE (COLAN, 1997; GROSSMAN et al., 1975;
no coração, sendo que as mudanças estruturais são
SHAPIRO, 1997). Tanto atletas como animais experimentais
dependentes da natureza, duração e intensidade do
que realizam exercícios estáticos ou isométricos
exercício. desenvolvem um aumento predominante da espessura
A HC induzida pelo treinamento físico refere-se ao da parede ventricular esquerda sem alteração no
aumento de massa muscular em resposta a sobrecarga tamanho da cavidade do VE. Esta hipertrofia é
@jumorbeck
caracterizada pelo aumento da razão entre a espessura genético da resposta ao exercício, e pela predisposição
da parede e do raio do VE (COLAN, 1997; PLUIM et al., genética para suportar um exercício físico mais intenso
2000; BARAUNA et al., 2007a). e, consequentemente, atingir um maior rendimento
durante a competição. A influência genética pode assim
A HC promovida pelo treinamento físico ocorre para
ajudar a explicar a diferença acentuada na intensidade das
ajustar à carga de trabalho imposta ao ventrículo para
alterações cardiovasculares e no rendimento de atletas
manter constante a relação entre a pressão sistólica da
com as mesmas características antropométricas e
cavidade e a razão da espessura da parede com o raio
submetidos ao mesmo tipo/intensidade de treino (10). Um
ventricular. Estas alterações na estrutura e função
dos exemplos desta possível influência genética é o gene
cardíaca são determinadas pela lei de Laplace:
da enzima conversora da angiotensina (ECA), ao qual tem
TP=Pr/h sido atribuído um papel importante na remodelação
fisiológica do ventrículo esquerdo. Montgomery et al
Portanto, se o ventrículo é uma esfera, a pressão (P) é comprovaram que níveis aumentados de ECA têm
proporcional à tensão da parede (TP) e a sua espessura influência no desenvolvimento da hipertrofia miocárdica
(h) é inversamente proporcional ao raio da curvatura (r). induzida pelo treino.
Visando adequação da velocidade e da força de Uma das características mais importantes do Coração de
contração necessárias ao processo de adaptação a HC, Atleta é o aumento do tónus parassimpático e a
ocorrem modificações nas proporções dos diferentes diminuição do tónus simpático, que são responsáveis por
tipos de proteínas estruturais dos sarcômeros, como a achados frequentes no atleta, tais como a bradicardia de
actina e a miosina. A síntese destas novas proteínas repouso, a arritmia sinusal e os atrasos da condução
aumenta principalmente a espessura (treinamento físico aurículo-ventricular
de força) e o comprimento das miofibrilas (treinamento
físico aeróbico), aumentando o tamanho dos sarcômeros Um dos achados mais frequentes do exame objectivo do
(MORGAN & BAKER, 1991; MORGAN et al., 1987). Esse atleta é a auscultação de um sopro cardíaco A etiologia
aumento na síntese proteica é dependente da uma deste sopro difere com a idade do atleta. Nos atletas
sinalização extracelular, que desencadeia uma cascata jovens, geralmente não existem alterações degenerativas
bioquímica de sinalização intracelular até chegar ao núcleo dos anéis valvulares. Por isso, o sopro resulta quase
da célula levando ao aumento da transcrição gênica e da sempre do aumento de velocidade do fluxo sanguíneo
síntese proteica. Entretanto, ainda são pouco conhecidos secundário ao elevado volume sistólico ejectado por um
os eventos bioquímicos desta sinalização intracelular com coração “hiperfuncionante”. Nos atletas mais velhos (com
treinamento físico. mais de 50 anos de idade), é frequente a existência de
esclerose da válvula aórtica. Por isso, a auscultação de um
Os receptores de membrana são ativados por seus sopro cardíaco nestes atletas deve suscitar uma avaliação
respectivos agonistas. Já as integrinas são proteínas mais cuidada, porque pode tratar-se de um processo
sensíveis ao estresse mecânico. Ao serem acionados, fisiológico (tal como acontece em atletas mais jovens), ou
tanto os receptores quanto as integrinas desencadeiam ser secundário ao fenómeno de esclerose da válvula
sinais bioquímicos intracelulares, que coordenam o aórtica.
crescimento hipertrófico, alterando no núcleo a
expressão gênica e no citoplasma aumentando a Bradicardia sinusal – O débito cardíaco é o produto da
velocidade de tradução ribossomal de proteínas, bem frequência cardíaca com o volume sistólico. Durante a
como diminuindo a degradação de proteínas do citosol. prática desportiva, o débito cardíaco do atleta é superior
Na HC induzida pelo treinamento físico aeróbico, a via mais ao do indivíduo não atleta. No entanto, quando em
bem conhecida é a do receptor de tirosina quinase, ao repouso estes valores são muito semelhantes em ambos.
qual se ligam fatores de crescimento como o fator de Visto que o volume sistólico está geralmente aumentado
crescimento de fibroblastos (FGF) e o fator de no atleta, para que o débito cardíaco em repouso seja
crescimento semelhante a insulina (IGF-1). semelhante em ambos os indivíduos, a frequência
cardíaca do atleta diminui, o que se deve sobretudo às
Coração Atleta alterações do sistema nervoso autónomo Assim, é
comum a existência de atletas com bradicardia sinusal
Para Pellicia, os factores hereditários intervêm nas
alterações cardiovasculares de duas formas: pelo controlo
@jumorbeck
(definida como uma frequência inferior a 60b.p.m), que Silverthorn, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em:
pode alcançar os 25 b.p.m. Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, [Inserir ano de
publicação].
A nível estrutural, a adaptação do sistema cardiovascular
à prática de exercício físico envolve o aumento da massa BERNE & LEVY. Fisiologia, 6ª ed. Elsevier Editora, SP, 2009.
cardíaca, a dilatação auriculo-ventricular e o aumento de
espessura da parede miocárdica. Esta remodelagem
abrange as quatro cavidades cardíacas, surge em cerca
de 50% dos atletas e é mais acentuada em praticantes
de exercício isotónico. Visto que se trata de um processo
fisiológico, as alterações são reversíveis com a
interrupção da prática desportiva.
Ventrículo Esquerdo:
↠ Diâmetro do ventrículo esquerdo no fim da diástole:
encontra-se aumentado.
↠ da parede miocárdica: a espessura do septo
interventricular é maior.
↠ Massa ventricular: aumentada.
↠ Forma do ventrículo esquerdo: forma alongada.
Referências
@jumorbeck
Fecundação Terceira semana do desenvolvimento humano
@jumorbeck
↠ No início da terceira semana, a formação dos vasos
sanguíneos começa no mesoderma extraembrionário da
vesícula umbilical, do pedículo de conexão e do córion. Os
vasos sanguíneos embrionários começam a se
desenvolver aproximadamente 2 dias depois. (MOORE, 10ª
ed.)
↠ A formação do sistema vascular embrionário envolve
↠ Pouco tempo depois do aparecimento da linha dois processos, a vasculogênese e a angiogênese.
primitiva, as células migram de sua superfície profunda (MOORE, 10ª ed.)
para formar o mesênquima, um tecido conjuntivo que
↠ A vasculogênese é a formação de novos canais
forma os tecidos de sustentação do embrião. (MOORE,
vasculares pela união de precursores individuais celulares
10ª ed.)
(angioblastos). (MOORE, 10ª ed.)
↠ Uma parte do mesênquima forma o mesoblasto
↠ A angiogênese é a formação de novos vasos pelo
(mesoderma indiferenciado), que forma o mesoderma
brotamento e ramificação de vasos preexistentes. A
intraembrionário. (MOORE, 10ª ed.)
formação de vasos sanguíneos no embrião e nas
↠ As células do epiblasto, bem como as do nó primitivo membranas extraembrionárias, durante a terceira
e de outras partes da linha primitiva, deslocam o semana, começa quando as células mesenquimais se
hipoblasto, formando o endoderma embrionário no teto diferenciam em precursores das células endoteliais, ou
da vesícula umbilical. (MOORE, 10ª ed.) angioblastos (células formadoras de vasos). (MOORE, 10ª
ed.)
↠ As células remanescentes do epiblasto formam o
ectoderma embrionário. (MOORE, 10ª ed.) ↠ O coração primitivo e o sistema vascular aparecem no
meio da terceira semana. Esse desenvolvimento cardíaco
precoce ocorre porque o rápido crescimento
embrionário não pode mais satisfazer suas exigências
nutricionais e de oxigênio somente através da difusão.
(MOORE, 10ª ed.)
↠ Células progenitoras cardíacas multipotentes de várias
fontes, contribuem para a formação do coração.
(MOORE, 10ª ed.)
↠ As células progenitoras cardíacas se encontram no
epiblasto, imediatamente adjacentes à parte cranial da
linha primitiva. (LANGMAN, 14ª ed.)
↠ Elas migram através da linha primitiva para a camada
visceral do mesoderma da placa lateral, onde algumas
formam um aglomerado celular em formato de ferradura
chamado de área cardiogênica primária (ACP) ou primeiro
campo cardíaco (PCC), cranial às pregas neurais. Essas
células formam partes dos átrios e de todo o ventrículo
esquerdo. (LANGMAN, 14ª ed.)
↠ O ventrículo direito e a via de saída (cone arterial e
tronco arterioso ou arterial) são derivados do segundo
campo cardíaco (SCC), que também contribui com células
Desenvolvimento inicial do sistema cardiovascular para a formação dos átrios na extremidade caudal do
coração. Esse campo secundário de células está localizado
↠ O sistema cardiovascular é o primeiro sistema principal
a funcionar no embrião. (MOORE, 10ª ed.)
@jumorbeck
no mesoderma visceral (esplâncnico) ventral à faringe. Muitos membros da família de genes T-box representam um
(LANGMAN, 14ª ed.) papel essencial na determinação da linhagem, especificação das
câmaras cardíacas, desenvolvimento de válvulas e septos, e
formação do sistema condutor. (MOORE, 10ª ed.)
VEIAS VITELINAS
↠ Retornam o sangue pobre em oxigênio da vesícula
Desenvolvimento inicial do coração e dos vasos umbilical.
sanguíneos ↠ A veia vitelina esquerda regride, e a veia vitelina direita
forma a maior parte do sistema porta hepático, assim
↠ Por volta do 18° dia, o mesoderma lateral possui como uma porção da veia cava inferior (VCI).
componentes de somatopleura e esplancnopleura; essa
última dá origem a quase todos os componentes do VEIAS UMBILICAIS
coração. (MOORE, 10ª ed.)
↠ Transportam o sangue bem oxigenado do saco
↠ Essas células endocárdicas iniciais se separam do coriônico.
mesoderma para criar tubos cardíacos pareados.
↠ A veia umbilical direita desaparece durante a sétima
Conforme o dobramento embrionário lateral ocorre, os
semana, deixando a veia umbilical esquerda como o único
tubos endocárdicos do coração se aproximam e fundem-
vaso transportando o sangue bem oxigenado da placenta
se para formar um único tubo cardíaco (MOORE, 10ª ed.)
para o embrião.
↠ A fusão dos tubos cardíacos começa na extremidade
↠ Um grande desvio venoso, o ducto venoso, se
cranial do coração em desenvolvimento e se estende
desenvolve dentro do fígado e conecta a veia umbilical
caudalmente. (MOORE, 10ª ed.)
com a VCI., permitindo que a maioria do sangue da
↠ O coração começa a bater com 22 a 23 dias. placenta passe diretamente para o coração.
(MOORE, 10ª ed.)
VEIAS CARDINAIS
↠ O fluxo sanguíneo se inicia durante a quarta semana,
↠ Retornam o sangue pobre em oxigênio do corpo do
e os batimentos cardíacos podem ser visualizados pela
embrião para o coração.
ultrassonografia com Doppler. (MOORE, 10ª ed.)
↠ Possui 2 principais sistemas: a veia cardinal anterior
(drena a porção cranial) e a veia cardinal posterior (drena
a porção caudal).
↠ Elas unem-se às veias cardinais comuns, que entram
no seio venoso;
↠ As veias cardinais posteriores desenvolvem-se,
primeiramente, como vasos dos mesonefros (rins
provisórios), e a maioria desaparece com esses rins
transitórios. Os únicos derivados adultos dessas veias são
a raiz da veia ázigo e as veias ilíacas comuns.
↠ As veias subcardinais formam o tronco da veia renal
Estudos moleculares mostram que mais de 500 genes estão esquerda, as veias suprarrenais, as veias gonadais
envolvidos no desenvolvimento do coração de mamíferos. (testicular e ovariana) e um segmento da VCI.
@jumorbeck
↠ A VCI é composta de quatro segmentos principais
➢ Hepático: derivado da veia hepática
➢ Pré-renal: derivado da veia subcardinal direita.
➢ Renal: derivado da anastomose subcardinal-
supracardinal.
➢ Pós-renal: derivado da veia supracardinal direita.
↠ Miocárdio primitivo: é a camada externa do tubo ↠ O crescimento do tubo cardíaco é resultado da adição
cardíaco embrionário, formada pelo mesoderma de células, cardiomiócitos, diferenciando-se do
esplâncnico ao redor da cavidade pericárdica. (MOORE, 10ª mesoderma da parede dorsal do pericárdio. (MOORE, 10ª
ed.) ed.)
@jumorbeck
Formação da alça bulboventricular
@jumorbeck
ALTERAÇÕES NO SEIO VENOSO
↠ O átrio primitivo dá origem a parte taberculada
(parede rugosa dos átrios) e a aurícula;
@jumorbeck
↠ A incorporação do corno direito do seio venoso dá SEPTAÇÃO DO VENTRÍCULO PRIMITIVO
origem a parte lisa do átrio direito; (MOORE, 10ª ed.)
↠ A divisão do ventrículo é indicada por uma crista
↠ A incorporação das veias pulmonares dá origem a mediana, o septo interventricular muscular. (MOORE, 10ª
parede lisa do átrio esquerdo. (MOORE, 10ª ed.) ed.)
↠ Até a sétima semana, há um forame interventricular.
Ele geralmente se fecha ao final da sétima semana
conforme as cristas bulbares se fundem com os coxins
endocárdios. (MOORE, 10ª ed.)
@jumorbeck
sangue pobremente oxigenado a partir dos membros
inferiores, abdome e pelve, o sangue entrando no átrio
direito não está tão bem oxigenado quanto o sangue na
veia umbilical; porém, ele ainda possui um alto teor de
oxigênio. (MOORE, 10ª ed.)
↠ A maioria do sangue da VCI é direcionada pela crista
dividens (margem inferior do septum secundum) através
do forame oval para o átrio esquerdo. Aqui ele se mistura
com uma quantidade relativamente pequena de sangue
pobremente oxigenado, retornando dos pulmões através
das veias pulmonares. (MOORE, 10ª ed.)
↠ Os pulmões do feto usam o oxigênio do sangue em
vez de devolvê-lo. Então, a partir do átrio esquerdo, o
sangue passa para o ventrículo esquerdo e sai através da
aorta ascendente. (MOORE, 10ª ed.)
↠ As artérias do coração, pescoço, cabeça e membros
superiores recebem sangue bem oxigenado da aorta
ascendente. O fígado também recebe sangue bem
oxigenado da veia umbilical. (MOORE, 10ª ed.)
↠ Quando a divisão do tronco arterioso está quase ↠ Uma pequena quantidade de sangue bem oxigenado
completa, as valvas semilunares começam a se da VCI no átrio direito, que não entra no forame oval, se
desenvolver. (MOORE, 10ª ed.) mistura com o sangue pouco oxigenado da VCS e do
*As valvas atrioventriculares se desenvolvem de forma similar a partir seio coronário, e passa para o ventrículo direito. Esse
de proliferações localizadas de tecidos ao redor dos canais AV. sangue, que possui um teor médio de oxigênio, sai
através do tronco pulmonar. (MOORE, 10ª ed.)
Circulação fetal e neonatal
↠ Aproximadamente 10% desse fluxo sanguíneo vão
↠ O sistema cardiovascular fetal é designado para servir para os pulmões; a maioria do sangue passa através do
as necessidades pré-natais e permitir modificações ao ducto arterioso para a aorta ascendente do feto e retorna
nascimento que estabelecem o padrão circulatório à placenta através das artérias umbilicais. (MOORE, 10ª ed.)
neonatal. (MOORE, 10ª ed.)
↠ O ducto arterioso protege os pulmões da sobrecarga
↠ As três estruturas vasculares mais importantes na circulatória e permite que o ventrículo direito se fortaleça
transição da circulação são o ducto venoso, o forame na preparação para o funcionamento em plena
oval e o ducto arterioso. (MOORE, 10ª ed.) capacidade no nascimento. (MOORE, 10ª ed.)
CIRCULAÇÃO FETAL A parede ventricular direita é mais espessa que a parede ventricular
esquerda em fetos e neonatos, pois o ventrículo direito trabalha mais
↠ O Sangue altamente oxigenado e rico em nutrientes no útero. Ao final do primeiro mês, a parede ventricular esquerda está
retorna da placenta sob alta pressão para a veia umbilical. mais espessa que a parede ventricular direita, pois o ventrículo
(MOORE, 10ª ed.) esquerdo está trabalhando mais agora. A parede ventricular direita se
torna mais fina devido à atrofia associada à carga de trabalho mais leve.
↠ Ao aproximar-se do fígado, aproximadamente metade
do sangue passa diretamente para o ducto venoso. A
outra metade do sangue na veia umbilical flui para os
sinusoides do fígado e entra na VCI através das veias
hepáticas. (MOORE, 10ª ed.)
↠ Após um curso pequeno na VCI, o sangue entra no
átrio direito do coração. Devido à VCI também conter
@jumorbeck
infecção materna com suspeita de miocardite fetal,
gestação por reprodução assistida, cardiopatia congênita
em parentes (mãe, pai ou irmão portador), herança
mendeliana associada a cardiopatia congênita em parentes
de primeiro grau ou segundo grau, suspeita de cardiopatia
congênita pelo ultrassom obstétrico/morfológico, cariótipo
fetal anormal, ritmo cardíaco fetal irregular, bradicardia ou
taquicardia, gestação gemelar monocoriônica, hidropisia
fetal ou derrames. (GALVÃO, et al., 2021)
↠ Os que correspondem ao risco entre 1 e 2% são:
ingestão materna de medicações (anticonvulsivantes, lítio,
vitamina A, cardiopatia congênita em parente de segundo
grau, anormalidade fetal do cordão umbilical ou da
placenta, anomalia intra-abdominal fetal. E os riscos que
são menores que 1% são diabetes melito materno
gestacional, ingestão materna de medicações (inibidores
seletivos da recaptação da serotonina – todos exceto
paroxetina, agonista da vitamina k- varfarina). (GALVÃO,
et al., 2021)
↠ Mães com mais de 35 anos, históricos de filhos
Fatores que ocasionam a malformação congênita do
anteriores cardiopatas, mães portadoras de lúpus e
coração hipotireoidismo. Gravidez de gêmeos, múltiplos ou
fertilização in vitro também pode ter influência (SILVA et
↠ Os neonatos decorrentes de partos prematuros
al., 2018 apoud MELO, 2010).
apresentam uma probabilidade duas vezes maior para
apresentarem anormalidades cardíacas. (GALVÃO, et al., ↠ No presente estudo, observou-se maior incidência de
2021) gestações com fetos portadores de cardiopatias em
mulheres com faixa etária entre 20 e 29 anos, destacando
↠ Acredita-se que a maioria dos Defeitos Congênitos do
uma população jovem e que também possuía um alto
Coração (DCCs) sejam causados por múltiplos fatores
índice de abortamento tardio (entre a 13ª e 22ª semana
genéticos e ambientais (p. ex., herança multifatorial), cada
de gestação) em gestações anteriores, além de
um deles com um efeito pequeno. (MOORE, 10ª ed.)
exposições teratogênicas, com destaque para o uso de
↠ Alguns fatores genéticos e ambientais são apontados antibióticos. (PINTO et. al., 2018)
como fatores para o desenvolvimento de cardiopatias
Malformações congênitas
congênitas, como os de herança materna: mutações,
diabetes mellitus, alcoolismo, nutrição inadequada, idade ↠ As cardiopatias congênitas são as más formações na
superior a 40 anos, exposição a raio X e rubéola. Porém, estrutura do coração, elas já são existentes desde o
as causas exatas ainda não foram comprovadas. momento do nascimento. (GALVÃO, et al., 2021)
(GALVÃO, et al., 2021)
↠ São os defeitos congênitos que afetam
↠ Algumas condições clínicas maternas aumentam os aproximadamente 8 entre 1.000 nascidos vivos. (GALVÃO,
riscos para cardiopatias fetais, sendo consideradas fatores et al., 2021)
para indicação de ecocardiografia fetal para ser feito o
rastreamento. Os fatores que contem risco maior que 2% ↠ Segundo a Comissão Nacional de Incorporação de
são: diabetes melito materno pré-gestacional, diabetes Tecnologias do SUS (CONITE), complicações decorrentes
melito materno diagnosticado no primeiro trimestre, desse quadro de cardiopatia correspondem a cerca de
fenilcetonúria materna, anticorpos materno anti-RO e anti- 10% dos óbitos infantis. Porém, algumas doenças
LA, ingestão materna de medicamentos (IECA, ácido coronarianas congênitas podem ser assintomáticas,
retinóico, anti-inflamatórios não hormonais no terceiro podendo vir a ser diagnosticadas apenas na vida adulta.
trimestre), rubéola materna no primeiro trimestre, (GALVÃO, et al., 2021)
@jumorbeck
↠ No Brasil, 28.900 crianças nascem com CC por ano
(1% do total de nascimentos), das quais cerca de 80%
(23.800) necessitam de cirurgia cardíaca, e metade delas
precisa ser operada no primeiro ano de vida. (SOARES,
2018)
↠ As malformações congênitas representam a segunda
principal causa de mortalidade em crianças menores de
um ano de idade. A CC é a mais frequente e com alta
mortalidade no primeiro ano de vida no Brasil e a terceira
causa de óbito até os 30 dias de vida. (SOARES, 2018)
↠ As anomalias cardíacas podem se a presentar ↠ O fechamento incompleto do forame interventricular
isoladamente (80 a 85%), fazer parte de síndromes resulta da falha no desenvolvimento da parte
cromossômicas. (5 a 10%) ou gênicas (3 a 5%), de membranosa do septo interventricular. (MOORE, 10ª ed.)
associações bem estabelecidas ou ocasionais, serem
↠ DSV muscular é um tipo menos comum de defeito e
determinadas por fatores ambientais, infecciosos ou não.
pode aparecer em qualquer local na porção muscular do
(PINTO et. al., 2018)
septo interventricular. (MOORE, 10ª ed.)
↠ Elas podem ser classificadas em cianóticas e acianóticas.
↠ A ausência do septo interventricular (ventrículo único
(GALVÃO, et al., 2021)
ou ventrículo comum), resultando da falha na formação
↠ Nas denominadas cianóticas vai acontecer a do septo interventricular, é extremamente rara e resulta
interferência no fluxo sanguíneo através dos pulmões, em um coração com três câmaras. (MOORE, 10ª ed.)
onde vai causar a diminuição de oxigênio na circulação,
COMUNICAÇÃO INTERATRIAL
podendo vir a causar uma cianose generalizada. E as
acianóticas, o sangue que é rico em oxigênio vai ser ↠ Mais comum em mulheres. (MOORE, 10ª ed.)
encaminhado para a circulação sistêmica por meio de
shunting (furos ou passagens), que vão ocorrer do lado ↠ A forma mais comum de Defeitos do Septo Atrial
esquerdo do coração para o lado direito. (GALVÃO, et al., (DSA) é o forame oval patente. Um forame oval patente
2021) à sonda está presente em mais de 25% das pessoas..
(MOORE, 10ª ed.)
COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR
↠ É denominada como o defeito congênito de
↠ Os defeitos do septo ventricular (DSVs) são os tipos fechamento do septo interatrial, que divide o coração
mais comuns de DCCs, representando cerca de 25% dos entre os lados direito e esquerdo, equivale a 35% de
defeitos cardíacos. (MOORE, 10ª ed.) todos os defeitos. (GALVÃO, et al., 2021)
↠ Os DSVs ocorrem mais frequentemente em homens
do que em mulheres. (MOORE, 10ª ed.)
↠ DSVs podem ocorrer em qualquer parte do septo
interventricular, porém o DSV membranoso é o tipo mais
comum. (MOORE, 10ª ed.)
↠ Frequentemente, durante o primeiro ano, 30% a 50%
dos DSVs pequenos se resolvem espontaneamente.
(MOORE, 10ª ed.)
↠ Caracteriza-se pela abertura da parede que separa o
ventrículo esquerdo do ventrículo direito. (GALVÃO, et
al., 2021)
@jumorbeck
ESTENOSE AÓRTICA ↠ A tetralogia resulta quando a divisão do tronco
arterioso é desigual e o tronco pulmonar é estenosado.
↠Na estenose da valva aórtica, as margens da valva (MOORE, 10ª ed.)
geralmente estão fusionadas para formar uma cúpula
com uma abertura estreita. (MOORE, 10ª ed.) ↠ A atresia pulmonar com DSV é uma forma extrema
de tetralogia de Fallot; toda saída do ventrículo direito
↠ Esse defeito pode ser congênito ou se desenvolver ocorre através da aorta. (MOORE, 10ª ed.)
após o nascimento. (MOORE, 10ª ed.)
↠ A estenose valvar causa uma sobrecarga de trabalho
para o coração e resulta na hipertrofia do ventrículo
esquerdo e sons cardíacos anormais (sopros cardíacos).
(MOORE, 10ª ed.)
ESTENOSE PULMONAR
↠ A estenose pulmonar é quando há um estreitamento
da válvula pulmonar fazendo com que haja uma
obstrução do sangue na passagem do fluxo sanguíneo
do ventrículo direito para a artéria pulmonar. (GALVÃO,
et al., 2021) A relação da cardiopatia congênita em crianças de 0 a 1
ano portadoras de síndrome de down (trissomia 21)
TETRALOGIA DE FALLOT
De acordo com o estudo de Leite, Miziara e Veloso
↠ É caracterizada por um conjunto de alterações no
(2009), apresentou-se alta prevalência de cardiopatias
coração, nos quais foram descritas por Étienne Louis
como componentes de síndromes, em especial as
Arthut Fallot no ano de 1888, e as alterações anatômicas
trissomias.
são: comunicação interventricular, estenose da artéria
pulmonar, dextroposição da artéria aorta e hipertrofia do A síndrome de Down foi a mais comum, acometendo,
ventrículo direito, ocorre em cada 3 de 10.000 nascidos principalmente, meninas, sendo as malformações mais
vivos. (GALVÃO, et al., 2021) comuns: comunicação interatrial (CIA), comunicação
interventricular (CIV), persistência do canal arterial (PCA).
↠ A tetralogia de Fallot é um grupo clássico de quatro
defeitos cardíacos consistindo de: (MOORE, 10ª ed.)
➢ Estenose da artéria pulmonar (obstrução do
fluxo de saída ventricular direito).
➢ Defeito do septo ventricular.
➢ Dextraposição da aorta (substituição ou
sobreposição da aorta).
➢ Hipertrofia ventricular direita.
↠ Nesses defeitos, o tronco pulmonar geralmente é
pequeno e pode haver vários graus de estenose da
artéria pulmonar. (MOORE, 10ª ed.)
↠ A cianose (oxigenação deficiente do sangue) é um
sinal óbvio da tetralogia, porém, não é comum estar
presente no nascimento. (MOORE, 10ª ed.)
@jumorbeck
Referências
@jumorbeck
Esqueleto fibroso do coração cúspides valvares é essencialmente passivo, e a
orientação das válvulas cardíacas é responsável pelo fluxo
↠ Além do tecido muscular cardíaco, a parede do unidirecional do sangue pelo coração. (BERNY & LEVY)
coração também contém tecido conjuntivo denso que
forma o esqueleto fibroso do coração. (TORTORA, 14ª ↠ As valvas se abrem e fecham em resposta às
ed.) mudanças de pressão conforme o coração se contrai e
relaxa. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ O esqueleto fibroso é constituído por quatro anéis de
tecido conjuntivo denso que circundam as valvas
cardíacas, unidos um ao outro, e que se fundem ao septo
interventricular. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Além de formar uma base estrutural para as valvas
cardíacas, o esqueleto fibroso evita o estiramento
excessivo das valvas enquanto o sangue passa por elas.
Também serve como um ponto de inserção para os
feixes de fibras musculares cardíacas e atua como um
isolante elétrico entre os átrios e ventrículos. (TORTORA,
14ª ed.)
VÁLVULAS ATRIOVENTRICULARES
↠ A válvula tricúspide, localizada entre o átrio direito e o
ventrículo direito, é formada por três cúspides. (BERNE &
LEVY, 6ª ed.)
↠ A válvula mitral, encontrada entre o átrio esquerdo e
o ventrículo esquerdo, tem duas cúspides. (BERNE &
LEVY, 6ª ed.)
↠ A área total das cúspides de cada válvula AV é
aproximadamente o dobro do respectivo orifício AV, e
assim ocorre sobreposição considerável dos folhetos
quando as válvulas se encontram na posição fechada.
(BERNE & LEVY, 6ª ed.)
↠ Conectados às terminações livres das válvulas existem
ligamentos finos e resistentes (cordas tendíneas) que se
originam dos músculos papilares do ventrículo respectivo.
Esses ligamentos impedem a eversão das válvulas
durante a sístole ventricular. No coração normal, os
folhetos valvulares permanecem relativamente juntos
durante o enchimento ventricular. (BERNE & LEVY, 6ª ed.)
Valvas cardíacas
1
@jumorbeck
paraquedas. As cordas tendíneas originam-se dos ápices
dos músculos papilares, que são projeções musculares
cônicas com bases fixadas à parede ventricular. (MOORE,
7ª ed.)
↠ Três músculos papilares no ventrículo direito
correspondem às válvulas da valva atrioventricular direita:
(MOORE, 7ª ed.)
➢ O músculo papilar anterior, o maior e mais
proeminente dos três, origina-se da parede
anterior do ventrículo direito; suas cordas
tendíneas se fixam nas válvulas anterior e
posterior da valva atrioventricular direita
➢ O músculo papilar posterior, menor do que o
músculo anterior, pode ter várias partes; origina-
se da parede inferior do ventrículo direito, e suas VÁLVULAS SEMILUNARES
cordas tendíneas se fixam nas válvulas posterior
e septal da valva atrioventricular direita ↠ As válvulas pulmonar e aórtica estão localizadas entre
➢ O músculo papilar septal origina-se do septo o ventrículo direito e a artéria pulmonar e entre o
interventricular, e suas cordas tendíneas se ventrículo esquerdo e a aorta, respectivamente. (BERNE
fixam às válvulas anterior e septal da valva & LEVY, 6ª ed.)
atrioventricular direita. ↠ Essas válvulas consistem em três cúspides em forma
FUNÇÃO DOS MÚSCULOS PAPILARES: de taça, conectadas aos anéis valvulares. (BERNE & LEVY,
6ª ed.)
↠ Os músculos papilares contraem-se ao mesmo tempo
que as paredes dos ventrículos, mas ao contrário do que ↠ São constituídas por tecido fibroso especialmente
seria esperado não ajudam as valvas a se fechar. forte, mas ainda assim muito flexível para suportar o
(GUTYON & hall, 13ª ed.) estresse físico adicional. (GUTYON & hall, 13ª ed.)
↠ Eles puxam as extremidades das valvas em direção ↠ As altas pressões nas artérias, ao final da sístole, fazem
aos ventrículos para evitar que as valvas sejam muito com que as valvas sejam impelidas, de modo repentino,
abauladas para trás, em direção aos átrios, durante a de volta à posição fechada. (GUTYON & hall, 13ª ed.)
contração ventricular. (GUTYON & hall, 13ª ed.) ↠ Por terem aberturas menores, a velocidade da ejeção
↠ Se a corda tendínea se romper, ou um dos músculos do sangue através das valvas aórtica e pulmonar é muito
papilares ficar paralisado, a valva se abaúla muito para trás maior que pelas valvas A-V, bem maiores. (GUTYON &
durante a sístole, às vezes tanto que permite grave hall, 13ª ed.)
refluxo. (GUTYON & hall, 13ª ed.) OBS.: Por causa da abertura e do fluxo rápidos, as extremidades
das valvas semilunares estão sujeitas a abrasões mecânicas
muito maiores do que as valvas A-V. (GUTYON & hall, 13ª ed.)
2
@jumorbeck
ascendente da aorta entre a parede dilatada do vaso e SEGUNDA BULHA CARDÍACA
cada válvula semilunar. (MOORE, 7º ed.)
↠ Associada ao fechamento abrupto das valvas
↠ O sangue presente nos seios e a dilatação da parede semilunares no final da sístole ventricular. (GUYTON &
impedem a adesão das válvulas à parede do vaso, o que HALL, 13ª ed.)
poderia impedir o fechamento. (MOORE, 7º ed.)
↠ A segunda bulha (B2), que é mais breve e não tão
↠ A abertura da artéria coronária direita é no seio da forte quanto a primeira, pode ser descrita como um som
aorta direito, a abertura da artéria coronária esquerda é de tá. (TORTORA, 14ª ed.)
no seio da aorta esquerdo, e nenhuma artéria origina-se
do seio da aorta posterior (não coronário). (MOORE, 7º ↠ É composta por vibrações de frequência mais alta
ed.) (mais aguda) e é de duração mais curta e de menor
intensidade
que a primeira bulha cardíaca. (BERNE & LEVY, 6ª ed.)
↠ A razão da segunda bulha ser mais breve é que as
valvas semilunares estão mais retesadas que as valvas AV,
de modo que vibram por período de tempo mais curto
que as valvas AV. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ O som da válvula aórtica é geralmente mais alto que
o da pulmonar, mas nos casos de hipertensão pulmonar
Bulhas cardíacas ocorre o inverso. (BERNE & LEVY, 6ª ed.)
↠ O som dos batimentos cardíacos é decorrente ↠ A natureza do segundo som cardíaco muda com a
principalmente da turbulência do sangue causada pelo respiração. Durante a expiração apenas um som cardíaco
fechamento das valvas cardíacas. (TORTORA, 14ª ed.) é ouvido, que é um reflexo do fechamento simultâneo
das válvulas pulmonar e aórtica. Entretanto, durante a
↠ Durante cada ciclo cardíaco, existem quatro bulhas
inspiração o fechamento simultâneo da válvula pulmonar
cardíacas, mas em um coração normal apenas a primeira
é atrasado, resultado do aumento do fluxo sanguíneo via
e a segunda bulhas cardíacas (B1 e B2) são auscultadas
aumento do retorno venoso induzido pela inspiração. Esse
com um estetoscópio. (TORTORA, 14ª ed.)
evento é conhecido como DESDOBRAMENTO
PRIMEIRA BULHA CARDÍACA FISIOLÓGICO, que é a divisão do som cardíaco. ((BERNE
& LEVY, 6ª ed.)
↠ Associada ao fechamento das valvas AV; (GUYTON &
HALL, 13ª ed.) OBS: A segunda bulha cardíaca tem frequência maior que a
primeira bulha. Isso ocorre devido: o retesamento das valvas
↠ A primeira bulha (B1), a qual pode ser descrita como semilunares ser maior; o maior coeficiente elástico das paredes
um som de tum, é mais forte e um pouco mais longa do arteriais retesadas que constituem as principais câmaras
que a segunda bulha.. (TORTORA, 14ª ed.) vibratórias para a segunda bulha.
↠ É o mais alto e longo dos sons, tendo qualidade TERCEIRA BULHA CARDÍACA
crescendo-decrescendo e sendo mais bem ouvido sobre
↠ É decorrente da turbulência do sangue durante o
a região apical do coração. (BERNE & LEVY, 6ª ed.)
enchimento ventricular rápido. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ A causa desses sons é a vibração das valvas retesadas
↠ A frequência desse som é, em geral, tão baixa que
imediatamente após o fechamento, junto com a vibração
não se pode ouvir; contudo, ele pode, muitas vezes, ser
das paredes adjacentes do coração e dos grandes vasos
registrado no fonocardiograma. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
em torno do coração. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ Algumas vezes pode ser ouvida em crianças cujas
↠ Ocorre durante a sístole ventricular. (GUYTON &
paredes torácicas são finas ou em pacientes com
HALL, 13ª ed.)
insuficiência ventricular esquerda. (BERNE & LEVY, 6ª ed.)
↠ Duração de cerca de 0,14 segundos. (GUYTON &
HALL, 13ª ed.)
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@jumorbeck
QUARTA BULHA CARDÍACA Lesões valvulares
↠ A área aórtica se localiza acima, ao longo da aorta, ↠ Em semanas, meses ou anos, as lesões se
devido à transmissão do som pela aorta, e a área transformam em tecido cicatricial, fundindo,
pulmonar se situa também acima, ao longo da artéria permanentemente, partes dos folhetos valvares
pulmonar. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) adjacentes. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ A área tricúspide se localiza sobre o ventrículo direito, ↠ As bordas livres dos folhetos, que em condições
e a área mitral, sobre o ápice do ventrículo esquerdo, normais são delgadas e livres para se mover, passam a
que é a porção cardíaca mais próxima da superfície do ser, muitas vezes, massas sólidas e fibróticas. (GUYTON &
tórax. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) HALL, 13ª ed.)
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@jumorbeck
↠ A valva onde os folhetos aderem uns aos outros, de ↠ Embora alguns sopros cardíacos em adultos sejam
forma tão extensa que o sangue não consegue fluir inocentes, com frequência um sopro no adulto indica um
normalmente através dela, é dita estar estenosada. distúrbio valvar. (TORTORA, 14ª ed.)
(GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ Um sopro cardiovascular deve ser caracterizado de
↠ Quando as margens valvares estão muito destruídas acordo com: (PAZIN-FILHO; SCHMIDT; MACIEL, 2004)
pelo tecido cicatricial, impedindo seu fechamento
enquanto os ventrículos se contraem, ocorre ➢ SITUAÇÃO NO CICLO CARDÍACO:
regurgitação (refluxo) do sangue quando a valva deveria Sistólicos: começam com a primeira bulha, ou logo depois
estar fechada. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) dela, e terminam com a segunda bulha, ou seja, ocorre
entre a primeira e a segunda bulha. Pode ser subdividido
OUTRAS CAUSAS DE LESÕES VALVARES: estenose, falta de um
em:
ou mais folhetos, como um defeito congênito. (GUYTON
& HALL, 13ª ed.) • Protossistólico: ocorre na porção inicial da sístole.
Sopros cardíacos • Mesossistólico: ocorre no meio da sístole.
• Telessistólico: ocorre no final da sístole.
↠ Muitas bulhas cardíacas anormais, conhecidas como • Holossistólico: ao longo de toda a sístole.
“sopros cardíacos”, ocorrem quando existem
Diastólicos: ocorre logo depois da segunda bulha. Podem
anormalidades das valvas. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
ser subdivididos em:
↠ Geralmente, os sopros são causados pelo fluxo
sanguíneo turbulento que pode resultar no estreitamento • Protodiastólico: ocorre na porção inicial da
ou vazamento das válvulas cardíacas ou devido a diástole.
passagens anormais de sangue no coração. De acordo • Mesodiastólico: ocorre no meio da diástole.
com a situação fisiológica que leva ao sopro diferentes • Telediastólico: ocorre no final da diástole.
sons são gerados. (OLIVEIRA, 2020) • Holodiastólico: ao longo de toda diástole.
↠ Ele pode ser funcional ou fisiológico (sopro inocente), Contínuos: começam na sístole e continuam sem
ou patológico em decorrência de defeitos no coração. interrupção através de B2, até toda a diástole ou parte
(FURLAN et al., 2021) dela.
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@jumorbeck
↠ Sibilante, ouvido maximamente sobre o ventrículo
• Crescendo: necessariamente aumenta esquerdo. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
progressivamente de intensidade.
↠ Esse sopro resulta da turbulência do sangue, jorrando
• Decrescendo: diminui progressivamente de
de modo retrógrado para o sangue presente no
intensidade.
ventrículo esquerdo diastólico, sob baixa pressão.
• Crescendo-decrescendo: aumenta até atingir (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
um pico máximo e depois declina.
• Plateau: tem uma intensidade relativamente SOPRO SISTÓLICO DA REGURGITAÇÃO MITRAL
constante durante todo seu curso.
↠ O sangue reflui pela valva mitral para o átrio esquerdo
• Variável: tem intensidade variável.
durante a sístole. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
CAUSAS DO SOPRO
↠ Esse fluxo retrógrado também produz um som
Os defeitos das valvas cardíacas são comuns e têm uma sibilante “semelhante ao vento”, similar ao da regurgitação
série de causas, variando de anomalias congênitas e aórtica, mas que ocorre durante a sístole, em vez de na
genéticas até um suprimento inadequado para as valvas, diástole. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
devido a um ataque cardíaco, e uma infecção bacteriana
↠ Ele é transmitido com mais intensidade para o átrio
do endocárdio. (MARIEB, 2014)
esquerdo. Todavia, o átrio esquerdo fica situado tão
SOPRO SISTÓLICO DA ESTENOSE AÓRTICA profundamente no tórax que é difícil escutar esse som
de modo direto sobre o átrio. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ Em pessoas com estenose aórtica, o sangue é ejetado
do ventrículo esquerdo através de apenas uma pequena ↠ O som é transmitido para a parede torácica,
abertura fibrosa da valva aórtica. (GUYTON & HALL, 13ª principalmente pelo ventrículo esquerdo até o ápice do
ed.) coração. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ Devido a elevada pressão no VE, surge um efeito de SOPRO DIASTÓLICO DA ESTENOSE MITRAL
esguicho durante a sístole, com o sangue jorrando com
↠ O sangue passa com dificuldade do átrio esquerdo
velocidade enorme pela pequena abertura da valva.
para o ventrículo esquerdo através da valva mitral
(GUYTON & HALL, 13ª ed.)
estenosada. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ Esse fenômeno provoca grande turbulência do sangue
↠ Como a pressão no átrio esquerdo raramente se
na raiz da aorta. O sangue turbulento, colidindo contra as
eleva acima de 30 mmHg, não se desenvolve grande
paredes da aorta, provoca intensa vibração, e o sopro de
diferencial de pressão que force o sangue do átrio
grande amplitude ocorre durante a sístole e é transmitido
esquerdo para o ventrículo esquerdo. (GUYTON & HALL,
para toda a aorta torácica superior e mesmo para as
13ª ed.)
grandes artérias do pescoço. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ Os sons anormais, ouvidos na estenose mitral, são, em
↠ Esse som é áspero e, em pessoas com estenose
geral, fracos e de frequência muito baixa, está abaixo da
grave, pode ser tão alto a ponto de ser ouvido a vários
extremidade de baixa frequência da audição humana.
centímetros de distância do paciente. (GUYTON & HALL,
(GUYTON & HALL, 13ª ed.)
13ª ed.)
↠ Durante a parte inicial da diástole, o ventrículo
↠ As vibrações sonoras podem, muitas vezes, ser
esquerdo com valva mitral estenosada contém muito
sentidas com a mão na parte superior do tórax e na parte
pouco sangue em seu interior e suas paredes estão tão
inferior do pescoço, fenômeno referido como “frêmito”.
frouxas que o sangue não reverbera de um lado para
(GUYTON & HALL, 13ª ed.)
outro, entre as paredes do ventrículo. Dessa maneira,
SOPRO DIASTÓLICO DA REGURGITAÇÃO AÓRTICA após seu enchimento parcial, o ventrículo é distendido em
grau suficiente para que o sangue reverbere com
↠ Durante a diástole o sangue reflui da aorta sob alta aparecimento de sopro baixo e surdo. (GUYTON & HALL,
pressão para o ventrículo esquerdo, produzindo sopro 13ª ed.)
“semelhante ao vento”, com tom relativamente agudo de
natureza. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
6
@jumorbeck
↠ Esses mecanismos, em conjunto, diminuem o débito
renal de urina, fazendo com que o volume sanguíneo
aumente e a pressão arterial média retorne ao normal.
(GUYTON & HALL, 13ª ed.)
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@jumorbeck
➢ AUMENTO DO ÁTRIO ESQUERDO E FIBRILAÇÃO Referências
ATRIAL
FURLAN et al. A ausculta cardíaca é eficaz para o
↠ O aumento da pressão atrial esquerda na valvulopatia diagnóstico de sopros em crianças? – revisão de literatura
mitral causa aumento progressivo do átrio esquerdo, o científica. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, 2021.
que eleva a distância que o impulso elétrico excitatório
cardíaco deve percorrer na parede atrial. (GUYTON & OLIVEIRA, MARISA. ANÁLISE DE SOM CARDÍACO
HALL, 13ª ed.) PEDIÁTRICO PARA IDENTIFICAÇÃO DE SOPRO. Tese de
Mestrado, 2020.
↠ Essa via pode ficar, eventualmente, tão longa que
predispõe ao desenvolvimento de movimentos circulares TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.
do sinal excitatório. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ Nos estágios finais da valvulopatia mitral, especialmente GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed.
na estenose mitral, em geral ocorre fibrilação atrial. Editora Elsevier Ltda., 2017
(GUYTON & HALL, 13ª ed.)
MOORE. Anatomia Orientada para a Clínica, 7ª ed.
➢ COMPENSAÇÃO NA VALVULOPATIA MITRAL INCIAL Guanabara Koogan, SP, 2017
↠ O volume do sangue aumenta na valvulopatia mitral BERNE & LEVY. Fisiologia, 6ª ed. Elsevier Editora, SP, 2009
devido, principalmente, à diminuição da excreção de
PAZIN-FILHO, A; SCHIMDT, A; MACIEL, B. C. Ausculta
líquido e de sal pelos rins. Esse aumento do volume
cardíaca bases fisiológicas – fisiopatológicas. Medicina,
sanguíneo eleva o retorno venoso para o coração.
Ribeirão Preto, v. 37, p. 208-226, jul/dez 2004.
(GUYTON & HALL, 13ª ed.)
MARIEB, E. Anatomia humana. São Paulo. Pearson
↠ Após compensação, o débito cardíaco pode cair
Education do Brasil, 2014.
apenas minimamente até os estágios finais da valvulopatia
mitral, mesmo que a pressão atrial esquerda esteja
aumentando. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ Esse aumento da pressão ocasiona hipertrofia do lado
direito do coração, o que compensa, em parte, o
aumento de sua carga de trabalho. (GUYTON & HALL, 13ª
ed.)
8
@jumorbeck
Aterosclerose
↠ Os vasos sanguíneos contribuem para a homeostasia, entram em um tecido, se ramificam em diversos vasos
possibilitando o fluxo sanguíneo através do coração e a minúsculos chamados capilares. (TORTORA, 14ª ed.)
troca de nutrientes e escórias metabólicas nos tecidos.
↠ As paredes finas dos capilares possibilitam a troca de
Também têm participação importante no ajuste da
substâncias entre o sangue e os tecidos do corpo. Grupo
velocidade e do volume de fluxo sanguíneo. (TORTORA,
de capilares no tecido se unem para formar pequenas
14ª ed.)
veias chamadas vênulas. Essas, por sua vez, se fundem
↠ Os vasos sanguíneos formam um sistema fechado de para formar vasos sanguíneos progressivamente maiores
tubos que leva o sangue para fora do coração, chamados veias. (TORTORA, 14ª ed.)
transportam-no para os tecidos do corpo e, em seguida,
↠ As veias são os vasos sanguíneos que conduzem o
o devolvem ao coração. (TORTORA, 14ª ed.)
sangue dos tecidos de volta para o coração. (TORTORA,
↠ É comum dividir o sistema circulatório em: vasos da 14ª ed.)
macrocirculação, mais calibrosos, responsáveis por
↠ A parede de um vaso sanguíneo é composta por três
transportar sangue aos órgãos e levá-lo de volta ao
camadas, ou túnicas, de tecidos diferentes: um
coração (artérias e veias de vários calibres); e vasos da
revestimento epitelial interno, uma túnica média formada
microcirculação, com menos de 100 µm e visíveis
por músculo liso e tecido conjuntivo elástico, e um
somente ao microscópio (arteríolas, capilares e vênulas
revestimento externo de tecido conjuntivo. (TORTORA,
pós-capilares). (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.)
14ª ed.)
↠ Os cinco tipos principais de vasos sanguíneos são: as
↠Todos são encontrados em diferentes proporções na
artérias, as arteríolas, os capilares, as vênulas e as veias.
parede dos vasos, exceto nos capilares e nas vênulas pós-
(TORTORA, 14ª ed.)
capilares, nos quais os únicos elementos estruturais
representados são o endotélio e sua membrana basal.
(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.)
↠ As três camadas estruturais de um vaso sanguíneo
qualquer, da mais interna para a mais periférica, são a
túnica íntima, a túnica média e a túnica externa.
(TORTORA, 14ª ed.)
@jumorbeck
Túnica íntima principalmente, quantidades substanciais de fibras elásticas.
(TORTORA, 14ª ed.)
↠ Forma o revestimento interno de um vaso sanguíneo
e está em contato direto com o sangue que flui pelo ↠ A principal função das células musculares lisas, que se
lúmen, ou luz, do vaso. (TORTORA, 14ª ed.) estendem circularmente em torno do lúmen como um
anel circunda o dedo, é regular o diâmetro do lúmen.
↠ Sua camada mais interna é chamada endotélio, que é (TORTORA, 14ª ed.)
uma lâmina fina de células planas que revestem a face
interna de todo o sistema circulatório (coração e vasos ↠ O aumento da estimulação simpática estimula
sanguíneos). (TORTORA, 14ª ed.) tipicamente o músculo liso a se contrair, apertando a
parede do vaso e estreitando o lúmen. Essa diminuição
↠ As células endoteliais são participantes ativas em do diâmetro do lúmen de um vaso sanguíneo é chamada
inúmeras atividades relacionadas com vasos, incluindo vasoconstrição. (TORTORA, 14ª ed.)
influências físicas sobre o fluxo sanguíneo, secreção de
mediadores químicos de ação local que influenciam o ↠ Em contrapartida, quando a estimulação simpática
estado contrátil do músculo liso sobrejacente ao vaso e diminui, ou na presença de determinados compostos
assistência com a permeabilidade capilar. (TORTORA, 14ª químicos (como o óxido nítrico, H+ e ácido láctico) ou
ed.) em resposta à pressão arterial, as fibras musculares lisas
relaxam. O consequente aumento do diâmetro do lúmen
↠ Além disso, a sua face luminal lisa facilita o fluxo é chamado vasodilatação. (TORTORA, 14ª ed.)
sanguíneo eficiente, reduzindo o atrito superficial.
(TORTORA, 14ª ed.) ↠ Além de regular o fluxo e a pressão sanguínea, o
músculo liso se contrai quando uma pequena artéria ou
↠ O segundo componente da túnica íntima é uma arteríola está danificada (vasospasmo) para ajudar a limitar
membrana basal profunda ao endotélio. Ela fornece uma a perda de sangue através do vaso lesionado. (TORTORA,
base de apoio físico para a camada epitelial. (TORTORA, 14ª ed.)
14ª ed.)
↠ As células musculares lisas também ajudam a produzir
↠ Sua estrutura de fibras colágenas confere à as fibras elásticas na túnica média que possibilitam que os
membrana basal substancial resistência à tração, além de vasos se estirem e retraiam à pressão exercida pelo
resiliência ao estiramento e distensão. (TORTORA, 14ª ed.) sangue. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Parece ter uma participação importante na orientação ↠ Interpostas entre as células musculares lisas existem
dos movimentos celulares durante o reparo de tecidos
das paredes dos vasos sanguíneos. (TORTORA, 14ª ed.) quantidades variáveis de matriz extracelular composta de
fibras e lamelas elásticas, fibras reticulares (colágeno do
↠ A parte mais externa da túnica íntima, que forma a tipo I I), proteoglicanos e glicoproteínas. (JUNQUEIRA &
fronteira entre a túnica íntima e a túnica média, é a lâmina CARNEIRO, 13ª ed.)
elástica interna. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ As células musculares lisas são responsáveis pela
↠ A lâmina elástica interna é uma lâmina fina de fibras produção dessas moléculas da matriz extracelular.
elásticas com número variável de aberturas semelhantes (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.)
a janelas (fenestrações) que lhe conferem o aspecto de
um queijo suíço. Estas fenestrações facilitam a difusão de ↠ As diferenças estruturais nesta camada são
materiais através da túnica íntima para a túnica média mais responsáveis pelas muitas variações na função entre os
espessa. (TORTORA, 14ª ed.) diferentes tipos de vasos. (TORTORA, 14ª ed.)
@jumorbeck
↠ A maioria dos vasos sanguíneos que contêm músculo
liso nas suas paredes é provida por uma rede profusa de
fibras não mielínicas da inervação simpática (nervos
vasomotores), cujo neurotransmissor é a norepinefrina.
Descarga de norepinefrina por essas terminações
nervosas resulta em vasoconstrição. (JUNQUEIRA &
CARNEIRO, 13ª ed.)
↠ Esses pequenos vasos que fornecem sangue para os ↠ As artérias elásticas são as maiores artérias do corpo.
tecidos do vaso são chamados vasos dos vasos, ou vasa (TORTORA, 14ª ed.)
vasorum. Eles são facilmente vistos em grandes vasos, ↠ Estes vasos são caracterizados por lâminas elásticas
como a aorta. (TORTORA, 14ª ed.) interna e externa bem definidas, juntamente com uma
↠ Além da importante função de fornecer nervos e vasa túnica média espessa que é dominada por fibras elásticas,
vasorum à parede do vaso, a túnica externa ajuda a chamadas lamelas elásticas. (TORTORA, 14ª ed.)
ancorar os vasos aos tecidos circundantes. (TORTORA, ↠ As artérias elásticas incluem os dois troncos principais
14ª ed.) que saem do coração (a aorta e o tronco pulmonar),
↠ Os vasa vasorum proveem a adventícia e a média de juntamente com os principais ramos iniciais da aorta,
metabólitos, uma vez que, em vasos maiores, as camadas como o tronco braquiocefálico, a artéria subclávia, a
são muito espessas para serem nutridas somente por artéria carótida comum e a artéria ilíaca comum.
difusão a partir do sangue que circula no lúmen do vaso. (TORTORA, 14ª ed.)
(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.) IMPORTANTE FUNÇÃO: ajudam a impulsionar o sangue
↠ Vasa vasorum são mais frequentes em veias que em no sentido anterógrado enquanto os ventrículos estão
artérias. (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.) relaxados. (TORTORA, 14ª ed.)
@jumorbeck
chamadas artérias distributivas. Exemplos incluem a artéria
braquial no braço e a artéria radial no antebraço.
(TORTORA, 14ª ed.)
↠ A túnica externa muitas vezes é mais espessa do que
a túnica média nas artérias musculares. Esta camada
externa contém fibroblastos, fibras colágenas e fibras
elásticas, todos orientados longitudinalmente. (TORTORA,
14ª ed.)
↠ Por causa da diminuição do tecido elástico nas paredes
das artérias musculares, estes vasos não conseguem
dilatar e ajudar a impulsionar o sangue como as artérias
elásticas. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Em vez disso, a espessa túnica média muscular é a
principal responsável pelas funções das artérias
musculares. A capacidade do músculo de se contrair e
manter um estado de contração parcial é chamado tônus
vascular. O tônus vascular enrijece a parede do vaso e é
importante para manter a pressão do vaso e o fluxo
sanguíneo eficiente. (TORTORA, 14ª ed.)
ANASTOMOSES
➢ União dos ramos de duas ou mais artérias que
irrigam uma mesma região do corpo.
➢ As anastomoses entre as artérias constituem
vias alternativas para o sangue chegar a um
tecido ou órgão (circulação colateral).
↠ Como conduzem sangue do coração para as artérias ➢ As anastomoses também podem ocorrer entre
médias, mais musculosas, as artérias elásticas são também veias e entre arteríolas e vênulas.
chamadas artérias condutoras. (TORTORA, 14ª ed.) ➢ As artérias que não se anastomosam são
↠ As paredes desses vasos têm cor amarelada conhecidas como artérias terminais.
decorrente do acúmulo de elastina na túnica média. ➢ A obstrução de uma artéria terminal interrompe
(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 13ª ed.) a irrigação sanguínea a todo um segmento de
órgão, provocando necrose (morte) desse
ARTÉRIAS MUSCULARES segmento.
@jumorbeck
internas dos vasos sanguíneos. Quando o diâmetro do
vaso sanguíneo é menor, o atrito é maior, de modo que
há mais resistência. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ A contração do músculo liso de uma arteríola provoca
vasoconstrição, o que aumenta ainda mais a resistência e
diminui o fluxo sanguíneo para os vasos capilares irrigados
por essa arteríola. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Em contrapartida, o relaxamento do músculo liso das
arteríolas provoca vasodilatação, que diminui a resistência
e aumenta o fluxo sanguíneo para os vasos capilares.
(TORTORA, 14ª ed.)
↠A mudança do diâmetro da arteríola pode afetar
também a pressão arterial: a constrição das arteríolas
aumenta a pressão arterial, e a dilatação das arteríolas
diminui a pressão arterial. (TORTORA, 14ª ed.)
Capilares
@jumorbeck
Veias
@jumorbeck
↠ Como as veias e vênulas sistêmicas contêm mais de
50% do volume sanguíneo total, são chamadas
reservatórios de sangue. (TORTORA, 14ª ed.)
TROCA CAPILAR
↠ A missão de todo o sistema circulatório é manter o
sangue fluindo pelos capilares para possibilitar a troca
↠ Em alguns indivíduos, as veias superficiais são vistas capilar, o movimento de substâncias entre o sangue e o
como tubos azulados que passam sob a pele. Como o líquido intersticial. (TORTORA, 14ª ed.)
sangue venoso é vermelho escuro, as veias parecem
azuis porque suas paredes finas e os tecidos da pele ↠ Os 7% do sangue que estão nos capilares sistêmicos
absorvem os comprimentos de onda de luz vermelha, a qualquer momento estão continuamente trocando
possibilitando que a luz azul passe para a superfície, onde materiais com o líquido intersticial. (TORTORA, 14ª ed.)
as vemos como azuis. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ As substâncias entram e saem dos capilares por três
DIFERENÇAS ENTRE VEIAS E ARTÉRIAS mecanismos básicos: difusão, transcitose e fluxo de
massa. (TORTORA, 14ª ed.)
Em primeiro lugar, as veias são mais numerosas do que
as artérias por vários motivos. Algumas veias formam ➢ DIFUSÃO
pares e acompanham artérias musculares de médio a ↠ O método mais importante de troca capilar é a difusão
pequeno porte. Estes conjuntos duplos de veias escoltam simples. Muitas substâncias, como o oxigênio (O2), o
as artérias e se conectam por canais venosos chamados dióxido de carbono (CO2), a glicose, os aminoácidos e os
veia anastomótica. hormônios, entram e saem dos capilares por difusão
As veias anastomóticas cruzam a artéria acompanhante simples. (TORTORA, 14ª ed.)
formando “degraus” entre o par de veias. A maior ↠ Como o O2 e os nutrientes normalmente estão
quantidade de pares de veia ocorre no interior dos presentes em concentrações mais elevadas no sangue,
membros. A camada subcutânea profunda à pele é outra eles se difundem por gradiente de concentração para o
fonte de veias. líquido intersticial e, em seguida, para as células do corpo.
➢ VEIAS SUPERFICIAIS: atravessam a tela O CO2 e outras escórias metabólicas liberadas pelas
subcutânea desacompanhadas de artérias células do corpo são encontrados em maiores
paralelas. concentrações no líquido intersticial, de modo que se
➢ VEIAS PROFUNDAS: estão entre os músculos difundem para o sangue. (TORTORA, 14ª ed.)
esqueléticos.
➢ TRANSCITOSE
Distribuição do sangue no sistema circulatório em ↠ Uma pequena quantidade de material atravessa as
repouso paredes capilares por transcitose. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Neste processo, as substâncias do plasma sanguíneo
são englobadas por minúsculas vesículas pinocíticas que
primeiro entram nas células endoteliais por endocitose,
atravessam-na e saem do outro lado por exocitose. Este
método de transporte é importante, principalmente para
grandes moléculas insolúveis em lipídios que não
conseguem atravessar as paredes capilares de outro
modo. (TORTORA, 14ª ed.)
@jumorbeck
➢ FLUXO DE MASSA | FILTRAÇÃO E REABSORÇÃO Hemodinâmica
↠ O fluxo de massa é um processo passivo em que uma ↠ O sangue flui de regiões de maior pressão para
grande quantidade de íons, moléculas ou partículas em regiões de menor pressão; quanto maior a diferença de
um líquido se move em conjunto, no mesmo sentido. pressão, maior for o fluxo sanguíneo. Mas quanto maior
(TORTORA, 14ª ed.) a resistência, menor o fluxo sanguíneo. (TORTORA, 14ª
ed.)
↠ O fluxo de massa ocorre a partir de uma área de alta
pressão para uma zona de pressão mais baixa, e continua PRESSÃO ARTERIAL
desde que exista uma diferença de pressão. (TORTORA,
14ª ed.) ↠ Conforme o sangue sai da aorta e flui ao longo da
circulação sistêmica, sua pressão cai progressivamente à
↠ O movimento impulsionado pela pressão de líquidos e medida que a distância do ventrículo esquerdo aumenta.
solutos dos capilares sanguíneos para o líquido intersticial (TORTORA, 14ª ed.)
é chamado filtração. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ O movimento impulsionado pela pressão do líquido
intersticial para os capilares sanguíneos é chamado
reabsorção. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Em geral, o volume de líquidos e solutos normalmente
reabsorvidos é quase tão grande quanto o volume filtrado.
Este equilíbrio próximo é conhecido como lei de Starling
dos capilares. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ A pressão hidrostática do sangue “empurra” o líquido
para fora dos capilares (filtração) e a pressão
coloidosmótica do sangue puxa o líquido para os capilares
(reabsorção). (TORTORA, 14ª ed.)
RESISTÊNCIA VASCULAR
↠ É a oposição ao fluxo sanguíneo em decorrência do
atrito entre o sangue e as paredes dos vasos sanguíneos.
A resistência vascular depende: (TORTORA, 14ª ed.)
➢ do tamanho do lúmen do vaso sanguíneo;
➢ da viscosidade do sangue;
➢ do comprimento total dos vasos sanguíneos..
↠ A resistência vascular sistêmica (RVS), também
conhecida como resistência periférica total (RPT), refere-
se a todas as resistências vasculares oferecidas pelos
vasos sanguíneos sistêmicos. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Os diâmetros das artérias e veias são grandes, de
modo que sua resistência é muito pequena. (TORTORA,
14ª ed.)
↠ Os vasos menores – arteríolas, capilares e vênulas –
contribuem com a maior parte da resistência. (TORTORA,
14ª ed.)
@jumorbeck
↠ Uma função principal das arteríolas é controlar a RVS cruzam o endotélio, até a camada íntima da parede do
– e, por conseguinte, a pressão sanguínea e o fluxo vaso, e diferenciam-se de macrófagos, que então
sanguíneo para tecidos específicos – alterando seus ingerem e oxidam as lipoproteínas acumuladas, adquirindo
diâmetros. (TORTORA, 14ª ed.) aspecto espumoso. Esses macrófagos espumosos então
se agregam no vaso sanguíneo e formam estria de
Aterosclerose gordura, que é visível.. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica que ↠ Com o passar do tempo, as estrias de gordura
possui origem multifatorial e ocorre em resposta à aumentam e coalescem, e os tecidos dos músculos lisos
agressão endotelial, acometendo principalmente a e fibrosos adjacentes proliferam para formar placas cada
camada íntima de artérias de médio e grande calibre. vez maiores. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
(COSTA et al., 2019) E também associada à ativação do
sistema imunológico. (MOTA et al., 2013) ↠ Os macrófagos também liberam substâncias que
causam inflamação e maior proliferação de músculos lisos
↠ No Brasil, a aterosclerose é a principal responsável e tecido fibroso nas superfícies internas da parede arterial.
pelas doenças cardiovasculares. (COSTA et al., 2019) Os depósitos de lipídios e a proliferação celular podem
↠ A aterosclerose, está associada ao acúmulo de gordura ficar tão grandes que as placas se destacam no lúmen da
(principalmente colesterol) nas paredes arteriais. Há artéria e reduzem muito o fluxo do sangue, chegando, às
formação de um depósito de cálcio na placa ateromatosa vezes, a obstruir completamente o vaso. (GUYTON &
(ateroma) — áreas ou elevações amarelas, endurecidas, HALL, 13ª ed.)
bem demarcadas na superfície da túnica íntima das ↠ Mesmo sem oclusão, os fibroblastos da placa
artérias. (MOORE, 7ª ed.) eventualmente depositam quantidades extensas de tecido
conjuntivo denso; a esclerose (fibrose) fica tão grande
que as artérias enrijecem. Mais tarde ainda, os sais de
cálcio se precipitam frequentemente com o colesterol e
outros lipídios das placas, levando a calcificações pétreas
que podem fazer com que as artérias passem a ser tubos
rígidos. Ambos esses estágios da doença são chamados
“endurecimento das artérias”. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ As artérias ateroscleróticas perdem a maior parte de
sua distensibilidade e devido às áreas degenerativas em
suas paredes, elas facilmente se rompem. Também, nos
↠ Aterosclerose é a doença das artérias de tamanho locais onde as placas invadem o lúmen com sangue
médio e grande, em que as lesões de gordura chamadas circulante, suas superfícies ásperas podem levar à
placas ateromatosas se desenvolvem nas superfícies das formação de coágulos, com a resultante formação de
paredes arteriais. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) trombos ou êmbolos, levando ao bloqueio súbito de todo
o fluxo de sangue para a artéria. (GUYTON & HALL, 13ª
↠ Anormalidade que pode ser medida muito cedo nos ed.)
vasos sanguíneos, que posteriormente se tornam
ateroscleróticos, é a lesão do endotélio vascular. Essa
lesão, por sua vez, aumenta a expressão das moléculas
de aderência nas células endoteliais e reduz sua
capacidade de liberar óxido nítrico e outras substâncias
que ajudam a impedir a aderência de macromoléculas,
plaquetas e monócitos a seu endotélio. (GUYTON & HALL,
13ª ed.)
↠ Depois que ocorre a lesão no endotélio vascular, os
monócitos e lipídios circulantes (principalmente LDLs)
começam a se acumular no local da lesão. Os monócitos
@jumorbeck
➢ Aumento de Lipoproteínas de Baixa Densidade:
↠ Fator importante na etiologia da aterosclerose é
elevada concentração plasmática de colesterol sob a
forma de lipoproteínas de baixa densidade. (GUYTON &
HALL, 13ª ed.)
↠ A concentração plasmática dessas LDLs e elevado
teor de colesterol é aumentada por diversos fatores,
especialmente com a ingestão de gorduras muito
saturadas na dieta diária, obesidade e inatividade física.
(GUYTON & HALL, 13ª ed.)
➢ Hipercolesterolemia Familiar
↠ A hipercolesterolemia familiar é uma doença em que
a pessoa herda genes defeituosos, para a formação de
receptores para LDLs, nas superfícies das membranas
celulares do corpo. Na ausência desses receptores, o
fígado não é capaz de absorver as LDL nem as IDL. Sem
essa absorção, o mecanismo do colesterol das células
hepáticas se descontrola, produzindo novo colesterol; ele
deixa de responder à inibição por feedback,
desencadeado pela presença de quantidade excessiva de
colesterol plasmático. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ Os sintomas dessa doença são mais frequentes ↠ Como resultado, o número de VLDLs liberado pelo
quando a placa de ateroma se forma nas artérias que fígado para o plasma aumenta imensamente. (GUYTON &
irrigam o coração, o cérebro, os rins e o intestino delgado, HALL, 13ª ed.)
aparecendo, portanto, relacionados a esses órgãos.
➢ Papel das Lipoproteínas de Alta Densidade na
Exemplos são: infarto do miocárdio por obstrução de
Prevenção da Aterosclerose.
coronárias, infarto cerebral e aneurisma aórtico. (COSTA
et al., 2019) ↠ Bem menos conhecida é a função das HDLs em
↠ Estudos têm sugerido duas fases interdependentes na comparação com a das LDLs. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
evolução da doença aterosclerótica: (GOTTTLIEB,2005) ↠ Acredita-se que as lipoproteínas de alta densidade são,
de fato, capazes de absorver cristais de colesterol que
• Fase “aterosclerótica”, predomina a formação
começam a ser depositados nas paredes arteriais.
anatômica da lesão aterosclerótica sob a
(GUYTON & HALL, 13ª ed.)
influência dos “fatores de risco aterogênicos”
clássicos e que leva décadas para evoluir. Devido ↠ As doenças cardiovasculares possuem diversos fatores
à sua história lenta e gradual, sua evolução de risco, que podem ser agrupados em dois grupos
geralmente não traz consigo manifestações principais: modificáveis e não modificáveis. (COSTA et al.,
clínicas dramáticas; 2019)
• Fase trombótica, a influência dos “fatores de
risco trombogênicos” determina a formação • Exemplos de fatores modificáveis: a dislipidemia,
aguda de trombo sobre a placa aterosclerótica, a exposição ao tabaco, a não prática de
fenômeno este diretamente ligado aos eventos exercício/atividade física e IMC maior ou igual a
agudos coronarianos, como infarto do miocárdio, 30kg/m².
angina instável e morte súbita. • Exemplos de fatores não modificáveis: presença
de casos na família de doenças cardiovasculares,
Os Papéis do Colesterol e das Lipoproteínas na etnia, idade e sexo.
Aterosclerose
@jumorbeck
➢ Outros Fatores de Risco Importantes da ela não desenvolver a doença aterosclerótica, ou reduzir
Aterosclerose as complicações de uma doença já instalada, são
menores. (COSTA et al., 2019)
↠ Em algumas pessoas com níveis perfeitamente
normais de colesterol e lipoproteínas, ainda assim, a ↠ Assim, a influência da dieta na patogênese de doenças
aterosclerose se desenvolve. Alguns dos fatores crônico-degenerativas ganhou grande importância em
conhecidos que predispõem à aterosclerose são: (1) pesquisas e tem comprovado a teoria de que reduzindo
inatividade física e obesidade; (2) diabetes melito; (3) os níveis de gorduras da dieta há menor possibilidade de
hipertensão; (4) hiperlipidemia; e (5) tabagismo. (GUYTON se desenvolver aterosclerose. (COSTA et al., 2019)
& HALL, 13ª ed.)
↠ Alguns estudos sugerem que o aumento da atividade
↠ No início e na metade da fase adulta, os homens física habitual e do condicionamento cardiorrespiratório
apresentam maior probabilidade de desenvolver estão associados ao decréscimo de causas de mortalidade
aterosclerose do que as mulheres da mesma idade, em homens com acometimentos cardiovasculares pré-
sugerindo que os hormônios sexuais masculinos podem existentes. (COSTA et al., 2019)
ser aterogênicos ou, pelo contrário, que os hormônios
↠ O estresse tem sido mencionado como um dos
sexuais femininos podem ter ação protetora. (GUYTON &
possíveis fatores contribuintes para o desenvolvimento da
HALL, 13ª ed.)
aterosclerose, não só por meio da ação direta, mas
↠ Alguns desses fatores causam aterosclerose, ao também pela contribuição para a etiologia de outros
aumentar a concentração de LDLs no plasma. Outros, tais fatores de risco, como a depressão, a obesidade, a
como a hipertensão, são capazes de levar à hipercolesterolemia e o sedentarismo. (SANTOS, 2011)
aterosclerose ao causar lesões no endotélio vascular, além
↠ Autores discutiram como o estresse psicossocial em
de outras alterações nos tecidos vasculares que
animais pode levar ao desenvolvimento da aterosclerose,
predispõem à deposição de colesterol. (GUYTON &
provavelmente por um mecanismo envolvendo ativação
HALL, 13ª ed.)
excessiva do sistema nervoso simpático. Em pacientes
PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE com doença arterial coronária (DAC), o estresse agudo
pode também levar à vasoconstrição coronária.
As medidas mais importantes para proteger contra o (SANTOS, 2011)
desenvolvimento da aterosclerose e sua progressão para
grave doença vascular são (1) manter peso saudável, ser ↠ Em estudo conduzido com 37 homens em 2003 por
fisicamente ativo e ingerir dieta contendo principalmente Steptoe et al sobre os efeitos do estresse e da classe
gorduras insaturadas com baixo teor de colesterol; (2) econômica na ativação das plaquetas, verificou-se que o
prevenir a hipertensão, mantendo dieta saudável e sendo estresse psicológico induz à ativação plaquetária. Os
fisicamente ativa, ou efetivamente controlando a pressão autores sugeriram que pelo fato de as pessoas de classes
arterial com fármacos anti-hipertensivos caso a econômicas menos favorecidas enfrentarem diariamente
hipertensão se desenvolva; (3) controlar efetivamente a inúmeros fatores estressantes de grande magnitude
glicose sanguínea, com insulina ou outros fármacos na ligados às dificuldades financeiras e sociais, elas estariam
presença de diabetes; e (4) evitar fumar cigarros. sujeitas a um estresse mais intenso, que poderia, por sua
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) vez, induzir a uma ativação plaquetária que contribuiria
para um aumento do risco de doenças cardiovasculares.
Diferenças nos hábitos de vida entre populações (SANTOS, 2011)
diferentes e os impactos positivos na saúde
↠ Nas sociedades ocidentais, a aterosclerose é causa
↠ A doença cardiovascular aterosclerótica se inicia na primária de 50% de todas as mortes relacionadas com
infância precoce e é influenciada ao longo da vida por infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).
fatores genéticos e exposição ambiental a fatores de Contudo, países como a Groenlândia, Islândia e Japão têm
risco potencialmente modificáveis. (SANTOS, 2011) baixa prevalência de aterosclerose, principalmente entre
os esquimós, sugerindo uma forte relação com o estilo
↠ Estudos relatam que quando uma pessoa muda seus de vida, dieta e composição genética dos indivíduos.
hábitos de vida (abandona o sedentarismo, a alta ingestão (GOTTTLIEB,2005)
de gorduras, o tabagismo, por exemplo) as chances de
@jumorbeck
TSIMANES – EL PAIS idade. O pouco cálcio que acumulam é porque vão
envelhecendo.”
↠ O estudo, publicado na revista The Lancet,
comprovou que a quantidade de cálcio acumulada nas ↠ Existe a possibilidade de que os tsimanes tenham
artérias principais dos tsimanes com mais de 40 anos é alguma variante genética que os protegeria das doenças
até cinco vezes menor que a calcificação detectada em cardiovasculares, além do seu estilo de vida. No entanto,
pessoas ocidentais da mesma idade. os pesquisadores comprovaram que nos últimos anos os
níveis de colesterol estão subindo, com uma
↠ Além disso, a boa saúde se mantém à medida que concentração de colesterol LDL que passou de 1,84
envelhecem. Um total de 65% de anciãos tsimanes que milimol por litro na primeira década do século para 2,35
chegaram aos 75 anos ainda tinha um índice de mmol/L em 2015. Isso descartaria a possibilidade de origem
calcificação zero. Os pesquisadores compararam seus genética.
resultados com os de outras populações, como a de uma
ampla amostra dos EUA, outra de europeus e mais uma ↠ O aumento do colesterol coincidiu com uma
dezena de estudos sobre a incidência de aterosclerose intensificação da aculturação desse povo. Isto permitiu aos
em diferentes sociedades. O estado das artérias dos tsimanes um maior acesso aos produtos ricos em
velhos tsimanes é similar ao que podem ter ocidentais açúcares e gorduras. Ainda é cedo para detectar se as
com 28 anos menos e ainda melhor que o das mulheres mudanças na dieta provocarão um aumento da
adultas japonesas, as que até agora tinham melhor saúde calcificação arterial, mas os autores do estudo acreditam
arterial. que poderia estar em curso uma revolução nutricional
que acabará com a boa saúde.
↠ Embora o estudo não estabeleça uma relação causal,
para seus autores tudo indica que o estilo de vida dos Referências
tsimanes explicaria esses dados e outros que também
comprovaram em suas revisões médicas, como os baixos COSTA et. al. Estilo de vida como fator de prevenção da
níveis que mostraram no ritmo cardíaco, pressão aterosclerose. Revista Caderno de Medicina vol. 2, nº 2,
sanguínea, colesterol e glicose no sangue. Todos esses 2019
indicadores estão direta ou indiretamente relacionados SANTOS et al. Hábitos e perfil socioeconômico dos
com a aterosclerose. pacientes com doença aterosclerótica no Brasil, 2011.
↠ Os tsimanes podem ficar oito horas na caça de algo GOTTLIEB, M. G. V. BONARDI G. MORIGUCHI, E. H.
para comer. Os pesquisadores estimam que dedicam um Fisiopatologia e aspectos inflamatórios da aterosclerose,
mínimo de sete horas a atividades que requerem esforço 2005.
físico e que em apenas 10% do tempo que passam
despertos não fazem nada. Quanto à sua dieta, em sua TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível
maioria se trata de carboidratos (72%) não processados, em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.
ricos em fibra, como arroz, mandioca, milho e frutas. As
proteínas são obtidas da caça e da pesca, e somente GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed.
consomem cerca de 38 gramas de gordura por dia. Editora Elsevier Ltda., 2017
Embora alguns tenham declarado que fumam, um maço
MOORE. Anatomia Orientada para a Clínica, 7ª ed.
de cigarros lhes poderia durar um ano.
Guanabara Koogan, SP, 2017
↠ "Se não há tabaco, não há colesterol nem diabetes, e
JUNQUEIRA; CARNEIRO. Histologia Básica, 13ª ed.
têm uma dieta equilibrada e fazem exercícios físicos, não
Guanabara Koogan, SP, 2017.
há aterosclerose”, comenta o pesquisador do Centro
Nacional de Pesquisas Cardiovasculares Carlos I I (CNIC),
Antonio Fernández Ortiz.
↠ Esta pesquisa ajuda a demonstrar de forma definitiva
que os fatores de risco cardiovasculares são a causa da
doença aterosclerótica. Nessa população sem
aterosclerose o único fator de risco que eles têm é a
@jumorbeck
Anamnese Sinais (Libras), da palavra escrita ou mediante tradutor
(acompanhante e/ou cuidador que compreenda a
↠ Anamnese (do grego aná –trazer de novo + mnesis comunicação do paciente). (PORTO, 8ª ed.)
–memória) significa trazer de volta à mente todos os fatos
relacionados com a doença e o paciente. (PORTO, 8ª ed.) ↠ A anamnese necessita de entrevista organizada em
métodos que privilegiam a solução da complexa relação
↠ De início, deve-se ressaltar que a anamnese é a parte médico-paciente, com o intuito de alterar o
mais importante da medicina: primeiro, porque é o núcleo posicionamento do médico, deixando o lado entrevistador
em torno do qual se desenvolve a relação médico- e favorecendo o lado ouvinte, capaz de promover a
paciente, que, por sua vez, é o principal pilar do trabalho saúde e prevenindo as doenças que acometem os
do médico; segundo, porque é cada vez mais evidente pacientes (LIMA et al., 2021 apud SOARES et al, 2016).
que o progresso tecnológico somente é bem utilizado se
o lado humano da medicina é preservado. (PORTO, 8ª ed.) ↠ O diálogo entre o médico e o paciente tem objetivo
e finalidade preestabelecidos, ou seja, a reconstituição dos
↠ A anamnese, se bem feita, culmina em decisões fatos e dos acontecimentos direta ou indiretamente
diagnósticas e terapêuticas corretas; se mal feita, em relacionados com uma situação anormal da vida do
contrapartida, desencadeia uma série de consequências paciente. (PORTO, 8ª ed.)
negativas, as quais não podem ser compensadas com a
realização de exames complementares, por mais Maneiras de se fazer anamnese
sofisticados que sejam. (PORTO, 8ª ed.) A anamnese pode ser conduzida das seguintes maneiras:
↠ Como a anamnese é uma entrevista, são necessárias ➢ Deixar o paciente relatar, livre e
a ela a comunicação não verbal, a verbal e a escrita. Uma espontaneamente, suas queixas sem nenhuma
anamnese verdadeira sai da boca do paciente, mas o interferência, limitando-se a ouvi-lo. Essa técnica
médico deve ser cooperativo, atento, cuidadoso e é recomendada e seguida por muitos clínicos. O
direcionador. (SOARES et al., 2014) psicanalista apoia-se integralmente nela e chega
POSSIBILIDADES E OBJETIVOS DA ANAMNESE ao ponto de se colocar em uma posição na qual
não possa ser visto pelo paciente, para que sua
➢ Estabelecer condições para uma adequada relação presença não exerça influência inibidora ou
médico-paciente; coercitiva. (PORTO, 8ª ed.)
➢ Conhecer, por meio da identificação, os
➢ De outra maneira, denominada anamnese
determinantes epidemiológicos que influenciam o
processo saúde-doença de cada paciente;
dirigida, o médico, tendo em mente um
➢ Fazer a história clínica, registrando, detalhada e esquema básico, conduz a entrevista mais
cronologicamente, o(s) problema(s) de saúde do objetivamente. O uso dessa técnica exige rigor
paciente; técnico e cuidado na sua execução, de modo a
➢ Registrar e desenvolver práticas de promoção da não se deixar levar por ideias preconcebidas.
saúde; (PORTO, 8ª ed.)
➢ Avaliar o estado de saúde passado e presente do ➢ Outra maneira é o médico deixar, inicialmente, o
paciente, conhecendo os fatores pessoais, familiares paciente relatar de maneira espontânea suas
e ambientais que influenciam seu processo saúde- queixas, para depois conduzir a entrevista de
doença;
modo mais objetivo. (PORTO, 8ª ed.)
➢ Conhecer os hábitos de vida do paciente, bem como
suas condições socioeconômicas e culturais; Com a crescente capacidade de o paciente obter informações sobre
➢ Avaliar, de maneira clara, os sintomas de cada sistema sintomas, doenças, tratamentos, especialmente nos sites de busca da
corporal. internet, está surgindo um novo tipo de entrevista que pode ser
chamado de “anamnese dialogada”. Em vez do tradicional relato passa
↠ Em essência, a anamnese é uma entrevista, e o a haver um diálogo amparado nas informações obtidas pelo paciente
instrumento de que nos valemos é a palavra falada. e nos conhecimentos científicos do médico. (PORTO, 8ª ed.)
(PORTO, 8ª ed.) ↠ A história clínica, portanto, não é o simples registro de
↠ Em situações especiais (pacientes surdos ou pacientes uma conversa. É mais do que isso: é o resultado de uma
com dificuldades de sonorização), dados da anamnese entrevista com objetivo explícito, conduzida pelo
podem ser obtidos por meio da Linguagem Brasileira de
@jumorbeck
examinador e cujo conteúdo foi elaborado criticamente ↠ Sintomas bem investigados e mais bem
por ele. (PORTO, 8ª ed.) compreendidos abrem caminho para um exame físico
objetivo. Isso poderia ser anunciado de outra maneira: só
↠ Para fazer uma entrevista de boa qualidade, antes de
se acha o que se procura e só se procura o que se
tudo o médico deve estar interessado no que o paciente
conhece. (PORTO, 8ª ed.)
tem a dizer. Ao mesmo tempo, é necessário demonstrar
compreensão e desejo de ser útil àquela pessoa. (PORTO, ↠A causa mais frequente de erro diagnóstico é uma
8ª ed.) história clínica mal obtida. (PORTO, 8ª ed.)
↠ A pressa é o defeito de técnica mais grosseiro que se ↠ Somente a anamnese possibilita ao médico uma visão
pode cometer durante a obtenção da história. (PORTO, de conjunto do paciente, indispensável para a prática de
8ª ed.) uma medicina de excelência (PORTO, 8ª ed.)
↠ Há muitas doenças cujos diagnósticos são feitos quase Semiotécnica da anamnese
exclusivamente pela história, como, por exemplo,
epilepsia, enxaqueca e neuralgia do trigêmeo, isso sem se ↠ Não basta pedir ao paciente que relate sua história e
falar dos transtornos psiquiátricos, cujo diagnóstico apoia- anotá-la. Muitos pacientes têm dificuldade para falar e
se integralmente nos dados da anamnese. (PORTO, 8ª ed.) precisam de incentivo; outros – e isto é mais frequente
– têm mais interesse em narrar as circunstâncias e os
Recomendações práticas para se fazer uma boa acontecimentos paralelos do que relatar seus
anamnese padecimentos. (PORTO, 8ª ed.)
↠ É no primeiro contato que reside a melhor ↠ Aliás, o paciente não é obrigado a saber como deve
oportunidade para fundamentar uma boa relação entre o relatar suas queixas. O médico é que precisa saber como
médico e o paciente. Perdida essa oportunidade, sempre obtê-las. (PORTO, 8ª ed.)
existirá um hiato intransponível entre um e outro.
↠ O médico tem de estar imbuído da vontade de ajudar
(PORTO, 8ª ed.) o paciente a relatar seus padecimentos. Para conseguir tal
↠ Cumprimente o paciente, perguntando logo o nome intento, Bickley e Szilagyi (2010) sugerem que o
dele e dizendo-lhe o seu. Não use termos como “vovô”, examinador utilize uma ou mais das seguintes técnicas:
“vovó”, “vozinho”, “vozinha” para as pessoas idosas. apoio, facilitação, reflexão, esclarecimento, confrontação,
(PORTO, 8ª ed.) interpretação, respostas empáticas e silêncio. (PORTO, 8ª
ed.)
↠ Demonstre atenção ao que o paciente está falando e
procure identificar de pronto alguma condição especial – ➢ Afirmações de apoio despertam segurança no
dor, sonolência, ansiedade, hostilidade, tristeza, confusão paciente. Dizer, por exemplo, “Eu compreendo”
mental – para que você saiba a maneira de conduzir a em momento de dúvida pode encorajá-lo a
entrevista. (PORTO, 8ª ed.) prosseguir no relato de alguma situação difícil.
➢ O médico consegue facilitar o relato do paciente
↠ Conhecer e compreender as condições socioculturais por meio de sua postura, de ações ou palavras
do paciente representa uma ajuda inestimável para que o encorajem, mesmo sem especificar o
reconhecer a doença e entender o paciente. (PORTO, 8ª tópico ou o problema que o incomoda. O gesto
ed.) de balançar a cabeça levemente, por exemplo,
↠ Ter sempre o cuidado de não sugestionar o paciente pode significar para o paciente que ele está
com perguntas que surgem de ideias preconcebidas. sendo compreendido.
(PORTO, 8ª ed.) ➢ A reflexão é muito semelhante à facilitação e
consiste basicamente na repetição das palavras
↠ O tempo reservado à anamnese distingue o médico que o médico considerar as mais significativas
competente do incompetente, o qual tende a transferir durante o relato do paciente.
para as máquinas e o laboratório a responsabilidade do ➢ O esclarecimento é diferente da reflexão
diagnóstico. (PORTO, 8ª ed.) porque, nesse caso, o médico procura definir de
maneira mais clara o que o paciente está
relatando. Por exemplo, se o paciente se refere
@jumorbeck
à tontura, o médico, por saber que esse termo COMPONENTES DA ANAMNESE
tem vários significados, procura esclarecer a qual IDENTIFICAÇÃO Perfil sociodemográfico que
possibilita a interpretação dos
deles o paciente se refere (vertigem? Sensação dados individuais e coletivos do
desagradável na cabeça?). paciente.
➢ A confrontação consiste em mostrar ao QUEIXA PRINCIPAL É o motivo da consulta.
Sintomas ou problemas que
paciente algo acerca de suas próprias palavras motivaram o paciente a
ou comportamento. Por exemplo, o paciente procurar atendimento.
mostra-se tenso, ansioso e com medo, mas diz HISTÓRIA DA DOENÇA Registro cronológico e
ao médico que “está tudo bem”. Aí, o médico ATUAL detalhado do problema atual de
saúde do paciente.
pode confrontá-lo da seguinte maneira: “Você INTERROGATÓRIO Avaliação detalhada dos
diz que está tudo bem, mas por que está com SINTOMATOLÓGICO sintomas de cada sistema
lágrimas nos olhos?” Essa afirmativa pode corporal. Complementar a HDA
e avaliar.
modificar inteiramente o relato do paciente. ANTECEDENTES PESSOAIS E Avaliação do estado de saúde
➢ Na interpretação, o médico faz uma observação FAMILIARES passado e presente do
a partir do que vai notando no relato ou no paciente, conhecendo os
fatores pessoais.
comportamento do paciente. Por exemplo: HÁBITOS DE VIDA Documentar hábitos e estilo de
“Você parece preocupado com os laudos das vida do paciente, incluindo
radiografias que me trouxe.” ingesta alimentar diária e usual,
prática utilização de outras
➢ A resposta empática é a intervenção do médico
substâncias e drogas ilícitas.
mostrando “empatia”, ou seja, compreensão e CONDIÇÕES Avaliar as condições de
aceitação sobre algo relatado pelo paciente. A SOCIOECONÔMICAS habitação do paciente, além de
resposta empática pode ser por palavras, gestos vínculos afetivos familiares,
condições escolaridade.
ou atitudes: colocar a mão sobre o braço do
paciente, oferecer um lenço se ele estiver
chorando ou apenas dizer a ele que IDENTIFICAÇÃO
compreende seu sofrimento. No entanto, é
necessário cuidado com esse tipo de ↠ A identificação é o perfil sociodemográfico do paciente
procedimento. A palavra ou gesto do médico que permite a interpretação de dados individuais e
pode desencadear uma reação inesperada ou coletivos. Apresenta múltiplos interesses; o primeiro deles
até contrária por parte do paciente. é de iniciar o relacionamento com o paciente, saber o
➢ Há momentos na entrevista em que o nome de uma pessoa é indispensável para que se
examinador deve permanecer calado, mesmo comece um processo de comunicação em nível afetivo.
correndo o risco de parecer que perdeu o (PORTO, 8ª ed.)
controle da conversa. O silêncio pode ser o mais ↠ Além do interesse clínico, também dos pontos de vista
adequado quando o paciente se emociona ou pericial, sanitário e médico-trabalhista, esses dados são de
chora. Saber o tempo de duração do silêncio faz relevância para o médico. (PORTO, 8ª ed.)
parte da técnica e da arte de entrevistar.
↠ A data em que é feita a anamnese é sempre
Elementos componentes da anamnese importante e, quando as condições clínicas modificam-se
com rapidez, convém acrescentar a hora. (PORTO, 8ª ed.)
↠ A anamnese é classicamente desdobrada nas
seguintes partes: identificação, queixa principal, história de Os elementos descritos a seguir são obrigatórios:
doença atual (HDA), interrogatório sintomatológico (IS),
antecedentes pessoais e familiares, hábitos e estilo de ➢ Nome. Primeiro dado da identificação. Nunca é
vida, condições socioeconômicas e culturais. (PORTO, 8ª demais criticar o hábito de designar o paciente
ed.) pelo número do leito ou pelo diagnóstico.
“Paciente do leito 5” ou “aquele caso de cirrose
↠ Esta divisão visa contemplar o paciente como um todo hepática da Enfermaria 7” são expressões que
e promover sua saúde. (LIMA et al, 2021) jamais devem ser usadas para caracterizar uma
pessoa.
@jumorbeck
➢ Idade. Cada grupo etário tem sua própria possibilita o correto encaminhamento para
doença, e bastaria essa assertiva para tornar exames complementares, outros especialistas
clara a importância da idade. ou mesmo a hospitais, nos casos de internação.
➢ Sexo/gênero. Há enfermidades que só ocorrem O cuidado do médico em não onerar o paciente,
em determinado sexo. buscando alternativas dentro do seu plano de
➢ Cor/etnia. Embora não sejam coisas exatamente saúde, é fator de suma importância na adesão
iguais, na prática elas se confundem. Em nosso ao tratamento proposto.
país, onde existe uma intensa mistura de etnias,
é preferível o registro da cor da pele como faz QUEIXA PRINCIPAL OU MOTIVO DA CONSULTA
o IBGE usando-se a seguinte nomenclatura: cor ↠ Registra-se a queixa principal ou, mais adequadamente,
branca, cor parda, cor preta. o motivo que levou o paciente a procurar o médico,
➢ Estado civil. Não só os aspectos sociais repetindo, se possível, as expressões por ele utilizadas.
referentes ao estado civil podem ser úteis ao (PORTO, 8ª ed.)
examinador. Aspectos médico-trabalhistas e
periciais podem estar envolvidos, e o ↠ É uma afirmação breve e espontânea, geralmente um
conhecimento do estado civil passa a ser um sinal ou um sintoma, nas próprias palavras da pessoa que
dado valioso. expressa o motivo da consulta. Pode ser uma anotação
➢ Profissão. É um dado de crescente importância entre aspas para indicar que se trata das palavras exatas
na prática médica, e sobre ele teceremos do paciente. (PORTO, 8ª ed.)
algumas considerações em conjunto com o item ↠ Não aceitar, tanto quanto possível, “rótulos
que se segue. diagnósticos” referidos à guisa de queixa principal.
➢ Local de trabalho. Não basta registrar a (PORTO, 8ª ed.)
ocupação atual. Faz-se necessário indagar sobre
outras atividades já exercidas em épocas HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL
anteriores.
➢ Naturalidade. Local onde o paciente nasceu. ↠ A história da doença atual (HDA) é um registro
➢ Procedência. Este item geralmente refere-se à cronológico e detalhado do motivo que levou o paciente
residência anterior do paciente. a procurar assistência médica, desde o seu início até a
➢ Residência. Anota-se a residência atual. Nesse data atual. (PORTO, 8ª ed.)
local deve ser incluído o endereço do paciente. ↠ A HDA, abreviatura já consagrada no linguajar médico,
As doenças infecciosas e parasitárias se distribuem pelo mundo em é a parte principal da anamnese e costuma ser a chave
função de vários fatores, como climáticos, hidrográficos e de altitude. mestra para chegar ao diagnóstico. (PORTO, 8ª ed.)
Conhecer o local da residência é o primeiro passo nessa área.
↠ Histórias simples e curtas x Histórias longas e
➢ Nome da mãe. Anotar o nome da mãe do complexas. (PORTO, 8ª ed.)
paciente é uma regra comum nos serviços de
saúde no sentido de diferenciar os pacientes NORMAS PARA SE OBTER UMA BOA HDA
homônimos. ➢ Deixe que o paciente fale sobre sua doença.
➢ Nome do responsável, cuidador e/ou ➢ Identifique o sintoma-guia.
acompanhante. O registro do nome do ➢ Descreva o sintoma-guia com suas características e analise-
responsável, cuidador e/ou acompanhante de o minuciosamente.
➢ Use o sintoma-guia como fio condutor da história e
crianças, adolescentes, pessoas idosas, tutelados estabeleça as relações das outras queixas com ele em
ou incapazes (problemas de cognição, por ordem cronológica.
exemplo) faz-se necessário para que se firme a ➢ Verifique se a história obtida tem começo, meio e fim.
relação de corresponsabilidade ética no ➢ Não induza respostas.
➢ Apure evolução, exames e tratamentos realizados em
processo de tratamento do paciente.
relação à doença atual.
➢ Religião. A religião à qual o paciente se filia tem ➢ Resuma a história que obteve para o paciente, a fim de ele
relevância no processo saúde-doença. possa confirmar ou corrigir algum dado ou acrescentar
➢ Filiação a órgãos/instituições previdenciárias e alguma informação esquecida.
planos de saúde. Ter conhecimento desse fato
@jumorbeck
SINTOMAGUIA Embora o IS seja a parte mais longa da anamnese e
pareça ao estudante algo cansativo e muitas vezes inútil,
↠ Designa-se como sintoma-guia o sintoma ou sinal que convém ressaltar que: (PORTO, 8ª ed.)
permite recompor a história da doença atual com mais facilidade
e precisão. (PORTO, 8ª ed.) ➢ A proposta de atender ao paciente de maneira
↠ O passo seguinte é determinar a época em que teve início
global inclui o conhecimento de todos os
aquele sintoma. (PORTO, 8ª ed.) sistemas corporais em seus sintomas e na
dimensão da promoção da saúde.
↠ O terceiro passo consiste em investigar a maneira como ➢ Pensando no paciente como um ser mutável e
evoluiu o sintoma. (PORTO, 8ª ed.) em desenvolvimento, é necessário que se
↠ Concomitantemente com a análise da evolução do sintoma- registre o estado atual de todo o seu organismo,
guia, o examinador estabelece as correlações e as interrelações para se ter um parâmetro no caso de futuras
com outras queixas. (PORTO, 8ª ed.) queixas e adoecimento.
➢ Muitas vezes, o adoecimento de um sistema
ESQUEMA PARA ANÁLISE DE UM SINTOMA corporal tem correlação com outro sistema, e
➢ Início; há necessidade de tal conhecimento para
➢ Características do sintoma; adequar a proposta terapêutica.
➢ Fatores de melhora ou piora; ➢ Por fim, vale a pena incluir na fase de
➢ Relação com outras queixas; aprendizagem da anamnese o interrogatório
➢ Evolução; sintomatológico, porque adquire-se uma visão de
➢ Situação atual. conjunto dos sinais e sintomas, conhecimento
que será útil a todo médico.
@jumorbeck
preparado o paciente para a série de perguntas que compõe o IS. seja do seco masculino, indaga-se o número de
(PORTO, 8ª ed.) filhos.
↠ Inicie a avaliação de cada sistema corporal com essas perguntas ➢ Vacinas: anotar quais vacinas e a época de
gerais. Exemplos: “Como estão seus olhos e visão?”, “Como anda sua aplicação.
digestão?” ou “Seu intestino funciona regularmente?”. A resposta ➢ Medicamentos em uso: anotar nome, posologia,
permitirá que você, se necessário, passe para perguntas mais motivo, quem prescreveu.
específicas, e, assim, detalhe a queixa. (PORTO, 8ª ed.)
↠ Perguntas sobre a sexualidade devem ser feitas após já se ter
↠ Não induza respostas com perguntas que afirmem ou neguem o conversado algum tempo com o paciente; assim, ele fica mais
sintoma, como por exemplo: “O senhor está com falta de ar, não é?” descontraído e o estudante não se sente tão constrangido.
ou “O senhor não está com falta de ar, não é mesmo?” Nesse caso,
o correto é apenas questionar: “O senhor sente falta de ar?” ↠ Lembre-se sempre que o que é perguntado de maneira adequada,
(PORTO, 8ª ed.) sem demonstrar preconceito, é respondido também com tranquilidade.
ANTECEDENTES PESSOAIS ↠ Mostre-se sempre tranquilo, sem sinais de discriminação, seja qual
for a informação do paciente.
↠ Considera-se avaliação do estado de saúde passado e
presente do paciente, conhecendo fatores pessoais e ANTECEDENTES FAMILIARES
familiares que influenciam seu processo saúde-doença. ↠ Os antecedentes começam com a menção ao estado
(PORTO, 8ª ed.) de saúde (quando vivos) dos pais e irmãos do paciente.
↠ Os passos a serem seguidos abrangem os Se for casado, inclui-se o cônjuge e, se tiver filhos, estes
antecedentes fisiológicos e antecedentes patológicos. são referidos. Não se esquecer dos avós, tios e primos
(PORTO, 8ª ed.) paternos e maternos do paciente. Se tiver algum doente
na família, esclarecer a natureza da enfermidade. (PORTO,
Antecedentes pessoais fisiológicos 8ª ed.)
➢ Gestação e nascimento: como decorreu a ↠ Em caso de falecimento, indagar a causa do óbito e a
gravidez, condições de parto (normal, fórceps, idade em que ocorreu. (PORTO, 8ª ed.)
cesariana), ordem do nascimento (se é
primogênito, segundo filho etc.), número de ↠ Quando o paciente é portador de uma doença de
irmãos. caráter hereditário torna-se imprescindível um
➢ Desenvolvimento psicomotor e neural: dentição, levantamento genealógico mais rigoroso. (PORTO, 8ª ed.)
fala, controle dos esfíncteres.
HÁBITOS E ESTILO DE VIDA
➢ Desenvolvimento sexual: início da puberdade,
menarca, sexarca, menopausa, orientação ↠ Item, muito amplo e heterogêneo, documenta hábitos
sexual. e estilo de vida do paciente e está desdobrado nos
seguintes tópicos: alimentação; ocupação atual e
Antecedentes pessoais patológicos
ocupações anteriores; atividades físicas; hábitos. (PORTO,
➢ Doenças sofridas pelo paciente: mais comuns na 8ª ed.)
infância (sarampo, varicela, amigdalites) e
ALIMENTAÇÃO
passando às da vida adulta (pneumonia, hepatite,
hipertensão arterial, diabetes) ↠ Toma-se como referência o que seria a alimentação
➢ Alergia: existência de alergia a alimentos, adequada para aquela pessoa em função da idade, do
medicamentos ou outras substâncias. sexo e do trabalho desempenhado. (PORTO, 8ª ed.)
➢ Cirurgias: os motivos que determinaram.
➢ Traumatismo: indagar sobre o acidente em si e ↠ Induz-se o paciente a discriminar sua alimentação
sobre as consequências deste. habitual, especificando, tanto quanto possível, o tipo e a
➢ Transfusões sanguíneas: número de quantidade dos alimentos ingeridos – é o que se chama
transfusões, quando ocorreu e por quê. anamnese alimentar. (PORTO, 8ª ed.)
➢ História obstétrica: número de gestações (G), de ↠ Devemos questionar principalmente sobre o consumo
partos (P), de abortos (A), de prematuros e de de alimentos à base de carboidratos, proteínas, gorduras,
cesarianas (C) (G_P_A_C_). Caso o paciente
@jumorbeck
fibras, bem como de água e outros líquidos. (PORTO, 8ª explicações por parte do paciente não significa
ed.) necessariamente a verdade! (PORTO, 8ª ed.)
↠ Assim procedendo, o examinador poderá fazer uma ↠ Deve-se investigar sistematicamente o uso de tabaco,
avaliação quantitativa e qualitativa, ambas com interesse bebidas alcoólicas, anabolizantes, anfetaminas e drogas
médico. (PORTO, 8ª ed.) ilícitas. (PORTO, 8ª ed.)
Sintetizadas as conclusões mais frequentes: Uso de tabaco:
➢ Alimentação quantitativa e qualitativamente adequada
↠ O consumo de tabaco, droga socialmente aceita, não
➢ Reduzida ingesta de fibras
➢ Insuficiente consumo de proteínas, com alimentação à base costuma ser negado pelos pacientes, exceto quando
de carboidratos tenha sido proibido de fumar. (PORTO, 8ª ed.)
➢ Consumo de calorias acima das necessidades
➢ Alimentação com alto teor de gorduras ↠ Diante disso, nenhuma anamnese está completa se
➢ Reduzida ingesta de verduras e frutas não se investigar esse hábito, registrando-se tipo,
quantidade, frequência, duração do vício e abstinência.
(PORTO, 8ª ed.)
OCUPAÇÃO ATUAL E OCUPAÇÕES ANTERIORES Bebidas Alcoólicas:
↠ Obter informações sobre a natureza do trabalho ↠ A ingestão de bebidas alcoólicas também é
desempenhado, com que substâncias entra em contato, socialmente aceita, mas muitas vezes é omitida ou
quais as características do meio ambiente e qual o grau minimizada por parte dos pacientes. (PORTO, 8ª ed.)
de ajustamento ao trabalho. (PORTO, 8ª ed.)
↠ O próprio etilismo, em si, uma doença de fundo
↠ Devemos questionar e obter informações tanto da psicossocial, deve ser colocado entre as enfermidades
ocupação atual quanto das ocupações anteriores importantes e mais difundidas atualmente. (PORTO, 8ª ed.)
exercidas pelo paciente. (PORTO, 8ª ed.)
↠ Não se deve deixar de perguntar sobre o tipo de
↠ Os dados relacionados com este item são chamados bebida e a quantidade habitualmente ingerida, bem como
história ocupacional. Voltamos a chamar a atenção para a frequência, duração do vício e abstinência. (PORTO, 8ª
crescente importância médica e social da medicina do ed.)
trabalho. (PORTO, 8ª ed.)
Uso de anabolizantes e anfetaminas:
ATIVIDADES FÍSICAS
↠ O uso de anabolizantes por jovens frequentadores de
↠ Torna-se cada dia mais clara a relação entre muitas academias de ginástica tornou-se uma preocupação, pois
enfermidades e o tipo de vida levado pela pessoa no que tais substâncias levam à dependência e estão
concerne à prática de exercícios físicos. (PORTO, 8ª ed.) correlacionadas com doenças cardíacas, renais, hepáticas,
↠ Devemos questionar qual tipo de exercício físico endócrinas e neurológicas. (PORTO, 8ª ed.)
realiza, frequência.); duração e tempo que pratica. ↠ A utilização de anfetaminas, de maneira indiscriminada,
(PORTO, 8ª ed.) leva à dependência química e, comprovadamente, causa
Uma classificação prática é a que se segue: prejuízos à saúde. (PORTO, 8ª ed.)
@jumorbeck
CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E CULTURAIS ↠ Todo médico precisa conhecer as possibilidades
econômicas de seu paciente, principalmente sua
↠ As condições socioeconômicas e culturais avaliam a capacidade financeira para comprar medicamentos e
situação financeira, vínculos afetivos familiares, filiação realizar exames complementares.. (PORTO, 8ª ed.)
religiosa e crenças espirituais do paciente, bem como
condições de moradia e grau de escolaridade. (PORTO, 8ª ↠ Quanto à escolaridade, é importante saber se o
ed.) paciente é analfabeto ou alfabetizado. Vale ressaltar se o
paciente completou o ensino fundamental, o ensino
↠ Este item está desdobrado em: habitação, condições médio ou se tem nível superior. Tais informações são
socioeconômicas, condições culturais, vida conjugal e fundamentais na compreensão do processo saúde-
relacionamento familiar. (PORTO, 8ª ed.) doença. (PORTO, 8ª ed.)
HABITAÇÃO VIDA CONJUGAL E RELACIONAMENTO FAMILIAR
↠ Importância considerável tem a habitação. (PORTO, ↠ Investiga-se o relacionamento entre pais e filhos, entre
8ª ed.) irmãos e entre cônjuges. (PORTO, 8ª ed.)
↠ Na zona rural, pela sua precariedade, as casas ↠ Em várias ocasiões temos salientado as dificuldades da
comportam-se como abrigos ideais para numerosos anamnese. Chegamos ao tópico em que essa dificuldade
reservatórios e transmissores de doenças infecciosas e atinge seu máximo. (PORTO, 8ª ed.)
parasitárias. (PORTO, 8ª ed.)
↠ O estudante encontrará dificuldade para andar nesse
↠ Na zona urbana, a diversidade de habitação é um fator terreno, pois os pacientes veem nele um “aprendiz”,
importante. (PORTO, 8ª ed.) adotando, em consequência, maior reserva a respeito de
↠ A habitação não pode ser vista como fato isolado, sua vida íntima e de suas relações familiares. (PORTO, 8ª
porquanto ela está inserida em um meio ecológico do ed.)
qual faz parte. (PORTO, 8ª ed.) Anamnese abrangente x Anamnese focalizada
↠ É importante questionar sobre as condições de ↠ No caso de pacientes vistos pela primeira vez no
moradia: se mora em casa ou apartamento; se a casa é consultório ou hospital, geralmente a opção adotada é
feita de alvenaria ou não; qual a quantidade de cômodos; conduzir uma avaliação abrangente, que inclui todos os
se conta com saneamento básico (água tratada e rede componentes da anamnese e um completo exame físico.
de esgoto), com coleta regular de lixo; se abriga animais (BATES, 12ª ed.)
domésticos, entre outros. Indaga-se também sobre o
contato com pessoas ou animais doentes. Se afirmativo, ↠ No entanto, em muitas situações, é indicada uma
questiona-se sobre onde e quando ocorreu e sobre a avaliação orientada para problemas ou focalizada mais
duração do contato. (PORTO, 8ª ed.) flexível, principalmente no caso de pacientes que você
conheça bem e estejam retornando para uma consulta
↠ A poluição do ar, a poluição sonora e visual, os de rotina ou de pacientes com preocupações específicas
desmatamentos e as queimadas, todos são fatores e “mais prementes”, como dor de garganta ou dor no
relevantes na análise do item habitação, podendo joelho. (BATES, 12ª ed.)
propiciar o surgimento de várias doenças. (PORTO, 8ª ed.)
↠ A escolha do tipo de anamnese vai depender de
CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS diversos fatores: (BATES, 12ª ed.)
↠ Os primeiros elementos estão contidos na própria ➢ Magnitude e a gravidade dos problemas do
identificação do paciente; outros são coletados no paciente;
decorrer da anamnese. (PORTO, 8ª ed.) ➢ A necessidade de ser minucioso;
↠ Se houver necessidade de mais informações, indagar- ➢ O ambiente clínico – hospital ou ambulatório;
se-á sobre renda mensal, situação profissional, ➢ Atendimento primário ou especializado;
dependência econômica de parentes ou instituição. ➢ Tempo disponível.
(PORTO, 8ª ed.)
@jumorbeck
ANAMNESE ABRANGENTE ANAMNESE FOCALIZADA ↠ Não é uma relação interpessoal como outra qualquer,
É adequada para pacientes É adequada para pacientes pois está inserida nela uma grande carga de angústia,
novos no consultório ou já conhecidos, medo,
hospital. principalmente durante incerteza, amor, ódio, insegurança, confiança, que
consultas de rotina ou determina uma relação dialética entre o ser doente e
urgência. aquele que lhe oferece ajuda. (PORTO, 8ª ed.)
Fornece dados Aborda queixas ou sintomas
fundamentais e localizados.
personalizados sobre Relação Médico-Paciente e Princípios Bioéticos
o paciente
Fortalece a relação entre o Aplica métodos de exames ↠ É importante compreender que princípios bioéticos e
paciente e o profissional relevantes à avaliação das virtudes morais são partes indissociáveis do exame clínico
de saúde queixas ou problemas da e estão no núcleo da relação médico-paciente. (PORTO,
maneira mais detalhada 8ª ed.)
e cuidadosa possível
Constitui uma linha de base Avalia sintomas restritos a Princípios bioÉticos segundo Beauchamp e Chidress
para avaliações futuras um sistema corporal Beneficência: buscar fazer sempre o bem para o paciente.
específico Não maleficência: não fazer nada de mal ao paciente.
@jumorbeck
paciente compreende e aceita tal atitude, procurando Médico sem vocação Desenvolve mecanismos –
colaborar. inconscientes ou claramente
propositais – que inibem o
Médico age/paciente participa ativamente: o profissional paciente.
define os caminhos e os procedimentos, e o paciente Padrão otimista Não vê gravidade em nada, tudo
lhe parece simples e sem
compreende e atua conjuntamente.
gravidade.
Transferência, contratransferência e resistência Padrão “rotulador” Tem sempre pronto um
diagnóstico rotulado que agrada o
↠ Os principais fenômenos psicodinâmicos da relação paciente.
Padrão “especialista” Não consegue ver o paciente
médico-paciente são os mecanismos de transferência e
como um todo.
contratransferência. Tais conceitos provêm da psicanálise Padrão pessimista Vê maior gravidade nas doenças
e, na prática médica, constituem um arsenal terapêutico que a real.
que independe de técnicas psicoterápicas especiais e que Padrão “frustrado” Quase sempre pessimista, pode
é indissociável do trabalho de qualquer médico. (PORTO, tornar-se agressivo com os
8ª ed.) pacientes.
Padrão agressivo A hostilidade pode se revelar em
Transferência Transferência diz respeito aos palavras ofensivas, porém é mais
fenômenos afetivos que o paciente comum disfarçar-se como mau
passa (transfere) para a relação que atendimento.
estabelece com o médico ou o Padrão paternalista Adota atitudes protetoras.
estudante. São sentimentos
inconscientes vividos no âmbito de
seus relacionamentos primários com O paciente
os pais, irmãos e outros membros da
família. ↠ O ser humano é uma unidade biopsicossocial e
Resistência Chama-se resistência qualquer fator espiritual, e seus aspectos afetivos são o que mais o
ou mecanismo psicológico diferenciam dos outros animais. O paciente é um ser
inconsciente que comprometa ou
humano, com uma identidade de gênero e uma
atrapalhe a relação médico-paciente
Contratransferência Os fenômenos relatados também determinada orientação sexual, de certa idade, com uma
ocorrem em sentido contrário, ou história individual e uma personalidade exclusiva. Para
seja, do médico (ou do estudante), avaliá-lo, o médico se vale de sua capacidade de sentir e
para o paciente, sendo denominados de estabelecer um relacionamento positivo ou favorável,
contratransferência, ou seja, é a ou seja, é preciso que tenha empatia e compaixão.
passagem de aspectos afetivos do
médico ou do estudante para o (PORTO, 8ª ed.)
paciente.
Padrões de comportamento dos pacientes
↠As pessoas se comportam de maneiras diversas, em
O médico
função de seu temperamento, suas condições culturais,
↠ Na primeira consulta, uma palavra ou um gesto modo de viver e circunstâncias do momento. (PORTO, 8ª
inadequado pode deteriorar a relação entre médico e ed.)
paciente e aumentar os padecimentos deste último. Isso ↠ Todas as enfermidades têm um componente afetivo,
acontece frequentemente quando os aspectos e, ao adoecer, o indivíduo acentua os traços de sua
psicológicos não são valorizados. Compete ao profissional personalidade e expressa no bojo de seu quadro clínico
direcionar este encontro a fim de torná-lo o menos seus distúrbios emocionais. (PORTO, 8ª ed.)
angustiante possível (PORTO, 8ª ed.)
Comunicação entre profissionais de saúde e pacientes ou
PadrÕes de comportamento e caracterÍsticas da
familiares
relaÇÃo mÉdico-paciente
Padrão inseguro A insegurança, na maioria das ↠ As más notícias são definidas como aquelas que
vezes, é um traço de
personalidade. alteram de forma drástica e negativa a visão do paciente
Padrão autoritário Sempre impõe suas decisões. sobre seu futuro. (NETO et al., 2013)
@jumorbeck
↠ O processo de comunicação pode gerar sérios
impactos psicológicos, de forma que quem recebe uma VISÃO DO PACIENTE E FAMILIAR
má notícia geralmente não esquece o local, a data e a
forma como esta foi transmitida. (NETO et al., 2013) A amostra foi constituída de 501 participantes, que responderam um
questionário objetivo. Segundo 70,82% (n=347) dos entrevistados, o
↠ Robert Buckman, em 1992, criou o Protocolo SPIKES profissional estava preparado para informar a má notícia, enquanto
29,18% (n=143) o consideraram despreparado. Entre os participantes,
para orientar os profissionais de saúde a comunicarem
59,27% (n=294) não se consideravam aptos a receber a má notícia,
más notícias, abordando diretrizes básicas, como: postura enquanto 40,73% (n=202) se consideravam preparados. Os principais
do profissional, percepção do paciente, troca de sentimentos citados após o recebimento da má notícia foram: tristeza
informação, conhecimento, explorar e enfatizar as 35,72% (n=210), indiferença 15,48% (n=91), angústia 12,24% (n=72),
emoções, estratégias e síntese. (NETO et al., 2013) desespero 9,35% (n=55) e outros 15,48% (n=91). (NETO et al., 2013)
@jumorbeck
do atendimento de seus pacientes internados ou em IX - O estudante guardará sigilo a respeito das
estado grave. informações obtidas a partir da relação com os pacientes
e com os serviços de saúde.
CAPÍTULO IV – DIREITOS HUMANOS
EIXO 3 – RELAÇÕES INTERPESSOAIS DO ESTUDANTE
É vedado ao médico:
Art. 24: É vedado ao acadêmico de medicina identificar-
Art. 23. Tratar o ser humano sem civilidade ou
se como médico, podendo qualquer ato por ele praticado
consideração, desrespeitar sua dignidade ou discriminá-lo
nessa situação ser caracterizado como exercício ilegal da
de qualquer forma ou sob qualquer pretexto.
medicina.
CAPÍTULO V – RELAÇÃO COM PACIENTES E FAMILIARES Art. 26: A realização de atendimento por acadêmico
É vedado ao médico: deverá obrigatoriamente ter supervisão médica.
Art. 33. Deixar de atender paciente que procure seus Art. 29: A quebra de sigilo médico é de responsabilidade
cuidados profissionais em casos de urgência ou do médico assistente, sendo esse ato vedado ao
emergência quando não houver outro médico ou serviço acadêmico de medicina.
médico em condições de fazê-lo. Art. 32: O estudante de medicina deve manusear e
Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o manter sigilo sobre informações contidas em prontuários,
prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo papeletas, exames e demais folhas de observações
quando a comunicação direta possa lhe provocar dano, médicas, assim como limitar o manuseio e o
devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas
representante legal. a sigilo profissional.
@jumorbeck
CARACTERÍSTICAS DO MÚSCULO CARDÍACO: ↠ Considera-se que a disposição das células musculares cardíacas
forma um sincício mecânico e elétrico, fazendo com que um único
➢ Em geral, possui um núcleo por fibra; potencial de ação (gerado no interior do nó sinoatrial) curse por todo
➢ As células musculares cardíacas individuais ramificam-se e o coração, de maneira que este se contraia de modo sincrônico,
juntam-se com as células vizinhas, criando uma rede semelhante a ondas. (BERNE E LEVY)
complexa. As junções celulares, conhecidas como discos
intercalares, consistem em membranas interligadas. Os
discos intercalares têm dois componentes: os
desmossomos e as junções comunicantes. Os Sistema de condução
desmossomos são conexões fortes que mantêm as células
vizinhas unidas, permitindo que a força criada em uma célula
seja transferida para a célula vizinha.
NÓ
➢ As junções comunicantes nos discos intercalares conectam NÓ
ATRIOVENTRIC FEIXE DE HIS
eletricamente as células musculares cardíacas umas às SINOATRIAL
ULAR
outras. Elas permitem que as ondas de despolarização se
espalhem rapidamente de célula a célula, de modo que
todas as células do músculo cardíaco se contraem quase
simultaneamente. RAMOS
FIBRAS DE
➢ O retículo sarcoplasmático miocárdico é menor que o do DIREITO E
PURKINJE
ESQUERDO
músculo esquelético; por isso, o músculo cardíaco depende,
em parte, do Ca extracelular para iniciar a contração.
➢ As mitocôndrias ocupam cerca de um terço do volume
celular de uma fibra contrátil cardíaca, devido à grande CÉLULAS MUSCULARES CARDÍACAS CONTRAEM-SE SEM INERVAÇÃO
demanda energética dessas células.
↠ A maior parte do coração é composta por células
SINCRONIA DAS CÉLULAS DO TECIDO MUSCULAR CARDÍACO
musculares cardíacas, ou miocárdio. A maioria das células
↠ O coração é composto por três tipos principais de músculo: o musculares cardíacas é contrátil, mas cerca de 1% delas
músculo atrial, o músculo ventricular e as fibras especializadas são especializadas em gerar potenciais de ação
excitatórias e condutoras. (GUYTON, 13ª ed.)
espontaneamente. Essas células são responsáveis por
↠ Os tipos atrial e ventricular de músculo contraem-se quase como uma propriedade única do coração: sua capacidade de se
os músculos esqueléticos, mas com duração muito maior da contração. contrair sem qualquer sinal externo. (SILVERTHON, 7ª ed.)
(GUYTON, 13ª ed.)
↠ O sinal para a contração é miogênico, ou seja, é
↠ As fibras excitatórias e de condução do coração, no entanto, só se
contraem fracamente por conterem poucas fibras contráteis, mas originado dentro do próprio músculo cardíaco.
apresentam descargas elétricas rítmicas automáticas, na forma de (SILVERTHON, 7ª ed.)
potenciais de ação, ou fazem a condução desses potenciais de ação
pelo coração, representando sistema excitatório que controla os ↠ O sinal para a contração miocárdica não é proveniente
batimentos rítmicos. (GUYTON, 13ª ed.) do sistema nervoso central, mas de células miocárdicas
↠ As células cardíacas conectam-se umas às outras por discos
especializadas, denominadas células autoexcitáveis. As
intercalares, que incluem a combinação de junções mecânicas e células autoexcitáveis são também denominadas células
conexões elétricas. As conexões mecânicas, que evitam que as células marca-passo, uma vez que elas determinam a frequência
se soltem quando se contraem, abrangem as junções de aderência e dos batimentos cardíacos. (SILVERTHON, 7ª ed.)
os desmossomos. Por outro lado, as junções comunicantes (gap) entre
as células musculares cardíacas formam conexões elétricas, permitindo As células autoexcitáveis miocárdicas são anatomicamente distintas das
a propagação do potencial de ação por todo o coração. células contráteis: elas são menores e contêm poucas fibras contráteis.
(SILVERTHON, 7ª ed.) Como elas não têm sarcômeros organizados, as células autoexcitáveis
não contribuem para a força contrátil do coração. (SILVERTHON, 7ª
ed.)
@jumorbeck
SINAIS ELÉTRICOS COORDENAM A CONTRAÇÃO ↠ As células do nó SA não têm potencial de repouso
estável. Em vez disso, elas se despolarizam repetida e
espontaneamente até um limiar. Quando o potencial
marcapasso alcança o limiar, ele dispara um potencial de
ação. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Uma via internodal ramificada conecta o nó SA com o
nó atrioventricular (nó AV), um grupo de células
autoexcitáveis perto do assoalho do átrio direito.
(SILVERTHON, 7ª ed.)
↠ No nó AV, o potencial de ação se desacelera
consideravelmente, como resultado de várias diferenças
na estrutura celular do nó AV. Este atraso fornece tempo
para os átrios drenarem seu sangue para os ventrículos.
(TORTORA, 14ª ed.)
↠ Do nó AV, a despolarização move-se para os
ventrículos. através do feixe AV (fascículo atrioventricular)
↠ As células miocárdicas individuais devem despolarizar
também chamado de feixe de His (“hiss”), no septo
e contrair de modo coordenado para o coração gerar
ventricular. (SILVERTHON, 7ª ed.)
força suficiente para o sangue circular. (SILVERTHON, 7ª
ed.) ↠ Percorrido um curto caminho no septo, o feixe se
divide em ramos esquerdo e direito. Esses ramos
↠ A comunicação elétrica no coração começa com um
continuam se deslocando para o ápice do coração, onde
potencial de ação em uma célula autoexcitável. A
se dividem em pequenas fibras de Purkinje, que se
despolarização se propaga rapidamente para as células
espalham lateralmente entre as células contráteis.
vizinhas através das junções comunicantes nos discos
(SILVERTHON, 7ª ed.)
intercalares. (SILVERTHON, 7ª ed.)
↠ As fibras do nodo sinusal se conectam diretamente às
fibras musculares atriais, de modo que qualquer potencial
de ação que se inicie no nodo sinusal se difunde de
imediato para a parede do músculo atrial. (GUYTON, 13ª
ed.)
@jumorbeck
2- A condução elétrica é rápida através das vias de condução entre a força e o volume ventricular é uma propriedade
intermodais; importante da função cardíaca. (SILVERTHON, 7ª ed.)
3- Porém mais lenta através das células contráteis do átrio;
Quando os potenciais de ação se espalham pelos átrios, eles ↠ A atividade elétrica (potencial de ação) leva a uma
encontram o esqueleto fibroso do coração na junção entre os átrios resposta mecânica (contração) depois de um pequeno
e os ventrículos. Esta barreira impede que os sinais elétricos sejam atraso. (TORTORA, 14ª ed.)
transferidos dos átrios para os ventrículos. Consequentemente, o nó
AV é o único caminho através do qual os potenciais de ação podem OS POTENCIAIS DE AÇÃO NO MIOCÁRDIO VARIAM
alcançar as fibras contráteis dos ventrículos. (SILVERTHON, 7ª ed.)
↠ O músculo cardíaco é um tecido excitável com a
4- O sinal elétrico passa do nó AV para o fascículo AV e seus
ramos até o ápice do coração; capacidade de gerar potenciais de ação. (SILVERTHON,
5- Os ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje) transmitem 7ª ed.)
os impulsos muito rapidamente, com velocidades de até
4ms, de modo que todas as células contráteis do ápice se ↠ Cada um dos dois tipos de células musculares cardíacas
contraem quase ao mesmo tempo; tem um potencial de ação distinto, que varia um pouco
No coração, o nó SA é o marca-passo mais rápido e normalmente
no formato, dependendo do local do coração onde ele é
determina a frequência cardíaca. Contudo, se ele estiver danificado e medido. (SILVERTHON, 7ª ed.)
não funcionar, um dos marca-passos mais lentos do coração deverá
assumir o ritmo. A frequência cardíaca então se ajustará ao ritmo do ↠ Tanto no miocárdio autoexcitável quanto no contrátil,
novo marca-passo. Ainda existe a possibilidade de que diferentes o Ca+2 desempenha um papel importante no potencial de
partes do coração sigam marca-passos diferentes. (SILVERTHON, 7ª ação. (SILVERTHON, 7ª ed.)
ed.)
POTENCIAIS DE AÇÃO CARDÍACOS
Potencial de ação e contração das células miocárdicas
➢ O potencial de repouso da membrana é determinado pela
contráteis condutância do K+ e aproxima-se do potencial de equilíbrio
do K+.
↠ O potencial de ação iniciado pelo nó SA propaga-se ➢ A corrente de influxo traz cargas elétricas positivas para o
pelo sistema de condução e se espalha para excitar as interior da célula e despolariza o potencial de membrana.
fibras musculares atriais e ventriculares “atuantes”, ➢ A corrente de efluxo leva cargas elétricas positivas para
fora da célula e hiperpolariza o potencial de membrana.
chamadas de fibras contráteis. (TORTORA, 14ª ed.)
➢ O papel da Na+/K+ - adenosina trifosfatase(ATPase) é
manter gradientes iônicos através das membranas celulares.
A CONTRAÇÃO DO MÚSCULO CARDÍACO PODE SER GRADUADA (CONSTANZO, 6ª ed.)
↠ Uma propriedade-chave das células musculares
CÉLULAS MIOCÁRDICAS AUTOEXCITÁVEIS
cardíacas é a habilidade de uma única fibra muscular
executar contrações graduadas nas quais a fibra varia a ↠ Potencial de membrana instável, o qual inicia em - 60
quantidade de força que gera. (SILVERTHON, 7ª ed.) mV e lentamente ascende em direção ao limiar.
(SILVERTHON, 7ª ed.)
↠ A força gerada pelo músculo cardíaco é proporcional
ao número de ligações cruzadas que estão ativas. O ↠ Este potencial de membrana instável é chamado de
número de ligações cruzadas é determinado pela potencial marca-passo, em vez de potencial de
quantidade de Ca+2 ligado à troponina. (SILVERTHON, 7ª membrana em repouso, uma vez que ele nunca
ed.) permanece em um valor constante. Sempre que o
potencial marca--passo depolariza até o limiar, as células
↠ Se a concentração citosólica de Ca+2 está baixa,
autoexcitáveis disparam um potencial de ação.
algumas ligações cruzadas não são ativadas e a força de
(SILVERTHON, 7ª ed.)
contração é menor. Se Ca+2 extracelular for adicionado à
célula, mais Ca+2 será liberado do retículo sarcoplasmático. ↠ As células autoexcitáveis contêm canais que são
Esse Ca+2 adicional gera mais força. (SILVERTHON, 7ª ed.) diferentes dos canais de outros tecidos excitáveis. Quando
o potencial de membrana da célula é -60 mV, os canais
↠ Outro fator que afeta a força de contração no
If, que são permeáveis tanto ao K+ quanto ao Na+2, estão
músculo cardíaco é o comprimento do sarcômero no
abertos. (SILVERTHON, 7ª ed.)
início da contração. Em um coração sadio, o estiramento
de fibras individuais depende da quantidade de sangue
existente no interior das câmaras cardíacas. A relação
@jumorbeck
↠ Os canais If são assim denominados porque eles
permitem o fluxo da corrente (I) e devido às suas
propriedades não usuais. (SILVERTHON, 7ª ed.)
↠ Os pesquisadores que primeiro descreveram a
corrente iônica através desses canais não entenderam,
naquele momento, o seu comportamento e a
denominaram corrente funny (engraçada), e, portanto,
utilizaram o subscrito f. Os canais If pertencem à família
RESUMO
dos canais HCN, ou canais dependentes de nucleotídeos
cíclicos ativados por hiperpolarização. (SILVERTHON, 7ª NÓ SINOATRIAL (SA)
ed.) ➢ É normalmente o marca-passo do coração;
➢ Apresenta potencial de repouso instável;
↠ Quando os canais If se abrem em potenciais de ➢ Exibe despolarização na fase 4, ou automatismo;
membrana negativos, o influxo de Na+ excede o efluxo ➢ O nó AV e o sistema His-Purkinje são marca-passos
de K+. O influxo resultante de carga positiva despolariza latentes, que podem exibir automatismo e sobrepujar o nó
lentamente a célula autoexcitável. À medida que o AS, se este for suprimido;
➢ A frequência intrínseca de despolarização da fase 4 é
potencial de membrana se torna mais positivo, os canais
maior no nó AS e menor no sistema His-Purkinje: Nó SA>
de If fecham-se gradualmente, e alguns canais de Ca+2 se nó AV > His-Purkinje;
abrem. O resultante influxo de Ca+2 continua a
despolarização, e o potencial de membrana move-se FASE 0: é a fase ascendente do potencial de ação.
Observe que esse processo é diferente daqueles em outras células ➢ É causada por um aumento de condutância do K+. Esse
excitáveis, no qual a fase de despolarização é devida à abertura de aumento resulta em uma corrente de efluxo de K+ que
canais de Na+ dependentes de voltagem. (SILVERTHON, 7ª ed.) causa repolarização do potencial de membrana
↠ A velocidade na qual as células marca-passo FASES 1 e 0: não estão presentes no potencial de ação do nó SA.
despolarizam determina a frequência com que o coração
contrai (a frequência cardíaca). O intervalo entre os
potenciais de ação pode ser modificado pela alteração da
permeabilidade das células autoexcitáveis para diferentes
íons, o que, por sua vez, modifica a duração do potencial
marca-passo. (SILVERTHON, 7ª ed.)
@jumorbeck
CÉLULAS MIOCÁRDICAS CONTRÁTEIS A entrada do cálcio é uma característica do acoplamento excitação-
contração cardíaco
↠ Os potenciais de ação das células cardíacas contráteis No músculo cardíaco, um potencial de ação inicia o acoplamento EC,
são similares, de diversas maneiras, aos dos neurônios e contudo, o potencial de ação origina-se espontaneamente nas células
dos músculos esqueléticos. A fase de despolarização marca-passo do coração e se propaga para as células contráteis
rápida do potencial de ação é resultado da entrada de através das junções comunicantes. (SILVERTHON, 7ª ed.)
Na+, e a fase de repolarização rápida é devida à saída de
K+ da célula. (SILVERTHON, 7ª ed.)
@jumorbeck
Fase 3: repolarização rápida. O platô termina quando os RESUMO
canais de Ca+2 se fecham e a permeabilidade ao K+ VENTRÍCULOS, ÁTRIOS E O SISTEMA DE PURKINJE
aumenta mais uma vez. Os canais lentos de K+,
responsáveis por essa fase são ativados pela ➢ Apresentam potenciais de repouso da membrana estáveis,
de cerca de -90mV. Esse valor se aproxima do potencial
despolarização, mas são abertos lentamente. Quando os de equilíbrio do K+;
canais lentos de K+ se abrem, o K+ sai rapidamente e a ➢ Os potenciais de ação são de longa duração,
célula retorna para seu potencial de repouso (fase 4). particularmente nas fibras de Purkinje, onde duram 300 ms.
Fase 4: potencial de membrana em repouso. As células FASE 0: é a fase ascendente do potencial de ação.
miocárdicas contráteis têm um potencial de repouso ➢ É causada por um aumento transitório da condutância do
estável de aproximadamente -90 mV. Na+. Esse aumento resulta em uma corrente de influxo de
Na+ que despolariza a membrana.
O influxo de Ca+2 durante a fase 2 prolonga a duração total do ➢ No pico do potencial de ação, o potencial de membrana
potencial de ação do miocárdio. Em uma célula miocárdica contrátil, o aproxima-se do potencial de equilíbrio do Na+.
potencial de ação dura geralmente 200 ms ou mais. (SILVERTHON, 7ª
ed.) FASE 1: breve período de repolarização inicial.
O potencial de ação miocárdico mais longo ajuda a impedir a contração ➢ A repolarização inicial é causada por uma corrente de
sustentada, chamada de tetania. A prevenção do tétano no coração é efluxo, em parte pelo movimento dos íons K+ para fora da
importante porque o músculo cardíaco deve relaxar entre as célula e, em parte, pela diminuição na condutância do Na+.
contrações, de modo que os ventrículos possam encher-se com
sangue. (SILVERTHON, 7ª ed.) FASE 2: platô do potencial de ação.
➢
O período refratário é o período após um potencial de ação durante É causada por uma elevação transitória da condutância do
o qual um estímulo normal não pode desencadear um segundo Ca+2, que resulta em uma corrente de influxo de Ca+2, e
potencial de ação. (SILVERTHON, 7ª ed.) por um aumento da condutância do K+.
➢ Durante a fase 2, as correntes de efluxo e influxo são
No músculo cardíaco, o longo potencial de ação (curva vermelha) faz aproximadamente iguais, de modo que o potencial de
o período refratário (fundo amarelo) e a contração (curva azul) membrana se encontra estável no platô.
terminarem simultaneamente. Quando um segundo potencial de ação
pode ocorrer, a célula miocárdica está quase completamente relaxada. FASE 3: é a repolarização.
Consequentemente, não ocorre somação. (SILVERTHON, 7ª ed.) ➢ A condutância do Ca+2 diminui, enquanto a condutância do
K+ aumenta e, portanto, predomina;
➢
A elevada condutância do K+ resulta em uma grande
corrente de efluxo de K+, que hiperpolariza a membrana
de volta ao potencial de equilíbrio do K+.
@jumorbeck
de ação produzido por todas as fibras musculares do
coração durante cada batimento cardíaco. O instrumento
utilizado para registrar as alterações é um
eletrocardiógrafo. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ O pai do ECG moderno foi o fisiologista holandês
Walter Einthoven. Ele nomeou as partes do ECG como
as conhecemos hoje e criou o “triângulo de Einthoven”,
um triângulo hipotético criado ao redor do coração
quando os eletrodos são colocados nos braços e na perna
esquerda. Os lados do triângulo são numerados para
COMPARAÇÃO DOS POTENCIAIS DE AÇÃO corresponder às três derivações, ou pares de eletrodos,
usados para obter o registro. (SILVERTHON, 7ª ed.)
MIOCÁRDIO MIOCÁRDIO
CONTRÁTIL AUTOEXCITÁVEL
POTENCIAL DE Estável a -90mV Potencial marca-
MEMBRANA passo instável,
normalmente,
começa em -60mV
EVENTOS QUE LEVAM A despolarização Entrada resultante de
AO LIMIAR DO entra via junções Na+ através dos
POTENCIAL comunicantes. canais If, reforçada
pela entrada de Ca+2.
FASE DE ASCENSÃO Entrada de Na+. Entrada de Ca+2.
DO POTENCIAL DE
AÇÃO
FASE DE Prolongamento Rápida; causada pelo
REPOLARIZAÇÃO do platô, causado efluxo de K+.
pela entrada de
Ca+2; fase
rápida, causada
pelo efluxo de ↠ Na prática clínica, posicionam-se eletrodos nos braços
K+. e pernas (derivações dos membros) e em seis posições
DURAÇÃO DO Prolongada: Variável; geralmente
do tórax (derivações torácicas) para registrar o ECG.
POTENCIAL DE AÇÃO +200ms +150ms
(TORTORA, 14ª ed.)
PERÍODO REFRATÁRIO Longo, uma vez Não é significante na
a restauração função normal.
dos portões dos
canais de Na+
persiste até o
fim do potencial
de ação
Eletrocardiograma
@jumorbeck
Cada eletrodo no membro e tórax registra uma atividade ↠ Existem dois componentes principais em um ECG: as
elétrica discretamente diferente, por causa da diferença ondas e os segmentos. As ondas fazem parte do traçado
em sua posição em relação ao coração. (TORTORA, 14ª que sobe e desce a partir da linha de base. Os segmentos
ed.) são partes da linha de base entre duas ondas. Os
intervalos são combinações de ondas e segmentos.
↠ Em um registro típico, três ondas claramente
reconhecíveis aparecem a cada batimento cardíaco.
(TORTORA, 14ª ed.)
↠ A primeira, chamada onda P, é um pequeno desvio
para cima no ECG. A onda P representa a despolarização
atrial, que se propaga do nó SA ao longo das fibras
Um ECG registra uma derivação de cada vez. Um eletrodo atua como
contráteis em ambos os átrios. (TORTORA, 14ª ed.)
eletrodo positivo da derivação, e um segundo eletrodo atua como o
↠ A segunda onda, denominada complexo QRS, começa
eletrodo negativo da derivação. (O terceiro eletrodo é inativo.) Por
exemplo, na derivação I, o eletrodo do braço esquerdo é definido com uma deflexão para baixo, continua como uma
como positivo, e o eletrodo do braço direito é definido como negativo. grande onda vertical triangular, e termina como uma onda
Quando uma onda elétrica se move através do coração diretamente descendente. O complexo QRS representa a
para o eletrodo positivo, a onda do ECG ascende da linha de base. Se despolarização ventricular rápida, conforme o potencial
o movimento resultante de cargas pelo coração dirigir-se para o
eletrodo negativo, o traçado move-se para baixo. (SILVERTHON, 7º
de ação se propaga ao longo das fibras contráteis
ed.) ventriculares. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ A terceira onda é um desvio para cima em forma de
cúpula chamada de onda T. Indica a repolarização
ventricular e ocorre apenas quando os ventrículos
começam a relaxar. A onda T é menor e mais larga do
que o complexo QRS, porque a repolarização ocorre mais
lentamente do que a despolarização. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Durante o período de platô da despolarização
Um ponto importante a ser lembrado é que o ECG é uma “visão” constante, o traçado do ECG é reto. (TORTORA, 14ª ed.)
elétrica de um objeto tridimensional. As derivações de um ECG
fornecem “visões” elétricas diferentes e dão informações sobre CORRELAÇÃO DAS ONDAS DO ECG COM SÍSTOLES ATRIAIS E
diferentes regiões do coração. (SILVERTHON, 7º ed.)
VENTRICULARES
ONDAS DO ECG
@jumorbeck
↠ Os átrios e ventrículos se despolarizam e então se
contraem em momentos diferentes porque o sistema de
condução conduz os potenciais de ação cardíacos ao
longo de uma via específica. O termo sístole refere-se à
fase de contração; a fase de relaxamento é a diástole. As
ondas do ECG predizem o momento da sístole e diástole
atrial e ventricular. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Em uma frequência de 75 bpm, a sincronização é a
seguinte: (TORTORA, 14ª ed.)
1- Um potencial de ação cardíaco surge no nó SA. Ele se INTERPRETAÇÃO DO ECG
propaga ao longo do músculo atrial e para baixo em direção
ao nó AV em cerca de 0,03 s. Enquanto as fibras contráteis ↠ Um ECG fornece informações da frequência cardíaca
atriais se despolarizam, a onda P aparece no ECG.
e do ritmo, da velocidade de condução e até mesmo da
2- Depois do início da onda P, os átrios se contraem (sístole
atrial). A condução do potencial de ação se desacelera no condição dos tecidos do coração. Assim, embora seja
nó AV, porque as fibras têm diâmetros muito menores e simples obter um ECG, sua interpretação pode ser muito
menos junções comunicantes. O 0,1 s de atraso resultante complicada. A interpretação de um ECG inicia com as
possibilita tempo para os átrios se contraírem, aumentando seguintes questões: (SILVERTHON, 7ª ed.)
assim o volume de sangue nos ventrículos antes de a
sístole ventricular começar. 1- Qual é a frequência cardíaca? A frequência
3- O potencial de ação se propaga rapidamente de novo
cardíaca é normalmente cronometrada do início
depois de entrar no fascículo AV. Cerca de 0,2 s após o
início da onda P, ele se propagou ao longo dos ramos, de uma onda P até o início da próxima onda P,
ramos subendocárdios e todo o miocárdio ventricular. A ou do pico de uma onda R;
despolarização progride para baixo pelo septo, para cima a
partir do ápice, e para fora da superfície do endocárdio, A frequência dos batimentos cardíacos pode ser determinada com
produzindo o complexo QRS. Ao mesmo tempo, ocorre a facilidade no ECG, visto que a frequência cardíaca corresponde ao
repolarização atrial, mas esta normalmente não é evidente inverso do intervalo de tempo entre dois batimentos cardíacos
em um ECG, porque os complexos QRS maiores a sucessivos. Se, de acordo com as linhas de calibração do tempo, o
mascaram. intervalo entre dois batimentos for de 1 segundo, a frequência cardíaca
4- A contração das fibras contráteis ventriculares (sístole será de 60 batimentos por minuto. O intervalo de tempo normal entre
ventricular) começa pouco depois do complexo QRS dois complexos QRS sucessivos de adulto é de cerca de 0,83 segundo,
aparecer e continua durante o segmento ST. Conforme a o que corresponde a uma frequência cardíaca de 60/0,83 vezes por
contração prossegue do ápice à base do coração, o minuto, ou 72 batimentos/min. (GUYTON, 13ªed.)
sangue é espremido para cima em direção às válvulas
semilunares.
2- O ritmo dos batimentos cardíacos é regular (i.e.,
5- A repolarização das fibras contráteis ventriculares começa ocorre em intervalos regulares) ou irregular? Um
no ápice e se espalha por todo o miocárdio ventricular. Isso ritmo irregular, ou arritmia, pode ser resultado
produz a onda T do ECG em cerca de 0,4 s depois do de um batimento extra benigno ou de condições
início da onda P.
mais sérias, como a fibrilação atrial, na qual o nó
6- Logo após a onda T começar, os ventrículos começam a
relaxar (diástole ventricular). Em 0,6s, a repolarização SA perde o controle de marca-passo;
ventricular está completa e as fibras contráteis 3- Todas as ondas normais estão presentes em
ventriculares estão relaxadas. uma forma reconhecível? Após determinar a
Durante o próximo 0,2 s, as fibras contráteis dos átrios e ventrículos frequência cardíaca e o ritmo, o próximo passo
estão relaxadas. Em 0,8 s, a onda P aparece novamente no ECG, os ao analisar um ECG é olhar as ondas individuais.
átrios começam a se contrair, e o ciclo se repete. (TORTORA, 14ª ed.) Para ajudar na sua análise, você pode precisar
escrever as letras sobre as ondas P, R e T.
4- Existe um complexo QRS para cada onda P? Se
sim, o comprimento do segmento P-R é
constante? Em caso negativo, pode haver um
problema de condução dos sinais no nó AV;
↠ A análise de um ECG também envolve medir os
intervalos de tempo entre ondas, que são chamados
intervalos ou segmentos. Por exemplo, o intervalo PQ é
@jumorbeck
o tempo desde o início da onda P até o início do
complexo QRS. Representa o tempo de condução do
início da excitação atrial até o início da excitação
ventricular. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ O segmento ST, que começa no fim da onda S e
termina no início da onda T, representa o momento em
que as fibras contráteis ventriculares são despolarizadas
durante a fase de platô do potencial de ação. (TORTORA,
14ª ed.)
↠ O intervalo QT se estende do início do complexo QRS
até ao final da onda T. É o tempo a partir do início da
despolarização ventricular até o fim da repolarização
ventricular. (TORTORA, 14ª ed.)
Referências:
@jumorbeck
A aorta e seus ramos
@jumorbeck
Artéria poplítea
@jumorbeck
planta do pé, onde forma a extremidade medial do arco comuns. Descem ao na mulher, e
longo da margem membro inferior.
plantar. (MARIEB, 7ª ed.)
medial do músculo
A artéria dorsal do pé é superficial e a sua pulsação pode ser palpada psoas maior
seguindo a margem
no espaço proximal entre o primeiro e o segundo metatarsal (ponto
pélvica, passam
de pulsação do pé). A ausência dessa pulsação pode indicar que o
posteriormente à
suprimento sanguíneo para a perna é inadequado. A verificação de parte média dos
rotina do pulso do pé é indicada para os pacientes reconhecidamente ligamentos inguinais
com prejuízo circulatório nas pernas e para os pacientes que estão e tornam-se
se recuperando de cirurgia na perna ou na coxa. (MARIEB, 7ª ed.) artérias femorais
quando passam sob
o ligamento inguinal
e entram na coxa.
Artéria tibial posterior ARTÉRIAS FEMORAIS Continuações das Músculos da coxa
artérias ilíacas (quadríceps
externas no ponto femoral,
↠ A artéria tibial posterior, desce pela parte em que elas entram adutores e
posteromedial da perna diretamente abaixo do músculo na coxa. No trígono isquiotibiais), fêmur
sóleo. Na parte proximal, ela emite um grande ramo, a femoral da parte e
superior das coxas ligamentos e
artéria fibular, que desce ao longo da face medial da fíbula.
são superficiais, tendões em torno
(MARIEB, 7ª ed.) juntamente com a da
veia e o nervo articulação do
↠ Juntas, as artérias tibial posterior e fibular suprem os femorais. Passam joelho.
músculos flexores na perna, e as artérias fibulares, os sob o músculo
sartório à medida
músculos fibulares. (MARIEB, 7ª ed.) que descem ao
longo das faces
↠ Inferiormente, a artéria tibial posterior passa anteromediais da
posteriormente ao maléolo medial da fíbula, onde sua coxa e seguem em
pulsação pode ser palpada. No lado medial do pé, ela se direção à
extremidade distal
divide nas artérias plantares medial e lateral, que suprem da coxa, onde
a planta do pé. A artéria plantar contribui para a formação atravessam uma
do arco plantar, de onde se originam as artérias abertura no tendão
do músculo adutor
metatarsais e digital para os dedos dos pés. (MARIEB, 7ª magno para
ed.) terminar na face
posterior do joelho,
RAMO DESCRIÇÃO E RAMOS REGIÕES IRRIGADAS onde se tornam as
ARTÉRIAS ILÍACAS Emergem da parte Músculos da parede artérias poplíteas.
COMUNS abdominal da aorta, pélvica, órgãos ARTÉRIAS POPLÍTEAS Continuação das Músculos da coxa
aproximadamente pélvicos, órgãos artérias femorais na distal, pele da região
no nível da vértebra genitais externos e fossa poplítea. do
L IV. Cada artéria membros inferiores. Descem até a joelho, músculos da
ilíaca comum dá margem inferior parte proximal da
origem a dois dos perna, articulação
ramos: as artérias músculos poplíteos, do joelho, fêmur,
ilíaca interna e ilíaca onde se dividem patela,
externa. em artérias tibial tíbia e fíbula.
ARTÉRIAS ILÍACAS Principais artérias da Músculos da parede anterior e tibial
INTERNAS pelve. Começam na pélvica, órgãos posterior.
bifurcação das pélvicos, nádegas, ARTÉRIAS TIBIAIS Descendem da Tíbia, fíbula,
artérias ilíacas órgãos genitais ANTERIORES bifurcação das músculos anteriores
comuns externos e artérias poplíteas na da perna,
anteriormente à músculos mediais da margem distal do músculos dorsais do
articulação coxa. músculo poplíteo. pé, ossos tarsais,
sacroilíaca. Se Menores do que as ossos
dividem em divisões artérias tibiais metatarsais e
anterior e posterior. posteriores; passam falanges.
ARTÉRIAS ILÍACAS Maiores do que as Parede inferior do sobre a membrana
EXTERNAS artérias internas. abdome, músculo interóssea da tíbia
Começam na cremaster no e fíbula para descer
bifurcação das homem e ligamento ao longo do
artérias ilíacas redondo do útero compartimento
@jumorbeck
muscular anterior compartimento
da perna; tornam- lateral da perna. As
se as menores artérias
artérias dorsais do plantares
pé no tornozelo. No mediais passam ao
dorso do pé, as longo da face
artérias dorsais do medial da planta do
pé emitem um pé e as maiores
ramo transverso no artérias plantares
primeiro osso laterais angulam-se
cuneiforme medial em direção à face
chamado artérias lateral da planta do
arqueadas, que pé e se unem ao
passam ramo das artérias
lateralmente sobre dorsais do pé para
as bases dos ossos formar o arco
metatarsais. Das plantar. O arco
artérias arqueadas começa na base do
rami Ecam-se as quinto osso
artérias metatarsais metatarsal e
dorsais, que passam se estende
ao longo dos ossos medialmente ao
metatarsais. As longo dos ossos
artérias metatarsais metatarsais.
dorsais terminam Conforme o arco
dividindo-se em cruza o pé, emite
artérias digitais as artérias
dorsais, que passam metatarsais
para os dedos dos plantares, que
pés. passam ao longo da
ARTÉRIAS TIBIAIS Continuações Compartimentos face plantar dos
POSTERIORES diretas das artérias musculares ossos
poplíteas, posterior e metatarsais. Estas
descendem da lateral da perna, artérias terminam
bifurcação das músculos plantares dividindo-se em
artérias poplíteas. do pé, artérias digitais
Descem pelo tíbia, fíbula, ossos do plantares, que
compartimento tarso, metatarsais e passam para os
muscular posterior das falanges. artelhos.
da perna
profundamente ao
M. sóleo. Veias
Passam
posteriormente ao Embora a maioria das veias acompanhe as artérias correspondentes,
maléolo medial na existem algumas diferenças importantes nas distribuições das artérias
extremidade distal e veias: (MARIEB, 7ª ed.)
da perna e curvam-
se para ➢ Enquanto apenas uma artéria sistêmica sai do coração - a
a frente em direção aorta que sai do ventrículo esquerdo - três grandes veias
à face plantar dos entram no átrio direito do coração: as veias cavas superior
pés; passam e inferior e o seio coronário.
profundamente ao
➢ Todas as artérias de tamanho médio são de localização
retináculo flexor do
lado medial do pé e profunda e são acompanhadas por veias profundas,
terminam frequentemente de nome similar. Além disso, as veias
ramificando-se em também são encontradas logo abaixo da pele,
artérias plantar desacompanhadas de qualquer artéria.. Essas veias
medial e plantar superficiais são clinicamente importantes porque
lateral. proporcionam locais para retirar sangue ou estabelecer
Dão origem às uma via intravenosa. Sua localização superficial também as
artérias fibulares no torna suscetíveis a cortes ou lesões.
terço superior da ➢ Frequentemente, duas ou mais veias paralelas drenam uma
perna, onde correm região do corpo em vez de uma única veia maior. Em
lateralmente à algumas regiões, várias veias anastomosam e formam um
medida que
plexo venoso.
descem pelo
@jumorbeck
Veias cavas e seus principais tributários
@jumorbeck
Várias veias perfurantes atravessam a fáscia muscular para desviar
sangue das veias superficiais para as veias profundas. (MOORE, 7ª ed.)
↠ As tributárias das faces medial e posterior da coxa ↠ Embora as veias safenas recebam muitas tributárias,
costumam se unir para formar uma veia safena acessória. seus diâmetros se mantêm razoavelmente constantes no
Quando presente, essa veia é a principal comunicação trajeto de ascensão no membro. Isso é possível porque
entre as veias safenas magna e parva. (MOORE, 7ª ed.) o sangue recebido pelas veias safenas é continuamente
desviado dessas veias superficiais na tela subcutânea para
↠ Além disso, vasos bem grandes, as veias cutâneas as veias profundas, situadas internamente à fáscia
lateral e anterior, originam-se de redes venosas na parte muscular, através de muitas veias perfurantes. (MOORE,
inferior da coxa e entram na veia safena magna 7ª ed.)
superiormente, logo antes de sua entrada na veia femoral.
Perto de seu fim, a veia safena magna também recebe ↠ As veias perfurantes penetram na fáscia muscular
as veias circunflexa ilíaca superficial, epigástrica superficial perto do local onde se originam das veias superficiais e
e pudenda externa. (MOORE, 7ª ed.) têm válvulas que permitem o fluxo sanguíneo apenas das
veias superficiais para as veias profundas. (MOORE, 7ª ed.)
↠ A veia safena parva origina-se na face lateral do pé, a
partir da união da veia dorsal do quinto dedo com o arco
venoso dorsal. A veia safena parva: (MOORE, 7ª ed.)
➢ Ascende posteriormente ao maléolo lateral
como uma continuação da veia marginal lateral;
➢ Segue ao longo da margem lateral do tendão
do calcâneo;
➢ Inclina-se em direção à linha mediana da fíbula e
penetra na fáscia muscular;
➢ Ascende entre as cabeças do músculo
gastrocnêmio;
➢ Drena para a veia poplítea na fossa poplítea.
@jumorbeck
↠ As veias perfurantes atravessam a fáscia muscular em válvulas competentes impedem o refluxo. (MOORE, 7ª
um ângulo oblíquo, de modo que, quando os músculos se ed.)
contraem e a pressão aumenta no interior da fáscia
↠ As veias profundas são mais variáveis e se
muscular, as veias perfurantes são comprimidas. A
anastomosam com frequência muito maior do que as
compressão também impede o fluxo sanguíneo das veias
artérias que acompanham. Tanto as veias superficiais
profundas para as veias superficiais. Esse padrão de fluxo
quanto as veias profundas podem ser ligadas, se
sanguíneo venoso – da região superficial para a profunda
necessário. (MOORE, 7ª ed.)
– é importante para o retorno venoso apropriado do
membro inferior, porque permite que as contrações
musculares impulsionem o sangue em direção ao
coração contra a força da gravidade (bomba
musculovenosa). (MOORE, 7ª ed.)
@jumorbeck
internas. Começam anteriormente, VEIAS TIBIAIS Começam Pele, músculos e
nos ligamentos músculo POSTERIORES posteriormente ao ossos da
inguinais como cremaster nos maléolo medial na face plantar do pé,
continuações homens e união das veias e pele,
das veias femorais. órgãos genitais plantar medial e músculos e ossos
Terminam externos e lateral da das
anteriormente às membro inferior. face plantar do pé. faces posterior e
articulações Ascendem pela lateral
sacroilíacas, onde se perna com a artéria da perna.
unem às veias tibial posterior e o
ilíacas internas para nervo tibial
formar as veias profundamente ao
ilíacas comuns. músculo sóleo.
VEIAS FEMORAIS Acompanham as Pele, linfonodos, Unem-se às veias
artérias femorais e músculos e ossos tibiais posteriores
são continuações da coxa, por volta de dois
das veias poplíteas e órgãos genitais terços
ligeiramente externos. do trajeto até a
superiores ao perna. Unem-se às
joelho, onde as veias tibiais
veias passam anteriores próximo
através de uma do topo da
abertura no membrana
músculo adutor interóssea para
magno. Recebem as formar as veias
veias femorais poplíteas. Na face
profundas e plantar do pé, as
veias safenas veias digitais
magna pouco antes plantares se
de penetrar na unem para formar
parede abdominal. as veias metatarsais
Passam por baixo plantares, que são
do paralelas aos ossos
ligamento inguinal e metatarsais.
entram na região Estas, por sua vez,
abdominopélvica se unem para
para se tornarem as formar arcos
veias ilíacas plantares venosos
externas. profundos. As veias
VEIAS POPLÍTEAS Formadas pela Articulação e pele plantares medial e
união entre as veias do lateral emergem
tibiais anterior e joelho, músculos e dos arcos plantares
posterior na ossos venosos profundos.
extremidade em torno da VEIAS TIBIAIS Emergem no arco Dorso do pé,
proximal da articulação ANTERIORES venoso dorsal e tornozelo,
perna; ascendem do joelho. acompanham a face anterior da
pela fossa poplítea artéria tibial anterior. perna,
com as artérias Ascendem joelho e articulação
poplíteas e nervo profundamente ao tibiofibular.
tibial. Terminam músculo tibial
onde anterior na face
passam através da anterior da
janela no músculo membrana
adutor magno e interóssea.
passam para a Atravessam a
frente do joelho abertura na
para se extremidade
tornarem as veias superior da
femorais. Também membrana
recebem sangue interóssea para se
de veias safena juntar às
parva e tributárias, veias tibiais
que posteriores e
correspondem a formar as veias
ramos da artéria poplíteas.
poplítea.
@jumorbeck
VEIAS SUPERFICIAS DESCRIÇÃO E REGIÕES DRENADAS posteriormente ao
TRIBUTÁRIAS joelho. Contêm 9 a
12
VEIAS SAFENAS Veias mais longas Tecidos
do corpo; tegumentares e válvulas. Podem se
MAGNAS
ascendem do pé à músculos comunicar com as
virilha na tela superficiais dos veias safenas
subcutânea. membros inferiores, magnas na parte
Começam na região inguinal e proximal da perna.
extremidade medial parede
dos arcos venosos inferior do abdome.
dorsais do pé. Os Retorno Venoso
arcos venosos
dorsais são redes ↠ O retorno venoso, o volume de sangue que flui de
de
veias do dorso do volta ao coração pelas veias sistêmicas, é consequente à
pé formadas pelas pressão produzida pelo ventrículo esquerdo por meio das
veias digitais dorsais, contrações do coração. Embora pequena, a diferença de
que coletam sangue
dos dedos dos pressão entre as vênulas, em média de aproximadamente
pés, e depois se 16 mmHg, e o ventrículo direito, 0 mmHg, normalmente
unem em pares é suficiente para provocar o retorno venoso para o
para formar as veias
metatarsais dorsais, coração. (TORTORA, 2016)
que correm
paralelamente aos ↠ Se a pressão no átrio ou ventrículo direito aumentar,
ossos metatarsais. o retorno venoso irá diminuir. Uma das causas do
Quando as veias aumento da pressão no átrio direito é uma valva
metatarsais dorsais
chegam ao pé, se atrioventricular direita incompetente, com
combinam para extravasamento, que possibilita a regurgitação, refluxo, de
formar os arcos sangue quando os ventrículos se contraem. O resultado
venosos dorsais.
Passam é a diminuição no retorno venoso e o acúmulo de sangue
anteriormente ao no lado venoso da circulação sistêmica. (TORTORA, 2016)
maléolo medial da
tíbia e então ↠ Uma característica singular das veias é a presença de
superiormente ao válvulas em todos os segmentos venosos, as quais se
longo da face
medial da perna e encontram mais desenvolvidas nas extremidades
coxa inferiores. As válvulas venosas nada mais são que
imediatamente protrusões da túnica íntima das paredes venosas para o
abaixo
da pele. Recebem lúmen do vaso. Cada uma delas é formada por tecido
tributárias dos fibroso, denso, revestida por endotélio, e orientada de
tecidos super Eciais modo a permitir o fluxo sanguíneo anterógrado. Porém,
e também se
conectam às veias fechando totalmente o vaso quando o fluxo tende a se
profundas. tornar retrógrado. Sendo assim, as válvulas são
Esvaziam-se nas importantes estruturas direcionadoras do fluxo sanguíneo
veias femorais na
região inguinal.
nas veias. (MARGARIDA, 2018)
VEIAS SAFENAS Começam na face Tecidos
lateral dos arcos tegumentares e ↠ Um mecanismo funcional que ajuda no retorno do
PARVAS
venosos dorsais do músculos sangue venoso para o coração é o movimento normal
pé. Passam superficiais do do corpo e dos membros, por exemplo, durante a
posteriormente ao pé e face posterior
maléolo da
caminhada. A oscilação do membro move o sangue nesse
lateral da fíbula e perna. membro e as válvulas venosas asseguram que esse
ascendem sangue se mova apenas na direção adequada. (MARIEB,
profundamente à
pele ao longo da
2018)
face posterior da
perna. ↠ De acordo com a lei de Frank-Starling, o volume
Esvaziam-se nas sistólico aumenta quando o volume diastólico final
veias poplíteas na aumenta. O volume diastólico final é, em geral,
fossa poplítea,
@jumorbeck
determinado pelo retorno venoso, que é a quantidade de válvula distal do segmento não comprimido se
sangue que retorna ao coração pela circulação venosa. fecha conforme um pouco de sangue é
(SILVERTHORN, 2017) empurrado contra ela.. (TORTORA, 2016)
➢ Logo após o relaxamento muscular, a pressão
↠ Além do coração, dois outros mecanismos
cai na seção previamente comprimida da veia, o
“bombeiam” o sangue da parte inferior do corpo de volta
que faz com que a válvula proximal se feche. A
ao coração: (1) a bomba de músculo esquelético e (2) a
válvula distal agora se abre porque a pressão
bomba respiratória. Ambas as bombas dependem das
arterial no pé está mais elevada do que na perna,
válvulas existentes nas veias. (TORTORA, 2016)
e a veia se enche com o sangue que vem do
Bomba de músculo esquelético pé. A válvula proximal então reabre. (TORTORA,
2016)
↠ A bomba do músculo esquelético é assim denominada
As pessoas que estão imobilizadas em decorrência de uma lesão ou
devida às contrações do músculo esquelético que doença não têm essas contrações de músculos da perna. Como
espremem as veias, particularmente nas pernas, resultado, seu retorno venoso é mais lento e elas podem desenvolver
comprimindo-as e empurrando o sangue em direção ao problemas de circulação. (TORTORA, 2016)
coração. Durante exercícios que envolvem os membros
Bomba respiratória
inferiores, o músculo esquelético ajuda a bombear o
sangue de volta para o coração. Durante os períodos em ↠ Também é baseada na compressão e descompressão
que se está imóvel, sentado ou em pé, a bomba do alternadas das veias. Durante a inspiração, o diafragma se
músculo esquelético não auxilia no retorno venoso. move para baixo, o que provoca uma diminuição da
(SILVERTHORN, 2017) pressão na cavidade torácica e um aumento da pressão
na cavidade abdominal. Como resultado, as veias
abdominais são comprimidas, e um maior volume de
sangue se move das veias abdominais comprimidas para
as veias torácicas não comprimidas e então para dentro
do átrio direito. Quando as pressões se invertem durante
a expiração, as válvulas das veias evitam o refluxo do
sangue das veias torácicas para as veias abdominais.
(TORTORA, 2016)
Silverthorn entende serem três os fatores que afetam o retorno
venoso, incluindo a inervação simpática.
@jumorbeck
suscetível às veias varicosas do que o direito. (MARIEB, Cavalcanti C. Botelho.. [et al.]. – 14. ed. – Rio de Janeiro:
2018) Guanabara Koogan, 2016.
↠ Muitas vezes, a veia safena magna e suas tributárias MOORE, Anatomia Orientada para a Clínica, 7ª ed., Rio de
tornam-se varicosas (tão dilatadas que as válvulas não se Janiero: Guanabara Koogan, 2014.
fecham). As varizes são comuns nas partes
posteromediais do membro inferior e causam
desconforto. (MOORE, 7ª ed.)
↠ Na veia saudável, as válvulas permitem o fluxo
sanguíneo em direção ao coração (B) e impedem o fluxo
retrógrado (C). Nas varizes (D), as válvulas são
incompetentes em razão da dilatação ou rotação e não
funcionam mais adequadamente. Consequentemente, o
sangue flui em sentido inferior nas veias, provocando o
surgimento de varizes. (MOORE, 7ª ed.)
Referências:
@jumorbeck
1
@jumorbeck
2
Vascularização dos membros superiores ➢ A artéria torácica lateral, que desce ao longo da
margem lateral do m. peitoral menor, irrigando
ARTÉRIAS os músculos peitorais e serrátil anterior, e emite
ramos importantes para a mama;
↠ AORTA: maior artéria do corpo, sai do coração, faz um ➢ Artéria subescapular, que se destina às regiões
arco superiormente e depois desce ao longo da face escapulares dorsal e ventral e o músculo
anterior dos corpos das vértebras até a parte inferior do latíssimo do dorso;
abdômen. Ao longo de seu curso, a aorta se divide nas ➢ Artérias circunflexas anterior e posterior do
seguintes partes: (MARIEB, 7ª ed.) úmero, que envolvem o colo cirúrgico do úmero
➢ Parte ascendente da aorta; e auxiliam na irrigação do músculo deltoide e da
➢ Arco da aorta: arqueado posteriormente e para articulação do ombro.
a esquerda, o arco da aorta situa -se
↠ A artéria axilar continua no braço como artéria braquial.
posteriormente ao manúbrio do esterno. Três
O limite para essa transição é a margem inferior do
artérias se ramificam do arco da aorta e seguem
músculo redondo maior. (MARIEB, 7ª ed.)
na direção superior: tronco braquiocefálico,
artéria carótida comum esquerda e artéria Artéria braquial
subclávia esquerda. Esses três ramos suprem a
cabeça, o pescoço, os MMSS e a parte superior ↠ A artéria braquial desce ao longo da face medial do
da parede do tórax. úmero, abaixo do músculo bíceps braquial no sulco bicipital
➢ Parte descendente da aorta medial, e supre os músculos da região anterior do braço.
(MARIEB, 7ª ed.)
↠ A artéria axilar desce pela axila, emitindo os seguintes ↠ Imediatamente após a articulação do cotovelo, a artéria
ramos: braquial se divide nas artérias radial e ulnar, que descem
pela face anterior do antebraço. (MARIEB, 7ª ed.)
➢ Artéria toracoacromial, que surge logo abaixo da
clavícula e se ramifica para suprir grande parte
dos músculos peitoral e deltoide;
@jumorbeck
3
Na raiz do polegar, imediatamente lateral ao tendão do m. flexor radial As artérias radial e ulnar também formam na face dorsal do punho, a
do carpo, ela se situa muito próximo da superfície e proporciona um rede carpal dorsal, cujos ramos seguem na direção distal ao longo dos
local conveniente para a tomada da pulsação. (MARIEB, 7ª ed.) ossos metacarpais. (MARIEB, 7ª ed.)
@jumorbeck
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@jumorbeck
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Veias superficiais
VEIAS SUPERFICIAIS
↠ São maiores do que as veias profundas e são visíveis VEIAS DESCRIÇÃO E REGIÕES DRENADAS
abaixo da pele. (MARIEB, 7ª ed.) TRIBUTÁRIAS
VEIAS CEFÁLICAS Iniciam-se na face Tegumento e
↠ Elas formam anastomoses frequentes ao longo do seu lateral das redes músculos
venosas dorsais da superficiais da face
curso, começando pela rede venosa dorsal da mão. Essas mão no dorso das lateral do membro
veias são imediatamente aparentes no dorso da mão em mãos, formadas superior.
razão da pele delgada da região. (MARIEB, 7ª ed.) pelas veias
metacarpais dorsais
↠ A rede venosa dorsal drena superiormente na veia VEIAS BASÍLICAS Iniciam-se na face Tegumento e
medial da rede músculos
cefálica, que começa na parte lateral dessa rede, curva- venosa dorsal das superficiais da face
se em torno da parte distal do rádio, e penetra na parte mãos e ascendem lateral do membro
anterior do antebraço. Desse ponto, essa veia sobe por ao longo da face superior.
posteromedial do
toda a face anterolateral do membro superior e termina antebraço e da
abaixo da clavícula, onde se une à veia axilar. (MARIEB, 7ª face anteromedial
ed.) do braço.
Conectam-se às
↠ A veia basílica surge na parte medial da rede venosa veias cefálicas
anteriormente ao
dorsal da mão, e sobe ao longo da superfície cotovelo pelas
posteromedial do antebraço e da superfície anteromedial veias intermediárias
do braço. Na axila, a veia basílica se une à veia braquial e do cotovelo.
formam a veia axilar. (MARIEB, 7ª ed.)
@jumorbeck
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↠ A contração cardíaca força o sangue sob alta pressão cardíaco, como na insuficiência cardíaca grave.
para dentro da aorta. O pico máximo de pressão, no (CAMPANA)
momento em que a ejeção ocorre, é a pressão sistólica.
Quando os ventrículos relaxam, o sangue que permanece Frequência Respiratória
nas artérias exerce uma pressão mínima ou diastólica. A ↠ A respiração é o mecanismo que o corpo utiliza para
pressão diastólica é mínima. (POTTER & PERRY) trocar os gases oxigênio e dióxido de carbono entre a
atmosfera e o sangue e entre o sangue e as células.
(POTTER & PERRY)
↠ Os vários sons auscultados durante a aferição da ↠ Analisar a eficiência respiratória requer a integração da
pressão arterial são chamados sons de Korotkoff. avaliação dos dados provenientes destes três processos.
(TORTORA, 14ª ed.) (POTTER & PERRY)
Fatores que influenciam na pressão arterial: idade, estresse, etnia, sexo, ↠ Avalie a ventilação determinando a frequência
variação diária, medicamentos, atividade e peso, tabagismo. (POTTER respiratória, a profundidade e o ritmo. Avalie a difusão e a
& PERRY, 8ª ed.)
perfusão determinando a saturação de oxigênio.
CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL DE ACORDO COM A MEDIÇÃO (POTTER & PERRY)
NO CONSULTÓRIO A PARTIR DE 18 ANOS DE IDADE
CLASSIFICAÇÃO PAS (mmHg) PAD (mmHg) ↠ O termo para o padrão normal de respiração tranquila
PA ÓTIMA < 120 e < 80 é eupneia. (TORTORA, 14ª ed.)
PA NORMAL 120 - 129 e/ou 80 - 84
PRÉ-HIPERTENSÃO 130 - 139 e/ou 85 - 89 ↠ Observe o movimento completo de inspiração e
HA ESTÁGIO 1 140 - 159 e/ou 90 - 99 expiração quando contar a frequência respiratória.
HÁ ESTÁGIO 2 160 - 179 e/ou 100 - 109 (POTTER & PERRY)
HÁ ESTÁGIO 3 >/= 180 e/ou >/= 110
De acordo com a Diretriz Brasileira de HÁ, 2020 A frequência respiratória em indivíduos adultos sadios, em
repouso, varia de 12 a 22 movimentos por minuto.
(CAMPANA)
↠ A diferença entre as pressões sistólica e diastólica é
chamada pressão diferencial. Esta pressão, normalmente Devido às incertezas das medidas, define-se taquipneia como a
de cerca de 40 mmHg, fornece informações sobre a frequência respiratória igual ou maior do que 24 movimentos por
minuto, e bradipneia, a frequência menor do que 12 movimentos por
condição do sistema circulatório. Por exemplo, doenças
minuto. Apneia é a parada total da ventilação. Nessa parte da
como a aterosclerose e a persistência do canal arterial observação clínica, é costume registrar, além da frequência
(PCA) aumentam muito a pressão diferencial. A razão respiratória, a presença ou não de dispneia. (CAMPANA)
normal entre as pressões sistólica, diastólica e diferencial
VARIAÇÕES ACEITÁVEIS DA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
é de aproximadamente 3:2:1. (TORTORA, 14ª ed.)
IDADE FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
↠ Aumento da pressão diferencial, isto é, a diferença (RPM)
RECÉM-NASCIDO 35 – 40
entre a pressão sistólica e a diastólica é maior que o
BEBÊ (16 MESES) 30 – 50
normal; essa alteração tem o nome de pressão – 32
CRIANÇA COMEÇANDO A ANDAR 25
divergente; exemplos: insuficiência da valva aórtica, (2 ANOS)
anemia. (CAMPANA) CRIANÇAA 20 – 30
ADOLESCENTE 16 – 20
↠ Redução da pressão diferencial, com diminuição da ADULTO 12 – 20
pressão sistólica; a alteração tem o nome de pressão
convergente; encontra-se, por exemplo, em situações
em que há comprometimento acentuado do débito
@jumorbeck
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@jumorbeck
9
↠ A hemorragia é a causa mais comum de choque ↠ O sistema cardiovascular sofre severas modificações
hipovolêmico. A hemorragia diminui a pressão de na presença do choque hipovolêmico (CH), o que acarreta
enchimento da circulação e, como consequência, diminui uma diminuição no processo da pré-carga, resultando na
o retorno venoso. Como resultado, o débito cardíaco cai redução do débito cardíaco (DC), levando o organismo a
abaixo do normal e pode sobrevir o choque. (GUYTON & tentar equilibrar as mudanças sofridas desenvolvendo
HALL, 13ª ed.) taquicardia. (CERQUEIRA et. al., 2018 apud FELICE et al.,
2011).
↠ O CH pode acontecer por meio de perdas exógenas,
quando o volume é exteriorizado, e por perda endógena, ↠ Quando o organismo encontra-se com perfusão
quando o volume é interiorizado. Podendo ser classificado tecidual inadequada, ativa-se o sistema nervoso simpático
em hemorrágico, decorrente dos vários tipos de (SNS), que é responsável em levar informações
hemorragias, causado geralmente por traumas; e choque involuntárias aos tecidos miocárdio, músculo liso e tecido
não hemorrágico, no qual não ocorre perda de sangue epitelial glandular. No estado de choque, o organismo
e, sim, de fluídos corporais, que podem ser através de aciona o SNS que responde realizando alterações que
suor, inflamações, desidratação, diarreia intensa, vômitos tentam suprir as deficiências presentes naquele
abundantes e queimaduras. (CERQUEIRA et. al., 2018 apud momento, a fim de normalizar o funcionamento da
VICENTE; RODRIGUES; SILVA JÚNIOR, 2008). perfusão tecidual através de ações que envolvem a RVP,
pré-carga, força de contração do coração e FC.
↠ Seja qual for a causa, quando o volume de líquidos do
(CERQUEIRA et. al., 2018)
corpo cai, o retorno venoso para o coração diminui, o
enchimento do coração cai, o volume sistólico diminui e ↠ Algumas sintomatologias do CH mudam de acordo
há uma redução no débito cardíaco. Repor o volume de com a atividade que o DC e a resistência vascular
líquido tão rapidamente quanto possível é essencial para sistêmica (RVS) apresentam durante o choque, dividindo-
o tratamento do choque hipovolêmico. (TORTORA, 14ª se em dois momentos: (CERQUEIRA et. al., 2018)
ed.)
➢ O primeiro é quando o funcionamento do DC
↠ O CH pode ser classificado: em leve, estado em que encontra-se reduzido e o funcionamento da RVS
o volume do sangue circulante é menor que 20%; elevado (choque hipodinâmico), os seguintes
moderado, quando a volemia chega a 20 – 40%; e grave, sinais e sintomas podem surgir: prostração e
quando a redução do volume do sangue alcança valores ansiedade; hipotensão; taquicardia; pulso
maiores que 40%. No último citado a reversibilidade é filiforme; pele fria, pálida e cianótica; sudorese;
quase nula, tendo o paciente poucas chances de taquipnéia; sede; náuseas; vômito; oligúria;
sobrevivência. (CERQUEIRA et. al., 2018 apud BERNARDINA; anúria; inquietude; apreensão; confusão e
SALLUM; CHEREGATTI, 2011) inconsciência nas fases tardias.
➢ O segundo momento é quando o quadro se
↠ O sistema circulatório pode se recuperar enquanto o apresenta ao inverso, ou seja, com o DC
grau da hemorragia não for maior que certa quantidade
trabalhando em alta e a RVS está reduzida
crítica. A ultrapassagem desse limite crítico, mesmo pela
(choque hiperdinâmico). As manifestações que
perda de poucos mililitros de sangue, faz a diferença final
se diferem do primeiro citado são: hipotensão
entre a vida e a morte. Dessa maneira, a hemorragia além
de forma mais branda; a pele se torna quente e
de certo nível crítico faz com que o choque passe a ser com rubor; hiperventilação; febre; calafrios;
progressivo. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) diurese de forma reduzida; ademais, mesmo
↠ Choque progressivo: o próprio choque causa ainda sendo raro pode ocorrer o coma
mais choque, e a condição passa a ser ciclo vicioso, que
RESPOSTAS HOMEOSTÁTICAS AO CHOQUE
leva, finalmente, à deterioração da circulação e à morte.
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) ↠ Os principais mecanismos de compensação no choque
são os sistemas de feedback negativo que trabalham para
↠ Choque não progressivo ou compensado: choque em
devolver o débito cardíaco e a pressão arterial ao normal.
grau menos intenso, significando que os reflexos
Quando o choque é leve, a compensação por
simpáticos e outros fatores provocam compensação
mecanismos homeostáticos evita danos graves.
suficiente para impedir a deterioração adicional da
(TORTORA, 14ª ed.)
circulação. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
@jumorbeck
10
↠ Sistemas de feedback negativo que respondem ao caindo a zero quando cerca de 40% a 45% do volume
choque hipovolêmico: (TORTORA, 14ª ed.) total de sangue tiverem sido removidos. (GUYTON &
HALL, 13ª ed.)
➢ Ativação do sistema renina-angiotensina-
aldosterona: a redução do fluxo sanguíneo para
os rins faz com que estes secretem renina e
inicia o sistema renina-angiotensina-aldosterona.
A angiotensina II causa vasoconstrição e estimula
o córtex da glândula suprarrenal a secretar
aldosterona, hormônio que aumenta a
reabsorção de Na+ e água pelos rins. O
aumento na resistência vascular sistêmica e no
volume de sangue ajuda a elevar a pressão
arterial.
➢ Secreção do hormônio antidiurético: em
resposta à diminuição na pressão arterial, a
neuro-hipófise libera mais hormônio antidiurético COMPENSAÇÕES PELOS REFLEXOS SIMPÁTICOS NO CHOQUE –
(HAD). O HAD aumenta a reabsorção de água SEU VALOR ESPECIAL PARA A MANUTENÇÃO DA PRESSÃO
pelos rins, que conserva o volume sanguíneo ARTERIA
restante. Também provoca vasoconstrição, o
↠ A diminuição da pressão arterial após hemorragia, que
que aumenta a resistência vascular sistêmica. também reduz as pressões das artérias e nas veias
➢ Ativação da parte simpática da divisão autônoma pulmonares no tórax, desencadeia potentes reflexos
do sistema nervoso: conforme a pressão arterial simpáticos (iniciados, em grande parte, pelos
diminui, os barorreceptores aórticos e caróticos barorreceptores arteriais e outros receptores de
iniciam potentes respostas simpáticas por todo
estiramento vasculares). Esses reflexos estimulam o
o corpo. Um dos resultados é a vasoconstrição
sistema vasoconstritor simpático na maioria dos tecidos
acentuada das arteríolas e veias da pele, rins e
do corpo, resultando em três efeitos importantes:
outras vísceras abdominais.
(GUYTON & HALL, 13ª ed.)
➢ Liberação de vasodilatadores locais: em resposta
à hipoxia, as células liberam vasodilatadores – ➢ As arteríolas se contraem na maior parte da
incluindo K+, H+, ácido láctico, adenosina e óxido circulação sistêmica, aumentando, assim, a
nítrico – que dilatam as arteríolas e relaxam os resistência periférica total.
esfíncteres pré-capilares. Essa vasodilatação ➢ As veias e os reservatórios venosos se
aumenta o fluxo sanguíneo local e pode contraem, ajudando, desse modo, a manter o
restaurar o nível de O2 ao normal na parte do retorno venoso adequado, apesar da diminuição
corpo. Contudo, a vasodilatação também tem o do volume sanguíneo.
efeito potencialmente nocivo de diminuir a ➢ A atividade cardíaca aumenta acentuadamente,
resistência vascular sistêmica e, portanto, reduzir elevando a frequência cardíaca por vezes, do
a pressão arterial. valor normal de 72 batimentos/min para até 160
a 180 batimentos/min.
RELAÇÃO DO VOLUME DO SANGRAMENTO COM O DÉBITO
Maior Efeito dos Reflexos Nervosos Simpáticos em Manter a Pressão
CARDÍACO E A PRESSÃO ARTERIAL
Arterial do que em Manter o Débito Cardíaco: A razão dessa diferença
é que os reflexos simpáticos são gerados mais em função da
↠ A figura abaixo mostra os efeitos aproximados sobre
manutenção da pressão arterial que do débito cardíaco. Eles
o débito cardíaco e a pressão arterial, da remoção do aumentam a pressão arterial principalmente pela elevação da
sangue do sistema circulatório por período de cerca de resistência periférica total, que não tem efeito benéfico sobre o débito
30 minutos. Em torno de 10% do volume total do sangue cardíaco; entretanto, a constrição simpática das veias é importante
podem ser removidos sem produzir algum efeito sobre para impedir a redução excessiva do retorno venoso e do débito
cardíaco, além do seu papel na manutenção da pressão arterial.
a pressão arterial ou sobre o débito cardíaco, porém a (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
maior perda de sangue diminui, em geral, primeiramente
o débito cardíaco e, a seguir, a pressão arterial, ambos Proteção do Fluxo Sanguíneo Coronariano e Cerebral pelos Reflexos:
a estimulação simpática não provoca constrição importante dos vasos
@jumorbeck
11
cerebrais ou cardíacos. Além disso, nesses dois leitos vasculares, a ↠ Eles enviam impulsos para o centro cardiovascular para
autorregulação do fluxo sanguíneo é excelente, impedindo que ajudar a regular a pressão sanguínea. Os dois reflexos
reduções moderadas da pressão arterial possam diminuir, de modo
significativo, seu fluxo sanguíneo. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
barorreceptores mais importantes são o reflexo do seio
carótico e o reflexo da aorta. (TORTORA, 14ª ed.)
Mecanismos Fisiológicos Correlacionados Com o Controle
Os seios caróticos são pequenas ampliações das artérias carótidas
da PA internas direita e esquerda, um pouco acima do ponto em que elas se
ramificam da artéria carótida comum. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Vários sistemas de feedback negativo interligados
controlam a pressão arterial por meio do ajuste do ritmo ↠ A pressão arterial distende a parede do seio carótico,
cardíaco, do volume sistólico, da resistência vascular o que estimula os barorreceptores. (TORTORA, 14ª ed.)
sistêmica e do volume de sangue. Alguns sistemas
possibilitam ajustes rápidos para lidar com mudanças
bruscas, como a queda da pressão sanguínea no encéfalo
que ocorre quando a pessoa levanta da cama; outros
agem mais lentamente para fornecer a regulação a longo
prazo da pressão sanguínea. (TORTORA, 14ª ed.)
@jumorbeck
12
cardiovascular. Em resposta, o centro CV aumenta a ↠ A renina é uma enzima proteica liberada pelos rins
estimulação simpática de arteríolas e veias, provocando quando a pressão arterial cai para níveis muito baixos. Sua
vasoconstrição e aumento da pressão sanguínea. resposta consiste em elevar a pressão arterial de diversos
(TORTORA, 14ª ed.) modos, contribuindo para a correção da queda inicial da
pressão. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
Resposta isquêmica do sistema nervoso central
↠ A renina é sintetizada e armazenada em forma inativa
↠ Controle da pressão arterial pelo centro vasomotor do chamada pró-renina nas células justaglomerulares (células
cérebro em resposta à diminuição do fluxo sanguíneo JG) dos rins. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
cerebral. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
➢ Quando a pressão arterial cai, reações
↠ Quando o fluxo sanguíneo para o centro vasomotor intrínsecas dos rins fazem com que muitas das
no tronco encefálico inferior diminui o suficiente para moléculas de pró-renina nas células JG sejam
causar deficiência nutricional - ou seja, provocando clivadas, liberando renina. (GUYTON & HALL, 13ª
isquemia cerebral -, os neurônios vasoconstritores e ed.)
cardioaceleradores no centro vasomotor respondem de ➢ A renina é uma enzima e age enzimaticamente
modo direto à isquemia, ficando fortemente excitados. sobre outra proteína plasmática, a globulina
Quando essa excitação ocorre, a pressão arterial referida como substrato de renina (ou
sistêmica com frequência se eleva até os níveis máximos angiotensinogênio), liberando peptídeo com 10
do bombeamento cardíaco. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) aminoácidos, a angiotensina I. (GUYTON & HALL,
↠ Acredita-se que esse efeito seja causado pela 13ª ed.)
incapacidade do fluxo lento de sangue de eliminar o ➢ A angiotensina I tem ligeiras propriedades
dióxido de carbono do centro vasomotor do tronco vasoconstritoras, mas não suficientes para
encefálico. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) causar alterações significativas na função
circulatória. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
É possível que outros fatores, como a formação de ácido lático e de ➢ Alguns segundos após a formação de
outras substâncias ácidas no centro vasomotor, também contribuam
angiotensina I, dois aminoácidos adicionais são
para a acentuada estimulação e para a elevação da pressão arterial.
Esse aumento em resposta à isquemia cerebral é referido como removidos da angiotensina I, formando o
resposta isquêmica do SNC. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) peptídeo de oito aminoácidos angiotensina II.
Essa conversão ocorre, em grande parte, nos
O efeito isquêmico sobre a atividade vasomotora pode elevar a
pressão arterial média, de maneira espantosa, por até 10 minutos a pulmões, enquanto o sangue flui por seus
níveis muito elevados de até 250 mmHg. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) pequenos vasos catalisados pela enzima
conversora de angiotensina (ECA) presente no
Apesar da intensidade da resposta isquêmica do SNC, ela não é
significativa até que a pressão arterial caia bem abaixo da normal, até
endotélio dos vasos pulmonares. (GUYTON &
níveis de 60 mmHg ou menos, atingindo seu maior grau de HALL, 13ª ed.)
estimulação sob pressões de 15 a 20 mmHg. Portanto, a resposta ➢ A angiotensina II é vasoconstritor extremamente
isquêmica do SNC não é um dos mecanismos normais de regulação potente, e ela afeta a função circulatória por
da pressão arterial. Ao contrário, ela atua, na maioria das vezes, como
outros modos. Entretanto, ela persiste no sangue
sistema de emergência de controle da pressão que age muito rápida
e intensamente para impedir maior diminuição da pressão arterial, por apenas 1 ou 2 minutos por ser rapidamente
quando o fluxo sanguíneo cerebral diminui até valor muito próximo do inativada por múltiplas enzimas sanguíneas e
nível letal. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) teciduais, coletivamente chamadas de
angiotensinases. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
Mecanismos de controle da pressão que agem após vários
minutos ↠ A angiotensina II exerce dois efeitos principais capazes
de aumentar a pressão arterial:
↠ Diversos mecanismos de controle da pressão só
apresentam respostas significativas após alguns minutos ➢ Vasoconstrição em muitas áreas do corpo,
depois da alteração aguda da pressão arterial. (GUYTON ocorre com muita rapidez. A vasoconstrição se
& HALL, 13ª ed.) dá, de modo muito intenso, nas arteríolas e com
intensidade muito menor nas veias. A constrição
Sistema Renina-Angiotensina das arteríolas aumenta a resistência periférica
total, elevando, dessa forma, a pressão arterial.
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Além disso, a leve constrição das veias promove ↠ O sistema rim-líquidos corporais para o controle da
o aumento do retorno venoso do sangue para pressão arterial atua lenta, mas poderosamente, como se
o coração, contribuindo para o maior segue: se o volume sanguíneo aumenta e a capacitância
bombeamento cardíaco contra a pressão vascular não é alterada, a pressão arterial se elevará
elevada. (GUYTON & HALL, 13ª ed.) também. Essa elevação faz com que os rins excretem o
➢ Diminuição da excreção de sal e de água pelos volume excessivo, normalizando, assim, a pressão.
rins: essa ação eleva lentamente o volume do (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
líquido extracelular, o que aumenta a pressão
↠ De fato, a elevação da pressão arterial no ser humano
arterial durante as horas e dias subsequentes.
por apenas alguns mmHg pode duplicar o débito renal de
(GUYTON & HALL, 13ª ed.)
água, um fenômeno chamado diurese de pressão, bem
Relaxamento por estresse da vasculatura como duplicar a eliminação de sal, o que é chamado
natriurese de pressão. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ Quando a pressão nos vasos sanguíneos se torna
muito alta, esses vasos são estirados de forma contínua ↠ O aumento da pressão arterial não eleva apenas o
por minutos ou horas; como resultado, a pressão nesses débito urinário, mas provoca também elevação
vasos sanguíneos volta ao normal. (GUYTON & HALL, 13ª aproximadamente igual da eliminação de sódio, que é o
ed.) fenômeno da natriurese de pressão. (GUYTON & HALL,
13ª ed.)
↠ Esse estiramento contínuo dos vasos, chamado
relaxamento por estresse, pode atuar como “tampão” da ↠ A figura mostra o efeito médio aproximado de
pressão que age por períodos intermediários. (GUYTON diferentes níveis de pressão arterial sobre o volume do
& HALL, 13ª ed.) débito urinário no rim isolado, demonstrando seu aumento
acentuado quando a pressão se eleva. (GUYTON & HALL,
Mecanismo do deslocamento de líquido capilar 13ª ed.)
↠ Representa simplesmente o fato de que, quando a
pressão capilar cai a níveis muito baixos, o líquido é
reabsorvido pelas membranas capilares dos tecidos para
a circulação, elevando o volume sanguíneo e a pressão
na circulação. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
@jumorbeck
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➢ Epinefrina e norepinefrina. Em resposta à estimulação ↠ Conceito legal de acidente de trabalho: é o que ocorre
simpática, a medula da glândula suprarrenal libera epinefrina pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,
e norepinefrina. Esses hormônios aumentam o débito provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cardíaco ao elevarem a velocidade e força das contrações cause a morte, ou a perda ou redução permanente ou
cardíacas. Também causam constrição das arteríolas e
veias na pele e órgãos abdominais e dilatação das arteríolas temporária da capacidade para o trabalho. (BARSANO;
no músculo cardíaco e esquelético, o que ajuda a aumentar BARBOSA, 2018)
o fluxo sanguíneo para o músculo durante o exercício.
(TORTORA, 14ª ed.) ↠ Equipamento de Proteção Individual – EPI é todo
➢ Hormônio antidiurético (HAD). O hormônio antidiurético dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo
(HAD) é produzido pelo hipotálamo e liberado pela neuro- trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de
hipófise em resposta à desidratação ou à diminuição no
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. (NR 6)
volume sanguíneo. Entre outras ações, o HAD causa
vasoconstrição, o que aumenta a pressão arterial. Por isso, ↠ A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
o HAD é também chamado vasopressina. O HAD também
promove o deslocamento de água do lúmen dos túbulos gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado
renais para a corrente sanguínea. Isso resulta em aumento de conservação e funcionamento. (NR 6)
no volume sanguíneo e diminuição na produção de urina.
(TORTORA, 14ª ed.) ↠ Cabe ao empregador quanto ao EPI: (NR 6)
➢ Peptídio natriurético atrial (PNA). Liberado pelas células do
átrio do coração, o PNA reduz a pressão arterial ao causar
vasodilatação e promover a perda de sal e água na urina, ➢ adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
o que reduz o volume sanguíneo. (TORTORA, 14ª ed.) ➢ exigir seu uso;
➢ fornecer ao trabalhador somente o aprovado
pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho;
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As proteínas que saem do plasma sanguíneo não conseguem retornar livremente as paredes dos capilares para formar o líquido
ao sangue por difusão, porque o gradiente de concentração (alto nível intersticial, mas um volume maior de líquido sai dos
de proteínas no interior dos capilares sanguíneos, baixo nível fora) se
opõe a este movimento. (TORTORA, 14ª ed.)
capilares sanguíneos do que retorna a eles por
reabsorção. O excesso de líquido filtrado –
↠ As proteínas no sangue geram forças osmóticas que aproximadamente 3 l/dia – drena para os vasos linfáticos
são essenciais para manter a água na corrente sanguínea. e se torna a linfa. (TORTORA, 14ª ed.)
Se essas proteínas não fossem devolvidas para a
corrente sanguínea, logo se seguiria um efluxo maciço de ↠ A linfa é um liquido viscoso e transparente com
água do sangue para os tecidos, e o sistema composição semelhante à do plasma sanguíneo, diferindo
cardiovascular inteiro entraria em colapso por causa do apenas na concentração de proteínas que é mais baixa.
volume insuficiente. (MARIEB, 7ª ed.) Existe ainda uma grande concentração de leucócitos,
principalmente linfócitos, uma vez que o Sistema Linfático
↠ O sistema linfático representa a via acessória, por meio (SL) participa de forma ativa na resposta imunológica do
da qual o líquido pode fluir dos espaços intersticiais para o organismo (MARQUES; SILVA, 2020)
sangue. É importante notar que os linfáticos transportam
para fora dos espaços teciduais proteínas e grandes ↠ Sem a ajuda da força do batimento cardíaco, a linfa é
partículas, que não podem ser removidas por absorção impelida através dos vasos linfáticos por uma série de
direta pelos capilares sanguíneos. (GUYTON, 13ª ed.) mecanismos mais fracos:
➢ O inchaço dos músculos esqueléticos em
contração (BOMBA DE MÚSCULO ESQUELÉTICO) e
as pulsações das artérias vizinhas comprimem os
vasos linfáticos, espremendo a linfa através deles.
(MARIEB, 7ª ed.)
➢ A túnica média muscular dos vasos linfáticos
contrai para ajudar a impelir a linfa. (MARIEB, 7ª
ed.)
➢ Os movimentos normais dos membros e do
tronco ajudam a manter o escoamento da linfa.
(MARIEB, 7ª ed.)
➢ O fluxo de linfa é também mantido pelas
alterações de pressão que ocorrem durante a
inspiração. A linfa flui da região abdominal, onde
a pressão é maior, para a região torácica, onde
ela é mais baixa. Quando as pressões se
↠ Como a linfa flui apenas na direção do coração, os invertem durante a expiração, as válvulas nos
vasos linfáticos formam um sistema de mão única em vez vasos linfáticos evitam o refluxo da linfa. Além
de um circuito completo. (MARIEB, 7ª ed.) disso, quando um vaso linfático se distende, o
músculo liso de suas paredes se contrai, o que
↠ Existem vasos de vários tamanhos (calibre) que ajuda a mover linfa de um segmento do vaso
coletam e transportam a linfa. Os vasos menores, os que para o seguinte (BOMBA RESPIRATÓRIA).
recebem primeiro a linfa, são os capilares linfáticos, que (TORTORA, 14ª ed.)
drenam em vasos (coletores) linfáticos ao longo dos quais
existem linfonodos dispersos. Os vasos linfáticos drenam ↠ Apesar desses mecanismos de propulsão, o
para os troncos linfáticos, eles se unem para formar os transporte da linfa é esporádico e lento, o que explica por
ductos linfáticos, que desembocam nas veias da raiz do que as pessoas que ficam muito tempo em pé no
pescoço. (MARIEB, 7ª ed.) trabalho podem desenvolver edema em volta dos
tornozelos no fim do expediente. (MARIEB, 7ª ed.)
Formação e transporte da linfa
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O edema geralmente desaparece se as pernas forem exercitadas, por maiores as aberturas entre as células para que mais líquido possa fluir
exemplo, ao caminhar para casa. O hábito nervoso, aparentemente para o capilar linfático. (TORTORA, 14ª ed.)
inútil, de as pessoas sacudirem as pernas enquanto estão sentadas
realiza, na verdade, a importante função de mover a linfa pelas pernas. ↠ Depois que esse líquido entra nos capilares linfáticos,
(MARIEB, 7ª ed.) ele passa a se chamar linfa. (MARIEB, 7ª ed.)
Sequência de fluxo de líquidos ↠ A linfa não pode vazar do capilar linfático porque o
refluxo força as abas da miniválvula simultaneamente.
Embora a alta permeabilidade dos capilares linfáticos
CAPILARES ESPAÇOS CAPILARES permita a absorção de grandes quantidades de líquido
INTERSTICIAIS
SANGUÍNEOS LINFÁTICOS
(SANGUE)
(LÍQUIDOS
INTERSTICIAIS) (LINFA)
tecidual e grandes moléculas proteicas, ela também
permite que quaisquer bactérias, vírus ou células
cancerosas no tecido conjuntivo frouxo entrem nesses
JUNÇÃO ENTRE AS DUCTOS VASOS
capilares com facilidade. Esses agentes patogênicos
VEIAS JUGULAR
INTERNA E LINFÁTICOS LINFÁTICOS podem percorrer todo o corpo através dos vasos
SUBCLÁVIA (SANGUE) (LINFA) (LINFA)
linfáticos. No entanto, essa ameaça é evitada em parte
pelos linfonodos que destroem a maioria dos patógenos
na linfa. (MARIEB, 7ª ed.)
Componentes do sistema linfático
↠ Os capilares linfáticos não existem nos ossos e dentes,
CAPILARES LINFÁTICOS na medula óssea e em todo o SNP, onde o excesso de
líquido tecidual é drenado através do tecido nervoso para
↠ Os capilares linfáticos, vasos altamente permeáveis
o líquido cerebrospinal. O líquido cerebrospinal devolve
que coletam o excesso de líquido tecidual, situam -se
esse líquido tecidual para o sangue no seio sagital superior.
perto dos capilares sanguíneos no tecido conjuntivo
(MARIEB, 7ª ed.)
frouxo. (MARIEB, 7ª ed.)
Entretanto, mesmo esses tecidos têm canais minúsculos, referidos
↠ Assim como os capilares sanguíneos, sua parede como pré-linfáticos, pelos quais o líquido intersticial pode fluir; esse
consiste em uma única camada de células endoteliais. líquido é, por fim, drenado para vasos linfáticos ou, no caso do encéfalo,
(MARIEB, 7ª ed.) para o líquido cerebrospinal e dele diretamente de volta ao sangue.
(GUYTON, 13ª ed.)
↠ Sua permeabilidade resulta da estrutura e organização
↠ Um conjunto de capilares linfáticos, chamados lácteos,
das células endoteliais: eles têm poucas junções
tem uma função exclusiva. Localizados nas vilosidades da
intercelulares e as margens das células adjacentes
mucosa do intestino delgado, eles absorvem a gordura
sobrepõem-se, formando miniválvulas de fácil abertura.
digerida pelo intestino, fazendo que a linfa drenada das
(MARIEB, 7ª ed.)
vísceras se torne leitosa (lacte = leite). Essa linfa gordurosa
chama-se quilo e, como toda linfa, é transportada para a
corrente sanguínea. (MARIEB, 7ª ed.)
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↠ Eles possuem as mesmas túnicas dos vasos ➢ Os linfonodos superficiais cervicais ao longo das veias
sanguíneos (túnica íntima, túnica média e túnica externa), jugulares e artérias carótidas recebem a linfa da cabeça e
pescoço. (MARIEB, 7ª ed.)
mas suas paredes sempre são muito mais finas. (MARIEB, ➢ Os linfonodos axilares na axila e os linfonodos inguinais na
7ª ed.) parte superior da coxa filtram a linfa dos membros
superiores e inferiores, respectivamente. (MARIEB, 7ª ed.)
↠ Para direcionar o escoamento da linfa, os vasos ➢ Os linfonodos no mediastino, como os linfonodos
linfáticos contêm mais válvulas do que as veias. Na base traqueobronquiais profundos, recebem a linfa das vísceras
de cada válvula, o vaso incha, formando uma bolsa na qual torácicas. (MARIEB, 7ª ed.)
➢ Os linfonodos profundos ao longo da parte abdominal da
a linfa é coletada e obriga a válvula a fechar. Por causa
aorta, chamados linfonodos aórticos, filtram a linfa da parede
dessas bolsas, cada vaso linfático se assemelha a um colar posterior do abdome. (MARIEB, 7ª ed.)
de contas. (MARIEB, 7ª ed.) ➢ Os linfonodos profundos ao longo das artérias ilíacas,
chamados linfonodos ilíacos, filtram a linfa dos órgãos
Essa aparência diferente, que caracteriza o tronco linfático maior e
pélvicos e dos membros inferiores. (MARIEB, 7ª ed.)
também os ductos linfáticos, permite que os médicos reconheçam os
vasos linfáticos nas imagens de raio X obtidas após esses vasos Um linfonodo é circundado por uma cápsula fibrosa de tecido
receberem injeção de corante radiopaco. Esse procedimento conjuntivo denso, da qual se estendem cordões fibrosos chamados
radiográfico chama-se linfangiografia (“imagem de vaso linfático”). trabéculas (“feixes”) para dentro do linfonodo, dividindo-o em
(MARIEB, 7ª ed.) compartimentos. (MARIEB, 7ª ed.)
LINFONODOS
↠ Os linfonodos, que removem os patógenos da linfa,
são órgãos em forma de feijão, situados ao longo dos
vasos linfáticos. (MARIEB, 7ª ed.)
O termo popular “glândulas linfáticas” não está correto, pois não se
trata de glândulas. (MARIEB, 7ª ed.)
Linfonodos intumescidos
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infectados chamam-se bubões. Na peste bubônica, os bubões são o superiores; eles também drenam a parte inferior do
sintoma mais óbvio. Em outro caso, as células cancerosas metastáticas pescoço e a parede superior do tórax. (MARIEB, 7ª ed.)
que entram nos vasos linfáticos e ficam aprisionadas nos linfonodos ➢ Troncos jugulares: localizado na base de cada veia jugular
locais continuam a se multiplicar ali. O fato de os linfonodos infiltrados interna, esse par de troncos drena a linfa da cabeça e
por células cancerosas serem intumescidos, porém não doloridos, pescoço. (MARIEB, 7ª ed.)
ajuda a distinguir os nódulos cancerosos daqueles infectados por
microrganismos (a dor resulta de inflamação e as células cancerosas DUCTOS LINFÁTICOS
não induzem a resposta inflamatória). Os linfonodos potencialmente
cancerosos podem ser localizados por palpação; quando um médico ↠ Os troncos linfáticos drenam em vasos linfáticos
examina uma paciente em busca de um câncer de mama procura maiores, os ductos linfáticos. Enquanto alguns indivíduos
linfonodos axilares intumescidos. Os médicos também podem localizar possuem dois ductos linfáticos, outros têm apenas um.
linfonodos cancerosos inchados utilizando TC ou RM. (MARIEB, 7ª ed.) (MARIEB, 7ª ed.)
TRONCOS LINFÁTICOS
➢ O ducto torácico está presente em todos os
↠ Após sair dos linfonodos, os vasos linfáticos convergem indivíduos. Sua parte mais inferior, localizada na
e formam os troncos linfáticos. Esses troncos drenam união dos troncos lombar e intestinal, é a cisterna
extensas áreas do corpo e são suficientemente grandes do quilo (“saco de quilo”), situada na altura dos
para serem encontrados numa dissecção. (MARIEB, 7ª ed.) corpos das vértebras L I e L II. A partir daí, o
ducto torácico assume trajeto ascendente,
anterior aos corpos das vértebras. Na parte
superior do tórax, ele volta-se para o lado
esquerdo e deságua na circulação venosa, na
junção da veia jugular interna esquerda com a
veia subclávia esquerda. O ducto torácico muitas
vezes une-se aos troncos jugular esquerdo,
subclávio ou broncomediastinal logo antes de se
juntar à circulação venosa. (MARIEB, 7ª ed.)
➢ Ducto linfático direito: o quadrante superior
direito do corpo é drenado pelos troncos jugular,
subclávio e broncomediastinal direitos. Em
aproximadamente 20% das pessoas, esses
ductos unem-se e formam um ducto linfático
direito curto. Quando presente, esse ducto
deságua nas veias do pescoço,
aproximadamente na junção das veias jugular
interna direita e subclávia direita. Com mais
frequência, os três troncos abrem-se de maneira
independente nas veias do pescoço. (MARIEB, 7ª
↠ Os cinco troncos linfáticos principais, do inferior para o ed.)
superior, são:
Tecidos linfáticos
➢ Troncos lombares: esse par de troncos, que se situa nos
lados da aorta, na parte inferior do abdome, recebe toda a ↠ O tecido linfático é um tipo especializado de tecido
linfa que drena dos membros inferiores, órgãos pélvicos e conjuntivo no qual grandes quantidades de linfócitos se
de uma parte da parede anterior do abdome. (MARIEB, 7ª reúnem para combater microrganismos invasores. Esse
ed.)
➢ Tronco intestinal: esse tronco ímpar, situado próximo à
tecido tem duas localizações gerais:
parede posterior do abdome na linha média, recebe linfa
➢ Nas membranas mucosas frequentemente infectadas
gordurosa (quilo) do estômago, intestinos e outros órgãos
dos tratos digestório, respiratório, urinário e
digestórios. (MARIEB, 7ª ed.)
➢ Troncos broncomediastinais: subindo pelos lados da reprodutor, onde se chama tecido linfático associado
traqueia, esse par de troncos coleta linfa das vísceras à mucosa ou MALT (do inglês mucosa associated
torácicas e da parede do tórax. (MARIEB, 7ª ed.) lymphoid tissue); (MARIEB, 7ª ed.)
➢ Troncos subclávios: localizado perto da base do pescoço, ➢ Em todos os órgãos linfáticos, exceto no timo.
esse par de troncos recebe a linfa dos membros (MARIEB, 7ª ed.)
@jumorbeck
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Órgãos linfáticos
@jumorbeck
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LINFONODOS
↠ Os linfonodos são mais do que apenas filtros de linfa.
Os linfonodos são os órgãos onde os sistemas linfático e
imune se cruzam. (MARIEB, 7ª ed.)
@jumorbeck
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TONSILAS
↠ As tonsilas são intumescências da mucosa que reveste
a faringe. Existem quatro grupos de tonsilas:
➢ O par de tonsilas palatinas situa -se diretamente
posterior à boca e ao palato, na parede lateral
da faringe. Essas são as maiores tonsilas e as que
são infectadas e removidas com mais frequência
durante a infância, em um procedimento
cirúrgico chamado tonsilectomia. (MARIEB, 7ª ed.)
➢ A tonsila lingual situa -se na superfície posterior
da língua. (MARIEB, 7ª ed.)
➢ A tonsila faríngea (adenoides) situa -se no teto
↠ O baço tem duas grandes funções de limpeza
faríngeo. (MARIEB, 7ª ed.)
sanguínea: remoção dos antígenos transportados pelo
➢ A tonsila tubária situa-se posteriormente ao
sangue (sua função imune) e remoção e destruição de
ósteo faríngeo da tuba auditiva. (MARIEB, 7ª ed.)
células sanguíneas velhas ou defeituosas. (MARIEB, 7ª ed.)
@jumorbeck
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vezes, necessitam de cuidados que invadem sua AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
intimidade. (CAIRES et. al., 2015) SOBRE OS DIREITOS DE IMAGEM
@jumorbeck
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Referências:
@jumorbeck
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↠ As células sanguíneas são produzidas na medula óssea. ↠ As plaquetas são fragmentos de células, produzidos na
A hematopoiese a síntese de células sanguíneas, começa medula óssea, a partir de células enormes, chamadas de
no início do desenvolvimento embrionário e continua ao megacariócitos.
longo da vida de uma pessoa. (SILVERTHON, 7ªed.)
@jumorbeck
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Hemostasia
@jumorbeck
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for muito fraco, ele é rompido pela pressão sanguínea. Se o corte no vaso sanguíneo for muito pequeno - na
(SILVERTHON, 7ªed.) verdade, diversas rupturas vasculares muito pequenas se
desenvolvem em todo o corpo a cada dia - ele é, com
↠ Sempre que um vaso é seccionado ou rompido, é
frequência, selado pelo tampão plaquetário, em vez de
provocada hemostasia por meio de diversos mecanismos:
por coágulo sanguíneo. (GUYTON, 13ª ed.)
(GUYTON, 13ª ed.)
↠ O reparo plaquetário das aberturas vasculares
➢ Constrição vascular;
depende de várias funções importantes da própria
➢ Formação de tampão plaquetário;
plaqueta. (GUYTON, 13ª ed.)
➢ Formação de coágulo sanguíneo, como
resultado da coagulação do sangue; ↠ Quando as plaquetas entram em contato com a
➢ Eventual crescimento de tecido fibroso no superfície vascular lesada, especialmente com as fibras de
coágulo para o fechamento permanente no colágeno da parede vascular, alteram rapidamente suas
orifício do vaso. características de forma drástica. (GUYTON, 13ª ed.)
↠ A contração resulta de: (GUYTON, 13ª ed.) O ADP e o tromboxano por sua vez atuam nas plaquetas
vizinhas, ativando-as; a superfície grudenta dessas
➢ Espasmo miogênico local: maior grau de plaquetas recém-ativadas faz com que sejam aderidas às
vasoconstrição, iniciada pela lesão direta da plaquetas originalmente ativadas. (GUYTON, 13ª ed.)
parede vascular;
➢ Fatores autacoides locais dos tecidos
As plaquetas
traumatizados e das plaquetas: para os vasos estendem
menores, as plaquetas são responsáveis por Adesão projeções Agregação Tampão
plaquetária Reação de plaquetária plaquetário
grande parte da vasoconstrição pela liberação liberação das
plaquetas
da substância vasoconstritora tromboxano A2.
➢ Reflexos nervosos: são desencadeados por
impulsos nervosos dolorosos ou por outros No local de qualquer punção da parede de vaso sanguíneo, a parede
impulsos sensoriais, originados no vaso vascular lesionada ativa número sucessivamente maior de plaquetas
traumatizado ou nos tecidos vizinhos. que atraem cada vez mais plaquetas, formando, assim, o tampão
plaquetário. (GUYTON, 13ª ed.)
↠ Quanto maior for a gravidade do trauma ao vaso,
maior será o grau do espasmo vascular. O espasmo pode ↠ Inicialmente, esse tampão fica solto, mas é usualmente
durar vários minutos ou mesmo horas, tempo no qual bem-sucedido ao bloquear a perda de sangue se a
ocorrem os processos de formação dos tampões abertura vascular for pequena. (GUYTON, 13ª ed.)
plaquetários e de coagulação do sangue. (GUYTON, 13ª ↠ Embora inicialmente o tampão plaquetário seja frouxo,
ed.) ele passa a ser bastante firme quando é reforçado por
Formação do tampão plaquetário filamentos de fibrina formados durante a coagulação.
(TORTORA, 14ª ed.)
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Cininogênio de alto peso Fator de Fitzgerald, que acelera ainda mais o processo. Note
molecular cininogênio de APM (alto especialmente que o efeito de feedback positivo
peso molecular) da trombina, atuando sobre o Fator V, acelera
todo o processo depois de seu
desencadeamento.
Via extrínseca para a iniciação da coagulação
RESUMO: uma proteína tecidual chamada de fator tecidual
↠ A via extrínseca para o desencadeamento da (FT), também conhecida como tromboplastina, passa
formação do ativador da protrombina começa com o para o sangue a partir de células do lado de fora dos
trauma da parede vascular ou com o trauma dos tecidos vasos sanguíneos (extrínsecas aos) e inicia a formação da
extravasculares que entram em contato com o sangue. protrombinase. O FT é uma mistura complexa de
(GUYTON, 13ª ed.) lipoproteínas e fosfolipídios liberada das superfícies de
células danificadas. Na presença de Ca2+, o FT começa
Essa condição leva às seguintes etapas: (GUYTON, 13ª ed.) uma sequência de reações que, por fim, ativa o fator de
➢ Liberação do fator tecidual: tecido traumatizado coagulação X. Uma vez ativado, o fator X se combina
libera complexo de diversos fatores, chamado com o fator V na presença de Ca2+ para formar a
fator tecidual ou tromboplastina tecidual. Esse enzima ativa protrombinase, completando a via extrínseca.
fator é composto, de modo especial, por
fosfolipídeos das membranas dos tecidos mais
complexo lipoproteico que atua, principalmente,
como enzima proteolítica.
➢ Ativação do Fator X — papel do Fator VII e do
fator tecidual.: complexo lipoproteico do fator
tecidual se combina com o Fator VII da
coagulação sanguínea e, em presença de íons
cálcio, atua enzimaticamente sobre o Fator X
para formar o Fator X ativado (Xa).
➢ Efeito do Fator X ativado (Xa) para formar o
ativador da protrombina — o papel do Fator V:
o Fator X ativado se combina, imediatamente,
com os fosfolipídeos teciduais que fazem parte
dos fatores teciduais, ou com fosfolipídeos
adicionais, liberados pelas plaquetas, além de com
o Fator V, para formar o complexo chamado
ativador da protrombina. Em alguns segundos,
em presença de Ca+2, a protrombina divide-se Via Intrínseca para a Iniciação da Coagulação
para formar a trombina, e o processo de
coagulação prossegue. De início, o Fator V no ↠ O segundo mecanismo para o desencadeamento da
complexo ativador da protrombina está inativo, formação do ativador da protrombina e, portanto, para o
mas assim que o processo de coagulação se início da coagulação, começa com o trauma ao próprio
inicia e a trombina começa a se formar a ação sangue ou a exposição do sangue ao colágeno da parede
proteolítica da trombina ativa o Fator V. Essa vascular traumatizada. (GUYTON, 13ª ed.)
ativação passa a ser potente acelerador adicional
da ativação da protrombina. Consequentemente, ↠ O processo continua por série de reações em cascata:
no complexo ativador da protrombina final, o (GUYTON, 13ª ed.)
Fator X ativado é a verdadeira protease ➢ O trauma sanguíneo causa: ativação do Fator XII
causadora da clivagem da protrombina para a e liberação dos fosfolipídeos das plaquetas. O
formação da trombina: o Fator V ativado acelera trauma ao sangue ou a exposição do sangue ao
enormemente essa atividade de protease, e os colágeno da parede vascular altera dois
fosfolipídeos das plaquetas atuam como veículo
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estabilizador de fibrina, presente em pequena quantidade As plaquetas são necessárias para a retração do coágulo.
nas globulinas normais do plasma, mas que é liberada Assim, falha na retração do coágulo indica que o número
também pelas plaquetas retidas no coágulo. (GUYTON, 13ª de plaquetas no sangue circulante deve estar baixo.
ed.) (GUYTON, 13ª ed.)
↠ Antes de o fator estabilizador de fibrina ter efeito As plaquetas contribuem diretamente para a contração
sobre as fibras de fibrina, ele deve ser ativado. A mesma do coágulo pela ativação da trombostenina da actina e da
trombina que causa a formação de fibrina também ativa miosina plaquetárias, que são proteínas contráteis
o fator estabilizador da fibrina. Essa substância ativada atua causadoras de forte contração das espículas plaquetárias
como enzima para criar ligações covalentes entre presas à fibrina. Esse efeito também auxilia a compressão
número crescente de monômeros de fibrina, bem como da malha de fibrina até o volume menor. A contração é
ligações cruzadas entre as fibras adjacentes de fibrina, ativada e acelerada por trombina e íons cálcio, liberados
aumentando muito a força tridimensional da malha de dos reservatórios de cálcio nas mitocôndrias, no retículo
fibrina. (GUYTON, 13ª ed.) endoplasmático e no complexo de Golgi das plaquetas.
(GUYTON, 13ª ed.)
Com a retração do coágulo, as bordas da abertura do
vaso sanguíneo são tracionadas, contribuindo ainda mais
para a hemostasia. (GUYTON, 13ª ed.)
@jumorbeck
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coágulo é a dispersão de parte dos fatores de coagulação ↠ Após a lesão de um vaso sanguíneo e a consequente
pelo sangue, cujas concentrações não são altas o formação de coágulo, este deve ser removido para que
suficiente para promover a coagulação disseminada. o sangue possa recircular normalmente por esse local.
(TORTORA, 14ª ed.) (THEREZINHA, 4ª ed.)
Ativação dos fatores que participam da cascata de ↠ A dissolução da fibrina ai formada se faz ao mesmo
coagulação tempo em que o endotélio vascular se recompõe, pelo
processo denominado fibrinólise. A célula endotelial
↠ Agentes anticoagulantes e procoagulantes. participa dessa fibrinólise por meio da secreção de
(THEREZINHA, 4ª ed.) enzimas proteolíticas denominadas ativadores do
plasminogênio. (THEREZINHA, 4ª ed.)
Agentes anticoagulantes
↠ O plasminogênio constitui uma proenzima circulante
↠ O endotélio vascular tem papel ativo na manutenção que é transformada em plasmina, sendo esta que
das condições normais da hemostasia. As substâncias de promove a dissolução dos trombos. (THEREZINHA, 4ª ed.)
efeito anticoagulante sintetizadas pelas células endoteliais
são reconhecidas como de grande importância clínica. ↠ As células endoteliais secretam ativados do
(THEREZINHA, 4ª ed.) plasminogênio tipo t-PA(ativador tissular) e tipo u-PA
(uroquinase). (THEREZINHA, 4ª ed.)
↠ Com o auxílio delas o organismo procura evitar a
propagação da formação de coágulos na rede vascular, ↠ O próprio endotélio é capaz de controlar a síntese dos
localizando os fenômenos trombóticos. (THEREZINHA, 4ª ativadores referidos anteriormente por meio da síntese
ed.) de inibidores denominados PAIs (PAI – 1 e PAI – 2)
(THEREZINHA, 4ª ed.)
PROSTACICLINA (PGI2)
AÇÃO ANTICOAGULANTE DA SUPERFÍCIE ENDOTELIAL DOS
↠ É o principal produto derivado do metabolismo do
VASOS
ácido aracdônico na célula endotelial. (THEREZINHA, 4ª
ed.) ↠ Está ligada à presença de moléculas heparina símile na
luz dos vasos. A heparina se liga a uma substância inibidora
↠ Atua como potente vasodilatador e inibidor da da trombina, denominada antritrombina II, e esta ligação,
agregação plaquetária. Diminui a possibilidade de heparina-antitrombina III, facilita a reação entre a trombina
formação de trombos, especialmente nos vasos capilares. e a antitrombina, com formação de um complexo que
Nestes, a estase sanguínea constitui um agente que entra na circulação, sendo depois destruído pelo fígado.
favorece o aparecimento de trombos. (THEREZINHA, 4ª (THEREZINHA, 4ª ed.)
ed.)
↠ Por esse mecanismo, a trombina, que se forma toda
↠ Em condições normais, as células endoteliais liberam vez que as plaquetas se agregam junto a um ponto do
quantidades mínimas de PGI2. Quando elas são estimuladas endotélio lesado, tende a ser inibida, evitando assim a
por vários agentes, incluindo-se a trombina, há liberação formação do coágulo. Trata-se, pois, de mecanismos
de maiores quantidades de PGI2. opostos que atuam em condições normais, permitindo
↠ A PGI2. inibe a atividade do fator plaquetário 3 (FP3) e que o plug ou tampão hemostático se forme somente
bloqueia o aparecimento de receptores da membrana no local onde o endotélio está lesado, impedindo que se
plaquetária para o fibrinogênio e o fator de von Willebrand. forma nos pontos em que o mesmo se apresenta
íntegro. (THEREZINHA, 4ª ed.)
↠ As lipoproteínas de baixa densidade (LDL) inibem a
produção de PGI2., enquanto as de alta densidade (HDL) TROMBOMODULINA
aumentam esta produção. Por isso, a tendencia à
↠ É uma proteína presente no endotélio vascular e que
formação de trombos nos indivíduos com alto teor de
tem afinidade elevada pela trombina, formando com esta
LDL.
o complexo trombomodulina-trombina. Desse modo, a
SUBSTÂNCIAS ATIVADORAS DO PLASMINOGÊNIO trombina perde virtualmente seu poder proteolítico.
(THEREZINHA, 4ª ed.)
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↠ Portanto, a trombomodulina tem uma ação ↠ As plaquetas também produzem o Vwf que fica
antitrombina ou anticoagulante. Entretanto, o papel da armazenado nas estruturas do citoplasma plaquetário
trombomodulina é mais complexo, pois ela atua também denominadas alfa-grânulos. (THEREZINHA, 4ª ed.)
ativando outra proteína presente no plasma, denominada
↠ Várias unidades de vWF se reúnem de modo
proteína C. (THEREZINHA, 4ª ed.)
complexo para formar os vários multímeros presentes
PROTEÍNA C no plasma. Considera-se que os grandes multímeros
sejam mais ativos ou eficientes do que os pequenos
↠ A proteína C se apresenta inativa no plasma, passando multímeros na hemostasia, pois teriam maior capacidade
à forma ativa sob influência da trombomodulina. de promoverem a adesão das plaquetas circulantes ao
(THEREZINHA, 4ª ed.) endotélio lesado. (THEREZINHA, 4ª ed.)
↠ A proteína C é uma fator vitamina-K-dependente com ↠ O vWF atua como verdadeira ponte, reagindo como
propriedade anticoagulante e seu papel na coagulação se receptores localizados tanto nas plaquetas como nas
manifesta após a formação do complexo trombina- estruturas do subendotélio. (THEREZINHA, 4ª ed.)
trombomodulina. (THEREZINHA, 4ª ed.)
FIBRONECTINA
↠ A ativação da proteína C causa inativação dos fatores
V e VIII da coagulação. (THEREZINHA, 4ª ed.) ↠ É uma glicoproteína presente no plasma e na
membrana basal da parede vascular. (THEREZINHA, 4ª
↠ A atividade anticoagulante da proteína C é aumentada ed.)
na presença de outra proteína, também do tipo da
vitamina-k-dependente, denominada proteína S. ↠ É sintetizada pelas células endoteliais, por fibroblastos
(THEREZINHA, 4ª ed.) e vários outros tipos de células. (THEREZINHA, 4ª ed.)
↠ A proteína C ativada tem ainda a propriedade de ↠ É encontrada em grandes concentrações nos alfa-
estimular a fibrinólise. Isso ocorre por existir um estímulo grânulos das plaquetas e atua facilitando a adesão de
para a síntese de ativadores do plasminogênio (PA) e plaquetas ao endotélio lesado, colaborando na formação
também por haver inibição direta para a formação de do coágulo. (THEREZINHA, 4ª ed.)
substâncias que são inibidoras da ativação do
plasminogênio (PA) (THEREZINHA, 4ª ed.) FATOR TISSULAR (TF)
↠ É também denominado fator III da coagulação ou
Agentes procoagulantes
tromboplastina. (THEREZINHA, 4ª ed.)
FATOR DE VON WILLEBRAND (vWF) ↠ É sintetizado em vários órgãos (cérebro, placenta,
↠ Trata-se de uma proteína que circula no plasma unida pulmão) e pelas células presentes nas camadas mais
ao fator VIII de atividade coagulante, fator anti-hemolítico profundas da parede vascular. (THEREZINHA, 4ª ed.)
ou fator VIII:C. (THEREZINHA, 4ª ed.) ↠ As células endoteliais produzem esse fator em
↠ Os dois fatores formam um complexo vWF-fator VIII:C, pequena quantidade. O aumento de sua produção parece
em que o vWF constitui a maior parte, sendo estar ligado a estímulo após lesão endotelial.
considerado, por isso, uma proteína transportadora do (THEREZINHA, 4ª ed.)
fator VIII. (THEREZINHA, 4ª ed.) ↠ O fator tissular ou tromboplastina tissular é considerado
↠ O vWF é sintetizado pelas células endoteliais da rede agora como o principal iniciador da coagulação. A sua
vascular comum e dos sinusóides hepáticos. liberação acontece a partir da lesão dos tecidos
(THEREZINHA, 4ª ed.) adjacentes ao vaso que libera o TF, o qual se liga ai fator
VII formando o complexo TF+FVIIa. Este complexo, na
↠ As células endoteliais sintetizam e polimerizam o vWF, presença de íons cálcio, promove ativação dos fatores IX
além de armazená-lo em estruturas denominadas corpos (IXa) e X (Xa) da coagulação. (THEREZINHA, 4ª ed.)
de Weibel-Palade. (THEREZINHA, 4ª ed.)
@jumorbeck
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Referências:
@jumorbeck
1
Peptídeos e proteínas
↠ As proteínas controlam praticamente todos os ↠ Quando o número de aminoácidos que se ligam for
processos que ocorrem em uma célula, e elas maior, o produto é chamado de polipeptídeo. As proteínas
@jumorbeck
2
A descrição de todas as ligações covalentes ligando resíduos de A estabilidade de uma α -hélice origina-se principalmente das ligações
aminoácidos em uma cadeia polipeptídica é a estrutura primária. O de hidrogênio formadas entre o oxigênio da carbonila da ligação
elemento mais importante da estrutura primária é a sequência de peptídica e o átomo de hidrogênio ligado ao nitrogênio da ligação
resíduos de aminoácidos. (LEHNINGNER, 7ª ed.) peptídica no quarto resíduo adiante na cadeia polipeptídica. (HARPER,
30ª ed.)
Uma mesma proteína pode adquirir também estruturas secundárias,
terciárias e até quaternárias. Isso ocorre como resultado de interações As conformações β organizam as cadeias polipeptídicas em forma de
intermoleculares entre partes de uma mesma proteína ou entre várias folhas. (LEHNINGNER, 7ª ed.)
cadeias de proteína. A estrutura secundária geralmente é resultante
de ligações de hidrogênio que ocorrem entre o hidrogênio do grupo
-NH e o oxigênio do grupo C = O. Quando as estruturas secundárias
das proteínas se dobram sobre si mesmas, elas dão origem a uma
disposição espacial denominada de estrutura terciária. Já a estrutura
quaternária é a união de várias estruturas terciárias que assumem
formas espaciais bem definidas. (DUARTE, 2015)
Em proteínas globulares, que apresentam estrutura enovelada
compacta, alguns resíduos de aminoácidos estão em voltas ou alças
onde a cadeia polipeptídica inverte a direção. Esses são elementos
conectores que ligam estruturas sucessivas de α-hélices e
conformações β. (LEHNINGNER, 7ª ed.)
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As proteínas fibrosas têm forma alongada e, diferentemente das A mioglobina contém uma única cadeia polipeptídica de 153 resíduos
globulares, são formadas pela associação de módulos repetitivos, de aminoácidos de sequência conhecida e um único grupo ferro-
possibilitando a construção de grandes estruturas. O componente protoporfirina, ou heme. (LEHNINGNER, 7ª ed.)
fundamental das proteínas fibrosas são cadeias polipeptídicas muito
longas com estrutura secundária regular: α-hélice nas α-queratinas, O mesmo grupo heme encontrado na mioglobina é encontrado na
folha β pregueada nas β-queratinas e uma hélice característica no hemoglobina, a proteína ligadora de oxigênio dos eritrócitos.
colágeno. (MARZZOCO, 4ª ed.) O grupo heme é responsável pela coloração vermelha amarronzada
tanto da mioglobina quanto da hemoglobina. (LEHNINGNER, 7ª ed.)
Proteínas globulares
A mioglobina é especialmente abundante nos músculos de mamíferos
↠ As proteínas globulares normalmente contêm vários mergulhadores. A estocagem e a distribuição do oxigênio pela
tipos de estruturas secundárias. (LEHNINGNER, 7ª ed.) mioglobina do músculo permitem que animais que mergulham
permaneçam submersos por um longo período. (LEHNINGNER, 7ª ed.)
↠ São solúveis em água. (DUARTE, 2015)
Eritrócitos
↠ A maioria das enzimas e das proteínas reguladoras são
proteínas globulares. (LEHNINGNER, 7ª ed.) ↠ Os eritrócitos (hemácias), ou células vermelhas do
sangue (RBC), são pequenas células transportadoras de
↠ Em uma proteína globular, segmentos diferentes das oxigênio com aproximadamente 7,5 µm de diâmetro.
cadeias polipeptídicas (ou de múltiplas cadeias (MARIEB, 7ª ed.)
polipeptídicas) se dobram uns sobre os outros, gerando
uma forma mais compacta do que a observada nas ↠ São as células mais numerosas no sangue. (MARIEB,
proteínas fibrosas. (LEHNINGNER, 7ª ed.) 7ª ed.)
↠ As proteínas globulares tem uma função dinâmica e ↠ Os eritrócitos têm a forma de discos bicôncavos —
incluem a maioria das enzimas, os anticorpos, muitos discos com centros rebaixados. (MARIEB, 7ª ed.)
hormônios e proteínas transportadoras, como a albumina
↠ A forma bicôncava dos eritrócitos é mantida por uma
sérica e hemoglobina. (DUARTE, 2015)
rede de proteínas periféricas na superfície interna da
↠ As proteínas globulares são formadas por cadeias membrana. plasmática. (MARIEB, 7ª ed.)
polipeptídicas que se dobram adquirindo a forma esférica
ou globular sendo estruturalmente mais complexas que
as demais proteínas, contem frequentemente, vários
tipos de estruturas secundárias, além de apresentarem
estrutura terciária. (DUARTE, 2015)
@jumorbeck
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Hemoglobina
FORMAÇÃO DA HEMOGLOBINA
↠ O ferro do heme chega à célula formadora de
hemoglobina ou eritroblasto ligado à sua proteína
transportadora – a siderofilina ou transferrina.
(THEREZINHA, 4ª ed.) FUNÇÕES E CARACTERÍSTICAS DA HEMOGLOBINA
↠ O complexo ferro-transferrina liga-se à membrana ↠ A hemoglobina tem duas funções essenciais:
celular por meio de seus receptores específicos. A transportar oxigênio e exercer um poderoso efeito
absorção desse complexo pelos eritoblastos se faz após tampão. (MARZZOCO, 4ª ed.)
a invaginação de pequena porção da membrana celular.
(THEREZINHA, 4ª ed.) ↠ A hemoglobina está presente nas hemácias, com
cerca de 270 milhões de moléculas por célula,
↠ O ferro intracitoplasmático entra na mitocôndria para equivalendo a aproximadamente 1/3 do seu peso.
que se processe a síntese do heme. Se houver ferro em (MARZZOCO, 4ª ed.)
excesso, este se deposita sob a forma de ferritina em
pequenos agregados semicristalinos no citoplasma. ↠ A hemoglobina é encontrada exclusivamente nos
(THEREZINHA, 4ª ed.) eritrócitos, e sua principal função é transportar oxigênio
(O2) dos pulmões até os capilares dos tecidos. (BROWN,
↠ A globina constitui a maior porção da molécula da 7ª ed.)
hemoglobina. Enquanto a síntese do heme se processa
na mitocôndria, a da globina se faz no ribossoma ↠ A hemoglobina predominante (mais de 95% do total)
citoplasmático. (THEREZINHA, 4ª ed.) nos seres humanos adultos (HbA) é formada por quatro
cadeias polipeptídicas, duas α (com 141 aminoácidos) (α1 e
↠ A formação da globina é comandada por genes das α2) e duas β (com 146 aminoácidos) (β1 e β2).
células eritroblásticas, existindo quatro diferentes genes (MARZZOCO, 4ª ed.)
capazes de comandar a síntese de quatro cadeias
polipeptídicas, que são: denominadas alfa(controlada pelo ↠ Na estrutura quaternária da hemoglobina, as ligações
gene alfa, localizado no cromossomo 16), beta, gama e não covalentes são muito mais numerosas entre
delta (controlada pelo gene beta, localizado no subunidades diferentes — α/β — do que entre
cromossomo 11). (THEREZINHA, 4ª ed.) subunidades iguais — α/α e β/β. (MARZZOCO, 4ª ed.)
@jumorbeck
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HEMOGLOBINA FETAL
↠ A hemoglobina fetal (HbF) tem uma cadeia
polipeptídica chamada γ (gama) em substituição à cada
cadeia β. A estrutura da HbF é, então, α2 γ2, em
contraposição à estrutura α2 β2 da HbA. (MARZZOCO,
4ª ed.)
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manifestações clínicas com níveis de gravidades NELSON, David. L.; COX, Michael. M. Princípios de
diferentes, sendo aqueles ligados ao Senegal e Árabe- Bioquímica de Lehninger. Porto Alegre: Artmed: Grupo
Indiano mais benignas e o ligado ao Banto a forma mais A, 2018. 9788582715345. Disponível em:
grave. (OLIVEIRA, et. al., 2013) https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978858
2715345/. Acesso em: 29 set. 2021.
↠ Doenças prevalentes na população negra: (SANTOS,
2019) SANTOS et al. Doenças e agravos prevalentes na
população negra: revisão integrativa. Revista Nursing, v.22,
➢ Anemia falciforme: doença genética.;
n. 250, p. 2756-2758, 2019.
➢ Hipertensão Arterial Sistêmica: prevalência 2
vezes maior entre os afro-americanos – os OLIVEIRA et. al. Anemia falciforme: informações científicas
negros desenvolvem HAS em idades mais sobre uma doença que aflige a população negra e
precoces do que os brancos e detêm as taxas quilombola no Brasil. Revista Digital, Buenos Aires, v. 18,
mais elevadas de HAS severa; n.183, 2013.
➢ Diabetes Mellitus;
➢ Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA);
➢ Doença Renal Crônica: maior em negros, com
prevalência em indivíduos de baixa escolaridade.
➢ Vírus da Imunodegiciência Humana (HIV) e
Infecção Sexualmente Transmissível (IST):
maior ocorrência nos afrodescendentes;
➢ Câncer de Próstata: chance duas a três vezes
maior;
➢ Glaucoma: em função do aumento da
pigmentação nos olhos.
➢ Suicídio: não é uma doença em si, mas uma
consequência de alterações psicológicas. Em
2016, segundos dados do IBGE, os negros
representaram 55% dos adolescentes e jovens
que cometeram suicídio no Brasil, sendo os
homens negros o grupo de maior risco.
Referências
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2
↠ É composto 91,5% de água e 8,5% de solutos, cuja ➢ As plaquetas, são fragmentos celulares sem
maioria é (7% por peso) de proteínas. (TORTORA, 14ª núcleo. Entre outras ações, elas liberam
ed.) substâncias químicas que promovem a
coagulação do sangue nos casos de dano dos
↠ Embora consista em 90% de água, ele contém mais vasos sanguíneos.
de 100 tipos de moléculas diferentes, incluindo íons como
o sódio (Na+) e o cloro (Cl–); nutrientes como os açúcares ↠ Os leucócitos são as únicas células plenamente
simples, aminoácidos e lipídios; resíduos como a ureia, funcionais na circulação. Os eritrócitos perdem seus
amônia e dióxido de carbono; e oxigênio, hormônios e núcleos no momento em que entram na corrente
vitaminas. O plasma também contém três tipos principais circulatória, e as plaquetas, que também não possuem
de proteínas: (MARIEB, 7ª ed.) núcleo, são fragmentos celulares originados de uma
grande célula-mãe, chamada de megacariócito.
➢ Albumina: ajuda a evitar que a água se difunda
(SILVERTHON, 7ª ed.)
da corrente sanguínea para a matriz extracelular
dos tecidos. O percentual do volume de sangue total ocupado pelas hemácias é
➢ Globulinas: incluem anticorpos e proteínas chamado de hematócrito; o hematócrito de 40 indica que 40% do
volume de sangue são compostos por hemácias. O hematócrito
sanguíneas que transportam lipídios, ferro e normal de mulheres adultas varia de 38 a 46% (média = 42), enquanto
cobre. o de homens adultos varia entre 40 e 54% (média = 47). (TORTORA,
➢ Fibrinogênio: a proteína plasmática fibrinogênio 14ª ed.)
é uma das várias moléculas envolvidas em uma O hormônio testosterona, encontrado em concentração muito mais
série de reações químicas que efetuam a elevada nos homens do que nas mulheres, estimula a síntese de
coagulação sanguínea. eritropoetina (EPO), um hormônio que, por sua vez, estimula a
produção de hemácias. Dessa forma, a testosterona contribui para os
↠ Se o sangue for deixado em repouso, uma série de hematócritos mais altos nos homens. Valores mais baixos nas mulheres
reações no plasma, chamada de coagulação, produz um durante os anos férteis também podem ser decorrentes da perda
excessiva de sangue durante a menstruação. (TORTORA, 14ª ed.)
coágulo que enreda os elementos figurados e um fluido
claro chamado soro. Assim, o soro é o plasma do qual os Uma queda significativa no hematócrito indica anemia, que consiste em
fatores de coagulação foram removidos. (MARIEB, 7ª ed.) contagem de hemácias abaixo da normal. Na policitemia, o percentual
de hemácias está anormalmente elevado e o hematócrito pode ser
O plasma é idêntico em composição ao líquido intersticial, exceto pela de 65% ou mais, o que aumenta a viscosidade do sangue, acentua a
presença de proteínas plasmáticas. A presença de proteínas no plasma resistência ao fluxo e dificulta o bombeamento do sangue pelo
torna a pressão osmótica do sangue mais alta do que a do líquido coração. (TORTORA, 14ª ed.)
intersticial. Este gradiente osmótico tende a puxar a água do líquido
intersticial para os capilares e compensar a filtração dos capilares criada Formação das células sanguíneas
pela pressão do sangue. (SILVERTHON, 7ª ed.)
↠ O processo pelo qual os elementos figurados do
Elementos figurados sangue se desenvolvem é chamado de hemopoese,
↠ Os elementos figurados do sangue incluem três eritropoese ou hematopoese. (TORTORA, 14ª ed.)
componentes principais: (TORTORA, 14ª ed.) ↠ A hematopoiese é a síntese de células sanguíneas,
➢ As hemácias ou eritrócitos transportam oxigênio começa no início do desenvolvimento embrionário e
dos pulmões para as células corporais e dióxido continua ao longo da vida de uma pessoa. (SILVERTHON,
de carbono das células do corpo para os 7ª ed.)
pulmões. Por volta da terceira semana de desenvolvimento fetal, células
➢ Os leucócitos protegem o corpo de patógenos especializadas do saco vitelino do embrião formam aglomerados.
invasores e outras substâncias estranhas. Alguns desses aglomerados de células estão destinados a se tornarem
o revestimento endotelial dos vasos sanguíneos, ao passo que outros
Existem diversos tipos de leucócitos: neutrófilos, se tornam células sanguíneas. A origem embrionária comum do
basófilos, eosinófilos, monócitos e linfócitos. Os endotélio e das células sanguíneas talvez explique por que muitas
linfócitos são ainda subdivididos em linfócitos B citocinas que controlam a hematopoiese são liberadas pelo endotélio
(células B), linfócitos T (células T) e células vascular. (SILVERTHON, 7ª ed.)
exterminadoras naturais (natural killers, NK). Cada ↠ Antes do nascimento, a hemopoese ocorre
tipo de leucócito contribui da sua maneira para primeiramente no saco vitelino do embrião e, depois, no
os mecanismos de defesa do corpo. fígado, no baço, no timo e nos linfonodos do feto. A
@jumorbeck
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medula óssea vermelha se torna o principal local de formadoras de sangue da medula óssea vermelha vão
hemopoese nos últimos 3 meses da gravidez e continua para medula óssea amarela, que é repovoada por células-
sendo a fonte de células sanguíneas depois do tronco pluripotentes. (TORTORA, 14ª ed.)
nascimento e ao longo da vida. (TORTORA, 14ª ed.)
@jumorbeck
4
↠ Na geração seguinte, as células são chamadas de ↠ As hemácias não possuem núcleo e outras organelas
células precursoras, também conhecidas como blastos. e não podem se reproduzir nem realizar atividades
Depois de várias divisões, elas se desenvolvem nos metabólicas intensas. (TORTORA, 14ª ed.)
elementos figurados do sangue propriamente ditos. Por
↠ O citosol das hemácias contém moléculas de
exemplo, os monoblastos se tornam monócitos, os
hemoglobina; essas importantes moléculas são
mieloblastos eosinofílicos se tornam eosinófilos e assim
sintetizadas antes da perda do núcleo durante a fase de
por diante. (TORTORA, 14ª ed.)
produção da hemácia e constituem cerca de 33% do
↠ As células precursoras apresentam aparências peso da célula. (TORTORA, 14ª ed.)
microscópicas reconhecíveis. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ A forma das hemácias pode variar muito conforme as
Vários hormônios chamados de fatores de crescimento células sejam espremidas ao passarem pelos capilares. De
hematopoéticos regulam a diferenciação e a proliferação de células fato, a hemácia é um “saco” que pode ser deformado,
progenitoras específicas. (TORTORA, 14ª ed.)
assumindo praticamente qualquer forma. (GUYTON &
➢ A eritropoetina (EPO) aumenta o número de células HALL, 13ª ed.)
precursoras de hemácias. A EPO é produzida
principalmente por células que se encontram entre os ↠ A membrana é mantida no lugar por um citoesqueleto
túbulos renais (células intersticiais peritubulares). Em caso de complexo, composto de filamentos unidos a proteínas
insuficiência renal, a liberação de EPO fica mais lenta e a
transmembrana de ancoramento. (SILVERTHON, 7ª ed.)
produção de hemácias inadequada, o que leva à diminuição
do hematócrito e da capacidade de levar oxigênio aos
tecidos corporais.
➢ A trombopoetina (TPO) é um hormônio produzido pelo
fígado que estimula a formação de plaquetas a partir dos
megacariócitos.
➢ Várias citocinas diferentes regulam o desenvolvimento de
tipos distintos de células sanguíneas. Citocinas são pequenas
glicoproteínas tipicamente produzidas por células como as
da medula óssea vermelha, leucócitos, macrófagos,
fibroblastos e células endoteliais. Em geral, atuam como
hormônios locais (autócrinos ou parácrinos). As citocinas
estimulam a proliferação de células progenitoras na medula
óssea vermelha e regulam as atividades de células
envolvidas nas defesas inespecíficas (como fagócitos) e ↠ A estrutura em forma de disco dos eritrócitos também
respostas imunes (como células B e T).
possibilita que eles modifiquem sua forma em resposta a
➢ Os fatores estimuladores de colônia (FEC) e as interleucinas
(IL) são duas importantes famílias de citocinas que mudanças osmóticas no sangue. Em um meio hipertônico,
estimulam a formação de leucócitos. os eritrócitos encolhem e desenvolvem uma superfície
pontiaguda quando a membrana é tracionada em direção
Hemácias (eritrócitos) ao citoesqueleto. Um eritrócito colocado em um meio
ligeiramente hipotônico, incha e forma uma esfera, sem
Forma e dimensões das hemácias
romper a integridade da sua membrana. (SILVERTHON,
↠ As hemácias normais são discos bicôncavos com 7ª ed.)
diâmetro médio de cerca dos 7,8 micrômetros e
espessura de 2,5 micrômetros, em sua área mais
espessa, e 1 micrômetro ou menos no centro. O volume
médio das hemácias é de 90 a 95 micrômetros cúbicos.
(GUYTON & HALL, 13ª ed.)
@jumorbeck
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ruptura da célula, como aconteceria com muitas outras células. continua a ser produzida na medula óssea dos ossos
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) membranosos, como vértebras, esterno, costelas e íleo.
No homem saudável, o número médio de hemácias por milímetro Mesmo nesses ossos, a medula passa a ser menos
cúbico é de 5.200.000 (±300.000); e, na mulher, é de 4.700.000 produtiva com o avanço da idade. (GUYTON & HALL, 13ª
(±300.000). As pessoas que vivem em grandes altitudes apresentam ed.)
número maior de hemácias. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
@jumorbeck
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passar a maioria das hemácias medem apenas 3 10- A bilirrubina entra no sangue e é transportada
micrômetros de largura, em comparação ao diâmetro de para o fígado.
8 micrômetros das hemácias. Quando o baço é removido, 11- No fígado, a bilirrubina é liberada pelos
o número de hemácias anormais e de células senis hepatócitos na bile, passa para o intestino
circulantes no sangue aumenta consideravelmente. delgado e, depois, para o intestino grosso.
(GUYTON & HALL, 13ª ed.) 12- No intestino grosso, bactérias convertem
bilirrubina em urobilinogênio.
↠ As hemácias rompidas são removidas da circulação e
13- Parte do urobilinogênio é absorvida de volta ao
destruídas por macrófagos fagocíticos presentes no baço
sangue, convertida em um pigmento amarelo
e no fígado e os produtos da sua degradação são
chamado urobilina e excretado na urina.
reciclados e usados em vários processos metabólicos,
14- A maior parte do urobilinogênio é eliminada nas
inclusive formação de novas hemácias. (TORTORA, 14ª
fezes na forma de um pigmento marrom
ed.)
chamado de estercobilina, que confere às fezes
↠ A reciclagem ocorre da seguinte maneira: sua cor característica.
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motivo são chamados granulócitos ou, na terminologia depois que estes estiverem ligados aos
clínica, “polis”, devido a seus múltiplos núcleos. (GUYTON anticorpos. (MARIEB, 7ª ed.)
& HALL, 13ª ed.) ➢ Em resposta a uma infecção parasitária, os
eosinófilos atacam os parasitas, e seus grânulos
↠ Os granulócitos e os monócitos protegem o corpo
liberam enzimas que digerem e destroem os
contra micro-organismos invasores, principalmente por
invasores. O combate aos parasitas é a função
meio de sua ingestão (isto é, pela fagocitose) ou por
mais importante dos eosinófilos, e essas células
liberação de substâncias antimicrobianas ou inflamatórias
se reúnem na parede do tubo digestório, onde
que apresentam múltiplos efeitos que ajudam a destruir
os parasitas têm mais probabilidade de serem
o organismo agressor. Os linfócitos e os plasmócitos
encontrados. (MARIEB, 7ª ed.)
atuam principalmente em conexão com o sistema imune.
➢ Os grânulos grandes e de tamanho uniforme
(GUYTON & HALL, 13ª ed.)
dentro de um eosinófilo são eosinofílicos
LEUCÓCITOS GRANULÓCITOS (atraídos pela eosina) – eles se coram de
vermelho-alaranjado com corantes ácidos.
↠ Depois da coloração, cada um dos três tipos de ➢ Em geral, os grânulos não cobrem ou
leucócitos granulócitos demonstra grânulos, com obscurecem o núcleo, que, na maioria das vezes,
colorações distintas, que podem ser reconhecidos no possui dois lobos conectados por um filamento
microscópio óptico. Os leucócitos granulócitos podem ser fino ou um filamento espesso de material
diferenciados da seguinte maneira: (TORTORA, 14ª ed.) nuclear.
NEUTRÓFILOS: BASÓFILOS:
➢ Destruidores de bactérias são a classe de ➢ Os leucócitos mais raros são os basófilos, que,
leucócito mais abundante, constituindo cerca de em média, contribuem com apenas 0,5% de
60% de todas as células brancas (leucócitos) do todos os leucócitos, ou 1 em 200. (MARIEB, 7ª
sangue nas pessoas saudáveis. (MARIEB) ed.)
➢ Os grânulos do neutrófilo são menores que os ➢ Os basófilos conduzem os estágios finais da
dos outros leucócitos granulócitos, são inflamação nas alergias e infecções parasitárias.
distribuídos de maneira uniforme e apresentam (MARIEB, 7ª ed.)
cor lilás-clara. ➢ Os grânulos redondos e de tamanho variado de
➢ Uma vez que os grânulos não atraem um basófilo são basofílicos (atraídos pela base) –
fortemente nem o corante ácido (vermelho) eles se coram de azul-arroxeado com corantes
nem o básico (azul), esses leucócitos são básicos.
neutrofílicos (= neutros). ➢ Os grânulos comumente obscurecem o núcleo,
➢ O núcleo apresenta dois a cinco lobos que apresenta dois lobos.
conectados por filamentos muito finos de
material nuclear. Conforme o leucócito
envelhece, o número de lobos nucleares
aumenta.
➢ Como os neutrófilos mais velhos apresentam
lobos nucleares de vários formatos diferentes,
muitas vezes, são chamados de leucócitos
polimorfonucleares (PMN)
EOSINÓFILOS:
➢ Os relativamente raros eosinófilos contribuem
com 1% a 4% de todos os leucócitos. (MARIEB,
7ª ed.)
➢ Os eosinófilos desempenham um papel no
encerramento das reações alérgicas fagocitando
os alérgenos (substâncias que induzem à alergia)
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como organismos invasores, exercício vigoroso, anestesia e cirurgia. O de metamielócito, o núcleo para de funcionar e se dobra
nível anormalmente baixo de leucócitos (abaixo de 5.000/µ l ) é em uma “ferradura” espessa. Os neutrófilos com esses
chamado leucopenia. Nunca é benéfico e pode ser causado por
radiação, choque e certos agentes quimioterápicos. (TORTORA, 14ª
conteúdos são os neutrófilos em bastão. Depois os
ed.) granulócitos completam sua diferenciação e entram na
corrente sanguínea. (MARIEB, 7ª ed.)
↠ Quando patógenos entram no corpo, a função geral
dos leucócitos é combate-los por fagocitose ou respostas ↠ Não ocorre muita diferenciação estrutural nas
imunes. Para realizar essas tarefas, muitos leucócitos linhagens celulares que levam aos monócitos e linfócitos,
deixam a corrente sanguínea e se reúnem em locais de já que essas células se parecem muito com as células-
invasão patogênica ou inflamação. Uma vez que os tronco das quais se originam. (MARIEB, 7ª ed.)
leucócitos granulócitos e os monócitos deixam a corrente
↠ Na linhagem que leva aos monócitos, os monoblastos
sanguínea para combater alguma lesão ou infecção, eles
comprometidos aumentam e obtêm mais lisossomos à
nunca retornam. Os linfócitos, por outro lado, voltam a
medida que se transformam em promonócitos e depois
circular de maneira contínua – do sangue para os espaços
em monócitos. (MARIEB, 7ª ed.)
intersticiais dos tecidos, para o líquido linfático e de volta
ao sangue. (TORTORA, 14ª ed.) ↠ Na linhagem que leva aos linfócitos, a cromatina no
núcleo condensa e a quantidade de citoplasma diminui.
Gênese dos Leucócitos
(MARIEB, 7ª ed.)
↠ Além das células comprometidas para formar as ↠ Os granulócitos e os monócitos só são formados na
hemácias, são formadas duas grandes linhagens de medula óssea. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
leucócitos, as linhagens mielocítica e linfocítica. O lado
esquerdo da imagem mostra a linhagem mielocítica, ↠ Os linfócitos e os plasmócitos são produzidos,
começando com o mieloblasto; o lado direito mostra a principalmente, nos diversos tecidos linfogênicos — de
linhagem linfocítica, iniciando com o linfoblasto. (GUYTON modo especial, nos linfonodos, no baço, no timo, nas
& HALL, 13ª ed.) tonsilas e em vários bolsões de tecido linfoide em outras
partes do corpo, como na medula óssea e nas chamadas
placas de Peyer, por baixo do epitélio da parede do
intestino. (GUYTON & HALL, 13ª ed.)
↠ Os grânulos distintivos de cada granulócito aparecem ↠ Os monócitos têm também curto tempo de trânsito,
em seguida, no estágio de mielócito. Quando esse estágio de 10 a 20 horas no sangue, antes de atravessar as
é alcançado, a divisão celular cessa. No estágio posterior membranas capilares em direção aos tecidos. Uma vez
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➢ pelo recrutamento de fagócitos e outros Estima-se que o sistema imune de um indivíduo possa 107 a 109
leucócitos que destroem os microrganismos, no discriminar a determinantes antigênicos distintos. Essa capacidade do
repertório de linfócitos para reconhecer um grande número de
processo chamado inflamação; antígenos (a chamada diversidade) é resultado da variabilidade nas
➢ pelo bloqueio da replicação viral ou pelo killing estruturas dos sítios de ligação ao antígeno dos receptores antigênicos
de células infectadas por vírus, sem a dos linfócitos. (ABBAS, 9ª ed.)
necessidade de uma reação inflamatória.
IMUNIDADE ADAPTATIVA
↠ Uma vez que a imunidade inata se desenvolve em
resposta à infecção e a ela se adapta, é denominada
imunidade adaptativa (também chamada imunidade
específica ou imunidade adquirida). (ABBAS, 9ª ed.)
↠ Há duas populações principais de linfócitos, As respostas a uma segunda exposição ou exposições subsequentes
denominadas linfócitos B e linfócitos T, os quais medeiam ao mesmo antígeno, chamadas respostas imunes secundárias, são
normalmente mais rápidas, de maior magnitude e, com frequência,
diferentes tipos de respostas imunes adaptativas. (ABBAS, quantitativamente diferentes da primeira resposta imune (ou primária)
9ª ed.) àquele antígeno. (ABBAS, 9ª ed.)
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DAS RESPOSTAS IMUNES A memória imunológica ocorre porque cada exposição a um antígeno
gera células de memória de vida longa específicas para o antígeno.
ADAPTATIVAS (ABBAS, 9ª ed.)
↠ As propriedades fundamentais do sistema imune Duas razões pelas quais a resposta secundária é mais forte do que a
adaptativo refletem as propriedades dos linfócitos que resposta imune primária: as células de memória se acumulam e
medeiam essas respostas. ABBAS, 9ª ed.) tornam-se mais numerosas do que os linfócitos naive específicos para
o antígeno existentes no momento da exposição inicial ao antígeno;
➢ Especificidade e diversidade: respostas imunes e células de memória reagem mais rápida e vigorosamente ao desafio
são específicas para antígenos distintos e, antigênico do que os linfócitos naive. (ABBAS, 9ª ed.)
frequentemente, para diferentes porções de um ➢ Não reatividade ao próprio (autotolerância).: não
único complexo proteico, polissacarídico ou de reage prejudicialmente aos antígenos do próprio
outra macromolécula. ABBAS, 9ª ed.) indivíduo. ABBAS, 9ª ed.)
As porções de antígenos complexos especificamente reconhecidas A autotolerância é mantida por diversos mecanismos, que incluem: a
por linfócitos individuais são denominadas determinantes ou epítopos. eliminação de linfócitos que expressam receptores específicos para
(ABBAS, 9ª ed.) alguns autoantígenos, inativando os linfócitos autorreativos ou
Seleção Clonal: clones de linfócitos com diferentes especificidades suprimindo essas células pela ação de outras células (reguladoras).
estão presentes em indivíduos não imunizados e são capazes de (ABBAS, 9ª ed.)
reconhecer e responder aos antígenos estranhos. (ABBAS, 9ª ed.)
TIPOS DE RESPOSTAS IMUNES ADAPTATIVAS
Expansão Clonal: um antígeno introduzido se liga (seleciona) às células
do clone antígeno-específico preexistente e as ativa. Como resultado, ↠ Existem dois tipos de respostas imunes adaptativas,
as células específicas para o antígeno proliferam para gerar milhares denominadas imunidade humoral e imunidade mediada
de descendentes com a mesma especificidade. (ABBAS, 9ª ed.) por células, as quais são induzidas por diferentes tipos de
O número total de especificidades antigênicas dos linfócitos em um linfócitos e atuam para eliminar diferentes tipos de
indivíduo, chamado repertório dos linfócitos, é extremamente grande. microrganismos. ABBAS, 9ª ed.)
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IMUNIDADE HUMORAL
↠ A imunidade humoral é mediada por moléculas no
sangue e em secreções mucosas, denominadas
anticorpos, os quais são produzidos pelos linfócitos B.
(ABBAS, 9ª ed.) IMUNIDADE ATIVA X IMUNIDADE PASSIVA
↠ Anticorpos reconhecem antígenos microbianos, ↠ A forma de imunidade induzida pela exposição a um
neutralizam a infectividade dos microrganismos e marcam antígeno estranho é chamada imunidade ativa, porque o
microrganismos para sua eliminação pelos fagócitos e indivíduo imunizado tem papel ativo na resposta ao
pelo sistema complemento. (ABBAS, 9ª ed.) antígeno. (ABBAS, 9ª ed.)
↠ A imunidade humoral é o principal mecanismo de ↠ A imunidade também pode ser conferida a um
defesa contra os microrganismos e suas toxinas, indivíduo pela transferência de anticorpos de um indivíduo
localizados fora das células (p. ex.: no lúmen dos tratos imunizado para um indivíduo que nunca encontrou o
gastrintestinal e respiratório, e no sangue), uma vez que antígeno. O receptor de tal transferência se torna imune
os anticorpos secretados podem se ligar a esses ao antígeno em particular sem nunca ter sido exposto
microrganismos e toxinas, neutralizando-os, além de nem ter respondido àquele antígeno. Portanto, essa
auxiliar na sua eliminação. (ABBAS, 9ª ed.) forma de imunização é chamada de imunidade passiva.
A defesa do hospedeiro contra infecções é mediada por substâncias (ABBAS, 9ª ed.)
presentes nos fluidos corporais (então chamados humores). (ABBAS,
9ª ed.)
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alças. Os aminoácidos localizados em algumas dessas alças ↠ Como a unidade estrutural central de cada molécula
são os mais variáveis e críticos para o reconhecimento de anticorpo contém duas cadeias pesadas e duas cadeias
do antígeno. (ABBAS, 9ª ed.) leves, cada molécula de anticorpo possui pelo menos dois
sítios de ligação antigênica. (ABBAS, 9ª ed.)
Estrutura de dobra da Ig - isto é, duas folhas ß-pregueadas adjacentes
mantidas unidas por uma ponte dissulfeto. (ABBAS, 9ª ed.) ↠ Os domínios Ig da região C estão espacialmente
separados dos sítios de ligação ao antígeno e não
participam do reconhecimento antigênico. As regiões C
da cadeia pesada interagem com outras moléculas e
células do sistema imune e, dessa forma, medeiam a
maior parte das funções biológicas dos anticorpos,
algumas vezes chamadas de funções “efetoras”. (ABBAS,
9ª ed.)
@jumorbeck
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cada um deles contém domínios VL e VH pareados. criar uma superfície de ligação ao antígeno. (ABBAS, 9ª
(ABBAS, 9ª ed.) ed.)
↠ Fc (fragmento, cristalizável): composta de dois ↠ As alças hipervariáveis podem ser imaginadas como
peptídeos idênticos ligados por dissulfeto, cada um semelhantes a “dedos” protuberantes de cada domínio
contendo os domínios CH2 e CH3 da cadeia pesada. Essa variável, com três dedos da cadeia pesada e três dedos
porção da IgG tem propensão a autoassociar-se e da cadeia leve permanecendo unidos para formar o sítio
cristalizar em uma estrutura semelhante a uma treliça ou de ligação do antígeno. Pelo fato dessas sequências
grade. (ABBAS, 9ª ed.) formarem uma superfície complementar à forma
tridimensional do antígeno ligado a elas, as regiões
↠ A organização básica da molécula de anticorpo
hipervariáveis também são chamadas regiões
deduzida a partir dos experimentos de proteólise de IgG
determinantes de complementariedade (CDRs, do inglês
de coelhos é comum a todas as moléculas de Ig de todas
complementarity-determining regions). (ABBAS, 9ª ed.)
as classes e de todas as espécies. Os termos Fab, F(ab’)2
e Fc são amplamente usados para descrever essas ↠ Procedentes tanto da região aminoterminal VL quanto
diferentes porções dos anticorpos humanos e murinos. VH, estas regiões são chamadas CDR1, CDR2 e CDR3,
De fato, esses experimentos forneceram a primeira sendo que as CDR3s de ambos os segmentos VH e VL
evidência de que as funções de reconhecimento do são as mais variáveis dentre as CDRs. (ABBAS, 9ª ed.)
antígeno e as funções efetoras das moléculas de Ig são
↠ As diferenças na sequência entre as CDRs de
espacialmente separadas. (ABBAS, 9ª ed.)
diferentes moléculas de anticorpo contribuem para
superfícies de interação distintas e, dessa maneira, para
as especificidades dos anticorpos individuais. (ABBAS, 9ª
ed.)
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DAS REGIÕES VARIÁVEIS ↠ Cada anticorpo contém pelo menos dois sítios de
DOS ANTICORPOS ligação ao antígeno, cada um formado por um par de
domínios VH e VL. Muitas moléculas Ig podem orientar
↠ A maioria das diferenças de sequência e variabilidade esses sítios de ligação de tal forma que duas moléculas
entre os diferentes anticorpos está restrita a três trechos de antígeno em uma superfície planar (p. ex.: célula)
curtos na região V da cadeia pesada e a três trechos na podem ser ligadas ao mesmo tempo. (ABBAS, 9ª ed.)
região V da cadeia leve. Esses segmentos de maior
diversidade são conhecidos como regiões hipervariáveis.
(ABBAS, 9ª ed.)
@jumorbeck
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As cadeias pesadas e leves da imunoglobulina, assim como a maioria ↠ Em humanos, os isotipos IgA e IgG podem ainda ser
das proteínas secretadas e de membrana, são sintetizadas em adicionalmente divididos em subclasses, ou subtipos,
ribossomos ligados à membrana no retículo endoplasmático rugoso. A intimamente relacionadas, denominadas IgA1 e IgA2 e IgG1,
proteína é translocada para o retículo endoplasmático, e as cadeias IgG2, IgG3 e IgG4. (ABBAS, 9ª ed.)
pesadas da Ig são N-glicosiladas durante o processo de translocação.
(ABBAS, 9ª ed.) ↠ Os isotipos e subtipos de anticorpos diferem em suas
O dobramento apropriado das cadeias pesadas da Ig e sua montagem regiões C e, assim, onde eles se ligam e quais funções
com as cadeias leves são reguladas por proteínas residentes no efetoras realizam. (ABBAS, 9ª ed.)
retículo endoplasmático chamadas de chaperonas. (ABBAS, 9ª ed.)
Propriedades estruturais e biológicas da IgG
A associação covalente das cadeias pesadas e leves é estabilizada pela
formação de pontes dissulfeto e também ocorre no retículo
↠ É o isotipo predominante no soro humano normal.
endoplasmático durante o processo de montagem. Após essa
montagem, as moléculas de Ig são liberadas das chaperonas, (ROITT, 13ª ed.)
transportadas para a cisterna do complexo de Golgi, onde seus
carboidratos são modificados e, então, direcionadas para a membrana ↠ A IgG representa 70%-75% do total de anticorpos no
plasmática em vesículas. (ABBAS, 9ª ed.) soro, consistindo em uma molécula monomérica de
quatro cadeias. (ROITT, 13ª ed.)
Anticorpos em sua forma de membrana são ancorados na membrana
plasmática, enquanto a forma secretada é transportada para fora da ↠ Sua concentração normal varia de 6,0-16 g/L. (ROITT,
célula. (ABBAS, 9ª ed.)
13ª ed.)
A maturação das células B a partir dos progenitores da medula óssea
é acompanhada por alterações específicas na expressão do gene de ↠ Nos seres humanos a classe IgG das imunoglobulinas
Ig, resultando na produção de moléculas de Ig em diferentes formas. contém quatro subclasses denominadas lgG1, lgG2, lgG3 e
(ABBAS, 9ª ed.) lgG4., em função de sua abundância no soro sendo a IgG1,
a mais abundante. (COICO, 6ª ed.)
@jumorbeck
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OPSONIZAÇÃO
↠ As moléculas de IgG circulantes têm meia-vida de
↠ Quando antígenos, como microrganismos patogênicos,
cerca de 21 a 28 dias, a mais longa meia-vida de todos os
se ligam à IgG antígeno-específica, eles são mais
isotipos. (ABBAS, 9ª ed.)
rapidamente fagocitados pelos fagócitos em função da
↠ A longa meia-vida da IgG é atribuída à sua capacidade presença de receptores para a porção Fc das moléculas
em se ligar a um receptor Fc específico chamado de IgG existentes nestas células. (COICO, 6ª ed.)
receptor de proteção FcRp. Esse receptor encontrado
↠ As moléculas de anticorpo reagem com os epítopos
em endossomas celulares, recicla seletivamente a IgG
antigênicos dos antígenos por suas regiões Fab, mas é a
endocitada e a devolve à circulação. (COICO, 6ª ed.)
porção Fc que confere a propriedade de opsonização. O
o resultado é o fechamento, semelhante ao de um zíper,
da membrana superficial da célula fagocitária ao redor do
antígeno, à medida que os receptores para as regiões Fc
e as regiões Fc dos anticorpos continuam a se combinar,
acarretando o engolfamento e destruição final do
microrganismo. (COICO, 6ª ed.)
NEUTRALIZAÇÃO DE TOXINAS
↠ A molécula de IgG é um excelente anticorpo para a
neutralização de toxinas tal como a toxina tetânica e
↠ O isotipo IgG (exceto a subclasse IgG2) é a única
botulínica ou para a inativação de, por exemplo, veneno
classe de imunoglobulina que pode passar através da
de cobra ou escorpião. (COICO, 6ª ed.)
placenta, possibilitando que a mãe transfira sua imunidade
ao feto. A transferência placentária é facilitada pela ↠ Devido a sua capacidade de neutralizar estes venenos
expressão de um receptor de proteção da IgG (FcRn) (principalmente bloqueando seu sítio ativo), bem como
encontrado nas células placentárias. (COICO, 6ª ed.) devido a sua longa meia-vida, comparada com a dos
outros isotipos, a molécula de IgG constitui o isotipo de
↠ Mostrou-se recentemente que o FcRn é idêntico ao
escolha para a imunização passiva (isto é, transferência de
receptor de proteção da IgG (FcRp) encontrado nos
anticorpos) contra toxinas e venenos. (COICO, 6ª ed.)
endossomas celulares. (COICO, 6ª ed.)
@jumorbeck
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impedindo sua capacidade de disseminar ou invadir ↠ Os anticorpos lgM não são capazes de atravessar a
tecidos. (COICO, 6ª ed.) placenta. Entretanto, pelo fato de constituírem a única
classe de imunoglobulina sintetizada pelo feto, cuja
NEUTRALIZAÇÃO DE VÍRUS produção se inicia aproximadamente aos cinco meses de
↠ O anticorpo IgG é um eficiente neutralizador de vírus. gestação, elevados níveis de IgM no feto indicam infecção
Em um mecanismo de neutralização, os anticorpos se congênita ou perinatal. (COICO, 6ª ed.)
ligam a determinantes antigênicos presentes em várias ↠ A IgM é o isotipo sintetizado por crianças e adultos
partes do revestimento dos vírus, entre eles a região em quantidades apreciáveis após imunização ou
utilizada pelo vírus para se prender à célula alvo. A inibição exposição a antígenos T-independentes e constitui o
da fixação do vírus efetivamente paralisa a infecção. primeiro isotipo sintetizado após a imunização. Desta
(COICO, 6ª ed.) maneira, elevados níveis de IgM geralmente indicam
Propriedades estruturais e biológicas da IgM infecção ou exposição
recentes a um antígeno. (COICO, 6ª ed.)
↠ A IgM é a primeira imunoglobulina produzida após a
imunização. Sua denominação deriva-se de sua descrição
inicial como macroglobulina (M), uma imunoglobulina de
alto peso molecular. (COICO, 6ª ed.)
↠ É uma molécula pentamérica. (COICO, 6ª ed.)
AGLUTINAÇÃO
↠ As moléculas de lgM são eficientes anticorpos
aglutinantes. Devido a sua forma pentamérica, os
anticorpos IgM podem formar pontes macromoleculares
entre epítopos sobre moléculas que podem estar muito
distante uma da outra para serem unidas por um
anticorpo IgG de menor tamanho. (COICO, 6ª ed.)
ISO-HEMAGLUTININAS
↠ Os anticorpos IgM incluem as iso-hemaglutininas, os
anticorpos de ocorrência natural contra os antígenos
eritrocitários do grupo sanguíneo ABO. (COICO, 6ª ed.)
A IgM também é encontrada na superfície da célula B ↠ Ela é, além disso, a principal imunoglobulina encontrada
madura juntamente com a IgD, onde atua como um BCR no colostro e no leite das lactantes, e, durante as primeiras
antígeno-específico. (COICO, 6ª ed.) semanas após o nascimento, pode prover o neonato com
a principal fonte de proteção intestinal contra patógenos.
PRIMEIRA LINHA DE DEFESA HUMORAL (COICO, 6ª ed.)
@jumorbeck
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ATIVIDADE BACTERICIDA
↠ Sabe-se que a lgA possui atividade bactericida contra ↠ A IgE tem uma meia-vida bastante curta, de
microrganismos Gram-negativos, mas apenas na aproximadamente 2 dias na circulação (embora a IgE
presença de lisozima, que também está presente nas ligada à célula associada ao seu receptor de alta afinidade
mesmas secreções que contêm a IgA secretora. (COICO, no mastócito tenha meia-vida bastante longa; (COICO, 6ª
6ª ed.) ed.)
@jumorbeck
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↠ Ela tem um papel na proteção contra certos parasitas, CARACTERÍSTICAS RELACIONADAS AO RECONHECIMENTO DO
como os helmintos (vermes). Esta proteção é alcançada ANTÍGENO
pela ativação da mesma resposta inflamatória aguda vista
na forma mais patológica das respostas de ↠ A capacidade dos anticorpos em reconhecer
hipersensibilidade imediata. (COICO, 6ª ed.) especificamente uma grande variedade de antígenos
com afinidades variadas reflete as propriedades das
CLASSES DE IMUNOGLOBULINAS regiões V. (ABBAS, 9ª ed.)
NOME E ESTRUTURA CARACTERÍSTICAS E
FUNCÕES ➢ Especificidade;
Mais abundante anticorpo do ➢ Diversidade;
sangue; encontrado no
sangue, linfa e intestinos.
➢ Maturação de afinidade.
Estrutura de monômero.
Protege contra bactérias e REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
vírus aprimorando a
fagocitose. Única classe de ↠ A imunidade adaptativa tem a importante função de
anticorpos que cruza a
placenta da mãe para o feto.
defesa do hospedeiro contra infecções microbianas, mas
Encontrada no suor, nas as respostas imunes também são capazes de causar
lágrimas, na saliva, muco, no lesão tecidual e doença. Os distúrbios causados pelas
leite materno. Seus níveis
diminuem durante o respostas imunes são chamados doenças de
estresse, abaixando a hipersensibilidade. (ABBAS, 9ª ed.)
resistência à infecção.
Fornece proteção localizada
das túnicas mucosas contra ↠ Em determinadas circunstâncias, a resposta
bactérias e vírus. imunológica produz danos e algumas vezes resultados
Ocorre como pentâmeros,
primeira classe de anticorpos fatais. Estas reações deletérias são coletivamente
a ser secretada pelos conhecidas como hipersensibilidade. Elas causam danos
plasmócitos após a
exposição inicial a qualquer imunologicamente mediados ao hospedeiro pelo fato de
antígeno. Também é serem reações exageradas a antígenos estranhos ou por
encontrada na forma de
monômeros na superfície serem reações inadequadas aos antígenos próprios.
dos linfócitos B, onde atua (COICO, 6ª ed.)
como receptores de
antígeno. No plasma CAUSAS DAS DOENÇAS DE HIPERSENSIBILIDADE
sanguíneo, os anticorpos
anti-A e anti-B do grupo
sanguíneo ABO, que se liga ↠ As respostas imunes, que são a causa das doenças de
aos hipersensibilidade, podem ser específicas para antígenos
antígenos A e B durante a
transfusão de sangue de diferentes fontes. (ABBAS, 9ª ed.)
incompatível, são também
anticorpos IgM AUTOIMUNIDADE:
Encontrada principalmente
na superfície dos linfócitos B ↠ Reações contra autoantígenos. A falha dos
como receptores de
antígenos, onde ocorre mecanismos normais de autotolerância resulta em
como monômeros. reações de células T e células B contra as próprias células
Menos de 0,1% de todos os
e tecidos do indivíduo, chamadas autoimunidade. (ABBAS,
anticorpos do sangue; 9ª ed.)
ocorre como monômeros,
localizada nos mastócitos e ↠ As doenças causadas pela autoimunidade são
basófilos. Envolvida nas
reações alérgicas e de denominadas doenças autoimunes. (ABBAS, 9ª ed.)
hipersensibilidade. Fornece
proteção contra vermes
parasitas.
REAÇÕES CONTRA MICRORGANISMOS:
↠ As respostas imunes contra antígenos microbianos
Relações estrutura-função nas moléculas de anticorpos podem causar doença se as reações forem excessivas
ou se os microrganismos forem anormalmente
↠ Muitas características estruturais dos anticorpos são persistentes. (ABBAS, 9ª ed.)
críticas para sua capacidade de reconhecer antígenos e
para suas funções efetoras. (ABBAS, 9ª ed.)
@jumorbeck
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algumas vezes com a formação de granulomas; essa é a ➢ fase de sensibilização: durante a qual os anticorpos IgE são
causa da lesão tecidual observada na tuberculose e outras produzidos em resposta a um estímulo antigênico ligando-
infecções crônicas. (ABBAS, 9ª ed.) se, posteriormente, a receptores específicos presentes
nos mastócitos e basófilos;
➢ fase de ativação: durante a qual a reexposição (desafio) ao
REAÇÕES CONTRA ANTÍGENOS AMBIENTAIS NÃO
antígeno deflagra a resposta dos mastócitos e basófilos
MICROBIANOS: através da liberação do conteúdo de seus grânulos;
➢ fase efetora: durante a qual ocorre uma resposta complexa
↠ A maioria dos indivíduos saudáveis não reage contra resultante dos efeitos de muitos mediadores inflamatórios
substâncias ambientais comuns, geralmente inócuas, mas liberados pelos mastócitos e basófilos.
quase 20% da população é anormalmente responsiva a
Os sintomas das reações alérgicas são inteiramente atribuídos aos
uma ou mais dessas substâncias. (ABBAS, 9ª ed.) mediadores inflamatórios liberados pelos mastócitos ativados. É útil
classificar estes mediadores em duas categorias principais: (COICO, 6ª
↠ Esses indivíduos produzem anticorpos imunoglobulina ed.)
E (IgE) que causam doenças alérgicas. (ABBAS, 9ª ed.)
Mediadores pré-formados:
↠ Alguns indivíduos tornam-se sensibilizados a antígenos
➢ Histamina
ambientais e substâncias químicas que, em contato com
➢ Serotonina
a pele, desenvolvem reações de células T que levam à ➢ Fatores Quimiotáticos
inflamação mediada por citocinas, resultando em ➢ Heparina
sensibilidade de contato. (ABBAS, 9ª ed.)
Mediadores recentemente sintetizados:
CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE ➢ Leucotrienos
➢ Tromboxanos e Prostaglandinas
↠ No início da década de 1960, as reações de ➢ Fator de Ativação das Plaquetas
hipersensibilidade foram divididas em quatro tipos,
enumerados I a IV, por Coombs e Gell (1963). (COICO, 6ª
ed.)
HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA (TIPO I)
↠ As reações mediadas pela IgE (comumente designadas
reações alérgicas ou alergia) são estimuladas pela ligação
da IgE, via sua região Fc, a receptores Fc IgE específicos
de alta afinidade denominados FceRI. (COICO, 6ª ed.)
↠ Todo este processo resulta nas manifestações clínicas ↠ As consequências clínicas das reações alérgicas
da hipersensibilidade do tipo I, que inclui rinite, asma e,nos podem variar de reações localizadas como rinite alérgica,
casos graves, anafilaxia. (COICO, 6ª ed.) asma, dermatite atópica e alergia alimentar a graves
reações sistêmicas potencialmente fatais como a anafilaxia.
↠ As reações de hipersensibilidade do tipo I são rápidas, Embora definidas como anafilaxia localizada, as reações
ocorrendo minutos após o desafio (reexposição ao asmáticas também podem ser fatais. A desgranulação do
antígeno). Consequentemente, as reações alérgicas são mastócito constitui o mecanismo central em cada uma
também denominadas hipersensibilidade imediata. (COICO, dessas reações. (COICO, 6ª ed.)
6ª ed.)
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ANAFILAXIA SISTÊMICA
↠ A anafilaxia é uma reação de hipersensibilidade
imediata sistêmica caracterizada por edema em muitos
tecidos e diminuição da pressão arterial secundária à
vasodilatação e ao extravasamento vascular. Esses efeitos
geralmente resultam da presença sistêmica do antígeno
introduzido por injeção (p. ex.: uma picada de inseto) ou
da absorção ao longo de uma superfície epitelial como a
mucosa intestinal. (ABBAS, 9ª ed.)
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Transporte de Gases 1
Troca de oxigênio e dióxido de carbono maior a diferença na pressão parcial, mais rápida será a
velocidade de difusão. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ A troca de oxigênio e dióxido de carbono entre o ar
alveolar e o sangue pulmonar ocorre por meio da difusão Lei de Henry:
passiva, que é regida pelo comportamento dos gases, ↠ A lei de Henry afirma que o volume de um gás que
como descrito por duas leis dos gases, a lei de Dalton e se dissolve em um líquido é proporcional à pressão parcial
a lei de Henry. (TORTORA, 14ª ed.) do gás e à sua solubilidade. TORTORA, 14ª ed.)
LEI DOS GASES | LEI DE DALTON E LEI DE HENRY ↠ Nos líquidos corporais, a capacidade de um gás de ficar
Lei de Dalton: em solução é maior quando a sua pressão parcial é maior
e quando ele tem elevada solubilidade em água. Quanto
↠ De acordo com a lei de Dalton, cada gás em uma maior a pressão parcial de um gás em um líquido e mais
mistura de gases exerce a sua própria pressão como se elevada a sua solubilidade, mais gás vai ficar em solução.
não houvesse outros gases. A pressão de um gás Em comparação ao oxigênio, muito mais CO2 está
específico em uma mistura é chamada de pressão parcial dissolvido no plasma sanguíneo, porque a solubilidade do
(Px); o subscrito é a fórmula química do gás. (TORTORA, CO2 é 24 vezes maior do que a do O2.. TORTORA, 14ª
14ª ed.) ed.)
↠ A pressão total da mistura é calculada simplesmente ↠ Mesmo que o ar que respiramos contenha
adicionando-se todas as pressões parciais. O ar principalmente N2, este gás não tem qualquer efeito
atmosférico é uma mistura de gases – nitrogênio (N2), sobre as funções corporais; ao nível do mar, sua pressão
oxigênio (O2), argônio (Ar), dióxido de carbono (CO2), muito pequena se dissolve no plasma sanguíneo, porque
volumes variáveis de vapor de água (H2O), além de a sua solubilidade é muito baixa. (TORTORA, 14ª ed.)
outros gases presentes em pequenas quantidades. A
Quando um mergulhador respira ar sob alta pressão, o nitrogênio na
pressão atmosférica é a soma das pressões de todos
mistura pode ter sérios efeitos negativos. Visto que a pressão parcial
estes gases: (TORTORA, 14ª ed.) de nitrogênio é superior em uma mistura de ar comprimido do que
no ar à pressão ao nível do mar, um volume considerável de
nitrogênio se dissolve no plasma e no líquido intersticial. Muito
nitrogênio dissolvido pode provocar tontura e outros sintomas
semelhantes aos da intoxicação por álcool. A condição é chamada de
narcose por nitrogênio ou “embriaguez das profundezas”. (TORTORA,
14ª ed.)
↠ É possível determinar a pressão parcial exercida por
cada um dos componentes na mistura multiplicando a Se um mergulhador sobe à superfície lentamente, o nitrogênio
dissolvido pode ser eliminado em sua expiração. No entanto, se a
porcentagem do gás na mistura pela pressão total da
subida é demasiadamente rápida, o nitrogênio sai da solução rápido
mistura. Assim, as pressões parciais dos gases no ar demais e forma bolhas de gás nos tecidos, resultando em doença por
inspirado são: (TORTORA, 14ª ed.) descompressão (barotrauma). (TORTORA, 14ª ed.)
Transporte de gases
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↠ A presença de hemoglobina nas hemácias permite molécula de O2. O oxigênio e a hemoglobina se ligam em
que o sangue transporte 30 a 100 vezes mais O2 do que uma reação facilmente reversível para formar a oxi-
seria transportado na forma de O2 dissolvido na água do hemoglobina: (TORTORA, 14ª ed.)
sangue. (GUYTON, 13ª ed.)
↠ O oxigênio não se dissolve facilmente em água, de RELAÇÃO ENTRE A HEMOGLOBINA E A PRESSÃO PARCIAL DO
modo que somente aproximadamente 1,5% do O2 OXIGÊNIO
inspirado está dissolvido no plasma sanguíneo, que é ↠ O fator mais importante para determinar quanto O2
composto principalmente por água. Aproximadamente que se liga à hemoglobina é a PO2; quanto maior for a
98,5% do O2 no sangue está ligado à hemoglobina nos PO2, mais O2 se combina à Hb. (TORTORA, 14ª ed.)
eritrócitos. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Quando a hemoglobina reduzida (Hb) é
↠ Cada 100 ml de sangue oxigenado contém o completamente convertida em oxi-hemoglobina (HbO2),
equivalente a 20 ml de O2 gasoso. Usando as diz-se que a hemoglobina está totalmente saturada;
porcentagens indicadas, a quantidade dissolvida no plasma quando a hemoglobina é constituída por uma mistura de
é de 0,3 ml e a quantidade ligada à hemoglobina é de 19,7 Hb e HbO2, está parcialmente saturada. (TORTORA, 14ª
ml. (TORTORA, 14ª ed.) ed.)
↠ A porção heme da hemoglobina contém quatro
átomos de ferro, cada um capaz de se ligar a uma
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↠ A porcentagem de saturação da hemoglobina PO2, a Hb está menos saturada com O2, uma mudança
expressa a saturação média de hemoglobina com denominada efeito Bohr. (TORTORA, 14ª ed.)
oxigênio. Por exemplo, se cada molécula de hemoglobina
↠ O efeito Bohr funciona nos dois sentidos: o aumento
se ligou a 2 moléculas de O2, então a hemoglobina está
do H+ no sangue faz com que o O2 seja descarregado
50% saturada, porque cada Hb pode se ligar a no máximo
da hemoglobina, e a ligação do O2 à hemoglobina causa
quatro O2. (TORTORA, 14ª ed.)
a descarga de H+ da hemoglobina. (TORTORA, 14ª ed.)
ACIDEZ (pH)
↠ Conforme a acidez aumenta (pH diminui), a afinidade
da hemoglobina ao O2 diminui, e o O2 se dissocia mais
facilmente da hemoglobina (TORTORA, 14ª ed.)
↠ Quando o pH diminui, toda a curva de dissociação da ↠ Conforme o CO2 entra no sangue, grande parte dele
oxi-hemoglobina se desloca para a direita; em uma dada é temporariamente convertido em ácido carbônico
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➢ CO2 dissolvido: uma pequena porcentagem - Duas características da desoxi-hemoglobina dão origem ao efeito de
aproximadamente 7% - está dissolvida no Haldane: (TORTORA, 14ª ed.)
plasma sanguíneo. Ao alcançar os pulmões, o ➢ a desoxi-hemoglobina se liga ao CO2 e, assim, transporta
CO2 dissolvido se difunde no ar alveolar e é mais CO2 do que a HbO2.
expirado. ➢ a desoxi-hemoglobina também tampona mais H+ do que a
HbO2, desse modo removendo H+ da solução e
➢ Compostos carbamino: uma porcentagem um promovendo a conversão do CO2 em HCO3– por meio da
pouco mais elevada, aproximadamente 23%, reação catalisada pela anidrase carbônica
combina-se aos grupos amina dos aminoácidos
e proteínas no sangue para formar compostos Difusão de dióxido de carbono das células teciduais
carbamino. Como a proteína mais prevalente no periféricas para os capilares e dos capilares pulmonares
sangue é a hemoglobina (no interior dos para os alvéolos
eritrócitos), a maior parte do CO2 transportado
deste modo está ligada à hemoglobina. Os ↠ Quando o O2 é usado pelas células, praticamente, todo
principais locais de ligação do CO2 são os ele se torna CO2, o que aumenta a Pco2 intracelular.
aminoácidos terminais das duas cadeias globina Devido a essa Pco2 elevada das células teciduais, o CO2
alfa e duas cadeias globina beta. A hemoglobina se difunde das células para os capilares e é, então,
que se ligou ao CO2 é denominada transportado pelo sangue para os pulmões. Nos pulmões,
carbaminohemoglobina (HbCO2): ele se difunde dos capilares pulmonares para os alvéolos,
onde é expirado. (GUYTON, 13ª ed.)
↠ Assim, em cada ponto da cadeia de transporte gasoso
o CO2 se difunde em direção exatamente oposta à
OBS.: A formação da carbaminohemoglobina é muito influenciada pela difusão do O2.. Contudo, existe grande diferença entre a
PCO2. Por exemplo, nos capilares teciduais, a PCO2 é relativamente difusão de CO2 e a do O2: o CO2 consegue se difundir
elevada, o que promove a formação de carbaminohemoglobina. Mas cerca de 20 vezes mais rápido que o O2. (GUYTON, 13ª
nos capilares pulmonares, a PCO2 é relativamente baixa, e o CO2 se ed.)
separa facilmente da globina e entra nos alvéolos por difusão.
(TORTORA, 14ª ed.) ↠ Portanto, as diferenças de pressão necessárias para
➢ Íons bicarbonato: o maior percentual de CO2 – causar a difusão do CO2 são, em cada instância, bem
aproximadamente 70% – é transportado no menores que as diferenças de pressão necessárias para
plasma sanguíneo como íons bicarbonato causar a difusão de O2. (GUYTON, 13ª ed.)
(HCO3–). Conforme o CO2 se difunde para os
capilares sistêmicos e entra nos eritrócitos, ele
reage com a água na presença da enzima
anidrase carbônica (AC) para formar o ácido
carbônico, que se dissocia em H+ e HCO3–:
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↠ Níveis sanguíneos elevados de CO causam ↠ Para Willard (2006) o Cyberbullying pode ser dividido
envenenamento por monóxido de carbono, que pode em diferentes formas, baseando-se na ação que se
fazer com que os lábios e a túnica mucosa da boca realiza: (LONGHINI, 2013)
tenham coloração vermelho-cereja claro (a cor da
➢ Nominal: provocar com o uso de linguagem
hemoglobina com o monóxido de carbono ligado a ela).
vulgar e ofensiva.
(TORTORA, 14ª ed.)
➢ Perseguir ou assediar: envio repetido de
↠ Sem tratamento imediato, o envenenamento por mensagens desagradáveis.
monóxido de carbono é fatal. É possível recuperar uma ➢ .Denegrir: divulgação de mentiras sobre a vítima
vítima de envenenamento por CO por meio da com o objetivo de causar danos a sua imagem
administração de oxigênio puro, o que acelera a ou reputação
separação do monóxido de carbono da hemoglobina. ➢ .Personificar: fazer-se passar pela vítima no
(TORTORA, 14ª ed.) espaço virtual para degradar o relacionamento
com seus amigos
Impactos psicológicos gerados pelo cyberbullying ➢ .Violar a intimidade: partilhar online com terceiros
↠ A revolução tecnológica que influencia radicalmente a os segredos, informações pessoais ou imagens
sociedade e a humanidade altera maneiras de se da vítima.
relacionar, como o advento de novas formas de ➢ .Exclusão: excluir a vítima de um grupo online de
comunicação e interação entre indivíduos. (FORNASIER, forma deliberada ou cruel
2020) ➢ .Intimidação: enviar mensagens insultuosas,
desagradáveis para desencadear o medo ou
↠ A internet proporciona o ambiente conhecido como intimidação na vítima
ciberespaço, que, segundo Benedikt(1991), significa um
novo universo criado e sustentado por computadores ↠ Um estudo da Healio (Infectious Diseases In Children)
mundiais e linhas de comunicação. Um universo de constatou que a pandemia mundial da Covid-19 pode ser
informações, sons, imagens, entretenimento, um universo um fator de aumento para os casos de cyberbullying. Com
“sem limites”, que pode ser acessado através de um o significativo número de vítimas e de possíveis
computador ou dispositivo eletrônico em casa, em um agressores no mundo virtual, somados à determinação
escritório, em sala de aula e até mesmo na rua. de quarentena, os números aumentaram e revelaram que
(SCHREIBER; ANTUNES, 2015) a sociedade ainda precisa evoluir no que diz respeito ao
seu modo de comunicar. (FORNASIER, 2020)
↠ Muitas vezes essas mudanças apresentam resultados
positivos para a sociedade, facilitando o compartilhamento ↠ Muito além de uma simples discussão comportamental,
de conhecimentos e acelerando processos, mas podem o cyberbullying traz à tona questões relativas aos direitos
mostrar o lado oposto da moeda, e entre tais fundamentais. Um dos principais direitos fundamentais é a
consequências negativas se tem a tradução do bullying – liberdade de expressão, mas quando essa prática é
constrangimento imposto por uma figura (indivíduo ou relacionada às formas tradicionais de bullying, surge o
grupo) contra alguém a quem persegue, causando a este questionamento de até onde vai essa liberdade de cada
humilhação social, danos psicológicos e/ou físicos – que um, de que forma isso pode afetar a vida e o bem-estar
acontecia presencialmente, para os ambientes de rede de outras pessoas, tonando-se um problema de saúde
virtuais, ocasionando então o fenômeno do cyberbullying. pública global. Com isso a liberdade de expressão colide
(FORNASIER, 2020) com os direitos de personalidade de cada ser humano,
uma vez que outro direito fundamental, o direito à honra,
↠ A principal diferença do cyberbullying para o bullying à privacidade, à intimidade, o direito de imagem, podem
tradicional é que, enquanto este último tem o caráter ser feridos com o assédio moral. Aqui o direito à liberdade
presencial, sendo praticado frente a frente, estando vítima de expressão encontra uma limitação para que o direito
e agressor identificados, o cyberbullying ocorre por meio de personalidade seja respeitado. (FORNASIER, 2020)
da Internet, nas redes sociais e sites de conversas,
podendo ser praticado de forma mais fácil pelo agressor, ↠ O ataque de cyberbullying pode partir de ações como
que muitas vezes se esconde atrás de perfis falsos. deboche, montagem de fotos, divulgação de fotos ou
(FORNASIER, 2020) matérias da intimidade das vítimas, propagação de boatos
em prol de desclassificar e intimidar a vítima, entre outros
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meios, que causam danos como tristeza e medo, podendo ser subdividido em dois tipos: comportamento
seguidos de vergonha e desapontamento, características suicida e conduta autolesiva. (SILVA; NETO, 2020)
que se tornam comuns a todas as vítimas e podem levar
↠ O primeiro incluiu ideação suicida, tentativas de suicídio
a atitudes mais drásticas quando estas não têm
e o suicídio consumado. O segundo, a conduta autolesiva,
acompanhamento psicológico. (FORNASIER, 2020)
por seu lado, foi resumida em comportamentos de
↠ Os sintomas mais frequentes sofridos pelas vítimas vão automutilação, que acontecem em situações mais
muito além de um sentimento momentâneo, acabam privadas, muitas vezes não chegando a constar de
causando doenças futuras, desencadeando transtornos relatórios de saúde pública, sendo, portanto,
graves, como depressão e ansiedade, muitas vítimas se subnotificadas. (SILVA; NETO, 2020)
autoexcluem de relações sociais, e a união desses
↠ De acordo com a OMS o suicídio é a segunda causa
transtornos pode inclusive levar ao suicídio. (FORNASIER,
de morte no mundo entre jovens de 15 a 29 anos. (SILVA;
2020)
NETO, 2020)
↠ Cabe destacar que o impacto do cyberbullying na vida
↠ Cabe destacar que a complexidade que envolve o
dos jovens é ainda maior quando se trata de intolerância
suicídio e, para tanto, os esforços de prevenção ao
e preconceito relacionados a gênero e opção sexual. O
suicídio exigem coordenação e colaboração entre
cyberbullying é motivado muitas vezes por uma fobia
diversos setores da sociedade, dentre eles o setor da
contra a população LGBT, que sofre com níveis e
saúde, a educação, trabalho, agricultura, negócios, justiça,
frequência de cyberbullying muito maiores do que jovens
lei, defesa, política e até mesmo a mídia. Esses esforços
heterossexuais. (FORNASIER, 2020)
devem ser abrangentes e integrados entre si, já que em
↠ Consequências do Cyberbullying: (SCHREIBER; uma questão tão complexa como é o suicídio, nenhuma
ANTUNES, 2015) abordagem isolada por si só pode causar impacto.
(SILVA; NETO, 2020)
➢ Diminuir a confiança da vítima em outras
pessoas; Como prevenir:
➢ Baixa autoestima (maior incidência, tanto para as
↠ Quando o tema é a prevenção ao suicídio, os olhares
vítimas quanto para os agressores);
devem voltar-se para o que provoca a dor, acolhendo o
➢ Desenvolver níveis de angústia e ansiedade;
que a provoca. (SILVA; NETO, 2020)
➢ Acarretar no desempenho acadêmico;
➢ Fobia social; ↠ Para tanto, existem várias medidas que podem ser
➢ Frustração; tomadas em vários níveis, como no populacional,
➢ Insônia; subpopular e individual com a finalidade de evitar suicídio
➢ Enurese; e tentativas de suicídio. Entre essas medidas, tem-se:
➢ Medo; (SILVA; NETO, 2020)
➢ Suicídio;
➢ Depressão; ➢ a redução do acesso aos meios de suicídio (por
exemplo, pesticidas, armas de fogo, certos
↠ Cabe destacar, que os impactos emocionais medicamentos);
observados diferem entre as pessoas e dependem de ➢ mídia responsável;
como a vítima se coloca diante da situação. (SCHREIBER; ➢ intervenções escolares;
ANTUNES, 2015) ➢ políticas públicas de controle do uso de álcool;
➢ identificação precoce, tratamento e
Importância das medidas preventivas ao suicídio
atendimento de pessoas com transtornos
↠ Suicídio: é o ato deliberado de tirar a própria vida, com mentais e de uso de substâncias, dor crônica e
desfecho fatal. (SILVA; NETO, 2020) sofrimento emocional agudo;
➢ treinamento de profissionais de saúde não
↠ Sob uma perspectiva ampla do sentido do termo, a especializados na avaliação e gestão do
Organização Mundial da Saúde - OMS o caracteriza como comportamento suicida;
sendo um ato de violência voltado à própria pessoa,
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↠ O sistema respiratório consiste em nariz externo, ↠ A maior parte da porção condutora é revestida
cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia, brônquios e internamente por um epitélio pseudoestratificado colunar
pulmões. (SEELY) ciliado com muitas células caliciformes, denominado
epitélio respiratório. (JUNQUEIRA, 13ª ed.)
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durante a expiração, essas conchas resfriadas precipitam a umidade e mucosa movimentam o muco até a faringe,
extraem calor do ar úmido que flui ao longo delas. Esse mecanismo onde é deglutido e eliminado pelo sistema
de recuperação minimiza a quantidade de umidade e calor perdidos
pelo corpo por meio da respiração, ajudando as pessoas a sobreviver
digestório.
nos climas secos e frios. (MARIEB, 7º ed.) ➢ Umidifica e aquece o ar. A umidade do epitélio
mucoso e o fluido em excesso drenado para
dentro da cavidade nasal pelo canal nasolacrimal
é adicionado ao ar que passa pela cavidade nasal.
O sangue aquecido que flui através da mucosa
aquece o ar dentro da cavidade nasal antes ele
passe pela faringe, evitando danos ao resto das
vias respiratórias, devido ao ar frio.
➢ Contém o epitélio olfatório. O epitélio olfatório, o
órgão sensorial do olfato, está localizado na parte
mais superior da cavidade nasal.
➢ Ajuda a determinar o som da voz. A cavidade
nasal e os seios paranasais são câmaras de
Seios Paranasais ressonância para a fala.
↠ A cavidade nasal é circundada por um anel de
FARINGE
cavidades cheias de ar chamadas seios paranasais, situado
nos ossos frontal, esfenoide, etmoide e maxilas. Esses ↠ A faringe, ou garganta, é um tubo em forma de funil
seios se abrem na cavidade nasal, são revestidos pela com aproximadamente 13 cm de comprimento que
mucosa respiratória e desempenham as mesmas funções começa nos cóanos e se estende para o nível da
de processamento do ar realizadas pela cavidade nasal. cartilagem cricóidea, a cartilagem mais inferior da laringe.
Seu muco drena para as cavidades nasais, e o efeito de (TORTORA, 14ª ed.)
sucção provocado pelo ato de assoar o nariz também
ajuda a drená-los. (MARIEB, 7º ed.) ↠ A faringe encontra-se discretamente posterior às
cavidades nasal e oral, superior à laringe, e imediatamente
A inflamação dos seios paranasais, chamada sinusite, é provocada por anterior às vértebras cervicais. (TORTORA, 14ª ed.)
infecções virais, bacterianas ou fúngicas. Quando as passagens que
conectam os seios paranasais à cavidade nasal ficam bloqueadas pelo ↠ A faringe é a abertura comum dos sistemas digestório
intumescimento da mucosa nasal inflamada, o ar nas cavidades dos e respiratório. (SEELY, 10ª ed.)
seios é absorvido nos vasos sanguíneos do revestimento mucoso,
resultando em vácuo parcial e em cefaleia sinusal localizada sobre as ↠ Ela recebe o ar da cavidade nasal e recebe ar, alimento
áreas inflamadas. (MARIEB, 7º ed.)
e líquido da cavidade oral. Mais abaixo, a faringe está
↠ A cavidade nasal tem cinco funções: (SEELY, 10ª ed.) conectada ao sistema respiratório pela laringe e ao
sistema digestório pelo esôfago. (SEELY, 10ª ed.)
➢ Serve como passagem para o ar. A cavidade
nasal permanece aberta mesmo quando a boca ↠ A parede muscular da faringe consiste em músculo
está cheia de comida. esquelético em toda a sua extensão, mas a natureza do
➢ Filtra o ar. O vestíbulo é revestido com pelos, revestimento mucoso varia entre as suas três partes.
que capturam grandes partículas de poeira no (MARIEB, 7º ed.)
ar. O septo nasal e a concha nasal aumentam a
↠ Fornece uma câmara de ressonância para os sons da
área de superfície da cavidade nasal e tornam o
fala e abriga as tonsilas, que participam das reações
fluxo de ar dentro da cavidade mais turbulento,
imunológicas contra invasores estranhos. (TORTORA, 14ª
aumentando a probabilidade de o ar entrar em
ed.)
contato com a membrana mucosa que reveste
a cavidade nasal. A membrana mucosa consiste ↠ A faringe é dividida em três regiões: nasofaringe,
em epitélio colunar pseudoestratificado ciliado orofaringe e laringofaringe. (SEELY, 10ª ed.)
com células caliciformes, que secretam uma
camada de muco. O muco captura os resíduos
no ar, e os cílios na superfície da membrana
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↠ A parte nasal da faringe é contínua à cavidade nasal, ↠ É revestida por epitélio escamoso estratificado não
por meio dos cóanos (aberturas nasais posteriores), e seu queratinizado. (TORTORA, 14ª ed.)
epitélio pseudoestratificado ciliado assume a função de
impelir o muco onde não existe mais a mucosa nasal, de LARINGE
modo que o muco empoeirado é impelido inferiormente ↠ A laringe (ou caixa de voz) estende-se do nível da
através da parte nasal da faringe. Na linha média da sua quarta até a sexta vértebra cervical. Superiormente, ela
parte mais superior e posterior encontra-se a tonsila se conecta ao osso hioide e se abre na parte laríngea da
faríngea, um órgão linfático que destrói os patógenos que faringe; inferiormente, é contínua à traqueia. (MARIEB, 7ª
entram com o ar na nasofaringe. (MARIEB, 7º ed.) ed.)
↠ Duas tubas auditivas da orelha média abrem-se dentro ↠ A laringe tem três funções: (MARIEB, 7ª ed.)
da nasofaringe. O ar passa por elas para equalizar a
pressão entre o ar atmosférico e a orelha média. A ➢ produzir sons;
superfície posterior da nasofaringe contém a tonsila ➢ proporcionar uma via aérea aberta;
faríngea, ou adenoide, que ajuda a defender o corpo ➢ agir como mecanismo de comutação para
contra infecções. Um aumento da tonsila faríngea pode rotear o ar e o alimento para as vias adequadas.
interferir na respiração e na passagem do ar pelas tubas Durante a deglutição, a entrada (abertura
auditivas. (SEELY, 10ª ed.) superior) da laringe fica fechada; durante a
respiração, fica aberta.
PARTE ORAL DA FARINGE
↠ A estrutura da laringe é uma organização intrincada
↠ A parte oral da faringe situa -se posteriormente à de nove cartilagens conectadas por membranas e liga
cavidade oral; sua entrada arqueada, diretamente atrás da mentos. A grande cartilagem tireóidea, em forma de
boca, são as fauces (“garganta”). A parte oral da faringe escudo e composta por duas lâminas cartilagíneas, lembra
estende-se inferiormente a partir do nível do palato mole um livro aberto em pé, com a “lombada” na linha média
até o nível da epiglote (uma aba
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anterior do pescoço. Superiormente nessa “lombada” o alimento fora das vias respiratórias inferiores. (MARIEB,
destaca-se a proeminência laríngea, em forma de crista e 7ª ed.)
visível sob a pele do pescoço como o “pomo de Adão”.
↠ A entrada na laringe de qualquer coisa que não seja
A cartilagem tireóidea é maior nos homens do que nas
ar inicia o reflexo da tosse, que expele a substância e
mulheres porque os hormônios sexuais masculinos
impede que ela avance para os pulmões. (MARIEB, 7ª ed.)
estimulam seu crescimento durante a puberdade.
(MARIEB, 7ª ed.) Como a laringe está abaixo do pescoço e precisa subir bastante
durante a deglutição, às vezes ela não consegue alcançar a cobertura
↠ Inferior à cartilagem tireóidea encontra--se a protetora da epiglote antes de o alimento passar pela entrada da
cartilagem cricóidea (“círculo”), a única cartilagem laríngea faringe. Embora a posição baixa da laringe nos torne mais suscetíveis
a formar um anel completo. Ela é larga na face posterior aos engasgos, ela é essencial para a fala humana. Sua localização
inferior nos permite um maior movimento da língua na formação dos
e estreita anteriormente. A cartilagem cricóidea está sons e uma faringe excepcionalmente longa, que age como uma
situada no topo da traqueia. (MARIEB, 7ª ed.) câmara de ressonância dos sons das vogais que produzimos. (MARIEB,
7ª ed.)
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RESUMO DAS ESTRUTURAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO bradicinina também fazem parte da composição do muco
ESTRUTUR EPITÉLIO CÍLIOS CÉLULAS CARACTERÍSTIC nasal. (TRINDADE et. al., 2007)
A CALCIFORM AS ESPECIAIS
ES ↠ Em indivíduos saudáveis, este muco que recobre as
NARIZ
Vestíbulo Escamoso Não Não Contém vias aéreas contém 97% de água e 3% de sólidos, dos
estratificado não inúmeros quais as mucinas constituem cerca de 30% (o restante
queratinizado pelos.
Região Colunar Sim Sim Contém
são proteínas não mucinas; lípidos; sais e detritos
respiratór pseudoestratifica conchas e celulares). (FIGUEIREDO, 2019)
ia do ciliado meatos.
Região Epitélio olfatório Sim Não Atua na ↠ Em condições patológicas existe uma intensa
olfatória (receptores olfação.
olfatórios) modificação na composição do muco, afetando de forma
FARINGE direta e indireta a função mucociliar, principalmente
Parte Colunar Sim Sim Passagem
Nasal da pseudoestratifica para o ar; devido a alterações nas propriedades viscoelásticas do
faringe do ciliado contém muco respiratório. (TRINDADE et. al., 2007)
cóanos, óstios
para as tubas
auditivas e FORMAÇÃO E FUNÇÃO DO MUCO:
tonsila
faríngea. ↠ A mucosa respiratória consiste em epitélio
Parte Escamoso Não Não Passagem
Oral da estratificado não para o ar e
pseudoestratificado colunar (prismático) ciliado, contendo
Faringe queratinizado alimentos e células caliciformes espalhadas, e uma lâmina própria de
bebidas; tecido conjuntivo subjacente. (MARIEB, 7ª ed.)
contém
abertura que
vem da boca ↠ Essa lâmina própria é rica em glândulas
(fauces) tubuloalveolares compostas que contêm células mucosas
Parte da Escamoso Não Não Passagem
Laríngea estratificado não para o ar, e células serosas. (MARIEB, 7ª ed.)
da queratinizado alimentos e
Faringe bebidas. Elas são células epiteliais originalmente colunares, mas que possuem formato
LARINGE Escamoso Não Não acima Passagem de cálice quando preenchidas por grânulos de muco, por isso, a denominação
estratificado não acima das para o ar; “caliciformes” – em forma de cálice. Esse formato varia de acordo com a
queratinizado das pregas; contém quantidade de seu conteúdo interno. Essas células são também denominadas
acima das prega sim abaixo pregas vocais células goblet, termo em francês que também significa “cálice”.
pregas vocais; s; sim das pregas. para a
colunar abaixo produção de
pseudoestratifica das voz
do ciliado abaixo prega
das pregas s
vocais.
Muco
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Mecanismos de defesa nas vias aéreas superiores ↠ Além dos diversos meios que dificultam a progressão
do agente infeccioso no trato respiratório, existem
↠ Os pulmões são dotados de grande interface que aqueles que são responsáveis pela sua expulsão, incluindo
interage com o meio externo e, por isso, estão sob os atos voluntários de fungar e assoar e o reflexo de
constante agressão. (LOPES et. al., 2010) espirrar. (LOPES et. al., 2010)
↠ Nos indivíduos normais, a árvore brônquica abaixo da ↠ Também a tosse, um complexo mecanismo reflexo
carina é isenta de germes, o mesmo não acontecendo de instalação explosiva, atua na limpeza das vias aéreas
nas vias aéreas superiores, onde, habitualmente, vivem inferiores, de onde propulsionam-se secreções e outros
micro-organismos saprófitas e patogênicos. Tais materiais estranhos acumulados, levando-os até a
condições exigem que os mecanismos de defesa do orofaringe. (LOPES et. al., 2010)
aparelho respiratório estejam vigilantes. Estes atuam mais
ou menos em conjunto, na maioria das vezes, em ESTRUTURA DAS VIAS AÉREAS E SUA SEGMENTAÇÃO
sequência, e podem ser divididos em dois: o mecanismo PROGRESSIVA
mecânico e o mecanismo imunológico. (LOPES et. al.,
↠ Ao longo do seu trajeto, a árvore brônquica sofre um
2010)
processo de segmentação, dicotomizando-se
↠ A estrutura das vias aéreas e segmentação progressivamente, de forma a constituir um sistema inicial
progressiva, a filtração aerodinâmica e o transporte de defesa ao reter o material particulado inalado. (LOPES
mucociliar compõem os principais mecanismos de defesa et. al., 2010)
mecânicos. (LOPES et. al., 2010)
↠ As variações do comprimento brônquico durante a
↠ Já a interação entre o sistema macrofágico e as inspiração e a expiração parecem também auxiliar a
células imunes efetoras compõem, predominantemente, propulsão das secreções na direção do hilo pulmonar.
os mecanismos de defesa pulmonar imunológicos. (LOPES et. al., 2010)
(LOPES et. al., 2010)
↠ Para manter hígidas as condições de troca em tão
grande superfície alveolar, cabe às vias aéreas promover
Barreira Mecânica Defesa Imunológica filtração e condicionamento (aquecimento e umidificação)
do ar inspirado, evitando o máximo possível a entrada de
material particulado nocivo na intimidade alveolar. Com
Estrutura das vias aéreas Sistema Imune Inato isso, as grandes vias aéreas pagam o maior tributo quando
da inalação de material particulado. (LOPES et. al., 2010)
Filtração aerodinâmica Sistema Imune Adquirido ↠ Nos bronquíolos, aparece um tipo especial de célula
secretora, a célula de Clara. Atribui-se a essa célula duas
funções principais: a produção de surfactante dos
Transporte Muciciliar Extresse Oxidativo do Pulmão
bronquíolos, bem como a inativação de xenobióticos, por
meio de reações de oxidação destes (dependentes do
citocromo P450). (LOPES et. al., 2010)
Barreira mecânica do aparelho respiratório
↠ Os alvéolos são revestidos por dois tipos de células: os
↠ O primeiro mecanismo de defesa do aparelho pneumócitos dos tipos I e II. Em condições de agregação
respiratório, o mecânico, inicia-se nas narinas que ao epitélio alveolar, ocorre uma transdiferenciação celular
impedem, através dos cílios e do turbilhonamento aéreo, de pneumócitos I para I, com prejuízo da produção do
a passagem de micro-organismos, seguidos do surfactante e, consequentemente, risco de instabilidade
fechamento da glote. (LOPES et. al., 2010) mecânica dos alvéolos. (LOPES et. al., 2010)
↠ Quando essa atitude defensiva mais imediata do
A FILTRAÇÃO AERODINÂMICA
aparelho respiratório não é capaz de deter o agente
infeccioso, tornam-se importantes outros meios, incluindo ↠ A filtração aerodinâmica envolve a deposição de
a filtração aerodinâmica e o transporte mucociliar. (LOPES partículas na camada mucosa das vias aéreas e está
et. al., 2010)
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relacionada com as dimensões dos materiais partícula dos de imunidade inata (ou natural) e um sistema de imunidade
inalados. (LOPES et. al., 2010) adquirida (ou adaptativa). (LOPES et. al., 2010)
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alveolar é muito mais alta que em outros órgãos vitais, ↠ Nos estágios finais da evolução do granuloma,
tais como coração, fígado e cérebro. (LOPES, 2010) geralmente instala-se um processo fibrótico indesejável.
Este, muitas vezes, é extenso, como pode ser visto em
↠ Um componente típico na maioria das alterações e
sequelas de tuberculose pulmonar. (LOPES, 2010)
infecções pulmonares é a ativação de células inflamatórias
com a consequente geração de radicais livres. (LOPES,
2010)
Referências
↠ Um componente importante do sistema
antimicrobiano fagocítico é sua habilidade em gerar JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e
radicais oxidantes, que são produtos altamente tóxicos atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018
derivados do metabolismo do oxigênio. Estes agentes são MARIEB, E.; WILHELM, P.; MALLATT, J. Anatomia
compostos que transferem átomos de oxigênio ou humana. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
ganham elétrons em uma reação química – a exposição
prolongada aos radicais oxidantes pode levar à alteração TORTORA, G. J; DERRICKSON, D. Princípios de anatomia
das defesas antimicrobianas, assim como afetar a função e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
do macrófago alveolar nos pulmões. (LOPES, 2010)
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em:
↠ Dentre os principais oxidantes, incluem-se O2-
(ânion Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017.
-
superóxido), H2O2 (peróxido de hidrogênio), OH (radical
REGAN, J.; RUSSO, A.; VVANPUTTE, C. Anatomia e
hidroxila) e oxigênio eletricamente excitado (O2-), cuja
Fisiologia de Seely, 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
formação é catalizada por enzimas (oxirredutases) que se
encontram em grânulos lisossômicos dos vacúolos TRINDADE, S. H. K. et al. Métodos de estudo do transporte
fagocíticos. (LOPES, 2010) mucociliar. Rev Bras Otorrinolaringol, v. 73, n. 5, p. 704-12,
2007
↠ O poder microbicida, em termos de produtos do
oxigênio, é maior no neutrófilo, possuidor de atividade de LOPES, A. J.; NORONHA, A. J.; MAFORT, T. T.
peroxidases (mieloperoxidase), o que lhe possibilita a Mecanismos de defesa do aparelho respiratório. Revista
utilização ampliada de mecanismos oxirredutores Hospital Universitário Pedro Ernesto, Rio de Janeiro, p.10–
destrutivos, excedendo a capacidade dos macrófagos que 16, 2010.
têm como mais importante a enzima NADPH-
oxirredutase. (LOPES, 2010) FIGUEIREDO, M. M. A. dos S. Anatomofisiopatologia do
sistema mucociliar das vias aéreas. 2019. Dissertação
↠ Em resposta ao estímulo fagocítico, neutrófitos, (Mestrado Integrado em Medicina) – Faculdade de
monócitos e macrófagos realizam a “explosão Medicina, Lisboa, 2019.
respiratória”, que resulta no aumento do consumo de O2,
com geração de NADPH e produção de metabólicos
reduzidos do O2. (LOPES, 2010)
↠ Da ação conjunta da mieloperoxidade, H2O2 e cloro,
resultam produtos com atividade antimicrobiana. (LOPES,
2010)
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Inervação da faringe
Nervo glossofaríngeo (IX): misto, possui fibras motoras para o músculo ↠ A estrutura da laringe é uma organização intrincada
estilofaríngeo. Parte sensitiva – leva impulsos de sensibilidade geral e de nove cartilagens conectadas por membranas e
gustativa do 1/3 posterior da língua, e de sensibilidade geral da faringe, ligamentos. (MARIEB, 7ª ed.) Três ocorrem isoladamente
úvula, tonsilas e tubas auditivas. (APOSTILA ANATOMIA CABEÇA E
PESCOÇO)
(cartilagem tireóidea, epiglote e cartilagem cricóidea) e
três ocorrem em pares (cartilagens aritenóidea,
↠ Elas são distribuídas para as três partes da faringe. cuneiforme e corniculada). (TORTORA, 14ª ed.)
Além disso, a túnica mucosa das regiões anterior e
superior da parte nasal da faringe é suprida principalmente ↠ A grande cartilagem tireóidea, em forma de escudo e
pelo nervo maxilar. (MOORE, 7ª ed.) composta por duas lâminas cartilagíneas, lembra um livro
aberto em pé, com a “lombada” na linha média anterior
do pescoço. Superiormente nessa “lombada” destaca-se
a proeminência laríngea, em forma de crista e visível sob
a pele do pescoço como o “pomo de Adão”. A cartilagem
tireóidea é maior nos homens do que nas mulheres
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vestibulares (cordas vocais falsas) não participa da ↠ A inervação sensitiva abaixo das pregas vocais deriva
produção do som. (MARIEB, 7ª ed.) de ramos do nervo laríngeo recorrente, do nervo vago.
(HAITT)
↠ O epitélio que reveste a parte superior da laringe, uma
área sujeita ao contato dos alimentos, é estratificado ↠ A inervação motora da laringe, resumidamente, todos
pavimentoso não queratinizado. Abaixo das pregas vocais, os músculos intrínsecos da laringe, exceto o
o epitélio é pseudoestratificado colunar ciliado e aprisiona cricotireóideo, são inervados pelo nervo laríngeo
a poeira. Nesse epitélio, a força motriz dos cílios segue na recorrente, ramo do nervo vago. O músculo
direção da faringe, de modo que o muco que aprisiona o cricotireóideo é inervado pelo ramo externo do nervo
pó é movido continuamente para cima a partir dos laríngeo superior, do nervo vago. (HAITT)
pulmões. (MARIEB, 7ª ed.)
↠ A musculatura intrínseca da laringe é suprida por dois
Inervação da laringe nervos, o ramo laríngeo inferior do nervo laríngeo recorrente
e o ramo externo do nervo laríngeo superior. Ambos são
↠ A laringe recebe sua inervação sensitiva e motora de ramos do nervo vago. Como esses dois nervos são suscetíveis
um ramo laríngeo superior do nervo vago e do nervo a lesão, eles devem ser protegidos durante os procedimentos
laríngeo recorrente, ramo do vago na região superior do cirúrgicos. O ramo externo do nervo laríngeo superior passa
tórax que, em curva ascendente, dirige-se para o profundamente à artéria tireóidea superior, suprindo um único
músculo, o cricotireóideo. Sua lesão não causa danos
pescoço. (MARIEB, 7ª ed.)
expressivos à fonação. Contudo, ele afetará a capacidade de
↠ Como esses nervos fornecem inervação para a tensionar as pregas vocais, comprometendo, assim, a emissão
maioria dos músculos da laringe, o dano a esses nervos, de sons agudos. Além disso, a lesão pode causar um quadro de
como pode ocorrer durante uma cirurgia nessa região, rouquidão e de cansaço ao falar. (HAITT)
promove perturbações da fala. A transecção de um ↠ Uma lesão no nervo laríngeo recorrente levará a sérias
nervo laríngeo recorrente imobiliza uma prega vocal, complicações, cuja gravidade dependerá da intensidade da
produzindo um grau de rouquidão. Em tais casos, a outra lesão e se o acometimento foi uni ou bilateral. O envolvimento
prega vocal consegue compensar e a fala continua quase pode variar desde uma leve rouquidão até a total incapacidade
normal. No entanto, se ambos os nervos laríngeos de falar ou de respirar, necessitando, assim, de uma
recorrentes forem cortados, perde-se completamente a traqueostomia. (HAITT)
fala (exceto o sussurro). (MARIEB, 7ª ed.) O controle da produção vocal tem início na área motora primária do
córtex cerebral e segue por fibras corticobulbares. O corpo celular do
nervo vago origina-se no núcleo ambíguo do tronco encefálico, que
também é o núcleo motor para os nervos glossofaríngeo e acessório.
Esse núcleo da origem às fibras que, por meio dos nervos
glossofaríngeo e vago, inervam os músculos da faringe e da laringe.
(PINHO et. al. 2019)
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organismo, como os tratos gastrointestinal, respiratório e ↠ Contrastando com a maioria das estruturas
genitourinário (GOMES, 2019). pertencentes ao MALT, estas estruturas encontram-se
numa posição fixa da faringe, ao invés de dispersas pela
↠ A presença de tecido linfoide na faringe foi primeiro
mucosa (GOMES, 2019).
relatada por Waldeyer, que descreveu as adenoides (ou
amígdalas nasofaríngeas), as amígdalas tubárias, as ↠ As adenoides encontram-se aderentes ao teto e
amígdalas palatinas (comummente referenciadas parede posterior da nasofaringe, posteriormente à
simplesmente como amígdalas) e a amígdala lingual. Este cavidade nasal, e têm formato aproximadamente
aglomerado de estruturas linfoides, em conjunto com o triangular, apontando o seu ápex para o septo nasal
tecido difuso disperso da mucosa faríngea, completa uma (GOMES, 2019).
banda circular na entrada do trato aerodigestivo superior,
que é conhecida como anel de Waldeyer (GOMES, 2019). ↠ Na vizinhança das aberturas faríngeas das trompas de
Eustáquio, entre estas e as adenoides, fica a fossa de
Rosenmüller, onde estão localizadas as duas amígdalas
tubárias (GOMES, 2019).
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entrada de antigénios na cavidade orofaríngea, estes são Os vasos linfáticos da laringe superiores às pregas vocais
aprisionados nas criptas e captados por células epiteliais acompanham a artéria laríngea superior através da
especializadas, conhecidas como células M (microfold) – membrana tíreo-hióidea e drenam para os linfonodos
que levam os antígenos através de vesículas para o tecido cervicais profundos superiores. Os vasos linfáticos
linfoide (GOMES, 2019). inferiores às pregas vocais drenam para os linfonodos
pré-traqueais ou paratraqueais, que drenam para os
↠ Logo após, as células apresentadoras de antígenos
linfonodos cervicais profundos inferiores (MOORE,7ª ed.)
irão apresentar as células T induzindo a ativação primária
das células T naive, que irá proliferar e se diferenciar em Referências:
subtipos distintos. Grande parte da população T gerada
são linfócitos T auxiliares (TH, T helper), com fenótipo PINHO et. al. Músculos intrínsecos da laringe e dinâmica
CD4+, CD8+) mas inclui também células citotóxicas e de vocal. Thieme Revinter Publicações, Rio de Janeiro, 3ª ed.,
memória, que podem abandonar o tecido interfolicular 2019.
(GOMES, 2019). MOORE. Anatomia Orientada para a Clínica, 7ª ed.
↠ Após ativação, as células T auxiliares irão agrupar-se Guanabara Koogan, SP, 2017
junto a linfócitos B naive, estimulando-os e induzindo a sua TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível
diferenciação em células efetoras (GOMES, 2019). em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.
Conhecendo os mecanismos de ativação primária de células T e de
estimulação de células B, torna-se evidente que a competência HIATT. Anatomia Cabeça & Pescoço. [Digite o Local da
imunológica das amígdalas só é conseguida com um marcado Editora]: Grupo GEN, 2011. 978-85-277-2535-4. Disponível
extravasamento de linfócitos naive do sangue para estes órgãos
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-
(GOMES, 2019)
85-277-2535-4/. Acesso em: 28 out. 2021.
↠ A maturação e diferenciação dos linfócitos B ocorre
nos centros germinativos (GC, germinal center) dos MARIEB, E.; WILHELM, P.; MALLATT, J. Anatomia
folículos linfoides, que surgem como resultado da resposta humana. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
de células B dependente de células T (GOMES, 2019).
↠ No final, a chamada reação do centro germinativo, TAMBELI, Cláudia. H. Fisiologia Oral. [Digite o Local da
resulta na produção de células plasmáticas e células B de Editora]: Grupo A, 2014. 9788536702162. Disponível em:
memória. (GOMES, 2019) https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978853
6702162/. Acesso em: 28 out. 2021.
↠ Deste modo, os eventos do centro germinativo
resultam na produção de plasmócitos produtores de GOMES, M. L. M. Anel de Waldeyer: sua função e impacto
diferentes classes de anticorpos, que exibem alta afinidade. na adenoamigdalectomia. Apresentação de Mestrado,
(GOMES, 2019) Faculdade de Medicina de Coimbra, 2019
↠ Os plasmócitos das amígdalas têm a capacidade de BEBER B. C.; CIELO C. A. Características vocais acústicas
produzir todas as classes de imunoglobulinas (IgG, IgA, IgM, de homens com voz e laringe normal. Revista CEFAC, v.
IgD e IgE), sendo as mais abundantes a IgG 12, n. 2, p 340-351, 2011.
(aproximadamente 65%) e IgA (cerca de 20%) (GOMES,
2019)
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Árvore Bronquial
↠ A traqueia divide-se para formar os brônquios ↠ À medida que se aproximam e entram nos pulmões,
principais, os quais, por sua vez, dividem-se para formar os brônquios principais se dividem nos brônquios
brônquios cada vez menores, levando a muitos túbulos e secundários, ou brônquios lobares (de segunda ordem) –
sacos microscópicos (SEELY, 10ª ed.). três à direita e dois à esquerda -, com cada um deles
ventilando um lobo pulmonar (MARIEB, 7ª ed.).
BRÔNQUIOS NA PARTE DE CONDUÇÃO
↠ Os brônquios lobares se ramificam nos brônquios
Traqueia segmentares (de terceira ordem), que por sua vez se
dividem repetidamente em brônquios menores: quarta
Brônquios principais ordem, quinta ordem etc. Em geral, existem cerca de 23
ordens de tubos de ar nos pulmões, sendo a menor delas
Brônquios lobares quase pequena demais para ser vista sem um
microscópio (MARIEB, 7ª ed.).
Brônquios segmentares
↠ Os tubos menores de 1 mm de diâmetro também são
Bronquíolos
chamados bronquíolos (“pequenos brônquios”), e os
menores que estes, os bronquíolos terminais, têm menos
Bronquíolos terminais
de 0,5 mm de diâmetro (MARIEB, 7ª ed.).
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individual. Existem cerca de dez segmentos ↠ A pleura parietal cobre a superfície interna da parede
broncopulmonares dispostos em padrões similares, torácica, a superfície superior do diafragma e as
porém não idênticos, em cada um dos dois pulmões. superfícies laterais do mediastino. A partir do mediastino,
(MARIEB, 7ª ed.). ela se reflete lateralmente envolvendo os grandes vasos
que seguem para o pulmão (raiz pulmonar). Na área onde
Os segmentos broncopulmonares têm importância clínica pelo fato de
limitarem a disseminação de algumas doenças dentro do pulmão, já esses vasos entram no pulmão, a pleura parietal é
que as infecções não atravessam facilmente as partições de tecido contínua à pleura visceral, que cobre a superfície externa
conjuntivo entre esses segmentos (MARIEB, 7ª ed.). do pulmão (MARIEB, 7ª ed.).
A menor subdivisão do pulmão que pode ser vista a olho nu é o lóbulo. ↠ O espaço entre as pleuras parietal e visceral é a
Com a aparência de hexágonos na superfície pulmonar e um tamanho
que varia de uma borracha de apagar lápis até uma moeda, cada lóbulo
cavidade pleural, preenchida com uma película fina de
é ventilado por um bronquíolo e seus ramos. Nos fumantes e na fluido pleural. Produzido pelas pleuras, esse fluido
maioria dos moradores da cidade, o tecido conjuntivo que separa cada lubrificante permite que os pulmões deslizem sem atrito
lóbulo está enegrecido pelo carbono (MARIEB, 7ª ed.). sobre a parede torácica durante os movimentos
respiratórios (MARIEB, 7ª ed.).
SUPRIMENTO SANGUÍNEO E INERVAÇÃO DOS PULMÕES
↠ O fluido também mantém as pleuras parietal e visceral
↠ As artérias pulmonares levam sangue desoxigenado
unidas. As pleuras podem deslizar com facilidade de lado
para os pulmões visando a sua oxigenação. No pulmão,
a lado uma sobre a outra, mas sua separação sofre uma
essas artérias se ramificam junto com a árvore bronquial,
forte resistência. Consequentemente, os pulmões se
situando-se em geral posteriormente aos brônquios
agarram com firmeza à parede torácica e são obrigados
correspondentes (MARIEB, 7ª ed.).
a se expandir e recuar à medida que o volume da
↠ As menores artérias alimentam as redes capilares cavidade torácica aumenta e diminui durante a respiração
pulmonares em torno dos alvéolos. O sangue oxigenado (MARIEB, 7ª ed.).
é levado dos alvéolos pulmonares para o coração pelas
↠ As pleuras também dividem a cavidade torácica em
veias pulmonares, cujos tributários são geralmente
três compartimentos separados - o mediastino central e
anteriores aos brônquios correspondentes dentro dos
dois compartimentos pleurais laterais, cada um contendo
pulmões. Além disso, alguns tributários venosos passam
um pulmão. Essa compartimentalização ajuda a evitar que
pelas partições de tecido conjuntivo entre os lóbulos
os pulmões em movimento ou o coração interfiram um
pulmonares e entre os segmentos broncopulmonares
no outro, além de limitar a disseminação de infecções
(MARIEB, 7ª ed.).
localizadas e o grau de lesão traumática (MARIEB, 7ª ed.).
Para lembrá-lo da posição dos vasos pulmonares em volta do brônquio,
memorize a sequência V B A: Veia Brônquio Artéria (MARIEB, 7ª ed.).
Pleuras
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DESENVOLVIMENTO DA TRAQUEIA
↠ Durante a separação do intestino anterior, o divertículo
laringotraqueal forma a traqueia e duas evaginações
laterais, os brotos brônquicos primários (MOORE, 10ª ed.).
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de pleura visceral derivada do mesênquima esplâncnico. ↠ Durante o estágio canalicular, a luz dos brônquios e
Com a expansão, os pulmões e a cavidade pleural dos bronquíolos terminais tornam-se maiores e o tecido
crescem caudalmente para o mesênquima da parede pulmonar torna-se altamente vascularizado. Por volta da
corporal e logo se aproximam do coração (MOORE, 10ª 24ª semana, cada bronquíolo terminal forma dois ou mais
ed.). bronquíolos respiratórios, que irão se dividir em três a seis
passagens: os ductos alveolares primitivos (MOORE, 10ª
↠ A parede torácica corporal torna-se revestida por uma
ed.).
camada de pleura parietal derivada do mesoderma
somático. O espaço entre a pleura parietal e a visceral é ↠ A respiração é possível ao final do período canalicular
a cavidade pleural (MOORE, 10ª ed.). (26 semanas), pois alguns sacos terminais de parede
delgada (alvéolos primitivos) se desenvolvem no final dos
Maturação dos Pulmões bronquíolos respiratórios e o tecido pulmonar está bem
↠ A maturação dos pulmões é dividida em quatro vascularizado (MOORE, 10ª ed.).
estágios histologicamente distintos: o pseudoglandular, o ↠ Embora fetos nascidos ao final desse período possam
canalicular, saco terminal e o estágio alveolar (MOORE, 10ª sobreviver se tiverem cuidados intensivos, neonatos
ed.). prematuros muitas vezes não sobrevivem, pois o sistema
respiratório e os outros sistemas ainda estão
ESTÁGIO PSEUDOGLANDULAR (5ª À 17ª SEMANA)
relativamente imaturos (MOORE, 10ª ed.).
↠ Do ponto de vista histológico, o pulmão durante o
estágio pseudoglandular possui aparência de glândulas
exócrinas. Com 16 semanas, todos os principais
componentes dos pulmões estão formados, exceto
aqueles envolvidos com as trocas gasosas (MOORE, 10ª
ed.).
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origem endodérmica, os pneumócitos tipo I, através dos termo alvéolos. Os sacos terminais análogos aos alvéolos
quais a troca gasosa ocorre. A rede de capilares se estão presentes na 32ª semana. O epitélio de
prolifera rapidamente no mesênquima ao redor dos revestimento desses sacos atenua-se para uma fina
alvéolos em desenvolvimento, contudo, não é camada epitelial pavimentosa. Os pneumócitos tipo I
concomitante ao desenvolvimento ativo dos capilares tornam-se tão delgados que os capilares adjacentes se
linfáticos. Dispersas entre as células epiteliais pavimentosas, projetam para os sacos alveolares (MOORE, 10ª ed.).
estão células epiteliais secretoras arredondadas, os
↠ Ao final do período fetal (38 semanas), os pulmões
pneumócitos tipo II, que secretam o surfactante pulmonar,
são capazes de realizar a respiração, pois a membrana
uma mistura complexa de fosfolipídios e proteínas
alveolocapilar (barreira de difusão pulmonar ou membrana
(MOORE, 10ª ed.).
respiratória) é delgada o suficiente para realizar as trocas
gasosas. Embora os pulmões não comecem a realizar
essa função vital até o nascimento, estes são bem
desenvolvidos e, portanto, capazes de funcionar
prontamente quando o bebê nasce (MOORE, 10ª ed.).
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Mecânica Respiratória 1
Centro Respiratório
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O dióxido de carbono é o estímulo primário para as mudanças na ↠ Eles respondem a mudanças na concentração de H+
ventilação. O oxigênio e o pH do plasma desempenham um papel ou PCO2, ou ambos, no líquido cerebrospinal (TORTORA,
menos importante (SILVERTHON, 7ª ed.). 14ª ed.).
QUIMIORRECEPTORES PERIFÉRICOS
↠ Os quimiorreceptores periféricos estão localizados nos
glomos para-aórticos (que são aglomerados de
quimiorreceptores localizados na parede do arco da aorta)
e nos glomos caróticos, que são nódulos ovais na parede
das artérias carótidas comuns direita e esquerda no ponto
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em que elas se dividem em artérias carótidas interna e A carência significativa de O 2 deprime a atividade dos
externa. (Os quimiorreceptores dos glomos para-aórticos quimiorreceptores centrais e do GRD, que então não responde
algumas aferências e envia menos impulsos para os músculos
estão localizados próximo dos barorreceptores aórticos, inspiratórios. Conforme a frequência respiratória diminui ou a
e os glomos caróticos estão localizados próximo dos respiração cessa por completo, a PO2 cai cada vez mais, estabelecendo
barorreceptores do seio carótico) (TORTORA, 14ª ed.). um ciclo de feedback positivo com um desfecho possivelmente fatal
(TORTORA, 14ª ed.).
↠ Estes quimiorreceptores fazem parte do sistema
Como o CO2 é lipossolúvel, ele se difunde facilmente para as células
nervoso periférico e são sensíveis a alterações na PO2,
onde, na presença de anidrase carbônica, se combina à água (H2O)
H+ e PCO2 no sangue. Os axônios dos neurônios sensitivos para formar o ácido carbônico (H 2CO3). O ácido carbônico se quebra
dos glomos para-aórticos fazem parte do nervo vago (NC rapidamente em H+ e HCO3–. Assim, um aumento no CO2 no sangue
X), e aqueles dos glomos caróticos são parte dos nervos provoca aumento do H+ intracelular e uma diminuição do CO2 provoca
glossofaríngeo (NC IX) direito e esquerdo (TORTORA, 14ª diminuição do H+ (TORTORA, 14ª ed.).
REFLEXO DE INSUFLAÇÃO
↠ Similares aos dos vasos sanguíneos, receptores
sensíveis ao estiramento chamados barorreceptores ou
receptores de estiramento estão localizados nas paredes
@jumorbeck
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@jumorbeck
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normalmente expressa como - 1 mmHg. Quando o ar é exalado, a Palv pressão alveolar (intrapulmonar), cai de 760 para 758
aumenta até cerca de 761 mmHg e, por isso, é expressa como + 1 mmHg. Uma diferença de pressão é então estabelecida
mmHg (SEELY, 10ª ed.).
entre a atmosfera e os alvéolos. Como o ar flui sempre
Assim, para simplificar, a Palv é sempre dada como sua diferença da da região de pressão mais alta para a região de pressão
Patm 1 mmHg acima da Patm ou 1 mmHg abaixo da Patm (SEELY, 10ª mais baixa, ocorre a inspiração (TORTORA, 14ª ed.).
ed.).
@jumorbeck
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Os músculos acessórios da inspiração incluem os músculos os músculos intercostais externos relaxam, as costelas
esternocleidomastóideos, que elevam o esterno; os músculos são deprimidas (TORTORA, 14ª ed.).
escalenos, que elevam as duas primeiras costelas; e o músculo peitoral
menor, que eleva as costelas I I a V. Como tanto a inspiração tranquila ↠ Estes movimentos reduzem os diâmetros vertical,
normal quanto a inspiração durante o exercício ou ventilação forçada
envolvem a contração muscular, o processo de inspiração é dito ativo
lateral e anteroposterior da cavidade torácica, o que
(TORTORA, 14ª ed.). diminui o volume do pulmão. Por sua vez, a pressão
alveolar aumenta para aproximadamente 762 mmHg. O
ar então flui da área de pressão mais elevada nos alvéolos
para a área de pressão mais baixa na atmosfera
(TORTORA, 14ª ed.).
EXPIRAÇÃO
↠ O ato de soprar o ar, na chamada expiração
(exalação), é também decorrente de um gradiente de
pressão, mas neste caso o gradiente é no sentido oposto:
a pressão nos pulmões é maior do que a pressão
atmosférica (TORTORA, 14ª ed.).
@jumorbeck
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@jumorbeck
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↠ O grau de extensão dos pulmões por cada unidade de EFEITO DA CAIXA TORÁCICA NA EXPANSIBILIDADE
aumento da pressão transpulmonar (se tempo suficiente PULMONAR
for permitido para atingir o equilíbrio) é chamado
↠ A caixa torácica tem suas próprias características
complacência pulmonar (GUYTON, 13ª ed.).
elásticas e viscosas, semelhantes às dos pulmões; até
↠ A complacência total de ambos os pulmões no adulto mesmo se os pulmões não estivessem presentes no
normal é, em média, de 200 mililitros de ar por centímetro tórax, esforço muscular seria necessário para expandir a
de pressão de água transpulmonar. Isto é, sempre que a caixa torácica (GUYTON, 13ª ed.).
pressão transpulmonar aumentar 1 centímetro de água, o
RESISTÊNCIA DAS VIAS RESPIRATÓRIAS
volume pulmonar, após 10 a 20 segundos, se expandirá
200 mililitros (GUYTON, 13ª ed.). ↠ As paredes das vias respiratórias, especialmente os
bronquíolos, oferecem alguma resistência ao fluxo normal
↠ A complacência refere-se à quantidade de força que
de ar para dentro e para fora dos pulmões (TORTORA,
deve ser exercida sobre um corpo para o deformar. No
14ª ed.).
pulmão, podemos expressar a complacência como uma
alteração do volume (V), que é resultado de uma força ↠ À medida que os pulmões se expandem durante a
ou pressão (P) exercida sobre o pulmão: (SILVERTHON, inspiração, os bronquíolos se ampliam porque suas
7ª ed.) paredes são “puxadas” para fora em todas as direções.
Vias respiratórias mais calibrosas têm menor resistência.
variação do volume/variação da pressão
A resistência das vias respiratórias então aumenta durante
↠ Um pulmão de alta complacência pode ser estirado a expiração conforme o diâmetro dos bronquíolos diminui.
facilmente, já um pulmão com baixa complacência requer O diâmetro das vias respiratórias também é regulado pelo
mais força dos músculos inspiratórios para ser estirado grau de contração e relaxamento do músculo liso das
(SILVERTHON, 7ª ed.) paredes das vias respiratórias (TORTORA, 14ª ed.).
A complacência é o inverso da elastância (recuo elástico), que é a Qualquer condição que estreite ou obstrua as vias respiratórias
capacidade de resistir à deformação mecânica. A elastância também aumenta a resistência, de modo que é necessário mais pressão para
se refere à capacidade que um corpo tem de voltar à sua forma manter o mesmo fluxo de ar. A característica da asma brônquica ou
original quando a força que promove a sua deformação é removida. da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) – enfisema pulmonar
Um pulmão que é estirado facilmente (alta complacência)
@jumorbeck
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ou bronquite crônica – é o aumento da resistência das vias respiratórias corpo. Cada tipo de gás se difunde através da membrana
decorrente de sua obstrução ou colapso (TORTORA, 14ª ed.). permeável da área em que sua pressão parcial é maior
Troca gasosa para a área em que sua pressão parcial é menor. Quanto
maior a diferença na pressão parcial, mais rápida será a
TROCA DE OXIGÊNIO E DIÓXIDO DE CARBONO velocidade de difusão. (TORTORA, 14ª ed.)
↠ É possível determinar a pressão parcial exercida por Se um mergulhador sobe à superfície lentamente, o nitrogênio
dissolvido pode ser eliminado em sua expiração. No entanto, se a
cada um dos componentes na mistura multiplicando a
subida é demasiadamente rápida, o nitrogênio sai da solução rápido
porcentagem do gás na mistura pela pressão total da demais e forma bolhas de gás nos tecidos, resultando em doença por
mistura. Assim, as pressões parciais dos gases no ar descompressão (barotrauma). (TORTORA, 14ª ed.)
inspirado são: (TORTORA, 14ª ed.)
Respiração externa
@jumorbeck
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↠ Conforme o sangue flui pelos capilares pulmonares, interconectados. Na verdade, devido à extensão do plexo
capta O2 do ar alveolar e descarrega CO2 no ar alveolar. capilar, o fluxo de sangue na parede alveolar é descrito
Embora este processo geralmente seja chamado de como “lâmina” de fluxo sanguíneo. Assim, é óbvio que os
“troca” gasosa, cada gás se difunde independentemente gases alveolares estão bastante próximos do sangue dos
da área em que sua pressão parcial é maior para a área capilares pulmonares (GUYTON, 13ª ed.).
em que sua pressão parcial é menor (TORTORA, 14ª ed.).
↠ Além disso, a troca gasosa entre o ar alveolar e o
↠ A Po2 do O2 gasoso no alvéolo é em média, de 104 sangue pulmonar se dá através das membranas de todas
mmHg, enquanto a Po2 do sangue venoso que entra nos as porções terminais dos pulmões, e não apenas nos
capilares pulmonares, em sua porção arterial, está em alvéolos. Todas essas membranas são conhecidas
torno de apenas 40 mmHg porque grande quantidade de coletivamente como membrana respiratória, também
O2 foi removida desse sangue enquanto ele passava denominada membrana pulmonar (GUYTON, 13ª ed.).
através dos tecidos periféricos. Portanto, a diferença de
pressão inicial que faz com que o O2 se difunda para os
capilares pulmonares é 104 - 40, ou 64 mmHg. (GUYTON,
13ª ed.)
@jumorbeck
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↠ Em um adulto saudável, a área de superfície total da ↠ A troca de O2 e CO2 entre os capilares sistêmicos e
membrana respiratória é cerca de 70 m2 (SEELY, 10ª ed.). as células teciduais é chamada de respiração interna ou
trocas gasosas sistêmicas. Conforme o O2 deixa a
↠ Muitas doenças respiratórias, incluindo o enfisema e o corrente sanguínea, o sangue oxigenado é convertido em
câncer de pulmão, provocam redução na área de sangue venoso (TORTORA, 14ª ed.).
superfície da membrana respiratória (SEELY, 10ª ed.).
↠ Ao contrário da respiração externa, que ocorre
↠ Mesmo uma pequena diminuição na área superficial somente nos pulmões, a respiração interna ocorre nos
afeta as trocas gasosas durante o exercício extenuante. tecidos de todo o corpo (TORTORA, 14ª ed.).
Quando a superfície total da membrana respiratória é
diminuída em um terço ou um quarto do tamanho normal,
@jumorbeck
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↠ Quando o sangue arterial chega aos tecidos base nesses parâmetros para calcular os volumes pulmonares
periféricos, sua Po2 nos capilares ainda é 95 mmHg. (SILVERTHON, 7ª ed.).
@jumorbeck
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➢ Volume inspiratório de reserva: é a quantidade trato respiratório após uma inspiração máxima
de ar que pode ser inspirada forçadamente além (cerca de 4.600 mL) (SEELY, 10ª ed.).
do volume corrente (cerca de 3.000 mL em ➢ Capacidade pulmonar total: é a soma de todos
repouso) (SEELY, 10ª ed.). os volumes pulmonares (aproximadamente
➢ Volume expiratório de reserva: é a quantidade 5.800 mL) (SEELY, 10ª ed.).
de ar que pode ser expirada forçadamente além
do volume corrente (cerca de 1.100 mL em
repouso) (SEELY, 10ª ed.).
➢ Volume residual: é o volume de ar que
permanece nas vias respiratórias e nos pulmões
após uma expiração forçada (aproximadamente
1.200 mL) (SEELY, 10ª ed.).
O volume corrente aumenta quando uma pessoa está mais ativa. Uma
vez que o volume máximo do sistema respiratório não se altera de
um momento ao outro, um aumento no volume corrente provoca a
diminuição dos volumes de reserva inspiratório e expiratório (SEELY,
10ª ed.).
CAPACIDADES PULMONARES
↠ Capacidade pulmonar é a soma de dois ou mais
volumes pulmonares. Seguem algumas capacidades
pulmonares: (SEELY, 10ª ed.).
➢ Capacidade inspiratória: é o volume corrente
mais o volume inspiratório de reserva,
representando a quantidade máxima que uma
pessoa pode inspirar após uma expiração Fatores como gênero, idade, tamanho do corpo e condicionamento
normal (cerca de 3.500 mL em repouso) físico causam variações nos volumes e capacidades respiratórios de
um indivíduo para o outro. Por exemplo, a capacidade vital de uma
(SEELY, 10ª ed.). mulher é normalmente 20 a 25% menor do que a de um homem
➢ Capacidade residual funcional: é o volume (SEELY, 10ª ed.).
expiratório de reserva mais o volume residual,
A capacidade vital alcança uma quantidade máxima em jovens adultos
representando a quantidade de ar que
e diminui gradualmente com o passar dos anos (SEELY, 10ª ed.).
permanece nos pulmões após uma expiração
normal (aproximadamente 2.300 mL em Pessoas altas ou magras normalmente apresentam maior capacidade
vital que pessoas baixas ou obesas, respectivamente (SEELY, 10ª ed.).
repouso) (SEELY, 10ª ed.).
➢ Capacidade vital: é a soma do volume inspiratório Atletas treinados podem apresentar uma capacidade vital 30 a 40%
de reserva, do volume corrente e do volume maior do que a de pessoas não treinadas (SEELY, 10ª ed.).
expiratório de reserva, representando o volume
máximo de ar que uma pessoa pode expelir do
@jumorbeck
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VENTILAÇÃO-MINUTO Referências:
A ventilação-minuto é a quantidade total de ar movido para dentro e
REGAN, J.; RUSSO, A.; VVANPUTTE, C. Anatomia e
para fora do sistema respiratório a cada minuto; é igual ao volume
corrente multiplicado pela frequência respiratória. A frequência Fisiologia de Seely, 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
respiratória, ou ritmo respiratório, é a quantidade de respirações por
minuto. Uma vez que o volume corrente em repouso é de MARIEB, E.; WILHELM, P.; MALLATT, J. Anatomia
aproximadamente 500 mL e a frequência respiratória é de cerca de humana. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
12 respirações por minuto, a ventilação-minuto é, em média, de
aproximadamente 6 L/min. (SEELY, 10ª ed.). TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.
EFEITOS DA OBESIDADE SOBRE OS VOLUMES E AS CAPACIDADES
PULMONARES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em:
(WINCK et. al., 2016)
Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017.
O excesso de peso acarreta alterações diretas na mecânica ventilatória.
GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed.
Estudos prévios sugerem que a obesidade causa uma importante
mudança no sistema respiratório, resulta em prejuízos no sincronismo
Editora Elsevier Ltda., 2017
tóraco-abdominal. O aumento do peso corporal acarreta limitação da
KOEPPEN, B. M.; STANTON, B. A. Berne & Levy Fisiologia,
mobilidade diafragmática e redução do movimento costal, com
comprometimento nas trocas gasosas pulmonares e no controle do 7ª ed. Editora Elsevier Ltda, 2018
padrão respiratório.
WINCK et. al. Efeitos da obesidade sobre os volumes e as
Em resumo, os achados desta revisão demonstram efeitos deletérios capacidades pulmonares em crianças e adolescentes:
da obesidade sobre os volumes e as capacidades pulmonares em uma revisão sistemática. Revista Paulista de Pediatria, v. 34,
crianças e adolescentes, com redução, principalmente da capacidade
residual funcional, volume de reserva expiratório e volume residual. Os
n. 4, p. 510-517, 2016.
resultados ressaltam a necessidade da elaboração de medidas efetivas
SALICIO et. al. Função respiratória em idosos praticantes
estratégicas no combate da obesidade infantil por meio de programas
de intervenção, para evitar ou amenizar o impacto negativo da e não praticantes de hidroterapia. Revista científica Ciência
obesidade sobre a função pulmonar dessa população. Biologia Saúde, v. 17, n. 2, p. 107-112, 2015.
FUNÇÃO RESPIRATÓRIA EM IDOSOS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE
HIDROTERAPIA (SALICIO et. al., 2015)
@jumorbeck
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MICROBIOTA ORAL E SALIVA
@jumorbeck
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↠ Muitos dos fungos presentes na cavidade oral são as glândulas salivares, entre outros, estando todos estes
fungos saprófitas, mas existem alguns patogénicos e locais em contato com a saliva e todos colonizados por
oportunistas sendo responsáveis por grande parte das bactérias. Vários estudos demostram que nos diferentes
doenças orais (SILVA, 2016). tecidos existem comunidades distintas de bactérias
(SILVA, 2016).
Foi feito um estudo com o intuito de caracterizar os fungos existentes
no microbioma oral de 20 indivíduos saudáveis. As amostras foram Nem todos os microrganismos que entram na boca conseguem
recolhidas uma hora depois de os indivíduos terem comido, colonizar este ambiente e se manter nele. Mesmo dentro dessa
bochechado e gargarejado com uma solução de lavagem, sendo esta cavidade existem diferentes locais que favorecem a colonização por
a solução amostra. Neste estudo foram identificadas 101 espécies de distintos microrganismos. Ou seja, nem todos os microrganismos ao
fungos, sendo que 11 não foram cultiváveis e 74 foram cultiváveis. O qual esta superfície é exposta diariamente são capazes de compor a
gênero presente em 75% dos participantes foi Candida, seguido de microbiota residente (JÚNIOR; IZABEL, 2019).
Cladosporium em 65%. Aureobasidium foi encontrado em 50% dos
indivíduos. Aspergillus em 35%, Fusarium em 30% e Cryptococcus
em 20% (SILVA, 2016).
↠ A nossa boca contém diferentes habitats que ➢ superfícies descamativas: nas superfícies
albergam vários microrganismos, como os dentes, a descamativas como as mucosas, ocorre o
língua, as bochechas, o palato duro e mole, as amígdalas, processo fisiológico de descamação celular
@jumorbeck
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↠ A quebra desta harmonia, por alguma alteração no Outro fator que afeta este crescimento é a diferença na concentração
de oxigênio nos diferentes locais que constituem a cavidade bucal. A
ambiente bucal, favorece a proliferação de espécies
maioria dos microrganismos presentes são anaeróbios facultativos ou
patogênicas e, assim, o desenvolvimento de doenças, anaeróbios restritos. Dessa forma, alguns locais em que a concentração
uma relação de disbiose, em que, a depender do grau de de oxigênio é reduzida, como a parte interna dos biofilmes e a região
comprometimento, pode afetar outros sistemas além do de fundo de sulco, ocorre maior presença de anaeróbios restritos.
sistema estomatognático (JÚNIOR; IZABEL, 2019). Além disso, os radicais livres formados a partir do oxigênio são
extremamente deletérios aos microrganismos, em especial à célula
FATORES AÇÃO DURANTE A AÇÃO DURANTE A bacteriana. Ou seja, nota-se que é o grau de oxidação-redução em
MODULADORES SIMBIOSE DISBIOSE um local que governa a sobrevivência e crescimento relativo desses
TEMPERATURA Condições para Proliferação de microrganismos (JÚNIOR; IZABEL, 2019).
crescimento e o periodontopatógenos.
Ainda no quesito modulação da microbiota oral, pode-se elencar os
metabolismo de
espécies mecanismos de defesa do hospedeiro. Esta é estabelecida, além do
simbiontes. sistema imunológico, pela barreira física das mucosas e por fatores de
FATOR PH (SALIVA) Seleção dos Proliferação de defesa específica e não específica. No componente de defesa do tipo
microrganismos microrganismos não específica entra a ação de glicoproteínas (mucinas), de enzimas
@jumorbeck
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↠ Estudos vêm demonstrando a relação das doenças ↠ Quimicamente, a saliva é composta por 99,5% de
bucais e sistêmicas (cardiopatias e infecções respiratórias, água e 0,5% de solutos. Entre os solutos estão íons,
principalmente), ressaltando-se que inúmeras pesquisas se incluindo o sódio, o potássio, o cloreto, o bicarbonato e o
desenvolveram com resultados que evidenciam cada vez fosfato. Também estão presentes alguns gases
mais esta possível relação (JÚNIOR; IZABEL, 2019). dissolvidos e substâncias orgânicas, incluindo a ureia e
ácido úrico, o muco, a imunoglobulina A, a enzima
↠ Como as bactérias orais sempre invadem os vasos bacteriolítica lisozima e a amilase salivar, uma enzima
sanguíneos por meio da mucosa bucal, elas são causas digestória que atua sobre o amido (TORTORA, 14ª ed.).
potenciais de bacteremia e outras infecções sistêmicas
(JÚNIOR; IZABEL, 2019).
@jumorbeck
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↠ As glândulas salivares produzem saliva, uma mistura caminho até os músculos da face, a cirurgia nessa glândula
complexa de água, íons, muco e enzimas (MARIEB, 7ª pode levar à paralisia facial (MARIEB, 7ª ed.).
ed.).
GLÂNDULA SUBMANDIBULAR
↠ A saliva tem pH entre 6,0 e 7,0, uma faixa favorável
à ação digestiva da ptialina (GUYTON, 13ª ed.). ↠ Tem aproximadamente o tamanho de uma noz, situa-
se ao longo da face medial do corpo da mandíbula,
GLÂNDULAS SALIVARES imediatamente anterior ao ângulo da mandíbula (MARIEB,
7ª ed.).
GLÂNDULA SUBLINGUAL
↠ Situa-se no assoalho da cavidade oral, inferior à língua.
Seus 10 a 12 ductos se abrem na boca, diretamente
superiores à glândula (MARIEB, 7ª ed.).
@jumorbeck
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@jumorbeck
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provenientes dos centros superiores do sistema nervoso ➢ A saliva frequentemente contém quantidades
central. Por exemplo, quando a pessoa sente o cheiro ou significativas de anticorpos proteicos, que podem
come os alimentos preferidos, a salivação é maior do que destruir as bactérias orais, incluindo algumas das
quando ela come ou cheira alimento de que não gosta que causam cáries dentárias. Na ausência de
(GUYTON, 13ª ed.). salivação, os tecidos orais, com frequência, ficam
ulcerados e até infectados, e as cáries dentárias
↠ Um fator secundário que afeta a secreção salivar é o
podem ser comuns.
suprimento de sangue para as glândulas, porque essa
secreção sempre requer nutrientes adequados do
sangue. Os sinais nervosos parassimpáticos que induzem Embriologia da Cavidade Oral
salivação abundante também dilatam moderadamente os
vasos sanguíneos. Além disso, a própria salivação dilata, de ↠ Ao final da segunda semana, o endoderma da parte
modo direto, os vasos sanguíneos, proporcionando, assim, média do terço cefálico do disco apresenta um
maior nutrição das glândulas salivares, necessária às espessamento arredondado, denominado placa precordal,
células secretoras. Parte desse efeito vasodilatador que adere firmemente ao ectoderma. Essa região de
adicional é causado pela calicreína, secretada pelas células firme adesão entre ectoderma e endoderma constitui o
salivares ativadas que, por sua vez, agem como enzima a que será a membrana bucofaríngea (KATCHBURIAN, 4ª
qual cliva uma das proteínas do sangue, alfa2-globulina, ed.).
para formar a bradicinina, potente vasodilatador (GUYTON, ↠ Fusão similar ocorre na região caudal, entre as
13ª ed.). pequenas regiões arredondadas dos dois folhetos,
FUNÇÕES DA SALIVA formando a membrana cloacal. Nesse período,
determinam-se as duas extremidades do tubo digestivo
➢ Umedece a boca (MARIEB, 7ª ed.). que irá se formar: a boca e o ânus (KATCHBURIAN, 4ª
➢ Dissolve substâncias químicas alimentares para ed.).
que possam ser degustadas (MARIEB, 7ª ed.).
➢ Molha o alimento e compacta o alimento como
um bolo. Suas enzimas, a amilase e a lipase
salivares, começam a digestão dos carboidratos
e gorduras (MARIEB, 7ª ed.).
A saliva contém um tampão de bicarbonato que neutraliza os ácidos produzidos
pelas bactérias orais e que iniciam a cárie dentária. Além disso, ela contém
enzimas bactericidas, substâncias antivirais, anticorpos e um composto de
cianeto — todos eles são capazes de eliminar microrganismos orais nocivos. A
saliva também contém proteínas que estimulam o crescimento de bactérias
benéficas que superam competitivamente as bactérias nocivas na boca.
(MARIEB, 7ª ed.).
@jumorbeck
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cavidade oral primitiva e o intestino anterior ↠ Na quarta semana de gestação, duas saliências do
(KATCHBURIAN, 4ª ed.). ectomesênquima aparecem no aspecto interno do
primeiro arco branquial, formando, assim, as saliências
ARCOS, BOLSAS, SULCOS E MEMBRANAS BRANQUIAIS linguais. Atrás e entre essas saliências, aparece uma
↠ O aparelho branquial é composto de arcos, bolsas e eminência medial, denominada tubérculo ímpar; sua
sulcos branquiais. Essas estruturas contribuem para a margem caudal forma o forame cego (KATCHBURIAN,
maior parte da formação da face e do pescoço 4ª ed.).
(KATCHBURIAN, 4ª ed.).
@jumorbeck
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DESENVOLVIMENTO DO PALATO
↠ No início do desenvolvimento do palato, as cavidades
oral e nasal comunicam-se, e o espaço entre elas é
ocupado pela língua em desenvolvimento e delimitado
anteriormente pelo palato primário (KATCHBURIAN, 4ª
ed.).
@jumorbeck
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GLÂNDULAS SUBMANDIBULARES
↠ As glândulas submandibulares aparecem no final da
sexta semana (MOORE, 10ª ed.).
@jumorbeck
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língua em desenvolvimento, forma-se um sulco linear que e sãos responsáveis por casos de morte perinatal no
logo se fecha para formar o ducto submandibular Brasil (SANTOS, 2016).
(MOORE, 10ª ed.).
↠ O forame incisivo é considerado o marco divisor entre
GLÂNDULAS SUBLINGUAIS fendas anterior e posterior (LANGMAN, 13ª ed.).
↠ As glândulas sublinguais aparecem durante a oitava ↠ As deformidades anteriores ao forame incisivo incluem
semana, aproximadamente 2 semanas mais tarde do que a fenda labial lateral, a fenda mandibular superior e a fenda
outras glândulas (MOORE, 10ª ed.). entre os palatos primário e secundário (LANGMAN, 13ª
ed.).
↠ Elas se desenvolvem a partir de múltiplos brotos
epiteliais endodérmicos que se ramificam e se canalizam ↠ Essas fendas são especialmente conspícuas, pois elas
para formar entre 10 e 12 ductos, que se abrem resultam em uma aparência facial anormal e fala com
independentemente no assoalho da boca (MOORE, 10ª ed.). defeito. (MOORE, 10ª ed.).
Fendas Labiopalatais
@jumorbeck
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fenda labial mediana é um aspecto característico da completa do palato posterior é um defeito no qual a fenda
síndrome de Mohr, que é transmitida como um traço estende-se através do palato mole e anteriormente à
recessivo autossômico (MOORE, 10ª ed.). fossa incisiva. O marco para distinguir defeitos de fenda
anterior da posterior é a fossa incisiva. Fendas unilaterais
e bilaterais do palato são classificadas em três grupos:
(MOORE, 10ª ed.).
POSSÍVEIS CAUSAS
↠ A maioria das fendas do lábio superior e do palato
resulta de múltiplos fatores genéticos e não genéticos
(herança multifatorial) com cada um causando um
pequeno distúrbio do desenvolvimento (MOORE, 10ª ed.).
@jumorbeck
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IMPACTOS CAUSADOS NA VIDA DO PORTADOR E DOS ↠ Estes sentimentos podem comprometer suas
FAMILIARES relações interpessoais, bem como sua adaptação social,
com implicações na formação e estruturação de sua
↠ A fissura labiopalatal é uma anomalia que causa grande identidade (SANTOS, 2016).
impacto na vida do indivíduo portador, provocando
problemas funcionais, estéticos e psíquicos (SANTOS, Realizaram um estudo para compreender a experiência emocional e
social das mães de crianças com fissura labiopalatal, a partir de uma
2016).
avaliação de respostas de enfrentamento empregadas por elas, para
↠ Diversos problemas decorrentes da presença de lidar com a condição de ter um filho com fissura. O estudo contou
com a participação de 14 mães, donas de casa, com filhos com fissura
fissura labial e/ou fenda palatina podem acometer seu de 0 a 5 anos, residente em Deli e nos seus subúrbios (SANTOS,
portador desde o nascimento, tais como dificuldades no 2016).
aleitamento materno devido a sucção, deglutição e
Os resultados mostram que a maioria das mães passaram por um
respiração prejudicadas, distúrbios na audição e fonação, processo de negação e tiveram uma aceitação gradual da criança
com prejuízos na comunicação, além da baixa aceitação fissurada, devido às tensões das alterações físicas e questões
social. A soma desses fatores pode implicar ainda em financeiras voltadas para o cuidado (SANTOS, 2016).
complicadores psicológicos, afetando tanto a criança A presença de apoio social melhorou a qualidade de vida das crianças
quanto sua família (SHIBUKAWA, 2019). e da mãe. As intervenções precisam ser desenvolvidas para ajudar os
pais a lidarem com o impacto social da estigmatização e com as
↠ A mesma provoca danos físicos que se refletem no preocupações referentes ao lábio e palato (SANTOS, 2016).
sistema respiratório, auditivo, digestivo, dentição e na
articulação da fala, além de um forte impacto psicológico TRATAMENTO
trazido pelo preconceito. Esse quadro se agrava quando ↠ O tratamento consiste na realização de procedimento
a deformidade não é tratada no primeiro ano de vida do cirúrgico, garantindo um resulta estético funcional e a
paciente - problema que ocorre mais comumente nas redução das sequelas que possam aparecer com o
camadas carentes da população (SANTOS, 2016). tempo (SANTOS, 2016).
↠ Estas disfunções nem sempre corrigíveis e mesmo ↠ A época do procedimento cirúrgico realizado, técnica
com cirurgia corretiva, nem sempre é possível evitar utilizada, gravidade da lesão, ambiente socioeconômico,
sequelas anátomo-fisiológicas na face, sequelas sequência de tratamento, com os profissionais adequados
psicossociais e/ou distúrbios na comunicação oral. Estas e, ainda, fatores intrínsecos individuais e fatores sociais
podem se tornar barreiras para inserção social das podem comprometer a reabilitação do fissurado
pessoas com fissura labiopalatal e para o desenvolvimento (SANTOS, 2016).
de suas habilidades individuais, seja na escola, no trabalho
ou na comunidade (SANTOS, 2016). ↠ A atuação de uma equipe multidisciplinar, envolvendo:
Medicina, Odontologia, Fonoaudiologia, Psicologia,
↠ O portador de fissura labiopalatal depara-se com uma Enfermagem, Serviço Social e Nutrição é de fundamental
sociedade de fetiches, que valoriza o que é bonito e importância para o sucesso da reabilitação (SANTOS,
perfeito, e o julga como incapaz e inabilitado para uma 2016).
aceitação social plena. O fissurado pode vir a sentir-se
desajustado socialmente, já que pode ser visto como
diferente, sendo passível de discriminação e
estigmatização (SANTOS, 2016).
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Referências:
@jumorbeck
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↠ O sistema digestório consiste no trato digestório, um ↠ As principais funções do sistema digestório são:
tubo que se estende da boca até o ânus, e está associado
1- A ingestão é a entrada de alimento sólido ou
a órgãos acessórios – principalmente glândulas localizadas
líquido no estômago. A rota normal da ingestão é
fora do trato digestório que secretam fluidos em seu
pela cavidade oral (SEELY, 10ª ed.).
interior (SEELY, 10ª ed.).
2- A mastigação é o processo pelo qual os dentes
O trato digestório também é chamado de trato alimentar, ou canal mastigam os alimentos na boca. As enzimas
alimentar. Tecnicamente, o termo trato gastrintestinal refere-se digestivas não conseguem penetrar facilmente
somente ao estômago e aos intestinos, mas muitas vezes é utilizado
como sinônimo de trato digestório (SEELY, 10ª ed.).
nas partículas sólidas de comida e conseguem
atuar somente na superfície das partículas. A
↠ As regiões do trato digestório incluem: (SEELY, 10ª quebra mecânica dos alimentos sólidos em
ed.). partículas menores, de modo a aumentar a área
total da superfície dos alimentos para a digestão,
➢ Cavidade oral, ou boca, com as glândulas
é um processo vital (SEELY, 10ª ed.).
salivares e tonsilas como glândulas acessórias.
3- A propulsão é o movimento do alimento de uma
➢ Faringe, ou garganta.
extremidade do trato digestório para outra. O
➢ Esôfago.
tempo total que o alimento leva para atravessar
➢ Estômago.
todo o comprimento do trato digestório é
➢ Intestino delgado, que consiste em duodeno,
normalmente 24 a 36 horas. Cada segmento do
jejuno e íleo, com o fígado, a vesícula biliar e o
trato digestório é especializado em auxiliar no
pâncreas como os principais órgãos acessórios.
movimento do seu conteúdo a partir da
➢ Intestino grosso, incluindo ceco, cólon, reto e
extremidade oral para a extremidade anal
canal anal.
(SEELY, 10ª ed.).
➢ Ânus.
A deglutição move líquido ou massas moles de alimento, chamadas bolo
Funções do Sistema Digestório alimentar, a partir da cavidade oral para o esôfago (SEELY, 10ª ed.).
@jumorbeck
2
contrações segmentares são contrações de fezes, são então eliminados do trato digestório
mistura que ocorrem no intestino delgado pelo processo de defecação (SEELY, 10ª ed.).
(SEELY, 10ª ed.).
Histologia do Sistema Digestório
@jumorbeck
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@jumorbeck
4
repouso da membrana do músculo liso gastrointestinal fica camadas de membranas. As membranas e o fluido reduzem a fricção
mais positivo do que cerca de -40 milivolts. conforme os órgãos se movem no interior do abdome (SEELY, 10ª
ed.).
Cavidade Oral
@jumorbeck
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↠ As bochechas formam as paredes da cavidade oral. ↠ A língua é um grande músculo que ocupa boa parte
Elas são compostas por um revestimento interior de da cavidade oral quando a boca está fechada. Sua principal
epitélio pavimentoso estratificado úmido e por um ligação à cavidade oral é por meio de sua parte posterior.
revestimento externo de pele. As bochechas também A parte anterior da língua é relativamente livre, exceto
são compostas pelo músculo bucinador, que aproxima as pela ligação ao chão da boca por pequenas dobras de
bochechas dos dentes, e pelo tecido adiposo bucal, que tecido chamadas frênulas linguais (SEELY, 10ª ed.).
completa o perfil dessa parte do rosto (SEELY, 10ª ed.). Os indivíduos em que o frênulo da língua é anormalmente curto ou
se estende excepcionalmente na direção anterior são considerados
Os lábios e as bochechas são muito importantes para a mastigação e
de “língua presa,” e sua fala é distorcida devido à restrição de
para a fala (SEELY, 10ª ed.). Durante a mastigação, a contração dos
movimentos da língua. Essa condição congênita, chamada
músculos bucinadores nas bochechas e do músculo orbicular da boca
anquiloglossia (“língua fundida”), é corrigida cirurgicamente cortando o
nos lábios ajuda a manter os alimentos entre os dentes superiores e
frênulo (MARIEB, 7ª ed.).
inferiores. Estes músculos também ajudam na fala (TORTORA, 14ª ed.).
↠ Os músculos associados com a língua são divididos em
↠ O palato, que forma o teto da boca, possui duas partes
duas categorias: (SEELY, 10ª ed.).
distintas: o palato duro anteriormente e o palato mole
posteriormente (MARIEB, 7ª ed.). ➢ músculos intrínsecos, que estão no interior da
língua propriamente dita;
↠ O palato duro, ósseo, forma uma superfície rígida
➢ músculos extrínsecos, que estão no exterior da
contra a qual a língua força o alimento durante a
língua, mas ligados a ela.
mastigação (MARIEB, 7ª ed.).
↠ Os músculos intrínsecos, que estão confinados na
↠ O palato mole muscular é um retalho móvel que se
língua e não se conectam aos ossos, possuem fibras que
ergue para fechar a parte oral da faringe durante a
seguem em vários planos diferentes. Esses músculos
deglutição (MARIEB, 7ª ed.).
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mudam a forma da língua, por exemplo, enrolando a triglicerídios (óleos e gorduras) dietéticos e os converte
língua, mas não mudam a sua posição (MARIEB, 7ª ed.). em ácidos graxos mais simples e diglicerídios (TORTORA,
Incluem os músculos longitudinal superior, longitudinal 14ª ed.).
inferior, transverso da língua e vertical da língua
A língua move o alimento na boca e, em cooperação com os lábios
(TORTORA, 14ª ed.). e gengivas, mantém o alimento no lugar durante a mastigação. Ela
também exerce um papel importante na deglutição. Além disso, a
↠ Os músculos extrínsecos se estendem até a língua a língua é o principal órgão sensorial para a gustação e um dos principais
partir dos ossos do crânio e do osso hioide. Esses órgãos da fala (SEELY, 10ª ed.).
músculos extrínsecos alteram a posição da língua: eles a
projetam, retraem e movem lateralmente (MARIEB, 7ª Dentes
ed.). Incluem os músculos: hioglosso, genioglosso e ↠ São órgãos digestórios acessórios (TORTORA, 14ª ed.).
estiloglosso (TORTORA, 14ª ed.).
↠ Os adultos possuem normalmente 32 dentes, que são
↠ A língua é dividida por um septo mediano de tecido distribuídos em duas arcadas dentárias: o arco maxilar e
conjuntivo e as duas metades contêm grupos de o arco mandibular (SEELY, 10ª ed.).
músculos idênticos (MARIEB, 7ª ed.).
↠ Os dentes do adulto são chamados de dentes
↠ O dorso da língua é coberto por três tipos principais permanentes, ou dentes secundários (em torno dos 5
de projeções cilíndricas: as papilas filiformes, fungiformes anos de idade e é completado com aproximadamente 11
e valadas (MARIEB, 7ª ed.). anos). Muitos destes são substituições aos dentes
Os termos papilas e calículos gustatórios não são sinônimos. As papilas decíduos, ou dentes primários, também chamados de
fungiformes e valadas contêm os calículos (MARIEB, 7ª ed.). dentes de leite (nascem dos 6 aos 24 meses), que são
perdidos durante a infância (SEELY, 10ª ed.).
↠ As papilas filiformes cônicas, pontiagudas e
queratinizadas tornam a língua áspera, permitindo a ↠ Os dentes nas metades direita e esquerda de cada
preensão e o preparo do alimento durante a mastigação. arcada dentária são imagens espelhadas uns dos outros.
Essas papilas menores e mais numerosas se alinham em Como resultado, eles são divididos em quatro partes:
fileiras paralelas. Elas conferem à superfície da língua a sua superior direita, superior esquerda, inferior direita e
aparência esbranquiçada e aveludada (MARIEB, 7ª ed.). inferior esquerda (SEELY, 10ª ed.).
↠ As papilas fungiformes, que se assemelham a ↠ Os dentes em cada quadrante incluem um incisivo
minúsculos cogumelos, possuem um cerne vascular que central e um lateral (cortar pedaços de alimentos), um
lhes confere a cor vermelha. Embora menos abundantes canino (perfuram e dilaceram), o primeiro e o segundo
do que as papilas filiformes, elas estão bem espalhadas pré-molares, e o primeiro, o segundo e o terceiro
sobre a superfície da língua. Os calículos gustatórios molares (trituradores) (SEELY, 10ª ed.).
ocorrem no epitélio nos ápices dessas papilas (MARIEB,
Os terceiros molares são muitas vezes chamados de dentes do juízo,
7ª ed.). pois eles geralmente aparecem no fim da adolescência ou no começo
da idade adulta (SEELY, 10ª ed.).
↠ De 10 a 12 grandes papilas valadas alinham-se em uma
fileira em forma de V, delimitando o terço posterior da
língua, imediatamente anterior a um sulco chamado sulco
terminal (MARIEB, 7ª ed.). Cada papila valada é circundada
por uma crista circular, da qual é separada por um sulco
profundo. Os calículos gustatórios ocupam o epitélio lateral
dessas papilas (MARIEB, 7ª ed.).
@jumorbeck
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↠ Cada dente é composto por: (SEELY, 10ª ed.). DIGESTÃO MECÂNICA E QUÍMICA NA BOCA
➢ uma coroa com uma ou mais cúspides (pontos); ↠ A digestão mecânica na boca resulta da mastigação,
➢ um colo; em que o alimento é manipulado pela língua, triturado
➢ uma raiz. pelos dentes e misturado com saliva. Como resultado, a
comida é reduzida a uma massa macia flexível, facilmente
↠ A coroa clínica é a parte do dente exposta à cavidade
engolida, chamada bolo alimentar (TORTORA, 14ª ed.).
oral. A coroa anatômica corresponde a toda a parte do
dente coberta por esmalte (SEELY, 10ª ed.). ↠ As moléculas de alimento começam a se dissolver na
água da saliva, uma atividade importante porque as
↠ No centro do dente, está a cavidade da polpa, que é
enzimas podem reagir com as moléculas do alimento
preenchida por vasos sanguíneos, nervos e tecido
apenas em um meio líquido (TORTORA, 14ª ed.).
conectivo, que é chamado polpa (SEELY, 10ª ed.).
↠ Duas enzimas, a amilase salivar e a lipase lingual,
↠ A cavidade da polpa que fica na raiz do dente é
contribuem para a digestão química na boca. A amilase
chamada de canal da raiz. Os nervos e vasos sanguíneos
salivar, que é secretada pelas glândulas salivares, inicia a
do dente entram e saem por um orifício na raiz chamado
degradação do amido (TORTORA, 14ª ed.).
forame apical (SEELY, 10ª ed.).
A maior parte dos carboidratos que ingerimos são amidos, mas apenas
↠ A cavidade da polpa é cercada por um tecido celular os monossacarídios podem ser absorvidos para a corrente sanguínea.
vivo calcificado chamado dentina. A dentina da coroa do Assim, os dissacarídios e amidos ingeridos precisam ser clivados em
dente é coberta por uma substância extremamente dura monossacarídios (TORTORA, 14ª ed.).
e acelular chamada esmalte, que protege o dente contra ↠ A função da amilase salivar é começar a digestão do
a abrasão e ácidos produzidos por bactérias da boca amido pela fragmentação do amido em moléculas
(SEELY, 10ª ed.). menores (TORTORA, 14ª ed.).
↠ A superfície da dentina na raiz é coberta por uma ↠ Mesmo que o alimento normalmente seja deglutido
substância semelhante ao osso chamada cemento, que muito rapidamente para que todos os amidos sejam
ajuda a ancorar o dente na gengiva (SEELY, 10ª ed.). fragmentados na cavidade oral, a amilase salivar no
↠ Os dentes estão dispostos em alvéolos ao longo do alimento ingerido continua agindo sobre os amidos por
processo alveolar da mandíbula e do maxilar. Tecido aproximadamente 1 h, tempo em que os ácidos do
conectivo fibroso denso e epitélio pavimentoso estômago inativam-na (TORTORA, 14ª ed.).
estratificado, referidos como gengiva, revestem os A parte serosa da saliva, que é produzida principalmente pelas
processos alveolares (SEELY, 10ª ed.). glândulas parótidas e submandibulares, contém uma enzima digestiva
chamada amilase salivar (enzima da quebra do amido) (SEELY, 10ª ed.).
↠ Os ligamentos periodontais (ao redor do dente)
seguram os dentes nos alvéolos (SEELY, 10ª ed.). ↠ A saliva contém também lipase lingual, que é secretada
pelas glândulas linguais na língua. Esta enzima torna-se
↠ Os dentes exercem um importante papel na ativa no ambiente ácido do estômago e, assim, começa a
mastigação e auxiliam na fala (SEELY, 10ª ed.). funcionar após o alimento ser deglutido. Ela cliva os
triglicerídios (óleos e gorduras) em ácidos graxos e
diglicerídios (TORTORA, 14ª ed.).
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comida e limpa a FUNÇÕES DAS PRINCIPAIS ENZIMAS DIGESTIVAS (SEELY, 10ª ed.)
boca e os FLUIDO OU ENZIMA FUNÇÃO
dentes. A amilase
SECREÇÕES DA CAVIDADE ORAL
salivar fragmenta o
Saliva serosa Umedece a comida e a membrana mucosa;
amido em maltose,
(principalmente neutraliza os ácidos bacterianos; “lava” as
maltotriose e alfa-
água, íons bactérias da cavidade oral; possui fraca
dextrinas
bicarconato) atividade antibacteriana
LÍNGUA Amilase salivar Digere os carboidratos
Músculos Movem a língua de O alimento é Muco Lubrifica o alimento; protege o trato
extrínsecos da um lado para o manobrado para a digestório da digestão pelas enzimas.
língua outro e para mastigação,
Lipase lingual Digere uma pequena quantidade de lipídeos.
dentro e para fora moldado em um
bolo alimentar e
manobrado para
ser deglutido. Faringe
Músculos Alteram a forma da Deglutição e fala.
intrínsecos da língua ↠ A partir da boca, o alimento deglutido passa
língua posteriormente para a parte oral da faringe e depois para
Papilas gustativas Servem como Secreção de saliva
receptores para a estimulada pelos a parte laríngea da faringe, com ambas sendo vias de
gustação (paladar) impulsos nervosos passagem para alimento, líquidos e ar (MARIEB, 7ª ed.).
e presença de provenientes das
alimento na boca papilas gustativas ↠ Os músculos do pescoço e da faringe contraem na
para os núcleos sequência para completar o processo de deglutição:
salivatórios no
tronco encefálico (MARIEB, 7ª ed.).
para as glândulas
salivares. ➢ Os músculos supra-hióideos erguem a laringe
Glândulas linguais Secretam lipase Triglicerídios superiormente e anteriormente para posicioná-
lingual clivados em ácidos la embaixo da epiglote, fechando assim a via
graxos e
diglicerídios. aérea para que o alimento não seja inalado para
DENTES Cortam, laceram e Alimentos sólidos os pulmões.
trituram os são reduzidos a ➢ Os três músculos constritores da faringe -
alimentos partículas menores
para serem superior, médio e inferior - circundam a faringe
deglutidos. e sobrepõem parcialmente um ao outro. Como
três punhos cerrados e empilhados, eles
FUNÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO (SEELY, 10ª ed.)
contraem no sentido crânio-caudal para impelir
ÓRGÃOS FUNÇÕES o bolo para o interior do esôfago. Os músculos
CAVIDADE ORAL Ingestão: Os alimentos sólidos e os líquidos da faringe são músculos esqueléticos inervados
entram no trato digestório pela cavidade oral. por neurônios motores somáticos trans
Paladar: Substâncias dissolvidas na saliva
estimulam as papilas gustatórias da língua.
portados pelo nervo vago (nervo craniano X).
Mastigação: O movimento da mandíbula ➢ Os músculos infra-hióideos tracionam o osso
pelos músculos da mastigação faz os dentes hioide e a laringe inferiormente, devolvendo-os
quebrarem o alimento em pedaços menores.
A língua e as bochechas ajudam a colocar o
às suas posições originais.
alimento entre os dentes.
Digestão: A amilase salivar inicia a digestão ↠ A histologia da parede faríngea lembra a da boca: a
dos carboidratos (amido). mucosa da parte oral da faringe e da parte laríngea da
Deglutição: A língua forma o alimento em faringe é revestida por um epitélio estratificado
um bolo alimentar e o empurra para a
faringe.
pavimentoso que protege contra a abrasão. A camada
Comunicação: Os lábios, bochechas, dentes muscular externa consiste nos constritores da faringe
e língua estão envolvidos na fala. Os lábios (MARIEB, 7ª ed.).
mudam o seu formato como parte das
expressões faciais. Esôfago
Proteção: A mucina e a água presentes na
saliva promovem lubrificação, e a lisozima
mata os microrganismos. O epitélio ↠ O esôfago é um tubo muscular que impele o alimento
estratificado pavimentoso previne a abrasão. deglutido para o estômago. Sua luz é colapsada quando
está vazio (MARIEB, 7ª ed.).
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↠ O esôfago começa como uma continuação da faringe estendem até a luz. À medida que o alimento
na metade do pescoço, desce pelo tórax na superfície passa, ele comprime essas glândulas, fazendo-as
anterior da coluna vertebral e passa pelo hiato esofágico secretarem um muco lubrificante, que auxilia na
no diafragma, entrando no abdome (MARIEB, 7ª ed.). passagem do alimento pelo esôfago.
➢ A muscular consiste em músculo esquelético no
↠ Sua parte abdominal, que tem apenas 2 cm de terço superior do esôfago, uma mistura de
comprimento, une-se ao estômago no óstio cárdico que
músculo liso esquelético e liso no terço médio e
se fecha a fim de evitar a regurgitação dos sucos
músculo liso no terço inferior. Essa organização
estomacais ácidos para o esôfago (MARIEB, 7ª ed.).
é fácil de lembrar se o esôfago for interpretado
A única evidência anatômica da presença de um esfíncter nessa região como a zona onde o músculo esquelético da
é um espessamento mínimo do músculo liso na parede. As margens boca e da faringe dá lugar ao músculo liso do
do hiato esofágico no diafragma também ajudam a evitar a estômago e dos intestinos.
regurgitação (MARIEB, 7ª ed.).
➢ A camada mais externa é uma adventícia, não
↠ Diferentemente da boca e da faringe, a parede do uma serosa, pois o segmento torácico do
esôfago contém todas as quatro camadas do tubo esôfago não está suspenso na cavidade
digestório: mucosa, submucosa, muscular externa e peritoneal.
adventícia. As seguintes características histológicas são
interessantes: (MARIEB, 7ª ed.).
➢ O epitélio mucoso é um epitélio estratificado
pavimentoso não queratinizado. Na junção do
esôfago e do estômago (junção
esofagogástrica), essa camada espessa e
resistente à abrasão muda abruptamente para o
epitélio simples prismático e delgado do
estômago, especializado para secreção.
DEGLUTIÇÃO
↠ O movimento do alimento da boca para o estômago
é alcançado pelo ato de engolir, ou deglutição. A
➢ Quando o esôfago está vazio, sua mucosa e deglutição é facilitada pela secreção de saliva e muco e
submucosa formam pregas longitudinais, mas envolve a boca, a faringe e o esôfago. A deglutição
durante a passagem do bolo alimentar, essas ocorre em três fases: (TORTORA, 14ª ed.)
pregas se achatam.
➢ A submucosa contém glândulas mucosas, ➢ a fase voluntária, em que o bolo alimentar é
principalmente glândulas alveolares, que se passado para a parte oral da faringe;
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➢ a fase faríngea, a passagem involuntária do bolo ↠ Essa fase da deglutição inicia com a elevação do palato
alimentar pela faringe até o esôfago; mole, o que fecha a passagem entre a nasofaringe e a
➢ a fase esofágica, a passagem involuntária do bolo orofaringe. A faringe eleva-se para receber da boca o
alimentar através do esôfago até o estômago. bolo de alimento e o conduz até o esôfago. Os músculos
constritores faríngeos superior, médio e inferior se
↠ Fase voluntária: um bolo de alimento é formado na
contraem em sequência, forçando o alimento ao longo da
boca e empurrado pela língua contra o palato duro, até
faringe. Ao mesmo tempo, o esfincter esofágico superior
que seja forçado para a parte posterior da boca e para a
relaxa, a faringe elevada abre-se ao esôfago, e o alimento
orofaringe (SEELY, 10ª ed.).
é empurrado ao esôfago. Essa fase da deglutição é
inconsciente e controlada automaticamente, mesmo que
os músculos envolvidos sejam esqueléticos (SEELY, 10ª
ed.).
@jumorbeck
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especialmente líquidos, ao longo do esôfago (SEELY, 10ª comprimindo o bolo alimentar em direção ao
ed.). estômago (TORTORA, 14ª ed.).
2- As fibras longitudinais inferiores ao bolo alimentar
↠ Entretanto, as contrações peristálticas no esôfago são
também se contraem, o que encurta esta seção
fortes o suficiente para permitir a deglutição mesmo
inferior e empurra suas paredes para fora para
quando a pessoa está de cabeça para baixo ou flutuando
que possam receber o bolo alimentar. As
em algum local no espaço com gravidade zero (SEELY,
contrações são repetidas em ondas que
10ª ed.).
empurram o alimento em direção ao estômago.
↠ Conforme as ondas peristálticas e o bolo alimentar se Os passos 1 e 2 se repetem até que o bolo
aproximam do estômago, o esfíncter esofágico inferior alimentar alcança os músculos do esfíncter
relaxa. Esse esfíncter não é anatomicamente distinto do esofágico inferior (TORTORA, 14ª ed.).
resto do esôfago, mas pode ser identificado 3- O esfíncter esofágico inferior relaxa e o bolo
fisiologicamente, pois permanece tonicamente contraído alimentar se move para o estômago
para evitar que ocorra refluxo do conteúdo estomacal (TORTORA, 14ª ed.).
para a parte inferior do esôfago (SEELY, 10ª ed.).
↠ Durante esta fase, o peristaltismo, uma progressão de Fase esofágica da Empurra o bolo
deglutição alimentar esôfago
contrações e relaxamentos coordenados das camadas
(peristaltismo). abaixo.
circular e longitudinal da túnica muscular, empurra o bolo
alimentar para a frente (TORTORA, 14ª ed.). Relaxamento do Possibilita a entrada
esfíncter esofágico do bolo alimentar
1- Na seção do esôfago imediatamente superior ao inferior. no estômago.
bolo alimentar, as fibras musculares circulares se Secreção de muco. Lubrifica o esôfago
contraem comprimindo a parede esofágica e para a passagem
@jumorbeck
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suave do bolo Embora a maioria dos nutrientes seja absorvida no intestino delgado,
alimentar. algumas substâncias são absorvidas pelo estômago, incluindo a água,
os eletrólitos e alguns fármacos (aspirina e álcool). O alimento
permanece no estômago por aproximadamente 4 horas (MARIEB, 7ª
FUNÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO (SEELY, 10ª ed.) ed.).
ÓRGÃOS FUNÇÕES
FARINGE Deglutição: A fase involuntária da deglutição ANATOMIA DO ESTÔMAGO
move o bolo alimentar da cavidade oral para
o esôfago. Os materiais são impedidos de
entrar na cavidade nasal pelo palato mole e
mantidos fora do trato respiratório inferior
pela epiglote e pregas vestibulares.
Respiração: O ar passa pelas cavidades oral
ou nasal e pela faringe para o trato
respiratório inferior.
Proteção: O muco fornece lubrificação. O
epitélio estratificado pavimentoso previne a
abrasão..
ESÔFAGO Propulsão: Contrações peristálticas movem o
bolo alimentar da faringe para o estômago. O
esfincter esofágico inferior impede o refluxo
do conteúdo estomacal para o esôfago.
Proteção: As glândulas produzem muco, que
lubrifica e protege o esôfago inferior do
ácido estomacal.
FUNÇÕES DAS PRINCIPAIS ENZIMAS DIGESTIVAS (SEELY, 10ª ed.) ↠ O estômago tem quatro regiões principais: a cárdia, o
FLUIDO OU ENZIMA FUNÇÃO fundo gástrico, o corpo gástrico e a parte pilórica
SECREÇÕES ESOFÂGICAS (TORTORA, 14ª ed.).
Muco Lubrifica o esôfago; protege o
revestimento do esôfago contra a abrasão ↠ A cárdia circunda a abertura do esôfago ao estômago.
e permite que o alimento se mova sem A porção arredondada superior e à esquerda da cárdia é
problemas ao longo do esôfago
o fundo gástrico (TORTORA, 14ª ed.).
↠ O estômago também inicia a decomposição das ↠ A margem medial côncava do estômago é chamada
proteínas alimentares secretando pepsina - uma enzima curvatura menor; a margem lateral convexa é chamada
digestora de proteínas que só consegue atuar em curvatura maior (TORTORA, 14ª ed.).
condições ácidas - e ácido clorídrico, um ácido forte que A estrutura do estômago contribui para a sua grande capacidade de
destrói muitas bactérias nocivas no alimento (MARIEB, 7ª distensão — ele abriga facilmente 1,5 litro de alimento e possui uma
ed.). capacidade máxima de 4 litros, aproximadamente (MARIEB, 7ª ed.).
@jumorbeck
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@jumorbeck
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↠ As células oxínticas também secretam fator intrínseco, longitudinal externa, uma camada circular média
uma proteína necessária para a absorção da vitamina B12 e fibras oblíquas internas. As fibras oblíquas estão
pelo intestino delgado. O corpo utiliza essa vitamina na limitadas principalmente ao corpo gástrico.
produção dos eritrócitos (MARIEB, 7ª ed.). ➢ A túnica serosa é composta por epitélio
escamoso simples (mesotélio) e tecido
CÉLULAS ZIMOGÊNICAS (PRINCIPAIS) conjuntivo areolar; a porção da túnica serosa
↠ Ocorrem principalmente nas partes basais das que recobre o estômago é parte do peritônio
glândulas. As células zimogênicas produzem e secretam visceral. Na curvatura menor do estômago, o
a proteína enzimática pepsinogênio, que é ativada em peritônio visceral se estende para cima até o
pepsina quando encontra ácido na região apical da fígado como o omento menor. Na curvatura
glândula (MARIEB, 7ª ed.). maior do estômago, o peritônio visceral continua
para baixo como o omento maior e reveste os
↠ Essas células têm características típicas das células intestinos.
secretoras de proteína: um retículo endoplasmático
rugoso bem desenvolvido (RER) e um aparelho de Golgi, RESUMO DAS ATIVIDADES DIGESTÓRIAS NO ESTÔMAGO (TORTORA, 14ª
ed.)
além de grânulos secretórios no citoplasma apical. As ESTRUTURA ATIVIDADE RESLTADO
células zigomogênicas também secretam lipase gástrica, TÚNICA MUCOSA
que funciona na digestão de gordura (MARIEB, 7ª ed.). CÉLULAS MUCOSAS Secretam muco. Formam uma
DA SUPERFÍCIE E barreira protetora
Pelo menos dois outros tipos de célula epitelial ocorrem nas glândulas CÉLULAS MUCOSAS que impede a
gástricas, mas também se estendem para além dessas glândulas: digestão da parede
DO COLO
do estômago.
➢ Células enteroendócrinas (“endócrinas do intestino”): são
células secretoras de hormônio dispersas por todo o Absorção Uma pequena
epitélio de revestimento e pelas glândulas do tubo quantidade de
digestório. Essas células liberam seus hormônios nos água, íons, ácidos
capilares da lâmina própria subjacente. Um desses graxos de cadeia
hormônios, a gastrina, sinaliza as células oxínticas para curta e alguns
secretarem HCl quando o alimento entra no estômago. A fármacos entram
na corrente
maioria das células enteroendócrinas que produzem
sanguínea
gastrina estão na região pilórica do estômago (MARIEB, 7ª
ed.). CÉLULAS PERIETAIS Secretam fator Necessárias para
intrínseco. absorção de
Existem diversos tipos de células enteroendócrinas. As células ECL vitamina B12 (usada
na formação de
(semelhantes à enterocromafina) produzem histamina, que estimula a
eritrócitos, ou
secreção de ácido pelas células parietais. As células contendo gastrina
eritropoese).
(células G) secretam gastrina, e as células contendo somatostatina
(células D) secretam somatostatina, que inibe a secreção de gastrina Secretam ácido Matam
e insulina (SEELY, 10ª ed.). clorídrico microrganismos
nos alimentos;
➢ Células -tronco não diferenciadas: elas se situam por todo desnaturam
o estômago, na junção das glândulas gástricas e das proteínas;
fossetas gástricas. Essas células se dividem convertem o
permanentemente, substituindo o epitélio de revestimento pepsinogênio em
inteiro de células secretoras de muco a cada 3 -7 dias. Essa pepsina.
substituição rápida é vital, pois essas células conseguem CÉLULAS Secretam A pepsina (forma
sobreviver por apenas alguns dias no ambiente hostil do PRINICIPAIS pepsinogênio. ativada) cliva as
estômago estômago (MARIEB, 7ª ed.). GÁTRICAS proteínas em
peptídios.
↠ Três camadas adicionais encontram-se
Secretam lipase Quebra os
profundamente à túnica mucosa: (TORTORA, 14ª ed.).
gástrica. triglicerídios em
ácidos graxos e
➢ A tela submucosa do estômago é composta por monoglicerídios.
tecido conjuntivo areolar. CÉLULAS Secretam gastrina. Estimulam as
➢ A túnica muscular tem três camadas de músculo SECRETORAS DE células parietais a
GASTRINA secretar HCl e as
liso (em vez das duas encontradas no esôfago e
células principais
nos intestinos delgado e grosso): uma camada gástricas a secretar
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↠ Alguns minutos depois de o alimento entrar no passar através do óstio pilórico, em um fenômeno
estômago, ondas de peristaltismo passam pelo estômago conhecido como esvaziamento gástrico (TORTORA, 14ª
a cada 15 a 25 s. Poucas ondas peristálticas são ed.).
observadas na região do fundo gástrico, que tem
principalmente uma função de armazenamento ESVAZIAMENTO GÁSTRICO
(TORTORA, 14ª ed.). ↠ O tempo que o alimento permanece no estômago
↠ Em vez disso, a maior parte das ondas começa no depende de diversos fatores, incluindo o tipo e o volume
corpo gástrico e se intensifica à medida que alcança o de alimento. Líquidos deixam o estômago em 1,5 a 2,5
antro pilórico (TORTORA, 14ª ed.). horas após a ingestão. Após uma refeição normal, o
estômago esvazia em 3 a 4 horas (SEELY, 10ª ed.).
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motilidade gástrica e aumentam a constrição do esfincter pilórico ↠ O fator intrínseco é uma glicoproteína que se liga à
(SEELY, 10ª ed.). vitamina B12, fazendo essa vitamina ser mais facilmente
O reflexo gastroesofágico e o hormônio colecistocinina são os maiores absorvida no íleo (SEELY, 10ª ed.).
inibidores da motilidade gástrica. O resultado é uma redução na taxa
de esvaziamento gástrico (SEELY, 10ª ed.). A vitamina B12 é necessária para a síntese do ácido desoxirribonucleico
(DNA), que é especialmente importante para a produção contínua
Uma refeição rica em carboidratos polissacarídeos (amido e glicogênio) normal de hemácias. Uma deficiência de absorção de vitamina B12 leva
possui a maior taxa de depuração do estômago, geralmente 1 hora. à anemia perniciosa (SEELY, 10ª ed.).
Para comparação, uma refeição rica em gorduras e proteínas leva em
torno de 6 horas para deixar o estômago. A principal razão para a alta A digestão enzimática das proteínas também começa no estômago.
depuração dos carboidratos é que eles não aumentam a liberação de A única enzima proteolítica (que digere proteína) no estômago é a
colecistocinina, que é o principal inibidor do esvaziamento gástrico pepsina, que é secretada pelas células principais gástricas. A pepsina
(SEELY, 10ª ed.). rompe certas ligações peptídicas entre os aminoácidos, fragmentando
uma cadeia proteica de muitos aminoácidos em fragmentos peptídicos
SECREÇÕES GÁSTRICAS menores. A pepsina é mais efetiva no ambiente ácido do estômago
(pH 2); torna-se inativa em um pH mais alto (TORTORA, 14ª ed.).
↠ As células mucosas da superfície e as células mucosas Apenas uma pequena quantidade de nutrientes é absorvida no
do colo secretam um muco alcalino e viscoso que cobre estômago, porque suas células epiteliais são impermeáveis à maior
a superfície das células epiteliais, formando uma camada parte dos materiais. No entanto, as células mucosas do estômago
de 1 a 1,5 mm de espessura. Essa espessa camada de absorvem um pouco de água, íons e ácidos graxos de cadeia curta,
bem como determinados fármacos (especialmente o ácido
muco lubrifica e protege as células epiteliais da parede do
acetilsalicílico) e álcool (TORTORA, 14ª ed.).
estômago contra o efeito danoso do quimo ácido e da
pepsina. A irritação da mucosa do estômago estimula a Dentro de 2 a 4 h após a ingestão de uma refeição, o estômago já
esvaziou seu conteúdo para o duodeno. Os alimentos ricos em
secreção de um grande volume de muco (SEELY, 10ª ed.).
carboidratos permanecem menos tempo no estômago; alimentos
↠ O bicarbonato é secretado pelas células superficiais do ricos em proteína permanecem um pouco mais, e o esvaziamento é
mais lento após uma refeição rica em gordura contendo grandes
esômago e pelo duodeno, em resposta a vários quantidades de triglicerídios (TORTORA, 14ª ed.).
estímulos, como as prostaglandinas, peptídeos
gastrointestinais e contato com o ácido gástrico, SECREÇÃO DE HCL
permanecendo principalmente abaixo ou na camada
↠ O ácido clorídrico resulta no baixo pH no conteúdo
mucosa (BIGHETTI et. al., 2002).
estomacal, que normalmente está entre 1 e 3. Embora o
↠ A secreção de bicarbonato pode ser inibida por ácidos ácido clorídrico secretado no interior do estômago tenha
biliares, antiiflamatórios e provavelmente pelo processo menor efeito digestório sobre o alimento ingerido, uma
infeccioso desencadeado pela bactéria Helicobacter pylori de suas principais funções é matar as bactérias que são
(BIGHETTI et. al., 2002). ingeridas com quase tudo que colocamos em nossas
bocas (SEELY, 10ª ed.).
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HELICOBACTER PYLORI
↠ As úlceras pépticas são causadas quando os sucos
gástricos (ácido e pepsina) digerem a mucosa que
reveste o trato digestório. Aproximadamente 80% das
úlceras pépticas ocorrem na parte duodenal do esfincter
↠ Os íons bicarbonato movem-se no sentido absortivo,
pilórico, mas as úlceras pépticas também podem ocorrer
das células parietais para o líquido extracelular. Durante
no estômago (úlceras gástricas) ou no esôfago (úlceras
esse processo, o HCO3- é trocado por Cl- por um
esofágicas) (SEELY, 10ª ed.).
antiporte, que está localizado na membrana plasmática, e
o Cl- subsequentemente se move para o interior da célula. ↠ Quase todas as úlceras pépticas são devidas à infecção
Isso resulta em pH sanguíneo elevado nas veias que por uma bactéria específica, Helicobacter pylori, que
transportam o sangue do estômago, a chamada maré também está ligada à gastrite e ao câncer gástrico. Pelo
alcalina (SEELY, 10ª ed.). fato de estresse, dieta, cigarro e álcool causarem um
excesso de secreção ácida no estômago, esses padrões
↠ A secreção de HCl pelas células parietais pode ser
de estilo de vida foram considerados responsáveis pelas
estimulada por várias fontes: a acetilcolina (ACh) liberada
úlceras por vários anos. Embora esses fatores possam
pelos neurônios parassimpáticos, a gastrina secretada
contribuir para as úlceras, está claro que a causa
pelas células secretoras de gastrina e a histamina, que é
fundamental é a H. pylori (SEELY, 10ª ed.).
uma substância parácrina liberada pelos mastócitos na
lâmina própria das proximidades (TORTORA, 14ª ed.). ↠ A maioria das bactérias não consegue sobreviver no
estômago. Consequentemente, a H. pylori é um dos
patógenos humanos mais penetrantes, pois habita um
nicho sem com petição (SEELY, 10ª ed.).
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FATORES DE VIRULÊNCIA
ADERÊNCIA
↠ O H. pylori tem um tropismo pela mucosa gástrica,
aderindo à célula epitelial e, às vezes, penetrando entre
elas. A adesão parece atuar na patogênese através da
lesão direta da célula, facilitando para que os produtos
tóxicos produzidos pela bactéria sejam liberados nas
proximidades da célula epitelial e atuando na estimulação
da produção de citocinas pela célula epitelial (SIQUEIRA,
2007).
↠ Na fase cefálica da regulação gástrica, diversos tipos
de estímulos atuam sobre os centros no bulbo para
influenciar as secreções gástricas. Esses estímulos incluem
o cheiro e o gosto do alimento, a estimulação de
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Referências:
↠ Quando o pH do quimo que entra no duodeno cai para TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível
2 ou menos, ou quando o quimo contém produtos da em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.
digestão de lipídeos, as secreções gástricas são inibidas
(SEELY, 10ª ed.). SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em:
Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017.
↠ As soluções ácidas no duodeno causam a liberação do
REGAN, J.; RUSSO, A.; VVANPUTTE, C. Anatomia e
hormônio secretina na corrente sanguínea. A secretina
Fisiologia de Seely, 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
inibe a secreção gástrica por inibir tanto as células
parietais quanto as células principais (SEELY, 10ª ed.).
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DUODENO
↠ O duodeno forma um ângulo de quase 180 graus
conforme se curva no interior da cavidade abdominal, e a
cabeça do pâncreas repousa sobre esse arco (SEELY, 10ª
ed.).
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jejuno e, embora sejam frequentemente observadas no duodeno e diversas modificações aumentam a área do intestino
no íleo, não são características desses órgãos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). delgado, aumentando muito a absorção (SEELY, 10ª ed.).
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3- células granulares, ou células de Paneth: que Cada placa consiste em 10 a 200 nódulos e é visível a olho nu como
auxiliam na proteção do epitélio intestinal contra uma área oval no lado antimesentérico do intestino. Em vez de células
absortivas, seu epitélio de revestimento consiste em células M
as bactérias (SEELY, 10ª ed.). (JUNQIEORA, 13ª ed.).
Células de Paneth, localizadas na porção basal das criptas intestinais,
são células exócrinas com grandes grânulos de secreção eosinofílicos
em seu citoplasma apical. Esses grânulos contêm lisozima e defensina,
enzimas que podem permeabilizar e digerir a parede de bactérias. Em
virtude de sua atividade antibacteriana, a lisozima também exerce
controle sobre a microbiota intestinal (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
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quantidade de pregas circulares e na quantidade de geral, são necessárias 3 a 5 horas para o quimo mover-
vilosidades (SEELY, 10ª ed.). se da região pilórica até a junção ileocecal (SEELY, 10ª ed.).
↠ O duodeno e o jejuno são os principais locais de ↠ Estímulos locais químicos e mecânicos são
absorção de nutrientes, embora alguma absorção ocorra especialmente importantes na regulação da motilidade no
no íleo (SEELY, 10ª ed.). intestino delgado. A contração do músculo liso aumenta
em resposta à distensão da parede intestinal. Soluções
↠ Os nódulos linfáticos chamados de placas de Peyer são
hipertônicas ou hipotônicas, soluções com baixo pH, e
muito numerosos na mucosa e na submucosa do íleo. As
certos produtos da digestão, como aminoácidos e
placas de Peyer e outros tecidos associados à mucosa no
peptídeos, também estimulam as contrações do intestino
trato digestório iniciam a resposta imune contra
delgado (SEELY, 10ª ed.).
microrganismos que entram na mucosa a partir dos
alimentos ingeridos (SEELY, 10ª ed.). A estimulação pelas fibras nervosas parassimpáticas também pode
aumentar a motilidade intestinal, mas as influências parassimpáticas no
Células M (microfold) são células epiteliais especializadas que recobrem intestino não são tão importantes como as que atuam no estômago
folículos linfoides das placas de Peyer, localizadas no íleo. Essas células (SEELY, 10ª ed.).
são caracterizadas por numerosas invaginações basais que contêm
muitos linfócitos e células apresentadoras de antígenos, como os CONTRAÇÕES DE MISTURA (CONTRAÇÕES DE
macrófagos. Células M podem captar antígenos por endocitose e
SEGMENTAÇÃO)
transportá-los para os macrófagos e células linfoides subjacentes, as
quais migram então para outros compartimentos do sistema linfoide ↠ Quando a porção do intestino delgado é distendida
(nódulos), onde respostas imunológicas contra esses antígenos são
iniciadas (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
pelo quimo, o estiramento da parede intestinal provoca
contrações concêntricas localizadas, espaçadas ao longo
Células M representam, portanto, um elo importante na defesa do intestino e com duração de fração de minuto
imunológica intestinal. A lâmina basal sob as células M é descontínua,
facilitando o trânsito de células entre o tecido conjuntivo e as células
(GUYTON, 13ª ed.).
M (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
↠ As contrações causam “segmentação” do intestino
↠ O local onde o íleo se une ao intestino grosso é delgado. Isto é, elas dividem o intestino em segmentos, o
chamado de junção ileocecal. Ela possui um anel de que lhe dá aparência de um grupo de salsichas (GUYTON,
músculo liso, o esfíncter ileocecal, e uma válvula ileocecal 13ª ed.).
de direção única, que permitem que o conteúdo intestinal
↠ Quando uma série de contrações de segmentação se
se mova do íleo para o intestino grosso, mas não na
relaxa, outra se inicia, mas as contrações ocorrem em
direção oposta (SEELY, 10ª ed.).
outros pontos entre os anteriores contraídos. Assim, as
FUNÇÃO MOTORA contrações de segmentação “dividem” o quimo duas a
três vezes por minuto, promovendo por esse meio a
↠ A mistura e a propulsão do quimo são as principais mistura do alimento com as secreções do intestino
funções mecânicas do intestino delgado. Essas funções delgado (GUYTON, 13ª ed.).
são realizadas com a ajuda de contrações segmentares
e peristálticas realizadas pelo músculo liso da parede do
intestino delgado e propagadas por curtas distâncias
(SEELY, 10ª ed.).
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↠ A frequência máxima das contrações de segmentação motilidade intestinal e que são secretados em diversas
no intestino delgado é determinada pela frequência das fases do processamento alimentar. Por outro lado, a
ondas elétricas lentas na parede intestinal, que é o ritmo secretina e o glucagon inibem a motilidade do intestino
elétrico básico. Como a frequência dessas ondas não delgado (GUYTON, 13ª ed.).
ultrapassa 12 por minuto no duodeno e no jejuno proximal,
↠ A resistência ao esvaziamento pela válvula ileocecal
a frequência máxima das contrações de segmentação
prolonga a permanência do quimo no íleo e, assim, facilita
nessas áreas é também de cerca de 12 por minuto;
a absorção. Normalmente, apenas 1.500 a 2.000 mililitros
entretanto, essa frequência máxima ocorre apenas sob
de quimo se esvaziam no ceco por dia. (GUYTON, 13ª ed.).
condições extremas de estimulação (GUYTON, 13ª ed.).
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↠ A colecistocinina estimula a liberação de bile da ↠ O fígado é composto por dois lobos principais, o lobo
vesícula biliar e a secreção de suco pancreático rico em direito e o lobo esquerdo, que são separados por um
enzimas. O principal estímulo para a liberação de septo de tecido conectivo, o ligamento falciforme (SEELY,
colecistocinina é a presença de ácidos graxos e outros 10ª ed.).
lipídeos no duodeno (SEELY, 10ª ed.).
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↠ O ducto cístico da vesícula biliar une-se ao ducto ↠ Os nervos hepáticos e os vasos linfáticos, muitas vezes
hepático comum para formar o ducto biliar comum, que muito pequenos para serem visualizados por microscopia
se une ao ducto pancreático na ampola hepatopancreá óptica, também estão localizados nessas áreas (SEELY, 10ª
tica, um alargamento onde os ductos hepático e ed.).
pancreático se unem. A ampola hepatopancreática abre-
↠ A veia central está no centro de cada lóbulo. As veias
se no duodeno na papila duodenal maior. Um esfincter de
centrais dos lóbulos unem-se para formar as veias
músculo liso circula o ducto biliar comum onde ele entra
hepáticas, que deixam o fígado em suas superfícies
na ampola hepatopancreática (SEELY, 10ª ed.).
posterior e inferior e liberam seu conteúdo na veia cava
A vesícula biliar tem o formato de um pequeno saco localizado na inferior (SEELY, 10ª ed.).
superfície inferior do fígado que estoca a bile. A bile pode fluir da
vesícula biliar pelo ducto cístico ate o ducto biliar, ou pode fluir pelo ↠ Placas de hepatócitos irradiam a partir da veia central
ducto cístico de volta à vesícula biliar (SEELY, 10ª ed.). de cada lóbulo como os raios de uma roda. As placas de
hepatócitos são compostas pelos hepatócitos, as células
funcionais do fígado (SEELY, 10ª ed.).
HISTOLOGIA DO FÍGADO
↠ Uma cápsula de tecido conectivo e o peritônio visceral
cobrem o fígado, exceto na área nua, uma pequena área
na superfície diafragmática que não possui o peritônio
visceral e é envolvida pelo ligamento coronário.. Na porta,
a cápsula de tecido conectivo envia uma rede ramificada
de septos (paredes) em direção à parte central do fígado
para dar suporte. Vasos, nervos e ductos seguem os
ramos de tecido conectivo que adentram o fígado
(SEELY, 10ª ed.).
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↠ Os hepatócitos possuem um grande número de mas ela exerce papel na digestão pois neutraliza e dilui o
organelas diferentes que os habilitam a desempenhar ácido estomacal e emulsifica os lipídeos (SEELY, 10ª ed.).
muitas funções: (MARIEB, 7ª ed.).
↠ A bile ajuda a neutralizar o quimo ácido e eleva o pH
➢ O RE rugoso abundante produz proteínas do a um nível que as enzimas pancreáticas possam funcionar.
sangue. Os sais biliares emulsificam os lipídeos. A bile também
➢ O RE liso bem desenvolvido ajuda a produzir sais contém produtos da excreção, como os pigmentos
biliares e eliminar substâncias tóxicas biliares; um dos pigmentos biliares é a bilirrubina, que
transportadas pelo sangue. resulta da quebra da hemoglobina (SEELY, 10ª ed.).
➢ Os peroxissomos abundantes eliminam outras
↠ A bile também contém colesterol, lipídeos, hormônios
substâncias (incluindo o álcool)
lipossolúveis e lecitina (SEELY, 10ª ed.).
➢ O grande aparelho de Golgi embala os produtos
secretórios abundantes do RE. ↠ Estímulos neurais e hormonais regulam a secreção e
➢ Grandes quantidades de mitocôndrias fornecem a liberação da bile. A secreção da bile pelo fígado é
energia para todos esses processos. aumentada pela estimulação parassimpática via nervo
➢ Os vários glicossomos armazenam carboidratos, vago. A secretina, que é liberada pelo duodeno, também
refletindo o papel dos hepatócitos na regulação estimula a secreção biliar, principalmente por aumentar a
do açúcar sanguíneo. quantidade de água e íon bicarbonato na bile (SEELY, 10ª
ed.).
↠ O sangue desoxigenado e rico em nutrientes vindo
das vísceras entra nos sinusoides hepáticos a partir de ↠ A colecistocinina estimula as contrações da vesícula
ramos da veia portal hepática e mistura-se com o sangue biliar a fim de liberar a bile para dentro do duodeno
oxigenado e pobre em nutrientes das artérias hepáticas (SEELY, 10ª ed.).
(SEELY, 10ª ed.).
↠ Os sais biliares também aumentam a secreção de bile
↠ Do sangue, os hepatócitos absorvem o oxigênio e os por meio de um sistema de retroalimentação positiva.
nutrientes, que são estocados, detoxificados e utilizados Mais de 90% dos sais biliares são reabsorvidos no íleo e
para fornecer energia ou utilizados para sintetizar novas transportados no sangue pela circulação portal hepática.
moléculas. As moléculas produzidas ou modificadas pelos Quando retornam ao fígado, os sais biliares estimulam
hepatócitos são liberadas nos sinusoides hepáticos ou nos uma secreção adicional de bile e são, mais uma vez,
canalículos biliares (SEELY, 10ª ed.). secretados na bile. Esse processo de reciclagem reduz a
perda de sais biliares nas fezes. A secreção biliar para o
↠ O sangue misturado nos sinusoides hepáticos flui para
interior do duodeno continua até que o duodeno esvazie
a veia central, onde deixa o lóbulo e então sai do fígado
(SEELY, 10ª ed.).
pelas veias hepáticas. A bile, que é produzida pelos
hepatócitos e consiste principalmente em subprodutos ESTOQUE
metabólicos, flui pelo canalículo biliar em direção à tríade
hepática e deixa o fígado pelos ductos hepáticos. ↠ Os hepatócitos podem remover açúcar do sangue e
Consequentemente, o sangue flui a partir da tríade em estocá-lo na forma de glicogênio. Eles também podem
direção ao centro de cada lóbulo, enquanto a bile flui do estocar lipídeos, vitaminas, cobre e ferro. Essa função de
centro do lóbulo em direção à tríade (SEELY, 10ª ed.). estoque ocorre geralmente por um curto período, e a
quantidade de material estocado nos hepatócitos -
FUNÇÕES DO FÍGADO portanto, o seu tamanho -varia durante o dia (SEELY, 10ª
ed.).
↠ O fígado realiza importantes funções digestórias e
excretoras, estoca e processa nutrientes, detoxifica INTERCONVERSÃO DE NUTRIENTES
compostos químicos danosos e sintetiza novas moléculas
(SEELY, 10ª ed.). ↠ A interconversão de nutrientes é outra importante
função do fígado. Os nutrientes ingeridos nem sempre
PRODUÇÃO DE BILE estão na proporção necessária aos tecidos. Nesse caso,
o fígado pode converter alguns nutrientes em outros
↠ O fígado produz e secreta cerca de 600 a 1.000 mL
(SEELY, 10ª ed.).
de bile a cada dia. A bile não contém enzimas digestivas,
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↠ Os hepatócitos também transformam substâncias que ↠ Imediatamente após uma refeição, a vesícula biliar
não podem ser utilizadas por muitas das células em contrai em resposta ao estímulo pela colecistocinina e,
substâncias mais utilizáveis (SEELY, 10ª ed.). em menor grau, em resposta à estimulação vagal,
despejando, assim, grandes quantidades de bile
DETOXIFICAÇÃO concentrada no intestino delgado (SEELY, 10ª ed.).
↠ Muitas substâncias ingeridas são danosas às células do ↠ O colesterol, secretado pelo fígado, pode precipitar na
corpo. Além disso, o corpo em si produz diversos vesícula biliar para formar os cálculos biliares. O colesterol
subprodutos do metabolismo que, se acumulados, são não é solúvel em água e é normalmente mantido em
tóxicos (SEELY, 10ª ed.). solução com sais biliares (SEELY, 10ª ed.).
↠ O fígado constitui a principal linha de defesa por alterar Os cálculos biliares podem formar-se quando a bile contém colesterol
a estrutura de muitas dessas substâncias danosas e torná- em excesso devido a uma dieta rica em colesterol ou devido ao
las menos tóxicas ou por tornar a eliminação dessas colesterol na vesícula biliar. Ocasionalmente, o cálculo biliar pode sair
da vesícula biliar e entrar no ducto cístico, bloqueando a passagem de
substâncias mais fácil (SEELY, 10ª ed.).
bile. Essa condição interfere na digestão normal e, muitas vezes, o
cálculo biliar deve ser removido cirurgicamente. Se o cálculo biliar se
FAGOCITOSE mover suficientemente ao longo do ducto, ele pode também bloquear
↠ As células fagocíticas hepáticas (células de Kupffer), o ducto pancreático, resultando em pancreatite (SEELY, 10ª ed.).
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↠ As enzimas são proteínas que aceleram a maior parte TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.
das reações bioquímicas (TORTORA, 14ª ed.).
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Estado nutricional a partir do GALT secretam citocinas para atrair células imunes adicionais
que podem atacar os invasores e citocinas que
↠ Há muito tempo o intestino deixou de ser reconhecido desencadeiam uma resposta inflamatória. Uma terceira
apenas como um órgão de digestão e absorção, para resposta às citocinas é o aumento da secreção de Cl-, de
assumir um importante papel imunológico por sua fluido e de muco para retirar os invasores do trato GI
participação na defesa contra as agressões do meio (SILVERTHON, 7ª ed.).
externo (FONSECA; COSTA, 2010).
Células M (microfold) são células epiteliais especializadas que recobrem
↠ A mucosa intestinal fica exposta a uma ampla folículos linfoides das placas de Peyer, localizadas no íleo. Essas células
variedade de antígenos provenientes de alimentos, são caracterizadas por numerosas invaginações basais que contêm
muitos linfócitos e células apresentadoras de antígenos, como os
bactérias residentes e microorganismos invasores, e estes macrófagos. Células M podem captar antígenos por endocitose e
necessitam ser limitados pela barreira mucosa que transportá-los para os macrófagos e células linfoides subjacentes, as
fornece a defesa imune a antígenos prejudicais quais migram então para outros compartimentos do sistema linfoide
(FONSECA; COSTA, 2010). (nódulos), onde respostas imunológicas contra esses antígenos são
iniciadas (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
↠ A função imune do intestino depende de três
Células M representam, portanto, um elo importante na defesa
componentes: a barreira intestinal, o sistema imune imunológica intestinal. A lâmina basal sob as células M é descontínua,
(tecido linfóide associado ao intestino - GALT, plasmócitos, facilitando o trânsito de células entre o tecido conjuntivo e as células
linfócitos, imunoglobulinas) e a microflora (FONSECA; M (JUNQUEIRA, 13ª ed.).
COSTA, 2010).
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e mútua com as células do hospedeiro por um processo barreira. Essa barreira mecânica acontece pela ocupação
de simbiose, no qual nenhum dos dois é prejudicado. O dos sítios de adesão celulares da mucosa com microbiota
equilíbrio pode ser mantido por meio de uma alimentação autóctone (PAIXÃO; CASTRO, 2016).
sistemática rica em probióticos e prebióticos (PAIXÃO;
↠ Deve-se ressaltar que a resistência a colonização não
CASTRO, 2016).
é causada unicamente pela microbiota intestinal, outros
O intestino é considerado um ambiente com amplo número de fatores podem influenciar essas funções, por exemplo, os
espécies de bactérias distintas. São encontradas em toda região fatores anatômicos e fisiológicos (incluindo a integridade
gastrointestinal, entretanto, no estômago e no intestino delgado
encontram-se em menores quantidades devido ao contato e ação
da mucosa), salivação, secreção de imunoglobulina IgA,
bactericida do suco gástrico. No íleo, há uma área de transição e o produção de ácido graxo, descamação da mucosa e
colón apresenta condições favoráveis para o crescimento bacteriano motilidade gastrointestinal (PAIXÃO; CASTRO, 2016).
devido à escassez de secreções intestinais e abrangente fonte de
nutrição (PAIXÃO; CASTRO, 2016). FUNÇÃO NUTRICIONAL
COMPOSIÇÃO DA MICROBIOTA INTESTINAL ↠ A atividade de algumas bactérias intestinais sobre uma
categoria de nutrientes permite um melhor desempenho
↠ As principais bactérias que compõe a microbiota
intestinal. Esse processo acontece normalmente com
entérica são benéficas e/ou probióticas e as nocivas.
substratos que não foram digeridos e chegam ao lúmen
Como exemplo de probióticas, temos as Bifidobactérias e
do cólon, especialmente os carboidratos, que são
Lactobacilos (Bacteroides spp., Bifidobacterium spp.,
fermentados e formam ácidos absorvidos pela mucosa.
Lactobacillus spp., e para as nocivas podem ser citadas a
Esse mecanismo é denominado salvamento energético e
Enterobacteriaceae e Clostridium spp. São encontrados
forma os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) tais como
também na microbita entérica a Eubacterium spp.,
o buritato e propionato, que são a principal fonte nutritiva
Fusonbacterium spp., Peptostreptococcus spp.,
dos colonócitos e apresentam efeito trófico no epitélio do
Ruminococcus (PAIXÃO; CASTRO, 2016).
intestino (PAIXÃO; CASTRO, 2016).
↠ As bactérias que integram o trato gastrointestinal são
↠ A microbiota do TGI sintetiza vitamina K e vitamina do
em sua maioria anaeróbicas, destacando-se os gêneros
complexo B que são úteis e importantes para o
bacteroides, Bifi dobacterium, Eubacterium, Clostridium,
metabolismo do indivíduo. Essas vitaminas são produzidas
Peptococcus, Peptostreptococcus, Ruminococcus e
pelas bactérias Propionibacterium, Fusobacterium, Bifi
Fusobacterium (PAIXÃO; CASTRO, 2016).
dobacterium, Lactobacilos, Clostridium, Enterobacterium,
↠ Em minoria, estão também presentes organismos do Veillonella, Enterococcus e Estreptococcus e são
domínio Archaea, representado pela espécie sintetizadas no cólon intestinal (PAIXÃO; CASTRO, 2016).
Methanobrevibacter smithii, leveduras e alguns protistas
FUNÇÃO IMUNOMODULADORA
FUNÇÕES DA MICROBIOTA INTESTINAL
↠ No período neonatal, a instalação da microbiota está
↠ A microbiota intestinal tem várias funções que são associada com o tecido linfoide intestinal. O
significantes e bem estabelecidas, sendo importantes as estabelecimento desse sistema imunológico local com
de proteção anti-infecciosa que fornecem resistência à ação conjunta ao estímulo da microbiota ativa o sistema
colonização por micro-organismos exógenos; a imune. O tecido linfoide reconhece as espécies e
imunomodulação, que possibilita uma ativação das defesas antígenos que são benéficas ao hospedeiro, procedendo,
imunológicas e, por fim, a contribuição nutricional assim, uma resposta de tolerância imunológica. Cerca de
resultante das interações locais e dos metabólitos 80% de todas as células imunológicas ativas do corpo
produzidos oferecendo fontes energéticas e de vitaminas humano estão localizadas no TGI (PAIXÃO; CASTRO,
(PAIXÃO; CASTRO, 2016). 2016).
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componentes estruturais com características de fungos, longos períodos a base de antibióticos promovem a
leveduras e bactérias (PAIXÃO; CASTRO, 2016). seleção de bactérias que contêm genes de alta
resistência a antibióticos, o que leva uma maior
↠ A microbiota natural do TGI realiza o papel de barreira
preocupação a respeito da propagação dessas bactérias
fisiológica, que é composta pelo epitélio da mucosa do
que são mais agressivas ao hospedeiro (PAIXÃO;
intestino. As partes integrantes da barreira correspondem
CASTRO, 2016).
ao epitélio mucoso, o sistema imune local, Placa Peyer,
lâmina própria, barreira linfoepitelial e a circulação hemato-
linfática (PAIXÃO; CASTRO, 2016).
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↠ Por sua vez, como se pode observar do lado direito, ↠ O Ministério da Saúde, através da Lei de
a disbiose intestinal pode influenciar negativamente a Medicamentos Genéricos (ANVISA, 1999), avalia os testes
fisiologia do intestino, provocando uma transmissão de de bioequivalência entre os genéricos e seu medicamento
estímulos inapropriada ao longo do eixo intestino-cérebro de referência apresentados pelos fabricantes para
e consequentemente, fazer surgir alterações nas funções comprovação da sua qualidade. O que diferencia os
do SNC e o desenvolvimento de doenças (LANDEIRO, medicamentos genéricos é que eles são comercializados
2016). pelo nome do princípio ativo e apresentam, impressos
nas embalagens, uma tarja amarela com a letra “G” em
↠ O stress também pode afetar a microbiota destaque e os dizeres: Medicamento Genérico – Lei
modificando a sua composição, uma vez que pode 9.787/99. Assim, os testes de bioequivalência são
influenciar as funções do intestino (LANDEIRO, 2016). realizados com o objetivo de comprovar se dois produtos
de idêntica forma farmacêutica, contendo idêntica
composição, qualitativa e quantitativa, de princípio ativo,
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são absorvidos em igual quantidade e na mesma fator importante para a escolha destes pelos
velocidade pelo organismo de quem os toma. Os consumidores (LIRA et. al., 2014).
genéricos podem substituir remédios de marca a critério
↠ Para ter acesso aos genéricos os pacientes devem
médico (ALONSO et. al., 2015).
solicitar ao médico que a receita traga a possibilidade de
↠ O medicamento genérico é definido como aquele que substituição. Caso a troca seja restrita, o profissional deve
é produzido livremente após o prazo de proteção da dar a orientação clara na receita, para que não haja
patente do produto de referência, devendo ser engano no momento da compra do medicamento
semelhante ao de referência em bioequivalência, a fim de (ALONSO et. al., 2015).
obter o mesmo efeito terapêutico (LIRA et. al., 2014).
↠ A introdução dos genéricos se tornou uma alternativa
↠ O medicamento de referência é aquele registrado no para aquisição de medicamentos de qualidade a preços
órgão federal responsável pela vigilância sanitária, cuja acessíveis para grande parte da população (LIRA et. al.,
qualidade deve ser comprovada cientificamente, por 2014).
ocasião do registro, e a eficácia e a segurança devem ser
AVALIAÇÃO DO CONHECIMNETO SOBRE OS GENÉRICOS
testadas por meio de estudos clínicos (LIRA et. al., 2014).
Estudo descritivo e transversal, participaram 278 pessoas.
↠ Além dos medicamentos de referência e genéricos,
existe uma terceira classe denominada “medicamentos Quanto à prescrição de medicamentos por parte dos médicos, 49
(17,6%) participantes afirmaram que seus médicos nunca
similares”, definidos como aqueles que contêm o mesmo
prescreveram medicamentos genéricos e apenas 21 (7,5%) disseram
ou os mesmos princípios ativos, mesma concentração, que seus médicos sempre prescreviam genéricos (LIRA et. al., 2014).
forma farmacêutica, via de administração, posologia e
Entre os entrevistados, 247 (88,8%) informaram que o genérico
indicação terapêutica, e que é equivalente ao
possuía um preço menor que o medicamento de referência e 223
medicamento registrado no órgão federal responsável, (80,2%) afirmaram comprar o genérico por conta do preço (LIRA et.
podendo diferir em características relativas ao tamanho e al., 2014).
forma do produto, prazo de validade, embalagem,
Nesse sentido, estudos demonstram que uma boa medida para
rotulagem, excipientes e veículo (LIRA et. al., 2014). O aumentar a prescrição de genéricos é ampliar o nível de
medicamento similar não pode ser intercambiável e se conhecimento de quem os prescreve. A baixa prescrição dos
trata de uma alternativa terapêutica cujos resultados genéricos pode ser explicada, pois os medicamentos de referência e
podem ser diferentes do medicamento de referência, similares têm seu processo de difusão muito mais dinâmico que os
genéricos, devido aos instrumentos de persuasão da indústria
assim como os processos farmacocinéticos e a farmacêutica, entre os quais figuram os representantes farmacêuticos,
disponibilidade (ALONSO et. al., 2015). que divulgam as informações básicas e fazem propaganda do
medicamento de referência entre os profissionais médicos. Isso não
↠ Já foram descritos fatores de resistência com relação significa que os genéricos não sejam propagandeados, mas sim que
a uso dos medicamentos genéricos como, por exemplo: isso ocorre com menores frequência e intensidade em relação aos
(LIRA et. al., 2014). medicamentos similares e de referência (LIRA et. al., 2014).
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(46%) afirmaram que não apresentam restrições (ALONSO et. al., ↠ Os prebióticos são, em sua maioria, pertencentes ao
2015). grupo dos carboidratos oligossacarídeos, mas outras
Os profissionais foram questionados se já observaram casos nos quais substâncias como polifenóis e ácidos graxos poli-
o paciente apresentou resposta insatisfatória com o tratamento com insaturados podem exercer ação prebiótica (MARQUES
um medicamento genérico e quando substituído por um medicamento et. al., 2020).
de referência ou similar o paciente respondeu bem. Um total de 32
profissionais afirmou que sim (64%) e 18 profissionais responderam ↠ São encontrados na cebola, chicória, alho, alcachofra,
que não (36%) (ALONSO et. al., 2015).
cereais, aspargos, beterraba, banana, trigo e tomate,
Prebióticos, probióticos e posbiótico podem estar presentes no mel e açúcar mascavo, em
tubérculos (RAIZEL et. al., 2011).
↠ Considerados como alimentos funcionais, os
probióticos e prebióticos são atualmente bem ↠ Para que um ingrediente (ou grupo de substâncias)
reconhecidos no mundo todo como sendo uns dos possa ser definido como tal, deve cumprir os seguintes
principais promotores da vitalidade da microbiota intestinal requisitos: (RAIZEL et. al., 2011).
(SILVA; MARTINS, 2015). ➢ ser de origem vegetal;
➢ formar parte de um conjunto heterogêneo de
PREBIÓTICOS
moléculas complexas;
↠ O termo prebiótico remonta de 1950 com a ➢ não ser digerida por enzimas digestivas, nem
descoberta de fatores promotores de crescimento das absorvido na porção superior do trato
bifidobactérias no leite humano. Posteriormente, em 1995, gastrointestinal;
Gibson e Roberfroid propuseram o conceito de ➢ ser seletivamente fermentado por uma colônia
prebióticos como: ingredientes alimentares não digeríveis de bactérias potencialmente benéficas ao cólon,
que estimulam seletivamente o crescimento e atividade alterando para uma composição da microbiota
de um número limitado de bactérias no cólon, mais saudável e ser ativo osmoticamente
promovendo, assim, efeitos benéficos à saúde do
↠ Os prebióticos são seletivamente fermentados pela
hospedeiro (MARQUES et. al., 2020).
microbiota comensal, produzindo ácidos graxos de cadeia
↠ Em 2010, esse conceito foi ligeiramente modificado curta (AGCC). Estes causam redução no pH e alterações
para “ingredientes seletivamente fermentados que no lúmen intestinal e na morfologia tecidual, levando a
causam mudanças específicas na composição e/ou produção de moléculas sinalizadoras, células imunes e
atividade da microbiota gastrointestinal, conferindo metabólitos que promovem, por exemplo, a formação e
benefícios à saúde do hospedeiro” (MARQUES et. al., manutenção de adequada densidade óssea. Os AGCC
2020). estão envolvidos no processo de saciedade através de
vários mecanismos, entre os quais, na estimulação da
↠ Em 2017, Gibson e colaboradores, passaram a definir leptina, a partir da interação com receptores específicos
os prebióticos como “um substrato que é utilizado nos adipócitos, que reduz a sinalização cerebral de grelina
seletivamente por microrganismos hospedeiros, e a resposta orexígena; na gliconeogênese hepática
conferindo benefícios à saúde” (MARQUES et. al., 2020). ativada pelo propionato; e na produção de hormônios
↠ Os prebióticos são definidos como sendo ingredientes anorexígenos (PYY e GLP1/2) pelas células L, no cólon
alimentares que são os principais substratos de (MARQUES et. al., 2020).
crescimento dos microrganismos dos intestinos, não
PROBIÓTICOS
digeridos no intestino delgado que, ao atingir o intestino
grosso, são metabolizados seletivamente por um número ↠ Os probióticos são microrganismos que quando
limitado de bactérias denominadas benéficas, as quais administrados em quantidades adequadas conferem
alteram a microbiota do cólon gerando uma microbiota benefício à saúde do hospedeiro (MARQUES et. al., 2020).
bacteriana saudável, auxiliando-a em seu crescimento e
metabolismo através da competição pelo alimento ↠ Os probióticos exercem papel importante na saúde
probiótico que favorece a proliferação das bactérias humana, proporcionando um efeito protetor sobre a
benéficas, principalmente os lactobacilos e as microbiota no trato gastrointestinal através da colonização
bifidobactérias, induzindo assim efeitos fisiológicos e da atividade transitória, dependendo da espécie
importantes para a saúde (RAIZEL et. al., 2011). (MARQUES et. al., 2020).
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perto da linha pectinada. Na extremidade mais inferior do passagem do quimo para o ceco geralmente ocorre de
canal anal, a mucosa se funde com a pele verdadeira que modo lento (TORTORA, 14ª ed.).
circunda o ânus (MARIEB, 7ª ed.).
↠ Movimentos segmentais de mistura ocorrem no cólon
SECREÇÕES DO INTESTINO GROSSO com muito menos frequência do que no intestino delgado.
As ondas peristálticas são as principais responsáveis por
↠ A mucosa do cólon possui inúmeras células mover o quimo ao longo do cólon ascendente. Em
caliciformes dispersas ao longo do seu comprimento e intervalos bastante espaçados (normalmente, 3 ou 4
numerosas criptas que contêm essas células caliciformes. vezes por dia), grandes partes do cólon transverso e
Uma pequena atividade enzimática está associada às descendente sofrem fortes contrações, chamadas
secreções do cólon, uma vez que o principal produto de movimentos de massa (SEELY, 10ª ed.).
secreção é o muco (SEELY, 10ª ed.).
↠ Cada movimento de massa estende-se por uma
↠ O muco lubrifica a parede do cólon e ajuda a matéria grande parte do trato digestório (= 20 cm), maior do que
fecal a permanecer unida (SEELY, 10ª ed.). nas ondas peristálticas, e leva o conteúdo do cólon por
↠ Uma bomba molecular troca HCO3 por Cl- nas células uma distância considerável em direção ao ânus (SEELY,
epiteliais do cólon em resposta à produção de ácido pelas 10ª ed.).
bactérias colônicas. Outra bomba troca N+ por H+. A água ↠ Os movimentos de massa são bastante comuns após
deixa o lúmen do cólon via osmose conforme Na+ e Cl- uma refeição e são iniciados pela presença de alimento
se movem em direção às células epiteliais (SEELY, 10ª ed.). no estômago ou no duodeno. Os movimentos de massa
são mais comuns cerca de 15 minutos após o café da
DIGESTÃO E ABSORÇÃO NO INTESTINO GROSSO
manhã. Eles geralmente persistem por 10 a 30 mi nutos
↠ De acordo com a visão tradicional do intestino grosso, e então param por cerca de metade de um dia (SEELY,
nenhuma digestão significativa de moléculas orgânicas 10ª ed.).
acontece ali. No entanto, recentemente, essa visão tem
↠ Reflexos locais no SNE, chamados reflexos
sido revista. Agora sabemos que inúmeras bactérias que
gastrocólicos quando iniciados no estômago ou reflexos
habitam o colo degradam uma quantidade significativa de
duodenocólicos quando iniciados no duodeno, integram os
carboidratos complexos e de proteínas não digeridos por
movimentos de massa (SEELY, 10ª ed.).
meio da fermentação (SILVERTHON, 7ª ed.).
↠ Os reflexos gastrocólico e duodenocólico promovem
↠ O produto final inclui lactato e ácidos graxos de cadeia
a peristalse nos intestinos delgado e grosso, incluindo
curta, como o ácido butírico. Muitos desses produtos são
movimentos de massa. Esses reflexos são mediados por
lipofílicos e podem ser absorvidos por difusão simples. Os
reflexos parassimpáticos, reflexos locais e hormônios,
ácidos graxos, por exemplo, são usados pelos colonócitos
como a colecistocinina e a gastrina. Pensar ou sentir o
como seu substrato preferencial para obtençãode
cheiro de um alimento, a distensão do estômago e o
energia (SILVERTHON, 7ª ed.).
movimento do quimo em direção ao duodeno podem
↠ As bactérias colônicas também produzem quantidades estimular esses reflexos (SEELY, 10ª ed.).
significativas de vitaminas absorvíveis, sobretudo vitamina
↠ Durante a defecação, as contrações que movem as
K (SILVERTHON, 7ª ed.).
fezes em direção ao ânus devem estar coordenadas com
↠ As ações bacterianas no cólon produzem gases o relaxamento dos esfincteres anais interno e externo. O
chamados flatulências (sopros). A quantidade de movimento das fezes do cólon em direção ao reto
flatulências depende, em parte, da população bacteriana distende a parede retal, o que estimula o reflexo da
e, em parte, do tipo de alimento ingerido (SEELY, 10ª ed.). defecação (SEELY, 10ª ed.).
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↠ Potenciais de ação produzidos em resposta à sigmoide. Pode aparecer quando há obstrução do trânsito intestinal,
distensão da parede retal seguem via fibras nervosas ocasionando megacólon ou consequência dilatação intestinal.
aferentes até o centro do reflexo da defecação (S2 a O fecaloma não é uma doença, mas uma condição patológica. O
S4) no cone medular da medula espinal. Então, potenciais fecaloma é causado por hábitos intestinais deficientes, falta de
de ação retornam via nervos eferentes ao cólon e ao atividades físicas, desidratação, dieta inadequada e o uso de fármacos
que induzem a constipação.
reto, reforçando as contrações peristálticas e o
relaxamento do esfincter anal interno (SEELY, 10ª ed.).
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Introdução ao Metabolismo ↠ O que classifica uma via é o seu resultado líquido, não
o que ocorre em qualquer etapa particular da via
↠ O metabolismo é a soma de todas as reações químicas (SILVERTHON, 7ª ed.).
do corpo (SILVERTHON, 7ª ed.).
↠ No corpo humano, dividimos o metabolismo em dois
↠ As reações que compõem estas vias: (SILVERTHON, estados. O período que se segue a uma refeição, quando
7ª ed.). os produtos da digestão estão sendo absorvidos, utilizados
➢ extraem energia dos nutrientes; e armazenados, é denominado estado alimentado, ou
➢ usam a energia para o trabalho; estado absortivo. Esse é um estado anabólico no qual a
➢ armazenam o excesso de energia de modo que energia das biomoléculas dos nutrientes é transferida para
esta possa ser usada posterior mente. compostos de alta energia ou armazenada em ligações
químicas de outras moléculas (SILVERTHON, 7ª ed.).
REAÇÕES METABÓLICAS (ANABOLISMO E CATABOLISMO)
↠ Uma vez que os nutrientes de uma refeição recente
↠ As vias metabólicas que são capazes de sintetizar uma não estão mais na corrente sanguínea e disponíveis para
grande quantidade de moléculas a partir de muitas uso pelos tecidos, o corpo entra no chamado estado de
unidades menores são chamadas de vias anabólicas jejum, ou estado pós-absortivo. À medida que o pool de
(SILVERTHON, 7ª ed.). nutrientes disponíveis no sangue diminui, o corpo os extrai
de suas reservas armazenadas. O estado pós-absortivo é
catabólico porque as células quebram grandes moléculas
em moléculas menores. A energia liberada pela quebra
das ligações químicas das moléculas maiores é utilizada
para realizar trabalho (SILVERTHON, 7ª ed.).
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FOSFORILAÇÃO DA GLICOSE
↠ Logo após sua entrada nas células, a glicose se liga a
um radical fosfato segundo a reação seguinte: (GUYTON,
13ª ed.).
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que esses lipídeos começam a circular no sangue, a apoproteína A (apoA), a qual facilita a captação de
enzima lipase lipoproteica (LLP) liga-se ao endotélio capilar colesterol pelo fígado e por outros tecidos (SILVERTHON,
dos músculos, e o tecido adiposo converte os 7ª ed.).
triacilgliceróis em ácidos graxos livres e em glicerol
(SILVERTHON, 7ª ed.).
↠ Os complexos de lipoproteínas que entram ↠ A maioria das pessoas ingere quantidades suficientes
novamente no sangue contêm uma quantidade variada de colesterol a partir de produtos animais contidos na
de triacilgliceróis, fosfolipídeos, colesterol e apoproteínas. dieta. Contudo, como o colesterol é uma molécula de
Quanto mais proteínas um complexo contém, mais extrema importância para o organismo, se ele não é
pesado ele é, com os complexos de lipoproteínas do ingerido via dieta, ele é sintetizado pelo fígado. Até
plasma variando entre lipoproteína de densidade muito mesmo vegetarianos que não comem nenhum produto
baixa (VLDL) e lipoproteína de alta densidade (HDL) animal (veganos) possuem quantidades substanciais de
(SILVERTHON, 7ª ed.). colesterol em suas células (SILVERTHON, 7ª ed.).
↠ A combinação de lipídeos com proteínas torna o ↠ O corpo pode produzir colesterol a partir da acetil-
colesterol mais solúvel no plasma, mas os complexos não CoA em uma série de reações em cadeia. Quando o anel
são capazes de se difundir através da membrana celular. da estrutura do colesterol é formado, este é facilmente
Em vez disso, eles são transportados para o interior das utilizado pelas células para a síntese de hormônios e de
células através de endocitose mediada por receptor outras substâncias esteroides (SILVERTHON, 7ª ed.).
(SILVERTHON, 7ª ed.). ↠ Outras gorduras são necessárias para a estrutura e o
↠ As apoproteínas dos complexos possuem receptores funcionamento das células, como os fosfolipídeos, os quais
específicos de membrana em diversos tecidos. A maioria também são sintetizados a partir de outras fontes que
das lipoproteínas que circulam no sistema sanguíneo são não lipídeos, durante o estado alimentado. Os lipídeos são
lipoproteínas de baixa densidade (LDL) (SILVERTHON, 7ª tão diversos que generalizações sobre a sua síntese são
ed.). difíceis (SILVERTHON, 7ª ed.).
O C-LDL é, às vezes, conhecido como “colesterol ruim”, uma vez que ↠ As enzimas contidas no retículo endoplasmático liso e
concentrações elevadas de LDL no plasma estão associadas ao no citosol de células são responsáveis pela maior parte
desenvolvimento da aterosclerose. Os complexos de LDL contêm da síntese endógena de lipídeos. Por exemplo, é no
apoproteína B (apoB), a qual se combina com os receptores de C-
retículo endoplasmático (RE) liso que ocorrem os estágios
LDL nas células distribuídas pelo organismo. (SILVERTHON, 7ª ed.).
da fosforilação que convertem triacilgliceróis em
↠ A segunda lipoproteína mais comum no sistema fosfolipídeos (SILVERTHON, 7ª ed.).
circulatório é a lipoproteína de alta densidade (HDL). O
HDL é muitas vezes chamado de “bom colesterol”, uma ↠ O excesso na ingestão de glicose e de proteína leva
vez que o HDL está envolvido no transporte de colesterol à síntese de triacilgliceróis, uma importante etapa do
para fora do plasma sanguíneo. O C-HDL contém metabolismo no estado alimentado (SILVERTHON, 7ª ed.).
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↠ Sempre que a quantidade de carboidratos ingerida é qualidade física dos triglicerídeos armazenados no
maior do que a que pode ser usada de imediato como organismo (GUYTON, 13ª ed.).
fonte de energia ou do que pode ser armazenada sob
forma de glicogênio, o excesso é rapidamente
transformado em triglicerídeos e armazenado, desse
modo, no tecido adiposo. Nos seres humanos, a maior
parte da síntese de triglicerídeos ocorre no fígado, mas
quantidades diminutas também são sintetizadas pelo
próprio tecido adiposo. Os triglicerídeos, formados no
fígado, são transportados em sua maior parte pelos
VLDLs para o tecido adiposo, onde são armazenados O COLESTEROL PLASMÁTICO COMO PREDITOR DE DOENÇAS DO CORAÇÃO
(GUYTON, 13ª ed.). Dos nutrientes no plasma, os lipídeos e a glicose recebem maior
atenção dos profissionais da saúde. O metabolismo anormal da glicose
↠ O glicerol pode ser sintetizado a partir da glicose ou
é uma característica do diabetes melito. Os lipídeos plasmáticos
de intermediários da glicólise (SILVERTHON, 7ª ed.). anormais são utilizados como indicadores do risco de se desenvolver
aterosclerose e doença cardíaca coronariana (DCC). Alguns estudos
↠ Os ácidos graxos são sintetizados a partir de indicam que o LDL elevado pode ser com siderado de forma singular
grupamentos acetil-CoA quando a enzima citosólica ácido o mais importante preditor de risco para DCC. Os níveis de C-HDL no
graxo sintase une os grupos acil de 2-carbono em cadeias plasma também têm sido uti lizados como preditores de risco de
de carbono mais longas. Esse processo também requer desenvolvimento de aterosclerose. Assim como o C-LDL alto, o C-
HDL baixo (< 40 mg/dL) está associado com maior risco de
hidrogênios e elétrons de alta energia do NADPH desenvolver DCC (SILVERTHON, 7ª ed.).
(SILVERTHON, 7ª ed.).
Metabolismo no estado de jejum
↠ Como os ácidos graxos são, na verdade, grandes
polímeros do ácido acético, é fácil compreender como a ↠ Uma vez que todos os nutrientes de uma refeição
acetil-CoA pode ser convertida em ácidos graxos. Ela tenham sido digeridos, absorvidos e distribuídos para
ocorre por meio do processo em duas etapas, usando a várias células, a concentração de glicose no plasma
malonil-CoA e a nicotinamida adenina dinucleotídeo começa a cair. Isso é o sinal para o corpo mudar o
fosfato (NADPH) reduzida, como intermediários principais metabolismo do estado alimentado (absortivo) para o
no processo de polimerização (GUYTON, 13ª ed.). estado de jejum (pós-absortivo) (SILVERTHON, 7ª ed.).
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glicogênio do organismo, predominantemente localizado hepático em glicose e sua liberação para o sangue, elevando, desse
no fígado (SILVERTHON, 7ª ed.). modo, a concentração sanguínea de glicose (GUYTON, 13ª ed.).
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AS PROTEÍNAS PODEM SER SINTETIZADAS PARA PRODUZIR ↠ Ambos, a amônia e o íon amônio, são considerados
ATP tóxicos, porém as células do fígado rapidamente
convertem esses compostos em ureia (CH4N2O). A ureia
↠ Durante o estado de jejum, os aminoácidos livres são é o principal resíduo de nitrogênio do corpo e é
normalmente utilizados como fonte de obtenção de ATP. excretada pelos rins (SILVERTHON, 7ª ed.).
Se o estado de jejum se prolonga por um período
grande, as proteínas musculares são degradadas a ↠ Se os estoques de glicogênio se tornam baixos e a
aminoácidos para suprir a demanda energética concentração de glicose plasmática é ameaçada, as
(SILVERTHON, 7ª ed.). proteínas podem ser utilizadas para produzir glicose. No
fígado, os aminoácidos ou o piruvato produzido a partir
↠ O primeiro passo do catabolismo proteico é a digestão de aminoácidos entram na via da glicólise. Essa via, então,
de proteínas a polipeptídeos menores por enzimas, volta a produzir glicose-6-fosfato e glicose
chamados de proteases (endopeptidases) (SILVERTHON, (gliconeogênese) (SILVERTHON, 7ª ed.).
7ª ed.).
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comparadas às proteínas e aos carboidratos por diversos tecidos e utilizados para a produção de
(SILVERTHON, 7ª ed.). energia (SILVERTHON, 7ª ed.).
↠ Quando o corpo no estado de jejum necessita utilizar ↠ No fígado, se os ácidos graxos produzirem mais
os estoques de energia, as lipases degradam os rapidamente grupamentos acetil-CoA do que o ciclo do
triacilgliceróis em glicerol e em ácidos graxos livres por ácido cítrico pode os metabolizar, o excesso de unidades
meio de uma série de reações, denominada lipólise acil será convertido em corpos cetônicos (comumente
(SILVERTHON, 7ª ed.). chamados de cetonas na área da fisiologia e da medicina)
(SILVERTHON, 7ª ed.).
↠ O glicerol sintetizado a partir da lipólise entra na via da
glicólise, posteriormente formando piruvato e ATP, assim ↠ Os corpos cetônicos tornam-se uma significativa fonte
como as moléculas de glicose comuns (SILVERTHON, 7ª de energia para o cérebro em casos de jejum prolongado
ed.). e de glicose baixa. Os corpos cetônicos entram no
sangue, criando um estado chamado de cetose. O hálito
↠ As longas cadeias de ácidos graxos são mais difíceis
de pessoas com cetose tem um odor de fruta causado
de gerarem ATP. A maioria dos ácidos graxos precisa
pela acetona, uma cetona volátil cujo odor você pode
primeiramente ser transportada do citosol para a matriz
reconhecer nos removedores de esmalte de unha
mitocondrial. Uma vez na matriz, os ácidos graxos são
(SILVERTHON, 7ª ed.).
lentamente desacoplados em duas unidades de carbono
por vez, até o fim da cadeia, em um processo chamado Planos dietéticos com baixo teor de carboidratos, como a dieta de
de beta-oxidação (SILVERTHON, 7ª ed.). Atkins e a dieta de South Beach, são extremamente cetogênicos, visto
que a maioria das calorias vem do metabolismo das gorduras. Essas
↠ Na maioria das células, as unidades de dois carbonos dietas possuem muito pouca quantidade de carboidrato e alta
quantidade de gordura e proteína, o que leva a um aumento do
dos ácidos graxos são convertidas em acetil-CoA, cuja metabolismo da beta-oxidação das gorduras e produção de corpos
unidade acil com dois carbonos alimenta diretamente o cetônicos (SILVERTHON, 7ª ed.).
ciclo do ácido cítrico (SILVERTHON, 7ª ed.).
Pessoas que fazem essas dietas têm uma rápida perda de peso inicial,
mas isso ocorre pela degradação do glicogênio e pela perda de água,
não por redução de gordura do corpo (SILVERTHON, 7ª ed.).
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Passadas mais duas horas (totalizando-se 4 horas depois ↠ O estoque de triacilgliceróis no tecido adiposo de um
da ingestão), taxa de glicose no sangue se torna ainda adulto, em uma faixa de peso considerado regular, pode
mais baixa, fazendo com que a liberação de insulina seja sustentar o corpo, por meio de uma regulação metabólica
restringida e a do glucagon seja aumentada. Essas com dispêndio mínimo de energia, por aproximadamente
indicações hormonais ativam os triacilgliceróis, que passam três meses. Em relação a uma pessoa obesa, o corpo é
a ser, a priori, a fonte de energia utilizada pelo fígado e capaz de se manter sem ingestão de alimento por
pelos músculos (VENÂNCIO, 2018). aproximadamente um ano (VENÂNCIO, 2018).
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↠ A insulina diminui a glicose plasmática de quatro ↠ Quando a glicose plasmática se torna menor que 100
maneiras: (SILVERTHON, 7ª ed.). mg/dL, a secreção de glucagon aumenta
significativamente. Em uma concentração de glicose
➢ A insulina aumenta o transporte de glicose na
acima de 100 mg/dL, ou seja, quando a insulina é secretada
maioria das, mas não em todas, células sensíveis
em maior quantidade, o glucagon é inibido e permanece
à insulina: o tecido adiposo e o músculo
em níveis baixos, mas constantes (SILVERTHON, 7ª ed.).
esquelético necessitam de insulina para
captarem quantidades suficientes de glicose. ↠ O fígado é o tecido-alvo primário do glucagon. O
➢ A insulina aumenta a utilização e o glucagon estimula a glicogenólise e a gliconeogênese para
armazenamento da glicose: a insulina ativa aumentar a produção de glicose. Estima-se que, durante
enzimas para a utilização de glicose (glicólise) e o jejum noturno, 75% da glicose produzida pelo fígado é
a síntese de glicogênio (glicogênese). proveniente das reservas de glicogênio, e os 25%
Simultaneamente, a insulina inibe as enzimas de restantes, da gliconeogênese (SILVERTHON, 7ª ed.).
degradação do glicogênio (glicogenólise), síntese
de glicose (gliconeogênese) e degradação da ↠ A liberação de glucagon também é estimulada por
gordura (lipólise), no intuito de garantir que o aminoácidos plasmáticos. Esta via evita a hipoglicemia após
metabolismo vá em direção ao anabolismo. a ingestão de uma refeição com proteína pura
➢ A insulina aumenta a utilização de aminoácidos: (SILVERTHON, 7ª ed.).
a insulina ativa enzimas para a síntese proteica e
inibe enzimas que promovem a quebra de
proteínas.
➢ A insulina promove a síntese de lipídeos: a Referências
insulina inibe a beta-oxidação de ácidos graxos e
promove a conversão do excesso de glicose e VENÂNCIO, M. A. Integração Metabólica e suas
aminoácidos em triacilgliceróis. correlações. Trabalho de conclusão de Curso,
Em resumo, a insulina é um hormônio anabólico porque promove a
Universidade Federal de Juiz de Fora, 2018.
síntese de glicogênio, de proteínas e de gorduras. Quando a insulina
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em:
está ausente ou deficiente, as células vão para o metabolismo
catabólico (SILVERTHON, 7ª ed.). Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017.
GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed.
O GLUCAGON É PREDOMINANTE NO ESTADO DE JEJUM
Editora Elsevier Ltda., 2017
↠ O glucagon é secretado pelas células alfa-pancreáticas,
KOEPPEN, B. M.; STANTON, B. A. Berne & Levy Fisiologia,
as quais são geralmente antagonistas à insulina e a seus
7ª ed. Elsevier, RJ, 2018.
efeitos metabólicos (SILVERTHON, 7ª ed.).
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APG 01: METODOLOGIA ATIVA X METODOLOGIA TRADICIONAL 2- Explicar a malformação congênita e quais são
elas;
1- Explicar as diferenças entre as metodologias 3- Identificar os fatores que ocasionam a
ativa e tradicional de ensino-aprendizagem; malformação congênita do coração;
2- Compreender as vantagens e desvantagens das
metodologias ativa e tradicional de ensino- APG 08: VALVAS CARDÍACAS E SOPROS CARDÍACOS
aprendizagem;
1- Explicar a anatomofisiologia das valvas cardíacas;
APG 02: TRABALHO EM GRUPO X TRABALHO EM EQUIPE 2- Compreender a fisiologia do sopro cardíaco;
1- Compreender as diferenças entre trabalho em APG 09: ATEROSCLEROSE
grupo e trabalho em equipe;
2- Explicar a importância do feedback no processo 1- Compreender a anatomia e histologia dos vasos
de aprendizado individual e em grupo; sanguíneos;
2- Explicar como ocorre o processo inflamatório de
APG 03: ÉTICA PROFISSIONAL E PRONTUÁRIO formação das placas;
3- Discutir as diferenças nos hábitos de vida entre
1- Explicar a importância da ética no trabalho em populações diferentes e os impactos positivos
equipe multiprofissional; na saúde;
2- Compreender o código de ética do estudante
de medicina; APG 10: ANAMNESE E COMUNICAÇÃO INTERPARES
3- Descrever a dinâmica que envolve o registro no
prontuário médico; 1- Compreender o processo da anamnese e a
importância de aplica-la de maneira direcionada;
APG 04: CÉLULAS 2- Explicar os aspectos éticos da comunicação
médico-paciente, médico-estudante e médico-
1- Compreender as estruturas básicas da célula e família;
suas funções e como se organizam;
2- Explicar a estrutura dos cromossomos e do APG 11: ELETROFISIOLOGIA CARDÍACA
DNA;
3- Apresentar as proteínas de membrana, seu 1- Explicar a eletrofisiologia cardíaca;
processo de produção e processamento; 2- Compreender o ECG e os significados dos
traçados;
APG 05: CORAÇÃO
APG 12: VASCULARIZAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES
1- Compreender a anatomia, função e importância
do coração; 1- Compreender a anatomia vascular dos
2- Explicar o processo de contração e relaxamento membros inferiores;
do músculo estriado cardíaco; 2- Explicar o retorno venoso (formação das
3- Analisar os fatores que influenciam nos varizes);
batimentos cardíacos (psicológicos, genéticos, APG 13: VASCULARIZAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES
hormonais, químicos);
1- Relembrar a morfofisiologia dos vasos
APG 06: CORAÇÃO DO ATLETA sanguíneos;
1- Explicar o funcionamento do ciclo cardíaco; 2- Compreender a vascularização dos MMSS;
2- Associar o sincronismo das células do miocárdio 3- Identificar os sinais vitais em um indivíduo normal
na produção do fluxo sanguíneo nas câmaras e alterado;
cardíacas; 4- Explicar a volemia, volume sanguíneo e o
3- Diferenciar o metabolismo cardíaco normal e do choque hipovolêmico;
atleta; 5- Entender os mecanismos fisiológicos
correlacionados com o controle da pressão
APG 07: EMBRIOLOGIA CARDÍACA arterial;
6- Abordar a prevenção de acidentes de trabalho;
1- Compreender a embriologia do coração;
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