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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA BOM DESPACHO

MEDICINA VETERINÁRIA

NOME DO ALUNO(A)

OBSTRUÇÃO GÁSTRICA EM CÃO: RELATO DE CASO

BOM DESPACHO – MG
2020
NOME DO ALUNO(A)

OBSTRUÇÃO GÁSTRICA EM CÃO: RELATO DE CASO

Trabalho apresentado para o cumprimento de atividades


referentes ao Estágio Supervisionado II do curso de Medicina
Veterinária do Centro Universitário Una de Bom Despacho, sob
a supervisão do orientador Guilherme Guerra Alves.

BOM DESPACHO – MG
2020
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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 -Remoção cirúrgica de fragmentos ósseos.................................................6


FIGURA 2 -Cadela ainda sem consciência pós cirurgia...............................................7
FIGURA 3 -Fragmentos ósseos extraídos do sistema gastrointestinal de cadela.......8
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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ...........................................................................III


1 INTRODUÇÃO....................................................................................................5
2 REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................5
2.1 Etiologia..............................................................................................................6
2.2 Patogenia e sinais clínicos.................................................................................6
2.3 Diagnóstico.........................................................................................................7
2.4 Profilaxia.............................................................................................................8
2.5 Tratamento..........................................................................................................8
3.0 - RELATO DE CASO E CORRELAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA..............................9
4.0 - CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................12
REFERÊNCIAS...........................................................................................................13
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1.0 - INTRODUÇÃO

O estágio obrigatório realizado na clínica de pequenos animais ofereceu uma quantidade imensurável de
conhecimentos práticos em relação a conduta para efetuar diagnósticos, e também na rotina com o
cliente a entender como funciona a relação do tutor e do médico veterinário, na forma de lidar com a dor
do paciente e também do tutor, pois às vezes o tutor se sente mais incomodado com a situação do que o
próprio animal, e isso faz com que haja uma empatia maior com as pessoas que chegam a clínica
buscando algum auxílio, então um aprendizado que ocorreu foi a lidar também com a população, pois o
veterinário é também um agente de saúde única, então no que se pode contribuir para a conscientização
de doenças que são zoonoses e doenças que são transmitidas por vetores, deve-se contribuir. Isso
demonstra que a importância do estágio é ampla pois o aprendizado não fica comprometido em apenas
uma área especifica, como área de clinica ou área de cirurgia, pois no ambiente de estágio se aprende a
lidar com a sociedade como um todo.
Os cães ao longo do tempo foram se tornando grande aliados do homem, estudos apontam que alguns
lobos se aproximavam dos homens para se aproveitar dos restos de comida. Instintivamente eles perceberam
que ao lado das tribos teriam alimento fácil e passaram a dividir o território. Com os lobos por perto, os homens
viram que estavam mais protegidos de ataques de outros animais e permitiram a aproximação. Com o tempo,
os filhotes das gerações futuras dos lobos não caçavam mais sozinhos e tinham o homem como única fonte de
alimentos. A humanidade seguiu evoluindo e o cão virou apenas um animal de estimação. Em sua maioria,
integrantes da família, mas sem nenhuma função econômica. Então o animal que ainda carrega 98% do DNA
dos lobos tem que sobreviver em espaços cada vez menores, e isso pode ser comprovado no dia a dia da
clinica em que sempre que o medico veterinário pergunta sobre o ambiente do animal a maioria das pessoas
respondem que vivem em casas pequenas sem quintais ou apartamentos pequenos, mas que justamente por
isso de vez em quando fazem alguns passeios com os animais, colocando estes em risco de adquirir alguma
patologia.
O estágio foi exercido no início do mês de fevereiro e final do mês de março de 2020, ao longo dos dias
foi acompanhado diversas consultas, cirurgias, vacinas, dentre outros procedimentos. O ambiente onde
o animal está inserido pode influenciar na saúde do mesmo, pois foi possível visualizar que os cães com
pelagem mais bonita e com maior disposição são os que possuem as vacinas em dia e nestes casos é
nítido que o tutor oferece a ele o melhor que pode, como boa ração e uma boa moradia, em
contrapartida os cães que chegam na clínica sujos, com pelagem opaca e seca, são geralmente os
casos de doenças mais graves, muitas vezes por falta de vacinação e falta de informação destes tutores,
na maioria dos casos esses cães tem prognóstico desfavorável e em poucos dias vem a óbito.
Acompanhei o dia a dia na clínica veterinária tatatata, em Pará de Minas, MG, esta através do estágio
ocorreu uma fusão da pratica e da teoria. O estagio é um ambiente de surpresas para o estagiário,
surpresas positivas e negativas, que independentemente do sentimento que elas provocam, fazem
seguir em frente e fazem crescer como profissionais.
Na maioria das consultas dos cães e gatos pode-se perceber que os tutores são muitas vezes
indisciplinados quanto a cuidar dos cães, pois às vezes o animal precisa de uma consulta no dia, mas o
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proprietário espera o caso ficar mais grave para procurar auxílio do medico veterinário, neste caso será
relatado um exemplo de uma situação que demonstra o quanto isso é frequente.
Em suma, o estágio proporcionou um novo universo, com o estagio pude perceber que quero ser uma
profissional que esta sempre se especializando e sempre buscando mais conhecimento, pois na
medicina veterinária sempre há alguma novidade, uma nova vacina, um novo medicamento, um novo
procedimento menos invasivo e mais eficaz. Esse relatório constitui-se de uma revisão bibliográfica e um
relato de caso acompanhado, sobre o descuido de alguns proprietários que não fazem a castração de
cadelas e quando as mesmas apresentam tumores nas mamas, não as levam para uma consulta
rapidamente, resultando em grandes consequências. O estágio foi realizado pela aluna Ellen Paula
Galvão Maciel, na cidade de Pará de Minas, MG, na clínica tatatata, no mês fevereiro e março de 2020.

2.0 - REVISÃO DE LITERATURA

Os corpos estranhos, se resumem em qualquer objeto, que não seja o alimento casual e indicado, que
tenha propriedades não digestivas ou que possuem digestão lenta como no caso dos ossos, que culmine
na disfunção do sistema gastrointestinal, como a obstrução gástrica (ETTINGER, FELDMAN, 1997).
Qualquer animal está sujeito a essa consequência, não há predisposição por raça e idade, comumente
animais mais jovens são mais afetados, pois possuem características mais aguçadas como a
curiosidade, e acabam ingerindo objetos não comestíveis (BOJRAB, 1996).
A patologia é dependente do âmbito de criação e está ligada aos hábitos dos proprietários, proprietários
que condicionam lixo ao alcance dos animais, casas que tenham crianças e proprietários que forneçam
ossos aos animais tem mais pré disposição ao acometimento da obstrução gástrica (FOSSUM, 2005).
A obstrução gástrica é um acometimento recorrente na clínica de pequenos animais e os objetos
ingeridos se resumem em pedras, brinquedos, barbantes, ossos, entre outros(NELSON, COUTO, 1998).

2.1 – Etiologia
A obstrução gástrica é oriunda da ingestão de qualquer objeto que não seja digerível pelo organismo
animal, ou que sua digestão seja lenta, a lista é imensa da quantidade de objetos comumente
encontrados no estômago de animais domésticos (SHERDING, 1998). Os animais ingerem
indiscriminadamente, pedras, ossos, materiais de plástico, prego, moedas, sacolas, entre outros, ambos
possuem a capacidade de causar danos pela ocupação de espaço e até mesmo obstruir o lúmen de
onde estiverem. Em suma os cães possuem um hábito de engolir materiais impróprios diversos,
principalmente ossos, enquanto os gatos tem mais pré disposição a ingerir barbantes, novelos de linha,
entre outros (FOSSUM, 2005).
No geral a espécie de animal doméstica mais acometida é a dos cães, pois como de costume o seu
hábito alimentar é mais distinto, predisposto o consumo de objetos impróprios que podem ter sidos
encontrados pela casa, ou que foram jogados ao lixo, mas ainda estavam ao alcance dos animais, os
cães na maioria das vezes tem o hábito de vasculhar lixos e normalmente encontram objetos e/ou ossos
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e na maioria das vezes os engolem, sem mesmo mastiga-los, então são diversos os objetos que podem
ser encontrados no sistema gastrointestinal de cães, como ossos, brinquedos, carrinhos, bonecas,
plásticos, bijuterias, entre outros. A obstrução gástrica é mais comumente em cães jovens(ETTINGER,
FELDMAN, 1997).

2.2 – Patogenia e sinais clínicos

Os sinais clínicos possíveis são diversos, no entanto o animal ingere o corpo estranho, ele tende a
percorrer pelo esôfago, por ser um órgão com boa musculatura e despir de um movimento peristáltico
acentuado, mas também podem parar no esôfago e necessitar de um procedimentos, caso não ocorra
vão para o estômago onde ficam retidos por não conseguirem ultrapassar o piloro. A obstrução gástrica
tem seus sinais dependentes da quantidade e do tamanho do corpo estranho, dependendo, o objeto
pode ficar retido por muito tempo sem causar muitos danos(ANDRADE, 2008).
Caso o corpo estranho não passe pelo piloro e o obstrua, não haverá passagem do alimento o animal se
apresentara constipado, terá quadros recorrentes de vômitos, não irá se alimentar levando a
desidratação, anorexia, ambos vão depender do tempo que o animal permanecer obstruído e da
quantidade de vômitos(TILLEY, SMITH, 2008). O animal demonstrara dor abdominal, e na palpação será
percebido um desconforto e dor. Portanto o corpo estranho ainda pode agravar o quadro, caso rompa o
tecido gástrico, extravasando líquido para a cavidade abdominal, culminará um uma peritonite grave,
levando o animal a depressão, dor forte pirexia, um quadro agudo que pode levar ao óbito em pouco
tempo(HARARI, 1999).
Os corpos estranhos ainda podem conseguir migrar pelo estômago alcançando o intestino delgado,
nesse caso também pode ser observado constipação, dor abdominal, desconforto, aversão ao alimento e
desidratação. Nos casos cirúrgicos corpos gástricos devem ser removidos, e deve ser feito uma cirurgia
exploratória na cavidade abdominal, para visualizar possíveis objetos no intestino, pois obstrução pode
estar concomitante em mais de um local(NELSON, COUTO, 1998). O objeto também pode se estagnar
no ânus, depende de sua forma, caso ocorra deve ser manuseado e removido com cautela, para não
prejudicar o orifício anal, há um grande risco de necessitar de um procedimento cirúrgico.

2.3 – Diagnóstico

Para começar um diagnóstico bem feito, deve ser feita uma anamnese detalhada com o proprietário,
deve ser relatado todo o histórico do animal, possíveis costumes, o desaparecimento de algum objeto da
casa, e mais importante se é fornecido ossos ao animal. Algumas vezes o exame físico pode ser
responsável por fechar o diagnóstico, a palpação pode ser o suficiente para confirmar a presença de
corpos estranhos, caso a palpação não seja suficiente, devemos partir para outros métodos, conforme
nossa suspeita, pois, cada objeto necessita de uma prática diferente, por exemplo obstrução por plástico
e/ou tecido não é visto por raio-x, sendo visto por ultrassom e endoscopia por exemplo (SHERDING,
1998).
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Caso haja suspeita da ingestão de corpos estranhos pelos animais domésticos, há vários meios, os
quais podemos usar para confirmar as suspeitas, um deles é a endoscopia, exame realizado por meio da
visualização, com utilização de uma câmera, um tubo e uma tela, para reproduzir a imagem. A
endoscopia é feita a partir da boca, onde é introduzida a câmera fixada em tubo, que tem o poder de
percorrer desde a boca, a laringe, o esôfago, até chegar ao estômago(ANDRADE, 2008). A câmera,
permanece ligada todo tempo, possibilitando a imagem do possível corpo estranho que possa estar
bloqueando o lúmen do sistema gastrointestinal, e pode permitir também a remoção do objeto, ou
empurrá-lo para favorecer sua saída. Portanto é o mais indicado em casos que pode favorecer a
retirada, e nos casos de suspeita de obstrução gástrica(THRALL, 2010).
Em outros casos o exame radiográfico é uma boa opção, principalmente quando é feito com a utilização
de contraste, o material para contraste é fornecido ao animal, e em seguida é feio imagens radiográficas,
acompanhando o seguimento do contraste, o qual, para onde estiver o corpo estranho evidenciando a
suspeita. Caso a suspeita seja de objetos de maior densidade como por exemplo, um metal, o raio-X
sem contraste pode claramente evidenciar o corpo estranho(DELANEY, 2003).
A ultrassonografia também pode ser utilizada, mostra a partir do recurso da visualização, possíveis
corpos estranhos tanto gástricos, quanto intestinais, e possibilita facilidade na identificação de alguns
objetos, como tecidos e plásticos(GONZALEZ, 2006).
A urinálise também pode ser uma ferramenta de diagnóstico, pois a partir do exame da urina, pode-se
excluir suspeitas de outras patologias sistêmicas como patologias hepáticas(NELSON, COUTO, 1998).

2.4 – Profilaxia
Os cães já possuem uma tendência a ingestão de objetos, e dependendo da fonte, ele pode ingerir
várias vezes o mesmo objeto e/ou ingerir vários corpos estranhos, o quais encontrar, essa questão deve
ser de alerta para os proprietários que devem sempre estar cientes disso, para que tome devidas
providencias.
O lixo deve ser condicionado sempre, longe do alcance dos animais, e quando for encaminhado para
fora da casa, também deve ser colocado em locais altos, para que os animais das ruas também não
possa ter acesso, evitando complicações como a obstrução gástrica(DELANEY, 2003).
Os objetos da casa devem sempre ser manuseados e sempre mantidos em locais mais altos , onde não
haja acesso dos cães, qualquer objeto relativamente pequeno tem a possibilidade de ser
ingerido(NELSON, COUTO, 1998).
Casas que tenham crianças, o cuidado deve ser maior, pois há possibilidade de ter brinquedos
espalhados pela casa que se tornam um risco, no entanto as crianças e seus brinquedos devem sempre
ser monitoradas. E um dos pontos que se torna o mais importante é a alimentação que se é fornecida
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aos animais, sendo os casos mais frequentes na clínica a obstrução gástrica por ossos, eles nunca
devem ser fornecidos aos animais. Os ossos devem ser separados e eliminados rapidamente, sem o
acesso dos animais, mesmo que os proprietários tenham o costume de fornecer ossos, sem ter prévio
conhecimento, não devem mais fornecer(DELANEY, 2003). Por mais que os animais tenham o costume
de ingerir ossos, eles podem sofrer a obstrução em qualquer momento de sua vida, o que não exclui o
possível problema e seu agravamento(ANDRADE, 2008).

2.5 - Tratamento

Para ministrar o diagnóstico e o tratamento, primariamente devemos internar o animal, pois corpos
estranhos obstruindo o sistema gastrointestinal do animal, pode levar a perda de apetite, anorexia,
vômitos, ambas consequências levam a debilidade do animal (DELANEY, 2003).Portanto deve-se
rapidamente colocar o animal na fluido terapia pra equilibrar o organismo do animal, e os métodos para
remoção devem ser praticados rapidamente. O tratamento mais utilizado nesses casos são as cirurgias
para remoção do corpo estranho, e outros tratamentos são necessários para suprir os efeitos
secundários como a desidratação, quanto mais rápido é diagnosticado e solucionado melhor para o
anima(THRALL, 2010).
No geral, a escolha do tratamento vai depender de onde o corpo estranho parou, caso tenha parado até
o estômago a endoscopia pode ser o suficiente para remover, e também depende do objeto e a
quantidade ingerida, caso o objeto tenha migrado para o intestino delgado, tem a possibilidade de
continuar percorrendo as alças intestinais e ser expelido pelas fezes, nesse caso deve ser monitorado,
por diagnósticos de visualização como o raio X, e se o corpo estranho se estagnar novamente, o único
procedimento cirúrgico para solucionar, seja a cirurgia(GONZALEZ, 2006).
No caso do tratamento cirúrgico, tende ser imediato, pois o sistema gastrointestinal não estará
funcionando e além disso, o corpo estranho ingerido pode romper as estruturas adjacentes, culminando
na deposição de conteúdo no interior do abdômen, desenvolvendo um quadro de peritonite, que pode
levar a óbito rapidamente (HARARI, 1999).
.

3.0 - RELATO DE CASO E CORRELAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA


No dia 08 de junho de 2017, na parte da manhã a proprietária Ana Maria, levou sua cadela da raça
poodle, de cinco anos de idade que tem peso de 4,7 Kg, à clínica amigoVet em Sete lagoas MG, onde foi
atendida pela medica veterinária Marcela Chaves, o animal estava apático, a proprietária relatou que
havia três dias que não ingeria alimentos, estava triste, fezes e urina não foram vistas. No exame físico o
animal apresentava a frequência cardíaca aparentemente normal, como a médica veterinária tem
experiência na área não necessitou de contar os batimentos pois logo, não suspeito de algo diretamente
ligado ao sistema circulatório, no entanto o animal apresentava-se ofegante, a temperatura retal foi
mensurada e estava em 39,1º não indicando estado febril, mas estava bastante desidratado, esse visto
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pelo turgor de pele. Ao realizar a palpação a concedente logo percebeu uma massa anormal na cavidade
abdominal, a qual estava com textura mais densa, havia presença de gases e estava na porção do
estômago e do intestino, o animal mostrava-se bastante incomodado com a realização da palpação,
sentia dor, desse modo suspeitou-se de presença de corpo estranho no sistema gastrointestinal do
animal. Logo foi indicado para a proprietária um exame de Raio-X, no entanto essa alegou que não
possui condições financeiras para realizar tal exame e perguntou o que poderia ser feito, sem a
utilização do diagnóstico por imagem, relatando que a única coisa que o animal havia ingerido aos três
dias atrás eram ossos, estes fornecidos por ela mesma, pois o animal havia o costume de ingerir ossos.
Pela palpação a médica veterinária já suspeitava da gravidade do problema, uma vez que, havia três
dias que o animal não ingeria alimentos, não defecava e a massa que estávamos sentindo era
relativamente grande pelo tamanho do animal, no entanto o animal foi internado imediatamente e foi
indicado o procedimento cirúrgico para remoção dos possíveis ossos no estômago e intestino do animal,
mas no momento a proprietária ainda não tinha condições de pagar o procedimento e pediu apenas que
internasse o animal e que ela tentaria arrecadar o valor necessário para então realizar a cirurgia. O
animal foi internado, submetido a fluido terapia endovenosa sem a realização de exames , onde a fluido
não pode ser específica com as particularidades devidas necessárias.
No dia 09 de junho, o animal estava ainda mais apático e fraco, e a proprietária autorizou a realização do
procedimento.
A cadela foi submetida a tricotomia, a anestesia foi dissociativa com xilazina 2% na dose de 1,1 mg/kg e
cetamina 10% na dose de 10 mg/kg, o volume utilizado foi de 0,28 ml de xilazina e 0,47 ml de cetamina ,
ambos na mesma seringa e a administração foi endovenosa lenta, o animal rapidamente entrou no
estágio III, do plano II de Guendel, e a cirurgia foi iniciada. A mesa estava preparada e o bloco cirúrgico,
o animal estava todo o tempo todo na fluidoterapia, foi condicionado em decúbito dorsal, foi feita a
antissepsia com PVPI e colocação do pano de campo, foi feita a incisão pré-umbilical na linha alba. A
medica veterinária localizou o estômago e o expos, o qual já estava bastante distendido, fez a síntese de
duas suturas uma em cada lado do órgão para realizar seu apoio, foi feita a incisão da parede gástrica,
após, inspecionou o interior do órgão e começou a remoção dos ossos, foram removidos todos os ossos
encontrados no interior gástrico e foi realizado a sutura com a técnica de cushing duplo, retomou o órgão
a sua anatomia e começou a inspeção do intestino, onde em várias porções intestinais foram
encontrados fragmentos ósseos, os quais também foram removidos, após a inspeção e retirada de todos
fragmentos ósseos encontrados, o abdome do animal foi suturado. Aguardamos o retorno do animal a
consciência e foi feita a aplicação de tramadol via subcutânea na dose de 1,5 mg/kg o volume utilizado
foi 0,14 ml e amoxilina mais clavulanato a 1% na dose de 12,5 mg/kg o volume utilizado foi 5,8 ml de
forma endovenosa lenta.
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Figura 1. Remoção cirúrgica de fragmentos ósseos.


FONTE: Autor, 2017.
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Figura 2. Cadela ainda sem consciência pós cirurgia.


FONTE: Autor, 2017.

O animal retornou a consciência e foi levado para a internação, a proprietária já havia sido relatada dos
riscos da cirurgia e que o prognostico era bastante desfavorável para o seu caso, o animal continuou
internado e recebendo devidos cuidados, mas ainda persistia em um estado de prostração, no dia
seguinte a notícia que a cadela não aguentou, e veio a óbito. Desse modo é de extrema importância o
alerta aos proprietários que talvez, seja até uma rotina em casa, mas deve parar, o fornecimento de
ossos aos animais domésticos traz grandes riscos e prejuízos aos proprietários, tanto financeiro quanto
emocional,talvez seja falta de instrução de alguns proprietários, em outras vezes se torna pura
imprudência.
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Figura 3. Fragmentos ósseos extraídos do sistema gastrointestinal de cadela.


FONTE: Autor, 2017.

4.0 - CONSIDERAÇÕES FINAIS


O objetivo geral do estágio foi proporcionar o desenvolvimento de atividades que acrescentem na
correlação teórico prático, de modo que objetivou um conhecimento da rotina de uma clínica veterinária.
Vale ressaltar que houve um significativo acréscimo critico consciente pois simples hábitos podem
resultar no sofrimento do animal. A rotina na clínica veterinária desenvolve a interação social do
estagiário, dessa maneira aprende a se relacionar melhor e saber relatar e compreender os interesses
dos proprietários, uma vez que os animais domésticos são de extrema importância para seus
proprietários, e na maioria das vezes um símbolo afetivo.
O estágio proporcionou o conhecimento de patologias mais frequentes, de suas etiologias e tratamento,
foi visto a necessidade de educar os proprietários, pois muitas vezes acabam pré dispondo os animais a
enfermidades, além da imprudência em não realizar devidos cuidados como o controle de pulgas,
carrapatos e verminoses.
O caso descrito foi um dos muitos vistos na clínica, é recorrente cães com suspeita de obstrução
intestinal, mais uma vez, pode ter menores índices, dependendo do desempenho dos proprietários,
tomando devido cuidados com lixo, brinquedos e outros objetos, além de não fornecerem ossos aos
animais.
Desse modo acrescentou significativamente o conhecimento, uma vez que é importante o bem estar
animal e a satisfação do proprietário.
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REFERÊNCIAS

REFERÊNCIA DE ARTIGOS CIENTÍFICOS:

- Com 1 autor:

Kästner SB. 2006. A2-agonists in sheep. VeterinaryAnaesthesiaand Analgesia.32(2):79-96.

- Com 2 autores:

Bouchenafa O, Livingston A. 1987. Autoradiographiclocalisationof alpha 2adrenoceptorbinding sites in


thespinalcordofthesheep. ResearchVeterinary Science. 42(3):382-386.

- Com mais de 3 autores:

CrivellentiLZ, Silveira MP, Silva AN. et al. 2014. Transrectalbladderprolapsesecondarytopelvicfracture in


twodogs. JournalofSmall Animal Practice.55(8):424-426.

RESUMOS PUBLICADOS EM ANAIS

Os critérios para a inserção dos autores seguem o mesmo padrão para artigos científicos, sendo
primeiramente o nome(s) do(s) autor(es), ano da publicação, título do trabalho, nome do evento, volume
(quando houver mais de um), cidade, país e página.

Exemplos:

CrivellentiLZ, Silva GEB, Borin-Crivellenti S. et al. 2015. Glomerulopathies in dogswitherlichiosis -


preliminaryresults. In. 40th World Small Animal VeterinaryAssociation – WSAVA. Bangkok, Tailândia, p.
76.

HonshoCS. 2013. Ocular effectsoftheretrobulbarblockwithdifferent local anesthetics in healthydogs. In


44th AnnualMeetingofthe American CollegeofVeterinaryOphthaomologists. Rio Grande, Puerto Rico.
16(6), p. 83.

LIVROS:

Os critérios para a inserção das referências de livros, seguem o mesmo padrão para artigos científicos,
sendo primeiramente o nome(s) do(s) autor(es) do capítulo, ano da publicação, título do capítulo,
autor(es) do livro, nome do livro, edição, cidade da editora, editora e páginas.

Exemplos:

CrivellentiLZ, Borin-Crivellenti S. 2015. Casos de Rotina em Medicina Veterinária de Pequenos Animais.


MedVetLtda, São Paulo, p. 840.
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CAPÍTULO DE LIVRO:

Exemplo:

CortopassiSRG, Mattos Junior E. 2014. Técnicas anestésicas utilizadas no exame ultrassonográgico. In:
Carvalho C.F. Ultrassonografia em pequenos animais. 2. ed. São Paulo: Roca. pp. 41-60.

DOCUMENTOS ELETRÔNICOS:

Deve-se informar a origem do documento (internet ou CD), com nome dos autores (quando houver,
seguindo os mesmo critérios para artigos científicos) ou o nome da instituição responsável, ano, título da
publicação, endereço eletrônico (internet) ou títulos dos anais com nome do evento, cidade e país da
realiação (CD) e data de acesso (internet).

Exemplos:

Costa. 2003. Neweroptions for chronicpain management. 1 p. Disponível em: http://www.vasg.org


[Acessado em 03/2015].

TESES/DISSERTAÇÕES

Mattos Junior E. 2008. Avaliação biespectral, cardiorrespiratória e hemogasométrica em cadelas


submetidas aovariosalpingohisterectomia, tratadas com acepromazina associada ou não a meperidina e
anestesiadas com halotano, isofluorano ou sevofluorano. 175f. São Paulo, SP. Dissertação (Mestrado
em Clínica Cirúrgica Veterinária) - Programa de Pós-graduação em Clínica Cirúrgica Veterinária,
Universidade de São Paulo.

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