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II Colóquio Técnico e Científico da

Medicina Veterinária do UniBH

Pires et al., Prhiscylla Sadanã, 2018-


Anais do II Colóquio Técnico e Científico da Medicina Veterinária do UniBH /
Prhiscylla Sadana Pires; Bruno Antunes Soares; Breno Mourão Sousa; Fabrizia Portes Cury Lima,
Camila Stefani Oliveira. – 2018.
271p. : il.

Editoração: Núcleo Docente Estruturante da Medicina Veterinária do UniBH


Anais – Centro Universitário de Belo Horizonte. Faculdade de Veterinária.

1. Ciência – Animal – Anais. 2. Clínica – Cirurgia – Anais.


3. Medicina Veterinária Preventiva – Anais. 4. Produção Animal – Nutrição – Anais.

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II Colóquio Técnico e Científico da
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Sumário
CLÍNICA E CIRURGIA

A IMPORTÂNCIA DE ANIMAIS TRANSGÊNICOS PARA O HOMEM ................................................................................... 13


A UTILIZAÇÃO DA OZONIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE FERIDA ABERTA: RELATO DE CASO ..................................... 14
ACHADOS MORFOFISIOLÓGICOS EM CÃES DIAGNOSTICADOS COM DISPLASIA RENAL ................................................ 15
ACUPONTOS CARDÍACOS USADOS PARA DISTÚRBIOS EMOCIONAIS ............................................................................. 16
ACUPUNTURA VETERINÁRIA EM CÃES ........................................................................................................................... 17
ALOE VERA NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDA CUTÂNEA ..................................................................................................... 18
ALTERAÇÕES ANATÔMICAS CAUSADAS POR OSTEOPATIA HIPERTRÓFICA EM CÃES .................................................... 19
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM CADELA SENIL COM PIOMETRA ........................................................................................... 20
ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS EM RUMINANTES INTOXICADOS POR CESTRUM AXILLARE......................................... 21
AMPUTAÇÃO DE DÍGITO: REALATO DE CASO ................................................................................................................. 22
ANÁLISE DE MASTOCITOMAS CANINOS SOB DIFERENTES CLASSIFICAÇÕES .................................................................. 23
ANÁLISE DESCRITIVA DA LITERATURA DISPONÍVEL SOBRE A TRANSMISSÃO, PREVENÇÃO, CONTROLE E TRATAMENTO
DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC) ................................................................................................................... 24
ANÁLISE QUANTITATIVA DE FÊMEAS PARA DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE MAMA ....................................................... 25
ANATOMIA COMPARADA DAS ARCADAS DENTÁRIAS DE SERPENTES............................................................................ 26
ATRESIA ANAL EM BEZERRA GIR: RELATO DE CASO ....................................................................................................... 27
BEM ESTAR E ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA GATOS DOMÉSTICOS ................................................................... 28
BENEFÍCIOS DO BLOQUEIO LOCORREGIONAL NO CONTROLE DA DOR .......................................................................... 29
CARACTERÍSTICAS DO TUBARÃO BRANCO: MIGRAÇÃO E CONSERVAÇÃO .................................................................... 30
CARCINOMA EM TUMOR MISTO EM CADELA ................................................................................................................ 31
CINÉTICA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA PÓS OPERATÓRIA EM CINCO PACIENTES COM PERSISTÊNCIA DO DUCTO
ARTERIOSO ...................................................................................................................................................................... 32
COLIBACILOSE NEONATAL EM BEZERROS....................................................................................................................... 33
CORRELAÇÃO ENTRE A INGESTÃO DE ÁGUA E O DESENVOLVIMENTO DE DISTÚRBIOS HÍDRICOS NO FELINO
DOMÉSTICO .................................................................................................................................................................... 35
CRIOPRESERVAÇÃO DE SÊMEN EQUINO: REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 36
DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL DE TAURINA EM TAMANDUÁ-MIRIM (T. TETRADACTYLA) ................................................ 37
DESLOCAMENTO DE ABOMASO A ESQUERDA EM VACA GIROLANDO .......................................................................... 39
DIABETES MELLITUS EM CÃES......................................................................................................................................... 40
DIAGNÓSTICO DE HISTOPLASMOSE EM FELINOS ........................................................................................................... 41
DIAGNÓSTICO DE MASTITE EM CABRAS POR CULTIVO BACTERIOLÓGICO .................................................................... 42
DIETAS LIVRES DE GRÃOS PARA CÃES E GATOS .............................................................................................................. 43

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EFUSÃO PLEURAL EM FELINOS – RELATO DE CASO ........................................................................................................ 44


ELETROQUIMIOTERAPIA NO TRATAMENTO DO CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS .............................................. 45
ENDOMETRITE EM ÉGUA PÓS TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO COM HOLDING CONTAMINADO ................................... 46
ENDOMETRITE EM ÉGUAS: REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................... 47
EQUOTERAPIA ................................................................................................................................................................. 48
ESPOROTRICOSE FELINA: RELATO DE CASO NO HOSPITAL VETERINARIO DO UNIBH .................................................... 49
ÉTICA NA CLONAGEM ANIMAL ....................................................................................................................................... 50
EXPRESSÃO DE COX-2 EM NEOPLASIAS DE PEQUENOS ANIMAIS .................................................................................. 51
FEBRE DO NILO EM EQUINOS ......................................................................................................................................... 52
HIPERPLASIA INTERDIGITAL EM BOVINOS ...................................................................................................................... 53
HIPERTENSÃO PULMONAR EM CÃES .............................................................................................................................. 54
HIPOPARATIREOIDISMO EM CÃO: REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 55
INSULINOMA EM CADELA: RELATO DE CASO ................................................................................................................. 56
INTOXICAÇÃO DE CÃES PELA TEOBROMINA PRESENTE EM PRODUTOS DERIVADOS DO CACAU .................................. 57
INTOXICAÇÃO POR BRIMONIDINA - RELATO DE CASO ................................................................................................... 58
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA .................................................................................................................................. 59
MÁ OCLUSÃO DENTÁRIA EM LAGOMORFOS – RELATO DE CASO .................................................................................. 60
MASTITE BOVINA – REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................................ 61
MECANISMO DA ACIDOSE D-LÁCTICA EM BOVINOS ...................................................................................................... 62
MONITORAÇÃO TRANSANESTÉSICA POR PRESSÃO INVASIVA: MÉTODOS DE AFERIÇÃO .............................................. 63
O USO DA HIDROTERAPIA NA MEDICINA VETERINÁRIA ................................................................................................. 64
OCORRÊNCIA DE CISTITE IDIOPÁTICA FELINA - RELATO DE CASO .................................................................................. 65
OCORRÊNCIA E TRATAMENTO DA DEGENERAÇÃO MIXOMATOSA EM CÃES................................................................. 66
OCORRÊNCIA DE ESTRONGILÍDEOS EM BOVINOS DE LEITE EM FAZENDA MINEIRA ...................................................... 67
OFTALMOPATIAS ASSOCIADAS À LEiSHMANIOSE CANINA............................................................................................. 68
PATOGENIA DA TOXEMIA DA PRENHEZ EM PEQUENOS RUMINANTES ......................................................................... 69
PERITONITE INFECCIOSA FELINA (PIF) – REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 70
PIOTÓRAX EM FELINOS ................................................................................................................................................... 71
PLASTINOSOMOSE EM FELINOS ..................................................................................................................................... 72
PNEUMONIA EM BEZERROS SECUNDÁRIA A DIARREIA E TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA. .......................................... 73
POLIARTRITE SÉPTICA EM BEZERRO GIR DECORRENTE DE ONFALOFLEBITE .................................................................. 74
PREVALÊNCIA DE LEISHMANIOSE CANINA EM MINAS GERIAS....................................................................................... 75
PRINCIPAIS CUIDADOS COM BEZERROS NAS PRIMEIRAS 24 HORAS DE VIDA.................................................................. 2
PROTOTIPAGEM DE UM COMEDOURO AUTOMÁTICO SUSTENTÁVEL PARA CãES .......................................................... 3
QUANTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE OÓCITOS RECUPERADOS ATRAVÉS DA PUNÇÃO FOLICULAR EM DOADORAS DA
RAÇA SENEPOL .................................................................................................................................................................. 2
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RELAÇÃO DO IFN- T COM TAXA DE PRENHEZ EM EMBRIÕES CRIOPRESERVADOS E FRESCOS ........................................ 3


RELAÇÃO ENTRE OVÁRIOS POLICÍSTICOS E TUMOR MAMÁRIO EM CADELA: RELATO DE CASO ..................................... 4
RELATO DE CASO – AMPUTAÇÃO DE MEMBRO POSTERIOR EM CÃO .............................................................................. 5
RELATO DE CASO - DESLOCAMENTO DE ABOMASO A ESQUERDA EM TOURO HOLANDES ............................................. 6
RELATO DE CASO – INSUFICIÊNCIA RENAL EM CÃO POSITIVO PARA LEISHMANIOSE ...................................................... 7
RELATO DE CASO - LIPOSSARCOMA MIXÓIDE EM FELINO ............................................................................................... 8
RELATO DE CASO – PAPILOMATOSE BOVINA ................................................................................................................... 9
RELATO DE CASO – PSEUDO-HERMAFRODITISMO MACHO EM SUÍNO ......................................................................... 10
RELATO DE CASO – UROLITíASE E NEFROLITíASE EM CÃO DA RAÇA PASTOR ALEMÃO ................................................. 11
RELATO DE CASO: CARCINOMA MAMÁRIO EM CÃO MACHO ........................................................................................ 12
RELATO DE CASO: COLHEITA E CONGELAMENTO DE SÊMEN DA CAUDA DO EPIDÍDIMO EQUINO ............................... 13
RELATO DE CASO: DISTOCIA EM ELEFANTA DO ZOOLÓGICO DE BELO HORIZONTE - MG ............................................. 14
RELATO DE CASO: HIPERPLASIA PROSTÁTICA EM CÃO .................................................................................................. 15
RELATO DE CASO: HIPOPLASIA TESTICULAR EM CÃO ..................................................................................................... 16
RELATO DE CASO: LAMINITE EM EQUINO DE TRAÇÃO ................................................................................................... 17
RELATO DE CASO: RETICULOPERICARDITE TRAUMÁTICA EM VACA LEITEIRA................................................................ 18
RELATO DE CASO: TRATAMENTO DE TVT EM UMA CADELA DE RUA ............................................................................. 19
RELATO DE CASO SOBRE A MUSICOTERAPIA NA INTERNAÇÃO DE PEQUENOS ANIMAIS .............................................. 20
RELATO DE CASO-TRISTEZA PARASITARIA BOVINA ........................................................................................................ 21
RETENÇÃO DE PLACENTA ASSOCIADA A HIPOCALCEMIA EM BOVINOS......................................................................... 22
RUPTURA DE LIGAMENTO CRUZADO CRANIAL EM CÃES ............................................................................................... 23
RUPTURA PARCIAL DO TENDÃO TERCEIRO FIBULAR EM CAVALO DE SALTO: RELATO DE CASO ................................... 24
SALMONELLA DUBLIN E S. TYPHIMURIUM EM BOVINOS ............................................................................................... 25
SARCOMA DE APLICAÇÃO EM FELINOS (SAF) ................................................................................................................. 26
SÉRIE HISTÓRICA DA RAIVA FELINA E CANINA NO BRASIL DE 1999 A 2017 ................................................................... 27
SINAIS CLÍNICOS DA SINDROME VESTIBULAR PERIFÉRICA EM CÃES .............................................................................. 28
SINAIS CLÍNICOS E TRATAMENTO DA LAMINITE EM BOVINOS ...................................................................................... 29
SÍNDROME RESPIRATÓRIA EM CÃES BRAQUICEFÁLICOS: REVISÃO DE LITERATURA ..................................................... 30
SNACK FUNCIONAL PARA FELINOS DOMÉSTICOS........................................................................................................... 31
TÉCNICA DE FACOEMULSIFICAÇÃO NO TRATAMENTO DE CATARATA EM CÃES ........................................................... 32
TOXOPLASMOSE EM CÃES: RELATO DE CASO ................................................................................................................ 33
TRATAMENTO CIRÚRGICO DA AEROFAGIA EM EQUINOS .............................................................................................. 34
TRIPANOSSOMÍASE BOVINA: RELATO DE CASO ............................................................................................................. 35
TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL (TVT) – ATUAÇÃO DO SULFATO DE VINCRISTINA................................................... 37
TUMORES FACIAIS E MAMÁRIOS: RELATO DE CASO ...................................................................................................... 39
USO TERAPÊUTICO DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA DOR EM CÃES ................................................................. 41
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UTILIZAÇÃO E EFEITOS DA CLORAÇÃO NA ÁGUA DE DESSEDENTAÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS .................................. 42


UVEÍTES EM CÃES E GATOS............................................................................................................................................. 43

INSPEÇÃO E TECNOLOGIA DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL


CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUIMICA DO QUEIJO MINAS FRESCAL COMERCIALIZADO EM FEIRAS NA REGIÃO DE BELO
HORIZONTE ..................................................................................................................................................................... 46
CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA DO QUEIJO MINAS FRESCAL COMERCIALIZADO EM FEIRAS NA REGIÃO DE BELO
HORIZONTE ..................................................................................................................................................................... 47

MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA


A IMPORTÂNCIA DO MÉDICO VETERINÁRIO NA IMUNOPROFILAXIA EM CÃES E GATOS .............................................. 51
A IMPORTÂNCIA DO MÉDICO VETERINÁRIO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE HUMANA...................................................... 52
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO DIAGNÓSTICO DA LVC EM UM HOSPITAL VETERINÁRIO ESCOLA DE BELO HORIZONTE,
MINAS GERAIS ................................................................................................................................................................. 53
ANAPLASMOSE BOVINA ASPECTOS CLÍNCOS EPIDEMIOLÓGICOS E PROFILÁTICOS....................................................... 55
AUTO-HEMOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PAPILOMATOSE CANINA ......................................................................... 56
BOTULISMO EM CÃES: UMA BREVE REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 57
CÃO SOROPOSITIVO PARA LEPTOSPIRA PYROGENES ..................................................................................................... 58
CÉLULAS-TRONCO NO TRATAMENTO CONTRA CINOMOSE CANINA ............................................................................. 60
CIRCOVÍRUS SUÍNO E SEUS DIFERENTES GENÓTIPOS..................................................................................................... 61
CLAUDICAÇÃO EM FÊMEA SUÍNA COM “CASCO- DE- BURRO” (CASCO FUNDIDO) ........................................................ 62
CLOSTRIDIUM CHAUVOEI: PAPEL DAS TOXINAS NO CARBÚNCULO SINTOMÁTICO....................................................... 65
DERMATOFITOSE EM BOVINOS ...................................................................................................................................... 66
DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA ....................................................................... 67
DIAGNÓSTICOS MICROBIOLÓGICO E MOLECULAR DE RHODOCOCCUS EQUI ................................................................ 68
DISTRIBUIÇÃO DA DIARREIA VIRAL BOVINA NO REBANHO BRASILEIRO ENTRE 2009 A 2014 ....................................... 69
ESPOROTRICOSE EM FELINO: RELATO DE CASO ............................................................................................................... 2
ESPOROTRICOSE EM MÉDICO VETERINÁRIO – RELATO DE CASO .................................................................................... 2
ESTOMATITE VESICULAR ................................................................................................................................................... 4
ETIOPATOGÊNESE DA MENINGOENCEFALITE NECROSANTE EM BOVINOS ..................................................................... 7
FATORES QUE INFLUENCIAM NA EFICIÊNCIA DA COLOSTRAGEM DE BOVINOS NEONATOS ........................................... 9
FOTOSSENSIBILIZAÇÃO EM BOVINOS CAUSADO PELO PITHOMYCES CHARTARUM ...................................................... 10
HÉRNIA UMBILICAL EM LEITÕES ..................................................................................................................................... 11
IMPACTO SOBRE O USO DE ANTIMICROBIANO NA PRODUÇÃO ANIMAL ...................................................................... 12
IMPORTÂNCIA DA CRIPTOSPORIDIOSE COMO CAUSA DE DIARREIA EM BEZERROS ...................................................... 14
INCIDÊNCIA DE BRUCELLA ABORTUS EM MINAS GERAIS (2013-2017)........................................................................... 16
INTOXICAÇÃO DE BOVINOS POR INGESTÃO DE SORGO ................................................................................................... 2
MELHORAMENTO GENETICO SUINO – REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 4
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MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO PARA PARVOVIROSE CANINA – REVISÃO DE LITERATURA................................................. 5


MÉTODOS DIAGNÓSTICOS DE CARCINOMA INFLAMATÓRIO MAMÁRIO CANINO .......................................................... 7
NOVOS CASOS DE PESTE SUÍNA CLÁSSICA REGISTRADOS NO BRASIL EM 2018............................................................... 2
O MEL E O RISCO DE BOTULISMO INFANTIL ..................................................................................................................... 3
OCORRÊNCIA DE SINDACTILIA EM LEITÕES- RELATO DE CASO ........................................................................................ 4
OTITE PARASITARIA EM BOVINOS .................................................................................................................................... 6
PREJUÍZOS CAUSADOS PELAS ONFALOPATIAS ................................................................................................................. 7
SURTO DE PESTE SUINA AFRICANA NA EUROPA, ÁSIA E ÁFRICA EM 2018 ...................................................................... 8
TÉCNICAS ALTERNATIVAS PARA PROPORCIONAR BEM-ESTAR NA SUINOCULTURA ...................................................... 10
TRIPANOSSOMIASE NO ESTADO DE MINAS GERAIS ....................................................................................................... 11
USO DE ESTERQUEIRAS PARA GESTÃO DE RESÍDUOS E INCREMENTO DE RENDA ........................................................... 3
UTILIZAÇÃO DA ACUPUNTURA NO PERÍODO PRÉ ANESTÉSICO ....................................................................................... 5
UTILIZAÇÃO DA ULTRASSONOGRAFIA PARA DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO EM SUÍNOS ................................................. 6
VACAS MESTIÇAS E O USO DE OCITOCINA EXÓGENA....................................................................................................... 7
WESTERN BLOTING NO DIAGNÓSTICO DE MORMO......................................................................................................... 8
ZOOTECNIA E PRODUÇÃO ANIMAL
ANÁLISE DAS FEZES DE ANIMAIS CONFINADOS PARA A PRODUÇÃO DE BIOGÁS ............................................................ 4
ASPECTOS RELEVANTES DA IMUNONUTRIÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÕES AVÍCOLAS ............................................. 5
ATUALIZAÇÕES SOBRE AS EXIGÊNCIAS DE FÓSFORO PARA BOVINOS DE CORTE ............................................................ 2
DEFICIÊNCIA DE COBALTO E SUAS CONSEQUÊNCIAS EM BOVINOS ................................................................................. 3
DIETAS DE EXCLUSIVO CONCENTRADO NA TERMINAÇÃO DE BOVINOS .......................................................................... 2
DISCUSSÃO DO MANEJO CORRETO DE VACAS EM GESTAÇÃO GEMELAR ........................................................................ 2
EFEITO DA INTERAÇÃO HOMEM-ANIMAL SOBRE O BEM-ESTAR DE VACAS LEITEIRAS.................................................... 2
EFEITO DO SUCEDÂNEO NO GANHO DE PESO E NA INGESTÃO DE SÓLIDOS EM BEZERROS ........................................... 1
ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA EQUINOS QUE APRESENTAM AEROFAGIA .......................................................... 2
ESCORE CORPORAL E SUA INFLUÊNCIA NA TAXA DE FERTILIZAÇÃO ................................................................................ 1
GRÃO SECO DE DESTILARIA COM SOLÚVEIS NA NUTRIÇÃO DE BOVINOS DE CORTE ...................................................... 1
IMPACTO ECONÔMICO DA MASTITE EM UMA PROPRIEDADE RURAL ............................................................................. 3
IMPACTO ECONÔMICO DA MASTITE NA PRODUÇÃO DE LEITE E DERIVADOS ................................................................. 5
IMPORTÂNCIA DA COMPACTAÇÃO NO PROCESSO DE ENSILAGEM ................................................................................. 2
IMPORTÂNCIA DO MANEJO PARA A QUALIDADE DA CARNE DE FRANGO ....................................................................... 3
IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE LUZ PARA AVES POEDEIRAS ...................................................................................... 2
INCLUSÃO DE SUBPRODUTO SUSTENTÁVEL NA RAÇÃO DE GALINHAS POEDEIRAS ........................................................ 3
ÍNDICES ZOOTÉCNICOS PARA AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DOS BUBALINOS ........................................... 2
INFLUÊNCIA DA DEFICIÊNCIA ENERGÉTICA SOB A REPRODUÇÃO DE FÊMEAS BOVINAS ................................................. 2

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INTERFERÊNCIA DAS BOAS PRÁTICAS NA PRODUÇÃO DE SILAGEM DE MILHO ............................................................... 3


MANEJO NUTRICIONAL EM VACAS LACTANTES ............................................................................................................... 2
MANEJO SANITÁRIO E QUALIDADE DO LEITE ................................................................................................................... 2
MAS AFINAL, O QUE É LEITE PRODUZIDO POR VACAS A2A2? .......................................................................................... 2
MEDIDA TORÁCICA COM FITA MÉTRICA PARA OBTENÇÃO DE PESO VIVO ...................................................................... 2
MITIGAÇÃO DE METANO COM IONÓFOROS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS ............................................... 2
O PAPEL DA DIETA ANIÔNICA NA MOBILIZAÇÃO DE CÁLCIO NO PERIODO DE TRANSIÇÃO ............................................ 3
OS BENEFICIOS DA CAL MICROPROCESSADA PARA HIDRÓLISE NA CANA-DE-AÇÚCAR UTILIZADA NA ALIMENTAÇÃO DE
BOVINOS ........................................................................................................................................................................... 2
REFLEXO DE EJEÇÃO DO LEITE .......................................................................................................................................... 2
REUTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA CAMA DE FRANGO ........................................................................ 3
SUPLEMENTAÇÃO A BASE DE VIRGINIAMICINA PARA GADO DE CORTE .......................................................................... 5
UREIA COMO FONTE DE PROTEÍNA PARA RUMINANTES ................................................................................................. 2
USO DE RADIOFREQUÊNCIA DE BAIXO CUSTO NO MANEJO DE BOVINOS EM PROPRIEDADES DE PEQUENO PORTE .... 1

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Clínica e Cirurgia

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A IMPORTÂNCIA DE ANIMAIS TRANSGÊNICOS PARA O HOMEM


Amanda Oliveira Godinho1*, Estefany Gabrielly Lima Mendes¹, Layza Marciano Cangussu¹,
Deivisson Junior Fernandes dos Santos¹, Rebeca Pimentel de Oliveira Silva¹,
Fernanda Freire Campos Nunes3 , Alessandro Moreira Procópio3.
1
Graduanda em medicina veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
³ Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO adição no mundo (Pesquero et al., 2013). Contudo, segundo


Os animais transgênicos (geneticamente modificado) são Ayres et al. (2009) apesar das inúmeras aplicações da
aqueles que possuem DNA recombinante exógeno transgenia em modelos animais, um grande fator limitante
introduzidos em seu genoma por intervenção humana .O da técnica é sua baixa eficiência.
principal método para introdução do DNA exógeno é a
microinjeção. Nesse método são coletado óvulos de animais
―superovulados ― e fertilizados in vitro. Utiliza-se uma
micropipeta de vidro para mobilizar o óvulo fertilizado para
que uma outra micropipeta extremamente -fina possa injetar
uma pequena quantidade de solução que tem o material
genético DNA exógeno (transgene) no pronúcleo masculino.
Então esse óvulo é introduzido cirurgicamente na tuba
uterina da fêmea. (REDVET - Revista electrónica de
Veterinária - ISSN 1695-7504 2017 Volumen 18 Nº 9). Os
benefícios que os animais transgênicos trazem para o bem
estar humano são vastos, pois, podem proporcionar
produção de fármacos como como insulina, hormônio de
crescimento e fatores de coagulação para tratamento de
doenças genéticas hereditárias como a hemofilia por
exemplo( Lygia da Veiga). Além disso os trangênicos podem
gerar lucro tanto em áreas relacionadas a agricultura como
em indústrias , pois a transgenia permite a criação de vacas
para que possam produzir mais leite ou leite com menos
lactose ou colesterol, porcos e gados com mais quantidade Fonte: Pesquero et al. (2002). Figura 1. Técnica de Microinjeção. Legenda:
Micromanipulador acoplado ao microscópio invertido utilizado na microinjeção
de carne e ovelhas com mais lã, além de animais mais de embriões (em cima à esquerda). Detalhe das agulhas de sucção e injeção
resistentes a determinadas doenças. Já no setor industrial do sistema de micromanipulação (em cima à direita). Fotografia de um oviduto
existe a possibilidade da criação de cabra transgênica que retirado de uma fêmea doadora contendo massa de embriões no momento da
produz em seu leite uma proteína da teia de aranha (Lygia coleta (embaixo à esquerda, aumento de 20X). Microinjeção do DNA em um
embrião contendo os prónucleos (embaixo à direita, aumento de 400X).
da Veiga). A purificação de polímeros presentes nos leites
permite a criação de um material leve e flexível com enorme CONCLUSÕES
resistência que pode ser usado em coletes a prova de balas O uso de animais transgênicos tem promovido avanços na
para militares e fio de sutura para médicos (Lygia da Veiga). saúde pública como por exemplo produção de hormônios e
MATERIAIS E MÉTODOS fatores de coagulação que podem ser obtidos a parti do leite
Esse trabalho foi baseado em artigos científicos publicados de animais . Também podem promover lucro ao agricultor
no Scielo Cienc. Cult. vol.60 no. 2 São Paulo 2008, CIB e como por exemplo uma vaca transgênica produzir mais leite
na revistas veterinária eletrônica redvet 2017 Volumen 18 ou leite sem lactose ou colesterol. Existe a possibilidade
Nº 9. microinjeção desses animais geneticamente modificados serem mais
REVISÃO DE LITERATURA resistentes a alguma doença, o que proporciona menos
A microinjeção é o principal método para produzir animais gastos com medicamentos, vacinas e honorário veterinário.
geneticamente modificados. Segundo Abdelhay (2002), essa Porém é preciso respeitar o código de ética ao realizar
técnica consiste na introdução da solução de DNA experimentos com esses animais, para que não haja
diretamente no pronúcleo de um oócito recém- fecundado . crueldade ou sofrimento . É preciso também que o governo
O DNA exógeno vai se integrar ao genoma e assim animais financie e incentive as pesquisas para que possamos evoluir
trânsgênicos serão produzidos . Apenas uma pequena cada vez mais na medicina humana e veterinária pois sem
porcentagem dos animais nascidos é transgênica ( carrega ele a capacidade de fazer ciência ficará limitada .
o gene adicionado de uma geração para outra ) e apenas
alguns deles expressa o gene adicionado que possa ser BIBLIOGRAFIAS
detectável. De acordo com Pesquero et al. (2013), a taxa de 1. REDVET - Revista electrónica de Veterinaria - ISSN 1695-7504 2017
Volumen 18 Nº 9:
integração do DNA no genoma embrionário é baixa, cerca http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n090917/091711.pdf
de 1% a 4% , ou seja, apenas alguns animais nascidos 2. ANIMAIS TRANSGÊNICOS – NOVA FRONTEIRA DO SABER:
carregarão o transgene integrado em seus cromossomos. Lygia da Veiga Pereira
Ainda, neste contexto, Oliveira & Balderramas (2013), citam http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v60n2/a17v60n2.pdf
3. A importância da biotecnologia na área animal:
que somente 5% dos óvulos manipulados dão origem a um Vasco Azevedo
―novo‖ indivíduo. Para identificar quais são os espécimes https://cib.org.br/estudos-e-artigos/a-importancia-da-biotecnologia-na-area-
transgênicos, utiliza-se uma técnica denominada animal/
4. Animais Transgênicos: Conceito, Metodologias e Aplicações: Cienc. Cult.
genotipagem, por meio da qual se identifica a presença do vol.60 no.2 São Paulo 2008. Lygia da Veiga Pereira
transgene no genoma de todos os animais nascidos. A http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-
microinjeção pronuclear, dentre todos os procedimentos, é o 67252008000200017
mais utilizado e, há mais de duas décadas é realizado na
grande maioria dos centros produtores de transgênicos por
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A UTILIZAÇÃO DA OZONIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE FERIDA ABERTA: RELATO DE CASO


1 1 1
Letícia Pedrosa Blazute , Bruna Braun Pedrosa Leal1, Daísa Santana Melo , Danielle Maria Fink Salgado ,
1 1 1
Deivisson Junio Fernandes dos Santos , Lais Barbosa Figueiredo , Laura Araújo Fortes Ribeiro , Nathália
1 2 3
Martins Vieira de Souza , Thamiris Raffaela Caldeira de Andrade , Roberta Renzo .
1Graduando em Medicina Veterinária-UniBH- Belo Horizonte/MG-Brasil
2Graduada em Medicina Veterinária- Una- Bom despacho/ MG- Brasil
3Professora do Departamento de Medicina Veterinária-UniBH- Belo Horizonte-MG-Brasil

INTRODUÇÃO
Presente na estratosfera, o gás de ozônio tem sido avaliado
e utilizado com fins medicinais. Este gás possui um grande Figura 1: a) imagem da ferida 60 dias após o incidente
poder oxidante, além de propriedades bactericidas, (14/05/2018); b) imagem da ferida registrada logo após a
fungicidas e viricidas. O ozônio pode ser utilizado no última sessão de ozonioterapia; c) imagem da ferida em
tratamento de diversas patologias, como doenças arteriais, 30/10/2018.
úlceras e lesões de pele, imunodeficiências, hepatites,
terapia de suporte em pacientes com câncer, inflamações e
tratamentos dentários. Entretanto, a ozonioterapia não deve
ser empregada como tratamento principal, e sim como uma
terapia complementar.
O presente trabalho apresenta um relato de caso de
tratamento de ferida dermatológica em jarrete de um equino,
domiciliado no município de Cláudio, estado de MG.

RELATO DE CASO E DISCUSSÃO


Uma égua da raça Quarto de Milha, puro sangue, jovem, foi
atendida no município de Cláudio (MG), no dia 14/03/2018.
De acordo com o proprietário, o animal havia se ferido em
um arame liso que cercava a propriedade. Iniciou-se
tratamento convencional com pomadas antimicrobianas com CONCLUSÕES
princípios ativos de clorexidina, (entre diversas indicações A ozonioterapia teve extrema importância na cicatrização,
inclui-se a assepsia de feridas, cortes, escoriações, promovendo uma aceleração no processo. Se outras
abscessos, fístulas e ulcerações de decúbito), associados sessões tivessem sido continuadas ao tratamento,
ao uso de bandagens, com intuído de prevenir possivelmente o animal já estaria com o ferimento fechado.
contaminação bacteriana e garantir um ambiente adequado
para o processo cicatricial. BIBLIOGRAFIAS
Após 60 dias de tratamento convencional (Figura 1a), não 1. SCHARTZ, A; KONTORSCHIKOVA, C.N.; MALESNIKOV, O.V.;
se obteve adequada cicatrização da ferida, optando-se pelo SÁNCHEZ, G. M.; RE, L.; GRIBKOVA, I. A. GUÍA PARA EL USO MEDICO DE
OZONO- FUNDAMENTOS TERAPÊUTICOS E INDICACIONES. 1 ed,
tratamento à base de ozonioterapia. Para isso, foi indicado o Madrid: Artes Gráficas, 2011
total de 10 sessões semanais. 2. PENIDO, B.R., LIMA, C.A.; e FERREIRA, L. F. L. APLICAÇÕES
Na aplicação do ozônio utilizou-se dois métodos: tratamento DA OZONIOTERAPIA NA CLINICA VETERINÁRIA. PUBVET, Londrina, V. 4,
N. 40, Ed 145, Art. 978, 2010.
tópico (conhecido como bagging) e insuflação retal. O 3. FREITAS, A.I.A. EFICIÊNCIA DA OZONIOTERAPIA COMO
primeiro consiste em um sistema fechado, limitando a área PROTOCOLO DE TRATAMENTO ALTERNATIVO DAS DIVERSAS
de atuação do gás, evitando que ele se dissipe no ambiente, ENFERMIDADES DA MEDICINA VETERINÁRIA (REVISÃO DE
já o segundo concede uma maior praticidade na aplicação, LITERATURA). PUBVET, Londrina, V. 5, N.30. Ed. 177, Art. 1194, 2011.
4. MORETTE, D.A.
sem necessidade de materiais específicos ou contenção
enérgica nos animais, promovendo uma absorção mais
rápida e maior conforto ao paciente. O oxigênio-ozônio,
neste processo é absorvido diretamente pela mucosa
intestinal, contiguamente após a sua aplicação.
Pode-se observar que após cada sessão de ozonioterapia,
houve uma melhora nítida do ferimento. Após a última
sessão do tratamento, realizada no dia 23/08/2018 (Figura
1b), todo o ferimento já se encontrava revestido e alinhado PRINCIPAIS APLICAÇÕES
por fibras colágenas. Foi indicado pela veterinária TERAPEUTICAS DA
responsável, após a última visita, sessões adicionais ao OZONIOTERAPIA. Botucatu: [s.n], 2011
tratamento, porém não se deu continuidade por decisão do
proprietário. APOIO:
Em um registro mais recente de 30/10/2018, observa-se o
ferimento em um ótimo estado de cicatrização (Figura 1c).
Após o tratamento de 10 sessões de ozonioterapia, o animal
foi sendo submetido ao uso tópico de pomada
antimicrobiana, sendo assim foram encerrados todos os
métodos da utilização de ozônio.

14
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH

ACHADOS MORFOFISIOLÓGICOS EM CÃES DIAGNOSTICADOS COM DISPLASIA RENAL


Veronica del Carmen Landaeta do Rosário1*, Jacqueline Macedo Guerra¹, Júlio César Cambraia Veado2, Karen Maria de Almeida¹, Letícia
Horrayne Oliveira Lopes1, Mariane Regina Soares Costa1, Matheus Henrique dos Santos Moreira¹, Retty Abdalla de Freitas1, Talita
Cristine Rabelo1, Breno Mourão de Sousa3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte - MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Nefrologia Veterinária – UFMG – Belo Horizonte -MG - Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte - MG – Brasil

INTRODUÇÃO
A displasia renal (DR) é uma doença que afeta o
parênquima renal, podendo se manifestar de forma
adquirida, congênita ou hereditária, causando insuficiência
renal em cães jovens. Qualquer agente agressor, incluindo
vírus, pode interferir no desenvolvimento embrionário do
néfron provocando esta doença. As raças mais acometidas
são Shih-tzu, Ilhasa Apso e Yorkshire, mas estudos
demonstram que esta enfermidade pode ocorrer em todas
as raças, tanto em machos quanto em fêmeas. Alguns dos
achados que foram encontrados, em diferentes relatos de
casos e artigos experimentais, são a presença de rins
pequenos, disformes, pálidos, e parênquima com
hiperecogenicidade devido modificações celulares. As Tabela 1 - Achados morfofisiológicos em cães com displasia
alterações encontradas são cruciais para o diagnóstico renal
7
preciso da Displasia Renal . Dada à relevância da DR na Um paciente com DR pode surgir por causa de má-formação
saúde dos pacientes caninos, este trabalho tem como congênita hereditária ou adquirida, provocando a destruição
objetivo realizar uma revisão bibliográfica abordando os ou morte dos néfrons e gerando danos nos rins . Desta
2
aspectos morfofisiológicos dos rins acometidos. forma, os néfrons destruídos não se recuperam,
MATERIAIS E MÉTODOS ocasionando sinais clínicos como polidipsia, poliúria, vômitos
4
Para a realização desta revisão bibliográfica, se utilizaram entre outros relacionados a alterações das funções renais .
as seguintes bases de dados: PubMed, Scientific Eletronic As alterações fisiológicas da DR encontradas pelos autores
Library Online (SCIELO) e Bibliotecas virtuais. Dessa forma citados na Tabela 1, apresentaram-se quando grande parte
se procuraram artigos científicos por meio de palavras dos constituintes primordiais da função renal se encontraram
chaves e descritores, referindo-se a: ―Nefrologia‖, ―Pequenos em estado defeituoso ou até mesmo afuncionais, devido as
animais‖, ―Rim‖, ―Anatomia‖ e ―Histologia‖. Os artigos foram alterações teciduais. Além disso, por meio de exames
selecionados de acordo com o tema deste trabalho. radiográficos pode ser observado a presença de
RESULTADOS E DISCUSSÃO osteoporose. Isto se deve ao aumento do fósforo circulante
A Displasia Renal (DR) caracteriza-se pela presença de que evita que o fígado modifique a vitamina D, provocando a
1
substâncias nefrotóxicas nos rins, o que torna esses órgãos diminuição da absorção do cálcio pelos rins . A identificação
3
desfavoráveis para as etapas de crescimento do animal . A dessas alterações em determinadas raças permite a adoção
forma mais extrema dessa afecção é chamada de rim das medidas de Renoproteção que inclui a prevenção,
multicístico. Nesta classificação, grande parte do tecido proteção e o controle da doença renal instalada.
renal é substituída por cistos e tecido fibroso, sendo indicada CONSIDERAÇÕES FINAIS
5
a nefrectomia do rim anormal . A DR é identificada Os aspectos morfofisiológicos pautados neste trabalho
principalmente com alterações na imagem ultrassonográfica contribuem claramente na identificação e no entendimento
do rim, que revela diminuição ou perda da definição das do diagnóstico da DR, o qual é extremamente importante
regiões cortical e medular de cães muito jovens. Não devido ao caráter hereditário da doença, e desta forma evita-
obstante, o rim com DR possui alteração no tamanho como se a utilização destes animais para a reprodução. Por outra
se mostrado na Figura 1. parte, pode-se incluir como tratamento conservador a ração
Figura 1: Rins com características morfofisiológicas de cães renal ou uma dieta de poucas proteínas e fósforo, e fluidos
com displasia renal. intravenosos para minimizar os teores de toxinas
metabolizadas nos rins.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AMSTUTZ H E. Manual Merck de Veterinária. 8º ed. São Paulo:
Editora Roca, 2001.
2. BABICSAK VR et al. Contribuição da ultrassonografia para o
diagnóstico da displasia renal em cães. Veterinária e Zootecnia. 2012
19(2): 181-185.
3. BIRCHARD JS Manual Saunders – Clínica de Pequenos
Animais: 2º ed. São Paulo: Rocca, 2003.
4. CORSI V, Doença renal crônica em pequenos animais
Fonte: GUIMARÃES et al. (2014) [Trabalho Monográfico de pós-graduação]. Campinas: Clínica médica de
Os estudos conduzidos pelos autores descritos na Tabela 1, Pequenos Animais da UCB; 2007
5. CUNHA A.S. et. al., displasia renal: revisão clínico-patológica,
relataram que na DR ocorre redução do tamanho do rim, ACTA Médica Portuguesa 1992: 5:274-278
perceptível no diagnóstico por imagem (ultrassom). Essa 6. GUIMARÃES L.L.B., et. al., Achados patológicos em caninos
alteração macroscópica está relacionada com as diversas com displasia renal no Sul do Brasil, 2014: 34(12):1227-1230
mudanças histológicas que ocorrem no parênquima renal. 7. PICUT CA, Lewis RM. Microscopic Features of Canine Renal
Dysplasia. Department of Veterinary Pathology, New York State College of
Veterinary Medicine. 1987;(24):156-163. 7.

15
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH

ACUPONTOS CARDÍACOS USADOS PARA DISTÚRBIOS EMOCIONAIS


Gabriel Rodrigues Franco da Cruz¹, Iara Colen Karmaluk¹,
Leonardo Dothling Gonçalves¹, Fabrizia Portes Cury Lima 2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasi
l
INTRODUÇÃO

A acupuntura é uma técnica oriunda da medicina tradicional


chinesa que visa ao restabelecimento de estados funcionais
alterados até o reequilíbrio da homeostase, pela influência
sobre determinados processos fisiológicos (Kimura e Hara,
2008). O mecanismo de ação dessa técnica envolve a
estimulação de pontos determinados na pele, por meio da
inserção de agulhas. Esses pontos específicos são
chamados acupontos (Kidd,2012). Ao longo da vida do
animal, a energia vital decai, causando um desequilíbrio
corporal. É justamente esta falta de equilíbrio que predispõe
Fonte: Livro ―Quatro Patas Cinco Direções, Cheryl Schwartz, DVM‖.
os mais variados problemas de saúde. Uma das deficiências . Bexiga B15: Auxilia no equilíbrio da energia.
cardíacas é causada por distúrbios emocionais, como . Vaso Concepção VC12: Auxilia a digestão.
depressão, ansiedade e estresse. Os problemas no coração . Baço/Pâncreas BP6: Umedece e tonifica o sangue e os fluidos.
são geralmente indicados por uma dificuldade respiratória e . Coração C7: Equilibra o Coração enquanto estabiliza as emoções.
diminuição das funções vitais. Mudanças emocionais,
comportamentais ou distúrbios digestivos podem ser sinais Figura 2: Principais acupontos em gatos.
iniciais de problemas cardíacos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizada uma revisão bibliográfica baseada em artigos e


livros referentes a acupuntura em animais. Estes, foram
encontrados por meio de uma pesquisa com os termos
acupontos cardíacos, distúrbios emocionais.

REVISÃO DE LITERATURA

Alguns dos acupontos relacionados ao coração são: C-1, Fonte: Livro ―Quatro Patas Cinco Direções, Cheryl Schwartz, DVM‖.
localizado no centro da axila que serve para tratar de dor no . Vaso Concepção VC17: Beneficia o diafragma e regula a
tórax e na região cardíaca; C-7, localizado no aspecto respiração.
caudal do rádio próximo ao osso acessório do carpo que . Fígado F2: Libera calor do fígado, olhos e cabeça.
serve para tratar dor na articulação do carpo e ansiedade; C- . Baço/Pâncreas BP6: Umedece e tonifica o sangue e os fluidos.
4, localizado na borda caudolateral do membro anterior, . Coração C7: Equilibra o Coração enquanto estabiliza as emoções.
indicado para tratar as dores no membro anterior. Existem
fatores como nutrição, hábitos de vida, clima, entre outros, CONCLUSÕES
que facilitam o tratamento das doenças por meio da
acupuntura. Embora muitos outros pontos possam ser A acupuntura veterinária é realizada com o intuito de
considerados, alguns são úteis para o tratamento dos prolongar a vida do paciente, melhorando seu desempenho
componentes emocionais, como por exemplo inquietações, físico e sentimental, diminuindo a tensão tanto do animal
ansiedade e depressão. Para ansiedade e inquietação, quanto do dono, além de auxiliar no tratamento de
utilizam-se os pontos VG-20 (localizado na região occipital); patologias. Perceber e reequilibrar essas desarmonias no
PC-7 (no osso acessório do carpo); B-15 (lateralmente a início podem prevenir o estabelecimento de doenças,
linha média dorsal); C-7 (no aspecto caudal do rádio). No minimizando os problemas cardíacos. Os pontos de
caso da depressão, os pontos utilizados são VG-20 acupressão, suplementos nutricionais e as recomendações
(localizado na região occipital); PC-6 (no lado medial do dietéticas, podem ser benéficas em associação ao
membro anterior); B-13 (no oitavo espaço intercostal); VC-14 tratamento médico. Além disso, é importante providenciar
(na linha média ventral, próximo ao processo xifoide). Alguns exercícios regulares na rotina do animal e oferecer uma
sinais precoces e/ou tardios podem auxiliar na identificação atmosfera calma para viver e particularmente para comer
de alguma disfunção cardíaca no animal. Dentre eles
podemos citar: BIBLIOGRAFIAS
Sinais Precoces de Desequilíbrios no Coração:
- Agitação, perambulação, uivo, latido excessivo; 1. ―Quatro Patas Cinco Direções, Cheryl Schwartz, DVM‖.
- Ofegar excessivo, sede e fadiga após exercícios. 2. KIMURA, Y., HARA, S. The effect of electroacupuncture stimulation on
rhythm of autonomic nervous system in dogs. J. Vet. Med. Sci., v.70,
Sinais Tardios de Desequilíbrios no Coração: p.349, 2008.
- Fadiga severa, tosse durante repouso ou exercícios; 3. KIDD, J.R. Alternative medicines for the geriatric veterinary patient. Vet.
- Dificuldade respiratória, sopros no coração; Clin. Small Anim., v.42, p.809-822, 2012.
- Perda de peso e diarreia.
Figura 1: Principais acupontos em cães.
16
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH

ACUPUNTURA VETERINÁRIA EM CÃES


Guilherme Junio Fernandes Pinto¹*, Lucas Queiroz dos Santos¹, Sérgio Henrique Andrade dos Santos¹, Tiffany Costa¹, Klaus Meine Dias
Amador¹, Leila Cristina Nascimento¹, Lívia Geraldi Ferreira².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
*Autor para correspondência: guilhermejf21@gmail.com
Figura 1: Gráfico de acupuntura de cães mostrando os
. INTRODUÇÃO pontos de acupuntura mais usados. (Canine Acupunture
A Acupuntura Veterinária em Cães é uma técnica milenar Points).
com registros antigos como um tratado de aproximadamente
3000 anos encontrado no Sri Lanka, que relata a utilização
de métodos em elefantes indianos. O primeiro relato foi
registrado por volta de 650 a.C. por Sun Yang, o primeiro
acupunturista dedicado somente à veterinária de que se tem
conhecimento, sendo o mesmo considerado o pai da
medicina veterinária na China.¹
Apesar do histórico milenar, a acupuntura ainda não é
totalmente difundida no Brasil, nem tão abrangente em
Medicina Veterinária quanto é em medicina humana. No
entanto, este quadro vem mudando a cada dia.
A dificuldade na interpretação da linguagem e escassez de
conteúdos científicos disponíveis dificultam o conhecimento
e os avanços das possíveis aplicações da acupuntura
veterinária. Porém, a literatura científica veterinária relata
alguns quadros clínicos em que a acupuntura pode ser
empregada como tratamento complementar, tais como
distúrbios neurológicos, neuromusculares,
cardiorrespiratórios, reprodutivos, gastrointestinais,
imunológicos, além de auxiliar no pós-operatório e em
cuidados intensivos. Os efeitos terapêuticos da acupuntura são acionados por
acupontos, que são pontos específicos de trajeto energético
Assim, este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão responsáveis por controlar e regular processos fisiológicos
de literatura sobre acupuntura veterinária com foco em cães, no organismo, de maneira a harmonizar a fisiologia corporal
seus conceitos básicos, histórico e alguns benefícios da como um todo. Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), os
utilização na Medicina Veterinária. métodos de estimulação não são necessariamente todos por
agulhas. Existem também a moxacombustão, que consiste
MATERIAL E MÉTODOS na queima da erva Artemisia vulgaris para a estimulação, a
Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados SciELO e eletroacupuntura, que consiste na estimulação por
Google acadêmico, utilizando-se as palavras chave eletricidade transferida por eletrodos até o acuponto, e a
acupuntura, veterinária e cão. farmacopuntura, que consiste na administração injetável de
fármacos nos acupontos para potencialização dos efeitos
RESULTADOS E DISCUSSÃO terapêuticos.²
O conceito básico da acupuntura é a estimulação de O uso da Acupuntura Veterinária em cães é determinado
acupontos, também chamados de meridianos (pontos de através de uma avaliação que irá identificar desarmonia no
energia -Qi) utilizando agulhas, com o objetivo de atingir um animal, causado por desequilíbrio energético, que são
efeito terapêutico e/ou homeostático. O efeito estimulado em definidos por métodos da MTC e dependendo da
uma região corporal é refletido para todo o corpo e sua interpretação dos profissionais veterinários para a realização
utilização em Medicina Veterinária tem tido muita eficácia do procedimento.²
para tratamentos complementares melhorando o quadro
geral dos animais.¹ CONCLUSÕES
A prática da acupuntura veterinária está associada ao A acupuntura veterinária utilizada em cães possui escassez
tratamento de várias patologias, ainda que pouco de estudos e poucos trabalhos publicados quando
disseminada e, praticamente, sempre utilizada como comparada com à MTC em humanos. Contudo, é
tratamento complementar. Um exemplo é o emprego da considerada importante, principalmente, como tratamento
acupuntura em quadros de epilepsia idiopática canina, complementar. Ainda não há evidências de autossuficiência
caracterizada como um distúrbio neuromuscular. O uso para que seja utilizada como tratamento terapêutico isolado,
desta terapia alternativa diminuiu significativamente o grau porém como tratamento complementar foi verificado ser
de severidade e a quantidade de episódios epiléticos muito eficaz, minimizando efeitos colaterais de drogas
2
ocorridos. dentre outras diversas ações de tratamento para auxílio da
harmonização fisiológica.

BIBLIOGRAFIAS
1. FARIA, A.B., SCOGNAMILLO-SZABÓ, M.V.R., ACUPUNTURA
VETERINÁRIA: CONCEITOS E TÉCNICAS - REVISÃO, Jaboticabal, SP,
v.24, n.2, 083-091, 2008.
2. TAGUTI, É.M. ACUPUNTURA VETERINÁRIA EM PEQUENOS
ANIMAIS. Botucatu, 2009.

17
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH

ALOE VERA NA CICATRIZAÇÃO DE FERIDA CUTÂNEA


Laura Araújo Fortes Ribeiro1*, Bruna Braun Pedrosa Leal², Danielle Maria Fink Salgado¹, Deivisson Junio Fernandes dos Santos¹, Laís
Barbosa Figueiredo¹, Letícia Pedrosa Blazute1, Lívia Geraldi Ferreira3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil Autor para correspondência: laurafortes505@hotmail.com
2
Graduando em Medicina Veterinária – UNA –Belo Horizonte- MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
*
INTRODUÇÃO A pele, por proteger os tecidos internos do organismo animal
O Aloe vera, conhecido popularmente como babosa, é uma do meio externo, é o órgão que está mais propenso a sofrer
planta originária da África do Sul e da Ásia, trazida ao Brasil lesões e adquirir feridas, também chamadas de feridas
durante sua colonização, adaptando-se bem ao clima e cutâneas. Uma ferida pode ser definida como qualquer lesão
condições locais. É uma planta herbácea e parte da família que leve a uma descontinuidade tecidual, existindo várias
Liliaceae, sendo utilizada na medicina desde os tempos causas possíveis, entre as quais, as mais frequentes são:
antigos. Suas propriedades farmacológicas a tornam ideal traumas (mecânico, físico ou químico), isquemia, pressão
2
para o tratamento de diversas enfermidades e sua local e procedimentos cirúrgicos.
disponibilidade no mercado a torna extremamente positiva Existem várias teorias que procuram explicar a ação
para a utilização em tratamentos veterinários. cicatrizante da babosa. Estima-se que Aloe vera Linné
possua cerca de duzentas moléculas biologicamente ativas
Com isso em mente, é relevante a indagação a respeito de
que atuem sinergicamente sobre os fibroblastos durante a
efeitos anti-inflamatórios e cicatrizantes em feridas externas, 4
formação de um novo epitélio. Em um estudo realizado em
casos recorrentes encontrados na rotina veterinária, a partir
serpentes com feridas cutâneas, diferentes tratamentos com
do uso da Aloe vera, sendo este o objetivo desta revisão de
babosa (extrato do gel da folha da babosa e extrato da folha
literatura.
de babosa inteira) foram comparados ao tratamento
convencional (solução hidroalcoólica). Observou-se que os
MATERIAL E MÉTODOS animais que receberam os tratamentos com babosa
Para a realização desse projeto, foi realizada revisão da apresentaram uma recuperação mais acelerada quando
literatura existente em bases de dados como SciELO e comparados aos animais que receberam o tratamento
Google Acadêmico. Foram selecionados artigos publicados convencional, especialmente durante a fase inicial do
entre os anos de 2000 a 2018, priorizando aqueles voltados processo de cicatrização, principalmente, no processo de
à veterinária. formação da crosta, que protege a ferida da contaminação,
gerando um melhor aspecto visual da lesão. Além disso, os
REVISÃO DE LITERATURA animais manifestaram um menor tempo de fase exsudativa,
Aloe vera, também conhecida como babosa, tem sido formação mais acelerada da crosta úmida e da crosta seca e
2
utilizada há muito tempo no tratamento de várias condições menor incidência de edema perilesional.
de saúde, como neoplasia, conjuntivite, hiperglicemia,
dislipidemia e na cicatrização de feridas. Devido ao seu Figura 1: Aloe vera
poder emoliente e suavizante é muito utilizada nas lesões de
pele. Além disso, apresenta efeito anti-inflamatório,
antioxidante, cicatrizante, bactericida e laxativo. Aloe vera
contém cerca de 70 componentes potencialmente ativos,
dentre eles vitaminas, enzimas, minerais, açúcares, além de
1
ácido salicílico e ácidos aminados.
A utilização da Aloe vera como planta medicinal é conhecida
2
desde antes da era cristã. O primeiro registro do seu uso foi
feito em uma tabuleta de argila da Mesopotâmia datada de
2100 a.C.
Para a utilização da planta, é recomendável que a mesma
não seja regada por cerca de cinco dias antes de ser
colhida, fato que aumenta a concentração de suas
propriedades medicinais. Após a eliminação dos tecidos CONCLUSÃO
mais externos da folha, obtêm-se um gel mucilaginoso com Conclui-se que a Aloe vera tem potencial para apresentar
aparência viscosa e incolor que recebe o nome de gel de A. efeitos positivos no tratamento de lesões cutâneas, além de
3
vera. ser economicamente mais viável, podendo ser utilizada na
Embora haja uma gama de substâncias sintéticas para rotina veterinária.
tratamentos de feridas, o uso de práticas terapêuticas à
base de ervas medicinais tem se destacado nos últimos BIBLIOGRAFIAS
anos no contexto da saúde, possivelmente associado à 1. CHINI, L. O uso do Aloe sp. (Aloe vera) em feridas agudas e crônicas:
percepção de que o consumo de produtos naturais é revisão integrativa. Aquichan, 17, 1, 2017.
sinônimo de bem-estar e qualidade de vida. Sendo assim, 2. COELHO, T. Avaliação da cicatrização de feridas cutâneas tratadas com
extratos de Aloe vera em jiboias (Boa constrictor). Dissertação (mestrado),
estudos envolvendo fitoterápicos que atuam no processo de Universidade Federal Rural do Semi-Árido, 2016.
cicatrização estão sendo desenvolvidos e, entre eles, 3. FREITAS-BLANCO, V. S., GASPI, F. O., RODRIGUES, R. A. F.,
encontram-se estudos com uso de Aloe vera, o qual tem Propriedades farmacológicas da Aloe vera (L.). Revista Brasileira de Plantas
Medicinais, 16, 2, 2014.
sido reincorporado como alternativa ou complemento 4. DORNELES, D., WOUK, A. F., PONTAROLO, R., OLIVEIRA, A. B. Efeito
1
terapêutico. da Aloe vera linné sobre a cicatrização de feridas de pele em coelhos. Visão
Acadêmica, 4, 1, 2003.

18
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ALTERAÇÕES ANATÔMICAS CAUSADAS POR OSTEOPATIA HIPERTRÓFICA EM CÃES
Ferreira S.I 1*, César A.A.F², , De Oliveira M.C2, Martins M.L.F2, De Oliveira T.H2, Fabrizia Portes Curi Lima3, Rocha, Bruno Divino3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG - Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Os principais sinais clínicos relacionados ás alterações


A Osteopatia Hipertrófica (OH) é descrita como uma ósseas são: aumento de volume não edematoso nos
síndrome clinicopatológica evidenciada por neoformação membros ou demais estruturas ósseas envolvidas,
óssea periosteal ao longo da diáfise de ossos longos do claudicação, fraqueza nos membros, relutância ao exercício,
esqueleto apendicular, especialmente nos ossos rádio, ulna, dor á palpação e limitação no movimento. Em casos de OH
tíbia, metacarpo e metatarso. Acontece secundariamente a discreta, os sinais podem passar despercebidos no exame
uma variedade de outras doenças, sendo relacionada clínico ou na necrópsia. Por isso a importância de se
principalmente a neoplasias (síndrome paraneoplásica)- compreender a anatomia da espécie para que os exames
associada a doenças pulmonares crônicas. A afecção se clínico e radiográfico possibilitem um diagnóstico mais
3
manifesta com maior frequência nos caninos, porém felinos, preciso .
equinos, bovinos, primatas, entre outros animais silvestres
podem ser acometidos. Esta doença apresenta-se mais CONCLUSÕES
comum em cães de raças grandes e gigantes com idade A Osteopatia hipertrófica ocorre em cães adultos e idosos,
1
média de 8 anos, não tendo predileção por sexo e raça . A secundariamente e principalmente a neoplasias
OH tem fisiopatologia desconhecida, porém surge de forma intratorácicas primárias ou metastáticas. Suas principais
secundária a lesões na cavidade torácica como neoplasias alterações anatômicas são observadas a partir de lesões no
primárias, metástases, tuberculose canina, corpos estranhos periósteo geralmente bilaterais e simétricas, com
nos brônquios, parasitos, doenças cardíacas, atelectasia, subsequente deposição óssea na diáfise dos ossos longos.
2
pneumonia e etc .
O diagnóstico é estabelecido a partir de exame radiográfico
Esta revisão tem como principal objetivo relatar as principais simples evidenciando os aspectos da OH, relacionando-o ao
alterações anatômicas causadas pela OH, enfatizando a diagnóstico de neoplasia.
importância do conhecimento anatômico e a sua relevância
no auxílio ao diagnóstico clínico na prática da medicina O tratamento consiste em uma resolução da causa primária
veterinária. seja por quimioterapia e/ou cirurgia, se este for o caso o
prognóstico é favorável e as lesões ósseas regridem de
MATERIAIS E MÉTODOS forma rápida.
O presente trabalho é uma revisão de literatura, baseada
BIBLIOGRAFIAS
nos artigos científicos publicados entre os anos de 2008 e 1. RAHAL SC, MAMPRIM MJ, SEQUEIRA JL, FRANCO APL, Ars
2018, levantados em periódicos das bases de dados Scielo Veterinária, Osteopatia hipertrófica associadaa metástase pulmonar de
e Portal Capes, nos idiomas português e inglês sobre osteossarcoma em um cão, 2003, Jaboticabal, SP, Vol. 19, nº 1, 035-
osteopatia hipertrófica. Os seguintes descritores foram 039.
2. KROLIKOWSKI G, OSTEOPATIA HIPERTRÓFICA EM CÃES,
aplicados em: osteopatia hipertrófica, diagnósticos e Universidade Federal de Santa Maria, 2006, Santa Maria, RS.
tratamento da osteopatia hipertrófica. Dispondo assim de 3. TROST ME, KOMMERS GD, SILVA TM, IRIGOYEN LF, FIGHERA RA,
forma prática e conceitual as características do agente BARROS CSL, INKELMANN MA, Osteopatia hipertrófica em sete cães,
Pesquisa Veterinária Brasileira, 32(5):424-429, Santa Maria, RS, 2011.
etiológico causador da leishmaniose visceral canina, assim 4. BERGMAN PJ. 2001. Paraneoplastic syndromes, p.35-53. In: Withrow
como sua prevenção e tratamento. SJ. & MacEwen EG. (Eds), Small Animal Clinical Oncology. 3rd ed. W.B.
Saunders Company, Philadelphia.
REVISÃO DE LITERATURA
A OH promove uma intensa proliferação de tecido conjuntivo
fibrovascular e periósteo com subsequente deposição
óssea, que se instaura nas falanges e segue no sentido dos
metatarsianos e metacarpianos, alcançando os demais
ossos longos, gradualmente de acordo com a evolução da
doença. As alterações ficam confinadas aos ossos, não
atingindo as outras estruturas, como por exemplo, as
articulações e o líquido sinovial. Essa proliferação com
deposição óssea ocorre de forma simétrica e bilateral
geralmente, e é mais exacerbada na diáfise dos ossos
longos. Ao exame macroscópico esses ossos apresentam a
superfície irregular, frágil e porosa, como um coral. Além
disso, observa-se um acentuado espessamento do
periósteo. Á medida que a doença progride o osso neo
2
formado tende a se tornar liso .

19
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ALTERAÇÕES CLÍNICAS EM CADELA SENIL COM PIOMETRA
Maria Eduarda Pereira de Melo1, Suellen da Silva Dutra¹, Darlene Souza Reis¹, Joana Rodrigues dos Santos², Fabrízia Portes Cury Lima3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Medico Veterinário autônomo – UFMG– Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professor do curso de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO
A hiperplasia endometrial cística é uma lesão patológica No exame ultrassonográfico foi observado dimensões
primária, que ocorre por repetidas estimulações de levemente aumentadas de útero, presença de conteúdo
progesterona (P4). O aumento dos níveis de P4 estimula a anecogênico e paredes espessadas, e fígado levemente
proliferação de glândulas endometriais e das suas atividades aumentado. Frente ao diagnóstico de piometra aberta, por
secretoras.(2) A progesterona na fase luteínica do ciclo ser um animal que está entrando na senilidade e devido as
estral irá promover alterações como: inibição das repostas alterações apresentadas nos exames laboratoriais e no
leucocitárias e redução da atividade do miométrio. Ademais, ultrassom, sugestivos de uma possível toxemia, foi realizado
a liberações de estrógeno no cio provocam também uma a estabilização da paciente com fluidoterapia intravenosa e
hiperplasia do endométrio, e por consequência aumentam antibioticoterapia de amplo espectro. O tratamento de
os receptores endometriais de progesterona.(3) Tais escolha para esse caso foi a cirurgia de
alterações associada abertura do colo uterino, predispõe à ováriosalpingohisterectomia – OSH. (Fig1).
contaminação bacteriana por via ascendente do trato
geniturinário ou por via hematológica (menos comum). A
dificuldade em eliminar os agentes bacterianos do útero pós
o cio, devido a inibição da resposta leucocitária, resulta em
piometra (condição inflamatória séptica). Essa patologia
pode ocorrer de duas formas:aberta em que a cadela
apresenta corrimento vaginal purulento ou fechada, sendo
essa mais grave devido a possibilidade de translocação
bacteriana ou risco de ruptura do útero secreção
mucopurulenta contaminada na cavidade abdominal,
resultando em peritonite.(2) O diagnóstico confirmatório para
piometra se dá com base na anamnese, na associação de
exames complementares, laboratoriais, ultrassonográficos e
radiográficos, pois fornecem importantes ferramentas para
detecção de anormalidades metabólicas e macroscópicas
dos órgãos acometidos.(2;4)

RELATO DE CASO E DISCUSSÂO


Uma cadela da raça poodle com 9 anos de idade, pesando
aproximadamente 8 kg, não castrada e diabética (fazia o uso Fonte: arquivo pessoal
de insulina), deu entrada na clínica veterinária Cantinho do Figura 1: útero com piometra após a OSH
Pet Belo Horizonte – MG no dia 17 de março de 2018.
Durante a anamnese foi relatado pelo tutor que o animal;
não comia há dois dias, apresentava sinais de anorexia CONCLUSÕES
parcial e letargia, prostração e presença de corrimento A piometra se não diagnosticada precocemente devido a
vaginal mucopurulento/hemorrágico. Ao iniciar a anamnese severidade da doença pode levar o paciente rapidamente ao
constatou - se que o animal apresentava febre, aumento da óbito. O diagnóstico precoce é fundamental para a
frequência cardíaca e respiratória, e dor à palpação. Ao preservação da saúde do animal. Acomete, principalmente,
palpar e manipular o abdômen foi observado aumento da animais de meia idade ou idosas tendo em vista a
secreção purulenta que saia pela vulva. Após a avaliação maturidade sexual e a influência de hormônios sexuais. O
clínica foi realizado alguns exames para confirmar a suspeita tratamento está ligado; ao tipo de piometra (aberta ou
de piometra. No hemograma os principais achados foram fechada), idade reprodutiva da cadela e objetivo do tutor
leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda, além da (animais de reprodução). A opção de tratamento mais
presença de neutrófilos tóxicos e monocitose. A leucocitose adequada é a ováriosalpingohisterectomia.
ocorre em resposta infecção. A presença de neutrófilos
imaturos no sangue, acima do número normal, leva a um REFERENCIAS
desvio à esquerda que indica a severidade da doença.(1) Os
neutrófilos tóxicos são assim denominados quando 1. LOPES, Sonia Terezinha dos Anjos, BIONDO, Alexandre Walker.
SANTOS, Andrea Pires dos. Manual de patologia clinica veterinária, 2007.
apresentam uma alteração citoplasmática característica, 2. NELSON, R. W. COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos.
secundária a uma lesão. Essa mudança celular ocorre na animais. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
medula óssea e indica que o organismo está apresentando 3. LIMA, Luiz Ricardo Silva. Piometraem cadelas, 2009. Disponível
em <http://arquivo.fmu.br/prodisc/medvet/lrsl.pdf>, acesso 29/10/2018 às
dificuldade em debelar ainfecção.(2) A monocitose está 15h30.
correlacionada com o aumento de monócitos na circulação 4. GUTIERREZ, Raquel Ribeiro. Exames laboratoriais no diagnóstico
sanguínea e faz parte do leucograma de estresse em cães, da piometra canina. 2009. Disponível em:
o que pode indicar uma possível infecção bacteriana.(2) No https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/119388/gutierrez_rr_tcc_b
ot.pdf?sequence=1&isAllowed=yacesso 30/10/2018 às 14h30.
perfil hepático as principais alterações foram o aumento de
gama-glutamiltransferase (GGT), fosfatase alcalina (FA), Apoio :Clínica Veterinária Cantinho do Pet.
que podem indicar desordens no fígado.

20
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS EM RUMINANTES INTOXICADOS POR CESTRUM AXILLARE
Nayara Starling Pereira Martins da Costa1*, Aléxia Pimenta Bom Conselho¹, Luciene Ferreira da Conceição¹, Mariana Alves
Silva¹, Mariana Cardoso Batista Pimenta¹ Mariana Gonçalves Rangel¹ Matheus Antônio Resende¹ Breno Mourão de Sousa2,
Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira 2, Prhiscylla Sadanã Pires 2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

As saponinas esteroidais são glicosídeos que após serem


metabolizadas no rumem são absorvidas como
INTRODUÇÃO sapogeninas, onde irão reagir com esteróis de membrana
Plantas tóxicas são vegetais que em contato com o animal, promovendo a defaunação, através da inibição de
ou através da ingestão podem causar prejuízos à saúde e protozoários. Além disto, as saponinas possuem tropismo
até mesmo a morte. pelo colesterol da membrana da hemácia, realizando
A ingestão de plantas tóxicas é fonte de perdas econômicas atividade hemolítica. Esses glicosídeos também estão
para a produção animal, cerca de, 11% das mortes de associados com a deposição de material cristalóide no
bovinos por diferentes causas são provocadas por plantas sistema biliar.
tóxicas e o principal fator de risco para esta ingestão é a Em 2017 foi confirmado a existência de
fome. Carboxiatractilosídeos nas folhas de Cestrum axillare. Os
Popularmente conhecidas como ―Coerana‖ ou ―Mata-boi‖ o CAT são glicosídeos triterpenóides, responsáveis pelo
Cestrum axillare é consideradas a plantas hepatotóxicas quadro de insuficiência hepática aguda em ruminantes,
3
mais importante do Brasil. através da inibição da Adenina que transporta o ADP na
Distribuídas nas regiões Nordeste, Centro-oeste e Sudeste, membrana da mitocôndria, impedindo então a síntese de
o arbusto da família Solanaceae, pode chegar a cinco ATP, resultando em menos energia para a célula, induzindo
metros de altura, suas folhas são visivelmente lanceoladas e a mesma para morte celular programada.
alternas, com ausência de tricomas, possui cheiro Em bovinos e bubalinos foi descrito achados na necropsia
desagradável, além de baixa palatabilidade, mas quando como mucosa do abomaso discretamente avermelhada, o
sua folha está seca se torna menos desagradável, conteúdo do omaso, cólon e reto ressecado, sendo os dois
4
potencializando sua a ingestão. últimos com presença de muco e sangue. Fígado congesto,
Segundo estudos, de 10 a 50g da planta fresca por kg de superfície externa com cor alaranjada e apresentando
peso vivo é considerada dose toxica e quando ingerida, aspecto de noz moscada, além de moderado edema na
causa intoxicação aguda, observando-se apatia, anorexia, parede da vesícula biliar e equimoses no endocárdio.¹
diminuição ou ausência dos movimentos ruminais, sialorreia, Já os achados de necropsia em caprinos intoxicados com
dificuldade na respiração, desequilíbrio, agressividade, fezes Cestrum axillare, encontrou-se hemorragias na musculatura
ressecadas contendo muco e sangue, focinho seco, esquelética da região dorso-lateral dos costados, epicárdio,
sonolência, se tornam evidentes com 24 horas após a duodeno e ceco e no tecido subcutâneo. O fígado também
6
ingestão e a morte do animal em até 48 horas. apresentava-se com aspecto de noz-moscada porém
Animais intoxicados com plantas toxicas comuns no Brasil diferentes das outras espécies evidenciou equimoses. A
nem sempre possuem achados macroscópicos presença de conteúdo ressecado no omaso e cólon foi outro
patognomônicos, principalmente as de intoxicação aguda. achado comum às espécies.²
Os achados de necropsia são de grande vantagem para
profissionais da área, pois podem confirmar, refutar, CONCLUSÕES
esclarecer, modificar ou estabelecer o diagnóstico, Os achados de necropsia descritos por diversos autores,
juntamente com as descrições epidemiológicas da são peculiares sendo a lesão mais notável o fígado com
propriedade. aspecto em noz moscada devido a necrose centrolobular.
O objetivo desse trabalho é fazer uma revisão bibliográfica
sobre patogênese e achados macroscópicos de intoxicação BIBLIOGRAFIAS
de ruminantes por Cestrum axillare. 1. BARBOSA, J. D.; OLIVEIRA, C. M. C.; PINHEIRO, C.; LOPES, C. T. A.;
MARQUIORE, D.; BRITO, M. D. F.; YAMASAKI, M. E.; TOKARNIA, C. H.;
MATERIAIS E MÉTODOS Intoxicação por Cestrum laevigatum (solanaceae) em bubalinos– Pesq. Vet
Bras. Vol 30 no Rio de Janeiro Dec. 2010.
Foram utilizados trabalhos das plataformas: Scielo e Google 2. BRITO, M. D. F.; FRANÇA, T. N.; OLIVEIRA, L. I.; RAMOS, A, S.;
Acadêmico. Os critérios para seleção de bibliografia PEIXOTO, T. D. C.; ARAGÃO, A. P.; Intoxicação espontânea por Cestrum
basearam-se em documentos nos anos de 2008 a 2018, em laevigatum em um caprino no Rio de Janeiro- Relato de caso – Rev. Bras.
Med. Vet., 32(1):55-57, Jan/Mar 2010.
língua portuguesa. Palavras chaves: Coerana, Cestrum 3. COUTINHO, L. T.; COSTA, N. D. A.; MENDONÇA, C. L. D.; AFONSO, J. A.
axillare, Cestrum laevigatum. B.; RIET-CORREA, F.; DANTAS, A. F. M.; SILVA, N. A. A. D.; Intoxicação
natural de bovinos leiteiros por Cestrum laevigatum (solanaceae) no agreste
de Pernambuco- Brasil – Ciênc. Anim. Bras., Goiânia, v.14, n.3, p. 352-359,
RESULTADOS E DISCUSSÃO jul/set 2013.
As intoxicações causadas por Cestrum axillare já foram 4. FURLAN, F. H.; LUCIOLI, J.; BORELLI, V.; JUNIOR, O. O. D. F.;
relatadas em bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos, porém a REBELATTO, V.; GAVA, A.; TRAVERSO, S. D. Intoxicação por cestrum
intermedium (solaneceae) em bovinos no estado de Santa Catarina – Acta
espécie mais relatada com intoxicação natural é a bovina.² Scientiae Veterinariae. 36(3): 281-284.
A planta contém substâncias que a caracteriza, como a 5. MARINHO, J. B. R.; CARVALHO, A. U.; PIEREZAN, F.; KELLER, K. M .;
cestrumida que torna a planta amarga e pouco atrativa, os RIET-CORREA, F.; MELO, M. M.; SOTO-BLANCO, B.; Comparação dos
efeitos das folhas de Cestrum axillare Vell. com as saponinas isoladas em
Carboxiatractilosídeos e as saponinas denominadas
caprinos – Pesq. Vet Bras. 38(5):852-861, Maio 2018.
gitogenina e digitogenina, que segundo estudos é 6. MARINHO, J. B. R.; SOTO-BLANCO, B.; MELO, M. M.; Identificação dos
responsável pela toxicidade da mesma, embora a toxicidade princípios tóxicos de Cestrum axillare (Cestrum laevigatum) – Universidade
desse elemento ainda seja motivo de controvérsia na Federal de Minas Gerais, 2017, 12-22 p. Dissertação de Mestrado.
5
literatura. APOIO - GEPBOV

21
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
AMPUTAÇÃO DE DÍGITO: REALATO DE CASO
Vinicius Araújo de Morais 1*, Rayanne Braga da Silva¹, Bruna Fonseca da costa¹, Stephanie Raissa Rodrigues Silva¹, Carlos Eduardo
Daurell¹, Nayara Starling Pereira Martins da Costa¹, Nayara da Silva Ribeiro¹,
Leandro Andrade Silva², Gustavo Henrique Moreira².
1
Graduando em Medicina Veterinária – Uni-Bh – Belo Horizonte/ MG – Brasil
² Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Apesar dos resultados promissores sobre amputação de


Os cascos dos bovinos são essenciais para suas funções digito em bovinos e da rápida recuperação do animal, o
fisiológicas, pois através deles promove um equilíbrio procedimento leva a uma sobre vida do animal decorrente
harmonioso ao andar, porém, algumas doenças podais ao seu ganho de peso. Ferreira (2003) mostra que cerca de
podem comprometer a integridade do casco levando em 60% do peso do bovino se encontra nos membros torácicos
casos crônicos a amputação do digito e reduzindo a vida e 40% nos membros pélvicos, sendo distribuídos nas unhas
produtiva desse animal no rebanho. O objetivo desse laterais e mediais e quando ocorre a retirada do digito, recai
trabalho foi o acompanhamento de uma bezerra fêmea todo o peso na unha saudável. A medida que o animal vai
atendida no hospital Veterinário Uni-BH, com uma lesão crescendo o peso torna-se excessivo para ser sustentado
crônica comprometendo o dígito lateral do casco. por um único dígito e o animal na grande maioria das vezes
precisa ser descartado do sistema de produção.
RELATO DE CASO E DISCUSSÕES
Em Março de 2018, uma fêmea bovina da raça Nelore de
oito meses de idade foi atendida no Hospital Veterinário
UNI-BH na área de grandes animais. Na inspeção o animal
apresentava comportamento apático, condição física ruim,
os pelos estavam arrepiados e quebradiços, presença de
endoftalmia (retração do globo ocular), condição corporal
magra com ECC (escore da condição corporal) de 2,0 (
sendo 1,0 e magro e 5 e muito gordo), postura arqueada
com membro esquerdo suspenso e intensa manifestação de
claudicação. As alterações anatômicas presentes
localizavam-se na região distal do membro torácico
esquerdo onde o mesmo não apresentava conformação
entre falange medial e falange distal encontrando-se instável
no interior do estojo córneo. A lesão apresentava
cronicidade com formação de miíase em avançado estado
de necrose tecidual. A bezerra foi submetida à contenção Figura 2: (D) Lesão da unha lateral totalmente cicatrizada 7 meses
para uma criteriosa limpeza com água e degermante para após a cirurgia. (E) Animal em posição quadrupedal.
avaliação e exame clínico do membro acometido. Após o
exame foi realizado o garrote na região metacárpica com um O animal ao crescer e ganhar peso à unha medial teve um
manguito de borracha e anestesia de bier, administrando na crescimento tortuoso e irregular, possivelmente por ter
veia digital superficial 10 ml de lidocaína a 2% sem vaso sofrido influencia da biomecânica e do excesso de peso,
constritor. Após a anestesia foi feito uma incisão ao redor da pois nos membros anteriores os ruminantes tende a exercer
coroa e utilizando um arco de serra que estava imerso em mais força nos dígitos mediais.
um balde com iodo 10% pra desinfecção do mesmo, foram
seccionadas as falanges distal, média e um terço da falange CONCLUSÕES
proximal. Após o procedimento foi feito uma bandagem com
Conclui-se que a amputação de digito seja a última escolha
uso de pomada associada à tetraciclina em pó com trocas 3
no tratamento de uma lesão. O correto a ser feito é realizar o
vezes na semana ao longo des 2 meses. Incluindo 3 dias de
casqueamento preventivo, uma vez que a amputação de
flunexin meglumine na dose de 1,1 mg/kg e Benzilpenicilina
digito diminuiu o tempo de vida desse animal, gerando custo
na dose de 20.000 UI/kg durante cinco dias.
para o produtor.
BIBLIOGRAFIAS
1. FERREIRA, Prof. Paulo Marcos et al. Sistema locomotor dos
Ruminantes. Belo Horizonte: Escola de Veterinária de Ufmg, 2005. 40 p.
2. RIBEIRO, P. N., BORGES, J. R. J., RONCONI, M. A., MARSICO F., F.,
PITOMBO, C. A. Incidência de afecções podais em bovinos de corte abatidos
no Estado do Rio de Janeiro. Arquivos da Escola de Medicina Veterinária da
UFBA, v. 15, n. 1, p. 28-33, 1992.

Figura 1: (A) Lesão crônica com formação de tecido necrótico. (B)


Pós-cirúrgico sem tecido necrótico com áreas de boa
vascularização. (C) bandagem com frio asfalto.

22
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ANÁLISE DE MASTOCITOMAS CANINOS SOB DIFERENTES CLASSIFICAÇÕES
Maíra Meira Nunes¹, Ariane Martins Alves¹, Ana Júlia Vaz¹, Janine Tores de Figueiredo¹,
Bárbara Faleiro dos Santos¹, Daísa Santana Melo, Karen
Yumi Ribeiro Nakagaki², Aldair Junio Woyames Pinto³, Prhiscylla Sadanã Pires³.
¹Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG - Brasil
²
Responsável técnica do Celulavet – Centro de Diagnóstico Veterinário.
³Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Atualmente são descritos 3 padrões distintos de expressão


O mastocitoma é a neoplasia cutânea mais frequente em KIT em mastocitomas caninos [6].
cães, compreendendo de 7 a 21% das neoplasias de pele A análise dos dados obtidos demostrou uma maior
relatadas. Ele aparece mais frequentemente em membros incidência de mastocitoma em fêmeas em relação aos
pélvicos e torácicos, abdômen, tórax e cabeça. No entanto, machos (Tabela 1). Em ambos os casos, ocorre uma
pode ocorrer, ocasionalmente, em vísceras, como, por prevalência maior de mastocitomas classificados em Grau ll,
exemplo, baço, fígado, pulmão e linfonodos [1]. Os que possuem um prognóstico indeterminado, tendo em vista
mastocitomas possuem comportamento biológico que apresentam um comportamento variado, podendo ou
imprevisível, variando de tumores solitários benignos, até não gerar metástases.
comportamento maligno, metastático e potencialmente fatal. Tabela 1: Distribuição dos diferentes graus de classificação
Atualmente, as determinações prognósticas e terapêuticas de mastocitoma em cães diagnosticados no Celulavet
para os mastocitomas cutâneos caninos (MCTs) baseiam-se Patnaik Kiupel
principalmente na graduação histológica [3]. Os métodos % Grau I Grau II Grau III Alto grau Baixo grau
mais utilizados foram propostos por PATNAIK et al. 1984 e
KIUPEL et al. 2011. Para confirmar os dados obtidos pela Macho 29% 0% 73% 27% 47% 53%
análise de graduação histológica, a amostra deve ser Fêmea 71% 3% 88% 9% 44% 56%
submetida à imuno-histoquímica. Dessa forma, o objetivo Fonte: acervo pessoal
deste trabalho é analisar os casos de mastocitoma canino e
observar a variação de sua incidência nos diferentes graus Em relação aos machos a doença se apresenta de forma
de classificação a partir da imuno-histoquímica. mais agressiva, sendo indicada por 27% de mastocitoma
Grau llI se comparado as fêmeas que obtiveram 9% de
mastocitoma grau llI. Em relação a classificação de KIupel,
MATERIAIS E MÉTODOS há um maior número de mastocitomas de baixo grau, que
Foi feito um levantamento de casos de mastocitoma no são associados a uma taxa de sobrevida maior. Apenas em
Celulavet - Centro de Diagnóstico Veterinário. Foram 6 casos foi solicitado imuno-histoquímica, dentre eles 3
analisados 55 casos de mastocitoma em cães, entre abril e casos apresentaram padrão de proteína KIT3, 1 caso padrão
novembro de 2018. Dentre eles, em apenas 6 casos foi KIT2 e 2 casos padrão KIT1. Os padrões 2 e 3 da proteína
solicitado a realização de imuno-histoquímica. KIT são associados ao aumento de recidiva tumoral e/ou
metástase. Já mastocitomas com padrão KIT1, na maioria
RESULTADOS E DISCUSSÕES dos casos, não está associado a prognóstico ruim.
A metodologia proposta por Patnaik et al, 1984 considera a
extensão da lesão, celularidade e morfologia celular, figuras CONCLUSÕES
de mitose e reação estromal, classificando assim os tumores A partir dos resultados obtidos é possível inferir que a
em três graus de diferenciação: grau I, bem diferenciado; incidência de mastocitoma é maior em fêmeas, entretanto, a
grau II, diferenciação intermediaria e grau III pouco severidade dos casos é maior nos machos. Apesar do baixo
diferenciado ou anaplásico. número de solicitações de imuno-histoquímica, este método
O grau I apresenta menor probabilidade de desenvolver representa um importante fator para a determinação da
metástases ou complicações, sendo assim caracterizado terapia adotada para o tratamento do animal. Tendo em
como o de melhor prognóstico. O grau II apresenta um vista que, para mastocitomas que apresentam mutações no
comportamento biológico variado, podendo apresentar entre c-Kit, podem ser utilizados inibidores de tirosina quinase,
5 e 22% de metástase. O grau III apresenta o método de terapia que se mostra muito eficaz atualmente.
comportamento mais agressivo, gerando metástases em
mais de 80% dos casos e, consequentemente, levando à BIBLIOGRAFIAS
morte do animal [2]. 1.POLLACK, J. M.; FLANDERS, A. J.; JOHNSON, C. R. Disseminated
Já a metodologia de Kiupel et al. 2011 consiste na malignant mastocytoma in a dog. The Journal of the American Animal Hospital
Association, v.27, n.4, p.435-440, 1991.
graduação dos mastocitomas em baixo e alto grau, levando 2.Patnaik, A. K., Ehler, W. J., & MacEwen, E. G. (1984). Canine Cutaneous
em consideração figuras mitóticas, células binucleadas e Mast Cell Tumor: Morphologic Grading and Survival Time in 83 Dogs.
núcleos bizarros. O mastocitoma de alto grau é Veterinary Pathology, 21(5), 469–474.
caracterizado por apresentar pelo menos 7 figuras de mitose 3.Kiupel, M., Webster, J. D., Bailey, K. L., Best, S., DeLay, J., Detrisac, C. J.,
Miller, R. (2010). Proposal of a 2-Tier Histologic Grading System for Canine
em 10 campos, 3 células multinucleadas em 10 campos ou 3 Cutaneous Mast Cell Tumors to More Accurately Predict Biological Behavior.
núcleos bizarros em 10 campos. Enquanto o mastocitoma Veterinary Pathology, 48(1), 147–155.
de baixo grau, deve possuir até 6 figuras de mitose em 10 5.SANTOS, Alex dos et al. Avaliação histológica, histoquímica e imuno-
histoquímica de mastocitomas cutâneos em cães. 2018.
campos, 2 células multinucleadas em 10 campos e 2 6, MEUTEN, Donald J. (5ª Ed.). Tumors in domestic animals. John Wiley &
núcleos bizarros em até 10 campos [3]. Sons, 2016. Capítulo 6, Páginas 197 e 198
Em relação à imuno-histoquímica, o receptor de tirosina
APOIO:
quinase – KIT é importante na sobrevivência, proliferação,
diferenciação e migração de mastócitos. Estudos
comprovam que a expressão aberrante da proteína KIT em
mastócitos neoplásicos, causada por mutação no c-KIT, são
indicadores de prognósticos negativos em mastocitomas.

23
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ANÁLISE DESCRITIVA DA LITERATURA DISPONÍVEL SOBRE A TRANSMISSÃO, PREVENÇÃO,
CONTROLE E TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC)
Raffaela Linhares Coelho1*, Barbara Faleiro dos Santos1, Caroline Lopes Gomes de Oliveira¹, Renan Neto Magalhães Barbalho¹, Camila
Stefanie Fonseca de Oliveira2, Bruno Divino Rocha3.
1
Graduandos em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professora adjunta do Departamento de Medicina Veterinária – UFMG - Belo Horizonte – MG – Brasil - sfo.camila@gmail.com
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil – brunodivino@yahoo.com.br

seguida de A1 (24 artigos) , A2 (16 artigos), B4 (4 artigos),


INTRODUÇÃO B5 (4 artigos), B3 (1 artigo) e B2 (1 artigo).
A LVC é uma doença parasitária, causada por um
protozoário denominado Leishmania infantum (syn. chagasi)
e tem sua importância por ser uma zoonose, de caráter
crônico, grave, e geralmente fatal, se não for corretamente
diagnosticada e tratada. Os cães são considerados os
principais reservatórios da doença (1). Além disso, a
importância das leishmanioses também se verifica no
impacto que produzem na saúde pública, notadamente pela
alta incidência, letalidade e implicações econômico-sociais
(2). No Brasil, a leishmaniose visceral é uma doença
endêmica. Sendo assim, o presente trabalho teve como
objetivo a elaboração de uma revisão sistemática para a
estimativa e comparação de estudos publicados sobre a
Leishmaniose Visceral Canina.
Figura 1: Artigos encontrados sobre temas correlacionados
a LVC.
MATERIAIS E MÉTODOS
O presente projeto descreve uma pesquisa documental, com
características descritivas e de natureza quantitativa.
Primeiramente foi realizado um levantamento, nas bases de
dados PubMed, SciELO, MEDLINE e Bireme, de artigos,
nacionais e internacionais em revistas indexadas, que tratam
de assuntos relacionados à Leishmaniose Visceral,
possibilitaram a obtenção de dados associados ao controle,
tratamento e prevenção da LVC. As ferramentas de buscas
utilizadas foram o Google Acadêmico e o EBSCO, com os
seguintes descritores: Leishmaniasis, Visceral, visceral
leishmaniasis transmission, Leishmaniasis Prevention and
Control. Foi realizado o fichamento da bibliografia com
auxílio de planilhas, contendo título, bases de dados
utilizadas, conceito Qualis Capes dos periódicos e áreas de Figura 2: Artigos sobre LVC encontrados em plataformas de
pesquisa de cada trabalho. Artgos TB foram buscadas pela pesquisa.
técnica de referência cruzada através da lista dos artigos
encontrados na busca primária. Esses artigos foram (3) verificou que 66,7% dos artigos foram publicados na
submetidos à Revisão Sistemática (RS), quando foram Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (3)
julgados por critérios de inclusão e exclusão. Foram que possui classificação B1. Isso mostra que a maioria dos
considerados como critérios de inclusão os estudos sobre trabalhos são publicados em revistas nacionais que
controle, tratamento e prevenção da LVC nos últimos 5 restringem a visibilidade internacional dos trabalhos sobre
anos, em português e inglês. Como critério de exclusão LVC publicados. Avaliações do tipo Grade seriam
foram consideradas artigos em duplicidade, artigos importantes para verificar o nível de evidência científica
relacionados à leishmaniose visceral em outras espécies desses trabalhos.
diferentes dos cães e artigos cujo acesso era restrito .
CONCLUSÕES
RESULTADOS E DISCUSSÃO No Brasil, as publicações relacionadas à LVC se concentram
Foram encontrados 12 artigos sobre tratamento, 20 artigos no sudeste do país. Artigos científicos sobre a LVC são
sobre risco de transmissão, 34 artigos sobre prevenção e 17 frequentes, mas publicados em revistas com baixo impacto,
artigos sobre o controle da LVC (Figura 1). Destes o que reduz a visibilidade das pesquisas sobre LVC no país.
trabalhos, 21 foram da plataforma Pubmed, 26 da plataforma
Scielo, 18 da plataforma Medline e 18 da plataforma Bireme BIBLIOGRAFIAS
(Figura 2). As publicações em português somaram um total
1.GRAMICCIA M., GRADONI L. The current status of zoonotic leishmaniases
de 18 artigos, realizados principalmente em áreas como and approaches to disease control. Int J Parasitol. 2005 Oct;35 (11-12):1169-
Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Mato 80.
Grosso, Brasília, Ceará e Tocantins. Os demais 65 artigos 2.BORASCHI, C.S.S., NUNES, C.M. Aspectos epidemiológicos da
foram publicados na língua inglesa. Isso se justifica pela leishmaniose visceral urbana no Brasil. Clínica Veterinária, São Paulo, ano
12, n.71, p.44-48, 2007.
maior disponibilidade de recursos para pesquisas na região
3.P. R. M. Carvalho, J. R. F. Sá, F. A. N. Paz. PRODUÇÃO CIENTÍFICA
sudeste (3). A classificação Qualis Capes da maioria SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL. Rev. Saúde em Foco, Teresina, v. 1, n.
desses periódicos encontrados foi de B1 (33 artigos), 2, art. 1, p. 72-85, ago. / dez. 2014.

24
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ANÁLISE QUANTITATIVA DE FÊMEAS PARA DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE MAMA
Gustavo Fonseca1*, Clarissa Lustosa¹, Bruna Santos¹, Anna Assunção¹, Alexandra Abreu¹, Bárbara Tadim¹, Yara Costa¹, Luiz Telles².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Durante a execução do exame clinico houve a avaliação de


O tumor mamário é a neoplasia mais comum em cadelas e a uma cadela lactante, a qual apresentava um nódulo, menos
terceira mais comum em gatas, podendo acometer tanto que 0,5 cm, podendo estar relacionado à atividade láctea do
fêmeas inteiras quanto castradas. A faixa etária mais parênquima mamário, sendo recomendada ao tutor nova
prevalente varia entre os sete e 12 anos, sendo classificados avaliação após o encerramento.
como malignos em aproximadamente 50% em cadelas e
90% em gatas diagnosticadas. A etiologia da doença é Tabela 2 - Tabela apresentando características das cadelas
variada, podendo estar associada à influência hormonal que apresentaram nódulos ao exame físico. (Acervo do
devido a presença de receptores de estrógeno e autor)
progesterona nas células neoplásicas, portanto, é
recomendado a cirurgia de castração – PARÂMETROS CADELA 1 CADELA 2 CADELA 3
ovariosalpingohisterectomia (OSH). É indicada a castração CASTRADA SIM NÃO NÃO
precoce, até antes do terceiro cio, como prevenção de MÉTODOS NÃO NÃO NÃO
CONTRACEPTIVOS
neoplasias mamárias¹.
PSEUDOCIESE SIM NÃO NÃO
As neoplasias mamárias se apresentam, geralmente, como SOUBE
nódulos de carcinoma circunscritos que acometem mais de INFORMAR
uma e/ou cadeia mamária, de tamanhos variáveis. O CICLO ESTRAL SIM SIM NÃO
diagnóstico definitivo é realizado através de exame REGULAR
histopatológico. Exames de imagem, como ultrassonografia ABORTO NÃO NÃO NÃO
abdominal e radiografia torácica em pelo menos três GESTAÇÕES SIM (2x) NÃO NÃO
projeções, são utilizadas para o estadiamento clínico da IDADE >6 >6 >6
doença². O tratamento de escolha é a exérese da neoplasia
As informações obtidas durante a campanha são
respeitando as margens cirúrgicas de segurança e a
semelhantes às encontradas na literatura. Todas as cadelas
drenagem linfática mamária. O tratamento quimioterápico
com neoplasias mamária possuíam idades superior a seis
adjuvante pode ser necessário para os tipos histológicos
anos. Além disso, foi registrado que elas não haviam sido
mais agressivos, quando as margens cirúrgicas estiverem
submetidas à OSH ou foram castradas tardiamente. O
comprometidas ou quando já houver disseminação
tamanho das neoplasias mamárias foram, menor que 0,5
metastática².
cm, chegando até 1 cm. Sendo encontrado na literatura
nódulos de 0,5 até 15cm de diâmetro, e em apenas uma
MATERIAIS E MÉTODOS cadela havia presença de descarga papilar serosa.
Foi realizada uma campanha de conscientização do câncer A baixa prevalência de neoplasias mamárias na campanha
de mama em gatas e cadelas no Hospital Veterinário pode ser justificada pela crescente divulgação entre o
UNIBH, na qual os tutores tiveram uma orientação em público leigo da necessidade de castração dos animais e o
relação à prevenção e os benefícios do diagnóstico precoce perfil sócio-econômico da região onde o hospital veterinário
da doença. Foram realizadas avaliações clínicas nas se encontra, acreditando-se que o acesso à informação
cadeias mamárias de gatas e cadelas, sem seleção prévia neste público seja maior. Sendo assim, se faz necessária
de raça ou idade. Foi realizado o atendimento de 31 fêmeas, em campanhas posteriores, a realização de avaliação sócio-
e aplicado o questionário para o levantamento dos dados econômica do público participante e a comparação com
referentes ao histórico reprodutivo dos animais, como a informações obtidas em campanhas realizadas em outros
utilização de medicamentos contraceptivos, ocorrência de locais.
quadros de pseudociese, regularidade do cio, número de
gestações e abortos. CONCLUSÃO
Nota-se que de acordo com os exames clínicos, e
RESULTADOS E DISCUSSÕES consequentemente os casos positivos, é de suma
Dos 31 animais atendidos, 28 eram cadelas, sendo oito importância frisar a castração precoce de cadelas e gatas.
castradas e 20 inteiras, e todas as três gatas já haviam sido Já que os hormônios, como estrógeno, desempenham papel
castradas. Entre as cadelas examinadas, três apresentaram fundamental no desenvolvimento de tumor de mama. Assim,
nódulos em uma das mamas, com tamanho variando entre reduzir a prevalência da doença que acomete, normalmente,
0,5 cm e 1 cm com ausência de descarga papilar. Entre as tardiamente os animais.
fêmeas felinas avaliadas durante a campanha, nenhuma
apresentou sinal de nódulos nas mamas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- CIRILLO, Juliana Vieira. Tratamento quimioterápico das neoplasias
Tabela 1 - Tabela apresentando o número de cadelas mamárias em cadelas e gatas. Revista Instituto Ciência Saúde. São José dos
Campos, 2008. Disponível em
examinadas e número de positivas a nódulos na mama. <https://www.unip.br/presencial/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2008/03
(Acervo do autor) _jul_set/V26_N3_2008_p325-327.pdf>, acessado em 06 de novembro de
2018.
IDADE EXAMINADAS POSITIVAS 2-CRIVELLENTI, LZ. Casos de rotina em Medicina Veterinária de pequenos
< 1 ano 1 0 animais. 2. ed. São Paulo: MedVet, 2015.
1-3 anos 10 0 3- FELICIANO, Marcus Antônio Rossi. Neoplasia mamaria em cadelas,
4-5 anos 9 0 revisão de literatura. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária,
v.18, 2012.
> ou = 6 anos 8 3

25
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH

ANATOMIA COMPARADA DAS ARCADAS DENTÁRIAS DE SERPENTES


Karen Magalhães1, NathaliaSilva1, Maria Clara Silveira1, Gabriel Lopes1, Matheus Oliveira1, Fabrízia Portes Cury Lima2, Bruno Divino
Rocha2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Curso de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte/ MG – Brasil

INTRODUÇÃO
As serpentes podem apresentar em sua dentição quatro
tipos básicos de arcada dentária, chamadas Áglifa,
Opistóglifa, Proteróglifa e Solenóglifa, sendo algumas
serpentes peçonhentas ou não. A classificação de cada
serpente se dá pela presença ou ausência das presas e sua
localização (1). Os grupos de presas são reconhecidos de
acordo com sua posição (anterior ou posterior) na mandíbula Figura 1: Ilustração mostrando os quatro tipos básicos de
superior (3). Durante a evolução das serpentes, muitas dentição das serpentes.
especializações foram desenvolvidas relacionadas à sua
dentição no que diz respeito à função de condução da
peçonha (4). As presas de várias cobras são utilizadas para
injetar veneno em suas capturas, são longos dentes que
possuem um sulco ou canal no qual a peçonha após sair do
par de glândulas (situadas na base da cabeça) corre ou flui
internamente no dente, respectivamente, até chegar à sua
vítima (2/3). A origem deste sulco vem de uma hipótese que
diz que ele foi desenvolvido a partir da invaginação da
parede epitelial durante o desenvolvimento do germe
dentário das presas (2). O objetivo deste trabalho é reunir
informações sobre as diferenças dos tipos de arcada
dentária das serpentes.

MATERIAL E MÉTODOS
As informações utilizadas foram obtidas por meio de revisão
A. áglifa; B. opistóglifa; C. proteróglifa; D. solenóglifa.
de literatura de artigos científicos e livros.
Fonte: Adaptado de Franco (2003)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
As serpentes denominadas Áglifas são aquelas que não
possuem presas em sua arcada dentária, ou seja, não são De acordo com a literatura, ao longo da evolução das
peçonhentas. Apresentam, em toda a boca, dentes maciços serpentes, sua dentição sofreu diversas modificações,
que ajudam a conter a captura, como exemplos a Jibóia e a originando quatro tipos diferentes de arcadas dentárias:
Sucuri. Algumas das espécies de serpentes que são Áglifa, Opistóglifa, Proteróglifa e Solenóglifa. Essas
denominadas Opistóglifas apresentam um par de presas na modificações foram de extrema importância para a
região posterior da maxila superior, como a cobra Muçurana sobrevivência dessas serpentes, pois as presas originadas
e Cobra-cipó. As Proteróglifas são serpentes que contendo o canal no qual conduz a peçonha, no caso das
apresentam presas rígidas, as quais possuem um sulco serpentes com dentição Proteróglifa, Solenóglifa e algumas
mais profundo do que nas encontradas nas Opistóglifas, na Opistóglifa, são utilizadas ao decorrer de suas vidas para
região anterior da boca, como as Najas e Mambas. As sua defesa e sua alimentação. Apesar das serpentes com
serpentes Solenóglifas apresentam presas móveis e dentição Áglifa não apresentarem presas, sua arcada
caniculadas, recobertas por uma bainha chamada vagina dentária é essencial na hora da contenção de sua captura.
dentalis, na região anterior da boca, como a Jararaca e a Realizar a anatomia comparada das arcadas dentárias é
Cascavel. Todos os seus dentes são repostos, inclusive as muito importante, visto que ajuda na identificação de
presas (FIG.1). diversos tipos de serpentes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Lobo LM et al. Análise comparativa dos diferentes tipos de dentição em
serpentes. Acta Tecnológica, vol.9, No 2, p.1-8, 2014.
2. Zahradnicek O et al. Viperous fangs: Development and evolution of the
venom canal. Mechanisms of Development 125, p.786, 2008.
3. Vonk FJ et al. Evolutionary origin and development of snake fangs. Nature
454, p.630, 2008.
4. Borget CM. Dentitional phenomena in cobras and other elapids with notes
on adaptive modifications of fangs. Bulletin of the American Museum Natural
History, v.81, p.338, 1943.

26
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ATRESIA ANAL EM BEZERRA GIR: RELATO DE CASO
Henrique Lamego¹, Peterson Oliveira¹, Tiago Carvalho¹, Tomás Monteiro¹, Fabrízia Portes Cury Lima2
1
Graduando em MedicinaVeterinária – UniBH - Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professora do Curso de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte/ MG – Brasil

deverá ser iniciada através da técnica de episiotomia, com a


finalidade de localizar a fístula, suturar o espaço existente no
INTRODUÇÃO teto da vagina e assoalho do reto, e por fim, delimitar a
A criação de bezerras da raça Gir com aptidão leiteira vem abertura anal, fixando o reto na pele com 4 pontos cardiais
se tornando frequente em rebanhos de bovinos no território (12,3,6 e 9 horas), finalizando com vários pontos simples
nacional. Isso se deve a sua rusticidade, resistência ao clima separados utilizando fio de nylon 3-0. (2;1).
tropical brasileiro e suas características morfológicas, nas No pós operatório, administrar analgésicos até 3 dias depois
quais atende os requisitos de um animal de produtor de do procedimento cirúrgico e fazer antibioticoterapia durante
leite. (3). 10 dias. (2).
A atresia anal associada a fístula reto vaginal é um defeito
congênito caracterizado por uma interrupção do reto próximo Figura 1: Aumento de volume na região anal com saída de
a junção muco-cutânea, levando a ausência da cavidade fezes pela vagina, indicando presença de fistula reto vaginal.
anal. Diante desta imperfuração da cavidade natural, a
pressão exercida pelas contrações peristálticas em seu
transito normal, força a abertura de um canal fístuloso, que
em fêmeas, corre desde o reto até a vagina. (1).
Segundo (1), a atresia anal pode ser classificada em quatro
tipos. A atresia anal do tipo 1 é caracterizada por um reto
normal e um ânus estenótico. A atresia anal tipo 2 ou ânus
imperfurado é descrita como um reto distal que termina em
fundo cego sem desenvolvimento do ânus; frequentemente
o reto é apropriadamente desenvolvido, porém o ânus é
coberto por uma fina membrana de pele. A atresia anal tipo
3 caracteriza-se pela formação de um fundo cego no reto
proximal e a ausência de ânus desenvolvido, enquanto a
atresia anal tipo 4 é definida pela formação de fundo cego
no reto proximal com o ânus desenvolvido normalmente.

RELATO DE CASO E DISCUSSÕES


Foi atendido na Fazenda Itimirim, município de São
Sebastião do Maranhão-MG, uma bezerra Gir de 9 meses
nascida de parto eutócico em janeiro de 2018 com
aproximadamente 30 kg. Na data do atendimento o animal
apresentava 122 kg, visualmente com escore de condição Fonte: pessoal
corporal inferior aos outros animais contemporâneos,
pelagem arrepiada e sem brilho. Proprietário relatou que ao CONCLUSÕES
nascimento foi feita cura de umbigo com álcool iodado a 2% O tratamento cirúrgico de animais com atrésia anal,
no dia do nascimento e nos 5 dias subsequentes foi feito o independente do grau de atrésia presente, deve ser
uso de larvicida (mata-bicheira) em pó a base de Coumafós realizado o mais breve possível, afim de prevenir que o
3% e Propoxur 2%, a colostragem foi feita direto na mãe. quadro clínico do animal se agrave devido a uma infecção e
Na Anamnese foi relatado que o animal não apresentava a possa evoluir ao óbito. Deve-se lembrar que outras
cavidade anal e as fezes saírem com dificuldade através da malformações podem estar associadas e que as mesmas
vagina, sinal evidente de fístula reto vaginal. Durante exame devem ser investigadas para serem reparadas.
clínico observou-se que o animal realizava força abdominal
excessiva para defecar levando a um aumento de volume na BIBLIOGRAFIAS
membrana que recobria a região onde deveria estar 1. CARVALHO, Y.N.T. et al. Atresia anal associada à fístula reto-
presente o anus (FIG.1). Não foi observado distensão vaginal em bezerra: uma revisão. PUBVET, Londrina, V. 6, N. 33,
abdominal, e a temperatura do animal era de 38,3°C. Ed. 220, Art. 1462, 2012
2. GOMES, V. et al. ATRESIA ANAL EM BEZERRO: RELATO DE
Foi indicado ao proprietário que fosse realizado CASO. REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE MEDICINA
procedimento cirúrgico neste animal, no qual consiste em VETERINÁRIA – ISSN 1679-7353 PERIODICIDADE SEMESTRAL
cuidados antissépticos e assépticos, anestesia local – EDIÇÃO NÚMERO 2 – JANEIRO DE 2004
3. LIMA, D.V. et. al. Estádio de maturidade sexual em novilhas da
infiltrativa associada á anestesia epidural. Feita a medicação raça Gir leiteiro com faixa etária de 11 a 29 meses de idade
anestésica, o animal deverá ser submetido a decúbito lateral criadas em regime extensivo / Diogo Vivacqua de Lima – Viçosa.
deslocando a cauda dorsalmente para que se possa obter MG, 2009.
uma melhor visualização do campo cirúrgico. A cirurgia

27
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
BEM ESTAR E ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA GATOS DOMÉSTICOS
Natália Félix Rezende1, Janine Ramos da Silva Santos Dias1, Luisa Andrade Azevedo¹, Rafaella Linhares Coelho¹,
Núbia Isabela Barbosa¹, Caroline Lopes Gomes de Oliveira¹, Gabrielle Olivia Avelino Coelho¹,
Vinicius Santos Moura¹ Bruno Divino Rocha², Luiz Flávio Telles2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO em brigas com outros gatos ou com animais de outras


A domesticação dos felídeos ao longo da humanidade vem espécies, de sofrerem acidentes ou morrerem por
modificando seus hábitos, ocasionando alterações atropelamento, e ainda de se perderem. Entretanto o
funcionais e comportamentais, afetando diretamente seu aumento das dimensões do espaço não significa incremento
bem estar. De acordo com o conceito adotado pela Farm dos níveis de atividade, sendo necessário aplicar o
Animal Welfare Council (FAWC), a noção de bem-estar enriquecimento ambiental, abrangendo as diversas formas
baseia-se nas cinco liberdades animais, sendo elas: (1) Livre de manejo.
de sede, fome e má nutrição; (2) Livre de dor, ferimentos e O consumo hídrico do felino é reduzido, portanto os
doença; (3) Livre de desconforto; (4) Livre para expressar bebedouros devem ser espalhados pelo recinto e se
seu comportamento natural; (5) Livre de medo e de possível ter uma opção de agua corrente com o uso de uma
estresse. fonte ou torneira com sensor de movimento. O fornecimento
Entender tais conceitos gerais associados aos hábitos e de alimento úmido é alternativa no incremento de ingestão
particularidades da espécie são importantes para um manejo hídrica.
adequado e enriquecimento eficiente. Segundo ROCHLITZ Gatos necessitam de locais elevados para descanso e
(2005), o termo enriquecimento ambiental se refere às observação, servem também como uma fonte de exercício
modificações e intervenções no ambiente com o objetivo de diário para os mesmos, assim como devem existir locais
melhorar o bem-estar dos animais que vivem nele. Essas privativos que possam ser utilizados como refúgio em
adaptações permitem que o animal expresse seus situações adversas.
comportamentos próximos aos naturais diante das Os felinos têm como hábito enterrar suas excretas, portanto
limitações dos recintos, contribuindo para sua saúde física e os locais destinados à eliminação como caixas de areia
mental. devem ser dispostos em locais tranquilos e em quantidade
O presente trabalho tem como objetivo realizar uma breve adequada ao número de gatos da propriedade, sua higiene
revisão literária sobre comportamento e medidas a serem deve ser criteriosa e regular.
adotadas para realizar o enriquecimento. O comportamento de arranhar é típico, e é realizado para
manter suas unhas aparadas e marcar seu território,
MATERIAIS E MÉTODOS arranhadores são facilmente encontrados em lojas para
Para revisão de literatura foram utilizados: o livro animais de estimação, devem ter altura adequada e oferecer
Comfortable quarters for laboratory animals (2015), artigo segurança durante a atividade.
internacional A review of the housing requirements of Brincadeiras são benéficas, objetos que se movem, com
domestic cats (Felis silvestris catus) kept in the home (2005), texturas complexas e com características de presa são os
todos disponíveis online em texto completo. mais adequados, quando não estiverem em uso, devem ser
guardados e devem ser expostos aos animais
REVISÃO DE LITERATURA periodicamente, a fim de não se tornar entediante.
Os novos conhecimentos adquiridos na área básica sobre os A adoção de tais medidas ocasionam mudanças
mecanismos sensoriais e o desenvolvimento evolutivo das significativas no cotidiano felino, mimetizando desafios
espécies proporcionaram ao homem um melhor encontrados na vida natural.
entendimento do bem-estar e comportamento animal.
O gato doméstico evoluiu do gato selvagem africano (Felis CONCLUSÃO
silvestris libyra), um carnívoro que vivia em ambientes É de extrema importância conhecer os comportamentos
arenosos e gramíneos, com hábito de se esconder para naturais para manutenção do bem-estar desses animais. A
caçar alimentos e sobreviver. Dessa forma, é comum que introdução de diferentes formas de enriquecimento
gatos de companhia expressem esses mesmos ambiental incluindo mudanças no ambiente físico, social,
comportamentos adaptativos. sensorial, ocupacional e nutricional é capaz de melhorar o
Gatos variam em grau de sociabilidade, uma ausência ou bem-estar desses animais, reduzindo o desenvolvimento de
desequilíbrio de tal estrutura podem provocar desordens de alterações comportamentais e de doenças.
ansiedade e alterações comportamentais. Problemas
associados ao confinamento incluem tédio, agressividade REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
com pessoas e outros gatos, medo, redução da capacidade 1. ROCHLITZ, I. A review of the housing requirements of domestic cats
reprodutiva, anorexia, afastamento de grupos sociais, (Felis silvestris catus) kept in the home. Applied Animal Behaviour
Science, v.93, p.97-109, 2005. Disponível em: <
perseguição à própria cauda, estereotipias e automutilação. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S016815910500004
O gato selvagem caçaria por comida, no cativeiro o 3 >. Acessado em 09/11/2018.
fornecimento de alimento ad libitum ou em porções diárias 2. ROCHLITZ, I. Comfortable quarters for cats in research institutions. In:
REINHARDT, V.; REINHARDT, A. Comfortable quarters for laboratory
não representam nenhum desafio ao animal, o animals, 10.ed. Washington: Animal Welfare Institute, 2015, p.146-159.
enriquecimento alimentar pode ser realizado com ração Disponível em: <https://awionline.org/sites/default/files/publication/
seca, colocando-a em locais diferentes, ou dificultando seu digital_download/AWI-ComfortableQuarters-2015.pdf >. Acessado em
09/11/2018.
acesso com algum comedouro ou brinquedo.
Apesar de gatos com acesso ao ambiente externo ser o
modo mais próximo ao natural, estes apresentam maiores
chances de contraírem doenças infecciosas, se envolverem
28
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
BENEFÍCIOS DO BLOQUEIO LOCORREGIONAL NO CONTROLE DA DOR
Suellen de Moura Lacerda1*, Tábata Torres Megda2, Jéssica Fontana de Magalhães3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil, suellen.demoura@hotmail.com
2
Medica Veterinária Anestesiologista – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professora do Departamento de Medicina Veterinária do UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil

analgesia devido à características como a menor requisição


de fármacos para a manutenção do plano anestésico (5), o
INTRODUÇÃO
uso de anestesia e analgesia multimodal e menor debilidade
O reconhecimento e adequado tratamento da dor tornaram- neurológica bem como menos efeitos colaterais (1).
se fatores fundamentais na rotina do Médico Veterinário (5), O uso de técnicas locorregionais reduz a necessidade de
uma vez que o manejo correto na terapia antiálgica traz administração contínua e em doses altas de opioides (1,2),
inúmeros benefícios para a recuperação do paciente (3). A aumentando o conforto dos pacientes e reduzindo os efeitos
conscientização dos benefícios da redução da dor e de sua adversos dos opiáceos, como náuseas e vômitos (4). A
abordagem multimodal aumentou e possibilitou o uso de menor necessidade de consumo de analgésicos minimiza a
técnicas como a Anestesia Locorregional (5). possibilidade de ocorrência de cronificação da dor, além de
ajudar a controlar a dor crônica onde a mesma já se
MATERIAIS E MÉTODOS estabeleceu (1).
O presente trabalho revisa parte da literatura científica A execução de bloqueios durante os procedimentos
publicada entre 2015 e 2018. Os artigos científicos utilizados anestésicos promove uma analgesia mais intensa e
foram selecionados, através de busca em diversos bancos duradoura de uma maneira geral (1), melhorando
de pesquisas de medicina humana e veterinária com o amplamente o conforto e a recuperação pós-operatória do
objetivo de destacar os benefícios do bloqueio locorregional. paciente (6,7).
As terminologias indexadas foram: locoregional block; Os bloqueios locorregionais promovem mínima alteração
anesthesia; local anesthesia. hemodinâmica e praticamente não possuem efeitos
adversos, sendo amplamente indicados no auxílio de
procedimentos anestésicos e no controle da dor ( 6,7).
REVISÃO DE LITERATURA
A dor em sua terapia farmacológica, comumente é
CONCLUSÕES
controlada com o uso de analgésicos, dos quais se
destacam os opioides e anti-inflamatórios, além dos α2 A anestesia locorregional destaca-se como ferramenta para
agonistas adrenérgicos e anestésicos locais em associações o controle de dor por possibilitar maior estabilidade e
(5). Para o manejo da dor com o auxílio da técnica de segurança durante os procedimentos anestésicos,
bloqueio locorregional do neuroeixo, técnica na qual se promovendo maior conforto ao paciente e um manejo mais
aplica em concentração adequada um fármaco que bloqueia adequado da dor com mínimos efeitos adversos. As diversas
de maneira reversível a condução nervosa, diversos técnicas permitem uma recuperação mais rápida e completa
fármacos dessas classes podem ser empregados (5). do paciente, prevenindo a ocorrência da dor neuropática.
Múltiplas técnicas de anestesia locorregional podem ser
utilizadas na redução ou prevenção da dor, dentre elas
destacam-se a Tópica e Infiltrava, a de Neuroeixo, Bloqueio BIBLIOGRAFIAS
de Plexo e Nervos Periféricos (3).
1.SEBBAG, Ilana; QASEM, Fatemah; DHIR, Shalini. Ultrasound guided
A técnica tópica não exige equipamentos ou conhecimentos quadratus lumborum block for analgesia after cesarean delivery: case
anatômicos específicos para sua realização, sendo series.Revista Brasileira de Anestesiologia, S.L., v. 67, n. 4, p. 418-421, abr.
caracterizada como a mais simples anestesia regional, 2016.
mantendo o fornecimento de boa analgesia, porém, por um 2. GACIO, Mercedes Fernández et al. Bloqueio paravertebral no controle
da dor aguda pós-operatória e dor neuropática do nervo
período limitado (3). A anestesia de neuroeixo, como a intercostobraquial em cirurgia mamária de grande porte. Revista
Epidural, não exige equipamentos onerosos para sua Brasileira de Anestesiologia, S.L,l, v. 66, n. 5, p. 475-484, fev. 2016.
realização. É necessário o uso de agulhas apropriadas, 3. TRANQUILLI, William J.; THURMON, John C.; GRIMM, Kurt A. . LUMB E
JONES ANESTESIOLOGIA E ANALGESIA VETERINÁRIA. 4 edição. ed. São Paulo:
técnica asséptica e conhecimento detalhado da Gen, 2016. 1192 p. v. unico.
neuroanatomia. Trata-se de uma técnica que promove 4.FARIAA, Sara Socorro; GOMEZB, Renato Santiago. Aplicación clínica del
analgesia duradoura no trans e pós-operatório da região bloqueo anestésico paravertebral torácico en operaciones de
toracoabdominal e membros pélvicos, mas não é indicada mama.Revista Brasileira de Anestesiologia, Brasil, v. 65, n. 2, p. 147-154, jan.
2015.
em caso de sepse, alterações da anatomia da coluna 5. ALEIXO,Grazielle Anahy Sousa et al.Tratamento da dor em pequenos
espinhal e pelve (3). Os Bloqueios de Plexo e nervos animais: classificação, indicações e vias de administração dos
periféricos apresentam baixa incidência de efeitos colaterais, analgésicos (revisão de literatura: parte II) Medicina Veterinária (UFRPE),
Recife, v.11, n.1 (jan-mar), p.29-40, 2017.
fornecem segurança além de analgesia intensa e duradoura.
6.PORTELA, D.A; VERDIER, N.; OTERO, P.E. Regional anesthetic
Entretanto, demandam bom conhecimento anatômico e techniques for the thoracic limb and thorax in small animals: A review of
idealmente devem ser realizados por meio do uso de the literature and technique description. The Veterinary Journal, [S.l.], v.
neuroestimulador ou guiados por ultrassom (6,7). unico, n. 241, p. 8-19, set. 2018.
7.PORTELA, D.A; VERDIER, N.; OTERO, P.E. Regional anesthetic
A evolução do conhecimento para a realização dos techniques for the pelvic limb and abdominal wall in small animals: A
bloqueios locorregionais impulsionou a melhora da review of the literature and technique description. The Veterinary Journal,
qualidade e segurança de procedimentos anestésicos (6,7). [S.l.], v. unico, n. 238, p. 27-40, jul. 2018.
Tornando-se um adjuvante anestésico incrível para a
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CARACTERÍSTICAS DO TUBARÃO BRANCO: MIGRAÇÃO E CONSERVAÇÃO
Crystal Lodi Conde1*, Maria Clara Madureira de Lima Prado1, Mariana de Oliveira Ribeiro1,
Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2 *kikilodi@yahoo.com.br
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

desses animais. Contudo, esse cenário pode ser


positivamente aproveitado por outras espécies marinhas,
INTRODUÇÃO através do aumento de novas áreas de reprodução e de
alimentação (4).
Os tubarões pertencem ao Reino Animalia, Filo Chordata,
De acordo com estudos, os tubarões muitas vezes migram
Classe Chondrichthyes, Subclasse Clasmobranchii, Ordem
em curtos períodos de tempo e não voltam a esses locais
Lamniformes e Família Lamnidae (1).
por semanas, meses ou mesmo anos mais tarde.
A espécie Carcharodon carcharis, mais conhecida como
A Convenção sobre Espécies Migratórias (CMS, sigla em
tubarão branco, ocupa o topo da cadeia alimentar marinha.
inglês para Convention on Migratory Species) é o principal
São peixes cartilaginosos, ovovivíparos, com coloração indo
instrumento internacional que tem como objetivo diminuir as
do marrom-acinzentado ao cinza-azulado, carnívoros,
ameaças às espécies marinhas migratórias, quanto às
variando sua alimentação entre peixes de pequeno a grande
capturas e aos impactos negativos sobre os cetáceos. As
porte, como raias e baleias. Podem chegar a 7,1 metros de
medidas elaboradas por esse órgão requerem cooperação
comprimento, sendo a média de tamanho 2 a 2,5 metros (1).
internacional para se manter ou melhorar o status de
O processo de migração geralmente é de longa-distância,
conservação das espécies migratórias (4). Mais de 50
podendo ser feito individualmente ou em grupo, anualmente
espécies de tubarões estão incluídas como espécies
ou de acordo com a estação; dependem do clima da região,
altamente migratórias sob o Anexo I da UNCLOS (United
da disponibilidade de alimento e da época de acasalamento
Nations Convention on the Law of the Sea), sigla em inglês
(1).
para Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar,
O objetivo desse trabalho é elucidar o leitor acerca de
mas apenas algumas delas desfrutam de proteção
características gerais e específicas do tubarão branco.
específica para espécies no mundo, e muitas delas ainda
precisam ser implementadas internamente. Para que as
MATERIAIS E MÉTODOS medidas de conservação aos tubarões brancos sejam bem-
sucedidas, é necessário que haja conformidade e
Este trabalho constitui-se de uma revisão da literatura, melhoramento da gestão feita por Estados e autoridades
realizada em outubro e novembro de 2018, no qual se competentes, além de uma cooperação internacional entre
realizou uma consulta em artigos científicos e trabalhos de todos os Estados e autoridades ao longo da mesma rota de
conclusão de curso, datados de 2011 a 2017, selecionados migração, ou seja, as populações de animais marinhos
através de busca no banco de dados do scielo e google migratórios devem ser administradas como unidades únicas,
academics. As palavras chave foram: processo de migração sem limites jurisdicionais (4).
e conservação, características tubarão-branco.
CONCLUSÕES
REVISÃO DE LITERATURA
As migrações dos tubarões brancos ainda são deficientes de
A migração animal é baseada em grupos ou indivíduos que estudos, devido à sua dificuldade de monitoramento, porém
tentam garantir boas condições ambientais, explorando já se sabe que estas ocorrem em longas distâncias
novos habitats ao longo das mudanças de estações (5). sazonalmente para fins alimentícios e reprodutivos (2). A
De acordo com estudos, a costa oeste dos Estados Unidos e pesca desenfreada atinge diretamente esse comportamento
uma porção entre Havaí e Alasca, juntamente com a África migratório, colocando em risco à espécie, podendo entrar
do Sul, são considerados ―hotspots‖, por promoverem em extinção (4). Por isso são necessárias medidas de
corredores de migração, tanto para baleias, quanto para conservação e mais estudos acerca desse assunto.
tubarões (3). A conservação de habitats adequados ao longo de toda a
A temperatura da água e a quantidade produtiva do oceano, extensão das rotas migratórias é uma medida indispensável
onde a água rica em nutrientes do fundo vem para a para o manejo ecológico dessas espécies (4).
superfície, podem levar à migração de diversas espécies (3).
O tubarão branco nada milhares de quilômetros, BIBLIOGRAFIAS
anualmente, atrás de alimento e para reprodução.
Geralmente é encontrado em mares temperados, já que 1. SZPILMAN, Marcelo, Tubarões no Brasil: guia prático de identificação, Rio de Janeiro: Mauad
esses locais há uma grande diversidade de animais que Editora Ltda 2000.

compõem sua dieta, tal como leões-marinhos e focas (2). 2. RIBEIRO, Ana Karyne Santa Cruz, ASPECTOS ECOLÓGICOS E COMPORTAMENTAIS DO
As mudanças climáticas, tais como tempestades, TUBARÃO BRANCO, Carcharodon carcharias, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIÂNIA 2013.

inundações e temperaturas extremas, influenciam 3. Corbyn, Zöe, Migration tracking reveals marine Serengeti, Nature, 2011, disponível em:
negativamente a migração de várias espécies marinhas, https://www.nature.com/news/2011/110622/full/news.2011.379.html, acesso: novembro de 2018.

fazendo com que haja perda de habitat, mudanças na 4. LASCELLES, Ben, et. Al., Migratory marine species: their status, threats and conservation
localização das presas e nas rotas de migração, esta, management needs, Aquatic Conserv: Mar. Freshw. Ecosyst. 24(Suppl. 2): 111–127 (2014), disponível em:
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/pdf/10.1002/aqc.2512, acesso: novembro de 2018.
influenciada pelas mudanças nas correntes oceânicas e das
temperaturas da superfície do mar, redução da 5. DOHERTY, P., D., et. Al., Long-term satellite tracking reveals variable seasonal migration
strategies of basking sharks in the north-east Atlantic, Nature Scientific Reports, 2017, disponível em:
produtividade e, possivelmente, aumento da mortalidade https://www.nature.com/articles/srep42837.pdf, acesso: novembro de 2018.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CARCINOMA EM TUMOR MISTO EM CADELA
ALMEIDA, K. G ¹, MORAIS, T. R ², ANDERSSON, R. C ³, FERRARI, T, B ⁴, LIMA. F, P,C
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO encapsulada, formando estruturas tubulares, papilares ou


As neoplasias mamárias em cadelas apresentam ninhos de células carcinomatosas in situ, separadas por
importância na medicina veterinária, e veem sendo muito estroma fibrovascular delgado. As células são cuboidais a
estudadas nos últimos anos, principalmente por servirem de poligonais e apresentam citoplasma eosinofílico amplo,
modelo para o estudo do câncer de mama na mulher vacuolizado, de limites imprecisos, núcleos arredondados a
(MARTINS & FERREIRA, 2003). ovais, cromatina frouxa, com núcleos únicos ou duplos
Os tumores mamários dos caninos apresentam proeminentes. Moderada anisocitose e anisocariose e, em
características clínicas, biológicas, genéticas, e média, 6 figuras de mitoses em 10 campos na objetiva de
epidemiológicas muito semelhantes aos da espécie humana. 40x. Há proliferação neoplásica de células mioepiteliais
Entre estas podemos citar a faixa etária de aparecimento, arranjadas em feixes em diferentes direções sustentadas por
morfologia, presença de receptores de estrógeno e tecido mixomatoso, com áreas bem diferenciadas de
progesterona na massa tumoral, órgãos alvo de metástase, formação de tecido cartilaginoso. As células são fusiformes,
evolução clínica e hereditariedade em alguns casos, além de com citoplasma eosinofílico, vacuolizado e de limites
possuírem genótipo antigênico comparável àquele imprecisos. Os núcleos são alongados, com cromatina
observado em lesões de mama em seres humanos com finamente pontilhada e com nucléolos únicos proeminentes.
homologia entre ambos os genes (SILVA et al., 2004). Discreto pleomorfismo celular. Em meio as células
Existem formas diferentes de apresentação das neoplasias, neoplasicas, há áreas exibindo metaplasia escamosa ou
podendo ser benignas ou malignas. As neoplasias benignas áreas multifocais a coalescentes de necrose com restos
possuem taxa de crescimento progressivo e lento, possuem celulares. Os ductos galactóforos estão dilatados
formas mitóticas raras, não realizam uma invasão local, preenchidos por secreção eosinofílica amorfa, restos
possuem estroma abundante e recidiva rara ao contrário das celulares e macrófagos com citoplasma vacuolizado (ectasia
neoplasias malignas que invadem tecidos locais e ductal).
adjacentes, possuem células mitóticas numerosas, e
realizam frequentemente metástase.
O objetivo desse trabalho é relatar o caso de uma cadela de CONCLUSÕES
8 anos que apresentou neoplasias mamarias e precisou ser
submetida a ovariosalpingohisterectomia e retirada do tumor Glândula mamária: CARCINOMA EM TUMOR MISTO.
COMENTÁRIOS:
RELATO DE CASO E DISCUSSÕES O carcinoma em tumor misto é considerado um dos tumores
No dia 18/09/2018 a cadela de 8 anos, raça husky siberiano, malignos mais comumente descritos na glândula mamária
25kg, deu entrada na clínica São Judas Tadeu, sendo de cadelas. Trata-se de uma neoplasia composta por um
relatado à anamnese um caroço na mama que está componente epitelial maligno e outro mesenquimal benigno.
aumentando, vacinação em dia, porém tutora não A ectasia ductal é uma alteração não neoplásica,
apresentou o cartão de vacinação, cadela não castrada, caracterizada pela dilatação cística dos ductos galactóforos,
administração de anticoncepcional somente no primeiro cio, que pode ser secundária a oclusão luminal por neoplasias
alimentação normal com ração, urina e fezes normais. intraductais. Pode ser observada frequentemente a perda de
Ao exame clínico geral a cadela se apresentou ativa, T° continuidade do tecido epitelial que delimita o cisto e,
38,9, bem hidratada, frequência respiratória e cardíaca consequentemente, extravasamento do conteúdo cístico
normal e mucosa normocorada, no entanto ao exame clínico para o estroma adjacente levando a uma reação
específico foi observada pouca aderência do tumor no inflamatória.
segundo par de mamas do lado esquerdo, de aspecto
irregular e com secreção. BIBLIOGRAFIAS
Após a realização do exame clínico geral e específico foram LANA, S.E.; RUTTEMAN, G.R.; WITHROW, S.J. Tumors of the mammary
gland. In: WITHROW, S.J. & VAIL, D.M., Withrow & MacEwen's Small Animal
solicitados os exames de ultrassonografia, rx não sendo Clinical Oncology 4.ed. St. Louis: Saunders Elsevier, 2007. p.619-636.
autorizados pela proprietária e citologia, esta resultou em
inconclusiva, tais resultados são de extrema importância MARTINS, D.C.; FERREIRA, A.M.R. Marcadores prognósticos como um
porque se fosse constatado natureza maligna a castração auxílio à conduta clínico-cirúrgica em uma cadela apresentando múltiplos
nódulos mamários. Acta Scientiae Veterinariae, v.31, p.189-191, 2003.
não seria recomendada devido às metástases. Em seguida
foi realizado a histopatologia os informes clínicos foram SILVA, A.E.; SERAKIDES, R.; CASSALI, G.D. Carcinogênese hormonal e
Tumor em segundo quarto mamários do lado esquerdo, neoplasias hormônio- dependentes. Ciência Rural, v.34, n.2, p.625-633, 2004.
único, com acúmulo de secreção sanguinolenta e não Sorenmo K.U., Worley D.R., Goldschmidt M.H. (2013). Tumors of the
ulcerado. Descrito macroscopicamente como fragmento de mammary gland. In S.J. Withrow, Vail, D.M., Page, R.L. Small animal clinical
pele pilosa, com uma papila, contendo nódulo de 9,7 cm de oncology (5th Ed) Missouri: Elsevier Saunders.
diâmetro encapsulado, bem delimitado, expansivo e
Withrow S., Vail D., Page R., (2013) Small Animal Clinical Oncology. In
flutuante a tenso-elástico. Ao corte, observa-se superfície Withrow & MacEwen's Small Animal Clinical Oncology, 5th Edition. Elsevier
policística preenchida por líquido castanho avermelhado Saunders, Missouri.
com áreas sólidas, nodulares esbranquiçadas e amareladas.
Microscopicamente a glândula mamária apresentou: APOIO: UNIBH, Clinica Veterinária São Judas Tadeu
neoplasia epitelial, expansiva, parcialmente delimitada e
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CINÉTICA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA PÓS OPERATÓRIA EM CINCO PACIENTES COM
PERSISTÊNCIA DO DUCTO ARTERIOSO
Amanda Oliveira Paraguassú1*; Paloma Helena Sanches²; Maira Souza Oliveira3; Suzane Lilian Beier4; Pablo Herthel de Carvalho5; Patrícia
Maria Coletto Freitas4.
1
Graduanda em Medicina Veterinária – UFMG – Belo Horizonte/ MG – Brasil
(amanda.medicinavet@gmail.com)
2
Residente em Clinica Cirúrgica de Animais de Companhia – UFMG – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Medica Veterinária Cardiologista do Hospital Veterinário da UFMG – Belo Horizonte/ MG – Brasil
4
Professor do Departamento de Clinica e Cirurgia Veterinária – UFMG - Belo Horizonte – MG – Brasil
5
Professor do departamento de Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG - Brasil

INTRODUÇÃO primeiros dias e através do doppler vascular nos últimos três


Persistência do ducto arterioso (PDA) é um defeito cardíaco dias de internação, como pode ser observado no gráfico 1.
congênito onde o ducto arterioso não oclui no período pós Gráfico 1 – Alterações de pressão arterial sistólica após
natal, presumidamente devido à uma alteração genética no procedimento cirúrgico de correção da persistência do ducto
1,2
músculo liso presente no ducto arterioso em cães . Essa arterioso
afecção corresponde à 28% dos defeitos congênitos em
3 400
cães , e as raças miniaturas são as mais predispostas à

sistólica (mmHg)
ANIMAL 1

Pressão arterial
esse distúrbio.
ANIMAL 2
O ducto arterioso é responsável pela conexão entre a artéria 200 ANIMAL 3
pulmonar e a artéria aorta, em região distal à artéria
ANIMAL 4
subclávia esquerda. Sua oclusão ocorre 24 horas após o
nascimento, tornando-se permanente após duas a três 0 ANIMAL 5
4
semanas devido à formação do ligamento arterioso . As 1 2 3 4 5
Dias após procedimento cirurgico
consequências fisiológicas da persistência do ducto são
dadas pelo seu tamanho e pela direção do fluxo sanguíneo,
sendo este ultimo determinado pela diferença entre a Tendo em vista que a pressão arterial sistólica considerada
5
resistência vascular sistêmica e a pulmonar . normal em cães é de 110 a 120mmHg, podendo ser aceita
em ambiente hospitalar até 170 mmHg devido ao estresse
O PDA é comumente tratado pela obliteração cirúrgica ou 7
em que o animal está submetido ; nota-se que quatro de
por oclusão intravascular através de cateteres, sendo a
cinco animais apresentaram pico hipertensivo após a
primeira técnica realizada por dissecação do ducto seguida
6 correção cirúrgica. Isso pode ser explicado pelo fato de que
de ligadura dupla do mesmo . A complicação mais grave da
ligadura do duto arterioso é a ruptura, bem como shunt com a obliteração cirúrgica, a pressão sanguínea exercida
na artéria aorta torna-se maior no pós operatório imediato
residual. Casos de PDA não tratados geralmente progridem
até que seja estabelecida adequação fisiológica do animal.
para insuficiência cardíaca congestiva esquerda, edema
6 Apenas o animal 4 apresentou pico hipertensivo no terceiro
pulmonar e óbito em um ano .
dia, possivelmente devido ao remodelamento cardíaco já
A condição mais comum de PDA é caracterizada pelo fluxo presente antes da cirurgia que levou a um maior esforço
sanguíneo da aorta para a artéria pulmonar (sentido da para adaptação circulatória. Este animal estava sob uso de
esquerda para a direita), denominada persistência clássica pimobendan, benazepril e furosemida.
5
do ducto arterioso . CONCLUSÕES
Este relato tem como objetivo avaliar as alterações de Com este levantamento conclui-se que, apesar da avaliação
pressão arterial sistólica durante o pós operatório de cinco da pressão arterial poder ser considerada subjetiva quando
casos de persistência clássica do ducto arterioso e avaliada pelo uso do doppler, a maioria dos animais
correlacionar com possíveis alterações cardiopulmonares apresentou pico hipertensivo principalmente no primeiro dia
concomitantes. após o procedimento cirúrgico. Alterações funcionais das
RELATO DE CASO E DISCUSSÕES câmaras cardíacas podem levar à apresentação de um pico
Foram atendidas e submetidas à cirurgia para correção de hipertensivo mais tardio, proporcionando prolongamento do
persistência do ducto arterioso, na Escola de Veterinária da tempo de internação do animal.
Universidade Federal de Minas Gerais (EV - UFMG), cinco BIBLIOGRAFIAS
cadelas das seguintes raças: pinscher, maltês, spitz alemão, 1. Buchanan, J.W., 2001. Patent ductus arteriousus morphology,
welsh corgi Pembroke e sem raça definida. Os referidos pathogenesis, types and treatment. J. Vet. Cardiol. 3, 7–16
2. den Toom, M.L., Meiling, A.E., Thomas, R.E., Leegwater, P.A., et
animais apresentavam sinais clínicos de dispneia, cansaço al., 2016. Epidemiology, presentation and population genetics of patent ductus
ao esforço físico, tosse, cianose, além de sopro continuo arteriosus (PDA) in the Dutch Stabyhoun dog. BMC Vet. Res. 12, 105.
característico de ―som de maquinaria‖. Todos os casos 3. Buchanan, J.W., 1999. Prevalence of cardiovascular disorders. In:
Fox, P.R., Sisson, D.D., Moïse, N.S. (Eds.), Textbook of Canine and Feline
tratavam-se da persistência clássica do ducto arterioso, não Cardiology: Principles and Clinical Practice, 2nd edn. W. B. Saunders, pp. 647
possuíam alterações de pressão arterial sistólica e foram Philadelphia, PA, USA
diagnosticados através de exame físico, eletrocardiograma e 4. Kittleson, M.D., 1998. Patent ductus arteriosus. In: Kittleson, M.D.,
ecodopplercardiograma, sendo as cadelas pesando de 1 a Kienle, R.D. (Eds.), Small Animal Cardiovascular Medicine. Mosby, St Louis,
MO, USA, pp. 218–230
12,3kg e variando de nove a cinquenta e dois meses. 5. Stopiglia, A.J.; Freitas, R.R.; Irino, E.T. et al. Persistência do Ducto
As dimensões dos ductos foram mensuradas Arterioso em Cães: Revisão. Revista de Educação Continuada do Conselho
macroscopicamente no momento da cirurgia e foram obtidos Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, São Paulo, v. 7, nos 1/3, p.
23- 33, 2004
os valores de 0,3 X 0,5cm; 0,5 X 0,5cm; 1cm X 0,2cm; 0,6 6. Tobias, A.H., Stauthammer, C.D., 2010. Minimally invasive per-
cm X 0,5 cm; 1cm X 0,5cm; X; Y referentes a animal 1, catheter occlusion and dilation procedures for congenital cardiovascular
animal 2, animal 3, animal 4, animal 5 respectivamente. abnormalities in dogs. Vet. Clin. N. Am. Small Anim. Pract. 40, 581–603.
Os valores de pressão arterial sistólica dos pacientes foram 7. Tilley, L.P., Goodwin, J.K. Manual de cardiologia cães e gatos.
Roca, São Paulo, SP, 2002.
acompanhados através da pressão arterial invasiva nos dois APOIO: Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
COLIBACILOSE NEONATAL EM BEZERROS
Sannelly Assis Procópio1, Alexandre Ferreira Sturzeneker1, Daniele Cristine de Oliveira Freitas ¹,
Gabriel Rodrigues Franco da Cruz1, Larissa Soares Ramos¹, Luiz Felipe Justiniano Gonçalves¹,
Breno Mourão de Souza2, Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira2, Prhiscylla Sadanã Pires2.
1
Graduando em Medicina Veterinária– UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO E.coli e através do contato com a pele do períneo e do úbere


O termo ―colibacilose‖ é utilizado para denominar infecções da vaca.
causadas pelas bactérias Escherichia Coli, afetando
diversas espécies de animais, em especial bezerros e
leitões, sendo uma das principais causas da diarreia
1
neonatal em bezerros . É uma doença complexa por
englobar muitos fatores de risco e que existe interação com
outros agentes e que existe interação com outros agentes
tais como o Rotavirus, Coronavirus e Criptosporidium sp.,
causando significativas perdas econômicas. A patologia
ocorre mais frequentemente com animais recém-nascidos,
entre o 1°e 14 dia depois do nascimento. Após a invasão, os
2
sinais clínicos são observados 24 horas .
A colibacilose pode ser classificada em dois tipos: entérica,
que causa vários graus de diarreia, acidose, desidratação e
morte em poucos dias (se não realizado o tratamento; e
septicêmica, que causa morte em poucas horas devido ao
4
estabelecimento do estado de choque .
Desta forma, o objetivo desse trabalho é apresentar uma
revisão de literatura referente a Colibacilose Neonatal em
Bezerros.
O tratamento consiste principalmente na reposição de
MATERIAIS E MÉTODOS fluidos (água, eletrólitos e energia); Se necessário fornecer
O devido trabalho foi realizado de acordo com a literatura sulfas e antibióticos orais; Antimicrobianos são utilizados
utilizando artigos, teses e revisões bibliográficas sobre o normalmente para tratamento de infecções entéricas
tema discutido. Foram pesquisados e utilizados artigos do bacterianas primarias ou secundarias.
Scielo e Google Acadêmico. Para obter as informações, as Blanchard (2012) ressalta que a falha do tratamento pode
buscas foram filtradas com enfoque nos períodos de 2007 a ser devida a resistência bacteriana ou a distribuição
2018. inadequada do antibiótico no sitio de ação, resultando em
níveis terapêuticos insuficientes para matar as bactérias no
lúmen intestinal.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os gastos com a prevenção da colibacilose são
Nas primeiras semanas de vida, os bezerros necessitam de consideráveis, no entanto, o custo-benefício desse
maiores cuidados e proteção, devido a sua elevada investimento é significativo quando comparado as perdas
susceptibilidade as infecções, por este fato a prevenção e econômicas oriundas do tratamento.
diagnóstico precoce são de extrema importância.
A colibacilose neonatal bovina é causada principalmente CONCLUSÕES
pela E.coli causando dois tipos diferentes modos de Podemos concluir que a Colibacilose Neonatal é uma
apresentação da doença: forma entérica manifestada pelos enfermidade que acomete principalmente bezerros em seus
diferentes tipos de diarreia e a forma septicêmica primeiros dias de vida e é responsável por enormes
caracterizada por septicemia e morte rápida (Tabela 1). prejuízos econômicos. Embora a diarreia neonatal seja fácil
de ser identificada, um diagnóstico etiológico preciso é de
Tabela 1: Classificações das Colibaciloses e respectivos difícil realização. Em rebanhos onde a taxa de infecção é
sinais clínicos crescente é indispensável adaptar corretos tratamentos e
Classificação Sinais Clínicos preventivas medidas.
Colibacilose Entérica Diarreia, acidose e
desidratação BIBLIOGRAFIAS
1. GOMES, M. J. P. Gênero Escherichia spp e Salmonella spp., Material
Colibacilose Septicêmica Septicemia e Morte em fornecido no curso de graduação da Faculdade de Veterinária da UFRGS,
poucas horas 2009. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/labacvet/> Acesso em: 20 jun 2009
2. MILLEMANN, Y. Diagnosis of neonatal calf diarrhea. Revue Méd. Vét.,
2009, 160, 8-9, p. 404-409
3. RECK, M.V.M. Diarréia Neonatal Bovina. Monografia (Graduação), 2009 –
Tal doença apresenta maior incidência quando os animais Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Veterinária. Porto
são mantidos confinados ou muito próximo uns dos outros e Alegre: UFRGS, p.
representa importante perda econômica na propriedade. A 4. RADOSTITS, O. M.; GAY, C. C.; HINCHCLIFF, K. W.; CONSTABLE, P. D.
principal fonte de infecção está representada pelas fezes Veterinary medicine: a textbook of the diseases of cattle sheep, pigs, goats
and horses. 9ª Ed., Philadelphia: W.B.Sauders, 2007.
dos animais infectados, embora o recém-nascido possa
adquirir a infecção do contato com a cama do bezerreiro,
pela ingestão do leite de vaca com mastite causada por
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CONTROLE E PREVENÇÃO DA PODODERMATITE EM CAPRINOS E OVINOS
1*
Rafaela Domênica Galves Antunes ; Caroline de Oliveira Santos e Nogueira¹; Cicero Luiz Camargos Junior¹; Gabriel Henrique de
Oliveira Miranda¹; Luiza Souza Rocha Colombarolli¹; Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira²; Leandro Silva de Andrade²; Julia Gomes
de Carvalho²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO ou oriundos de rebanhos com histórico de pododermatite,


realizar isolamento de todos os animais recém-adquiridos,
vacinar o rebanho antes da época chuvosa onde a
A pododermatite também conhecida como footrot trata-se de
pododermatite contagiosa tenha sido diagnosticada, manter
uma infecção da pele do interdígito e da lâmina sensitiva do
uma nutrição adequada quantitativa e qualitativa¹. O
casco, promovendo claudicação prolongada e severa¹.Os
tratamento baseia-se na limpeza e higienização diária dos
problemas podais designam a principal causa de
cascos afetados e utilização de antibióticoterapia sistêmicos
claudicação em pequenos ruminantes, sendo responsáveis
ou locais².
por grandes perdas econômicas, pois restringe a locomoção
dos animais, assim diminuem consumo de matéria seca e
Figura 1: Pododermatite em caprinos e aspecto após
produção de leite com perda de escore corporal, provocando
casqueamento preventivo.
aumento na infertilidade e descarte prematuro dos animais¹.
O Dichelobacter nodosuse Fusobacterium necrophorum, são
as bactérias responsáveis pelo aparecimento da doença,
desta forma a umidade e temperatura excessivas são
fatores predisponentes para o surgimento da
pododermatite¹. O objetivo deste trabalho foi realizar uma
revisão de literatura sobre controle e prevenção da
pododermatite em caprinos e ovinos.
Fonte:http://veterinaryandbiomedicalresearch.blogspot.com/
2010/12/crescimento-excessivo-do-casco-de.html; Acesso
MATERIAIS E MÉTODOS
08/11/2018

A pesquisa bibliográfica foi realizada através do Google Figura 2: Utilização do pedilúvio como medida preventiva à
Acadêmico e comunicado técnico da EMBRAPA. Os critérios pododermatite.
para a seleção da bibliografia basearam-se em trabalhos
publicados entre os anos de 2010 a 2018. As palavras
chaves utilizadas: pododermatite, caprinos, ovinos, infecção.

REVISÃO DE LITERATURA

A pododermatite pode ser introduzida no rebanho através de


animais adquiridos que são portadores do Dichelobacter Fonte:https://blog.farmin.com.br/3-dicas-para-controle-da-
nodosus, através de fômites, sapatos e veículos, cascos de podridao-dos-cascos/; Acesso 08/11/2018
outras espécies de animais além de materiais de
casqueamento infectados¹. Caprinos e ovinos podem CONCLUSÕES
apresentar pododermatites com graus variados de
severidade, podendo ser de origem traumática por
A pododermatite pode ser a causadora de sérios prejuízos
penetração de corpo estranho na sola do casco, doença da
econômicos se não combatida e controlada de maneira
linha branca, pododermatite asséptica difusa ou laminite,
adequada dentro do sistema de criação de ovinos e
embora essas ultimas ocorram com menor frequencia².
caprinos. Por isso, é necessária a implantação de práticas
A manqueira se apresenta em um ou mais membros
de manejo, higiene e programas preventivos que visem
caracterizando a lesão no sistema locomotor, provocando a
controlar e erradicar a pododermatite dentro da criação de
impossibilidade de firmar ou apoiar o membro, em alguns
pequenos ruminantes.
casos os animais permanecem deitados a maior parte do
tempo². Em pododermatites contagiosas os cascos BIBLIOGRAFIAS
apresentam aumento de temperatura local, edema, rubor, a
lesão pode apresentar infecção purulenta com odor fétido. ¹ PINHEIRO, R. R; ALVES, F.S. F; ANDRIOLI, A. ENFERMIDADES
INFECIOSAS DE PEQUENOS RUMINANTES: Epidemiologia, impactos
Para controle e prevenção da pododermatite é importante econômicos, prevenção e controle.
estabelecer programas, diminuindo a ocorrência ou evitando ² SILVEIRA, P.A.S; CUNHA, G.S; ANTUNES, M.M,
o aparecimento da doença dentro do sistema de criação. ROCKEMBACH, T.L; VIANNA, L, L; BIANCHI, I: Cuidados com Cascos de
Sendo assim é necessário evitar acesso e permanência de Ovinos. NUPEEC – Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária,
Pelotas, agosto de 2010
animais em áreas de pastejo encharcadas e em pisos com
alta taxa de umidade e matéria orgânica. Estabelecer um Apoio:
programa de casqueamento preventivo dos animais duas
vezes por ano, no início e no fim da época seca, estabelecer
um pedilúvio dentro do sistema (Formaldeído 2-5 %, Sulfato
de cobre a 10%, Sulfato de zinco a10%, cal virgem, amônia
quaternária), descarte de animais que apresentam a
infecção crônica, não adquirir animais com lesões de casco
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CORRELAÇÃO ENTRE A INGESTÃO DE ÁGUA E O DESENVOLVIMENTO DE DISTÚRBIOS
HÍDRICOS NO FELINO DOMÉSTICO
Luisa Andrade Azevedo1, Vinicius Santos Moura1, Micaella Simão Mendes¹, Mariana Pinheiro Mafra Dutra¹, Fernanda Orneles Gandra¹,
Natália Félix Rezende, Núbia Isabela Barbosa¹, Raffaela Linhares Coelho¹, Nathália von Ruckert Heleno², Bruno Divino Rocha³.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil
² Mestranda em Ciência Animal com ênfase em Clínica de Felinos – UFMG – Belo Horizonte – MG – Brasil
³Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil
INTRODUÇÃO então, o consumo aparentemente normal de água pelos
A água é o mais importante nutriente necessário para gatos, mostrada no Gráfico 1.
manter a fisiologia das células vivas de mamíferos, pois elas Devido à baixa ingestão de água, gatos tendem a produzir
possuem, aproximadamente, 70% de água em seu interior. urinas concentradas, especialmente quando são
Isso os torna menos tolerantes às perdas líquidas¹. O alimentados com ração seca. Baseados em princípios
percursor do Felis catus (gato doméstico) vivia em regiões fundamentais, urinas menos concentradas diminuiriam o
de clima árido, tendo grande parte de sua ingestão de água risco do desenvolvimento de afeções renais e de bexiga.³ No
relacionada diretamente com o seu comportamento Gráfico 2, conseguimos avaliar os resultados sobre a
predatório, se alimentando de tecido animal. Assim, os gatos ocorrência de distúrbios que podem ser relacionados a baixa
obtinham uma dieta com baixa taxa de umidade, o que ingestão de água. Os gatos desenvolveram uma maior
gerou diversas adaptações anatômicas, fisiológicas, capacidade de adaptação em longos períodos de falta de
nutricionais e metabólicas.² Atualmente, tutores optam pela água por serem animais de origem desértica², o que os
alimentação seca, na forma de rações, que possui um tornam mais tolerantes a desidratação do que outras
menor teor de água.¹ Dessa forma, os gatos necessitam espécies³. Porém, sua urina concentrada predispõe a
ingerir água de vasilhas ou fontes, e não mais de suas formação de urólitos e aumenta o risco para doenças do
presas, para suprir sua necessidade hídrica. O objetivo do trato urinário inferior de felinos.³
545
trabalho é avaliar dados existentes na literatura, 27%
relacionando-os com dados obtidos através de uma 23
pesquisa sobre o consumo de água por felinos domésticos e 27
buscando relacionar a hidratação desses animais com 221 Não soube
11% 83 informar
possíveis afecções de rins e bexiga. 1266
62% Desidratação
MATERIAIS E MÉTODOS
Sim
O presente trabalho é uma revisão de literatura, peritonite Não
88
infecciosa felina. Os seguintes descritores foram aplicados Não soube informar
em: peritonite infecciosa felina, diagnósticos para peritonite
infecciosa felina e tratamento para peritonite infecciosa
felina. Dispondo assim de forma prática e conceitual as Gráfico 2 – Incidência de distúrbios relacionados a baixa
características do agente etiológico causador da ingestão de água em gatos.
leishmaniose visceral canina, assim como sua prevenção e
tratamento. Quanto a disponibilidade de água, é recomendado que os
O estudo foi realizado por meio de uma busca bibliográfica e tutores disponibilizem-na limpa e fresca a todo momento
baseada nos artigos científicos publicados entre os anos de para os gatos, independente da dieta a eles fornecido.¹ Água
2008 e 2018, levantados em periódicos das bases de dados em movimento, pode ser atraente para os felinos.⁵‘′⁶ Isso
Scielo e Portal Capes, correlacionando os artigos suporta o resultado do Gráfico 3, onde 364 (73%) dos 504
selecionados com uma pesquisa feita através do site tutores que ofereceram água através de fontes para seu
Fomulários Google. Nessa pesquisa, 2032 tutores de gatos gato obtiveram resultado positivo no consumo hídrico.
responderam um questionário para coleta de informações
sobre a ingestão de água por felinos domésticos. 364 138 Sim Não
73% 504 27%
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O Gráfico 1 mostra que a maioria dos tutores veem seus
Gráfico 3 – Consequência da utilização de fontes na
gatos bebendo água em uma frequência considerada
ingestão de água por felinos.
normal. No entanto, em seu processo evolutivo, felinos se
CONCLUSÕES
habituaram a ingerir pouca água por viverem em regiões
desérticas.² A água é um nutriente essencial, mas talvez o menos
675 discutido com respeito a exigências dietéticas. Gatos
apresentam, frequentemente, problemas do trato urinário e
399 400
Poucas
361
Muitas
renal, que está relacionado com a baixa ingestão de água.
197 Ainda assim os tutores, em sua grande maioria, acham que
vezes vezes
9,7% 19,6% 33,2% 17,8% 19,7% seu gato bebe água de forma normal. Isso pode estar
acontecendo por falta de conhecimento das necessidades
Gráfico 1 – Frequência da ingestão de água por gatos desses animais pelos tutores. Se o tutor não percebe que
relatada pelos tutores. seu animal bebe pouca água, ele não mudará o manejo para
No que diz respeito a classificação como animais de origem prevenir futuras afecções.
desértica, a evolução dos gatos pode ter sido confundida BIBLIOGRAFIAS
1. NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1986. Nutrient Requirements of Cats,: Revised Edition, 1986.
com o seu histórico de domesticação. Com base nos Washington, DC: The National Academies Press.
2. SCHOLTEN, A. D. Particularidades comportamentais do gato doméstico, Curso de Medicina
resultados de investigações moleculares, foi determinado Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Veterinária, Porto Alegre, 2017.
3. BENITEZ, B.C. Excreção hídrica, pH urinário e digestibilidade de dieta com inclusão crescente
que os gatos modernos descendem de um dos de água em gatos adultos, p. 16-22, 2010.
Pseudaelurus spp, que viveram na Ásia há 4. ROCHLITZ, I A review of the housing requirements of domestic cats (Felis silvestris catus) kept
in the home, Timely Topics in Nutrition, Cambridge, 2005.
aproximadamente 11 milhões de anos, sendo domesticados 5. HERRON, M.E.; BUFFINGTON, C.A.T. Environmental Enrichment for Indoors cats. 2010, Compend
Contin Educ Vet.
nessa região que, apesar de hoje ser deserto, era bem 6. ZORAN, D. L.; BUFFINGTON, C.A.T. Effects of nutrition on choices and lifestyle changes on the

diferente naquela época.⁴ A domesticação pode sugerir, well-being of cats, a carnivore that has moved indoors. 2011, JAVMA, Vol 239, No 5.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CRIOPRESERVAÇÃO DE SÊMEN EQUINO: REVISÃO DE LITERATURA
Ana Claúdia Junqueira de Castro1; Lucas Fiusa Araújo¹; Fernanda Diniz Francisco¹; Fabrízia Portes Cury Lima. ²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professor do curso de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil - fabrizia.lima@prof.unibh.br

INTRODUÇÃO desidratada e permanece funcional após o descongelamento


A reprodução ocupa um lugar de destaque na medicina (3). Os danos causados
veterinária de equinos pois permite o aumento da progênie pelo congelamento ocorrem na faixa de temperatura de -15
de forma assistida e projetada. A criopreservação de sêmen e -60°C (4). Nessa fase tem-se a taxa de congelamento
representa uma ferramenta muito importante no lenta (25-40°C/min), que causa danos a célula devido a alta
melhoramento genético, facilitando o acesso a animais de concentração de soluto intracelular durante o processo e a
qualidade genética superior, maior número de descendentes taxa de congelamento rápida (60°C/min) pode provocar a
de reprodutores altamente qualificados e controle de recristalização após o descongelamento, com formação de
doenças sexualmente transmissíveis (1). Porém o uso da grandes cristais de gelo, causando danos físicos a célula (4).
técnica sofre algumas restrições como, deficiências no Na criopreservação de sêmen equino o que mais se usa é a
emprego dos padrões de qualidade e controle das doses de taxa de congelamento rápida, obtida quando as palhetas são
sêmen comercializadas, grande variabilidade na qualidade colocadas em posição horizontal, 3cm acima do vapor de
do sêmen pós-descongelamento e taxas de prenhez nitrogênio, durante 20min (4). Sempre que preconizada uma
inferiores quando comparadas à monta natural e curva de congelação, será determinado uma curva de
inseminação com sêmen refrigerado (2). descongelação subsequentemente. Caso o sêmen seja
Com a grande diversidade de informações sobre a congelado por meio de uma curva de congelação lenta,
criopreservação e a importância do conhecimento da melhor deverá ser descongelado da mesma forma, para que haja
técnica para garantir as características desejáveis no sêmen tempo do espermatozoide se reidratar. Porém, se for
descongelado, foi feita uma revisão de literatura com o utilizada uma curva de congelação rápida, a descongelação
objetivo de comparar os aspectos relacionados as curvas de deverá ser rápida, evitando o fenômeno da recristalização
resfriamento, congelamento e descongelamento. (4).
.
Tabela 1 Características desejáveis para a dose de
MATERIAIS E MÉTODOS espermatozoides congelados.
O presente estudo foi realizado a partir de uma revisão de
literatura por meio de consultas de artigos acadêmicos e Características Valores
trabalhos de conclusão de curso.
Motilidade espermática >30%
REVISÃO DE LITERATURA Vigor >3
O processo de congelamento do sêmen, causa danos N° espermatozoides por 100-200x 106
à estrutura bioquímica e biofísica da membrana plasmática
do espermatozoide, resultando em menor fertilidade após o palheta (0,25 e 0,50ml) móveis
descongelamento (KLOPPE et. al.,1988) Mesmo com todo Dose inseminante 400x106 móveis
avanço da tecnologia de criopreservação do sêmen equino, convencional
ainda se tem uma grande diversidade de informações sobre
a metodologia de criopreservação (3). No intuito de que a Espermatozóides normais >60%
criopreservação seja feita de forma a reduzir os danos
causados ao sêmen equino é essencial a interação do
crioprotetor, do diluidor, da curva de resfriamento e do
CONCLUSÕES____________________________________
aquecimento no processo de criopreservação. Se for
Conclui-se que a criopreservação de sêmen equino é muito
realizada de maneira correta, a criopreservação minimiza os
benéfica e viável, porém, para a melhor eficiência da técnica
efeitos deletérios, como o choque térmico, a formação de
e qualidade do sêmen após descongelamento, a taxa de
cristais de gelo e a desidratação celular (4). A sobrevivência
resfriamento utilizada dever ser a média (1 a 0,33°C/min). E
espermática ao resfriamento, congelamento e
as taxas de congelamento e descongelamento devem ser a
descongelamento depende das taxas de resfriamento e
rápida. Desse modo garante-se, motilidade >30%, vigor >3 e
aquecimento utilizadas, do tempo em que a célula
outras características desejáveis ao espermatozoide.
permanece em cada etapa, e do transporte de substâncias
pela Membrana Plasmática (MP) (1).
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
De acordo com (3) uma curva de resfriamento rápido é a .
maior causadora de danos celulares em decorrência da 1. Pugliesi G., Efeito de diferentes tempos de equilíbrio na
alteração física da membrana espermática. Porém (5), ao criopreservação de sêmen de garanhões. R. bras. Ci. Vet., v. 19, n. 3, p. 172-
comparar taxas de resfriamento, rápida (>1°C/min) , média 177, set./dez. 2012.
2. Avanzi BR. Avaliação da cinética espermática, integridade de
(1 a 0,33°C/min) e lenta (<0,33°C/min), concluíram que as membrana plasmática e resistência ao estresse oxidativo no sêmen equino
taxas rápida e lenta causam danos maiores à célula congelado com diferentes concentrações espermáticas. Vet. e Zootec. 2011
espermática quando comparado com a curva média. Com o jun.; 18(2): 226-238..
avanço dos estudos com espermatozoide equino congelado 3. Furst R., Efeito de diferentes tempos de equilíbrio, taxas de
congelamento e concentrações espermáticas na fertilidade do sêmen equino.
evidenciou-se que a queda de -0,8°C/min entre 24 e 19°C e Viçosa. 2006.
–0,4°C/min entre 19 e 8°C podem diminuir os efeitos 4. Oliveira, G.C. et al. Criopreservação do sêmen equino: uma
deletérios na motilidade espermática durante o revisão. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.37, n.1, p.23-28,
jan./mar. 2013
congelamento (3). Tão importante quanto a taxa de 5. Douglas. Hamilton, D.H.; et al.. Fertilitu and characteristics of slow,
resfriamento a taxa de congelamento quando feita de cooled stallion semen. J. Reprod. Fertil (Suppl), n.35, p.649-650, 1987.
maneira adequada, a célula torna-se progressivamente
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL DE TAURINA EM TAMANDUÁ-MIRIM (T. TETRADACTYLA)
Pedro Henrique Cotrin Rodrigues1*, Fernanda Nayane Mayrink Melo¹, Victor Afonso Gonçalves de Souza¹, Danielle Gonçalves de Jesus¹,
Luiz Flávio Telles².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

3,4
INTRODUÇÃO são bem estabelecidos . Na maioria dos casos são
O Brasil é um dos países com a maior biodiversidade do observados sinais como letargia e dispneia devida à
mundo, sendo constituído por 6 diferentes biomas, utilizado dilatação cardíaca exacerbada e a menor capacidade de
1
como abrigo para diversas espécies animais . Porém, são expansão pulmonar. Animais submetidos a longos períodos
observados inúmeros fatores relacionados à degradação a dietas com baixo teor de taurina podem evoluir pra atrofia
destes biomas, estando vinculados ao aceleramento do do miocárdio e morte.
processo de extinção das espécies. Sendo assim, é A taurina também atua no mecanismo osmótico da epiderme
4
crescente o deslocamento de animais silvestres e ocupação e sua deficiência ocasiona em alopecia . Entretanto,
de áreas urbanas pelos mesmos. conforme relatado por Lupppi (2008), o crescimento é
O número de tamanduás recolhidos por órgãos fiscais do reestabelecido dias após o tratamento (Figura 1).
meio ambiente é baixo quando comparado a outras O tratamento e prevenção se baseiam na suplementação
espécies, mas significante. Segundo o Centro de triagem de dos animais que apresentam deficiência. Devido ao
animais silvestres do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e comercio de produtos específicos para animais insetívoros
dos Recursos Naturais Renováveis (CETAS-IBAMA), no ano ser restritos no Brasil, uma segunda alternativa é a utilização
de 2014 foram recebidos 127 tamanduás-mirins, criados em de rações para gatos, fornecimento de insetos como
cativeiro com posterior reintrodução na natureza, quando enriquecimento ambiental ou administração oral de taurina
2 3,4
não mais dependentes do auxilio humano . Deste modo, é sintética .
relevante, para fins de conservação da espécie, conhecer os
hábitos comportamentais e alimentares das diversas Figura 1: Evolução do caso clinico de um tamanduá após
espécies animais, onde, em alguns casos, pode ser administração de taurina sintética.
necessário a suplementação nutricional em cativeiro.
Além disso, são diversas as doenças relacionadas a falhas
nutricionais que afetam os tamanduás, sendo uma destas a
3,4
deficiência nutricional de taurina . Portanto, o objetivo do
presente trabalho é abordar a importância desse aminoácido
e sua necessidade de suplementação na dieta de Tamanduá
tetradactyla em cativeiro.

MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica em plataformas
digitais e seleção de artigos entre o ano de 2005-2018 para
o desenvolvimento do presente trabalho.

REVISÃO DE LITERATURA
A: antes do tratamento; B: 3 dias após o tratamento; C: 12
Os tamanduás são insetívoros obrigatórios, alimentam-se de
meses após o tratamento (Luppi, 2008).
insetos, principalmente de cupim e formigas, mas também CONCLUSÕES
podem se alimentar de pequenos vertebrados. Com o auxilio
de suas longas garras, escavam cupinzeiros, facilitando a Conforme a preservação ex situ cresce com a finalidade de
3 aumentar a população e retirar essa espécie do risco
captura dos insetos com a língua . Em seu habitat natural,
sua alta ingestão de insetos satisfaz sua exigência iminente de extinção, cresce também a necessidade de
nutricional de taurina, porém, em cativeiro, é inviável a obter maiores informações sobre boas práticas de manejo
criação e manutenção de formigas e cupim, dificultando sua alimentar e comportamental. Além disso, proporciona ao
4 animal cativo condições semelhantes aos desafios
dieta que deverá ser suplementada .
A taurina é um aminoácido sulfurado, sintetizado a partir do enfrentados em vida livre, o que pode ser revertido em maior
metabolismo da metionina e cisteína pela enzima eficiência reprodutiva. As pesquisas envolvendo animais
descarboxilase no fígado na maioria das espécies, sendo silvestres vêm aumentando significativamente, no entanto,
encontrada exclusivamente em alimentos de origem animal .
4 ainda há uma defasagem de informações necessárias para
Nos tamanduás, assim como nos gatos, esse aminoácido é o total compreendimento nutricional e dos benefícios da
considerado essencial – isto é, não produzido pelo seu taurina no organismo dessa espécie. Contudo, é notório os
próprio organismo – devendo ser ingerido para suprir suas malefícios causados pela sua ausência.
BIBLIOGRAFIAS
necessidades. A taurina é encontrada na forma livre em
1. MMA, Ministério do meio ambiente. Biodiversidade. Disponível em:
vários tecidos do corpo, principalmente no cérebro, na retina http://www.mma.gov.br/biodiversidade.html Acesso em: 26 de outubro de
e na musculatura cardíaca, sendo o último o local de maior 2018.
concentração, auxiliando na contratilidade e frequência 2. CETAS-IBAMA. Relatório técnico 2002-2014. Mar., 2016
4 3. FRANCISCO, A.T.; TEIXEIRA, P.S. Biologia e manejo nutricional de
cardíaca .
tamanduás das espécies Myrmecophaga tridactyla E Tamandua tetradactyla
Contudo, a deficiência de taurina pode estar associada à mantidos em cativeiro: Revisão. Rev. Ciên. Vet. Saúde Públ., v.5, n. 1, p.
degeneração da retina, distúrbios neurológicos associados 085-0, 2018.
4. LUPPI, M.M. et. al., Deficiência de taurina em filhote de tamanduá-mirim
ou não a convulsões, anormalidades reprodutivas, ascite e (Tamandua tetradactyla) alimentado com substitutos de leite para cães e
cardiomiopatia dilatada, porém, seus mecanismos ainda não gatos. Ciência Animal Brasileira, v.9, n.4, p.1004-1009, 2008.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DESCONGELAMENTO DE SEMEN E SEU IMPACTO NA TAXA DE VIABILIDADE
Felipe Álvaro de Aguiar Chaves1*, Alexandre Ferreira Gabriel¹, Gabriel Torres Pires Ferreira¹, Artur Maia Braga¹, Sergio Henrique Andrade
dos Santos¹, Thallyson Thalles Teodoro de Oliveira¹, Breno Mourão de Sousa², Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira², Prhiscylla
Sadanã Pires².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

tempo desprendido para a preservação da célula


INTRODUÇÃO espermática.
5

Devido ao uso de animais geneticamente superiores, a Denomina-se procedimento convencional, aquele em que no
demanda de sêmen criopreservado aumentou no Brasil nas tempo máximo de 10 segundos ocorre a retirada das
últimas décadas, tornando-se essencial para a aplicação das palhetas do tanque contendo nitrogênio líquido, seguido da
biotécnicas reprodutivas como a inseminação artificial². sua colocação em recipiente com água aquecida a 37ºC,
Segundo Hafez ―o principal objetivo da preservação do permanecendo imerso por 30 segundos. Presumisse que
5
sêmen é obter gestações por inseminação artificial tão esse é o tempo seguro para o descongelamento.
eficazmente quanto a monta natural¹. Após o descongelamento, recomenda-se para a verificação
Está revisão tem por objetivo descrever a importância do da viabilidade espermática: testes de termorresistência
descongelamento do sêmen bovino, abordando os principais (TTR), hiposmótico (teste HO) e de reação acrossômica .
parâmetros de descongelamento e o seu impacto na taxa de Além de testes convencionais para investigação do número
fertilidade. total de espermatozoides móveis, da motilidade progressiva
e da morfologia. ³
Demais formas de descongelamento conhecidas, como
MATERIAIS E MÉTODOS descongelamento na mão, no bolso, na vagina da vaca e
Este trabalho foi conduzido por meio de revisões nas axilas, não serão recomendadas uma vez que
bibliográficas de dois artigos e três livros, publicados entre o provavelmente não apresentarão resultados satisfatórios na
ano de 2004 e 2015. fertilização.
A seleção foi realizada por pesquisa na base de dados
Scielo por meios dos descritores ―reprodução animal‖ e CONCLUSÕES
―descongelamento de sêmen‖. O descongelamento do sêmen criopreservado possui
Foram selecionados artigos que contemplassem a influência direta na taxa de fertilidade. Estudos
reprodução em larga escala, a capacidade técnica do demonstraram que para melhor aproveitamento
empresário rural e análise da criopreservação a 196ºC espermático, independente das formas de inseminação, o
negativos com nitrogênio líquido. sêmen dever ser descongelado em água com temperaturas
entre 35°C – 37ºC, manualmente ou eletronicamente. Este
REVISÃO DE LITERATURA processo garante a qualidade dos gametas envolvidos,
Hafez elucida as etapas do processamento do sêmen da preservando a sua morfologia, com consequências diretas
seguinte forma. O sêmen é coletado em temperatura sobre a sua motilidade, vitalidade e capacitação.
ambiente, posteriormente diluído, em seguida resfriado a
5ºC. Nesta etapa adicionando-se o glicerol, que é utilizado Figura 1. Ilustração de um descongelador eletrônico.
como agente crioprotetor. Em última etapa, o sêmen é
congelado em temperatura final de 196ºC negativos. ¹
O sêmen permanece armazenado por um longo período, até
que, no momento de sua utilização, passará pelo processo
de descongelamento.
Nos processos de congelamento e de descongelamento,
são possíveis a ocorrência de falhas que induzem alterações
nas membranas celulares, nas organelas, e na interação
célula-célula, que posteriormente afetam a capacidade Fonte: Disponível em https://www.abspecplan.com.br/descongelador,
4
fecundante do espermatozóide. A lentidão no processo de acessado em 11/11/2018, às 18:07.
descongelamento causa a reorganização dos cristais de
gelo. E, por ser uma célula complexa, o espermatozoide BIBLIOGRAFIAS
torna-se infértil quando um de seus fatores bioquímicos ou 1. HAFEZ, B. Reprodução animal / B. Hafez, E.S.E Hafez; [coordenação de
morfológicos são afetados. ³ tradução da 7. Ed. original Renato Campanarut Barnabe]. – Barueri, SP:
Hafez recomenda a forma de descongelamento de acordo Manoele, 2004. Pág. 441, 442, 443,
2. EMERICK, L. L.; DIAS, J. C.; VALE FILHO, V. R. do; SILVA, M. de A. e;
com o seu armazenamento. Se conservado em palhetas, ANDRADE, V. J. de; LEITE, T. G.; MARTINS, J. A. M. Avaliação da
aplica-se o descongelamento com imersão em água gelada Integridade de Membrana em Espermatozoide Bovino Criopreservado
até temperatura de 67ºC. Quando conservado em ampolas para Prever o Índice de Prenhez. Ciên. Anim. Bras., Goiânia-GO, v.12, n.3,
p. 536-546, jul./set. 2011.
sob condições de campo, devem ser descongeladas por 3. SIQUEIRA, J.B; GUIMARÃES, J.D; COSTA, E.P; HENRY, M.; TORRES,
meio de água gelada, por aproximadamente 8 minutos. Já C.A.A; DA SILVA, M.V,G,B; SILVEIRA, T.S; Relação da taxa de gestação
quando em pallets, recomenda-se o descongelamento a com sêmen bovino congelado e testes de avaliação espermática in vitro.
R. BRAS. ZOOTEC., v.36, n.2, p.387-395, 2007.
40°C, entretanto, quando em campo, poderá ser utilizado 4. Woods EJ; Benson JD; Agca Y; Critser JK. Fundamental cryobiology of
água gelada. Hafez reitera que as palhetas podem ser mais reproductive cells and tissues. Cryobiology. 2004; 48(2):146-156.
bem descongeladas a temperaturas de 37ºC, dependendo 5. Villa-Duque, Norberto; Valencia-Giraldo, Julián A.; Germán, Gómez-
do diluidor. ¹ Londoño; Henao-Uribe,Francisco J. Efecto de los errores en la
inseminación com semen congelado sobre la morfofisiología
Villa-Duque, Norberto. Et al, defendem uma padronização do espermática bovina. ORINOQUIA - Universidad de los Llanos - Villavicencio,
procedimento de descongelamento vislumbrando menor Meta. Colombia Vol. 19 - No 2 - Ano 2015.

APOIO: (GEPBOV)
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DESLOCAMENTO DE ABOMASO A ESQUERDA EM VACA GIROLANDO
Carlos Eduardo Dayrell1, Rayanne Braga da Silva1, Vinicius Araújo de Morais¹, Stephanie Raissa Rodrigues Silva¹,
Bruna Fonseca da Costa¹, Nayara Starling Perreira Martins da Costa¹, Arthur Caio Otoni¹, Caroline de Oliveira Santos¹,
Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira², Leandro Silva Andrade².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO No dia 21 de agosto de 2018 foi realizado a laparotomia pelo


A etiologia do deslocamento de abomaso é complexa e flanco direito (figura 2), durante a palpação da cavidade foi
multifatorial (CORREA, 2007). Aproximadamente 90% dos confirmado o deslocamento do abomaso à esquerda. Com
casos ocorrem em até seis semanas pós- parto, sendo os isso, iniciou-se o procedimento de fixação do órgão, tendo
deslocamentos abomasais para esquerda com maior como a técnica eleita pela equipe, a omentopexia, que
incidência e responsáveis por grandes perdas na produção consiste na fixação do omento menor no peritônio e
de bovinos leiteiros (SIILVA, 2002). musculatura do lado direito da cavidade. No procedimento
cirúrgico foi utilizado, anestésico local sem vaso constritor e
antibiótico diluído em ringer simples, na cavidade. No pós-
RELATO DE CASO E DISCUSSÕES
operatório, logo após a cirurgia, foi realizado 27 ml de
No dia 04 de agosto de 2018, o médico veterinário e ceftofour(CEF-50®) e 25ml de dipirona, e nos dias
professor do centro universitário de Belo Horizonte (UniBH), subsequentes foram realizados a administração de 27ml de
Leandro Silva de Andrade foi chamado para o atendimento ceftofour (CEF-50®) por mais cinco dias e hidratação oral
de uma vaca primípara da raça Girolando com suspeita de três vezes ao dia até sua estabilização.
deslocamento de abomaso a esquerda, em uma propriedade O animal ficou em acompanhamento durante 30 dias, não
no município de Contagem-MG. havendo mais presença de sinais clínicos, o mesmo recebeu
O animal encontrava-se no período de quinze dias pós-parto alta.
e o veterinário da propriedade relatou que o animal estava
com baixo escore de condição corporal, avaliado em 2,25 e Figura 1: Hidratação com soro oral logo após o atendimento
uma redução acentuada no consumo, sobretudo de grãos. O na fazenda (A). Tricotomia para o procedimento cirúrgico
animal apresentava um som metálico ―ping‖ ao exame de realizado no hospital veterinário (Uni-BH)
auscultação com percussão do lado esquerdo da cavidade e A B
som de ―chapinhar‖ na auscultação com balotamento
também do lado esquerdo. Sabe-se que o deslocamento
abomasal para a esquerda pode ser detectado através da
auscultação com percussão revelando som metálico ―ping‖
(RADOSTITS, 2000). Tal exame é realizado na região do 9˚
ao 12˚ espaço intercostal esquerdo e nas porções mais
baixas do abdômen (RIET-CORREA, 2007).
O atendimento foi realizado no dia 07 de agosto de 2018, e
durante o intervalo entre o contato do produtor e o
atendimento, o animal foi hidratado duas vezes ao dia com
soro oral contento 160g de cloreto de sódio, 20g de cloreto
de potássio, 10g de cloreto de cálcio e 300 ml de
propilenoglicol diluído em 20 litros de água (foto1).
No momento do atendimento o professor juntamente com os
estagiários da clinica de ruminantes do Hospital Veterinário
do UniBH fizeram o exame clinico no animal e não
constataram nenhum sinal sugestivo de deslocamento de
abomaso, não havendo presença do ―ping‖ metálico ao
exame de percussão com auscultação e nem ―chapinhar‖ ao
Fonte: Arquivo pessoal
exame de auscultação com balotamento e ao ofertar
alimento observou-se consumo normal do mesmo.
CONCLUSÕES
No dia 19 de agosto de 2018 o animal deu entrada no
hospital veterinário do Unibh apresentando grau de Devido à alta exigência dos animais selecionados para a
desidratação severo devido a cronicidade da doença, produção de leite faz com que o perfil do manejo tenha que
apatia, apetite e ingestão de água diminuídos, fezes se adaptar, sobretudo no período de transição com dietas
diminuídas e liquefeitas, com escore de condição corporal aniônicas, com isso evitando o surgimento patologias como
de 1,75. Ao exame clinico foi constatado som de ―ping‖ o caso relatado acima.
metálico e ―chaapinhar‖ na cavidade do lado esquerdo.
Por decisão da equipe clínica, o animal foi encaminhado BIBLIOGRAFIAS
para cirurgia de laparotomia, entretanto, antes do
procedimento se fez necessário a estabilização do seu LAMBERT, Wagner Eduardo Marques.
quadro clínico geral com hidratação três vezes ao dia e feno Etiopatogenia e tratamento do deslocamento de abomaso
de Tiftton 85 de boa qualidade. em bovinos leiteiros de alta produção. -Botucatu, 2010

APOIO: Hospital Veterinário UniBH


II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DIABETES MELLITUS EM CÃES
Amanda Felício Bento de Souza1, Luiz Flávio Telles², Bruno Divino Rocha²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO urinálise podem ser observada glicosúria, cetonúria variável,


O diabetes mellitus tipo I é uma das endocrinopatias mais proteinúria e bacteriúria (GRECO, 1994).
frequentes na clínica médica de pequenos animais, sendo A insulinoterapia é um dos tratamentos mais utilizados,
caracterizada por um distúrbio na parte endócrina do permitindo a normalização das complicações causadas pela
pâncreas, fazendo com que as células β suspendam a diabetes. Existem vários tipos de insulina, sendo a mais
produção, deixem ou diminuam de secretar a Insulina, um utilizada em cães, à insulina de ação intermediária, com
hormônio de grande importância na regulação da glicemia duração do seu efeito de 12 a 18 horas. Inicia-se com uma
no organismo. Geralmente acomete cães acima de sete dose de 0,5 U/Kg, administrada em uma injeção matinal e
anos de idade, com maior incidência em fêmeas, devido à caso necessário pode-se aumentar para duas vezes ao dia
ação dos hormônios participantes do diestro, raças (NELSON, 1992). Segundo GRECO (1994), o ideal é
pequenas como Poodle e Dachshund, além dos fatores administrar a insulina imediatamente após cada refeição
predisponentes como obesidade, sedentarismo, estresse, para imitar a liberação fisiológica.
farmacoterapia, inflamação do pâncreas e predisposição Outro tratamento importante é o balanceamento da dieta
genética. associado ao exercício físico, sendo ofertada uma
alimentação rica em fibras e carboidratos complexos,
Os principais sinais clínicos relatados pelos tutores, quando
permitindo perda de peso do animal e facilitando a
observados, são polidipsia, poliúria, anorexia e polifagia
mobilização da insulina, proporcionando a normalização da
(figura1), tendo como tratamento após a confirmação, a
glicemia.
insulinoterapia em associação com exercícios físicos e
balanceamento da dieta. Figura 1 – Esquema de representação da etiopatogenia do diabetes
Este trabalho tem o objetivo de relatar os processos de mellitus.
desenvolvimento da doença no cão, descrevendo o
http://portalvet.royalcanin.com.br/artigo.aspx?id=47
diagnóstico, profilaxia e enfatizando principalmente, as
formas de tratamento utilizadas nas clínicas de pequenos
animais.

MATERIAIS E MÉTODOS
Para revisão de literatura foram utilizados artigos científicos
nacionais, disponíveis online em texto completo sobre a
temática, acessados na base de dados Google acadêmico,
publicados nos últimos seis anos (2009 a 2012).

REVISÃO DE LITERATURA
Existem dois tipos de diabetes mellitus, o tipo I, mais comum
em cães e caracterizado por ser dependente de insulina, e o
tipo II, não dependente de insulina. O número de casos de
diabetes mellitus tipo I nos cães, vem aumentando
gradativamente pelo fato dos animais não alimentarem de
maneira correta e não se exercitarem, permitindo ganho de
peso exacerbado. Essa alimentação incorreta é devido ao CONCLUSÃO
consumo de alimentos humanos, ricos em gordura, como a O diabetes mellitus tipo I é uma doença crônica de grande
comida caseira, pães e biscoitos oferecidos constantemente importância na clínica médica de pequenos animais que vem
pelos tutores, fazendo com que os cães adquiram doenças aumentando a incidência gradativamente entre as
que podem interferir na regulação glicêmica. populações de cães e gatos. O controle depende
A inabilidade na utilização da glicose induz o catabolismo exclusivamente da dedicação dos tutores, levando os
das reservas corporais (GRECO, 2001; NELSON, 2006), o animais constantemente ao médico veterinário para controle
aumento da cetogênese hepática, da lipólise e a mobilização hiperglicêmico, reduzindo a oferta de alimentos
de ácidos graxos livres, culminando em hipercetonemia e inadequados, medicando todos os dias nos horários corretos
alterações do equilíbrio ácido-base (FOSTER & McGARRY, e praticando exercícios físicos regularmente. Desta forma,
1983; FOSS-FREITAS & FOSS, 2003). Além disso, a glicose os animais diabéticos passariam a ter uma maior expectativa
em excesso pode ser encontrada no cristalino, causando de vida.
ruptura das fibras e tumefação do mesmo, com consequente
catarata e cegueira. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A confirmação da doença é realizada através da associação 1. SANTORO, NatÁlia Angelucci. DIABETES MELLITUS EM CÃES. 2009. 61
dos sinais clínicos apresentados à hiperglicemia persistente. f. Monografia (Especialização) - Curso de Medicina Veterinária, Centro
UniversitÁrio Fmu, São Paulo, 2009.
Além disso, podem ser observadas alterações 2. POPPL, Álan Gomes. Estudos clínicos sobre os fatores de risco e a
hematológicas como leucocitose neutrofílica, resistência à insulina na diabetes mellitus em cães. 2012. 215 f.
hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia (lipemia), aumento Monografia (Especialização) - Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de
Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.
de alanino-aminotranferase e fosfatase-9 alcalina. Na
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DIAGNÓSTICO DE HISTOPLASMOSE EM FELINOS
Mariana Pinheiro Mafra Dutra¹ Gabrielle Olivia Avelino Coelho¹ Luisa Andrade Azevedo¹ Raffaela Linhares Coelho¹ Fernanda Orneles
Granda¹ Natalia Felix Rezende¹ Janine Ramos da Silva Santos Dias¹ Ana Luisa Chalub Teixeira¹ Mariana Azevedo Silva¹ Aldair Junior
Woyames Pinto² Bruno Divino Rocha²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO exames citológicos e a cultura das estruturas fúngicas, onde


A histoplasmose é uma doença causada por um fungo observa-se uma morfologia filamentosa, feita em ágar-
dimórfico denominado Histoplasma capsulatum, comum a Sabouraud com a temperatura de 25 graus, de seis a doze
regiões de maior umidade e índice pluviométrico. Sua forma semanas. E para um resultado de maior exatidão, é
de infecção se dá através da inalação de microconídeos necessária a apresentação de dimorfismo térmico na fase de
fúngicos provenientes das fezes de aves e morcegos, se conversão em leveduriformes, realizada em ágar infusão de
manifestando de maneira assintomática, sistêmica ou cérebro-coração, de 35 a 37 graus. Como a levedura da
pulmonar, segundo³. As terapias imunossupressoras histoplasmose é parecida com a de outros micro-organismos
somadas aos diagnósticos assertivos, associados a exames patogênicos, como a esporotricose e aspergilose, o uso
laboratoriais, epidemiológicos e clínicos estão cada vez mais desse exame é confirmatório para o diagnóstico final.
presentes no cotidiano veterinário. Apesar de a enfermidade
Imagem 1: (A e B) Manifestações macroscópicas de felinos infectados com a
apresentar índices baixos de aparição, é um grande Histoplasmose capsulatum. (C e D) (C) Corte histológico de pele
problema na clínica de felinos por conta de sua gravidade e demonstrando infiltrado inflamatório acentuado piogranulomatoso e inúmeras
semelhança com outras doenças causadas por fungos, estruturas leveduriformes alongadas. (Fonte Castro, 2017)
como a esporeotricose, e o objetivo dessa pesquisa é
informar os principais sinais clínicos acometidos e os
melhores métodos de diagnóstico para identifica-la e
diferencia-la, garantindo a aplicação da terapia mais eficaz
determinada a esse agressor em específico.

MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho é uma revisão de literatura, baseada
nos artigos científicos publicados entre os anos de 2008 e
2018, levantados nas bases de dados Scielo, Capes e
Periódicos Científicos, nos idiomas português e inglês sobre
histoplasmose felina. Os seguintes descritores foram
aplicados em: histoplasmose felina, doenças fúngicas
felinas, diagnósticos para histoplamose e incidência de
histoplasmose felina. Dispondo assim de forma prática e
conceitual as características do agente etiológico causador
da histoplasmose, assim como sua prevenção e tratamento.

REVISÃO DE LITERATURA CONCLUSÕES


Segundo (4), a identificação de animais domésticos e A sintomatologia clínica das patologias fúngicas se
silvestres infectados por H. capsulatum são uma ferramenta assemelha, por isso, para o diagnóstico correto dessas
importante para monitorar a ocorrência do fungo em uma patologias faz-se necessário a realização da cultura
determinada região, pois atuam como marcadores específica para diagnóstico de histoplasmose, pois sem ele
epidemiológicos, indicando a existência de fontes de não termos o diagnóstico correto da doença devido à
infecção para humanos e animais. Tendo conhecimento da semelhança com demais doenças fúngicas. A temperatura e
presença desse fungo em regiões próximas, a hipótese o ágar específicos para o crescimento do fungo H.
sobre a patogenia no diagnóstico dos próximos animais com capsulatum são essenciais para a realização da cultura para
sinais clínicos semelhantes se torna muito mais confiante e diagnóstico final.
rápida, possibilitando um tratamento o quanto antes,
prevenindo de lesões mais graves. Os sinais clínicos BIBLIOGRAFIAS
incluem um histórico de perda de peso, inapetência e sinais 1. NEUSA B. C et al. Doenças micóticas em gatos do Rio Grande do Sul.
respiratórios como dispneia, taquipineia e efusão pleural (4), Pesq. Vet. Bras. 1313-1321, novembro 2017
nas manifestações da forma pulmonar. Na forma 2. SIQUEIRA, J. G. Estudo da Homeostase de zinco no fungo patogênico.
Instituto de ciências biológicas, Universidade federal de Goiás, 2016,
disseminada, envolvendo múltiplos órgãos em especial o 81p. Dissertação de mestrado.
fígado, baço, medula óssea e trato gastrointestinal, os sinais 3. TELES A.J., et al. Histoplasmose em cães e gatos no Brasil. Science
incluem anorexia, febre, letargia, anemia, linfadenopatia, and Animal Health , 21:50-66, 2014.
4. VELOSO, S. Histoplasma Capsulatum em pulmões de morcegos no
esplenomegalia, hepatomegalia, icterícia ou mesmo ascite. estado de Mato Grosso. Faculdade de Veterinária, UFRGS. 2015.
O diagnóstico para histoplasmose é a associação de sinais
clínicos com o aparecimento do fungo em exames APOIO: GEFEL e GEPAT
laboratoriais. Os exames considerados padrão-ouro são os
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DIAGNÓSTICO DE MASTITE EM CABRAS POR CULTIVO BACTERIOLÓGICO
Camila Cristina Nepomuceno de Souza1*, Caroline de Oliveira Santos e Nogueira¹, Rafaela Domênica Galves Antunes¹, Fabiana Ágata
Guimarães¹, Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira², Leandro Silva de Andrade², Julia Gomes de Carvalho².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO procede à coleta do leite, as amostras devem ser


acondicionadas em frascos de vidros estéreis e
A mastite é definida como um processo inflamatório da encaminhadas para o laboratório. No laboratório são
glândula mamaria, provocado na maioria das vezes por realizados os cultivos microbiológicos com 0,1 ml de leite em
microrganismos (bactérias, fungos e leveduras). Sendo placas de Petri contendo meios de ágar-sangue ovino ou
classificada de forma clínica e subclínica levando em conta a caprino a 5% e Mac Conkey, incubando-se a 37º C. As
magnitude do processo inflamatório¹. A mastite subclínica é leituras das placas são realizadas às 24, 48 e 72 horas,
um dos maiores problemas, já que não são observadas observando-se a morfologia das colônias bacterianas e as
anormalidades no leite e na glândula mamaria, causando características tintoriais dos micro-organismos. Os agentes
grandes perdas produtivas, pois os animais podem servir isolados podem ser transferidos para meio de caldo-cérebro-
como fonte de infecção para outros animais, e não coração (BHI) para realização das provas taxonômicas³.
produzem todo seu potencial². O diagnóstico de mastite
clinica envolve o exame físico da glândula mamaria diário e Figura 1: Colônia sugestiva de Staphylococcus aureus.
modificações visíveis no leite através do teste da caneca
realizado nos três primeiros jatos de leite antes da ordenha.
Contudo o diagnóstico de mastite subclínica é controverso e
desta forma várias técnicas têm sido estudadas, sendo as
mais aceitas o California MastitisTest (CMT) pela facilidade
de uso a campo, contagem de células somáticas (CCS), em
razão da sua sensibilidade e especificidade e o cultivo
bacteriológico que é considerado padrão ouro no
diagnostico³.
O objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão de
literatura sobre diagnostico de mastite em cabras, através do
método de diagnóstico de cultivo bacteriológico.

MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa bibliográfica foi realizada através do Google Fonte: Google imagens; Acesso 08/11/2018
Acadêmico e comunicado técnico da EMBRAPA. Os critérios
para a seleção da bibliografia basearam-se em trabalhos CONCLUSÕES
publicados entre os anos de 2010 a 2018. As palavras
chaves utilizadas: cabras, mastite, infecção. É importante diagnosticar a mastite subclínica em pequenos
ruminantes evitando maiores perdas econômicas e
REVISÃO DE LITERATURA produtivas. O diagnóstico através do cultivo bacteriológico
proporciona a identificação direta do patógeno causador da
A mastite subclínica é um dos maiores problemas na infecção e proporciona o melhor método de tratamento,
caprinocultura, resultando em perdas de produtividade e não sendo assim torna-se o teste de eleição para o diagnóstico
possui métodos de diagnósticos específicos para cabras³. de mastite subclínica em cabras.
A avaliação microbiológica é considerada o melhor teste
para o diagnóstico de infecções intramamárias BIBLIOGRAFIAS
diagnosticando vários microorganismos causadores de
mastite em pequenos ruminantes³. Os principais agentes ¹ Monteiro, J.P; Souza, V; Diagnóstico de mastite
etiológicos causadores da mastite nos pequenos ruminantes subclínica caprina por meio da detecção de
são as bactérias dos gêneros: Staphylococcus spp. (Fig.1), Staphylococcus aureus utilizando a técnica de RT-PCR,
Streptococcus spp., Corynebacterium spp., Pseudomonas ISSN 1676-7675 dezembro, 2015 Sobral, CE.
spp. e Mannheimia haemolytica. A mastite também pode ² Moura J.W.F.; Avaliação de teste diagnostico
ocorrer por algumas espécies de fungos, porém, é menos para mastite subclínica caprina em sobral CE,
freqüente³. Universidade Estadual Vale do Acaraú, Julho, 2016 Sobral,
Do ponto de vista epidemiológico, é de grande importância a CE.
determinação da origem dos micro-organismos envolvidos ³ Souza V.; Costa V.M.D.; Fernandes D.R.; Lima
na etiologia. Nesse contexto, a caracterização exata dos A.R.; Pinheiro R.R; Diagnostico da Mastite subclínica
patógenos se faz imprescindível para exibir as fontes de caprina, ISSN 1676-7675 dezembro, 2015 Sobral, CE.
infecção, além de permitir o monitoramento da disseminação
de estirpes bacterianas entre populações animais. As Apoio:
metodologias para o diagnóstico bacteriológico se
padronizaram, facilitando o isolamento e identificação dos
patógenos do úbere por meio de cultura de amostras
coletadas assepticamente, se tornando um dos testes mais
utilizados para o diagnóstico da mastite³. Para a realização
do teste primeiro se higieniza os tetos com álcool iodado e
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DIETAS LIVRES DE GRÃOS PARA CÃES E GATOS
Hanna Luiza Freitas Emerick1*, Dayra Soares de Souza1, Lívia Geraldi Ferreira².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
*Autor para correspondência: hanna.quimica@gmail.com

INTRODUÇÃO Devido à diminuição de carboidratos da dieta, os níveis de


garantia de alimentos com denominação grain free são
Embora cães e gatos apresentem mecanismos fisiológicos e
diferenciados dos alimentos secos extrusados atuais: a
metabólicos distintos com relação ao aproveitamento de
proteína bruta é mais elevada, com teores entre 35 a 50%,
carboidratos dietéticos, ambos são considerados 1
bem como os teores de lipídeos entre 16 a 26%.
anatomicamente carnívoros. Seus ancestrais eram
basicamente caçadores, cuja dieta não possuía mais de 5% Já com relação aos alimentos convencionais, os níveis de
1
de energia provinda de carboidratos. Ambas as espécies proteína médios observados em alimentos econômicos,
apresentam presas desenvolvidas, estômago pequeno, standard e super premium foram de 16,9%, 20,9% e 27,8%,
ácido e melhor adaptação à digestão de alimentos proteicos respectivamente, enquanto os de gordura foram 9,7%,
2
e de origem animal. Também não possuem amilase salivar, 10,5% e 15%, respectivamente. A comparação entre a
enzima responsável pela quebra de carboidratos no início do média da categoria super premium e a dieta grain free é
trato digestório.
1,2
Sendo assim, há de se considerar a apresentada na figura 1.
necessidade de atender às demandas fisiológicas desses
animais, que invariavelmente seguem as tendências do Figura 1 - Níveis médios de proteína e extrato etéreo entre
mercado de alimentos humanos. Neste contexto, surge um rações convencionais e dietas grain free
novo nicho de mercado de alimentos para animais de
companhia, com o objetivo de nutrir e proporcionar ao
animal uma melhor qualidade de vida. Foi essa demanda
1
que originou os alimentos grain free ou ―livres de grãos‖.
Buscando melhor compreender essa tendência, este
trabalho objetiva definir o conceito de alimentos livres de
grãos para cães e gatos, avaliar seus pontos positivos e
identificar as diferenças entre estes alimentos e os alimentos
convencionais.

MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados
SciELO e Google Acadêmico durante o período de setembro Além disso, há de se considerar também as altas
a novembro de 2018. As palavras-chave utilizadas para a concentrações de antioxidantes geralmente presentes em
seleção dos artigos foram: grain free, proteína, pet food, alimentos livres de grãos, os quais retardam o
carnívoros, cães e gatos. Os trabalhos selecionados datam envelhecimento celular, e a inclusão de diversos
dos anos de 2003 a 2018. componentes nutracêuticos ou funcionais.
1

REVISÃO DE LITERATURA CONCLUSÃO


Segundo a literatura consultada, há diversas formas de Há divergências entre o padrão de exigência nutricional de
abordar a alimentação de animais de companhia. A cães e gatos entre autores, e poucos artigos abordando
alimentação convencional, que engloba os vários segmentos especificamente as linhas de rações classificadas como livre
de alimentos secos extrusados atuais, as rações livres de de grãos, estas possuem diversos componentes
1,3
grãos, os alimentos naturais e as dietas caseiras. Embora nutracêuticos, que corroboram para a saúde, qualidade e o
a quantidade de publicações sobre a linha grain free seja aumento da expectativa de vida animal. Além de
pouco expressiva se comparada às dietas convencionais, há apresentarem números de nutrientes como proteína e
um aumento da adesão a esse último tipo de dieta. lipídeos mais elevados que as rações convencionais com
Segundo os pesquisadores, as linhas grain free possuem grãos, em contrapartida, apresenta uma redução do nível de
conveniências que ultrapassam as finalidades básicas de carboidratos.
uma dieta, uma vez que respeitam o comportamento
alimentar intrínseco dos cães e gatos, sendo os cães
BIBLIOGRAFIAS
caracterizados como carnívoros não obrigatórios e os gatos, 1. SAAD, FLÁVIA; FRANÇA, JANINE. Novas alternativas alimentares para
1
como carnívoros estritos. cães e gatos: alimentos livres de grãos (Grain Free). 2013, 09p.
Estes benefícios ocorrem devido ao fato do alimento 2. SNIZEK, PEDRO. Conceito de energia líquida para cães e gatos. 16p.
3. Borges, Flávia; Salgarello, Rosana; Gurian, Tatiane; Recentes avanços na
apresentar considerável redução dos carboidratos, por conta nutrição de cães e gatos. 2003, 32p.
da exclusão dos grãos, do aumento da concentração de 4. CARCIOFI,A.C; VASCONCELLOS, R.S; BORGES, N.C; MORO,J.V;
proteína de origem animal e do extrato etéreo, além de ser PRADA, F; FRAGA V.O. Composição nutricional e avaliação de rótulo de
rações secas para cães comercializadas em Jaboticabal-SP. 2006, 06p
uma alimentação natural, sem adição de conservantes
1
artificiais, corantes e alimentos transgênicos.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
EFUSÃO PLEURAL EM FELINOS – RELATO DE CASO
Micaella Simão Mendes1, Luisa Andrade Azevedo1, Deborah Amaral³, Bernardo Gontijo de Castro.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
³Professora Adjunta do Curso de Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO normais e reativas, sendo a efusão classificada como


exsudato purulento, característico dos casos de piotórax.
A efusão pleural, ou acúmulo de líquidos na cavidade
Entretanto, no presente relato, a causa da doença não pode
torácica, é umas das principais causas de dispneia em
ser estabelecida e o caso foi classificado como piotórax de
gatos. Diversas etiologias podem gerar a efusão pleural
origem idiopática. O tratamento à base de antibioticoterapia
como neoplasias da pleura e mediastino, neoplasias do
e corticoides resultou em melhora significativa do quadro
parênquima pulmonar, infecções bacterianas e virais,
clínico, com remissão da sintomatologia no período de três
hemorragias e outros. Esses distúrbios alteram o equilíbrio
semanas.
dinâmico da produção ou absorção do fluido pleural,
DISCUSSÃO
gerando assim um acúmulo patológico. Além do aumento de
volume, o fluido pleural alterado pode ser classificado como Em um estudo realizado entre os anos de 2000 a 2009, vinte
quilo, exsudato purulento ou ainda como transudato e três casos de gatos com efusão pleural foram analisados,
modificado, o que auxilia no diagnóstico diferencial. sendo que dentre as etiologias que ocasionam efusão
Entretanto, em alguns casos, apesar da classificação da pleural, o linfoma foi a mais comum, diagnosticado em
efusão o fator etiológico pode não ser identificado e a 34,78% dos casos, seguido por piotórax (21,74%),
doença é considerada como de causa idiopática (Souza, neoplasias do parênquima pulmonar (17,39%), peritonite
2003; Little, 2017). infecciosa felina (8,70%), cardiomiopatia (4,35%), quilotórax
idiopático (4,35%) e em dois casos (8,70%) o diagnóstico
METODOLOGIA permaneceu inconclusivo. Além disso, nesse estudo, os
pacientes que apresentaram piotórax tinham idades que
As informações foram obtidas por meio de revisão de
variavam entre 5 meses e 10 anos, sendo a média de 4
exames, registos radiográficos no qual o paciente foi
anos. Em quatro desses pacientes foi feita a cultura da
submetido, entrevista com o proprietário, e revisão da
efusão e em três deles houve crescimento em meio de
literatura e artigo de estudo retrospectivo sobre a temática
anaerobiose, sendo que os agentes isolados foram
acessados nas bases de dados do Google Acadêmico,
Pasteurella ssp., Streptococcus spp. e Rhodococcus equi.
publicado em 2009. Artigo nacional de revisão de literatura e
Esse resultado não foi semelhante a outros estudos, em que
estudo retrospectivo disponível online em texto completo. Os
os principais microrganismos isolados nos casos de piotórax
seguintes descritores foram aplicados: piotórax; efusão
foram Mycoplasma spp. e Bacterioides spp (Melo e Martins,
pleural; felinos.
2009). Embora no presente relato não tenha sido feita a
cultura da efusão para evidenciar a presença e o tipo de
RELATO
bactérias envolvidas no processo, os achados clínicos
Uma gata SRD, com 4 anos de idade e pesando 4,6kg, deu observados no caso aqui descrito mostram grande
entrada na clínica veterinária com queixa de alterações semelhança com o que é descrito na literatura (Little, 2017).
comportamentais após mudança de residência. Além disso, Nos casos de piotórax, o uso de antibióticos como
a paciente apresentava intolerância ao exercício, episódios tratamento único é quase sempre ineficaz, de forma que a
de depressão e perda de peso progressiva. Os achados medicação deve ser associada à drenagem do material
radiográficos demonstraram aumento da radiopacidade purulento para resolução da afecção, sendo que em muitos
intratorácica, não visualização da silhueta cardíaca e desvio casos múltiplas drenagens são necessárias, inclusive com a
dorsal no segmento torácico da traqueia, o que sugeria uma colocação de um dreno através de toracotomia (Little, 2017).
possível massa mediastinal. Além disso, os lobos No presente relato, apenas uma drenagem foi suficiente, já
pulmonares apresentavam aspecto de folha com que a paciente se recuperou e não se constatou a presença
visualização das fissuras interlobares, que são sinais de nova efusão. A melhora significativa no quadro clínico
radiográficos compatíveis com efusão pleural bilateral. tornou desnecessária a instalação do dreno ou utilização de
Adicionalmente foram realizados: ecodopplercardiograma, outros procedimentos invasivos no animal, de forma que
pesquisa de hemoparasitas e toracocentese, com coleta de uma única drenagem associada à terapia medicamentosa foi
material para análise citológica. A partir desses exames capaz de gerar resultados satisfatórios e duradouros, com
foram descartados: a presença de massa mediastinal, os menores riscos e estresse para o animal.
problemas cardíacos e a presença de hemoparasitas. BIBLIOGRAFIA
Durante a toracocentese houve suspeita de se tratar de um LITTLE, Susan.Medicina Interna de Felinos. 7ª edição. Rio de Janeiro:
caso de quilotórax devido ao aspecto turvo, leitoso e Elsevier Editora Ltda Conhecimento sem fronteiras, 2017.

ausência do odor fétido supostamente característico do MELO, Flávia Azevedo Cavalcanti; MARTINS, Christine Souza. Efusão
piotórax. No entanto, o exame da efusão revelou a presença Pleural em gatos: revisão de literatura e estudo retrospectivo. Medvep -
Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de
de alto valor proteico (5,19 g/dL), com predominância de Estimação 2009;7(23);442-446.
neutrófilos segmentados, presença de bactérias livres e
SOUZA, Heloisa Justen. Coletâneas em medicina e cirurgia felina. Rio de
fagocitadas (leucofagocitose), bem como células mesoteliais Janeiro: L. F. Livros de Veterinária, 2003.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ELETROQUIMIOTERAPIA NO TRATAMENTO DO CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS
Raffaela Linhares Coelho¹*, Caroline Lopes Gomes de Oliveira¹, Ana Luiza Chalub Teixeira¹, Fernanda Orneles Gandra¹, Núbia Isabela
Barbosa¹, Mariana Azevedo Silva¹, Gabrielle Olivia Avelino Coelho¹, Janine Ramos da Silva Santos Dias¹, Mariana Pinheiro Mafra Dutra¹,,
Luiz Flávio Telles2 .
1
Graduando em medicina veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil – luiz.flavio@prof.unibh.br

INTRODUÇÃO permeie a membrana plasmática da célula tumoral e fique


retida após a remoção do impulso elétrico, produzindo assim
O carcinoma de células escamosas refere-se a uma
um efeito mais localizado do que sistêmico (4). Em estudo
neoplasia epitelial, de caráter maligno e crescimento lento,
realizado por (1) foi constatado que houve uma variação de
com baixo potencial para metástases, porém alta
até duas sessões de eletroquimioterapia até que fosse
capacidade de invadir localmente. A exata etiologia ainda é
possível verificar a involução completa do tumor no exame
desconhecida, mas sabe-se da relevante influência que a
clínico. Posteriormente a regressão total do tumor, em um
exposição à luz ultravioleta tem, levando a alterações no
intervalo de 12 meses, observou-se que não houve recidivas
DNA celular e consequente mutação das mesmas. As
ou disseminação neoplásica. Os trabalhos consultados
lesões costumam se concentrar principalmente em áreas de
durante esta revisão bibliográfica, mostraram-se favoráveis
baixa pigmentação e de pouco pelo, como em orelhas, plano
ao tratamento, apontando remissão total ou parcial do tumor,
nasal, lábios e pálpebras. A eletro quimioterapia para o
baixos índices de efeitos colaterais e diminuição das
tratamento de felinos com carcinoma de células escamosas
recidivas e metástases tumorais (1).
tem se mostrado uma modalidade de tratamento oncológico
local bastante eficiente devido à sua eficácia, facilidade de
aplicação e baixa toxicidade (1). Sendo assim, o presente
trabalho tem como objetivo a utilização da associação de
informações recentes para a estruturação de uma referência
de literatura sobre a eletro quimioterapia e sua viabilidade no
tratamento do carcinoma de células escamosas em felinos.

MATERIAIS E MÉTODOS
Fonte: Adaptado de (5).
Foi realizada uma busca bibliográfica nas plataformas
Google Acadêmico e Scielo, utilizando como palavras- Figura 1. A- Lesão do carcinoma de células escamosas em
chave: neoplasia, carcinoma espinocelular, carcinoma felino e tratamento com eletro quimioterapia há 5 dias. B-
epidermóide, CCEs. Tendo como parâmetro de escolha Lesão após tratamento de 60 dias com eletro quimioterapia.
artigos analisados entre o período temporal de 2006 a 2018 .
CONCLUSÃO
REVISÃO DE LITERATURA A utilização da eletroquimioterapia vem se destacando
dentro da oncologia veterinária devido a suas possibilidades
O Carcinoma de células escamosas (CCE) são neoplasias de utilização de maneira eficaz e segura. Além disso,
características do epitélio cutâneo e podem apresentar observa-se que a eletro quimioterapia tem se mostrado uma
outras denominações, como, Carcinoma Espinocelular, alternativa bastante interessante no tratamento do
Carcinoma Escamocelular ou Carcinoma Epidermóides. (2). carcinoma de células escamosas em felinos, enfermidade de
Estudos demonstram que a ocorrência da CCE é mais
frequente em felinos do que em outras espécies, sobretudo relevante incidência nessa espécie.
quando analisamos os fatores ambientais e individuais. A
pigmentação da pele e a exposição aos raios solares são REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
fatores predisponentes ao surgimento do carcinoma, assim 1.SILVEIRA, L. M. G.; CUNHA, F. M.; BRUNNER, C. H. M. Utilização de
como hábitos individuais e a presença de áreas totalmente eletroquimioterapia para carcinoma de células escamosas tegumentar em
felino. Pesquisa Veterinária Brasileira, São Paulo, v.36, n.4, p.297-302, abril,
ou parcialmente glabas na pele. A CCE apresenta uma 2016.
menor capacidade metastática, no entanto, o câncer pode 2. ROSOLEM, M.C., MOROZ, L.R. e RODIGHERI, S.M. Carcinoma de células
segregar do sítio primário e se introduzir em outras partes do escamosas em cães e gatos - Revisão de literatura. PUBVET, Londrina, V. 6,
corpo (3). Para o tratamento antitumoral diversas N. 6, Ed. 193, Art. 1299, 2012.
modalidades terapêuticas são utilizadas pela oncologia, no 3.BRAGA, et al. Carcinoma de células escamosas em orelha de gato:
qual a eletroquimioterapia tem se mostrado uma alternativa abordagem clínico-cirúrgica em relato de caso. v.12, n.6, a103, p.1-4, Jun.,
2018
eficaz na retenção do quimioterápico no local de predileção,
4.RODRIGUES, G. Eletroquimioterapia para tratamento de câncer -
minimizando assim a toxicidade ao paciente, além de desenvolvimento e avaliação em estudo de caso com camundongos
resultar em boas respostas ao tratamento. A portadores de melanoma B16F10 2014. 110f. Tese (Doutorado em
eletroquimioterapia compreende-se como uma técnica na Biotecnologia) - Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2014.
qual se baseia no princípio da eletroporação, liberando
5.COCHI, I.C. R. C. Relato de Caso: Utilização da eletroquimioterapia como
pulsos elétricos de voltagem elevada, onde através de um tratamento do carcinoma de células escamosas em felinos. 2016. 21 f.
aparelho eletroporador, irão se formar poros transitórios nas Dissertação de especialização - Fundação Educacional Jayme de Altavila,
células cancerígenas que possibilitarão que o antineoplásico São Paulo.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ENDOMETRITE EM ÉGUA PÓS TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO COM HOLDING CONTAMINADO
Ariadne do Nascimento Silva¹, Daniel Macêdo Dornas¹, Gustavo Gonzalez Monteiro de Barros¹, Larissa Dias Rodrigues1, Melani Zwaal1,
Rodrigo Novaes Viegas2. Fabrizia Portes Cury Lima3
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil
2
Mestrando em Reprodução Animal – UFMG – Belo Horizonte – MG – Brasil
3
Professor do curso de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO
A endometrite é comum em éguas, levando em muitos Figura 1: conteúdo oriundo do lavado uterino.
casos à infertilidade e elevadas perdas econômicas, o que
faz desta patologia um dos maiores problemas que os
médicos veterinários que trabalham com reprodução equina
tem de enfrentar. Pode ser um fenômeno fisiológico ou
patológico que se origina devido à entrada de agentes % 2013
exógenos no útero, originando uma inflamação e/ou infecção
no endométrio. A etiologia da endometrite na égua pode ser 2014
múltipla: bacteriana, fúngica, pós cobrição, degenerativa ou
até fisiológica. O correto diagnóstico poderá ser difícil devido
às suas diversas etiologias e sinais clínicos. Éguas
susceptíveis a inflamação uterina crônica representam a
Subtipo
maioria dos problemas de infertilidade e subfertilidade na
reprodução equina. Esta inflamação que ocorre após Em seguida, utilizando uma pipeta de inseminação artificial,
inseminação ou cobertura precisa ser eliminada pela égua o conteúdo de duas bisnagas de Botukiller® foi aplicado no
em até 96 horas, pois, o embrião chega ao lúmen uterino no corpo do útero. Além disso, foi instituído tratamento
5º ou 6º dia após a fertilização. A presença de fluido, sistêmico através da administração de Enrofloxacina durante
bactérias e produtos inflamatórios pode prejudicar o sete dias.
transporte espermático e a fertilização e pode ser Após o tratamento, a égua foi reavaliada por ultrassom,
incompatível com a sobrevivência do embrião. Uma apresentou grande melhora, sem presença de pus no útero
inflamação persistente geralmente resulta em luteólise ou qualquer outro sintoma de endometrite.
prematura e perda embrionária, devido a concentrações
aumentadas de prostaglandina. O relato de caso a seguir
objetiva identificar uma das possíveis causas de endometrite CONCLUSÕES
em égua receptora após uma prática comum na reprodução
Podemos afirmar que se trata de um caso de holding
equina - transferência de embrião, na qual é necessário
contaminado, uma vez que o caso se repetiu na mesma
cuidado e utilização de equipamentos e substâncias seguros
propriedade quando utilizamos o holding de determinada
do ponto de vista sanitário.
marca. Além disso, outros colegas relataram o mesmo
problema. Após a substituição do holding por outro de marca
diferente, a complicação não se repetiu.
RELATO DE CASO E DISCUSSÃO
Assim sendo, é essencial salientar a importância de se
Diferentes tampões são utilizados nos meios de lavagem e utilizar meios de transferência de embriões de procedência
manutenção embrionária durante os procedimentos de confiável, visto que a utilização de meios contaminados
transferência de embriões em equinos. O uso de holdings ou pode impactar negativamente na ciclicidade e na fertilidade
meios contaminados é situação comumente encontrada, de éguas.
pois aparentemente, o produto não apresenta alterações
físicas, o que dificulta a identificação de contaminação ou BIBLIOGRAFIAS
potencial problema no produto. No caso descrito, uma égua
1. LOPES, Jordana Luisa Portugal de Sena et al. Endometrite na Égua.
receptora de 4 anos da idade da raça Mangalarga Relatório final de estágio apresentado ao Mestrado Integrado em Medicina
Marchador, estava sendo monitorada por ultrassonografia Veterinária, Porto, 2013.
para que o embrião recuperado no lavado da doadora 2. CAMOZZATO, Giovani Casanova et al. Endometrite em Égua. Monografia
pudesse ser transferido para a mesma. Ao exame de apresentada ao Curso de Medicina Veterinária, como requisito parcial para
obtenção do título de Médica Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande
ultrassom, a égua não apresentou alterações de imagem no do Sul, Porto Alegre, 2010.
útero, cérvix e ovários, estando apta a receber um embrião. 3. JÚNIOR, Otávio Lamartine Paiva et al. Endometrite em Égua. Monografia
Foi realizada a inovulação do embrião, respeitando toda a apresentada ao Curso de Medicina Veterinária, como requisito parcial para
técnica de antissepsia, evitando carrear contaminação por obtenção do título de Médica Veterinária, Universidade Federal de Campina
Grande, Patos, 2008
via ascendente até o útero da égua. Cinco dias após a
transferência do embrião, foi feito um exame
ultrassonográfico para realizar o diagnóstico de gestação do
embrião transferido. No entanto, foi constatada uma grande
coleção de pus/líquido em toda a extensão do útero. Como
tratamento, foi instituída limpeza e remoção do conteúdo
purulento através de sonda transcervical, lavando o útero
com três litros de Ringer Lactato até recuperar um líquido
translúcido, sem a presença de pus.

.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ENDOMETRITE EM ÉGUAS: REVISÃO DE LITERATURA
Ana Claúdia Junqueira de Castro1; Lucas Fiusa Araújo¹; Fernanda Diniz Francisco¹; Fabrizia Portes Cury Lima. ²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil - fabrizia.lima@prof.unibh.br

INTRODUÇÃO ginecológico, acompanhados de cultura positiva (+) e reação


A endometrite é uma inflamação aguda ou crónica do inflamatória (+) confirmada pelos exames citológico e/ou
endométrio com etiologia multifatorial, podendo ser causada histopatológico endometrial (7).Para evitar um falso
por uma infecção (bacteriana, fúngica ou viral) ou ocorrer diagnóstico de endometrite infecciosa foi necessário
após a inseminação artificial (IA) ou cobrição. Quando associar as informações colhidas sobre a vida reprodutiva
associada à cobrição, trata-se de uma resposta fisiológica deste animal aos vários exames realizados, o que está de
normal e necessária para a remoção dos espermatozoides e acordo com estudos anteriores (5). É válido ressaltar que a
eventuais contaminantes introduzidos no útero. Algumas identificação destas éguas é muito importante (6), uma vez
éguas não conseguem resolver esta inflamação e a que elas dependem de tratamento para voltar a gestar. Os
endometrite persiste para além das 48 horas pós-IA (1). Esta sinais clínicos nem sempre podem estar evidentes, mas
doença possui características comuns aos processos pode-se observar corrimento vaginal sem estar na fase do
inflamatórios em órgãos cavitários revestidos por mucosa. E estro, edema vaginal na fase de diestro, fluido intra-uterino,
é o processo inflamatório mais freqüente no útero de redução do intervalo inter-éstrico, da fase lútea e ainda
diversas fêmeas domésticas, que interfere negativamente na redução da fertilidade (9). O tratamento tradicional consiste
eficiência reprodutiva dos rebanhos, aumentando não só a no lavado uterino com solução fisiológica aquecida, quando
ocorrência de repetição de cio, como o intervalo entre partos tivermos grande quantidade de secreção ou restos
(9). A endometrite é a terceira enfermidade de maior placentários, ou infusão de antibióticos específicos para o
ocorrência em equinos (9), levando a consideráveis perdas combate ao germe isolado. Atualmente, tem-se realizado
econômicas para a equideocultura (8). infusões uterinas de plasma da própria égua, ou infusões de
sangue total, que atuariam imunologicamente junto ao
endométrio, produzindo a reversão do quadro clinico
MATERIAIS E MÉTODOS
(tratamento ―natural‖, abrindo mão da utilização de
O presente estudo foi realizado a partir de uma revisão de antibióticos) (4).
literatura por meio de consultas de artigos acadêmicos e Preventivamente, deve-se implantar manejo sanitário
trabalhos de conclusão de curso. rigoroso. Quando adquirir uma égua ou garanhão solicitar
exames clínicos e bacteriológicos do aparelho genital. Deve-
REVISÃO DE LITERATURA se fazer o ―swab uterino‖ das éguas que irão ser cobertas(4).
A endometriteeqüina é considerada como a principal causa
de subfertilidade e infertilidade em éguas, tendo um impacto CONCLUSÕES
econômico, uma vez que muitas éguas deixam de gerar
Conclui-se que o correto diagnóstico para a endometrite
potros anualmente. Esta subfertilidade é devido ao ambiente
equina é de extrema importância para que se possa realizar
infectado dentro do útero para o desenvolvimento do
um correto tratamento para cada animal, pois a doença em é
concepto (3). Na maioria das vezes, a endometrite
uma enfermidade que acarreta grande prejuízo econômico
infecciosa apresenta origem bacteriana (2), todavia, fungos
ao criador, levando tanto a perda da capacidade reprodutiva
leveduriformes e menos frequentemente filamentosos, são
da égua quanto ao gasto para seu restabelecimento e a sua
potencialmente patogênicos para o endométrio das éguas
fisiologia reprodutiva
(7).As infecções inespecíficas são mais comumente
causadas pelos Strep.zooepidermicus, Strep.equisimillis,
BIBLIOGRAFIAS
Staphil.aureus e algumas espécies de Corynebacterium,
1. TROEDSSON, M.H.T. Problems after breeding. J. Equine Vet.
além de Cândida spp e Aspergyllussp (3).A maioria das Sci.,v. 28, p. 635-639. 2008.-patológicas. R. bras. Ci. Vet., v. 21, n. 3, p. 204-
endometritesfúngicas tem caráter crônico, sendo 212, jul./set. 2014
diagnosticadas em éguas susceptíveis a endometrites 2. RIDDLE, W.T.; LEBLANC, M.M.; STROMBERG, A.J. Relationships
between uterine culture, cytology and pregnancy rates in a Thoroughbred
persistentes, ou seja, naquelas que apresentam falhas
practice. Theriogenology, v. 68, p. 395- 402, 2007.
físicas, imunológicas ou linfáticas nos mecanismos de 3. OLIVEIRA, R.A. Endometrite. Goiás: 2006. Disponível em:
defesa uterina (7). Porém, casos agudos podem acontecer <http://www.abqm.com.br/SecaoTecnica/endometrite.htm>. Acesso em: 07 de
principalmente após abortos com etiologia micótica (9).O nov de 2018.
4. THOMASSIAN, E.F. Enfermidades dos cavalos. 4 edição. São
diagnóstico da endometrite representa um desafio pois os Paulo: Livraria Varela, 2005, p. 258 - 259.
sinais clínicos podem ser subtis e, apesar de esta 5. LEBLANC, M.M.; MAGSIG, J.; STROMBERG, A.J. Use of a
inflamação ser normalmente caracterizada pela presença de lowvolumeuterine flush for diagnosing endometrites in chronically infertile
fluido uterino à ecografia transretal, este pode não estar mares. Theriogenology, v. 68, p. 403-412, 2007.
6. MALSCHITZKY, E.; GREGORY, R.M.; JOBIM, M.I.M.; MATTOS R.C.
associado a um processo inflamatório. É, por isso, essencial, Endometrite na égua, novos conceitos. Rev. Bras. Reprod.Anim., v. 31, p.17-
identificar os fatores predisponentes e recorrer a meios 26, 2007.
complementares de diagnóstico. Um diagnóstico etiológico 7. FUMUSO, E.A.; AGUILAR, J.; GIGUÈRE, S.; RIVULGO, M.; WADE,
J.;ROGAN, D. Immune parameters in mares resistant and susceptible to
correto bem como a caracterização do grau e tipo de persistent post-breeding endometritis: Effects of immunomodulation. Vet.
inflamação são de extrema importância, de modo a Immunol.Immunopathol.,v. 1, p. 830-39, 2007.
estabelecer o tratamento adequado o mais rapidamente 8. BLANCHARD, T. L.; VARNER, DICKSON, SHUMACHER, Manual of
possível, dado que os tratamentos disponíveis são múltiplos Equine Reproduction. United States of America: Mosby – Year Book, 1998, p.
5, 54-58, 133- 134, 1998.
e variados e o protocolo terapêutico deve ser específico para 9. ROMEIRAS, M.I.B. Abordagem da endometrite num centro de
cada caso (9). Foram consideradas endometrites infecciosas reprodução equina: presença de fluido uterino como parâmetro indicador da
aquelas em que se observaram indícios condizentes (+) com inflamação. 2017. Dissertação de mestrado integrado em medicina
endometrites no histórico e anamnese e/ou exame veterinária. Universidade de Lisboa.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
EQUOTERAPIA
Bárbara Almeida1; Graziella Barbosa2; Geraldo Juliani3
1
Graduanda em Medicina Veterinária – UniBh – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Graduanda em Medicina Veterinária – UniBh – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professor em Medicina Veterinária – UFMG – Belo Horizonte/MG - Brasil

RESUMO: O presente trabalho trata- se de um resumo expandido que baseou-se em análise de artigos científicos o conceito de Equoterapia e seus benefícios.
ABSTRACT: The present work is an expanded summary that was based on the analysis of scientific articles the concept of Hippotherapy and its benefits.
Palavras - chave: Equoterapia; Resultados; Desenvolvimento Psicomotor

INTRODUÇÃO visto que integra o praticante, o cavalo e os demais


Equoterapia é o processo de reabilitação de pessoas profissionais envolvidos, permitindo associação de
portadoras de necessidades especiais físicas ou mentais, atividades lúdicas e, desta forma proporcionando uma
[4]
que utiliza o cavalo como método terapêutico. Ela intervenção dinâmica e prazerosa . A intervenção foi
proporciona ao praticante benefícios físicos, psicológicos, constituída por um programa de equoterapia caracterizado
educacionais e sociais, contribuindo para o desenvolvimento como educação/ reeducação, tendo sido feita por 24
do equilíbrio, tônus, força muscular, alinhamento postural e sessões individuais, com duração de 30 minutos, registradas
aperfeiçoamento da coordenação motora
[1; 2]
. A utilização sistematicamente por meio de filmagens e diário de campo.
dos cavalos é dada como uma forma de terapia, por serem No artigo de Barbosa (2013), é possível observar que de
animais extremamente dóceis e calmos e por terem a forma geral, todas as aptidões motoras analisadas
capacidade de sentir e reconhecer a ansiedade e estresse (Motricidade Fina (MF), Motricidade Global (MG), Equilíbrio
do paciente. A partir do trote do cavalo é possível transmitir (E), Esquema Corporal (EC), Organização Espacial (OE),
ao cavaleiro, uma série de movimentos sequenciais e Organização Temporal (OT) e Idade Motora Geral (IMG))
simultâneos. Ao longo de 30 minutos de exercícios, o obtiveram aumento após o programa de intervenção,
paciente terá executado de 1,800 a 2,200 deslocamentos representadas também pela Idade Motora Geral que é a
que vão atuar diretamente no seu sistema nervoso . No
[3] soma dos resultados positivos das provas motoras em
Brasil, no ano de 1989, a empresa ANDE-Brasil (Associação meses.
Nacional de Equoterapia), adotou o termo Equoterapia .
[3] Figura 2. Tabela com o valor da mediana e média pré e pós
intervenção, diferença entre as médias e p-valor das
MATERIAIS E MÉTODOS
variáveis.
Este estudo fundamenta-se em um levantamento Variável Mediana Mediana Média Média Diferença P-
bibliográfico. Os artigos utilizados apontam os resultados e Pré Pós Pré Pós entre as valor
médias
benefícios da reabilitação com a Equoterapia. MF 84 108 85,2 104,4 19,2 0,102
MG 108 108 103,2 105,5 2,4 0,317
RESULTADOS E DISCUSSÃO E 96 102 91,2 100,8 9,6 0,066
O cavalo quando anda, serve como meio terapêutico por EC 84 84 79,2 86,4 7,2 0,180
OE 72 108 81,6 105,6 24 0,074
transmitir os movimentos ao cavaleiro. Como resultados, é OT 96 96 91,2 98,4 7,2 0,317
notável que o cavalo apresenta movimentos de inclinações IMG 90 102 88,6 100,2 11,6 P<
laterais de tronco para a transferência de peso, rotações 0,041*
para dissociação de cinturas e movimentações de báscula *Estatisticamente significante. Fonte: Barbosa, 2014.
anterior e posterior da pelve pela movimentação de flexão e CONCLUSÕES
extensão do tronco. Ao mesmo tempo, acontecem Nota-se que a Equoterapia promoveu melhoras significativas
movimentos de aproximadamente 5 cm para cima e para aos pacientes, assim, é de grande importância que novas
baixo, para frente e para trás, para a direita e para a pesquisas sejam realizadas para a obtenção de mais
esquerda, giros de 8º para um lado e para o outro (torções). resultados e comprovações científicas de que este método
Todas as combinações destes movimentos são utilizadas ao terapêutico é realmente eficaz na qualidade de vida das
longo do tempo da sessão. Este é o movimento pessoas, sendo o cavalo um agente e mediador para estes
tridimensional e multidirecional proporcionado pela andadura pacientes.
do cavalo ao passo, que é transmitido ao praticante a partir De acordo com os resultados obtidos, está comprovado que
[1; 3]
de seu contato pela cintura pélvica . é uma proposta terapêutica alternativa eficaz, uma vez que
Figura 1. Movimento tridimensional do cavalo
auxilia no desenvolvimento, ampliando a socialização dos
pacientes e dando condições para que possam desenvolver
simultaneamente outras habilidades.
BIBLIOGRAFIAS
1. LIPORONI, G.; OLIVEIRA, A.P. Equoterapia como tratamento alternativo para pacientes
com sequelas neurológicas. 2005. Disponível em:
<http://publicacoes.unifran.br/index.php/investigacao/article/view/190>. Acesso em: 04 nov.
2018.
2. SILVEIRA, M.; WIBELINGER, L. Reeducação da Postura com a Equoterapia. Rev.
neuroscience., 2011. Disponível em:
<http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2011/RN1903/19%2003%20revisao/531
%20revisao.pdf>. Acesso em: 03 nov. 2018.
Fonte: Silva, 2011 3.SILVA, J. Terapia Assistida por Animais (Revisão de Literatura). 2011. Disponível em:
<http://www.cstr.ufcg.edu.br/grad_med_vet/monos%202011_2/Juciana%20Miguel%20da%
Foi apurado por meio de pesquisas, que estas oscilações 20Silva/Tearapia%20Assistida%20por%20Animais.pdf> Acesso em: 04 nov. 2018.
dão- se nos mesmos planos de movimento humano, desta 4.BARBOSA, G. O efeito de um programa de equoterapia no desenvolvimento psicomotor
de crianças com indicativos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Rev. bras.
forma, são interpretados como movimentos fisiológicos, educ. espec. 2014 . Disponível em:
similares ao da marcha humana, pelos canais semi- <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
[2] 65382014000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 03 nov. 2018.
circulares do aparelho vestibular .
De acordo com os artigos revisados, é possível observar
que a prática equestre favorece uma sociabilidade sadia,
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ESPOROTRICOSE FELINA: RELATO DE CASO NO HOSPITAL VETERINARIO DO UNIBH
Gabrielle Olivia Avelino Coelho¹, Leonardo Brendo Trindade Santiago¹, Daniele Freitas¹,
Davi Guilherme Souza¹, Phriscylla Sadanã Pires3 , Adair Woyames Pinto3
1
Graduando em medicina veterinária– UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professor Adjunto– UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO
A esporotricose é uma micose subcutânea de caráter Figura 1: Exame solicitado no hospital veterinário do
subagudo ou crônico, causada pelo fungo Sporotrhrix UNIBH e realizado pelo laboratório Lessa em outubro de
schenckii. Este micro-organismo é dimórfico, apresentando 2018. Imagens citológicas sugestivas de Sporotrhrix
alterações morfológicas com a variação de temperatura. À schenckii descritos no resultado.
25°C o fungo apresenta-se na forma filamentosa, enquanto
à 37°C na forma leveduriforme. Devido as condições ótimas
para o crescimento do fungo, as regiões tropicais e
subtropicais, como o Brasil, apresentam maior prevalência
da doença. Os sinais clínicos mais comuns são lesões
cutâneas, podendo a doença ter respercurssão sistêmica e
atingir pulmões, rins, articulações e ossos ¹.
Em felinos esta zoonose tem grande importância
epidemiológica, sendo recentemente considerada uma
doença re-emergente com sérias implicações em saúde
pública². Diante do exposto, o presente trabalho tem como
objetivo relatar um caso de esporotricos felina de um animal
atendido no Hospital Veterinário do UNIBH.

RELATO DE CASO E DISCUSSÕES

No dia 26 de outubro de 2018, um felino SRD, de


aproximadamente 11 meses de idade, foi atendido no
Hospital Veterinário do UNIBH. A tutora relatou que a cerca
de um mês o animal apresentou uma ferida na região da
cauda. A proprietária, instituiu sem orientação profissional
uma terapia tópica da ferida com óleo de girassol e
Rifampicina, mas o animal não respondeu ao tratamento.
Duas semanas após o surgimento da primeira ferida, a
turora percebeu o aparecimento de uma segunda ferida,
com aproximadamente três centímetros de distância da
ferida primaria. Durante a anamnese, a tutora infoirmou
possuir outros gatos, entretanto nenhum outro possuia
lesões e nenhum deles possuem acesso a rua.
Durante o exame físico foram encontradas lesões ulceradas O diagnóstico da doença é feito através do exame clinico
na superfície da cauda do animal. As bordas da ferida eram associado a exames complementares e anamnese. A
precisas e não havia presença de pelo nessa região. As anamnese consiste em pesquisar se os ferimentos cutâneos
feridas eram secas e aparentemente sem infecção possuem cicatrização ou não e como essas lesões surgiram.
secundária aparente. Durante a consulta foi solicitado uma No exame físico avaliaremos como é o aspecto da lesão,
citologia através do imprinting da lesão cutânea. Ao todo associando a mesma a lesões características da
foram feitas três lâminas, para o auxílio do diagnóstico. esporotricose. E nos exames complementares, que seriam
O exame citológico indicou a presença do fungo Sporotrhrix isolamento e identificação do agente em cultura, caso ocorra
sp., sendo encontrada raras estruturas leveduriforme a presença do fungo Sporotrhrix schenckii o diagnostico se
comhalo fino e claro ao redor de um centro basofílico, sendo torna confirmatório ³.
também de forma livre e intracelular (Figura 1). Também CONCLUSÕES
foram encontrados infiltrados inflamatórios íntegros e Com este relato de caso foi possível compreender a
degenerados, além de hemácias e bactérias em pequenos e relevância da esporotricose tanto em felinos como sua
grandes grumos. capacidade de transmissão para humanos. Ressaltando
Diante do resultado do exame citológico foi iniciado o também que o exame complementar é necessário para a
protocolo para o tratamento do animal, sendo a base confirmação da doença, apesar das lesões características.
antifúngica de escolha o Itraconazol . Após a confirmação da O diagnóstico precoce é fundamental para a menor
doença foi informada que o fármaco deveria ser utilizado na incidência e disseminação da doença.
concentração de 50-100 mg/animal, por pelo menos 60 dias, BIBLIOGRAFIAS
a cada 12 horas para a total cura da doença. A tutora foi 1. Larsson, C, 2011; Baz.J. Vet.Res. anim.Sci,v.48,n3,p 250-259.
informada sobre o risco da doença e orientada sobre as 2. Fernandes C.G.N et al, 2004; .Revista Cientifica de Medicina
medidas preventivas que deveria adotar para não se Veterinária - Pequenos e Animais de estimação
infectar. 3. Bazzi, T. 2015, Universidade Federal De Santa Maria p39,
Dissertaçao de mestrado
4. PIMENTEL, Mariana Caetano1 et al, UNICRUZ 2011

APOIO Hospital Veterinário UNIBH


II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ÉTICA NA CLONAGEM ANIMAL
Layza Marciano Cangussu ¹, Amanda Oliveira Godinho ², Deivisson Junio Fernandes dos Santos²,
Estefany Gabrielly Lima Mendes², Rebeca Pimentel de Oliveira Silva², Sannely Assis Procópio ²,
Alessandro Moreira Procópio³, Fernanda Freire Campos Nunes ³.
1
Graduando em Medicina Veterinária, autora – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
³Professor Adjunto – Co-orientador – UniBH/Campus Buritis

INTRODUÇÃO preservação de animais em extinção, o que seria


A biotecnologia animal tem fornecido novas ferramentas biologicamente favorável para a manutenção destas
para os programas de melhoramento e, dessa forma, espécies no ecossistema. Por outro lado, temos a clonagem
contribuindo para melhorar a eficiência da produção e terapêutica, que é menos discutida mas também é mais
reprodução animal. A biotecnologia tem sido empregada na aceita na comunidade cientifica. É importante que as
produção de bens e serviços por meio do uso de organismos pessoas entendam que, na clonagem para fins terapêuticos,
vivos ou parte deles.¹ Diversas atividades vêm sendo serão gerados só tecidos, em laboratório, sem implantação
realizadas pelos seres humanos, como por exemplo o uso no útero. Não se trata de clonar um feto até alguns meses
da FIV (fertilização in vitro) para auxiliar na reprodução dentro do útero para depois lhe retirar os órgãos, como
animal e também da transferência nuclear por células alguns acreditam. Uma pesquisa publicada na
somáticas (TNCS), ou clonagem, que ao longos dos anos revista Sciences por um grupo de cientistas coreanos
os cientistas têm, de modo incessante, testado e estudado confirma a possibilidade de obter-se células-tronco a partir
meios éticos de clonar animais.² ³ Em 5 de julho de 1996 da técnica de clonagem terapêutica.⁷ Existem muitas
nascia a ovelha Dolly, que foi o primeiro mamífero indicações para este tipo de biotecnologia, uma delas é que
reproduzido a partir de uma célula somática de uma ovelha a clonagem terapêutica de algum órgão/tecido teria a
adulta, com seis anos de idade. Por ser o primeiro animal a vantagem de evitar rejeição se o doador fosse a própria
ser clonado houve um impacto emocional na população pessoa e também de reverter casos, atualmente
pois, na clonagem reprodutiva, a finalidade é formar seres irreversíveis, como o de pessoas paraplégicas, que com o
geneticamente idênticos visando, na maioria das vezes, uso de células tronco, podem reabilitar progressivamente o
lucro; e isso faz com que o comitê de ética e também o paciente, ao se diferenciar em células nervosas.² Por mais
Vaticano (nos países católicos), tenha um empecilho em perigoso que for este tipo de estudo, a provável eficiência e
liberar e discutir tais estudos. Já a clonagem terapêutica, no eficácia desta técnica, fazem com que a população cientifica
entanto, que visa a formação de tecidos ou órgãos para mundial trabalhe unida em prol deste estudo, pois o uso da
transplantes, é pouco conhecida e discutida. ² O objetivo clonagem terapêutica pode vir a diminuir o sofrimento e
desse trabalho foi fazer uma revisão de literatura sobre a aumentar o bem estar de pessoas e animais com doenças e
ética por detrás da biotecnologia de clonagem em animais, e estados corporais, até então, irreversíveis.²
os impactos trazidos pela mesma para a ciência mundial, Figura 1: Ovelha Dolly
sendo estes positivos ou negativos.
MATERIAIS E MÉTODOS
A revisão de literatura foi baseada em sete artigos e
trabalhos científicos entre os anos, 2004 - 2013,
pesquisados e selecionados na plataforma Google
Acadêmico e em livros científicos encontrados online. As
palavras chaves usadas na seleção destes foram: ética,
clonagem animal, ovelha Dolly, biotecnologias de
reprodução, células-tronco.
REVISÃO DE LITERATURA
As altas taxas de mortalidade embrionária, fetal e peri-natal,
bem como para as causas da alta incidência de anomalias e Fonte: IstoÉ, clonagem da Ovelha Dolly
baixa viabilidade dos animais clonados, fazem com que essa
biotecnologia tenha uma baixa eficiência e por isso o comitê CONCLUSÕES
de ética e a população cria empecilhos para a continuidade A utilização de biotecnologias serve para ajudar e melhorar
e evolução destes estudos. A clonagem animal possui duas processos reprodutivos e produtivos em animais. A
vertentes, a clonagem reprodutiva e a clonagem terapêutica. clonagem animal, mesmo sendo vetada em alguns países
A ovelha Dolly, foi o primeiro animal a ter sucesso na por questões éticas ou religiosas, é uma biotecnologia de
clonagem reprodutiva, mas por detrás desse sucesso foram grande vantagem, se esta for estudada e testada de forma
necessárias 276 tentativas que fracassaram. Além disso, adequada.
dentre as 277 células "da mãe de Dolly" que foram inseridas
em um óvulo sem núcleo, 90% não alcançaram nem o BIBLIOGRAFIAS
estágio de blastocisto. Por motivos como este, a clonagem 1. L.L. Coutinho, M.F. Rosário, E.C. Jorge - BIOTECNOLOGIA ANIMAL, 2010.
reprodutiva é banida pela grande maioria dos cientistas.³ 2. T.J.C. Silva - CLONAGEM – O QUE APRENDEMOS COM DOLLY?, 2004.
3. F.N.S. Medeiros – AS MÚLTIPLAS REPRESENTAÇOES DE DOLLY NOS
Além disso, diversas anomalias têm sido constatadas DISCURSOS SOBRE A CLONAGEM E AS PESQUISAS COM CÉLULAS-
durante a gestação e após o nascimento de animais TRONCO NA IMPRENSA BRASILEIRA, 2012.
produzidos por esta técnica, como cardiopatias, placentação 4. A.S. Tricenti, V. Zappa - CLONAGEM ANIMAL: REVISÃO DE
anormal, hidroalantóide, deficiência imunológica, disfunção LITERATURA, 2013.
5. M.A. Miglino – CLONAGEM ANIMAL E PLACENTAÇÃO, 2004.
renal, alterações no metabolismo energético e hipertensão 6. M. Zatz – CLONAGEM E CÉLULAS-TRONCO, 2004.
pulmonar. A clonagem reprodutiva não visa apenas 7. W.S.Hwang – STEM CELL MANUSCRIPTS, 2006.
reproduzir animais que foram referência em alguma vertente APOIO
(exemplo: gado de leite/corte), mas também visando a
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
EXPRESSÃO DE COX-2 EM NEOPLASIAS DE PEQUENOS ANIMAIS
Danielle Gonçalves de Jesus1*, Kimberly Pinheiro Ramalho1, Ana Paula Peri Martins1,
Pedro Henrique Cotrin Rodrigues1 Luiz Flávio Telles2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil danielle.gj@hotmail.com
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte/ MG – Brasil

INTRODUÇÃO Tabela 1: Porcentagem de tumores caninos que expressam


A partir da ciclooxidação e peroxidação do ácido Cox-2:
araquidônico se dá a enzima ciclooxigenase (Cox) que é
responsável pela síntese de prostaglandinas, sendo elas:
Tipo de tumor Expressão de Cox-2
Prostaglandina sintetase 1 ou Cox-1 responsável por
funções fisiológicas do organismo,e a Prostaglandina
sintetase 2 ou Cox-2 até então conhecida por sua função
patológica. Sabe-se que a Cox-2 está envolvida CCE orais 65-100%
principalmente em processos inflamatórios, endotoxinas
CCE cutâneos 100%
bacterianas, fatores de necrose tumoral e estímulos
1
neoplásicos . Melanomas orais 60%
Os principais efeitos atribuídos aos AINES (antiinflamatórios Carcinoma cutâneos 56-75%
não esteroidais) são os de redução da febre e inflamação e
analgesia através, principalmente, da inibição da Cox-2 e CCT urinários 58-100%
Tromboxano. Estudos indicam que AINES, especialmente Tumores mamários Depende do tipo histológico
aqueles seletivos para Cox-2 podem fornecer redução na
2 Carcinomas colaterais 75%
proliferação de células tumorais .
Thun et al. (1993) e Rosemburg et al. (1998) verificaram a Carcinomas nasais 73-87%
redução da incidência de carcinoma colo-retal em humanos
após utilização de AINES .
1,2 Carcinomas de cel. Renais 67%
O objetivo deste estudo é demonstrar a expressão da Cox-2 Osteossarcomas 23-79%
em processos neoplásicos e como os AINEs podem fornecer Linfomas 0%
terapia de suporte e favorecer o aumento da sobrevida de
animais, além de elucidar a necessidade de novas Sarcomas histiocíticos 0%
informações sobre o uso de inibidores da Cox-2 na Hemangiossarcomas 0%
oncologia de pequenos animais.
Mastocitomas 0%
MATERIAIS E MÉTODOS CCE: Carcinoma de células escamosas, CCT: Carcinoma de células
Revisão bibliográfica realizada através de artigos de transição. (Fonte: Ramos, Volpato e Lopes, 2010)
encontrados na plataforma Google Acadêmico, Research
Gate e SAGE. Figura 1: Marcação imunohistoquímica para Cox-2

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Estudos na medicina veterinária relatam a expressão da
Cox-2 em diversos tumores que acometem os pequenos
animais: Tabela 1 e 2.
Marcações imunohistoquímicas positivas para Cox-2 foram
verificadas em 100% das neoplasias mamárias em cadelas
3
analisadas : Figura 1.
Foram citados os efeitos causados decorrentes do aumento
da Cox-2 em células tumorais, como a capacidade de 1: Glandula mamária normal, ausência de coloração para Cox-2.
promover angiogenese para suprimento e crescimento dos 2: Glândula mamária com células epiteliais neoplásicas com
2
tumores e maior alcance metastático , além do aumento da imunorreatividade para Cox-2. (Fonte: LAVALLE et al., 2009)
1
proliferação celular por estimulação de células endotelias . A
inibição da apoptose também é verificada, uma vez que, CONCLUSÕES
esse mecanismo proporciona maior sobrevivência de células É comprovada a expressão e os efeitos da Cox-2 em
1. 2
tumorais pela diminuição da morte celular programada . variados processos neoplásicos, portanto, é possível
Bibliografias mais recentes destacam o uso de antagonistas concluir que pode ser positiva a terapia adjuvante com
da Cox como alternativa na terapia contra neoplasias. Os AINEs seletivos.
AINEs impedem a produção de prostaglandinas e podem ser
usados juntamente com a quimioterapia em dose máxima BIBLIOGRAFIAS
tolerada e metronômica promovendo a inibição dos efeitos 1. RAMOS, Renata dos Santos; VOLPATO, Rodrigo; LOPES, Maria
causados pela Cox-2 anteriormente citados. Devem ser Denise. A contribuição da terapia com coxibes na oncologia de
pequenos animais. 2010. 8 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina
usados AINEs seletivos para Cox-2 como Meloxican, Veterinária, Unesp-botucatu, Botucatu, 2010
Carprofeno, Celecoxibe e Firocoxib para que minimize 2. KOLTAI, Zsofia; VAJDOVICH, Péter; DEKAY, Valeria,. (2014).
1, 2
efeitos adversos decorrentes da inibição da Cox-1 . Cyclooxygenase-2 (COX-2) expression in domestic animal tumours.
Literature review. Magyar Allatorvosok Lapja. 136. 579-587.
3. LAVALLE, G. E. et al. Cox-2 Expression in Canine Mammary
Carcinomas. Veterinary Pathology, [s.l.], v. 46, n. 6, p.1275-1280, 15 jul.
2009. SAGE Publications. http://dx.doi.org/10.1354/vp.08-vp-0226-c-fl.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
FEBRE DO NILO EM EQUINOS
Anna Carolina Souza Borges1*, Lívia Maria Braga de Oliveira1, Ana Luisa Soares de Miranda2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO silvestres mortas para análise laboratorial. A vigilância


A Febre do Nilo (FN) é uma zoonose de transmissão vetorial entomológica também é feita, colocando armadilhas em
por mosquitos hematófagos. O agente é um RNA vírus locais suspeitos de FN, capturando mosquitos e enviando
membro da família Flaviridae, gênero Flavivirus, que abriga para Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) para
5
outras patologias como dengue, encefalite de Saint Louis, fazer o isolamento viral . Para o plano em equinos é
1
encefalite japonesa e febre amarela . O seu principal primordial que haja informações sobre os sinais clínicos que
reservatório e hospedeiro amplificador são as aves, tendo sejam compatíveis com a doença, realizando coleta de
humanos e equinos como hospedeiros acidentais e amostras dos animais em zona de risco e exploração vizinha
2
terminais . A doença foi identificada pela primeira vez no do foco. Em caso de suspeita de FN, é obrigatória a
Egito em 1937. Nos Estados Unidos da América a doença notificação imediata do Ministério da Agricultura e Pecuária
foi reportada em 1999. No Brasil, em 2014 foi confirmado o (MAPA) para efetuar a colheita de materiais para
um caso de FN em humano no interior do estado de Piauí. A diagnóstico, como sangue em tubo sem anticoagulante e
doença em equinos era exótica no Brasil, até que em 30 de tubo com EDTA. Caso o animal venha a óbito, deve-se
maio de 2018 teve sua primeira notificação no norte do realizar necropsia para colheita de tronco cerebral e cérebro
3
Espírito Santo . O presente trabalho tem como objetivo refrigerados e colheita do líquido cefalorraquidiano. As
abordar características clínicas da doença, destacando amostras devem ser encaminhadas para o LACEN. Em caso
planos de vigilância devido a sua recente notificação no confirmatório para FN, preconiza-se o acompanhamento
país. clínico dos animais infectados, reforço de dedetização no
local de foco em um raio de 20 km. Na prevenção é
importante proteger os animais durante os períodos de
MATERIAL E MÉTODOS
maior prevalência de mosquitos utilizando repelentes e
Foi realizada revisão bibliográfica acerca do tema Febre do inseticidas nas instalações onde os equinos se alojam, além
Nilo em periódicos indexados utilizando palavras-chave de eliminar fontes de proliferação de mosquitos, como
como: vírus do Nilo Ocidental, arbovirose, epidemiologia, 5
poças, dejetos e outros materiais orgânicos .
zoonose, encefalites, febre do Nilo.
Figura 1: Ciclo de transmissão da Febre do Nilo
REVISÃO DE LITERATURA
A transmissão do vírus ocorre pela picada do mosquito
4
infectado (Figura 1) . Os mosquitos se infectam quando
fazem o repasto em aves infectadas pelo vírus, que fica
circulante no organismo da ave no período de dois a sete % 2013
dias. Os equinos são susceptíveis ao vírus, porém, não
possuem uma quantidade suficiente de viremia, tornando-se
2014
1
assim um hospedeiro terminal do vírus . O período de
incubação do vírus varia de três a 14 dias após a
inoculação. Após esse período, o animal começa a Subtipo
apresentar sintomas devido à replicação viral que chega aos Fonte: CRMV-MG (2018)
linfonodos regionais. O vírus alcança o sistema nervoso
central através da corrente sanguínea, depois de atravessar CONCLUSÕES
a barreira hematoencefálica, ocorrendo a destruição de O diagnóstico da FN é recente no Brasil e devemos notificar
1
neurônios . O maior risco de transmissão ocorre entre o o MAPA sobre suas suspeitas para que o órgão tome
verão e outono, pois são nessas épocas do ano que ocorre medidas preventivas, evitando a transmissão viral através
2
o maior índice de mosquitos . Os equinos apresentam sinais dos mosquitos, principalmente na época compreendida entre
neurológicos, podendo incluir ataxia, depressão, perda de o final do verão e início do outono.
apetite, déficit visual, dificuldade em se equilibrar, paralisia
facial, marcha dismétrica, incapacidade de apreender e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ingerir alimentos e convulsões, podendo evoluir para o coma 1.FLORES, Eduardo Furtado; WEIBLEN, Rudi. O VÍRUS DO NILO
e óbito. O diagnóstico é inicialmente baseado nas alterações OCIDENTAL. 2009. 9 f. Tese (Doutorado) - Curso de Medicina Veterinária,
neurológicas que o animal apresenta. A confirmação se dá Universidade Federal de Santa Maria (ufsm), Santa Maria, 2009.
2.COELHO, Andressa Borges. FEBRE DO NILO OCIDENTAL. 2008. 54 f.
através do teste de ELISA, no soro ou líquido TCC (Graduação) - Curso de Medicina Veterinária, Faculdades Metropolitanas
cefalorraquidiano do animal. Em achados laboratoriais, Unidas Medicina VeterinÁria, São Paulo, 2008.
observa-se leucocitose periférica. No líquido 3.CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE
MINAS GERAIS. FEBRE DO NILO OCIDENTAL. 2018. Disponível em:
cefalorraquidiano pode haver neutrofilia e linfocitose <http://www.crmvmg.org.br/novoportal/Conteudo/detalheConteudo.aspx?id=3
moderada. Deve ser feito o diagnóstico diferencial para febre 485>. Acesso em: 05 nov. 2018.
maculosa, leptospirose, meningites e encefalite de Saint 4.LUNA, Expedito J. A.; PEREIRA, Luis Eloy; SOUZA, Renato Pereira
2 de. ENCEFALITE DO NILO OCIDENTAL, NOSSA PRÓXIMA
Louis . Não existe tratamento específico para a doença. É
EPIDEMIA? 2003. 12 v. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina
feito apenas tratamento de suporte, com fluidos Veterinaria, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo,
intravenosos, prevenção de doenças secundárias e suporte São Paulo, 2003. Disponível em:
1
respiratório . O plano de vigilância consiste em detectar http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?pid=S1679-
49742003000100002&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em: 05 nov. 2018.
precocemente e monitorar a circulação do vírus, objetivando 5.MINISTÉRIO DA SAÚDE. (Ed.). VIGILÂNCIA NILO. 2018. Disponível em:
angariar informações sobre o risco da doença e adotar <http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/febre-do-nilo-ocidental/21160-
ações profiláticas. É realizado o encaminhamento de aves vigilancia-nilo>. Acesso em: 06 nov. 2018.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
HIPERPLASIA INTERDIGITAL EM BOVINOS
Luciene Ferreira da Conceição1*, Alexandre Ferreira Gabriel1, Caroline de Oliveira Santos e Nogueira1,Luiz Felipe Justiniano Gonçalves1,
Mariana Cardoso Batista Pimenta1,Nathalia Stefanie Leite de Moraes1,Vinícius Araújo de Morais1, Breno Mourão de Sousa2, Gustavo
Henrique Ferreira Abreu Moreira2, Prhiscylla Sadanã Pires2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH- Belo Horizonte – MG – Brasil
INTRODUÇÃO recomendada a confecção de curativo com bandagem
As afecções podais em bovinos leiteiros constituem uma impermeável para que haja melhor recuperação da ferida e
grande parcela de lesões prejudiciais há saúde e a produção rápido retorno as suas condições fisiológicas e a produção.
,4
dos animais acometidos² . Em caso de lesão infectada além do tratamento cirúrgico
Os bovinos que apresentam lesões podais diminuem a deve ser feito também a aplicação de medicamentos há
produção de leite diário, apresentam problemas locomotores base de antimicrobianos/antibióticos para que a infecção
e também pode apresentar problemas reprodutivos, o que possa ser debelada e a lesão completamente cicatrizada¹ ‘³.
gera uma perda econômica significativa para as
4 Figura 1:Membro posterior esquerdo apresentando
propriedades .
A hiperplasia interdigital é conhecida popularmente por hiperplasia interdigital (Fonte: Arquivo pessoal).
tiloma ou gabarro. A doença apresenta curso crônico e
consiste na proliferação de tecido conjunto fibroso entre os
dígitos, e tem como característica a tumefação da região
interdigital, causando incômodo e muita dor ao animal
quando realiza apoio com o casco lesionado¹.
O presente trabalho teve por objetivo realizar uma revisão
literária sobre uma das principais afecções podais do
sistema locomotor de bovinos, que é a hiperplasia
interdigital.

MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi realizado de acordo com a literatura utilizando
artigos, teses e revisões bibliográficas sobre o tema
discutido. Sendo utilizados sites como Scielo, Google
Acadêmico para a retirada dos arquivos. Os critérios para
seleção da bibliografia basearam-se em documentos
atualizados, confiáveis e coerentes com as informações
vistas em todas as literaturas. As palavras chaves utilizadas:
Tiloma, Afecções podais, Hiperplasia interdigital em bovinos, CONCLUSÕES
Gabarro.
A hiperplasia interdigital se destaca entre as afecções
podais devido às perdas econômicas por se trata de uma
RESULTADOS E DISCUSSÃO
doença crônica, que necessita de tratamento cirúrgico, o que
A hiperplasia interdigital é uma doença multifatorial que está provoca mais custos para produtores. Portanto é mais
entre os três problemas mais importantes na pecuária vantajoso previne do que tratar doenças podais.
leiteira. Dentre os fatores que predispõe a doença destaca-
se as condições de manejo como acúmulo excessivo de BIBLIOGRAFIAS
matéria orgânica (fezes e urina) entre os dígitos dos bovinos 1. ALVIM, Nilvado César; BENTO, Marco AntonioFurlanetto; Filho,
causando irritação química; pastagens íngremes que Luiz Fernando Coelho; SOUTO, João Henrique Barbosa. HIPERPLASIA
proporcionam traumas crônicos; o excesso de umidade INTERDIGITAL EM BOVINOS. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina
levando o amolecimento do casco, além de fatores ligados Veterinária, ed.5, Julho de 2005.
,4 2. GARGANO,Ronaldo Gomes; BENESI, Fernando José; BIRGEL
ao estresse e predisposição genética¹ (Figura 1). JUNIOR, Eduardo Harry; LIBERA, Alice Maria Melville Paiva Della;
Um dos principais fatores de risco para a incidência da GREGORY, Lilian; SUCUPIRA, Maria Claudia Araripe; ORTOLANI, Enrico
doença é a falta da utilização de programas de prevenção Lippi; GOMES, Viviani; POGLIANI, Fabio Celidonio; ESTUDO
RETROSPECTIVO DAS AFECÇÕES LOCOMOTORAS EM RUMINANTES
de doenças podais, os famosos toaletes de casco do ATENDIDOS NA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
período seco. DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ENTRE 2000 E 2012.
As lesões mais comuns são encontradas nos membros 3. SILVA, Gustavo Amâncio da. HIPERPLASIA INTERDIGITAL EM
posteriores e podem se apresentar de forma bilateral, mas BOVINOS: RELATO DE CASO. Revista Eletrônica do CESVA, v.10, n.2,
pág.93-104, 2017.
existem relados de animais que apresentaram a lesão 4. SOUZA,Rogério Carvalho; CARVALHO, Antônio Último de;
unilateral, há também relatos de animais que tiveram lesão FERREIRA, Paulo Marcos; FACURY FILHO, Elias Jorge; FERREIRA, Marina
nos membros anteriores¹‘². Guimarães; FERREIRA, Fafael Guimarães; COSTA, Cristina de oliveira;
NETO, Antônio Mourthe; PREVALÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DE LESÕES
Os sinais clínicos comumente encontrados em animais DIGITAIS EM VACAS LEITEIRAS NAS REGIÕES DE BELO HORIZONTE E
acometidos pela patologia são: claudicação, dificuldade de PEDRO LEOPOLDO; Escola de Veterinária da universidade Federal de Minas
locomoção, arqueamento de coluna, dor, ficam deitados a Gerais.
maior parte do tempo, reduzem o consumo de alimentos e
de água, consequentemente tem queda e perdas APOIO:
significativas na produtividade leiteira³.
O tratamento desta enfermidade é a retirada de todo tecido
fibroso hiperplásico da região acometida. Após a remoção é
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
HIPERTENSÃO PULMONAR EM CÃES
Lucas Queiroz dos Santos¹*, Guilherme Júnio Fernandes Pinto1, Lucas Christian Alves Diniz1, Klaus Meine Dias Amador1, Leila Cristina
Nascimento1, Sérgio Henrique Andrade dos Santos1, Tiffany Costa Pêssoa1, Lívia Geraldi Ferreira2.
¹ Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
² Professora do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil
*Autor para correspondência: lucas.qs2014@gmail.com

INTRODUÇÃO desequilíbrio existente entre agentes vasoconstritores e


A Hipertensão Pulmonar (HP) é uma afecção emergente, vasodilatadores na rede capilar pulmonar.¹
mais frequente em cães do que em gatos. Ocorre devido ao
desequilíbrio dos mecanismos mediadores da pressão Figura 1: Esquema ilustrativo dos fatores que regulam a
pulmonar, os quais são relacionados à regulação do tônus pressão pulmonar.
vascular. Esta é feita por controles mecânicos, humorais,
estímulos neurais e hipóxia, em conjunto a substâncias
endógenas que permitem a sua regulação. O desequilíbrio
desse funcionamento gera um aumento da pressão arterial
sistólica e diastólica nos pulmões.¹
Na medicina veterinária, a classificação da HP é uma
adaptação da classificação da HP na medicina humana, que
se subdivide em: HP arterial, HP venosa, afecção pulmonar
ou hipóxia, afecção tromboembólica e outros.
Geralmente, os sinais clínicos relatados pelos tutores são
intolerância ao exercício, tosse, dispneia e/ou taquipneia,
hemoptise, síncope, distensão abdominal, perda de peso e
letargia.¹
Algumas doenças cardíacas podem ser subjacentes a HP,
como a degeneração das valvas atrioventriculares e/ou
semilunares, insuficiência cardíaca congestiva, estenose da
Atualmente, os medicamentos mais utilizados para o
artéria pulmonar, entre outros.
tratamento da HP são os inibidores de fosfodiesterase
O diagnóstico de HP vem aumentando nos últimos anos
(PDE). As PDE são enzimas que inativam alguns
devido ao uso mais frequente do ecocardiograma. Em sua
mediadores de vasodilatação. Existem na medicina humana
avaliação, o aumento da pressão no fluxo da artéria
2 três medicamentos dessa classe: sildenafila, vardenafila e
pulmonar acima de 25 mmHg é condizente com a HP.
tadalafila, sendo o primeiro o mais utilizado no tratamento de
O presente trabalho tem como objetivo revisar a conduta do
HP em cães. No entanto, o sildenafila tem uma meia vida de
paciente com HP, desde o diagnóstico clínico à terapia
4-5 horas e requer administração três vezes ao dia. Assim, o
medicamentosa.
uso de tadalafila em cães tem sido estudado, uma vez que
MATERIAL E MÉTODOS
possui meia vida de 17,5 horas, o que permitiria
O trabalho foi realizado a partir de pesquisas bibliográficas, administração apenas uma vez ao dia. Alguns estudos
baseado em trabalhos publicados nos últimos dois anos. mostram que o uso do pimobendam, um inibidor da PDE III,
Estes foram encontrados nos repositórios digitais da resulta em diminuição da pressão arterial pulmonar em cães
Universidade Técnica de Lisboa (UTL) e da BMC Veterinary com HP associada à doença cardíaca valvular crônica,
Research, compilando-se as informações clínicas mais podendo ser associado à terapêutica. Em humanos, o uso
relevantes levantadas pelos autores. A pesquisa foi de anticoagulantes é feito para prevenção de trombos, mas
conduzida durante os meses de agosto a outubro de 2018. poucos são os trabalhos que relatam seu uso na medicina
REVISÃO DE LITERATURA veterinária.
3

A abordagem de um paciente com suspeita de HP deve ser CONCLUSÃO


sempre criteriosa, já que sua condição clínica pode Os estudos a respeito da identificação e terapêutica clínica
predispor o animal a complicações, como o edema da HP em cães estão cada vez mais avançados. Apesar do
pulmonar. Com isso, é necessário minimizar os estímulos de uso infrequente da técnica de cateterismo para diagnóstico,
estresse durante a conduta com o paciente. há cada vez mais estudos sobre a identificação baseada em
Ao exame físico, o paciente pode apresentar os sinais já ecocardiografias, levando a uma padronização dos achados.
relatados, podendo-se identificar outros sinais clínicos como Com isso, é importante a recomendação aos tutores sobre a
distensão jugular, edema subcutâneo, cianose, sopro avaliação cardíaca dos seus cães no início da senilidade,
cardíaco e ruídos respiratórios. pois geralmente os achados de degenerações cardíacas
Os exames complementares para diagnóstico podem coincidem com essa fase.
auxiliar de forma fidedigna a conduta clínica do médico BIBLIOGRAFIAS
veterinário. Exames sanguíneos, eletrocardiograma e 1. RAFAELA, S.B.D. HIPERTENSÃO PULMONAR: ESTUDO DE MEDIDAS
ecocardiografia são os mais utilizados. O cateterismo é o ECOGRÁFICAS CARDÍACAS NUMA AMOSTRA DE 39 CÃES DA RAÇA
padrão ouro, mas raramente é realizado, devido à pouca YORKSHIRE TERRIER. 2017. 89f. Dissertação de Mestrado - Universidade
de Lisboa Faculdade de Medicina Veterinária, Lisboa, 2017.
disponibilidade da tecnologia e condições financeiras do 2. CASTILHO. M.P.G. CONTRIBUIÇÃO PARA AVALIAÇÃO DE
tutor.¹ HIPERTENSÃO PULMONAR EM CÃES COM DOENÇA MIXOMATOSA DA
Diagnósticos diferenciais para HP incluem doença pulmonar VÁLVULA MITRAL. 2016. 100f. Dissertação de mestrado - Universidade de
obstrutiva crônica, pericardite, estenose aórtica e Lisboa Faculdade de Medicina Veterinária, Lisboa, 2016.
2 3. YANG, Hyuck-Joo. COMPARATIVE SINGLE-DOSE
insuficiência renal crônica. PHARMACOKINETICS OF SILDENAFIL AFTER ORAL AND RECTAL
No paciente com HP, realiza-se o tratamento das causas ADMINISTRATION IN HEALTHY BEAGLE DOGS. 2018, 6f. Universidade
subjacentes e a terapia medicamentosa é focada no Nacional de Chungnam. Coreia do Sul, 2018
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
HIPOPARATIREOIDISMO EM CÃO: REVISÃO DE LITERATURA
Marina Costa Turibio1¹,Lígia Helena Gonçalves Costa¹, Mariana Francielle Rodrigues Rocha¹, Aline dos Reis Thibau¹, Priscilla Saraiva
Silva¹, Deisy Rios Fernandes¹ , Carolina Nogueira Amaral Moreira¹, Narayana Vieira Lucchesi¹, Nathália Diniz Magalhães¹,Fabrízia Lima².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO intracelulares, tais como contrações musculares, atividade


O hipoparatireoidismo primário é uma endocrinopatia de célula nervosa, liberação de hormônios por exocitose,
incomum em cães, resultante da deficiência absoluta ou ativação de enzimas, manutenção da estabilidade de
relativa na secreção de paratormônio (Schaer et al., 2001; membranas celulares, ligação entre as células e a
Feldman e Nelson, 2004; Russel et al., 2006). Esta integridade estrutural de ossos e dentes. Portanto, a maioria
deficiência causará hipocalcemia e hiperfosfatemia devido à dos sintomas do hipoparatireoidismo é diretamente
perda de ação PTH em ossos, rins e intestinos. Os principais relacionado a queda de concentração de cálcio ionizado no
sinais do hipoparatireoidismo estão diretamente sangue que, por sua vez, provoca o aumento da atividade
relacionados a diminuição da concentração de cálcio neuromuscular.
ionizado em sangue, levando a um aumento da pressão da Os sinais clínicos mais comuns são convulsões, tremores e
atividade neuromuscular (Schenk e Chew, 2008). Sinais de fasciculações musculares, tetania muscular, andar
hipocalcemia são semelhantes, independentemente da enrijecido, cãibras ou dor nos membros pélvicos e
causa. Uma vez identificadas, as causas da hipocalcemia alterações de comportamento, como
deve ser procurada, com o objetivo de formular estratégias letargia,ansiedade,vocalização ou agressividade,
de tratamento e prognóstico tanto a curto como em longo hiperventilação, prurido facial e lambedura.O diagnóstico
prazo (Feldman e Nelson, 2004). final na maioria dos casos, do hipoparatireoidismo primário,é
realizado por exclusão, reforça-se a suspeita quando há
MATERIAIS E MÉTODOS diminuição da concentração sérica de cálcio e aumento da
Revisão bibliográfica em artigos científicos e trabalhos concentração sérica de fósforo, quando detectado essas
acadêmicos utilizando ferramentas de busca como Google alterações deve-se fazer o pedido de exame de mensuração
Acadêmico e Scielo. Foram também utilizados livros de do PTH sérico.
doenças que acometem pequenos animais, sendo o O tratamento baseia-se na regularização sérica do Cálcio e
principal deles ―Tratado de Medicina Interna‖ fósforo de imediato para reverter às manifestações clinicas,
e em longo prazo para a prevenção do reaparecimento.
REVISÃO DE LITERATURA
O hipoparatireoidismo primário é uma endocrinopatia CONCLUSÕES
incomum. Esta patologia é resultante da deficiência absoluta Conclui-se que o hipoparatireoidismo Primário Canino
ou relativa na secreção de paratormônio (PTH). O PTH é apesar de ser uma patologia incomum é de fácil tratamento,
secretado por exocitose, tem meia vida curta de 5 a 10 uma vez que regularizando o cálcio e fósforo sérico cessam
minutos no sangue, eleva as concentrações de cálcio e os sinais clínicos. O tratamento deve ser feito imediatamente
reduz as concentrações de fósforo no LEC, atua diretamente e também em longo prazo a fim de manter o animal livre dos
no metabolismo ósseo e renal e indiretamente no intestino. sintomas ocasionados pela hipocalcemia e hiperfosfatemia .
O PTH no osso promove transferência de Ca através da
membrana formada pelos osteoblastos e osteócitos, atua
também no osso estável, no que resulta na reabsorção REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
óssea, aumenta atividade osteoclástica e inibe a atividade
osteoblástica, liberando Ca e P. No rim, o PTH atua nos
túbulos contorcidos distais, aumenta a absorção de Ca e JERICO, M. M.; NETO, J. P. A.; KOGIKA, M. M. Tratado de
reduz a absorção renal de P. A etiologia foi descrita em cães medicina interna. 2. Ed. São Paulo: ROCA, 2017
em associação a atrofia ou destruição grave da paratireoide
devido a paratireoiditelinfocítica, enteropatia por perda de CARDOSO, M. J. L.; MELUSSI, M.; COSTA, F. S.;
proteína, após a laringectomia, tireoidectomia e/ou FAGNANI, R.; HOLSBACK, L.; ZACARIAS, A.; PATELLI, T.
quimioterapia. Devido a deficiência do PTH é constadado H. C. et al. Canine hypoparathyroidism: case report. Arq.
hipocalcemia e hiperfosfatemia que são alterações Bras. Med. Zootec., v.67, n.2, p. 353-357,2015
resultantes das perdas de efeitos do PTH nos ossos, rins e
intestino. (kimmel et al., 2000; Mellanby et al., 2005). No KANG, M.H.; PARK, M.H. Primary hypoparathytoidism in
metabolismo de cálcio e fósforo é descrito na literatura a miniature Schnauzer dog. J. Vet. Clin., v.26, p.603-605,2009
importância do cálcio e o fósforo para as diversas reações
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
INSULINOMA EM CADELA: RELATO DE CASO
Alexandra Abreu1*, Erick Ferry², Anna Duarte1, Roberta Rocha1, Anna Assunção1, Luiz Telles3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Médico Veterinário na Clínica MedVet- Belo Horizonte – MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO infiltrativa invadindo o parênquima normal e


Os insulinomas são neoplasias localizadas nas células β comprometimento do linfonodo pancreático-duodenal. A
(beta) e acomete principalmente cães de meia idade ou paciente diagnosticada com insulinoma foi encaminhada
senis, tendo menor incidência em felinos. As células beta para o setor de oncologia do hospital veterinário da
estão localizadas nas ilhotas de Langehans do pâncreas e Universidade Federal de Minas Gerais, onde foi realizado
1
são responsáveis por secretar insulina . A insulina é radiografia de tórax e coletados exames hematológicos que
responsável pela remoção da glicose da circulação constataram anemia normocítica normocrômica pouco
sanguínea para o meio intracelular. Os insulinomas são regenerativa, leucocitose, trombocitopenia, ligeira
caracterizados pela secreção exacerbada de insulina, hiperglicemia (147,9 mg/dl) e aumento das enzimas FA, AST
resultando em episódios de hipoglicemia. e ALT. Foi tratada com uma dose única de deca durabolin,
Comumente insulinomas são consideradas neoplasias prednisona e mantido amoxicilina + clavulanato de potássio.
malignas, podendo ocorrer metástases para linfonodos Em maio, iniciou-se a quimioterapia com carboplatina e
regionais e outros órgãos. Devido ao excesso de insulina aplicou também cefovecina (8mg/kg, SC) e maropitant
ocorre uma redução da glicose no sangue e o animal (1mg/kg, SC). Depois se realizou mais duas sessões a cada
apresenta sinais clínicos resultantes de neuroglicopenia 21 dias e no retorno foi iniciada a quimioterapia metronômica
como tremores, convulsões, desorientação, além de com ciclofosfamida (15mg/m2) associada com prednisona
fraqueza, letargia e ataxia, ocorrendo em períodos (3mg/kg, VO).
interrompidos na fase inicial e tornando-se mais frequente à Seguiu-se acompanhando a paciente mensalmente, e esta
2
medida que a doença evolui . se manteve estável durante três anos, falecendo devido à
O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso comorbidades relacionadas à idade.
clínico de insulinoma em uma cadela atendida na Clínica
Veterinária MedVet em Belo Horizonte, em abril de 2014. Figura 1- Nódulo localizado no pâncreas da cadela.

RELATO DE CASO E DISCUSSÕES


Uma cadela sem raça definida, com 12 anos, foi atendida na
Clínica Veterinária MedVet apresentando histórico de
convulsões recorrentes, prostração, diarréia e inapetência.
Ao exame clínico, a paciente se encontrava estável, porém
hipoglicêmica e sem alterações concomitantes. Foi internada
para observação e prescrito um tratamento conservativo
inicial a base de anticonvulsivantes. Realizaram-se exames
complementares como hemograma, perfil bioquímico e
ultrassonografia, porém todos sem alterações. Após um
período de 48 horas a paciente recebeu alta, sendo prescrito
somente omeprazol (1,5mg/kg) para tratamento.
Após um mês a cadela apresentou novamente convulsões e
hipoglicemia, sendo reinternada. Com a não estabilização da
glicemia durante a internação e baseando no histórico
clínico houve a suspeita de insulinoma. O animal foi
Fonte: Arquivo pessoal.
submetido a novo exame ultrassonográfico que constatou
aumento do linfonodo adjacente ao piloro e início do
CONCLUSÃO
duodeno além de uma massa de formato alongado e
contorno irregular, envolvendo o lobo pancreático, medindo Conclui-se que através do exame clínico inicial e ao
cerca de 0,2 cm x 0,9 cm. apresentar quadro de hipoglicemia, não se deve descartar a
probabilidade do diagnóstico ser insulinoma, porém é
A cadela foi então encaminhada para o setor de cirurgia da
essencial associar o exame clínico aos exames de imagem,
clínica e realizou-se uma laparotomia exploratória na região
além do histopatológico para confirmação.
abdominal pelo acesso a linha média pré-umbilical.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Confirmou-se a existência do nódulo no pâncreas e realizou
1. SILVA, Caio Vitor et al. Hiperinsulinismo associado a neoplasia de células
a ressecção da parte afetada do lobo esquerdo e do beta do pâncreas. Revista de Ciência Veterinária e Saúde Pública, Fortaleza,
linfonodo pancreático-duodenal para análise histopatológica p. 185-190, nov. 2017.
(Figura 1). 2. FOSSUM, Theresa Welch. Cirurgia de Pequenos Animais. 4ª ed. Elsevier,
2014. 1640 p
Durante as primeiras 72 horas de pós-operatório, foi mantida 3. OZMEN, Ozlem; SINAN SIRIN, Yusuf. Malignant Metastatic Insulinoma in a
internada para monitoração da glicemia e pressão arterial Dog. Acta Scientiae Veterinariae, Rio Grande do Sul, p. 1-5, nov. 2016.
sistólica não invasiva, e medicada com tramadol (5mg/kg, Disponível em: <http://www.ufrgs.br/actavet/>. Acesso em: 10 nov. 2018.
EV), escopolamina + dipirona (25mg/kg, SC), prednisona APOIO:
(1mg/kg, VO), amoxicilina + clavulanato de potássio
(20mg/kg, SC). Ela se manteve estável todo tempo de
internação e recebeu alta ao final de três dias preservando a
antibioticoterapia.
Clínica Veterinária MedVet
Após 10 dias, a suspeita clínica foi confirmada pelo exame
histopatológico, o qual observou proliferação neoplásica
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
INTOXICAÇÃO DE CÃES PELA TEOBROMINA PRESENTE EM PRODUTOS DERIVADOS DO CACAU
Carolina de Oliveira Silva Nogueira1*, Bruno Divino Rocha².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO inibir a fosfodiesterase, resultando em aumento dos níveis


A teobromina é o componente tóxico mais importante do do monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) (SAMPAIO,
chocolate, atua provocando grande estimulação cerebral e 2010). As metilxantinas também podem aumentar os níveis
grande aumento na contratilidade muscular cardíaca, de cálcio intracelular, inibindo a fixação de cálcio pelo
podendo gerar arritmias cardíacas importantes nos cães retículo sarcoplasmático dos músculos estriados, tendo
(STIDWORTHY et al.,1997) como efeito o aumento da força e da contratilidade do
Teobromina (3,7-dimetilxantina), é um alcaloide prontamente músculo esquelético e cardíaco (KOVALKOVIČOVÁ et al.,
disponível no cacau (240 mg / xícara) e chocolate (1,89%) - 2009).
seus níveis são mais elevados em chocolates com maior Os sinais clínicos desta intoxicação geralmente ocorrem
teor de cacau. (GONÇALVES, 2016)
dentro de seis a doze horas após a ingestão (STIDWORTHY
O chocolate é altamente palatável e muito atraente aos
et al.,1997), estes são: excitação, hipertensão moderada,
cães. Segundo a National Poison Control Center, esta
intoxicação encontra-se entre os 20 envenenamentos mais bradicardia ou taquicardia, arritmias, taquipneia, vomito,
comuns descritos na literatura recente. No Brasil, não diarreia, desidratação, hipertermia, ataxia, fraqueza,
existem dados estatísticos oficiais a esse respeito (DINIZ, tremores, convulsões e cianose. Hemorragia intestinal pode
2011). ocorrer, normalmente, entre 12 e 24 h após a ingestão. A
De acordo com a Federação da Indústria de Pet Food morte, geralmente, é consequência de arritmias cardíacas,
Europeia (Fediaf), o chocolate é um dos alimentos com mais hipertermia ou insuficiência respiratória (SAMPAIO, 2010;
evidências científicas de toxicidade para cães. QUINZANI, 2012, GWALTNEY-BRANT, 2018).
Dos casos diagnosticados de intoxicação alimentar em A teobromina pode ser encontrada em conteúdo do trato
animais domésticos, 80% é na espécie canina, devido a gastrointestinal, obtido através de lavagem gástrica, se
diferentes fatores, como apetite menos seletivo e maior realizada nas primeiras horas após ingestão (GWALTNEY-
atração dos cães à uma grande variedade de alimentos BRANT, 2018). Também pode ser detectada no soro,
(KOVALKOVIČOVÁ et al., 2009). plasma, tecido hepático e urina através da cromatografia
O presente trabalho busca descrever os efeitos e sinais líquida de alta eficiência (CLAE) (STIDWORTHY et al.,
clínicos da intoxicação por teobromina em cães, de modo a 1997).
torna-los acessíveis a comunidade acadêmica, facilitando
futuros diagnósticos. Tabela 1 - Teor de teobromina em um grama de produto.

MATERIAIS E MÉTODOS Produto Teobromina


Foi empregado o estudo exploratório-descritivo através de
pesquisa bibliográfica, pela utilização de dados secundários Chocolate branco 0,009mg
oriundos de publicações sobre os efeitos tóxicos da Chocolate ao leite 2,046mg
teobromina em cães. Foram utilizados artigos da base de
dados do Google Acadêmico, com foco nas publicações Chocolate meio amargo 4,586mg
mais recentes. Os seguintes descritores foram aplicados: Chocolate amargo 13,863mg
teobromina, metilxantinas, intoxicação, cães.
Cacau em pó 25,997mg
REVISÃO DE LITERATURA
Os efeitos tóxicos da teobromina dependem da quantidade
CONCLUSÕES
consumida, peso do animal e teor de metilxantinas do
alimento. Doses letais mínimas (DL50) para os cães estão Por apresentar sinais clínicos em sua maioria inespecíficos,
entre 100-200 mg/kg de teobromina, entretanto, sinais a intoxicação por teobromina deve ser diagnosticada por
severos podem ocorrer com uma dosagem menor meio do histórico de exposição do animal à alimentos
(GWALTNEY-BRANT, 2018). contendo a substância, assim como a identificação desta em
A metabolização desta metilxantina possui certas exames complementares.
particularidades no cão, o que torna sua ingestão altamente
BIBLIOGRAFIAS
perigosa. Uma vez absorvidas no trato gastrintestinal, tem
1. CARSON, T. Methylxanthines. In: PETERSON, M.E.; TALCOTT,
sua metabolização no fígado através das reações de P. A. Small Animal Toxicology. 2.ed. Missouri: St. Louis, 2006. p.845-
conjugação. Cães são mais propensos à intoxicação por 852.
2. GONÇALVES, R.M.; GOUVÊA, C.R.C.G. de. EFEITO
apresentarem eliminação mais lenta em comparação às ANTIMICROBIANO E CITOTÓXICO DA TEOBROMINA. Faculdade de
outras espécies. Por ser um componente altamente Pindamonhangaba, São Paulo, 2016.
lipossolúvel, atravessa as barreiras placentária e 3. GWALTNEY-BRANT, S. M. Food Hazards. In: The Merck
Veterinary Manual Online. Disponível em:
hematoencefálica facilmente. No sistema nervoso central http://www.merckmanuals.com/vet/toxicology.html. Acesso em 04 nov.
(SNC) compete com a adenosina, que é um inibidor pré- 2018.
sináptico neuromodulador, levando à excitação e podendo 4. KOVALKOVIČOVÁ, N. et al. Some food toxic for pets.
Interdisciplinary Toxicology, v.2, n.3, p.169-176, 2009.
ocasionar a constrição de vasos sanguíneos, diurese e 5. SAMPAIO, A.B.; DELLA FLORA, A.M.V.; ROSSATO, C.K.
taquicardia. Outra particularidade da teobromina é sua meia Intoxicação por chocolate em cães. Seminário interinstitucional de
-vida, no cão, é de 17,5 h, podendo ficar em seu organismo Ensino, Pesquisa e Extensão. Unicruz. 2010
6. QUIZANI, M. Intoxicação por chocolate em cães. Revista Cães e
por até seis dias (QUINZANI, 2012). A teobromina pode Gatos. Ano 28, n.153, p.12-16, 2012.
competir com os receptores benzodiazepínicos no SNC e
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
INTOXICAÇÃO POR BRIMONIDINA - RELATO DE CASO
Nathalia Martins Vieira de Souza1, Daísa Santana Melo1, Letícia Pedrosa Blazute1, Marianna de Morais Mariani2, Alessandro Moreira
Procópio3
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Graduada em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Viçosa – Viçosa/ MG - Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

pela via intramuscular, sendo considerado uma nova


INTRODUÇÃO geração de antagonista α2- adrenérgicos, devido a sua maior
seletividade α2- adrenérgicas (VIRTANEN et al., 1989). O
O tartarato de brimonidina é um fármaco seletivo aos atipamezole possui uma ampla margem de segurança,
receptores alfa-2, sendo comercializado nas concentrações tendo efeitos colaterais poucos frequentes.
de 0,15% e 0,2%. É utilizado para tratamento de glaucoma,
que é caracterizado pela perda das células ganglionares da O mesmo foi submetido a um tratamento de fluidoterapia
retina e dos seus axônios no nervo óptico. em taxa de manutenção, 40 ml/kg de solução Ringer
Tendo como efeito a diminuição da pressão intraocular e a Lactato. Após cinco a dez minutos da administração do
da produção de humor aquoso, pode ser utilizado em medicamento, foi observado melhora no estado clínico,
humanos, coelhos e cães. voltando a caminhar e a responder estímulos externos. O
Em cães glaucomatosos pode também conferir efeito animal permaneceu em observação durante todo o dia,
neuroprotetor ao nervo óptico através da regulação do fator recebendo a fluidoterapia e ao final do dia apresentava
de crescimento básico dos fibroblastos. Seu efeito colateral melhora clínica significativa, com frequência cardíaca,
inclui miose e redução na frequência cardíaca. pressão arterial, temperatura e mucosas dentro dos
Drogas alfa-2 adrenérgicos são comumente utilizados como parâmetros fisiológicos, tendo assim alta médica.
medicação anestésica por impossibilitar a liberação de
noradrenalina. Promovem respostas farmacodinâmicas
desejadas como sedação, analgesia e miorrelaxamento. CONCLUSÕES
Porém promove efeitos como hipotensão, bradicardia,
emese, sialorréia bradicardia, redução do débito cardíaco e Conclui-se que altas doses de tartarato de brimonidina,
perda da capacidade termorregulatória. O presente trabalho altera consideravelmente os parâmetros do cão, mesmo
tem como objetivo apresentar o relato de caso de tendo como via de administração oral. O tratamento precoce
intoxicação de brimonidina em cão filhote. e rápida identificação da substância que causou o
desequilíbrio fisiológico, sendo fundamental para a correta
RELATO DE CASO E DISCUSSÕES conduta da terapêutica implantada e consequentemente, a
Foi atendido no Centro Veterinário VetCenter, localizada no recuperação total do paciente.
município de Ribeirão das Neves, Minas Gerais, no dia
10/05/2018, às 10:46, um cão, sem raça definida, BIBLIOGRAFIAS
aproximadamente oito meses, pesando seis quilos. No
histórico, foi relatado que o animal se apresentava em 1 - BERNARDES, J.R. TRATAMENTO DO GLAUCOMA CANINO. 2008.
Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária – Universidade
decúbito lateral e sem respostas a estímulos. De acordo técnica de Lisboa, Faculdade de Medicina Veterinária, 2008.
com o proprietário, o animal começou a apresentar os
sintomas logo após a ingestão do colírio Alphagan®, 2 - CARDOSO, C.S. COMPARATIVE STUDY OF THE USE OF
frequentemente utilizado no tratamento de glaucoma, tendo MEDETOMIDINE AND XILAZINE IN CATS AND ITS REVERSION WITH
ATIPAMEZOLE. 2009. 67 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Agrárias) -
como base o tartarato de brimonidina. Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente, 2009..
Ao exame clínico, foram observados: mucosas hipocrômica,
extremidades frias, temperatura baixa, bradicardia (40 bpm), 3- MENEGHETI TM, OLIVA VNL. Medvep - REVISTA CIENTÍFICA DE
MEDICINA VETERINÁRIA - PEQUENOS ANIMAIS E ANIMAIS DE
pressão arterial sistólica 100mm Hg. Atáxico, sem nenhum ESTIMAÇÃO 2010; 8(25); 194-199
movimento muscular, e sem resposta a estímulos também
estavam presentes. 4 - PACHAL1 , J.R. PRINCIPAIS DROGAS EMPREGADAS NA
De acordo com a anamnese e exame clínico foi CONTENÇÃO FARMACOLÓGICA DE ANIMAIS SELVAGENS. Arq. Ciên.
Vet. Zool. UNIPAR, 3(1) : P. 87-94, 2000.
diagnosticada intoxicação por tartarato de brimonidina.
Em termos farmacológicos, essa classe de medicamento
específico, apresenta ação semelhante da noradrenalina, 5 - SILVA, T.C. GLAUCOMA EM CÃES E GATOS – REVISÃO DE
LITERATURA E ESTUDO RETROSPECTIVO. 2017. Trabalho de Conclusão
neurotransmissor adrenérgico que ativa os receptores alfa -2 de Curso (Graduação em Medicina Veterinária) – Universidade Federal do Rio
pré-sinápticos, e que quando está em alta quantidade na Grande do Sul, Faculdade de Veterinária, 2017.
fenda sináptica apresenta efeito de ―feedback‖ negativo. Os
agonistas alfa-2, impede a liberação de noradrenalina, 6 - SILVA, W.M. TRATAMENTO À BASE DE TARTARATO DE
BRIMONIDINA PARA GLAUCOMA PRIMÁRIO DE ÂNGULO ABERTO. 2017.
inibindo a transmissão de impulso nervoso na fenda 35f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia) – Faculdade
sináptica. de Ciências Humanas, Biológicas e da Saúde de Primavera do Leste,
No sistema cardiovascular, pode causar resposta bifásica da Primavera do Leste, 2017.
pressão arterial, tendo seu aumento inicial seguido de uma APOIO:
hipotensão. Ocorre a diminuição da frequência cardíaca a
um reflexo do aumento da pressão arterial, devido a
diminuição da atividade simpática e aumento da atividade
vagal.
Baseado no diagnóstico, o tratamento foi submetido ao
emprego reversor, cloridrato de atipamezole (Antisedan®)
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA
Kimberly Pinheiro Ramalho1*, Danielle Gonçalves De Jesus1, Pedro Henrique Cotrin Rodrigues1, Bruno Divino Rocha2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO A) Alopecia peri-ocular esfoliativa e blefarite; B) lesões nasais ulcerativas; C)


ornicogrifose; D) Lesões crateriformes nodularesbeirando o focinho; E)
A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma doença Lesões eritematosas ulcerativas entre os coxins; F) uveíte; G) caquexia.
infecciosa, vetorial e zoonótica, causada por um protozoário (Solano-Gallego et al., 2011)
do gênero Leishmania. No Brasil, é transmitida através da
picada do flebótomo Lutzomya longipalpis.¹ O tratamento de Segundo Baneth (2006) apud Salzo (2008), as alterações
cães utilizando drogas usadas no tratamento de seres dermatológicas podem ocorrer sem outros sinais aparentes
humanos ou drogas não registradas no ministério da da doença. Porém, um cão com manifestações cutâneas da
agricultura (MAPA), não era indicado de acordo com a leishmaniose é considerado como portador de envolvimento
Portaria Nº 1.426, de 11 de julho de 2008 devido estes visceral uma vez que os parasitas se disseminam por todo o
serem considerados reservatório da doença no ciclo urbano. organismo antes que haja desenvolvimento das lesões
cutâneas.
O único método de controle era a exterminação dos cães
O diagnóstico da LVC pode ser parasitológico quando a
soropositivos. No entanto, essa portaria foi revogada e hoje
1 6 forma amastigota do parasita é observada em esfregaço
existem protocolos terapêuticos com bastante eficiência. sanguíneo, de linfonodos, da medula óssea, aspirado
Segundo o ministério da saúde, em 2016 o Brasil reportou esplênico e aspiração ou impressão patológica feitas nas
3.200 casos de leishmaniose visceral e 12.690 casos de lesões de pele. Sorológico que se baseia na detecção de
leishmaniose tegumentar em humanos. Esses dados são anticorpos anti-Leishmania circulantes utilizando técnicas
expressivos e mostram como a doença ainda é sorodiagnósticas como RIFI e ELISA. E molecular como a
negligenciada no país. Por isso, investimento em pesquisas reação em cadeia da polimerase (PCR) que permite
3
para melhorias do tratamento em cães e conscientização da identificar seletivamente sequencias do DNA do parasita.
população sobre as profilaxias é extremamente importante No Brasil, as drogas permitidas para o tratamento são
para o controle da doença. mínimas e isso faz com que muitos veterinários utilizem
outras bases que são eficazes, porém não permitidas por lei.
MATERIAIS E MÉTODOS O alopurinol é um fármaco leishmaniostático que tem baixa
O presente trabalho é uma revisão de literatura, baseada toxicidade. Sua dose recomendada é de 10 a 20 mg/kg
nos artigos científicos publicados entre os anos de 2008 e BID, via oral e é utilizado junto com outros fármacos para
6
2018, levantados em periódicos das bases de dados Scielo potencializar o controle do parasita. Recentemente, uma
e Portal Capes, nos idiomas português e inglês sobre nova droga baseada em miltefosina (Milteforan® Virbac)
leishmaniose visceral canina. Os seguintes descritores teve seu registro autorizado na nota técnica conjunta
foram aplicados em: leishmaniose visceral canina, nº001/2016 – MAPA/MS para o uso veterinário, no
diagnósticos para leishmaniose visceral canina e tratamento tratamento de LVC. Esta deve ser administrada por via oral
2
para leishmaniose visceral canina. Dispondo assim de forma durante 28 dias. Apesar de inúmeras pesquisas serem
prática e conceitual as características do agente etiológico feitas e muitas drogas serem eficazes no tratamento, muitas
causador da leishmaniose visceral canina, assim como sua drogas ainda não são permitidas no país. As medidas
prevenção e tratamento. profiláticas incluem manter os animais dentro do domicílio
no período de maior atividade do vetor, o uso de repelentes
REVISÃO DE LITERATURA e inseticidas e coleiras impregnadas com repelentes para
4
Os sinais clínicos da doença são vastos podendo demorar evitar que cães sejam picados por vetores.
até sete anos após a infecção para surgirem, e o diagnóstico CONCLUSÕES
é complexo fazendo com que haja falsos-positivos, o que se A LVC é uma doença endêmica em vários locais do mundo
deve evitar. Pois, no país um dos métodos de resolução da e ainda há controvérsias em seu diagnóstico e tratamento.
2 7
doença ainda é a eutanásia. Os sinais clínicos mais No entanto, muitas pesquisas estão sendo feitas e os
frequentes da LVC incluem perda de peso, apatia, anorexia, protocolos terapêuticos tem tido sucesso, melhorando os
vômito, linfoadenomegalia, esplenomegalia, uveíte, sinais clínicos e a qualidade de vida dos animais.
conjutivite, caquexia, onicogrifose, mucosas pálidas, BIBLIOGRAFIAS
dificuldade locomotra, hipertermia e alterações 1. COSTA, C.H.N. How effective is dog culling in controlling zoonotic visceral
7 leishamniasis? A critic alevaluation of the science, politics and ethics behind this
dermatológicas. public health policy. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.44, n.2,
Figura 1: Diferentes sinais clínicos da LVC p.232-242, 2011.
2. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.15 n.27; p.
2018.
3. IKEDA-GARCIA, F.A.; MARCONDES, M. Métodos de diagnóstico da leishmaniose
visceral canina. Clínica Veterinária, São Paulo, ano 12, n. 71, p.34-42, 2007.
4. LANGONI H. LEISHMANIASIS. In: Megid J, Ribeiro MG, Paes AC. Doenças
infecciosas em animais de produção e companhia. 1a ed. Rio de Janeiro: Roca; 2016.
p.1013-24.
5. Ministério da saúde: Casos de Leishmaniose Tegumentar e visceral. Brasil, Grandes
Regiões e Unidades Federadas. 1990 a 2016. Disponível
em:<http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/14/LT-
Casos.pdf><http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/14/LV-
Casos.pdf>, acesso: 05 de novembro de 2018.
6. RIBEIRO, V. M.; TAFURI, W. L.; LIMA, M. C. D,; NOGUEIRA, F. S.; MICHALICK, M.
S. M. Immunotherapy with leishmune in dogs naturally infected with L. infantum. In:
4TH WORLD CONGRESSO ON LEISHMANIASIS. Abstract, Índia, 2009.
7. SALZO, P.S. Aspectos dermatológicos da leishmaniose canina. Nosso clínico, São
Paulo, ano 11, n.63, p.30-34, 2008.
8. SOLANO-GALLEGO et al. Parasites & Vectors 2011, 4:86
http://www.parasitesandvectors.com/content/4/1/86.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
MÁ OCLUSÃO DENTÁRIA EM LAGOMORFOS – RELATO DE CASO
Bruna Gomes de Alvarenga1*, Débora Fernandes de Paula Vieira1, Fernanda Andrade Nazar1, Natália de Melo Moraes3, Luiz Flávio Telles2.
1
Graduanda em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
3
Médica Veterinária – Zoovet Clínica e Consultoria – Belo Horizonte – MG – Brasil
Autor para correspondência – Bruna G. de Alvarenga: brunaalvarenga44@gmail.com

INTRODUÇÃO cultura com antibiograma da secreção ocular, o animal


Pertencentes à ordem Lagomorpha, os coelhos domésticos apresentou resistência à base do colírio (moxifloxacina) e,
possuem dentes incisivos longos e curvos especializados por isso, foi realizado substituição do medicamento de
2 acordo com tal resultado optando-se por cloranfenicol.
em roer . Outra peculiaridade desta espécie é o crescimento
constante dos dentes incisivos devido ao sistema pulpar Como tratamento cirúrgico, foi realizada a drenagem do
3
apical aberto (sem a formação de raízes verdadeiras) . abscesso e o desgaste dentário cirúrgico, porém estes
A manifestação mais comum dos problemas dentários em tiveram que ser feitos em dois momentos. Primeiro foi
coelhos é a má oclusão resultando no hipercrescimento executado a técnica de marsupialização na qual consiste em
3
dentário . Para ter equilíbrio da linha oclusal dentária (linha manter a ferida cirúrgica aberta aguardando a cicatrização
entre os dentes posteriores superiores e inferiores) é preciso por segunda intenção. Em lagomorfos, a composição
haver o desgaste constante, obtido através do fornecimento caseosa dos debris infecciosos dos abscessos dificulta sua
2
de dieta abrasiva . drenagem em feridas fechadas. A vantagem desse
Vários fatores interferem na má oclusão dentária dos procedimento é permitir a limpeza das lesões com soluções
1
coelhos, mas a causa mais comum é o hábito alimentar antissépticas .
inadequado podendo gerar consequências como: diminuição
do consumo alimentar, dor e hipercrescimento dentário.
O objetivo desse trabalho é descrever as características
clínicas, alterações radiográficas e o tratamento instituído de
um caso de má oclusão dentária, em um coelho atendido em
Belo Horizonte, Minas Gerais.
RELATO DE CASO
Foi atendido em uma clínica particular de Belo Horizonte dia
16 de setembro de 2018 um coelho, macho, 4 anos de idade
pesando 2,370 quilos. A tutora queixou-se de alterações
oculares recorrentes, surgimento de aumento de volume na
região mandibular, diminuição do consumo de feno e folha e,
após queda, teve os dentes incisivos quebrados. No segundo procedimento foi realizado o desgaste dentário
No exame clínico ficou evidenciado abscesso, sem dos dentes molares e pré-molares. Para ambos
aderência, na região rostral da mandíbula e secreção ocular procedimentos, a medicação pré-anestésica foi Dopalen ®
bilateral em quantidade moderada. Em seguida, foi coletado (Ceva) (quetamina) 2mg/kg + Midazolam (Teuto) 2mg/kg +
material para realização de cultura para microrganismo Meperidina (União Química) 10mg/kg e Isoflurano
aeróbios e antibiograma. Logo após o exame clínico, o (BioChimico) para indução e manutenção anestésica
animal foi encaminhado ao setor de radiografia para inalatória. Durante a cirurgia foi realizada fluidoterapia em
avaliação odontológica, onde foi diagnosticada má oclusão acesso endovenoso.
dentária grave com extensa área de reabsorção óssea Durante o retorno anestésico notou-se resolução das
bilateral na sínfise mandibular. O acometimento alterações oftálmicas e o animal voltou a se alimentar
oftalmológico pode estar associado a drenagem de provável inicialmente com ração pastosa, gerando ganho de peso do
2. animal. Recomendou-se a mudança do manejo nutricional
abscesso na região
priorizando ração extrusada como base da alimentação e
feno de alfafa para auxiliar no desgaste dentário e
acompanhamento odontológico periodicamente a cada 6
meses.
CONCLUSÃO
Conclui-se que é preciso orientar o tutor sobre a importância
da prevenção odontológica periódica e do manejo alimentar
adequado que promova o desgaste correto da dentição
evitando a má oclusão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. CORREA, H. L.; FECCHIO, R. S. Odontoestomatologia em roedores e
lagomorfos. In: CUBAS, Z.S.; SILVA, J.C.R.; DIAS, J.L.C. Tratado de Animais
Selvagens. 2. ed. Brasil: Roca, 2014. 2512 p. P. 2043-2055.
2. POMPEU, Pedro; GUSTAVO, Luiz; MENDONÇA, Milena. Má oclusão
dentária em coelho. 2016. 4 f. TCC - Curso de Medicina Veterinária, Brasil,
2016.
Para tratamento clínico, foi prescrito para o animal 3. C.A., Carlos Alexandre Pessoa; R.S., Roberto Fecchio; P.C., Patrícia
Coutinho Souza. Exodontia de Incisivos em Coelho. Brasil, 2013.
Metronidazol + Esperamicina via oral, duas vezes ao dia,
durante 7 dias; além do probiótico BiopratPet ® (Duprat APOIO:
nutrição) 1 gota, via oral, uma vez ao dia durante 7 dias, a
partir do quinto dia de antibioticoterapia, e para tratamento
oftalmológico o Vigamox ® (Alcon) 0,5% uma gota em cada
olho a cada 12 horas durante 7 dias. Após o resultado da
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
MASTITE BOVINA – REVISÃO DE LITERATURA
Talita Cristine Rabelo1*, Ana Carolina Sousa Sobrinho1, Juliana Moura Costa¹, Karen Maria de Almeida¹,
Mariane Regina Soares Costa1, Matheus Henrique dos Santos Moreira 1, Paulemar Barbosa Rocha1,
Retty Abdalla de Freitas1, Prhiscylla Sadanã Pires2, Breno Mourão de Sousa2.
1
Graduando em medicina veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO como amoxicilina com ácido clavulânico, bacitracina,


A mastite é uma inflamação da glândula mamária que cefalexina, enrofloxacina, gentamicina, neomicina, penicilina,
acomete grande parte dos rebanhos leiteiros e acarreta tetraciclina, dentre outras³. Tudo isso vem tornando a
consideráveis prejuízos aos produtores. Esta patologia tem mastite cada vez mais difícil de ser tratada e controlada,
caráter multifatorial que envolve condições do animal portanto, é importante que o produtor seja orientado com
afetado, do ambiente onde ele está inserido e do medidas que minimizem as infecções e principalmente sua
microrganismo (bactéria, fungo e alga) envolvido . É
5 transmissão, através da boa higiene e manejo da ordenha,
possível ocorrer casos de origem traumática, porém são de instalações, ambiente e dos animais. O acompanhamento
pouca relevância na epidemiologia da doença. Já a mastite da saúde do rebanho e da qualidade do leite são
bacteriana tem maior prevalente nos casos diagnosticados. imprescindíveis na prevenção da mastite².
Tendo em vista a importância do Staphylococcus aureus, Figura 1: As principais rotas de transmissão bacteriana
devido a sua fácil disseminação nos rebanhos, bem como (WATTIAUX, 2015).
1
sua recorrente resistência aos tratamentos . Este trabalho
objetiva revisar alguns aspectos importantes sobre a mastite
causada por Staphylococcus aureus e proporcionar
recomendações para diminuir a sua incidência.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram utilizados artigos científicos e cadernos técnicos
publicados em revistas eletrônicas. As pesquisas foram
realizadas através das seguintes palavras chaves: Mastite,
Staphylococcus aureus, resistência, prevenção, tratamento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A mastite é classificada de acordo com sua apresentação,
sendo que na forma clínica é possível identificar alterações Figura 2: Fisiopatogenia da mastite (WATTIAUX, 2015).
no úbere e no leite. Na forma subclínica os sinais são muito
sutis, necessitando de algum método diagnóstico como
contagem de células somáticas (CCS) e unidade formadora
de colônia (UFC) feitos em laboratórios, onde determinados
valores indicará a probabilidade de mastite no rebanho.
Porém, na propriedade pode ser realizado o teste indireto
com o reagente Mastite Califórnia Teste (CMT) no leite e o
diagnóstico permitirá identificar não apenas os animais
acometidos, como também os quartos mamários infectados,
por meio da graduação da em coloração resultante do teste².
Além disso, a mastite também é dividida em: ambientais,
onde os patógenos oportunistas podem estar presentes em
CONSIDERAÇÕES FINAIS
diversos locais na propriedade e invadirem a glândula
mamária, ocorrendo geralmente no período entre ordenhas, As perdas decorrentes da mastite são imensas, acarretando
provocando quadros mais agudos; e contagiosas, cujos ao produtor prejuízos com tratamentos, descarte involuntário
microrganismos são comensais do animal e são transmitidos de animais, queda da produção e redução da qualidade do
principalmente durante a ordenha, levando a quadros mais leite. Por isso cada vez mais o produtor deve ser
4
crônicos (FIGURA 1). A infecção ocorre quando os agentes conscientizado a cerca da doença e instituídos programas
etiológicos ultrapassam as barreiras de defesa naturais do para sua prevenção e controle.
úbere e alcançam o canal, cisterna, ductos e alvéolos, REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
simultaneamente ocorrem vários eventos imunológicos na 1. BANDOCH, P.; MELO, S. L. Prevalência de mastite bovina por
tentativa de debelar a infecção, até que as bactérias Staphylococcus aureus: uma recisão bibliográfica. UEPD: Ciências
conseguem fixar e colonizar os tecidos intramamários. As Biológicas e da saúde. Ponta Grossa, v.17, p. 47-51, 2011.
2. COSER, S. M., LOPES, M. A., COSTA, G. M., Mastite Bovina: Controle e
células secretoras de leite vão sendo danificadas e Prevenção. Boletim técnico- n.º 93, Lavras-MG, p. 1-30, 2012.
substituídas por tecido conjuntivo, ocorrendo a atrofia do 3. COSTA, G. M.; BARROS, R. A.; CUSTÓDIO, et al. Resistência a
5
alvéolo (FIGURA 2). O tratamento da doença deve ser antimicrobianos em Staphylococcus aureus isolados de mastite em
bovinos leiteiros de Minas Gerais, Brasil. Arquivo Instituto de Biologia, São
realizado de forma mais precoce possível, empregando-se a Paulo, v.80, n.3, p. 297-302, 2013.
secagem da vaca, juntamente com uso correto de 4. OLIVEIRA M.R.M. & Medeiros M. Agentes causadores de mastite e
antimicrobianos, escolhidos a partir da identificação dos resistência bacteriana. Revista Científica de Medicina Veterinária. Distrito
4 Federa,l v.2, n.1, p. 45-60, 2015.
patógenos e seus respectivos perfis de resistência. . O uso
5. WATTIAUX, M. A. Essenciais em Gado de Leite: Criação de novilhas do
indiscriminado de antibióticos, somado aos mecanismos de nascimento à desmama - importância do fornecimento de colostro. Mastite: A
defesa contra a atuação dos fármacos, vem propiciando doença e sua transmissão; Mastite: Prevenção e detecção.Capítulos 23,24,
cada vez mais a resistência bacteriana, sendo o páginas89-96. University of Wisconsin-Madison, Instituto Babcock para
Pesquisa e Desenvolvimento da Pecuária Leiteira Internacional. Disponível
Staphylococcus aureus um dos grandes vilões na em: <https://federated.kb.wisc.edu /images/group226/52752/27-
epidemiologia da doença, alguns estudos demonstram que 32/de_28.pt.pdf>. Acesso em: 15 out. 2018.
os mesmos, vem adquirindo uma ampla resistência a drogas
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
MECANISMO DA ACIDOSE D-LÁCTICA EM BOVINOS
Marina Gonçalves Rangel¹, Aléxia Pimenta Bom Conselho¹, Luciene Ferreira da Conceição¹, Mariana Alves Silva¹, Mariana Cardoso
Batista Pimenta1, Matheus Antônio Resende1, Nayara Starling Pereira Martins da Costa¹, Breno Mourão de Sousa2, Gustavo Henrique
Ferreira Abreu Moreira2, Prhiscylla Sadanã Pires2
1
Graduando em Medicina veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO crescimento de Streptococcus e possibilita um ambiente


A acidose D-láctica em bovinos se caracteriza pelo acúmulo favorável para a multiplicação de Lactobacillus, levando à
de ácido D-láctico no organismo do animal, sendo causada um aumento da pressão osmótica para o lúmen do órgão.
pela fermentação através de uma dieta rica em carboidrato Dessa forma, o conteúdo do rúmen se torna líquido e o
ou, no caso de bezeeros, pela passagem do leite ou animal tende a apresentar hemoconcentração, desidratação,
sucedâneo para o rúmen. A microbiota ruminal do bovino é acidose metabólica, sinais neurológicos, como diminuição do
formada por Lactobacillus spp e Streptococcus spp que são menance (reflexo de fuga) e do reflexo palpebral,
bactérias fermentadoras, Gram-positivas. Assim, o rúmen é inapetência, decúbito prolongado e, eventualmente, morte
apontado como uma fonte natural de ácidos orgânicos, (Dunlop, 1972; Radostits et al., 2002; Garay e García, 2009).
especialmente os isômeros D- e L-Lactato (Robergs et al. A forma crônica se caracteriza pela adaptação das bactérias
2004). No entanto, os mamíferos não são capazes de da microbiota ruminal à dieta fornecida, sendo possível
metabolizar estes isômeros que se acumulam no sangue. O detectar aumento de micro-organismos produtores de
fornecimento de uma dieta rica em carboidratos aumenta a lactato. Porém, as bactérias conseguem metabolizar este
taxa de fermentação ruminal, levando à um quadro de ácido, fazendo com que ele não se acumule
acidose D-láctica, acidose metabólica específica (Lorenz, significativamente no rúmen. Entretanto, há altas
2004; Robergs et al, 2004). A complicação metabólica se concentrações de propionato e butirato livres e isso permite
+
deve ao aumento de ions de hidrogênio (H ) no organismo e que as papilas do epitélio do rúmen se proliferem,
pelo metabolismo lento do D-lactato (Borba et al. 2004; absorvendo menos AGV‘s e gerando traumatismo e
Cammack 1970; Ewaschuk et al. 2005; Tubbs 1965; Uribarri inflamação na parede do rúmen (Smith, 2006).
et al. 1998). O objetivo do presente trabalho é elucidar o Muitos casos desse tipo de acidose em bovinos adultos
mecanismo da acidose D-láctica em bovinos, visto que é um estão associados à prática de manejo de cereais durante a
problema recorrente e causador de prejuízos econômicos. alimentação em explorações intensivas modernas e
explorações leiteiras (Dunlop e Hammond 1965; Editorial.
MATERIAIS E MÉTODOS 1990; Ewaschuk et al. 2005; Owens et al. 1998). Essa
Foi realizada uma revisão bibliográfica baseada em artigos acidose pode ser evitada através do fornecimento de dieta
que foram encontrados através das palavras chave acidose equilibrada e de qualidade e também a oferta de leite morno
metabólica, diarreia neonatal em bezerros, acidose láctica e em mamadeiras para bezerros lactentes, a fim de evitar a
acidose ruminal. fermentação no cólon e retículo-rúmen e consequente
aumento de D-lactato na circulação.

REVISÃO DE LITERATURA CONCLUSÕES


Os bezerros normalmente desenvolvem acidose D-láctica, A acidose D-láctica é um problema recorrente nos rebanhos
caracterizada por má digestão e má absorção, como leiteiros, causando grandes prejuízos para o proprietário,
complicação de diarreias neonatais (Uribarri et al. 1998). uma vez que os sinais neurológicos são causados pela
Como consequência, carboidratos não metabolizados são fermentação do carboidrato pelas bactérias associadas à
fermentados no cólon, onde há grande quantidade de diminuição do pH. Uma melhor compreensão do
bactérias e alta produção dos isômeros L- e D-lactato e de metabolismo do D-lactato e sua excreção em bovinos
ácidos graxos voláteis, especialmente o propionato. O ácido doentes pode auxiliar na busca de estratégias para evitar o
láctico produzido no cólon atinge a circulação do animal. O acúmulo deste isômero no organismo.
L-lactato é rapidamente metabolizado, porém o D-lactato se
acumula na circulação, atravessando a barreira
hematoencefálica (Sockett, 2009). Esse isômero é altamente BIBLIOGRAFIAS
tóxico para o cérebro e consequentemente afeta os 1.LORENZ I, GENTILE A.D-Lactic Acidosis in Neonatal Ruminants.
neurotransmissores e receptores, interrompendo a atividade VeterinaryClinics: Food Animal Practice, 2014
2.ABEYSEKARA S. D-lactic acid metabolism and control of acidosis (Doctoral
do glutamato e inibindo o ácido gama-aminobutíritco – dissertation, University of Saskatchewan), 2009
GABA (Cassady et al., 2001). A forma mais comum de 3.GENTILE, A. Ruminal acidosis in milk-fed calves. Large Animal veterinary, v.
eliminação do D-lactato é pela depuração renal (Connor et 4, p. 111-117, 2004.
al. 1983; Ewaschuk et al. 2004). Enquanto que L-lactato é 4.DE CARVALHO, J Acidose D-láctica em bezerros (Tese de pós-graduação
em Ciência Animal da Escola de Veterinária da UFMG), 2011.
eliminado via metabolismo hepático, extra-hepático ou 5.CONNOR, H.; WOODS, H. F.; LEDINGHAM, J. G. Comparison of the
também pela excreção renal (Naylor et al.,1984). kinetics and utilization of D(-)- and L (+) – sodium lactate in normal man. Ann
A doença pode acontecer de forma aguda ou crônica. Na Nutr Metab, v. 27, p. 481-487.
6. CONSTABLE, P. Antimicrobial use in the treatment of calf diarrhea. J
forma aguda, a alteração provida pela presença de grande VetInternMed, v.18, p. 8-17, 2004.
quantidade lactato e ácidos graxos leva à diminuição do pH 7. LORENZ, I. Investigations on thein fluence of serum D- lactate levels on
ruminal que pode chegar 5,5. Essa condição favorece a clinical signs in calves with metabolic acidosis. VetJ,v. 168, p. 323-327, 2004.
multiplicação de Streptococcus bovis que produz ainda mais 8. LORENZ, I. D- lactic acidosis in calves. The veterinary Journal, v. 179, p.
197-203, 2009.
ácido láctico, comprometendo outras bactérias e 9. PLAIZIER, J. C. et al. Subacute ruminal acidosis in dairy cows: The
protozoários pertencentes a microbiota. A partir disso, há physiological causes, incidence and consequences. The Veterinary Journal,
uma redução ainda mais significativa do pH, o que inibe o v. 176, n. 1, p. 21-31, 2008.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
MONITORAÇÃO TRANSANESTÉSICA POR PRESSÃO INVASIVA: MÉTODOS DE AFERIÇÃO
Suellen de Moura Lacerda1*, Tábata Torres Megda2, Jéssica Fontana de Magalhães3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil, suellen.demoura@hotmail.com
2
Medica Veterinária Anestesiologista – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professora do Departamento de Medicina Veterinária do UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil

INTRODUÇÃO Todo o sistema deve ser mantido sem bolhas de ar, uma vez
A pressão arterial é um produto do débito cardíaco e da que estas provocam a redução da amplitude do pulso, o que
resistência vascular periférica (1), sua monitoração é interfere na aferição da pressão arterial (6).
altamente recomendada em pacientes anestesiados. Pode Alternativamente ao uso de monitores, pode-se fazer a
ser mensurada por métodos diretos (invasivos) e indiretos monitoração utilizando o Manômetro Aneroide, método
(não invasivos), contudo os métodos diretos na monitoração simples e barato, no entanto, este só permite a aferição da
anestésica promovem monitoramento contínuo, dinâmico e pressão arterial média (3). Para essa mensuração o cateter
mais preciso, tornando-o padrão ouro (2). intra-arterial é conectado a um sistema montado com
extensores e torneiras de três vias. Uma seringa com
MATERIAIS E MÉTODOS
solução heparinizada é acoplada na primeira torneira de três
O presente trabalho revisa parte da literatura científica vias fechada para o paciente. Deve-se injetar a solução nos
publicada entre 2005 e 2017, com o objetivo de descrever tubos em direção ao manômetro até que a pressão alcance
diferentes métodos para a aferição de Pressão Invasiva. Os 150mmHg, a primeira torneira de três vias é então fechada
artigos científicos utilizados foram selecionados através de para a seringa e aberta no intervalo do manômetro
busca em bancos de pesquisa, onde as terminologias pressurizado e o cateter arterial. A pressão equilibrada é
pesquisadas foram definidas a partir do tema procurado e igual a pressão arterial média do paciente (3), como é
definidas com palavras chaves dentre elas: invasive, blood demonstrado na figura 1.
pressure, monitoring.
REVISÃO DE LITERATURA Figura 1: Sistema de Manômetro Aneroide
A mensuração da pressão arterial é fator fundamental na
monitoração anestésica, classificada como o quarto sinal
vital, juntamente à respiração, temperatura e frequência
cardíaca (5).
Os artigos levantados utilizaram a monitoração da pressão
invasiva com transdutor e/ou manômetro para comparação
com os métodos indiretos. Obtiveram como resultados que a
aferição invasiva fornece resultados mais confiáveis e
verídicos, no entanto passíveis de erros ao serem usados
por pessoas inexperientes (4), e variações na mensuração
em diferentes artérias do corpo (5).
Diversos fatores podem alterar a homeostase cardiovascular Após a retirada do cateter da artéria deve-se fazer
dos pacientes anestesiados, destacando-se os fármacos compressão manual sobre o local evitando a formação de
tranquilizantes e alguns opióides como, Acepromazina e hematomas (6).
Meperidina, respectivamente (2), e os próprios
procedimentos cirúrgicos (1). CONCLUSÕES
Sua aferição pode ser realizada de maneira indireta por O método invasivo de monitoração da pressão arterial
esfignomanometria ou diretamente com o uso de cateter permite um acompanhamento muito mais detalhado,
intra-arterial. A esfignomanometria via Doppler ou dinâmico e fiel das condições cardiovasculares do paciente
Oscilométrico são menos confiáveis que a técnica invasiva, anestesiado. A técnica utilizada para sua obtenção deve ser
devido ao fato de não apresentarem mensurações escolhida por profissional treinado e experiente, buscando a
dinâmicas e precisas (3). Entretanto a aferição de pressão melhor monitoração possível do paciente anestesiado e a
arterial de maneira invasiva exige treinamento, atenção e menor incidência de erros como a presença de coágulos e
cuidados de antissepsia devido à introdução do cateter em bolhas de ar dentro do sistema, que podem proporcionar
uma artéria (5). medições incorretas.
A técnica de mensuração intra-arterial considerada Padrão
Ouro, pode ser executada de maneira transcutânea ou por BIBLIOGRAFIAS
dissecação. Em cães e gatos as artérias mais utilizadas são 1.DURHAM, H. Edward.ARTERIAL BLOOD PRESSURE MEASUREMENT .
a metatársica dorsal, auricular e a artéria femoral (1). A Veterinary Technician. Vol.26 no.5. Maio 2005.
utilização dessas artérias é favorecida pelo menor risco de 2.MACFARLANE, Paul D. COMPARISON OF INVASIVE AND NON-INVASIVE
BLOOD PRESSURE. Vet Res Commun 34:217–227. Liverpool, 2010.
formação de hematomas, devido a grande quantidade de monitoring during clinical anaesthesia in dogs
tecido subcutâneo e sua justaposição (3). Após o 3.TRANQUILLI, William J.; THURMON, John C.; GRIMM, Kurt A. . LUMB E
posicionamento do cateter este deve ser perfundido com JONES ANESTESIOLOGIA E ANALGESIA VETERINÁRIA. 4 edição. ed. São Paulo:
solução heparinizada, para evitar a formação de trombos (1), Gen, 2014. 1192 p. v. unico.
4.MOLL,Xavier. VALIDITY AND RELIABILITY OF DOPPLER ULTRASONOGRAPHY
e conectado a um transdutor elétrico do equipamento de AND DIRECT ARTERIAL BLOOD PRESSURE MEASUREMENTS IN ANAESTHETIZED
monitoramento. Para a aferição ser precisa, o transdutor DOGS WEIGHING LESS THAN 5 KG. Veterinary Anaesthesia and Analgesia, 1-10.
deve ser ajustado na altura do coração do paciente (4). Para Barcelona,2017.
5.ACIERNO,Mark J.. COMPARISON OF DIRECTLY MEASURED ARTERIAL BLOOD
zerar as mensurações obtidas pelo transdutor, ele deve ser PRESSURE AT VARIOUS ANATOMIC LOCATIONS IN ANESTHETIZED DOGS. AJVR.
calibrado de acordo com as indicações do fabricante (3). É Vol 76. No. 3. Louisiana. Março, 2015.
possível visualizar no monitor os valores de pressão 6.ANJOS, T.M. AVALIAÇÃO E COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE
sistólica, diastólica e média, juntamente ao traçado da onda MENSURAÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA EM GATOS HÍGIDOS
ANESTESIADOS. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. vol.66 no. 4 Belo Horizonte ago.
de pulso (6). 2014.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
O USO DA HIDROTERAPIA NA MEDICINA VETERINÁRIA
Laís Barbosa Figueiredo¹*, Bruna Braun Pedrosa Leal¹, Danielle Maria Fink Salgado¹, Deivisson Junio Fernandes dos Santos¹, Laura
Araújo Fortes Ribeiro¹, Letícia Pedrosa Blazute¹, Roberta Renzo².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
INTRODUÇÃO
A água é um elemento primordial para a existência de vida
no planeta Terra. Hipócrates (460- 375 a.C.), considerado
por muitos o ―pai da medicina‖, utilizou a água em diferentes
temperaturas para tratamento de algumas enfermidades.
Com o tempo, seu uso foi aprimorado e hoje ela é utilizada
com fins terapêuticos tanto na Medicina Humana como na
Medicina Veterinária. A Hidroterapia (do grego: ―hydor‖ =
água / ―therapeia‖ = tratamento), atualmente conhecida
como Reabilitação Aquática, é uma modalidade terapêutica
que vem crescendo dentro da Fisioterapia Veterinária,
proporcionando benefícios e melhora na qualidade dos
7 http://www.revistaveterinaria.com.br/2016/11/29/hidroterapia-equina-e-seus-
pacientes. Tal prática abrange variados métodos,
beneficios/
notadamente a natação e a esteira aquática.

REVISÃO DE LITERATURA CONCLUSÕES


A hidroterapia pode ser utilizada em diversas patologias, tais As propriedades físicas da água a tornam um agente
como artroses, patologias da coluna, tratamentos pós- terapêutico com grande potencial.
cirúrgicos ortopédicos, displasia coxo-femural, entre outras. Apesar da existência de poucos estudos sobre o tema, a
Todo o efeito evidenciado na Hidroterapia se dá pelas rotina confirma que a Reabilitação Aquática tem trazido
propriedades físicas da água, como a força de impulsão, a resultados positivos, tanto na recuperação de animais em
2
viscosidade e a pressão hidrostática. pós-operatório, quanto daqueles em tratamentos
Quando colocamos o paciente emerso na água, isso implica conservadores ou ainda em programas fitness e de
2
que o volume de água que ocupava aquele espaço é manutenção da qualidade de vida.
deslocado pela força de impulsão (antigravítica). Esse A hidroterapia tem se mostrado importante aliada de áreas
processo gera menor sobrecarga articular, permitindo a como, por exemplo, a ortopedia veterinária, sendo
realização de movimentos de forma mais confortável e recomendada em protocolos de recuperação de animais
4
menos dolorosa ao paciente. com lesões articulares, em coluna e entre outras.
A pressão hidrostática, exercida sobre toda a superfície
corpórea em meio aquático, favorece a diurese, através da BIBLIOGRAFIAS
supressão hormonal, e a circulação, reduzindo possíveis 1. Mendes, S; Coutinho, I; Rebelo, P. Revista Portuguesa de Ciências
6
edemas e propiciando o equilíbrio corpóreo. Veterinárias. Escola Superior de Tecnologia e Saúde de Lisboa, 2015.
A viscosidade da água promove resistência ao movimento e
2. Nogueira, J. F.F. A hidroterapia como uma técnica auxiliar na fisioterapia
essa resistência diminui à medida que a temperatura da veterinária – revisão de literatura. Universidade de Brasília, Faculdade de
água aumenta. Por esse motivo é mais fácil trabalhar Agronomia e Medicina Veterinária, 2014.
músculos com atrofia em água com temperatura mais
5 3. Nogueira, J.F ; Silva, M.V.M; Araújo, K.P.C; ambrósio, C.E. A utilização da
elevada. Os músculos em atrofia precisam ser estimulados hidroterapia como um recurso da fisioterapia veterinária. Revista Científica
e a resistência da água seria um impedimento. Eletrônica de Medicina Veterinária. São Paulo. 2010; Ano VII- número 14.
A temperatura da água também influencia no protocolo
4. Pedro C e Mikail S (2009). Hidroterapia. In: Fisioterapia Veterinária, 2a
terapêutico, sendo possível trabalhar as variantes quente e
edição. Editores C Pedro, S Mikail. Editora Manole lda. (Tamboré, Barueri,
fria, dependendo do objetivo almejado. Quando quente a SP), 71 – 75.
água promove o aumento das frequências respiratória e
cardíaca, da circulação periférica, do volume de retorno de 5. Monk, M (2007). Hidrotherapy. In: Physiotherapy Assessment, treatment
and rehabilitation of animals, 1a edição. Editores CM McGowan, L Goff, N
sangue e da taxa metabólica, assim como uma diminuição Stubbs. Oxford, Blackwell, 187-197.
da pressão sanguínea e um relaxamento muscular. Já a
água fria diminui o metabolismo celular, a permeabilidade 6. Caromano, F.A.; Nowotny, J.P. Princípios físicos que fundamentam a
4 hidroterapia. Fisioterapia Brasil, São Paulo, v. 3, n. 6, p. 1-9, nov./dez. 2002.
capilar e a dor.
7. Biasoli; M.C; Machado, C.M.C. Hidroterapia: aplicabilidades clínicas. Rev.
Figura 1: Cão realizando hidroterapia em esteira aquática. Bras. Med., São Paulo, v. 63, p. 225-237, mai. 2006

APOIO:

http://www.clinicaveterinariadasoliveiras.com/hidroterapia.php

Figura 2: Equino realizando hidroterapia em natação.


II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
OCORRÊNCIA DE CISTITE IDIOPÁTICA FELINA - RELATO DE CASO
Gláucia Aparecida de Souza Pinto1*, Isabela Pereira de Almeida1, Lívia Geraldi2..
1
Graduanda em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
*Autor para correspondência: hpgaluciasouza@gmail.com

observando-se hematúria e sedimento na urina. O animal


INTRODUÇÃO ficou internado recebendo fluidoterapia, mas, ao receber alta
A cistite idiopática felina (CIF) é um processo inflamatório e ir para casa, ainda não conseguia urinar normalmente. No
estéril crônico que causa sinais de doença do trato urinário dia 04 de setembro, o animal deu entrada no Hospital
1
inferior. A etiologia e fisiopatologia da CIF ainda não são Veterinário do UNIBH, onde foi realizado exame de
2
totalmente conhecidas. Por não ser completamente ultrassonografia, no qual se observou presença de pequena
compreendida, com frequência, o tratamento é frustrante quantidade de sedimentos na urina e houve nova tentativa
1
tanto para o clínico quanto para o tutor. Para gatos que de passagem de sonda número 4 para desobstrução do
manifestam sinais clínicos crônicos, além dos sinais do trato trato urinário. Foram realizados exames complementares
urinário inferior (STUI), particularmente nos sistemas (hemograma e bioquímica sérica), que apresentaram
endócrino, dermatológico, gastrintestinal, respiratório, alterações como aumento de creatinina, ureia, volume
cardiovascular e nervoso, e para os quais não se identifica globular e proteínas plasmáticas, indicando cistite e
uma causa específica foi proposta a denominação Síndrome descartando outros diagnósticos, o que levou ao diagnóstico
de Pandora, termo que faz analogia à caixa de Pandora da de Síndrome de Pandora. O animal ficou internado
3
mitologia grega. A CIF é o diagnóstico mais comum em recebendo fluidoterapia, irrigação vesical e administração de
gatos jovens com doença do trato urinário inferior de felinos cloridrato de prazosina 0,25 mg/kg associado à amitriptilina
(DTUIF), sendo importante não apenas pelo sofrimento que 1mg/kg, via intravenosa, duas vezes ao dia, para ajudar na
provoca nos pacientes, mas também porque representa uma dilatação da uretra. Após dois dias de internação, o animal já
causa comum de abandono de gatos. Caracteriza-se como havia voltado a comer patê e urinado sem ajuda de sonda
uma doença moderna, quando se descobriu que nenhum na caixa de areia, sendo liberado para ir para casa. Optou-
diagnóstico específico poderia ser feito na maioria dos gatos se por continuar o tratamento no domicilio com meloxicam
com sinais de DTUIF. Os sinais clássicos são polaciúria, 0,1mg/kg, de 12 em 12 horas, durante 5 dias, amoxicilina +
hematúria, disúria, periúria, colúria, anúria, entre outros. clavulanato de potássio 25mg/kg, de 8 em 8 horas, durante
Como a síndrome tem diagnóstico de exclusão, é importante 10 dias, tramadol 3mg/kg, de 24 em 24 horas, por 5 dias,
descartar outras causas de cistite, com exames de sangue, todos administrados por via oral, e recomendou-se realizar
urinálise e cultura de urina, além de exames de imagem, alterações na rotina do animal que pudessem ajudá-lo a
4
como ultrassom. sentir-se mais confortável, além de alterações na dieta para
Assim, faz-se importante relatar casos de CIF observados uma ração adequada e aumento de disponibilidade de água
na prática clínica veterinária para que mais informações em vários lugares da casa, considerando-se que as
possam ser agregadas ao assunto, visando um maior alterações na dieta e consumo de água, redução de
conhecimento sobre esta patologia. Dessa maneira, o estresse e terapia medicamentosa são os três pilares para o
objetivo deste trabalho é relatar o caso clínico de um felino tratamento da Síndrome de Pandora.
atendido no Hospital Veterinário do Centro Universitário de
Belo Horizonte (UNIBH) e diagnosticado com CIF. CONCLUSÃO
A anamnese completa e detalhada junto ao histórico,
RELATO DE CASO exames e relato da tutora foram de extrema importância
No dia 04 de setembro de 2018, foi apresentado ao Hospital para se chegar ao diagnóstico, uma vez que os sinais
Veterinário do UNIBH um felino, sem raça definida, com 2 clínicos de CIF são inespecíficos e o diagnóstico se dá por
anos, macho, castrado, apresentando anúria, apatia e exclusão. O histórico do animal indicou que houve uma
diminuição de apetite. A tutora relatou que, no dia 28 de mudança repentina no cotidiano, o que o levou a um quadro
Julho, observou que o animal apresentou múltiplas e de estresse, sendo este o principal fator desencadeante da
prolongadas tentativas de urinar, com vocalização e perda da homeostasia de mecanismos fisiológicos.
agitação. A mesma também descreveu que o animal havia
passado por uma situação de estresse, na qual um gato de BIBLIOGRAFIAS
rua entrou na casa e o agrediu. O caso ocorreu na mesma 1. SUSAN E. LITTLE. O GATO: MEDICINA INTERNA. Rio de
semana em que se observou a dificuldade do animal em Janeiro: Rocca, 2015. p. 1412. Roxane Gomes dos Santos Jacobson.
urinar. Alguns dias depois, o gato entrou novamente e o 2. ALHO, A. M; PONTES. J.P; POMBA C. EPIDEMIOLOGIA,
mordeu. Devido a isso, o animal foi levado a uma clínica DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA DA CISTITE
veterinária, onde foi confirmada obstrução após tentativa de IDIOPÁTICA FELINA. Redvet: Revista eletrônica de Veterinária,
inserção de sonda urinária. Nesta ocasião, foram prescritos Lisboa, v. 17, n. 11, p.1-13, nov. 2016. Mensal. Disponível em:
<http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111116/111605.pdf>. Acesso em:
Enrofloxacino 5mg/kg, Meloxicam 0,1 mg/kg, via oral, e 2 nov. 2018.
recomendaram-se tentativas de evitar que o gato de rua 3. OLIVEIRA, M. R. B et al. DIAGNOSTICANDO A CISTITE
entrasse novamente em casa, bem como a distribuição de IDIOPÁTICA FELINA: REVISÃO. Pubvet: Medicina Veterinária e
maior número de bebedouros e caixas de areia pela casa, Zootecnia, Teresina, v. 11, n. 9, p.864-876, set. 2017. Disponível em:
além de um alimento comercial específico para gatos <http://www.pubvet.com.br/uploads/cf8e814843825e2a4f1dbce0497d062d.pdf
castrados. No dia 02 de setembro, a tutora retornou à >. Acesso em: 02 nov. 2018.
clínica, queixando-se que o animal estava inapetente e 4. HORTA, P. V. P. SÍNDROME DE PANDORA: ISSO
continuava vocalizando muito. Procedeu-se, então, à EXISTE? 2016. Cláudia Guimarães. Disponível em:
<http://caesegatos.com.br/sindrome-de-pandora-nao-tem-causa-determinada-
sedação do animal com Diazepam 0,5 mg/kg, via e-pode-envolver-di>. Acesso em: 05 out. 2016.
intravenosa, e posterior passagem de sonda urinária,
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
OCORRÊNCIA E TRATAMENTO DA DEGENERAÇÃO MIXOMATOSA EM CÃES
Larissa de Oliveira Pimentel Lacerda1*, Ana Paula Santos Florêncio¹, Bruna G. Costa Val¹, Lucas Garcia Lara¹, Maike Dias Trindade¹;
Victoria Costa¹; Victor Oliveira F. Santos¹; Fabrizia Portes Cury Lima²; Camila Stephanie Fonseca de Oliveira 3.
1
Graduandos em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Médica Veterinária, doutora em Ciência animal, professora do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
³Médica Veterinária, doutora em Ciência Animal e professora do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais

INTRODUÇÃO do Médico Veterinário responsável, proximidade, número de


atendimentos de cães cardiopatas. Foram coletadas informações de
Os cães apresentam diversos tipos de cardiopatias
432 casos de DMVM. A análise estatística foi do tipo descritivo e
valvares adquiridas, dentre elas a degeneração mixomatosa crônica
incluiu a elaboração das tabelas e gráficos das distribuições de
da valva mitral (DMVM) é a de maior prevalência. É causada pelo
frequências das variáveis analisadas.
funcionamento anormal da válvula mitral, estrutura que separa o
átrio e o ventrículo esquerdo e frequentemente está relacionada à
idade e à raça. Cães idosos e de raças de pequeno porte são as RESULTADOS E DISCUSSÃO
mais afetadas (KITTLESON, 1998; SISSON et al., 1999 apud MUZZI A prevalência da DMVM, conforme apontado pela
et al). A DMVM tem etiologia desconhecida e manifesta-se devido a literatura e pela pesquisa realizada é em cães de pequeno porte,
um somatório de fatores, tais como: idade, porte, estresse, fatores com manifestação a partir dos quatro anos de idade. Segundo os
ambientais, fatores genéticos e sexo do animal. dados coletados e a revisão de literatura, as raças mais
Em 2009, o American College of Veterinary Internal predispostas a desenvolverem a doença são: Poodle (82,4%),
Medicine1 publicou um artigo com recomendações para diagnóstico Yorskhire (41,2%), Pinscher (35,3%) e SRD de pequeno porte
e tratamento da DMVM, que propôs uma classificação dos (23,5%), Schinauzer Mini (17,6%), Cocker Spaniel Inglês, Chihuaua
pacientes, de acordo com o risco de desenvolvimento ou o estágio e Boston Terrier (11,8%) e a partir dos quatro anos (17,6%), porém
da doença, critério que é adotado mundialmente na rotina da clínica maioria dos pacientes se encontra na faixa entre seis e 10 anos
de pequenos animais: Classe A: cães de raças com maior (76,5%).
predisposição, porém ainda sem a doença. Classe B1: cães que já Segundo os dados coletados, o tratamento com fármacos
têm lesão valvar mitral, assintomáticos, sem dilatação das câmaras é mais comum do que o cirúrgico e os mais utilizados, são:
cardíacas. Classe B2: cães que apresentam dilatação cardíaca em furosemida (100%), enalapril (88,2%), digoxina (29,4%), inotrópicos
consequência da insuficiência da valva mitral. Ainda não têm sinais positivos (41,2%), espironolactona (29,4%), outros compostos
de edema pulmonar, podem apresentar tosse em razão do aumento também foram citados. Houve apenas um relato de caso cirúrgico,
do átrio esquerdo, que comprime o brônquio e desloca a traqueia. representando 7,25% do total, em que foi feito em reparo da válvula
Classe C: cães que apresentam edema pulmonar agudo, com mitral.
dificuldade respiratória ou que já tiveram apresentaram o quadro e O prognóstico varia de acordo com a classificação do
estão estáveis com medicamentos (crônico). Tratamento contínuo animal. Cães da classe A, têm excelente prognóstico e devem fazer
incluindo vasodilatadores, diuréticos e fármacos que aumentam a acompanhamento de rotina com o médico veterinário. Cães
força do músculo cardíaco. Classe D: cães que, apesar do uso de incluídos na Classe B1, devem ter iniciar um tratamento adequado e
todos os medicamentos indicados para a classe anterior, ainda acompanhamento, evitando que a lesão progrida. Os animais
apresentam recidivas de edema pulmonar. Também podem pertencentes à classe B2 têm prognóstico promissor. Animais da
apresentar efusão pleural ou no abdome. classe C são pacientes crônicos e o tratamento deve incluir
A doença é uma lesão progressiva da válvula mitral, que vasodilatadores, diuréticos e inotrópicos positivos, com
apresenta folhetos nodulares, espessados, retraídos, distorcidos ou acompanhamento minucioso e assíduo, o prognóstico é reservado.
prolapsados em direção ao átrio esquerdo, cordas tendíneas Os cães inclusos na Classe D têm prognóstico ruim.
espessadas e fragilizadas; dilatação do anel valvar (átrio e do
ventrículo esquerdos); regurgitação valvar, fibrose do endocárdio e CONCLUSÕES
do miocárdio em casos mais avançados. (ALVES, Rosângela). Os A cardiologia é uma especialidade relativamente recente
animais portadores da DMVM, em geral, apresentam os seguintes na medicina veterinária e está em constante avanço no que diz
sinais clínicos: tosse, apatia, fraqueza, emagrecimento, taquipneia, respeito a tratamentos com fármacos e principalmente, técnicas
ortopneia, dispneia e baixa resistência ao esforço. O diagnóstico é cirúrgicas. Por isso, na maioria dos casos, é recomendado que o
feito por meio de exames clínicos, como a auscultação, exames animal faça um tratamento clínico, de acordo com os sinais clínicos
laboratoriais, radiografias, ecocardiograma, eletrocardiograma e apresentados e a gravidade do quadro e rigoroso acompanhamento
ultrassom, de acordo com a condição clínica do animal. do médico veterinário. Diversas técnicas para cirurgia cardíaca em
Sendo a DMVM a cardiopatia adquirida mais frequente em animais de pequeno porte já foram desenvolvidas e são
cães de pequeno porte, o objetivo desse trabalho é verificar se há consideradas seguras, mas com os avanços tecnológicos é possível
fatores predisponentes e quais são eles, esclarecer quais são as desenvolver procedimentos menos invasivos. Além disso, é
estruturas cardíacas afetadas e os tratamentos mais utilizados necessário obter mais conhecimento sobre a DMVM, elucidando
visando a qualidade de vida dos animais. sua etiologia, visando a prevenção, bem como evitar o
desenvolvimento da doença.
MATERIAIS E MÉTODOS
BIBLIOGRAFIAS
Foi realizado um estudo observacional transversal, com
1. Site Renalvet International Nephrology and Hemodialysis for Pets
amostra obtida por conveniência, cujo objetivo foi realizar o http://renalvet.webnode.com.br/cardiologia/insuficiencia-da-
levantamento epidemiológico sobre a DMVM em Belo Horizonte e valvula-mitral/
região metropolitana. Para esse levantamento, foi utilizado um 2. ALVES, Rosângela. Endocardiose valvar em cães. Goiânia –
questionário semiestruturado, composto por 35 questões, elaborado EV/UFG. 36 páginas. Aspectos gerais sobre anatomia, patologia e
com auxílio da ferramenta Google Acadêmico. Tais questões fisiologia da endocardiose valvar em cães. Apostila.
abordavam raças com maior número de casos, idade, peso, número 3. MUZZI, Leonardo A.L; MUZZI, Ruthnéa A. L; ARAÚJO, Roberto B;
Doença Crônica da válvula mitral em cães: avaliação clínica
de casos de cardiopatias, número de casos de DMVM, casos funcional e mensuração ecocardiográfica da valva mitral.
tratados com medicação, casos tratados cirurgicamente, tipo de Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.61, n.2,
técnica cirúrgica utilizada, tipos de fármacos, sinais clínicos Belo Horizonte; p.338, 2009.
apresentados, tipos de exames solicitados, tempo de sobrevida, 4. ATKINS, C.; BONAGURA, J.; ETTINGER, S.; FOX, P.; GORDON,
necessidade de acompanhamento nutricional e outros.A aplicação S.; HAGGSTROM, J.; HAMLIN, R.; KEENE, B. (Chair); LUIS-
do questionário aconteceu durante os meses abril e maio de 2016, FUENTES, V.; STEPIEN, R. Guidelines for the Diagnosis and
em 16 estabelecimentos relacionados à saúde do cão e do gato. Os Treatment of Canine Chronic Valvular Heart Disease.
Consensus Statements of the American College of Veterinary
fatores considerados para a inclusão no estudo foram a aceitação
Internal Medicine (ACVIM), v. 23, p. 1142–1150, 2009.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
OCORRÊNCIA DE ESTRONGILÍDEOS EM BOVINOS DE LEITE EM FAZENDA MINEIRA
Daísa Santana Melo1*, Ana Luiza Teixeira1, Bruna Braun1, Corinne Sette1, Fábio Henrique Amaral1, Marianna Ferreira Borges1, Rubia
Oliveira1, Sara Jéssica Oliveira1, Rafael Motta²,
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
*smdaisas@gmail.com
INTRODUÇÃO 60% das amostras dos animais adultos estavam
As verminoses que acometem bovinos causam prejuízos positivas, enquanto foi verificado a presença de ovos
biológicos diretos e indiretos, além de perdas financeiras e dos parasitas em 100% das amostras dos animais
impactos na saúde pública. Nos bovinos da raça Girolando jovens (Figura 01).
, criados na Fazenda Dois Córregos situada no município
Figura 01: Quantidade absoluta de bovinos testados e
de Entre Rios de Minas, observou-se a presença de ovos da com amostras positivas para estrongilídeos.
Ordem Strongylida, que foram identificados no exame
parasitológico das amostras fecais colhidas por graduandos
de Medicina Veterinária do UniBH. Este trabalho tem como OCORRÊNCIA DE
objetivo demonstrar a importância da verminose em bovinos
nesta propriedade, reassalta-se que a fazenda tem criação ESTRONGILÍDEOS NO REBANHO
de gado de leite, destinada em sua maior parte à produção
de queijo que é vendido para moradores da região. Amostras positivas
MATERIAIS E MÉTODOS
Através de um questionário de manejo sanitário foram Total de amostras analisadas
coletados os dados da propriedade e do rebanho, tais
como a quantidade de animais, a classificação por faixa
0 5 10
etária destes animais, o tipo de sistema em que são
criados, informações sobre o manejo como a remoção Bovinos adultos Bovnos jovens
de fezes das instalações e qual o destino das fezes. Foi
questionado sobre a existência do tratamento adequado
das fezes para que não ocorra reinfecção do pasto e das
instalações e também sobre o procedimento realizado Foram observados algumas falhas no manejo sanitário,
quando ocorre aquisição de novos animais ao plantel, e como por exemplo, o bezerreiro construído abaixo do curral;
a resistência parasitaria na propriedade, se existe a vermifugação dos animais realizada pelo produtor é
assistência técnica e como é o calendário de sempre utilizado o mesmo vermífugo, da mesma marca
vermifugação do plantel. Realizou-se coleta de amostras farmaceutica e base farmacológica; a vermifugação é feita
fecais na fazenda e exame de OPG no laboratório de apenas quando o produtor acha necessário; não segue um
Parasitologia do Centro Universitário de Belo Horizonte- calendário sanitário; faz retirada de fezes do local da
UniBH. Aleatoriamente, foram escolhidos para o ordenha, do curral e do bezerreiro uma vez por mês; não
levantamento dos dados, 7 animais jovens de 2 a 3 meses tem esterqueira na fazenda; realiza deposição do esterco
de idade e 5 animais adultos de aproximadamente 5 anos de sem tratamento no pasto; não realiza rotação de pastagens;
idade. Deve-se levar em conta que a coleta foi realizada em o produtor não realiza quarentena dos animais recém
abril de 2018, no fim do período chuvoso, quando está adquiridos na propriedade.
acontecendo grande translação parasitária, aumentando o CONCLUSÕES
número de reinfecções. As amostras coletadas foram O produtor rural em questão não tem conhecimento sobre
devidamente identificadas de acordo com cada animal e técnicas de manejo sanitário para controle parasitário, por
conservadas em recipiente térmico com gelo. Realizou-se o isso, principalmente os animais jovens se encontram com
exame de OPG segundo o método de flutuação. O exame infecção parasitária.
foi feito da seguinte maneira: pesou-se 1g de fezes que BIBLIOGRAFIAS
foram diluídas em 15ml de solução Sheather; a mistura foi 1.FREI, Fernando; JUNCANSEN, Camila; RIBEIRO-PAES,
coada e transferida para a câmara de Macmaster onde ficou João Tadeu. Levantamento epidemiológico das parasitoses
em repouso aproximadamente dois minutos, e depois intestinais: viés analítico decorrente do tratamento
analisada no microscópio ótico. profilático. Cadernos de Saúde Pública, p. 2919-2925,
RESULTADOS E DISCUSSÕES 2008.2.
Os animais da propriedade são da raça Girolando e são 2.Lessa, Cláudia Soares Santos, et al. "Comparação entre
criados em sistema semi-intensivo. O produtor trata os diferentes técnicas coprológicas e larvacultura para o
animais com concentrado durante a ordenha das vacas diagnóstico das helmintoses gastrointestinais de
e depois estas são soltas nos piquetes juntamente com bovinos." Revista Brasileira de Ciência Veterinária 6.2
os equinos e asininos da propriedade. Os bezerros são (2015).
soltos no bezerreiro localizado abaixo do curral. Antes 3- HECK, Ivan et al. Efeito do clima sobre a infecção
mesmo de ser realizado o exame nas fezes dos animais, parasitária em bezerros e presença de larvas em manejo
foi observado que estes já apresentavam sinais clínicos rotativo de pasto em Santa Maria, RS, Brasil. Ciência Rural,
de infecção parasitaria, tais como: pelos arrepiados, v. 35, n. 6, 2005.
diarreia e ascite. 4- ZANDONÁ, Marília Remuzzi et al. Comparação entre
No OPG feito nas fezes dos bovinos, foram encontrados duas técnicas de centrífugo-flutuação utilizadas na
ovos de estrongilídeos, em 83,3% das amostras, quando recuperação de estruturas parasitárias do solo. Salão de
examinadas pelo método de flutuação. Observou-se que Iniciação Científica (14.: 2002: Porto Alegre). Livro de
resumos. Porto Alegre: UFRGS, 2002., 2002.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
OFTALMOPATIAS ASSOCIADAS À LEISHMANIOSE CANINA
Maria Luiza Tanos dos Santos1*, Caroline Lopes Gomes de Oliveira¹, Karoline Oliveira Sampaio¹, Maria Clara Madureira de Lima Prado¹,
Fernando A. Bretas Viana², Prhiscylla Sadanã Pires³
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor Aposentado da Escola de Veterinária – UFMG – Belo Horizonte – MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO leishmaniose irá depender principalmente da medicação


A Leishmaniose visceral canina (LVC) é uma importante sistêmica para tratar a doença, recentemente autorizado no
zoonose que acomete humanos, canídeos e alguns animais país.
silvestres¹, causada por um protozoário do gênero
Leishmania² e transmitida principalmente por um grupo Figura 1: Blefarite em cão soropositivo para Leishmaniose
específico de vetores flebotomíneos³. Apresenta distribuição
mundial sendo considerada endêmica no Brasil e o cão é o
principal reservatório doméstico³.
As manifestações oculares e perioculares, embora ocorram
concomitantemente com outros sinais sistêmicos, podem
constituir a primeira alteração aparente da Leishmaniose
Visceral Canina¹.
O objetivo deste trabalho é relatar dois casos de
oftalmopatia em cães infectados por Leishmania.

RELATO DE CASO E DISCUSSÂO


Dois cães, representados em caso 1 e caso 2, com sete e Fonte: Arquivo pessoal, cedido por Fernando Bretas
oito anos de idade respectivamente, passaram por
atendimento oftalmológico na Clínica Veterinária MedVet Figura 2: Uveíte e glaucoma em cão soropositivo para
localizada no município de Belo Horizonte-MG. No caso 1 os Leishmaniose
sinais oculares observados foram pálpebras escoriadas,
hipotricóticas, incluindo sinais sistêmicos de linfoadenopatia
generalizada com histórico de lacrimejamento crônico e
prurido ocular há cerca de um ano. No caso 2 o animal
possuía histórico de cegueira há uma semana e atrofia de
retina, sendo observado sinais oculares de blefarospasmos,
fotofobia, olhos moderadamente buftálmicos com flare, olho
direito com pupila irregular e pressão intraocular
21OD/24OE mmHg.
Á partir dos sinais oculares obteve-se diagnóstico de
blefarite (Figura 1) no caso 1, suspeitando ser de origem
parasitária. O caso 2 foi diagnosticado com uveíte e
glaucoma (Figura 2), de acordo com os sinais obtidos na
avaliação oftálmica. Ambos apresentando prognóstico Fonte: Arquivo pessoal, cedido por Fernando Bretas.
reservado, suspeitando-se de leishmaniose canina.
Com o intuito de confirmar a suspeita clínica, realizou CONCLUSÕES
exames complementares de sorologia para leishmaniose, As lesões oculares identificadas nos cães desse trabalho em
denominados ‗‘reação de imunofluorescência indireta‘‘ (RIFI) blefarite, uveíte e glaucoma foram consideradas
em diluição total, em ambos os cães. Os resultados foram características do quadro de leishmaniose canina.
positivos, sendo as amostras reagentes para leishmaniose
nos dois animais. BIBLIOGRAFIAS
Corroborando com as manifestações oftálmicas do presente 1. FULGÊNCIO, Gustavo de Oliveira. PREVALÊNCIA DE
trabalho, estudos realizados por Fulgêncio (2006) a partir de OFTALMOPATIAS EM CÃES NATURALMENTE INFECTADOS COM
Leishmania chagasi NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE – ESTUDO
casos de oftalmopatias diagnosticadas em 13 cães CLÍNICO E HISTOPATOLÓGICO. 2006. 48 p. Dissertação (Mestrado
soropositivos para leishmaniose em Belo Horizonte-MG, cujo em Medicina Veterinária)- Escola de Veterinária - UFMG, Escola de
motivo da consulta foi alteração ocular, as lesões oftálmicas Veterinária - UFMG, Belo Horizonte, 2006. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br>. Acesso em: 25 out. 2018.
incluíram uveíte (23,1%), conjuntivite (23,1%), blefarite 2. SCHIMMING, Bruno Cesar; LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA:
(19,2%), descolamento de retina (15,4%), catarata (7,7%)¹. Revisão de literatura. REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE
A leishmaniose é caracteristicamente associada à formação MEDICINA VETERINÁRIA, Garça/SP, v. X, n. 19, p. 1-17, jul. 2012.
e deposição disseminada de imunocomplexos, a Disponível em: <http://faef.revista.inf.br>. Acesso em: 28 out. 2018.
3. LEISHVET GUIDELINES PRACTICAL MANAGEMENT OF CANINE &
hiperglobulinemia por ativação imune e a formação de FELINE LEISHMANIOSIS. Madrid, Spain: Leishvet, 2018. Disponível
anticorpos antinucleares, sendo sugerido que as em: <http://www.leishvet.org/>. Acesso em: 28 out. 2018.
oftalmopatias induzida pela leshmania podem ter base 4. PEÑA, M. T. Ocular and periocular manifestations of leishmaniasis in
4 dogs: 105 cases (1993-1998). NC 27606. 30 de out. de 2018. American
imunopatogênica . Também há sugestões que a inflamação College Of Veterinary Ophthalmologists, n. 3, p. 35-41.
da córnea e da conjuntiva pode resultar da presença do
parasita, ao invés da resposta imune alterada após a APOIO:
4
infecção .
O tratamento à base de colírios para regressão das lesões
oculares não foi prescrito nesses casos, em razão de que o
tratamento das oftalmopatias em cães soropositivos para
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
PATOGENIA DA TOXEMIA DA PRENHEZ EM PEQUENOS RUMINANTES
Maria Vitória Germano Joaquim1*, Caroline de Oliveira Santos e Nogueira1, Karen Maria de Almeida¹, Cristielle Roberta Braga Viana¹,
Klaus Meine Dias Amador¹, Jacqueline Mohamad Braz de Freitas1, Tíffany Costa Pessoa1, Breno Mourão de Sousa2, Gustavo Henrique
Ferreira Abreu Moreira2, Prhiscylla Sadanã Pires2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

O diagnóstico deve ser dado de acordo com o histórico do


INTRODUÇÃO animal, anamnese realizada com o proprietário e exame
A toxemia da gestação, também conhecida como cetose dos clínico do animal.
ovinos e caprinos, ocorre durante o período de transição das A principal forma de prevenção dessa patologia é um
fêmeas dessas espécies. Apresenta-se como um dos manejo alimentar correto, exames ginecológicos, para a
principais distúrbios metabólicos que afetam estes animais, identificação de animais que apresentam gestação múltipla
desencadeando uma grande perda econômica e na e, assim, poder monitorá-los durante a gestação e,
1
produção . principalmente no terço final, onde ocorre a toxemia da
Para que ocorre esta patologia é necessário um distúrbio prenhez.
bioquímico, que, se apresenta da mesma forma nos casos
de cetose em vacas de produção leiteira e cetose das Figura 1: Distúrbio metabólico desencadeado pelo balanço
novilhas de gado de corte, o que as diferem são o momento energético negativo.
reprodutivo em que ocorrem.
A toxemia da prenhez acomete ovelhas e cabras no terço
final da gestação, diferentemente dos citados acima que
ocorrem no primeiro mês pós-parto e último mês de
gestação, respectivamente.
O presente trabalho tem por objetivo fazer uma revisão
bibliográfica sobre a patogenia da toxemia da prenhez em
pequenos ruminantes.

MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa bibliográfica foi realizada realizado com base em
artigos científicos, publicados em revistas e, em trabalhos
publicados em simpósios. Os critérios para seleção de
bibliografia basearam-se em trabalhos publicados após
2008, usando-se as palavras chaves: toxemia da gestação,
toxemia da prenhez, pequenos ruminantes, cetose.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
A toxemia da prenhez acomete ovelhas e cabras no terço
final da gestação. Essa incidência se torna mais forte FONTE: (MARÇAL, 2011).
quando esses animais apresentam gestação múltipla e
quando ocorre falha no manejo alimentar, além de estresse
do final da gestação. Isso ocorre por que a demanda CONCLUSÕES
energética para crescimento e mantença dos fetos e da O distúrbio metabólico que desencadeia a toxemia da
gestante se tornam maiores, enquanto seu balanço prenhez é de suma importância pois acarreta em diversas
energético negativo apresenta-se mais acentuado devido a perdas econômicas para a produção. Por isso esses animais
maior compressão volumétrica do rúmen por múltiplos devem ser monitorados e receber manejo correto para evitar
filhotes. esse a ocorrência da doença e até mesmo diagnósticá-la o
Esse balanço energético negativo desencadeia o distúrbio mais precocemente possível.
metabólico que ocorre no desenvolvimento dessa patologia
que se apresenta muito semelhante ao de cetose em vacas BIBLIOGRAFIAS
leiteiras e novilhas de corte. 1. CATTANI, Márcia Helena Saldan. TRANSTORNOS
Esse balanço energético negativo desencadeia uma METABOLICOS DOS ANIMAIS DOMESTICOS: TOXEMIA DA GESTAÇÃO
EM OVELHAS E CABRAS. In: Programa de pós-graduação em ciências
mobilização de gorduras, que por sua vez irá desencadear, veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008, Rio grande
por meio de metabolização hepática, corpos cetônicos, do Sul. Disponível
esses, quando acumulam-se na corrente sanguínea inibem em:<https://www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/toxemia_gesta_ao.pdf>.
2. QUEIROZ, Hugo Estefanie. TOXEMIA DA PRENHES. In: Trabalho
mais ainda o consumo, gerando um ciclo vicioso em que de Monográfia em Medicina Veterinária da Universidade Federal de Campina
cada vez mais ocorre mobilização de gorduras por causa o Grande, 2010, Paraíba. Disponível
consumo de matéria seca ineficiente, ocasionando um em:<http://www.cstr.ufcg.edu.br/grad_med_vet/mono2010_2/mono_hugo.pdf.
balanço energético negativo (Figura 1).
APOIO: GEPBOV
Os animais apresentam como sinais clínicos depressão,
posição de decúbito, com tremores musculares, bruxismo e
incoordenação e aborto.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
PERITONITE INFECCIOSA FELINA (PIF) – REVISÃO DE LITERATURA
Núbia Isabela Barbosa1*, Luisa Andrade Azevedo¹, Vinicius Santos Moura¹, Caroline Lopes Gomes de Oliveira¹, Micaella Simão Mendes¹,
Mariana Azevedo Silva¹, Ana Luíza Chalub Teixeira¹, Natália Félix Rezende¹, Fernanda Orneles Gandra¹, Bruno Divino Rocha²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO permitindo que ele seja fagocitado por macrófagos, isso é


A Peritonite Infecciosa Felina (PIF) é uma doença um evento considerado chave na patogênese da PIF.
infectocontagiosa, sistêmica e progressivamente fatal que Os gatos com PIF apresentam coloração amarelada nas
acomete não somente os gatos domésticos (Felis catis) efusões, soro e urina devido a micro hemorragias e danos
como também outros felinos. A PIF é causada por uma eritrocitários resultantes de vasculite e ativação de fatores
mutação in vitro do vírus Corona vírus Entérico Felino de coagulação. Podem apresentar macroscopicamente
(CVEF) amplamente disseminado e levemente patogênico. ¹ perda de peso, icterícia, distenção abdominal por acúmulo
Os Coronavírus são partículas pleomórficas, envelopadas, de exsudato viscoso e espesso, vasculite difusa, dispinéia,
do tipo RNA. A alta prevalência se dá em gatos jovens (três sons cardíacos e pulmonares abafados, uveíte, coriorretinite,
meses a três anos de idade) e na maioria dos casos em convulsões, paresia de membros pélvicos. As lesões
ambientes com muitos gatos. O vírus da PIF se replica microscópicas são lesões granulomatosas e
inicialmente em células do trato respiratório superior e da piogranulomatosas em qualquer tecido afetado, alterações
orofaringe, é fagocitado por macrófagos e transportado nos hematológicas como anemia normocítica e normocrômica
monócitos levando a infecção sistêmica. A PIF se leve ou moderada, leucocitose neutrofílica, linfopenia
caracteriza por sua forma efusiva e não efusiva. A forma absoluta e hiperproteinemia. Em alguns gatos pode ocorrer
efusiva da doença é uma vasculite causada por coagulação intravascular disseminada (CID), que resulta em
imunocomplexos, que se desenvolve em gatos com baixa trombocitopenia. As lesões começam ao redor das veias. O
resposta imune mediada por células e caracterizada pela diagnóstico baseia-se nos sinais clínicos, histórico, resultado
perda de fluido rico em proteínas para o espaço pleural, clínico-patológico, sorologia, histopatologia do fígado em PIF
cavidade abdominal, espaço pericárdico e espaço úmida ou em outros órgãos no caso de PIF seca, e
subescapular renal. A forma não efusiva da PIF ocorre em imunohistoquímica antes e pós mortem, sendo este último
gatos com imunidade celular parcial, os quais desenvolvem 100% eficaz no diagnóstico. O tratamento é sintomático e
lesão piogranulomatosa em diversos tecidos, baseia-se no uso de corticosteroides ou ciclofosfamida com
particularmente nos olhos, cérebro, rins, omento e fígado. antibióticos e remoção do fluido abdominal da PIF úmida
Alguns gatos apresentam manifestações das duas formas que pode proporcionar alívio temporário para o paciente².
de PIF². Este trabalho tem como objetivo abordar sobre a CONCLUSÕES
forma de infecção e as manifestações da Peritonite A PIF é juma doença infectocontagiosa causada por
Infecciosa Felina. mutação do Coronavírus Entérico Felino, e a principal porta
de entrada do vírus é oral. Acomete gatos em geral,
MATERIAIS E MÉTODOS principalmente os que vivem em gatis e pode se manifestar
em sua forma efusiva e não efusiva. A única forma de
O presente trabalho é uma revisão de literatura, baseada
conseguir diagnóstico definitivo é através da histopatologia
nos artigos científicos publicados entre os anos de 2008 e
de tecidos coletados em necropsia ou biópsia.
2018, levantados em periódicos das bases de dados Scielo
Animais com sinais generalizados e típicos morrem quase
e Portal Capes, nos idiomas português e inglês sobre
invariavelmente.
peritonite infecciosa felina. Os seguintes descritores foram
aplicados em: peritonite infecciosa felina, diagnósticos para
BIBLIOGRAFIAS
peritonite infecciosa felina e tratamento para peritonite 1. PEDERSEN, N.C., ALLEN, C. E. & LYONS, L. A. Pathogenesis of feline
infecciosa felina. Dispondo assim de forma prática e enteric coronavirus infection. Journal of Feline Medicine and Surgery, 10(6),
conceitual as características do agente etiológico causador 529–541, 2008.
da leishmaniose visceral canina, assim como sua prevenção 2. PEREIRA, R; SECCHI, L.L; KRAUSPENHAR, C. Peritonite infecciosa felina.
Disponível em <
e tratamento. http://www.unicruz.edu.br/seminario/artigos/saude/PERITONITE%20INFECCI
OSA% 20FELINA.pdf> Acesso: 11 de outubro de 2018.
REVISÃO DE LITERATURA 3. BARROS, A.R.T. Peritonite Infecciosa Felina: Estudo Retrospectivo De 20
Casos Clínicos. Dissertação (Mestrado) Universidade Lusófona de
A capacidade do vírus da PIF em infectar macrófagos é um Humanidades e Tecnologias. Lisboa, 2014.
fator de virulência essencial. O CVEF não mutado replica-se 4. Euroepan Advisory Board on Cats Deseases ABCD. Disponível em
nos enterócitos, causando infecção assintomática ou :http://www.abcdcatsvets.org/feline-infectious-peritonitis/. Acesso em: 08 de
Novembro de 2018.
diarreia. O vírus mutado replica-se no macrófago levando a
PIF. A mutação do CVEF altera estruturas da superfície do
vírus
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
PIOTÓRAX EM FELINOS
Micaella Simão Mendes1, Deborah Amaral², Bruno Divino Rocha ².
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil

INTRODUÇÃO parede, permitindo múltiplas drenagens. (BARAL, 2012;


O piotórax é o acúmulo de exsudato séptico dentro da cavidade NORSWORTHY, 2009).
pleural. Essa afecção se desenvolve num intervalo de tempo de
uma semana a um mês (H.JUSTEN, 2003). A infecção pode ter Figura 1 - Imagem de achados radiográficos de um
origem em diversas causas, como por exemplo, aspiração da felino com efusão pleural do tipo Piotórax.
microbiota orofaringiana, onde as bactérias se instalam na cavidade
torácica iniciando a colonização do trato respiratório, inoculação de
bactérias diretamente por ferimentos penetrantes como mordedura,
passagem de corpos estranhos que causem ferimentos no esôfago
ou disseminação de outras lesões por via hematógena. Em alguns
pacientes esta fonte de infecção não é determinada (AUGUST,
2011).
A incidência de piotórax é maior em gatos adultos jovens em média
de quatro a cinco anos e não há predisposição referente a raça ou
sexo.
O gato apresenta uma grande capacidade de reserva respiratória e
uma habilidade em lidar com a doença, limitando a sua própria
atividade física, compensando desta forma a presença da efusão
pleural. Num estágio mais avançado da enfermidade, os
proprietários relatam como queixas principais os episódios de
depressão, anorexia, perda de peso progressiva, intolerância ao
exercício e dificuldade respiratória (H.JUSTEN, 2003).
Os achados hematológicos são típicos de um paciente portador de
um processo inflamatório séptico. O diagnóstico definitivo de
piotórax é confirmado através da análise do fluido pleural, obtido
pela toracocentese

MATERIAIS Figura 1. Nos achados radiográficos em projeções laterolateral


Para revisão de literatura foram utilizados livros específicos de direita e ventrodorsal com foco na avaliação do tórax, não foi
felinos e artigo científico sobre a temática acessados nas bases de visualizada a silhueta cardíaca devido ao aumento da radiopacidade
dados do Google Acadêmico, publicado em 2017. Artigo nacional de intratorácica. A traqueia apresentava desvio dorsal em segmento
conclusão de curso disponível online em texto completo. Os torácico e aumento cardíaco. Os lobos pulmonares apresentavam
seguintes descritores foram aplicados piotórax, efusões pleurais, aspecto de folha e fissuras interlobares visualizadas, indicando
efusões em felinos. sinais radiográficos compatíveis com efusão pleural bilateral.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
CONCLUSÕES
Em qualquer tipo de efusão pleural, os achados em exames devem
O fluido pleural séptico apresenta uma coloração amarelada, ser acompanhados da avaliação física durante todo o tempo, para
variando as vezes de marrom a róseo, com aspecto floculento e que o tratamento seja feito de acordo com a real necessidade de
opaco. Possui odor fétido, quase sempre associado a colonização cada paciente, podendo variar de um para outro. As vezes o
por bactérias anaeróbicas. O odor é devido aos ácidos graxos de tratamento só com o antibiótico e sem a colocação do dreno pode
cadeia curta, as aminas voláteis e aos ácidos orgânicos resultantes mostrar que embora adotada em uma minoria de casos é capaz de
do metabolismo bacteriano. O elevado conteúdo proteico (>3,0 g/dL) obter resultados satisfatórios e duradouros.
e da gravidade especifica (>1.018) são consistentes com os
processos exsudativos (H.JUSTEN, 2003). Os exsudatos sépticos
de processos inflamatórios agudos contêm, na sua maioria, BIBLIOGRAFIAS
neutrófilos e poucos macrófagos e linfócitos. Nos casos crônicos 1. E. LITTLE, Susan.Medicina Interna de Felinos. 7ª edição. Rio
de Janeiro: Elsevier Editora Ltda Conhecimento sem
ocorre aumento de número das células mononucleares e
fronteiras, 2017.
mesoteliais e observam-se neutrófilos degenerados 2. SOUZA, Heloisa Justen M, de. Coletâneas em medicina e
(H.JUSTEN,2003) cirurgia felina- Rio de Janeiro: L.F.Livros de Veterinária,
Nos casos de piotórax, a antibioticoterapia sistêmica como 2003.
tratamento único é quase sempre ineficaz. A terapia com 3. NORSWORTHY, G. D. Quilotórax. In O Paciente Felino. Ed.
antibióticos necessita ser associada a drenagem agressiva do 1 Roca 2009
material purulento para resolução da afecção, como no tratamento 4. BARAL R. M. Cavidade Torácica – in LITTLE S. E. O Gato. 1
edição. Rio de Janeiro. Roca. 2012. Seção 4. Medicina
dos abscessos, evitando-se intoxicação séptica que é frequente nos
Interna de Felinos
felinos com piotórax (H.JUSTEN, 2003). 5. AUGUST, J. R. Medicina Interna de Felinos. Ed. 6, Rio de
É indicada a colocação de um tudo de toracostomia, em ambos os Janeiro, Elsevier, 2011.
lados do tórax, que permanecerá de 5 a 6 dias fixado junto à sua
APOIO: Due Diagnóstico por Imagem.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
PLASTINOSOMOSE EM FELINOS
Lorena Gabriela dos Santos Alves1*, Amanda Cristina do Amaral¹, Michelle Aguiar de Lima¹, Bruno Divino Rocha²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UNIBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte /MG – Brasil
Autor para correspondência – Lorena Gabriela dos Santos Alves
lorena.g.alvest@outlook.com

INTRODUÇÃO vesícula biliar e ducto biliar destes vertebrados. O ciclo se


A platinosomose é uma parasitose de felinos domésticos ou completa quando o felino se alimenta da lagartixa infectada,
silvestres, causada pelo trematódeo Platynosomum recebendo as metacercárias que migram através da papila
fastosum – sin P. concinnum, um parasita hepático que se duodenal para o ducto biliar comum, atingindo o sistema
instala nos ductos biliares, vesícula biliar e mais raramente biliar. As metacercárias alcançam a maturidade e
no intestino delgado dos felinos. A doença apresenta transformam-se em adultos em quatro ou cinco semanas,
distribuição mundial, sendo encontrada em áreas de clima tornando o ciclo completo².
tropical ou subtropical¹. Os trematódeos acarretam lesões nos animais, levando a
necrose hepática devido a migração larvar e obstrução biliar
Existem diversas espécies que parasitam os felinos, dentre
através das formas adultas presentes nos ductos biliares. A
elas, Platynosomum fastosum, Platynosomum illiciens e
presença do parasita no trato biliar pode favorecer
Platynosomum concinnum. Porém, todas essas espécies
contaminação bacteriana secundária, contribuindo para o
podem ser consideradas sinônimos¹.
desenvolvimento de colangite e abscessos hepáticos,
De acordo com o grau de parasitismo, os parasitas podem
obstruir o fluxo biliar, seja mecanicamente ou pelo processo aumentando o risco de colangiocarcinoma. A icterícia é
inflamatório gerado pelo parasitismo na parede do ducto marcante em animais com obstrução biliar, em casos de
biliar. Os animais podem ser assintomáticos, porém em obstrução total do ducto extrahepático, podem ser
infecções mais graves os felinos apresentam inapetência, observadas fezes acólicas¹.
letargia, anorexia, emagrecimento, vômitos, diarréia,
anemia, hepatomegalia, ascite e icterícia². O presente O diagnóstico da enfermidade é baseado no histórico,
trabalho tem como objetivo abordar de forma objetiva como manifestações clínicas e exames complementares. Após
o parasita age no organismo dos felinos, sua morfologia, três semanas de infecção há presença de eosinofilia,
ciclo evolutivo, a patogenia causada no hospedeiro e seu aumento da atividade sérica da alanina aminotransferase
tratamento. (ALT) e da fosfatase alcalina (FA) e aumento da bilirrubina
sérica. O diagnóstico definitivo é realizado pelo exame de
MATERIAIS E MÉTODOS fezes onde detectamos os ovos operculados¹. Para o
O presente trabalho é uma revisão de literatura, baseada tratamento da afecção é recomendado o uso do anti –
nos artigos científicos publicados entre os anos de 2008 e helmíntico Praziquantel, o qual exerce efeito sobre o
2018, levantados em periódicos das bases de dados Scielo potencial de membrana das células musculares do
e Portal Capes, nos idiomas português e inglês sobre trematódeo, promovendo entrada dos íons de cálcio na
platinosomose felina. Os seguintes descritores foram célula, resultando na vacuolização e desintegração do
aplicados em: platinosomose felina, doenças parasitárias tegumento do helminto, como também um suporte
felinas, diagnósticos para platinosomose e incidência de nutricional para esse animal. A terapêutica antimicrobiana
platinosomose felina. Dispondo assim de forma prática e pode ser necessária, pois as infecções ascendentes
conceitual as características do agente etiológico causador provenientes do duodeno são comuns. Em animais com
da platinosomose, assim como sua prevenção e tratamento. obstrução do ducto biliar pode ser realizado um
procedimento cirúrgico denominado
RESULTADOS E DISCUSSÃO colecistoduodenostomia, onde a bile é escoada da vesícula
O Platynosomum fastosum, é um parasito de corpo para o trato gastrointestinal. A prevenção principal da
achatado, ovóide, medindo 2,8 a 6,8 mm de comprimento e doença é evitar o contato do gato com lagartixas ou sapos e
0,86 a 2,6 mm de largura. Os ovos são marrons, de casca realizar regularmente a vermifugação³.
espessa, operculados e simétricos, medindo em média 34 a
50 µm por 20 a 35 µm. O ciclo de vida do parasito depende CONCLUSÕES
de três hospedeiros intermediários: caracóis, insetos Conclui-se que a plastinosomose é uma doença de grande
terrestres (besouros ou percevejos) e as lagartixas ou importância, que apresenta distribuição mundial e atinge
sapos. Além destes hospedeiros, alguns pássaros felinos domésticos e silvestres, podendo ou não causar
insetívoros podem estar envolvidos. Os hospedeiros sinais clínicos graves. E apesar de possuir meios de
definitivos são os felinos domésticos e selvagens¹. tratamento eficazes, a melhor forma de se evitar a doença é
O felino infectado defeca no meio ambiente liberando os realizando a prevenção.
ovos do parasita, sob a forma de miracídeo. Estes ovos vão
ser ingeridos pelos primeiros hospedeiros BIBLIOGRAFIAS
intermediários(caracóis). Após 21 dias ocorrerá a 1. PAULA, C.L. Platinosomíase em Felinos Domésticos: Um Diferencial para
Obstrução Biliar.Botucatu,2010.
maturação, gerando o esporocisto. Este, por sua vez, origina 2. FRANCISCA,,N..et al. Platynosomum Factosum, Revista Científica
diversos esporocistos, contendo cercárias, os quais irão Eletrônica de Medicina Veterinária ISSN: 1679-7353.Ano VI – Número 11 –
migrar do caracol para o solo, onde serão ingeridas pelos Editora FAEF, Garça/São Paulo, 2008.
insetos terrestres nos quais ocorre a transformação das 3. MARQUES, S.M.T.; SOLDAN, M.H. Platinosomose: Abordagem na Clínica
Felina. Revista da FZVA., v.18, n. 1, p. 46-67, Uruguaiana 2011.
cercárias para metacercárias. Largatixas ou sapos ingerem
os insetos e as metacercárias permanecem encistadas na
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
PNEUMONIA EM BEZERROS SECUNDÁRIA A DIARREIA E TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA.
Cleber Souza de Oliveira¹*, Larissa Michaella Silva Trad Maia¹, Camila de Carvalho Magalhães¹, Cláudia Geralda Inácia Ribeiro¹, Leandro
Silva de Andrade², Julia Gomes de Carvalho²,
Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH- Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO
A pneumonia é uma das doenças respiratórias que mais mucociliar, podendo levar até mesmo a cílio-estase²
acomete os bovinos, geralmente tem uma maior ocorrência (figura1). Devido a desidratação e consequente acidose
até os dois anos de idade, sendo a maioria dos casos até o metabólica o animal consome os tampões circulantes,
desmame¹. Esse quadro pneumônico, tem alta relação com principalmente bicarbonato (HCO3-) sendo necessário o
outras enfermidades frequentes nos bezerros como as aumento da frequência e da profundidade respiratória na
diarréias e/ou Tristeza parasitária bovina (TPB), devido a tentativa de eliminar ao máximo CO2 do organismo, isso
alterações na fisiologia do animal. Tal fato pode refletir na para tentar restabelecer a homeostase do PH sanguíneo¹. O
vida produtiva dos animais, diminuindo em até 30% sua aumento da frequência e da profundidade respiratória
produção futura². Possui etiologia multifatorial ocorrendo por somada a cílio-estase e ao aumento da densidade do muco
um desequilíbrio na tríade de interação entre os agentes, em favorecem que agentes infecciosos cheguem mais
sua maioria vírus e bactérias, o sistema de defesa do facilmente aos pulmões, favorecendo seu estabelecimento e
hospedeiro e fatores ligados ao ambiente e ao manejo¹. Sob multiplicação resultando assim no aumento da incidência de
condições normais o mecanismo de defesa é acionado na pneumonias secundarias.
tentativa de proteger as vias respiratórias desses animais da
ação deletéria dos patógenos inalados. Entre os Figura 1 – Efeito do pH sobre a atividade enzimática dos
componentes do mecanismo de defesa das vias aéreas cílios traqueais.
podemos destacar a barreira física, caracterizada
principalmente pela filtração aerodinâmica, o aparelho
mucociliar e os reflexos de tosse e espirro; os componentes
secretórios, como o próprio muco e as substâncias solúveis
que carreiam as imunoglobulinas, antioxidantes, peptídeos
catiônicos, lisozimas e peroxidases e também, a defesa
celular caracterizada principalmente pelos macrófagos
alveolares².

MATERIAIS E MÉTODOS
O objetivo desse trabalho é realizar uma revisão de literatura
para um melhor entendimento sobre os mecanismos
patofisiológicos que resultam na ocorrência de pneumonias
secundárias a diarréia e a tristeza parasitaria (TPB) em
Fonte:Filho, 2013
bezerros.
CONCLUSÕES
RESULTADOS E DISCUSSÃO Visto que na grande maioria das vezes a pneumonia em
bezerro é conseqüência da diarréia e da TPB, é
Quando os mecanismos de defesa mucociliar e pulmonar
indispensável o bom manejo sanitário da propriedade, a fim
estão prejudicados, agentes patogênicos podem se
de diminuir a ocorrência dessa enfermidade e
estabelecer no trato respiratório inferior, e iniciar um
consequentemente da mortalidade de bezerros e evitar
processo pneumônico. Além disso as características
perda nas produções futuras. É indispensável à associação
anatômicas do pulmão dos bovinos facilitam a ocorrência
. da antibioticoterapia e anti-inflamatório associados a
das pneumonias
hidratação dos animais acometidos pela pneumonia, visto
Rotineiramente, os quadros de diarréia e de TPB são
que um dos mecanismos de regulação na acidose
seguidos por quadros de pneumonia devido a alterações
metabólica é a eliminação de hidrogênio (H+) pela urina,
ocorridas nas barreiras de proteção das vias aéreas desses
além disso é importante o animal estar hidratado para
animais². Bezerros com menos de 60 dias de vida são mais
receber a antibioticoterapia com maior eficiência e
propensos a apresentarem pneumonia advinda de um
segurança.
quadro de diarréia, e bezerros com mais de 60 dias onde
geralmente estão em fase de desaleitamento e transição
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
para piquetes são mais suscetíveis a apresentarem
pneumonia secundaria a um quadro de TPB³. Tal fato 1. FILHO, Antônio D. F. N. DESEQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE EM BOVINOS:
ocorre, pois tanto a diarréia quanto a TPB levam a aspectos etiológicos, diagnósticos e de tratamento . 2013. 45 p.
Seminário (Doutorado Patologia, Clínica e Cirurgia Animal)- Escola de
desidratação e a acidose metabólica. A acidose metabólica Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás, Goiás, 2013.
ocorre devido à produção intensa de D-lactato pela
2. KIKUGAWA, Manoela Mieko. Tristeza Parasitária Bovina (Babesiose x
fermentação bacteriana, já na TPB ocorre devido a Anaplasmose) . 2009. 41 p. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
diminuição de eritrócitos circulantes resultando em hipóxia (Graduação em Medicina Veterinária)- Faculdades Metropolitanas Unidas,
tecidual e trabalho anaeróbio produzindo assim lactato². A São Paulo, 2009.
diarréia associada a acidose resultam em uma perda da 3. SOARES, Marcelo Cezar. Diarréia e acidose metabólica em bezerros
leiteiros: efeito da composição do concentrado inicial e avaliação e
eficiência de captação de partículas pelo muco associado ao probiótico . 2013. 171 p. Dissertação (Mestre em ciências - ciência animal e
retardo ou inibição do metabolismo das enzimas pastagens)- Escola superior de agricultura "Luiz de Queiroz", Piracicaba,
responsáveis pela movimentação dos cílios do aparelho 2013.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
POLIARTRITE SÉPTICA EM BEZERRO GIR DECORRENTE DE ONFALOFLEBITE
Caroline de Oliveira Santos e Nogueira1*, Rafaela Domênica Galves Antunes1, Luciene Ferreira da Conceição1, Luiz Felipe Justiniano
Gonçalves¹, Alexandre Ferreira Gabriel¹, Vinícius Araújo de Morais1,
Camila Cristina Nepomuceno de Souza1, Carlos Eduardo Ferreira Dayrell1,
Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira2, Leandro Silva de Andrade2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO
Animais que não apresentam uma cura de umbigo
inadequada podem desenvolver infecções umbilicais
(onfalites). Como consequência da má cura de umbigo
podemos observar casos de abscessos hepáticos, infecções
nas articulações (artrite e poliartrite) dos animais, diarreias,
pneumonias, cistites, nefrites, endocardites, encefalites e
2
septicemia, podendo levar a morte do animal .Quando a
articulação é acometida, causando quadros de artrite ou
poliartrite, os animais apresentam principalmente aumento
de volume das regiões acometidas e dificuldade na
1
locomoção com quadros de claudicação .O trabalho tem por
objetivo relatar um caso de onfalofllebite cursando com
poliartrite séptica em um bezerro Gir atendido no Hospital
Veterinário do UNIBH. Figura 2: Articulação necrosada com acúmulo de fibrina. A: Animal
RELATO DE CASO E DISCUSSÃO eutanasiado para necropsia. B: Articulação com presença de fibrina
(FONTE: Arquivo pessoal).
Foi atendido no Hospital Veterinário do UNIBH, no dia
22/09/2018, um bezerro da raça Gir, pesando 47 quilos, com A B
aproximadamente 4 meses de vida. Segundo o proprietário
o animal, recebeu protocolo de cura de umbigo, mais não
citou como havia feito; relatou que a colostragem do animal
foi de forma comum, mamando na mãe sem mensurar
qualidade e nem quantidade de ingestão; e relatou que o
animal apresentou aumento de volume da articulação com
aproximadamente um mês de nascido. A principal queixa
que o proprietário demonstrou foi a de aumento de volume DISCUSSÃO
da articulação Úmero-Rádio-Ulnar do membro torácico A cura do coto umbilical é importante por causar a
esquerdo. desidratação das estruturas (vasos e úraco) impedindo e
Após realizar a anamnese, foi realizado o exame clínico do prevenindo a ascensão de patógenos pelo canal umbilical e
animal, observando dificuldade do animal em manter-se em consequentemente processos inflamatórios e infecciosos .
3
estação; dificuldade em se locomover e o membro afetado As principais alterações decorrentes das infecções
não era apoiado no chão (escore de claudicação 5), magro umbilicais sãos as artrites e abscessos hepáticos, quais
(Escore de condição corporal ECC 2), infestação de podem vir a prejudicar o crescimento e desenvolvimento do
carrapato, escaras de decúbito em diversos locais, com bezerro, o que se torna inviável para produção
1,2,3
. Os
comportamento apático. Além desses achados o animal microrganimos que cursam com a poliatrites, têm como sua
tinha catarata congênita; áreas com foco de surdes e principal porta de entrada pela corrente sanguínea do coto
crepitação no pulmão (pneumonia); tempo de preenchimento umbilical, casos de falha na cura de umbigo quanto na
capilar (TPC=2); frequência cardíaca (105 batimentos por higiene do ambiente em que o animal permanece ou
minutos), frequência respiratória (32Resp/min) com padrão nasceu, além de deficiência da imunidade passiva (falhas na
de respiração abdominal; 5 movimentos ruminais/ 5 minutos; colostragem) são causas para que ocorra essa infecção .
1,2
temperatura de 39,4°C; linfonodo pré-escapular esquerdo A cura de umbigo em animais neonatos é um dos grandes
reativo, demais linfonodos não apresentavam alteração; desafios da produção. Quando a desinfecção e feita de
animal não apresentava apetite; fezes escuras; urina normal; maneira correta o animal pode apresentar melhor
turgor cutâneo de 2 segundos; dor a palpação da articulação desempenho, saúde e contribuir com a diminuição da
Úmero-Rádio-Ulnar esquerda, que se apresentava bastante mortalidade em bezerros além de ser uma excelente forma
edemaciado com fístula excretando material purulento de profilaxia à onfaloflebite e as demais doenças infecciosas
(Figura 1) e aumento da temperatura local. que advêm de sua decorrência .
1,3
Com base no histórico e associação do exame clínico do CONCLUSÕES
animal, pôde-se chegar ao diagnóstico de poliartrite séptica.
Pôde-se perceber a importância da cura de umbigo na
Doença que dificilmente o animal apresenta um quadro
criação de bezerros; que se apresenta como uma excelente
clínico favorável, sendo assim a tomada de decisão foi
forma de profilaxia para onfaloflebite e as demais doenças
eutanásia e necropsia; que possibilitou observar
infecciosas que advém de sua decorrência.
diagnósticos macroscópicos do acometimento de todas as
BIBLIOGRAFIAS
articulações, com deposito de fibrina (Figura 2). 1. GORINO, Ana Claudia. CUIDADOS ESSENCIAIS AO BEZERRO NEONATO
NAS PRIMEIRAS 24 HORAS DE VIDA. Botucatu, 2011. 24p.
Figura 1: Membro torácico esquerdo, apresentando-se bastante 2. OLIVEIRA, Márcia Cristina de Sena.CUIDADOS COM BEZERROS RECÉM-
edemaciado com fistula excretando material purulento (FONTE: NASCIDOS EM REBANHOS LEITEIROS. Pesquisadores da EMBRAPA Pecuária
Arquivo Pessoal). Sudeste, São Carlos, SP. 2012.
3. ROCHA, Andressa Amorim; OLIVEIRA, Beatriz Silva;MOREIRA, Roberta
Tavares. CURA DE UMBIGO EM BEZERROS: INFLUÊNCIA DO TEMPO DE CURA
SOBRE A CICATRIZAÇÃO E OCORRÊNCIA DE ONFALOPATIAS. Disponível em:
<www.convibra.org>. Acesso em: 10/2018.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
PREVALÊNCIA DE LEISHMANIOSE CANINA EM MINAS GERIAS
Karen Stephanie Sebe Albergaria1, Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil Karensebe4@gmail.com
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO de cães positiva negativa


A leishmaniose é uma zoonose de caráter sistêmico e
muitas vezes fatal ao homem quando não tratada. Tendo
como agente o protozoário Leishmania sp., transmissível em Belo Horizonte 2069 98 1971
grande escala através do vetor Lutzomyia longipalpis, Juatuba 957 102 855
popularmente conhecido como mosquito palha, e em Montes Claros 4795 236 4559
pequenas proporções por transfusões de sangue e de forma Sabará 631 20 611
congênita (Lane, 2016). Viçosa 885 88 797
Antes considerada uma doença rural a leishmaniose Fonte: Própria
atualmente se destaca em centros urbanos tendo cães como
reservatório natural nas cidades e raposas e marsupiais em Em análise dos estudos observados os cães foram
áreas silvestres (Lane, 2016). Entretanto, existem estudos submetidos a testes de detecção de leishmaniose por RIFI
que reconhecem a urbanização dos vetores silvestres em (Imunofluorescência indireta) e ELISA (Enzyme Linked
adaptação para áreas urbanas (Barata et al. 2005). ImmunonoSorbent Assay), entretanto existe a possibilidade
A prevalência de uma doença demonstra o número total de de reações cruzadas no diagnóstico baseado nestes testes.
casos em uma determinada população em um período de A presente revisão totalizou em 9337 animais nas cinco
tempo. Não expressa de risco de contração da doença ou cidades estudadas, estes com o total de 544 cães
seu poder de letalidade. A prevalência pode aumentar com o soropositivos e 8793 animais soronegativos para leshimania
aumento da incidência, pela migração de grupos ou por sp., concluindo uma prevalência de 5,8%.
tratamentos que prolonguem a vida do cão sem curar (Reis, A taxa expressa uma representação para o estado de Minas
2002). Gerais, entretanto sem grande relevância estatística, uma
Minas Gerais é um estado localizado na região sudeste do vez que, o estado possui mais de 800 municípios. Ainda
Brasil, é subdividido em 853 municípios, com Belo Horizonte existe o desfalque de pesquisas em pequenas cidades do
como capital. De clima tropical, frio e úmido ao sul do estado estado, para assim possuir uma taxa de positiva relevância.
e semiárido em sua porção norte (IBGE, 2013).
O objetivo deste trabalho é realizar um estudo descritivo CONCLUSÕES
sobre a prevalência de leishmaniose canina no estado de É possível reconhecer uma necessidade de demanda de
Minas Gerais e contribuir com informações relacionadas a pesquisas da doença em pequenos municípios do estado, a
epidemiologia da doença no estado. taxa encontrada é relativamente baixa, uma vez que, foram
analisadas cidades de média a grande população, onde o
MATERIAIS E MÉTODOS controle de animais soropositivos pode estar sendo
implementado.
Foram feitas revisões de literatura através de artigos e teses
onde foi coletado dados de análises de cinco cidades do BIBLIOGRAFIAS
estado de Minas Gerias, sendo estas Viçosa, Belo 1. REIS, Edna Afonso; REIS, Ilka Afonso. Análise Descritiva de
Horizonte, Montes Claros, Juatuba e Sabará. Dados. Síntese numérica Estatística, 2002.
2. LANE, Viviane Fragoso de Moura. Análise epidemiológica da
REVISÃO DE LITERATURA Leishmaniose visceral humana no Brasil: contribuição as políticas de controle.
3. BARATA, Ricardo Andrade et al. Aspectos da ecologia e do
A leishmaniose canina se torna uma doença de grande comportamento de flebotomíneos em área endêmica de leishmaniose
importância à saúde pública, uma vez que, a falta de visceral, Minas Gerais. 2005.
controle de seu vetor ou reservatório coloca grande parte da 4. DEMOGRÁFICO, IBGE Censo. Disponível em: http://www. ibge.
gov. br. Acesso em, 2018.
população humana em risco. 5. NUNES MENEZES BORGES, Luiz Felipe et al. Prevalência e
Os estudos selecionados para compor esta revisão distribuição espacial da leishmaniose visceral em cães do município de
buscaram compreender através de testes e análises Juatuba, Minas Gerais, Brasil. Ciência Rural, v. 44, n. 2, 2014.
6. PASSOS, Valéria Maria Azeredo et al. Inquérito canino em foco
epidemiológicas a prevalência da leishmaniose visceral ou recente de leishmaniose tegumentar no município de Sabará, região
tegumentar em uma devida cidade ou em divisões de bairros metropolitana de Belo Horizonte. Revista da Sociedade Brasileira de
que a compunham. Medicina Tropical, v. 29, n. 4, p. 323-329, 1996.
7. MONTEIRO, Érika Michalsky et al. Leishmaniose visceral: estudo
de flebotomíneos e infecção canina em Montes Claros, Minas Gerais. 2005.
Tabela 1: Análise de dados de quantidade de amostras de 8. ALVES, W. A. Estudo epidemiológico da leishmaniose tegumentar
animais coletadas e relação com sorologia positiva para na área urbana do município de Viçosa: prevalência canina y descrição dos
leishmaniose nos municípios do estado de Minas Gerais. casos humanos. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, p. 131, 2001.
9. CASTRO, M. C. P. S. Urbanização da Leishmaniose Visceral em
Belo Horizonte. Arq Bras Méd Vet Zootec [Internet], v. 53, n. 1, 2001.

Município Amostra Sorologia Sorologia


II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
PRINCIPAIS CUIDADOS COM BEZERROS NAS PRIMEIRAS 24 HORAS DE VIDA
Caroline de Oliveira Santos e Nogueira1*, Luiz Felipe Justiniano Gonçalves1, Luciene Ferreira da Conceição¹, Nathalia Stefanie Leite de
Morais¹, Alexandre Ferreira Gabriel¹, Rafaela Domênica Galves Antunes1, Vinícius Araújo de Morais1, Breno Mourão de Sousa2, Gustavo
Henrique Ferreira Abreu Moreira2, Prhiscylla Sadanã Pires2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO A manutenção de ambientes secos, bem ventilados e com


O sucesso na criação de bezerros está diretamente limpezas diárias é essencial para minimizar a ocorrência de
relacionado as menores taxas de morbidades e enfermidades infecciosas. Também se faz necessário
mortalidades. Neonatos necessitam de maiores cuidados e proteger estes animais contra estresses térmicos, por
2
proteção, devido a sua alta susceptibilidade às infecções . proporcionar redução das afecções do sistema
2
O objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão respiratórios .
bibliográfica sobre os principais manejos profiláticos para A cura do umbigo de forma correta é extremamente
mitigação das taxas relacionadas a morbidade e mortalidade importante, principalmente para evitar o risco de infecções
de infecção neonatais em bezerros. via cordão umbilical. Para a antissepsia do umbigo
MATERIAIS E MÉTODOS recomenda-se a tintura de iodo na concentração de 8 a
A pesquisa bibliográfica foi realizada no site Embrapa e por 10%, submergindo a parte externa do cordão umbilical em
meio de buscas de artigos nas bases eletrônicas da Scielo e média por 30 segundos, três vezes ao dia, durante três dias
1,3
Google Acadêmico. Os critérios para seleção de bibliografia (Figura 1) . As principais alterações adivindas das
basearam-se em trabalhos publicados entre 2010 e 2018, infecções umbilicais são as artrites e abscessos hepáticos,
usando-se as palavras chaves: Neonatos, Profilaxia, quais podem vim a prejudicar o crescimento e
Manejo, Bezerro. desenvolvimento do bezerro, o que se torna inviável para
1,2,3
REVISÃO DE LITERATURA produção .
Os bezerros exigem boas práticas de manejo na sua Outro fator importante é a colostragem, pois a placenta
criação, principalmente do nascimento ao desmame. epiteliocorial impede que os bovinos adquiram anticorpos
durante a vida intrauterina. Assim, a transferência dos
Aproximadamente 75% das perdas de bezerros, até um ano 1
anticorpos maternais acontece somente pelo colostro . A
de idade, ocorrem durante o período neonatal, primeiro ou
segundo dia de vida. Essa faixa etária concentra mais da colostragem dever ser feita preferencialmente nas primeiras
metade das mortes dos bezerros. A taxa de mortalidade, até seis horas de vida do bezerro (Gráfico 1), com o
fornecimento de três a quatro litros de colostro com 50 a 140
seis meses de vida, também é um importante parâmetro de
2 mg de Ig/mL, que pode ser avaliado pelo colostrômetro ou
avaliação da sanidade do rebanho da propriedade . Os
natimortos geralmente são oriundos de acidentes ocorridos pelo refratrômetro. O fornecimento precoce evita que o
1
durante o parto . O manejo adequado dos bezerros nas animal absorva quantidades insuficientes de
imunoglobulinas, causando falhas na transferência de
primeiras 24 horas de vida pode reduzir significativamente a 1,3
imunidade passiva (Gráfico 1) .
ocorrência de doenças e a mortalidade, além de assegurar o
1 Gráfico 1: Eficiência da absorção de imunoglobulinas via
máximo desenvolvimento dos animais no período neonatal .
Após os partos os neonatos devem ser limpos, secos e colostro. Fonte: SOUSA, 2018.
terem secreções nasais e orais removidas. A limpeza e
aquecimento do bezerro, quando não realizados pela vaca,
1,3
devem ser feitos pelo veterinário ou tratador (Figura 1) .
O primeiro dia do bezerro é o período mais crítico de sua
vida, necessitando de cuidados relacionados à higiene e
sanidade no local do nascimento, à realização da
3
colostragem e à cura de umbigo .
Figura 1: Manejos de cuidados com bezerros neonatos. A cura de umbigo e a colostragem em animais neonatos é
Fonte: Adaptação (arquivo pessoal). um dos grandes desafios da produção. Quando a
desinfecção do coto umbilical e a colostragem são feitas de
maneira correta o animal pode apresentar melhor
desempenho, saúde e contribui com a diminuição da
1,3
mortalidade em bezerros .
CONCLUSÕES
As primeiras 24 horas de vida dos bezerros são críticas, por
se apresentar altamente susceptíveis as infecções, fase esta
que necessita de manejos de cura de umbigo e colostragem
eficaz, que promovem a redução nas taxas de mortalidade.
Proporcionando diminuição das perdas econômicas para o
proprietário dentro do sistema de cria de bezerros.
BIBLIOGRAFIAS
1. GORINO, Ana Claudia. CUIDADOS ESSENCIAIS AO BEZERRO
NEONATO NAS PRIMEIRAS 24 HORAS DE VIDA. Botucatu, 2011. 24p.
2. OLIVEIRA, Márcia Cristina de Sena. CUIDADOS COM BEZERROS
RECÉM-NASCIDOS EM REBANHOS LEITEIROS. Pesquisadores da
EMBRAPA Pecuária Sudeste, São Carlos, SP. 2012.
3. SILVA, Ana Claudete Serra da; SANTO, Carolyne Teixeira do E.; GÓES,
Danielle Cristina Cruz; SILVA, Gabriel Souza Furtado da; REZENDE, Marcus
Luciano G.; VIANA, Rinaldo Batista. CUIDADOS COM BEZERRO
NEONATOS. Universidade Federal Rural da Amazônia, 2014.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
PROTOTIPAGEM DE UM COMEDOURO AUTOMÁTICO SUSTENTÁVEL PARA CÃES
D.N. Silva ¹, D.P.J. Teixeira¹, G.S.F. Oliveira¹, L.M. Cangussu¹, L.O.B. Fernandes¹,
M.R. Neri¹, M.A.B. Silva¹, B.A. Soares²
1
Acadêmico de Medicina Veterinária – UniBH/Campus Buritis
2
Professor Adjunto – Orientador – UniBH/Campus Buritis

INTRODUÇÃO isso pode causar saturação de enzimas digestivas,


A mudança socioeconômica no Brasil tem afetado diminuindo assim a digestibilidade (%CDA) do alimento. ⁵
diretamente a formação de diferentes modelos de família,
onde cães passaram a ocupar um importante papel na vida Figura 1: Foodog – Protótipo do comedouro automático
das pessoas¹. No Brasil, 44,3% dos 65 milhões de domicílios e sustentável
possuem pelo menos um cachorro conforme cita o IBGE em
2016. Em relação as medidas de manejo com os cães de
estimação, uma das recomendações preconizadas é a
alimentação de forma correta, atendendo as exigências
nutricionais e administrando de forma a garantir a saciedade
e o equilíbrio nutricional. Entretanto, um dos problemas
encontrados na criação desta espécie é a indisponibilidade
de tempo dos tutores para administrar em tempo e
quantidades adequadas os alimentos para esses animais ².
A proposta do comedouro automático é relevante para
animais criados por famílias com pouco tempo de
permanência nos domicílios. Com o fornecimento da
alimentação de forma automática pode ser obtido o controle
da quantidade de ração, a programação dos horários e
desta forma ajustar essa medida de manejo a cada animal
diante de suas particularidades fisiológicas e genéticas e
consequentemente evitar as alterações de peso e o
desenvolvimento de patologias relacionadas com a A sustentabilidade nas empresas é uma tendência mundial e
nutrição³. Por estes motivos, o objetivo do presente trabalho possui duas abordagens, sendo a primeira de investimentos
foi de desenvolver um protótipo de comedouro automático empresariais em projetos e processos que consumam
sustentável para cães permitindo o fornecimento menos recursos materiais e energia, que poluam menos e
fragmentado da dieta desses animais. utilizem tecnologias limpas se relacionando com autoridades
governamentais, ONGs, associações de classe e
MATERIAIS E MÉTODOS comunidade, tendo como objetivo obter impactos ambientais
e socioeconômicos positivos no lugar onde desenvolvem
Para realização do protótipo foram observadas inicialmente
suas atividades e a segunda seria financiar projetos da
as relações dos tutores com o manejo nutricional
comunidade de caráter sustentável, ligados direta ou
inadequado de seus cães, assim com as consequências
indiretamente aos negócios da empresa . Desta forma, o
negativas para esses pets. Com o auxílio de profissionais de
produto gerado por esse trabalho tem potencial de ser
outras áreas foi estabelecido o protótipo de um comedouro
comercializado para empresas que possuem essa premissa
automático para confecção com materiais reutilizáveis e de
e atendem à demanda atual de produtos sustentáveis. ¹
baixo custo, como pallets e garrafas pets, utilizando um
sistema de automatização determinado pela energia
CONCLUSOES
proveniente da água.
A introdução do alimentador automático no cotidiano do cão
RESULTADOS E DISCUSSÃO permite uma alimentação em quantidade e frequência
correta. A sustentabilidade na criação do comedouro reforça
Foi desenvolvido um comedouro sustentável automático
a ideia da necessidade de mudança do mercado pet em
para cães com o intuito de facilitar a alimentação do animal
relação ao futuro do meio ambiente.
pelo tutor, mantendo assim uma frequência correta,
consequentemente, aumentando o %CDA (coeficiente de
BIBLIOGRAFIAS
digestibilidade aparente) e facilitando o manejo desses
1. Elizeire,M.B. EXPANSÃO DO MERCADO PET E A IMPORTÂNCIA DO
animais. O comedouro foi desenvolvido com um nome MARKETING NA MEDICINA VETERINÁRIA, Julho 2013 -acesso setembro de
comercial, FOODOG, e com a vantagem de permitir a 2018
regulagem do intervalo de tempo para o derramamento da 2. Diniz, I.S.; Ito, D.J.; Souza, W.A.; Costa, P.H.V.R. - SISTEMA
AUTOMÁTICO DE ALIMENTAÇÃO DE ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO=
ração, garantindo no mínimo duas refeições diárias ao INTERNET DAS COISAS, 2016-acesso outubro 2018.
animal. Conforme cita a literatura, um animal adulto deve ser 3. Dessbesell, E.H - DESENVOLVIMENTO E CONSTRUÇÃO DE MÁQUINAS
alimentado no mínimo duas vezes ao dia para não ocasionar PARA ALIMENTAÇÃO AUTOMÁTICA DE PEQUENOS ANIMAIS, 2013-
patologias como distensão gástrica a qual caracteriza pelo acesso setembro 2018
4. Wolfarth, D.; Johann, M.; Araldi, D. - A IMPORTÂNCIA DE UMA DIETA DE
consumo de grande volume alimentar resultando em um QUALIDADE NA ALIMENTAÇÃO DE CÃES E GATOS, 2011-acesso outubro
estômago excessivamente distendido e cheio de conteúdo, de 2018.
e, também, de condições corporais, como por exemplo, 5. Lehninger, A. - PRINCÍPIOS DE BIOQUÍMICA DE LEHNINGER, 2014-
acesso novembro 2018.
obesidade e desnutrição.⁶ Assim, conclui-se que com uma 6. Dessbesell, E.H.; Gomes, N.R.; MÁQUINA DE ALIMENTAÇÃO DE
maior quantidade de substrato (matéria seca ingerida), ao PEQUENOS ANIMAIS-acesso setembro 2018.
alimentar o cão uma vez por dia pode provocar diminuição 7. Rasmussen, L. Estômago. In: SLATTER, D. MANUAL DE CIRURGIA DE
da ação enzimática na digestão da ração ofertada, já que PEQUENOS ANIMAIS. 3.ed. São Paulo: Manole, 2007. p.592-644-acesso em
novembro de 2018.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
QUANTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE OÓCITOS RECUPERADOS ATRAVÉS DA PUNÇÃO
FOLICULAR EM DOADORAS DA RAÇA SENEPOL
Aléxia Pimenta Bom Conselho1*, Larissa Brito Gonçalves1, Fabrizia Portes Cury Lima2
1
Graduanda em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professora do curso de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte/ MG – Brasil

INTRODUÇÃO quatro vezes, como no grupo aspirado de dez a onze vezes, a


O Senepol é uma raça tropical que está no Brasil há dezoito anos, doadora que apresentou menor índice de oócitos inviáveis foi a que
caracteriza-se pela resistência, precocidade sexual, ótima heterose possuía maior média de oócitos puncionados e a segunda doadora
com zebuínos, especialmente Nelore, elevada fertilidade, rápida com maior percentual de oócitos viáveis, sendo as doadoras 2 e 7.
conversão de peso e alta qualidade da carne, esses fatores Pode-se notar ainda que no grupo aspirado de dez a onze vezes a
agregam valor a sua genética.1 Dessa forma, os produtores da raça doadora 6 apresentou maior média de oócitos aspirados e maior
tem optado pela produção in vitro (PIV), a qual consiste na punção índice de oócitos inviáveis (TAB 1).
folicular para obtenção de oócitos, maturação, fecundação e cultivo
de embriões. A punção folicular tem sido de grande importância, Tabela 1 - Aspiração de doadoras da raça Senepol via OPU.
uma vez que são animais de genética privilegiada. Tal
biotecnologia, maximiza o potencial reprodutivo, reduz o espaço
entre gerações, favorecendo o melhoramento genético e evita o
descarte precoce de fêmeas de genética superior. 2,3
Nesse contexto, esse trabalho tem como objetivo, quantificar,
analisar e classificar oócitos aspirados de doadoras da raça
Senepol, afim de identificar fêmeas que apresentem melhor
resposta a superovulação e maior qualidade dos oócitos
recuperados.

MATERIAIS E MÉTODOS
A análise foi realizada na Fazenda BC Senepol, situada no
município de Bom Jesus do Amparo, Minas Gerais, no período de
setembro de 2016 a setembro de 2017. A técnica de punção
folicular foi realizada por profissional qualificado e de acordo com a
literatura, na qual nem todas as doadoras foram aspiradas o mesmo
número de vezes. Foram utilizadas nove fêmeas da raça Senepol
puro de origem (PO). Após protocolo de superovulação, a aspiração
folicular foi realizada com auxílio do ultrassom com a técnica de CONCLUSÕES
aspiração transvaginal. Assim, os oócitos obtidos foram
Conclui-se por meio desta análise, que as doadoras 2 e 7
quantificados e classificados em viáveis e inviáveis, incluindo nos
apresentam melhor qualidade de oócitos partindo de seus
viáveis os oócitos sem defeitos morfológicos ou extrusão celular e
respectivos grupos de quantidade de aspirações, visto que
os desnudos e irregulares, sendo excluído dos procedimentos
apresentam maior média de oócitos puncionados, menor índice de
seguintes, apenas os inviáveis.
oócitos inviáveis. Assim como a doadora 1, que apesar de possuir a
sétima maior média de oócitos puncionados apresenta o menor
RESULTADOS E DISCUSSÃO índice de oócitos inviáveis e o maior índice de oócitos viáveis.
As doadoras 2, 3, 4 e 5 foram aspiradas entre três e quatro vezes,
sendo possível destacar o maior índice de oócitos viáveis na BIBLIOGRAFIAS
doadora 4, seguida pelas fêmeas 2, 5 e 3. Ressaltando que nos 1. PAULA, Daniel Fernando de. Senepol: Feito para o Brasil. 1ª
oócitos inviáveis a 5 apresenta maior índice e a 2 o menor índice. Edição. Uberlândia: Associação Brasileira dos Criadores da Raça
Paralelamente, as doadoras 6, 7, 8 e 9 foram aspiradas entre dez e do Senepol, 2014.
onze vezes, sendo a doadora 9 a que possui maior percentual de 2. G.A. Andrade, M.A. Fernandes, R.M. Knychala, M.V. Pereira Junior,
oócitos viáveis aspirados, seguida pelas fêmeas 7, 8 e 6. Enquanto A.J. Oliveira, D.P. Nunes, G.L. Bonato, R.M. Santos. Fatores que
a doadora 6 apresenta o maior índice de oócitos inviáveis e a 7 o afetam a taxa de prenhez de receptoras de embriões bovinos
menor índice. Há ainda a doadora 1, que se apresenta fora dos produzidos in vitro. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.36,
padrões quantitativos de aspiração, sendo puncionada uma única n.1, p.66-69, jan./mar. 2012.
vez e apresenta o maior índice de oócitos viáveis e possui o menor 3. GONSALVES, Paulo Bayard Dias, FIGUEIREDO, José Ricardo de,
percentual de oócitos inviáveis. Pode-se observar ainda que a FREITAS, Vicente José de Figueirêdo. Biotécnicas: Aplicadas à
fêmea 2, possui maior média de oócitos aspirados, seguida da 7, 3, Reprodução Animal. São Paulo: Varela LTDA, 2002.
9, 1, 8, 5, 4 e 6. Assim, tanto no grupo que foi aspirado entre três a
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELAÇÃO DO IFN- T COM TAXA DE PRENHEZ EM EMBRIÕES CRIOPRESERVADOS E FRESCOS
Uideane da Conceição de Souza¹, Luana Silva Metzker1, Radharani Faria Duarte¹, Hanna Luiza Freitas Emerick1, Fabrizia Portes Cury
Lima 2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Curso de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte/ MG – Brasil

INTRODUÇÃO De acordo com HELLEN et al.,nas matrizes cuja


O reconhecimento materno da gestação em ruminantes se transferência foi realizada com embriões frescos, a taxa de
dá como o período em que o embrião na forma de prenhez foi maior (média de 54,70%) em relação a
trofoblasto sinaliza sua presença para a mãe(1), o que transferência de embriões congelados (média de 41,59%).
requer seu alongamento e a máxima produção de Interferon- ARAÚJO et al. também constatou queda na taxa de prenhez
tau (IFN-T ou IFN- τ). O IFN-T é uma glicoproteína que age de matrizes submetidas à técnica de transferência de
de maneira parácrina no útero e é secretado com o intuito de embrião criopreservados. Essa diferença pode estar
cessar a luteólise causada pelo hormônio Prostaglandina F2 associada à criopreservação dos embriões, onde há chance
alfa (PGF2- α). A transferência de embriões (TE) é uma de ocorrer danos nas células embrionárias que impedem
sua evolução e consequentemente produção de IFN-T por
técnica de reprodução e pode ser realizada utilizando
esse embrião no momento da implantação, levando a perda
embriões frescos ou congelados, onde o tipo de preservação
embrionária. Pode-se relacionar a falta de sincronia útero-
embrionária interfere na produção desta glicoproteína. O
embrião e qualidade inferior do corpo lúteo à baixa taxa de
objetivo desse trabalho é apresentar a diferença de
prenhez. Além disso, pode-se considerar a qualidade da
secreção de IFN-T pelos embriões congelados e frescos e
matriz, um parâmetro importante para o sucesso da
suas interferências na taxa de prenhez das matrizes.
transferência e assim, garantir a continuidade e o término da
gestação.
MATERIAIS E MÉTODOS Figura 1- Mecanismo do IFN- T
O presente estudo foi realizado a partir de uma revisão de
literatura por meio de consultas de artigos acadêmicos e
trabalhos de conclusão de curso. Os textos selecionados
respeitaram o seguinte critério de busca pelas expressões:
Interferon- tau, reconhecimento materno, técnica de
transferência de embriões, bovinos e ruminantes.

REVISÃO DE LITERATURA
Os bovinos apresentam reconhecimento materno da
gestação entre 15 e 19 dias após a fertilização e esse é um
dos principais desafios biológicos estabelecidos para
obtenção de índices satisfatórios de taxas de prenhez e
nascimento na reprodução desses animais(4).A TE é um
dos métodos mais adotados para investimentos em
biotecnologia. Quando comparada a outras técnicas de
reprodução assistida, é considerada econômica, prática e Fonte: http://www.scielo.org.co/pdf/cmvz/v9n2/v9n2a16.pdf (5)
apresenta boas taxas de prenhez(3). Na técnica descrita, as CONCLUSÕES
receptoras aptas recebem o embrião proveniente de
A produção científica sobre o assunto, considerando os
superovulação de doadoras, e, de acordo com o
artigos avaliados, demonstrou a relevância do IFN-T para
InternationalEmbryo Technology Society(IETS), apenas
manutenção da gestação de ruminantes, bem como a
Mórula e Blastocisto Inicial são utilizados.A taxa de prenhez
diferença das concentrações deste, considerando a TE com
é diretamente proporcional a capacidade de sobrevivência
embrião fresco e embrião congelado. Neste contexto, a
embrionária(3), e para que isso aconteça, o embrião deve
criopreservação apresentou comprometimento na secreção
sinalizar ao endométrio sua presença através do IFN- T,
de IFN-T, obtendo assim uma menor concentração, se
quebrando os mecanismos de luteólise e secretando
comparado ao embrião fresco. Portanto, é importante a
progesterona para que aquela gestação seja mantida.
realização de estudos sobre o funcionamento desta
Quando um embrião é congelado ou resfriado, podem
glicoproteína e seus mecanismos de ação, bem como
ocorrer traumatismos celulares durante os processos que melhorias nas técnicas de criopreservação e uso de embrião
são capazes de comprometer o desenvolvimento do
fresco, com objetivo de aumento das taxas de prenhez.
concepto e a secreção de fatores fundamentais para
reconhecimento materno da gestação (Massip, et BIBLIOGRAFIAS
al.,1995)(4).Stojkovic et al. (1995) consideraram que os 1. ANTONIAZI, Alfredo Quites; et al. Função do interferon- tau
traumatismos provenientes da criopreservação de embriões durante o reconhecimento materno na gestação em ruminantes. Ciência
Rural, Santa Maria/RS, 2011, p.176-185.
comprometem a viabilidade das células trofoblásticas e sua 2. ARAÚJO, M.C.C; et al. Secreção de interferon- tau em embriões
capacidade de secretar IFN-T.(2) Tais lesões são bovinos produzidos in vitro frescos e congelados.Arq. Bras. Med. Vet. Zootec.,
decorrentes da formação de microcristais de gelo dentro e 2005, p. 751- 756.
3. BRAGA, Hellen.Transferência de embriõesembovinos.
fora das células e dos efeitos osmóticos dos crioprotetores UniversidadeTuiuti do Paraná, 2017, Curitiba/PR. Trabalho de Conclusão de
durante a desidratação e reidratação do embrião (Saha e Curso.
Suzuki, 1997)(2). Elas comprometem a integridade das 4. MARQUES, Vanessa Belentani; et al. Interferon- tau e o
membranas das organelas, do núcleo e da membrana reconhecimento materno da gestação em bovinos. Rev. Bras. Reprod.
Animal, 2007, Belo Horizonte/MG, p.479-488.
celular, fato que prejudica a qualidade dos embriões e reflete 5. DESTRO, Flavia Caroline; et al. Atuação do Interferon- tau no
na sua capacidade de secretar IFN-T (Kristina et al., reconhecimento materno da gestação. Rev CES Med Zootec. 2014; Vol 9, p.
2001)(2). 338-347.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELAÇÃO ENTRE OVÁRIOS POLICÍSTICOS E TUMOR MAMÁRIO EM CADELA: RELATO DE CASO
André Marques Costa*¹, Júlia Vieira Miranda Sales¹, Raquel Freire Gelape¹, Tiago Rezende Lopes¹, Tamires
Eloah Vitor de Oliveira¹, Fabrizia Portes Cury Lima².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do curso de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
*autor para correspondência: André Marques Costa: andrepire@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO permitiu ao oncologista o acompanhamento do animal sem
complementação quimioterápica, sendo administrado ômega
A ocorrência de cistos ovarianos geralmente é devido a
3 (1 capsula/8kg) SID por 60 dias, como tratamento auxiliar.
deficiente resposta do hipotálamo ao feedback positivo
Até a presente data a cadela se mantém estável, sem
gerado pelo estrogênio, causando assim, pouca ou ausência
recidivas nodulares ou sinais clínicos que entrem em
de liberação de GnRH, anulando o pico pré-ovulatório de
desacordo com a fisiologia natural da espécie.
LH, fazendo com que o folículo fique anovulatório e cístico
[1; 2]. Fontbonne (2006) relata que os cistos ovarianos podem
Há crescentes evidências da etiologia hormonal para o produzir grandes quantidades de estrógeno, progesterona
tumor de mama em cadelas, onde o índice de risco é relativo ou nenhum destes. Segundo Johnston S.D, (1993) e O‘
entre cadelas castradas e não castradas e depende da fase Keefe, (1997) os tumores de mama em sua maioria são
em que a intervenção cirúrgica é efetuada [3]. O presente dependentes de hormônios, cerca de 0,5% apresentam
trabalho objetivou relatar e relacionar os fatos de um caso tumores mamários quando castradas antes do primeiro cio,
clínico de ovários policísticos em uma cadela que 8% após o primeiro ciclo estral e 26% após dois ou mais
apresentou tumores em suas duas cadeias mamárias. ciclos até os dois primeiros anos de vida. O‘ Keefe (1997)
afirma também que entre os tumores malignos a maioria
RELATO DE CASO E DISCUSSÃO
deles é carcinoma, coincidindo com diagnóstico principal do
Foi atendida na Clínica Veterinária Doutor Marco Antônio em presente relato. Fonseca, (1998), baseia a relação do
Belo Horizonte, MG uma cadela poodle, 11 anos, 4,500 kg, estrógeno com a incidência do tumor de mama a partir do
não castrada, com queixa de desconforto abdominal conceito de que a divisão celular desempenha papel
repentino. No exame clínico foi observado: animal em cio, fundamental na patogênese neoplásica e qualquer fator
abdômen ligeiramente distendido, nódulos de tamanhos desencadeante de atividade mitótica no epitélio mamário
variados nas duas cadeias mamárias com demais aumentará o risco de surgimento de tumores.
parâmetros dentro da normalidade. Foram feitos radiografia FONTE: ACERVO PRÓPRIO
torácica e ultrassom abdominal para avaliar possíveis
metástases ou outras alterações. O RX não detectou
nódulos dispersos no parênquima pulmonar e o ultrassom
também não mostrou alterações significativas que
justificassem o aumento abdominal. Foi indicado a retirada
total das duas cadeias mamárias. Como conduta pré-
operatória foram requeridos, perfil bioquímico (sem
alterações significativas); ecodoplercardiograma (disfunção
diastólica por alteração do relaxamento ventricular
esquerdo) e eletrocardiograma, onde foi acusada duração
aumentada do complexo QRS, onda T com amplitude Figura 1- Proliferação neoplásica em tecido mamário, composta por células
aumentada e seguimento ST com infra desnivelamento, epiteliais arranjadas em ninhos e túbulos com áreas carcinomatosas in situ,
entremeadas à proliferação mioepitelial com formação de matriz mixoide.
indicando que o paciente pertence à classe de risco
anestésico eletrocardiográfico ASA lll. Feito o procedimento CONCLUSÕES
cirúrgico para retirada da cadeia mamária direita, foi Baseando-se na avaliação do caso clínico, nas evidências
prescrito amoxicilina com clavulonato BID por 10 dias laboratoriais e estudos obtidos, conclui-se que
(25mg/kg), tramadol por 7 dias TID (3mg/kg) e dipirona por 7 possivelmente a cadela em questão desenvolveu neoplasias
dias TID (25mg/kg), com isso, o animal obteve excelente mamárias devido a uma exacerbada produção hormonal,
recuperação cirúrgica com retirada dos pontos após 10 dias em especial estrógeno, pelos ovários acometidos por
da realização da cirurgia. Passados cerca de 30 dias, foram múltiplos cistos. Logo, a retirada dos tumores, útero e
repetidos os exames pré-operatórios (mesmas acusações) e ovários foi de suma importância para o controle endócrino
novo procedimento cirúrgico, desta vez com a retirada da da cadela, proporcionando uma melhor qualidade de vida
cadeia mamária esquerda, linfonodo axilar e realizada para a mesma.
ovário- histerectomia, a conduta pós-operatória foi idêntica REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ao primeiro procedimento e a paciente obteve uma 1- NASCIMENTO, E.F.; SANTOS, R.L. Patologia da reprodução dos animais
recuperação cirúrgica positiva sem quaisquer complicações. domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 137p.
2- FANTINE FILHO, J.C. Cistos ovarianos no puerpério de vacas com elevada
Foram enviadas amostras para exame histopatológico dos produção leiteira. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.27, n.3, p.48-53,
tumores, útero e ovário. O exame histopatológico da cadeia 2003.
3- JOHNSTON S.D. 1993. Reproducctive Systems. In: Slatter D. (ED). Textbook o
mamária, identificou proliferação neoplásica, composta por Small Animal Surgery. 2nd edn. Philadelphia: Saunders, pp 2177-2199.
células epiteliais arranjadas em ninhos e túbulos com áreas 4- FONTBONNE, A. Infertility in the bitch. In: WORLD CONGRESS OF THE WORLD
SMALL ANIMAL VETERINARY, 31. 2006, Prague.Proceedings online...prague, 2006.
carcinomatosas in situ, entremeadas à proliferação p.679-682.
mioepitelial com formação de matriz mixoide com baixa 5- KEEFE, D.A 1997.Tumores do sistema genital e das glândulas mamarias. In
Ettinger S.J e Feldman E.C(Eds). Tratado de Medicina Veterinária. 4 ed. São Paulo:
atividade mitótica e todas as margens livres (Figura 1). O Moole, pp 2344-2354.
exame histopatológico do útero e ovário identificou 6- FONSECA, SC. Avaliação dos níveis séricos de 14, β-estradiol e progesterona em
cadelas portadoras de neoplasias mamárias. 1998. 87f. Dissertação (Mestrado em
hiperplasia cística endometrial e cistos ovarianos nos dois Cirurgia Veterinária) Faculdade de Ciências Agrarias e Veterinárias, Universidade
ovários (ovários policísticos). Estadual Paulista, São Paulo

A não proliferação metastática comprovada, tipo histológico


APOIO: Clínica Veterinária Dr Marco Antônio
das neoplasias e as margens cirúrgicas preservadas
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO – AMPUTAÇÃO DE MEMBRO POSTERIOR EM CÃO
Flávia Frantcheska Moreira dos Santos1*, Ana Gabriela Teixeira Milagres¹, Carla Cristina Cardoso Almeida¹, Luiza Queiroz Soares de
Brito¹, Michelle Pereira Tavares Moreira¹, Bárbara Teresa Tavares Martins², Thiago Dutra de Oliveira², Bruno Divino Rocha³, Fabrizia
Portes Cury Lima³.
¹ Graduanda em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
³
² Médica(o) Veterinária(o) da Associação Cão Viver – Belo Horizonte/ MG – Brasil
³ Professor(a) do curso de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO tecido mole que recobre o osso, sendo a terceira localização


As afecções ortopédicas em pequenos animais mais comum de fraturas dos ossos longos, com uma
correspondem aproximadamente a um terço dos incidência de 20%, as da diáfise são muito mais expressivas
4
atendimentos na rotina da clínica-cirúrgica veterinária, com do que as restantes localizações. Os tratamentos mais
destaque para as fraturas de ossos longos que indicados na reparação de fraturas de tíbia incluem fixação
correspondem a 45% de todos os tipos de fraturas. Fraturas externa, pinos intramedulares e placa óssea. Os objetivos do
em cães domésticos são frequentemente vistas e tratadas tratamento de fraturas são promover a reparação e restaurar
pela Medicina Veterinária, o seu diagnóstico é dado precocemente a função do osso afetado e dos tecidos moles
inicialmente por meio da história clínica, anamnese e exame circundantes. As placas ósseas são ideais no cumprimento
físico, para a confirmação da fratura indica-se a realização desse objetivo, pois restauram a estabilidade do osso
5
do exame radiográfico, que visa identificar a região óssea reconstruído. Nas fraturas de tíbia tem indicação para
acometida, classificação da fratura, bem como a extensão fixação externa, ela é frequentemente utilizada por ser uma
dos danos ao tecido ósseo, auxiliando na escolha da técnica menos traumática, que permite uma cicatrização e
terapêutica mais adequada.¹ As alternativas para a recuperação rápida com a manutenção da mobilidade e
4
recuperação do animal requer, muitas vezes de cirurgias função do membro fraturado. Apesar da cicatrização de
que introduzem materiais não orgânicos que podem trazer uma fratura progredir com sucesso na maioria das
possíveis problemas de saúde. Esse procedimento requer situações, complicações como uniões retardadas e não-
muito cuidado, desde o início, até o pós-operatório. É, uniões são problemas comuns na prática clinica. A
também, de suma importância que o organismo do animal incidência destes problemas em cães e gatos aumenta
reaja bem a todos processos ministrados a ele.² Evitando quando associados a fraturas diafisárias distais de tíbia.³
alterações graves que podem acarretar problemas, e como
consequência, amputação de membros. CONCLUSÕES
O presente trabalho teve como objetivo relatar o caso clínico Conclui-se que as primeiras cirurgias não obtiveram
de um cão que foi submetido a vários procedimentos, dentre sucesso, visto que o animal apresentou osteomielite. O
eles, a amputação de um membro posterior. recomendado seria a fixação externa do membro afetado,
porém, com a amputação do membro, o procedimento irá
RELATO DE CASO E DISCUSSÃO contribuir para uma melhor qualidade de vida do animal,
uma vez que reduzirá os desconfortos causados.
Em outubro de 2018, um cão, raça SRD, oito anos de idade,
com peso de 8,7kg, foi atendido na Associação Cão Viver BIBLIOGRAFIAS
em Belo Horizonte, Minas Gerais. Durante a anamnese o 1. SIQUEIRA, Rafael C. et al. Estudo retrospectivo da
tutor relatou que o cão sofreu uma pancada, e foi tratado ocorrência de fraturas em ossos longos nos cães atendidos
com diclofenaco de sódio por 4 dias em casa, sem durante o período de 2006 a 2013 na universidade de
prescrição médica. Através do exame físico, identificou-se Marília-SP/Brasil.
fratura de tíbia e fíbula distal no membro esquerdo, foi 2. BASTIAN, Natália Carolina et al. Distribuição de
realizada a primeira cirurgia com placa onde não houve a força estatica em cães com membros amputados. 2013.
consolidação óssea, fazendo com que a placa se soltasse. 3. BETTS, C.W. Fraturas pélvicas. In: SLATTER, D.
Na segunda cirurgia foi colocada outra placa porém o Manual de cirurgia de pequenos animais. 3.ed. São Paulo:
próprio organismo rejeitou a mesma, após 15 dias da Manole, 1998. V.2, cap.134, p.2094-2113.
cirurgia e no segundo raio-X foi constatado osteomielite na 4. FRANCO, Susana de Jesus Silva et al.
porção proximal da tíbia. Foi proposta como alternativa a Osteossíntese de fraturas diafisárias de tíbia com fixação
realização da fixação externa do membro afetado. No externa: caraterização em canídeos e felídeos. 2013.
entanto o tutor do animal optou por realizar a amputação do Dissertação de Mestrado.
membro. Durante a cirurgia de amputação, os parâmetros 5. SENA, M. P. Fratura Tibial e Fibular de Cão
vitais do animal se mantiveram normais. No ultrassom foi Tratada com Grampo de Aço Associado à Cerclagem
identificado que o fígado apresentava aspecto grosseiro, a Completa Comparado à Fixação com Placa de
metabolização dos fármacos foi um pouco lenta. No Neutralização. 2006. Tese de Doutorado. Dissertação de
protocolo anestésico foi administrado como medicamentos Mestrado. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 68p.
pré-anestésicos (MPA), Morfina (0,5ml), para bloqueio local,
na anestesia epidural utilizou-se Lidocaína (2,7ml) associado
à Morfina (0,1ml). Na indução administrou Ketamina
(0,08ml), Midazolam (0,3ml) e Propofol (4ml), no decorrer da APOIO: Agradecimento aos médicos veterinários da
cirurgia foi administrado Fentanil (0,5 ml). No pós-operatório Associação Cão Viver pelas informações fornecidas
foi administrado Metadona (0,27ml), Tramadol (1ml), para elaboração do relato e também à equipe de
Terramicina (0,2ml), Meloxicam (0,09ml) e Dipirona (05ml). coordenação do Colóquio, pela oportunidade de
Para os cuidados pós-operatórios foi prescrito o uso do colar publicação do resumo.
Elizabetano. As fraturas de tíbia são mais comuns devido à
sua estrutura anatômica particular e à pouca quantidade de
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO - DESLOCAMENTO DE ABOMASO A ESQUERDA EM TOURO HOLANDES
Cleber Souza de Oliveira¹*, Larissa MichaellaSilvaTrad Maia¹, Camila de Carvalho Magalhães¹, Cláudia Geralda Inácia Ribeiro¹, Gustavo
Henrique Ferreira Abreu Moreira².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
5
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO sendo confirmado o quadro de DAE. Após remoção de todo


O deslocamento de abomaso (DA) é uma injuria multifatorial o gás aprisionado no abomaso, o mesmo foi reposicionado
economicamente importante. É um dos distúrbios mais em sua respectiva região anatômica e na sequência
frequentemente encontrados, representando grande empregou-se a técnica de omentopexia (Foto2A/B). Seguiu-
incidência das cirurgias abdominais dos bovinos leiteiros, se para a síntese das camadas musculaturas utilizando-se
principalmente em vacas no período de transição. Também fio Categut simples no padrão Reverdim (Foto 2C), e na pele
pode acometer, bezerros, novilhas e touros, mas em menor empregou-se fio nylon 0,60 em padrão Sultan (2D).
frequência¹. Vários fatores de risco presentes no sistema de Foto 2- A: Identificação omento menor; B: Omentopexia
produção leiteira assim como outras enfermidades podem C: Sutura planos musculares; D: Dermorrafia
contribuir direta ou indiretamente para a ocorrência de DA².
Objetivou-se relatar um quadro de deslocamento de
abomaso em um touro da raça Holandês.
RELATO DE CASO EDISCUSSÃO
Um touro da raça Holandês de 2 anos de idade pesando
aproximadamente 300 Kg foi atendido em uma propriedade
leiteira localizada na cidade de São João Del Rei no estado
de Minas Gerais. Segundo o proprietário, o animal havia
diminuído o consumo de alimento nos últimos três meses,
apresentando apatia e emagrecimento progressivo. O
produtor relatou ainda que foi realizado por ele tratamento
para tristeza parasitária bovina (TPB) a aproximadamente 60
dias, não apresentando melhora do quadro. À inspeção foi
observado apatia, escore corporal baixo, não compatível
com o restante do rebanho, baixo consumo de alimentos,
Ao final da cirurgia observou-se pronta recuperação do
fezes escassas, endoftalmia, tugor de pele diminuído,
apetite, voltando a se alimentar em poucas horas após o
fraqueza muscular e pelo arrepiado e opaco, e mucosas
procedimento cirúrgico (Foto 3A). Os pontos externos foram
pálidas (Foto1A e1B).
retirados no 15° dia, momento em que foi realizado novo
Foto 1- (A e B): Animal a inspeção exame clínico do paciente, sendo observado uma excelente
melhora clínica, sobretudo com retorno ao comportamento
normal, com ganho de escore corporal e aumento de libido
(Foto 3B).
Foto3: A: Pós cirúrgico imediato B: Após 15 dias.

A inspeção da região abdominal, observou-se um ligeiro


aumento da fossa paralombar esquerda ultrapassando o
limite da 13° costela. À auscultação com percussão foi
observado a existência de um som metálico (PING), alto e
claro, localizado lateralmente ao abdômen esquerdo, entre o CONCLUSÕES
8° e o 12° espaços intercostais ultrapassando caudalmente O presente relato apresentou um caso de deslocamento de
a 13° costela. Ao balotamento com auscultação, observou- abomaso a esquerda em um bovino macho jovem, com
se som de chapinhar localizado na mesma região abdominal correção por meio de omentopexia. Destaca-se a
acima referida. Coletou-se material para realização de importancia da revisão dos manejos nutricionais e sanitários
hematócrito (VG=17%) assim como pesquisa de da fazenda bem como garantias de conforto e bem estar a
hemoparasitas (Ausencia).Com base nos achados e na fim de se evitar a ocorrência da referida enfermidade.
suspeita clínica da ocorrência de um deslocamento de REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
abomaso para o lado esquerdo (DAE), foi sugerida a 1.MOTTA, Rodrigo G. et al. Deslocamento de abomaso à esquerda em
realização de uma laparotomia exploratória pelo flanco bovino - relato de caso . 2015. 9 f. relato de caso - Universidade Estadual
direito. Para a realização da cirurgia o animal foi mantido em Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, 2015
jejum alimentar prévio de 12 horas. Empregou-se a técnica 2. ORTOLANI, Enrico Lippi. ENFERMIDADES DO PERÍODO DE
TRANSIÇÃO . 201. 8 f. Dissertação (Prof. Titular do Departamento de Clínica
anestésica de bloqueio em ―L invertido‖ com lidocaína a 2% Médica da FMVZ)- Universidade de São Paulo - USP, São Paulo, 2014.
sem vaso constritor. Após incisão dos planos musculares e
peritônio, foi realizada a exploração da cavidade abdominal,
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO – INSUFICIÊNCIA RENAL EM CÃO POSITIVO PARA LEISHMANIOSE
Larissa Michaella Silva Trad Maia1*, Cleber Souza de Oliveira1, Camila de Carvalho Magalhães1, Bruno de Paula Reis1, Anderson de
Loredo1, Cláudia Geralda Inácia Ribeiro1, Ana Paula Vieira Mundim1, Luiz Eduardo Tassini2, Luiz Flávio Telles3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte –MG – Brasil
2
Doutorando em ciência animal – UFMG – Belo Horizonte – MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO posteriores, mucosas cianóticas e taquicardia. Não foi


A Leishmaniose visceral canina (LVC) é uma doença possível reverter o quadro e o animal veio a óbito.
causada por protozoários do gênero Leishmania. O cão, por
sua vez, é um importante reservatório deste agente Figura 1- Ultrassonografia do rim esquerdo apresentando
2
etiológico causando disseminação, inclusive para humanos. uma moderada perda de relação cortico medular
Os sinais clínicos são causados por ação direta do parasita
nos tecidos, formando lesões inflamatórias não supurativas
na pele, fígado, intestinos, rins, olhos, ossos e outros. As
lesões podem ocorrer também por dano indireto pela
deposição de imunocomplexos nas membranas basais de
rins, vasos sanguíneos e olhos, levando a vasculites,
1
glomerulonefrites, artrites e uveítes.
As nefropatias apresentam grande incidência em cães,
sendo que uma de suas principais causas é a
glomerulonefrite imunomediada.
3 Fonte: Arquivo pessoal
Este trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de Tabela 1- Exames hematológicos realizados durante a
insuficiência renal crônica em um animal com LVC. internação do animal

RELATO DE CASO E DISCUSSÃO


Um cão, sem raça definida, aproximadamente 4 anos,
castrado, foi atendido na clínica veterinária Referencia
Animal, em Belo Horizonte – Minas Gerais no dia
05/08/207.Foi relatado pela tutora que o animal era positivo
para Leishmania sp. e fazia acompanhamento e tratamento
para a doença. O animal apresentava quadro de prostração,
inapetência, vômitos, redução da ingestão de água, diarreia,
globo ocular edemaciado e esbarrando nos objetos ao
caminhar. Ao exame clínico observou-se desidratação Tabela 2 – Medicações utilizadas durante a internação do
moderada (8%), mucosas discretamente hipocrômicas e animal
ressecadas, frequência cardíaca e respiratória normais,
temperatura normal, escore corporal baixo e pressão arterial
sistólica 170 mmHg. Ao avaliar o globo ocular percebeu-se
um aumento de córnea e pupilas arresponsivas a incidência
de luz. Foi indicada internação e realização de exames
(Tabela 1) e colocação de sonda esofágica para
alimentação.
Durante a internação foram realizados exames para
monitoramento do animal (Tabela 1), avaliação por um Os fármacos utilizados visavam controlar os sintomas
nefrologista e prescrição de medicaçõesde acordo com o apresentados e a parasitemia. Porém, mesmo com todo o
quadro clínico do paciente (Tabela 2). suporte terapêutico, não foi possível reverter o quadro
Foi solicitado exame de ultrassom sendo observado uma devido a progressão rápida da doença, promovendo um
moderada perda de relação cortico-medular (figura 1), maior desequilíbrio hidroeletrolítico, levando o animal a óbito de
ecogenicidade renal em relação ao fígado, e suspeita de forma aguda.
glomerulonefrite.
Ao longo da internação o pacienteapresentou piora clínica, CONCLUSÃO
vômitos não cessaram,apresentou melena, as pupilas não Pode-se concluir que o paciente era um doente renal
apresentaram resposta á incidência de luz ficando em crônico, que entrou em quadro de insuficiência renal aguda,
midríase. O animal manteve-se prostrado, incoordenado, provavelmente secundário à glomerulonefrite
manteve escore corporal baixo, além de ter apresentado imunomediada, decorrente à leishmaniose.
dois episódios de convulsão, sendo necessário
oxigênioterapia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
O paciente apresentava anemia intensa e com piora 1. DIAS, Cecília Azevedo. Estudo das alterações clinico-laboratoriais e
progressiva, atingindo hematócrito de 19,1 % (tabela 1) e histopatológicas renais em cães com Leishmaniose visceral
naturalmente infectados no Distrito Federal. 2008. 91 f. Dissertação
sendo necessária a realização de transfusão sanguínea. (Mestrado) - Curso de Mestre em Saúde Animal, Universidade de Brasilia,
Após este procedimento apresentou melhora clínica - Brasilia, 2008.
alimentou-se um pouco, reduziu a prostração e os quadros 2. OLIVEIRA, Filipe Veloso de. Leishmaniose Canina: Casos clínicos do
de vômito cessaram temporariamente. Hospital Veterinário Montenegro. 2012. 76 f. Dissertação (Mestrado) - Curso
o de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária, Ciências Veterinárias,
No 8 dia de internação houve piora do quadro clínico. O Universidade de TrÁs-os-montes e Alto Douro, Vila Real, 2012.
paciente ficou prostrado, apresentou quadro de vômito 3. SILVA, Francinaldo S. Patologia e patogênese da leishmaniose visceral
persistente, diarreia com melena, edema de membros canina. RevTropCiencAgrBiol, v. 1, n. 1, p. 20-31, 2007.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO - LIPOSSARCOMA MIXÓIDE EM FELINO
Yara Costa¹, Anna Assunção¹ Luiz Flávio Telles²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO incisional, complementando a punção aspirativa por agulha


O lipossarccoma mixóide em felinos, também chamado de fina para confirmação diagnostica (MOREIRA 2018). No
sarcoma de aplicação ou sarcoma associado a vacina é uma entanto, no caso relatado, o PAAF, associado a clínica
afecção que representa um problema grave em apresentada elo animal e o histórico foram suficientes para
(FERNANDES, 2008). A patogenia do sarcoma está concluir o diagnóstico. O Grupo de Diretrizes de Vacinação
relacionada ao processo inflamatório gerado por aplicações (VGG) da Associação Veterinária Mundial de Pequenos
subcutâneas, sendo por muito tempo associada ao veículo Animais (WSAVA), determina em suas diretrizes que a
das vacinas felinas. (MARTANO et al, 2004). Trata-se de um vacinação de felinos respeite um protocolo pelo qual as
tumor comportamento biológico agressivo, que não vacinas nesses animais sejam administradas em locais
responde bem ao tratamento e a cirurgia sem terapia anatômicos distintos, que fossem mais acessíveis à
adjuvante pode levar a recorrências (FERNANDES, 2008). remoção cirúrgica de qualquer neoplasia, conforme ilustra a
A neoformação é caracterizada pelo crescimento sem imagem abaixo:
predileção por região no corpo, de aparência
pseudoencapsulada apresentando margens indefinidas e Figura 1: Locais Recomendados para aplicação de vacinas
grande capacidade infiltrativa. Histologicamente observam- e medicamentos em Felinos. Fonte:
se células fusiformes, com atipia celular, elevado grau de
pleomorfismo nuclear e células gigantes multinucleadas
(HENDRICK & HERSHEY, 2009). O lipossarcoma mixóide é
comumente associados a administração, de injeções,
principalmente de vacinas contra FELV e raiva (ANDRADE
2016), além de acometer animais submetidos a terapias de
longa duração fármacos injetáveis.

RELATO DE CASO E DISCUSSÃO


Felina, castrada, com 4 (quatro) anos de idade, SRD, FELV
positivo, atendida em uma clínica veterinária em Belo
Horizonte, Minas Gerais. A tutora relatou aumento de
volume rígido na região intraescapular com crescimento
rápido. Ao exame clínico o animal não demostrou incômodo A aplicação de vacinas ou medicamentos nos locais
quando manipulado e se encontrava em bom estado geral, determinados pela Associação Mundial de pequenos
com mucosas normocoradas e não febril. Realizou-se no animais favorece a abordagem cirúrgica do paciente
primeiro atendimento uma punção aspirativa com agulha acometido com lipossarcoma mixóide. Havendo a ocorrência
fina (PAAF), sendo o resultado sugestivo de processo na região dos membros ou cauda, a remoção cirúrgica se
proliferativo mesenquimal de células alongadas associado à torna mais favorável e dependendo do nível de
processo granulomatoso. Frente ao resultado, procedeu com acometimento existe também a possibilidade de se optar
o estadiamento clínico do paciente, sendo coletada amostra pela amputação do membro.
sanguínea para realização de hemograma, função renal
(proteína total, ureia e creatinina) função hepática (TGP e CONCLUSÃO
fosfatase alcalina) e coagulograma. Todos os valores Os sarcomas de aplicação constituem um desafio para o
estavam dentro da normalidade de referência para a médico veterinário. A sua natureza agressiva associada a
espécie. Foi realizada radiografia torácica em três projeções característica recidivante dificulta a probabilidade de cura.
(VD, LLE e LLD) onde não houve evidências radiográficas No entanto, é importante lembrar que qualquer risco de
de metástase. lipossarcoma mixóide é superado pelo benefício da
O paciente foi encaminhado para a cirurgia, com anestesia imunidade protetora conferida pelas vacinas. Diante disso, a
geral inalatória, em centro cirúrgico, onde optou-se pela adoção de padronização dos sítios de aplicação de vacinas
exérese cirúrgica da neoplasia seguindo os preceitos e medicamentos se torna um aliado no tratamento através
técnicos da cirurgia oncológica. Além disso, foi realizada da remoção cirúrgica, em um paciente acometido.
eletroquimioterapia no leito cirúrgico, com administração
endovenosa de bleomicina. O tumor foi enviado para REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
avaliação histopatológica rotineira, onde o animal foi 1. AMORIM, Fernanda Vieira. Sarcomas de locais de injeção. Acta
diagnosticado como Lipossarcoma Mixóide. Scientiae Veterinarie, v35, p221-223, 2007.
2. ANDRADE, Fernanda Ferreira. Sarcoma de aplicação em felinos.
Massas identificadas em regiões comumente utilizadas para Universidade de Brasília, Brasília DF, v52, dez 2016.
administração de fármacos e vacinas por via subcutânea ou 3. SILVEIRA, BONEL, PERREIRA, FERNANDES. Sarcomas de tecidos
intramuscular são comumente associadas ao lipossarcoma moles em caninos e felinos: aspectos epidemiológicos e patológicos.
Rev. Acad. Ciênc. Agraria, Curitiba, v12, p157-172, set 2014.
mixóide e necessitam de diagnostico diferencial, podendo
esta formação se desenvolver em até três anos após a
aplicação. (AMORIM 2007).
A avaliação citológica com fins diagnósticos pode ser mal
interpretada devido a característica inflamatória desta
neoplasia, sendo recomendado a realização de biopsia
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO – PAPILOMATOSE BOVINA
Leila Cristina Nascimento1, Bruna Fonseca da Costa¹, Cleber Souza de oliveira¹, Leandro Silva de Andrade², Gustavo Henrique Ferreira
Abreu Moreira².
1
Graduando em medicina veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Docente do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO agulhas, seringas, instrumentos de descorna ou castração,


A papilomatose bovina é uma doença viral, teteiras de ordenhadeiras mecânica ou mãos dos
infectocontagiosa, caracterizada por lesões hiperplásicas manegistas. Desta forma podemos perceber o quão
benignas em epitélio cutâneo e mucoso. É amplamente importante é a realização da apartação dos animais
disseminada pelo mundo acometendo diversas espécies de acometidos dos sadios¹.
mamíferos e aves. Ficou também conhecida como figueira Foi observado também que as novilhas que mais
ou verruga, sendo considerada uma doença cosmopolita apresentavam problemas com o papiloma vírus e os
intimamente associada à imunidade celular animal. Os ectoparasitas foram as de genéticas mais puras 7/8
bovinos de todas as raças, tanto de corte quanto de leite, holandesas, elas foram as que mais sofreram com a doença
são susceptíveis a esta ¹. quase que todas as novilhas afetadas eram da linhagem 7/8
Os papilomas são tumores benignos que geram grandes Holandesas.
prejuízos econômicos, principalmente por causar lesões Figura 1: A imagem refere-se á vaca com papiloma vírus, o
cutâneas de intumescências na pele do animal, originando escore corporal 2-2,5, extração das lesões de maneira
em lesões no coro, que por sua vez acaba perdendo seu cirúrgica e aos ectoparasitas encontrado nos animais.
valor no mercado ¹ ².

RELATO DE CASO
Realizado uma visita no dia 10/10/2017 às 06h30min da
manhã de uma terça-feira, em uma visita no município de
Inhames, Minas Gerais (Brasil), com o intuito de realizar a
sexagem e confirmar resultado de inseminação realizada
pelos colaboradores da fazenda. Foi observado em algumas
novilhas no exame de inspeção direta do animal lesões
difusas no dorso, face, cauda e lateral com aparência
assimétrica, em estágios, tamanhos e profundidades
diferentes. As lesões tinham aparência sólida, exofítica,
acinzentada, áspera, dura e inelástica. Foi observada
também a presença de grande número de ectoparasitas
difuso na face (concentrado mais na região do pavilhão
auditivo), dorso, região pubiana, ventral, inguinal e caudal.
Estes apresentavam escore corporal 2,0 a 2,5.
Estás protuberâncias na pele com aparência de uma verruga
CONCLUSÕES
foi analisado e diagnosticada como papiloma vírus bovino.
Tratamento indicado foi cortar as verrugas deixando estas Realizando um apanhamento geral baseado nas condições
sangrando para induzir a estimulação de imunidade do enfrentadas pelos animais, considerado que estes eram de
animal e auxiliando assim a cicatrização do tecido, aplicar uma fazenda de gado de leite e que o ambiente não possui
nas lesões com formato de verrugas uma substancia para baias separadas para os doentes, propicia a um aumento da
ajudar na cicatrização e diminuir contato com insetos, repetir doença no rebanho. Desta forma uma das atitudes a ser
este processo com intervalo de uma semana. Administrar tomada e melhorar a dieta destes animais, buscando a
um complexo vitamínico com aditivo para melhorar o estado utilização de suplementos e também implementar banhos e
nutricional destas, foi injetado também subcutâneo Verrutrat sombrites na fazenda para diminuir o estresse calórico dos
e Dectomax para auxiliar na eliminação de ectoparasitas animais. Sendo assim daria a eles maneiras para responder
parasitas como miíase nas feridas, realizada pelo corte das a doença diminuindo consideravelmente os casos
verrugas. O médico veterinário também orientou que apresentados na fazenda.
separassem os animais infectados e que buscasse melhorar Um artigo publicado em 2004 utilizou uma citação de Corrêa
a alimentação delas, manter água sempre disponível e local e Corrêa publicada em 1992: ―A disseminação é maior em
sempre limpo para não ocorrer acumulo de dejetos, logo propriedades onde existem muitos carrapatos‖. O que me
acúmulo de moscas. leva a pensar que os ectoparasitas encontrados nos animais
A papilomatose é uma doença que esta diretamente podem ter cursado com um aumento da doença na fazenda,
associada à imunidade celular animal. Conversando com o através da transmissão indireta, sendo assim de grande
proprietário foi relatado uma queda de nutrientes na dieta importância em sua disseminação. Tornando se importante
das novilhas e vacas, devido a um problema com os que haja um controle dos mesmos ¹.
fornecedores da região, que foi acompanhado por um BIBLIOGRAFIAS
período de grande estresse térmico, ocasionando em uma 1. Marins R. S. Q.; Epidemiologia Da Papilomatose Cutânea
possível queda do sistema imunológico². Bovina E Avaliação Da Eficácia De Diferentes Tratamentos Em
Micro-Regiões Dos Estados Do Rio De Janeiro E Espírito
A doença pode ser transmitida de forma direta ocorrendo Santo; universidade estadual do norte fluminense darcy ribeiro-
principalmente quando o animal apresenta ferimentos ou campos dos goytacazes- rj março; 2004.
2. Monteiro V. L. C., coelho m. C. O. C., carneiro a. S. , silva a. A.,
lesões na pele, quando esta se localiza nos órgãos genitais Teixeira m. N., wanderley a. G., wanderley e. K, franco e. S.
ocorrendo transmissão durante a monta Já a forma indireta ;Descrição Clínica E Histopatológica Da Papilomatose
ocorre por fômites como, cercas, troncos, baias, mourões, Cutânea Bovina (Bpv); 2008;
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO – PSEUDO-HERMAFRODITISMO MACHO EM SUÍNO
Stefany Bruna de Oliveira Araújo *, Fabrizia Portes Cury Lima²
1
Graduanda em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professor do curso de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
*autor para correspondência: stefanyb_oliveira@hotmail.com

INTRODUÇÃO testículo e epidídimo. Para finalizar o procedimento, sob o


O hermafroditismo ou intersexo é a denominação dada a um local da incisão foi utilizado spray á base de sulfadiazina de
indivíduo que tenha sexo ambíguo (1). O hermafroditismo prata que é um produto com ação cicatrizante e
entre as espécies domésticas é mais comum no suíno, com antimicrobiano. Não foi possível realizar a necropsia do
incidência entre 0,2% e 0,6%, podendo chegar até 5% em animal, já que este apresentava perfeita condição física e
leitegadas em que o varrão possua o gene que transmita estava saudável para prosseguir na produção, e a data
essa anomalia, e em caprinos (2). De acordo com (2), a prevista para o abate deste é no mês de dezembro de 2018.
patogenia para a ocorrência de hermafroditismo ou pseudo- Devido a descrição externa, acredita-se que seja um animal
hermafroditismo não é muito bem esclarecida. A ocorrência pseudo–hermafrodita macho, já que este possuía os dois
dessa anomalia se da pela translocação de sequências do testículos na bolsa escrotal e havia a presença de vulva e
cromossomo Y para o cromossomo X, vindo do gene SRY, não pênis.
porém há relatos de caso de indivíduos pseudo-hermafrodita
macho e hermafroditas verdadeiros em que o gene é XX e Figura 1: Região posterior do animal onde é possível
não possuíam nenhuma sequência do gene SRY, conhecida visualizar a presença de vulva e testículo (A). Região
como sexo reverso. Comumente o intersexo em suínos tem abdominal do leitão, onde é possível ver que não havia
como gene XX, e as alterações na formação das gônadas presença do órgão genital masculino (pênis) (B).
são acarretadas pela presença de um gene no cromossomo
X paterno, possivelmente oriundo de mutação ou
translocação, sendo responsável pela masculinização da
gônada. Este pode ser dividido em três classificações, com
base na sua anatomia, e são elas: Hermafroditismo
verdadeiro, Pseudo-Hermafrodita masculino e Pseudo-
Hermafrodita feminino. A incidência do Hermafroditismo
verdadeiro é predominante na espécie suína, quando
comparado á outras espécies de animais domésticos (2). O
Hermafrodita verdadeiro possui gônadas feminina e
masculina, onde terá ovário de um lado e testículo do outro
(Ovotestis), sendo que os ovários costumam ser funcionais e
os testículos afuncionais, pois o tecido testicular não possui
células germinativas. Nestes casos normalmente a genitália
externa é feminina, sendo a vulva rudimentar e o clitóris
hipertrofiado assemelhando-se a um pênis. Quando a
genitália externa é masculina, o pênis é rudimentar. O
comportamento sexual suíno hermafrodita tende a ser
feminino (1). No Pseudo-hermafrodita Masculino o animal
possui testículos como gônadas, e os cromossomos sexuais Fonte: Arquivo Pessoal
podem ser XX ou XY. As suas causas são muitas como CONCLUSÕES
mutações genéticas, quimerismo, translocação do O hermafroditismo em suínos é de grande importância, já
cromossomo Y para um autossomo ou para o cromossomo que entre as espécies domésticas é a mais acometida (2).
X e cromossomos sexuais aneuplóides. O ductos genitais e Outro fator que implica na importância dessa alteração nos
a genitália externa apresentam características femininas. O animais, já que o intersexo é de difícil reconhecimento,
Pseudo-hermafrodita feminino, os cromossomos sexuais são somente com base em sua morfologia externa, e caso após
XX. Essa mutação se dá pela transmissão de um gene a castração esse animal pode ser manejado erroneamente
autossômico recessivo, as gônadas são femininas, mas o dentro da produção e ser considerado fêmea. Quando
seio urogenital e a genitália externa são masculinos (1). avaliamos o ponto de vista prático por comprometer os
RELATO DE CASO E DISCUSSÃO índices reprodutivos do plantel, permitir odor característico
O animal objeto da presente descrição era de genética de macho em animais que são considerados fêmeas (porém
Agroceres PIC, com 1 dia de vida, proveniente de uma são hermafroditas), comportamento agressivo na terminação
criação cujo o total de suínos era de 1.100 animais, em uma e disseminação do gene já que é uma característica de alta
granja localizada em um município rural da cidade de Patos herdabilidade. Em caso de animais, como este, em que esta
de Minas – MG. Após o nascimento, depois dos anomalia não interfere na sua continuidade na produção, é
procedimentos pós-nascimento (limpeza com pós secante; possível realizar a orquiectomia e mantê-lo na produção até
amarração, corte e cura do umbigo; manejo de mamada) foi o abate.
observado uma anomalia conformacional dos órgãos BIBLIOGRAFIAS
genitais do leitão, o qual apresentava presença de testículos 1. HAFEZ, E. S. E.; HAFEZ, B. Genética das Falhas Reprodutivas.
na bolsa escrotal (esquerdo e direito) e presença de vulva In: HAFEZ, E. S. E.; HAFEZ, B. Reprodução Animal . Sétima. ed. [S.l.]:
Manole, 2004. cap. 20, p. 314-316. v. Primeiro.
desenvolvida. O animal não possuía pênis, e na região
2. SANTOS, Renato de Lima; NASCIMENTO, Ernane Fagundes;
abdominal só estava presente o coto do cordão umbilical e EDWARDS, John F. Sistema Reprodutivo Feminino. In: SANTOS, Renato de
os mamilos. No sétimo dia de vida o animal foi castrado e foi Lima; ALESSI, Antonio Carlos. Patologia Veterinária . Segunda. ed. Rio de
realizado duas incisões no escroto (direito e esquerdo), feito Janeiro: Roca, 2016. cap. 14, p. 756-759. v. 1.
a tração do testículo, epidídimo e cordão espermático. No APOIO: Granja Abelha – Patos de Minas
cordão espermático foi feita uma incisão e exérese do
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO – UROLITÍASE E NEFROLITÍASE EM CÃO DA RAÇA PASTOR ALEMÃO
Bruno de Paula Reis1*, Larissa Michaella Silva Trad Maia¹, André Lima Brey-Gil2, Luiz Flávio Telles3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Pós Graduação em cirurgia de pequenos animais – Quallitas - Belo Horizonte – MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Foi realizada também a orquiectomia, e uretrostomia pré


Urólitiase é uma patologia do trato urinário dos cães e é escrotal devido ao insucesso na tentativa de desobstrução
caracterizada pela formação de urólitos, sendo muitas uretral, sendo necessária a mesma.
vezes, de caráter recidivante. Eles podem causar lesão No pós cirúrgico foi prescrito tramadol TID (2mg/Kg),
tecidual no trato urinário, promover o desenvolvimento de dipirona TID (25mg/Kg), amoxicilina + clavulanato de
infecções secundárias e pode causar obstrução parcial ou pótassio BID (12,5 mg/Kg), ácido tranexâmico (5mg/Kg) e
4
total do trato urinário. Eritrós® OrgannactSID (1comprimido/animal).
A obstrução uretral causada por urólitos nos cães ocorre
principalmente em machos e, raramente, em fêmeas, devido Figura 1: Radiografia Latero-Lateral direito evidenciando a
os machos apresentarem uma uretra longa com diâmetro presença de urólitos.
pequeno e osso peniano, e as fêmeas tem uma uretra mais
2
curta e com um maior diâmetro.
Os sinais clínicos mais observados são polaciúria,
3
estrangúria, disúria, incontinência urinária e hematúria. A
anamnese, junto com os sinais clínicos e exames
complementares como radiografia e ultrassonografia,
compõem o diagnóstico. Para o tratamento, a remoção
cirúrgica dos urólitos (nefrotomia, cistotomia, ureterotomia e
uretrostomia) são comumente indicados, após o insucesso
1,3
no tratamento clínico.
O objetivo deste trabalho foi relatar um caso clínico de um
cão da raça Pastor Alemão com nefrolitíase e urolitíase. Fonte: Centro Veterinário Referencia Animal

O animal retornou a clínica após 10 dias, e o proprietário


RELATO DE CASO E DISCUSSÃO relatou que o paciente apresentou melhora, retorno do
Um cão da raça pastor alemão, um ano e meio de idade, apetite, boa ingestão de água, ganho de peso, urina com
26kg, não castrado, foi atendido na clínica veterinária coloração normal e sem presença de sangue. Havia boa
Referencia Animal em Belo Horizonte, Minas Gerais; com evolução cicatricial e foi agendado posterior retorno para
histórico de prostração, inapetência, disúria, dificuldade de retirada dos pontos.
locomoção devido a dor abdominal.Ao exame clinico foi Foi recomendada a análise do cálculo, porém o proprietário
constado mucosas normocoradas, linfonodos não reativos, não autorizou, sendo esta de extrema importância como
sensibilidade a palpação abdominal, normotérmico, escore tratamento e não só a cirurgia, pois através dela,
corporal baixo e pulso cheio. Foi introduzida sonda uretral conseguimos avaliar a composição desses urólitos,
onde houve resistência e visualizou-se urina sanguinolenta e auxiliando na escolha do melhor protocolo para prevenir a
em pouca quantidade. Foram realizadas ultrassonografia e ocorrência de recidivas e conseqüentemente a possibilidade
radiografia para confirmação da suspeita clínica de de nova obstrução e intervenção cirúrgica.
urolitíase.
Na radiografia foram visualizados urólitos na bexiga e no rim CONCLUSÃO
direito (Figura 1). Conclui-se que a urolitíase é uma doença de grande
No ultrassom o rim direito apresentava dimensões importância clínica e, se não tratada, pode levar o animal a
aumentadas, corticais de difícil visualização e presença de óbito devido principalmente a azotemia, sepse, hidronefrose,
estrutura hiperecoica com formação de sombra acústica e consequentemente um desequilíbrio hidroeletrolítico.
posterior ocupando toda pelve renal. A bexiga urinária com Todos os métodos de diagnóstico devem ser empregados e
conteúdo anecóico, paredes normoespessadas, presença de os tratamentos clínicos e cirúrgicos devem ser realizados
incontáveis pontos ecogênicos ao balotamento, presença de preservando assim, a saúde do paciente.
estruturas arredondadas, hiperecogenicas (sendo a maior
com 1,5cmde diâmetro), com formação de sombra acústica REFERÊNCIAS BIBLÍOGRÁFICAS
posterior e intraluminal a vesícula. 1. MAGALHÃES, Laryssa Monteiro Portes Barros et al. Uretrostomia escrotal
e cistotomia no tratamento de obstrução uretral em cão da raça dalmáta relato
Depois de feitos exames pré operatórios, o animal foi de caso. Revista Científica Univiçosa, Viçosa, v. 1, n. 9, p.487-492, dez.
encaminhado para a exerese cirúrgica dos urólitos. Na 2017.
medicação pré anestésica foram utilizados acepromazina 2. RICK, Gabriel Woermann et al. Urolítiase em cães e gatos. Pubvet, Ijuí, v.
0,2% (0,03mg/kg) e morfina 10mg/mL(0,5 mg/kg), ambos 7, n. 11, p.705-714, jul. 2017. Disponível em:
<file:///C:/Users/Administrador/Downloads/urolitiacutease-em-catildees-e-
por via intramuscular,indução anestésica com propofol 1% gatos.pdf>. Acesso em: 24 out. 2018.
(4-10 mg/kg) e manutenção com isoflurano. 3. SILVA, Catarina Rafaela Alves da et al. Cálculo vesical e nefrolitíase
bilateral em cão: relato de caso. Pubvet, Teresina, v. 2, n. 9, p.76-78, fev.
Logo após a indução anestésica foi realizado celiotomia pré-
2015. Disponível em:
retro-umbilical para realização da nefrotomia longitudinal em <file:///C:/Users/Administrador/Downloads/a1eaf80b989503d95e6abbbff84cfa
sua borda maior e cistotomia, e subseqüente remoção dos 8e.pdf>. Acesso em: 27 out. 2018.
urólitos. No decorrer do procedimento, parâmetros como, 4. TANAKA, Aline Shioya. Principais aspectos cirúrgicos da urolitíase em
cães. 2009. 22 f. TCC (Graduação) - Curso de Medicina Veterinária,
frequência cardíaca (FC), respiratória (FR), pressão arterial Universidade Estadual Paulista ―júlio de Mesquita Filho'', Botucatu, 2009.
(PA), saturação de oxigênio e temperatura foram APOIO: Centro Veterinário Referencia Animal
monitorados e permaneceram estáveis.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO: CARCINOMA MAMÁRIO EM CÃO MACHO
Clarissa Lustosa1*, Juliana Olimpio¹, Izabela Machado¹, Frederico Eleutério¹, Luiz Flávio Telles².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO como tamanho reduzido (1cm), mobilidade, não era invasivo


Dada à importância do câncer de mama, a cadela tem sido e nem ulcerado, sendo estas indicativas de bom
considerada importante modelo experimental, para o estudo prognóstico.
da doença na mulher, principalmente pela sua ocorrência No tratamento, a cirurgia é a primeira escolha, então o
natural (STRANDBERG e GOODMAN, 1974). Na população animal foi encaminhado para realização de uma
canina, o câncer de mama em fêmeas corresponde a 70% mastectomia simples e remoção do linfonodo inguinal
de todas as neoplasias diagnosticadas (MERLO, et al., ipsilateral respeitando a drenagem linfática da lesão. Outra
2008). Assim como acontece na espécie humana, a característica que levou a tomada de decisão foi o tamanho
incidência de neoplasias mamárias em cães machos é da lesão, menor que 3 cm. As margens cirúrgicas foram
extremamente rara. Consequentemente, a literatura preservadas e a conclusão histopatológica foi de carcinoma
veterinária sobre o assunto é bastante escassa. MULLIGAN papilar invasivo com áreas micropapilares. Não foram
(1975) revisou 120 casos de neoplasias mamárias em cães observadas células neoplásicas nos linfonodos avaliados.
e encontrou apenas dois casos em machos, correspondendo Na imunohistoquímica, o índice proliferativo foi considerado
a 1,66%. ARIAS et al. (2015) cita o trabalho de PRIEST E elevado, devido marcação nuclear em mais de 25% das
MCKAY (1980) que analisaram 1.190 neoplasias mamárias células neoplásicas. Além disso, a e-caderina foi positiva em
caninas malignas e apenas 13 casos eram de machos 100% das células epiteliais neoplásicas reduzindo risco de
(1,08%) e em 562 neoplasias benignas, 10 ocorreram em um quadro metastático conferindo melhor prognóstico.
machos, correspondendo a 1,7%. Além disso, a ocorrência Devido a associação de neoplasias testiculares a tumores
de neoplasias mamárias em cães machos foi relacionada a de mama em machos, foi realizada orquiectomia bilateral,
comorbidades como neoplasias testiculares (BEARSS, et al., sendo descartada a patologia através da histopatologia.
2012).
Em seguida, o animal foi submetido a quimioterapia para
Devido à carência de informações sobre essa patologia, o
combate à doença residual. Foi instituída monoterapia com
presente trabalho visa relatar o caso clínico de um cão 2
carboplatina, 300mg/m , a cada 21 dias por 6 sessões. Foi
macho com câncer de mama, descrevendo a conduta clínica prescrito ômega 3, rico em fração DHA (Oxcell® - Avert) a
realizada com o paciente. cada 24 horas, por uso contínuo.
Por ser um caso recente não foi possível avaliar a sobrevida
RELATO DE CASO E DISCUSSÃO
do paciente, apenas o tempo livre de doença do animal que
Em um hospital veterinário, na cidade de Belo Horizonte, foi
atualmente é de 240 dias.
atendido um cão da raça pastor suíço, macho inteiro, com
11 anos de idade. A tutora identificou um nódulo sólido,
CONCLUSÃO
móvel, bem delimitado, não ulcerado, indolor, com descarga
Devido à baixa incidência da doença em cães machos, a
papilar serossanguinolenta, com 1 cm de diâmetro na mama
realização de estudos sistematizados é bastante
inguinal direita (Figura 1).
complicada, gerando assim publicações, dentro da medicina
veterinária, sem grandes diferenciais. Sendo assim, a
Figura 1: Nódulo na mama inguinal direita. Descarga papilar
extrapolação de informações do câncer de mama em
serossanguinolenta.
cadelas tem sido a ferramenta utilizada para a condução
clínica desta doença, mesmo sabendo que há diferenças
entre a doença feminina e a masculina.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ARIAS, J. I.; et al. Carcinoma mamario em un canino macho:


caracterización clínica e inmunohistoquímica. Archivos Médicos
Veterinários. v. 47, p. 111-115, 2015.
2. BEARSS, J. J.; et al. Histológic, Immunohistochemical, and Clinical
Features of 27 mammary tumors in 18 male dogs. Veterinary Pathology.
v. 49, n.4, 602-607, 2012.
3. CASSALI, G. D.; et al. Consensus regarding the diagnosis, prognosis
and treatment of canine mammary tumors: benign mixed tumors,
carcinomas in mixed tumors and carcinosarcomas. Brazilian Journal of
Veterinary Pathology. v. 10, n. 3, p. 87-99, 2017.
O Animal foi submetido a radiografia torácica e 4. MERLO, D. F.; et al. Cancer Incidence in Pet Dogs: Findings of the
Animal Tumor Registry of Genoa, Italy. Journal of Veterinary Internal
ultrassonografia abdominal, não sendo visualizadas Medicine. v. 22, p. 976-984, 2008.
alterações compatíveis com doença metastática. Seguindo 5. MULLIGAN, R. M. Mammary cancer in the dog: a study of 120
cases. American journal of veterinary research. v. 36, n. 9, p.1391-1396,
os critérios de estadiamento do câncer de mama em cadelas 1975.
proposto por Cassali et al. (2017) a doença se encontrava 6. STRANDBERG, J. D. e GOODMAN, D. G. Breast cancer: canine
mammary neoplasia. Animal Model of Human Disease. v. 75, n. 1, p.
no primeiro estágio, em uma classificação de I a V. Durante 225-228, 1974.
a avaliação clínica a neoplasia apresentava características
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO: COLHEITA E CONGELAMENTO DE SÊMEN DA CAUDA DO EPIDÍDIMO EQUINO
Mônica Lima Pereira1*, Bruna Florentino Lança¹, Júlia Fernanda da Silva¹, Henrique Favaretto², Fabrizia Portes Cury Lima³.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Médico Veterinário, pós graduado em reprodução equina
³
Professora do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
*monicaa.lima97@gmail.com
INTRODUÇÃO técnica de ejaculação química, e a colheita de
As biotecnologias modernas como o congelamento de espermatozóides da cauda do epidídimo que se mostrou a
sêmen a partir da cauda do epidídimo, vêm sendo uma mais eficiente.
importante ferramenta para preservação do potencial
genético em diferentes espécies. Nos equinos essa Figura 1: Testículo armazenado em luva de palpação
biotecnologia da reprodução é uma excelente ferramenta envolvido por solução de Ringer com Lactato.
para a preservação da genética de garanhões que vem a Figura 2: Cauda do epidídimo e ducto deferente dissecados.
óbito inesperadamente (1). Figura 3: Amostras distribuídas em tubos e centrifugadas.
O presente trabalho tem como objetivo relatar as técnicas e
procedimentos realizados na colheita de sêmen através da
cauda do epidídimo, após o óbito de um garanhão da raça
Quarto de Milha.

RELATO DE CASO E DISCUSSÕES


Em Outubro de 2018, um garanhão da raça Quarto de Milha
com 17 anos de idade, deu entrada no hospital veterinário Em animais que provieram a óbito, existem três métodos de
de Betim- MG, apresentando um quadro de abdômen agudo, colheita através da cauda do epidídimo, o de flutuação, o de
porém mesmo com o tratamento instituído, o animal veio a fluxo retrógrado e de perfuração, sendo que os dois
óbito por sepse em consequência à grande perda de primeiros foram empregados na colheita do garanhão
viabilidade do trato gastrointestinal. Devido ao grande valor relatado, no entanto, alguns autores descrevem a utilização
zootécnico do animal, foi realizado o procedimento de de apenas um método, sendo o de fluxo retrogrado
orquiectomia pré-eutanásia para coleta de sêmen através da preferencial, pois viabiliza a captação de um maior número
cauda do epidídimo, e posteriormente realizar a de células espermáticas (1, 2, 3, 4).
criopreservação espermática.
Os testículos foram enviados ao Medico Veterinário CONCLUSÕES
especializado no procedimento, acondicionados em luvas de
palpação contendo solução de Ringer com Lactato Conclui-se que a recuperação de espermatozóides
colocados em caixa de isopor com gelo reciclável, para epididimários após o óbito do garanhão proporciona a
respeitar as regras da curva de refrigeração. (Fig. 1). utilização do material genético de reprodutores de alto valor
afetivo, zootécnico e genético que morrem
Para obter o sêmen, os epidídimos juntamente com uma inesperadamente. O congelamento de sêmen do epidídimo
parte do ducto deferente foram separados dos testículos, pode ser a última oportunidade de se armazenar material do
realizou-se a dissecação do tecido conjuntivo sendo isolada animal. Esses espermatozóides recuperados da cauda do
a cauda do epidídimo e ducto deferente (Fig. 2) de ambos os epidídimo podem ser utilizados com êxito em biotecnologias
testículos. Após a separação, primeiramente, foi empregada da reprodução. Com tudo, essas biotecnologias vêm sendo
a técnica de fluxo retrógrado, onde com auxílio de uma uma ferramenta importante para preservação da genética de
micropipeta e ponteira foi injetado no lúmen do ducto animais, dentre elas a criopreservação a partir da retirada do
deferente em sentido vertical o diluente (Botu-sêmen®, em sêmen da cauda do epidídimo, sendo a que apresenta
temperatura ambiente) para que os espermatozóides resultados mais semelhantes quando comparado a coleta de
epididimários fossem carreados até a porção final da cauda sêmen convencional.
extravasando em uma placa de Petri. Posteriormente, foi
realizada a técnica de flutuação que consiste na secção da
cauda do epidídimo por múltiplas incisões longitudinais com BIBLIOGRAFIAS
auxílio de bisturi e imersão em diluente possibilitando a 1. MELO, Cely Marini; PAPA, Frederico Ozanam; ALVARENGA, Marco
migração dos espermatozóides para esse meio externo pela Antônio. Como colher e congelar sêmen de epidídimo de reprodutores
terminais ou mortos. Disponível em: <http://www.itarget.com.br>. Acesso
diferença de osmolaridade, visando máxima obtenção de em: 28 out. 2018.
células espermáticas provenientes do epidídimo. Juntando o 2. MONTEIRO, Gabriel Augusto; GUASTI, Priscilla Nascimento; PAPA,
adquirido com as duas técnicas o volume final foi de 40ml Frederico Ozanam. Colheita e Preservação de Células Espermáticas de
6 Garanhões Recuperadas da Cauda do Epidídimo. Veterinária e Zootecnia,
com uma concentração espermática de 164x10 / ml, logo
Botucatu, v. 16, n. 3, p.448-458, set. 2009. Disponível em:
após seguiu-se com procedimento para a criopreservação <http://fmvz.unesp.br>. Acesso em: 27 out. 2018.
do sêmen, onde as amostras foram distribuídas em tubos e 3. MONTEIRO, Gabriel Augusto. Criopreservação E Fertilidade De
centrifugadas (Fig. 3) a 2.2rpm que equivale a 600xg, Espermatozóides Recuperados Da Cauda Do Epidídimo De
durante 10min. O sobrenadante foi descartado e o pellet Garanhões. 2010. 81 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina
dissolvido com diluente de congelamento (Botu-Crio®). O Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2010.
6 Disponível em: <https://repositorio.unesp.br>. Acesso em: 28 out. 2018.
material foi envasado na concentração de 200x10 4. SANTOS, Fernanda Carlini Cunha dos. Sêmen da cauda do epidídimo de
espermatozóides/ palheta de 0,5ml, totalizando 60 palhetas garanhões submetido à centrifugação com coloide. 2017. 98 f. Tese
que foram congeladas em nitrogênio líquido seguindo o (Doutorado) - Curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Rio
protocolo necessário. Segundo MONTEIRO et al., (2009) Grande do Sul, Porto Alegre, 2017. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br>.
Acesso em: 27 out. 2018.
para a colheita de sêmen de garanhões em estado terminal
APOIO:
existem algumas técnicas que podem ser empregadas,
sendo elas, a eletroejaculação, que não é muito eficiente
pois pode haver contaminação do ejaculado por urina,
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO: DISTOCIA EM ELEFANTA DO ZOOLÓGICO DE BELO HORIZONTE - MG
Bruna Ferreira de Miranda1*, Pamela Viana Ferreira1, Fabrízia Portes Cury Lima², Herlandes Tinoco3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
3
Médico Veterinário chefe da Seção de Veterinária da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte - Belo Horizonte – MG – Brasil
*autor para correspondência: bmbruna16@gmail.com

INTRODUÇÃO alaranjado com consistência friável e petéquias no


O elefante pertence à família Elephantidae, que inclui o mesentério e serosa uterina.
gênero Loxodonta e o Elephas maximus (2, 4). É o mamífero DISCUSSÃO
terrestre com maior período de gestação, variando em torno As causas de distocia podem estar relacionadas com a
de 22 meses (1,3). Em vida livre, as fêmeas atingem a fêmea, como nos casos de ineficiência das contrações
maturidade sexual em média com 10 a 12 anos, enquanto uterinas, hipocalcemia, estresse, falta de aptidão física,
em cativeiro isto reduz para 3,5 a 7 anos. São poliéstricas inexperiência, alterações endócrinas ou anormalidades
não sazonais, tendo o ciclo estral com duração de 13 a 18 pélvicas, hímen intacto, dilatação insuficiente do canal do
semanas (2, 4). Tratando-se de um mega vertebrado, as parto, edemas, cistos e tumores. Também podem ter relação
fêmeas apresentam características anatômicas reprodutivas com causas infecciosas, sendo os agentes mais comuns o
únicas, com o maior trato urogenital entre os mamíferos herpes vírus, varíola bovina e a salmonelose. As causas
terrestres, alcançando cerca de 3m de comprimento (3, 4). fetais podem estar relacionadas a anormalidades no
Existem indícios comportamentais na fêmea que indicam a tamanho do feto, hidrocefalia e sua viabilidade, pois um feto
aproximação do momento de parição como agitação, perda morto é mais propenso a apresentar alterações de estática
do apetite, aumento das micções e defecações, fetal, tal qual ocorreu no caso relatado (3).
alongamento do corpo e queda de 50% nos níveis de O ideal são intervenções não cirúrgicas, como a tração do
progesterona em 24 h. Após o início do trabalho de parto, o feto com correntes, estímulo do reflexo de Ferguson ou
nascimento pode ocorrer em minutos, porém em alguns administração de substâncias como estrogênio,
casos pode evoluir para distocia, que se caracteriza por prostaglandina ou ocitocina para promover aumento da
falhas na evolução do trabalho de parto, podendo levar a atividade contrativa e descida fetal, entretanto, o elefante
morte fetal e materna caso não ocorra intervenção parece ser hipersensível à ocitocina, mostrando exaustão
veterinária correta e precoce (3). Este trabalho relata o caso seguida de total falta de resposta, ruptura uterina ou redução
de uma elefanta do zoológico de Belo Horizonte com o da circulação sanguínea no cordão umbilical (3). A cesariana
objetivo de destacar as principais causas de distocia e é contra indicada em elefantes, pois além de ser quase
dificuldades encontradas na realização de intervenções não impossível devido à parede abdominal espessa, grande
cirúrgicas e cirúrgicas, devido às características da espécie. peso intestinal, alta pressão sobre a ferida cirúrgica e pobre
cicatrização, em todas as tentativas relatadas, mãe e feto
RELATO DE CASO não sobreviveram (1,3). Se ocorrer insucesso no tratamento
Uma fêmea de Loxodonta africana da Fundação de Parques não cirúrgico como no caso retratado, deve se considerar o
Municipais e Zoobotânica de Belo Horizonte, de rompimento do saco alantóide para decidir pela intervenção.
aproximadamente 14 anos de idade, com provável gestação, Nesse caso, a episiotomia ou a vestibulotomia são
começou a ser monitorada pela equipe de médicos recomendadas. Nos casos de morte fetal, a fetotomia é o
veterinários após cópulas com um macho serem último recurso para tentar salvar vida da fêmea (1,3). A
observadas. Com aproximadamente 640 dias de gestação, decisão de interromper a extração do feto após fetotomia, se
foram realizadas coletas de amostras de sangue para deu devido a chance de ocorrer mumificação fetal uterina,
exames laboratoriais hormonais, onde se detectou a queda pois a espécie pode reter o feto mumificado por longos
acentuada dos níveis de progesterona. Após dois dias, o períodos e o expelir posteriormente (1, 3).
animal apresentou os primeiros sinais de parto e no decorrer
do dia as contrações ficaram menos frequentes e CONCLUSÕES
improdutivas, não ocorrendo a expulsão do feto. No dia A identificação e tratamento dos casos de distocia em
seguinte foi administrado ocitocina sem sucesso. Foi elefantes oferecem inúmeros obstáculos relacionados à
realizada contenção físico química, permitindo a contenção do animal, a anatomia e ausência de tecnologias
aproximação segura da equipe e preparação do recinto. e informação. É necessário que a comunidade científica
Através da palpação vaginal, foi possível palpar a ponta da busque investigar mais profundamente, todas as questões
tromba do filhote, o qual não respondeu aos estímulos. Após relacionadas à reprodução na espécie para fins
dois dias, foi realizada uma técnica cirúrgica chamada de comparativos e para melhoria na qualidade das
vestibulotomia, permitindo a manipulação fetal. Através do intervenções.
acesso ao canal vaginal, detectou se que o feto estava em
apresentação longitudinal anterior, posição dorsal e atitude BIBLIOGRAFIAS
com membro anterior esquerdo estendido e direito 1. CHANDRAPURIA, Vp et al. Vaginal Vestibulotomy in an Asian
flexionado. Houveram inúmeras tentativas de tracionar o feto Elephant. Journal Of The Asian Elephant Specialist Group. Sri Lanka, p. 39-
41. set. 2014.
com corrente obstétrica, até que a tromba se rompeu.
2. FONTES, S.A.J. (2017). Reproductive management in captive
Através da técnica de fetotomia, se conseguiu remover o elephants. Dissertação de mestrado. Universidade de Lisboa, Faculdade de
membro que estava estendido com a intenção de Medicina Veterinária, Lisboa.
reposicionamento fetal para sua posterior retirada, mas isso 3. HERMES, R. (2008) et al. Obstetrics in elephants. Theriogenology,
não foi possível. Em virtude do tempo de anestesia e [s.l.], v. 70, n. 2, p.131-144, Elsevier BV.
http://dx.doi.org/10.1016/j.theriogenology.2008.04.003.
decúbito, o procedimento foi interrompido. A fêmea veio a
4. HILDEBRANDT, Thomas B. et al. Reproductive cycle of the
óbito dois dias após o procedimento e então foi dado início á elephant. Animal Reproduction Science, [s.l.], v. 124, n. 3-4, p.176-183, abr.
necropsia, detectando edema e congestão de mucosa 2011. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.anireprosci.2010.08.027.
vestibular e vaginal, pulmões hemorrágicos, fígado APOIO:Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO: HIPERPLASIA PROSTÁTICA EM CÃO
Angela Miranda Rodrigues1, Maria Clara Madureira de Lima Prado , Núbia Pâmela Fonseca Santos¹, Suellen de
1

Moura Lacerda¹, Fabrizia Portes Cury Lima . 2

1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professora do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO da bexiga (1). Já a presença de sangue é explicada pela


A próstata é uma glândula sexual responsável por produzir infecção do trato urinário, devido à presença de bactérias
parte do fluido que constitui o sêmen (3,5). oriundas da próstata (1).
A síndrome prostática é um conjunto de doenças, que Não houve alterações representativas no hemograma.
acometem comumente cães senis, estes podendo Após resultado dos exames, o animal foi encaminhado para
apresentar sinais clínicos relacionados aos sistemas a cirurgia de orquiectomia
urinários, digestório e locomotor, tais como, disúria,
hematúria, tenesmo, disquezia, hematoquezia, dificuldades
de locomoção, febre, letargia, vômito (3,4).
A hiperplasia prostática se dá quando a próstata se encontra
aumentada, devido ao constante estímulo hormonal, e, de
acordo com (3), quando benigna, acontece em todos os
cães não castrados com o avançar da idade (3). A castração
é o tratamento recomendado, já que, 2 a 3 semanas após
sua realização, há a involução permanente da próstata
nesses casos (5).
O animal acometido pode ter como complicações da
síndrome prostática, infecções urinárias recidivantes,
hidronefrose, hérnia perineal, dentre outras (3).
Seu diagnóstico é feito com a associação de exame clínico
(palpação), sinais clínicos e exames complementares como
radiografia e ultrassonografia (4).
Este trabalho tem como objetivo descrever um relato de
caso que objetiva mostrar as consequências de uma
alteração prostática. CONCLUSÕES
MATERIAIS E MÉTODOS As alterações encontradas nos exames são condizentes
Foi atendido em uma clínica veterinária particular, localizada com uma possível hiperplasia prostática, uma vez que essa
em Belo Horizonte, em setembro de 2018, um animal SRD, afecção está presente na grande maioria dos animais não
com 18 kg, não castrado, de 9 anos de idade. castrados acima de 9 anos de idade (4,5).
O proprietário relatava que o animal tinha dificuldade de Clinicamente não se consegue diferenciar as diversas
urinar, esta se apresentava avermelhada e, nas fezes prostatopatias, por serem muito similares entre si, contudo, o
visualizava-se estrias vermelhas. exame histopatológico é o método capaz de diferenciá-las,
mesmo não sendo usado na rotina prática, sendo substituído
RELATO DE CASO E DISCUSSÕES por exames de mais fácil acesso, tais como a
Após conversa com proprietário foi sucedida a anamnese e ultrassonografia e a radiografia (3).
exame clínico do paciente. O animal se apresentava dócil e Os métodos de diagnóstico por imagem são de grande
calmo, sem alterações dos parâmetros fisiológicos vitais, relevância para o monitoramento das síndromes prostáticas
como frequência cardíaca, frequência respiratória e (4) e o acompanhamento do animal para estabilização e
temperatura retal. Posteriormente, solicitou-se exames recuperação do quadro, como a infecção do trato urinário,
complementares para maior entendimento dos sinais torna-se fundamental após o diagnóstico da doença.
Fonte: Arquivo pessoal
apresentados, tais como: hemograma, ultrassonografia e Após a estabilização do paciente, recomenda-se a
urinálise. orquiectomia para a redução do tamanho da próstata e
No exame ultrassonográfico visualizou-se urólitos vesicais, resolução do quadro.
próstata com contorno definidos e margens regulares,
parênquima ecogênico e homogêneo com dimensões BIBLIOGRAFIAS
aumentadas.
A hiperplasia da próstata não tem etiologia bem elucidada, 1.D.F.Diehl, AFECÇÕES PROSTÁTICAS EM CÃES, Porto Alegre 2011.
Disponível em:
mas se relaciona com o aumento da sensibilidade do tecido https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/38710/000793604.pdf?sequ
prostático à testosterona, que tende a aumentar com a ence=1. Acesso em 26 de outubro de 2018.
senilidade (4). 2.F.A.Magalhães, UROLITIASE EM CÃES, Rio grande do Sul 2013,
A próstata está localizada próximo à bexiga e, quando está Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/95100/000917581.pdf?sequ
aumentada faz com que haja uma obstrução uretral parcial, ence=1. Acesso dia 26 de outubro de 2018.
dificultando a micção ocasionando assim, o acúmulo da 3.MARIANO, Renata Sitta Gomes, et. Al., Principais afecções da próstata em
urina e consequentemente, a formação de cálculos, cães, revista investigação medicina veterinária, 14(1):98-103, São Paulo,
Brasil, 2015.
formados por cristaloide orgânicos ou inorgânicos (2). 4. GALVÃO, A.L.B, et. Al., Principais afecções da glândula prostática em
Na urinálise foi observada grande quantidade de cães, Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.35, n.4, p.456-466,
espermatozoides e presença de sangue. A presença dos out./dez. 2011. Disponível
espermatozoides ocorre devido ao aumento da pressão em http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v35n4/pag456-466.pdf.
5.ROCHA, Tatiana Lika Franco, Hiperplasia prostática benigna – HPB, São
uretral que encaminha parte do fluido seminal para o interior Paulo, 2008. Disponível em http://arquivo.fmu.br/prodisc/medvet/tlfr.pdf.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO: HIPOPLASIA TESTICULAR EM CÃO
Gustavo Fonseca¹, Laryssa Fittipaldi¹, Erika Gonçalves¹, Thabata Trigueiro¹, Fabrizia Lima².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil
2
Professora do curso de Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO esterilidade. As células intersticiais (de Leydig) estão


Atualmente e mais do que nunca, os animais tem exercido presentes em números normais e mantém a secreção de
uma função de extrema importância na sociedade, a de testosterona responsável pela libido.
companhia. Tendo isto em vista, cada dia mais as pessoas Não foi possível realizar o espermograma do cão devido a
optam por ter animais em casa, fazendo com que o mercado baixo volume do ejaculado obtido em três coletas realizadas
pet cresça constantemente. Dentro deste amplo mercado, em dias diferentes. Para a confirmação do diagnóstico, seria
temos a área da reprodução animal, que visa sanar necessária a realização do exame histopatológico,
problemas físicos, genéticos e/ou de manejo, que entretanto o mesmo não foi autorizado pela proprietária. O
comprometem a fertilidade, tentando evitar perdas prognóstico é ruim, pois não existe tratamento terapêutico
financeiras para os proprietários de canis e transtornos para hipoplasia testicular e a recomendação é a realização
comportamentais para os animais, dependendo da causa de da orquiectomia e retirada do animal da reprodução.
sua infertilidade. Para conhecer essas causas em cães
machos, é importante conhecer as particularidades Tabela 1 – Resultados do Exame Ultrassonográfico
fisiológicas reprodutivas masculinas, destacando-se a realizado no cão Spitz Alemão
espermatogênese.
Formato Localização Dimensões Parênquima
O objetivo do trabalho foi o estudo e relato de um caso de
3 cm de
Hipoplasia Testicular canina, considerada uma das
TD Habitual Habitual comprimento, Arquitetura
anomalias do desenvolvimento testicular de origem
1,1 cm de preservada
hereditária e amplamente discutida na literatura. A
largura
severidade depende do tipo de célula afetada, se ocorrer
comprometimento das células basais da linhagem 2 cm de
germinativa e das células de Sertoli, a infertilidade é TE Habitual Habitual comprimento, Arquitetura
irreversível; se mais células diferenciadas no processo de 0,7 cm de preservada
espermatogênese sofrerem danos, mas as células de Sertoli largura
permanecerem intactas, a infertilidade pode ser transitória.
CONCLUSÕES
RELATO DE CASO E DISCUSSÃO A infertilidade em cães machos é recorrente, porém pouco
Foi atendido no Centro Veterinário de Pequenos Animais um investigada. Por ser uma alteração multifatorial, os criadores
cão, macho, de três anos de idade, da raça Spitz Alemão, devem estar atentos aos fatores que predispõem os animais
coloração caramelo, que foi adquirido para ser utilizado à infertilidade, como nutrição, intoxicações, patologias
como reprodutor. O animal chegou ao canil com um ano e congênitas e enfermidades inflamatórias.
dois meses, realiza o processo de monta normalmente e Ao realizar a escolha e compra de um animal com finalidade
sem dor, porem nunca emprenhou uma fêmea. Alimenta-se reprodutora, deve-se analisar o histórico genético do animal,
com ração Super Premium, acrescida de suplementação exames clínicos e laboratoriais para certificar-se da saúde e
quatro vezes ao ano. Ao exame clínico, o animal apresenta fertilidade do mesmo. Atentar aos fatores supracitados, bem
descamação escura da pele, dorsal e ventral, insensibilidade como aos fatores ambientais onde o animal será inserido,
à palpação testicular, pênis sem alterações, testículo direito para evitar estresse e garantir o desempenho desejado.
aparentemente normal e testículo esquerdo menor e com
consistência flácida. Suas mucosas apresentavam normais e BIBLIOGRAFIAS
sem presença de ectoparasitas. 1. NELSON, Richard W.; COUTO, C. Guillermo. Medicina interna de
pequenos animais. São Paulo, SP. Editora Elsevier. 2015, 5. ed. Disponível
Foram realizados exames complementares de em: https://books.google.com.br/books?hl=pt-
ultrassonografia e dosagem sérica de T4 total, sendo este BR&lr=&id=GgglCwAAQBAJ&oi=fnd&pg=PP1&dq=infertilidade+c%C3%A3es
sem alterações. Foi visualizado a partir do exame +diagn%C3%B3sticos&ots=TMkPJYgpSE&sig=8eEBeDSGEp_bmwY5G0klTe
WVdpw#v=onepage&q&f=false.
ultrassonográfico testículo direito apresentando tamanho,
2. CRISTIANSEN, I.J. Reprodução no cão e no gato. Editora
formato e localização habituais. O parênquima, hipoecóico e Manole. São Paulo, 1988.
homogêneo, permitindo visualização do mediastino 3. CUNNINGHAM, J.G.; KLEIN, B.G. Tratado de Fisiologia
testicular, bem como a cauda do epidídimo. O testículo Veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro, RJ. Editora Elsevier, 2008.
esquerdo apresentou localização e formato habituais, mas 4. DI SANTIS, G. W. Estudo morfológico, morfométrico e
com redução significativa de suas dimensões, mantendo sua imunoistoquímico de próstatas caninas normais e hiperplásicas.
arquitetura preservada (Tabela 1), sugerindo hipoplasia Botucatu, SP, 128p. Tese (Mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, 2003.
testicular no lado esquerdo. 5. CHIARADIA, Vinícius Santos. Alterações prostáticas em cães.
Os achados clínicos e dos exames complementares Centro de Estudos Superiores de Maceió. Monografia, Porto Alegre, RS,
ultrassonográfico e dosagem sérica foram semelhantes aos 2016. Disponível em:
descritos por (1) sugerindo a provável causa da infertilidade https://www.equalis.com.br/arquivos_fck_editor/Alteracoes_prostaticas_em_ca
es-_CD_TCC_FINAL.pdf.
do cão, a hipoplasia testicular no lado esquerdo. Essa
6. RIBEIRO, Lorena Gabriela Rocha. Patologias do sistema
alteração é de origem hereditária, resultante do reprodutor em cães e gatos. Universidade Federal da Bahia. Salvador, BA.
desenvolvimento anormal do epitélio germinal dos túbulos Disponível em:
seminíferos, resultando em oligosperma, azospermia e http://www.cirurgia.vet.ufba.br/arquivos/docs/eventos/16.pdf.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO: LAMINITE EM EQUINO DE TRAÇÃO
Thales Monteiro França¹*, Júlia Fernanda da Silva¹, Luana de Melo Eufrásio Paiva².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professora do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO escore corporal subiu para 3, o animal permanece por mais


A Laminite é definida como uma enfermidade metabólica tempo em estação em baia se alimentando e observou-se
sistêmica que afeta os sistemas circulatório, renal, melhora na postura e atitude.
endócrino, o equilíbrio ácido-base e hidroeletrolítico além de Fig. 1: Imagem radiográfica do dígito do membro torácico
alterar fatores da coagulação. (5). direito, com rotação da falange distal. Fig. 2: Imagem do
Mais do que uma inflamação, a Laminite é uma doença tamanco de madeira com silicone de condensação.
perivascular periférica que se manifesta pela diminuição da
perfusão capilar e que na maioria das vezes é consequência
de outro processo patológico sistêmico no organismo. As
principais causas são a ingestão excessiva de grãos e
afecções que levam a quadros de endotoxemia(3).
O presente trabalho relata sobre laminite, uma doença de
considerável incidência na clínica equina que atinge o estojo
córneo e estruturas adjacentes, causando como principal
sinal clínico a claudicação (2).

RELATO DE CASO E DISCUSSÕES


No dia 2 de outubro de 2018, foi atendido no Hospital
Veterinário do UniBh um equino sem raça definida, de Segundo Reis (2014) a Laminite é uma enfermidade de
350kg, com 6 anos de idade. A queixa principal do grande importância e considerável incidência, podendo
proprietário era a claudicação que o animal apresentou após incapacitar, ou mesmo justificar a eutanásia, em casos
um quadro de abdome agudo. severos.
Ao exame clínico observou-se que o animal estava Segundo Owens (1995) o uso de AINES como fenilbutazona
debilitado, com escore corporal de 2,5, intensa sudorese, e flunixin meglumine são comumente administrados para
taquicardia, taquipnéia e dificuldade de deambulação. Foi reduzir a dor permitindo que o animal tenha uma
constatada claudicação dos membros torácicos, onde o permanência em estação e deambulação confortável.
membro anterior direito apresentava claudicação de grau 4 e Segundo Hunt (2002) os objetivos do tratamento da laminite
o membro anterior esquerdo claudicação de grau 3. O pulso em ambos as formas (aguda ou crônica) envolve minimizar a
das artérias digitais palmares em ambos os membros era agressão inicial, combater as forças biomecânicas adversas
aumentado, os cascos apresentavam aumento de da carga vertical pivotante, preservando a vascularização e
temperatura e presença de secreção purulenta na região cuidando da camada germinativa.
dos bulbos. Steward (2003) propõe que o uso de uma ferradura de
Mediante os achados clínicos, suspeitou-se de laminite. O madeira constitui um método atraumático de ferrageamento,
paciente foi encaminhado para estudo radiográfico, sendo e que permite a redução das forças mecânicas no casco e a
possível constatar a rotação da falange distal confirmando a estabilização da terceira falange.
suspeita clínica. (fig. 1).
O tratamento consistiu no uso de antiinflamatório não CONCLUSÕES
esteroidal a base de flunixin meglumine e ácido Conclui-se que a Laminite é uma importante afecção do
acetilsalicílico. Conjuntamente foi realizado o casqueamento sistema locomotor dos equinos, que pode levar a danos
ortopédico corretivo com base nos exames radiográficos prejudiciais a vida esportiva do animal ou a sua qualidade de
buscando aproximar as proporções anatômicas normais do vida. Seu tratamento deve ter acompanhamento por um
casco e auxiliar a biomecânica digital. Após o casqueamento Médico Veterinário, onde além de estabelecer o tratamento
foi aplicado um tamanco de madeira com ―breakover‖ específico da doença é necessário que trate a causa
atrasado que tem função de adiantar a movimentação de primária caso esta não tenha sido resolvida.
suspensão do talão do solo, seguido da elevação da pinça
(fig. 2). Entre o casco e o tamanco foi utilizada uma palmilha
de silicone de condensação para preenchimento da sola e BIBLIOGRAFIAS
1. OWENS, J.G., Effects of ketoprofen and Phenylbutazone on Chronic
apoios de ranilha, reduzindo assim a tensão do tendão flexor Hoof Pain and Lameness in the Horse; Equine Veterinary Journal, vol 27,
digital profundo. Este tipo de casqueamento e o uso do p.296-300, 1995.
tamanco têm como principal objetivo transferir o peso para 2. REIS, Fernanda Baldi. Laminite em Equinos. 2014. 36 f. Monografia
baixo da falange distal, sola, ranilha e barra. (Especialização) - Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Veterinária,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014. Disponível
Duas semanas após o início do tratamento foi necessário em:
realizar a retirada do tamanco ortopédico devido a <https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/106624/000942315.pdf?sequen
continuidade da secreção bulbar, sendo colocada uma bota ce=1&isAllowed=y>. Acesso em: 05 nov. 2018.
ortopédica de E.V.A e o silicone de condensação como 3. STASHAK, T. S., Adams’ Lameness in Horses; 5ª Ed., 2006
4. STEWARD, M.L., How to Construct and Apply Atraumatic Therapeutic
forma de palmilha para amortecimento e melhor Shoes to Treat Acute or Chronic Laminitis in the Horse; AAEP
acompanhamento e limpeza dos cascos. proceedings, vol 49, p. 338-345,2003
O animal segue em tratamento no Hospital Veterinário do 5. THOMASSIAN, A.. Afecções do Aparelho Locomotor. In: THOMASSIAN,
A.. Enfermidades dos cavalos. 3º Ed. São Paulo: Livraria Varela, 1996 p.
Unibh, apresentando evolução clínica favorável. Os 231-252
parâmetros fisiológicos estão dentro da normalidade, o
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO: RETICULOPERICARDITE TRAUMÁTICA EM VACA LEITEIRA
Warley Ferreira¹, Michelle Neves¹, Suellen Silva1, Soraia Quirino1, Fabrízia Portes Cury Lima2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do curso de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO
A retículo pericardite traumática é definida como lesão
cardiotorácica, causada pela perfuração do reticulo por
corpos estranhos pontiagudos. Acomete com maior
frequência bovinos, por estes apresentarem hábitos de
pouca seletividade na apreensão do alimento. A dinâmica da
doença se dá através da ingestão de corpo estranho que é Figura 1. Saco Pericárdco aberto Figura 2. Coração com fibrina
(Fonte: Arq. Pessoal, 2018) (Fonte: Arq. Pessoal, 2018)
dirigido até o rumem, e, através dos movimentos ruminais o Ao continuar a necropsia, localizou-se o corpo estranho, um
objeto chega ao retículo, onde irá perfurar a parede do objeto metálico, linear, pontiagudo, medindo cerca de 10 cm
retículo alcançando o saco pericárdio, devido a sua de comprimento (FIG 3). Encontrava-se perfurando o
proximidade anatômica. A lesão no pericárdio predispõe a reticulo, com a extremidade perfurante voltada e de encontro
uma contaminação ascendente, via rúmen, uma vez que ao pericárdio. Nas camadas perfuradas do reticulo, notou-
este órgão contém uma grande quantidade e variedade de se depósitos de fibrina ao redor do objeto, como observado
bactérias, levando a um processo inflamatório conhecido na (FIG 4). Outros objetos foram encontrados no meio do
como pericardite. Em consequência da lesão e pela conteúdo rumenal do retículo.
migração dos micoorganismos, irá iniciar um processo
inflamatório com um acúmulo de exsudato, fibrina e material
purulento entre o saco pericárdico e o coração, resultando
em insuficiência cardíaca e dependendo da intensidade da
afecção e do volume do líquido acumulado, uma dificuldade
respiratória (2). Esta é uma afecção de grande importância
econômica, por ser uma doença de alta mortalidade. Ela é
Figura 3. Retículo com Perfuração Figura 4. CE retirado do Retículo
de fácil diagnóstico, porém, por apresentar um quadro de (Fonte: Arq. Pessoal, 2018) (Fonte: Arq. Pessoal, 2018)
desenvolvimento lento, com apresentação dos sintomas Observou-se ainda, no intestino delgado, na região do
tardiamente, o diagnóstico é pouco realizado. O animal com duodeno, uma massa de cor amarelada com presença de
esta lesão, continua realizando suas atividades líquido e bastante fibrose. Em toda extensão do intestino
normalmente, podendo apresentar sintomas após dias, delgado havia a presença de fibrose e sangue junto ao
meses ou anos após ocorrer a lesão. O presente trabalho conteúdo intestinal. Os rins apresentavam-se levemente
tem o intuito de descrever os achados macroscópicos de um aumentados, na tentativa de compensar a perda de líquido
caso de retículopericardite traumática em vaca leiteira. extracelular. E, demais órgãos sem alterações de relevância.

RELATO DO CASO CONCLUSÕES


No dia 30 de agosto de 2018, foi realizada uma necropsia Após todas as evidencias observadas durante a necropsia,
em uma vaca da raça Girolando ¾, pelos graduandos do foi possível fechar o diagnóstico de reticulopericardite
curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário – traumática. Concluindo-se que no ruminante ocorre uma
UniBH, com o objetivo de determinar a causa mortis deste maior predisposição a esta patologia por se tratar de uma
animal. Segundo histórico, tratava-se de um animal no terço espécie animal, cujo hábito alimentar apresenta baixa
final da gestação, que apresentava um quadro semelhante a seletividade na apreensão e captura dos alimentos, sendo
uma intoxicação, com presença de sangue e fibrose nas facilitada a ingestão de objetos estranhos. Bem como a
fezes, fraqueza e apatia, onde foi realizado a administração anatomia que mostra proximidade entre retículo e pericárdio.
de medicamentos, como antitóxicos, na tentativa de reverter Assim, a presença desses objetos na alimentação, acabam
e melhorar o quadro em que o animal se encontrava, sem causando a perfuração do retículo, podendo culminar no
sucesso e vindo a vaca a óbito. óbito do animal. Desta forma, deve-se processar e verificar
todo o processo de ensilagem e de fornecimento dos
RESULTADOS E DISCUSSÃO alimentos em cocho, minimizando e prevenindo a ingestão
Ao iniciar a necropsia, no exame macroscópico observou de corpos estranhos, visando reduzir perdas de econômicas
edema na região submandibular (barbela), onde ao corte no sistema de produção.
secretou grande quantidade de líquido. Já na cavidade
torácica, percebeu-se que o coração estava muito BIBLIOGRAFIAS
aumentado de tamanho, com aproximadamente 30 cm de 1. MOREIRA, Rivânia Ferreira. [Et. al.].
diâmetro (tamanho de bola de basquete), porém ao abrir o RETICULOPERICARDITE TRAUMÁTICA: RELATO
saco pericárdico, notou-se que este aumento era em DE CASO. Anais III SIMPAC-vol 3. Viçosa-MG.
decorrência de presença de deposição de fibrina de cor Dezembro de 2011. Pg370-3375. Acessado em 30 de
amarelada, com grande volume de líquido, cerca de 5 litros, outubro:https://academico.univicosa.com.br/revista/inde
de aspecto turvo e de cor amarelada, como demostrado nas x.php/RevistaSimpac/article/view/382/546.
figuras 1 e 2. Essas alterações, aumentam a pressão 2. GARCIA, Paulo Vitor. [Et al]. RETICULO
exercida no coração no qual estava limitado (1). A parede PERICARDITE TRAUMATICA:RELATO DE CASO.
cardíaca estava repleta de regiões de fibrose de cor amarelo REVISTA CIENTÍFICA ELETÔNICA DE MEDICINA
pardacento, apresentando as paredes ventriculares VETERINÁRIA - Ano VI- Numero 10-Janeiro de 2008.
espessadas devido a compressão, caracterizando uma Acessado em 30 de outubro:
hipertrofia cardíaca. http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_dest
aque/fsqZ6MIlDDL8qJM_2013-5-28-11-39-23.pdf.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO: TRATAMENTO DE TVT EM UMA CADELA DE RUA
Suellen Silva1, Soraia Quirino1, Warley Ferreira¹, Michelle Neves¹, Fabrízia Portes Cury Lima2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do curso de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO
O tumor venéreo transmissível (TVT) é uma neoplasia de RESULTADOS E DISCUSSÃO
células redondas, do mesmo grupo dos mastocitomas, Após a realização dos exames complementares, verificou-se
carcinomas de células basais, linfomas e histiocitomas (1), no resultado do hemograma uma diminuição das plaquetas
afeta principalmente a genitália externa de cães machos e (179000/µL) e uma leve leucocitose (18600/ µL). Na
fêmeas. A principal via de transmissão é através do coito, avaliação do exame direto pelo Imprint da lesão, foi possível
lambedura ou contato direto com o tumor. A massa tumoral, identificar células grandes, redondas similares a
desenvolve-se após um período que varia de dois a seis macrófagos, confirmando o diagnóstico. Foi sugerido o
meses após a inoculação (3). É uma neoplasia maligna, tratamento à base de Sulfato de Vincristina que, de acordo
porém tem baixo poder metastático, quando isso acontece, com a literatura, promove 90% de recuperação dos cães
normalmente afeta o linfonodo regional, períneo ou escroto, tratados e é o protocolo mais utilizado nas clínicas de
com maior chance de acontecer em animais com baixa pequenos animais atualmente (3). Mas além deste
imunidade. As metástases em outros órgãos são raras (1). protocolo, existem outros indicados para o tratamento de
Nos machos o tumor se localiza na base do pênis, TVT, como a excisão cirúrgica, radioterapia, imunoterapia e
precisando ser exposto para identificá-lo, enquanto nas quimioterapia, com outras drogas antineoplásicas. E, além
fêmeas se localiza caudalmente na vagina ou no vestíbulo disso, é de fundamental importância prevenir esta afecção,
(1), podendo ter descarga serossanguinolenta, protusão da por meio da realização de castração dos cães, o que ajuda a
neoplasia e deformação da genitália externa. Ocorrendo evitar a disseminação desta doença (2). Contudo, o
lambedura excessiva da genitália, odor desagradável, tratamento proposto é de alto custo e com um longo período
desconforto e infecção bacteriana secundária. O diagnóstico de duração, o que levou a tutora a adotar um tratamento
conjuga sinais clínicos e citologia, podendo aparecer lesões alternativo, visando apenas a melhora clínica. Dessa forma,
elevadas com aspecto friável e de couve-flor ou nodular, o tratamento iniciou-se logo após a castração e consistiu na
avermelhadas e com presença de secreção administração por via oral de cefalexina 500 mg de 12 em 12
serossanguinolenta (1). Os achados microscópicos incluem horas e meloxicam 0,5 mg de 24 em 24 horas por 14 dias
células grandes, similares a macrófagos, com formato consecutivos, prednisona 20 mg de 48 em 48 horas pelo
redondo, com citoplasma claro e presença de vacúolos, o mesmo período, e, uso local de rifamicina 10 mg/mL spray
núcleo também é redondo ou oval, e frequentemente é de 8 em 8 horas na área afetada até o desaparecimento da
excêntrico, de tamanho variável, com cromatina lesão. O tratamento mostrou-se eficaz, com regressão da
grosseiramente granular e com um ou dois nucléolos lesão e desaparecimento dos sinais associados. Até o
proeminentes. A presença de figuras mitóticas e células momento, 75 dias após o tratamento, não houve recidiva.
inflamatórias é outra característica desta neoplasia (1). O
tratamento de eleição para está enfermidade é o Sulfato de CONCLUSÕES
Vincristina, no qual se obtém resultados satisfatórios, com a Diante das observações clínicas realizadas neste caso, pré
cura da doença. Porém neste animal, foi realizado a e pós tratamento, foi possível perceber que mesmo
castração associada com cefalexina, prednisona, rifamicina utilizando tratamento terapêutico alternativo, diferente do
e meloxicam durante 14 dias após a cirurgia, objetivando preconizado pela literatura, obteve-se a melhora dos sinais
melhora clínica e cura. clínicos, sem recidivas do quadro apresentado, o que
proporcionou uma significativa melhora da qualidade de vida
RELATO DO CASO do animal. Porém, não se pode afirmar até o momento que
Uma cadela SRD, de aproximadamente 5 anos e porte houve a cura completa da doença, eliminando os riscos de
médio, foi atendido em um consultório veterinário, com disseminação da doença. Pois este tratamento, baseado nas
objetivo principal de realização de ovário-salpingo- associações entre antibióticos, antiinflmatórios e corticoides,
histerectomia, por se tratar de um animal de rua e multípara. não possui relatos científicos sobre seu uso e sua eficácia.
No exame clínico apresentou parâmetros fisiológicos Mas sem dúvida, é um tratamento que requer mais atenção
normais e presença de uma massa na região da vulva e do e estudos, para a comprovação de sua eficiência. Uma vez
canal vaginal, hiperêmica com leve hemorragia petequial que tratamentos com menor custo e tempo de duração,
(FIG 1), que já se mantinha por aproximadamente 60 dias, proporcionam maior adesão e conclusão dos tratamentos
sugerindo uma patologia reprodutiva, comum em animais propostos, reduzindo assim a disseminação da doença.
errantes, o tumor venéreo transmissível, TVT.
BIBLIOGRAFIAS
1. CARVALHO, Carina Marchiori. Tumor venéreo transmissível
canino com enfoque nos diversos tratamentos. Trabalho de
Conclusão de Curso – Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2010.
2. SANTOS, Daiane Ellen. [Et al]. TUMOR VENÉREO
TRANSMISSÍVEL (TVT) - REVISÃO DE LITERATURA.
Figura 1. Lesão Vulvar Figura 2. células grandes, similares a macrófagos
(Fonte: Arq. Pessoal, 2018) (Fonte: Arq. Pessoal, 2018) Revista Científica Eletrônica De Medicina Veterinária. Ano VI –
Número 10 – Janeiro de 2008.
3. SANTOS, Mariana Soares Pereira dos. [Et al]. TUMOR
Foram realizados também Hemograma Completo exame VENÉREO TRANSMISSÍVEL (TVT) - REVISÃO DE
citológico com confecção de lâmina com imprint da lesão LITERATURA. Revista Científica Eletrônica De Medicina
Veterinária. Ano IX – Número 16 – Janeiro de 2011.
para avaliação microscópica utilizando coloração de
Panótico (1) (FIG 2).
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO SOBRE A MUSICOTERAPIA NA INTERNAÇÃO DE PEQUENOS ANIMAIS
1 1 1
Bruna Braun Pedrosa Leal ; Danielle Maria Fink Salgado ; Deivisson Junio Fernandes Dos Santos ; Laís Barbosa
1 1 1 2
Figueiredo . Laura Araújo Fortes Ribeiro ; Leticia Pedrosa Blazute ; Roberta Renzo .
1
Graduando em Medicina Veterinária-UniBH- Belo Horizonte/MG-Brasil
2
Professora do Departamento de Medicina Veterinária-UniBH- Beolo Horizonte-MG-Brasil

Figura 1: a) Isaura no momento da sua primeira avaliação


INTRODUÇÃO clínica, cadela muito ofegante e vocalizando. b) Isaura no
O estudo e a utilização da musicoterapia vem se tornando momento da sua segunda avaliação, deitada em seu canil e
mais frequente por promover, tanto nos seres humanos, mais calma.
quanto em animais, redução dos sinais de estresse e de
fadiga, controle da dor, sensação de bem estar, entre outros
benefícios. Pesquisas realizadas com seres humanos e com
diversas espécies animais demonstram que a terapia
utilizando sons produziram alterações comportamentais e
fisiológicas como redução da Frequência Cardíaca (FC),
Frequência Respiratória (FR), Pressão Arterial (PA),
mensuração do cortisol e melhora de humor. Especialmente
na veterinária, a musicoterapia vem sendo utilizada como
reforço positivo, reduzindo o estresse ao manejo e
auxiliando no enriquecimento ambiental, notadamente no
ambiente hospitalar. O presente trabalho tem como objetivo
relatar o caso de dois cães instalados em ambientes
hospitalar beneficiados com o uso da musicoterapia.
Figura 2: a) Fred no momento da sua primeira avaliação,
RELATO DE CASO E DISCUSSÃO animal bem agitado no seu canil. b) Fred no momento da
sua segunda avaliação, deitado em seu canil e mais calmo.
Foram avaliados a FC e a FR de dois cães SRD, adultos
que encontravam-se em ambiente hospitalar. A primeira
avaliação foi realizada as 13:00 horas no dia 07/11/2018
antes da realização da terapia sonora (música), a segunda
avaliação foi realizada 1 (uma) hora após a colocação da
música, as 14:00 horas.
No momento da primeira avaliação Isaura estava com a FC
de 132 batimentos por minuto e FR de 160 respirações por
minuto, já o Fred estava com FC de 180 batimentos por
minuto e a FR de 60 respirações por minuto. Na segunda
avaliação Isaura estava com a FC de 112 batimentos por
minuto e FR de 36 respirações por minuto, já o Fred estava
com a FC de 104 batimentos por minuto e FR de 28
respirações por minuto.
CONCLUSÕES
Tabela 1: Gráfico apresentando as variações dos
parâmetros (FC e FR) avaliados em dois cães (Isaura e A utilização da musicoterapia como enriquecimento
Fred) antes e após o uso da musicoterapia. ambiental proporcionou aos animais avaliados uma redução
da FC e da FR, proporcionando aos mesmos um maior
relaxamento, deixando-os mais confortáveis e menos
estressados no momento da internação. Como demostrado,
a musicoterapia é factível, de baixo custo e capaz de
promover benefícios diversos, tais como redução de
estresse com melhora de parâmetros fisiológicos e
diminuição de alterações comportamentais.

BIBLIOGRAFIAS
1.Kogan, R.L.; Schoenfeld-Tacher, R.; Simon, A.A. Behavio.
2.Calamita, S. C., Silva, L. P., Carvalho, M. D., & Costa, A. B. (2013). Uso da
musica na abordagem terapeutica e cadeia produtiva pela medicina
veterinaria no mundo: revisao de literatura. Unimar ciencias, p. 62.
3. Comin, J.; Silva, J.R.; risolia, L. W.; Oliveira, S. G.; Félix, A. P.; Maiorka, A.
(2016). Efeito do enriquecimento ambiental inanimado sobre comportamento
de cães de canil em ensaio matabólico.

APOIO: (Clínica Veterinária MedVet; Grupo de Estudos Medicina


Complementar Veterinário)
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RELATO DE CASO-TRISTEZA PARASITARIA BOVINA
Stephanie Raissa Rodrigues Silva ¹*, Bruna Fonseca da Costa¹, Rayanne Braga da Silva¹, Nayara Starling Pereira Martins da Costa¹, Carlos
Eduardo Ferreira Dayrell¹, Vinícius Araújo de Morais¹, Lucas Pinheiro de Deus¹, Leandro Silva de Andrade², Julia Gomes de Carvalho², Gustavo
Henrique Ferreira Abreu Moreira ²
1
Graduando em Medicina Veterinaria – UNIBH – Belo Horizonte – MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO conjuntamente o tratamento suporte, para estabilizar o


A tristeza parasitaria bovina (TPB) é um conjunto de animal. Realizou-se a fluidoterapia venosa para corrigir a
doenças, causadas pelos protozoários Babesia Bovis, acidose metabólica, fornecer energia e reduzir a
Babesia bigemina e a Rickettsia Anaplasma marginale (5). desidratação e fluidoterapia oral. Por apresentar alta
Esses agentes são transmitidos para os bovinos de forma parasitemia e hematócrito tão baixo o animal foi submetido a
iatrogênica a partir do contato com seringa e agulhas transfusão sanguínea para recuperação da anemia severa,
contaminadas, pela via transplantaria, pela atuação de recendo 4 litros de sangue no primeiro dia de tratamento.
moscas hematófagas, e através do carrapato Ripicephalus Após 4 dias do início do tratamento, a novilha manifestou
microplus,que é considerada a principal forma de melhora da apatia e retorno ao consumo de alimentos uma
transmissão dos agentes da TPB (1). boa resposta ao fármaco e ao tratamento suporte, tendo
uma recuperação total dos sinais clínicos.
A TPB é uma doença cosmopolita, mas em cada região do
mundo ela possui um caráter enzoótico diferente (9). No O uso desse antibiótico tem se mostrado eficiente no
Brasil, devido as condições climáticas, principalmente na tratamento dos quadros de anaplasmose, entretanto o
região sudeste tem caráter de estabilidade endêmica, ou sucesso terapêutico se deve a associação desse com a
seja, o transmissor da TPB está presente em toda época do fluidoterapia que a cada dia assume papel mais decisivo na
ano, pois o clima da região proporciona com que o ciclo do eficiência a terapia contra tristeza parasitária.
parasita ocorra durante todo o ano (4). Minas Gerais é considerada uma área de estabilidade
Dentre os prejuízos causados pelos agentes da TPB, estão endêmica, entretanto, esse animal estava em um ambiente
grandes perdas com a redução da produção dos animais, de instabilidade enzootica, onde o contato com o
com o gasto com o tratamento, assistência técnica e transmissor da TPB era pequeno (4). Quando a novilha foi
sobretudo a mortes dos animais. Esse complexo de doença submetida a um agente da TPB devido a sua baixa
causa um grande prejuízo para os produtores Brasileiro, concentração de anticorpos contra o agente, ela apresentou
estimasse que esses agentes levam a uma perda anual de uma manifestação clinica mais severa, que poderia ter
cerca 500 milhões de dólares (2). evoluído para o óbito se não fosse realizado o diagnóstico e
O objetivo desse trabalho, é relatar o caso clinico de TPB o tratamento correto para a doença, mostrando a
em uma novilha atendida no Hospital Veterinário do Centro importância e o desafio de se manter a estabilidade
Universitário de Belo Horizonte. enzoótica do rebanho a TPB. O tratamento suporte é de
estrema importância quando os animais apresentam
RELATO DE CASO E DISCUSSÕES sintomatologia clínica, onde é necessário realizar a
No dia 12 de julho de 2018, no Hospital Veterinário do transfusão sanguínea, hidratação, manter os animais em
Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH) no setor da lugares confortáveis e calmos com agua e comida de boa
Clínica de Ruminantes, foi realizado o atendimento de uma qualidade (8).
novilha, da raça holandesa, 2 anos de idade que reside no CONCLUSÕES
próprio hospital Veterinário. No dia 12/06 os funcionários do Minas gerais é uma região que possui caráter enzoótico
hospital notaram que o animal se encontrava apático e não para a tristeza parasitaria e o crescimento do principal vetor
possuía apetite. de contaminação ocorre ao longo de todo o ano, por isso é
Foi realizado exame clínico sendo observado a inspeção importante que os bovinos tenham contato prévio e brando
apatia e região do flanco abdominal esquerdo vazia. A com seu vetores e agentes. O monitoramento e tratamento
realização dos parâmetros vitais, constatou-se precoce dos quadros diminui os prejuízos causados pela
hipomotilidade ruminal, taquicardia (120 batimentos por TPB nas criações de bovinos de todo o país.
minuto), taquipneia (60 movimentos por minuto) com padrão BIBLIOGRAFIAS
respiratório abdominal. Observou-se também mucosas 1. DALTO, André Gustavo Cabrera. Controle de anaplasmose bovina
hipocoradas, tempo de preenchimento capilar alterado com através de imunização com Anaplasma Centrale. 2015.
mais de 2 segundos, e diminuição do turgor de pele. 2. GONÇALVES, Roberto Calderon et al. Tristeza Parasitária em bovinos
na região de Botucatu–SP: estudo retrospectivo de 1986–
Nos exames complementares, foi realizada a coleta de 2007. Semina: Ciências Agrárias, p. 307-312, 2011.
sangue, através da veia jugular para realização de 3. GOTZE, MARCELO M.; NIZOLI, LEANDRO Q.; SILVA, SERGIO S.
Efeitos da oxitetraciclina na recomposição do hematócrito de vacas
hematócrito, verificando-se a ocorrência anemia severa, com leiteiras durante surto de anaplasmose bovina. Revista Brasileira de
Volume Globular de 10%. Após esse resultado realizou-se Parasitologia Veterinária, v. 17, n. 1, p. 92-95, 2008.
esfregaço sanguíneo de ponta de cauda constatando-se 4. GUIMARÃES, Antônio Marcos et al. Soroprevalência e fatores de risco
uma alta parasitemia por Anaplasma marginale, cerca de para Babesia bovis em rebanhos leiteiros na região sul de Minas
Gerais. Cienc Agrotec, v. 35, n. 4, p. 826-832, 2011.
40%. As manifestações clinicas apresentada pela novinha 5. KIKUGAWA, Manoela Mieko. Tristeza Parasitária Bovina (Babesiose x
acometida com o agente da TPB assemelhasse com os Anaplasmose). Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU),
sinais clínicos relatados por Gonçalves, R. C. et al. (2011) monografia. São Paulo, 2009.
6. MANICA, Samuel. Tristeza parasitária bovina: revisão bibliográfica.
dentre eles estão apatia, redução no consumo, 2013.
emagrecimento, queda na produção, estase gastrointestinal, 7. Manoela Mieko. Tristeza Parasitária Bovina (Babesiose x
desidratação, mucosas hipocoradas, hipertermia, dispneia, Anaplasmose). Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU),
taquicardia, anemia, icterícia, fraqueza, pelos secos e monografia. São Paulo, 2009.
8. SACCO, Ana Maria Sastre. Controle/profilaxia da tristeza parasitária
arrepiados. Foi realizada a administração de oxitetraciclina, bovina. Comunicado Técnico, v. 38, 2001.
dose única, na dosagem de 20mg /kg, intramuscular. Além 9. VIDOTTO, ODILON; MARANA, ERM. Anaplasmose bovina: aspectos
do tratamento para combater a Rickettsia, foi empreendido, epidemiológicos, clínicos e controle. Semina: Ciências Agrárias,
Londrina, v. 20, n. 1, p. 98-106, 1999.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RETENÇÃO DE PLACENTA ASSOCIADA A HIPOCALCEMIA EM BOVINOS
Karen Maria de Almeida1*, Caroline de Oliveira Santos e Nogueira1, Cristielle Roberta Braga Viana¹, Jacqueline Mohamad Braz de Freitas1,
Klaus Meine Dias Amador¹, Maria Vitória Germano Joaquim¹, Tiffany Costa Pessoa1, Breno Mourão de Sousa2, Gustavo Henrique Ferreira
Abreu Moreira2, Prhiscylla Sadanã Pires2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

todas as vacas acometidas, tratamento de suporte de


INTRODUÇÃO acordo com o quadro clínico e administração de antibiótico
A retenção de placenta é uma afecção frequente em sistêmico para prevenção de infecções no trato reprodutivo
4
bovinos, principalmente em rebanhos leiteiros e predispõe a das mesmas . A hipocalcemia clinica, deverá ser corrigida
ocorrência problemas como metrite, mastite e redução da com a suplementação adequada de cálcio e o bom manejo
fertilidade, representando um prejuízo econômico pelos nutricional, juntamente com práticas que propiciam o bem-
impactos produtivos e reprodutivos dos animais estar animal são grandes aliados na prevenção dos quadros
4
acometidos . Pode ocorrer devido a diversos fatores como clínicos e subclinicos. Essas práticas permitem que a vacas
alterações morfológicas no trato reprodutivo, deficiências passem pelo período de transição de uma maneira menos
nutricionais, infecções, distúrbios hormonais, distocias, estressante e com menor risco de transtornos no antes,
5 3
abortos, alterações metabólicas, dentre outros . No caso da durante e após o parto .
hipocalcemia, além de estar associada com falhas na
contração uterina, também está relacionada a fatores Figura 1: Placentoma bovino.
imunossupressores, onde o cálcio desempenha um papel
fundamental na atuação de células de defesa diretamente
1
envolvidas no delivramento do puerpério . O objetivo desse
trabalho é discutir a respeito dos fatores ligados a
hipocalcemia que aumentam a suscetibilidade da retenção
de placenta em vacas.

MATERIAIS E MÉTODOS
Pesquisou-se em sites acadêmicos, trabalhos publicados a
partir de 2008, relacionados ao tema. Utilizando as
seguintes palavras chaves: retenção de placenta,
hipocalcemia, período de transição e imunossupressão.

REVISÃO DE LITERATURA
A placenta da vaca é classificada como epiteliocoreal, Fonte: RIO, N.S.D. 2010. Managing retained fetal membranes,
adeciduada, onde o cotilédone e a carúncula são aderidos
formando placentomas, que são responsáveis pela fixação CONCLUSÕES
da placenta no útero. Tornando a expulsão dos anexos Considerando a alta incidência de casos de retenção de
fetais mais demorado no pós-parto, sendo 12 horas o tempo placenta, bem como a hipocalcemia, é importante o
limite para que isso ocorra de maneira fisiológica. monitoramento das vacas no período de transição,
Excedendo esse período, podemos definir a ocorrência de considerando que o mesmo acarreta grandes mudanças e
4
retenção de placenta . O desprendimento dos tecidos desafios para as vacas. É natural ocorrer uma
materno fetais (placentoma) ocorre através da atuação do imunodepressão nessa fase, porém, é importante que as
sistema imune, que passa a reconhecer essa estrutura como instalações sejam apropriadas, e principalmente, que haja
não própria e com isso, células fagocíticas, especialmente bom manejo dos animais minimizando seu estresse.
os neutrófilos começam a destruí-lo permitindo sua liberação Destacando o suporte nutricional como uma relevante forma
no pós-parto (FIGURA 1). O cálcio é um dos minerais mais de controle e prevenção da hipocalcemia e
importantes do organismo, participando de forma direta ou consequentemente evitar o agravamento do estado
indireta de diversos processos intra e extracelulares, tais imunitário e retenção de placenta decorrente desse déficit de
como: proliferação, diferenciação e motilidade celular, no cálcio circulante.
controle da contração muscular, secreção hormonal, no
processo de coagulação sanguínea, adesão celular, BIBLIOGRAFIAS
manutenção da integridade dos ossos, além de atuar como1. GOFF, J. P. e KIMURA K. Interação entre doenças metabólicas e o sistema
5
segundo mensageiro e cofator enzimático . Sua redução na imune. In XIII CURSO NOVOS ENFOQUES NA PRODUÇÃO E
concentração sanguínea abaixo de 8,5-10 mg/dL é REPRODUÇÃO DE BOVINOS, 2009a, Uberlândia. Anais. Uberlândia, 2009a.
p. 251-260.
considerada como hipocalcemia subclínica e quando 2. MOREIRA, T. F. 2013. Perfil Metabólico de Vacas Leiteiras no
inferiores a 5,5 mg/dL, provocam sinais clínicos nos animais. Período De Transição em Sistema Semi-Intensivo em Minas Gerais No
No periparto é muito comum a ocorrência de hipocalcemia Verão e no Inverno. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte. 122p.
em vacas, devido sua alta demanda e mobilização para 3. OVERTON, T. R. Novos conceitos na regulação do metabolismo
2
atender as necessidades do feto e da glândula mamária . de energia em vacas em transição. In: XIII CURSO NOVOS ENFOQUES NA
Isso faz com que haja uma depleção na eficiência de PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DE BOVINOS, 2009b, Uberlândia. Anais.
mecanismos de ativação e resposta do sistema imunológico, Uberlândia, 2009b. p. 244-249.
4. PELIGRINO, R. do C., Melo, L. R. De, & Felipe, L. (2008).
reduzindo a atividade enzimática, degranulação e motilidade Retenção de placenta em vacas. Revista científica eletrônica de medicina
de neutrófilos, interferindo também na atividade dos veterinária, (10), 1–7.
macrófagos, comprometendo assim a capacidade de 5. WEILLER, M. A. A. et.al. Hipocalcemia Subclínica e sua Relação com a
5 imunidade em vacas leiteiras: Uma revisão. Dissertação de Mestrado,
liberação da placenta após o parto . Não existe um Universidade Federal de Pelotas, São Paulo. 2015. P. 78-93
tratamento para retenção de placenta com eficácia
comprovada, porém, deve ser realizado o monitoramento de
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RUPTURA DE LIGAMENTO CRUZADO CRANIAL EM CÃES
Amanda Cristina do Amaral1*, Lorena Gabriela dos Santos Alves¹, Anderson de Loredo¹, Michelle Aguiar de Lima1, Bruno Divino Rocha²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
Autor para correspondência – Amanda Cristina do Amaral
amandavevet@outlook.com

INTRODUÇÃO manter a estabilidade do joelho³. Após a TPLO, o ligamento


A ruptura do ligamento cruzado cranial (RLCCr) é a principal cruzado caudal torna-se o principal estabilizador do joelho³.
causa de claudicação de membros pélvicos em cães¹. Esta
lesão ocorre devido à traumas ou degenerações Figura 1– Representação esquemática de joelho normal
ligamentares, esta última associada ao envelhecimento, às (esquerda) e com ligamento cruzado rompido (direita)
anormalidades de conformação e às artropatias
imunomediadas¹. A RLCCr pode acometer qualquer raça e
idade, sendo mais presente nos animais acima de 20 kg
como Rottweiler, Mastim Napolitano, Chow-Chow, Pit Bull,
Labrador Retriever, São Bernardo, Akita e American
Staffordshire Terrier ¹.
O ligamento cruzado cranial (LCCr) é a principal estrutura na
estabilização do joelho¹ e tem como função limitar a
hiperextensão, a rotação interna excessiva da tíbia e o
movimento de gaveta cranial da articulação do joelho¹.
Quando ocorre a RLCCr, há deslocamento cranial da tíbia
em relação ao fêmur e aumento da rotação interna e adução
da tíbia, principalmente na fase de apoio do ciclo do passo².
A instabilidade craniocaudal provocada pela RLCCr pode ser
identificada tanto pelo teste de compressão tibial como pelo
teste de gaveta².O objetivo principal do tratamento cirúrgico
é restabelecer a biomecânica normal do joelho². O presente
trabalho tem como objetivo revisar dados presentes na (Fonte: SCHULZ, 2008, p.1255)
literatura quanto ao uso da Técnica de Osteotomia e No procedimento cirúrgico, após divulsão dos tecidos moles
Nivelamento do Platô Tibial (TPLO) para correção da ruptura da região medial da crista tibial e localização do ligamento
de ligamento cruzado cranial. colateral medial, é colocado guia específico para TPLO, no
aspecto medial da tíbia, sendo este fixado ao platô tibial e ao
MATERIAIS E MÉTODOS terço distal da diáfise por dois pinos de Steinnman.
Compressa de gaze é posicionada ao redor da região
Para revisão de literatura foram utilizados artigos científicos proximal da tíbia com intuito de proteger a artéria poplítea,
sobre a temática acessados nas bases de dados Scielo e durante a osteotomia². É realizada osteotomia circular
Google acadêmico, publicados nos últimos 10 anos (2008 a completa na região proximal caudal da tíbia com o uso de
2018). Foram utilizados três artigos nacionais disponíveis serra oscilatória com o tamanho planejado antes da cirurgia.
online em texto completo. Os seguintes descritores foram O platô tibial é então rotacionado até atingir o ângulo de 5º
aplicados (ortopedia, ligamento cruzado cranial e joelho). em relação ao eixo mecânico da tíbia, sendo inicialmente
estabilizado com um pino de Steinmann inserido
RESULTADOS E DISCUSSÃO craniocaudalmente a partir da crista da tíbia até a porção
Diferentes técnicas cirúrgicas são descritas para correção de caudal do platô tibial². A placa específica para TPLO, com
RLCCr em cães, como a Técnica de Osteotomia e três parafusos proximais e três parafusos distais, foi
Nivelamento do Platô Tibial, osteotomia para avanço da moldada à superfície medial da tibial, fixando os dois
tuberosidade tibial, osteotomia cranial em cunha da tíbia, segmentos, mantendo desta maneira, as duas marcações
osteotomia tibial tripla, sutura fabelotibial, reconstituição com alinhadas².
fascia lata, TightRope, entre outras¹.
O presente estudo foi realizado com base na técnica TPLO, CONCLUSÃO
a qual é muito usada atualmente para a correção da Apesar da TPLO ser uma técnica utilizada para correção da
RLCCr². Entre as vantagens da técnica pode ser citada a RLCCr, o cirurgião deve conhecer as demais formas de
precisão geométrica da rotação do platô, podendo ser correção para eleger o que melhor se adapta a cada caso,
utilizada em cães com ângulo do platô tibial alto (acima de além de estabelecer protocolos de reabilitação física para
28°) e mantém a anatomia da tuberosidade da tíbia e auxiliar na recuperação de cada paciente.
articulação femoro-patelar².Esta técnica tem sido
correlacionada com resultado bom ou excente em 91% a BIBLIOGRAFIAS
94% dos casos².A TPLO estabiliza a articulação do joelho,
1. FERREIRA, M.P.Comparação das técnicas de osteotomia para avanço
neutralizando a força de cizalhamento tibiofemoral cranial ao da tuberosidade tibial (TTA) e nivelamento do platô tibial (TPLO) para
reduzir o ângulo do platôtibial, sendo esta redução obtida correção de ruptura do ligamento cruzado cranial em cães. São Paulo, 2013.
através de osteotomia radial na metáfise proximal da tíbia e 2. OLIVEIRA, et al. Osteotomia de nivelamento do platô tibial no
rotação do fragmento proximal¹. Quando o APT é reduzido a tratamento da ruptura do ligamento cruzado cranial – estudo clínico em cães.
0°, neutraliza as forças que provocam a translação cranial R. Bras. Ci. Vet., v. 17, n. 1, p. 31-37, jan./abr. 2010.
da tíbia, tornando o joelho estável ¹. A angulação do platô 3. MATERA.et al. Osteotomia de nivelamento do platô da tíbia. Ciências
Agrárias, Londrina, v. 29, n.3, p. 685-692, jul./set. 2008
tibial ao redor de 5º ou 6,5° é suficientemente eficaz para
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
RUPTURA PARCIAL DO TENDÃO TERCEIRO FIBULAR EM CAVALO DE SALTO: RELATO DE CASO
Yara Viana Silva1*, Carolina Andrade Silva Gomes¹, Renata C. F. Lopes², Ana Luísa Soares de Miranda3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Médica Veterinária, pela PUC Minas – Belo Horizonte/MG - Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte/MG – Brasil

INTRODUÇÃO reservado a favorável. A cura do animal é possível se o


O tendão Peroneus tertius, também conhecido como terceiro paciente se mantiver de forma adequada no repouso em
fíbular ou como peroneal terceiro, faz parte de um conjunto confinamento. Após longo tratamento e repouso, além do
músculo-tendíneo, que inicia-se como uma faixa de tecido retorno às atividades de forma gradativa, o animal voltou às
muscular resistente, originado na fossa extensora do fêmur pistas, porém, com saltos baixos, aumentando-se
lateral distal e se insere distalmente como uma faixa paulatinamente a altura dos obstáculos devagar até o
tendínea ao osso metatársico terceiro, lateralmente ao osso retorno à sua altura de salto normal. Após a recuperação, o
metatársico quarto (Fig. 1) [1]. Fazendo parte de um animal se submete a reavaliações e acompanhamento
aparelho recíproco, esse tendão é flexionado quando a veterinário periódico. Observa-se na Fig. 2B o teste de
articulação da soldra é flexionada, o que garante uma flexão pós-tratamento, demonstrando a recuperação
coordenação durante a flexão e a extensão das articulações
társicas e femoro-tíbio-patelares. A ruptura pode ocorrer
devido a alguns fatores relacionados a hiperextensão
traumática, como em uma grande transferência de peso
para o membro pélvico, fato este que ocorre no momento de
início do salto no hipismo, ou quando há grande esforço
para uma largada rápida, como fazem os cavalos de prova
de tambor. A aparência característica da ruptura do tendão
pode ser vista quando o jarrete se demonstra pouco
flexionado após a flexão da articulação da soldra [2] ou tendínea.
quando o animal, ao caminhar, flexiona o joelho, mas o Figura 1: Anatomia do membro pélvico de equino. Fonte: Anatomia
jarrete se mantém estendido [3]. O diagnóstico é realizado dos Animas domésticos, 2011
através de radiografias, para visualização de possíveis
fraturas por avulsão do fêmur, e ultrassonografia, para
localizar a ruptura da estrutura, associado a uma técnica de
extensão do jarrete sem estender a soldra, o que não
acontece no membro normal, sendo assim um sinal
patognomônico deste tipo de lesão. O tratamento é descrito
como repouso absoluto em baia por um período de no
mínimo 4 a 6 semanas, seguido por reavaliação e retorno
gradativo aos exercícios até retorno normal às atividades de
rotina [1,2]. A B
O presente relato tem o objetivo de mostrar o histórico, Figura 2: (A) Teste de flexão ao exame diagnóstico; (B). Teste de
diagnóstico e tratamento da ruptura do terceiro fíbular em flexão pós tratamento. Fonte: arquivo pessoal.
um equino de salto.

RELATO DE CASO
Foi atendido em uma hípica na cidade de Belo Horizonte,
um macho da raça Brasileiro de Hipismo com 8 anos de
idade e 610 kg. No histórico relatou-se que, no momento em
que o animal se apresentava na pista durante o galope,
ocorreu uma hiperextensão dos membros pélvicos, e o
animal mancou do membro pélvico direito. Após esse Figura 3: Ultrassonografia de um membro normal (à esquerda) e do
achado, foi administrado 12ml de Fenilbutazona e 10ml de membro com a ruptura do animal em questão (à direita). Fonte:
arquivo pessoal.
Dexametazona, e prescrito repouso por três dias corridos.
Após o quarto dia houve reavaliação do animal, cujo exame
CONCLUSÕES
clínico evidenciou a dificuldade em articular a região do
jarrete direito, mantendo-se a prescrição de repouso. Depois A ruptura da estrutura em questão não é rotina na clínica de
de dois dias foi diagnosticado a hiperextensão do membro equinos, porém é uma lesão que requer extrema atenção do
pélvico (Fig. 2A), bastante característico da patologia. Foram médico veterinário. Caso os cuidados adequados não sejam
feitas radiografias para observar a presença de alguma tomados o animal pode ser aposentado do seu esporte ou
fratura por avulsão, mas nada foi encontrado, e somente na trabalho, o que acarreta em prejuízo ao proprietário.
ultrassonografia foi visto desorganização, espaçamento e
frouxidão das fibras do tendão fíbular terceiro (Fig.3). Não foi REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.STASHAK, TED S.; Claudicação em equinos segundo Adams; Claudicação,
observado área da ruptura total, o que caracterizou um Parte X Tarso, Ruptura do Peroneal Terceiro, pp. 918 – 919; 5ª ed.; São
rompimento parcial. Baseado nesse diagnóstico, o Paulo; 2006
tratamento do animal consistiu de repouso total em baia por 2.VARANDA, L.F. O., et. al; Ruptura de tendão fíbular terceiro durante monta
quatro meses e a partir disso foi feito fisioterapia, conforme natural; ABRAVEQ; São Paulo, 2010
3.KOENIG, J., CRUZ, A., GENOVESE, R., FRETZ, P., TROSTTE, S., Rupture
protocolo descrito a seguir: 15 minutos ao passo no piso of the peroneus tertius tendo in 27 horses.The Canadian Veterinary Joutnal,
duro, aumentando-se o tempo a cada semana, e com o vol. 46, Canadian Veterinary Medical Association, junho, 2015.
retorno gradativo ao trabalho. Segundo Stashak (2006), não 4.KONING, H., Lliebich, Anatomia dos Animais Domésticos, ed. 4ª, pág. 294,
é necessário intervenção cirúrgica e o prognóstico é 2011.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
SALMONELLA DUBLIN E S. TYPHIMURIUM EM BOVINOS
Tíffany Costa Pessôa¹, Caroline de O. Santos e Nogueira¹, Karen Maria de Almeida¹, Maria Vitória G. Joaquim¹, Cristielle Roberta Braga
Viana¹, Jacqueline M. Braz De Freitas¹, Klaus Meine Dias Amador¹, Breno Mourão de Sousa², Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira²,
Phriscylla Sadanã Pires².
1
Graduando em Medicina veterinária– UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil,

INTRODUÇÃO no terço final da gestação) e septicemia em bezerros recém-


Salmonella spp. é um gênero de bactérias pertencente à nascidos. No hemograma observa-se resposta leucocitária
família Enterobacteriaceae. Elas têm a forma de bastonetes alta, aumento da concentração plasmática de fibrinogênio.
(bacilos) imóveis ou móveis por flagelos, são gram- Também é possível constatar redução nas concentrações de
negativos, não formadores de esporos, anaeróbios glicose, pH, Na e Cl. Observa-se uma grande variabilidade
facultativos, catalase-positivos, oxidase-negativos, redutores nos sinais clínicos e na severidade da infecção de acordo
de nitratos a nitritos (1). O gênero é extremamente com o estado de saúde e o nível de produção do rebanho.
heterogêneo e são reconhecidas duas espécies, S. bongori Uma característica preocupante é a resistência
e S. enterica, sendo que a segunda apresenta 6 antimicrobiana que, na maioria das vezes, complica a
subespécies (2). terapia desta infecção. Condições de baixa resistência
Os fatores que interferem diretamente no crescimento das imune, erros no manejo nutricional, estresse térmico e
salmonelas podem ser o pH, a temperatura e a atividade de estresse causado pelo parto favorecem a ocorrência da
água. Elas conseguem crescer em ambientes com valores doença. A destruição do agente através do calor depende
de pH entre 4,5 e 9,0 e o pH ótimo para a sua multiplicação de vários fatores, mas está principalmente relacionado ao
fica entre 6,5 e 7,5; à perda na viabilidade celular quando os substrato e ao sorotipo envolvido. Não há multiplicação em
valores de ph são superiores a 9,0 ou inferiores a 4,0 (1). A temperatura de refrigeração (abaixo de 7°C) para a maioria
faixa de temperatura em que conseguem se desenvolver fica dos sorotipos, sendo prontamente destruídas à temperaturas
entre 7 e 48ºC e sua temperatura ideal encontra-se na faixa acima de 55°C. As salmonelas são destruídas por
de 35 a 37°C (3). pasteurização, mas teores elevados de gordura e baixas aW
MATERIAIS E MÉTODOS reduzem a eficácia dos tratamentos térmicos (5) . Com
Foram utilizados livros para a pesquisa, sites e artigos tanto relação à concentração de NaCl, não toleram concentrações
quanto de medicina quanto os de assunto veterinário. Além superiores a 9% e apesar de o limite mínimo de aW seja de
de pesquisas com professores e profissionais da área. 0,94, podem sobreviver até mais de um ano em alimento de
RESULTADOS E DISCUSSÃO baixa aW, como pimenta do reino, manteiga de amendoim,
chocolate, entre outros (1).
A Salmonela spp é uma zoonose infecciosa. Seus principais Imagem 1: Sinais clínicos apresentados em infectados.
modos de transmissão são pela água e alimentos
contaminados. As causas para a contaminação do produto
alimentício vão desde a água e a ração que é fornecida ao
animal que irá ser consumido ou que fornecerá o alimento, a
falta de adoção de boas práticas de higiene pessoal dos
manipuladores e qualidade higiênico-sanitário da área de
preparação e beneficiamento como também o incorreto
acondicionamento e distribuição do alimento que respeite os
limites de segurança microbiológica (4). Uma abrangente
variedade de alimentos predispõe o crescimento e/ou
manutenção de Salmonella spp., pois aqueles que possuem
alto teor de umidade, alta porcentagem de proteína e de
carboidratos, como carne bovina, suínos, aves, ovos, leite e
CONCLUSÕES
derivados, frutos do mar e sobremesas recheadas, são mais
susceptíveis à deterioração¹. É muito comum encontrarmos Quando um animal está clinicamente afetado pela
surtos em bovinos na medicina veterinária, isso devido a Salmonelose é importante lembrar que a doença é
situações em que se encontra a água do animal. A comumente disseminada pela via oral e fecal, e por isso o
salmonelose bovina é uma enfermidade que tem se isolamento do animal acometido e a prevenção que os
destacado em função da sua ocorrência, importância demais animais do rebanho não tenham contato com as
econômica e implicações em saúde pública. Salmonella fezes do animal enfermo são medidas de controle que
Dublin e Salmonella Typhimurium são os sorotipos mais devem ser implementadas imediatamente. O colostro e o
comumente isolados em bovinos, sendo S. Dublin o sorotipo leite de animais acometidos são também fontes de
adaptado à espécie bovina. A Salmonella pode estar disseminação, sendo potenciais fontes de infecção da
presente no rebanho de três diferentes formas. Primeira, nos Salmonela para os bezerros. Nos rebanhos nos quais a
animais clinicamente doentes. Segunda, nos animais Salmonelose é uma enfermidade ativa ou endêmica deve-se
chamados de portadores são aqueles que adoecem com traçar um plano de ação para identificar, tratar e separar os
S. dublin se curam, mas continuam eliminando a bactéria casos suspeitos e confirmados da doença. Os protocolos de
pelas fezes, contaminando a água e os alimentos por um tratamento devem ser definidos de acordo com o manejo
período de até 10 semanas. A terceira, os chamados específico de cada propriedade leiteira.
portadores latentes, que têm a bactéria nos linfonodos, mas BIBLIOGRAFIA
não são eliminadas nas fezes, portanto, estes não BATISTA, C. G. Efeito da adição de Lactobacillus
acidophilus, Bifidobacterium bifidum e Enterococus faecium ao
contaminam o ambiente e os alimentos. A doença acomete
leite sem resíduo de antimicrobiano ou leite de vacas tratadas
animais com idade entre 15 a 90 dias e geralmente podem contra mastite no desempenho e saúde de bezerras da raça
apresentar febre, diarreia com muco e estrias de sangue, holandesa em aleitamento. 2005. 49f. Dissertação (Mestrado em
desidratação, apatia, diminuição do apetite, sintomas Produção Animal). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
respiratórios, tais como tosse, taquipneia e secreção nasal e Horizonte
ocular, podendo ainda causar perdas reprodutivas (abortos
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH

SARCOMA DE APLICAÇÃO EM FELINOS (SAF)


Danielle Rodrigues Marinho¹* Juliana Stefani de Almeida Pereira¹, Nágila Rocha Aguilar¹, Michelle Pereira Tavares Moreira¹, Marina Greco
Magalhães Guerra de Andrade²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
² Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil. Email para contato: marinagrecoguerra@gmail.com

INTRODUÇÃO
Na década de 1980 ocorria lançamento de vacinas
inativadas com adjuvante a base de alumínio e a publicação Figura 1: Imagem com marcação ideal para aplicação de
do estatuto que obrigava vacinação antirrábica para todos os vacinas em felinos. (Arquivo Pessoal)
gatos da Pensilvania¹. Estudos epidemiológicos relatam
incidência de sarcoma pós-vacinal em 0,63 a 3 sarcomas
para cada 10000 (dez mil) felinos vacinados e 0,32
sarcomas para cada 10000 (dez mil) doses do total de
vacinas administradas². Apenas a inflamação crônica
causada pelas vacinas não é capaz de induzir a
transformação neoplásica por si só e os fatores relacionados
ao paciente são considerados essenciais na transformação
6
celular . É considerada possibilidade de sarcoma de
aplicação quando uma massa de qualquer tamanho persiste
no sitio de aplicação por mais de três meses, maior que dois
cm, independente do tempo decorrido em relação à
aplicação da vacina, ou quando ela aumentar de tamanho Tabela 1 - Local de aplicações injetáveis segundo
um mês após a aplicação vacinal³. VAFSTF
O objetivo do presente trabalho foi analisar e avaliar os VACINA REGIÃO
melhores locais de aplicação de vacinas, minimizando a
ocorrência de sarcomas por aplicação em felinos. Antirrábica Membro pélvico direito

Quíntupla Membro pélvico esquerdo


MATERIAIS E MÉTODOS
Revisões bibliográficas em artigos científicos pesquisados Tríplice ou Quadrupla Membro torácico direito
na biblioteca nacional e internacional utilizando ferramentas
de busca como SCIELO e Google Academics usando as
palavras-chave foram: felino, aplicação, vacina, tumor.

REVISÃO DE LITERATURA
CONCLUSÕES
O diagnostico de SAF é feito por biopsia. A citologia quando
feita profundamente, é suficiente para o diagnóstico Ponderando a capacidade de agressividade do SAF,
4
definitivo, entretanto, pode ser necessária a histopatologia . complexidade da terapêutica e prognostico reservado, o
Para investigar possíveis metástases, realizam-se mais conveniente seria realizar a aplicação dessas vacinas,
radiografias torácicas. Também há possibilidade de sempre que possível, em locais onde há menor incidência
metástases em linfonodos regionais, mediastino, pericárdio, de SAF. Também utilizar vacinas sem adjuvantes ou mortas
fígado e
5
pelve . com adjuvantes, pois apresentam menor intensificação de
Para o planejamento da ressecção cirúrgica do tumor é reações inflamatórias.
indicada a tomografia computadorizada e/ ou ressonância
magnética que são importantes para detectar possíveis
metástases que possam passar despercebidas nos métodos BIBLIOGRAFIAS
5 1. HAUCK, M. Feline injection site sarcomas. Veterinary Clinics Small
tradicionais de radiografa e ultrassonografia . Existe a North America Animal Practice, Philadelphia, v.33, n.3, p.553-571, 2003.
possibilidade de metástases em pulmões, linfonodos 2. GOBAR, G. M.; KASS, P. H. World Wide Web-based survey of
5
regionais, mediastino, pericárdio, fígado e pelve . Após vaccination practices, postvaccinal reactions, and vaccine site-associated
avaliar com exatidão a extensão da neoplasia, pode-se sarcomas in cats. Journal of American Veterinary Medical Association,
Schaumburg,v.220, n.10, p.1477-1482, 2002.
prescrever o melhor tratamento: excisão cirúrgica, 3. Scarpa Carneiro, Carolina, Fernandes Queiroz, Genilson, Cattony
radioterapia, quimioterapia, imunoterapia, terapia gênica ou Zerwes, Maria Beatriz, Matera, Julia Maria, Sarcoma de aplicação felino.
uma combinação de duas ou mais¹ sendo a excisão Semina: Ciências Agrárias [en linea] 2008, 29 (Octubre-Diciembre) : [Fecha
de consulta: 8 de novembro de 2018] Disponível
cirúrgica o principal deles quando há acometimento apenas em:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=445744090024> ISSN 1676-546X
de tecidos moles 4. NOVOSAD, C. A. Principles o± treatment ±or vaccine-associated
Estudo demonstrou que uma única vacinação no espaço sarcomas.Clinical Techniques in Small Animal Practice, Philadelphia, v.18,
inter-escapular, local onde estas vacinas são aplicadas n.2, p.115-117, 2003.
5. SÉGUIN, B. Feline injection site sarcomas.Veterinary Clinics of
tradicionalmente, o risco de desenvolvimento de tumor foi de North America Small Animal Practice,v.32,n.4, p.983-985, 2002.
50%. Duas vacinações simultâneas aumentaram o risco 6. Amorim F.V. 2007. Sarcomas de locais de injeção. Acta Scientiae
para 127%, enquanto que três ou mais vacinações Veterinariae. 35: s221-s223.
resultaram em aumento no risco de 175%².
APOIO: Agradecimento aos coautores e orientadora do Centro
Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH).
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
SÉRIE HISTÓRICA DA RAIVA FELINA E CANINA NO BRASIL DE 1999 A 2017
Caroline Lopes Gomes de Oliveira1*, Raffaela Linhares Coelho1, Fernanda Orneles Gandra1, Ana Luíza Chalub Teixeira1, Janine Ramos da
Silva Santos Dias1, Mariana Azevedo Silva1, Núbia Isabela Barbosa1,
Luisa Andrade Azevedo1, Camila Stefanie Fonseca de Oliveira2, Bruno Divino Rocha3
1
Graduando em Medicina Veterinária– UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor Adjunto do Departamento de Medicina Veterinária – UFMG - Belo Horizonte – MG - Brasil

INTRODUÇÃO pelo aumento veloz da população felina no país que em


Classificada como uma encefalite infecciosa, a raiva é uma alguns municípios, como Belo Horizonte, pode chegar a
zoonose provocada por vírus do gênero Lyssavirus que 150% ao ano, de acordo com dados não publicados do
podem infectar mamíferos em geral. A transmissão desse último censo animal realizado pela Prefeitura Municipal de
vírus ocorre através do contato com a saliva de animais Belo Horizonte. A partir de 2005 houve um decréscimo no
infectados. Possui grande relevância na saúde pública número de casos registrados de raiva canina, assim como
devido a sua alta taxa de letalidade que, logo após iniciarem para raiva felina, sendo que no ano de 2016 houveram
os primeiros sintomas, pode chegar a 100% em ambas as apenas 10 casos registrados de raiva canina no país, sendo
1,2,8
espécies . A permanência da raiva em ambientes essa a menor frequência de raiva canina de toda a série
urbanos, principalmente em locais com baixo nível social e histórica.
econômico, é bastante considerável. Nesse contexto da
raiva urbana, o gato vem ganhando importância igual ou
superior à importância do cão. Isso se dá pela maior
velocidade no aumento da população de gatos, seu fácil
acesso a rua e também pelo comportamento desses
animais, para os quais o morcego, importante reservatório
da doença, é considerado ―presa‖, o que facilita a dispersão
3,5,6
da doença nos felinos . Diante disso, o presente estudo
teve como objetivo analisar e comparar as séries históricas
da raiva felina e canina no Brasil, nos anos de 1999 a 2017. Figura 2 - Proporção de casos felinos em relação aos casos
caninos no Brasil de 1999 a 2017.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi feito um estudo epidemiológico observacional Com o passar dos anos, o número de casos de raiva em
retrospectivo com dados secundários proveniente do cães continuou sendo superior ao número de casos de raiva
Sistema de Informação de Saúde Animal (SIZ), administrado em gatos. No entanto, verifica-se uma tendência crescente
pela Coordenação de Informação e Epidemiologia (CIEP), na proporção de casos em gatos em relação aos casos
disponível no site do Ministério da Agricultura Pecuária e caninos. Medidas como vacinação, manejo humanitário da
Abastecimento (MAPA). Foram incluídos no estudo todos os população de animais em situação de rua, além da
registros de exames para raiva cujas espécies acometidas educação em saúde devem ser intensificadas e sempre
eram de cães ou gatos, de 1999 a 2017. Estavam utilizadas em conjunto para que esse crescimento da
disponibilizadas as variáveis espécie animal, ano e número importância dos gatos na epidemiologia da raiva seja
de casos notificados. A distribuição temporal foi interrompido.
representada através de gráficos elaborados utilizando-se as
ferramentas da plataforma QlikView Server Info que o CONCLUSÕES
próprio site disponibiliza e fazem parte da base de dados do Houve sucesso no controle da raiva urbana no país, o que é
SIZ. um resultado do sucesso das ações do Programa Nacional
de Profilaxia da Raiva. No entanto, verificou-se que a raiva
RESULTADOS E DISCUSSÕES felina vem ganhando importância com o passar dos anos e
De 1999 a 2017, foram registrados 4.031 mil casos de raiva por isso, estratégias para o controle da raiva nesses animais
felina e canina em todo Brasil. Desses, 353 casos (8,75%) devem ser elaboradas para redução do risco humano.
de raiva felina, e os outros 3678 casos (91,25%) de raiva
canina. BIBLIOGRAFIAS
1. ANTUNES, K. D. et al. Descriptive analysis of rabies in wild animals in the
state of Sergipe, Brazil. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
Zootecnia, v. 70, n. 1, p. 169-173, 2018.
2. BARBOSA, A.D et al. Distribuição espacial e temporal da raiva canina e
felina em Minas Gerais, 2000 a 2006. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.60, n.4,
p.837-842, 2008.
3.GENARO, G. Gato doméstico: futuro desafio para controle da raiva em
áreas urbanas? Pesq. Vet. Bras. 30(2):186-189, fevereiro 2010.
4. MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Sistema de
Informação em Saúde Animal. 2017.
5. NATIONAL ASSOCIATION OF STATE PUBLIC HEALTH VETERINARIANS
et al. Compendium of animal rabies prevention and control, 2016. Journal of
Figura 1 - Série histórica da raiva: A) em gatos e B) em cães no the American Veterinary Medical Association, v. 248, n. 5, p. 505-517,
Brasil de 1999 a 2017. 2016.
6. RODRIGUES, R. C. A., et al. Campanhas de vacinação antirrábica em cães
e gatos e positividade para raiva em morcegos, no período de 2004 a 2014,
Foi observada uma forte tendência decrescente no número em Campinas, São Paulo. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 26, p.
de casos de raiva em gatos, o que é um resultado da 621-628, 2017.
7. SCHNEIDER, M. C., et al. Rabies control in Brazil from 1980 to 1990.
utilização das estratégias de controle da doença desde a Revista de Saúde Pública, v. 30, n. 2, p. 196-203, 1996.
criação do Programa Nacional de Profilaxia da Raiva em 8. TEIXEIRA, L. H. M., et al. SPACE-TIME DISTRIBUTION OF
7
1973 . Considerando apenas a última década de ocorrência LABORATORY DIAGNOSIS OF ANIMAL RABIES. Ciência Animal
da doença, observou-se um aumento no número de casos, Brasileira, v. 16, n. 1, p. 144-157, 2015.
principalmente entre 2014 e 2016, o que pode ser explicado
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
SINAIS CLÍNICOS DA SINDROME VESTIBULAR PERIFÉRICA EM CÃES
Carina Rodrigues da Veiga1*, Mariana Alves Silva¹, Pablo Herthel de Carvalho².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Tabela 1 – Principais avaliações neurológicas e os sinais


A síndrome vestibular é uma alteração neurológica comum clínicos na SVP em cães.
AVALIAÇÕES COMO PROCEDER SINAL CLÍNICO
na clínica de pequenos animais que pode ser periférica ou
Estado mental Avaliar a resposta do
central. As porções periféricas do sistema vestibular estão animal a estímulos Sem alterações
localizadas na orelha interna e consistem de receptores externos nocivos e não
ciliados de neurônios sensoriais bipolares e axônios nocivos observando a
(1;3) interação do mesmo
periféricos da divisão vestibular do VIII nervo craniano
com o ambiente.
O entendimento das estruturas e funções do sistema Estrabismo Observar qualquer Deslocamento ventral
nervoso permite a correta interpretação dos achados do desvio de posição dos ou ventrolateral do olho
exame neurológico e a localização das lesões do sistema olhos com a cabeça do mesmo lado da
(1) em repouso lesão no SVP.
vestibular . (estrabismo patológico)
O presente trabalho objetiva abordar os principais métodos e após flexão dorsal da
cabeça (estrabismo
de exames clínicos diagnósticos para detecção da síndrome
posicional)
vestibular periférica (SVP) em cães. Nistagmo Movimentar a cabeça Movimento horizontal
MATERIAIS E MÉTODOS do animal para ambos ou rotacional dos olhos
os lados na direção com a cabeça em
Foram realizadas buscas pesquisas em bancos de dados do horizontal e observar o repouso ou ao
Google Acadêmico, Scielo e Science direct, incluindo artigos movimento rítmico e movimentar a cabeça.
em português com as palavras chaves: SVP, inclinação de involuntário dos olhos. O nistagmo apresenta
cabeça, orelha interna, cães. Foram incluídos os artigos fase rápida para o lado
oposto da lesão.
entre 2014 e 2017. Simetria das pupilas Avaliar o tamanho e Miose (Pode estar
REVISÃO DE LITERATURA simetria das pupilas associada á Síndrome
Vários achados no exame neurológico auxiliam na antes de realizar o de Horner)
reflexo pupilar a luz.
diferenciação das lesões periféricas das centrais. As
Postura Observar a posição da Inclinação lateral da
diferenças são determinadas através da observação de cabeça do animal em cabeça (head- tilt)
alteração no nível de consciência, nistagmo vertical e déficit um plano paralelo ao ipisilateral á lesão.
proprioceptivo consciente, uma vez que as vias chão.
proprioceptivas não entram em contato com o sistema Marcha Observar a marcha em Marcha em círculos
diferentes pontos de podendo apresentar
vestibular periférico. Outra diferença é a presença de vista. O animal deve queda e/ou rolamento
distúrbio de posicionamento ou de saltitamento e hipermetria ser guiado para em direção ao lado da
(2)
ipsilateral . caminhar em linha reta, lesão.
em círculos e realizar
O diagnóstico baseia-se nos sinais clínicos, achados curvas para ambos os
otoscópicos, citologia do conduto auditivo externo ou de lados.
material obtido através de miringotomia, radiografia, Simetria e Observar a simetria da Pode ocorrer
tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética Sensibilidade Facial face e realizar assimetria da face e
(3) estímulos de toque. paralisia facial.
do crânio .
Como resposta haverá,
As imagens radiográficas podem não apresentar alterações contração da
dignas de nota quando a doença está inicialmente em musculatura facial.
progressão. Quando a doença está na fase mais avançada
pode ser observado na tomografia computadorizada axial, Ao final do exame, com adequada localização da lesão,
áreas irregulares ou com proliferação óssea na bula listam-se os diagnósticos diferenciais, utilizando a
timpânica e radiodensidade em tecidos moles ou na parte mnemônica DINAMITV ou VITAMIND. Desenvolvida a lista
interna da bula timpânica. Na ressonância magnética pode- de possíveis diagnósticos diferenciais, exames
se observar a bula timpânica aumentada de tamanho após a complementares podem ser realizados para confirmar ou
(4) (1)
introdução de contraste . excluir cada um deles. .
Dada à ampla extensão neuroanatômica do sistema CONCLUSÕES
vestibular, todos os aspectos do exame neurológico são A SVP necessita ser corretamente diferenciada das
importantes na avaliação dos pacientes afetados e na afecções centrais, destacando-se a importância do exame
(1)
subsequente localização da lesão . neurológico, em particular das etapas apresentadas neste
trabalho. Com adequada avaliação neurológica, exames
As etapas do exame neurológico que são mais importantes complementares para diagnóstico etiológico são realizadas.
para identificação de afecções no SVP estão descritas na BIBLIOGRAFIAS
tabela 1. 1. MAZZANTI, Alexandre et al. Doença vestibular em cães: 81 casos (2006-
2013)1. Pesq. Vet. Bras. 34(12):1231-1235, dezembro, 2014.
2. DIOGO, Camila et al. Central vestibular disease cause of bacterial in dogs
-literature review, Revista científica de medicina veterinária - issn:1679-7353,
2015.
3. RODRIGUES, Karina et al. Síndrome vestibular periférica em cão-Relato
de caso, Sem.IC.2017(12);2195-2199..
4 RAMOS, Priscila et al. Síndrome vestibular periferica em caes – Relato de
Caso. REVET - Revista Científica do Curso de Medicina Veterinária –
FACIPLAC ISSN: 2448-4571 Brasília - DF, v.3, n. 1, Set 2016.
5 FEITOSA, F.L.F. Semiologia Veterinária, A Arte do Diagnóstico. São
Paulo, Editora Roca,2008.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
SINAIS CLÍNICOS E TRATAMENTO DA LAMINITE EM BOVINOS
Aléxia Pimenta Bom Conselho1*, Luciene Ferreira da Conceição¹, Mariana Alves Silva¹, Mariana Cardoso Batista Pimenta1, Marina
Gonçalves Rangel¹, Matheus Antônio Resende1, Nayara Starling Pereira Martins da Costa¹, Breno Mourão de Sousa2*, Gustavo Henrique
Ferreira Abreu Moreira2, Prhiscylla Sadanã Pires2
1
Graduando em Medicina veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasi

INTRODUÇÃO ocorre após seguidos eventos de distúrbios metabólicos


1,2
A laminite em bovinos é uma doença sistêmica que se crônicos, a exemplo da acidose subclínica.
manifesta como processo inflamatório agudo ou crônico, O tratamento da laminite aguda inicia-se pela utilização da
decorrente da microcirculação anômala do cório. A doença analgesia, sendo válido o uso de opioides ou aspirina, e anti-
2
pode se manifestar de três formas distintas: laminite inflamatórios não esteroideis . De forma paralela, a laminite
subclínica, a aguda ou a crônica, que pode ocorrer devido a subclínica, quando apresentar processos purulentos deve
1
acidose subclínica prolongada. sofrer resseção e drenagem visando a eliminação do tecido
Acredita-se que a laminite esteja associada não só a uma necrosado, sendo aconselhável o uso de antibióticos. É
dieta com alta quantidade de concentrados e poucas fibras, necessário ainda considerar a viabilidade do uso de
como também a fatores genéticos, manejo inadequado, bandagens em úlceras, uma vez que a pressão no local
endotoxemia e distúrbios metabólicos que podem influenciar deve ser reduzida tanto quanto possível e o local deve ser
2
na evolução do problema. mantido seco para evitar contaminações por
Nessa conformidade, tal doença apresenta-se como uma microrganismos, acredita-se que o uso concomitante com
4
das três principais moléstias presentes na produção de gado tamancos gera uma recuperação mais rapida . Quanto a
leiteiro responsáveis por significativas perdas econômicas, laminite crônica, a ação adotada é o casqueamento
sendo as outras duas, a mastite e problemas de ordem corretivo, tornando o casco o mais próximo possível da
reprodutiva. Além disso, injúrias do aparelho locomotor são anatomia original, além de ser usado também, como uma
2
consideradas uma das mais importantes para o sistema de forma de evitar a laminite. Outrossim, o pedilúvio é utilizado
2,3
produção de corte ou leite. como profilaxia, visto que seu objetivo é controlar infecções
Assim sendo, foi objetivo desse trabalho de revisão, estudar podais e melhorar a resistência dos tecidos córneos.
os sinais clínicos apresentados em bovinos acometidos pela Figura 1: Membro apresentando Laminite crônica.
laminite, tal qual as formas de tratamento utilizadas, para
garantir o bem-estar do animal.
MATERIAIS E MÉTODOS
Revisão bibliográfica realizada na plataforma Google
Academics, Bireme e Lume Repositório Digital. Palavras
buscadas: Laminite em bovinos; Tratamento laminite bovina.
REVISÃO DE LITERATURA
A laminite de forma geral, pode causar danos como linha
branca lesionada, úlcera e hemorragias na sola,
deformidades no casco, fissuras na região da muralha e
4
mudanças na coloração devido a inflamação.
A laminite aguda, tem como uma das principais causas a
ingestão excessiva de concentrados, que desencadeia maior
produção de ácido lático, podendo levar a uma acidose
sistêmica ou endotoxemia, geralmente desencadeada pelo
aumento da permeabilidade da mucosa do rúmem, causada
por traumas provocados pela acidose ruminal, o que pode Fonte: Marega Podologia Animal. 4 de Abril, 2015.
reduzir o fluxo sanguíneo no estojo córneo, devido a CONCLUSÕES
1
vasocontrição periférica. Assim, a laminite aguda apresenta Com esse estudo, foi possível observar que há semelhanças
sinais clínicos, como, taquicardia, sudorese, desidratação, nos sintomas da laminite aqui apresentados, sendo comum
atonia ruminal, distensão abdominal com líquido, observar lesões como, sola dupla, úlceras de sola e pinça,
incoordenação, decúbito, cascos afetados possuem doença de linha branca, além da erosão do talão e a rotação
1,2
temperatura mais elevada e sinais de inflamação. e afundamento da falange III. E na laminite crônica há a
Enquanto isso, é possível observar na laminite subclínica típica apresentação do casco chinelado.
uma fase assintomática seguida pelo surgimento de lesões, BIBLIOGRAFIAS
como, sola dupla, úlceras de sola e pinça, doença de linha 1.MARTINS, Irana Silva; FERREIRA, Manoela Maria Gomes; ROSA, Bruna
branca, além da erosão do talão. Tais sintomas podem ser Regina Teixeira; BENEDETTE, Marcelo Francischinelli. Laminite Bovina.
justificados pelo manejo inadequado, como piso de concreto, Periódico Semestral N° 10, Revista Científica Eletônica De Medicina
Veterinária, 2008.
distúrbios metabólicos e alimentação. Pode-se observar 2.NORONHA FILHO, Antônio Dionísio Feitosa. Laminite Bovina. Universidade
muitas vezes, maior mobilidade da terceira falange, devido a Federal de Goiás. Goiania, 2011.
perda da estabilidade e amortecimento proporcionados pelo 3.FERREIRA , Marina Guimarães; FERREIRA, Rafael Guimarães. Afecções
tecido córneo e pelo colchão digital, que acarretará em Do Sistema Locomotor dos Bovinos. Escola de Veterinária da UFMG. II
1,2 Simpósio Mineiro de Buiatria. Belo Horizonte, 2005.
hemorragia, necrose tecidual e hematomas. 4.P.M. Ferreira; R.C. Leite; A.U. Carvalho; E.J. Facury Filho; R.C. Souza;
A laminite crônica (Figura 1) por sua vez, é caracterizada M.G. Ferreira. Custo e resultados do tratamento de seqüelas de laminite
pelo crescimento anormal do estojo córneo, apresentando bovina: relato de 112 casos em vacas em lactação no sistema free-stall.
Escola de Veterinária - Universidade Federal de Minas Gerais.
forma pronunciadamente achatada e longa, de forma que a 5. PLAUTZ, Gustavo Roberto. Podologia Bovina. Universidade Federal do Rio
sola perde sua elasticidade habitual, também pode ocorrer a Grande do Sul : Faculdade de Veterinária. Porto Alegre, 2013
rotação e afundamento da falange III. Tal quadro clínico
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
SÍNDROME RESPIRATÓRIA EM CÃES BRAQUICEFÁLICOS: REVISÃO DE LITERATURA
Ariele Carla de Lima Machado¹, Adriana de Castro Moraes Rocha ¹, Bárbara Faleiro dos Santos¹, Paloma Ambrosio Almeida¹, Fernanda
Santos Costa¹, Daniele Cristine de Oliveira Freitas¹, Priscila Moreira de Carvalho¹, Raffaela Linhares Coelho¹, Fabrizia Portes Cury Lima²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO estenosadas. A intervenção cirúrgica deve ser realizada o


A síndrome da via aérea do cão braquicefálico (SVCB) é mais cedo possível, para melhores resultados.
caracterizada pela obstrução parcial das vias aéreas
superiores devido as alterações anatômicas. As raças Figura 1: Imagem das narinas: a esquerda em um cão
braquicefálicas são caracterizadas por possuírem o focinho normal, a direita um cão braquicefálico (fonte: Oechtering,
curto, o crânio compacto e o sistema respiratório limitado 2010).
funcionalmente (1). Cada animal pode apresentar estas
patologias de forma isolada ou combinada e em diversos
graus. As anormalidades geralmente restringem a
respiração do animal e podem resultar em asfixia e colapso
durante excitação ou em situações de aquecimento devido
ao clima ou atividade (2). As raças Chihuahua, Bulldogue
inglês, Cavalier King Charles Spaniel, Pug, Boston terrier,
Maltes, Pequinês, Shi Tzu, Yorkshire e Boxer são exemplos
de animais braquicefálicos (1). Os cães se tornaram
braquicefálicos em consequência da criação seletiva
intensiva, com isso o tamanho do nariz tem sido reduzido de
tal forma que prejudicou gravemente o seu funcionamento.
(3) Para o cão, a redução drástica da respiração nasal
significa a perda do seu principal órgão termorregulador,
impedindo-o de libertar o calor corporal em quantidade
suficiente, levando a um aumento da temperatura corporal
interna, passível de produzir colapso e morte (4). O objetivo
deste trabalho é reunir informações sobre as principais
CONCLUSÕES
modificações anatômicas encontradas em cães com
síndrome braquicefálica, através da revisão de literatura A realização de exercícios físicos em horários de sol e muito
calor podem prejudicar o animal, colocando em risco sua
MATERIAIS E MÉTODOS saúde. A excitação e as temperaturas ambientais altas
evidenciam a síndrome e isto deve ser explicitado ao
As informações utilizadas foram obtidas por meio de revisão
proprietário. Essas alterações respiratórias podem ser
de artigos científicos e sites de plataformas de pesquisa.
tratadas de forma cirúrgica ou tratar os sintomas de forma
medicamentosa, visando o bem-estar animal. É importante
RESULTADOS E DISCUSSÃO
observar que a criação de novas raças pelo ser humano
As alterações descritas na braquicefalia são: estreitamento
nem sempre é benéfica, visto que pode mudar
das narinas e da glote, o que por si já dificulta a entrada de
conformações anatômicas que são essenciais para a
ar nas cavidades nasais do animal, o prolongamento do
qualidade de vida do animal apenas para obtenção de
palato mole causa constrição das vias de passagem de ar
determinadas características. Com isso, é papel do médico
na faringe, muitas vezes causando dificuldades respiratórias,
veterinário alertar a população em geral, que muitas destas
respiração ruidosa e engasgos, a hipoplasia de traqueia
características são prejudiciais a qualidade de vida do
diminui o lúmen do órgão, em alguns casos chegando a
animal, visto que muitos proprietários não sabem destas
colapso total de traqueia. O aumento dos sáculos laríngeos
condições quando adquirem os animais.
e tonsilas e o estreitamento da rima da glote são alterações
secundárias que comprimem ainda mais o lúmen. BIBLIOGRAFIAS
Essas alterações podem ser diagnosticadas através de
1. ALLEMAND V.C.D.; QUINZANI.M.; BERL, C.A; Síndrome
radiografia, endoscopia, laringoscopia, broncoscopia e respiratória dos cães braquicefálicos: Relato de caso. Revista de
principalmente análise clínica pelo médico veterinário. Sinais Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do
respiratórios como ronco, tosse, dispneia, taquipneia, CRMV-SP, São Paulo, 2015
intolerância ao exercício, cianose e até mesmo síncope são 2. TEICHMAN, J. Alterações anatômicas em cães braquicefalicos.
Seminario Unicruz, São Paulo, 2016
observados em animais com esta combinação de alterações
anatômicas. A gravidade dos sinais depende do grau da 3. CARVALHO, A. Síndrome braquicefálica – estenose de narinas em
obstrução das vias aéreas. Engasgos, náusea, vômitos e cão. Acta Scientiae Veterinariae. 38(1): 69-72, 2010.
regurgitação também podem ser observado. Outro sinal
4. CANOLA, RAPHAELLA. Avaliação cardiorrespiratória da síndrome
clínico comum é a hipertermia, pois o paciente não braquicefálica em buldogues franceses. Jaboticabal, 2017
consegue se resfriar adequadamente, sendo assim, estes
animais são mais propensos a terem insolação. 5. HuPPES, RAFAEL et all. Procedimento cirúrgico na correção de
estenose de narinas de um cão. Rev. Colombiana cienc. Anim.
O tratamento dos pacientes acometidos com esta síndrome 5(1):234-242, 2013
é cirúrgico, sendo o objetivo da cirurgia desobstruir as vias
aéreas superiores. O procedimento corrige as narinas
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
SNACK FUNCIONAL PARA FELINOS DOMÉSTICOS
Gabriela Horta1; Gabriella Veloso Vieira Ribeiro1; Isabela Catarina Duarte de Alvarenga Quintão1; Júlia Neves Villela1; Juliana Souza Cruz
Rodrigues1; Lara Garcia Aparecido de Oliveira1; Matheus Santos Condez1; Poliana Ferreira Alvernaz1; Bruno Antunes Soares2.

1
Graduando em Medicina V– UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO diminui o colesterol e tem participação nas funções do


6
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking do número de sistema nervoso . O ácido fólico reduz os riscos de doenças
pets em domicílios. Neste cenário, os felinos vêm ganhando cardiovasculares, câncer e distúrbios psiquiátricos e
cada vez mais espaço no ambiente doméstico e, com isso, a mentais. Ademais, participa da formação e multiplicação das
5
demanda por novos produtos no mercado "pet" cresce células, principalmente as sanguíneas e as de defesa . A
proporcionalmente, à medida que esses animais se tornam semente de girassol possui valores significativos de cálcio,
membros da família. Os petiscos industrializados disponíveis fósforo, magnésio e potássio. O cálcio é fundamental para o
no mercado geralmente têm em sua composição crescimento e desenvolvimento ósseo, contribui para a
substâncias que oferecem risco à saúde, como os corantes coagulação sanguínea e até para a regulação da pressão
artificiais. Os mesmos podem causar urticárias, asmas e arterial. Além disso, promove a mineralização de dentes e
reações imunológicas, chegando até a neoplasias em ossos, prevenindo e tratando doenças como a osteoporose.
1
animais de laboratório . Além dessas substâncias, o uso de O fósforo participa da estruturação de ossos e dentes,
conservantes artificiais nesses produtos pode ser prejudicial contrações musculares e ativação de vitaminas. O magnésio
à saúde, podendo causar alergias, problemas gástricos e possui funções fisiológicas como relaxamento muscular,
neoplasias. Desta forma, o presente trabalho teve como regulação do ritmo cardíaco e manutenção da
objetivo produzir um petisco (snack) com produtos naturais, permeabilidade vascular. Também atua no metabolismo
sem conservantes ou corantes e com nutrientes como sais cerebral e de neurotransmissores, constitui ossos, e auxilia
minerais e vitaminas, importantes para os gatos. na absorção de cálcio, fósforo, sódio e potássio. O potássio,
atua no organismo por meio da manutenção da pressão
MATERIAIS E MÉTODOS osmótica, equilíbrio hídrico e ácido básico. Além disso, ele
6
Inicialmente foram investigados substratos naturais ricos em atua na atividade celular normal . Os sais de potássio
nutrientes para gatos e com baixo custo. Foram contribuem para a excreção urinária de sódio. Diante das
determinados, conforme a investigação na literatura, o relevâncias fisiológicas dos nutrientes presentes nesse
levedo de cerveja e a semente de girassol como possíveis snack, o produto possui grande potencial de mercado devido
alimentos para a preparação do snack. Foi adquirido, ao teor nutritivo, baixo custo de produção, ausência de
inicialmente, a quantidade de 200g de levedo de cerveja e adição de corantes e conservantes, além de ser totalmente
210g de semente de girassol, encaminhados ao Laboratório produzido com matéria vegetal.
de Técnicas Dietéticas da Planta Piloto do UniBH. As
sementes de girassol foram submetidas ao liquidificador CONCLUSÕES
industrial até virarem um farelo e, posteriormente, esse O PetisCAT produzido possui vitaminas e minerais
produto foi peneirado, de forma a selecionar apenas a parte importantes para felinos, como cálcio, fósforo, magnésio,
seca, o que resultou em uma quantidade de 80g. Essa sódio, potássio, niacina e folato, e não apresenta
farinha foi misturada com uma amostra de 160g de levedura conservantes e corantes, que são capazes de gerar danos à
de cerveja em pó, fracionada em amostras de 120g. Cada saúde desses animais.
amostra foi adicionada de 50 mL de água e 10 mL de óleo
de soja. A massa obtida foi despejada em forminhas de BIBLIOGRAFIAS
silicone e assada a 205ºC por 20 minutos em forno 1. SILVA, Joseli; SOUTO, Larissa; ANDRADE, Bruno; FIGUEIRÊDO, Rowse;
ONE, Giselle. CORANTES ALIMENTÍCIOS: Naturais x artificiais.
industrial. Por fim, foram obtidos 132g de snack. SIMPÓSIO PARAIBANO DE SAÚDE: Tecnologia, Saúde e Meio Ambiente à
Serviço da Vida. João Pessoa, p.159, 2012.
RESULTADOS E DISCUSSÕES 2. SILVA, Ana Paula; SILVA, Júlia; VARGAS, Josimar; BACARIM, Gisele.
Conservantes em fast-food. V Mostra IFTEC. Caxias do Sul, 2016.
O presente trabalho obteve o snack vegano denominado 3. MARTELLI, Anderson. Redução das concentrações de cloreto de sódio
PetisCAT embalado em porções de 44g, visando um na alimentação visando a homeostase da pressão arterial. Revista do
potencial de atração para tutores de felinos. A base desse Centro do Ciências Naturais e Exatas - UFSM & Revista Eletrônica em
snack foi levedura de cerveja e semente de girassol, rico em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental - REGET. v.18, n.1, p.428-436,
2014.
diversos nutrientes estabelecidos na literatura. A levedura de 4. MARTINS, Rosane; HAGEN, Suleica; KALVELAGE, Karine. A MICRO
cerveja é rica em cálcio, fósforo, magnésio, sódio, potássio, NUTRIÇÃO NA MANUTENÇÃO DA SAÚDE. AME SUAS RUGAS Aproveite
niacina e folato. O sódio é importante pois controla o volume o momento p.104, 2007.
5. VANNUCCHI, Helio; MONTEIRO, Thais. Funções Plenamente
do fluido extracelular e do plasma, tendo também um papel Reconhecidas de Nutrientes Ácido Fólico. International Life Sciences
importante na condução dos impulsos nervosos, na Institute Brasil. São Paulo, 2010.
contração muscular, na manutenção da pressão oncótica e 6. COZZOLINO, Silvia. Biodisponibilidade de Nutrientes. v.5, p.575-597,
6 637-654, 657-670, 2016.
no equilíbrio ácido-base . A Niacina, estimula a circulação,
7.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
TÉCNICA DE FACOEMULSIFICAÇÃO NO TRATAMENTO DE CATARATA EM CÃES
Pedro Henrique Cotrin Rodrigues1, Anna Carolina Souza Borges1, Kimberly Ramalho Pinheiro¹,
Fernanda Nayane Mayrink Melo¹, Roberta Renzo2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

remanescentes devem ser aspiradas e sempre que possível,


INTRODUÇÃO os pacientes devem receber lente intraocular posicionada no
A catarata é definida como qualquer opacidade da lente ou saco capsular, com a porção óptica centralizada e as
9
cristalino, resultando em variação do seu poder de refração. hápticas inseridas no equador . A incisão corneal deve ser
Decorre de alterações na estrutura das células lenticulares, suturada empregando-se pontos simples separados, não
1 10
de alterações proteicas ou de ambas . Relativamente à perfurantes totais, com fio absorvível encastoado 9-0 .
terapia da catarata, admite-se como única e efetiva a
remoção cirúrgica da lente, para a qual diferentes técnicas já Figura 1: Representação ilustrativa da técnica de
foram propostas, como facectomias intracapsular e facoemulsificação. A) fragmentação e aspiração do
2,3
extracapsular . Atualmente, a técnica empregada é a cristalino; B) implante da lente intraocular; C) estruturas
facoemulsificação, por promover melhores resultados e ocular após a cirurgia de facoemulsificação com a lente já
4,5
menor incidência de complicações trans e pós-cirúrgicas . implantada (Adaptado de Pigatto, 2007; Mota, 2010).
Objetivou-se com a presente revisão descrever e revisar
conceitos aplicados à técnica de facoemulsificação para
correção de catarata.

MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica em plataformas
digitais, utilizando as seguintes palavras chaves:
facoemulsificação, cristalino, catarata, oftalmologia.
O pós-operatório visa diminuir a inflamação e a hipertensão
intraoculares, prevenir infecções e evitar aderências
REVISÃO DE LITERATURA
(sinéquias). Preconiza-se o uso de colar protetor e colírios
A catarata é uma das afecções oculares mais frequentes midriáticos, inibidores de anidrase carbônica, antibióticos,
5,6
nos cães, e causa comum de perda da percepção visual . anti-inflamatórios (local e sistêmico).
Ela pode ser definida como qualquer opacidade da lente,
que resulta em variação do seu poder de refração. Decorre CONCLUSÕES
de alterações na estrutura das células lenticulares, de
1 A facoemulsificação deve ser utilizada como técnica de
alterações proteicas ou de ambas . Há diferentes maneiras
eleição para a remoção da catarata, visto que seus
de se classificarem as cataratas, como as baseadas na
resultados são superiores as demais técnicas descritas na
idade do paciente na ocasião do aparecimento, na
literatura. Entretanto complicações ainda são descritas, fato
localização, na velocidade e na extensão da progressão, na
6 que impulsiona estudos visando o aprimoramento da
aparência, e segundo a causa ensejante .
técnica. Ademais, é método terapêutico restrito a centros
Nos últimos anos, a oftalmologia veterinária, têm se especializados, exigindo grande experiência técnica e alto
4,5
beneficiado da facoemulsificação . Os efeitos, investimento em equipamentos e instrumental.
notadamente melhores, advêm de procedimento cirúrgico
rápido, da pequena incisão corneal e da sua reparação BIBLIOGRAFIAS
precoce. Adjunto, da inflamação, que é menor no pós-
1. Shiels, A; Hejtmancik, J. F. Genetic origins cataract. Archives of
operatório, da melhor aspiração das massas corticais e por Ophthalmology. v.125, n.2, p.165-173, 2007.
evitar o colapso da câmara anterior no curso da 2. Dziezyc J. 1990. Cataract surgery. Current approaches. Vet. Clin.
2
intervenção . North Am., Small Anim. Pract. 20(3):737-754.
Apesar dos significantes avanços proporcionados pela 3. Whitley R.D. et. al., 1993. Cataract removal in dogs: The surgical
techniques. Vet. Med. 88(9):859-866.
facoemulsificação, complicações ainda são notificadas.
4. Williams D.L., Boydell I.P. & Long R.D. 1996. Current concepts in
Interpõem-se as uveítes, menos intensas, comparativamente the management of canine cataract: A survey of techniques used by surgeons
7
a outras técnicas; a hipertensão intraocular pós-operatório , in Britain, Europe and the USA and a review of recent literature. Vet. Rec.
7,8
os descolamentos de retina , a opacidade de cápsula 138(15):347-353.
9 5. Glover T.D. & Constantinescu G.M. 1997. Surgery for cataract.
posterior, além da sua ruptura .
Vet. Clin. North Am., Small Anim. Pract. 27(5):1143-1173.
A facoemulsificação inicia-se com incisão corneal tunelizada, 6. Slatter D. 2005. Fundamentos de Oftalmologia Veterinária. 3ª ed.
em córnea clara têmporo-dorsal, distante 2 mm do limbo, Roca, São Paulo.
com bisturi de 15 graus. A câmara anterior é preenchida 7. Klein H.E. et. al., 2011. Postoperative complications and visual
com corante de cápsula (Azul de trypan). Soluções outcomes of phacoemulsification in 103 dogs (179 eyes): 2006-2008.
Veterinary Ophthalmology. 14: 114-120.
viscoelásticas devem ser aplicadas na câmara anterior para
8. Sigle, K.J.; Nasisse, M.P. Long-term complications after
proteção endotelial e preenchimento cameral (sulfato de phacoemulsification for cataract removal in dogs: 172 cases (1995– 2002).
condroitina à 4%, acrescido de hialuronato de sódio à 3% e Journal of the American Veterinary Medical Association, v.228, p.74–79, 2006.
hialuronato de sódio à 1%). Posteriormente, valendo-se de 9. Johnstone, N. & Ward, D.A. (2005). The incidence of posterior
um cistítimo, deve ser realizada a capsulotomia, permitindo capsule disruption during phacoemulsification and associated postoperative
10 complication rates in dogs: 244 eyes (1995–2002). Veterinary Ophthalmology
acesso ao cristalino . Com seringa munida de cânula de
8, 1, 47–50.
irrigação, realiza-se a hidrodissecção do núcleo do cristalino
7,8 10. Pigatto et. al., Avanços e benefícios da facoemulsificação. Acta
. A ponteira da caneta do facoemulsificador é introduzida Scientiae Veterinariae. 35: s248-s249, 2007.
na câmara anterior e no saco capsular, realizando-se a 11. Mota, M.A. Cirurgia de catarata – revisão de literatura. Trabalho de
emulsificação e a aspiração do córtex e núcleo do cristalino. conclusão de curso UNIFOR. Formiga, 4 nov. 2010.
Todas as massas corticais e substância viscoelástica
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
TOXOPLASMOSE EM CÃES: RELATO DE CASO
Ana Paula Peri Martins¹, Amanda Felício Bento de Souza¹, Luiz Flávio Telles²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO TID. Com a melhora do paciente, todos os medicamentos


A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário foram retirados da prescrição médica, permanecendo
Toxoplasma gondii, um parasita intracelular obrigatório, e apenas a Clindamicina 2 comprimidos 300mg (VO) BID.
apresenta no seu ciclo, hospedeiro definitivo e hospedeiros Pelo desuso prolongado dos membros, houve atrofia
intermediários, como o gato doméstico, o cão e o ser muscular, sendo sugerida a Eletroestimulação (EE), técnica
humano, respectivamente, tornando-se uma zoonose de que tem como objetivo despolarizar o neurônio motor
grande importância epidemiológica. causando assim, contrações musculares (STEISS e
LEVINE, 2008). A mesma era realizada no turno da manhã e
Os cães, hospedeiros intermediários, podem apresentar a
a tarde, diariamente. Devido lenta evolução motora foi
forma clínica ou subclínica com associação de doenças
sugerido encaminhamento do paciente para uma Clínica
concomitantes, além de serem vetores mecânicos,
Veterinária especializada em Fisioterapia animal, a
desenvolvendo alterações em diversos sistemas e sinais
Recupera Pet em Belo Horizonte (MG).
clínicos inespecíficos.
O animal deixou a internação da Clínica Veterinária Buritis
A transmissão ocorre através do contato com oocistos para a hospedagem da mesma, realizando a Fisioterapia e
esporulados contidos na água e alimentos infectados por Acupuntura uma hora por dia, três vezes por semana, sendo
fezes de gatos positivos, pela ingestão de produtos de observados bons resultados após 3 semanas do início dos
origem animal cru infectado ou de forma congênita, através exercícios. Com movimentação principalmente dos membros
da transmissão transplacentária. posteriores, força para empurrar o corpo e virar de decúbito
Os sinais clínicos não são patognomônicos, sendo sozinho e realizando a marcha com ajuda dos estagiários da
observados febre, vômito, lesões oculares, distúrbios Clínica.
digestivos e sinais neurológicos. Por este fato, o diagnóstico Finalizando os 28 dias de tratamento com Clindamicina e
laboratorial é importante para detectar a doença e tratá-la terapia de suporte, o paciente continuava bastante
precocemente. responsivo aos estímulos, e até a última avaliação mantinha
Este trabalho tem como objetivo relatar e analisar as discreta dificuldade em ficar em estação, porém seguia em
consequências causadas pelo protozoário em um cão da crescente evolução.
raça Labrador, atendido na Clínica Veterinária Buritis.
Figura1: Animal com tetraplegia com aparente atrofia
RELATO DE CASO E DISCUSSÃO muscular dos músculos do membro anterior esquerdo. Ao
lado animal sendo submetido à Eletroestimulação, já na
No dia 28 de agosto de 2018, deu entrada na Clínica
evolução do quadro, ficando em decúbito esternal sozinho.
Veterinária Buritis – Belo Horizonte, um cão da raça
Labrador, macho, 9 anos, 37 kg de peso e não castrado.
Na anamnese, o tutor relatou que no dia anterior o animal
estava apático, prostrado, sem apetite e naquela noite,
encontrou-o no chão, consciente e com paresia dos
membros. O mesmo reside em sítio, onde possui o hábito de
nadar em uma lagoa próxima e convive com outros cães,
que não apresentavam nenhuma alteração clínica. Além
disso, a vacinação, a vermifugação e o controle de
ectoparasitas, estavam em dia.
No exame clínico, o médico veterinário constatou que os
parâmetros estavam normais, exceto pela perda de
motilidade gastrointestinal, incontinência fecal e urinária e
tetraplegia. Foi realizado teste de Imunofluorescência
indireta (IFI) para Neosporose e Toxoplasmose canina,
sendo a ultima, com diagnóstico confirmado contendo CONCLUSÃO
reagente para IgG e IgM positivos. O diagnóstico da toxoplasmose canina é bastante
Logo após a confirmação da Toxoplasmose, realizou-se a importante, sendo negligenciado por grande parte dos
conduta terapêutica com a administração do antibiótico clínicos de pequenos animais. Contudo, o diagnóstico
Clindamicina na dose 6,1ml (EV) BID durante 28 dias. laboratorial é indispensável para que o tratamento seja
Além de dar todo suporte ao paciente, controlando dor, realizado de forma correta, prevenindo assim a
fornecimento de alimento e água a cada 4 horas, troca de disseminação da doença, que é uma zoonose.
decúbito a cada 2 horas e tapotagem em decúbito esternal
uma vez ao dia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Após 14 dias de tratamento, o animal apresentava-se 1. DANTAS, Sabrina Barros Araujo et al. Ocorrência e fatores de risco
responsivo, ativo, urinando e defecando normalmente e com associados as infecçôes por Toxoplasma gondii e Neospora caninum em caes
no municipio de Natal, Estado do Rio Grande do Norte, Nordeste do
bastante apetite. Além disso, ainda não conseguia Brasil. Ciência Rural, Santa Maria, v. 11, n. 43, p.2042-2048, nov. 2013.
movimentar os membros, mas já possuía sensibilidade 2. ABREU, Cláudia Bonini de et al. Aspectos clínicos, patológicos e
periférica e movimento da cauda. Alguns medicamentos que sorológicos da toxoplasmose experimental em cães jovens. Semina: Ci.
Agrárias, Londrina, v. 2, n. 22, p.123-130, dez. 2001.
estavam sendo aplicados pela via endovenosa, foram 3. ULLMANN, Leila S. et al. AÇÕES DE VIGILÂNCIA CONTINUADA, PAPEL
substituídos pela via oral e subcutânea (SC), como a DO CÃO COMO ANIMAL SENTINELA PARA TOXOPLASMOSE. Revista
Clindamicina 2 comprimidos 300mg (VO) BID, Bionew 2,5ml Brasileira de Parasitologia Veterinária, Jaboticabal, v. 17, n. 1, p.345-347,
(SC) BID, Tramadol 2ml (SC) TID e a Dipirona 1,8ml (SC) set. 2008
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
TRATAMENTO CIRÚRGICO DA AEROFAGIA EM EQUINOS
Gabriella Flávia de F. Santos1*, Sarah Moreira Lima1, Lizandra Lima¹, Ana Luísa Soares de Miranda2
1
Graduanda em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO em qualquer padrão. Para ajudar a eliminar o espaço morto,


Os equinos são animais que por natureza necessitam de uma bandagem compressiva estéril ―stent” é suturada ao
grandes espaços, interação com outros animais e de longo da borda da incisão [2]. Antibioticoterapia profilática
alimentação constante. A mudança no habitat e alterações está indicada e o dreno e a compressa devem ser removidos
no manejo podem levá-los a desenvolver aerofagia, um vício no terceiro ou quarto dia pós-cirurgia, dependendo do
geralmente adquirido e relativamente comum, no qual o volume secretado.
animal, apoiando os dentes incisivos em um objeto fixo,
realiza um movimento de arqueamento e flexão do pescoço,
conseguindo engolir certa quantidade de ar [1]. Com o
tempo e manutenção dessa estereotipia, ocorre desgaste
excessivo dos dentes incisivos, perda de peso, hipertrofia
dos músculos ventrais do pescoço, especialmente do
músculo esterno-cefálico, cólicas por meteorismo
ocasionais, além de inevitável desvalorização do animal e
incômodo ao proprietário [1]. Recentemente, foram descritas
associações com ulceração gástrica e doenças do neurônio
motor [2] e encarceramento no forame epiploico [3].
Essa estereotipia pode ser tratada cirurgicamente e o
objetivo do presente trabalho é relatar a abordagem cirúrgica
da mesma.
MATERIAL E MÉTODOS
Figura 1: Equino praticando aerofagia.
Para a realização deste trabalho foi realizada uma pesquisa Fonte: Informativo Equestre
em periódicos indexados, em que foram inseridas as
palavras-chave ―aerofagia‖, ―miectomia em equinos‖,
―miectomia de Forssell‖, ―Forssell modificado‖, ―modified
Forssell’s‖.
REVISÃO DE LITERATURA
A técnica cirúrgica mais antiga para abordagem da aerofagia
foi introduzida por Forssell em 1926, que consiste na
miectomia de alguns grupos musculares. No entanto, a mais
utilizada atualmente é a miectomia de Forssell modificada,
uma variação desenvolvida para produzir uma melhor
aparência estética quando utilizado em combinação com a
neurectomia bilateral dos ramos ventrais do nervo acessório
(XI par de nervo craniano) [2].
A miectomia de Forssel modificada consiste na ressecção
parcial (aproximadamente 30 cm) dos grupos musculares:
esternotirohioideo, esternohioideo e omohioideo, e a
neurectomia bilateral do ramo ventral do nervo espinhal Figura 2: Local da incisão.
acessório, com o propósito de dessensibilizar os músculos Fonte: Turner et al. 1984.
esternomandibulares [2]. O objetivo dessas abordagens é
evitar o tracionamento da laringe que ocorre durante a flexão CONCLUSÕES
do pescoço, impedindo o deslocamento do palato e a A aerofagia traz conforto ao equino, pois é uma maneira que
deglutição do ar [2]. ele encontra de aliviar o estresse de baia. A cirurgia é
O acesso cirúrgico é feito através de uma incisão mediana eficiente quando impede a cólica por meteorismo e outras
da pele de aproximadamente 30 cm de extensão, no terço alterações, porém a falta de um preparo prévio pode
proximal da face ventral do pescoço. Após a neurectomia intensificar o estresse do animal no pós-operatório por não
bilateral, a miectomia deve ser executada. Uma seção de 30 conseguir praticar esse costume e ele pode desenvolver
cm dos feixes musculares, combinados do omohioideo e outros distúrbios comportamentais em busca de conforto. É
esternotiroideo, são removidos. Esses músculos são necessário fazer um enriquecimento ambiental para o
identificados no aspecto cranial da incisão, ventralmente a animal, deixá-lo mais tempo fora da baia e tentar diminuir a
laringe, e são liberados da laringe e fáscia redundante. sua frustração e estereotipia antes de retirá-la por completo.
Tesoura ou outros instrumentos curvos são passados sob os REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
músculos para assegurar a inclusão de todas as porções 1. Nicoletti, José Luiz de Mello et al . Estudo retrospectivo de 11 casos de
aerofagia em equinos operados pela técnica de miectomia de Forssell
musculares, que são seccionadas. O tecido conjuntivo modificada. Cienc. Rural, Santa Maria , v. 26, n. 3, p. 431-434, Dec. 1996
areolar que os conecta a traqueia deve ser dissecado, e os 2. Turner, Anthony & White, Nathaniel & Ismay, J. (1984). Modified Forssell's
músculos omohioideos são seccionadas transversalmente. operation for crib-biting in the horse. Journal of the American Veterinary
Um dreno de Penrose é inserido, emergindo da porção Medical Association. 184. 309-12.
3. Steiner, D.; Alberton, L. R. Martins, W. D. C. Aerofagia em equinos: revisão
ventral da incisão. O tecido subcutâneo deve ser de literatura. Arq. Ciênc. Vet. Zool. UNIPAR, Umuarama, v. 16, n. 2, p. 185-
aproximado com uma sutura contínua, preferencialmente 190, jul./dez. 2013.
com fio absorvível sintético n°0. A pele pode ser suturada
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
TRIPANOSSOMÍASE BOVINA: RELATO DE CASO
Bruna Fonseca da Costa1*, Stephanie Raissa Rodrigues Silva¹, Rayanne Braga da Silva¹, Nayara Starling Pereira Martins da Costa¹,
Carlos Eduardo Ferreira Dayrell¹, Vinícius Araújo de Morais¹, Wender de Oliveira Machado¹, Leila Cristina Nascimento¹, Gustavo Henrique
Ferreira Abreu Moreira², Leandro Silva de Andrade².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO da doença pode ocorrer diretamente do hospedeiro


Tripanossomíases são doenças provocadas por protozoários mamífero ao outro pela picada de insetos hematófagos ou
patogênicos do gênero Trypanosoma. Dentre as espécies via iatrogênica (agulhas contaminadas com sangue).⁴
que causam enfermidades nos animais domésticos estão o Ao realizar os exames parasitológicos de Woo e Gota
T. vivax, T. evansi, T. congolense e T. brucei.⁴ espessa, foi detectado na observação direta das formas
O Tripanosoma vivax, é responsável por consideráveis sanguíneas a presença de parasitas Tripanosoma Vivax,
perdas econômicas na bovinocultura principalmente devido podendo ser diagnosticado um quadro de Tripanossomíase
a sua alta mortalidade e perdas na produção.³ na propriedade. Dentre os métodos de diagnóstico
parasitológico, podemos encontrar a técnica do esfregaço
O presente trabalho tem como objetivo relatar um surto de
sanguíneo, o método do ―aspirado‖ do linfonodo, inoculação
Tripanossomíase causado pelo Tripanossoma Vivax em um
em camundongo, gota espessa, técnica de concentração em
rebanho leiteiro em Minas Gerais.
tubo de microhematócrito denominada de técnica de Woo e
RELATO DE CASO E DISCUSSÕES Buffy Coat,⁴ sendo os dois últimos exames de alta
No dia 03 de março de 2018 foi realizado o atendimento de sensibilidade. Existem ainda testes sorológicos e
uma propriedade rural situada em Maravihas - MG. A moleculares que podem ser empregados.
fazenda de atividade leiteira, possuía cerca de 280 animais O protocolo terapêutico instituído na propriedade consistiu
da raça Girolando em sistema de produção semi-intensivo. na aplicação de Cloreto de Isometamidium na dose de 1
Desses 280 animais haviam 80 vacas em lactação. mg/kg, uma vez por mês, a cada quatro meses, e tratamento
O produtor relatou que nos últimos três meses,13 animais suporte para corrigir as sequelas causadas pela ação do
que estavam em lactação vieram a óbito. Além disso, os protozoário no organismo animal. A dosagem recomendada
animais desta categoria apresentaram emagrecimento do medicamento é de 0,5-1,0 mg/kg. O composto tem sido
progressivo, mucosas pálidas, diarréia, cegueira em um usado com sucesso para manter a produtividade do gado
animal, quadros de aborto e queda de 60% na produção zebu exposto ao desafio com a mosca tsé-tsé no leste da
leiteira. África e confere profilaxia ao gado bovino por 2 a 22
Ao exame clínico as vacas apresentavam-se apáticas, com semanas.⁵
aumento de frequência respiratória e cardíaca, desidratação
CONCLUSÕES
leve a moderada, anemia severa e alguns animais com
pneumonia. A doença pode se apresentar na forma de A tripanossomíase é uma doença que causa inúmeras
infecção aguda e crônica. Dentre os sinais clínicos perdas aos rebanhos brasileiros, sendo imprescindíveis a
observados estão anemia, perda de peso, fraqueza aplicação de metodologias nas propriedades afim de evitar a
progressiva, conjuntivite, cegueira temporária e/ou contaminação dos animais. A forma de entrada da doença
permanente, febre, letargia, redução na produção de leite e nas fazendas tem ocorrido pela compra de animais
carne, repetições de cio, nascimentos de crias fracas e portadores de T.vivax e tem sido disseminada pela aplicação
anestro temporário ou permanente, aborto, alterações de ocitocina durante a ordenha, utilizando uma mesma
neurológicas e morte de animais.² agulha e seringa para vários animais.
BIBLIOGRAFIAS
1. BATISTA, J.S.; BEZERRA, F.S.B.; LIRA, R.A.; CARVALHO,
Figura 1: Animal apresentando baixo escore de condição J.R.G.; ROSADO NETO,A.M.; PETRI, A.A.; TEIXEIRA, M.G. Aspectos
corporal e apatia. clínicos, epidemiológicos e patológicos da infecção natural em bovinos por
Trypanosoma vivax na Paraíba. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.28, n.1, p.
63-69, jan. 2008
2. BEZERRA, F.S.; GARCIA, H.A.; ALVES, H.M.; OLIVEIRA, I.R.S.;
SILVA, A.E.; TEIXEIRA, M.M.G.; BATISTA, J.S. Trypanosoma vivax in
testicular and epidydimal tissues of experimentally infected sheep. Pesquisa
% 2013 Veterinária Brasileira, v.28, p. 575-582, 2008.
3. CARVALHO, A. U. et al. Ocorrência de Trypanosoma vivax no
2014 estado de Minas Gerais Occurrence of Trypanosoma vivax in Minas Gerais
state, Brazil. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 60, n.
3, p. 769-771, 2008..
4. SILVA, R.A.M.S.; SEIDL, A.; RAMIREZ, L.; DÁVILA, A.M.R.
Subtipo Trypanosoma evansi e Trypanosoma vivax: Biologia, Diagnóstico e Controle.
Embrapa, Corumbá-MS, p.01-137, 2002.
5. SILVA, R. A. M. S.; LIMA, ES de S.; RAMIREZ, L. Quimioterapia
A anemia é o parâmetro hematológico mais comumente das Tripanosomoses ocorrentes no Pantanal. Embrapa Pantanal-Documentos
(INFOTECA-E), 2004.
associado à tripanossomíase por T. vivax, possuindo causa
multifatorial e atribuída à hemólise intra e extra vascular, APOIO:
diminuição ou inibição da eritropoiese e hemorragias.¹
Foi relatado pelo proprietário a compra de 12 vacas em
lactação, um mês antes das primeiras mortes ocorrerem.
Provavelmente esses animais eram portadores
assintomáticos da tripanossomíase e transmitiram a doença
as vacas em lactação durante a ordenha pela aplicação de
ocitocina, sem troca de agulhas e seringas. A transmissão
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL (TVT) – ATUAÇÃO DO SULFATO DE VINCRISTINA
Cristielle Roberta Braga Viana¹*, Mariana Alves Silva¹, Marina Greco Guerra de Andrade².
1
Graduanda em Medicina veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil. *e-mail para correspondência: marinagrecoguerra@gmail.com
²
Professora do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO administração em cães da raça Collie, sob o risco de


O Tumor Venéreo Transmissível (TVT) é um linfossarcoma intoxicação de severo grau, uma vez que é verificada má-
contagioso com localização predominantemente venérea. formação desta glicoproteína e impedimento à sua
Afeta o pênis e a vagina de cães, e ocasionalmente pode ser metabolização de forma adequada (LAPA, 2009).
encontrada em regiões extragenitais como pele, olhos, A terapia com sulfato de vincristina na dose de 0,025mg/kg
cavidade bucal e nasal, mesmo na ausência de lesões por via endovenosa, a cada sete dias, demonstra resultados
genitais (LAPA, 2009). Fazem parte do grupo de risco os macroscópicos a partir da segunda semana de tratamento. É
cães que habitam áreas de alta densidade e com alta observada a regressão das massas tumorais e da
prevalência de animais abandonados (FERREIRA et al., exsudação. Geralmente, após a quarta aplicação constata-
2010). O tumor pode ser transmitido pelo coito, lambedura, se a regressão completa do tecido neoplásico (Figura 2),
mordedura ou arranhões. Para que o tumor se desenvolva é mas a terapia ser continuada com mais duas aplicações
necessário que a pele ou a mucosa apresentem escoriações após o desaparecimento completo das lesões (FERREIRA,
ou solução de continuidade (SANTOS, et al., 2005). 2010).
O TVT se apresenta como pequenas áreas elevadas, com Os efeitos colaterais do tratamento com o sulfato de
aspecto de couve-flor ou nodular, friável, com presença de vincristina mais observados são inapetência, alopécia pouco
secreção serosanguinolenta e possível infecção bacteriana significativa, vômito, diarréia e mielossupressão
secundária (SILVA et al., 2007) (Figura 1). (FERREIRA, 2010).
O diagnóstico definitivo é determinado pelo exame físico e Figura 1: Imagem fotográfica de TVT de aproximadamente
observação do tumor na genitália externa e confirmado pela 15cm de diâmetro em cadela. Fonte: Nicole, 2009.
impressão sobre lâmina de microscopia (―imprint‖),
histopatologia ou citologia de aspiração por agulha fina
(PAAF). Estes são exames de simples e rápida execução
além de apresentarem baixo custo. A presença de figuras
mitóticas e células inflamatórias é uma característica desta
neoplasia (FERREIRA, 2010). O prognóstico é favorável,
exceto para os que apresentam metástases ou resistência à
quimioterapia (SILVA et al., 2007).
Objetiva-se demonstrar as alternativas de tratamento para o
TVT, e enfatizar a atuação do sulfato de vincristina e os Figura 2: Imagem fotográfica de TVT em cadela após quarta
efeitos provocados por este fármaco. aplicação de sulfato de vincristina em intervalo de sete dias.
MATERIAIS E MÉTODOS Fonte: Nicole, 2009.
Foi realizada uma busca em arquivos científicos eletrônicos,
e utilizadas as palavras chaves: TVT; vincristina; tumor;
quimioterápicos. Foram selecionados artigos com datas de
publicação entre 2005 a 2018, com o objetivo de identificar
possibilidades de tratamento para o TVT.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Existem vários protocolos de tratamento para o TVT, entre
eles excisão cirúrgica, radioterapia, imunoterapia e
quimioterapia. A terapia mais eficaz e praticada na rotina CONCLUSÃO
clínica consiste no uso do sulfato de vincristina como agente Conclui-se que apesar de existirem diferentes alternativas
único (LAPA, 2009). O sulfato de vincristina é um ao tratamento do TVT, o sulfato de vincristina é a droga de
quimioterápico antineoplásico que interfere na síntese de melhor escolha devido à boa resposta a regressão tumoral e
DNA, RNA ou na replicação celular, levando à interrupção a menor ocorrência de recidivas. O TVT é o tumor mais
da divisão ou à morte celular. Este fármaco tem grande responsivo à quimioterapia em oncologia veterinária.
afinidade pela proteína tubulina, componente principal dos BIBLIOGRAFIAS
microtúbulos, formadores das fibras do fuso mitótico. Ao se 1. Faro, A. M. Avaliação hematológica em cães submetidos ao tratamento
ligar à tubulina, este medicamento bloqueia sua quimioterápico com sulfato de vincristina, prednisona e ciclofosfamida.
polimerização e leva à destruição dos microtúbulos. Além Estudo experimental. ARS veterinaria, Jaboticabal, SP,v.24, n.1, 001-008,
2008. Ferreira, C.G.T. et al. Tumor venéreo transmissível canino (TVTC):
disto, a vincristina pode também interagir com microtúbulos Revisão de literatura. PUBVET, Londrina, V. 4, N. 14, Ed. 119, Art. 803,
pré-formados e proteínas dos fusos, e impende a formação 2010.
do fuso mitótico. Assim, a divisão celular é interrompida na
metáfase (fase M). A maior parte dos agentes 2. Lapa, F. A. S. Estudo comparativo da eficácia de dois protocolos de
tratamento do tumor venéreo transmissível em cães. 2009. 73f. Dissertação
antineoplásicos atuam também sobre células normais, – Universidade do Oeste Paulista, São Paulo, 2009.
principalmente naquelas onde a frequência mitótica é
intensa, como as da medula óssea (Faro, 2008). 3. Santos, F. G. A. et al. O tumor venéreo transmissível canino – Aspectos
gerais e abordagens moleculares (revisão de literatura). Review Article,
O sulfato de vincristina é metabolizado pelo fígado, Uberlândia, v.21, n.3, p.41-53, Sept./Dec. 2005.
eliminado por excreção biliar nas fezes e administrado
estritamente por via endovenosa, sendo que seu 4. Silva, M. C. V. et al. Avaliação epidemiológica, diagnóstica e terapêutica
extravasamento acarreta em necrose acentuada na área do tumor venéreo transmissível (TVT) na população canina atendida no
hospital veterinário da UFERSA. Acta Veterinária Brasílica, v.1, n.1, p.28-
atingida pelo quimioterápico. Esta droga utiliza como 32, 2007.
substrato a P-glicoproteína, por isso deve ser evitada sua
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
TUMORES FACIAIS E MAMÁRIOS: RELATO DE CASO
Gabrielle Olivia Avelino Coelho¹, Davi Guilherme Souza¹, Leonardo Brendo Trindade Santiago¹, Daniele Freitas¹, Mariana Pinheiro Mafra
Dutra¹, Lucas Vogas², Phriscylla Sadanã Pires3
1
Graduando em medicina veterinária– UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO metástase em nenhum órgão, houve um aumento


significativo na silhueta cardíaca. Devido à idade do animal
A prevalência de tumores de mamas em cadelas na clinica — de aproximadamente oito anos — e à complexidade da
de pequenos animais é uma constante. O estrógeno e recuperação cirúrgica, desenvolveu-se uma estratégia para
outros hormônios esteroides femininos têm um papel que fossem feitos todos os procedimentos em um intervalo
fundamental para o crescimento desses tumores em todos de tempo de uma semana, pensamento esse que foi
os mamíferos (FONSECA, C.S et al 2000)¹. Fazer a decidido entre o anestesista e o cirurgião. O procedimento
ovariosalpingohisterectomia (OSH) em cadelas antes do escolhido foi a tartarectomia, sendo realizada a retirada do
primeiro cio reduz drasticamente o aparecimento desse tipo tumor da cabeça sem intercorrências, no dia cinco de
de tumor (SILVA, A. E et al, 2004)². novembro de 2018. Primeiramente, foi feita a tartarectomia
e, em seguida, a antissepcia da cabeça do animal para a
Os exames citológicos feitos no inicio do desenvolvimento
retirada do tumor da face. Em segundo plano, realizou-se a
contribuem para um diagnóstico precoce, logo um bom
OSH e, em terceiro plano, a retirada da outra cadeia
prognóstico para o animal. A citologia aspirativa por agulha
mamaria. No dia seis de novembro, o animal se encontrava
fina pode ser um bom aliado ao diagnostico de tumores
responsivo, urinando e defecando normalmente e se
(ZUCARI, D.A..C et al, 2001)³.
alimentando bem. Atualmente, a ferida cirúrgica está seca,
O objetivo deste artigo é compreender a importância dos sem espaço morto ou presença de secreções, significando
métodos de diagnóstico citológico para a identificação de uma boa cicatrização. Seguindo o acompanhamento, no dia
tumores em cães. Além disso, também relatar todo o oito de novembro, o animal apresentou-se ativo e se
processo de retirada do tumor, exames solicitados e alimentou bem; os pontos do ferimento se mantêm íntegros
recuperação do animal. e sem secreções.
Figura 1: Na figura à esquerda pode ser observado um
RELATO DE CASO E DISCUSSÕES nódulo ulcerado pedunculado medindo 4,0cm de diâmetro
No dia trinta de outubro de 2018, uma cadela da raça poodle de consistência firme. Aos cortes observa-se superfície
foi resgatada e encaminhada ao hospital veterinário sólida de coloração branca. À direita pode ser observado
Vetvogas. No exame clinico foi constatado que o animal que o corte histológico revelou fragmento de pele
apresentava um tumor de aproximadamente seis apresentando uma proliferação de células neoplásicas,
centímetros de diâmetro na região da face entre os olhos e densamente celular, bem demarcada e não encapsulada,
tumores de diâmetros variados ao longo das cadeias localizada na derme. A proliferação é formada de células
mamarias (direita e esquerda), sendo dois ulcerados. basaloides, dispostas em longas fitas ramificadas e sinuosas
Também apresentava dermatite generalizada, linfonodos com espessura de duas a três células. As células
reativos e nodulares (submandibular) e alta retração de apresentam citoplasma escasso, núcleos redondos,
gengivas. Os parâmetros do animal, tais como frequência hipercromáticos e com nucléolos indistintos.
cardíaca, respiratória, tempo de perfusão capilar e
hidratação, estavam normais.
Foi feita a coleta de sangue e a aspiração dos tumores
ulcerados para a realização da citologia. O resultado
constatou que o tumor da cabeça era uma proliferação
epitelial de células coesas e uniformes que formavam
agregados multifocais, indicando a existência de tumor
misto. Nas cadeias mamarias foram identificadas células
arranjadas em agregados tridimensionais que, ao
diagnostico, sugeriam a presença de um tumor maligno. No
hemograma foram avaliados ácido úrico, amilase, bilirrubina
total e frações, cálcio, colesterol total, creatinina, creatino
fosfoquinase, fosfatase alcalina, fósforo, gama glutamil
transpeptidase (GGT), glicemia, ureia, proteínas totais e
fracionadas, transaminase oxalacética e transaminase CONCLUSÕES
pirúvica, estando todos os parâmetros normais. Além disso, Foi possível compreender a relevância de exames
foi pedida uma sorologia para leishmaniose cujo resultado citológicos ara a realização de um diagnostico de tumor em
foi não reagente. cães. Além disso, a estratégia a ser adotada quando se faz
Com a presença de dois tumores ulcerados, foi pensada a necessária a realização de vários procedimentos cirúrgicos é
estratégica cirúrgica para retirada assim como o tratamento imprescindível para a saúde e boa recuperação do animal.
e limpeza na retração de gengiva. Os tumores das mamas
poderiam ter origem hormonal. Então, também foi indicada a BIBLIOGRAFIAS
ovariosalpingohisterectomia para a real melhora da paciente. 1. Fonseca, C.S et al, 2000 Ciência Rural, Santa Maria, v. 30, n.4,
Antes da cirurgia, foi realizado um eletrocardiograma que p.731-735. 2000.
2. Silva, A.E et al, 2004 Ciência Rural, Santa maria, v.34, n.2, p.
não apresentou alterações e um raio-x do tórax 625-633, mar-abr, 2004.
(dorsoventral, laterolateral direito e esquerdo) e da cabeça 3. Zucari,D.A..C et al, 2001 Braz. J. vet. Res. anim. Sci., São Paulo,
evidenciando que o tumor não tinha nenhuma ligação óssea. v. 38, n. 1, p. 38-41, 2001.
Esse exame mostrou a delimitação dos tumores, APOIO Hospital Veterinário VetVoga
constatando-se que, embora não tivesse ocorrido a
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
USO TERAPÊUTICO DA ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA DOR EM CÃES
Pamela Leandro de Oliveira1, Ana Claudia Prazeres Gomes¹, Lívia Ribeiro Cassini¹, Ana Luísa Soares de Miranda2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO uma série de respostas e reflexos que desencadeiam


Medidas alternativas e terapêuticas, como a acupuntura, mudanças neuroendócrinas e neurohumorais, resultando em
vem ganhando mercado no meio veterinário, proporcionando alterações nos mecanismos de controle e transmissão da
uma melhor qualidade de vida aos animais, seja como meio dor (ROBINSON, 2009). De acordo com ROMANA (2013), a
homeopático ou auxiliando de forma conjunta nos acupuntura atua por múltiplos mecanismos e em diferentes
tratamentos que lançam mão de medicamentos. níveis: local, segmentar, heterossegmentar e sistêmico.
A acupuntura no tratamento da dor promove a analgesia
através da neuromodulação ao longo das vias periféricas,
centrais e autonômicas, resultando assim em alterações no
controle e transmissão dessa dor, e também na restauração
das funções fisiológicas do animal, favorecendo também o
aumento do fluxo sanguíneo. % 2013
Há casos clínicos em que a acupuntura se mostrou igual ou
mais eficiente que tratamentos com uso de fármacos. Sua 2014
ação auxilia na recuperação dos movimentos, na melhora de
dores crônicas, cicatrização de lesões, entre outros
(MONTEIRO, 2014).
Embora seja uma técnica relativamente nova na medicina
veterinária no Brasil (reconhecida pelo CFMV em 1995), seu Figura 1: Modelo anatômico de cão com pontos de
estudo torna-se fundamental, uma vez que o mercado tem
acupuntura para tratamento de artrite.
se mostrado promissor, sendo uma área a ser explorada por
futuros profissionais.
CONCLUSÕES
MATERIAIS E MÉTODOS
A acupuntura é um recurso terapêutico que vem sendo
Realizado revisão bibliográfica; manufatura de um modelo
utilizado com maior frequência em medicina veterinária para
anatômico de cão, no qual estão localizados os pontos de
o controle da dor. Sua variedade de técnicas oferece amplas
acupuntura para o tratamento de artrite canina; e entrevista
possibilidades de tratamento, permitindo a associação de
com a Médica Veterinária Camila Ian Godinho, profissional
um plano propedêutico mais completo e efetivo. Pode ser
atuante na clínica Recupera Pet – Av. Aggeo Pio Sobrinho,
aplicada isoladamente ou em conjunto com outros recursos
252 - Buritis, Belo Horizonte – MG.
terapêuticos, podendo ser adotada no tratamento de
diversas enfermidades. Desta forma, a acupuntura tende a
RESULTADOS E DISCUSSÃO
ser uma forma de terapia cada vez mais indicada e
O mecanismo de ação da acupuntura baseia-se no fato de empregada tanto na medicina humana como na veterinária,
que a introdução da agulha em pontos específicos dos com a vantagem de ser praticamente isenta de efeitos
meridianos energéticos gera um estímulo nas terminações colaterais.
nervosas a nível dos músculos, direcionando-se para o
sistema nervoso central, onde é reconhecido e traduzido em BIBLIOGRAFIAS
três níveis: nível hipotalâmico, onde há ativação do eixo
BOLETA-CERANTO, D.C.; ALVES, T.; ALENDE, F.L. O
hipotálamo-hipófise, que gera liberação de β-endorfinas
efeito da acupuntura no controle da dor na odontologia.
(analgésicos), cortisol (anti-inflamatório) e serotonina
Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v. 12, n. 2,
(antidepressivo) na corrente sanguínea e líquido encefálico
2008.
raquidiano; nível do mesencéfalo, onde haverá a ativação de
MONTEIRO, F.S. Acupuntura no tratamento da dor de cães
neurônios da substância cinzenta, que vão liberar endorfinas
e gatos. Monografia. Universidade Federal do Rio Grande do
e estas vão estimular a produção de serotonina e
Sul. Faculdade de Veterinária. 85p. Curso de Medicina
norepinefrina; nível de medula espinal, onde haverá a
Veterinária. 2014.
ativação de interneurônios na substância cinzenta e
ROBINSON, N.G. Making sense of the metaphor: how
liberação de dinorfinas. A entrada da agulha na pele provoca
acupuncture works neurophysiologically. Journal of Equine
uma microinflamação que aciona a produção natural dessas
Veterinary Science, v. 29, n. 8, p.642-644, 2009.
substâncias. Com a liberação desses neurotransmissores,
ROMANA, R.C. Acupuntura, electroacupuntura, moxibustión
há um bloqueio da propagação dos estímulos dolorosos,
y técnicas relacionadas en el tratamiento del dolor. Revista
impedindo sua percepção pelo cérebro, o que resulta em um
Sociedad Española del Dolor, v. 20, n. 5, p. 263-277.Sep-
importante processo de analgesia. Desta forma, a resposta
Oct.2013. Disponível em: <
do organismo é mais rápida, diminuindo a intensidade dos
http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1134
sintomas e, muitas vezes, fazendo-os desaparecer.
-80462013000500006>. DOI:
(BOLETA-CERANTO et al., 2008; ROSTED, 2000).
http://dx.doi.org/10.4321/S1134-80462013000500006.
A acupuntura promove analgesia por indução da
ROSTED, P. Introduction to acupuncture in dentistry. British
neuromodulação ao longo das vias periféricas, centrais e
Dental Journal, v. 189, n. 3, p. 136-140, 2000.
autonômicas. A introdução da agulha em um acuponto incita
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
UTILIZAÇÃO E EFEITOS DA CLORAÇÃO NA ÁGUA DE DESSEDENTAÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS
Thallyson Thalles Teodoro de Oliveira1*, Ernane Ferreira Campos3, Alexandre Ferreira Gabriel¹, Sérgio Henrique Andrade dos Santos¹,
Felipe Álvaro de Aguiar Chaves1, Gabriel Torres Pires Ferreira1, Arthur Maia Braga1, Breno Mourão de Sousa², Gustavo Henrique Ferreira
Abreu Moreira², Prhiscylla Sadanã Pires².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil. *Autor para correspondência:thallysonthalles@gmail.com
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
3
Médico Veterinário/Gerente do grupo Leite – Rehagro - Belo Horizonte – MG – Brasil Belo Horizonte – MG – Brasil

GRÁFICO 1: Comportamento da proteína do leite em grupo


INTRODUÇÃO de animais teste e grupo com fornecimento de água tratada
O cloro é um desinfetante muito utilizado na água por ser (GPO.TESTIGO=Grupo teste)(GPO.Tratado= Grupo
6
eficiente, barato e pela facilidade no processo de cloração. tratado) .
O uso de desinfetantes na água objetiva reduzir os agentes
patogênicos, ter uma melhor ingesta hídrica, melhorar a
produção e a qualidade do leite. O objetivo desse trabalho é
analisar os efeitos da cloração da água de dessedentação
em bovinos leiteiros quanto a presença de potenciais
patógenos e seus efeitos na composição do leite dos
animais que ingeriram água tratada com cloro.
MATERIAIS E MÉTODOS
O método de inclusão foi realizado a partir de artigos
científicos nacionais e internacionais, buscando os efeitos da
cloração na água de dessedentação de bovinos leiteiros e
seus efeitos na composição do leite. Foram excluídos todos
os trabalhos que evidenciaram em seu estudo outro tipo de
tratamento para a água oferecida aos animais fora o método
de cloração.
Palavras-chave: Cloração, água, leite, dessedentação,
patógenos, gordura, proteína. GRÁFICO 2: Comportamento da gordura do leite em grupo
RESULTADOS E DISCUSSÃO de animais teste e grupo com fornecimento de água
A cloração da água oferecida aos animais promove a tratada(% DE GRASA=%de gordura)(Testigo % grasa=% de
diminuição na incidência de doenças de veiculação hídrica .
5 gordura teste)(Tratado % grasa=% de gordura
6
A adição de cloro na água leva a redução, de até 100 vezes, tratados)(Variable= Variável) .
na concentração de micro-organismos como E. coli e
Enterococcus faecalis, coliformes fecais e totais quando
comparadas com águas que não obtiveram o mesmo tipo de
2,3
tratamento . A eliminação de patógenos depende da
concentração de cloro disponível na água, sendo que em
baixas doses alguns micro-organismos podem persistir. A
resistência da bactéria em água clorada ocorre
principalmente devido a capacidade de alguns desses micro-
organismos aderirem a superfícies e as partículas presentes
na água e, também, pela capacidade de a bactéria formar
4
biofilme e/ou encapsular .
Entretanto, a presença de sais inorgânicos como o cloreto,
que é um composto químico gerado a partir da cloração da
água, pode levar a alguns efeitos prejudiciais nos animais.
CONCLUSÕES
Concentrações de 5,0 mg/L de cloro na água não causam
nenhum tipo de efeito maléfico em bovinos. Caso as O uso de cloro é uma importante maneira de manter uma
concentrações ultrapassem 3000 mg/L pode causar diarreia boa sanidade no rebanho leiteiro, mas esse tipo de técnica
moderada e rejeição à água pelos animais. E dentre os sais deve ser usado com restrições para que não ocorram
mais maléficos para s animais em altas concentrações está problemas na saúde dos animais e nem na qualidade do
1
o cloro .Além disso, altas concentrações desse composto leite causados pelo excesso de cloro na água de
podem provocar alterações na qualidade do leite, levando a dessendentação.
uma redução significante no teor de gordura. Provavelmente BIBLIOGRAFIAS
1.BEEDE, D.K.. Water nutrition and quality for dairy cattle. In: WESTERN LARGE HERD
isso acontece por alteração na fermentação ruminal das MANAGEMENT.CONFERENCE,8.,1993. Las Vegas, Nevada. Proceedings.
vacas, devido ao efeito do cloro na microbiota do rúmen. 2.LeJEUNE, J.T.; BESSER, T.E.; HANCOCK, D.D. Cattle water troughs as reservoirs of
Escherichia coli O157. Applied and environmental microbiology. Washington. v. 67, n. 7, p.
As formas de tratamento de água com bases no cloro não 3053-3057. 2001
forneceram significância estatística na alteração da 3.LeCHEVALLIER, M.W., EVANS, T.M.; SEIDLER, R.J. Effect of turbidity on chlorination
efficiency and bacterial persistence in drinking water. Applied and Environmental
qualidade do leite, como no teor de proteína (GRÁFICO 1) e Microbiology, Washington. v. 42, n. 1, p.159-167, 1981.
6
nem no teor de gordura do leite desses animais . Esse 4.LeCHEVALLIER, M.W.; CAWTHON, C.D.; LEE, R.G. Factors promoting
survival of bacteria in chlorinated water supplies. Applied and Environmental Microbiology,
estudo mostrou que outros componentes do leite também Washington. v. 54, n. 3, p.649-654, 1988.
não sofreram nenhum tipo de alteração como no caso do 5.MEYER, S.T. O uso do cloro na desinfecção das águas, formação de
trihalometanos e os riscos potenciais à saúde púbica. Caderno de Saúde
teor de sólidos não gordurosos (p>0.216) e no teor de Pública. Rio de Janeiro. v.10, n.1, 1994.
lactose do leite (p>0.537) quando comparados animais que 6.MARTINEZ J. D. L. C. EFECTO DE AGUA TRATADA A BASE DE HIPOCLORITO DE
SODIO Y DIÓXIDO DE CLORO SOBRE LA CALIDAD DE LA LECHE. México-2013.
receberam e não receberam água tratada.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
UVEÍTES EM CÃES E GATOS
Anna Assunção¹, Dalila Durso¹, Alexandra Abreu¹, Camila Santos¹, Roberta Renzo2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasli

Uveíte é definida como a inflamação dos tecidos uveais do controle da inflamação e possíveis complicações. A base do
olho (íris, corpo ciliar e coróide), sendo classificada em tratamento se dá através de ciclopégicos tópicos,
uveíte anterior, posterior e/ou panuveíte, dependendo de analgésicos, antiinflamatorios tópicos e/ou sistêmico, de
quais segmento da úvea estão envolvidos. Uveítes são
acordo com a gravidade do quadro.
causas comuns de alterações oftalmológicas em cães e
gatos. Dentro da fisiopatogênia estão envolvidos
Midriáticos e cicloplégicos são usados com o intuito de
mecanismos de danos aos tecidos uveais que cursam
quebra das barreiras hematoaquosa e hematorretinianas. Os dilatar de forma significativa a pupila (midríase), diminuindo
3
paciente acometidos apresentam sinais como a incidência de sinéquias.
blefarospasmo, edema corneal, dor ocular, hiperemia
conjuntival, entre outros. Além dos sinais clínicos Figura 1: Uveíte anterior em cão decorrente de processo
supracitados, ocasionalmente ocorrem sequelas e infeccioso. A)Hiperemia conjuntival (seta preta), edema de
complicações que frequentemente cursam com a perda córnea (*), formação de neovasos (seta preta tracejada) e
visual e perda da estrutura bulbar.
discoria (seta vermelha). B) 10 dias após tratamento com
O presente trabalho tem por objetivo revisar aspectos
referentes a etiopatogenia, sintomatologia, tratamento e antinflamatorios associados a atropina, alteração na cor da
complicações da uveite em cães e gatos. íris (seta preta tracejada) e discoria (seta amarela).

MATERIAIS E MÉTODOS
Realizou-se levantamento bibliográfico em plataformas
digitais, priorizando artigos científicos atualizados para
desenvolvimento do presente trabalho.

REVISÃO DE LITERATURA
A uveíte consiste em uma inflamação intraocular
desencadeada por dano vascular e tecidual, que libera
mediadores inflamatórios e causa quebra das barreiras
oculares (hematoaquosa e hemato-retiniana). A úvea pode
ser dividida nas porções anterior (íris e corpo ciliar) e
posterior (coróide). As alterações podem envolver a porção
CONCLUSÕES
anterior, posterior ou ambas (panuveíte). Apesar disso, nem
sempre é possível diferenciar as uveítes anteriores das A uveíte é alteração oftálmica significativamente presente na
posteriores devido a proximidade dessas estruras. Doenças rotina veterinária e decorre, frequentemente, de alterações
infecciosas, catarata, traumas, cirurgias intraoculares e sistêmicas (infecciosas), catarata, traumas, cirurgias
neoplasias induzem à quebra das barreiras oculares, à intraoculares, doenças autoimunes e neoplasias. O
síntese de PGs e à inflamação do trato uveal. ,
1 4 conhecimento da fisiopatogenia, etiologia e tratamento da
A sintomatologia envolvida na uveíte compreende afecção são imprescindíveis para o sucesso terapêutico,
blefarospasmo, fotofobia, lacrimejamento, enoftalmia, miose, tendo em vista a prevalência de sequelas que levam a
turbidez (flare) do humor aquoso além de complicações grande desconforto ocular, perda visual e estrutural
como ceratites ulcerativas esclerites e glaucoma.
4,2 (enucleação).
Adicionalmente, observa-se hipotensão intraocular, iridite,
hifema , hipópio, precipitados ceráticos, coriorretinites com
hemorragias e precipitados perivasculares na retina. Como
4 BIBLIOGRAFIAS
1- Pontes et al. (2006). Etiopatogenia da uveíte associada a doenças
frequentemente a uveíte decorre de alterações sistêmicas, infecciosas em pequenos animais. Disponível em: <
outros sinais clínicos não oftálmicos podem estar envolvidos. http://www.redalyc.org/html/3052/305226785009/>. Acesso: 05 de
A apresentação clínica pode ser uni ou bilateral, novembro de 2018.
notadamente quando ha´envolvimento sistêmico.
2- Azevedo, Mariane Gallecho. Uveíte em cães: revisão bibliográfica.
As sequelas e complicações provenientes da uveíte são UFRS, Porto Alegre, 2017.
sinéquias posterior (entre a lente e a íris) e anterior (entre a
córnea e a íris), íris bombé (sinéquia posterior em 360°), 3- Ribeiro e Schroder 2015. Uveíte anterior em cães e em gatos.
Disponível em:
cursando com alterações de drenagem do humor aquoso e <http://publicacoes.unifran.br/index.php/investigacao/article/viewFile/886
consequentemente, glaucoma secundário. Outras /719>. Acesso: 05 de novembro de 2018.
complicações referidas são descolamentos de retina,
3
luxações de cristalino e atrofia ocular (phitisis bulbi). 4- Townsend, W. M. Canine and feline uveitis. Vet Clin Small Anim 38
(2008) 323-346.
O tratamento baseia-se, primeiramente, na determinação e
tratamento da causa primária, promover alívio da dor,
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH

Inspeção e Tecnologia
de Produtos de
Origem Animal
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CARACTERIZAÇÃO FISICO-QUIMICA DO QUEIJO MINAS FRESCAL COMERCIALIZADO EM FEIRAS
NA REGIÃO DE BELO HORIZONTE
Luiza Nascimento Golfeto1*, Nathalia Stefanie Leite de Moraes ¹, Cecilia Melo Vasconcelos2, Cláudia Freire de Andrade Morais Penna3,
Breno Mourão de Sousa4
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Aluna do curso de mestrado em Ciência Animal da UFMG – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professora Doutora do Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal (DTIPOA/EV), Orientadora – UFMG - Belo Horizonte – MG – Brasil
4
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO estavam em desacordo com o teor de umidade. Segundo o


O Estado de Minas Gerais é reconhecido nacionalmente resumo de SILVA, T. V et al 2008, os resultados de umidade
pela sua tradição na produção de queijos, conhecidos como e lipídios obtidos por eles também estavam em desacordo
queijos-de-minas, que representam não somente uma com a legislação vigente. Outro estudo consultado foi o de
importância econômica para o estado, mas também sócio- SANDRI, D.O. et al 2018 que também obtiveram resultados
5
cultural . O queijo Minas Frescal, considerado o único em desacordo com a legislação. Acredita-se que esse
genuinamente nacional, é um produto de grande aceitação resultado pode ser devido a mudança da Normativa Nº 4 de
no mercado, de elaboração simples e alto rendimento de 2004 que passo a classificar o queijo minas frescal como
fabricação, o que atrai o interesse de indústrias de pequeno, queijo de muito alta umidade.
2
médio e grande porte .
Tabela 1: Resultados das análises físico-químicas calculados em
Segundo o Art. 378, queijo minas frescal é o queijo fresco média
obtido por meio da coagulação enzimática do leite
pasteurizado com coalho ou com outras enzimas Q1 Q2 Q3 Q4
coagulantes apropriadas ou com ambos, complementada ou
não pela ação de bactérias lácticas específicas, com a Acidez 0,006% 0,020% 0,017% 0,003%
obtenção de uma massa coalhada, dessorada, não
1
prensada, salgada e não maturada . Além disso podemos Proteína 1,37% 1,96% 1,39% 1,35%
classificá-lo como, é um produto de muito alta umidade,
3
semi-gordo . Lipídios 22,83% 37,66% 26% 18%
O objetivo deste trabalho foi coletar queijos Minas Frescal
comercializados em feiras na região de Belo Horizonte e Sal 2,00% 1,65% 2,06% 3,22%
avaliar sua qualidade físico-química de acordo com os
padrões exigidos nas legislações. Umidade 55% 41% 49% 60%
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram avaliadas 4 amostras de queijo minas frescal de CONCLUSÕES
diferentes marcas comerciais em quatro feiras localizadas Com base nos resultados obtidos nessa análise e na
em diferentes regiões de Belo Horizonte. As feiras foram bibliografia consultada, conclui-se que a maior parte dos
denominadas como Q1, Q2, Q3 e Q4. O queijo em Q1 foi queijos analisados estão fora dos padrões exigidos pela
coletado com oito dias de fabricação, em Q3 com quinze legislação, indicando a necessidade de acesso a
dias e em Q2 e Q4 os queijos tinham um dia de fabricação. conhecimentos e treinamentos específicos dos produtores
As análises foram realizadas no laboratório de microbiologia que possibilitem a produção de queijos com seus
do Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de parâmetros físico-químicos adequados à normas exigidas
Origem Animal (DTIPOA/EV), da Universidade Federal de pela legislação.
Minas Gerais (UFMG). As amostras de queijos foram
analisadas seguindo a IN68. Procederam-se as BIBLIOGRAFIAS
determinações de proteínas, realizada seguindo o método
1. BRASIL. Decreto n. 9.013, de 29 de mar. de 2017. Inspeção
Micro-Kjedahl; lipídeos, pelo método butirométrico para industrial e sanitária de produtos de origem animal, Brasília, DF, mar
queijo; umidade, por meio de secagem até obtenção de 2017, p.71.
peso constante; cloreto, pelo método argentométrico; e 2. Brigido, B. M. et al. Queijo Minas Frescal: Avaliação da Qualidade
acidez, através de método titulométrico, sendo determinada e Conformidade com a Legislação. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 63(2):177-85, 2004
a acidez em ácido láctico. Todas as análises foram feitas em 3. MAPA. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
Instrução Normativa Nº 4 de 01 de março de 2004 - Regulamento técnico para
triplicata e então foi calculado a média. fixação de identidade e qualidade do queijo minas frescal. Brasília, DF:
RESULTADOS E DISCUSSÃO MAPA, 2004.
Os queijos Minas Frescal comercializados nas feiras de Belo 4. MAPA. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
Instrução Normativa Nº 68, de 12 dezembro de 2006 – Oficializar os Métodos
Horizonte apresentaram características físico-químicas Analíticos Oficiais Físico-Químicos, para Controle de Leite e Produtos
semelhantes, os resultados obtidos podem ser observados Lácteos. Brasília, DF: MAPA, 2006.
na Tabela 1. 5. OLIVEIRA, Débora Francielly de et al. Caracterização físico-
química de queijos Minas Artesanal produzidos em diferentes microrregiões
Podemos observar que o teor de umidade dos queijos de Minas Gerais. Oikos: Família e Sociedade em Debate, [S.l.], v. 24, n. 2,
coletados em Q2 e Q3 apresentar em desacordo com o p. 185-196, out. 2013
regulamento técnico de identidade e qualidade de queijos 6. SANDRI, D.O.; SILVA, F. S.; PORTO, A. G.; DERLAN, J. M. et al.
(RTIQQ) onde afirma que queijos de muita alta umidade, o ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DO QUEIJO MINAS FRESCAL PRODUZIDO NO
ESTADO DE MATO GROSSO.. In: ANAIS DO SIMPóSIO LATINO
teor de umidade não pode ser inferior a 55,0%. Além disso AMERICANO DE CIêNCIAS DE ALIMENTOS, 2015, . Resumos...Campinas,
os queijos coletados em Q1 e Q4 também se apresentam GALOÁ, 2018.
em desacordo com o RTIQQ no que condiz o teor de 7. SILVA, T. V.;SANTOS, M. dos; TAKAKI, A. M.; MIMURA, H.
lipídios, onde mesmo afirma que queijos semigordo devem J; ALVAREZ, D. C. - CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE QUEIJOS
TIPO MINAS FRESCAL PRODUZIDOS POR PEQUENOS PRODUTORES
conter entre 25,0 e 44,9% de lipídios. Os resultados obtidos DO MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA E REGIÃO - Salão de extensão e cultura,
neste estudo foram semelhantes aos resultados de Brigidio, 2008.
B. M. et al 2004, onde 27% de suas análises também
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA DO QUEIJO MINAS FRESCAL COMERCIALIZADO EM
FEIRAS NA REGIÃO DE BELO HORIZONTE
Nathalia Stefanie Leite de Moraes2*, Luiza Nascimento Golfeto2, Cláudia Freire de Andrade Morais Penna3, Breno Mourão de Sousa4,
Cecilia Melo Vasconcelos5
1
Parte da pesquisa de Iniciação Cientifica Voluntária (EV-UFMG) do primeiro e segundo autor.
2
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professora Doutora do Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal (DTIPOA/EV), Orientadora – UFMG - Belo Horizonte – MG – Brasil
4
Professor Doutor do Departamento de Medicina Veterinária do UniBH, Orientador - Belo Horizonte – MG – Brasil
5
Aluna do curso de mestrado em Ciência Animal da UFMG – Belo Horizonte/ MG – Brasil

INTRODUÇÃO
Tabela 1 – Resultados das análises microbiológicas de queijos Minas Frescal
Segundo a Portaria n° 352, de 4 de novembro de 1997, é coletado em quatro feiras na região de Belo Horizonte.
considerado Queijo Minas Frescal, o queijo fresco obtido por Portaria
coagulação enzimática do leite com coalho e/ou outras Análises Q1 Q2 Q3 Q4
146/96**
enzimas coagulantes apropriadas, complementada ou não Salmonella spp. N* N* N* N* N*
com a ação de bactérias láticas especificas. Devido a SCP* (UFC/g) < 1,0 X 10¹ < 1,0 X 10¹ < 1,0 X 10¹ < 1,0 X 10¹ 1 x 10²
simplicidade, grande rendimento e baixo custo de
Coliformes 30° 2,4 X 10⁷ 2,0 X 10⁷ 9,7 X 10⁵ < 1,0 X 10¹ 1 x10³
fabricação, o Queijo Minas Frescal possui uma produção em
larga escala por pequenos e médios produtores, além de ser Coliformes 45° 2,4 X 10⁸ 2,0 X 10⁷ 9,7 X 10⁵ < 1,0 X 10¹ 1 x 10²
um queijo que não exige o processo de maturação, BAL (UFC/g) 4,0 X 10⁹ 1,4 X 10¹⁰ 4,1 X 10⁹ 6,5 X 10³ -
trazendo, dessa forma, ao produtor um retorno financeiro
mais rápido. Todas essas características conferem a esse BL* (UFC/g) 2,3 X 10³ 1,5 x 10⁵ < 1,0 X 10¹ < 1,0 X 10¹ 5 x10⁴
fabrico um preço acessível, tornando-o um alimento de alto
consumo pela população. O objetivo desse trabalho foi que o queijo apresenta possível presença de
coletar queijos Minas Frescal comercializados em feiras na microrganismos entéricos patogênicos e confirma que existe
região de Belo Horizonte e avaliar a qualidade contaminação fecal no produto.
microbiológica desse produto, de acordo com os padrões
Todos os queijos apresentaram alto crescimento de
exigidos nas legislações.
bactérias ácido-láticas (BAL). Para SILVA, et. al. (2015), as
MATERIAIS E MÉTODOS BAL‘s são consideradas bactérias seguras e benéficas nos
Foram coletadas quatro amostras de Queijos Minas Frescal, queijos, pois são capazes de reduzir o pH e produzir outras
de forma aleatória em quatro feiras localizadas em substâncias, que juntas são capazes de competir e inibir o
diferentes regiões de Belo Horizonte. As feiras foram crescimento de microrganismos deteriorantes e patogênicos.
denominadas como Q1, Q2, Q3 e Q4. Todos os queijos Para bolores e leveduras, constatou-se o crescimento nos
analisados foram provenientes de laticínios e possuem selo queijos Q1 e Q2, mas Q1 se encontrava dentro dos padrões
de inspeção, no entanto, em Q2 são comercializados queijos exigidos na legislação. Segundo FEITOSA, et. al. (2003), os
informalmente, sem rotulo e em embalagens inadequadas. fungos são os principais microrganismos deteriorantes dos
O queijo em Q1 foi coletado com oito dias de fabricação, em queijos e sua presença sugere que ocorreu falhas na
Q3 com quinze dias e em Q2 e Q4 os queijos tinham um dia fabricação, sanitização ou conservação. Constatou-se
de fabricação. As análises foram realizadas no laboratório ausência em todos os queijos para a pesquisa de
de microbiologia do Departamento de Tecnologia e Inspeção Salmonella spp. Esse resultado se denota satisfatório
de Produtos de Origem Animal (DTIPOA/EV), da segundo a legislação vigente. Para Brant, et. al. (2007) a
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foram ausência de Salmonella pode ser explicada pela baixa
realizadas as análises de presença e contagem de capacidade de competição que esses microrganismos
Salmonella spp., Staphylococcus coagulase positiva, apresentam em comparação com Staphylococcus e
coliformes totais (30°C), coliformes termotolerantes (45°C), Coliformes, sendo que seu crescimento pode estar
bolores e leveduras, seguindo a Instrução Normativa n° 62 associado à baixa contagem destas bactérias no alimento.
(BRASIL, 2003) e bactérias ácido-láticas CONCLUSÕES
(International...,1988). As características das propriedades Com base nos resultados, conclui-se que, apesar da
organolépticas dos queijos foram avaliadas segundo a obtenção do selo de inspeção, a maior parte dos queijos
Resolução MERCOSUL n°145/96 e a portaria n°352/97, que analisados está fora dos padrões exigidos pela legislação.
descrevem a identidade e qualidade do Queijo Minas BIBLIOGRAFIAS
Frescal. Os resultados das análises microbiológicas foram Brant, L. M. F.; Fonseca, L. M.; Silva, M. C. C. Avaliação da qualidade microbiológica do
comparados com os valores exigidos pela Portaria n° queijo de minas artesanal do Serro-MG. Revista: Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária
e Zootecnia. Minas Gerais, v.59, n.6, p.1570-1574, 2007
146/96. Feitosa, S. B..; Borges, M. P.; Paula, P. A.; Barbosa, M. S.; Braga, C. A. B.; Carneiro, L.
C. CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA DO QUEIJO MINAS FRESCAL
RESULTADOS E DISCUSSÃO COMERCIALIZADO EM FEIRAS LIVRES. SAÚDE & CIÊNCIA EM AÇÃO – Revista
Acadêmica do Instituto de Ciências da Saúde, v.3, n. 01: Agosto-Dezembro 2016.
Os resultados da pesquisa podem ser observados na Tabela Feitosa, T.; Borges, M. F.; Nassu, R. T.; Azevedo, E. H. F.; Muniz, C. R. Pesquisa de
1. Os queijos coletados em Q1, Q2, Q3 e Q4 apresentaram Salmoneçça sp., Listeria sp. e microorganismos indicadores higiênico sanitários em queijos
produzidos no estado do Rio grande do Norte. Revista Ciência e Tecnologia de Alimentos,
resultados negativos para Staphylococcus coagulase p. 162-165, Dez, 2003.
positiva. Essas bactérias são capazes de produzir Melo, A.C.M.; Alves L.M.C.; Costa, F.N. Avaliação da qualidade microbiológica do queijo
tipo Minas Padrão comercializado na cidade de São Luís, MA. Revista: Arquivo do Instituto
enterotoxinas termoestáveis, resistentes à ação de enzimas Biológico. São Paulo, v.76, n.4, p.547-551, out./dez., 2009. Acesso em: 09 de novembro de
e que podem causar intoxicações alimentares, 2018.
Sangalleti, Naiane. Estudo da vida útil do queijo Minas Frescal disponível no mercado.
representando sérios riscos à saúde humana. Nas análises 2007. 81f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Escola Superior de Agricultura ―Luiz de
de coliformes 30° e 45°, observou-se contagem em Q1, Q2 e Queiroz‖, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Silva, Thamiris Evangelista. Estudo do Shelf Life do queijo Minas Frescal artesanal e
Q3, acima dos padrões exigidos pela legislação. Contagem industrial. 2015. 59f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Instituto Federal de
de coliformes 45°C pode ser sugestivo de presença de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano, Rio verde – GO.
Valiatti, T. B.; Sobral, F. O. S.; Romão, N. F.; Malavasi, N. V. Avaliação das condições
Escherichia coli, sendo que Feitosa et. al. (2016) higiênico sanitárias de queijos tipo Minas Frescal comercializados em feiras no município JI
mencionaram que resultados positivos para E. Coli aponta – Paraná-RO. Revista Cientifica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente, Paraná, p.
59-61, jan-jun, 2015.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH

Medicina Veterinária
Preventiva
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
A IMPORTÂNCIA DO MÉDICO VETERINÁRIO NA IMUNOPROFILAXIA EM CÃES E GATOS
Bárbara Faleiro dos Santos1, Karoline Oliveira Sampaio¹, Janine Torres de Figueiredo¹, Ana Júlia Araújo Vaz Crispim¹, Maíra Meira
Nunes¹, Tatiane Ferreira de Paula¹, Bárbara Silva Boaventura¹, Juliana de Moura Costa Carvalho¹, Prhiscylla Sadanã Pires².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO colhidas durante o exame devem ser analisadas para que o


Segundo a Abinpet (Associação brasileira da indústria de protocolo vacinal de maior êxito para cada animal seja
produtos para animais de estimação), juntamente com o escolhido, garantindo saúde e evitando a disseminação de
IBGE, foi estimado em 2013, que existem 52,2 milhões de doenças. [5] A utilização de vacinas de qualidade é outro
cães e 22,1 milhões de gatos no país. [1]. A vacinação fator de grande importância para o sucesso da imunização.
destes animais é o método mais eficaz e de baixo custo para É necessário também que o médico veterinário responsável
o controle das doenças infectocontagiosas, sendo pelo procedimento realize a conservação ideal da vacina,
recomendada a qualquer cão e gato, desde filhote, para conforme a recomendação dos fabricantes, como a
torná-los menos susceptíveis à possíveis infecções, por isso temperatura de 2º a 8º, não congelar e manter o material ao
é necessário mantê-los devidamente vacinados. [2] Vacinar abrigo da luz, essas práticas evitam que a eficácia da vacina
é um ato médico. As vacinas devem ser de uso exclusivo do seja comprometida. [3, 5]
médico veterinário, que deve levar em consideração os prós
e contras da vacinação para o paciente e para a população Figura 1: Tabela informando quais são as vacinas
[3]. A Associação Veterinária Mundial de Pequenos Animais essenciais e não essenciais, segundo a WSAVA.
(WSAVA), e a Associação Americana de Hospital Animal
(AAHA) definiram como vacinas essenciais, aquelas a que
todos os cães e gatos devem ser submetidos,
independentemente da localização geográfica. Essas
vacinas imunizam os animais contra doenças que possuem
alto potencial fatal e/ou distribuição global. Já as vacinas
não essenciais são aquelas necessárias apenas em casos
específicos, contra doenças possuem prevalência em
determinada região ou que há risco de infecção devido ao
hábito de vida dos animais, por exemplo. [4,5] O objetivo
deste trabalho é mostrar que somente o Médico Veterinário
é capaz realizar a escolha correta do protocolo e a
vacinação dos animais. CONCLUSÕES
MATERIAIS E MÉTODOS Como podemos observar, existem diversas variáveis
individuais a serem analisadas pelo Médico Veterinário para
O estudo realizado utilizou como base de dados: os dados
que o melhor protocolo vacinal seja aplicado. É necessário
apresentados pela Abinpet, o site da AAHA, as diretrizes
dissipar a informação aos tutores e aos futuros tutores, que
vacinais da WSAVA, revista científica Clínica Veterinária e o
somente o profissional é capaz de saber qual é o protocolo
livro de Imunologia Veterinária.
ideal para o seu animal ficar devidamente imunizado,
evitando então que o animal adquira uma doença
RESULTADOS E DISCUSSÕES
infectocontagiosa.
Há tutores que, por falta de informação acabam levando
seus animais em estabelecimentos que não possuem um BIBLIOGRAFIAS
médico veterinário para realizar a vacinação, o que coloca a 1. Associação brasileira da indústria de produtos para animais de
saúde desses animais em risco. Segundo o WSAVA, antes estimação. Acessado em 9 de Novembro de 2018. < http://abinpet.org.br/site-
de escolher o protocolo de vacinação que será utilizado, o cmfv/>.
2. TIZARD, Ian. Imunologia Veterinária. 8. ed. Rio de Janeiro:
médico veterinário deve fazer um estudo individual de cada Elsevier, 2009.
paciente. Esse estudo consiste: na realização da anamnese, 3. COLAVAC/FIAVAC – Estratégias para vacinação de animais de
buscando o histórico detalhado do animal, com ênfase em companhia: cães e gatos – Revista Cientifica Clinica Veterinária – Ano XXI –
saber a região em que ele reside, pois, o profissional deve Número 24 – Outubro de 2016.
4. American Animal Hospital Association. Acessado em 19 de
levar em consideração fatores de risco e incidência de outubro de 2018. < https://www.aaha.org/default.aspx>.
determinadas doenças infecciosas de acordo com cada 5. DAY, M. J. HORZINEK, M. C; SCHULTZ, R. D; SQUIRES, R. A.
localidade. Outro fator relevante é o ambiente em que o Diretrizes para a vacinação de cães e gatos, compiladas pelo grupo de
diretrizes de vacinação da Associação Veterinária Mundial de Pequenos
animal vive, como abrigos, em que os cães têm contato com Animais (WSAVA) - Journal of Small Animal Practice - Volume 57 – Janeiro de
muitos animais, nesse caso há a recomendação de algumas 2016.
vacinas não essenciais, como as contendo antígenos contra
Bordetella bronchisptica e o vírus da parainfluenza. É APOIO:
fundamental saber a procedência da mãe para iniciar a
vacinação no momento ideal, visto que a imunidade passiva
pode interferir na resposta vacinal, pois os anticorpos
maternos podem neutralizar os anticorpos da imunidade
ativa, o que não induzirá uma imunidade protetora. O exame
físico é essencial, já que o animal deve estar sadio para que
haja uma resposta vacinal adequada. Todas as informações
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
A IMPORTÂNCIA DO MÉDICO VETERINÁRIO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE HUMANA
Adriana de Castro Moraes Rocha¹*, Karoline Oliveira Sampaio1, Mariela Arantes Bossi1, Maria Clara Madureira de Lima Prado1, Maria
Luiza Tanos dos Santos1, Ariane Martins Alves1, Prhiscylla Sadanã Pires2.
1*
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil adrianadecastromr@gmail.com
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Saúde Pública que são comuns também aos médicos e a


A princípio, a Medicina Veterinária surgiu como uma área de outros membros da equipe, como a epidemiologia em geral;
conhecimento para promover a saúde dos animais com o incluindo doenças que não estão relacionadas diretamente
intuito de diminuir os prejuízos econômicos causados pelas aos animais. A OMS reconhece amplamente a atuação do
doenças que os acometiam. Com o passar do tempo, Médico Veterinário nas equipes de Saúde Pública,
aumentaram as doenças infecciosas humanas que eram enfatizando que os conhecimentos de biologia e
transmitidas a partir de reservatórios animais e de alimentos epidemiologia das zoonoses que este profissional possui
contaminados, o que levou a prática veterinária a se voltar são de vital importância para o planejamento e execução de
para aos aspectos populacionais e preventivos da saúde qualquer programa de prevenção, controle ou erradicação
pública, por meio dos conhecimentos epidemiológicos e que venha a ser adotado³ Dentro deste contexto, o Médico
melhoria na produção de alimentos¹ O termo saúde pública Veterinário atua na realização de inquéritos epidemiológicos
veterinária compreende todos os esforços da comunidade minuciosos, utilizando tanto os registros de Saúde Pública
que influenciam e são influenciados pela ciência médica quanto os de saúde animal, recolhidos nas clínicas
veterinária, aplicados à prevenção da doença, proteção da veterinárias, propriedades rurais, indústrias de laticínios,
vida, e promoção do bem-estar e eficiência do ser humano. abatedouros públicos e Centros de Controle de Zoonoses
Além do consumo de alimentos de origem animal, o (CCZ‘s) (4). Por estudar as ciências básicas, o Médico
estreitamento do contato entre a população humana e Veterinário está apto a desenvolver atividades relacionadas
animais domésticos e silvestres ocorridos nos últimos anos à epidemiologia, aos laboratórios de pesquisa e instituições
em decorrência dos processos sociais e agropecuários especializadas na preparação de medicamentos. Da mesma
resultou na disseminação de agentes infecciosos e forma, os estudos em ecologia permitem que este
parasitários para novos hospedeiros e ambientes, profissional atue nos programas de controle ambiental, em
implicando em emergências de interesse nacional ou saneamento e na preservação da fauna que estão
internacional e ressaltando a importância da atuação do intimamente relacionados ao aparecimento de epidemias de
médico veterinário na saúde pública.² doenças zoonoticas como a febre amarela, por aproximarem
possíveis animais que são reservatórios da doença, a
MATERIAIS E MÉTODOS
população.
Este artigo é uma revisão da literatura, realizada em
novembro de 2018, por meio de uma consulta a artigos Figura 1: A integração entre a saúde animal, ambiental e
científicos e periódicos selecionados através de busca no humana.
banco de dados google acadêmico. As palavras-chave
utilizadas na busca foram veterinária na saúde pública e
atuação do médico veterinário.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Estima-se que 2020 1 bilhão de pessoas sairão da pobreza
e ingressarão na classe média, o que aumentará em 50% o
consumo de leite, carne e ovos.¹ A segurança alimentar é
fonte: http://portal.cfmv.gov.br/site/pagina/index/artigo/86/secao/8
responsabilidade do médico veterinário, que irá garantir a
qualidade desses produtos, atuando na inspeção de
CONCLUSÕES
alimentos e vigilância sanitária, porém a aplicação do
conhecimento do profissional de Medicina Veterinária para a A população em geral ainda associa o médico veterinário
proteção e promoção da saúde humana vai muito além, apenas ao papel de clínico e cirurgião de animais por isso
inclusive sendo incluído como categoria profissional de nível sua atuação na saúde pública deve ser amplamente
superior para atuação no Conselho Nacional de Saúde divulgada e reconhecida pois este atua na prevenção,
através das resoluções nº 038/1993 e nº 287/1998.(4) Hoje controle e erradicação das doenças veiculadas por diversos
as principais atribuições do Médico Veterinário na Saúde fatores, entre os quais podemos citar: origem alimentar,
Pública além da inspeção são: Diagnosticar, controlar e parasitária, infecciosas, etc. Assim, o papel estratégico do
realizar vigilância sob zoonoses; Realizar estudos médico veterinário na prevenção e no controle de
comparativos da epidemiologia de enfermidades não enfermidades deve ser constante a ponto de permitir a
infecciosas dos animais em relação aos seres humanos; partilha de experiências com outros profissionais da área da
Promover o intercâmbio de informações entre a pesquisa saúde a fim de salvar vidas tanto dos animais e quanto da
médica veterinária e a pesquisa médica humana; Estudar população humana.
sobre substâncias tóxicas e venenos provenientes dos BIBLIOGRAFIAS
1. Armelin NT, Cunha JRA. O papel e a importância do médico
animais considerados peçonhentos; Realizar estudo de veterinário no sistema único de saúde: uma análise à luz do direito sanitário.
problemas de saúde relacionados às indústrias de produção Revista Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário. 2016 jan./mar,
de alimentos de origem animal, incluindo o destino 5(1):60-77.
adequado de dejetos, A supervisão da criação de animais 2 Menezes, C. C. F. A importância do Médico Veterinário na Saúde
Pública. 2005. 54f. Monografia (Graduação em Medicina Veterinária) –
de experimentação; Consulta técnica sobre assuntos de Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2005.
Saúde Humana relativos aos animais³. Além das atividades 3. Xavier, R. D. O médico veterinário na atenção básica a saúde.
relacionadas à sua profissão, como as citadas acima, a Revista Desafios – v. 04,n. 02, São Paulo, 2017
4. BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 287, de 18
ampla formação básica do Médico Veterinário em ciências de outubro de 1998. Resolve sobre a inclusão de categorias profissionais de
biomédicas o torna apto para desenvolver outras funções na saúde de nível superior para atuação no Conselho Nacional de Saúde.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO DIAGNÓSTICO DA LVC EM UM HOSPITAL VETERINÁRIO ESCOLA
DE BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS
Isabela Santos Fernandes1, Camila Stefanie Fonseca de Oliveira², Marina Greco Magalhães Guerra de Andrade³.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UFMG - Belo Horizonte – MG – Brasil
³Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH- Belo Horizonte – MG – Brasil
INTRODUÇÃO
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença grave, que A confirmação positiva de um animal suspeito se dá através
atinge crianças, adultos jovens ou pessoas imunodeprimidas de exames laboratoriais. Essa relação é demonstrada no
e, quando não tratada, pode apresentar letalidade de 95%. Gráfico 1.
Em cães, seu principal reservatório doméstico, há uma
prevalência significativa mas, muitos casos são Gráfico 1
assintomáticos ou oligossintomáticos (ALVES et al., 2003).
O único vetor bem estabelecido de parasitas de Leishmania
para cães na América do Sul é Lutzomyia longipalpis, mas Proporção de positivos e negativos, entre
outras espécies de flebótomos podem estar envolvidas. Em todos os suspeitos
alguns focos no Brasil, mais de 80% dos cães soropositivos
podem ser clinicamente saudáveis. Esta informação é 100% 84%
relevante uma vez que os cães soro positivos e 90%
80%
aparentemente saudáveis podem também servir como uma 70%
fonte de infecção para os flebotomíneos (TORRES, 2009). 60%
Em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, a leishmaniose 50%
40%
visceral tem-se expandido mesmo com uso de grande 30% 16%
recurso financeiro e humano no seu controle. Durante seu 20%
recente histórico na cidade (iniciado em 1992) a doença 10%
alcançou altos coeficientes de morbidade e letalidade nas 0%
populações atingidas (BORGES et al., 2007). Positivo Negativo
Diante disso, o objetivo desse estudo foi relacionar o
diagnóstico para Leishmaniose Visceral Canina (LVC), com
a presença de sinais e suspeição da doença em cães Foi possível observar que a proporção de suspeitos
atendidos em um Hospital Veterinário de um centro confirmados foi baixa, em relação ao número total de
universitário. suspeitos.
MATERIAIS E MÉTODOS A odds ratio para presença de sinais foi 16,02 (P<0,05), isso
quer dizer que cães com presença de sinais tem 16 vezes
Os dados utilizados foram gentilmente cedidos pelo Hospital
mais chances de serem considerados suspeitos para LVC
Veterinário de um centro universitário. Eles foram extraídos
neste Hospital Veterinário (Tabela 2).
das fichas de anamnese de todos os atendimentos de cães
Não houve associação estatisticamente significativa entre a
realizados entre janeiro de 2017 e dezembro de 2017 e
suspeitar de LVC e o diagnóstico positivo para LVC
foram organizados em uma planilha de Excel.
(p=0,138).
A análise dos dados foi realizada através do teste de qui-
Esse resultado pode ter como motivo o baixo número de
quadrado utilizando as ferramentas do programa STATA/MP
avaliações do ano de 2017, pois o esperado para essa
versão 14.0 e foi considerado um intervalo de confiança de
relação era o contrário, já que Belo horizonte é uma área
95%.
endêmica para LVC.
Para a simplificação analítica, os resultados do diagnóstico
foram transformados em variável dicotômica e todos os Tabela 2 - Razão de chances (odds ratio), intervalo de
animais com o resultado indeterminado foram considerados confiança (IC) e valor P das tabelas 1 e 2.
negativos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Variável OR (Odds ratio) IC 95% Valor P
Verificou-se que 147 cães atendidos no Hospital Veterinário Presença de sinais 16,0274 6,9874 37,6233 0,000
do centro universitário, fizeram teste para LVC no período
estudado. O número de observações foi baixo, por ser o Suspeita de LVC 2,0892 0,7061 6,6227 0,138
mesmo ano de inauguração do Hospital Veterinário em CONCLUSÕES
questão. A presença de sinais é um fator importante para considerar
Na relação entre a identificação de sinais e a suspeição de um animal suspeito para LVC. O baixo número de cães
LVC, em 80% das vezes, os animais suspeitos suspeitos confirmados como positivos se deu possivelmente
apresentaram sinais e os não suspeitos não apresentaram pelo baixo número de observações totais do estudo.
(Tabela 1). BIBLIOGRAFIAS
1. ALVES, Waneska Alexandre; BEVILACQUA, Paula Dias. Reflexões sobre
a qualidade do diagnóstico da leishmaniose visceral canina em inquéritos
Tabela 1 - Associação entre identificação de sinais e epidemiológicos: o caso da epidemia de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil,
1993-1997. 2003.
suspeição de LVC 2. BORGES, Bárbara Kellen Antunes; DA SILVA, José Ailton; HADDAD,
João Paulo Amaral; MOREIRA, Élvio Carlos; DE MAGALHÃES, Danielle
Ferreira; RIBEIRO, Letícia Mendonça Lopes; FIÚSA, Vanessa de Oliveira
Suspeita de LVC Pire. Avaliação do nível de conhecimento e de atitudes preventivas da
população sobre a leishmaniose visceral em Belo Horizonte, Minas Gerais,
Sim Não Brasil. 2007.
3. TORRES, Felipe Dantas. Canine leishmaniosis in South America.
Identificação de Sim 61 15 Proceedings of the 4th Symposium on Canine Vector-Borne Diseases. 2009.
sinais
Não 17 67
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ANAPLASMOSE BOVINA ASPECTOS CLÍNCOS EPIDEMIOLÓGICOS E PROFILÁTICOS
Klaus Meine Dias Amador1*, Caroline de Oliveira Santos e Nogueira1, Maria Vitória Germano Joaquim¹,
Ádila Caroline Gonçalves Santana¹, Karen Maria de Almeida¹, Cristielle Roberta Braga Viana1,
Nayane Nogueira de Souza1, Tiffany Costa Pessôa¹,Lucas Queiroz dos Santos¹,
Breno Mourão de Sousa2, Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira2, Prhiscylla Sadanã Pires2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO
Anaplasmose bovina é uma doença infecciosa que em
conjunto da babesiose faz parte do complexo tristeza Figura 1: Sinais clínicos da anaplasmose bovina
parasitária bovina. Causada por Anaplasma marginale mais
1
patogênica para bovinos e A. centrale . A anaplasmose é
responsável por grandes prejuízos econômicos pois leva a
redução das taxas de produção, e reprodução além de levar
1
a gastos com o tratamento clínico dos animais . Diante do
grande impacto gerado pela anaplasmose na sanidade
animal e na economia decidimos realizar uma revisão de
literatura englobando os aspectos gerais da anaplasmose
bovina.
MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa bibliográfica foi realizada em bases de artigos,
utilizando palavras chaves relacionadas a anaplasmose,
também foram feitas consultas a livros didáticos e ao site da
organização mundial de saúde animal (OIE), objetivando um
maior embasamento para a elaboração da revisão de
literatura.
REVISÃO DE LITERATURA
As espécies causadoras da anaplasmose pertencem a
ordem Rickettsiales e são parasitas intracelulares Figura 2:Prevenção da Anaplasmose bovina/Autoral.
obrigatórios que infectam hemácias. A transmissão biológica
ocorre por diversos tipos de ixodídeos, porém no Brasil o
carrapato Rhipicephalus microplus é o principal vetor
3
biológico . A população desse artrópode sofre variação
dependendo das condições climáticas gerando assim áreas
de estabilidade e instabilidade enzoótica. A transmissão
mecânica realizada por moscas e mosquitos hematófagos
vem sendo descritas, entretanto, algumas pesquisas indicam
2
um menor potencial destes insetos como vetores . Ao
contrário, a transmissão iatrogênica tem incidência
aumentada e pode ocorrer através do uso de seringas
contaminadas, cirúrgias e transfusão sanguínea. A
transmissão transplacentária, também já foi notificada, mas
2
parece ter importância epidemiológica limitada .
Os principais sinais clínicos são anemia, hipertermia,
dispnéia, diarreia, e podem ser explicados pela hemólise
realizada pelo sistema monocitico fagocitário, após
alterações na membrana dos eritrócitos causadas pelo
1
agente etiológico (Figura 1).
O diagnóstico clínico é impreciso devido a inespecificidade CONCLUSÕES
3
dos sinais . Por isso, o diagnóstico pode ser feito por meio Anaplasmose bovina causa diversos prejuízos tanto
da observação do agente através de esfregaço sanguíneo, econômicos quanto a sanidade animal. O conhecimento dos
uma técnica rápida, eficaz e sensível que permite avaliar o aspectos gerais: clínicos, epidemiológicos, tratamento e
nível de parasitemia. prevenção, são de suma importância para o sucesso
A antibióticoterapia é a base de tratamento. A OIE terapêutico e controle da disseminação da doença.
recomenda uso de dipropionato de imidocarb na dose de BIBLIOGRAFIAS
1
3mg/kg IM, oxitetraciclina 22mg/kg IV . 1. COELHO, Leonardo Costa Tavares. ANAPLASMOSE BOVINA:
O uso de enrofloxacina 7,5 mg/kg também é eficaz na PARÂMETROS CLÍNICOS E DE PATOLOGIA CLÍNICA EM BEZERROS
INFECTADOS EXPERIMENTALMENTE. 65p.- 2007.
redução da prevalência da doença de bovinos leiteiros. 2. KESSLER,Raul Henrique. CONSIDERAÇÕES SOBRE A
Entretanto, sugere-se que a associação de enrofloxacina e TRANSMISSÃO DE ANAPLASMA MARGINALE.Pesq. Vet. Bras.Embrapa
um dos outros antimicrobianos supracitados apresentam Gado de Corte, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, out./dez. 2001.
1 3. GONÇALVES, Patrícia Macêdo. EPIDEMIOLOGIA E CONTROLE
mellhores resultados . DA TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA NA REGIÃO SUDESTE DO
Algumas medidas profiláticas podem ser tomadas por BRASIL. Aluno de Doutorado em Ciência Animal – Departamento de
exemplo: controle estratégico de vetores, quimioprofilaxia, Medicina Veteterinária Preventiva, Escola de Veterinária, Universidade
3 Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG. Ciência Rural, Santa Maria, v.
premunição, e imunização por vacina (Figura 2).
30, n. 1, p.187-194, 2000 E-mail: pmacedog@dedalus.lcc.ufmg.br
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
AUTO-HEMOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PAPILOMATOSE CANINA
Caroline Lopes Gomes de Oliveira1*, Adriana de Castro Moraes Rocha1, Maria Luiza Tanos dos Santos1, Raffaela Linhares Coelho1,
Prhiscylla Sadanã Pires2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil – caroline.lopesgomes@hotmail.com
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH- Belo Horizonte – MG – Brasil
INTRODUÇÃO então produz mais monócitos que colonizam os tecidos
5
Os papilomas são neoplasias benignas que ocorrem orgânicos, recebendo então a denominação de macrófagos .
comumente em cães e raramente em gatos, apresentando- Na Figura 1 é demonstrado abaixo, o mecanismo de ação
1
se focal ou multifocal e com aspecto verrucoso . do sistema imunológico através da técnica AHT empregada
Seu período de incubação varia de quatro a oito semanas, no tratamento.
regredindo após quatro a oito semanas de evolução. Os
cães que se recuperam da papilomatose tornam-se imune a Figura 1 – Mecanismo de ação do sistema imunológico pela
2
novas infecções . Devido ao seu comportamento auto- técnica AHT.
limitante, na maioria dos casos não se realiza tratamento.
Entretanto, quando há comprometimento do estado geral do
animal, são adotados diferentes protocolos de tratamento. A
auto-hemoterapia (AHT) é um método amplamente utilizado
3
para tratar várias patologias na medicina . Portanto, o
objetivo desta revisão foi avaliar o uso da AHT no tratamento
da papilomatose canina.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para levantamento de dados, foi realizada uma busca
bibliográfica nas plataformas Google Acadêmico e Scielo,
utilizando como palavras-chave: papilomatose canina,
tratamento, auto-hemoterapia. Como critérios de inclusão,
foram utilizados artigos publicados em língua portuguesa e
inglesa, entre os anos de 2012 a 2017.
REVISÃO DE LITERATURA
A papilomatose canina é uma afecção frequentemente
encontrada em cães, tendo como agente etiológico o
Papilomavirus canino. Sua transmissão ocorre por contato
direto ou indireto com secreções ou sangue oriundos dos
papilomas em superfícies lesionadas, instalações e fômites
4
contaminados previamente . Podendo acometer cães de Além disso, é importante oferecer alimentação de qualidade
todas as idades, sexo e raça, porém cães jovens ou ao paciente e mantê-lo em ambiente com poucos fatores
5 estressantes. Isso favorece a eficácia do tratamento da
imunossuprimidos são os mais comumente afetados . 4
Caracteriza-se por massa saliente, de forma única ou doença, além de evitar casos de recorrências . O uso de
múltipla e tamanhos variados, que no início apresenta-se antibióticos é muitas vezes indicado para o controle de
com aspecto liso e aderido em regiões cutâneas e muco- infecções secundárias.
cutâneas, porém com sua evolução torna-se com aparência Seu prognóstico é favorável, desde que seja removida a
semelhante a ―couve-flor‖ ou ―verruga‖, pedunculadas .
4 causa primária de imunossupressão do paciente, e institua
4
Em cães existem três formas: oral, ocular e cutânea. O os tratamentos recomendados, evitando recidivas .
diagnóstico é realizado pelo exame físico e histopatológico.
Devem ser diferenciada das epúlides fibromatosas, tumor CONCLUSÕES
venéreo transmissível e carcinoma de células escamosas, A papilomatose é uma doença infectocontagiosa oportunista,
5
devido à similaridade das características macroscópicas . frequentemente encontrada na espécie canina,
São descritos diferentes protocolos de tratamento, como a principalmente animais imunossuprimidos. Apesar dos bons
ressecção cirúrgica, criocirurgia, administração de drogas resultados obtidos na auto-hemoterapia e do baixo custo, é
anti-virais, vacinas autógenas, realização de AHT e/ou necessário um maior número pesquisas sobre o assunto.
4
drogas imunomoduladoras .
A AHT é uma prática de uso clínico crescente na medicina BIBLIOGRAFIAS
veterinária, que consiste em aplicações de sangue autólogo, 1. DALECK, C.R; DE NARDI, A. B. Oncologia em cães e gatos. 2ª edição.
Rio de Janeiro: Editora ROCA, 2016.
por via intramuscular, com o objetivo de estimular o sistema 2. BIANCHI, M. V. et al. Canine papillomatosis: A retrospective study of 24
imunológico através da ativação do sistema mononuclear cases (2001-2011) and immunohistochemical characterization. Pesq. Vet.
fagocitário Bras. 32 (7): 653-657, julho 2012.
Para AHT coleta-se de cinco a 20 ml de sangue venoso do 3. BORGES, O.M.M, et al. Effects of Autohemotherapy on Hematologic
Parameters and Morphology of Canine Oral Papillomatosis. Acta Scientiae
animal, sendo administrado imediatamente na base dos Veterinariae. 45(Suppl 1): 211, 2017.
papilomas e em áreas circundantes, a cada quatro dias até 4. DIAS, F. G. G, et al. Papilomatose oral em cães. Enciclopédia Biosfera,
regressão por completo. Essa regressão ocorre pois, o Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p. 2008. 2013.
5. BAMBO, O, et al. Auto-hemoterapia no tratamento da papilomatose oral
sangue, tecido orgânico, que em contato com o músculo, canina – Relato de caso. Medvep Dermato - Revista de Educação
tecido extravascular, desencadeia uma reação imunológica, Continuada em Dermatologia e Alergologia Veterinária; 2012; 2(2); 39-
responsável pela estimulação do sistema retículo endotelial, 43.8/9
promovendo um estímulo proteínico inespecífico. Os
produtos da degradação eritrocitária são responsáveis por APOIO:
estimular a eritropoiese e ativar o sistema imune normal,
permitindo a manutenção da homeostasia. A medula óssea
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
BOTULISMO EM CÃES: UMA BREVE REVISÃO DE LITERATURA
Maria Clara Madureira de Lima Prado1*, Caroline Lopes Gomes de Oliveira1, Débora Fernandes de Paula Vieira1, Karoline Oliveira
Sampaio1, Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus1, Maria Luiza Tanos dos Santos1,
Yara Mares da Silva1, Prhiscylla Sadanã Pires2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
*mariaclara.mlp@gmail.com

Os principais sinais clínicos da doença são: perda do tônus


INTRODUÇÃO muscular, devido à paralisação, progressiva e ascendente,
do neurônio motor inferior; perda dos reflexos espinhais;
sialorréia; dificuldade ao apreender a comida; não havendo
O botulismo é uma doença causada pela ingestão de toxina (2)
atrofia muscular ou diminuição/perda da propriocepção .
pré-formada em alimentos/bebidas por Clostridium botulinum
(2) Sua gravidade depende da susceptibilidade do animal, da
. A doença não é contagiosa e é caracterizada por uma (3)
quantidade da toxina ingerida e da rapidez do diagnóstico .
paralisia flácida, devido ao bloqueio da liberação de
As chances de o animal vir a óbito são grandes e se deve
acetilcolina na placa motora. Pode acometer aves, (3)
(3) principalmente pela parada respiratória , já que os
ruminantes, homem, sendo rara em cães . Em geral, a
músculos torácicos não conseguirão se contrair.
intoxicação em cães acontece pela ingestão de carne em
(1) É possível se realizar o diagnóstico através do exame
estado de putrefação (carniça) ou alimentos estragados .
clínico, histórico, ausência de achados nos exames
O objetivo desse trabalho é apresentar e explicar o leitor (1)
hematológicos ou bioquímicos , assim como, ausência de
sobre a ocorrência do botulismo em cães através de uma (3)
alterações necroscópicas . O diagnóstico definitivo se dá
revisão de literatura.
pela presença da toxina no soro/fezes/vômito/conteúdo
(2)
estomacal/alimento ingerido na técnica de bioensaio ou
MATERIAIS E MÉTODOS soroneutralização em camundongos, onde os animais são
observados de três em três horas por 72 horas para
(3)
Realizou uma consulta em artigos científicos e trabalhos de averiguação de alterações .
conclusão de curso, datados de 2006 a 2018, selecionados O diagnóstico definitivo normalmente não é muito utilizado
através de busca no banco de dados do Scielo e Google devido ao maior tempo de finalização do exame e à
(3)
Academics. As palavras chave usada na pesquisa foram: necessidade de laboratórios especializados .
botulismo, Clostridium botulinum, botulismo em cães. O tratamento consiste na administração da antitoxina por via
intramuscular (mais indicada quando a doença estiver no
REVISÃO DE LITERATURA seu período inicial) ou intravenosa. O tratamento suporte,
como, deixar o animal em local confortável e acolchoado,
O C. botulinum produz sete tipos de neurotoxinas, cada qual auxílio na hora da alimentação, administração de fluidos
apresentando potência, propriedades antigênicas e parenterais, se houver dificuldade na micção ou defecação,
distribuições diferentes; as que mais acometem as espécies deve-se fazer compressão manual e administração de
(2,3)
domésticas são do tipo C e D .
(5) laxantes ou enemas, respectivamente .
É de baixíssima ocorrência o botulismo em cães, já que A vigilância e restrição do acesso a carcaças e alimentos
(5)
estes são relativamente resistentes às neurotoxinas . contaminados é a forma mais eficaz de prevenção da
Quando ingerida, a toxina rapidamente é absorvida pela doença em cães, já que não há vacinas com toxóides
mucosa do estômago e do intestino e é distribuída por via botulínicos específicos para cães como há para outras
(3)
linfática e hematógena até chegar às terminações nervosas. espécies .
Dentro do neurônio, a toxina impede a liberação da Os cães de rua e de áreas rurais têm maiores chances de
acetilcolina através da clivagem das proteínas SNARE, que adquirirem a doença, já que podem ter acesso a carcaças
(3)
são essenciais para a ancoragem e fusão das vesículas ou alimentos em estágios de putrefação .
(3)
sinápticas com a membrada pré-sináptica .
Figura 1 Mecanismo de ação da Toxina Botulínica CONCLUSÕES

A ocorrência de botulismo em cães é rara, mas sua


manifestação pode levar ao óbito, sendo vital um diagnóstico
(2)
rápido e eficaz .

BIBLIOGRAFIAS

1. Costa,Maíra; Bariani, Mario Henrique; Santos, Paulo César


Gonçalves dos; BOTULISMO CANINO : Revisão de Literatura, Revista
Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia de Garça/FAMED, ano III, número, 07, Junho de
2006.
2. SALVARANI, Renata de Sá, et. Al., Botulismo em cães – relato de
caso, Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, Ano VI – Número
10 – Janeiro de 2008.
3. Paula CL, Bolaños CD, Ribeiro MG. Botulismo em cães: Revisão
de literatura. Vet. e Zootec. 2016 mar.;23(1): 38-48.
4. Alves, Guilherme Guerra, et. Al., Surto de botulismo tipo C em
frangos na cidade de Pancas, Espírito Santo, Brasil, Semina: Ciências
Fonte: Rocha, Ana Isabel, Costa, Diana Isabel, Silva Tiago Sales, Toxina Agrárias, Londrina, v. 34, n. 1, p. 355-358, jan./fev. 2013
Botulínica, Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 2015.
APOIO:
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CÃO SOROPOSITIVO PARA LEPTOSPIRA PYROGENES
Maria Luiza Tanos dos Santos1*, Caroline Lopes Gomes de Oliveira¹, Karoline Oliveira Sampaio¹, Maria Clara Madureira de Lima Prado¹,
Prhiscylla Sadanã Pires2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO O aumento de neutrófilos e de monócitos, a diminuição de


A leptospirose é uma doença bacteriana infecto-contagiosa hemácias e de hemoglobina nos parâmetros apresentados
zoonótica, de importância mundial, sendo endêmica no pelo paciente do presente estudo (tabela 1), identifica
Brasil¹. Causada por bactérias do gênero Leptospira, leucocitose com desvio a esquerda e anemia,
observa-se maior incidência em regiões com altas respectivamente. A leucopenia se estabelece na fase inicial
precipitações pluviométricas que propiciam a propagação de da doença, durante a leptospiremia, e evolui para
roedores². Os cães são classificados como hospedeiros leucocitose com o desvio à esquerda devido a progressão
amplificadores da Leptospira interrogans sorovar canicola e da doença¹. Cães afetados gravemente também podem
acidental para outras sorovariedades³. O objetivo deste apresentar trombocitopenia¹, também observada no primeiro
trabalho é relatar a infecção de um cão por sorovar L. e último hemograma do animal avaliado.
pyrogenes. Nos parâmetros bioquímicos foram observados aumento de
RELATO DE CASO E DISCUSSÂO enzimas hepáticas (Tabela 1) associada a necrose de
Um cão, da raça Pug, macho, de um ano de idade, com 8,8 hepatócitos e/ou hepatite devido a colonização bacteriana
kg, foi levado para atendimento clínico de urgência, no do fígado e/ou excessiva hemólise ³.
município de Belo Horizonte-MG. O animal apresentava Além disso, realizou-se ultrassonografia da região abdominal
histórico de vômitos, diarreia e sangue na urina. Na onde constatou-se presença de coágulos na bexiga. No
anamnese, foi relatado que ele havia ingerido pedaços de exame de urinálise, observou-se densidade acima dos
carne, dois dias anteriores a consulta e que havia passeado valores normais, coloração enegrecida, odor Sui generis e
com o tutor em uma mata. O animal foi vacinado conforme aspecto turvo. O aumento de densidade da urina é
protocolo sugerido para espécie, apresentava escore esclarecido por haver a persistência e a multiplicação da
corporal adequado e ausência de ectoparasitas. Leptospira ssp. nas células epiteliais tubulares renais
No exame clínico foi constatado inapetência, frequência causando a liberação de citocina, recrutamento de células
4
cardíaca de 160 batimentos por minuto, ausculta pulmonar inflamatórias , consequentemente, nefrite aguda e
sem alterações, tugor cutâneo adequado, mucosas hemoglobinúria, ambas percebidas no exame clínico e na
normocoradas, tempo de preenchimento capilar de dois urinálise do caso apresentado.
segundos e temperatura retal de 39,4ºC. Exibia sensibilidade Foi efetuado exame sorológico pelo método de
dolorosa na região epigástrica da cavidade abdominal e microaglutinação lenta para lepstospirose com diluição total
urina com coloração enegrecida. apresentando titulação de 1:100 para Leptospira sorovar
Com base na sintomatologia clínica, o paciente foi pyrogenes. A vacina para os cães não inclui proteção para
encaminhado para internação. Realizou-se hemograma e esse tipo de sorovar, o que torna o animal susceptível para
perfil bioquímicos durante o período de internação. Através infecção por essa sorovariedade. A L. pyrogenes
desses exames procedeu-se dosagem de glicose, comumente pode ser encontrada em equinos, considerados
alaninoaminotransferase (ALT), gama glutamil transferase hospedeiros amplificadores desse sorovar. A infecção no
(GGT), aspartato aminotransferase (AST), fosfatase alcalina cão avaliado, é considerada acidental por ocorrer em
(FA) e de parâmetros hematológicos. Os resultados dos ambiente urbano, onde não é frequente a presença de
exames estão demonstrados na Tabela 1, expondo apenas equinos. Estudos quanto a patogenicidade de L. pyrogenes
as alterações encontradas. em cães e equinos não são concretos, dessa forma esse
Tabela 1: Parâmetros hematológicos e bioquímicos de cão sorovar é correlacionado as demais Leptospiras que podem
infectado por Leptospira sorovar pyrogenes. atuar de forma aguda.
CONCLUSÕES
Parâmetros Dias Valores
Avaliados 1 2 3 4 Referência As alterações bioquímicas, hematológicas e urinária
Volume 16 16 11 27 37-55% identificadas no cão deste trabalho foram consideradas
globular características do quadro agudo de infecção por Leptospira
Hemoglobina 5,5 5,3 3,5 8,7 12-18 g/dL pyrogenes.
Hemácias 2,27 2,28 1,44 3,59 5,5-8,5mmm3 BIBLIOGRAFIAS
RDW 22,5 19 18,2 17 12-15% 1. CASTRO, Jacqueline Ribeiro. Alterações hematológicas em cães
Leucócitos 33.600 88.400 62.100 38.100 6.000-17.000 naturalmente infectados por Leptospira spp., Brucella abortus e Brucella
totais canis*. Rev. Bras. Med. Vet., 36(1):48-54, jan/mar 2014. 2014.
Neutrófilos 6.048 12.376 8.694 1.524 0-300 Disponível em: <http://rbmv.org>. Acesso em: 07 nov. 2018.
2 LASSEN, E.D. Laboratory evaluation of the liver. In: THRALL, M.A.
bastonetes
Veterinary hematology and clinical chemistry. Philadelphia: Lippincott
Neutrófilos 22.512 68.068 46.575 31.623 3.000-11.500
Williams & Wilkins, 2004. Cap.23, p.355-377
segmentados 3 LILENBAUM, Walter. Alterações na bioquímica hepática em cães com
Monócitos 3.024 7.072 3.726 3.048 150-1350 leptospirose aguda determinada por amostras do sorogrupo
Plaquetas 76 212 178 63 175-500x10³/μl Icterohaemorrhagiae. ISSN 0103-8478. Dez. 2010. Santa Maria, n. 9, p.
ALT 5.017 - 893 - 10-110 U/L 3 Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 07 nov. 2018.
AST 5.581 - 44 - 10-100 U/L 4 CHIDEROLI, Roberta Torres. Leptospirose canina associada à
- 20-160 U/L insuficiência renal aguda - Relato de caso*. Rev. Bras. Med. Vet.,
FA 1.519 707
38(Supl.1):79-84. 2016. Disponível em: <http://www.rbmv.com.br>.
GGT 91 - 14 - 10-100 U/L
Acesso em: 07 nov. 2018.
Glicose 11 - 24 - 75-120 mg/dL APOIO:
Cálcio 7,4 - 8,8 - 8-12 mg/dL
Fósforo 6,8 - 3,6 - 2,6-6,2 mg/dL
Colesterol 288 - 268 - 100-270 mg/dL
total
Triglicerídeos 465 - 67 - 50.100 mg/dL
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CÉLULAS-TRONCO NO TRATAMENTO CONTRA CINOMOSE CANINA
Karoline Oliveira Sampaio1, Adriana de Castro Morais Rocha¹, Ariane Martins Alves¹, Caroline Lopes Gomes de Oliveira¹, Débora
Fernandes de Paula Vieira¹, Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus¹, Maria Clara Madureira de Lima Prado¹, Maria Luiza Tanos dos Santos¹,
Yara Mares da Silva¹, Prhiscylla Sadanã Pires².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH- Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO inflamatórias, além de fatores de crescimento que modulam


A cinomose é uma infecção que afeta carnívoros, sendo a a resposta exacerbada do sistema imunológico e que
doença epidemiologicamente mais importante nos cães. É auxiliam no processo de remielinização. Há também o
causada por um Morbivirus da família Paramyxoviridae e restabelecimento da vascularização e tecidual, com indução
possui manifestação cutânea, gastroentérica, oftálmica, de células não diferenciadas do próprio tecido a realizarem
respiratória e/ou neurológica. (1) essa reparação tecidual. (2,3)
O uso de células tronco demonstra que há uma melhora no
Devido à alta mortalidade buscam-se alternativas aos
estado dos animais, com redução de sinais neurológicos
tratamentos farmacológicos convencionais como:
como as mioclonias e ataxias, volta à marcha normal e
fisioterapia, acupuntura, terapia celular utilizando células-
cessar de episódios convulsivos. (1,3)
tronco e, até mesmo, associação desses métodos. A terapia
com células-tronco vem sendo estudada como opção no Figura 1: Obtenção de células-tronco a partir de sangue periférico do
tratamento de doenças degenerativas e inflamatórias, como próprio paciente
é o caso da cinomose. (2) Assim, o objetivo desse trabalho é
dissertar sobre a terapia de células-tronco no tratamento
contra a cinomose, discutindo acerca dos benefícios dessa
técnica.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica usando a
plataforma Scielo e Google Acadêmico buscando-se artigos
com as seguintes palavras chaves: cinomose canina,
células-tronco, desmielinização.
REVISÃO DE LITERATURA
Grande parte das infecções causadas pelo vírus da
cinomose canina (VCC) atinge o encéfalo. No sistema
nervoso central acontece uma encefalomielite, que precede
à desmielinização, processo degenerativo resultante da Apesar das obscuridades acerca dos mecanismos exatos no
intensa replicação viral no tecido nervoso. Em função disso, uso de células-tronco para o tratamento da cinomose, essa
os animais acometidos apresentam: paraplegia, tremores, terapia apresenta relevância na melhora clínica dos animais.
crises convulsivas, hiperestesia, mioclonias e marcha em Nota-se também a clara necessidade em pesquisas que
círculo. (1,3) reiterem esse tipo de tratamento.
A terapia com células-tronco busca restabelecer a função de CONCLUSÕES
tecidos e órgãos, através da reconstituição celular e Os mecanismos de ação das células-tronco sobre os
reposição de células lesionadas por células sadias e com animais com sequelas decorrentes da cinomose não estão
potencial mitótico. Essas células são classificadas quanto à completamente esclarecidos. Porém, têm-se evidências que
sua capacidade em se diferenciar (totipotentes, essa é uma alternativa viável para melhorada da
pluripotentes, oligopotentes ou unipotentes) e ainda quanto sintomatologia neurológica causada pelo vírus.
à sua origem, embrionária ou adulta. As células-tronco BIBLIOGRAFIAS
adultas são as mais utilizadas nos tratamentos, pois podem 1. BRITO, H.F.V.; CORAT, M.A.F.; SANTOS, M.R.; GILIOLI, R.; PASSOS, L.A.C.;
LANCELLOTI, M.; FERREIRA, F.; MIN, L.L. Tratamento de sequelas neurológicas em
ser extraídas da medula óssea, polpa dentária, células cães, causadas por infecção pelo vírus da cinomose,através do transplante alogênico de
adiposas e sangue periférico do próprio paciente. (4) As células mononucleares de medula óssea. Medvep - Revista Científica de Medicina
Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação, 2010; 8(24); 26-29.
células-tronco também podem ser obtidas de doadores. 2. PINHEIRO, A. O. Avaliação do tratamento experimental de cães infectados naturalmente
Independentemente da origem, essas células são pelo virus da cinomose canina na fase neurológica com o uso de células-tronco de epitélio
olfatório fetal canino. 2014.108. Dissertação (Mestrado em ciências)- Faculdade de
submetidas a uma cultura celular com indução da sua Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
diferenciação. Feito isso, são realizadas aplicações (em 3.S ANTOS, A.L.; QUEIROZ, L.M.V.; OLIVEIRA, L.G.A.; MALARD, P.F.; GEORGES,
J.A.O.; XAVIER, M.C.Tratamento com Células-Tronco Mesenquimais de Cães
média três, com intervalos de 30 dias intravenosas dessas Apresentando Sequela Neurológica Decorrente da Cinomose – Relato de Caso.
células nos animais. (1,3) No entanto, para que essa técnica 4. COSTA, B.G. Utilização de terapia celular em afecções neurológicas do sistema nervoso
central. Monografia (Graduação) – Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal
seja eficaz, é importante que a doença não esteja em seu do Rio Grande do Sul – UFRGS. Porto Alegre – RS, 2012.
estágio virêmico, pois o vírus pode afetar negativamente as 5. HAMZÉ, A. L.; PACHECO, A. M.; BÉRGAMO, M.; JUNIOR, O. P. S.; DOTTA, S. C. N.
Células-Tronco na Medicina Veterinária - Revista Científica Eletrônica de Medicina
células precursoras, levando a falhas no tratamento e Veterinária – Ano VII – Número 12 – Janeiro de 2009.
recidiva da infecção. (1)
As células-tronco utilizadas no tratamento contra a cinomose APOIO:
auxiliam no controle da resposta inflamatória promovida pelo
sistema imune do animal acometido, na tentativa de eliminar
o VCC. O mecanismo pelo qual esse controle da resposta
inflamatória ocorre ainda é pouco conhecido, porém sabe-se
que as células precursoras secretam citocinas anti e pró-
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CIRCOVÍRUS SUÍNO E SEUS DIFERENTES GENÓTIPOS
²
Stefany Bruna de Oliveira Araújo 1*, Lucas Misson Zerlotini ¹, Alessandra Silva Dias
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
² Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO O vírus é ubíquo na população suína e por isso, o


A Circovirose é uma doença de grande importância na diagnóstico definitivo da doença é dado pela detecção do
suinocultura mundial. É causada pelo Circovirus suíno tipo 2 antígeno viral e/ou ácido nucleico associado às lesões micro
(PCV2), o menor vírus que infecta animais domésticos, e macroscópicas e sintomatologia sugestiva em animais. Os
pertencente à família Circoviridae. O Circovírus suíno (PCV) exames laboratoriais rotineiramente utilizados são ELISA
causa uma série de doenças classificadas como Doenças (ensaio de imunoabsorção enzimática), imunofluorescência
Associadas ao Circovírus suíno (PCVAD), sendo a indireta ou imunoperoxidase indireta e reação em cadeia da
Síndrome da Refugem Multissistêmica Pós-Desmame polimerase (PCR) [6].
(PMWS) a principal forma clínica verificada nas granjas, com Em 2016, Phan e colaboradores detectaram nos EUA um
acometimento de animais de diferentes idades e danos que novo genótipo do Circovírus, PCV3, e este foi correlacionado
podem refletir em todas as fases da produção. Os maiores à cardiopatias e inflamação multissistêmica. Relatos de
prejuízos causados pelo PCV2 estão relacionados ao menor detecção deste novo genótipo viral só foram feitos até o
desenvolvimento dos animais doentes, refugagem, momento em poucos países incluindo Estados Unidos,
emagrecimento progressivo, diarreias, anemia e icterícia, China, Polônia, Coreia do Sul e Brasil [6].O PCV3 também
além dos quadros de morte. O PCV2 é imunossupressor, foi associado à Síndrome de dermatite e nefropatia suína
deixando os animais suscetíveis a outros agentes (PDNS) e a distúrbios reprodutivos [1]. Um trabalho
infecciosos. Três sorotipos do Circovirus suíno já foram realizado por Tochetto e colaboradores (2017) no Brasil,
identificados, sendo o Circovírus suíno tipo 1 (PCV1) o detectou o PCV3 em amostras de soro de porcas que
primeiro a ser descrito, apresentando caráter não pariram natimortos em rebanhos suínos diferentes. Este foi o
patogênico, o PCV2, de maior importância devido ao perfil primeiro relato sobre a identificação de PCV3 em suínos na
de doença que causa em suínos, e o Circovirus suíno tipo 3 América do Sul. Amostras de soro colhidas desses animais
(PCV3), um genótipo recentemente descoberto e ainda sob foram positivas para a presença de DNA viral do PCV3, mas
investigação. não foi possível relacionar a presença do vírus com a
ocorrência das falhas reprodutivas encontradas nos
O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão
rebanhos. Assim, são necessários mais estudos sobre a
bibliográfica sobre os três genótipos do Circovírus suíno já
associação entre ocorrência de falhas reprodutivas em
descritos pela literatura.
porcas e infecção pelo PCV3.
MATERIAIS E MÉTODOS CONCLUSÕES
O presente trabalho é uma revisão de literatura que foi Atualmente, três sorotipos diferentes de Circovírus suíno já
desenvolvida a partir de trabalhos científicos, materiais foram identificados, PCV1, PCV2 e PCV3. O PCV1 não está
publicados em livros, artigos e periódicos sobre o Circovirus associado à doença clínica, enquanto que PCV2 é o mais
suíno (PCV). Foram utilizadas literaturas publicadas entre os prevalente e causa doença nos animais suscetíveis
anos de 1974 e 2018, a partir das fontes de busca Google infectados, possuindo ampla distribuição mundial. O PCV3 é
Academics e PubMed. A pesquisa foi realizada em maio de um genótipo recém-descoberto, já detectado no Brasil e em
2018. As palavras chaves utilizadas na busca foram outros países. Pesquisas sugerem que este novo genótipo
Circovírus suíno, Circovirose e doenças infecciosas. pode estar associado a alguns casos de doença clínica, mas
RESULTADOS E DISCUSSÃO suas características e patogenia relacionados à doença
O PCV possui material genético do tipo DNA fita simples circular, ainda não foram bem esclarecidas.
característica responsável pelo seu nome, tamanho de BIBLIOGRAFIAS
aproximadamente 17 nm de diâmetro, capsídeo icosaédrico e não 1.Palinski R, Piñeyro P, Shang P, Yuan F, Guo R, Fang Y, Byers E, Hause
apresenta envelope. É o menor vírus animal já descrito e se BM. 2017. A novel porcine circovirus distantly related to known circoviruses is
multiplica durante a fase de divisão celular do hospedeiro, pois associated with porcine dermatitis and nephropathy syndrome and
reproductive failure. J Virol 91:e01879-16.
precisa de proteínas produzidas durante a fase S da mitose para se
2.Phan, T.G., Giannitti, F., Rossow, S., Marthaler, D., Knutson, T.P., Li, L.,
replicar [4]. A doença foi diagnosticada no Brasil pela primeira vez Deng, X., Resende, T., Vannucci, F., Delwart, E., 2016. Detection of a novel
em 2000 pela Embrapa Suínos e Aves. O primeiro isolamento do circovirus PCV3 in pigs with cardiac and multi-systemic inflammation. Virol. J.
PCV ocorreu no ano de 1974, a partir da inoculação de amostras 13, 184.
em cultivo celular de rim de suíno (PK15). Tischer e colaboradores 3.Segalés, Joaquim. Porcine circovirus type 2 (PCV2) infections: Clinical
(1986) observaram uma soroprevalência de 85% para PCV1, signs, pathology and laboratory diagnosis. ELSEVIER, Virus Research,
Barcelona, Espanha, v. 164, p. 10-19, out./jan. 2012.
porém este agente não foi associado a casos de doença clínica,
4.Studdert, M.J. Circoviridae: new viruses of pigs, parrots and chickens.
sendo então considerado não patogênico. Em 1991, foi descrita Australian Veterinary Journal, v.70, n.4, p.121-122, 1993.
pela primeira vez a Síndrome da Refugem Multissistêmica Pós- 5.Tischer, I.; Milds, W.; Wolff, D.; Vagt, M.; Griem, W. Studies on
Desmame (PMWS), causada pelo Circovirus suíno tipo 2 (PCV2), Epidemiology and Pathogenicity of Porcine Circovirus. Archives of Virology,
que tem como principais sinais clínicos apatia, dispneia, v.91, p.271-276, 1986.
refugagem, emagrecimento progressivo, aumento de linfonodos, 6.Tochetto, C., Lima, D.A., Varela, A.P.M., Loiko, M.R., Paim, W.P., Scheffer,
C.M., Herpich, J.I., Cerva, C., Schmitd, C., Cibulski, S.P., Santos, A.C., Mayer,
diarreias, anemia e icterícia [7]. Essa doença acomete suínos de F.Q., Roehe, P.M., 2017. Full-genome sequence of porcine circovirus type 3
todas as idades e a taxa de morbidade e mortalidade é variável [7]. recovered from serum of sows with stillbirths in Brazil. Transbound.
Outras doenças associadas ao PCV2 incluem a Síndrome da Emerg.Dis. 65 (1), 5–9.
Dermatite e Nefropatia Suína (SDNS), Complexo de doenças 7.ZANELLA, J.R.C.; MORES, N. Circovirose suína. (Circular técnica, 37)
Concórdia: Embrapa-CNPSA, 2003. 12pg. Disponível em <
respiratórias dos suínos (quando associado à outros agentes https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/1015974 >. Acesso em
respiratórios), distúrbios reprodutivos e o Tremor Congênito [3]. 13/05/2018.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CLAUDICAÇÃO EM FÊMEA SUÍNA COM “CASCO- DE- BURRO” (CASCO FUNDIDO)
Nágila Rocha Aguilar¹*, Michelle Pereira Tavares Moreira ¹, Dayanne Kelly Oliveira Pires1
Alessandra Silva Dias²
1
Graduanda em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Cerca de 20 dias após o início do tratamento, a fêmea já


4
A claudicação em matrizes suínas é de extrema importância apresentava grau 1 de claudicação , apoiava normalmente o
na suinocultura. A ocorrência de alterações que resultam em membro ao andar, demonstrava discreta alteração na
claudicação podem gerar importantes consequências na locomoção e quando ficava em estação algumas vezes
saúde das fêmeas reprodutoras, gerando também grandes evitava de apoiar o membro. As figuras abaixo mostram a
prejuízos econômicos aos sistemas de produção. evolução clínica do animal durante o tratamento.
A claudicação é uma manifestação de doença Figura 1: Marrã no dia 13 de setembro de 2018 antes do tratamento
musculoesquelética, articular ou de casco. O animal em decúbito lateral.
claudicante apresenta andar anormal, com apoio ou não do
membro afetado, podendo apresentar anormalidades na
postura na marcha. Tais alterações incluem arqueamento do
dorso, andadura rígida, falta de flexão do membro
acometido, decúbito prolongado, dor à palpação e
dificuldade de apoio do membro². As principais causas de
claudicação são traumas, fraturas, problemas articulares,
lesões nos músculo e tendão e lesões do casco².
O casco-de-burro é uma raça rústica de suíno que tem um
casco fundido, resultando em somente um casco para apoio Figura 2: Marrã no dia 25 de setembro de 2018 depois do
do animal³. O casco fundido pode gerar muitos problemas tratamento com grau 4 de claudicação.
locomotores em granjas que apresentam instalações com
piso liso, pois o animal acaba escorregando muito e pode
levar a lesões dos membros e a claudicação.
O objetivo deste trabalho foi realizar uma análise do
desenvolvimento do caso clinico da marrã que tem o casco-
de-burro e acabou lesionando o membro posterior direito e
estava claudicando na granja da fazenda escola do UNIBH
localizado na Cidade dos Meninos São Vicente de Paulo na
cidade de Ribeirão das Neves no estado de Minas Gerais. Figura 3: Marrã no dia 10 de outubro de 2018 com grau 1 de
RELATO DE CASO E DISCUSSÕES claudicação.
O presente estudo de caso foi feito com base no
acompanhamento de uma marrã da fazenda escola do
Centro Universitário de Belo Horizonte que apresentava
claudicação.
Alunos do grupo de estudos em suínos (GESUI) do UNIBH
visitaram a granja da fazenda escola do UNIBH no dia 13 de
setembro de 2018, quando foi verificada a presença de uma
marrã de 160 quilos em decúbito lateral que hesitava em se
levantar. O tratador dos animais relatou que essa fêmea já
estava há uma semana em decúbito sem conseguir se CONCLUSÕES
levantar. De acordo com o tratador, antes de se ferir a
mesma estava em uma baia coletiva com mais uma fêmea, As instalações dos sistemas de produção de suínos devem
e durante uma briga, a marrã escorregou (por ter um casco ser construídas de forma a minimizar acidentes que
fundido) e lesionou o membro posterior direito. Foi feita uma proporcionem lesões e claudicação dos animais, o que gera
avaliação clínica da fêmea, que manifestou dor durante a grandes prejuízos econômicos. Associado a isso, animais
palpação. Realizou-se ainda flexão e extensão do membro com casco fundido apresentam dificuldade em se adaptar
4
afetado e constatou-se grau 4 de claudicação . O local em instalações de concreto liso e devem, portanto, ser
lesionado não apresentava aumento de volume e o exame descartadas do rebanho, visando não transmitir esta
físico não sugeriu fratura em nenhuma região do membro. A característica aos leitões.
sensibilidade na articulação coxal (do quadril) e o quadro
clínico apresentado era sugestivo de luxação da articulação BIBLIOGRAFIAS
coxal (do quadril). 1. Andrade.R.B; Yuri.A.G; Bueno.R. Caracterização técnica das principais
Após avaliação clínica, iniciou-se o tratamento com sintomatologias relacionadas ao descarte de fêmeas suína reprodutoras.
2012. 8p.
dexametasona na dose de 4ml IM/SID/5d. Além disso, no 2. Otto,M.R; Clive.C.G; Douglas.C.B. Clínica Veterinária um tratado de
primeiro dia do tratamento, foi administrado ainda glucanato doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos. 2000. 9.ed.
de cálcio UCB 200ml, 30ml/IM. 3.Stello, J.M. Anatomia radiográfica da mão de suíno ―casco-de-burro‖.2p.
Dez dias após o término do tratamento, a porca apresentava 4. Conceição, A.L; Sobestiansky, J; Batista, J.S.C. Boletim informativo
4 BIPERS, Lesões nos cascos e claudicações em suínos. EMBRAPA suínos e
grau 3 de claudicação , era capaz de se manter em estação, aves, 1997. 23p.
movimentava-se com dificuldade e com o dorso arqueado e APOIO: Agradeço a ajuda do Grupo de estudos em suínos – GESUI, as
apoiava o membro com a região apical do casco. A fêmea coautoras e a professora Alessandra Dias.
foi submetida a um novo exame físico e verificou-se que
havia ainda dor à palpação da articulação coxal (do quadril).
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CONSEQUÊNCIAS DA DESIDRATAÇÃO EM BEZERROS COM DIARREIA
Dayane Carolina Pinto Alves1*, Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus¹, Luiza Nascimento Golfeto¹, Michelle Pereira Tavares Moreira¹, Thaís
André Resende¹, Prhiscylla Sadanã Pires².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Os bezerros que apresentam diarreia possuem uma perda


A diarreia é considerada como uma das principais causas de de liquido pelas fezes em torno de 18 vezes maior que o
mortalidade e morbidade na criação de bezerros, provocando padrão normal, além disso, o consumo de água e leite por
grandes prejuízos econômicos na bovinocultura¹.Nessa categoria, a esses animais serão reduzidos, isso irá acarretar no
¹
diarreia pode determinar o óbito se não tiver uma intervenção assim aumento da desidratação .
que os animais apresentem os primeiros sinais clínicos³. Animais desidratados apresentam sinais clínicos de acordo
O objetivo desse trabalho é apresentar de forma sucinta os efeitos com o estágio e variações do nível da desidratação. Quando
da desidratação observada em bezerros com diarreia. apresentam perda hídrica em torno de 6% pode-se observar
MATERIAIS E MÉTODOS uma diminuição do turgor de pele, mucosas seca e saliva
O presente trabalho constituiu-se de uma revisão de mais viscosa, mas seu comportamento pode estar normal.
literatura, realizado em novembro de 2018, nos quais foram Com 8% de desidratação, ocorre uma redução mais intensa
compilados dados de artigos acadêmicos na plataforma do turgor de pele, mucosas mais ressecadas, endoftalmia
Google acadêmico, Revista Leite Integral e Embrapa. As (globo ocular mais profundo) e há mudança no
palavras chaves utilizadas foram: diarreia neonatal, comportamento como: depressão e prostração, acarretando
bezerros, desidratação. no baixo consumo de alimento. Esses sinais começam a
REVISÃO DE LITERATURA serem mais evidentes e as extremidades apresentam-se
A diarreia é caracterizada pelo o aumento da frequência de frias, as mucosas mais congestas e há um aumento do
defecação ou volume de fezes e ocorre principalmente nas tempo de perfusão¹.
primeiras quatros semanas de vida do bezerro . Essa
¹ A partir de 10% de desidratação, observa-se um quadro
patologia está associada a fatores ambientais, ás pratica de mais grave, os sinais clínicos estão mais intensos, o animal
manejo e nutrição, assim como a ampla variedade de permanece deitado por mais tempo e apresenta apatia. Aos
patógenos².Os enteropatógenos associados a essa afecção, 12% de desidratação, o animal pode vir a óbito, seus órgãos
são os vírus (Rotavirus e Coronavirus), as bactérias param de funcionar devido ao baixo nível de oxigênio nos
(Clostridium perfringens, Escherichia coli enterotogênica, e tecidos. Para tratar essa desidratação é fundamental fazer a
Salmonellaspp) e os protozoários (Cryptostoridium sp., correção hidroeletrolítica via oral para os primeiros sinais e
Eimeira spp. e Giardiassp.), além das helmintoses intravenosa para quadros mais severos, visto que a
gastrointestinais e dos fatores anti-nutricionais². fluidoterapia deve estar relacionada ao nível de perda
Figura 1:Classificação das diarreias observadas em hídrica que o animal obteve¹.
bezerros conforme etiopatogenia. Em todos os sistemas de criação de bezerros, deve-se preocupar
com a higienização, realizar uma limpeza diária do local, o
ambiente manter seco e com boa ventilação para que haja conforto
dos animais e que tenha baixa prevalência de patógenos no
ambiente, além de um bom manejo nutricional e implantar medidas
profiláticas para evitar doenças. A alimentação principal do bezerro
deve ser o leite e introduzir aos poucos o concentrado para
adaptação e estimular o desenvolvimento das papilas ruminais².
CONCLUSÕES
A diarreia é uma patologia que acomete bezerros nas suas
primeiras semanas de vida, levando ao alto índice de
mortalidade nessa fase. É preciso entender quais são os
desafios que esses animais estão enfrentando dentro da
propriedade e implementar de forma mais precoce a
hidratação desses animais para que não haja alto grau de
desidratação.

BIBLIOGRAFIAS
1. Diarreias em bezerras: causas e consequências, Revista Leite Integral,
2013.
2. Freitas, Moises Dias. Avaliação de soluções eletrolíticas orais em
Fonte: Revista Leite Integral bezerros neonatos durante o curso da diarreia. 2013.
3. Sena Oliveira, Márcia Cristina. Cuidados com bezerros recém-nascidos em
A presença de alguns patógenos provoca um quadro clínico rebanhos leiteiros. 2012.
4. Souza Chagas, Ana Carolina. Diarreia em bezerros leiteiros lactantes: a
de diarreia secretória composta pela eliminação de doença e o manejo em diferentes unidades da Embrapa, 2015.
enterócitos (células que recobre o tubo digestório), essas
células interrompem a absorção de fluidos e promove APOIO:
secreção de cloreto de sódio e água para lúmen intestinal.
Quando há o aumento dessa secreção, a absorção do
intestino grosso é inibida, ocasionando ao quadro de
diarreia. Outros patógenos podem destruir pequenas partes
das vilosidades intestinais, provocando uma redução na
absorção de água e eletrólitos³.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
CLOSTRIDIUM CHAUVOEI: PAPEL DAS TOXINAS NO CARBÚNCULO SINTOMÁTICO
Kristyelen Isabelle Cardoso Barbosa¹, Gabriella Fiuza Gomes¹, Davi Guilherme Souza¹, Samara Fernanda de Oliveira Silva¹, Prhiscylla
Sadanã Pires³
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
INTRODUÇÃO com atividade enzimática. Ela, permanece ativa após ciclos
O carbúnculo sintomático, também conhecido popularmente de congelação e descongelação, como também, em ampla
como ―mal de ano‖ ou ―manqueira‖, é uma doença infecciosa gama de temperaturas (4–50°C) e pH (4-7,5). Sugerindo,
aguda, caracterizada por miosite necrosante. Causada pelo assim, que permanecem ativas em condições desfavoráveis,
Clostridium chauvoei, que está predominantemente presente favorecendo a disseminação bacteriana, causando danos
no trato digestório dos herbívoros, a infecção está associada musculares após a propagação do C. chauvoei.
a ingestão dos esporos dessas, que permanecem latentes A toxina CctA foi descrita recentemente¹, pertence a família
na musculatura. A geração de anaerobiose intramuscular, das toxinas formadoras de poros do tipo barril-beta, da
permite a germinação bacteriana, e as células vegetativas superfamília das leucocidinas. Essas proteínas, possuem
produzem toxinas responsáveis pela lesão. A doença estrutura conservada, sendo, domínios capazes de se
acomete principalmente bovinos jovens, sendo a ligarem a receptores específicos da célula alvo, com
mortalidade em torno de 100%. O objetivo deste trabalho, é sequencia hidrofóbica, permitindo a internalização e
descrever as toxinas produzidas por esta bactéria. ancoragem da proteína, após isso, ocorre uma
MATERIAIS E MÉTODOS oligomerização, formando os poros, que culminam no influxo
7
Os dados do presente trabalho foram feitos a partir de uma de conteúdo extracelular, fazendo a lise das células .
breve revisão de literatura usando os termos: Clostridiose, Embora as toxinas anteriormente descritas tenham sido
C. chauvoei, Carbúnculo Sintomático. responsáveis pelos quadros de carbúnculo sintomático e
REVISÃO DE LITERATURA gangrena gasosa, anticorpos específicos contra CctA,
Os antígenos produzidos por C. chauvoei são divididos em protegeram 90% dos animais desafiados, neutralizando
todos os efeitos patogênicos promovidos pelo C. chauvoei.
dois grupos: antígenos celulares somáticos e flagelares; e
Esta é a primeira vez que uma vacina contra as exotoxinas
antígenos solúveis, que são as toxinas. Até pouco tempo,
apenas cinco toxinas produzidas por C. chauvoei eram do C. chauvoei foi capaz de proteger.
Figura 1: ação da toxina CctA, formando poro, com
conhecidas. No entanto, recentemente, a toxina CctA,
1 consequente influxo do conteúdo extracelular e lise da
imprescindível para ocorrência da doença, foi descrita .
célula.
A toxina alfa é uma hemolisina, descrita como uma proteína
2
necrosante e faltal . Essa toxina tem pico máximo de
produção na fase logarítmica de crescimento bacteriano,
sendo os eritrócitos de ovinos, bovinos e aves susceptíveis à
3
ação hemolítica dessa proteína . Imaginam que, isso ocorre
devido a existência ou não de receptores nas hemácias,
necessários para a ligação da toxina². A sua ação depende
da temperatura, sendo que quanto maior a temperatura,
menos toxina é requerida para fazer hemólise de eritrócitos.
Por muito tempo essa toxina foi considerada a principal
patogênica da espécie Clostridium spp;
A toxina beta é uma toxina do tipo desoxiribonuclease
(DNAse). É uma proteína termoestável, que degrada núcleo
das células musculares, participando das mionecroses
clostridiais. Essa toxina também é influenciada pela CONCLUSÕES
temperatura, pelo suprimento de carboidratos e pH; Foi possível compreender que, essas exotoxinas são fatores
A toxina gama é uma hialuronidase, são produzidas pela de virulência essenciais para a ocorrência do carbúnculo
maioria das bactérias Gram-positivas. O hialuronato, é um sintomático
dos principais constituintes do tecido conjuntivo, muscular e BIBLIOGRAFIAS
tegumentar. Assim, os patógenos que a produzem, são 1. FREY, J.; JOHANSSON, A.; BÜRKI, S.; VILEI, E. M.; REDHEAD,
capazes de causar infecções a partir da mucosa, tecido K. Cytotoxin CctA, a major virulence factor of Clostridium chauvoei conferring
protective immunity against myonecrosis. Vaccine, v. 30, n. 37, p. 5500–5505,
subcutâneo e/ou pele³. Elas conseguem destruir as 2012. Elsevier Ltd.
barreiras, constituída pela pele e tecido conjuntivo, 2. HANG‘OMBE, B. M.; KOHDA, T.; MUKAMOTO, M.; KOZAKI, S.
facilitando, assim, sua propagação. Embora a toxina gama Purification and sensitivity of Clostridium chauvoei hemolysin to various
erythrocytes. Comparative Immunology, Microbiology and Infectious Diseases,
não seja considera letal, com a destruição do tecido
v. 29, n. 4, p. 263–268, 2006.
conjuntivo, é permitida a disseminação da bactéria pelo 3. HYNES, W. L.; WALTON, S. L. Hyaluronidases of Gram-positive
tecido muscular; bacteria. FEMS Microbiology, v. 183, p. 201–207, 2000.
4 4. BRYANT, A. E.; STEVENS, D. L. The comprehensive sourcebook
A toxina delta são citolisinas tiol-ativada que atuam nas
of bacterial protein toxins. In: J. E. Alouf; M. R. Popoff (Eds.); The
membranas celulares, se oligamerizam, formando poros de comprehensive sourcebook of bactrial toxins. 1st ed., p.919–929, 2006.
5.
até 50 subunidades da toxina São proteínas sensíveis ao Londres: Elsevier.
contato com oxigênio, resultando na diminuição da ação 5. GILBERT, R. J. C. Pore-Forming toxins. Cellular anda Molecular
hemolítica; Life Sciences, v. 59, p. 832– 844, 2002.
6. HEUERMANN, D.; ROGGENTIN, P.; KLEINEIDAM, R. G.;
A neuraminidase, atua fazendo hidrólise do músculo e SCHAUER, R. Purification and characterization of a sialidase from Clostridium
endotélio. Substratos dessa proteína são encontrados chauvoei NC08596. Glycoconjugate journal, v. 8, n. 2, p. 95–101, 1991.
nesses locais, o que facilita essa ação. A produção dessa 7. REISS, K.; BHAKDI, S. Pore-forming bacterial toxins and
antimicrobial peptides as modulators of ADAM function. Medical Microbiology
toxina tem papel significativo na patogênese do carbúnculo and Immunology, v. 201, n. 4, p. 419–426, 2012.
6
sintomático . Quando ativas são compostas por três 8. Pires P.S., Relação parasito-hospedeiro na infecção de
domínios: a porção N terminal, responsável pela ligação ao macrófagos por Clostridium Chauvoei, Universidade Federal de Minas Gerais,
receptor, a central, que liga ao ácido siálico, e a C terminal 2015. Doutorado em Ciência Animal.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DERMATOFITOSE EM BOVINOS
Karoline Oliveira Sampaio1, Adriana de Castro Morais Rocha¹, Ariane Martins Alves¹, Caroline Lopes Gomes de Oliveira¹, Débora
Fernandes de Paula Vieira¹, Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus¹, Maria Clara Madureira de Lima Prado¹, Maria Luiza Tanos dos Santos¹,
Yara Mares da Silva¹, Prhiscylla Sadanã Pires².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH- Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO é o animal doente, o que torna a introdução de novos


A dermatofitose é uma doença contagiosa, com potencial animais ao rebanho original um importante fator de risco. O
zoonótico e que afeta o sistema tegumentar dos animais. animal contaminado pode disseminar a doença pelo contato
Causada por dermatófitos, como Microsporum sp, direto com outros animais e através de fômites, como
Trichophyton sp e Epidermophyton sp, essa enfermidade se materiais de trabalho, parede dos estábulos e cercas, o que
apresenta por lesões secas, arredondadas e não torna de suma importância a desinfecção dos utensílios e do
pruriginosas. (1) ambiente a que esses animais tiverem contato. (3) Ainda
que os animais se recuperem, eles podem veicular os
Apesar dos baixos índices de mortalidade, essa doença
conídios do fungo, atuando como disseminadores, tornando
possui importância, devido aos problemas causados, como
a doença prevalente na propriedade. (4)
perdas econômicas para a bovinocultura, custos de
Como foi dito anteriormente, essa é uma doença
tratamento e implicações em saúde pública. (2) Assim, o
autolimitante, que na maioria dos casos, se resolve sozinha,
objetivo desse trabalho é dissertar sobre a dermatofitose em
porém, é interessante se fazer um tratamento (Tabela 1) e o
rebanhos bovinos.
isolamento dos animais doentes para minimizar a
MATERIAIS E MÉTODOS
disseminação para outros o restante do rebanho e para as
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica usando a pessoas que tenham contato com eles. (1)
plataforma Scielo e Google Acadêmico buscando-se artigos Tabela 1: Fármacos recomendados para o tratamento contra a
de 2003 a 2018, com as seguintes palavras chaves: dermatofitose em bovinos
dermatofitose, dermatófitos, micoses, dermatofitose bovina,
Trichophyton sp, Microsporum sp.
REVISÃO DE LITERATURA
A grande parte das dermatofitoses bovinas é causada por
Trichophyton verrrucosum, Trichophyton mentagrophytes, e
infecções causadas por Microsporum canis são tidas como
raras. Esses agentes são considerados não invasivos, já
que a infecção não se dissemina para estruturas mais
profundas da pele, e queratolíticos, pois possuem
distribuição em tecidos queratinizados, como chifres,
cascos, unhas e camada córnea da epiderme, causando
autólise das estruturas fibrosas, fragmentação dos pelos e
alopecia. O sinal clássico da doença é uma lesão com área
circular de alopecia de pêlos grossos na margem e
quantidades variáveis de descamação, de localização mais
comum na cabeça, pescoço, ombros e laterais do tórax,
como apresentado na figura 1. Pode observar-se ainda
eritema e hiperpigmentação.
Figura 1: Animal infectado pelo Trichophyton verrucosum, apresentando
lesões circulares com alopecia.
Fonte: Autor
CONCLUSÕES
As dermatofitoses são micoses superficiais que podem
afetar uma grande variedade de animais, possuem potencial
zoonótico, e é muito contagiosa. Isso torna indispensável a
desinfecção dos utensílios utilizados no manejo, do
ambiente em que os animais vivem, além do controle de
Fonte: https://mycology.adelaide.edu.au novos animais adicionados ao rebanho e do tratamento dos
A dermatofitose é considerada uma enfermidade animais acometidos pela doença.
autolimitante, pois o fungo não sobrevive às constantes BIBLIOGRAFIAS
reações inflamatórias do hospedeiro. (1) Porém, durante a 1. AVANTE, M. L., CAMPOS, C. P., FERREIRA, M. M. G., MARTINS, I. C., ROSA, B. R. T,
SOUZA, G. D. P., AVANZA, M. F. B. Dermatofitose em grandes animais. Revista Científica
doença, o animal apresenta queda na produtividade, seja Eletrônica de Medicina Veterinária, 2009. Ano VII – Número 12 – Janeiro de 2009.
leiteira ou de carne, devido á baixa imunológica. (2) 2. AMARAL, C. D. P., PEREIRA, D. I. B., MEIRELES, M. C. A. Caracterização da
microbiota por fungos filamentosos no tegumento hígido de bovinos de corte - Ciência
Os agentes envolvidos na dermatofitose são zoofílicos, Rural, Santa Maria, RS, 2011.
sendo encontrado em pele hígida dos animais, no entanto, 3. SILVEIRA, E. S., NOBRE, M. O., SOUZA, L. L., FARIA, R. O., CLEFF, M. B.,
MEIRELES, M. C. A . Trichophyton verrucosum em bovinos com pele hígida e com lesões.
certos fatores predispõem sua forma patogênica, como: Acta Scientiae Veterinariae. 45-49, março de 2003.
aglomerações, umidade, calor, estresse e imunodeficiência 4. SURPILLI, F. O., GATTO, I. R. H., FRIAS, D. F. R., KOZUSNY-ANDREANI, D. I.
Ocorrência de dermatófitos em tegumento de bovinos e ovinos hígidos. Arq. Ciênc. Vet.
do animal. Portanto, a suscetibilidade do animal é Zool. UNIPAR, Umuarama, v. 21, n. 1, p. 9-12, jan./mar. 2018.
determinada pelo seu estado imunológico, e fatores que APOIO:
diminuam a resistência às infecções, como a má nutrição,
moléstia concomitante e o uso prévio de medicamentos
imunossupressivos, além dos fatores ambientais
anteriormente citados. (1) A principal fonte de contaminação
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA
Janine Torres de Figueiredo1*, Ana Júlia Araújo Vaz¹, Bárbara Faleiro dos Santos¹, Bárbara Silva Boaventura¹, Juliana de Moura Costa
Carvalho¹, Maíra Meira Nunes¹, Tatiane Ferreira de Paula¹, Maria Luiza Tanos dos Santos¹, Prhiscylla Sadanã Pires²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma zoonose causada por
um protozoário da espécie Leishmania chagasi, sendo
transmitida no Brasil principalmente pela picada da fêmea do Figura 1: Formas amastigotas de L. chagasi em punção de
inseto vetor infectado, Lutzomyia longipalpis, comumente linfonodo.
conhecido por mosquito palha. O cão é o principal
hospedeiro em ambiente urbano, e também sofre da
doença, que nos esses casos é chamada de Leishmaniose
1
Visceral Canina (LVC) .
A leishmaniose é uma doença endêmica em países tropicais
2
como o Brasil . Portanto, o diagnóstico precoce de cães
infectados é de extrema importância para que se tenha um
3
controle adequado da mesma .
O diagnóstico da LVC é um desafio principalmente pela
inespecificidade de sinais clínicos e das alterações
histopatológicas, além da dificuldade de encontrar um teste
4
diagnóstico 100% específico e sensível . Atualmente o
diagnóstico baseia-se na realização de exames laboratoriais
5
como testes sorológicos, moleculares e parasitológicos .
O objetivo deste trabalho é descrever de forma sucinta o
diagnóstico parasitológico de Leishmaniose realizado em
cães, apresentando seus pontos positivos e negativos, por Fonte: Arquivo pessoal, cedido pelo laboratório LESSA.
meio de uma revisão bibliográfica.
CONCLUSÕES
MATERIAIS E MÉTODOS A LVC é considerada um grave problema de saúde pública e
Foi realizada uma revisão de literatura utilizando pesquisas deve ser diagnosticada precocemente. O diagnóstico
feitas pelo Google Acadêmico, Scielo e Ministério da Saúde. parasitológico, apesar de invasivo e apresentar sensibilidade
As palavras chaves buscadas em artigos foram: variável, ainda é considerado como um dos melhores devido
Leishmaniose Visceral Canina, diagnóstico LVC, diagnóstico a sua alta especificidade.
parasitológico, visceral leishmaniasis, diagnostic
leishmaniasis. BIBLIOGRAFIAS
1. PORTAL MINISTÉRIO DA SAÚDE. Leishmaniose Visceral. 2018.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/leishmaniose-
visceral> Acesso em: 06 de novembro de 2018.
Os diagnósticos sorológicos reação de imunofluorescência 2. DEN BOER M, Argaw D, Jannin J, Alvar J. Leishmaniasis impact and
indireta (RIFI) e ensaio imunoenzimático (ELISA) são treatment access. ClinMicrobiolInfect. 2011 Oct;17(10):1471-7.
4 3. MAIA C, Campino L. Methods for diagnosis of canine leishmaniasis and
recomendados pelo Ministério da Saúde , porém, o
immune response to infection. VetParasitol. 2008 Dec;158(4):274-87.
parasitológico é considerado o teste ouro para o diagnóstico 4. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde.
3
da doença, uma vez que ele é 100% específico , não Departamento deVigilância Epidemiológica. Manual de vigilância e
apresentando reações cruzadas com outras doenças, como controle da leishmaniose visceral.Brasília: Ministério da Saúde, 2006. p 27-
por exemplo tripanossomíase, que ocorre esporadicamente 29.
6 5. FARIA A. R, ANDRADE H.M.Diagnóstico da Leishmaniose Visceral
quando realizado por método de RIFI . Canina: grandes avanços tecnológicos e baixa aplicação prática,
O diagnóstico parasitológico baseia-se na observação direta RevPan-Amaz Saúde 2012; 3(2):47-57.
de formas amastigotas do parasita, obtidas em material 6. GONTIJO C.M, Melo M.N. Leishmaniose Visceral no Brasil: quadro
atual, desafios e perspectivas. Rev Bras Epidemiol. 2004;7(3):338-49.
biológico, à partir de esfregaços de conteúdo aspirado de 7. FERRER L.M. Clinical aspects of canine leishmaniasis. In: Proceedings
linfonodo, medula óssea, baço, fígado, pele e sangue, se of the International Canine Leishmaniasis Forum. Barcelona, Spain. Canine
corados adequadamente usando-se colorações Guiemsa ou Leishmaniasis: an update. Wiesbaden: Hoeschst Roussel Vet. 1999, p. 6-10.
7 8. GOMES YM, Cavalcanti MP, Lira RA, Abath FG, Alves LC. Diagnosis of
Panótico® . A figura 1 demonstra formas amastigotas de L.
canine visceral leishmaniasis: biotechnological advances. Vet J. 2008
chagasi em punção de linfonodo. Jan;175(1):45-52.
Os aspectos negativos da técnica parasitológica são que
além de a coleta de material biológico ser bastante invasiva,
o método pode apresentar falso-negativos por possuir APOIO:
sensibilidade variável. A distribuição dos parasitos nos
6
tecidos não é homogênea , e as amostras de animais com
baixa carga parasitária podem passar desapercebidas pelo
8
examinador, principalmente de cães assintomáticos .
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DIAGNÓSTICOS MICROBIOLÓGICO E MOLECULAR DE RHODOCOCCUS EQUI
Mariela Arantes Bossi1*, Adriana de Castro Moraes Rocha¹, Ariane Martins Alves¹, Maria Clara Madureira de Lima Prado¹, Lidiovane
Lorena Gomes de Oliveira¹, Prhiscylla Sadanã Pires².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil – marielaarantes@gmail.com – (31)991613069
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil

7
INTRODUÇÃO rápido, preciso e de custo acessível . A presença de
Inicialmente descrito como Corynebacterium equi, o bactérias pleomórficas no interior das células é sugestiva da
Rhodococcus equi, é uma bactéria Gram-positiva, aeróbica, infecção³, nesse exame.
de hábito saprofítico no solo. Possuem propriedade de O método de reação em cadeia polimerase (PCR) é utilizado
crescimento intracelular facultativo, são álcool-acido através do aspirado traqueal ou pulmonar, para detecção do
8
resistentes¹ e oportunistas . Apresentam-se nas formas DNA bacteriano, permitindo identificar gênero, espécie e a
cocoides, cocobacilares ou bacilares, podendo se diferenciar presença ou não do gene vapA5, reduzindo o tempo para o
devido ao tempo de cultivo laboratorial². A rodococose tem diagnóstico³, podendo ser usado após o método de
distribuição mundial e, no Brasil, mostra-se como uma das isolamento. O PCR, além de ser um método rápido e
doenças mais severas na criação de potros³, além de ser relativamente de baixo custo¹, tem como vantagem uma
4
uma zoonose . Ela atinge tanto trato gastrointestinal, sensibilidade de 100%, o tornando superior ao método de
levando ao quadro de enterocolite ulcerativa, quanto o trato cultivo bacteriano, com 57,1%¹. Esse método mostra
respiratório, ocasionando uma broncopneumonia supurativa qualidades desejáveis, quando se trata de análise de
crônica com abscedação¹. amostras contaminadas, como solo e fezes, quantificando
simultaneamente o microorganismo¹.
O objetivo desse trabalho é apresentar métodos de
diagnóstico microbiológico e molecular para detecção da
Tabela 1: Comparação entre PCR com amostra de lavado
infecção por R. equi.
traqueal, PCR com amostra de fezes e cultura biológica com
MATERIAIS E MÉTODOS amostra de lavado traqueal nos quesitos sensibilidade e
Foi realizada uma busca por artigos na plataforma Scielo e especificidade em porcentagem, para R. equi.
Google Acadêmico, usando-se os seguintes termos:
Rhodococcus equi e diagnóstico de Rhodococcus equi.
Testes diagnósticos Sensibilidade(%) Especificidade(%)
Foram considerados para esta revisão os artigos em língua
portuguesa e espanhola, publicados entre os anos 2001 e PCR de lavado traqueal 100 100
2018.
REVISÃO DE LITERATURA Cultura de lavado traqueal 82 100
Como em qualquer outra afecção, o diagnóstico da
rodococose deve relacionar os achados clínico- PCR de fezes 75 100
epidemiológicos, com os resultados laboratoriais³,
moleculares e microbiológicos.
O diagnóstico microbiológico e molecular são de extrema
importância ao se tratar do R. equi, tanto na medicina CONCLUSÕES
veterinária quanto na humana, pois este agente leva a uma Conclui-se que, os métodos, microbiológico e molecular, são
sintomatologia inespecífica, além de ocasionar uma diarreia os mais eficazes no diagnóstico de R. equi, sendo eles a
severa e uma perda do parênquima pulmonar, podendo cultura bacteriológica, isolamento, citologia e PCR, aonde as
levar a morte dos acometidos. amostras utilizadas devem ser o fluido traqueal e pulmonar
A imunodifusão e o ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) ou fezes para todos anteriores, e recomenda-se a análise de
são análises sorológicas consideradas inefetivas para o mais de um método para o diagnóstico definitivo.
diagnóstico de rodococose, pois os anticorpos contra o
agente são frequentes em equinos³ e, nem sempre BIBLIOGRAFIAS
representam enfermidade¹. Por isso, os testes sorológicos 1. Oliveira LGS. Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do
disponíveis devem ser utilizados apenas para monitorar a Rio Grande do Sul, 2013, 97p. Dissertação de mestrado.
exposição da criação e não para diagnosticar potros 2. Vieira S. Facultad de Ciencias Veterinarias, Universidad Nacional
del Centro de la Provincia de Buenos Aires, 2016, 37p. Tese de graduação.
doentes³. 3. Porto ACRC, Fernandes WR, Barreira MCR. Ciência Rural, Santa
A cultura bacteriológica advinda do aspirado traqueal e Maria, 2011, Dez.41(12); 2143-2150.
pulmonar ou das fezes coletadas do animal, é realizada com 4. Fernandes MC et al. Radiologia Brasileira, 2014, Mai/Jun.47(3);XI-
o intuito de isolar a bactéria, contudo, esta pode ter XIII.
5. Gressler LT. Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de
resultados variáveis, já que nem sempre há sucesso no Santa Maria, 2013, 81p. Dissertação de mestrado.
isolamento. O sucesso ou não deste, dependerá do 6. Possebon KF, Fraga DR, Beck C. Salão do Conhecimento,
conteúdo nutricional do meio de cultura, do estágio de Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, 2014,
5p.
crescimento do agente inoculado e da ausência de outros 7. Fernandes WR et al. ARS Veterinaria, 2011.27(2); 073-079.
microrganismos competidores. Em vista da dificuldade 8. Ribeiro MG, Filho ASC, Listoni FJP. Ciência Rural, Santa Maria,
nesse método, deve-se utilizá-lo paralelamente a outro 2001.31(5); 889-892.
complementar³. De acordo com Krewer (2008), o cultivo
APOIO:
bacteriológico deve ser feito com meios específicos, como
NANAT (nalidixic acid novobiocin actidione-cycloheximide
potassium telurite) ou CAZ-NB (agar ceftazidima-
novobiocina), porque os dois possuem antimicrobianos que
irão inibir contaminantes, favorecendo assim a seleção da
bactéria R. equi³.
Outra forma de isolamento é através da citologia feita com o
lavado transtraqueal ou das fezes coletadas. É um método
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DISTRIBUIÇÃO DA DIARREIA VIRAL BOVINA NO REBANHO BRASILEIRO ENTRE 2009 A 2014
Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus1*, Débora Fernandes de Paula Vieira1, Karoline Oliveira Sampaio1, Maria Clara Madureira de Lima
Prado1, Yara Mares da Silva1, Ariane Martins Alves1, Maria Luiza Tanos dos Santos1, Darlene Souza Reis¹, Prhiscylla Sadanã Pires2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professora do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO concentrados principalmente na região Sul (Paraná, Santa


A diarreia viral bovina (BVD) é uma doença que causa Catarina e Rio Grande do Sul), Sudeste (SP, RJ e Espirito
importantes perdas econômicas na bovinocultura além de Santo) e Nordeste (Paraíba, Maranhão e Sergipe) que são
estar disseminada mundialmente e é endêmica em muitos as regiões de polo da bovinocultura brasileira (Figura 1).
5 Figura 1: Distribuição dos casos notificados ao Ministério da
paises . Os objetivos desse trabalho foram estimar a
Agricultura Pecuária e Abastecimento de Diarreia viral bovina no
incidência e a distribuição de casos de BVD no Brasil de Brasil entra 2009 e 2014
2009 a 2014 de acordo com a OIE.
MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo realizado utilizou como base de dados: Revista
pesquisa veterinária brasileira, dados do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e dados
apresentados pela Organização Mundial de Saúde Animal
(OIE) que foram compilados por ano para se estimar
incidência e por estado para se estimar a distribuição. As
palavras chaves utilizadas na busca foram: diarreia viral
bovina, bovine viral diarrhea, vírus da BVD, é o período
temporal de escolha da pesquisa foi de 2005 a 2018.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A BVD comete principalmente bovinos e ovinos, mas Flores, relata em 2005 que no Rio Grande do Sul, foram
também outros ruminantes domésticos e selvagens da descritos 3 surtos de doenças com quadros clínicos-
ordem Artiodactyla ². O vírus da diarreia bovina (BVDV) patológico compatíveis com a infecção pelo BVDV, o que
possui os biótipos não citopáticos, que são mais prevalentes caracteriza o alto número de casos notificados no estado e
e os biótipos citopáticos que são mais raros. O BVDV causa na região Sul (95,40% dos casos notificados). É de suma
infecções transitórias e acomete animais imunocompetentes importância a notificação dos casos confirmados de BVD
exposto a qualquer um dos dois biótipos. Neste caso, o vírus para que haja controle da doença no país com a aplicação
irá causa linfopenia, leucopenia e imunodepressão e de medidas de defesa sanitária, eliminando os animais
induzirá a resposta imune que geralmente e capaz de infectados, além de fins epidemiológico de distribuição
debelar a infecção, ocorrendo a soroconversão². Já na geográfica da doença.
infecção persistente, vacas prenhas não imunizadas A vacinação contra BVD no Brasil tem sido utilizada de
adquirem o BVDV no início da gestação e durante a viremia maneira profilática, reduzindo a circulação do vírus e evitar a
o vírus pode atravessar a placenta infectando o feto (40-120 infecção fetal, mas a vacinação ainda não é uma muito
dias)¹, que se torna imunotolerante e passa a reconhecer os empregada pelos produtores, visto que a mesma é uma
6
antígenos virais como próprios¹. Ao nascer, esse bezerro se exceção à regra .
torna persistentemente infectados e disseminador do vírus². CONCLUSÕES
Nesse animal, a infecção geralmente é subclínica, levando O vírus da Diarreia viral bovina está circulante no território
queda no desempenho reprodutivo, mas pode haver Brasileiro e para a erradicação ser alcançadas o
infecções agudas e até severas que leva o animal ao óbito ². conhecimento sobre a infecção deve ser empregado junto
Conforme a instrução normativa nº 50, de 24 de setembro de com medidas profiláticas e a eliminação de animais
2013, a diarreia viral bovina, é consideração uma doença persistentemente infectados.
que requer notificação mensal de qualquer caso confirmado. BIBLIOGRAFIAS
No Brasil, esta doença vem sendo descrita desde 1968 é em 1. SANTOS, Adriana S. et al. Clinical, pathological, immunohistochemical and viral aspects
of five calves persistently infected with bovine viral diarrhea virus in a farm of Rio Grande
2017 o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Sul, Brazil. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 31, n. 10, p. 885-892, 2011.
confirma a presença da doença conforme sua situação 2. ALMEIDA, Laura Lopes de. Vírus da diarreia viral bovina: detecção e aspectos
epidemiológicos. 2010.
sanitária (Gráfico 1). 3. Organização Mundial de Saúde Animal. Acessado em 31 de outubro de 2018. <
Gráfico 1: Incidência de Diarreia viral bovina no Brasil entra 2009 e http://www.oie.int/ >
4. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Acessado em 06 de novembro de
2014, segundo notificações apresentadas ao Ministério da 2018. < www.agricultura.gov.br >
Agricultura Pecuária e Abastecimento. 5. Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 50,
de 24 de setembro de 2013. Altera a lista de doenças passíveis da aplicação de medidas
de defesa sanitária animal prevista no art. 61 do regulamento do serviço de Defesa
sanitário animal, publicado pelo decreto nº 24.548, de 3 de julho de 1934.
6. SANTOS, Adriana S. et al. Clinical, pathological, immunohistochemical and viral aspects
of five calves persistently infected with bovine viral diarrhea virus in a farm of Rio Grande
do Sul, Brazil. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 31, n. 10, p. 885-892, 2011.
7. FLORES, Eduardo Furtado et al. A infecção pelo vírus da Diarréia Viral Bovina (BVDV)
no Brasil: histórico, situação atual e perspectivas. Pesquisa veterinaria brasileira. Rio de
Janeiro, RJ. Vol. 25, n. 3 (jul./set. 2005), p. 125-
134, 2005.
APOIO:

No gráfico 1, a incidência de BVD entre 2009 e 2014 teve


acréscimos, principalmente em 2013, e esses casos estão
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ESPOROTRICOSE EM FELINO: RELATO DE CASO
Bárbara Silva Boaventura1*, Ana Júlia Araújo Vaz1, Bárbara Faleiro dos Santos1, Janine Torres de Figueiredo1, Juliana de Moura Costa
Carvalho1, Maíra Meira Nunes1, Tatiane Ferreira de Paula1, Caroline Lopes Gomes de Oliveira¹, Phriscylla Sadanã Pires2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil- barbarasilvaboaventura@gmail.com- (31) 993798886
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO apresentado por felinos com esporotricose, pode variar de


2
A esporotricose é uma micose subcutânea cujo o agente lesão única até lesões múltiplas e sistêmicas . No felino do
1
causal é o fungo dimórfico Sporothrix schenckii . A infecção caso relatado, foi realizado exame citológico, pelo método
é adquirida usualmente pelo contato da pele com as áreas imprint, que para os felinos é muito útil, pois são nas lesões
onde este microrganismo cresce, como os solos ricos em cutâneas onde o fungo tem maior taxa de proliferação e a
matéria orgânica, casca de árvores e em locais quentes e cultura foi realizada com a finalidade de confirmar a
úmidos. A doença acomete vários animais domésticos, presença do fungo. Apesar disso este procedimento leva em
principalmente felinos, que são as fontes mais notáveis de média 4 dias para apresentar-se como uma colônia
transmissão da esporotricose para seres humanos. A filamentosa com pigmento escuro na borda. Iniciou-se o
infecção é considerada uma zoonose grave provocando tratamento com itraconazol 30 mg/kg por 60 dias por via oral
2
lesões de pele .A inoculação do fungo se dá através do e no retorno a clínica a paciente não apresentou melhora no
contato com o solo a partir do escavar e encobrir os dejetos quadro clínico. Decidiu-se continuar o tratamento com
com terra (hábito dos felinos), pela mordedura e itraconazol com uma dose de 50 mg/kg e adicionou-se
arranhadura. Após a entrada do agente no tegumento, é iodeto de potássio 18 mg/kg por 60 dias, para depois fazer
estabelecido o período pré-patente, de duração variável (3 a uma nova avaliação. Entretanto, na reavaliação a tutora
1
84 dias, com média de 21 dias) . Os sinais clínicos que o relatou dificuldades em administrar o medicamento,
felino pode apresentar depende de alguns fatores, como o intercalando e diminuindo o período prescrito, porém houve
tamanho do inóculo, profundidade da inoculação traumática, uma melhora discreta na lesão da narina. Durante este
a tolerância térmica da cepa e o estado imunológico do tempo de tratamento os outros animais dos tutores
3
hospedeiro . Este trabalho tem como objetivo descrever as apresentaram sinais clínicos de infecção pelo fungo. E
principais características clínicas de um caso de decidiu-se mudar a dose de itraconazol para 100 mg/Kg por
esporotricose felina, em Belo Horizonte, Minas Gerais. via oral por mais 30 dias ou até o desaparecimento dos
sinais clínico. Posteriormente aos quatro meses de
RELATO DE CASO
tratamento a paciente apresentou uma melhora do quadro
Foi atendido em uma clínica particular de Belo Horizonte, em como apresentado na Figura 1.B). Em consequência do
Junho de 2018, um felino, fêmea, sem raça definida, aparecimento dos sinais clínicos dos outros animais a
domiciliada e pesando3 kg. certeza da melhora do quadro da paciente só será possível
ao término do tratamento dos outros animais. O itraconazol
é um agente antimicótico para o tratamento da esporotricose
por possuir amplo espectro de ação e poucos efeitos
colaterais. A dose pode ser de até 100mg/kg, com boa
tolerância e levando à cura em até 90 dias, mas pode ser
3
prolongado o tratamento em até um ano . O iodeto de
potássio foi prescrito para a complementação do tratamento,
porém é necessário conhecer o histórico do paciente para
saber a dose que poderá ser utilizada. Em função da
sensibilidade dos felinos a este antifúngico que possui um
Figura 1: A) Felino, fêmea, apresentado lesão na narina 5
limite de segurança de até 20 mg/Kg .
direita com úlceras. B) Após 4 meses de tratamento.
CONCLUSÕES
Após a anamnese do paciente observou-se secreção sero- Conclui-se que, conforme exame laboratorial e sinais
sanguinolenta no olho direito, lesão na narina direita com clínicos apresentados pelo felino, demonstraram que se
ulceras e obstrução total, além de lesões na gengiva. Na infectou pelo fungo Sporothrix schenckii. O tratamento com
ausculta pulmonar havia presença de sibilo. A felina não é antifúngico apresentou resultados satisfatórios.
vacinada, não havia feito o teste para FIV/FELV e possui
contato com outros gatos em casa, que segundo a tutora BIBLIOGRAFIAS
não apresentavam nenhum sinal clínico. Na casa da tutora 1. Larsson, C. (2011). Esporotricose. In: Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci, 3rd ed.
possui vários vasos de planta espalhados onde os gatos São Paulo: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, pp.250-259.
escavam a terra e caixas de areia. Foi prescrito Amoxicilina 2. Ristow L. Esporotricose felina. 1st ed. Belo Horizonte: Tecsa Diagnósticos
Pet; 2015.
(0,80 mL por via oral) e Prednisona (1/4 de um comprimido 3. Barros MBL, Schubach TP, Coll JO, Gremião ID, Wanke B, Schubach A.
de 5 mg, via oral) por 10 dias e o colírio Predifort (1 gota a Esporotricose: a evolução e os desafios de uma epidemia. Rev Panam Salud
cada 12 horas, via ocular) por 7 dias e retornar a clínica. No Publica. 2010;27(6):455–60.
retorno analisou-se que a lesão na narina não houve 4. Oliveira, M.M.E. Identificação e análise filogenética de espécies do gênero
Sporothrix isoladas em area endêmica de esporotricose no Estado do Rio de
melhora, mas a secreção ocular e as lesões da gengiva Janeiro. Rio de Janeiro ,2009. 67f. Dissertação[ Mestrado em Pesquisa
apresentaram uma melhora considerável. A utilização do Clínica em Doenças Infecciosas] – Instituto de Pesquisa Clínica Evandro
antibiótico Amoxicilina foi para a infecção ao redor da úlcera, Chagas.
5. Sena, P M. Uso do iodeto de potássio no tratamento da esporotricose em
a Prednisona nesta dose foi utilizada como um anti- felinos domésticos (Feliscatus domesticus, linnaeus, 1758) naturalmente
inflamatório e o colírio Predifort teve ação anti-inflamatória infectados: análise clínica e das funções hepáticas, renal e tireoidiana. 2011.
devido a secreção ocular apresentada. Foi realizado uma [45 f.]. Dissertação (Programa De Pós-Graduação Em Medicina Veterinária)
citologia pelo método de imprint que apresentou estruturas Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, [Seropédica-RJ].
semelhantes ao fungo S. schenckii, e logo após foi realizado
uma cultura para confirmação do resultado. O quadro clínico Apoio: Dr. Guilherme Coelho Ferreira
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ESPOROTRICOSE EM MÉDICO VETERINÁRIO – RELATO DE CASO
Jaqueline Paula Xavier Cunha1*, Thaís Guimarães Leão1, Luiza Nascimento Golfeto1, Nathalia Stefanie Leite de Moraes1, Roger Fabricio
Ferreira 2, Prhiscylla Sadanã Pires3
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Graduado em Medicina Veterinária – FEAD - Belo Horizonte – MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO forma de um cordão endurecido que seguia pelos vasos


A esporotricose é uma micose profunda, subaguda ou linfáticos até os linfonodos axilares e apareceram lesões em
crônica, causada na maior parte dos casos, por implantação outras partes do corpo. O M.V. recebeu alta após melhora
traumática do fungo Sporothrix schenckii na pele. A do quadro continuando com o mesmo tratamento, obteve
contaminação com o fungo pode ocorrer através de melhora progressiva, desaparecimento das lesões e a
atividades com terra, madeira plantas ou também por dosagem do itraconazol foi reduzida para 200 mg/dia.
transmissão zoonótica, onde a principal forma de Contudo houve recidiva das lesões, o infectologista
contaminação é através de arranhadura e/ou mordedura de prescreveu o aumento da dose novamente para 400 mg/dia
1,2
gatos domésticos. As lesões são geralmente restritas à durante 30 dias e após esse período permanecer com a
pele, tecido subcutâneo e vasos linfáticos adjacentes. dosagem de 200 mg/dia por 6 meses. Segundo Moura et al.
3
Eventualmente, este fungo pode disseminar-se através da (2018) A esporotricose é tradicionalmente conhecida como
pele ou para outros órgãos como articulações, sistema doença do jardineiro, hoje tem um grande potencial
nervoso e pulmões. A esporotricose pulmonar ainda é uma zoonótico, pois o número de gatos domésticos infectados é
doença incomum, possivelmente pela falta de conhecimento enorme. Levando aos profissionais da área (veterinários e
1
e por ser confundida com a tuberculose. O objetivo do auxiliares) e proprietários a ter uma pré-disposição a se
presente trabalho é relatar um caso de esporotricose em um infectar com a doença. Exatamente como aconteceu com o
médico veterinário de Belo horizonte, contribuindo com M.V. relato acima.
informações importantes para os profissionais da área que
estão pré-dispostos a se infectar com este fungo. Figura 1: Vesículas iniciais na mão esquerda do M.V.
RELATO DE CASO E DISCUSSÕES
Um médico veterinário (M.V.), de 30 anos de idade,
profissional ativo na região de Belo Horizonte, sofreu
arranhadura na mão esquerda ao auxiliar em um
atendimento de um gato SRD, macho, recentemente
resgatado das ruas. O animal apresentava lesões
ulcerativas por todo o corpo que ao exame citológico
constatou-se estruturas compatível com o fungo Sporothrix
schenckii, confirmando diagnóstico para esporotricose.
A arranhadura ocasionada pelo gato na mão do M.V. foi
superficial, transcorrendo por processo de cicatrização em
sete dias, evoluindo após uma semana para um quadro de Fonte: Arquivo pessoal
tosse e manifestação de pequenas vesículas adjacentes
eritematosas e edemaciadas no local da cicatriz.(Fig.1) Figura 2: Lesões ulceradas na mão esquerda do M.V.
Baseando-se nos sinais clínicos e histórico apresentado pelo
M.V, médicos que atenderam o caso o diagnosticaram com
esporotricose e infecção das vias aéreas superiores sem
correlacionar os dois diagnósticos e sem realizar qualquer
exame laboratorial, prescrevendo como protocolo
terapêutico o uso de amoxicilina com clavulanato por sete
dias e itraconazol 100 mg por 90 dias. Segundo Silva et al.
1
(2017) Existe uma falta de preparo dos médicos ao lidar
com a esporotricose humana, o que não difere dos
Fonte: Arquivo pessoal
profissionais da área da saúde que ao atender o M.V. não
CONCLUSÕES
buscaram um diagnóstico preciso do problema respiratório e
utilizaram um tratamento empírico no paciente. Após o A esporotricose humana vem acometendo inúmeras
termino da antibioticoterapia, as lesões ulceraram, pessoas em Belo Horizonte, onde a principal forma de
aumentaram de tamanho e começaram a drenar secreção transmissão tem sido através de gatos domésticos. A falta
(FIG. 2), ocorreu febre alta e o quadro de tosse se agravou. de informação a respeito da doença é um fator importante
Devido ao agravamento do quadro, o médico veterinário foi na disseminação da mesma, onde pessoas resgatam e
internado em um hospital, onde procederam com raio-x e atendem animais contaminados a todo o momento e não
tomografia, constatando-se parênquima pulmonar integro fazem ideia que tais lesões presentes no animal se tratam
com espessamento dos brônquios e em exame físico de Esporotricose, pois pode ser confudidas com outras
observou-se linfonodomegalia na axila esquerda. No dia doenças, onde o risco de contagio é extremamente alto.
seguinte à internação, ao ser atendido por um médico BIBLIOGRAFIAS
1. Silva R. et al. Esporotricose pulmonar: Relato de caso. Revista Rede de
infectologista, esse constatou o quadro de esporotricose Cuidados em Saúde ISSN (2017).
disseminada, aumentando a dose do itraconazol de 100mg 2. Peter J. et al. A esporotricose e seu impacto social. Vittalle – Revista de
para 400 mg/dia e prescreveu o uso de nebulização durante ciências da saúde (2016)
a noite. O M.V. permaneceu internado por seis dias, nesse 3. Moura A. et al. Esporotricose, Protocolo de enfrentamento da doença em
Belo Horizonte/ Prefeitura de Belo Horizonte (2018).
período apresentou um quadro de fraqueza, dores intensas APOIO: PETSHOP REI DA FLORESTA.
pelo corpo, as lesões cutâneas criaram um caminho na
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ESTOMATITE VESICULAR
Maria Clara Madureira de Lima Prado1*, Caroline Lopes Gomes de Oliveira1, Darlene Souza Reis1, Débora Fernandes de Paula Vieira1,
Karoline Oliveira Sampaio1, Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus1, Maria Luiza Tanos dos Santos1, Yara Mares da Silva1, Prhiscylla Sadanã
Pires2.
1 *mariaclara.mlp@gmail.com
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO O período de incubação da doença é dentro de um a três


A estomatite vesicular (EV) é uma zoonose, de notificação dias. Dentre seus sinais clínicos (apenas 10-15% dos
obrigatória, causada por um vírus da família Rhabdoviridae, animais adultos apresentam) podemos citar: sialorreia,
gênero Vesiculovirus. De rápida disseminação, a EV febre, vesículas na língua, lábios, tetas e cascos
acomete animais biangulados (bovinos, suínos) e ungulados (principalmente no epitélio da coroa do casco). As lesões
(1)
(equinos), além de e de seres humanos , sendo nas tetas, em bovinos, podem levar à perda parcial ou total
(2) (1)
considerada endêmica nas Américas . da função mamária . Se não houver infecção secundária,
(2) (3)
Esta doença causa grandes perdas econômicas , devido à as lesões se curam dentro de duas semanas .
queda na produção animal e à semelhança dos seus sinais Em humanos, os sinais clínicos aparecem depois de dois
clínicos com a febre aftosa, levando à embargos comerciais dias e se parecem com os da gripe comum, tais como, dores
(1) (1)
de animais e seus subprodutos . musculares e de cabeça, náuseas e vômitos .
O objetivo desse trabalho é apresentar e explicar o leitor Por ter sinais clínicos muito semelhantes à febre aftosa, o
sobre a EV através de uma revisão de literatura. diagnóstico deve ser feito o mais rápido possível; podendo
ser por: isolamento viral - por fixação de complemento e
MATERIAIS E MÉTODOS ensaio imunoenzimático, isolamento e cultivo -, técnica de
Realizou uma consulta em artigos científicos e trabalhos de PCR ou RT-PCR (não evidenciam a infecção ativa) ou
conclusão de curso, datados de 2002 a 2018, selecionados sorologia (teste de ELISA, fixação de complemento e vírus
através de busca no banco de dados do scielo e google neutralização). Os materiais utilizados para o isolamento
academics. As palavras chave foram: estomatite vesicular são: secreções orofaríngeas, fluídos presente nas vesículas,
(1,3)
bovina. epitélios oral e podal .
A interdição da fazenda e quarentena, para evitar a
REVISÃO DE LITERATURA disseminação do vírus, além do controle de insetos, medidas
O agente etiológico da EV é um vírus da Família de higiene e melhora no manejo dos animais são as
(5)
Rhabdoviridae, gênero Vesiculovirus, RNA fita simples, medidas de controle e profilaxia que devem ser adotadas .
(1) O tratamento é suporte, apenas para evitar infecções
envelopado e com capsídeo em forma de projétil . (5)
Há dois tipos de vírus, o New Jersey e Indiana, esse último secundárias .
(4)
possui três subtipos: Indiana I, Indiana II e Indiana III .
Sua forma de transmissão e o modo que se mantém no CONCLUSÕES
ambiente durante os surtos [endêmicos e epidêmicos, que Segundo Stefano, a presença de anticorpos após quatro ou
(2)
acontecem repentinamente durante o verão ] não foram até oito anos, indica a persistência do vírus no animal de
(2,3,4)
totalmente elucidados , mas sabe-se que a transmissão uma forma capaz de fazer uma produção contínua de
(2)
pode ser pelo contato direto entre animais infectados e não- anticorpos .
infectados, fômites e por vetores [o vírus foi isolado em Fazem-se necessários novos estudos acerca da
mosquitos do gênero Phlebotomus e Aedes em alguns etiopatogenia dessa doença e o papel dos artrópodes e
(2)
estudos , sendo essa uma evidência de que o vírus de EV animais silvestres no ciclo da estomatite vesicular, já que
(4) (2)
é um arbovírus, ou seja, é transmitido por insetos] . são poucos os estudos na literatura nacional .
De acordo com estudos, há a possibilidade de transmissão
do vírus da EV entre insetos infectados e não-infectados, BIBLIOGRAFIAS
quando estes se alimentam de um mesmo animal não- 1. STEFANO, E., de, et. Al., Revisão Bibliográfica Estomatite
(6) Vesicular, Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.69, n.3, p.127-133, jul./set., 2002.
virêmico .
2. STEFANO, Eliana, de, et. Al., Pesquisa de anticorpos contra o
vírus da Estomatite Vesicular em bovinos de corte criados na região de
Figura 2 Patogenia da Estomatite Vesicular Araçatuba, Estado de São Paulo, Brasil em 2000, Brazilian Journal of
Veterinary Research and Animal Science (2003) 40:29-35.
3. FREITAS, Elaine Bernardino, et. Al., Estomatite Vesicular –
Revisão de Literatura, REVISTA CIENTÍFICA ELETÔNICA DE MEDICINA
VETERINÁRIA, Ano VI – Número 11 – Julho de 2008.
4. ARRUDA, Roberto C.N. de, et. Al., Investigação epidemiológica de
Estomatite vesicular por achados clínicos em bovinos e equinos no Estado do
Maranhão, Pesq. Vet. Bras. 35(5):391-395, maio 2015.
5. GOV.BR, Ministério publica orientações sobre estomatite vesicular,
2017, disponível em: http://www.brasil.gov.br/economia-e-
emprego/2014/07/ministerio-publica-orientacoes-sobre-estomatite-vesicular,
acesso: outubro 2018.
6. Manual de Procedimentos para Atenção às Ocorrências de Febre
Aftosa e Outras Enfermidades Vesiculares- PANAFTOSA, Rio de Janeiro:
PANAFTOSA - OPAS/OMS, 2007, p. 27.

Fonte: Autor

APOIO:
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
FORMAS DE INFECÇÃO DA HABRONEMOSE EQUINA
Ariane Martins Alves1, Karoline Oliveira Sampaio1, Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus1, Maria Luiza Tanos dos Santos1, Mariela Arantes
Bossi1, Yara Mares da Silva1, Ana Paula Pereira Neves Ferreira,
Prhiscylla Sadanã Pires3.
1
Graduando em Medicina veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Mestranda em Parasitologia – UFMG – Belo Horizonte - MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO evidente. Para a minimização da ocorrência desta doença


A habronemose é uma doença conhecida popularmente deve-se implantar o calendário sanitário nos animais da
como ―ferida de verão‖ causada por larvas de nematóide tropa ou do haras na forma tática com a estratégia de
Habronema spp. tendo como seus vetores a mosca vermifugação três vezes ao ano em janeiro, abril e outubro
doméstica (Musca domestica) e a mosca de estábulo por exemplo. O fármaco mais utilizado é a ivermectina, um
(Stomoxys calcitrans). É uma doença de grande importância antiparasitário que irá matar os vermes adultos e larvas que
na equideocultura, pois afeta o valor zootécnico, a estética e estão presentes no animal diminuindo a ocorrência de
o bem-estar dos animais. Para diminuir a incidência desta larvas L1 no ambiente e consequentemente as infecções.
doença precisa-se ficar atento ao calendário sanitário do Outra medida associada ao controle dessa parasitose diz
haras e controlar a população de moscas nas propriedades respeito ao manejo de esterco em baías e piquetes visto que
e ao seu redor. O objetivo do presente estudo consiste em a alta eficiência da transmissão de Habronema spp por
elaborar uma breve revisão sobre a habronemose e citar a moscas está diretamente associada à alta abundância
suas formas de infecção. desses insetos infectados em ambientes de criação de
equinos. Sendo assim, deve-se eliminar potenciais
MATERIAIS E MÉTODOS criadouros de moscas. Sugere-se também que os tratadores
escovem o equino no mínimo uma vez por dia para redução
Esse estudo tem como referência artigos científicos e livros
da incidência de parasitismo por lambedura.
acadêmicos para descrever e compreender o ciclo de vida
do parasita e as devidas formas de infecção. O critério de
Figura 1: Ciclo explicativo adaptado da Habronemose
inclusão se da pela descrição do ciclo de vida do parasita e
relato de casos confirmados da doença já o critério de
exclusão foi não se adequar aos parâmetros completos e
objetivas citadas acima; as palavras chaves utilizadas para s
pesquisa foram habronemose em equinos e Habronema.

REVISÃO DE LITERATURA
As nematóides fêmeas adultas de Habronema spp. fazem a
ovipostura de ovos embrionados, que são eliminados com
as fezes, ou há a eclosão de larvas L1 no intestino que são
então eliminadas. As moscas M. domestica e S. calcitrans
são consideradas hospedeiros intermediários deste parasito.
Em condições ideais de umidade, de temperatura e de
oxigenação as larvas do parasito (L1 ) permanecem viáveis
no ambiente sendo ingeridas por larvas do hospedeiro
intermediário, ocorrendo o desenvolvimento de ambas
concomitantemente. Além disso, moscas adultas podem
ingerir larvas L1 misturadas à matéria orgânica presente no
excremento. Após uma a duas semanas de desenvolvimento
CONCLUSÃO
as larvas migram do trato digestivo em direção as peças
bucais da mosca, sofrem mudas e tornam-se larvas L3 A habronemose e uma doença de fácil disseminação que de
infectantes. Durante a alimentação das moscas o contato fato justifica pelas suas formas de infecção com a larva L1
com equino propicia que as larvas infectantes (L3) sejam se torna viável no ambiente e a larva L3 que reside nas
depositadas, geralmente, próximo às junções muco- moscas e contribui o que aumenta a sua incidência no
cutâneas (infecção cutânea), feridas previamente abertas, verão.
lábios, olhos e regiões cronicamente úmidas ocasionando o
ciclo errático. BIBLIOGRAFIAS
1. C. COLLOBERT-LAUGIER, ° C. LAMIDEY, ° N. BRISSEAU, ° C.
O equino pode se infectar também por via oral, através MOUSSU and ° N. HAMET.: Prevalence of stomach nematodes. Revue Méd.
ingestão direta de L3 ou deglutição de moscas infectadas Vét., 2000,151, 2, 151-156
presentes na água ou alimentos. As larvas L3 que são 2. SMITH, B.P. Tratado de medicina interna de grandes animais. 1
ingeridas pelo equino alcançam o estômago (habronemose ed. São Paulo: Manole, v.2, 1994.
3. MURO, Luis Fernando Ferreira, et al: Revista cientifica eletrônica
gástrica) onde tornam-se adultos, completando seu ciclo de de medicina veterinária – ISSN: 1679-73. Ano VI – Número 11 – Julho de
vida. Já as larvas que não completam a migração para o 2008 – Periódicos Semestral
estômago podem causar lesões granulomatosas na pele e 4. SILVA, Thayná Oliveira, et al .: Habronemose Cutanea Equina-
Relato de Caso.Revista cientifica Medicina Veterinária -ISSN 1679 -7353 Ano
olhos (habronemose cutânea e/ou ocular), e, raramente, XIV -Número 29 – Julho de 2017 – Periódico Semestral.
vísceras.
A migração continuada da L3 resulta em uma reação
inflamatória pruriginosa, podendo ocasionar auto-mutilação
resultante de necrose tecidual e calcificação das L3. Essas
lesões com prurido intenso, não cicatrizante, causam
incomodo aos animais, sendo este o sinal clínico mais
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ETIOPATOGÊNESE DA MENINGOENCEFALITE NECROSANTE EM BOVINOS
Renata Mercês Drumond¹, Prhiscylla Sadanã Pires²
1
Graduando em medicina veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO de encontrar lesões histológicas, comumente, encefalite e


O herpesvírus tipo 5 (HVB-5) é o agente causador da meningite não supurativa, polioencefalomalacia e
6
meningoencefalite, que gera grandes perdas no rebanho e corpúsculos de inclusão eosinofílicos em astrócitos .
extenso impacto econômico¹. Sendo transmitido por via Existem alguns métodos de diagnóstico, como a
intranasal e/ou conjuntival, posteriormente, acomete o imunoperoxidase e o PCR que são mais ágeis e
encéfalo, o que define o HVB-5 como um vírus específicos, quando comparado ao outro teste que seria de
2
neurotrópico, causando sinais neurológicos agudos². A isolamento viral em cultivo de células de bovinos de
8
meningoencefalite necrosante em bovinos, é uma doença linhagem renal .
de caráter infeccioso de alta letalidade e ocorre de forma Herpesvirus tipo 5
Citotóxico Apoptose
esporádica, acometendo principalmente animais jovens¹ e ( infecção)

dificilmente bovinos em confinamento³. Clinicamente, pode


ser confundida com outras doenças que envolvem o
sistema nervoso, como por exemplo, raiva, pseudoraiva, SNC
Acúmulo de ATP no
Málacia
meio extracelular
polioencefalomalácia e intoxicação por sal, entre outras.
Ao que tudo indica, o único hospedeiro natural é o bovino,
que contribui como origem de infecção e contaminação no Diminuição da
Codifica enzimas do hidrólise do ATP ou Sinais clínicos
rebanho². O objetivo deste estudo visa explicar a ácido nucléico trifosfato de neurológicos.
etiopatogênese da meningoencefalite, uma vez que, causa adenosina

prejuízos para o produtor.


MATERIAL E MÉTODOS CONCLUSÃO
O critério de inclusão foi realizado através de uma revisão A meningoencefalite bovina é uma doença neural causada
bibliográfica baseada em artigos e livros referentes a pelo HBV-5 que possui uma alta relevância por haver
doença. Estes, foram encontrados por meio de uma quase 100% de letalidade, não tendo caráter sazonal e
pesquisa com os termos herpesvírus tipo 5, nem predileção por raça ou sexo. A maioria das encefalites
meningoencefalite necrosante, neurotrópico, não possui um diagnóstico definitivo, sendo mais
etiopatogênese, patogenia. investigado por pesquisadores. Portanto, a
REVISÃO DE LITERATURA meningoencefalite é a segunda maior causa infecciosa
envolvendo esses quadros em bovinos, apresentando um
O vírus é classificado na família Herpesviridae, sub-família
importante diagnóstico diferencial para raiva.
Alphaherpesvirinae. A infecção ocorre pela cavidade nasal
ou conjuntival, em seguida, acomete o bulbo olfatório e
REFERÊNCIAS
córtex olfatório, migrando para o gânglio trigêmeo, no qual
sofre um período de latência afetando também a ponte e o ¹ RIET-CORREA, Gabriela et al. Meningoencefalite e polioencefalomalacia
córtex cerebral. Dependendo do grau de evolução o vírus causadas por Herpesvírus bovino Herpesvírus bovino-5 no Estado do P-5 no
consegue se disseminar e invadir todo sistema nervoso Estado do P-5 no Estado do Pará1. Pesq. Vet. Bras, v. 26, n. 1, p. 44-46,
7 2006.
central rapidamente e eficaz . No decorrer da infecção
² Livro de Patologia Veterinária; Renato de Lima Santos; Antonio Carlos
aguda, o animal possui uma excreção viral através de Alessi; 2010.
secreções nasais, que dificilmente transcende o período de 3
ELIAS, Fabiana; SCHILD, Ana Lucia; RIET-CORREA, Franklin.
incubação de 10-12 dias. Comumente, o maior título de Meningoencefalite e encefalomalacia por Herpesvírus bovino-5: distribuição
carga viral é detectado entre 3 -4 dias do período de das lesões no sistema ner-5: distribuição das lesões no sistema ner-5:
9 distribuição das lesões no sistema nervoso central de bovinos naturalmente
incubação . Especificamente, a replicação viral vai ocorrer infectados1. Pesq. Vet. Bras, v. 24, n. 3, p. 123-131, 2004.
no núcleo celular. A lise da célula infectada faz com que 4
BELTRÃO, Nilzane et al. Infecção e enfermidade neurológica pelo
aconteça a produção da nova progênie viral infecciosa. O herpesvírus bovino tipo 5 (BHV-5): coelhos como modelo experimental.
HBV-5 codifica enzimas presentes no metabolismo do ácido Pesquisa veterinaria brasileira. Rio de Janeiro, RJ. Vol. 20, n. 4
10 (out./dez. 2000), p. 144-150, 2000.
nucléico , como NTPDase e 5 -nucleotidase, fazendo com 5
que ocorra uma diminuição da hidrólise do ATP e ADP. SANCHES, Adrien Wilhelm Dilger et al. Doenças do sistema nervoso
central em bovinos no Sul do Brasil. Pesq. Vet. Bras, v. 20, n. 3, p. 113-118,
Verifica-se também uma extensão da atividade 2000.
11
ectonucleotidásica em sinaptossomas de hipocampo . Os 6
HALFEN, Daniza Coelho et al. Immunogenicity of bovine herpesvirus type-
animais infectados ficam debilitados agudamente, em geral, 5 vaccines formulated in different ways. Ciência Rural, v. 30, n. 5, p. 851-
macroscopicamente, pode não haver lesões 856, 2000.
7
patognomônicas. Quando aparentes, apresentam hiperemia BELTRÃO, Nilzane et al. Infecção e enfermidade neurológica pelo
herpesvírus bovino tipo 5 (BHV-5): coelhos como modelo experimental.
das meninges e áreas de malácia, caracterizadas por Pesquisa veterinaria brasileira. Rio de Janeiro, RJ. Vol. 20, n. 4
vacuolização da neurópilo e presença de numerosos (out./dez. 2000), p. 144-150, 2000.
neurônios eosinofílicos¹. Também podem ser observados de 8
FLORES, Eduardo Furtado; DONIS, Ruben Omar. Isolation of a mutant
forma sistêmica, atingindo sistema digestório com lesões MDBK cell line resistant to bovine viral diarrhea virus infection due to a block
in viral entry. Virology, v. 208, n. 2, p. 565-575, 1995.
ulcerativas, hepatomegalia, pericardite e pneumonia². Os 9
FLORES, Eduardo Furtado et al. Neuropatogênese experimental da
sinais clínicos da meningoencefalite assemelham-se à de infecção pelo herpesvírus bovino tipo 5 em coelhos. Pesquisa veterinaria
outras doenças neurológicas. O material coletado para o brasileira. Rio de Janeiro, RJ. Vol. 29, n. 1 (jan. 2009), p. 1-16, 2009.
diagnóstico é o encéfalo fixado no formol a 20% e realizado 10
CLAUS, Marlise Pompeo; ALFIERI, Alice Fernandes; ALFIERI, Amauri
cortes transversais seriados, coletando fragmentos do Alcindo. Herpesvírus bovino tipo 5 e meningoencefalite herpética
bovina. Semina, v. 23, p. 131-141, 2002.
córtex parietal, temporal e occipital e frontal, cápsula do 11
SILVA, Cássia Bagolin da et al. Infecção experimental por Herpesvírus
colículo rostral e caudal, pedúnculos cerebelares, cerebelo, bovino tipo 5 em coelhos: efeitos no sistema purinérgico e perfil
ponte e medula¹. A coleta é enviada para o laboratório, a fim oxidativo. 2015. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Maria.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
FATORES QUE INFLUENCIAM NA EFICIÊNCIA DA COLOSTRAGEM DE BOVINOS NEONATOS
Daniele Cristine de Oliveira Freitas1*, Alexandre Ferreira Sturzeneker1, Gabriel Rodrigues Franco da Cruz1,
Larissa Soares Ramos 1, Luiz Felipe Justiniano Gonçalves1, Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira2,
Prhiscylla Sadanã Pires2, Breno Mourão de Sousa2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Outro fator a ser considerado é a raça. Vacas Holandesas


A criação de bezerros constitui a fase mais crítica e apresentam menor concentração de anticorpos no seu
determinante sobre o futuro de uma exploração leiteira. O colostro (6%) quando comparadas a concentrações de
bezerro neonato é imunologicamente mais vulnerável, colostro de outras vacas de leite de raças como Pardo Suíço
6
especialmente pela menor competência imunológica devido e Jersey (8 a 9%) .
à súbita transferência de um ambiente estéril para um Um estudo demonstrou que não houve diferença estatística
ambiente com potencial patogênico e, principalmente, ao com relação ao tipo de parto e os teores séricos de
fato de não ter transferência transplacentária de anticorpos proteínas totais (PT) dos bezerros com 24 horas de vida, no
4
durante a gestação . entanto constatou-se diminuição das concentrações séricas
Os níveis de anticorpos na circulação são insignificantes no de PT (inferiores a 5,0 g/dL) à medida que a duração dos
bezerro recém-nascido, fazendo com que ele dependa partos aumentava indicando inadequada absorção das Ig
2
inteiramente da transferência de imunidade passiva materna colostrais .
via colostro para sobrevivência e higidez nas primeiras Além da qualidade do colostro, para garantir a transferência
semanas de vida. Logo após o nascimento, é imprescindível dessa imunidade, é importante analisar a quantidade de
à execução de práticas de manejo a fim de garantir colostro fornecido e o momento que este será fornecido em
adequada absorção de imunoglobulinas (Ig) provenientes do relação ao nascimento.
1
colostro . O presente trabalho tem como objetivo apresentar A quantidade de colostro ingerida deve ser suficiente para
uma revisão de literatura a fim de expor e discutir os que ocorra o estímulo e a saturação do potencial de
possíveis fatores que influenciam na absorção de Ig durante absorção. O fornecimento de 0,5 ou 1 litro de colostro o mais
a colostragem de bovinos neonatos. rápido possível após o nascimento não ativa todo o potencial
MATERIAIS E MÉTODOS de absorção de Ig, enquanto que a ingestão de 2 litros não
O estudo foi elaborado a partir de pesquisa literária em só aumenta significativamente a transferência de Ig para a
plataformas de busca online usando as palavras-chave: circulação do neonato, como satura o potencial de absorção
4
colostro, imunoglobulinas, anticorpos e proteínas totais. Para das células .
obter as informações as buscas foram filtradas com enfoque O tempo entre nascimento e fornecimento do colostro
nos dados referente ao Brasil e para o período de 2002 a também deve ser observado para que se obtenha eficiência
2017. no processo de colostragem. Há um rápido declínio na
RESULTADOS E DISCUSSÃO eficiência de absorção de anticorpos após o nascimento,
O colostro é uma secreção produzida glândula mamária da isso se deve ao fato de que com o passar do tempo as
vaca, rica em Igs de classes e afinidades distintas que são células intestinais rapidamente se tornam impermeáveis a
anticorpos e há considerável aumento na produção de
absorvidas de forma integra e funcional pelas células
proteases intestinais que promovem degradação proteica de
epiteliais do intestino delgado do neonato, principalmente
nas regiões média e caudal desse órgão .
1 anticorpos. Assim, bezerros que não recebem colostro nas
primeiras 12 horas de vida, não consegue mais absorver
6
anticorpos suficientes para a garantia imunidade adequada .
Tabela 1. Concentração percentual, classes e funções das
A ocorrência de patologias no aparelho mamário também
imunoglobulinas presente no colostro e suas funções.
torna à ingestão de Ig insuficiente. Por isso, recomenda-se à
Classe Concentração Função principal que neonatos, filhos de vacas com mastite sejam separados
Opsonização de antígenos e da mãe e que o fornecimento de colostro ocorra através de
IgG 70-80% mamadeiras ou sondas esofágicas .
4
.ativação do sistema complemento
Opsonização e aglutinação de CONCLUSÓES
IgM 10-15%
antígenos Foi observado que as Igs derivadas do colostro são de
IgA 10-15% Proteção de mucosas. extrema importância para minimizar gastos e mortes desde
o início da criação de bezerros. Contudo para que tais
benefícios sejam garantidos é necessário que haja ingestão
Alguns fatores podem influenciar a concentração de Igs no precoce e colostro de alta qualidade.
colostro, dentre eles: efeitos genéticos e raça, idade da BIBLIOGRAFIAS
matriz, nutrição, variação hormonal fisiológica da parturiente, 1. BESSI, R.; PAULETTI, P.; D´ARCE, R. D.; NETO, R. M. Absorção de Anticorpos do
ordem de lactação, pré ordenha e mastite. Concentrações Colostro em Bezerros. I. Estudo no Intestino Delgado Proximal. R. Bras. Zootec., v.31, n.6,
p.2314-2324, 2002.
inadequadas de Ig, influenciam negativamente na 2. GASPARELLI, E. R. F.; CAMARGO, D. G.; YANAKA, R.; PERRI, S. H. V.; NOGUEIRA,
imunização passiva de bezerros. G. P.; LISBOA, J. A. N.; FEITOSA, F. L. F. Teores séricos de proteína total, imunoglobulina
g e cortisol em bezerros nelore, ao
A idade da vaca é um dos fatores que influenciam na nascimento e às 24 horas de vida: influência do tipo e da duração dos partos.
qualidade do colostro, visto que em média as concentrações Jaboticabal,SP ,v.25, n.3, 120-124, 2009.
4.GORINO, A. C. Cuidados essenciais ao bezerro neonato nas primeiras 24 horas de vida.
de anticorpos são maiores em vacas mais velhas (>8%) do Botucatu 2011.
que em novilhas de primeira cria (5–6%). Além disso, vacas 5.TEIXEIRA, V. A.; NETO H. do C. D.; COELHO3 S. G. Efeitos do colostro na transferência
de imunidade passiva, saúde e vida futura de bezerras leiteiras. Vol. 14, Nº 05, set./out.de
mais velha produzem colostro com maior diversidade de 2017, ISSN: 1983-9006. 2017.
anticorpos do que vacas mais jovem, já que as primeiras 6.WATTIAUX, M. A. Criação de novilhas-do nascimento a desmama. Essenciais em Gado
de Leite—Criação de Novilha, Babcock Instituto.
têm mais tempo de cria-los.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
FOTOSSENSIBILIZAÇÃO EM BOVINOS CAUSADO PELO PITHOMYCES CHARTARUM
Bruna Pimenta Dias de Andrade1, Isabella Beatriz de Souza Zanon1, Julia Macholl Brant1, Gabriel Torres Pires Ferreira1, Prhiscylla Sadanã
Pires2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO um estado fotodinâmico pela luz ultravioleta causando a


O Brasil possui cerca de 845 milhões de hectares, dos quais fotossensibilização (4).
177 milhões são ocupados por pastagens. A bovinocultura A sintomatologia clínica é caracterizada por inapetência,
de corte brasileira tem nas pastagens a principal fonte de excitabilidade, prurido, lacrimejamento, edema de barbela e
alimento para o rebanho e entre as forrageiras utilizadas edema dos flancos e da prega caudal. (1). As lesões
destacam-se as gramíneas do gênero Brachiaria (3). A acontecem em lugares onde é maior a incidência de raios
fotossensibilização é uma sensibilidade da pele à luz solar, solares, lugares com menos pigmentos de melanina, ou
que acontece por causa da interferência de fatores químicos onde a pelagem é menos densa. Dessa forma é comum
(administração de algumas drogas) ou fatores biológicos. observar as lesões nos focinhos, pálpebras, nos sinais
Nesse caso, interessa-se pelo último fator, o qual tem como brancos da cabeça, rodete coronário, canela e quartela, nos
agente infeccioso o fungo P. chartarum. Ele ou seus esporos tetos, úberes, períneo, orelha e dorso. Inicialmente, há
podem estar infestando uma pastagem de B. decumbens, e eritrema e edema, seguidos de formação de vesículas,
através da ingestão dessa forrageira, poderá começar o exsudação, necrose e descamação. (1). As lesões
processo de fotossensibilização. O objetivo do trabalho é a histopatológicas caracterizam-se por uma dermatite
analisar a patogenia causada pelo fungo nos bovinos. necrótica crônica, envolvendo as orelhas e a pele em geral,
hepatite periportal crônica focal, com intumescimento dos
MATERIAIS E MÉTODOS hepatócitos e retenção biliar nestas células e nos
Foi realizado uma revisão bibliográfica onde utilizamos os canalículos biliares, aumentando o número de neutrófilos
termos fotossensibilização, bovinos, intoxicação; lesões dispersos pelo parênquima hepático e nos rins, ligeiro
cutâneas como indexadores da busca. Dos artigos obtidos, infiltrado inflamatório mononuclear intersticial e
com base na pesquisa foram utilizados todos do ano 2005 a degeneração, com ocasional hiperplasia de grupos de
2018. túbulos (1).

RESULTADOS E DISCUSSÕES
A Brachiaria decumbens é muito utilizada como forrageira
CONCLUSÕES
devido ao seu rápido crescimento e alta produção de
matéria seca. Cerca de 95 milhões de hectares de A fotossensibilização muitas vezes não é perceptível pelo
pastagens cultivadas no Brasil são de Brachiaria spp., proprietário do animal, por falta de conhecimento, bem como
desse total, aproximadamente 25 milhões de hectares sua causa e suas consequências. O conhecimento e manejo
possuem B. decumbens, com isto a Brachiaria é a forrageira de pastagens é muito importante, evitando o fornecimento
mais importante no Centro-Oeste, Sudeste e Norte do de uma forrageira de qualidade inferior. A
Brasil (3). Apesar das várias vantagens da sua utilização, fotossensibilização é causa de diversos sinais clínicos,
a B. decumbens está associada à ocorrência de surtos de assim deve-se ficar atento para que essa enfermidade seja
fotossensibilização em diversas partes do mundo (2). tratada no início, evitando maiores prejuízos.
Fotossensibilização é uma dermatite que ocorre devido à
sensibilidade exagerada das camadas superficiais da pele à BIBLIOGRAFIAS
luz (4). Inicialmente, acreditava-se que o único agente 1.BORGES, L.H.A.; DOMINGUES, M.; MATTEI, S.S.; MIYAZAWA, M.K.;
SINCINETTI, J.M. Fotossensibilização secundária pela ingestão de brachiária
causador da fotossensibilização hepatógena era o fungo em bovino. Revista científica eletrônica de medicina veterinária. Periodicidade
Pithomyces chartarum, produtor da toxina esporidesmina semestral, edição número 5, julho de 2005, ISSN 1679-7353.
mas, atualmente, sabe-se que a B. decumbens e a B. 2.SATURNINO, K.C.; MARIANI, T.M.; BARBOSA-FERREIRA, M.
et al. Intoxicação experimental por Brachiaria decumbens em ovinos
brizantha podem, também, causar a fotossensibilização (4). confinados. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.30, n.3, p.195-202, 2010.
A B. decumbens contém saponinas esteroidais litogênicas 3.RIET-CORREA, B. et al . Brachiaria spp. poisoning of ruminants in Brazil.
que induzem a formação de cristais no sistema biliar (3). A Pesq. Vet. Bras., Rio de Janeiro , v. 31, n. 3, p. 183-192, Mar. 2011 .
Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
clorofila, ingerida pelos animais por meio das plantas, é
736X2011000300001&lng=en&nrm=iso>. access on 16 Nov. 2018.
metabolizada em filoeritrina pelo intestino e bactérias e, http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2011000300001.
posteriormente, é conjugada no fígado e eliminada. Devido à 4.MOREIRA, Nei et al. FOTOSSENSIBILIZAÇÃO HEPATÓGENA EM
lesão hepática causada pela formação dos cristais, a BOVINOS POR INGESTÃO DE BRACHIARIA DECUMBENS. Archives of
Veterinary Science, [S.l.], v. 23, n. 1, mar. 2018. ISSN 1517-784X. Disponível
conjugação e eliminação da filoeritrina ficam prejudicadas e em: <https://revistas.ufpr.br/veterinary/article/view/41659>. Acesso em: 16
está se acumula em vasos periféricos, onde é ativada para nov. 2018. doi:http://dx.doi.org/10.5380/avs.v23i1.41659.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
HÉRNIA UMBILICAL EM LEITÕES
Núbia Pâmela Fonseca Santos¹, Alessandra Silva Dias²
1Graduando em Medicina Veterinária– UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil, nubia-pamela@hotmail.com
2 Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO saco herniário, introduzindo o conteúdo para dentro da


Hérnia umbilical ocorre devido a uma má formação do anel cavidade
umbilical onde haverá a passagem de uma alça intestinal.
abdominal. No estudo feito com os anéis, de 10 animais
As hérnias umbilicais podem ser causadas por falhas no
testados 8 não obtiveram retorno [3].
manejo com leitões após o parto, como a cura de umbigo,
O preparo do animal para o pré-abate não leva em
podendo ser também congênita ou seja, transmitido por
consideração o bem-estar [5]. Estes leitões, deveriam ser
fêmeas ou machos. Esta patologia poderá acometer os dois
manejados de maneira distinta, ou seja, avaliando o
sexos, porém, é mais comum nos machos [3].
tamanho da hérnia e posteriormente separados dos demais
O melhoramento genético tem sido amplamente utilizado animais sadios, diminuindo assim o nível de estresse e
para tentar produzir raças que não expressem condições incomodo abdominal.
genéticas que resultem na expressão desta característica, Um estudo mostrou que as lesões no saco herniário são
reduzindo assim sua incidência nos rebanhos.[3]. maiores no momento do transporte pré-abate pois quando o
Animais que apresentam a patologia são notados animal deita durante a viagem outros animais podem
normalmente no momento do abate, gerando desvalorização pisotear acidentalmente o saco herniário [5].
de carcaça e prejuízos econômicos para o produtor, além da Estudos genômicos mostram que as causas genéticas são
redução de ganho de peso que também ocorre como predominantes e que as hérnias podem variar dependendo
consequência da presença da hérnia [1]. O diagnóstico da das raças e linhagens utilizadas sabendo que as raças que
hérnia ocorre pela palpação da região umbilical com o são mais acometidas é Duroc e Yorkshire, [3,4].
animal em decúbito dorsal [1].

MATERIAIS E MÉTODOS
No presente trabalho foi realizada uma revisão de literatura,
desenvolvida por meio da busca de artigos científicos.
Foram utilizados sites de busca PubMed e Google
Acadêmico e as palavras- chave utilizadas foram Bem-estar,
hérnia, leitão. O levantamento de artigos foi feito no intervalo
de publicação entre os anos de 2014 a 2018.

REVISÃO DE LITERATURA
Hérnia umbilical é causada pela protrusão de uma alça
intestinal pelo anel umbilical, sendo de ocorrência comum
em leitões.
A hérnia pode ser classificada como verdadeira ou falsa. A
verdadeira possui a presença do conteúdo, do saco Fonte: Fazenda Escola UniBh
herniário e anel herniário. A hérnia falsa é somente o defeito
CONCLUSÕES
na cavidade abdominal com o conteúdo.
A hérnia pode ser classificada também como irredutível e A hérnia umbilical é de origem multifatorial, sendo sua maior
redutível, onde a irredutível na palpação não retorna para prevalência de origem genética. O tipo de manejo com os
dentro na cavidade, ela se mantem firme. A hérnia redutível animais desde o nascimento até a terminação deve ser
se apresenta sem resistência volta para a cavidade levado em consideração para evitar o desenvolvimento da
abdominal com facilidade e depois de algum tempo será hérnia, respeitando sempre o bem-estar.
expressa novamente no abdômen. [1] Está em estudo o melhor tratamento para hérnia umbilical,
Quando pequena a hérnia não é notada, o animal sendo assim para que se evite está patologia no rebanho é
desenvolve e cresce junto com outros animais do mesmo realizar seleção genética de matrizes e reprodutores.
lote, porém seu desenvolvimento e ganho de peso é inferior
comparado a outros animais do mesmo lote. Contudo ao BIBLIOGRAFIAS
perceber um animal com hérnia umbilical o mesmo deverá 1. Atkinson. M Et al. EVALUATION OF THE EFFECT OF UMBILICAL HERNIAS ON
ser descartado [1]. PLAY BEHAVIORS IN GROWING PIGS, Canadian Veterinary Medical Association,
Disponível Em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5603916/ Acesso dia
Suínos com hérnia umbilical tem o comportamento diferente 21 de outubro de 2018
dos outros animais sadios. Eles procuram ficar mais quietos, 2. Icaro Daniel Alves Dos Santos Souza, TRATAMENTO DE HÉRNIA UMBILICAL EM
SUÍNOS COM ENXERTO ALÓGENO DE CARTILAGEM AURICULAR. Minas Gerais,
não interagem com os demais e ficam deitados na maior 2018. Disponível em: https://even3storage.blob.core.windows.net/anais/81518.pdf
parte do tempo, fato que está associado à dor ocasionada 3. L. Pommerehn, HÉRNIAS: PATOGENIA E CAUSAS EM LEITÕES. Porto Alegre/RS
2014. Disponível em:
pela hérnia [1], interferindo no seu bem-estar [4]. https://www.researchgate.net/profile/Karine_Takeuti/publication/324890772_Hernias_
O diagnóstico é feito segundo [3] por meio de palpação onde patogenia_e_causa_em_leitoes/links/5ae99ff7a6fdcc03cd903e12/Hernias-patogenia-
e-causa-em-leitoes.pdf. Acesso dia 18 de outubro de 2018.
se observa se a hérnia é redutível ou irredutível. 4. V. L. Lago et. al, IDENTIFICATION OF GENETIC REGIONS ASSOCIATED WITH
Diferenciando também de abcessos, tumores ou eventração, SCROTAL HERNIAS IN A COMMERCIAL SWINE HERD. Veterinary sciences, 2018.
Disponível em: www.mdpi.com/journal/vetsci. Acesso dia 21 de outubro de 2018.
que no caso do suíno é raro. 5. Schild. Aa. L.S, DO UMBILICAL OUTPOUCHINGS AFFECT THE BEHAVIOUR OR
O melhor tratamento ainda está em discursão, mas existe CLINICAL CONDITION OF PIGS DURING 6 H HOUSING IN A PRE-TRANSPORT PICK-
UP FACILITY?. Denmark 2015. Disponível em: www.elsevier.com/locate/yrvsc.
uma técnica onde se utiliza um anel elástico em volta do Acesso dia 23 de outubro de 2018.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
IMPACTO SOBRE O USO DE ANTIMICROBIANO NA PRODUÇÃO ANIMAL
Débora Fernandes de Paula Vieira1*, Karoline Oliveira Sampaio1, Mariela Arantes Bossi1, Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus1, Yara Mares
da Silva1, Maria Clara Madureira de Lima Prado1,
Maria Luiza Tanos dos Santos1, Ariane Martins Alves1, Prhiscylla Sadanã Pires2.
1
Graduando em medicina veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
Autor para correspondência – Débora Fernandes de P. Vieira: debora_veterinaria@hotmail.com

INTRODUÇÃO alterações a longo prazo, manifestando as resistências aos


Na produção animal usa-se antimicrobianos com a finalidade antimicrobianos adquiridas essencialmente por conjugação
1 4
de tratamento, de profilaxia , e já foram usados como ou mutação dos genes bacterianos . A transferência desses
2
promotores de crescimento . Para esses fins, as penicilinas, genes é principalmente de forma horizontal, ocorrendo em
1
cefalosporinas, macrolídeos, aminoglicosídeos, tetraciclinas poucas horas, como demostrado na imagem 1 .
2
e quinolonas são as principais classes de escolha . Como
esses fármacos são parcialmente metabolizados no
organismo do animal, eles podem contaminar o ecossistema
1
aquático e terrestres favorecendo a resistência bacteriana .
O objetivo desse trabalho é apresentar as principais
consequências da utilização indiscriminada dos
antimicrobianos na produção animal.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas plataformas de Para que ocorra a diminuição da resistência é necessário
busca Scielo e Google Acadêmico, usando-se as palavras que as prescrições veterinárias se tornem mais cautelosas,
3
chaves produção animal, antimicrobiano, impacto ambiental ao se tratar dos antibióticos . Sua exigência pode ser
e resistência bacteriana. Foram selecionados artigos na minimizada à medida que estabeleça na produção animal a
língua portuguesa publicados entre os anos 2004 e 2018. prevenção de infecções e melhorias nas técnicas de manejo
1
REVISÃO DE LITERATURA sanitário . Além disso, pode–se obter programas de
Os antimicrobianos possuem mecanismos de ação vigilância para fiscalizar o uso indiscriminado nas
4
específicos para cada classe . Podendo atuar diretamente propriedades. Caso seja essencial o uso dessas medicações
2
na parede celular ou na replicação cromossômica, também a recomendação é que prescreva de espectro reduzido ,
alterando a permeabilidade de membrana e inibindo a utilize testes de sensibilidade antimicrobiana e administre
3
2
síntese proteica ou dos ácidos nucléicos . nas doses corretas dentro do tempo estabelecido .
Após a metabolização, essas substâncias são excretadas Atualmente, não é utilizado o uso de antimicrobianos na
2
através da urina e das fezes, que ao serem usadas na dieta dos animais de produção . Para substitui-los são
adubação representam uma das principais vias de utilizados probióticos, prebióticos ou simbióticos auxiliando
3
disseminação ambiental . Os compostos químicos podem se na redução dos resíduos tanto no ambiente quanto nos
5
apresentar bioativos no ambiente, tanto na forma do produtos de origem animal .
composto original quanto parcialmente metabolizado, sendo Os antibióticos de uso veterinário apresentam elevado peso
encontrados no solo e nas águas conduzidos pelo molecular e diferentes grupos funcionais ionizáveis, por essa
2
escoamento ou absorvidos pelos tecidos vegetais . A taxa razão há necessidade de pesquisa especificas visando a
de metabolização desses medicamentos varia de acordo contaminação ambiental e a sustentabilidade na
com a base do antimicrobiano conforme demostrado na agropecuária tendo como foco principal a preservação do
1
1
tabela abaixo, a dosagem, a espécie e a idade do animal . meio ambiente .
CONCLUSÕES
Conclui-se que é importante contribuir em ações que
permitem diminuir a transferência de genes resistentes, a
contaminação microbiana dos alimentos de origem animal e
do ecossistema, reduzindo assim os riscos para a saúde
humana.
BIBLIOGRAFIAS
1.REGITANO, Jussara Borges; LEAL, Rafael Marques
Pereira. COMPORTAMENTO E IMPACTO AMBIENTAL DE ANTIBIÓTICOS
A transferência desses fármacos para o ambiente é USADOS NA PRODUÇÃO ANIMAL BRASILEIRA. 2010. 16 f. Tese
interferida pela taxa de metabolização no organismo do (Doutorado) - Esalq, Departamento de Solos, Usp, Piracicaba - Sp, 2009.
2. ANDREOTTI, Renato; NICODEMO, Maria Luiza Franceschi (Ed.). Uso de
animal, sendo que quanto maior essa taxa, menor o peso Antimicrobianos na Producão de Bovinos e I Desenvolvimento de
molecular dessas partículas e consequentemente menor a Resistência - EMBRAPA. 21. ed. Campo Grande, Ms: Issn 15 17-3 747,
1
contaminação ambiental . Vale ressaltar que essas 2004.
moléculas apresentam um baixo potencial de bioacumulação 3. ARIAS, Mônica Vicky Bahr; CARRILHO, Cláudia Maria Dantas de
2 Maio. Resistência antimicrobiana nos animais e no ser humano. Há
possuindo uma maior mobilidade no solo . motivo para preocupação? 2012. 16 f. Tese (Doutorado) - Curso de
As plantas eventualmente absorvem essas drogas, sendo Medicina Veterinária, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010.
assim, ao serem utilizadas como alimento esses compostos 4. FIOL, Fernando de Sá del et al (Org.). Perfil de prescrições e uso de
antibióticos em infecções comunitárias.Campinas: Revista da Sociedade
podem ser transferidos para os consumidores, adquirindo Brasileira de Medicina Tropical, 2010.
potencial de causar uma série de efeitos variando de acordo 5. SCHWARZ, KÁ Tia Kalko. SUBSTITUIÇÃO DE ANTIMICROBIANOS POR
1
com a natureza, concentração e mobilidade do composto . PROBIÓTICOS E PREBIÓTICOS NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE
A toxicidade dos antibióticos nos organismos terrestres e CORTE. 2002. 59 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Medicina Veterinária,
Ufpr, Curitiba, 2002.
aquáticos é devido principalmente a exposição prolongada a
baixas doses, além da associação de vários resíduos que
3 APOIO:
podem apresentar ações biocidas . Os organismos expostos
aos resíduos moleculares destas medicações podem sofrer
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
IMPORTÂNCIA DA CRIPTOSPORIDIOSE COMO CAUSA DE DIARREIA EM BEZERROS
Yara Mares da Silva1, Ariane Martins Alves¹, Débora Fernandes de Paula Vieira¹, Karoline Oliveira Sampaio¹, Lidiovane Lorena Gonçalves
Jesus¹, Maria Clara Madureira de Lima Prado¹, Prhiscylla Sadanã Pires².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO fina que se rompem no intestino e são capazes de iniciar um


A criptosporidiose é uma das causas mais comuns de novo ciclo no hospedeiro e oocistos de parede espessa que
diarréia e atraso no crescimento em bezerros de até um mês são eliminados no ambiente pelas fezes. A esporulação
de idade. Causada por um protozoário oportunista do gênero ocorre in sito, desenvolvendo quatro esporozoítos. (3).
Cryptosporidium, sendo que Cryptosporidium parvum é uma
das principais espécies envolvidas. Figura 1:
Atualmente, o Cryptosporidium foi ranqueado como quinto,
entre os 24, mais importantes parasitos transmitidos por
alimento aos seres humanos. Apesar da importância desta
enfermidade, seu diagnóstico não é rotina na maior parte
das propriedades no Brasil. Isso se deve ao pequeno
tamanho do oocisto de C. parvum, que dificulta a
visualização em exames coproparasitológicos de rotina.
Este trabalho tem como objetivo elaborar uma breve revisão
de literatura sobre criptosporidiose em bezerros, dando
enfoque ao C. parvum.

MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma revisão de literatura utilizando pesquisas
feitas pelo Google Acadêmico e Scielo. Buscando artigos do
Como agravante, a disseminação do agente é garantida,
período de 1990 a 2017, com as seguintes palavras chaves:
uma vez que, há uma dificuldade de prevenção da
criptosporidiose, criptosporidiose em bezerros, C. parvum,
contaminação ambiental e uma ausência de medidas
Criptosporidium sp., diarreia em bezerros.
terapêuticas eficazes.
No trato gastrintestinal dos animais acometidos por C.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
parvum, é observado que a diarréia pode ser decorrente de
São descritos dois quadros clínicos para a infecção em dois mecanismos. O primeiro envolve uma diarreia má
bezerros: um de enterite aguda, com grave diarreia, absorsortiva devido a indução de uma grave atrofia das
desidratação e perda de peso, acometendo principalmente vilosidades. Esta atrofia é causada pela perda de
bezerros em lactação, e outro assintomático, associado à enterócitos, com consequente retração da vilosidade para
diminuição na produção de leite, comum em animais manter uma barreira epitelial. A hiperplasia das criptas
desmamados e jovens adultos. Os bezerros neonatos ocorre em função da substituição das células epiteliais
podem se infectar logo após o nascimento, com perdidas, no entanto, em infecções mais graves, pode
aproximadamente três dias, e eliminar oocistos em maior ocorrer rompimento da barreira epitelial. O outro mecanismo
quantidade na segunda semana de vida. Embora mais envolvido é uma diarreia secretória causada pela
comum em bezerros pode acometer também bovinos criptosporidiose e ocorre devido a vários fatores, como
adultos. aumento da substância P e de prostaglandinas. Durante a
O ciclo de vida do Cryptosporidium spp é semelhante ao de infecção pelo C. parvum, a produção de substância P, um
outros coccídeos com algumas particularidades quanto à neuropeptídio e transmissor de dor localizado em áreas de
resistência aos fármacos, localização no enterócito e inflamação, causa elevação da secreção de íons de cloreto
capacidade de auto-infecção. (1). e má absorção de glicose.
O principal mecanismo de transmissão do Cryptosporidium
spp para bezerros é através dos oocistos presentes nas CONCLUSÕES
fezes que contaminam o ambiente e água. A infecção se dá
No Brasil, são escassos os trabalhos relacionados a
através da ingestão do oocisto, após a ingestão do oocisto,
criptosporidiose em bovinos, devido a isso existe uma
na passagem pelo trato gastrointestinal, a exposição à
necessidade da realização de estudos para determinar um
acidez do estômago e em seguida aos ácidos biliares,
diagnóstico mais eficiente e conhecer melhores formas de
ocorre então a liberação dos esporozoítos que se aderem às
tratamento.
células epiteliais da região íleo-cecal. (Figura 1). Quando os
esporozoítos aderem às células epiteliais, são englobados
BIBLIOGRAFIAS
por microvilosidades, formando um vacúolo parasitóforo. 1. PRESTWOOD, A. K. Cryptosporidiosis. In: Greene, E.J. Infections
Após a fixação na célula, ocorrem modificações estruturais diseases of the dog and cat. Philadelphia. W.B.Saunders, 847-853, 1990.
no ápice da célula hospedeira e no parasita com formação 2. JR, Sergio F. Vargas et al. Surto de criptosporidiose em bezerros no Sul
da organela de nutrição localizada intracelular do Rio Grande do Sul1. Pesq. Vet. Bras, v. 34, n. 8, p. 749-752, 2014.
3. JORGE, J. G. C. Produção de IgY anti-Cryptosporidium parvum e estudo
extracitoplasmática. Os esporozoítos diferenciam-se em do comportamento da resposta humoral de bezerros com criptosporidiose
trofozoítos e inicia-se a multiplicação. São formados dois induzida. 2017. 94f. Tese. Belo Horizonte, Universidade Federal de Minas
tipos de merontes (tipo I e tipo II). O tipo I apresenta seis a Gerais.
4. FEITOSA, Francisco Leydson Formiga et al. Importância de
oito merozoítos e o tipo II, quatro merozoítos. Os merozoítos Cryptosporidium spp. como causa de diarréia em bezerros. Pesquisa
tipo I podem originar novos merozoítos iguais ou do tipo II. Veterinária Brasileira, p. 452-456, 2008.
Os merozoitos tipo II parecem dar origem à fase sexuada do 5. WILMSEN, Maurício Orlando; ROSALINSKI-MORAES, Fernanda.
ciclo ou gametogonia com diferenciação em microgametas e Criptosporidiose em ruminantes: revisão. PUBVET, v. 6, p. Art. 1307-
1312, 2016.
macrogametas. Após a fertilização ocorre formação do
zigoto, dando origem à oocistos auto-infectantes de parede
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
APOIO:
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
INCIDÊNCIA DE BRUCELLA ABORTUS EM MINAS GERAIS (2013-2017)
Yara Mares da Silva1, Ariane Martins Alves¹, Débora Fernandes de Paula Vieira¹, Karoline Oliveira Sampaio¹, Lidiovane Lorena Gonçalves
Jesus¹, Maria Clara Madureira de Lima Prado¹, Prhiscylla Sadanã Pires².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO ainda problemática. Com um total de 790 casos no Brasil,


A brucelose é uma doença bacteriana que acomete o temos os estados de maior densidade animais Segundo a
homem e outras espécies animais, sendo principalmente Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne
veiculada por meio da ingestão de leite ou queijo não (ABIEC) com os maiores números de casos de B.abortus.
pasteurizados, que estejam contaminados com Brucella Todos os estados com número maior ou igual a 12 casos
abortus. nos anos de 2013 a 2017, estão entre os 15 estados com
Essa bactéria também determina a brucelose bovina e maior densidade animal em 2015. Um exemplo é o estado
bubalina e compromete o sistema reprodutivo, determinando do Paraná com uma média de 4,36% de cabeças do total do
principalmente a ocorrência de abortos no terço final da rebanho nacional e um total de 45% dos casos.
gestação (1). Este micro-organismo também causa a Figura 1:
brucelose em bisontes, camelos e alces e outras espécies
(2).
O objetivo desse trabalho foi analisar os dados da
Organização Mundial da Saúde Anima (OIE) sobre a os
relatos de ocorrência de Brucella abortus no Brasil no
período de janeiro de 2013 a dezembro de 2017.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma revisão de literatura utilizando pesquisas
feitas pelo Google Acadêmico, Scielo, em manuais do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
e no site da Organização Mundial da Saúde Animal.
Buscando artigos e informações com as seguintes palavras
chaves: Brucelose bovina, Brucella abortus, brucelose,
Brucellosis. Zoonosis. Brucella. O período de escolha da Figura 2:
pesquisa foi de 2014 a 2018.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Assumindo a grande importância da brucelose bovina e
bubalina para a economia e saúde pública, o MAPA instituiu
o Programa Nacional de Controle e Erradicação da
Brucelose e Tuberculose Bovina de Bubalina (PNCEBT). O
PNCEBT contempla medidas de erradicação e controle,
introduzindo a vacinação obrigatória contra brucelose bovina
e bubalina em todo o território nacional, exceto Santa
Catarina, e definindo uma estratégia de certificação de
propriedades livres e um maior rigor no controle de
propriedades foco.
A vacinação compulsória de bezerras com idade entre os CONCLUSÕES
três e oito meses pode ser realizada com a B-19 ou a RB- Os programas de controle e erradicação de uma
51. Para trânsito, exige-se que as fêmeas oriundas de enfermidade são estruturados na criação de medidas de
estados com vacinação compulsória estejam devidamente interromper e excluir os meios de transmissão do agente
vacinadas e que animais destinados a aglomerações através da eliminação de indivíduos infectados e no
apresentem ainda atestado negativo para a doença. No caso aumento do número de indivíduos resistentes na população,
de constatação de focos, exige-se que a propriedade realize sendo a vacinação uma poderosa estratégia de controle.
exame de todo o plantel em idade elegível e que os animais BIBLIOGRAFIAS
positivos conclusivos sejam sacrificados. Para desinterdição, 1. SOLA, Marília Cristina et al. Brucelose bovina: revisão. 2014.
a propriedade deve apresentar um resultado negativo de 2. http://www.cfsph.iastate.edu/Factsheets/pdfs/brucellosis_abortus.pdf
rebanho. A certificação de propriedades livres de brucelose >acesso em 12 de novembro 2018<
3. CARDOSO¹, Suellen Cristina Teixeira; DA COSTA, Ligia Maria
e/ou de tuberculose é uma medida voluntária, cuja adesão Cantarino. A BRUCELOSE NO BRASIL SOB O ENFOQUE DA SAÚDE
foi irrisória nos últimos anos. (IN nº 10, de 3/3/2017). PÚBLICA.
Na figura 1 podemos observar que houve um decrescimento 4. Organização Mundial de Saúde Animal. Acessado em 16 de novembro
significativo do ano de 2013 até o ano 2017, onde as de 2018. < http://www.oie.int/ >
5. Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução
medidas do PNCEBET tiverem o seu início, porém podemos Normativa nº10 , de 3 de março de 2017. Altera a lista de doenças
perceber também o leve crescimento de casos do ano de passíveis da aplicação de medidas de defesa sanitária animal prevista
2016 para o ano de 2017 o que podem ser explicados no art. 61 do regulamento do serviço de Defesa sanitário animal,
publicado pelo decreto nº 24.548, de 3 de julho de 1934.
devido aos casos latentes. Porém este aumento pode ser 6. MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.Programa
irrisório, levando em consideração que o decrescimento foi Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal – PNCEBT.
de mais de 50%. 7. ABIEC - Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne.
No Brasil, a brucelose é endêmica, porém apresenta dados Relatório anual de 2015 do Perfil da Pecuária no Brasil,
bastante diferenciados de acordo com cada região (Figura
2). Há ocorrência de casos em diversas regiões do Brasil no
ano de 2017, onde observamos a região de Minas Gerais
com apenas 3% dos casos, uma incidência baixa, porém APOIO:
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
INTOXICAÇÃO DE BOVINOS POR INGESTÃO DE SORGO
Mariana Alves Silva¹, Luciene Ferreira¹, Mateus Antônio Resende¹, Alexia Pimento Bom Conselho¹, Marina Gonçalves Rangel¹, Prhiscylla
Sadanã Pires², Breno Mourão de Sousa².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
² Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO
Os Sorghum spp. são de grande importância na alimentação
dos rebanhos bovinos de todo o Brasil, anuais e possuem
cultivo crescimento rápido, alta produção, capacidade de
perfilhamento e rebrota, além do adequado valor nutritivo.
Os sorgos (Sorghum hapeense, S. sudanense e S. vulgare e
variedades híbridas) são empregados em algumas regiões
do Brasil para a produção de forragem, as elevadas
quantidades de glicosídeos cianogênicos presentes na
forrageira quando estão na fase de crescimento e o manejo
não adequado, ocasiona alta mortalidade nos rebanhos
brasileiros. Objetiva-se avaliar nesta pesquisa as
particularidades do sorgo que levam à intoxicação de
1,2.
ruminantes, sobretudo os bovinos

MATERIAIS E MÉTODOS
Primeiramente, foram realizadas buscas bibliográficas nos
bancos de dados Science direct, Centro Latino Americano e Figura 1: Detalhe da brotação de Sorghum sudanense que
do Caribe (BIREME) e Scielo, utilizando as palavras-chave: causou intoxicação com sinais de consumo pelos bovinos.
2
Sorghum spp, Intoxications Ruminants.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
As forrageiras de Sorghum spp. apresentam risco quando
são ingeridas com tamanho inferior à 50 cm de altura, ou
1
seja, quando estão jovens ou quando essas plantas jovens
rebrotam após terem seu crescimento prejudicado, durante
2
períodos de seca ou após geadas (FIGURA 1). O
glicosídeo cianogênico envolvido é a durrina, cuja hidrólise
libera ácido cianídrico (HCN), líquido incolor e volátil, uma
1.
das substâncias mais tóxicas conhecidas Os fatores que
influenciam a toxicidade de plantas cianogênicas são
diversos, dentre eles estão: a concentração do composto na
planta, a quantidade de plantas ingerida, a espécie animal, a
velocidade de ingestão, os tipos de alimentos ingeridos ao
mesmo tempo, a presença de enzimas de degradação ativa
em plantas e no trato gastrintestinal, além da capacidade do Figura 2: Folhas mastigadas de capim-Sudão na entrada do
3
animal em desintoxicar cianeto . A bactéria constituinte no rúmen de um bovino intoxicado, observado durante a
2
rúmen favorece a hidrólise dos glicosídeos cianogênicos, necropsia.
pois elas fazem com que eles sejam hidrolisados com
bastante rapidez, liberando de forma imediata o ácido CONSIDERAÇÕES FINAIS
cianídrico, além disso, as enzimas que hidrolisam os O Sorghum spp. apresenta um alto valor de energia,
glicosídeos cianogênicos são também produzidas por podendo assim ser incluso nas dietas de ruminantes. Devido
.
bactérias ruminais Quando o cianeto se liga a forma heme- à concentração de glicosídeo cianogênico na forrageira
férrico da citocromo-oxidase uma espécie de cianeto- devem ser tomadas medidas preventivas para que não
citocromo-oxidase interrompendo o transporte de elétrons ao ocorra a intoxicação por ácido cianídrico, evitando assim
longo da cadeia respiratória, inibindo, desse modo, o grandes perdas econômicas. É de fundamental importância
mecanismo oxidativo e a fosforilação, ou seja, a não deixar de fornecer alimentação ao animal por um longo
transferência de elétrons da citocromo-oxidase para o período e introduzi-los na pastagem de Sorghum sp., uma
oxigênio molecular é interrompida e a cadeia respiratória é vez que o consumo será exacerbado podendo levar a
paralisada. Em consequência ocorre uma anóxia histotóxica, intoxicação e se atentar a altura da forrageira.
resultando em asfixia tissular, pela paralisia dos sistemas
enzimáticos tissulares. Bovinos intoxicados, agudamente, BIBLIOGRAFIAS
podem apresentar dispneia, taquicardia, tremores 1 JUFFO, Gregory D. et al. Intoxicação espontânea por Sorghum
musculares, sialorreia, ansiedade, incoordenação motora e sudanense em bovinos leiteiros no Rio Grande do Sul. Pesq. Vet. Bras.,
convulsões que precedem as mortes. Na necropsia, devido Rio de Janeiro, v. 32, n. 3, p. 217-220, Mar. 2012.
2 AMORIM, Sara L et.al. Intoxicações por plantas cianogênicas no Brasil.
o óbito ser súbito, é possível observar as fibras da Centro de saúde e tecnologia rural. Universidade Federal De Campina
forrageiras bem visíveis no rúmen (FIGURA 2) o dor Grande, Paraíba, Ciência Animal, 16(1):17-26, 2006.
característico de cianeto (odor de amêndoa amarga) pode 3 CÂMARA, Antônio Carlos L. et.al. Patogênese, sinais clínicos e
2,3. epidemiologia das intoxicações por plantas cianogênicas no nordeste
emanar do rúmen brasileiro. Seminário: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, p. 1961-1972,
jul./ago. 2014.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
MELHORAMENTO GENETICO SUINO – REVISÃO DE LITERATURA
Dayanne Kelly Oliveira Pires¹*, Camylla Marques¹, Davisson Junio Fernandes dos Santos¹, Michelle Pereira Tavares Moreira¹, Nágila
Rocha Aguilar¹, Rebeca Pimentel de Oliveira Silva¹, Alessandra Silva Dias².
¹Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil – Email:dayanne.kpires@yahoo.com.br
2
Professora do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO utilizados no rebanho comercial. No rebanho comercial


A carne suína é a fonte de proteína mais consumida do utiliza-se o material proveniente do rebanho núcleo e, ou, do
mundo. Com uma produção anual de mais de 100 mil rebanho multiplicador, dependendo do sistema de
toneladas, o Brasil é o quarto maior produtor e exportador do cruzamento adotado, para produção de suínos híbridos que
mundo¹. Com a alta demanda de carne suína, é necessário são destinados ao abate. 4
que sejam feitos melhoramentos na produção para
acompanhar a demanda do mercado. Figura 1: Redução do percentual de gordura do suíno tipo
Os altos níveis de produção só podem ser alcançados pelo banha para o suíno atual.
melhoramento simultâneo da composição genética dos
animais e das condições ambientes. A genética é a base
para o estabelecimento de programas de melhoramento
sendo a seleção e o cruzamento ferramentas para se
promover o melhoramento genético de qualquer espécie.²
O objetivo do trabalho foi apresentar de forma simples os
princípios e fundamentos do melhoramento genético, ao
mesmo tempo em que descreve a trajetória histórica do
melhoramento animal no Brasil enfatizando sua importância
e contribuições.
MATERIAIS E MÉTODOS
Fonte: Maiscarnesuina.com.br
O presente trabalho constitui-se de uma revisão de
literatura, realizada em novembro de 2018, no qual foram
feitas consultas no site da EMPRAPA, ABCS e em artigos e Figura 2: A estrutura de um programa de melhoramento
trabalhos científicos selecionados através de busca no genético de suínos é baseada numa pirâmide organizacional
banco de dados do Google Acadêmico. As palavras chaves composta pelos rebanhos Núcleo, Multiplicador e Comercial
utilizadas foram: melhoramento genético, melhoramento (Lopes et al., 2001)
suínos.
REVISÃO DE LITERATURA
O suíno produzido hoje é muito diferente daquele animal
criado nas décadas de 1960 e 1970, devido aos programas
de melhoramento genético e da profissionalização de toda
cadeia produtiva. Até a década de 1960 a grande maioria
dos suínos produzidos tinha como finalidade a produção de
banha e pouca tecnologia era adotada na criação destes
animais.³ Ao analisarmos a evolução da suinocultura nas
últimas décadas, o que mais chama a atenção, é a redução
dos teores de gordura na carne suína. O suíno atual tem em
Fonte: fcav.unesp.br
torno de 35% menos gordura do que o suíno tipo banha dos
anos 1970. A história do melhoramento genético no Brasil CONCLUSÕES
começa em 1958, quando foi criada a Associação Brasileira A criação de suínos no Brasil, é uma atividade de alto nível
de Criadores de Suínos (ABCS), representando o início do tecnológico e tem alcançado níveis de produtividade iguais
controle genealógico dos suínos e importação de novas aos dos principais criadores mundiais.O que faz do
raças, como objetivo de melhorar a produtividade e melhoramento genético uma ferramenta indispensável na
aumentar a produção de carne, já que a banha, principal produção da suinocultura comercial.
produto das raças nativas, começava a perder espaço para
os óleos vegetais. Foi então nesse período que começou a BIBLIOGRAFIAS
seleção para a carne. Um dos novos mecanismos 1-PEREIRA, Jonas Carlos Campos. Melhoramento genético aplicado à
produção animal. JCC Pereira, 1996.
implementado foi o teste de progênie, introduzido em 1970, 2-LOPES, Paulo Sávio. Melhoramento genético de suínos. Material Didático
controlado pelas associações de criadores, são formados os da Disciplina de ZOO, 2004.
primeiros plantéis núcleos nacionais, marcando o início do 3- SUINOCULTURA SEM SEGREDOS: O que a evolução genética trouxe de
melhoramento genético em território nacional. benefícios para a carne suína. Mais carne suína. Disponível
em:<http://www.maiscarnesuina.com.br/qualidade/suinocultura-sem-
Em 1990, começam a entrar no país empresas de genéticas segredos/>. Acesso em: 18 nov. 2018
com programas mais objetivos de melhoramento, fazendo 4-EUCLIDES FILHO, Kepler. Melhoramento genético animal no Brasil:
uso de seleção pelo Blup, uma técnica estatística usada fundamentos, história e importância. Embrapa Gado de Corte-Documentos
(INFOTECA-E), 1999.
para estimar o valor genético dos reprodutores matrizes
baseada na informação de produção. APOIO:
No rebanho núcleo, geralmente composto de raças puras ou
linhagens sintéticas, há alta seleção para maximizar o
progresso genético.
O rebanho multiplicador recebe animais do rebanho núcleo
para produção de animais F1 ou híbridos, que serão
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO PARA PARVOVIROSE CANINA – REVISÃO DE LITERATURA
Tatiane Ferreira de Paula¹*; Adriana de Castro Moraes Rocha¹; Ana Júlia Araújo Vaz¹; Bárbara Faleiro dos Santos¹; Bárbara Silva
Boaventura¹; Janine Torres de Figueiredo¹; Juliana de Moura Costa Carvalho¹; Maíra Meira Nunes¹; Prhiscylla Sadanã Pires2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
Autor para correspondência –tatianefpaulaa@gmail.com

INTRODUÇÃO Embora o isolamento em cultivo celular seja considerado o


A parvovirose canina é uma doença infectocontagiosa grave teste padrão, esta técnica é laboriosa e demorada, por isso,
que acomete com maior frequência filhotes entre 6 semanas métodos mais rápidos e práticos têm sido amplamente
6
e 6 meses de vida. Cães adultos que não foram vacinados utilizados . O ensaio imunoenzimático (ELISA; enzyme-
também contraem a doença¹. linkedimmunosorbentassay) é frequentemente usado no
Os cães são infectados por um vírus conhecido como diagnóstico viral. Uma preparação pura de um antígeno ou
parvovírus canino tipo 2 (PCV-2), que pertence a família anticorpo conhecido, ou ambos, é necessária para
Parvoviridae. O parvovírus é um vírus pequeno com 20 a padronizar o ensaio. A ligação do anticorpo é medida por
25nm sua forma é esférica, seu capsídeo é icosaedrico, não uma mudança de cor pode ser lida diretamente na placa
possui envelope e seu DNA é de fita simples. Ele é onde ocorreu, facilitando a coleta de dados. Em geral,
extremamente resistente no ambiente sendo de difícil sua quando um resultado positivo é obtido no teste rápido, o
7
remoção com o uso de desinfetantes . diagnóstico de enterite pelo vírus da parvovirose canina,
4
Sua transmissão ocorre através da via feco-oral, pelo comumente está correto .
contato direto de animais sadios com as fezes de animais
infectados, desencadeando assim a gastronterite Figura 1- Teste de Elisa positivo para o diagnóstico da
hemorrágica. Como esta doença possui uma taxa de parvovirose canina.
mortalidade alta seu diagnóstico é de suma importância,
devendo ser realizado através do histórico, anamnese,
exames laboratoriais, objetivando sempre um diagnóstico
diferencial uma vez que outros patógenos podem
desencadear os mesmos sinais e sintomas. O objetivo
desse trabalho é descrever como é feito o diagnóstico da
parvovirose canina e quais são os testes mais utilizados na
7
rotina médico veterinária .

MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma revisão de literatura com o auxilio de Fonte: Russiana.alibaba.com\g\canine-parvovirus-test.html.
artigos do Google acadêmico, Scielo e livros da biblioteca do
Centro Universitário de Belo Horizonte de onde foram CONCLUSÕES
extraídas as informações referentes ao diagnóstico e os Este trabalho mostra que as formas de diagnóstico são
testes para o correto diagnóstico da parvovirose canina. eficientes, sendo o teste ELISA o mais viável ao clínico por
sua especificidade, sensibilidade e baixo valor. É importante
RESULTADOS E DISCUSSÕES ressaltar os benefícios da vacinação para todos os
As fezes contaminadas são a fonte primária de infecção da proprietários, já que é a única forma eficaz de evitar o
parvovirose canina. Após a exposição oral, o vírus migra e contágio com vírus. Também é importante destacar a
infecta os linfonodos regionais da faringe e tonsilas. Após importância de uma desinfecção no ambiente e separar
infectar os linfonodos, o vírus ganha a corrente circulatória e demais animais do convívio com os infectados, sendo que, o
invadem vários tecidos, incluindo o timo, o baço, a medula vírus se dissemina no ambiente. O tratamento para a
óssea e finalmente o jejuno distal e o íleo, onde ele continua doença é de suporte aos sintomas clínicos apresentados.
a se replicar. A replicação causa a necrose das criptas do
epitélio do intestino delgado, com eventual destruição das BIBLIOGRAFIAS
4
vilosidades , evoluindo para uma gastrenterite hemorrágica 1. Ângelo; Gabriel Cicoti Cesar at all. Parvovirose Canina Revisão de
6 Literatura; Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária;
grave .
Janeiro 2009
Os cães acometidos apresentam apatia, perda de peso, 2. Balvedi, Letícia at all. Protocolos terapêuticos utilizados no
4
vômito, diarreia sanguinolenta com odor pútrido . tratamento da parvovirose canina na região norte do Rio Grande
É comum que os animais afetados se desidratem do Sul. Anais da faculdade ideau Getúlio, Caxias do Sul, Rio
rapidamente e os óbitos ocorrem 24 ou 48 horas após o Grande do Sul, 2016
3. Chagas; Francisca Lazara. Venâncio. Reinaldo; Protocolos
aparecimento dos sintomas. Os sinais clínicos geralmente utilizados no tratamento da parvovirose caninos Revisão de
6
aparecem de 2 a 4 dias após a infecção . literatura; Boa Vista; RR2018
O diagnóstico definitivo da parvovirose realizado mediante a 4. Miyabe, FABRICIA; Laboratório de Virologia Animal,
Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Universidade
identificação do vírus ou de antígenos virais nas fezes por Estadual de Londrina, Paraná, Brasil, 2013
meio de testes específicos. Testes de ELISA são 5. Oliveira, Eduardo C., Análise imuno-histoquímica de cães
amplamente utilizados na rotina veterinária, por serem naturalmente infectados pelo parvovírus canino, Pesq. Vet. Bras
rápidos, confiáveis e serem de custo não elevado. Outros 131-136, fevereiro 2009
6. Pavan, Tatiana. Ensaios imunoenzimárticos para detecção de
testes, como microscopia eletrônica, reação em cadeia da parvovirus canino, Porto Alegre, 2009
polimerase (PCR) para detecção do genoma viral; 7. Reis; Jéssica dos Antunes. Detecção,Caracterização de
hemaglutinação (HA), fundamentado na capacidade do vírus diagnóstico diferencial do parvovirus canino; Universidade Federal
Rio Grande do Sul, 2013.
aglutinar hemácias; e testes de imunocromatografia (IC), APOIO
que se baseiam no uso de anticorpos específicos marcados
com ouro coloidal, que caso haja formação de
imunocomplexos, adquirem certa coloração visível a olho nu.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS DE CARCINOMA INFLAMATÓRIO MAMÁRIO CANINO
Davi Guilherme Souza¹, Julia Riquetti Vasconcelos¹, Roberta Mazzaro Reis¹, Prhiscylla Sadana Pires².
¹Graduandos em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/MG – Brasil
²Professora do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG - Brasil

INTRODUÇÃO Os achados no exame terão a presença de êmbolos


O carcinoma inflamatório mamário é caracterizado como um neoplásicos na derme.
tumor maligno edemaciado e de crescimento acelerado.
Essa patologia é estimulada através da alteração no
desenvolvimento das células, possui alto índice de
metástase e baixa taxa de sobrevivência tanto em cães,
quanto em humanos. O diagnóstico definitivo é realizado por
meio de citologia aspirativa por agulha fina, biópsia incisional
ou por agulha grossa, e posterior avaliação histopatológica.

MATERIAIS E MÉTODOS
O método de inclusão foi realizado a partir de artigos
científicos nacionais atuais, buscando possíveis métodos
diagnóstico do carcinoma inflamatório canino. Foram
excluídos trabalhos julgados como desatualizados e em
outro idioma.
Palavras-chave: tumor, cadelas, diagnóstico, metástase,
inflamatório, biópsia, histologia, citologia.

REVISÃO DE LITERATURA
O carcinoma inflamatório mamário canino possui exsudato
purulento e ampla infiltração de células epiteliais malignas
nos linfonodos regionais, com difusão em tecidos adjacentes
como musculatura, subcutâneo e pele. Cadelas que
apresentam a doença manifestam sinais clínicos como
eritema, dor na região mamária, virilha e proximais dos
membros, aumento de temperatura local, prostração e
ulcerações superficiais que favorecem infecções
bacterianas. Além disso, gera linfadenopatia e linfedemas
nos membros devido a infiltração dos vasos linfáticos.
Porém, tais achados clínicos podem ser confundidos com
abcesso mamário, dermatite ou mastite, uma vez que essas
manifestações não são exclusivas de diferenciação
neoplásica. Ao ser apresentado um animal com neoplasia
mamária, deve-se realizar o diagnóstico diferencial, podendo
ser utilizado alguns testes como citologia aspirativa por
agulha fina (CAAF), biópsia incisional ou biópsia por agulha
CONCLUSÃO
grossa.
A CAAF é um procedimento seguro, barato e rápido, que Através dessa revisão de literatura, observa-se que o
consiste na introdução de uma agulha fina para aspiração de carcinoma inflamatório se dissemina rapidamente, por isso
células de nódulos palpáveis. Após análise microscópica, raramente é indicada sua excisão cirúrgica. Com isso, é de
observa-se intenso processo inflamatório composto de suma importância que seja feita a castração de fêmeas
neutrófilos e linfócitos e presença de grandes células antes do primeiro cio, como um método preventivo. O
epiteliais isoladas ou agrupadas com características diagnóstico definitivo consiste na retirada do tumor através
citológicas de malignidade (Zuccari et al., 2001; Pérez- da biópsia incisional com posterior avaliação histopatológica,
Alenza et al., 2004)³. Entretanto, o diagnóstico só poderá ser permitindo uma melhor análise das alterações geradas. Com
definitivo por meio de biópsia incisional e exame o melhor método diagnóstico efetuado e futuro prognóstico
histopatológico (Withrow & Macewen, 1989; De Nardi et al., da doença, o médico veterinário implicará as medidas
2008)³. terapêuticas corretas para cada paciente acometido.
A biópsia incisional consiste em uma incisão e retirada de REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
1. GOMES, C.; VOLL, J.; FERREIRA, K.C.R.S.; FERREIRA, R.R.; OLIVEIRA,
um fragmento do tumor. Após a retirada da amostra, L.O.; CONTESINI, E.A.; OLIVEIRA, R.T. Carcinoma inflamatório mamário
observa-se no exame histopatológico extensa infiltração de canino. Acta Scientiae Veterinariae. 2006.
células inflamatórias, compostos por grandes células 2. KUBOTA, L. E.; MAGALHÃES, G. M.; CINTRA, P. P.; CALAZANS, S. G.;
pleomórficas com núcleos bizarros ricos em cromatina e ELIAS, F.; FONSECA-ALVES, C. E. Carcinoma inflamatório de mama –
uma abordagem comparada. Arq. Ciênc. Vet. Zool. UNIPAR. 2016.
células epiteliais anaplásicas nos linfonodos regionais 3. SÁ, S.S.; REPETTI, C.S.F. Carcinoma Inflamatório Mamário Canino-
(Gomes et al., 2006)³. Revisão de literatura. Acta Veterinaria Brasilica. 2011.
A biópsia por agulha grossa é um método que possui caráter 4. AMORIM, L.M.; CAVALHEIRO, A.B.; BRUM, M.P.; SANTOS, M.T. Relato
de Caso de Carcinoma Inflamatório Mamário na Clínica Quatro Patas,
minimamente invasivo, que utiliza uma agulha calibrosa,
Porto Velho, Rondônia, Brasil. Revista FIMCA. 2017.
ligada a uma pistola especial, uma vez que será retirado 5. ZUCCARI, D.A.P.C.; SANTANA, A.E.; ROCHA, N.S. Correlação entre a
fragmentos de tecido para posterior análise histopatológica. citologia aspirativa por agulha fina e a histologia no diagnóstico de
tumores mamários de cadelas. Braz. J. vet. Res. Anim. Sci., São Paulo. 200
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
NOVOS CASOS DE PESTE SUÍNA CLÁSSICA REGISTRADOS NO BRASIL EM 2018
Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus1*, Débora Fernandes de Paula Vieira1, Karoline Oliveira Sampaio1, Maria Clara Madureira de Lima
Prado1, Yara Mares da Silva1, Ariane Martins Alves1, Maria Luiza Tanos dos Santos1, Michelle Pereira Tavares Moreira¹, Darlene Souza
Reis¹, Prhiscylla Sadanã Pires2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professora do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO realizando monitoramento em todas as regiões do surto,


A peste suína clássica (PSC) é uma doença viral altamente enviando semanalmente relatório de acompamento².
contagiosa que acomete suínos domésticos e selvagens², Devido a essas ocorrências, o estado do Ceará, que estava
tornando o seu combate difícil em áreas com altas em busca de se tornar uma área livre desde 2016, teve
concentrações de suínos¹. A transmissão ocorre através do suspensa a sua condição, além de estar estritamente
4
contato com secreções ou excretas de animais infectados . proibido de transportar suínos, material genético, produtos e
A severidade da doença depende da virulência da cepa viral subprodutos de origem suína para as regiões consideradas
envolvida. Nos casos de cepas altamente virulentas as taxas livres de PSC pela OIE, conforme a figura 2. Há exceção se
de mortalidade e morbidade são elevadas. Já nas os processamentos ocorridos na origem forem de acordo
ocorrências de cepas de baixa patogenicidade observa-se com o tratamento que garante a eliminação do vírus,
4
falhas reprodutivas e diminuição da conversão alimentar . reconhecido pela OIE, e quando forem empregadas as
O objetivo do presente trabalho foi levantar dados dos novos medidas preventivas que garantem que não ouve o contato
casos de peste suína clássica registrados no segundo do produto final com possíveis fontes de PSC no
6
semestre de 2018. processamento, estocagem e transporte . Vale ressaltar que
MATERIAIS E MÉTODOS as regiões focais, nas quais ocorreu o surto, estão
O presente estudo contou com dados obtidos através do localizadas a mais de 500 quilômetros do limite da zona
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, OIE, livre².
The Certer for Food Security, Public Health, Science And Figura 2: Situação sanitária do Brasil a partir de 2016 para PSC
Animal Health e Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e
Zootecnia, do período de 2013 a 2018. As palavras chaves
utilizadas na busca foram: peste suína clássica, classical
swine fever, sanidade dos suídeos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No segundo semestre de 2018, o departamento de saúde
animal, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA) notificou novos casos de peste suína
clássica (PSC) no território brasileiro. Essa emergência
veterinária, alarmou todo o país, visto que a última
ocorrência foi registrada em agosto de 2009. Os novos
casos concentraram-se no estado do Ceará, nas cidades:
Forquilha, Groaíras, Cariré, Reriutaba, Varjota e Santa
Quitéria, conforme demostrado na figura 1.
Figura 1: Distribuição dos casos de PSC no estado do Ceará.
CONCLUSÕES
A PSC é uma doença de suma importância na suinocultura e
as medidas de prevenção da mesma deve ser aplicado visto
que, o controle e a erradicação desta doença no Brasil
dependem dos cuidados profiláticos e do monitoramento das
propriedades.

BIBLIOGRAFIAS
1. DEWES, Caroline et al. Peste Suína Clássica: monitoramento do status
sanitário dos suínos em propriedades da zona sul do Rio Grande do
Sul. Science And Animal Health, v. 4, n. 2, p. 148-153, 2017.
2. OIE. Word Organization for Animal Health. Classical Swine Fever, 2018.
Disponível em <http://www.oie.int/en/animal-health-in-the-world/animal-
diseases/Classical-swine-fever/> acessado em 15 de novembro de 2018.
3. CFSPH. The Certer for Food Security e Public Health. Classical Swine
Fever, 2015. Disponível em
As medidas adotadas na zona afetada foram: controle de <http://www.cfsph.iastate.edu/Factsheets/pdfs/classical_swine_fever.pdf>
movimento dentro do país, vigilância dentro e na área acesso em 15 de novembro de 2018.
externa da zona de contenção e de proteção, destruição 4. BRAGA, J. F. V. et al. Soroprevalência de pseudorraiva, peste suína
oficial dos produtos de origem animal, eliminação de clássica e brucelose em suínos do estado do Piauí. Arquivo Brasileiro de
Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 65, n. 5, p. 1321-1328, 2013.
carcaças, subprodutos e resíduos e a desinfecção do local. 5. MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2018.
Foram realizados pelo LANAGRO/MG teste de transcriptase Disponivel em < www.agricultura.gov.br > Acesso em 08 de novembro de
reversa em tempo real / reação em cadeia da polimerase, e 2018.
6. Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução
em alguns casos, isolamento de patógenos em cultura Normativa nº 25, de 19 de julho de 2016. Declarando as unidades federais
celular para diagnostico, os resultados obtidos foram livres de peste suína clássica, 2016.
positivos, desta forma foi realizado o abate sanitário de
todos os animais, visto que é proibido a vacinação e APOIO:
tratamento de animais afetados. O MAPA continua
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
O MEL E O RISCO DE BOTULISMO INFANTIL
1*
Thais Andre Resende , Dayane Carolina Pinto Alves¹, Luiza Nascimento Golfeto¹, Michelle Pereira Tavares Moreira¹, Maria
1 ²
Clara Madureira de Lima Prado , Prhiscylla Sadanã Pires .
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO menos graves são caracterizados apenas por dificuldade


O botulismo é uma doença neuroparalítica grave, não de se alimentar e fraqueza muscular discreta. Já os casos
contagiosa, causada pela ação de uma potente toxina mais graves, os sintomas começam com constipação e
produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Esta é irritabilidade, seguidos por dificuldade de controle dos
anaeróbica, Gram-positiva, com capacidade de movimentos da cabeça, sucção fraca, choro fraco e
esporulação e cujo habitat natural é o solo (1). Os esporos paralisias bilaterais descendentes, que podem progredir
de C. botulinum podem estar presentes em produtos para comprometimento respiratório (2).
agrícolas, como o mel. Apesar deste alimento possuir Frequentemente o mel é vendido diretamente pelo
atividade antioxidante e antibacteriana, ele é a principal produtor, não passando por qualquer tipo de inspeção, o
causa de botulismo infantil, também conhecido como que facilita a disseminação da doença, já que a
botulismo intestinal (6). contaminação do mel com os esporos do C. botulinum
O objetivo desse trabalho é informar e ressaltar a ocorre quando os favos ainda estão no campo.
população brasileira sobre a importância do controle de O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
qualidade e das boas práticas apícolas, para minimizar os (MAPA) determina regulamentos de funcionamento para os
riscos de botulismo infantil em crianças com menos de um estabelecimentos que processam mel solicitando
ano de idade. programas de garantia de qualidade, como a aplicação das
MATERIAIS E MÉTODOS Boas Práticas Apícolas (BPA). A implementação dessa
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica usando a ferramenta está associada aos cuidados envolvidos em
plataforma do Ministério da Saúde, Google Acadêmico e todo o processo produtivo, através da aplicação de medidas
Scielo buscando-se artigos entre os anos de 2013 à 2017, higiênicas e sanitárias desde o campo até a extração e
com as seguintes palavras – chaves: botulismo infantil, envio do mel ao entreposto, garantindo um produto seguro
botulismo intestinal, Clostridium botulinum, alimento, mel. e de qualidade (5).
REVISÃO DE LITERATURA
O mel é um alimento que possui atividade antibacteriana, CONCLUSÕES
facilitando assim, a cicatrização de feridas, queimaduras e A incidência e a distribuição real dessa doença não são
atuando como uma barreira viscosa, impossibilitando a precisas, porque os profissionais de saúde, em poucas
entrada de substâncias e a perda de fluido para o meio ocasiões, suspeitam de botulismo (2), portanto, há uma
externo (3). Além disso, pode ser usado como substituto do necessidade de estudos acerca dessa doença em
açúcar para crianças, devido à digestibilidade dos seus crianças. Salientamos ainda, a importância da
açúcares redutores e como fármaco no tratamento de conscientização da população ao não fornecimento de mel
infecções bacterianas. Apesar de todos esses benefícios, para crianças menores de um ano, além da verificação do
pode apresentar riscos à saúde das crianças pela falta de selo de qualidade na hora da compra do produto (6).
processamento industrial (6).
O botulismo infantil, em 95% dos casos, acomete crianças BIBLIOGRAFIAS
com idade de 3 a 26 semanas, através da ingestão de
esporos da bactéria C. botulinum presentes nos alimentos, 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
principalmente no mel (4). Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia
de Vigilância em Saúde : volume 1 / Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Coordenação-Geral de Desenvolvimento da
Tabela 1: Amostras de mel contaminadas pela bactéria Epidemiologia e Serviços. – 1. ed. atual. – Brasília : Ministério da Saúde,
2017. 3 v. : il.
Clostridium botulinum em seis estados brasileiros 2. Botulismo – Ministério da Saúde, abril 2017. Disponível em: <
http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/botulismo>. Acesso em : 30 de
outubro 2018.
3. ESCOBAR A.L.S, et al. Propriedades fitoterápicas do mel de abelhas.
Revista UNINGÁ, Maringá – PR, n.37, p. 159-172 jul./set. 2013
4. MACEDO A.T, et al. INTOXICAÇÕES POR Clostridium botulinum, Víbrio
cholerae E Salmonella typhi NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2001 E 2014.
Revista Ceuma Perspectivas, vol. 30, 2017.
5. Manual de Segurança e Qualidade para Apicultura. Brasília: SEBRAE/NA,
2009. PAS Mel 48 p.
Fonte: Ciência Rural, v.38, n.2, mar-abr, 2008. 6. MEDEIROS, Deusa; SOUZA, Marina Figueiredo de. CONTAMINAÇÃO DO
MEL: A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DE QUALIDADE E DE BOAS
PRÁTICAS APÍCOLAS. Atas de Ciências da Saúde (ISSN 2448-3753), São
Quando ingerido, o esporo se fixa e multiplica-se na parede Paulo, v. 3, n. 4, abr. 2016.
7.RAGAZANI A. V. F , et al. Esporos de Clostridium botulinum em mel
intestinal de crianças com idade de até um ano, pois estas comercializado no Estado de São Paulo e em outros Estados brasileiros.
não possuem a microbiota de proteção intestinal totalmente Ciência Rural, v.38, n.2, mar-abr, 2008.
formada (1) e, devido ao elevado pH, falta de ácido biliar e
falta de uma microbiota competidora, ocorre a germinação
dos esporos da bactéria e a produção da toxina na luz
intestinal (4).
Os sinais clínicos da doença variam de quadros com APOIO:
constipação leve à síndrome de morte súbita. Os casos
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
OCORRÊNCIA DE SINDACTILIA EM LEITÕES- RELATO DE CASO
Dayanne Kelly Oliveira Pires1**, Deivisson Junio Fernandes dos Santos¹, Michelle Pereira Tavares Moreira¹, Nagila Rocha Aguiar¹, Rebeca
Pimentel de Oliveira Silva¹, Alessandra Silva Dias².
¹Graduanda em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH -Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Figura 1: Exame por imagem de uma pata esquerda suína normal
A sindactilia é um defeito entre dois ou mais dígitos, uma em seqüência outra apresentando sindactilia.
anomalia congênita mais frequente do membro superior,
1
geralmente bilateral e simétrica .
Essa alteração assemelha-se a uma particularidade da raça
Mulefoot, cujas características são o casco fundido e a
pelagem escura. A raça Mulefoot é encontrada em Missouri,
Iowa, e segundo a Lista de Observação Mundial² para a
Diversidade Animal Doméstica, está em risco de extinção.
Os suínos casco-de-burro (ou casco-de-mula) são
resultantes de adaptações e cruzamentos de suínos na .
América que resultaram em um casco fundido tocando o (JUSTOLIN, 2015)
solo (CAVALCANTE-NETO et al., 2013)³. Entretanto a
literatura é controversa em relação essa característica ser Figura 2- Patas anteriores de um leitão com Sindactilia.
da própria da raça ou fenótipo que pode aparecer em
qualquer raça, devido a relatos da presença de casos
ocasionais em outras raças de suínos.
Um estudo foi feito no Brasil com propósito de explicar a
2
origem do suíno casco-de-burro . Esse estudo verificou
através de testes genéticos que os casco-de-burro estão
geneticamente distante dos suínos Mulefoot rejeitando-se a
hipótese de terem origem dessa raça, sendo as populações
de casco-de-burro mais próximas das raças bisara de
Portugal e Duroc.
O objetivo do presente estudo foi caracterizar e relatar, por
exames de imagem, uma população de porcos naturalmente
portadores de sindactilia na Fazenda Escola do Centro
Universitário de Belo Horizonte na Cidade de Ribeirão das
Neves – MG.
Acervo Pessoal

RELATO DE CASO CONCLUSÕES


Foi observado durante o exame físico na granja da Fazenda O tamanho e formato da falange são diferentes na mão do
Escola do UniBH, a presença de alterações nos cascos suíno com Sindactilia devido à fusão das falanges distais
anteriores e posteriores de 12 suínos, sendo 8 machos e 6 dos dedos III e IV. Para melhor classificação do tipo de
fêmeas, castrados e inteiros com idade entre 4 e 30 meses e sindactilia, devem-se realizar exames por imagem em todos
peso variando entre 30 e 160 quilogramas. os animais.
A alteração encontrada caracteriza-se por uma fusão das
falanges. BIBLIOGRAFIAS
A mutação ocorreu nas falanges distais dos dedos III e IV, 1-MANDARANO-FILHO, Luiz Garcia et al. Análise casuística da sindactilia
que se fundiram para serem encobertas por um único casco. congênita: experiência com 47 pacientes. Acta ortop. bras., São Paulo,v. 21,
n. 6, p. 333-335,2013.
Conforme o relato do tratador dos animais, a alteração teve 2- CAVALCANTE NETO, Aderbal. Origem do suíno casco-de-burro e sua
origem em um macho reprodutor. Animais portadores dessa relação genética com populações ibéricas e americanas. 2010. vi, 291 f. Tese
mutação possuem maior dificuldade de apoio em estação e (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias
e Veterinárias, 2010.
escorregam com mais facilidade, estando, portanto mais 3- World Watch List for domestic animal diversity. 3a ed. Rome: Food and
suscetíveis a acidentes e problemas locomotores Agriculture Organization of the United Nation, 2000. 726p.
Segundo Justolin (2015) a sindactilia em suínos apresenta 4- JUSTOLIN, Pedro Luis Trevizan. Análise da locomoção e estudos por
fundo genético, porém ainda é inconclusivo seu impacto imagens em porcos com sindactilia. 2015. 74 f. Dissertação (mestrado) -
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de
sobre a locomoção. O que torna necessário mais estudos, Medicina Veterinária e Zootecnia, 2015
para a avaliação dos movimentos dos animais acometidos 5 - - OSLINGER, Aura et al. Caracterización de cerdos criollos colombianos
com esta enfermidade e as reais conseqüências dentro dos mediante la técnica molecular RAMs. Acta Agronómica [enlinea] 2006
sistemas de produção atuais.
Os animais serão castrados para evitar a continuidade APOIO: Agradecimento aos co-autores e a orientadora pela contribuição
dessa alteração genética nas futuras gerações. na elaboração da revisão, a professora Fernanda Freire do GEPMEGA e
também à equipe de coordenação do Colóquio, pela oportunidade de
publicação do resumo.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
OTITE PARASITARIA EM BOVINOS
Ariane Martins Alves1, Karoline Oliveira Sampaio1, Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus1,
Maria Luiza Tanos dos Santos1, Mariela Arantes Bossi1, Yara Mares da Silva1,
Ana Paula Pereira Neves Ferreia2, Prhiscylla Sadanã Pires3.
1
Graduando em Medicina vetrinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Mestranda em Parasitologia – UFMG – Belo horizonte – MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO salivação, problemas de mastigação e acúmulo de alimento


A otite parasitária acomete na maioria das vezes os bovinos na cavidade oral.
da raça Gir. Causada pelo nematóide Rhabditis spp. da Em alguns casos os nematoides rompem a membrana
família Rhabditidae, esta afecção determina queda na timpânica comprometendo o ouvido médio e interno fazendo
produção de leite e até mesmo a morte dos animais, pois em com que os animais venham a óbito e alguns apresentem
alguns casos a doença evolui para quadros nervosos. Esta quadros nervosos.
parasitose ganha destaque na criação de bovinos da raça A coleta de amostra para diagnóstico é bem simples. Basta
Gir, justamente pelo formato da cabeça e o estreitamento do passar um chumaço de algodão no canal auditivo externo no
pavilhão auricular que retém o cerume e propicia um ouvido do animal que apresente secreção. O algodão
ambiente adequado para o desenvolvimento dos vermes contendo a secreção deve ser colocado em um recipiente de
como o calor e a umidade. vidro ao sol por alguns minutos. Passado esse período, logo
O objetivo deste trabalho é realiza uma breve revisão se percebe a migração das larvas no chumaço de algodão,
bibliográfica sobre a doença colocando em destaque a perda podendo-se concluir o diagnóstico positivo de otite
da rentabilidade nos rebanhos e a importância e visibilidade parasitária.
dos sinais clínicos. O tratamento envolve a lavagem do canal auditivo externo
com água, para retirada das larvas e secreções; limpeza do
canal com solução fisiológica ou álcool com éter e aplicação
MATERIAIS E MÉTODOS
de sulfato de cobre tópico. Associado a esse procedimento,
Este estudo consiste em pesquisas de artigos científicos, pode-se utilizar sprays larvicidas que ajudam a não ocorrer a
livros acadêmicos e revistas digitais de universidades re-infestação. Para prevenção da parasitose, é
federais para descrever e facilitar a compressão sobre a extremamente relevante que o rebanho esteja com o
ocorrência desta doença. O critério de inclusão para os calendário sanitário de vermifugação de forma estratégica
materiais utilizados foram informações sobre sinais clínicos implementado.
e ocorrência da doença nas fazendas já o critério de
exclusão foi por materiais que não possuíam as informações CONCLUSÕES
detalhadas citadas acima; as palavras chaves utilizadas
Desta forma conclui-se que a otite parasitária causa grandes
foram otite parasitaria e síndrome vestibular em bovinos.
danos aos rebanhos acometidos em questão de
rentabilidade, e enfatiza o quanto e importante a visibilidade
REVISÃO DE LITERATURA
dos sinais clínicos nos animais.
O verme Rhabditis é um nematoide que vive em solo úmido,
saprófito e de vida livre que é capaz de se instalar nos três
compartimentos do ouvido (externo, médio e interno) BIBLIOGRAFIAS
causando a otite e desconforto ao animal. Infelizmente, os 1. BARBOSA, José Diomedes; et al.: Detecção e tratamento de otite
sinais clínicos dessa otite só aparecem quando a infestação por Rhabditis blumi em bovinos da região Norte do Brasil. Pesq. Vet. Bras.
pelos nematóides está alta. Os principais sinais clínicos são: 36(7):605-610, julho 2016
secreções auriculares com um odor fétido e coloração 2. VEROCAI, GUILHERME G; et al.: Revista Brasileira de
castanho escura, lacrimejamento dos animais, tombamento Parasitologia Veterinária, vol. 16, núm. 2, abril-junio, 2007, pp. 105-107.
de cabeça e coçar das orelhas com as patas eu até mesmo
nas instalações. Em alguns casos, a infestação é tão intensa
que o parasito pode ser visto a olho nu. Nas otites mais
internas, o animal pode desenvolver a síndrome vestibular
que acontece pelo comprometimento da inervação local
muitas das vezes se confundindo com a raiva, causando um
grande problema sanitário nos rebanhos. Nesses casos,
observa-se nítido rotacionar da cabeça, incoordenação,
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
PREJUÍZOS CAUSADOS PELAS ONFALOPATIAS
Darlene Souza Reis1*, Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus¹, Maria Clara Madureira de Lima Prado1,
Prhiscylla Sadanã Pires2.
Graduando em Medicina Veterinária – Unibh – Belo Horizonte/ MG – Brasil * darladiferential@gmail.com
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – Unibh -Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO
A placenta dos ruminantes é epitéliocorial, este tipo de
placenta que não permite a transferência de anticorpos para
o feto, sendo essencial uma ingestão de colostro em tempo Figura 1: Manejo de cura de umbigo em bezerros recém-
e quantidade adequada. A má cura do umbigo em bezerros nascidos
gera muitos prejuízos como as infecções. (3) Os anticorpos
que o protege o bezerro é devido à ingestão adequada de
colostro, que é a imunidade passiva. Quando ocorrem falhas
na ingestão de colostro, o neonato ficará susceptível as
infecções neonatais, entre elas se destacam as diarréias,
broncopneumonias e as onfalopatias. As onfalopatias são
infecções comuns encontrados em bezerros que causam
prejuízos no período de cria e recria, acarretando perdas na
vida produtiva e reprodutiva desses animais, como menor
ganho de peso, custos com a mão de obra de profissionais,
com tratamentos, e até a morte no animal enfermo e com
atraso na iniciação da vida reprodutiva desses animais. O
cordão umbilical é composto por veia e artérias umbilicais e
o úraco, essas estruturas são revestidas pela membrana
amniótica. O cordão umbilical mantém a comunicação entre
o feto e a placenta, que será rompido durante ou logo após o
parto. (5)
CONCLUSÕES
MATERIAIS E MÉTODOS Com os presentes trabalhos concluímos que para que não
É uma revisão de literatura com base na pesquisa de artigos haja prejuízos na criação de bezerros é preciso fazer uma
encontrados no Google acadêmico e Scielo. Com publicação cura de umbigo bem e o mais rápido possível. A cura de
entre 2015 e 2018. umbigo é feita com iodo 5% onde é feita a imersão do coto
umbilical dentro da solução de iodo 5%, mas tomar cuidado
REVISÃO DE LITERATURA com a pelo, pois o iodo queima, e em caso de úraco
persistente entrar com uma cirurgia corretiva para que não
A onfalite é conhecida clinicamente como um aumento de
ocorram futuras infecções. O iodo vai causar uma
volume doloroso a palpação na região umbilical, que pode
desnaturação no coto umbilical. Por isso, é importante fazer
drenar conteúdo purulento ou não, podendo apresentar
a imersão do coto umbilical e pele em um frasco contendo
febre e reflexo de sucção diminuído. (5) As estruturas que
álcool iodado a 5% durante 60 segundos.
formam o cordão umbilical permanecem abertas, sendo ser
porta de entrada para microrganismos que causarão
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
infecções nos animais. Os principais fatores de risco estão 1. ANDREWS, A. H. Medicina Bovina: Doenças e Criação de Bovinos. 2. ed. São Paulo:
ligadas a falta ou cura tardia do umbigo, ao treinamento Roca, 2008. 1080p.
inadequado dos tratadores, à exposição dos animais ao 2. COUTINHO, A.S. Importância da cura do umbigo do bezerro recém nascido. Disponível
em:<http://www.vallee.com.br/blog/arquivos/CURA_DE_UMBIGO%20_MATERIAL_%20TE
ambiente sujo e as alterações da morfologia da placenta são CNICO.pdf> Acesso em 30 de outubro de 2016.
fatores. (6;7;8) 3. DYCE, K. M.; SACK, W. O.; WENSING, C. J. G. Tratado de Anatomia Veterinária. 3. ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2004,813p.
Os principais agentes envolvidos nas onfalopatias 5. RADOSTITS, O.M.; GAY, C. C.; BLOOD, D. C.; HINCHCLIFF, K. W. Clínica veterinária,
infecciosas são: Escherichia coli, Protheussp, 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 1737p.
6.REIS, A. S. B. et al. Onfalopatias em bezerros de rebanhos leiteiros no nordeste do
Staphylococcus sp, Archanobacterium pyogenes, estado do Pará. Ciência Animal Brasileira, Suplemento I, p.29-34. In: CONGRESSO
Fusobacterium necrophorum, Pasteurella sp Salmonella BRASILEIRO DE BUIATRIA, 8; 2009, Belo Horizonte, Anais... Belo Horizonte: Associação
Brasileira de Buiatria, 2009.
Typhimurium. As onfalites podem ser flegmonosas com 7.RENGIFO, S. A.; SILVA, R. A.; BOTTEON, R. C. C. M, BOTTEON, P. T. L. Hemograma
formação de úlceras ao redor do umbigo, que ou e bioquímica sérica auxiliar em bezerros mestiços neonatos e ocorrência de enfermidades.
Arquivo Brasileiro Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v.62, n.4, p.993-
apostematosas, que são presença de abscessos, causadas 997.2003, Aug, 2010.8
por hérnias umbilicais que pode ser de origem hereditária ou 8.RODRIGUES, C. A.; SANTOS, P. S. P.; PERRI, S. H. V.; TEODORO, P. H. M.;
ANHESINI, C. R.; ARAÚJO, M. A.; VIANA FILHO, M. N. Correlação entre os métodos de
traumática e úraco persistente, também conhecido como concepção, ocorrência e formas de tratamento das onfalopatias em bovinos: estudo
úraco patente. retrospectivo. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.30 n.8, p.618-622, 2010.
9. SMITH, B. P. Medicina interna de grandes animais. 3 ed. Barueri, SP: Manole, 2006.
Algumas das complicações que podem envolver as 1784p.
onfalopatias são as hepatites, broncopneumonias, https://www.google.com.br/url?sa=i&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj
ipbCcgN_eAhUMh5AKHZhtDXoQjRx6BAgBEAU&url=http%3A%2F%2Fguiaanimal.blogspo
encefalites, meningites, endocardites, peritonites, t.com%2F2014%2F10%2Fcura-do-umbigo-em-bezerros-
septicemia, poliartrites, cistites e nefrites (1,5,9). recem.html&psig=AOvVaw3tIH8QOzIpfUshyCwOL4Jn&ust=1542666907981540

Segundo Coutinho (2016), se o umbigo não for curado após APOIO:


o nascimento, o cordão umbilical pode se tornar a ―linha da
morte‖.(9)
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
SURTO DE PESTE SUINA AFRICANA NA EUROPA, ÁSIA E ÁFRICA EM 2018
Michelle Pereira Tavares Moreira¹*, Dayane Carolina Pinto Alves¹, Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus¹,
Luiza Nascimento Golfeto¹, Nágila Rocha Aguilar¹, Thais Andre Resende¹,
Alessandra Silva Dias², Prhiscylla Sadanã Pires².
1
Graduanda em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil – E-mail: michelle.p30@hotmail.com
2
Professora do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO
A peste suína africana (PSA) é uma das doenças mais
importantes e graves que acomete os suídeos domésticos e Figura 1: Casos de Peste Suína Africana notificados à
selvagens. Por ser altamente contagiosa e ter capacidade Organização de Saúde Animal no 2° semestre de 2018.
de disseminar por longas distâncias, essa doença é uma das
mais temidas na criação de suídeos.¹ É uma doença listada
no Código Sanitário dos Animais Terrestres da Organização
Mundial de Saúde Animal (OIE), sendo a notificação
obrigatória². No Brasil, foi erradicada em 1984 e o país foi
declarado área livre da doença, mas o país entrou em
estado de alerta após ocorrência da doença na Europa, Ásia
e África.
O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão de
literatura sobre a PSA, distribuição da doença em 2018 e
suas consequências na suinocultura.

MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho constitui-se de uma revisão de
literatura, realizada em novembro de 2018, no qual utilizou
Fonte: Organização Mundial da Saúde Animal - http://www.oie.int
como fonte de pesquisa artigos e trabalhos científicos
selecionados através de busca nos bancos de dados do
Google Acadêmico e análise de dados da OIE. As palavras Ao contrário da maioria das doenças, não há vacinação
chaves utilizadas na busca foram: peste suína africana, como forma de prevenção, sendo necessário evitar o
doença dos porcos africanos, african swine fever. O contato entre o vírus e o hospedeiro suscetível¹. A
parâmetro de escolha do material analisado foi o período prevenção em países livres da doença depende da
temporal de 2009 a 2018. implementação de políticas apropriadas de importação e
medidas de biossegurança, garantindo que nem os suínos
REVISÃO DE LITERATURA vivos infectados nem os produtos suínos sejam introduzidos
em áreas livre². É proibido o tratamento de animais
A PSA se manifesta como uma febre hemorrágica e pode
acometidos, pois mesmo após a recuperação o animal
causar mortalidade de 100% dos porcos infectados¹. É
dissemina o vírus através de seus dejetos. Isso ocasiona o
causada por vírus da família Asfarviridae, que também
aparecimento de novos animais infectados e dificulta ainda
infecta carrapatos do gênero Ornithodoros².
mais o controle, sendo necessário abate sanitário imediato
Os sinais clínicos da PSA são considerados indistinguíveis
dos animais positivos e destruição dos focos da infecção
dos achados em casos de infecção pelo pestivírus, agente 4
como carrapatos e outros vetores .
da Peste Suína Clássica (PSC), onde se observa febre alta,
diarreia, hemorragias e presença de vermelhidão
CONCLUSÕES
generalizada da pele. A esplenomegalia e hemorragias em
linfonodos e rins são os achados de necropsia mais Neste estudo, foi possível concluir que a PSA representa um
comuns³. risco à suinocultura e para evitar a disseminação da doença
A transmissão pode ocorrer através dos suínos vivos ou de se faz necessárias ações de biosseguridade nas granjas e
suas carcaças e além disso, pode ocorrer por meio de locais que recebem produtos para os animais.
alimentos contaminados e fômites (objetos inanimados)
como: vestuário; veículos; facas; equipamentos, entre BIBLIOGRAFIAS
1. PENRITH, Mary-Louise; VOSLOO, Wilna. Review of African swine fever:
outros, devido à alta resistência ambiental do vírus², gerando transmission, spread and control. Journal of the South African Veterinary
graves perdas económicas e de produção. Association, v. 80, n. 2, p. 58-62, 2009.
Em 2018, um surto de PSA envolvendo o continente 2. OIE (Organização Mundial da Saúde Animal): http://www.oie.int. Acesso no
Europeu, Africano e Asiático, conforme a figura 1, alarmou dia 07/11/2018.
3. RIBEIRO, Eduardo L. et al. Estudo comparativo e validação de três
todo o mundo. Na Europa acometeu suínos domésticos e técnicas de PCR em tempo real (qPCR) para diagnóstico de Peste Suína
javalis, enquanto na Ásia e África notificaram surtos apenas Africana. Pesq. Vet. Bras, v. 36, n. 6, p. 473-478, 2016.
em porcos domésticos. O número total de suínos afetados 4. MOURA, Josélio de Andrade. A peste suína africana no Brasil: a
epidemiologia, os registros históricos, a erradicação da doença e o
durante o ano, foram 855.195 animais e javali selvagem desenvolvimento da suinocultura nacional pós-ocorrência.
4.949 animais. Em agosto de 2018 na Ásia, a doença foi
relatada pela primeira vez na China, a maior produtora e APOIO: Agradecimento as coautoras e orientadoras pela contribuição na
consumidora de carne suína do mundo², causando grande elaboração da revisão e também à equipe de coordenação do Colóquio, pela
oportunidade de publicação do resumo.
ameaça para toda região asiática.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
TÉCNICAS ALTERNATIVAS PARA PROPORCIONAR BEM-ESTAR NA SUINOCULTURA
*
Michelle Pereira Tavares Moreira¹ ,Danielle Rodrigues Marinho¹, Dayanne Kelly Oliveira Pires¹, Juliana Stefani
de Almeida Pereira¹, Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus¹, Nágila Rocha Aguilar¹, Alessandra Silva Dias².
¹ Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil – E-mail: michelle.p30@hotmail.com
2
Professora do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

2
INTRODUÇÃO Fonte: Produção de suínos: teoria e prática
Em 1967, na Inglaterra, o conselho de Bem-estar de Animais Outra técnica que pode ser implementada é a aromaterapia,
de Produção, estabeleceu um conjunto de ideias chamadas ela visa melhorar a saúde física, emocional e espiritual dos
de ―as cinco liberdades dos animais‖.¹ São elas: Nutrição seres vivos através do uso de óleos essenciais e outros
adequada; Sanidade adequada; Ausência de desconforto compostos aromáticos extraídos de plantas. Por exemplo, a
físico e térmico; Ausência de medo, dor e estresse intenso; utilização de óleo essencial de lavanda em sala de creche
Capacidade de expressar comportamentos típicos da logo após o desmame, mostraram nos resultados
espécie. ² preliminares que este enriquecimento contribuiu para
Atualmente, o bem-estar animal é um dos assuntos mais diminuir os comportamentos indesejáveis como ―brigas‖ e
polêmicos, embora não seja um conceito novo. É de ―vicio de morder‖.³ Os suínos tem o olfato muito
crescente importância no cenário suinícola mundial, desenvolvido e sensível e reagem de forma positiva à esses
principalmente por ser um requisito demandado pelos odores.
mercados internacionais consumidores da carne suína Outro método é a musicoterapia, que utiliza música para
brasileira.³ relaxar os animais, o som pode ativar regiões do cérebro
Alguns autores citam que medidas de enriquecimento que acalma, diminui a vocalização e reduz a ansiedade.³ A
ambiental diminuem comportamentos indesejáveis, como avaliação da exposição de suínos na fase de terminação a
agressividade e aumentam comportamentos naturais dois ritmos musicais (clássico e rock and roll) mostrou que a
específicos da espécie suína, como o investigativo. Além ingestão diária de matéria seca aumentou quando os
disso, pode-se observar uma melhora na produtividade, animais foram submetidos ao rock e o ganho de peso foi
sanidade e na qualidade do produto final, a carne suína.³ maior nos tratamentos com música clássica.²
Diante do exposto, este trabalho baseia-se em uma revisão A escolha do tipo de enriquecimento a ser utilizado em uma
de literatura com o objetivo de apresentar o benefício de granja é subjetiva, sendo dependente da sua realidade. É
algumas técnicas alternativas para o bem-estar dos suínos. importante considerar a viabilidade econômica e as
MATERIAIS E MÉTODOS condições de operacionalização do enriquecimento na
unidade de produção, ressaltando que o enriquecimento
O estudo foi realizado em novembro de 2018 e utilizou como
ambiental pode ser uma ferramenta de baixo custo e de
fonte de pesquisa artigos e trabalhos científicos
bons resultados, desde que se use a criatividade.³
selecionados através de busca nos bancos de dados do
Google Academics e Scielo. As palavras chaves utilizadas CONCLUSÕES
na busca foram: bem-estar, enriquecimento ambiental, A utilização de técnicas alternativas para proporcionar o
aromaterapia, musicoterapia. O parâmetro de escolha do bem-estar na suinocultura é benéfica para os animais e para
material analisado foi o período temporal de 2011 a 2014. os produtores, pois facilita o manejo, terá aumento na
REVISÃO DE LITERATURA produção e qualidade do produto final.
Na criação intensiva de suínos, os animais passam toda sua Com a inclusão dessas técnicas alternativas e o
vida produtiva em instalações fechadas e com espaços cumprimento das ―cinco liberdades dos animais‖, eles terão
individuais restritos, gerando situações que comprometem o melhor qualidade de vida.
bem-estar.³ BIBLIOGRAFIAS
1. Baptista R I A de A, Bertani G R, Barbosa C N. Indicadores do bem-estar
O ―enriquecimento ambiental‖ pode trazer melhorias no em suínos. Ciência Rural, 2011.
sistema de confinamento tornando o ambiente mais 2. Produção de suínos: teoria e prática / Coordenação editorial. Associação
adequado aos animais. Pode-se melhorar as celas de Brasileira de Criadores de Suínos; Coordenação Técnica da Integrall
parição (aumentando a área, melhorando os bebedouros e Soluções em Produção Animal.-Brasília, DF, 2014. 908p.
3. Paula, de A M, A. et al. Enriquecimento ambiental como medida para o
comedouros) e colocar objetos como correntes e adereços bem-estar positivo de suínos. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e
4
sobre as baias para quebrar a monotonia do ambiente. Tecnologia Ambiental, v. 14, n. 14, p. 2862-2877, 2013.
Oferecer substratos para cama, por exemplo, palha, reduz o 4. Coutinho, G. S. et al. Conforto térmico e manejo de suínos na maternidade
levando em consideração o bem-estar animal. Revista eletrônica Nutritime, v.
estresse pois o animal realiza um comportamento 11, n. 01, p. 3109-3119, 2014
investigativo que é natural da espécie.

.
Figura 1: Corrente Fixa Pendurada APOIO: Agradecimento as coautoras e orientadora pela contribuição na
elaboração da revisão e também à equipe de coordenação do Colóquio, pela
oportunidade de publicação do resumo.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
TRIPANOSSOMIASE NO ESTADO DE MINAS GERAIS
Luiza Nascimento Golfeto1*, Dayane Carolina Pinto Alves¹, Michelle Pereira Tavares Moreira¹, Thais Andre Resende1, Yara Mares da
Silva¹, Leandro Silva de Andrade2, Prhiscylla Sadanã Pires2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO coletado sangue dos 15 animais que apresentavam


O Trypanosoma vivax, é um protozoário flagelado, sintomatologia, as amostras foram encaminhadas para
hemoparasita, com potencial de causar altos prejuízos diagnóstico complementar pela técnica de
1
econômicos aos produtores de leite e derivados . Esta é a imunofluorescência indireta, no qual o resultado de todas
3
espécie que mais acomete rebanhos nacionais, levando a foram positivo .
grandes impactos sanitários, pois a doença pode ser Na microrregião de Uberaba-MG foram analisadas em
disseminada por moscas hematofogas como moscas dos (2013) 327 amostras de 36 propriedades, onde 13
estábulos (Stomoxys calcitrans), tabanídeos, como mutucas apresentavam atividade de corte, 20 de leite e 3 mistas. Das
2,6
(Tabanus spp.), e por meio de fômites contaminados . Os 36 propriedades 20 apresentavam no mínimo um animal
principais sinais clínicos relatados foram, queda de positivo para T. vivax. Destas, 15 desenvolviam atividade
produção, emagrecimento progressivo, anemia, aborto e leiteira, 2 de corte e 3 mistas. porém a ausência de parasitos
1,2,3,4,5,6
óbitos . não indica que os animais sejam negativos, pois segundo
O parasita foi introduzido no continente americano pela Abrão et al. (2009), a fase crônica da doença está associada
importação de bovinos proveniente da África nos séculos com parasitemia baixa. Na pesquisa de soro prevalência de
6
XVII e XVIII . O trânsito de animais permite a entrada de 327 amostras 53 eram positivas, ou seja, apresentavam
animais infectados por T. vivax e consequentemente o anticorpos anti T. vivax. Em 2011 foi realizado um estudo
5
estabelecimento da doença . No Brasil, o primeiro relato da sobre a soro prevalência de T vivax em todo o estado de
doença foi em 1972, quando Shaw e Lainson referiram a minas gerais, onde 2118 rebanhos foram avaliados, e 50
6 6
ocorrência da doença em búfalos no Norte do país . deles apresentaram amostra de soro positiva .
Em Minas Gerais, o primeiro relato foi realizado em 2007 na Tabela 1: Número de casos positivos em relação ao ano e
4
Escola de Veterinária da UFMG . E a partir deste momento número de animais avaliados no estado de Minas Gerais:
foi observado um aumento no número de casos e
consequentemente de relatos em todo o estado. O objetivo
do presente trabalho foi analisar os relatos dos casos de
tripanossomíase e correlacionar os fatores que levaram ao
aumento da doença no estado de minas gerais.

MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma revisão de literatura utilizando pesquisas
feitas pelo Google Acadêmico, Scielo e no portal de
periódicos capes. Buscando artigos com as seguintes CONCLUSÕES
palavras chaves: Trypanosoma vivax, Tripanossomose Podemos concluir que a tripanossomíase ocorre
bovina, Tripanossomíase em bovinos, Trypanosoma vivax principalmente em propriedades que desenvolvem atividade
em minas gerais. leiteira. Devido ao fato de grandes exposições leiteiras
aumentarem o trânsito de animais, além de ficarem
RESULTADOS E DISCUSSÃO agrupados em currais onde se concentra maior população
Como dito anteriormente o primeiro relato do parasita no de moscas, o não descarte das agulhas e a falta de um
estado de minas gerais foi feito por Carvalho et al. em 2007, manejo adequado, sendo esses fatores importantes na
de uma vaca oriunda de Igarapé. Em sequência Abrão et. al epidemiologia dos casos de T. vivax. Medidas profiláticas
em 2009 descreveu os impactos econômicos do surto de devem ser implantadas nas fazendas para evitar a
tripanossomíase no rebanho leiteiro proveniente desta vaca, disseminação da enfermidade.
onde foram observados antes do surto, entre 2006 até o final
do primeiro semestre de 2007, ocorreram 6 óbitos de vacas BIBLIOGRAFIAS
adultas e 4 abortos. Após a instalação da doença, foram 1. ABRÃO, D.C.i et al. IMPACTO ECONÔMICO CAUSADO POR
Trypanosoma vivax EM REBANHO BOVINO LEITEIRO NO ESTADO DE
constatadas 9 mortes de vacas leiteiras e 11 abortos. Além MINAS GERAIS. Ciência Animal Brasileira, [S.l.], p. 672 - 676, out. 2009.
disso, os mesmos relatam que no ano de 2008, 85% das 2. ABRÃO, D.C. et al. ASPECTOS CLÍNICOS E PATOLÓGICOS DA
mortes ocorreram no segundo semestre, época na qual se INFECÇÃO NATURAL EM BOVINOS LEITEIROS POR Trypanosoma vivax
iniciou o surto, e a redução somente ocorreu no segundo EM MINAS GERAIS, BRASIL. Ciência Animal Brasileira, [S.l.], p. 666 - 671,
out. 2009. ISSN 1809-6891.
semestre de 2008, quando o surto de tripanossomíase havia 3. BORGES. L.P.B ET AL. Tripanossomíase bovina na região de Ibiraci/MG –
sido controlado. relato de caso. Revista Acadêmica: Ciência Animal, [S.l.], v. 15, p. 337 -
Em um segundo relato de Abrão et. al. em 2009, 25 animais 338, ago. 2017. ISSN 1981-4178.
4. CARVALHO, A.U. et al . Ocorrência de Trypanosoma vivax no estado de
da fazenda de igarapé apresentaram parasitemia patente Minas Gerais.Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., Belo Horizonte , v. 60, n. 3, p.
por T. vivax segundo a técnica de Woo. Neste período, 769-771, Junho 2008
quatorze vacas abortaram e dois bezerros nasceram mortos. 5. FRANGE, R.C.C. - TRIPANOSSOMÍASE EM VACAS DA MICRORREGIÃO
Além disso relatam que a anemia foi a manifestação mais DE UBERABA – MG: ESTUDO SOROEPIDEMIOLÓGICO E RELATO DE
SURTO. Teses mestrado - Universidade de Uberaba. 76p. 2013.
freqüente, assim como encontrado em diversos trabalhos. 6. MENEZES, R.M. - TRIPANOSSOMOSE BOVINA EM MINAS GERAIS,
No município de Ibiraci/MG, foram observados 2011: SOROPREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO. Tese doutorado -
sintomatologia característica de tripanossomiase em cinco Universidade Federal de Minas Gerais. 61p., 2016.
animais de um rebanho de 90 fêmeas em lactação, e dois
meses após as manifestações iniciais, foram verificados
mais dez animais com sintomatologia semelhante. Foi
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH

USO DE ESTERQUEIRAS PARA GESTÃO DE RESÍDUOS E INCREMENTO DE RENDA


Larissa de Oliveira Pimentel Lacerda1*; Ana Paula Santos Florêncio¹; Bruna Giulian Costa Val¹; Maike Dias Trindade¹; Tiago Vilas Boas¹;
Joel Espechit Gomes²; Alessandro Moreira Procópio³; Breno Mourão de Sousa4.
1
Graduandos em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Graduando em Engenharia Mecânica - UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Médico veterinário, doutor em Ciência Animal, pela UFMG, professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO 8m de largura x 3,5m de profundidade) há o investimento de R$


4.826,68, segundo pesquisa de mercado. Esse valor estimado inclui
Propriedades rurais produzem quantidades consideráveis de
três dias de mão-de-obra (valor médio de R$ 525,00), um dia de
resíduos sólidos, ainda que o número de animais criados pelo
aluguel de escavadeira hidráulica (17 a 20t) para fazer a escavação
produtor seja pequeno. Tais resíduos, em geral, são lançados no
do local (R$ 201,95) e os seguintes materiais de construção: 1
solo, rios ou lagos tornando-se fonte de contaminação ambiental.
metro cúbico de concreto armado: R$ 1.012,81; 4 portões de aço
Entretanto, existem alternativas economicamente viáveis de manejo
1020 (metalon): R$ 1.452,52; 5 metros de geomembrana PEAD: R$
e tratamento desses dejetos que podem se tornar uma fonte de
160,00; 5 metros de telhas de PVC: R$ 425,40. O pequeno
renda complementar. O presente trabalho discute como a
produtor, após colocar a esterqueira em operação, precisará
implantação de esterqueiras nas propriedades rurais pode reduzir a
aguardar 60 dias para poder vender o primeiro lote de sua
contaminação do solo e das águas e sua utilização para redução da
produção. Segundo pesquisa de mercado, feita em 10
desigualdade social, visto que os dejetos dos animais podem ser
estabelecimentos, das cidades de Belo Horizonte/MG, Ribeirão das
utilizados como esterco, tipo de fertilizante orgânico, tanto para
Neves/MG, Dracena/SP e Vitória da Conquista/BA, o metro cúbico
consumo interno da propriedade, reduzindo os custos de produção
do esterco, é vendido pelo preço médio de R$ 155,00. Após o início
quanto para venda, tornando-se um incremento de renda.
das vendas, o produtor poderá ter uma renda extra de até R$
MATERIAIS E MÉTODOS 4960,00 (R$155,00 x 32m³) por mês, pagando o investimento inicial
Para realização do presente trabalho foram feitas pesquisas de em até 90 dias (60 dias para completar o curtimento, somados a 30
preço, referentes aos materiais utilizados para a construção da dias para realização das vendas e recebimento do dinheiro).
esterqueira para verificação da viabilidade da implantação desse Figura 1: Compartimentos da esterqueira tampados pelas telhas de
artefato pelo pequeno produtor rural. Foi feito um projeto técnico 3D, PVC.
que ilustra como a esterqueira ficará depois de construída. Além
disso, foi feita revisão de literatura sobre o tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os sistemas agropecuários dão origem a vários tipos de resíduos
orgânicos, os quais, corretamente manejados e utilizados, revertem-
se em fornecedores de nutrientes para a produção de alimentos e
melhoradores das condições físicas, químicas e biológicas do solo.
(KONZEN, E.A; ALVARENGA, R.C). O esterco é um subproduto
das criações de animais, que de maneira geral, não é bem
aproveitado. O mau uso deste se dá por falta de equipamentos
adequados, tanto de coleta como de distribuição, e, ainda, por falta
de adequação do terreno do piquete de confinamento para coleta,
perdas de nutrientes pela demora na retirada do esterco, má
distribuição, entre outras. Mas, principalmente, pelo
desconhecimento de suas qualidades como fertilizante, pelos
gestores do confinamento, o que gera pouco interesse no seu uso.
O uso de esterqueiras para armazenar e tratar dejetos do rebanho é
uma alternativa barata e que pode ser uma segunda fonte de renda
para o pequeno criador de gado. Além disso, evita a contaminação
do solo e dos cursos d‘água, uma vez que os dejetos são
Fonte: Projeto técnico 3D de Joel Espechit Gomes.
decompostos por bactérias e a temperatura elevada desse processo
permite que contaminantes sejam eliminados, transformando os
dejetos em fertilizante natural. De acordo com Jader Zaccharias CONCLUSÕES
Freitas, autor do manual ―Esterqueiras para dejetos bovinos‖ o local A implantação da esterqueira é um excelente recurso para as
mais adequado para a instalação da esterqueira é em terreno propriedades rurais, uma vez que colabora para a preservação do
inclinado, permitindo que ela fique semi-enterrada, proporcionando meio ambiente e proporcionará ao pequeno produtor renda extra e
melhor ambiente para a decomposição, além de facilitar a carga e melhor qualidade de vida. O custo da construção pode parecer,
descarga dos resíduos. O modelo de esterqueira escolhido é ideal inicialmente, elevado (R$ 4826,68), mas é pago em até 30 dias
para compostagem. Segundo Juliana Bega Junqueira esse após o início das vendas do composto/húmus (90 dias a contar da
processo consiste na disposição de materiais de origem vegetal e data do início da compostagem). A partir daí, toda a renda gerada é
animal (esterco) em camadas, acelerando a decomposição por meio revertida para o proprietário ou há diminuição nos custos de
da ação de microorganismos e enzimas. O produto final é um produção em outras atividades, tais como hortas ou pequenas
material de cor escura, denominado composto ou húmus. O teor de lavouras.
nutrientes é variável, pois depende da alimentação fornecida aos
animais e o material produzido é livre de patógenos e sementes de BIBLIOGRAFIAS
ervas daninhas, que são destruídos pelas altas temperaturas do 1. FREITAS, J.Z. Manual Técnico 04 – Esterqueiras para dejetos
processo (ate 60ºC) bovinos. PESAGRO. Niterói, 2008.
Segundo Breno Mourão de Sousa, doutor em nutrição de 2. Gomes, Joel Espechit – projeto 3D de esterqueira.
ruminantes, em geral, o pequeno produtor possui um rebanho com 3. JUNQUEIRA, Juliana Bega. Biodigestão anaeróbia e compostagem com
dejetos de bovinos confinados e aplicação do biofertilizante e do
10 a 30 animais em lactação. Cada animal adulto, pesando cerca de
composto em área cultivada com Panicum maximum Jacq., CV
500kg, excreta aproximadamente 8% do seu peso vivo (somente Tanzânia. 2011.
fezes), o equivalente a 40kg/dia. A produção de dejetos sólidos de 4. KONZEN, E.A; ALVARENGA, R.C - adubação orgânica. Disponível
um rebanho com 30 animais gira em torno de 1200kg/dia, gerando em:
até 36 mil quilos de dejetos sólidos por mês, que podem ser curtidos http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/milho/arvore/CONTAG01_
na esterqueira (figura 1) e comercializados pelo pequeno produtor. 48_168200511159.html acesso em 04/05/2018
Para a construção de uma esterqueira com capacidade total de 5. Sousa, Breno Mourão (comunicação pessoal).
128m³ (divididos em quatro salas de 32m³/ medidas 5m de altura x
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
UTILIZAÇÃO DA ACUPUNTURA NO PERÍODO PRÉ ANESTÉSICO
FINK,D.M.S1*, LARA, M.L.S1, RIBEIRO,L.A.F1, LEAL,B.B.P¹, SANTOS,D.J.F¹, FIGUEIREDO,L.B¹, BLAZUTE,L.P¹, FERREIRA, R.P¹,
SOARES,B.A²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil- daniellevetmed@gmail.com –contato: (31) 99204-7125
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO mesencéfalo, as encefalinas e a ativação do sistema central


Protocolos médicos para o controle da dor ainda requerem de modulação da dor resultam na liberação de serotonina e
estudos, especialmente em pacientes neonatos, geriátricos, norepinefrina.
oncológicos e diabéticos, nos quais os fármacos utilizados DRAEHMPAHEL & ZOHMANN (1997) e SANTOS &
podem promover sedação, depressão respiratória e MARTELETE (2004) afirmam que a acupuntura estimula
distúrbios gastrointestinais. Dessa forma, métodos ainda o eixo hipotálamo-hipofisário a liberar ß-endorfinas na
complementares como a acupuntura, estão sendo cada vez circulação sistêmica e no líquor, consequentemente
mais utilizados para o tratamento da dor (PARRIS & SMITH, liberando hormônio adrenocorticotrófico e cortisol.
2003). A acupuntura promove ativação do sistema modulador da
A acupuntura é uma técnica da Medicina Tradicional dor, por meio de mecanismos neurológicos e humorais
Chinesa (MTC) que consiste na inserção de agulhas em associados; com o estímulo dos acupontos, ocorre liberação
pontos anatômicos específicos do corpo, denominados de bradicinina, substância P, histamina, prostaglandinas,
acupontos, com o objetivo de produzir efeito terapêutico ou leucotrienos e fator de ativação plaquetária e outras
analgésico. A técnica regula a circulação do Qi no substâncias (TAFFAREL & FREITAS, 2009).
organismo. O Qi é definido como a energia vital do corpo
que circula e flui por todos os órgãos e se comunica através Figura 1: Acupuntura para tratamento de dor em cão.
dos meridianos, sendo que alterações do fluxo de Qi no
organismo manifestam-se em sintomas, e a estimulação nos
pontos restauram o equilíbrio e normalizam a causa da dor.
(DRAEHMPAEL & ZOHMANN, 1997; SCOGNAMILLO-
SZABÓ & BECHARA, 2010)
O objetivo desse estudo foi expor os efeitos fisiológicos da
acupuntura sobre os mecanismos da dor e analgesia.
MATERIAIS E MÉTODOS
Revisão bibliográfica em artigos científicos pesquisados na
biblioteca nacional e internacional utilizando ferramentas de
busca como SCIELO, PUBMED e BIREME.
REVISÃO DE LITERATURA
CONCLUSÕES
O acuponto é um ponto da pele que é definido como ponto
de sensibilidade espontânea ao estímulo; é uma área de As estimulações nos acupontos restauram e restabelecem o
condutividade elétrica amplamente aumentada comparada equilíbrio, a funcionalidade do organismo e normalizam a
às áreas da pele ao redor. Os acupontos estão localizados causa da dor. A acupuntura promove o equilíbrio no sistema
próximos a articulações e bainhas tendíneas, vasos, nervos nervoso do animal, pode ser utilizada para promover
e septos intramusculares, na ligação músculo-tendínea, nos analgesia e, é benéfica durante o período pré-anestésico.
locais de maior diâmetro do músculo e nas regiões de Quando associada aos protocolos anestésicos de rotina,
penetração dos feixes nervosos da pele (DRAEHMPAHEL & auxilia na redução das doses dos medicamentos
ZOHMANN, 1997). anestésicos utilizados, e consequentemente minimiza
Os fármacos mais comumente usados em animais para possíveis complicações associadas à anestesia e seus
procedimentos anestésicos possuem como ponto negativo efeitos indesejáveis, especialmente em pacientes
potenciais efeitos indesejáveis e podem apresentar riscos pediátricos, geriátricos, e com doenças concomitantes.
BIBLIOGRAFIAS
aos animais. Dessa forma, a acupuntura pode desempenhar
papel importante quando associada aos protocolos 1. PARRIS, W.C.V.; SMITH, H.S. Alternative pain medicine.
Pain Practice, v. 3, n. 2, p. 105-116, 2003.
anestésicos, pois auxilia na redução das doses dos 2. DRAEHMPAEHL D.; ZOHMANN A. Acupuntura no Cão e
fármacos utilizados, minimizando as complicações no Gato: Princípios Básicos e Prática Científica. São Paulo-SP:
associadas à anestesia geral (FANTONI & ROCA, p. 34-37, 1997.
MASTROCINQUE, 2010). 3. SCOGNAMILLO-SZABÓ M.V. R; BECHARA G.H.
No período pré-anestésico, a acupuntura visa intensificar a Acupuncture: history, basic principles and its use in Veterinary
função dos opioides endógenos por meio da regulação das Medicine. Ciência Rural, Santa Maria, v. 40, n. 2, p. 491-500, 2010.
funções fisiológicas do organismo. O uso da acupuntura 4. FANTONI, D. T.; MASTROCINQUE, S. Fisiopatologia e
neste período não visa substituir o uso de fármacos, mas controle da dor. In: FANTONI, D. T.;CORTOPASSI, S. R. G.
Anestesia em cães e gatos. 2. ed. São Paulo: Roca, 2010. p. 521-
sim potencializar e complementar sua ação. (MOK, 2000). 544.
De acordo com SANTOS & MARTELETE (2004), a 5. MOK Y.P. Acupuncture-assisted anesthesia. Medical
estimulação promovida pela acupuntura ativa vias opióides e Acupuncture, v.12, n. 1, p. 28-31, 2000.
não opióides, ativa o sistema modulador da dor por 6. SANTOS, L.M.M.; MARTELETE, M. Acupuntura no
hiperestimulação das terminações nervosas de fibras tratamento da dor. In: MANICA, J. et al. Porto Alegre: Artmed, 2004.
mielínicas A-δ, que são as responsáveis pela condução do p.1307-1309.
estímulo aos centros medulares, encefálicos e eixo 7. TAFFAREL, M. O.; FREITAS, P. M. C. Acupuntura e
hipotálamo-hipofisário. Na medula espinhal, a modulação analgesia: aplicações clínicas e principais acupontos. Ciência Rural,
v. 39, n. 9, p. 2665-2672, 2009.
dos estímulos nociceptivos ocorre por inibição pré-sináptica,
devido à liberação de encefalinas e dinorfinas. Já no
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
UTILIZAÇÃO DA ULTRASSONOGRAFIA PARA DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO EM SUÍNOS
Nágila Rocha Aguilar¹*, Danielle Rodrigues Marinho¹, Juliana Stefani de Almeida Pereira¹, Michelle Pereira Tavares Moreira ¹,
Alessandra Silva Dias ²
1
Graduanda em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professora do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO púbica, que dificulta a passagem da mão para fazer a


A suinocultura vem crescendo a cada ano e em 2017, o palpação e estresse. O ultrassom via retal detecta a
Brasil foi o 4º maior produtor e exportador de carne suína do gestação 20 a 22 dias depois da inseminação³, em
mundo, produzindo cerca de 3,73 milhões de toneladas¹. comparação à ultrassonografia transabdominal a
Para que a suinocultura continue expandindo no Brasil nos ultrassonografia retal demora mais para ter o diagnóstico de
próximos anos, o produtor deve investir no desempenho gestação e precisa de equipamento portátil com frequência
reprodutivo das fêmeas e em tecnologias para ter um menor, por isso esse método é pouco utilizado na rotina da
diagnóstico rápido de gestação, e ter um aumento no granja. O ultrassom retal está sendo mais utilizado para
número de matrizes gestantes e o número de leitões descobrir as causas de falha reprodutiva ou para identificar
nascidos no ano. Uma forma de diagnóstico de gestação leitões que ficaram no útero após partos distócicos³.
que cada vez vem crescendo na suinocultura é a utilização
Figura 1: Matriz em posicionamento quadrupedal para exame de
de ultrassom. Com essa técnica, fêmeas que foram
ultrassonografia transabdominal.
inseminadas ou acasaladas podem ser separadas mais
rápido como gestantes ou não gestantes e podem voltar a
serem inseminadas ou descartadas do rebanho de matriz.
Essa técnica traz um retorno econômico ao produtor por
diminuir a incidência de porcas vazias no rebanho.
O objetivo deste trabalho foi analisar artigos científicos para
relatar a utilização de novas tecnologias para minimizar os
diagnósticos de falsa gestação, diminuindo o número de
matrizes vazias na produção e o custo para o produtor.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a elaboração dessa revisão de literatura, foram
utilizados artigos científicos da área de diagnóstico de
gestação utilizando o ultrassom. Foi feita uma pesquisa no Figura 2: Imagem da ultrassonografia transabdominal de uma
Google Academics utilizando algumas palavras para a busca fêmea com 25 dias de gestação, A- vesícula embrionária; B-
como ultrassom na produção animal e métodos alternativos embrião.
para diagnósticos de gestação na suinocultura.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O método que está se destacando na suinocultura para
diagnóstico de gestação é a ultrassonografia
transabdominal, que tem como vantagens a precocidade
para detectar a gestação, rapidez e facilidade na execução.²
Agentes infecciosos e não infecciosos podem causar morte
embrionária e fetal, com consequente retorno ao estro e
perda de ciclo produtivo da fêmea. Nesses casos, o uso de
ultrassom como método de diagnóstico precoce, tanto de
gestação como de retorno ao estro, pode ser vantajoso para
o produtor na medida em que otimiza a vida útil reprodutiva
das fêmeas. Além disso, o produtor tem a oportunidade de
detectar o estro irregular, realizando a inseminação no
momento mais próximo da ovulação. A ultrassonografia para CONCLUSÕES
confirmação de gestação deve ser feita nas fêmeas 20 dias Umas das áreas de maior importância na produção é o
após a inseminação.³ desempenho reprodutivo do rebanho, por isso deve ser
Durante a realização do exame nas granjas, o animal pode empregado técnicas que podem melhorar a detecção das
ficar em posição quadrupedal. Um gel à base de fêmeas que não estão gestantes, para minimizar o custo
carboximetilcelulose deve ser utilizado para permitir a para o produtor. O método de ultrassonografia
propagação do som², e por ser um gel biodegradável e transabdominal é um dos mais utilizado para essa detecção
4 de gestação por ser rápido e fácil para o produtor utilizar.
solúvel em água é fácil de retirar do animal . O diagnóstico
da gestação é positivo quando se visualiza as vesículas BIBLIOGRAFIAS
gestacionais de estruturas anecóicas circulares, de contorno 1. Estatísticas: Desempenho da produção no Brasil em 2017. Disponível
irregular e com embrião² como mostra a figura 2. Por outro .
em: < https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias/estatisticas> Acesso em:
lado, quando não aparece nenhuma dessas estruturas o 12 de outubro 2018.
2. Felícia, S.A; Maria, J.A. Uso de ultra-sonografia em fêmeas suínas
diagnóstico negativo e o exame pode ser repetido 16 dias submetidas a acasalamento natural ou inseminação artificial. 2009. 14p.
depois². 3.Schwarz, T.G; Silva,.M.C; Pandolfo, F.B. Diagnóstico de gestação em
Outro método pouco utilizado na rotina da suinocultura é fêmeas suínas: uma revisão dos principais métodos. 2012. 9p.
palpação e ultrassonografia retal. A técnica de palpação 4. Daniel, D.V. Hidrogel decarboximentilcelulose de sódio e própoli:
desenvolvimento e caracterização, 2010. 55p.
retal identifica a fêmea prenhe apenas após o 28° dia de APOIO: Agradeço a ajuda do Grupo de estudos em suínos – GESUI e ao
gestação³ e é pouco utilizada por ter limitações como Grupo de estudos em neonatologia veterinária – GENEO VET, as
ocorrência de fêmeas com diâmetro inadequado da sínfise coautoras e a professora Alessandra Dias.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
VACAS MESTIÇAS E O USO DE OCITOCINA EXÓGENA
Renato Carvalho dos Reis1*, Aldair Junio Woyames Pinto².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO estar destes animais. Colaboradores de propriedades,


O Brasil possui o segundo maior rebanho leiteiro mundial e visando acelerar o manejo dos animais até a sala de
também, somos o quarto maior produtor de leite em nível ordenha, muitas vezes agridem, gritam ou fazem
mundial (SPÉZIA 2015). movimentos rápidos e imprevisíveis aos animais. O medo
tem importante papel neste processo, ao motivar os animais
Ao longo dos anos vacas da raça Gir e touros da Raça
a evitarem situações potencialmente perigosas (SILVA
holandesa tem sido cruzados com a finalidade de unir
2015). Os efeitos do medo na fisiologia são refletidos em
qualidades específicas aumentando assim a produção
resultados negativos na produção animal num todo, inclusive
leiteira em nosso clima tropical (PORCIONATO 2005). A
na descida do leite, especialmente por meio da
inserção da genética zebuína em nosso rebanho leiteiro,
intensificação da atividade do eixo hipotálamo-hipófise-
pode justificar a ineficácia de nosso rebanho em relação a
adrenal, expressos em aumentos no cortisol, e do sistema
ejeção do leite, tendo maior acúmulo de leite, afinal são
nervoso simpático, pelo aumento nas concentrações de
animais que tem maior dificuldade de descer o leite sem a
adrenalina e dos batimentos cardíacos (HEMSWORTH,
presença do bezerro ao pé e precisa de uma maior atenção
2003).
e talvez usar de recursos quando então retiro este bezerro
no momento da ordenha (MESQUITA 2017). O uso da
ocitocina exógena chegou como a solução destes
problemas, sem se olhar inicialmente as consequências de
seu uso.
O objetivo deste trabalho é abordar de maneira breve alguns
impactos que o uso da ocitocina pode trazer para um
rebanho de vacas leiteiras e se o uso deste recurso é
realmente necessário.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram utilizados artigos e publicações pertinentes ao
assunto abordado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Grande parte de nosso rebanho leiteiro é composto por
vacas mestiças cujo sangue provém de vacas oriundas de
origem zebuína que por sua vez podem apresentar algum
tipo de dificuldade na adaptação em ordenhadeiras
mecânicas. Na maioria dos casos se observa a necessidade
do bezerro ao pé do animal para estimular a decida do Figura 1: Da esquerda para direita ;A: Bezerro amamentando ao pé
leite.(Santos 2013) de uma vaca Girolando; B: Vacas Girolando sendo ordenhadas; C:
Com o objetivo de facilitar o manejo na sala de ordenha, o Vaca Girolando descendo leite naturalmente sem necessidade do
uso da ocitocina exógena ganhou espaço pois substitui o uso de ocitocina exógena; D: Vacas Girolando sendo ordenhadas
estimulo do bezerro para ejeção do leite.(BARROS 2016) mecanicamente.
O uso diário de ocitocina pode gerar inúmeras CONCLUSÕES
consequências de resistência dos animais em entrar na sala O uso da ocitocina exógena, quando usada de maneira
de ordenha, afinal as vacas sabem que serão submetias a técnica e criteriosa, facilita o manejo de ordenha em animais
uma injeção, gerando assim um atraso do manejo dos mestiços, porém o seu uso inadequado pode gerar inúmeras
animais na sala de ordenha aumentando o stress deste consequências indesejáveis.
animais, consequentemente o nível de cortisol circulante, BIBLIOGRAFIAS
fazendo com que em muitas defequem antes e durante a 1. HEMSWORTH, P. H. 2003. Human-animal interactions in livestock
production. Applied Animal Behaviour Science, 81: 185-198.
ordenha(SANTOS 2013) 2. SANTOS, P.E.F., Marques, J.A. e Eustáquio Filho, A. Interação homem
O uso da ocitocina em si não traz malefícios ao vaca leiteira: impactos salutares e óbices à produção. PUBVET, Londrina, V.
animal,porém observamos diversos problemas relacionados 2, N. 37, Art#364, Set3, 2008.
3. KESSLER, H.R. Considerações sobre a transmissão de anaplasma
ao compartilhamento de agulhas e seringas que são marginale. Pesq. Vet. Bras. 21(4):177-179, out./dez. 2001
utilizadas nas vacas em lactação no momento da ordenha e 4. MENESES R.M et al. Surtos de tripanossomose bovina em rebanhos
a falta de assepsia no local de aplicação. leiteiros do estado de Minas Gerais. Rev. Acad. Ciênc. Anim.
O compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas 2017;15(Supl.2):S499-500
5. MESQUITA,A.A. et al.. UNICIÊNCIAS, v. 21, n. 2, p. 67-70, 2017
pode ser um grande precursor de bactérias e vírus como 6. SPÉZIA et al., / Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.9, n.2)
Escherichia coli, Salmonela, Trypanossoma (MENESES 215-222, abr – jun (2015)
2017), Anaplasma (KESSLER 2001), entre muitas outras, 7. BARROS J.P.N. metabolismo energético e proteico e perfil bioquímico
hepático em vaca mestiças leiteiras submetidas ao uso diário de ocitocina
disseminando estas enfermidades, além de poder ocorrer durante a lactação.2016. 75p(tese) Doutorado em Ciências, pelo Programa de
flebite (BARROS 2016) que pode gerar congestão, hipóxia Pós-Graduação em Medicina Veterinária, área de concentração Ciências
no local, devido a contaminação bacteriana ou traumatismo Clínicas. Universidade federal rural do rio de janeiro. Seropédica 2016.
aos animais acometidos a ocitocina exógena diária. 8. PORCIONATO M.A.F, J.A. Negrão, M.L.P. Lima Arq. Bras. Med. Vet.
Zootec., v.57, n.6, p.820-824, 2005
Vacas mestiças podem apresentar naturalmente o reflexo de 9. MACEDO, S.N., SANTOS, M. V. Uso de ocitocina em vacas leiteiras - Fev-
ejeção do leite em sistemas de ordenha mecânica, se 13. Revista Leite Integral. Piracicaba-SP, p.24 - 27, 2013.
submetidas a este sistema desde o início da lactação 10. SANTOS V.S. Ocitocina injetável durante ordenha:solução ou
complicação? Revista Inforleite. Março. 2013
(SANTOS 2013). Diariamente nos deparamos com inúmeros 11.SILVA. N.T.A at al. Etologia Bovina. Cadernos Técnicos de Veterinária e
erros de manejo de ordenha, prejudicando assim o bem- Zootecnia, nº 78 - novembro de 201
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
WESTERN BLOTING NO DIAGNÓSTICO DE MORMO
Darlene Souza Reis1*, Lidiovane Lorena Gonçalves Jesus¹, Maria Clara Madureira de Lima Prado1,
Prhiscylla Sadanã Pires2.
Graduando em Medicina Veterinária – Unibh – Belo Horizonte/ MG – Brasil darladiferential@gmail.com
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – Unibh -Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO
O mormo é uma doença infectocontagiosa que acomete
equídeos, causada pela bactéria Burkholderia mallei. Com
características zoonóticas, esta doença pode ser transmitida
ao homem através do contato com secreções e utensílios
contaminados. Os equinos contraem o mormo pelo contato
com material infectante de um animal doente. (1). Os sinais
clínicos manifestam-se por corrimento viscoso nas narinas;
presença de nódulos subcutâneos, nas mucosas nasais, nos
pulmões e nos gânglios linfáticos e pneumonia. Essa
doença é de notificação compulsória para a Organização Em seguida, a membrana é bloqueada por um tampão
Mundial de Saúde Animal (OIE), em virtude do impacto na proteico, evitando a ligações de proteínas inespecíficas. A
saúde animal e dos reflexos em saúde pública. (1,2) A coleta membrana bloqueada é exposta ao soro do animal e depois
de material para diagnóstico é realizada somente por um a um anticorpo secundário conjugado com uma molécula
médico veterinário habilitado. Animais com resultado repórter. A molécula repórter permitirá a visualização do
diferente de negativo, terão suas amostras encaminhadas anticorpo alvo no final do ensaio. É realizada lavagem com
pelo laboratório credenciado ao Lanagro para serem detergente neutro contendo tampão que são realizadas após
submetidas a testes complementares. exposição dos anticorpos para remover qualquer ligação
O objetivo é mostrar o uso do western bloting como um inespecífica (Figura 2) .(5)
exame complementar.
Figura 2: Etapa de transferência de proteína para
MATERIAIS E MÉTODOS membrana de nitrocelulose, ligação do soro, anticorpo
secundário e revelação.
O presente trabalho éuma revisão de literatura com base na
pesquisa de artigos encontrados no Google acadêmico e
Scielo. Com publicação entre 2015 e 2018.

REVISÃO DE LITERATURA
Os testes laboratoriais para diagnóstico do mormo no Brasil
foram definidos pela Portaria nº 35 do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de 2018. São
considerados exames oficiais para o diagnóstico de mormo:
os testes de Fixação de Complemento (FC); Ensaio de
Imunoabsorção enzimática (ELISA); WB e teste da maleína.
(3) O WB também conhecido como proteinblotting ou
immunoblotting, é um importante método em biologia
molecular utilizado para imunodetecção de proteínas após a
separação destas por eletroforese em gel e transferência
para membrana adsorvente. CONCLUSÕES
É um imunoensaio com critérios laboriosos utilizados pela
maioria dos laboratórios. No caso do diagnóstico de mormo, Com o presente trabalho concluímos que o WB pode ser
o WB é usado para confirmar a presença de um anticorpo utilizado como um exame complementar no diagnostico do
capaz de se ligar a uma proteína específica. O protocolo de mormo, permite detectar, caracterizar e quantificar múltiplas
WB utiliza eletroforese em gel (SDS-PAGE ou PAGE nativa). proteínas, principalmente aquelas que estão em baixas
Por meio dessa técnica, as proteínas são separadas de quantidades em determinadas amostras (4).
acordo com o seu peso molecular e posteriormente
transferidas do gel para uma membrana de nitrocelulose ou REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
1. http://WWW.defesaagropecuaria.al.gov.br/sanidadeanimal/momo
PVDF (Figura 1). 2. OIE
3.http://crmvba.org.br/portaria-do-mapa-define-testesparadiagnostico-
Figura 1: Separação de proteínas por meio da técnica de do-mormo-no-pais/
4. https://rockland-inc.com/western-blot.aspx
eletroforese em gel 5. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 6, DE 16 DE JANEIRO DE 2018
KURIEN, B. T.; SCOFIELD, R. H. Western blotting. Methods. San Diego.
v.38, p.283-293, 2003, 2006.
https://rockland-inc.com/uploadedImages/Support/Protocols/blot-format-
1.png

APOIO:
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH

Zootecnia e
Produção Animal
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ANÁLISE DAS FEZES DE ANIMAIS CONFINADOS PARA A PRODUÇÃO DE BIOGÁS
Maíra Meira Nunes1*, Delcimara Ferreira de Sousa¹, Gabriel Rodrigues Franco da Cruz¹, Gabriel Torres Pires Ferreira¹, Julia Cruz Coelho
Silva¹, Leonardo Dothling Gonçalves¹, Silene Belini Vale¹, Alessandro Moreira Procópio3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte - MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
*autor para correspondência: Maíra Meira Nunes; mairameira2@gmail.com

INTRODUÇÃO este alimento representa 85% da dieta. A alta de amido das


A produção de esterco e de dejetos animais em fezes ocorre pela composição nutricional do milho que é de
propriedades rurais está entre as principais causas de 60% a 72% de amido. Ele possui uma alta carga energética,
contaminação dos aquíferos confinados. Estas produções o que possibilita uma maior nutrição bacteriana, gerando
representam perda potencial de energia aproveitável, uma elevada produção de metano e consequentemente
provenientes do esterco descartado. Desta forma, o biogás.
aproveitamento de dejetos animais apresenta pontos A análise a seguir demonstra o resultado de amido
atrativos, como a redução da liberação de resíduos no meio encontrado nas fezes, que foi de 6,06%, superior à média
ambiente e a utilização como fontes de energia de baixo esperada em confinamentos comuns que é de 3% como
custo. O biodigestor compreende uma câmara fechada descrito na análise.
onde é colocado o material orgânico, em solução aquosa, e
Tabela 1 - Análise das fezes de bovinos criados em
este sofre decomposição, gerando o biogás que se acumula
confinamento com dieta a base de puro grão
na parte superior da referida câmara. A decomposição que o
material sofre no interior do biodigestor, com a consequente
geração de biogás, chama-se digestão anaeróbica. O biogás Descrição (%MS) % MS Estrume 60 dias
é formado pela mistura de vários gases, mas constituído
principalmente por gás metano (CH4) e dióxido de carbono Cinzas 15,75 20,28 %
(CO2), em menores quantidades nitrito (NO2−), hidrogênio
(H2), monóxido de carbono (CO) e gás sulfídrico (H2S), Amido 18,61 6,60 %
sendo o gás metano (CH4) o mais importante na geração de
Digestibilidade 87,68
energia limpa através do biodigestor. Para abastecer o
biodigestor de matéria orgânica os grandes confinamentos aparente do amido
de gado de corte (alto e puro grão) são ideais, em função da
sua grande produção de efluentes orgânicos. O tipo de Figura 1: Relação da Digestibilidade Aparente do Amido
confinamento estudado foi o de puro grão, que consiste em
uma dieta a base de 100% concentrado. Dessa forma, o
objetivo do presente estudo foi analisar as fezes de animais
confinados para a produção de biogás.

MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma visita técnica a fábrica de rações Futura,
localizada em Martim Campos/MG onde foram coletados CONCLUSÕES
dejetos de bovinos de corte, diretamente do reto, mantidos Devido ao índice elevado de amido nas fezes, a utilização
em confinamento e alimentados com puro grão (milho grão do biodigestor para a geração de biogás, é uma alternativa
inteiro). Posteriormente foi efetuada uma análise dessas que pode ser utilizada para mitigar os prejuízos do produtor
fezes pelo laboratório 3rlab. quanto a excreção exacerbada de amido nas fezes,
possibilitando uma melhor qualidade ambiental e econômica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como todo processo biológico a biodigestão anaeróbia BIBLIOGRAFIAS
1. Cartilha simplificada e adaptada de MATTOS, Luis Cláudio Mattos;
depende de diversos fatores, os quais irão atuar sobre a FARIAS JÚNIOR, Mário. Manual do biodigestor sertanejo/ Luis Cláudio
degradação do material e consequente produção de biogás. Mattos, Mário Farias Júnior. – Recife: Projeto Dom Helder Camara, 2011. 55
Entre estes fatores, podem ser citados a temperatura, pH, p.
uso de inóculo, teores de sólidos totais e a composição.
2. DOS SANTOS, Edval Batista; DE NARDI JUNIOR, Geraldo. Produção de
Dentre todos estes fatores a composição do material biogás a partir de dejetos de origem animal. Tekhne e Logos, v. 4, n. 2, p. 80-
influencia diretamente o potencial de degradação, por isso a 90, 2013.
extensão da produção de biogás a partir dos dejetos é
3. GASPAR, Rita Maria Bedran Leme et al. Utilização de biogestores em
dependente da alimentação dos animais. Estudos pequenas e médias propriedades rurais, com ênfase na agregação de valor:
comprovam que dietas a base de concentrado aumentam um estudo de caso na Região de Toledo-PR. 2003.
em até 23% na produção do gás metano, afirmando então a
sua eficácia na produção do biogás. 4. PRADO, Pedro Ivo de Lima Almeida et al. VIABILIDADE
ECONÔMICA DE UM BIODIGESTOR NO IFMT CAMPUS CUIABÁ BELA
Observou-se que as fezes coletadas dos animais confinados VISTA.
obtiveram uma porcentagem de amido acima da média, o
que significa que um biodigestor abastecido com esses 5. ORRICO JUNIOR, Marco AP; ORRICO, Ana CA; LUCAS JÚNIOR,
Jorge de. Influência da relação volumoso: concentrado e do tempo de
dejetos terá uma maior eficiência na produção de biogás. retenção hidráulica sob a biodigestão anaeróbia de dejetos de bovinos.
Isso se dá pelo fato da nutrição dos bovinos em Engenharia Agrícola, p. 386-394, 2010.
confinamento ser baseada em puro grão (milho grão inteiro),
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ASPECTOS RELEVANTES DA IMUNONUTRIÇÃO EM SISTEMAS DE PRODUÇÕES AVÍCOLAS
1 1
Vinicius Santos Moura , Mateus José Andrade Guerra , Matheus Fonseca Redoan¹, Mariana Helena Barros Amorim¹,
Daniel Macêdo Dornas¹, Caroline Silva Costa¹, Jeniffer Godinho Ferreira Pimenta², Breno Mourão de Sousa³.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²Mestranda em Zootecnia – UFMG – Belo Horizonte/ MG – Brasil
³
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO será digerido e assimilado, proporcionando-lhe os nutrientes


Atualmente, o desenvolvimento de biotecnologias aplicadas necessários à vida e a produção. Esse se divide
à produção animal visando à melhoria da sanidade animal e, basicamente em vitaminas, aminoácidos, carboidratos,
4
consequentemente, a qualidade do produto final que será minerais e lipídeos. De acordo com , a vitamina C (VC) ou
ofertado ao consumidor vem se tornando crescente. Novos ácido ascórbico desempenha papel estabilizador na
caminhos têm sido apontados para que a melhoria na manutenção das barreiras naturais contra as infecções, já
produtividade dos animais esteja em sincronia com o bem que esta aumenta a síntese de interferon, potencializando a
estar e a capacidade imunitária.¹ Assim, o conhecimento imunidade. Além disso, ela fortifica a atividade imunológica
sobre mecanismos imunológicos, bem como os nutrientes dos leucócitos, aumenta a produção das células de defesa e
que exercem atividade imunomoduladora sobre as aves de a resistência do organismo. Assim, a suplementação com a
produção, se tornaram necessários para o desenvolvimento vitamina C pode ser uma alternativa para melhorar o
de produções avícolas eficientes visando a diminuição dos desempenho, a resposta imunológica e o bem-estar dos
5 6
impactos que os desafios apresentados por patógenos animais. Diversos autores como e , acreditam que a
possam oferecer ao lote. Os nutrientes moduladores do Vitamina E (VE) é um antioxidante natural para a membrana
sistema imunológico são empregados na dieta pelo princípio celular e que atua também sobre a resposta inflamatória,
da imunonutrição, visando fornecer aos animais nutrientes regulando a produção de prostaglandinas e leucotrienos,
adequados e em quantidades suficientes para melhorar as além de melhorar o funcionamento de diversos sistemas,
6
respostas imunológicas. O uso da imunonutrição pode tornar entre eles, o SI. Já , observou que a inclusão de níveis
os animais mais resistentes a doenças e infecções e, moderados de VE na dieta promove a elevação da produção
consequentemente, pode melhorar o desempenho animal². de anticorpos contra alguns antígenos, além de atuar na
Foi objetivo desse trabalho revisar dados presentes na síntese da resposta linfocitária. O zinco (Zn) é um
literatura quanto aos aspectos imunológicos em aves de micromineral que pode ser adicionado à dieta das aves na
produção e a ação de imunomoduladores no sistema imune forma de óxido, sulfato ou na forma orgânica ⁶. Já ⁷ observou
das mesmas. que a suplementação com Zn orgânico em matrizes pesadas
além de melhorar o desempenho produtivo e atuar junto ao
MATERIAIS E MÉTODOS
sistema imune aumentando a resistência a doenças,
O estudo foi realizado por meio de uma busca bibliográfica melhora ainda a imunidade da progênie. ⁶ concluiu que o
em bancos de dados do Google Acadêmico utilizando as cromo (Cr) tem relação com o sistema imune, pois esse
palavras-chaves: aves, imunologia, nutrição e exerce efeito na proliferação de linfócitos e aumento na
imunonutrição. Os parâmetros de escolha dos artigos produção de anticorpos. Também observou o selênio (Se) é
encontrados foram à disponibilidade de acesso livre ao necessário para o crescimento e fertilidade dos animais e
trabalho completo e a presença do termo ―imunonutrição‖. para prevenção de uma série de doenças. A principal função
REVISÃO DE LITERATURA do Se é formar as selenoproteínas e apresentar ação anti-
A estrutura do sistema imunológico (SI) das aves pode ser inflamatória. A interação entre se com a VE promove uma
dividida em dois grupos: o sistema linfoide primário (SL1) e o relação de complementariedade, uma vez que ambas atuam
sistema linfoide secundário (SL2). Vários órgãos são como protetores de membranas celulares, melhorando o
responsáveis pela composição desse sistema, como é desempenho animal.
observado na figura 1. CONCLUSÕES
Muitos autores concluíram, por meio de pesquisas e
experimentos, que a introdução de vitaminas e minerais na
formulação de rações através do princípio da imunonutrição
desempenham grande importância na modulação do
sistema imunológico. Assim, ressalta-se que a produção de
uma dieta balanceada produz uma resposta positiva sobre o
SI animal sendo importante ofertar dietas balanceadas para
cada tipo de sistema, respeitando as exigências de acordo
com sexo, idade, peso e desafios ambientais.
BIBLIOGRAFIAS
1. SILVA, S, R, G; LOPES, J, B; ALMENDRA, S, N, O; COSTA, E, M, S.
FUNDAMENTOS DA IMUNONUTRIÇÃO EM AVES, Fundamentos da imunonutrição
em aves Artigo 186, 2013.
2. XAVIER, H, P, F. IMUNONUTRIÇÃO EM FRANGOS DE CORTE, 2014.
3. MORAES, M, L. IMUNOLOGIA E NUTRIÇÃO, 2011.
4. HANNAS, M. I. Imunonutrição em suínos: fundamentos, conceitos e
imunonutrientes, 2010.
5. KONJUFCA et al., Influence of Dietary Vitamin E on Phagocytic Functions of
Macrophages in Broilers, 2004.
6. LESHICHINSKY; KLASING, Relationship Between the Level of Dietary Vitamin E
and the Immune Response of Broiler Chickens, 2001.
Figura 1: Estruturação dos órgãos linfoides das aves. 7. SANTOS, V, S; et al.,Imunonutrição em aves e suínos: fundamentos e
A homeostasia do organismo animal depende de uma imunonutrientes, 2015.
8. HUDSON, B, P, et al., Reproductive Performance and Immune Status of Caged
parcela significativa da nutrição animal. Assim, entende-se Broiler Breeder Hens Provided Diets Supplemented with Either Inorganic or Organic
por alimento qualquer produto que introduzido no organismo Sources of Zinc from Hatching to 65 wk of Age , 2004.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ATUALIZAÇÕES SOBRE AS EXIGÊNCIAS DE FÓSFORO PARA BOVINOS DE CORTE
Arthur Alves Silva1*, Alexandre Ferreira Gabriel², Breno Mourão de Sousa3, Luana Rodrigues Resende⁴, Janaina de Paula Rodrigues⁴,
Mariana Albuquerque Gouvêa⁴, Jonathan Villaça Oliveira⁴, Frederico Guimarães Barata⁵, Isabela Carvalho Costa⁵.
1
Doutorando em Zootecnia – UFMG – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Graduando em Medicina veterinária – UNIBH. Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
⁴ Graduando em Medicina veterinária – UFMG. Belo Horizonte/ MG – Brasil
5
Pós-graduandos em Zootecnia – UFMG – Belo Horizonte/ MG – Brasil

INTRODUÇÃO de confinamento (56, 112 ou 168 dias) foram avaliados e os


Os minerais exercem funções vitais no organismo dos autores concluíram que os níveis dietéticos de fósforo
ruminantes e sua deficiência pode comprometer seriamente recomendados pelo BR-CORTE (VALADARES FILHO et al.,
o desempenho animal, mesmo que os demais nutrientes 2010) podem ser reduzidos em 14% sem alterar o
1 9
estejam presentes em níveis adequados . O fósforo desempenho animal e a concentração óssea de fósforo .
normalmente é o mineral mais deficiente em bovinos sob Por sua vez, em outra pesquisa os autores concluíram que
2
pastejo . Considerando-se que os sistemas de produção de os teores de cálcio e fósforo dietético podem ser reduzidos
bovinos nos país são baseados em pastagens, a em 20% das exigências sem impactar na ingestão,
suplementação do fósforo (P) torna-se necessária para digestibilidade, desempenho e características ósseas de
atender a demanda animal². novilhos e novilhas da raça Nelore⁷.
O fósforo é o segundo mineral mais encontrado no corpo Em dietas de confinamento trabalhando com animais Nelore
animal e é essencial para uma série de reações enzimáticas, fistulados no rúmen e no íleo, suplementados ou não com
principalmente aquelas relacionadas ao metabolismo fontes de cálcio, fósforo e outros microminerais os autores
energético, transferência de informações genéticas, concluíram que a suplementação com cálcio e fósforo não
3
reprodução celular e controle osmótico . foi capaz de alterar o consumo, a digestibilidade e a
Objetivou-se com esta revisão atualizar as principais absorção do fósforo. Outra pesquisa também em dietas de
informações sobre as exigências nutricionais de fósforo na confinamento avaliaram o desempenho, as características
alimentação de bovinos de corte. de carcaça e o status hepático e ósseo de novilhos Nelore, e
MATERIAIS E MÉTODOS verificaram que a suplementação mineral não afetou
O trabalho foi feito através de revisão bibliográfica, nenhuma caraterística mensurada⁷. Os autores verificaram
buscando artigos entre os anos de 2008 e 2014 nas que as exigências dietéticas apresentadas pelo BR-CORTE
plataforma digitais Google acadêmico e Scielo. Palavras (2010) e pelo NRC (2000) para terminação de bovinos em
chave: BR-CORTE, fósforo, nutrição, bovinocultura de corte, confinamento são superestimadas. As concentrações de
suplementação, gado de corte, minerais. fósforo poderiam ser reduzidas em 32% e 26% dos
RESULTADOS E DISCUSSÃO requisitos recomendados pelo BR-CORTE (2010) e NRC
(2000), respectivamente.
O rebanho bovino brasileiro obtém os nutrientes para
Na tabela 1, a título de ilustração, estão citados as
mantença e ganho de peso principalmente das forragens,
sendo que estas são deficientes em alguns macro e exigências de fósforo para um bovino de 400 kg de peso
microminerais. Dentre esses minerais, o fósforo é o mais vivo e com ganho de peso diário de 1kg, conforme a
literatura citada acima.
deficiente. A unidade de pesquisa da EMBRAPA- Gado de
Tabela I: Exigências dietéticas diárias de fósforo (g/dia),
Corte analisou as principais espécies forrageiras utilizadas
em território nacional durante cinco anos consecutivos, nos expressas em gramas por dia
períodos chuvoso e seco. As espécies do gênero Urochloa Comitê Recomendação
6
apresentaram concentração máxima de 0,14% de fósforo NRC,1996 21,00
2
durante o período chuvoso e 0,11% da matéria seca de BCNRM, 2016 19,55
fósforo durante o período seco. Os capins do gênero BR-CORTE, 2010
7
17,84
Panicum, por sua vez, apresentaram valores máximos de 5
BR-CORTE, 2016 14,66
0,17 e 0,12% da matéria seca, respectivamente, nos
4
períodos chuvoso e seco . Estes valores não atingem os CONCLUSÕES
requisitos mínimos de fósforo dos bovinos de corte. Daí a O conhecimento sobre as reais exigências permite que se
necessidade de suplementação. faça uma suplementação ideal do ponto de vista nutricional,
Recentemente, as exigências nutricionais de fósforo em econômico e ambiental.
bovinos de corte têm sido revistas nas edições do BCNRM, BIBLIOGRAFIAS
2016 e VALADARES FILHOS et al., 2016. Segundo estas 1. ZANETTI, D. Exigências nutricionais, frequência de alimentação e níveis de cálcio e
fósforo para bovinos holandês × zebu em confinamento. 2014. 78f. Dissertação (Mestrado
publicações as quantidades de fósforo suplementadas para em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.
bovinos de corte poderiam ser substancialmente reduzidas 2. BCNRM (8 ed.) Nutrient requirements of beef cattle. EUA. 2016. 305p.
3. SUTTLE, N. F. (4 ed.). Mineral nutrition of livestock. UK. 2010. 587p.
em relação às recomendações anteriormente adotadas, o 4. NRC- NATIONAL RESEARCH COUNCIL(7 ed.). Nutrient requirements of beef cattle.
que conduziria a uma redução no custo de suplementação EUA. 2000. 242p.
5. VALADARES FILHO, S. C.,MARCONDE, M.I.; CHIZZOTTI, M.L. et al. (2 ed.) Exigências
do fósforo². nutricionais de zebuínos puros e cruzados. BR. 2010. 193p.
Além disso, a perda de fósforo no meio ambiente também 6. COSTA E SILVA, L. F.; ENGLE, T. E.; VALADARES FILHO, S. C. et al. Intake, apparent
digestibility, and nutrient requirements for growing Nellore heifers and steers fed two levels
reduziria, o fósforo excretado em excesso pode ser of calcium and phosphorus. Livest. Sci. n.181, p.17–24, 2015
extremamente prejudicial ao meio ambiente por causar 7. SATHLER, D. F. T; PRADOS, L. F.; ZANETTI, D. et al. Reducing mineral usage in
5,8 feedlot diets for Nellore cattle: I. Impacts of calcium, phosphorus, copper, manganese, and
eutrofização nos rios e lagos zinc contents on microbial efficiency and ruminal, intestinal, and total digestibility of dietary
O consumo de matéria seca e dos nutrientes, a constituents. J. Anim. Sci.v.95, p.1715–1726, 2015
8. PRADOS, L. F.; SATHLER, D. F. T; SILVA, B. C. et al. Reducing mineral usage in
digestibilidade, o ganho de peso diário, o rendimento de feedlot diets for Nellore cattle: II. Impacts of calcium, phosphorus, copper, manganese, and
carcaça e a área de olho de lombo de bovinos cruzados zinc contents on intake, performance, and liver and bone status. J. Anim. Sci.v.95, p. 1766–
1776, 2017
recebendo três níveis de cálcio e fósforo (baixo, médio e de
acordo com as exigências nutricionais) durante três períodos
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DEFICIÊNCIA DE COBALTO E SUAS CONSEQUÊNCIAS EM BOVINOS
*,
Sérgio Henrique Andrade dos Santos¹ Alexandre Ferreira Gabriel¹,Felipe Álvaro de Aguiar Chaves¹, Gabriel
2
Torres Pires Ferreira¹,Thallyson Thalles Teodoro de Oliveira¹, Breno Mourão de Sousa ,Gustavo Henrique
2 2
Ferreira Abreu Moreira ,Prhicylla Sadanã Pires .
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor Titular – UniBH –Belo Horizonte – MG – Brasil

Figura 1: Metabolismo do propionato.


INTRODUÇÃO
O cobalto é um microelemento essencial para o
metabolismo dos ruminantes. Sua deficiência leva à
diminuição dos níveis de vitamina B12 e,
consequentemente, à não metabolização do ácido
propiônico. Desta forma, não ocorrerá a gliconeogênese, e
os animais terão um déficit glicêmico, além de outros
sintomas como apatia, anorexia, alitriofagia, diminuição da
produção ².
O objetivo deste trabalho é ressaltar a relação entre o
cobalto e à microbiota ruminal, levando em consideração
as consequências da sua deficiência.

MATERIAL E MÉTODOS
Para o presente estudo foi realizado uma revisão
bibliográfica.
O processo de reações ocorre da seguinte forma: o
propionato é convertido em propionil CoA, e, esse
RESULTADOS E DISCUSSÃO sofrendo a ação da Metilmalonil CoA carboxilase
As deficiências de minerais são de grande importância nos transforma-se em D5-Metilmalonil CoA , que sofre a ação
ruminantes já que, entre outras coisas, causa baixo da enzima Metilmalonil CoA racemase, transformando-se
desempenho produtivo. A baixa produtividade ocorre tanto em Lr-Metilmalonil CoA, que à partir do co-fator B12 a
na deficiência de minerais como na diminuição da ingestão Metilmalonil CoA mutase forma o Succionil CoA, que por
5 6
de energia e proteína . A função fisiológica do cobalto foi fim, entra no ciclo de Krebs e na gliconeogênese . O
descoberta apenas quando a vitamina B12 foi isolado. O principal efeito da falta dessa vitamina é a incapacidade do
cobalto é exigido por microorganismos no rúmen para a ruminante em metabolizar o ácido propiônico, e,
síntese de vitamina B12, se o elemento é deficiente na consequentemente, levar à inapetência e a morte dos
5
dieta, então a vitamina não pode ser produzida no rúmen indivíduos por inanição
em quantidades suficientes para satisfazer as Concentrações séricas de vitamina B12 inferiores à 0,2
6
necessidades do animal. μg/l indicam deficiência . O valor da dosagem da vitamina
O cobalto é essencial na dieta de ruminantes pois participa B12 no soro, como auxílio no diagnóstico, suscita alguma
na reação do metabolismo do ácido propiônico, pois é dúvida, mas, se corretamente interpretado, parece útil.
necessário para síntese de cianocobalamina (B12)³. Essa Métodos de radioensaio, para dosar a vitamina B12 no
6
vitamina influencia o metabolismo energético, facilitando a soro e fígado de bovinos . Em ruminantes, a
formação de glicose através da ação da metilmalonil CoA gliconeogênese e a hematopoiese são criticamente
7
mutase formando succinato a partir de propionato . afetadas pela deficiência de vitamina B12, assim como o
Os ruminantes utilizam ácidos voláteis produzidos no metabolismo de carboidratos, lipídeos e ácido nucléicos¹
rúmen (propionato e butirato) como suas principais fontes
de energia, por serem precursores da glicose. Mas para CONSIDERAÇÕES FINAIS
que esse metabolismo é necessário a utilização da O Cobalto deve ser fornecido para bovinos, como fonte de
vitamina B12 como co-fator das reações enzimáticas e vitamina B12, proporcionando atividade metabólica
consequentemente, sem essa não há produção de glicose. energética, devido à síntese de glicose através do
Pastagens que contêm menos de 0,07 e 0,04 mg de propionato.
cobalto/kg MS resultam em doença clínica em ovinos e
bovinos, respectivamente. A maior incidência da doença
na primavera pode estar relacionada à predominância de REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
forrageiras de crescimento rápido na pastagem, as quais 1 De AZEVEDO, E. B.Deficiência de cobre, zinco, selênio e cobalto em
animais. 1998
apresentam conteúdo de cobalto menor do que as 2 LANDMANN, RENATA CRISTINA DOS REIS, Deficiência de Cobalto em
Ruminantes no Brasil. Botucatu, 2009, 22p. Trabalho de conclusão de curso de
leguminosas. Ocorre também ampla variação, entre os graduação (Medicina Veterinária, Área de Concentração: Clínica de Grandes
anos, no grau de intensidade das perdas decorrentes das Animais e Extensão Rural) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia,
alterações no teor de cobalto dos animais¹. O cobalto é o Campus de Botucatu, Universidade ―Júlio de Mesquita Filho‖
3 McDONALD, P.; EDWARDS R.A.; GREENHALGH, J.F.D. et al. Animal
único microelemento essencial na nutrição dos ruminantes, nutrition. 6th ed. Pearson: Edinburgh, 201
4 Figura 1 - MURRAY, R. K.; BENDER, D. A.; BOTHAM, K. M.; KENNELLY,
pois seu armazenamento orgânico é limitado e não é P. J.; RODWELL, V. W.; WEIL, P. A. Harper‘s illustrated biochemistry. 29ª ed. São
estocado em todos os tecidos. No ruminante adulto, sua Francisco: McGraw-Hill Medical, 2012
única função conhecida é no rúmen, devendo, por isso, 5 RIET-CORREA, F.; SHILD, A. L.; LEMOS, R. A. A; BORGES, J, R. J..
6. Doenças de ruminantes e equídeo icina interna de grandes animais. Malone, 3 ed., 2006
estar continuamente presente na alimentação 7 UNDERWOOD, E.J.; SUTTLE, N.F. The Mineral Nutrition of Livestock. 3rd
ed. CABI Publ. Wallingford. 1999
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DIETAS DE EXCLUSIVO CONCENTRADO NA TERMINAÇÃO DE BOVINOS
Alexandre Ferreira Gabriel1*, Arthur Alves da Silva², Nathalia Stefanie Leite de Moraes¹,
Caroline de Oliveira Santos e Nogueira1, Luiz Felipe Justiniano Gonçalves1,
Luciene Ferreira da Conceição¹, Mariana Cardoso Batista Pimenta¹,
Breno Mourão de Sousa3, Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira3, Prhiscylla Sadanã Pires3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Doutorando em Zootecnia – UFMG. Belo Horizonte – MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Figura 1. Grão de milho misturado com pellet na proporção


Em 2017 foram abatidas 30,83 milhões de cabeças de 85%:15%.
bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária,
representando um aumento de 3,8% ou 1,13 milhão de
cabeças em relação ao ano anterior¹. O aumento desta
produção está atrelado às mudanças nos sistemas de
produção de sistemas extensivos para sistemas mais
tecnificados e intensificados. A dieta de exclusivo
concentrado auxilia na intensificação do sistema e tem como
principal vantagem o uso exclusivo de alimentos
concentrados, diminuindo os custos de produção e
estocagem dos volumosos.
Esta tecnologia surgiu em 1904, nos EUA. Na América do
Sul, a Argentina foi à pioneira no uso de dietas de exclusivo
concentrado quando uma seca diminuiu drasticamente a FONTE: Arquivo pessoal
produção de volumoso em parte de seu território. Somente
Tabela 1 - Compilação de Ganho de Peso Diário (GPD) e
em 2005, o fornecimento de exclusivo concentrado começou
Eficiência alimentar (EA) entre diferentes autores.
a ser utilizada no Brasil. O objetivo desse trabalho foi falar
sobre a dieta de exclusivo concentrado e a eficiência Autores GPD (kg) EA
alimentar da mesma.
De Paula, 2014 0,996 0,166
MATERIAIS E MÉTODOS Aguiar et al., 2013 1,119 0,134
O trabalho foi realizado através de revisões bibliográficas, Mandarino et al., 2015 1,25 0,17
pesquisado em bases de estudos como Google Acadêmico
e Scielo. Os critérios utilizados para a escrita foram artigos Marques et al., 2016 1,55 0,184
em português escritos entre 2007 e 2013, buscou-se Beltrane e Ueno, 2011 1,564 0,218
também dados no IBGE sobre número de bovinos abatidos
durante o ano. Palavras chave: Puro grão, concentrado,
terminação bovina, confinamento, milho, pellet. Desta forma, pode-se concluir que o GPD apresenta valores
semelhante quando comparado com confinamentos
RESULTADOS E DISCUSSÃO tradicionais. Segundo Barbosa et al. (2015) o ganho de peso
O aumento dos níveis de concentrado em dietas de vivo varia de 1,0 a 1,8 kg/animal/dia em regime de
confinamento apresenta vários benefícios: aumento no confinamento e os principais fatores que influenciam o
rendimento de carcaça, uma vez que o conteúdo do trato desempenho são a genética e sexo dos animais, a
gastrintestinal é reduzido; melhor desempenho e redução da qualidade do volumoso, o manejo e a quantidade de ração
idade ao abate, o que proporciona uma melhor eficiência do concentrada.
sistema como um todo².
São utilizados nesta dieta dois ingredientes o milho grão (80 CONCLUSÕES
a 85%) inteiro e o pellet (15 a 20%). O pellet é a fonte As dietas de exclusivo concentrado surgem como uma
proteica da dieta e fornece também os minerais e vitaminas, alternativa na terminação já que não necessita de grandes
além de aditivos que regulam consumo destes animais e áreas para produção e para armazenamento de volumosos
reduzem incidência de acidose ruminal³. e tem como vantagens elevado ganho de peso diário dos
Entre os benefícios da dieta de exclusivo concentrado estão: animais e alta eficiência alimentar.
uso de apenas dois ingredientes (milho e pellet); uso de
apenas alimentos concentrados que diminuem investimento BIBLIOGRAFIAS
em insumos e maquinários; maior ganho por arroba, já que o 1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE – Acessado
em 17/10/2018.
animal é terminado mais rápido e com melhor qualidade de
2. Jacobsen G. Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de
carcaça³. Santa Maria, 2007, 35p. Dissertação de mestrado.
Outra vantagem inerente a este tipo de dieta é sua alta 3. PAULINO, P.V.R.; OLIVEIRA, T.S.; GIONBELI, M.P. et al. Dietas
eficiência alimentar. Entende-se como eficiência alimentar a sem forragem para terminação de animais ruminantes. Revista Cientifica de
Produção Animal, v.15, n. 2, p.161-172, 2013.
quantidade de ganho de peso vivo para cada quilo de 4. Ruiz-Feria CA. Poultry Science, 2009, Mar; 88(3); 526-535.
alimento consumido. Desta forma, dietas de exclusivo 5. Shinder D, Rusal M, Giloh M, Yahav S. Poultry Science, 2009,
concentrado, como exposto abaixo, tendem a ter maiores Mar.88(3); 636-646.
valores de eficiência alimentar quando comparadas a outros
APOIO: GEPBOV / NUTRIRUM
tipos de dietas de confinamento, uma vez que o consumo é
menor e o ganho de peso é semelhante.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
DISCUSSÃO DO MANEJO CORRETO DE VACAS EM GESTAÇÃO GEMELAR
Gabriel Resende Souza1, Breno Mourão de Sousa ², Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira2, Prhiscylla Sadanã Pires 2, Delcimara
Ferreira de Sousa¹, Mariana Cardoso de Abreu1, Júlia Ghelli Ferreira de Melo1, Ana Clara de Castro Murta Sicupira¹, Nathalia Stefanie
Leite de Moraes¹.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO adequado, a produção total será notavelmente superior em


É comum observar produtores com um manejo nutricional relação à uma gestação comum.
incorreto de vacas gestantes, sendo mais frequente quando Gestações gemelares tendem a ser muito mais arriscada,
os animais estão em gestação gemelar. também é comum observar uma queda na produção pela
morte dos animais neonatais ou pela má nutrição das vacas
Há também os problemas de sanidade, que afetam
gestantes ou em lactação.
diretamente na produção do animal, seja na pecuária de
Para avaliação e manejo correto dos animais, é necessário
leite ou na pecuária de corte. A avaliação nutricional correta
um manejo, nutrição e acompanhamento detalhado dos
desses animais é indispensável, pois, caso a vaca esteja
animais. Não se deve tratar os bezerros gêmeos ou as
subnutrida, além da diminuição de seu escore corporal, os
vacas em gestação gemelar como animais comuns. Devem
neonatos gêmeos também poderão apresentar subnutrição.
ser tratados como animais únicos e que, de alguma forma,
Dessa forma, além da diminuição da produção de leite, os
necessita de atenção especial.
neonatos terão uma menor chance de sobreviver.
Nesse resumo, o freemartinismo não entra em argumento,
O uso da tecnologia da informação no campo e da apenas questões nutricionais e de manejo podem provocar a
biotecnologia podem beneficiar tanto os animais gestantes baixa produção ou até morte desses animais. No
de gêmeos quanto os neonatais decorrentes dessas freemartinismo, os animais são comumente descartados
gestações. pois é comum terem problemas reprodução. No caso da
O parto gemelar, de certa forma, pode ser desejado pois é gestação gemelar e de bezerros gêmeos apresentados
capaz de oferecer maiores lucros ao produtor se for feito o nesse resumo, queremos animais que podem crescer e ter
manejo de forma correta. uma produção de carne e leite adequadas para o produtor.
Foi objetivo dessa revisão levantar os fatores relevantes em
gestação gemelear para bovinos. CONCLUSÕES
Apesar de exibirem menor peso corporal, as fêmeas em
MATERIAIS E MÉTODOS gestação gemelar podem conceber animais que, se
manejados da forma correta, produzem da mesma forma
O resumo foi desenvolvido a partir da revisão de artigos e
que animais de parto único.
trabalhos técnicos, visando sempre relacionar com a
Os bezerros gêmeos nascem com peso, altura e
biotecnologia e com as probabilidades trabalhadas no
comprimento consideravelmente menor quando
campo.
relacionados aos animais de gestação única, por isso,
Para a realização do trabalho, as hipóteses foram
requer uma atenção especial para ao invés do produtor ter
analisadas e associadas às tecnologias que podem ser
prejuízo com as gestações gemelares, ele conseguir obter
utilizadas na produção de bovinos.
certo lucro em cima desses animais, podendo inclusive
pensar em tentar induzir vacas a terem a gestação gemelar
RESULTADOS E DISCUSSÃO
caso o produtor saiba como fazer o acompanhamento
É possível observar que os bezerros gêmeos nascem cerca correto dos animais.
de 24% mais leves, porém, não há uma diferença no peso Há outras complicações e questões que implicam na
fetal até 95 dias, diminuindo 8 e 23% aos 180 e 250 dias, produção final dos animais gêmeos e que podem ser
[1]
respectivamente . abordadas, porém o intuito do resumo é apresentar que há a
Aspectos positivos são observados quando é relacionada a possibilidade de se ter lucro no caso da gestação gemelar,
[2]
produção de bovinos com a biotecnologia . Sendo assim, o basta fazer o manejo e o acompanhamento correto desses
manejo auxiliado pela biotecnologia demonstra ter um animais.
impacto positivo nos resultados da produção de bovinos.
Há limitações no emprego da biotecnologia no campo, e, por BIBLIOGRAFIAS
isso, na maioria das vezes requer um acompanhamento 1. BERGAMASCHI, M. A. C. M. ; FREITAS, A. R. ; MARQUES, J. A. ; VICENTE, W. R.
correto e dedicado principalmente dos animais em gestação R. ; BARBOSA, R. T. . Efeito das gestações múltiplas sobre o crescimento de fetos
bovinos. A Hora Veterinária, Porto Alegre, v. 130, p. 58-62, 2002.
gemelar.
Apesar das limitações, há um certo desejo em aumentar a 2. CAPOVILLA, L. C. T.; KOZICKI, L. E.; VELLIOS, M. S.; CABRAL, M. M. Viabilidade
técnica e econômica da produção de gêmeos em vacas nelore pela transferência de
incidência da gestação gemelar nos bovinos e é embriões. Archives of Veterinary Science, Curitiba, v.5, p.117-127, 2000.
frequentemente visto tentativas de produção por vários
[2]
pesquisadores . Caso os neonatos tenham um manejo
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
EFEITO DA INTERAÇÃO HOMEM-ANIMAL SOBRE O BEM-ESTAR DE VACAS LEITEIRAS
Cláudia Geralda Inácia Ribeiro1, Daniel Macêdo Dornas¹, Cleber Souza de Oliveira1, Larissa Michaella Silva Trad Maia1, Camila de
Carvalho Magalhães1, Breno de Sousa Mourão2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil,
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO que irá produzir os hormônios glicocorticoides, sendo o


O bem-estar animal tem sido cada vez mais um assunto de cortisol o de maior importância e que pode ser usado para
alta relevância na produção animal. Durante muitos anos ele mensurar se o animal está sofrendo estresse. Esses
foi ofuscado pela busca de alta produtividade e deixado um hormônios glicocorticoides causam a lise do tecido linfoide e
pouco de lado nos sistemas de produção. redução de células de defesa, como linfócitos e eosinófilos,
podendo levar o animal a uma supressão do sistema imune
Hoje, a população está cada vez mais preocupada com a
(PETERS, et.al., 2010).
origem do produto consumido, principalmente os produtos
Interações táteis negativas com bovinos de leite que
de origem animal. Tem-se hoje, um consumidor preocupado
imprimem medo aos animais, aumenta o nível de estresse
com o modo que vivem esses animais, como se alimentam,
dos animais, e consequentemente a redução na liberação de
seu bem-estar, dentre outros fatores, exigindo que os
leite e aumento do leite residual, acarretando queda na
animais sejam criados de forma humanitária.
produtividade e risco de doenças da glândula mamária,
Para avaliar o bem-estar dos bovinos de leite, podemos como a mastite (PETERS, et.al., 2010).
identificar fome, medo, indicadores comportamentais como
fuga, defecação, batimentos cardíacos, concentrações
hormonais, dentre outros, como o desempenho de
produtividade.
Bovinos leiteiros criados em ambiente que proporcione
conforto e bem-estar, bem como manejados de forma não Figura 1. Reações
aversiva pelo ordenhador e/ou tratador reflete melhora direta hormonais ocorridas na
em sua produtividade. Já animais em ambientes que não interação negativa entre
proporcione conforto e manejados de forma aversiva, podem homem e animal,
desencadeando o
chegar a queda de até 1kg por dia em sua produção de leite. estresse do animal.
O objetivo dessa revisão foi mostrar os efeitos da interação
homem-animal na bovinocultura leiteira e seu efeito no bem-
estar dos animais.
MATERIAIS E MÉTODOS CONCLUSÕES
Esta revisão bibliográfica foi realizada através de estudo e A interação negativa entre homem e bovinos leiteiros afeta
pesquisa em artigos científicos e teses nacionais publicados significativamente o bem-estar, a imunidade e a
nos últimos dez anos sobre o tema abordado. Tendo como produtividade dos animais.
palavras-chave para pesquisa: bem-estar animal, bovinos de É de suma importância o conhecimento do comportamento
leite, produtividade, interação homem e animal. animal e que sejam treinados e conscientizados todos os
REVISÃO DE LITERATURA profissionais que lidam com os animais, a fim de se criarem
A interação homem e animal se tornou mais intensa com a interações positivas entre homem e animal, minimizando o
domesticação dos animais. Na bovinocultura de leite ela estresse e otimizando a produtividade nos sistemas de
ocorre diária e intensamente, desde à condução dos animais produção de leite.
à sala de ordenha, o manejo de ordenha, o fornecimento de BIBLIOGRAFIAS
alimento, e outros manejos como o sanitário e reprodutivo FERREIRA, Gracieli Alves; ZIECH, Rosangela Estel; GUIRRO,
(PETERS, et.al., 2010). Erica Cristina B. do P. Bem-estar de bovinos leiteiros: revisão de
Um manejo aversivo consiste em bater nos animais, literatura . 2013. 15 p. revisão de literatura (Medica Veterinária -
conduzir com gritos, não respeitar o deslocamento natural Foco em Veterinária)- Universidade Federal do Paraná (UFPR),
dos animais, dentre outros, o que ocasiona maior ocorrência Paraná, 2013.
de defecação na sala de ordenha e maior reatividade do HONORATO, Luciana Aparecida et al. Particularidades relevantes
animal. Já o manejo não aversivo respeita o comportamento da interação humano-animal para o bem-estar e produtividade
e deslocamento natural dos animais e não imprime nenhuma de vacas leiteiras . 2011. 9 p. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA (IGrupo
ação aversiva durante a condução e demais manejos de Estudos Comportamentais de Animais de Produção, Programa
de Pós-graduação em Zootecnia, Faculdade de Agronomia Eliseu
necessários (PETERS, et.al., 2010). Maciel (FAEM))- Universidade Federal de Santa Maria Brasil, Santa
Esses manejos necessários no sistema de produção e Maria, 2012.
realizados pelos seres humanos reflete diretamente no bem-
PETERS, M.D.P et al. MANEJO AVERSIVO EM BOVINOS
estar, na saúde e principalmente na produtividade dos LEITEIROS E EFEITOS NO BEM-ESTAR, COMPORTAMENTO E
animais. Isso ocorre porque quando o cérebro do animal ASPECTOS PRODUTIVOS . 2010. 8 f. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
percebe algum estímulo estressor, ocorrem mudanças (Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade Federal de
biológicas como defesa do organismo. São desencadeadas Pelotas-FAEM-UFPel.)- Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.
respostas comportamentais e dos sistemas nervoso RS, 2010.
autônomo, neuroendócrino e imunológico. O objetivo da PETERS, M.D.P; BARBOSA SILVEIRA, I.D.; RODRIGUES, C.M.
resposta comportamental é evitar e/ou remover o agente INTERAÇÃO HUMANO E BOVINO DE LEITE . 2007. 14 p.
estressor. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA (1Pós-Graduação em Zootecnia.
Já o sistema nervoso autônomo é ativado desencadeando o Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel)- Universidade Federal de
aumento da frequência cardíaca e respiratória, aumento do Pelotas, Pelotas. RS, 2007.
peristaltismo e sudorese, dentre outros. Como mostrado na
Figura 1, o sistema neuroendócrino ativo o eixo hipotálamo
hipófise e faz a estimulação do córtex da glândula adrenal,
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
EFEITO DO SUCEDÂNEO NO GANHO DE PESO E NA INGESTÃO DE SÓLIDOS EM BEZERROS
Thallyson Thalles Teodoro de Oliveira1*, Alexandre Ferreira Gabriel¹, Sérgio Henrique Andrade dos Santos¹, Felipe Álvaro de Aguiar
Chaves1, Gabriel Torres Pires Ferreira1, Arthur Maia Braga1, Breno Mourão de Sousa², Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira²,
Prhiscylla Sadanã Pires²
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil. *Autor para correspondência:thallysonthalles@gmail.com
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO dietas sólidas. No entanto, o efeito do sucedâneo no


Devido aos altos custos na alimentação de bezerros dentro desenvolvimento do trato gastrointestinal de bezerros ainda
da produção leiteira, a utilização de sucedâneo para essa é controverso, com alguns estudos sugerindo não haver
categoria está cada vez mais difundida. Esse alimento diferenças nos ganhos observados nos animais alimentados
permite uma redução no custo da alimentação desses com sucedâneo daqueles alimentados com leite integral.
animais, bem como um melhor lucro com a venda do leite
que seria destinada para a categoria. Esse trabalho tem TABELA1: Peso vivo (PV), ganho de peso (GP), altura na
como objetivo comparar as diferentes dietas oferecidas a cernelha (AC) e perímetro torácico (PT) de terneiros
bezerros. Holandês, de acordo com duas dietas líquidas ( MEDINA et al
2002) (ADAPTADO)
Dieta Líquida
MATERIAIS E MÉTODOS Item
Leite Sucedâneo
O método de inclusão foi realizado a partir de artigos PV (Kg)
científicos nacionais e internacionais, buscando métodos de Inicial 37,12 a 37,37 a
dietas fornecidas a bezerros. Foram excluídos artigos que 49 dias 59,96 a 53,36 b
evidenciaram outras dietas fora leite integral e sucedâneo. 120 dias 95,88 a 81,93 b
Palavras-chave: Bezerros, dietas, leite, sucedâneo. GP (Kg/dia)
0-49 dias 0,47 a 0,32 b
RESULTADOS E DISCUSSÃO 0-120 dias 0,72 a 0,58 b
Um dos problemas relacionados ao uso de sucedâneo é o AC (cm)
alto teor de fibra e de amido, com adição de gorduras e Inicial 71,00 a 70,37 a
proteínas de baixo aproveitamento pelo animal na sua 49 dias 79,22 a 77,25 b
formulação. Essa composição pode gerar problemas 120 dias 88,16 a 84,61 b
intestinais nos bezerros, influenciando no ganho de peso. PT (cm)
O ganho de peso diário foi menor (820g/dia) nos bezerros Inicial 75,62 a 74,50 b
que consumiam sucedâneo, quando comparados aos 49 dias 87,02 a 83,91 b
bezerros que foram alimentados a base de leite integral 120 dias 103,18 a 98,24 b
(870g/dia). Essa diferença pode estar associada ao maior
aporte energético no leite integral, tendo em vista que esse
alimento possui maior teor de gordura (15%-20%) quando CONCLUSÕES
comparado ao sucedâneo (10%). A deficiência de gordura Pode-se concluir que a dieta a base de leite integral, teve
durante as primeiras três semanas de vida gera um retardo resultados melhores no desenvolvimento do animal quando
5
no crescimento dos animais . Para minimizar esse tipo de comparados a bezerros criados a base de sucedâneo. Mas
diferença de produção, o sucedâneo deve se aproximar em o principal ponto para a utilização de sucedâneo na
6
seus valores nutricionais ao leite integral . Em estudo AITA alimentação dos bezerros é o baixo preço e a possibilidade
et al. (2006) mostraram que animais que receberam leite na de utilizar o leite que seria ofertado para esses animais na
alimentação obtiveram maior média de altura de cernelha e venda para a indústria, e isso reduz os custos com
de perímetro torácico aos 90 dias quando comparado aos alimentação e promove como consequência uma maior
animais que tiveram dieta liquida baseada em sucedâneo lucratividade para o produtor.
(TABELA 1).
Observou-se em estudos que a conversão alimentar de BIBLIOGRAFIAS
bezerros alimentados com sucedâneo (CA=3,1), foi melhor 1.AITA, M.F.; FISCHER, V.; STUMPF JR., W. Efeitos dos nÌveis de extrato
quando comparados aos bezerros que receberam o leite etÈreo no suced‚neo do leite sobre o desenvolvimento corporal de bezerros
integral (CA=3,6). Jersey. Revista Bra- sileira de Zootecnia., v.35, n.1, p.193 202, 2006.
2.FERREIRA, L. S. et al B. Ind˙str.anim., N. Odessa,v.65, n.4, p.337-345,
A alimentação líquida de bezerros tem forte influência no out./dez., 2008
consumo da dieta sólida que é de grande importância para o 3. .KRISTENSEN, N. B. et al. Effect of milk allowance on concentrate intake,
8
início de ruminação . Quanto maior for o consumo de ruminal environment, and ruminal development in milk-fed Holstein
sucedâneo pelos bezerros menor será a ingestão de calves.Journal of Dairy Science, v. 90, p. 4346-4355, 2007.
4. MEDINA, R.B. et al. Desaleitamento precoce de terneiros da raÁa holandÍs
concentrado. A redução na ingestão de concentrado pode preto e branco utilizando suced‚neo do leite ou leite e concentrado farelado ou
estar associada ao teor de extrato etéreo presente no peletizado. Re- vista Brasileira de AgrociÍncia, v.8, p.61-65, 2002.
3 5.FONTES, F.A.P.V. et al. Desempenho de bezerros alimentados com dietas
sucedâneo . Bezerros alimentados com sucedâneo com teor
lÌquidas ‡ base de leite integral ou soro de leite. Arquivo Brasileiro de
de extrato etéreo entre 15% a 20% tiveram menor consumo Medicina Veterin·ria e Zootecnia, v.58, n.2, p.212-219, 2006..
de concentrado quando comparados com bezerros 6. OTTERBY, D.E.; LINN, J.G. Advances in nutrition and management of
alimentados com sucedâneo com 10% de extrato etéreo. calves and heifers. Journal of Dairy Science, v.64, p. 1365-1377, 1981.
Com isso, pode acontecer um desenvolvimento ruminal e 7. SILVA, T.M. et al. Desenvolvimento alomÈtrico do trato gastrointestinal de
bezerros da raÁa holandesa alimenta- dos com diferentes dietas lÌquidas
um desaleitamento tardio nesses animais. Em comparação, durante o aleitamento. Acta Scientiarum Animal Science, v.26, n.4, p., 2004.
bezerros alimentados com sucedâneo consumiram as dietas 9. VASCONCELOS, A.M. et al. UtilizaÁ„o de substituto l·cteo no desempenho
sólidas de forma mais precoce, enquanto os alimentados de bezerros da raÁa holandesa, In: 35™ Reuni„o Anual da Sociedade
Brasileira de Zootecnia, 1998, Botucatu, Anais...,Botucatu: SBZ, 1998, p,68-
com leite integral demoraram mais tempo para consumir 70.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA EQUINOS QUE APRESENTAM AEROFAGIA
Michelle Aguiar de Lima1*, Débora Fernandes de Paula Vieira1, Lívia Geraldi Ferreira2.
1
Graduando em medicina veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
*Autor para correspondência: michelleaguiar2011@hotmail.com

3
INTRODUÇÃO solucionar o problema. Diante disso, é importante que o
Os equinos livres pastavam aproximadamente 16 horas por profissional esteja atento às questões relacionadas ao bem-
dia e viviam em bandos que, quando reunidos, obedeciam estar animal, buscando o conhecimento necessário para
1 2
uma hierarquia. A retirada desses animais do seu habitat resolver essas questões comportamentais.
natural e a sua domesticação proporcionaram mudanças em O foco principal no tratamento é localizar os pontos críticos
seu manejo e por consequência esses animais podem que influenciam a qualidade de vida desses animais e
2 5
apresentar estereotipias de baia . A finalidade de estabular promover melhorias ambientais. O enriquecimento
um cavalo é facilitar seu manejo, ter controle sobre sua ambiental consiste em criar um espaço que interage com o
alimentação, sua reprodução e reduzir lesões, pois garante animal, promovendo desafios e novidades, com o objetivo
uma maior segurança ao animal, porém o limita a expressar de deixar o local semelhante ao seu ambiente natural, o que
1 6
seu comportamento natural. Um dos distúrbios que esses gera conforto para o mesmo. Existem várias formas de
animais podem apresentar é a aerofagia, caracterizada por promover melhorias no ambiente em que o animal vive,
não ter nenhuma função e por ser repetitiva, sendo como disposição de galhos e pedras próximos ao
3
prejudicial à saúde do animal. Portanto o presente trabalho comedouro para se parecer com o seu habitat natural,
tem por objetivo realizar uma revisão de literatura sobre a permitir contato com outros animais, escolhendo aqueles
aerofagia, além de apresentar técnicas de enriquecimento mais sociáveis, dispor diversas bolas e balões de diferentes
ambiental usadas para resolução dessas alterações. cores e tamanhos, reproduzir na caixa de som, sons de
natureza, promover desafios aos animais a buscar o próprio
MATERIAL E MÉTODOS alimento, por exemplo, através de alimentos congelados,
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas plataformas de utilizar garrafas pet com uma abertura, penduradas no teto
busca Scielo e Google Acadêmico, usando-se as palavras da baia com ração ou feno para o acesso do animal,
6
chave aerofagia, estereotipias de baia, enriquecimento aromaterapias, entre outras. Alguns materiais utilizados,
5
ambiental e bem-estar animal. Foram selecionados artigos podem ser recicláveis ou de baixo custo.
na língua portuguesa, publicados entre os anos 2007 a Essas técnicas despertam estímulos naturais no animal,
2018. diminuindo o estresse e aumentando sua curiosidade para
explorar o que há de novo em seu ambiente proporcionado
6
REVISÃO DE LITERATURA maior bem-estar.
A aerofagia pode ser definida como um vício geralmente Imagem 2: Enriquecimento ambiental para equinos estabulados.
adquirido, que acontece independente da raça e sexo,
podendo ser um hábito aprendido ou adquirido. Baseia -se
no animal engolindo o ar através do apoio dos dentes
3
incisivos em um objeto fixo, como representado na figura 1.

Fonte: (CONHEÇA... 2018)

CONCLUSÃO
Conclui-se que é necessário ofertar aos animais estabulados
conforto e bem-estar, utilizando das técnicas de
enriquecimento ambiental, prevenindo, assim, estereotipias
comuns em animais estabulados como a aerofagia.

BIBLIOGRAFIAS
1. Rose, R. Equine Behavior: A guide for Veterinarians and Equine
Scientists. London: Elsevier Science,2004.
Essa alteração pode acarretar o desgaste excessivo 2. KONIECZNIAK, Paula et al. Estereotipias em equinos. 11. ed. Paraná:
dentário pelo apoio em superfícies duras, anorexia, uma vez Canoas, 2014.
3. STEINER, D.; ALBERTON, L. R. MARTINS, W. D. C. Aerofagia em
que o animal deixa de se alimentar devido a essa obsessão, equinos: revisão de literatura. Arq. Ciênc. Vet. Zool. UNIPAR, Umuarama,
associações com ulceração gástrica, pois o alimento v. 16, n. 2, p. 185-190, jul./dez. 2013.
funciona como um gastroprotetor e, como o animal 4. NICOLETTI, José Luiz de Mello et al. Estudo Retrospectivo de 11 casos
de aerofagia em equinos operados pela técnica de Miectomia de Forssell
apresenta baixo consumo, há uma maior predisposição a modificada. 3. ed. Santa Maria: Ciência Rural, 1996.
3
essa alteração, dentre outras leões. 5. MOLENTO, Carla Forte Maiolino. Bem-estar animal: qual é a
Segundo a literatura, ainda não há uma causa específica novidade? Paraná: Issn 1678-0345, 2007.
definida para a aerofagia. Porém, atualmente, alguns 6. 28° CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA, 2018,
Goiânia. EFICIÊNCIA DE DIFERENTES TIPOS DE ENRIQUECIMENTO
estudos associam o manejo inadequado e o estresse a esse AMBIENTAL NO COMPORTAMENTO E BEM ESTAR DE
4
comportamento. Alguns proprietários se incomodam com os EQUINOS. Goiânia: Centro de Convenções da Puc - Go, 2018. 5 p.
animais que apresentam essas alterações, pressionando o
Médico Veterinário responsável pela propriedade para
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ESCORE CORPORAL E SUA INFLUÊNCIA NA TAXA DE FERTILIZAÇÃO
Felipe Álvaro de Aguiar Chaves1*, Alexandre Ferreira Gabriel¹, Gabriel Torres Pires Ferreira¹, Artur Maia Braga¹, Sergio Henrique Andrade
dos Santos¹, Thallyson Thalles Teodoro de Oliveira¹, Breno Mourão de Sousa², Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira², Prhiscylla
Sadanã Pires².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Figura 1: Ilustração da escala de ECC proposta por


A utilização do Escora da Condição Corporal influencia a Wildman (1982).
tomada de decisões que impactarão na produção e nos
custos do empreendimento¹ ―A avaliação da condição
corporal é uma medida subjetiva baseada na classificação
dos animais em função da cobertura muscular e da massa
de gordura. Portanto, o escore de condição corporal (ECC)
estima o estado nutricional dos animais por meio de
avaliação visual e/ou tátil e representa uma ferramenta Fonte: 1- MACHADO, R.; CORRÊA, R.F.; BARBOSA, R.T.; BERGAMASCHI,
importante de manejo.‖ ¹ M.A.C.M.; Escore da condição corporal e sua aplicação no manejo
reprodutivo de ruminantes. Circular Técnica 57 – EMBRAPA Pecuária
Esta revisão tem por objetivo descrever a importância da Sudeste – SP, 2008. Pag. 1,2,5 e 11.
avaliação do escore corporal no manejo reprodutivo de
bovinos leiteiros, abordando a escala de classificação mais Contribuindo com as afirmações anteriores, Machado (2008)
difundida, com seus principais parâmetros de análise e a cita também Walters (2000), que ―verificou que a diminuição
sua influência na taxa de fertilização do gado leiteiro. do ECC no pós parto reduziu em 42% o escore de qualidade
de ovócitos coletados por aspiração folicular de vacas da
MATERIAIS E MÉTODOS raça Holandesa.‖ ¹
Este trabalho foi conduzido por meio de revisões Segundo Franco (2015), o ECC de vacas leiteiras mestiças
bibliográficas de dois artigos, publicados entre o ano de no período pré-parto influenciou na taxa de concepção geral
2008 e 2015. A seleção foi realizada por pesquisa na base no primeiro serviço após o parto, não apresentando
de dados Scielo por meios dos descritores ―escore corporal variabilidade estatística relevante em vacas com ECC menor
de bovinos leiteiros‖ e ―escore corporal fertilização‖. Foram ou igual 3,25 e vacas com ECC maior ou igual a 4. Porém
selecionados artigos que contemplassem a análise do apresentou-se relevante o ECC de vacas no pré-parto entre
escore corporal do gado leiteiro, bem como seu impacto na 3,5 a 3,7, com taxa de concepção no primeiro serviço pós-
taxa de fertilização. parto de 61,6%. ²

RESULTADOS E DISCUSSÃO Figura 2: Efeito no ECC no pré-parto na taxa de concepção


O escore da condição corporal (ECC) animal é obtido por geral do primeiro serviço após o parto.
meio da atuação de um profissional qualificado, que utilizará
das técnicas de avaliação visual e tátil (palpação), e o
classificará de acordo com a escala de escore corporal.¹
As notas são dadas por meio de avaliação da carga de
reservas teciduais, principalmente gordura e músculos
localizados em certas regiões do corpo, geralmente
associadas a marcos anatômico específicos.¹
A escala mais difundida, utiliza a classificação do escore de
01 a 05. O ECC 01, é característico de vacas muito magras,
que apresenta um cavidade profunda na região de inserção
da cauda e região da pélvis pronunciáveis. O ECC 02, é
FONTE: Franco, F. F.; Escore de condição corporal e desempenho
característico de uma vaca magra, que apresenta cavidade reprodutivo de vacas leiteiras mestiças lactantes. Dissertação
rasa ao redor da inserção da cauda e a pélvis facilmente (mestrado) – UFU; Programa de pós-graduação em Ciências Veterinárias;
palpável. O ECC 03, é característico de uma vaca em Uberlândia – MG;2015. P.38.
estado corporal intermediário, que apresente gordura na
inserção da cauda e ligeira depressão no lombo. O ECC 04, CONCLUSÕES
é característico de uma vaca gorda, que apresente gorduras O Escore da Condição Corporal do animal tem relação direta
visíveis na inserção da cauda e porções de gordura sobre os com a taxa de fertilização. O ECC ideal para aumento das
ísquios. Por fim, o ECC 05 é característico de uma vaca taxas de prenhez está compreendido entre ECC 3 e ECC 4,
muito gorda, que apresente camada espessa de tecido uma vez que mantem a qualidade do ovócito, além de
adiposo na inserção da cauda e ossos pélvicos não mais contribuir com maior produção leiteira e com a melhor saúde
palpáveis.¹ geral.
De acordo com Machado (2008), citando BOISCLAIR
(1986), EDMONSON (1989) e BRITT (1992), vacas com BIBLIOGRAFIAS
ECC entre 3,25 e 3,75 ao parto tiveram melhor desempenho 1- MACHADO, R.; CORRÊA, R.F.; BARBOSA, R.T.; BERGAMASCHI,
não só em fertilidade, mas também em produção leiteira, e M.A.C.M.; Escore da condição corporal e sua aplicação no manejo
reprodutivo de ruminantes. Circular Técnica 57 – EMBRAPA Pecuária
melhor saúde geral.‖ ¹ Sudeste – SP, 2008. Pag. 1,2,5 e 11.
Corroborando com este entendimento, Machado (2008), cita 2- Franco, F. F.; Escore de condição corporal e desempenho reprodutivo
SNIJDERS (2000), relatando que ―vacas que pariram com de vacas leiteiras mestiças lactantes. Dissertação (mestrado) – UFU;
ECC entre 3,3 e 4,0 tiveram taxas de clivagem e de Programa de pós-graduação em Ciências Veterinárias; Uberlândia –
MG;2015.
formação de blastocistos maiores do que vacas com ECC APOIO: GEPBOV
entre 1,5 e 2,5.‖ ¹
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
GRÃO SECO DE DESTILARIA COM SOLÚVEIS NA NUTRIÇÃO DE BOVINOS DE CORTE
Arthur Alves Silva¹*, Luana Rodrigues Resende², Alexandre Ferreira Gabriel³, Isabela Carvalho Costa¹, Janaina de Paula Rodrigues2,
Mariana Albuquerque Gouvêa² Jonathan Villaça Oliveira², Breno Mourão de Sousa⁴.
1
Pós-graduandos em Zootecnia – UFMG – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Graduando em Medicina veterinária – UFMG. Belo Horizonte/ MG – Brasil
³ Graduando em Medicina veterinária – UNIBH. Belo Horizonte/ MG – Brasil
4
⁴ Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Administration). Na tabela 1 pode-se observar a composição


A produção do etanol brasileiro é majoritariamente a partir bromatológica do DDGS segundo diversos autores.
da cana-de-açúcar. Segundo os dados compilados da O DDGS apresenta uma grande variação em sua
Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a composição, desta forma se faz necessário a análise
produção de etanol na safra 2014/15 está estimada em mais bromatológica destes antes do seu uso⁶.
de vinte e oito bilhões de litros, porém o ciclo produtivo da Os autores avaliaram o nível de inclusão de DDGS sobre o
cana-de-açúcar tem um período de entressafra de 90 a 120 desempenho produtivo e econômico de 167 novilhos
dias, da qual as usinas ficam sem funcionamento, isto posto confinados em terminação, os tratamentos foram de 0, 10,
foi necessário criar alternativas para otimizar estas 20, 30 e 40% de inclusão de DDGS na matéria seca da
instalações, surgindo usinas que processam e transformam dieta, a ingestão de matéria seca não foi afetada pelo nível
em etanol duas ou mais matérias primas, como exemplo a de inclusão, porém o ganho de peso foi maior em todos os
cana de açúcar e o milho¹. níveis de inclusão quando comparados ao controle. As
O processo de produção do etanol através do milho, após a características de carcaça não foram afetadas pelos
remoção do amido gera um resíduo que contém o restante tratamentos com DDGS, e o maior retorno econômico foi
dos seus componentes concentrados, tais como: proteína, obtido quando o gado foi alimentado com 20% de DDGS⁷.
lipídeos e minerais, o qual pode ser utilizado na alimentação O desempenho e as características de carcaça de bovinos
bovina, tendo a vantagem de ter baixo custo quando em terminação sem suplementação ou suplementados com
comparado as fontes de proteínas normalmente utilizadas grãos secos de destilaria com solúveis ou grãos úmidos de
na alimentação animal e por não competir com a destilaria com solúveis foram avaliados. Os autores
alimentação humana³. observaram que o desempenho e as características de
Objetivou-se com esta revisão caracterizar o uso do grão carcaça não foram afetados quando se comparam os grãos
seco de destilaria com solúveis do milho na alimentação de secos de destilaria com solúveis com grãos úmidos de
bovinos. destilaria com solúveis, no entanto, o pH do rúmen
MATERIAIS E MÉTODOS aumentou linearmente com o aumento da inclusão dos
O trabalho foi feito através de revisão bibliográfica, grãos de destilaria e o escore de abscessos hepáticos foi
buscando artigos entre os anos de 2008 e 2014 nas reduzido em bovinos⁹.
plataforma digitais Google acadêmico e Scielo. Palavras CONCLUSÕES
chave: DDGS, subprodutos, nutrição, bovinocultura de corte, Quando da utilização do DDGS, de milho, na alimentação de
suplementação, dried distillers grains with solubles. bovinos é necessário a realização de analises
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA bromatológicas para o adequado balanceamento desta.
O grão seco de destilaria com solúveis do inglês dried Recomenda-se a inclusão de DDGS de milho a dieta de
distillers grains with solubles (DDGS) é um co-produto bovinos de corte em até 20% da matéria seca.
resultante da produção de etanol a partir do milho ou de BIBLIOGRAFIAS
1. ERICKSON, G.E.; BUCKNER, C.D.; KLOPFENSTEIN, T.J. Feeding Corn
outras fontes ricas em amido. Sendo o processamento Milling Co-Products to Feedlot Cattle. Nebraska: University of Nebraska,
dividido em quatro etapas: Moagem, cozimento, 36p. 2010
fermentação e destilação¹. 2. KHATIBI, A.P.; MCMASTER, N.J.; MUSSER, R. et al. Survey of mycotoxins
O DDGS é considerado uma boa fonte de nutrientes na in corn distillers‘ dried grains with solubles from seventy-eight ethanol plants in
twelve states in the U.S. in 2011. Toxins J.. v.6, p.1155-1168, 2014
alimentação animal por conter níveis elevados de fibra, 3. AMAT, S.; MCKINNON, J.J.; SIMKO, E. et al. Evaluation of feeding corn or
proteína e fosforo². wheat dried distillers‘ grains with solubles on animal health of finishing feedlot
Todavia os níveis elevados de enxofre apresentam potencial steers. Can. J. Anim. Sci.. v. 94, p. 525-531, 2014
4. ENGEL, C.L.; PATTERSON, H.H.; PERRY, G.A. Effect of dried corn
para induzir a polioencefalomalacia, entretanto no presente
distillers grains plus solubles compared with soybean hulls, in late gestation
estudo que trabalhou com novilhos em terminação heifer diets, on animal and reproductive performance. J. Anim. Sci.,v. 86, p.
confinados os autores demonstraram que a inclusão de 1697–1708, 2008
22,5% de DDGS não afetou a saúde destes animais quando 5. US Grains Council. A guide to Distiller’s Dried Grains with Solubles
3 (DDGS), 3ª edição. Washinton: U.S. Grains Council, 406p. 2012
comparados ao grupo controle . 6. CORRIGAN, M. E.; KLOPFENSTEIN, T.J.; ERICKSON, G.E. et al. Effects
Quanto à degradação da proteína do DDGS no rúmen esta of level of condensed distillers solubles in corn dried distillers grains on intake,
tem uma alta porcentagem de proteína não degradada no daily body weight gain, and digestibility in growing steers fed forage diets. J.
rúmen (PNDR), entre 47 a 57% 5,6. Outro fator que pode Anim. Sci., v. 87, p. 4073–4081, 2009
7. MAKKAR, H.P.S. Biofuel co-products as livestock feed: Opportunities
influenciar na composição bromatológica do DDGS é o nível and challenges. Roma: Food and Agriculture Organization of the United
de inclusão dos solúveis¹. Quando aumenta-se a adição de Nations, 554p. 2012
solúveis no grão seco de destilaria ocorre a redução nas 8. BUCKNER, C.D.; MADER, T.L.; ERICKSON, G.E. et al. Evaluation of dry
distillers grains plus solubles inclusion on performance and economics of
concentrações de proteína bruta, fibra em detergente neutro finishing beef steers. J. Anim. Sci., v.24, p. 404–410, 2008
e aumento na concentração de lipídeos⁵. 9. SALIM, H.; WOOD, K.M.; MCEWEN, P.L. et al. Influence of feeding
Em uma revisão publicada em 2012 foram avaliadas as increasing level of dry or modified wet corn distillers grains plus solubles in
concentrações de todas as possíveis micotoxinas presentes whole corn grain-based finishing diets on growth performance, carcass traits,
no DDGS, verificou-se que os níveis encontrados foram and feeding behavior in finishing cattle. Livestock Scie. v.161, p.53–59, 2014
inferiores aos recomendados pela FDA (Food and Drug
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
IMPACTO DA PECUÁRIA BRASILEIRA SOBRE OS GASES DO EFEITO ESTUFA
1* 2 3
Rafaela Pereira Ferreira , Danielle Maria Fink Salgado , Breno Mourão de Sousa .
1
Graduanda em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil – rafapf11@yahoo.com.br – contato: (31) 9.87575666

representar até 14% do total da energia digestível


INTRODUÇÃO consumida pelos bovinos . Além do fator ambiental, a
O Brasil é detentor do maior rebanho comercial de bovinos produção de CH4 constitui um desperdício de energia,
do mundo, aproximadamente 210 milhões de cabeças de contribuindo negativamente para a produção animal.
gado ocupando pouco mais de 172 milhões de hectares e Segundo BERNDT (2015) em relação aos potenciais de
por utilizar forrageiras tropicais como base da alimentação é aquecimento global, o metano é um importante gás para o
considerado um importante produtor de metano. aumento do efeito estufa, pois capta 23 vezes mais calor,
As estimativas de emissão de metano para o gado de corte ou seja, apresenta maior absorção de radiação ultravioleta
oscilam em torno de 57 kg por animal e para os ovinos e por molécula, quando comparado ao CO2, enquanto o N2O
caprinos 5 kg por animal. A fermentação entérica dos absorve 295 vezes mais calor do que do que o gás
ruminantes é responsável por 22 % das emissões de carbônico.
metano, 3,3 % do total de gases de efeito estufa. Mitigar a Em todo o mundo , a produção de bovinos são
emissão de metano pelo gado nos sistemas de produção responsáveis por 25% do metano produzido enquanto no
animal nos trópicos pode resultar benefícios econ micos e Brasil esta contribuição chega a 70%, principalmente, em
ambientais.O presente trabalho tem por objetivo apresentar função do tamanho do rebanho nacional.
os principais problemas ambientais atualmente relacionados Os gases do efeito estufa absorvem parte da radiação
pecuária bovina, principalmente no que tange a emissões infravermelha refletida pela superfície terrestre, impedindo
de gases efeito estufa. que a radiação escape para o espaço e aquecendo a
MATERIAIS E MÉTODOS superfície da Terra e como consequência, clima, vegetação,
Revisão bibliográfica em artigos científicos pesquisados na flora e fauna podem ser afetados.
biblioteca nacional e internacional utilizando ferramentas de A retenção de calor, que leva ao aumento da temperatura do
busca como SCIELO e BIREME. Palavras chaves: Efeito planeta, favorece o derretimento de calotas polares,
estufa; pecuária; bovinocultura e metano. podendo trazer futuramente inundações em cidades
RESULTADOS E DISCUSSÃO litorâneas, acelera o processo de desertificação em algumas
O metano, CH4, é um gás de efeito estufa considerado o regiões, altera ecossistemas, favorecendo o
segundo maior contribuinte para o aquecimento da terra, desaparecimento de espécies vegetais e animais, pode
ficando atrás somente do dióxido de carbono (CO2). A potencializar fenômenos da natureza como furacões e
elevação da sua concentração na atmosfera está fortemente secas, aumenta os danos provocados pelos poluentes na
ligada com a expansão mundial da população humana, uma saúde humana e ainda pode alterar cursos de correntes
vez que as principais fontes emissoras desse gás estufa, marítimas levando a extinção peixes e outros animais
além da fermentação entérica dos ruminantes são os aterros marinhos e interferir na agricultura, diminuindo a produção
sanitários, uso de combustíveis fósseis e práticas agrícolas. de alimentos mundial. Apesar do efeito estufa ser
De acordo THORPE, 2009, o Brasil é apontado como o caracterizado como algo ruim, é um evento natural que
maior emissor (9,6 Tg de CH4/ ano), seguido da ndia (8,6 favorece a proliferação da vida no planeta, já que impede
Tg de CH4/ano) e dos Estados Unidos da América (5,1 Tg que o planeta esfrie demais, porém o crescente aumento da
de CH4/ano). emissão de gases tem exacerbado este processo,
aumentando a temperatura na Terra, levando a efeitos
devastadores no meio ambiente.
Durante a 23ª Conferência da ONU sobre Mudanças
Climáticas, a COP23, o diretor-geral da Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO),
José Graziano da Silva, alertou que técnicas de criação de
gado aprimoradas, de fácil implementação, podem reduzir
de 20 a 30% as emissões.
CONCLUSÕES
A bovinocultura de corte é uma das grandes responsáveis
pela geração de gases do efeito estufa, dentre eles o
metano e o gás dióxido de carbônico, durante a fermentação
Fonte: Seeg.eco.br ruminal. Entretanto, existem técnicas de fácil
A pecuária brasileira vem sofrendo grande pressão das implementação, para mitigar a emissão de gases,
comunidades nacional e internacional em relação à sua consequentemente reduzir a emissão em até 30%.
contribuição para o aquecimento global. Sendo a emissão BIBLIOGRAFIAS
de metano, que é um gás naturalmente produzido pelo 1. BERMDT,A. Impacto da pecuária de corte brasileira, Sobre os gases do
efeito estufa. Instituto de Zootecnia APTA. Nova Odessa,São Paulo,
processo de fermentação do ruminante, um assunto 2015
fortemente discutido. 2. CARDOSO.A.DA S. et al. Emissão de gases de efeito estufa em
Alguns autores apontam que a energia não aproveitada diferentes cenários de produção de bovinos de corte. EMBRAPA Gado
de Leite, 2011.
devido a produção e eliminação de gás CH4 se deva a 3. SOUZA. F.M. Terminação de bovinos a pasto.Escola de Veterinária e
muitos fatores. Estes incluem: consumo de alimento, Zootecnia. Programa de Pós Graduação em Ciência Animal.
composição da dieta, adição de lipídeos e digestibilidade. Universidade de Goiás. Goiânia, 2011.
Durante o processo de fermentação ruminal acontece a 4. Zen,S.Pecuária de Corte Brasileira: Impactos Ambientais e Emissões de
Gases de Efeito Estufa ( GEE) .Escola Superior de Agricultura Luiz de
produção dos ácidos graxos voláteis, como o acético, Queiroz, maio de 2008.
propiônico e butírico, sendo estes as principais fontes de 5. Zotti, C.A.,Metano na produção animal: Emissão e minimização do do
energia para os ruminantes . Porém, neste processo seu impacto.Instituto de Zootecnia APTA - SAA, 2009.
também ocorre a produção de gás metano (CH4), que pode
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
IMPACTO ECONÔMICO DA MASTITE EM UMA PROPRIEDADE RURAL
Paulemar Barbosa Rocha1*, Ana Carolina Sousa Sobrinho1, Juliana Moura Costa¹, Karen Maria de Almeida¹, Mariane Regina Soares
Costa1, Matheus Henrique dos Santos Moreira1, Retty Abdalla de Freitas1, Talita Cristine Rabelo1, Veronica del Carmen Landaeta do
Rosário¹, Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte - MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Figura 2: Ordenha na propriedade para o diagnóstico da


No Brasil grande número de propriedades rurais apresenta mastite subclínica
alta prevalência de mastite, o que torna essa enfermidade
um dos grandes entraves na produção e lucratividade da
atividade. A mastite é definida como uma inflamação da
glândula mamária principalmente decorrente de processos
infecciosos. Pode ser classificada com base em sua forma
de apresentação em: Clinica, quando observamos
alterações macroscópicas do leite e ou da glândula mamaria
e ou da vaca; e as subclínicas, nas quais observamos
diminuição da produção leiteira e precisamos utilizar exames
complementares para identificarmos alterações Das 40 vacas analisadas, 5% apresentaram mastite clínica,
microscópicas como alterações na contagem de células 73% mastite subclínica e 23% apresentavam-se saudáveis.
somáticas (CCS), concentração de gordura, lactose e Santos; Fonseca (2007) recomendam como meta para
proteína, assim como outras características físicas e saúde da glândula mamária, que a incidência de mastite
químicas do leite. O objetivo do presente trabalho é relatar a clínica seja menor que 1% ao mês.
prevalência de mastite em uma propriedade rural visitada A grande ocorrência de mastite está inteiramente ligada a
por alunos da disciplina de Clínica Médica de Ruminantes, falhas na rotina, não sendo realizado nenhum tipo de higiene
assim como os fatores de risco e o possível prejuízo gerado. dos tetos, e a falta de manutenção do equipamento de
ordenha contribuiu para incidência de mastite. As relações
RELATO DE CASO E DISCUSSÕES dos impactos econômicos frente aos resultados dos testes
estão mostrados na Tabela 1, onde tem-se a estimativa das
O trabalho foi desenvolvido em uma propriedade rural
perdas da produção de leite com base no resultado do CMT
localizada no município de Rio Manso - MG a 85 KM de Belo
em comparação com a contagem de células somáticas
Horizonte, onde a atividade leiteira é a principal fonte de 1,2,3
(CCS) .
renda com produção diária média de 600 litros de leite. O
Tabela 1: Resultados do impacto econômico
rebanho é composto por 40 vacas em lactação, da raça
Girolando ¾ e 7/8 em sistema semi-intensivo onde a
ordenha é do tipo mecânica. CCSX1000 % Vacas Produção Valor/litro Venda Status
Os testes foram realizados à medida em que as vacas Inicial 100% 40 600 R$ 1,20 R$ 720,00 Ganho Inicial
Sinal (+) Leve/moderada 900000 09% a 18% 6 90 R$ 1,20 R$ 108,00 Perda
entravam na sala de ordenha. À entrada das vacas para Sinal (++)Moderada 270000 18% a 25% 15 225 R$ 1,20 R$ 270,00 Perda
ordenha, foi verificado se existia ou não a presença de sinais Sinal (+++)Intensidade 8100000 >25% 6 90 R$ 1,20 R$ 108,00 Perda
característicos de inflamação da glândula mamaria e em Vacas saudáveis 13 195 R$ 234,00 Ganho Final

seguida realizou-se o teste da caneca, mediante a coleta


dos três primeiros jatos de leite de cada um dos quartos CONSIDERAÇÕES FINAIS
mamários. Aquelas amostras identificadas com grumos, A falha no manejo de ordenha e do ambiente são os
filamentos ou sangue foram classificadas como mastite principais agravantes para alta prevalência de mastite clínica
clínica (Figura 1). e subclínica na fazenda. A ausência de pré-dipping na
ordenha pode aumentar a contaminação dos tetos por
Figura 1: Ordenha na propriedade para o diagnóstico da patógenos ambientais e por outro lado a ausência de pós-
mastite clínica dipping pode aumentar o risco de mastite portanto, é
necessário um monitoramento eficiente durante a ordenha
associado a medidas preventivas que devem ser
implementadas na propriedade com objetivo de diminuir os
fatores de riscos, amenizando assim os números de casos e
consequentemente os prejuízos causados por essa
infecção.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Em seguida foram coletadas amostras de leite, de cada um 1. DEMEU, F. A. Simulação do impacto econômico da mastite em
rebanhos bovinos leiteiros. 177 f. 2009. Dissertação (mestrado) -
dos quartos mamários, sobre recipiente próprio para Universidade Federal de Lavras, Viçosa, MG, 2009.
realização do California Mastitis Test (CMT) (Figura 2) 2. FONSECA, L. F. L.; SANTOS, M. V. Qualidade do leite e controle
sendo adicionado logo em seguida o reagente próprio. da mastite. São Paulo: Lemos, 2001. 175 p.
Naquelas amostras em que onde houve o aumento da 3. BUENO, V.F.F.; NICOLAU, E.S.; MESQUITA, A.J.; RIBEIRO, A.R.;
SILVA, J.A.B.; COSTA, E.O.; COELHO, K.O.; NEVES, R.B.S. Mastite bovina
viscosidade ou formação de um gel as consideramos como clínica e subclínica, na região de Pirassununga, SP: frequências e redução na
positivas para mastite subclínica sendo representadas na produção. Ciência Animal Brasileira, v.3, n.2, p.47-52, 2002.
planilha com sinal de cruzes (+). De acordo com a 4. MOLINA, R. L. Aspectos clínicos das mastites bovinas.
Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Veterinária. Departamento
intensidade da viscosidade na reação a quantidade de de Clínica e Cirurgia Veterinária. Belo Horizonte, MG, 2016.
cruzes aumentava, variando de traços 5. UNILEITE. Diagnóstico, controle e monitoramento da ocorrência
(CCS>300.00/ml/leite), + (CCS>900000), ++ (CCS> de mastite em rebanhos leiteiros. Universidade Federal de Minas Gerais.
4,5 Escola de Veterinária. Belo Horizonte, MG, 2001.
2700000) e +++ (CCS> 8100000) .
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
IMPACTO ECONÔMICO DA MASTITE NA PRODUÇÃO DE LEITE E DERIVADOS
1 1 1
Gabriel Rodrigues Franco da Cruz , Luiz Felipe Justiniano Gonçalves , Sannelly Assis Procópio , Daniele
1 1 1
Cristine de Oliveira Freitas , Larissa Soares Ramos , Alexandre Ferreira Sturzeneker , Breno Mourão de
2 2 2
Sousa , Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira , Prhiscylla Sadanã Pires .
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO às condições da matéria prima. Portanto, leite de rebanhos


com alta prevalência de vacas com mastite têm menores
A mastite caracteriza-se por um processo inflamatório e,
preços no mercado, diminuindo o lucro dos produtores.
etiologicamente, trata-se de uma doença complexa de
Células somáticas normalmente são células de defesa do
caráter multifatorial, envolvendo diversos patógenos, o
organismo do animal com o objetivo de combater agentes
ambiente e fatores inerentes ao animal (BRESSAN, 2000). A
agressores. A contagem de células somáticas (CCS) no
doença pode ser classificada em clínica ou subclínica. A
leite, faz parte de um exame laboratorial específico, que
mastite clínica apresenta sinais evidentes, tais como: edema
expressa o número de células somáticas por mililitro de leite.
de úbere, aumento de temperatura, endurecimento, dor na
Quando analisada individualmente, é um método de
glândula mamária, grumos, pus e quaisquer outras
diagnóstico da mastite subclínica; quando analisada no
alterações das características do leite (Fonseca; Santos,
tanque, pode servir como indicativo do padrão de qualidade
2000). Na forma subclínica são observadas alterações
do leite cru. De acordo com Fonseca e Santos (2001),
macroscópicas e, sim, alterações na composição e volume
resultados de CCS elevada, que pode ser mensurada direta
do leite produzido; portanto, não apresenta sinais visíveis de
ou indiretamente por meio dos testes Californian Matitis test
inflamação do úbere (Cullor, 1993). Essa característica
(CMT) ou pela contagem eletrônica de células somáticas
favorece sua disseminação no rebanho e ainda proporciona
(CECS), indica a presença da doença no rebanho e ou
ao produtor uma falsa tranquilidade, em relação à ocorrência
animal.
de mastite. No entanto, estima-se que para cada caso
clínico da enfermidade ocorram 35 casos subclínicos Tabela 2: % de perdas na produção de acordo com a CCS.
(Fonseca; Santos, 2000). O objetivo do presente estudo é
representar os componentes do impacto econômico da
mastite aliado a perda na produção de acordo com a CCS.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma revisão bibliográfica baseada em artigos
referentes a infecções originadas em animais. Estes artigos
foram encontrados por meio de uma pesquisa com os
termos Mastite bovina, leite e derivados.
REVISÃO DE LITERATURA
O leite proveniente de vacas infectadas apresenta Fonte: GUIMARÃES, Juliana de Lima Brandão et al.
modificação em sua composição, alterando suas CONCLUSÕES
características físicas, químicas e microbiológicas. Aponta- A estimativa do impacto econômico da mastite aliado aos
se que a redução na produção leiteira é de maior impacto resultados de CCS do tanque e individuais dos animais,
nas perdas econômicas consequentes da mastite (clínica e juntamente ao conhecimento da dinâmica das infecções
subclínica). Esta redução na produção de leite é subclínicas, permitem observar fatores associados às
denominada uma perda econômica indireta e dificilmente é perdas devido à presença da mastite no rebanho. O
detectada e estimada pelos produtores (PETROVSKI et al, elevado impacto econômico evidencia a necessidade de
2006). A redução na produção de leite, descarte do leite, monitoramento da mastite e adoção de medidas
custo do tratamento dos casos clínicos, aumento do custo preventivas, buscando reduzir a incidência da doença,
com mão de obra, diminuição do preço de venda do leite e diminuindo os prejuízos ocasionados.
descarte de animais são as principais perdas econômicas BIBLIOGRAFIAS
associadas à presença de mastite no rebanho 1. LOPES, M.A. et al . Avaliação do impacto econômico da mastite em rebanhos bovinos
(BLOSSER.,.1976, PETROVSKI,. 2006, HALASA,.2009). leiteiros. Arq. Inst. Biol., São Paulo , v. 79, n. 4, p. 477-483, Dec. 2012 . Available
from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
Tabela 1: Listagem dos componentes do impacto 16572012000400003&lng=en&nrm=iso>. access on 18 Nov. 2018.
http://dx.doi.org/10.1590/S1808-16572012000400003.
econômico total anual da mastite. 2. GUIMARÃES, Juliana de Lima Brandão et al. Estimativa do impacto econômico da
mastite: estudo de caso em um rebanho da raça Holandesa em condições tropicais.
2013.
3. FONSECA, L.F.L.; SANTOS, M.V. Qualidade do leite e controle de mastite. São
Paulo: Lemos, 2000. 175p.
4. CULLOR, J.S. The control, treatment, and prevention of the various types of bovine
mastitis. Veterinary Medicine.
5. PETROVSKI K R, TRAJCEV M, BUNESKI G A review of the factors affecting the costs
of bovinemastitis.Journal of the South African Veterinary Association . 77(2): 52–60
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Private Bag 11222,Palmerston North, New Zealand,2006.
6. BLOSSER TH. Economic losses from and the National Research Program on mastitis
in the United States. Journal of Dairy Science 1979; 62: 119-127.
7. BRESSAN, M.; MARTINS, C.E.; VILELA, D. Sustentabilidade da pecuária de leite no
Brasil. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite; Goiânia: CNPq/Serrana Nutrição Animal,
2000. 206p
8. HALASA TH, HUIJPS K, ØSTERA°S O & HOGEVEEN H 2007 Economic effects of
bovine mastitis and mastitis management : A review. Veterinary Quarterly 29 18–31,
2007.
Fonte: GUIMARÃES, Juliana de Lima Brandão et al. 9. FONSECA, L.F.L.; SANTOS, M.V. Qualidade do leite e controle da mastite. São
Paulo: Lemos, 2000. 314p.
Laticínios promovem programas de pagamento por
qualidade do leite, correlacionando o preço pago ao produtor
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
IMPORTÂNCIA DA COMPACTAÇÃO NO PROCESSO DE ENSILAGEM
Gabriela Marianne Gonçalves Fernandes1*, Priscila Ramos Luiz¹, Larissa Monik de Freitas e Silva¹, Bruna Berger Jacobsem¹, Marcella Del
Rio Pimentel¹, Bruna Juliate Izac¹, Cíntia Carolina Silva¹, Izabela De Paula Orzil¹, Krislayne Pereira dos Santos¹, Alexandre Ferreira
Gabriel¹, Breno Mourão de Sousa².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO compactação, pois suas estruturas e dimensões, como


O processo de ensilagem é uma forma de conservação das ilustradas na figura 1, garantem um maior acesso e
culturas forrageiras que tem como objetivo a preservação da estabilidade aos tratores, para que alcancem todos os
MS, de nutrientes e da energia das forragens para posterior pontos do silo, dando preferência a tratores de rodas mais
utilização pelo animal através da fermentação em condições finas para elevar o peso por área, deixando a superfície
de anaerobiose¹. No interior do silo, as bactérias láticas plana, sem sulcos ou ondulações. Além da necessidade de
multiplicam-se rapidamente, produzindo ácido lático e uma boa vedação, que garante a conservação da forragem
acético, provocando rápida queda no pH assim, quanto ao evitar o ingresso de ar na massa, que poderia resultar em
menor for o seu valor, melhor a qualidade da silagem, aumento da temperatura, perdas pela presença de fungos e
indicando se houve fermentação láctica adequada². possível contaminação de produtos de origem animal como
microrganismos indesejáveis, assim, torna-se evidente que
Essa prática inicia-se com o corte e recorte da forragem,
estes procedimentos permitem a maior anaerobiose
pré-secagem, transporte, enchimento e compactação do
garantindo maior eficácia nos resultados do pH final da
silo, fecho hermético, fermentação láctica, conservação e
silagem³.
utilização³. O objetivo do presente trabalho é destacar a
importância da compactação da silagem por meio de um
Tabela 1 - Resultado das análises bromatológicas:
resultado de pesquisa realizado a campo onde foi observado
o processo de produção e resultados por meio de análise
ANÁLISE A B
bromatológica.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para execução do trabalho foram realizadas visitas em duas Matéria seca 32% 35%
fazendas (A e B) localizadas em diferentes regiões do
estado de Minas Gerais, onde foram analisados métodos de PH 3,73 4,09
produção da silagem, desde a preparação dos solos ao uso.
Para coleta de dados, foram recolhidas amostras que
posteriormente foram encaminhadas para laboratório de Figura 1: Diferença entre o tipo de silo usado nas fazendas
bromatologia localizado na cidade de Lavras. Além da A e B: Trincheira (A) e superfície (B) respectivamente:
realização de revisão de literatura em artigos científicos
buscados em plataformas digitais como Google Acadêmico
e Scielo. Palavras chave: Silagem, compactação, milho,
anaerobiose, ácido lático, fermentação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para obtenção de bons resultados, a compactação deve ser
realizada de forma a assegurar as condições de
anaerobiose do meio, cessando assim a respiração da
planta impedindo as fermentações aeróbias. Então o
fechamento do silo se mostra também um fator
indispensável, pois a ausência de O2 permite o Fonte: Acervo próprio
desenvolvimento de bactérias anaeróbias. O consumo de
O2 a partir do ar existente na massa ensilada e a produção CONCLUSÔES
de CO2 favorecem as condições de anaerobiose essenciais Diante do presente estudo, tornou-se evidente a
para o desenvolvimento da microbiota benéfica para a necessidade de se atentar aos processos na produção de
4
ensilagem (láctica) . A presença do ácido láctico impede o silagem, uma vez que as estruturas das silagens bem como
desenvolvimento das bactérias do tipo butírico (responsáveis a compactação realizada de modo a garantir anaerobiose
pela degradação da forragem), garantindo a rápida interferem diretamente sob a qualidade do produto.
acidificação do meio e a conservação da forragem. Assim,
plantas com teor de MS perto dos 35% inibem fermentações BIBLIOGRAFIAS
indesejáveis como observados nos dados de MS% descritos 1. Santos V. M., Almeida, S., Azevedo, S. e Duarte, V., 2008. Manual
na tabela 1, onde se observa que ambas as fazendas de boas práticas de ensilagem. Contributo para a melhoria da qualidade das
apresentaram resultados satisfatórios quanto à silagens nos Açores. Secretaria Regional da Agricultura e Florestas e Direção
4 Regional de Desenvolvimento Agrário, 39p.
fermentação . 2. VAN SOEST, P. J. Nutritional ecology of the ruminant. 2 ed. New
Ao que se refere ao PH de uma boa silagem, o pH deve ser York: Cornell University Press, 1994.
inferior a 4,2. Se o mesmo não baixa rapidamente até aos 3. Wilkinson, J.M. e Davies, D.R., 2012. The aerobic stability of silage:
Key findings and recent developments. Grass and forage Science, 68:1-19.
valores desejados, bactérias butíricas surgem na forragem,
4. Freixial R. e Alpendre P. Conservação de Forragens e Ensilagem.
onde em geral, as sacarolíticas atacam os açúcares e o Universidade de Évora, 2013.
ácido láctico já formado, produzindo-se ácido acético, 5. GIMENES, A.L.G.; MIZUBUTI, I.Y.; MOREIRA, F.B.; PEREIRA, E.S.;
5 RIBEIRO, E.L.A.; MORI, R.M. Composição química e estabilidade aeróbia em
butírico, CO2 e H2O, com aumento do Ph . Dados estes,
silagens de milho preparadas com inoculantes bacteriano e/ou enzimático.
evidentes na tabela 1, onde o PH da fazenda A se mostra Acta Science Animal, Maringá, v.28, n. 2, p.154-158, 2006
superior, esclarecendo assim, um importante determinante
para a excelência das silagens de trincheira quanto à
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
IMPORTÂNCIA DO MANEJO PARA A QUALIDADE DA CARNE DE FRANGO
Daniela d’Ávila Lage1*, Camila Caroline de Paula1, Giovanna Bauer Valério², Amanda Felício Bento de Souza¹, Izabela Rodrigues de
Oliveira¹, Juliana Dias Rocha Sabino1, Bruno Antunes Soares3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte - MG – Brasil
2
Graduando em Medicina Veterinária – Unipampa - Uruguaiana – RS – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
*dani.dlage@gmail.com

INTRODUÇÃO características escura, firme e seca. Ocorre quando a ave


A avicultura mundial apresentou, no ano 2015, uma sofre estresse de longa duração, principalmente por longos
produção de 89,336 milhões de toneladas, sendo que no jejuns, condições de baixa temperatura no ambiente e
Brasil ela foi de 13,08 milhões de toneladas de carne de manejo ruim no transporte. Esse estresse prolongado causa
frango. O consumo interno per capita de carne de frango na ave uma queda do glicogênio muscular que gera uma
alcançou 9,6 mil toneladas/ano, colocando o Brasil como o baixa redução do pH após a morte, fazendo-o ficar em torno
4º maior consumidor mundial dessa carne. Assim, a de 6,1, acarretando na carne apresentar essas
avicultura é a atividade que possui o maior e mais avançado características. A Incidência da DFD é maior no inverno,
3
acervo tecnológico dentre o setor agropecuário brasileiro. Os devido a suas baixas temperaturas .
grandes progressos em genética, nutrição, manejo e
sanidade verificados nas últimas quatro décadas Figura 1: Características visuais das carnes de frango DFD,
transformaram o empreendimento num verdadeiro complexo 4
normal e PSE
econômico, traduzido por uma grande indústria de produção
1
de proteína de origem animal .
Entretanto, a falta de cuidados com o bem-estar do animal
nas fases de pré-abate e abate podem levar a danos na
carcaça do animal, indicando uma baixa qualidade na
produção de carnes e consequentemente perdas do valor
comercial do produto. Estresse, dor, agitação e manejo
incorreto das aves levam ao surgimento de hematomas,
2
contusões, fraturas e modificações físico-químicas .
Faz-se necessário, portanto, indicar as condições
adequadas de manejo desses animais e identificar o que
ocorre de errado para minimizar prejuízos econômicos. O
trabalho tem como objetivo evidenciar os danos causados à
carne devido ao manejo incorreto na linha de produção.

MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada revisão bibliográfica para identificação dos Assim, a diferença entre PSE e DFD é que o primeiro está
3
danos causados à carne de frango descritos na literatura . associado ao estresse em um curto espaço de tempo,
As bases de dados Google Acadêmico, Scielo e PubMed imediatamente antes do abate, enquanto que o DFD está
foram utilizadas para a pesquisa de artigos científicos sobre relacionado ao estresse de longo período antes do abate
o assunto. sem que tenha ocorrido reposição de carboidratos no
organismo. Essas particularidades refletem em produtos de
REVISÃO DE LITERATURA pouco rendimento na produção industrial e baixa aceitação
As aves podem ser submetidas ao manejo incorreto desde o pelos consumidores.
transporte da granja até a linha imediatamente pré-abate,
3
levando a danos na carcaça e na qualidade da carne . CONCLUSÕES
A carne pode apresentar alterações físico-químicas, como a Os sistemas de produção animal podem ser melhorados
PSE e DFD. A PSE tem esse nome por causa das palavras quando as condições de bem-estar são otimizadas. Os
em inglês pale, soft e exsudative, características que a carne principais fatores que alteram o bem-estar da ave estão
adquire: pálida, mole e exsudativa, baixa capacidade de relacionados ao manejo pré-abate, sendo que essas
retenção de água. Isso ocorre quando há um manejo pré- operações causam muitos prejuízos para as indústrias
abate inadequado, principalmente nas fases de apanha, avícolas, e assim é preciso tomar medidas para que haja
transporte e tempo de espera, tendo temperaturas uma melhor qualidade no produto final que chega ao
aumentadas e grande umidade. Quando uma ave sofre consumidor e consequentemente uma maior lucratividade
estresse ela necessita de um aumento de sua atividade para as empresas.
metabólica, fazendo com que sua via aeróbica produza mais
rapidamente energia. Após a morte é cessada a BIBLIOGRAFIAS
disponibilidade de O2, fazendo a energia disponível no 1. Vieira, FMC. et al. Perdas nas operações pré-abate: Ênfase em
músculo seja utilizada para glicólise anaeróbica, produzindo espera. Comunicado técnico, maio 2009. .
um acúmulo de ácido láctico e consequentemente fazendo o 2. Tinoco, IFF. Avicultura Industrial: Novos Conceitos de Materiais,
Concepções e Técnicas Construtivas Disponíveis para Galpões Avícolas
pH cair, ficando em cerca de 5,6, e chegar em seu valor final Brasileiros. Rev. Bras. Cienc. Avic., Campinas , v. 3, n. 1, p. 01-
antes do esfriamento da carcaça, o que gera uma 26, Jan. 2001
desnaturação proteica, fazendo a carne ficar pálida e mole. 3. Ludtke, CB. Et al. Abate humanitário de aves. WSPA Brasil, Rio de
A incidência da PSE é de até 22% das aves, afetando Janeiro, 2010.
3 4. Gregory, NG, Stunning and slaughter. Animal Welfare and Meat
principalmente o filé de frango . Science. Cabi. Publishing. 1998.
Por sua vez, a DFD tem sua sigla originada das palavras
dark, firm e dry, indicando que a carne terá as
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE LUZ PARA AVES POEDEIRAS
Caroline Silva Costa1, Matheus Fonseca Redoan¹, Jacqueline Mohamad Braz De Freitas¹, Vinicius santos Moura¹, Mariana Helena Barros
Amorim¹, Cátia Borges Ferreira², Bruno Antunes Soares³.
1
Graduando em medicina veterinária – UniBH/ FEAD – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Zootecnia- FEAD- Belo Horizonte – MG- Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBh - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO gonadotrofinas, pois iluminam toda a fase de


O programa de luz está relacionado com o desempenho das fotossensíbilidade. Em dias longos é estimulada a secreção,
aves entre as estações do ano, coordenação de migração e sendo assim, ocorre à produção de LH. Esse mecanismo
4
reprodução das aves . A luminosidade de forma adequada neuro-hormonal controla as funções reprodutivas e
estimula a glândula pituitária das aves através da radiação comportamentais das aves (Figura 1). Além disso, o tipo de
luminosa que percorre o sistema ocular, produzindo lâmpada utilizada nos sistemas de produção pode influenciar
hormônios para que os órgãos reprodutivos funcionem. O o desempenho reprodutivo das poedeiras, como pode ser
sistema de luz artificial proporciona para as aves o ganho de visto na Tabela 1.
peso, idade da maturidade sexual e aumento na
produtividade de ovos e matrizes. O programa de luz Figura 1: Mecanismo fotossensível das aves e hormônios
adequado para as aves é de 16 horas de, esse valor é reprodutivos
alternadas sendo 12 horas de luz natural, 2 horas de luz
artificial antes de amanhecer e 2 horas de luz artificial após
escurecer. Essa técnica permite que o consumo de ração
aumente cerca de 2-5 kg/ ave/ dia, sendo aplicável o
estresse calórico, em qualquer momento para aumento do
consumo de ração, tanto para lotes em crescimento quanto
4
para lotes em produção . Produtores de ovos indicam que
quanto mais luminosidade disponível para suas poedeiras,
maior será o desenvolvimento das aves. O programa de luz
eficaz possibilita uma redução de 90% de energia elétrica e
aumentando o lucro do setor aviário. O objetivo deste
trabalho é revisar dados atualizados da literatura sobre o
programa de luz para aves de postura, visando o melhor
desempenho e produção das mesmas.

MATERIAL E MÉTODOS Fonte: Revista CFMV - Brasília/DF - Ano XVII - nº 52 - 2011


Para o desenvolvimento deste trabalho foram pesquisados e
utilizados artigos da EMBRAPA Aves e Suínos, Google Tabela 1 – Luz fluorescente x Incandescente: efeito sobre
Acadêmico, Avicultura industrial, Scielo, Manual de manejo
desempenho de reprodutoras pesadas
Hy-Line. Os critérios para pesquisa baseiam-se em
documentos atualizados, confiáveis e coerentes com as
informações observadas em todas as literaturas. As palavras Variável Incandescente Florescente
chaves utilizadas na pesquisa foram programa de luz, Ovos incubáveis 87,58 88,07
postura, produção, eletricidade avícola, manejo. (%)
Fertilidade (%) 85,74 82,42
RESULTADOS E DISCUSSÃO Eclosão (%) 72,74 72,84
Para uma produção de ovos relativamente alta é necessário Peso do ovo (G) 70,96 71,46
o sistema de luminosidade para que seja realizado o Fonte: Campos, 2000.
estimulo da glândula pituitária atravessando o sistema
ocular. Outra via de grande importância para estimulo CONCLUSÕES
luminoso é a via transcraniana. Por via craniana as aves que
De acordo com autores, através de pesquisas e
são impossibilitadas de visão passam a ser estimuladas pela
experimentos realizados, o uso do programa de luz nos
luminosidade, logo, as aves respondem melhor a iluminação
aviários é de grande importância para o desenvolvimento e
que é gerada por raios no final do espectro, como o roxo e o
produção das aves. Além disso, a influência das lâmpadas
alaranjado, formando mais hormônios reprodutivos. As
esta diretamente relacionada com seu desempenho,
energias contidas nos fótons transforma a luz em estímulos
respeitando as horas de iluminação.
nervosos, regulam o ritmo circadiano (controle fisiológico do
metabolismo através da luz), comanda ações bioquímicas e BIBLIOGRAFIAS
comportamentais de suma importância no desenvolvimento
1. EMPRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa
das galinhas. A luz é recebida pelo hipotálamo convertendo Agropecuária. Revista CFMV - Brasília/DF - Ano XVII - nº 52 - 2011
em mensagem hormonal devido estímulos neuronais que 2. EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa
secretam hormônios liberando gonadotrofina. O LH e o FSH Agropecuária. Manejo e produção de poedeiras comerciais.
se ligam aos receptores na célula granulosa do folículo Concórdia: EMBRAPA - Suínos e Aves, 1997. 64p.
ovariano, produzindo andrógenos e estrógenos pelos 3. Rodrigo A. Jordan, Maria H. F. Tavares. Revista Brasileira
folículos menores e produção de progesterona pelos de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.9, n.3, p.420-423, 2005.
folículos pré – ovulatórios maiores. Isso explica que em dias 4. Hy-Line – Manual de manejo Poedeiras Comerciais, 2014.
curtos não é estimulada a secreção adequada das
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
INCLUSÃO DE SUBPRODUTO SUSTENTÁVEL NA RAÇÃO DE GALINHAS POEDEIRAS
Haissa Santana Marcial¹, Helen Myrian Nunes Melo¹, Juliana Mendonça Nicolau Soares¹, Katlen Soares Machado¹, Lohane Nicole San
Juan Ferreira¹, Pamela Leandro de Oliveira¹, Rosane de Oliveira Braz¹, Úrsula Daiane Gomes da Costa¹, Bruno Antunes Soares².
¹Graduandas em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
²Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Extrato Etéreo 1,680%


Estudos mostram que a casca do pequi é rica em nutrientes
Diante dos valores encontrados, visando atender as
que podem substituir de forma parcial o farelo de milho e de
demandas de energia metabolizável, proteína bruta, cálcio e
soja em dietas de animais.¹ A formulação de dietas
fósforo para poedeiras em produção e estabelecidas por
derivadas de produtos e subprodutos naturais e sustentáveis 4
Rostagno , foi realizada a inclusão em 20% em uma
resulta numa criação ecologicamente correta com
formulação comercial. Os níveis de garantia foram
viabilidade econômica para diversos produtores rurais.
calculados e apresentados na Tabela 2.
Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo produzir
uma ração balanceada destinada a galinhas caipiras Tabela 2 - Níveis de garantia da ração produzida com
poedeiras com inclusão de farinha de casca de pequi com inserção de Farinha da Casca de Pequi/ Kg de produto
intuito de reduzir o custo de formulação e aumentar o
fornecimento de pigmentos carotenoides para esses Análise Valor – Unidade
animais.
Cálcio 30 – 50 gr
MATERIAIS E MÉTODOS Fósforo 4.000 mg
Inicialmente, foi obtida em Coração de Jesus, cidade
localizada no Norte de MG, com clima e vegetação típica do Proteína Bruta 137,40 gr
Cerrado brasileiro, a farinha da casca de pequi. Para Fibra Bruta 95,6 gr
confecção deste produto, a casca do fruto foi desidratada e
moída. Posteriormente, foi realizada uma amostragem de 1 Extrato Etéreo 23,20 gr
Kg, fragmentada em duas porções de 0,500 kg, e
encaminhada ao Laboratório da Agroceres Multimix para
análise bromatológica. Após a obtenção dos valores de A ração comercial utilizada para inclusão do farelo da casca
cálcio, fósforo, proteína bruta, fibra bruta e extrato etéreo, foi de pequi possui em sua composição: Milho integral moído,
realizada uma formulação da ração com inclusão desta Farelo de soja, Casca de arroz moída, Óleo mineral,
farinha, atendendo às exigências nutricionais de galinhas Calcário calcítico, Fosfato bicálcico, Cloreto de sódio,
poedeiras estabelecidas por Rostagno.
4
Diante da Carbonato de cálcio, Farelo de milho degerminado, Caulim,
formulação elaborada, foi atribuído um nome comercial para Cloreto de colina, Niacina, Iodato de cálcio, Pantotenato de
o produto, uma embalagem e um possível valor de mercado cálcio, Selenito de sódio, Sulfato de ferro, Sulfato de cobre,
que foi comparado com valores de rações comerciais para Monóxido de manganês, Óxido de zinco, Vitaminas A, D3,
essa categoria animal. E, K3, B2 e B12, DL-metionina, Aditivo enzimático, BHT
(Hidróxido de tolueno butilado) e Bacitracina de zinco.
RESULTADOS E DISCUSSÃO O estudo de Ribeiro³ demonstrou que a cor do fruto dos
pequizeiros é influenciada pelos teores de carotenoides.
A análise bromatológica da farinha da casca de pequi Desta forma, acredita-se que a inclusão desta farinha possui
(Tabela 1) apresentou valores expressivos de proteína bruta, o potencial de aumentar a disponibilidade desse pigmento
4,78% e fibra bruta, 11,79% (que foram considerados para o na gema dos ovos.
nível de inclusão com outros ingredientes para a formulação O custo de produção do produto (ração com inclusão da
da ração). Fernandes et al.², observaram que a procura por farinha da casca de pequi) o torna viável economicamente
alternativas que fujam à escolha milho-soja tem tornado se comparado ao custo das rações comerciais comumente
possível avanço nas pesquisas e conhecimento de novos utilizadas acrescidas de outros aditivos pigmentantes.
métodos de programas de alimentação com utilização de
matéria-prima regional. CONCLUSÕES
A farinha da casca de pequi possui viabilidade por ser a
casca do fruto um subproduto descartado, apesar de possuir Diante dos altos níveis de fibra bruta apresentado pela
alto valor nutricional, como demonstrado neste estudo, além farinha de casca de pequi, a mesma foi incluída no máximo
de dispensar mecanização em sua coleta, engajando e de 20% com objetivo de não alterar os níveis proteicos. Essa
gerando renda para pequenos produtores rurais inclusão permite maior oferta de carotenoides que podem
contribuir no aumento da pigmentação da gema dos ovos
Tabela 1 - Análise bromatológica da Farinha da Casca de das aves caipiras.
Pequi
BIBLIOGRAFIAS
Nutrientes Valor – Unidade 1. ALMEIDA, S. P. de. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P. de. Cerrado:
ambiente e flora. Planaltina, DF: EMBRAPA-CPAC, 2008. p. 247-285.
Cálcio 0,120% 2. FERNANDES, R. T. V., VASCONCELOS, N. V. B., FRANÇA
LOPES, F., ARRUDA, A. M. V. & PINTO, A. R. M. (2013). Revista Verde de
Fósforo 0,070% Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, 7, 67-72.
3. RIBEIRO, Débora Melo. 2011. 63 f., il. (Dissertação de Mestrado) -
Proteína Bruta 4,783% Universidade de Brasília, Brasília, 2011.
4. ROSTAGNO, H. S.; ALBINO, L. F. T.; DONZELE, J. L.; GOMES,
Fibra Bruta 11,790% P. C.; FERREIRA, A. S.; OLIVEIRA, R. F. de; LOPES, D. C. Viçosa: UFV /
DZO, 2000. 141 p.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
ÍNDICES ZOOTÉCNICOS PARA AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DOS BUBALINOS
Ádila Caroline Gonçalves Santana1*; Caroline de Oliveira Santos e Nogueira1; Rafaela Domênica Galves Antunes1; Klaus Meine Dias
Amador1; Vinícius Araújo de Moraes1; Breno Mourão de Sousa 3.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO lactação, e outros eventos reprodutivos como: a adequada


Com o avançar dos anos a criação de búfalos se apresenta involução uterina, reinício de atividade ovariana, patologias
2
com distribuição mundial, devido as vantagens financeiras relacionadas ao ciclo estral, baixa taxa de concepção .
2
que oferece em relação à criação de outras espécies de O período de serviço é o intervalo do parto à concepção .
ruminantes domésticos, principalmente por apresentarem Sendo este um dos períodos mais críticos e de maior
rusticidade e adaptação as várias condições climáticas e de importância na eficiência reprodutiva influenciando
1
manejo . O principal problema na criação de bubalinos é o diretamente em seus resultados. São vários os fatores que
desconhecimento de técnicas de manejo, falta de influenciam negativamente esse período, sendo eles o fator
reprodutores aptos para a evolução da genética na produção nutricional (búfalas com carências alimentares apresentam
1,2
desses animais . O objetivo desta revisão é abordar os período mais prolongado), a idade da búfala (novilhas
métodos para avaliação da eficiência reprodutiva das tendem a apresentar maior período), fatores ambientais e
2
búfalas para produção de carne e leite. genéticos, entre outros . Este pode influenciar o índice de
intervalo de partos diretamente devido a gestação de búfalas
MATERIAIS E MÉTODOS
se apresentarem em torno de 10 meses, quanto mais tempo
A pesquisa bibliográfica foi realizada através de cadernos a búfala levar para se tornar gestante maior será o intervalo
técnicos da Embrapa e por meio de buscas em plataformas entre partos e menor a taxa de nascimento do rebanho .
2
eletrônicas da Scielo e Google Acadêmico. Os critérios para Quando ressaltamos o ponto de vista econômico, quanto
seleção de bibliografia basearam-se em trabalhos menor a idade ao primeiro parto, permite que haja redução
publicados após 2007, usando-se as palavras chaves: do intervalo de gerações, menores períodos de serviço e
Búfalos, reprodução, eficiência, búfalas. menores intervalos de partos disponibilizando maiores
REVISÃO DE LITERATURA números de novilhas de alto potencial genético que possam
A gestação de búfalas compreende-se do tempo da substituir as fêmeas que vão sendo descartadas, assim
concepção à parição, que pode oscilar de 299 a 340 dias, causando retorno dos investimentos com alimentação,
geralmente se estabelecendo próximo aos 300 dias. Alguns sanidade e manejo das novilhas. Tornando-se a produção
fatores fisiológicos afetam a duração da gestação, como a viável, dentro das condições reprodutivas e produtivas
gestação de fetos machos, que somam de 3 a 4 dias se 1,2
1,2
(Figura 1) .
comparado a gestação de fêmeas . Figura 1: Fluxograma dos índices que alteram a eficiência
Com o conhecimento do período gestacional e com a data reprodutiva.
da concepção dos animais é possível prever o parto para o
1,2
ano seguinte, facilitando o manejo da propriedade .
Existem quatro índices de fáceis utilização e implantação
para avalição da eficiência reprodutiva das búfalas, que
consiste na idade ao primeiro parto, intervalo de partos,
período seco e período de serviço.
É de grande importância antecipar a idade ao primeiro parto,
pois animais precoces na puberdade produzem mais crias e
mais leite em sua vida produtiva que aqueles que são
2
tardias na reprodução . As características de fertilidades
possuem baixa ou próximo a zero quando estudado a sua
2
herdabilidade . Muitos são os fatores que influenciam a
idade ao primeiro parto de fêmeas bubalinas como efeitos
ambientais, manejo nutricional, raça, época de nascimento,
idade a maturidade sexual, taxa de concepção, duração da
2
gestação, entre outros .
O intervalo de partos refere-se ao período percorrido entre
dois partos consecutivos, tendo em vista que são dois
períodos que compreende este intervalo, a gestação e o
1,2
período de serviço . Este sendo um dos mais importantes CONCLUSÕES
parâmetros para aferir a eficiência reprodutiva nos Os índices de idade ao primeiro parto, períodos de serviço,
mamíferos, considerando um indicativo aceitável que a intervalos de partos, período seco influenciam em ganhos
búfala origine dois bezerros a cada três anos, apesar do produtivos e negativos da eficiência destes animais,
intervalo ideal seguido pelos pecuaristas persiste em doze potencializando o ganho genético de novilhas, possibilitando
meses, se apresentando fisiologicamente possível e a substituição das fêmeas que serão descartadas do
1,2
economicamente vantajoso . Com as análises desse sistema de produção, fazendo com que a produção seja
índice, pode-se avaliar problemas na eficiência reprodutiva viabilizada.
de uma determinada propriedade, observando o aumento na BIBLIOGRAFIAS
produção anual de leite do rebanho com a diminuição do 1. CAMARGO JÚNIOR, R.N.C.; MARQUES, J.R.F.; MARCONDES,
1,2
intervalo de partos . O período de lactação não pode ser C.R.; ARAÚJO, C.V.; AGUIAR, J.F.; MARQUES, L.C.; RODRIGUES, A.E.
muito extenso por interferir no aumento do intervalo de ÍNDICES DE EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE BÚFALOS DA AMAZÔNIA
1,2 ORIENTAL DO BRASIL. Belo Horizonte. 2012.
partos, acarretando perdas na eficiência do rebanho . 2. PEREIRA, Ricardo Gomes de Araújo; TOWNSEND, Cláudio
O período seco, é o intervalo do último dia da lactação e o Ramalho; COSTA, Newton de Lucena; MAGALHÃES, João Avelar.
próximo parto. É influenciado principalmente pelo período de EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE BÚFALOS. Novembro, 2007.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
INFLUÊNCIA DA DEFICIÊNCIA ENERGÉTICA SOB A REPRODUÇÃO DE FÊMEAS BOVINAS
Cristielle Roberta Braga Viana¹, Caroline de Oliveira Santos Nogueira¹, Maria Vitória Germano Joaquim¹, Karen Maria de Almeida¹, Klaus
Meine Dias Amador¹, Saulo Bezerra Gobira², Breno Mourão de Souza³, Gustavo Henrique Moreira³, Prhiscylla Sadanã Pires³
1
Graduanda em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil (cristiellebraga@yahoo.com.br)
²Zootecnista – ICA - UFMG – Montes Claros/MG – Brasil (saulobg@hotmail.com)
³Professor do departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte/MG - Brasil

INTRODUÇÃO uma hipoglicemia apresentam nível sanguíneo de glicose


A nutrição é um dos fatores que exerce influência direta reduzido, com isso, a uma depressão do sistema nervoso
sobre o sistema reprodutivo das fêmeas, afetando causando uma menor secreção de LH, hormônio importante
fisiologicamente o funcionamento do sistema endócrino. Isso para a ovulação folicular. Ao contrário, vacas com boa
pode limitar a expressão do potencial genético do animal condição corporal ao parto retornam ao cio mais cedo e
quando se refere ao início da puberdade, ao reinicio da apresentam maiores taxas de concepção, o que pode ser
atividade ovariana pós-parto e a manutenção de ciclos alterado pela suplementação alimentar, no intuito de
estrais, impactando negativamente as taxas de prenhez, a intensificar a volta da ciclicidade nas vacas, via
taxa anual de novilhas para reposição e, consequentemente, restabelecimento da pulsatilidade normal do hormônio
diminuindo a rentabilidade do sistema. Assim, condição luteinizante (LH).
corporal das fêmeas é indispensável para que elas
desempenhem um bom papel reprodutivo.
Nesse trabalho objetiva-se mostrar o quanto a deficiência Figura 1: Influência do balanço energético negativo (BEN)
energética pode interferir nos índices reprodutivos e sob a taxa de concepção.
hormonais de uma fêmea bovina.
Vacas em BEN Menor cobertura muscular e de gordura
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma busca em arquivos científicos eletrônicos,
utilizando as palavras chaves: nutrição de bovinos; Menor secreção de leptina
reprodução em bovinos e balanço energético negativo.
Foram selecionados artigos com datas de publicação entre
2000 a 2018, escritos em língua portuguesa, que Menor secreção de GnRH
trabalhassem com bovino de leite e/ou corte, com o objetivo
de identificar os efeitos deletérios de uma má nutrição sob a
reprodução. Menor secreção de LH

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Atresia dos folículos
A energia é uma das mais importantes limitações
nutricionais em sistemas de produção de bovinos, BAIXA TAXA
principalmente nos períodos de escassez de chuva em que Longo período de anestro DE
a qualidade nutricional e a oferta de forragem é reduzida. CONCEPÇÃO
Os animais necessitam de energia para iniciar e manter uma
gestação. Além disso, a síntese de hormônios sexuais
necessita de aporte energético, pois os esteroidais
(estrógeno e progesterona) são produzidos a partir do CONCLUSÃO
colesterol. O desempenho reprodutivo exerce grande influência na
Existe uma relação entre a condição corporal ao parto e o produtividade de bovinos de corte e leite. O défict energético
desempenho reprodutivo pós-parto. Quando ocorre perda é um dos responsáveis pela queda do desempenho
severa na condição corporal no pós-parto, acima de um reprodutivo. Isso afeta diretamente a atividade hormonal da
1
ponto, o intervalo do parto à primeira ovulação é maior. fêmea bovina, alterando o ciclo produtivo da fazenda, devido
Vacas que estão em balanço energético negativo, devido a a baixa taxa de concepção e baixa taxa de reposição de
uma diminuição na ingestão de matéria seca, e aumento da novilhas.
exigência energética, possuem baixa secreção de leptina.
Esse hormônio é sintetizado e secretado pelo tecido adiposo BIBLIOGRAFIAS
e sua presença estimula o hipotálamo a realizar a síntese e 1. Maggioni, D., Rotta, P.P., Ito, R.H. et al. Efeito da nutrição sobre a
7
secreção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). reprodução de ruminantes: uma revisão. PUBVET, V.2, N.11, Mar3, 2008.
Para que ocorra a ovulação dos folículos, é preciso que 2. Sartori, R., Guardieiro, M.M. Fatores nutricionais associados à reprodução
da fêmea bovina. R. Bras. Zootec., v.39, p.422-432, 2010.
aconteça a secreção pulsátil de LH (hormônio luteinizante), 3. Franco, L. G., Faria, F. J. C., D‘Oliveira, C. M. Interação entre nutrição e
porém a liberação desse hormônio é estimulada quando há reprodução em vacas de corte. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.37,
liberação do GnRH à hipófise, sendo assim, a diminuição do n.292, p.36-53, 2016.
4. Valle, E. R., Andreotti, R., Thiago, L. R. L. S. Técnicas de manejo
LH é conseqüência direta da diminuição da secreção de reprodutivo em bovinos de corte. Embrapa gado de corte. Campo Grande,
GnRH. 2000.
Devido à baixa concentração do LH, os folículos em 5. Abud, J. L., Hormônio leptina e sua interação com a reprodução de fêmeas
desenvolvimento sofrem atresia, acarretando em um longo bovinas. Seminários aplicados. Goiânia, 2011.
6. Parra, B. C., Beltran, M. P. Interação entre nutrição e reprodução em vacas
período de anestro após o parto, baixa produção de de cortes. Revista científica eletrônica de medicina veterinária, Ano VI, N.11,
progesterona pelo corpo lúteo, e baixa taxa de concepção, Julho, 2008.
resultando em maior tempo para retorno a ciclicidade. 7. Catunda, A.G.V., Lima, F.R.G., Lima, I.C.S. et al. O papel da leptina na
reprodução dos ruminantes. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v.38,
O crescimento folicular no pós parto é influenciado pela n.1, p.3-9, jan./mar. 2014.
ingestão de energia. Assim, vacas subnutridas, devido a
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
INTERFERÊNCIA DAS BOAS PRÁTICAS NA PRODUÇÃO DE SILAGEM DE MILHO
Bruna Berger Jacobsem¹, Bruna Juliate Izac¹, Cíntia Carolina Silva¹, Gabriela Marianne Gonçalves Fernandes¹, Izabela de Paula Orzil¹,
Krislayne Pereira dos Santos¹, Larissa Monik Freitas Silva¹, Marcella Del Rio Pimentel¹, Priscila Ramos Luiz¹, Bruno Antunes Soares 2 ,
Breno Mourão de Sousa 2.
1
Graduando em Medicina Veterinária– UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO dentro do esperado. Este resultado pode ser indício de uma


No Brasil a bovinocultura é a atividade econômica que boa proporção espigas/colmos e folhas, determinado pelo
proporciona lucratividade na cadeia produtiva da carne e do tipo de cultivar e altura de corte⁵ ⁶.
leite. O consumo de forragem diretamente das pastagens é a
forma mais econômica de alimentar um rebanho bovino. No Tabela 1 - Resultado comparativo da análise
entanto, a alimentação exclusivamente a pasto, ao longo do bromatológica da silagem de milho das fazendas A e B.
ano, é uma tarefa difícil, visto que as condições climáticas
impõem limite ao crescimento das forrageiras. Assim, é ANÁLISE A B
utilizada a silagem, que consiste em colher, picar,
armazenar e conservar, por meio da fermentação Matéria seca 32% 35%
anaeróbica, a forrageira produzida durante o verão.
pH 3,73 4,09
Quando bem preparado, apresenta características nutritivas
semelhantes à forrageira que lhe deu origem. Diante disto, o Proteína bruta (PB) 7,32 6,81
objetivo do presente trabalho é investigar a presença das
boas praticas na produção de silagem de milho em duas Fibra em Detergente Ácido (FDA) 30,18 28,34
propriedades, analisar bromatologicamente amostras deste Fibra em Detergente Neutro (FDN) 46,69 44,63
alimento e estabelecer relação entre as práticas realizadas
na ensilagem e a qualidade nutricional do alimento. Lignina 4,51 5,21
MATERIAIS E MÉTODOS
Quanto aos aspectos visuais, a silagem da fazenda A
Este estudo iniciou-se com uma ampla análise da literatura. apresentou melhor estado de conservação, com ausência de
Foram visitadas duas fazendas com produção própria de fungos, coloração amarronzada e cheiro agradável.
silagem, aqui denominadas A e B. Durante as visitas foi Enquanto na fazenda B, apesar de cor e cheiro dentro do
preenchido um checklist para registro dos métodos de padrão, pode-se detectar presença de fungos na porção
produção e recolhido amostras da silagem. As amostras mais externa, em contato com a lona, o que pode ter
foram encaminhadas para análise bromatológica no ocorrido devido à má compactação, e/ou rompimento da
laboratório 3rLab (Lavras-MG) e os resultados associadas lona, possibilitando permeabilidade de oxigênio.
às práticas utilizadas na ensilagem pelas respectivas CONCLUSÕES
fazendas.
A partir dos resultados do presente trabalho, podemos
RESULTADOS E DISCUSSÕES
observar que um maior cuidado com a lavoura interfere
Foram investigadas duas propriedades rurais atuantes na significativamente no parâmetro produtividade de matéria
bovinocultura com produção própria de silagem. Inicialmente prima por hectare, neste mesmo sentido, o ponto de colheita
foram analisados os métodos de plantio da lavoura de milho e o tipo de cultivar utilizado interfere na porcentagem de
e sua produtividade. Ambas fazendas utilizaram adubo de matéria seca e frações fibrosas. Uma boa compactação,
cobertura e plantio, porém, apenas a fazenda A realizou favorecida pelo silo de trincheira, também foi fator
análise e correção do pH do solo, aplicou herbicida e determinante para uma boa condição anaeróbica,
inseticida e irrigou a lavoura, esta obteve uma produtividade possibilitando um melhor pH, menor proteólise e ausência
maior que a fazenda B, com uma diferença de 15 ton/ha. de contaminação por fungos. Desta forma, podemos concluir
A análise bromatológica das amostras de silagem obtidas que boas práticas na ensilagem interferem de maneira
em ambas fazendas (Tabela 1), revelou que a matéria seca positiva na produtividade e qualidade da silagem.
das silagens estavam conforme os valores de referência, BIBLIOGRAFIAS
entre 30 a 35%¹. 1. CRUZ, J.C.; ALBERNAZ, W.M.; FERREIRA, J.J.; NETO, M.M.G.; FILHO, I.A.P.
Efeito doteor de matéria seca, na ocasião da colheita, na quantidade e na qualidade
Os valores de pH são inferiores a 4,2, portanto estão dentro da silagem. Jornal Eletrônico da Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, ano 03,
do esperado para uma boa qualidade fermentativa². ed.20, nov., 2009.
Observa-se que o pH da silagem da fazenda A apresenta-se 2. GIMENES, A.L.G.; MIZUBUTI, I.Y.; MOREIRA, F.B.; PEREIRA, E.S.; RIBEIRO,
E.L.A.; MORI, R.M. Composição química e estabilidade aeróbia em silagens de
significativamente mais ácido, o que pode estar relacionado milho preparadas com inoculantes bacteriano e/ou enzimático. Acta Science Animal,
ao armazenamento em silo de trincheira, favorecendo uma Maringá, v.28, n. 2, p.154-158, 2006.
melhor condição anaeróbica, ao contrário da fazenda B, que 3. VELHO, J.P.; MUHLBACH, P.R.F.; NORNBERG, J.L.; VELHO, I.M.P.H.; GENRO,
T.C.M.; KESSLER, J.D. Composição bromatológica de silagens de milho produzidas
utilizou silo de superfície. Com relação à Proteína Bruta, os com diferentes densidades de compactação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36,
valores estão dentro do encontrado na literatura. Porém, n.5, p.1532- 1538, 2007.
4. VIEIRA, V. C.; MARTIN, T. N.; MENEZES, L. F. G.; ORTIZ, S.; BERTONCELLI, P. E
pode-se observar um valor maior de A em relação à B, STORCK, L. Caracterização bromatológica de silagens de milho de genótipos super
resultado de menor proteólise na silagem, que também pode precoce. Ciencia Rural, Santa Maria-RS, v. 43, p. 1925-1931, 2013.
ser influenciada pela maior compactação³. As silagens 5. Van SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. New York: Cornell University
Press, 476p. 1994.
apresentaram boas porcentagens de frações fibrosas, com 6. FANCELLI, A.L.; DOURADO NETO, D. Produção de milho. Guaíba: Agropecuária,
valores de FDA em torno de 30% e FDN inferior à 55%, 2000. 360p.
assim como as porcentagens de lignina, que também estão
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
MANEJO NUTRICIONAL EM VACAS LACTANTES
Delcimara Ferreira de Sousa1*, Nathalia Stefanie Leite de Moraes¹, Júlia Ghelli Ferreira de Melo¹, Mariana Cardoso de Abreu¹, Gabriel
Resende Souza, Ana Clara de Castro Murta Sicupira, Gustavo
Henrique Ferreira Abreu Moreira2, Breno Mourão de Sousa2, Prhiscylla Sadaña Pires2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO substancial de CNF for substituída por FDN não-forrageira


O manejo alimentar é específico e sujeito as variações de (Beckman e Weiss, 2005).
acordo com raça, linhagem, sexo, estágio de Outro fator não menos relevante dentre a nutrição animal
desenvolvimento, balanceamento nutricional da dieta, para a melhorar a produção de leite é o fator: Estresse
condições ambientais, sanidade do animal, estágios Térmico. E é notória essa variável no gráfico mostrado
fisiológicos entre outros. (NEPOMUCENO, 2016) abaixo (Quadro 1).
A alimentação de um bovino de leite é onde se tem o maior
custo financeiro em sua produção. Sendo, que o custo
alimentar por vaca/dia R$ 13,0 por vaca x 300 dias = R$ Quatro 1: Efeito da proteína sobrepassante (―by pass‖) na
3900,0. Em 10 meses uma vaca consome um custo de um diferença de produção de leite
novo free stall totalmente moderno com ventiladores e
aspersores. (NOGUEIRA, 2014)
A nutrição está totalmente relacionada com problemas
clínicos, no qual acarreta, descartes de vacas, descarte de
leite recorrentes a mastite e tratamento antimicrobiano,
cetoses e hipocalcemia; além de ter o cuidado de fornecer o
maior conforto térmico e nutricional a este rebanho, para que
se tenha um lucro significativo. Lembrando que, se deve
maximizar a ingestão de matéria seca. Pois o consumo
inadequado de nutrientes no final da gestação e início da
lactação; associa-se com redução na produção de leite,
reprodução e descarte.
Está implícito na relação forragem x concentrado ou nos
níveis-alvo de FDN/energia que a produtividade das vacas
em lactação é geralmente limitada pela energia fornecida
(Allen, 2000). FONTE: Santos e C.R. Staples, Universidade da Flórida 2012.
(ADAPTADO)
MATERIAIS E MÉTODOS
Lembrando que os fatores chaves para o sucesso alimentar
Foi realizada uma revisão bibliográfica utilizando os termos: de uma vaca leiteira, são dietas muito bem formuladas;
Nutrição Animal, consumo de matéria seca, estresse térmico pessoas conscientes e qualificadas no manejo da
e dieta. A seleção dos artigos obtidos foi baseada na busca alimentação; mistura e oferecimento preciso das
de conteúdo com base em perdas econômicas originadas a quantidades da dieta por grupos de vacas; alta qualidade
falta de práticas corretas de manejo nutricional em bovinos dos alimentos, entre outros.
leiteiros.
CONCLUSÕES
REVISÃO DE LITERATURA
Os resultados desta pesquisa sugerem que existem grandes
O primeiro passo para desenvolver um programa de variações nas práticas de manejo da alimentação em
rebanho de alta produção é desenhar um sistema de fazendas leiteiras dentre elas estão: a avaliação do
alimentação que permite aos animais manterem altos níveis desempenho, avaliação alimentar, consumo, condição
de consumo. (L. Chase,Cornell) corporal, consistência das fezes, índice de conforto dos
Nas últimas décadas, a maioria dos nutricionistas passou a animais, entre outros. Assim, com todos esses fatores
se basear em concentrações-alvo de energia, fibra podemos chegar ao melhor nível nutricional em vacas
detergente neutro (FDN), proteína e micronutrientes. lactantes.
Entretanto, essa abordagem tem desvantagens. As
previsões de modelos para fornecimento de energia são BIBLIOGRAFIAS
famosas pela falta de precisão e tais previsões têm uma
1. NEPOMUCENO, Giane Lima. MANEJO
probabilidade ainda maior de serem imprecisas no caso de NUTRICIONAL. 3rlab, Lavras, v. 1, n. 1, p.1-1, 3 out. 2016.
FFNF. Há várias razões para isso: em primeiro lugar, essas 2. NOGUEIRA, Renato Palma. Manejo nutricional de vacas
previsões de energia baseiam-se em modelos de dados que leiteiras. Minas Gerais: Rehagro, 2014. 66 slides, color.
não costumavam considerar dietas com altas taxas de 3. MUNNEKE, R., 2000. Living with ration-energy confusion.
inclusão de FFNF, sem falar que os modelos não levam em Hoard’s Dairyman, June.
conta os efeitos associativos das dietas, que provavelmente 4. WEISS, Beckman e. Nutrient digestibility of diets with different
serão um fator importante quando uma quantidade fiber to starch ratios when fed to lactating dairy cows. Pubmed, Eua, v. 1,
n. 1, p.1-1, mar. 2005.
5. SANTOS e C.R. Staples, Universidade da Flórida 2012.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
MANEJO SANITÁRIO E QUALIDADE DO LEITE
Delcimara Ferreira de Sousa1*, Nathalia Stefanie Leite de Moraes¹, Júlia Ghelli Ferreira de Melo¹, Mariana Cardoso de Abreu¹, Gabriel
Resende Souza, Ana Clara de Castro Murta Sicupira, Gustavo
Henrique Ferreira Abreu Moreira2, Breno Mourão de Sousa2, Prhiscylla Sadanã Pires2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO literatura utilização de práticas de pré-dipping, pós-dipping,


Para que na produção de leite, o mesmo tenha secagem dos tetos com papel toalha associadas à higiene
competitividade e alto índice de valor agregado ao produto, adequada dos ordenhadores, do ambiente e do
os produtores devem adequasse para atender a demanda equipamento de ordenha levam a diminuições significativas
que o mercado leiteiro exige. (BRESSAN, 2000) na contagem total de bactérias psicrotróficas, reduzindo
Os resultados da análise microbiológica associada às perdas na qualidade do leite. (ALMEIDA, 2016)
práticas de manejo adotadas têm total relevância quanto a A tabela (Tab.1) abaixo mostra em porcentagem exemplos
principal causa da contaminação do leite. Sendo elas: a de algumas das boas práticas de manejo na pecuária leiteira
ausência de boas práticas de higiene no sistema de utilizadas em três cidades no norte de Minas Gerais
produção, ou até mesmo o emprego inadequado dessas (Bocaiuva, Francisco Sá, Montes Claros).
práticas, o que torna o principal obstáculo das exigências
legais para o produto. (ALMEIDA, 2016)
Os conhecimentos sobre o comportamento das vacas
leiteiras e sobre as técnicas corretas para a realização da
ordenha são pontos chaves para a implantação de boas
práticas de manejo na ordenha e para a obtenção de leite
com alta qualidade. (ROSA, 2009)
Pois a higiene, a adequação dos equipamentos e os
próprios funcionários podem levar a lesões internas da
glândula mamária propiciando a invasão por microrganismos
patogênicos. Trazendo como consequência ao rebanho, a
mastite da qual o rebanho passará a conviver com ela, um Fonte: ALMEIDA, 2016 (ADAPTADO)
dos principais fatores determinantes de prejuízos
econômicos para o produtor e para a indústria de laticínios. CONCLUSÕES
Conclui-se que os principais impedimentos na qualidade
MATERIAIS E MÉTODOS sanitária do leite estão relacionados a falhas de manejo de
Foi realizada uma revisão bibliográfica utilizando os termos: ordenha e ausência de práticas gerenciais voltadas para a
Sanidade Animal e Ambiental, Manejo Sanitário, Qualidade adoção de boas práticas agropecuárias.
do Leite. A seleção dos artigos obtidos foi baseada na busca Por outro lado, a ausência de práticas gerenciais e
de conteúdo com base em perdas econômicas originadas a monitoradas, como o controle de boas práticas de ordenha,
falta de práticas corretas do manejo sanitário em bovinos impede o desenvolvimento da atividade e o investimento em
leiteiros. melhorias no manejo geral. A correção destes fatores
depende do estímulo ao produtor. Há, ainda, o baixo preço
RESULTADOS E DISCUSSÃO pago pelo produto, levantado pela maioria dos produtores.
Esses fatores desestimulam a busca por melhorias e, por
Segundo a Legislação explícito no: Art. 1º Aprovar o
consequência, comprometem a qualidade do leite produzido.
Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade
do Leite tipo A, o Regulamento Técnico de Identidade e BIBLIOGRAFIAS
Qualidade de Leite Cru Refrigerado, o Regulamento Técnico 1. ALMEIDA, Anna Christina de. PERFIL SANITÁRIO DE UNIDADES
de Identidade e Qualidade de Leite Pasteurizado e o AGRÍCOLAS FAMILIARES PRODUTORAS DE LEITE CRU E ADEQUAÇÃO
Regulamento Técnico da Coleta de Leite Cru Refrigerado e À LEGISLAÇÃO VIGENTE. Scielo, Goiânia, v. 17, n. 13, p.1-13, set. 2016.
seu Transporte a Granel, em conformidade com os Anexos 2. MORORÓ, Alan Martins. Manejo Sanitário da Ordenha e Qualidade do
Leite Caprino: Estudo de Caso de Unidades Produtoras no Município de
desta Instrução Normativa. (MAPA, 2011) Monteiro-PB. Ufersa, Mossoró, v. 1, n. 1, p.1-4, jul. 2015.
Desde modo, foram observadas falhas quanto à adoção de 3. BRESSAN, M. ed. Práticas de manejo sanitário em bovinos de leite. Juiz de
boas práticas no manejo de ordenha (Tabela 1), com baixa Fora: Embrapa Gado de Leite Área de Comunicação Empresarial, 2000. 65p.
4. COSTA, Fabiana Ferreira da. INTERFERÊNCIA DE PRÁTICAS DE
frequência de limpeza e secagem dos tetos assim como na MANEJO NA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO LEITE PRODUZIDO EM
realização de pré-dipping e pós-dipping. Lembrando que, a PROPRIEDADES RURAIS FAMILIARES. Uesp, Jaboticabal, v. 1, n. 1, p.1-
superfície dos tetos representa uma importante fonte de 80, jul. 2006.
contaminação do leite e a lavagem com água clorada a 150 5. MAPA. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
ppm e a desinfecção antes da ordenha contribui, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p.1-22, 29 dez. 2011
significativamente, para a redução de coliformes totais, 6.Boas Práticas de Manejo - Ordenha / Marcelo Simão da Rosa ... [et al.]. --
microrganismos mesófilos e Staphylococcus sp e, Jaboticabal: Funep, 2009
consequentemente, para o controle de doenças. Segundo a
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
MAS AFINAL, O QUE É LEITE PRODUZIDO POR VACAS A2A2?
Cláudia Geralda Inácia Ribeiro1*, Daniel Macedo Dornas¹, Arthur Caio Ribeiro Otoni¹, Breno Mourão de Sousa².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO Há 3 tipos possíveis de genótipos para a produção de


Muito tem se falado hoje em problemas relacionados à caseína: as vacas A1A1, vacas A1A2 e vacas A2A2. Os
saúde humana decorrentes do consumo de leite, como animais A1A2 produzem os dois tipos de caseína. A
alergia às proteínas lácteas, intolerância à lactose e muitas produção está diretamente ligada com a genética do animal,
vezes uma sensibilidade aos produtos lácteos que gera um tanto das vacas como dos reprodutores. Estudos realizados
certo desconforto gástrico após a ingestão do leite. demonstram que o alelo A2A2 é encontrado com maior
2
frequência em raças zebuínas.
Porém, sabe-se que o leite é um alimento completo, rico em
nutrientes essenciais à saúde humana.
O leite é a secreção da glândula mamária de mamíferos e é
composto por água e sólidos. Desses sólidos, temos as
proteínas totais, gordura, lactose, minerais e vitaminas.
As proteínas variam em quantidade devido à dieta e raça
dos animais. Dessas proteínas, temos as proteínas do soro
do leite que correspondem em média a 20% e os outros
80% representa a caseína que é a proteína do leite, que tem
suas variações, sendo os tipos A1 e A2 os mais encontrados
nos bovinos.
A partir dessa descoberta, muito tem se falado sobre o leite
produzido por fêmeas que têm a genotipagem A2 e os
benefícios relacionados ao seu consumo.
O objetivo dessa revisão é detalhar qual a diferença entre o
leite produzido por vacas A1A1 e por vacas A2A2, bem Figura 1. Esquema, mostrando a diferença no aminoácido
como os benefícios do seu consumo. na posição 67 da Beta-caseína A1 e A2 e sua consequente
quebra e liberação da Beta-casomorfina-7.
Fonte: Adaptado por Woodford, 2008.
MATERIAIS E MÉTODOS
Esta revisão bibliográfica foi realizada através de estudo e Nem todas as vacas produzem o leite com a caseína A2A2.
pesquisa em artigos científicos e teses dos últimos dez anos A produção do leite contendo essa caseína é totalmente
sobre o tema abordado. Tendo como palavras-chave para dependente da genética do animal.
pesquisa: Vacas A2A2, Beta caseína, Leite A2, Proteínas do O leite produzido por vacas A2A2 é considerado em vários
leite, Milk protein. estudos como um leite hipoalergênico, ou seja, um produto
que pode ser ingerido por indivíduos sensíveis à Beta-
REVISÃO DE LITERATURA caseína com maior segurança, evitando aparecimento de
sinais clínicos referentes a seu consumo. Os marcadores
As proteínas que compõem o leite são divididas em
moleculares nos permitem conhecer a composição do leite e
proteínas do soro que são a alfa-lactobumina e a
fazer programas de melhoramento genético dos animais
betalactoglobulina, e as proteínas do leite que são as
para alavancar a produção desse leite e possibilitar a oferta
caseínas: alfa s1, alfa s2, kappa e beta-caseína a qual 2
de diferentes produtos no mercado.
representa 30% das proteínas totais. A beta-caseína possui
13 variantes genéticas, porém as variantes A1 e A2 são as
CONCLUSÕES
mais encontradas e estudadas em bovinos de leite.¹
O leite que contém a variante A1 ao sofrer hidrólise O conhecimento das sequências de proteínas do leite nos
enzimática no processo digestivo, libera peptídeos ativos permite conhecer a expressão específica da proteína, bem
como a beta-casomorfina7 (BCM-7) a qual está relacionada como a composição do leite e seu rendimento na indústria.
a efeitos adversos aos seres humanos, sendo considerada Ela é de suma importância também na nutrição humana,
um fator oxidante predisponente ao desenvolvimento de pois a ocorrência de diferentes caseínas pode ocasionar a
alergia à proteína do leite, como mostrado na Figura 1. Em produção de leite de características nutricionais peculiares
contrapartida, no leite contendo a variante A2, a hidrólise
enzimática não ocorre ou ocorre em menor taxa e gera o BIBLIOGRAFIAS
peptídeo beta-casomorfina9 (BCM9) o qual não apresenta 1. CORBUCCI, Flávio Sader et al. Beta-caseína A2 como um
diferencial na qualidade do leite. 2017. 23p. REVISÃO
nenhum efeito clínico relacionado ao seu consumo (LIMA,
BIBLIOGRÁFICA (Universidade Estadual Paulista ―Júlio de
2014). Mesquita Filho‖, campus de Araçatuba), Araçatura-São Paulo, 2017.
Na década de 70, foi realizada a determinação da sequência 2. LIMA, Tábatta Cristine Chaves et al. Polimorfismo no Gene
de aminoácidos das 4 caseínas e feita a descoberta das Beta-Caseina em Rebanhos Zebuinos Leiteiros no Estado do
variantes genéticas. Acredita-se que toda a população Rio Grande do norte. 2014. 59p. DISSERTAÇÃO PARA
bovina continha apenas o alelo A2 e que uma mutação OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE EM PRODUÇÃO ANIMAL
tenha sido responsável pelo surgimento do alelo A1. Sabe- (Universidade Federal do Rio Gande do Norete-UFRN),
se também que a população de bovinos de raças zebuínas Macaíba/RN, Junho/2014.
3. CAROLI A.M.,Chessa S.,Erhardt G.J. Milk protein
têm maior frequência alélica e fenotípica da variante A2.¹
polymorphisms in cattle: Effect on animal breeding and human
nutrition. J.Dairy Sci.2009,92,5335-5353.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
MEDIDA TORÁCICA COM FITA MÉTRICA PARA OBTENÇÃO DE PESO VIVO
Gabriel Torres Pires Ferreira1*, Alexandre Ferreira Gabriel1, Felipe Álvaro de Aguiar1,
Sérgio Henrique Andrade dos Santos1, Thallyson Thalles Teodoro de Oliveira1, Artur Maia Braga1, Breno Mourão de Sousa2, Gustavo
Henrique Ferreira Abreu Moreira2, Prhiscylla Sadanã Pires2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
* Autor para correspondência Gabriel Ferreira: gabrieltpferreira@hotmail.com

INTRODUÇÃO torácica de pesagem são realizadas através de regressões e


No manejo normal dos animais bem como para a realização podem ser influenciadas por fatores como a raça, idade,
de exigências de nutrientes e sanidade, sua pesagem é de condição corporal e estado fisiológico do animal (5).
grande importância. No entanto, muitas propriedades não
possuem balanças disponíveis para a pesagem dos animais
e, muitas das vezes a opção é pela adoção de um método
rápido e indireto que possa estimar o peso corporal. Além
disso, há outros fatores que limitam o uso das balanças
como, por exemplo, o estresse dos animais (3). Sendo
assim, uma forma de avaliação do peso corporal sem o uso
de balanças é através de medidas corporais dos animais,
sendo que várias são citadas na literatura com a finalidade
de predizer o peso do animal, tais como o perímetro
torácico, a altura da cernelha e da garupa e o comprimento
corporal e o de garupa.
O objetivo do trabalho é a analisar a importância e utilização
das pesagens dos animais com a medida torácica utilizando
a fita métrica para isto. Figura 1. Fita torácica de pesagem para bovinos (Bovitec®)
MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizado uma revisão bibliográfica onde utilizamos os
termos medida torácica, bovinos, índices zootécnicos. Dos
artigos obtidos com base em medidas retiradas de animais
adultos e jovens.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No caso do perímetro torácico é avaliado o comprimento
corporal correspondente a uma linha reta entre a articulação
escapulo-umeral e a tuberosidade coxal do ílio, o
comprimento da garupa equivale a uma linha reta entre a
tuberosidade coxal do ílio e a tuberosidade isquiática, e a
altura da garupa corresponde à distância entre o solo e a
tuberosidade sacral do ílio com os animais em superfície
plana.(4)
Um método indireto de pesagem de animais, de baixo custo, Figura 2. Medida do perímetro torácico. Fonte: Maia (2013).
prático e menos estressante consiste na medida da
circunferência do tórax do animal, através da fita torácica de CONCLUSÕES
pesagem, a qual foi desenvolvida a partir de equações de
estimativa do peso pelo perímetro torácico de um total de De acordo com a revisão conclui-se que a medida torácica é
5.723 novilhas em fazendas comerciais na Pensilvânia – um importante método de estimativa de peso vivo animal,
EUA. A medida torácica apresenta alta correlação com o pois gera menos estresse ao animal em relação a balança
peso vivo do animal, sendo assim de escolha para a comum e é de um custo mais baixo para o produtor,
estimativa de seu peso.(5) apresentando uma relevância significativa em seu
Como se trata de uma estimativa, vários estudos já foram desempenho. Já existem fitas próprias para medidas
realizados com o intuito de avaliar a eficácia e consequente torácicas de bovinos de leite e de corte no mercado, para
credibilidade da fita torácica de pesagem. Ao comparar os facilitar ainda mais o manejo do produtor.
valores do peso de animais pesados em balança mecânica BIBLIOGRAFIAS
1.MAIA, P.V. Monitoramento do ganho de peso diário em bezerras e novilhas.
com aqueles obtidos nos mesmos animais com a fita Rehagro, Artigos Técnicos, 2013. Disponível em
torácica, (3) verificaram diferenças que variaram de 5,0 a 12 http://rehagro.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php? cdnoticia=2605
Kg superiores para a medida com a fita torácica, bem como 2.REIS, G.L.; ALBUQUERQUE, F.H.M.A.R.; VALENTE, B.D. et al. Predição
do peso vivo a partir de medidas corporais em animais mestiços Holandês/Gir.
de 1,0 a 8,0 Kg inferiores para a fita. Os valores inferiores
Cienc. Rural, v. 38, n. 3, p. 778-783, 2008.
ocorreram apenas em machos, enquanto os valores 3.SETIM, D.H.; VANZAN, M.; FERNANDES, M.V. et al. Comprovação da
superiores para a fita foram observados principalmente em eficácia do uso da fita torácica de pesagem em bovinos leiteiros. 2010.
fêmeas. Apesar das variações, os autores concluíram que a Disponível em: http://www.cafw.ufsm.br/mostraciencias/2011/resumos/210.pdf
4.ABREU, Bruno Almeida; MAGALHÃES, Chrissia Jardim;
fita torácica de pesagem é uma excelente ferramenta para DUAYER, Enrico; MACHADO, Sérgio Henrique Mattos; VARIAÇÃO DA
obtenção do peso dos animais, em especial em pequenas MEDIDA TORÁCICA OBTIDA COM A FITA MÉTRICA TRADICIONAL COM
propriedades rurais, devido à inviabilidade de aquisição de FATOR DE CORREÇÃO E COM A FITA DE PESAGEM PARA BOVINOS
uma balança mecânica ou digital, as quais apresentam um Acta Biomédica Brasiliensia / Volume 6/ nº 2/ Dezembro de 2015.
5.HEINRICHS, A.J. et al. Predicting body weight and wither height in Holstein
alto custo. heifers using body measurements. Journal of Dairy Science, v. 75, p. 3576-
Vale salientar que as correlações entre a medida em 3581, 1992.
centímetros obtida a partir da fita métrica tradicional e a fita
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
MITIGAÇÃO DE METANO COM IONÓFOROS NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS
Iara Silveira Barbosa1*, Lorena Zamboni Torquato Freesz¹, Breno Mourão de Sousa2.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH- Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO contrário da via do acetato e do butirato é consumidora


A agropecuária contribui de forma significativa com o efeito desse hidrogênio livre no rúmen. A estratégia é reduzir a
estufa, justificada pelo extenso rebanho de bovinos leiteiros, produção de metano e não acabar com ela na tentativa de
visto que temos grande demanda por alimentos de origem reduzir a participação da bovinocultura na mudança
3
animal, como o leite, dando ao Brasil a sexta colocação na climática global .
produção do mesmo. Um dos maiores agravantes do efeito Umas das técnicas nutricionais utilizada para manipular o
estufa é a liberação de gases, dentre eles o gás metano rúmen e, consequentemente, reduzir a emissão do gás
(CH4) que tem maior potencial de aquecimento global. metano é o uso de ionóforos na dieta dos ruminantes. Os
Devido a esta questão, existe a preocupação de criar uma ionóforos são compostos solúveis na membrana celular e
3
estratégia para a redução destes gases . A alimentação com em combinação com alguns íons dessa, passam a fazer
a adição de ionóforos além de ter o potencial de reduzir a parte dessa estrutura, desempenhando uma função de troca
metanogênese, melhora a eficiência energética dos de íons. Alguns se ligam a um cátion e outros a vários, tendo
2
1
bovinos . O objetivo do presente trabalho é apresentar como uma especificidade para alguns íons .
essa mitigação acontece a partir do uso de ionóforos. No rúmen, sódio (Na) e potássio (K) são os constituintes
extracelulares (LEC) prevalentes, sendo que a concentração
MATERIAIS E MÉTODOS
de sódio é quatro vezes maior do que a de potássio.
Através de uma pesquisa realizada pela plataforma Google Contudo, o potássio está em maior quantidade no líquido
acadêmico, usando palavras chaves como metanogênese intracelular (LIC) dos microorganismos. Com isso tem-se
em bovinos leiteiros, estratégias de mitigação de metano, uma diferença de concentração que mantém a pressão
ionóforos na alimentação de bovinos, foram selecionados osmótica .
2
artigos na língua portuguesa que abrangesse o objetivo A monensina, um tipo de ionóforo utilizado possui uma alta
desse trabalho. seletividade pelo sódio, mas pode transportar tanto potássio
RESULTADOS E DISCUSSÕES quanto hidrogênio. O ciclo se inicia com a forma aniônica da
A fermentação dos componentes da dieta ocorre pela 2
monensina e por isso ela é capaz de carrear um cátion .
microbiota ruminal e resulta na formação de ácidos graxos Forma-se um complexo de monensina mais hidrogênio que
voláteis (AGV), que é usado pelo ruminante como fonte de é lipossolúvel e com isso penetra na membrana celular
energia, além da produção de gases, como o metano, que é atingindo o interior da célula e logo após o complexo se
eliminado por meio de eructação. Essa microbiota é desfaz, fazendo com que a monensina volte a sua forma
composta por bactérias, fungos e protozoários em ambiente aniônica novamente. O mesmo processo se repete, porém
anaeróbico. A produção de metano no rumem é resultado de agora de dentro para fora da célula, carreando potássio.
uma série de processos bioquímicos para obtenção de Uma segunda reação acontece, com o sódio para dentro e o
3
energia para bactéria (metanogênica) . hidrogênio para fora da célula. A primeira reação ocorre
Bovinos criados em sistema de pastejo apresentam a mais rápido do que a segunda, fazendo com que ocorra o
produção de metano entérico afetada pela constituição acúmulo de hidrogênio no LIC, a célula responde a essa
morfológica e química das plantas forrageiras desse acidose carreando hidrogênio para o LEC pela troca H/Na.
ambiente. A relação parede celular (celulose) e conteúdo Na tentativa de manter esse equilíbrio, a célula perde muita
celular (amido) é o principal fator envolvido na produção de energia por manter ativas as bombas de Na/K e a de prótons
1 2
metano . O amido e a celulose são degradados em glicose H/Na .
pela microbiota ruminal, que sintetiza e secreta amilase e Com essa mudança no metabolismo os microrganismos têm
celulase. Essa glicose livre no ambiente retículo ruminal é sua capacidade de crescimento e reprodução reduzidos,
fermentada pelas bactérias com três possibilidades de 2
fazendo com que haja redução da produção de gases .
produto: acetato, proprionato e butirato. A via acética e
butírica têm a liberação de gás carbônico ao contrário da via CONCLUSÕES
propriônica que não tem essa liberação. As bactérias Pode-se concluir a partir do presente trabalho que o que
metanogênicas (gram+) captam esse gás carbônico liberado induz a variação das proporções de AGV é a alimentação. A
e reduzem-no com hidrogênio iônico (H+) presente no meio alimentação volumosa aumenta a proporção de acetato, ao
para formar metano e água, sendo esse metano é liberado contrário da concentrada que aumenta as proporções de
3
para o meio via eructação . propionato, tendo assim uma maior eliminação de gases.
A fermentação nos ruminantes envolve processo oxidativo, Além disso, o uso dos ionóforos utilizados como aditivos na
gerador de cofatores reduzidos (NADH, NADPH, FADH). dieta dos bovinos leiteiros reduz a população das
Para que o processo fermentativo não seja paralisado, metanogênicas, com isso há menos gases sendo liberado,
+ +
esses cofatores são então re-oxidados (NAD , NADP , ocorrendo à redução da eliminação de metano, diminuindo
+
FAD ) por meio de reações de desidrogenação, liberando assim o impacto de gases do efeito estufa.
hidrogênio no rúmen. A metanogênese remove o gás
hidrogênio do meio, dessa forma, a formação de metano é BIBLIOGRAFIAS
essencial para o ótimo funcionamento do ecossistema 1. Berchielli TT, Messana JD. Produção de metano entérico em
ruminal, porque evita o acúmulo de hidrogênio no rúmen, o pastagens tropicais. Revista Brasileira de Sáude e Produção Animal,v.13, n.4,
que poderia levar a inibição da atividade desidrogenase, p.954-968, 2012;
3 2. Campos WE. Ionóforos na Alimentação de Bovinos, 1999;
envolvida na re-oxidação dos cofatores reduzidos . 3. Pereira LGR et al. Avanço conceitual em diagnostic e estratégias
A quantidade de hidrogênio livre, liberado no rúmen, de mitigação de metano enteric em bovines de leite no Brasil. Embrapa Gado
depende da concentração e proporções relativas de acetato, de Leite, Viçosa,p. 75-122, 2011.
propionato e butirato produzidos. A via do propionato ao
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
O PAPEL DA DIETA ANIÔNICA NA MOBILIZAÇÃO DE CÁLCIO NO PERIODO DE TRANSIÇÃO
Daniele Cristine de Oliveira Freitas1*, Alexandre Ferreira Sturzeneker1, Gabriel Rodrigues Franco da Cruz1, Larissa Soares Ramos 1, Luiz
Felipe Justiniano Gonçalves1, Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira2, Prhiscylla Sadanã Pires2, Breno Mourão de Sousa2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO abaixamento do pH sanguíneo aumenta a excreção de Ca e


Na criação de vacas leiteiras o período de transição, consequentemente reduz a concentração sanguínea desse
também chamado de periparto, compreende o final da íon. A queda na retenção de Ca estimular a liberação do
gestação, a parição e o início da lactação. A inadequação PTH que promove aumento da desmineralização óssea,
nutricional do animal durante esse período pode determinar bem como um aumento da reabsorção renal. Essas
a ocorrência de alterações metabólicas como à hipocalcemia alterações culminam com o aumento sérico de Ca.
no periparto que pode ser minimizada com o balanço Além disso, a produção de colecalciferol é um processo
1
dietético aniônico . enzimático sensível ao pH. Com isso, a acidose metabólica
Os ânions, principalmente cloro, fósforo e enxofre, quando induz a produção dessa vitamina estimulando a reabsorção
2
fornecidos em maior quantidade que os cátions, agem intestinal de Ca.
diretamente no equilíbrio ácido-base de ruminantes adultos, Sabe-se que vacas que recebem uma dieta rica em cálcio
influenciando no desempenho da lactação e no metabolismo no terço final da gestação tem o hormônio calcitonina
de cálcio (Ca). Desta forma, a suplementação mineral elevado. Com isso, os mecanismos que previnem a
aniônica tem por finalidade prevenir as alterações hipocalcemia ficam inibidos, sendo também um dos fatores
metabólicas do periparto que levam a um déficit na produção responsáveis pela baixa capacidade dos níveis elevados de
1
leite e até mesmo a morte do animal . PTH em mobilizar cálcio das reservas ósseas com rapidez
3
Objetivo foi apresentar uma revisão de literatura sobre o uso suprindo as exigências do parto. Desta forma a dieta
da dieta aniônica em vacas no período de transição como aniônica também é caracterizada por baixos níveis de Ca no
alternativa para a mobilização Ca. pré-parto visando estimular os mecanismos que podem
atuar na liberação do Ca dos ossos para o sangue e manter
MATERIAIS E MÉTODOS seus níveis próximos à normalidade em períodos de grande
2
Pesquisa literária em plataformas de busca online, como exigência .
BVS, Google Acadêmico e Scielo usando as palavras-chave: Descrito em literatura constatou-se que o balanço iônico no
balanço iônico, hipocalcemia, mobilização de Ca e dieta pré-parto é capaz de minimizar até mesmo alterações como
aniônica. Para obter as informações as buscas foram distocia, prolapso de útero, retenção de placenta,
filtradas com enfoque nos dados referente ao Brasil. deslocamento de abomaso, metrite, e secundariamente a
mastite devido à redução dos riscos de hipocalcemia ao
2
REVISÃO DE LITERATURA parto .
Em contrapartida os elementos utilizados para o
A homeostase do cálcio é controlada por três principais
hormônios; paratormônio (PTH), colecalciferol e calcitonina. enriquecimento iônico das dietas, geralmente são de baixa
O PTH promove diretamente a desmineralização óssea e a palatabilidade, podendo ser um empecilho para o bom
desempenho da dieta, potencializando o BEN,
reabsorção de Ca pelos rins, sendo responsável pelo
concomitantemente distúrbios associados à dificuldade na
estimulo indireto da secreção do colecalciferol, que por sua
vez aumenta a absorção de Ca intestinal. No entanto a capacidade de balanço acido-basico podem surgir incluindo
hipercalcêmica induzida pela presença de PTH e laminites e cetoacidoses. É importante ressaltar também que
dificilmente serão mantidos baixos os níveis de Ca na dieta
colecalciferol desencadeia a secreção de calcitonina, que
como meta proposta pelo NRC (cerca de 20 g/dia), isso
age de modo inverso controlando, assim, os níveis séricos
3
de cálcio. Falhas no controle dessa regulação hormonal no porque a maioria dos alimentos utilizados em sistemas de
início da lactação acarretam na diminuição da absorção produção de leite possui teores consideráveis de Ca, tendo,
1
portanto, essa técnica, pouco resultado prático .
intestinal e aumento da excreção renal de cálcio, levando a
3
uma depleção desse mineral no sangue.
CONCLUSÕES
Distúrbios metabólicos relacionados ao Ca são
relativamente comuns durante o período de transição das Com a alta demanda de Ca nesta fase produtiva faz-se
vacas e ocorrem devido à grande mobilização desse íon, necessário o uso da dieta aniônica como uma alternativa
para formação do colostro, e ao consumo mediante esforço viável na mobilização de Ca do tecido ósseo, a fim de
de parição.
2 promover um sinergismo aos mecanismos fisiológicos
Para reduzir os distúrbios metabólicos, oferta-se às vacas e animal e manutenção da homeostasia.
às novilhas uma dieta com balanço nutricional aniônico
durante o pré-parto. A dieta aniônica provoca uma moderada BIBLIOGRAFIAS
acidose que deve ser tamponada pelo corpo do animal. 1. Figueiredo, C. B.; Júnior, H. A. de. S.; Santana, E. O. C.; Ferreira, A. H. C.;
Maciel, M. dos. S.; Oliveira, Z. F. de.; Cardoso, E. S.; Silva, A. L. da. Balanço
Todavia, a acidose metabólica provada pela dieta aniônica cátion aniônico e febre do leite: implicações na bovinocultura leiteira. Revista
não causa problemas fisiológicos nas vacas, visto que o pH eletrônica nutritime – ISSN 1983-9006. Artigo 261 Volume 11 - Número 04– p.
sanguíneo é altamente tamponado pelos pulmões e rins. 3566- 3578. 2014.
2. Schafhäuser, J. jr. O balanço de cátions e ânions em dietas para vacas
Para que ocorra o tamponamento, vários mecanismos leiteiras no período de transição. Revista da FZVA. Uruguaiana, v.13, n.1, p.
fisiológicos são acionados com intuito reestabelece a 112-127. 2006.
2
homeostase do pH sanguíneo. 3. Silva, G. P. T. da. Avaliação metabólica de ruminantes submetidos a
diferentes formas farmacêuticas de administração de cálcio e magnésio.
Um dos mecanismos envolvidos ocorre devido a influência
Universidade Federal de Pelotas. 2016.
que a acidose metabólica exerce sobre os rins. O
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
OS BENEFICIOS DA CAL MICROPROCESSADA PARA HIDRÓLISE NA CANA-DE-AÇÚCAR
UTILIZADA NA ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS
Larissa Soares Ramos1*, Daniel Paolinelli Campos2, Gabriel Rodrigues Franco da Cruz, Sannelly Assis Procópio¹, Alexandre¹ Ferreira
Sturzeneker¹, Luiz Felipe Justiano Gonçalves¹, Breno Mourão de Sousa³, Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira², Prhiscylla Sadanã
Pires ³,
¹Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/MG – Brasil
²Zootecnista, FEAD – Minas, MG – Brasil
³Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBh- Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO De acordo com (OLIVEIRA,2006), a digestibilidade in vitro


A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) ocupa, da MS, FDA, FDN e lignina, é influenciada pela hidrólise da
atualmente, entre 6 a 6,5 milhões de hectares (ha) de terras, cana-de-açúcar com cal processada. Quando armazenada,
o equivalente a 1,5% dos solos cultivados do Brasil. A cana maior será a necessidade de adicionar proteína bruta (PB) à
de-açúcar é uma forrageira que apresenta elevada dieta
produtividade de massa por área, sua principal vantagem de (RIBEIRO, 2009), ao avaliar o valor nutritivo da cana-de-
uso entre as forrageiras (SIQUEIRA,2012). Como alimento açúcar hidrolisada com CaO ou hidróxido de sódio (NaOH)
exclusivo, a cana-de-açúcar não atende às demandas em diferentes níveis de oclusão, não houve efeito da dose
nutricionais mínimas dos animais (independente da sobre a PB, obtendo valores médios de 2%. Ressalta que
categoria) além de possuir alto teor de fibra, o que limita o esses aditivos não possuem elementos que contribuem para
consumo voluntário (LOURENÇO-EMPRAPA). Ao ser o aumento do teor de proteína. Relatos apresentados
introduzida na alimentação animal foi preconizada para ser propõem que a utilização de agentes alcalinizantes, além de
utilizada na forma in natura, porém, estudos vêm elevar a digestibilidade, possibilita maior consumo de MS
comprovando sua eficácia associada a aditivos químicos e pelo animal (COSTA, 1998), observaram que os bovinos
compostos nitrogenados, que a torna mais biodisponível aos ingeriram 50% a mais de cana-de-açúcar hidrolisada em
animais. relação à silagem de milho. O fato de a cana de açúcar ser
melhor aproveitada, possibilitou uma maior economicidade
MATERIAIS E MÉTODOS na quantidade de concentrado fornecido aos animais,
ocasionando, assim, uma economia próxima de 20% se
Este estudo baseou-se, em um conjunto de pesquisas,
comparada ao fornecimento de silagem de milho apenas.
artigos científicos, teses e em meios digitais. A bibliografia
consultada foi sustentada por documentos atualizados e
coerentes com o que foi visto na literatura. CONCLUSÕES
O uso da técnica de hidrólise alcalina da cana-de-açúcar
REVISÃO DE LITERATURA com cal microprocessada nas propriedades rurais pode
O tratamento da cana-de-açúcar com álcalis eleva o valor promover melhoria no consumo e na digestibilidade pelos
nutritivo das palhas e aumenta significativamente a animais. Esse método deve ser utilizado com materiais
digestibilidade da MS e fibra bruta (FB) além de estimular o adequados, enfatizando a cal hidratada microprocessada,
consumo destas (JACKSON,1977). respeitando o período de armazenagem do material
O valor nutricional da cana-de-açúcar in natura está fornecido, seja cana a fresco ou ensilada, e a forma de
diretamente ligado ao seu teor de açúcar, que pode chegar a aplicação para que haja maximização dos resultados no
50% na matéria seca, proporcionando valores de nutrientes sistema de produção, tanto para o de leite quanto para o da
digestíveis totais da ordem de 55% a 60%. No entanto, o produção de carne.
seu teor de proteína é extremamente baixo,
(OLIVEIRA,2007). O teor de proteína é considerado um dos BIBLIOGRAFIAS
maiores empecilhos para a adoção da cana como alimento 1. CAMPOS, Daniel Paolinelli.Uso de cal
volumoso para ruminantes. Os percentuais de proteína bruta microprocessada para hidrolise alcalina de cana-de-açúcar
variam de 1,91 a 3,81% nessa forrageira (SIQUEIRA,2012). utilizada na alimentação de bovinos;2011
A cana-de-açúcar ao ser introduzida na alimentação animal,
foi preconizada para ser utilizada na forma in natura, porém, 2. COSTA, B.; FRANCO, M. Cana. DBO Rural, p.64-
estudos vêm comprovando melhoria na eficiência quando 73, 1998.
adicionada de aditivos químicos e compostos nitrogenados.
Além da conservação do material, o uso de agentes 3. LOURENÇO, L. A.; SCHAFHAUSER JUNIOR, J.; DA
SILVA, J. L. S. Uso de cana-de-açúcar na alimentação de
alcalinos, como a cal virgem e cal hidratada, atuam sobre as ruminantes. Embrapa Clima Temperado-Comunicado Técnico.
ligações covalentes do tipo éster entre a lignina e a parede
celular, de modo a quebrá-las e a aumentar a solubilidade 4. OLIVEIRA, Mauro Dal Secco de et al. Digestibilidade da
da fração fibrosa (SIQUEIRA2012). A melhoria no consumo cana-de-açúcar hidrolisada, in natura e ensilada para
e na digestibilidade, com possível melhoria no desempenho bovinos. Ciência Animal Brasileira, v. 8, n. 1, p. 41-50, 2007.
animal, está relacionada com a ação hidrolítica dos 5. RIBEIRO L.S.O.; PIRES A.J.V.; PINHO B.D.;
diferentes agentes alcalinos, que reduz os teores de FDN, CARVALHO G.G.P.; FREIRE M.A.L. Valor nutritivo da
hemicelulose (HEM) e Fibra em Detergente Ácido (FDA) da cana-de-açúcar hidrolisada com hidróxido de sódio ou óxido
cana-de-açúcar. Experimentos realizados demonstraram de cálcio. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.61, n.5, p.1156-
queda de 5,84 e de 11,53% nos teores de FDN e HEM, 1164, 2009.
respectivamente, quando a cana-de-açúcar foi hidrolisada
com 0,5% de cal hidratada {72% de Óxido de cálcio(CAO)}, 6. SIQUEIRA, Gstavo Rezende et al. Uso da cana-de-açúcar
tanto na forma em solução (0,5 Kg de cal: 2 litros de água: na alimentação de ruminantes. Revista Brasileira de Saúde e
Produção Animal, v. 13, n. 4, 2012.
100 kg de cana picada); quanto a seco (cal aplicada
diretamente sobre a cana) (OLIVEIRA2006).
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
REFLEXO DE EJEÇÃO DO LEITE
Leila Cristina Nascimento1*, Lucas Queiroz dos santos¹, Guilherme Junior Fernandes Pinto¹,
Breno Mourão de Sousa², Lívia Geraldi Ferreira².
1
Graduando em medicina veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
3
Docente do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
*Autor para correspondência:leilacristinalcn@gmail.com

INTRODUÇÃO Figura 1: Via somatossensorial no reflexo induzido pela


Em sistemas de produção leiteira é primordial o amamentação para a liberação de ocitocina.³
entendimento sobre o processo de ejeção do leite, uma vez
que sem o mecanismo de estimulação da glândula mamária
a produção não mantem os níveis satisfatórios durante o
processo.¹ Nas primeiras horas após o nascimento, o filhote
e sua mãe criam uma relação materno-filial, na qual a mãe
começa a lamber o filhote com o intuito de extrair fluidos
amnióticos do mesmo, e o filhote começa a emitir sons,
exala odores característicos e inicia movimentos buscando
equilibrar-se para ficar de pé, a fim de procurar as tetas e
realizar a primeira sucção mamaria, desencadeando, assim
o reflexo do leite. Este reflexo ocorre por meio de receptores
sensoriais do úbere, levando a liberação da ocitocina, um
hormônio sintetizado pelo hipotálamo e armazenado na
hipófise posterior. Além dos receptores sensoriais do úbere,
outros receptores sensoriais específicos para estímulos de
audição, visão e olfato estão envolvidos no mecanismo que
1,2
resulta na liberação de ocitocina pela hipófise posterior.
A estimulação do animal deve ser realizada cerca de 30 a 60
segundos antes da ordenha para que o reflexo de ejeção
1,3
seja desencadeado. Dessa maneira, o presente resumo
tem como objetivo discorrer sobre ação neuroendócrina do
reflexo de ejeção do leite.
Figura 2: Ocitocina na corrente sanguínea de vacas antes,
durante e após a ordenha.³
MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizada pesquisa nas bases de dados SciELO e
Google Acadêmico, utilizando-se as palavras chave ejeção
do leite, reflexo neuroendócrino, ocitocina e vaca. Além
disso, foram consultados livros técnicos que abordam o
assunto.

REVISÃO DE LITERATURA
Os receptores sensoriais presentes no úbere podem ser
estimulados pelo ordenhador, sendo que este estímulo,
muitas vezes ocorre no pré- dipping. Esta manipulação gera
um estimulo que é conduzido por vias aferentes até o
hipotálamo, onde promove a liberação de ocitocina, o
bloqueio da síntese e a liberação da dopamina, principal
neurotransmissor inibidor de prolactina, e a secreção de
peptídeo intestinal vasoativo por neurônios do núcleo
CONCLUSÃO
paraventricular, sendo que este hormônio estimula a
secreção de prolactina (figuras 1 e 2).
1,3
No sistema de O processo de ejeção do leite ocorre por meio de reflexos
pecuária leiteira, o ordenhador deve induzir o mecanismo de neuroendócrinos, envolvendo uma ação conjunta de fatores.
estimulação citado anteriormente pelo menos duas vezes ao O mais importante é a estimulação do úbere, responsável
dia.
2 por desencadear o reflexo de ejeção. Dessa forma, é
importante entender como funciona a ejeção e o que pode
A ocitocina é secretada pela neurohipófise na corrente
ser feito para auxiliar o animal, almejando assim alcançar
sanguínea levando a um aumento gradativo da pressão no níveis satisfatórios na lactação.
úbere. As células mioepiteliais possuem receptores de
ocitocina que, quando estimulados, desencadeiam a BIBLIOGRAFIAS
contração da musculatura lisa cerca de um minuto após a 1. Gaona R. C.; PAPEL DOS HORMÔNIOS NA LACTAÇÃO,
secreção do hormônio.³ A contração das células Universida de Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS; 2001;
mioepiteliais resulta na redução do lúmen dos alvéolos e o 2. Sousa B. M.; BOVINOCULTURA DE LEITE; Referencia
leite passa pelos ductos lactíferos chegando até os tetos apostila didática de bovino 2017;
3. Klein B. G.; CUNNINGHAM TRATADO DE FISIOLOGIA
onde ocorre a ejeção para o meio externo.³ VETERINÁRIA; 5º edição publicada em 2014, Capitulo 39 a
glândula mamária, página.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
REUTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA CAMA DE FRANGO
Daniel Macêdo Dornas1*, Isabel Cristina Teixeira Silva¹, Cláudia Geralda Inácia Ribeiro¹, Vinicius Santos Moura¹, Jeniffer Godinho
Ferreira Pimenta², Bruno Antunes Soares³.
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Mestranda em Zootecnia – UFMG. Belo Horizonte – MG – Brasil
3
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO relação ao maior consumo de ração e consequentemente


4
A cama a ser utilizada sobre os pisos dos aviários melhor conversão alimentar e maior ganho de peso .
desempenha um importante papel na criação, contribui na Também em busca de materiais alternativos, alguns autores
manutenção da temperatura ambiente favorecendo o compararam camas de cepilho de madeira, casca de arroz,
conforto térmico dos animais, como também tem a casca de café e sabugo de milho triturado em duas
importante função de contribuir na absorção de umidade, granulometrias (inteira e moída) para frangos, concluindo
2
incorporação de excretas, penas e restos de alimentos que os materiais não afetaram o desempenho das aves . No
provenientes do desperdício do cocho. A cama impede entanto, os frangos criados em cama com granulometria
também que com que a ave tenha contato direto com o solo mais fina apresentaram melhor conversão alimentar, peso
evitando assim com que a mesma sofra lesões podais e calo vivo e fator de produção aos 42 dias de idade. Percebe se
no peito. diante dos resultados obtidos, que o principal fator que
Dentre os materiais utilizados como cama pode se destacar interfere na utilização de diversos tipos de materiais para a
a maravalha, casca de arroz, capim camerum moído, cama está relacionado ao ganho de peso, podendo ter uma
3
bagaço de cana, sabugo picado e o feno . Isso faz com que correlação direta com o bem-estar que essa cama
esses produtos agreguem cada vez mais valor comercial e proporciona às aves.
se tornem escassos no mercado, o que leva a um aumento Independente do tipo de material a ser utilizado o principal
significativo no custo de produção do integrado/produtor. cuidado a ser tomado com a cama do aviário é o manejo
O objetivo dessa revisão é avaliar custo e beneficio entre os adequado, uma vez que a cama mal manejada se torna
materiais mais utilizados, fazendo com que o produtor fonte de contaminação para as aves, por isso a reutilização
consiga optar pelo material mais viável de acordo com sua da cama é uma pratica viável desde que sejam tomadas
produção de forma segura e econômica preservando o bem todas as medidas para a eliminação de possíveis
3
estar das aves e o valor do seu produto final. patógenos . Pensando na diminuição de custos e na
diminuição de resíduos gerados constatou-se que há
diminuição significativa quando opta se em reutilizar a cama.
MATERIAIS E MÉTODOS A cama do aviário pode ser reutilizada uma a seis vezes,
Esta revisão bibliográfica foi realizada com base em artigos sendo que a partir da quarta vez, pode haver a estabilização
e pesquisas dos últimos anos, levando em consideração os da microflora presente na cama, mas é importante ressaltar
custos e benefícios dos materiais comumente utilizados que essa cama precisa estar em condições favoráveis,
como cama de frango. As palavras- chave utilizadas foram levando em considerações que a cama a ser reutilizada não
cama de frango, material alternativo e reutilização. tenha passado por nenhum desafio sanitário, que a mesma
passe por algum tratamento que possibilite a redução da
REVISÃO DE LITERATURA umidade presente. Para um tratamento eficiente, é
A escolha e manejo do material a ser utilizado como cama destacada a importância de um tempo adequado além de
do aviário é de suma importância na produção avícola, uma mensuração de ph e umidade. Tão importante quanto o
vez que a cama desempenha importante papel em termo de tratamento da cama é também a adoção do vazio sanitário,
bem estar dos animais. Um importante fator no uso da cama que viabiliza o reuso da mesma.
é prevenir o atrito do animal com o solo, evitando assim
lesões podais que acabam se tornando porta de entrada CONCLUSÕES
para diferentes tipos de patógenos, porém, se manejada de Diante da baixa oferta e alta demanda de materiais que
forma incorreta a cama acaba tornando uma fonte de podem ser utilizados como cama de aviários o melhor
contaminação devido a sua capacidade de absorção de método em termo de economia é a busca por materiais
água juntamente com penas, restos de alimentos e excretas, alternativos, com maior disponibilidade no mercado que faz
fazendo com que a mesma se torne um meio de cultura para com que seu valor seja acessível. Além disso, uma prática
diversos tipos de agentes. viável é a reutilização da cama, desde que esta não tenha
Comumente, a maravalha tem sido o material mais utilizado, passado por nenhum desafio patológico e que passe por um
o que torna esse produto escasso e provoca a elevação do tratamento onde ocorra significativamente diminuição da
seu preço fazendo com que a busca por materiais umidade presente para que não haja comprometimento
alternativos seja cada vez maior, sendo esses materiais sanitário do novo lote a ser alojado.
alternativos a casca de arroz, casca de amendoim, bagaço
de cana, fenos de diversos tipos de capim, areia. BIBLIOGRAFIAS
Pensando em métodos alternativos, autores compararam 1. AVILA, Valdir et. al. Avaliação de materiais alternativos em
diversos tipos de materiais com o intuito de oferecer maior substituição à maravalha como cama de aviário. Revista Brasileira
Zootec., v. 37, n2, p.273-277, 2008.
variedade de produtos, podendo o produtor escolher aquele 2. SANTOS, Tânia et. al. Efeitos de densidade populacional e da
1
que melhor se enquadra na sua produção . Comparando o reutilização da cama sobre o desempenho de frangos de corte e
uso de maravalha, bagaço de cana, sabugo picado de milho, produção de camas. Revista portuguesa de ciências veterinárias, Mato
areia, feno picado e casca de arroz, verificou-se que a Grosso do Sul, 2005.
3. BOLAN, N. S. et. al. Uses and management of poultry litter.
utilização desses materiais como cama não influenciou no World‘s Poultry Journal , vol.66, December, 2010.
1
desempenho das aves . 4. GARCÊS, A. et. al. Evaluation of different litter materials for
Estudo feito comparando a casca de arroz, serragem, broiler production in a hot and humid environment: litter characteristics
and quality. Veterinary Faculty, Eduardo Mondlane University, C.P. 257,
palhada de arroz e areia, concluiu que a casca de arroz foi o Maputo, Mozambique, 2013.
melhor material, proporcionando melhor resultado em
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
SUPLEMENTAÇÃO A BASE DE VIRGINIAMICINA PARA GADO DE CORTE
Alexandre Ferreira Sturzeneker1, Daniele Cristine de Oliveira Freitas 1, Gabriel Franco da Cruz 1, Larissa Soares Ramos 1, Luiz Felipe
Justiano Gonsalves¹, Sannely Assis Procópio 1, Gustavo Henrique Ferreira Abreu Moreira2,
Prhiscylla Sadanã Pires2, Breno Mourão de Sousa2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO altos níveis de concentrado na dieta e mitigar a produção de gás


metano (SEVERINO,2017). O gás metano é um subproduto natural
No cenário global, onde a busca por meio mais da fermentação ruminal dos carboidratos fibrosos que liberam H2 no
sustentáveis de produção torna-se cada vez mais ambiente ruminal, visto que esse é o principal substrato utilizado
evidente, novas práticas têm sido adotadas para que pelas bactérias metanogênicas para sintetizar CH4. Como esse gás
se possa produzir mais consumindo menos. Nesse não pode ser metabolizado pelo animal nem pelos microrganismos,
a maior parte é eliminada do rúmen por expiração ou eructação.
sentido, a pecuária extensiva vem sofrendo algumas Isso reduz a eficiência enérgica dos processos de fermentação,
modificações para se adequar às novas exigências. além de ser alvo de críticas em relação à sustentabilidade dos
Uma das principais mudanças que se espera alcançar atuais sistemas de produção (MOURÃO et al., 2012). A
é produzir animais com uma melhor qualidade de Virginiamicina é um aditivo com grande potencial a ser explorado
em animais a pasto, na fase de recria, quando objetiva-se aumentar
carne, em um menor espaço de tempo e ocupando o peso de animais durante a recria e reduzir a idade de abate
uma área menor. Para isso, um fator que vem (COSTA, 2016). Os resultados obtidos mostraram um desempenho
auxiliando bastante o produtor rural nessa empreitada do ganho de peso da virginiamicina 25,5% superior em relação ao
é a mudança no manejo nutricional do seu rebanho. O grupo controle (MOURA, 2013)
uso de rações, sal mineral, misturas múltiplas,
suplementação e de aditivos na dieta dos animais vem
trazendo grandes melhorias no desempenho dos
rebanhos. O objetivo desse trabalho é descrever como
a Virginiamicina exerce um importante papel na
melhoria do desempenho dos animais.

*tabela mostra os resultados obtidos no experimento realizado por


MOURA em 2013;

CONCLUSÕES
A Virginiamicina se mostra um importante melhorador de
desempenho que deve ser utilizado pelo produtor que busca uma
produção mais eficiente de seu rebanho.
BIBLIOGRAFIAS
1. BERCHIELLI, T.T.; PIRES, A.V.; OLIVEIRA S.G.; Nutrição de
ruminantes 2ªed Jaboticabal; FUNEP,2011.
2. MOURÃO, R. D. C et al. Aditivos alimentares para vacas
leiteiras. Revista eletrônica nutritime, Art. 179, v. 9, v. 5, p. 2011–
2040. Setembro/Outubro, 2012.
3. COSTA, J.P.R. Virginiamycin via mineral supplementation and
sward height in growing nelore young bulls. 2016. 91 f. (Doutorado
em Zootecnia) - Universidade Estadual Paulista ―Júlio de Mesquita
Filho‖, Jaboticabal.
4. SEVERINO, H. Utilização e viabilidade da Virginiamicina em
MATERIAIS E MÉTODOS vacas leiteiras. Universidade federal de Goiás. 2017.
Este trabalho foi elaborado a partir de revisões de literatura e 5. NUÑEZ, A.J.C., CAETANO, M.; Uso combinado de ionóforo e
pesquisa de artigos acadêmicos em plataforma online, procurando virginiamicina em novilhos Nelore confinados com dietas de alto
pelas palavras chaves: Virginiamicina, nutrição, gado de corte. A concentrado. Universidade Federal de Lavras. 2008.
escolha da bibliografia consultada foi baseada em documentos 6. MONÇÃO, F. P. Suplementação e uso da virginiamicina como
atualizados e coerentes com o que foi visto em outras literaturas. moduladores de desempenho de bovinos nelore na recria e seus
efeitos na terminação em confinamento. Universidade estadual
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Paulista ―Júlio de Mesquita Filho‖. 2017.
7. MOURA, L. M. Monesina sódica e Virginiamicina para bovinos
A Virginiamicina é um antimicrobiano descoberto nos anos 50 na de corte: desempenho e simulação econômica. Universidade federal
Bélgica, obtido a partir da fermentação da bactéria Streptomices de Goiás. 2013.
virginae. A Virginiamicina age nas bactérias gram-positivas, inibindo
o crescimento das produtoras de ácido láctico, estabilizando o pH e
reduzindo possíveis casos de acidose em rebanhos que recebem
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
UREIA COMO FONTE DE PROTEÍNA PARA RUMINANTES
Matheus Antônio Resende1, Aléxia Pimenta Bom Conselho¹, Luciene Ferreira da Conceição¹, Mariana Alves Silva¹, Mariana Cardoso
Batista Pimenta1, Marina Gonçalves Rangel¹, Nayara Starling Pereira Martins da Costa¹, Breno Mourão de Sousa2, Gustavo Henrique
Ferreira Abreu Moreira2, Prhiscylla Sadanã Pires2
1
Graduando em Medicina veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO também proteína verdadeira, para que as exigências quanto


Pelo fato de o Brasil ter períodos sazonais evidentes, temos as diferentes fontes de nitrogênio para todos os
2
uma variação na disponibilidade e na concentração de microrganismos sejam atendidas .
pastagens de boa qualidade. Desse modo, a suplementação Devido a interação simbiótica entre os microrganismos do
passa a ser essencial para balanceamento das dietas dos rúmen e o animal, os ruminantes aproveitam fontes de
bovinos na época da seca e consequentemente de baixa alimentos que geralmente não seriam aproveitadas por
oferta de alimento. Porém, diante dessa necessidade cria-se outros animais, transformando alimentos de baixo valor
4
um impasse devido ao custo alto dos suplementos proteicos. nutricional em alimento de alta qualidade . Favorecendo a
Por consequência, a substituição de fontes de proteínas por troca de alimentos com alto valor financeiro (como por
alimentos alternativos é bastante viável para a atividade exemplo a soja) pela ureia, diminuindo o custo das rações.
pecuária. A ureia é uma amida, classificada como nitrogênio Como mostra a tabela 2 na qual, quando adicionamos o
não proteico (NNP) e tem um baixo valor financeiro no NNP conseguimos diminuir a porcentagem de proteína
mercado, quando comparado as outras fontes de proteínas, verdadeira.
por essa razão ela é utilizada como substituta dos alimentos Tabela 2. Efeito da adição de ureia sobre as proporções de
1
proteicos . O objetivo desse trabalho é apresentar uma milho e farelo de milho e soja no concentrado
revisão bibliográfica sobre a ureia como fonte alternativa de Unidades % de Unidades % de
suplementos proteicos para ruminantes. % ureia milho a serem soja a serem
MATERIAIS E MÉTODOS adicionadas retiradas
Essa revisão de literatura, realizada entre setembro e 0,8 5,6 6,4
outubro de 2018, foi embasada em cadernos técnicos da 1,0 7,0 8,0
EMBRAPA e do CRMV-MG, artigos Scielo e Google 1,2 8,4 9,6
acadêmico. A seleção da bibliografia selecionada foi 1,4 9,8 11,2
baseada em documento atualizados, confiáveis e coerente
1,6 11,2 12,8
com as informações encontradas em todas literaturas. As
palavras chaves foram: ureia para bovinos, suplementos 1,8 12,6 14,4
proteicos para ruminantes, nutrição, nitrogênio não proteico. 2,0 14,0 16,0
1
REVISÃO DE LITERATURA Junior et al., 2007
A ureia é um composto orgânico cristalino, de cor branca, No entanto para uma boa absorção dos NNP é necessário a
solúvel em água e álcool. De todos os compostos presença de fontes de energia de com alta degrabilidade
nitrogenados não proteicos é o mais utilizado e não pode ser ruminal, pelo fato da ureia ser rapidamente degradada no
considerado proteína verdadeira porque não apresenta rúmen, concentrações adequadas de carboidratos devem
3 estar balanceadas na dieta. O pH do rúmen também
aminoácido agrupado por ligações peptídicas . Como é
demostrado na tabela 1, a ureia tem em sua composição a interfere na absorção de amônia, quanto maior for o pH,
maior parte constituída por nitrogênio sendo 46,4 %, por maior será a absorção para a corrente sanguínea. Por este
esse fato, cada quilo de ureia equivale a 2,87 de proteína motivo, a ureia pode vir a ser toxica, se a concentração de
bruta. E a pequena quantidade de ferro e chumbo amônia no sangue for alta, o fígado não consegue
encontrada em sua composição não é considerada tóxica biotransforma-la totalmente e ao atingir o sistema nervoso
2. central é desencadeado lesões nervosas, podendo levar a
para os animais 2
Tabela 1. Composição química da ureia encontrada no óbito . Assim a ureia não pode constituir mais de 1/3 da
Brasil proteína bruta total na dieta, mais que 3% do concentrado e
Compostos Concentração (%) não mais do que 1% na dieta total. E a adição de enxofre
Nitrogênio 46,4 nas dietas com altos níveis de nitrogênio não proteico é
necessária ao bom desempenho animal, uma vez que esse
Biureto 0,55 mineral é utilizado para síntese microbiana de aminoácidos
Água 0,25 3
sulfurados (metionina, cisteína e cistina) .
Amônio livre 0,008 CONCLUSÕES
Cinzas 0,003 Para minimizar os custos com a dieta dos ruminantes, a
Ferro e chumbo 0,003 substituição de fontes de proteínas verdadeiras por ureia é
5 extremamente viável. Esse NNP com baixo custo financeiro,
Santos et al., 2001
Ao chegar no rumem a ureia é rapidamente degradada em quando manejado adequadamente, respeitado as suas
amônia e gás carbônico pelas bactérias presentes no líquido exigências e em concentração corretas, pode garantir um
ruminal, com ação da enzima urease. Esse NNP degradado grande aumento da eficiência produtiva dos animais.
é combinado com esqueletos carbônicos e ocorre síntese de BIBLIOGRAFIAS
1. Junior RG, Pereira LGR, Tomish TR, Gonçalves LC, Fernandes FD, Barioni LG, Junior
proteína microbiana. Portanto existem dois grupos de GBM. Ureia na alimentação de vacas leiteiras, 2007; ISSN: 1517-511.
bactérias ruminais que utilizam nitrogênio como substrato, a 2. Martins NRS, Santos RL, Junior APM, Silva N. Cadernos Técnicos de Veterinária e
Zootecnia, 2016; ISSN: 1676-6024.
celulolitica/hemicelulolitica que utiliza exclusivamente 3. Gonçalves LC, Borges I, Ferreira PDS. Alimentos para gado de leite, 2009; ISBN: 978-
amônia, e as aminolíticas que utilização 34% de amônia e 85-87144-36-2
4. Nied, C.O. Precursores de glicose em ruminantes: aplicações em vacas leiteiras.
66% de aminoácidos como fonte de nitrogênio. Por esse Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2016, 14 p. Seminário de Pós-Graduação.
motivo, as dietas não podem ser formuladas somente com 5. Santos GT, Cavalieri FLB, Modesto EC. Recentes Avanços em Nitrogênio não Proteico
na Nutrição de Vacas Leiteiras. Simpósio Internacional em Bovinocultura de Leite: Novos
fonte de nitrogênio não proteico, é preciso acrescentar conceitos em ,2001, p. .199-228.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
USO DE RADIOFREQUÊNCIA DE BAIXO CUSTO NO MANEJO DE BOVINOS EM PROPRIEDADES DE
PEQUENO PORTE
Victor Luis de Bessa Sousa¹, Gabriel Resende Souza¹, Breno Mourão de Sousa², Prhiscylla Sadanã Pires².
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil

INTRODUÇÃO sistemas que sejam úteis porém acessíveis a pessoas com


É comum observar propriedades de criação de bovinos com pouco ou nenhum conhecimento prévio de tecnologia.
pouca ou nenhuma organização dos dados no manejo dos
animais, levando a recorrentes erros e perdas financeiras Figura 1: Preço do sistema de RFID a baixo custo completo,
recorrentes em função das falhas. em azul claro o preço de produção (500,00 reais BRL), em
azul escuro a margem de lucro do produto (1.500,00 reais
As radiofrequências oferecem uma forma simples e de baixo
BRL).
consumo de energia para rastreamento e controle de
grandes volumes de dados e ou animais, quando
implementadas com sistemas de controle de dados
automáticos e algoritmos de inteligência artificial (machine
learning) se alcança maior eficiência e qualidade de produto
final.
O objetivo deste trabalho foi demonstrar formas de
implementação de sistemas de radiofrequência, controle de
dados e inteligência artificial em propriedades de pequeno
porte, correlacionando com perdas econômicas em função
de erros de manejo.

MATERIAIS E MÉTODOS
As pesquisas e testes foram desenvolvidos em propriedades
na área rural de Brumadinho MG, foram entrevistados
sitiantes e fazendeiros da região do vale do Paraopeba. Em
algumas foram levados sistemas de gerenciamento de
manejo por rádio frequência desenvolvidos por alunos
(Victor Sousa, Gabriel Resende), estes foram então testados Figura 2: Média de erros de manejo cometidos por dia,
e ajustados para maior precisão. Os dados foram então começo do uso do aparelho (4), e após uma semana de uso
coletados para desenvolvimento de um sistema de (0,72).
gerenciamento de manejo de baixo custo.
Sistema de transmissão RF MIFARE CLASSIC ®, tela LCD
(Liquid Crystal Display), SD ® , e processador SOC ( system
on a chip ) ATMEL AVR equipado com memória flash®.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
As radiofrequências até então implantadas na medicina
veterinária são onerosas (Ver figura 1), com sistemas
passando das dezenas de milhares de reais (BRL), o que
torna essa tecnologia proibitiva a produtores de médio e
pequeno porte.
Partindo disso foi criado um sistema de manejo baseado em
um computador de mão (Estilo tablet), com engenharia
(eletrônica e microcódigo embarcado) criada por Victor
CONCLUSÕES
Sousa e Gabriel Resende Sousa, esse conta com sistema
de transmissão RF MIFARE CLASSIC ®, tela LCD (Liquid Conclui-se que quando apresentados a sistemas que sejam
Crystal Display), SD ® , e processador SOC ( system on a acessíveis financeiramente ou quanto a facilidade de uso, os
chip ) ATMEL AVR equipado com memória flash®, nos produtores possuem interesse em maior controle
animais era aplicado um brinco transmissor de RF passivo, organização de suas propriedades o que diminui perdas por
capaz da comunicação com a unidade de mão. Os erro de manejo
produtores mostraram grande interesse na tecnologia,
quando a mesma se apresenta de forma acessível, (custo BIBLIOGRAFIAS
aproximado de 2000,00 Reais BRL), o sistema apresenta
um cronograma diário do produtor e seus colaboradores 1. MIFARE Classic EV1 1K - Mainstream contactless
(caso tenha), como uma forma de agenda os afazeres do dia smart card IC for fast and easy solution development
são calculados pelo sistema que leva em consideração 2. 8-bit Atmel Microcontroller with 16/32/64KB In-System
como o produtor e seus colaboradores trabalham, leva em Programmable Flash Datasheet
consideração a entrada de dados técnicos inseridos no 3. Samsung SD & MicroSD Card product family SDA 3.0
mesmo, calculando datas de vermifugação, período de specification compliant-Up to UHS-I mode
carência de animais e outros. Observa-se a necessidade de 4. Systronix 20x4 LCD Brief Technical Data.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH
UTILIZAÇÃO DE CEVADA NA NUTRIÇÃO DE RUMINANTES
Gabriel Torres Pires Ferreira1*, Alexandre Ferreira Gabriel1, Felipe Álvaro de Aguiar1,
Sérgio Henrique Andrade dos Santos1, Thallyson Thalles Teodoro de Oliveira1, Artur Maia Braga1, Breno Mourão de Sousa2, Gustavo
Henrique Ferreira Abreu Moreira2, Prhiscylla Sadanã Pires2
1
Graduando em Medicina Veterinária – UniBH – Belo Horizonte/ MG – Brasil
2
Professor do Departamento de Medicina Veterinária – UniBH - Belo Horizonte – MG – Brasil
* Autor para correspondência Gabriel Ferreira: gabrieltpferreira@hotmail.com

INTRODUÇÃO A inclusão do resíduo tanto seco, quanto úmido, pode


O resíduo de cervejaria ou resíduo de cevada é um substituir até 100% do milho da dieta sem haver prejuízos no
subproduto da indústria cervejeira bastante utilizado na ganho de peso dos animais.
alimentação de ruminantes (1), calcula uma disponibilidade O resíduo de cervejaria pode ser descrito como uma massa
de aproximadamente 2 milhões de toneladas/ano deste resultante da aglutinação da casca com resíduos do
subproduto no Brasil, onde tradicionalmente é empregado processo de maturação, podendo apresentar maiores
em dietas de bovinos leiteiros. concentrações de proteína e carboidratos, do que as
O resíduo de cervejaria é classificado pelas indústrias como encontradas em seus cereais de origem (3), trabalhando
um concentrado de médio valor proteico e não um substituto com o resíduo úmido no Brasil cita valores de 32,3 e 68,4 %
forrageiro. Entretanto, (2) indica que a adição do resíduo em para proteína bruta (PB) e nutrientes digestíveis totais (NDT)
dietas de vacas em produção contribui para o atendimento respectivamente (5), obteve 29,6; 6,8 e 65,5 % para PB,
dos requerimentos de fibra, podendo ser incluído em taxas extrato etéreo (EE) e fibra detergente neutro (FDN) nos
de 15 a 20 % da matéria seca (MS) total da dieta. EUA. Valores de 17 a 35 % de PB são encontrados na
O objetivo do trabalho é a analisar a importância da literatura, mostrando certa variabilidade na composição
utilização do resíduo de cevada na nutrição de ruminantes, e bromatológica do resíduo de cervejaria (1).
sua grande relevância para o produtor. Embora os maiores atrativos venham a ser os seus altos
valores de proteína e amido, resultando em valores elevados
de energia metabólica (EM), algumas características da
fração proteica deste resíduo vêm sendo estudada (4).
MATERIAIS E MÉTODOS
Todas as características deste subproduto natural conferem
Foi realizado uma revisão bibliográfica onde utilizamos os ao mesmo alto valor nutricional para ser empregado em
termos resíduo cevada, nutrição de ruminantes e dietas de bovinos de leite e corte.
subprodutos. Dos artigos obtidos com base em resíduos
úmidos de cevada.
Níveis de garantia/Kg de MS do produto:
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Do ponto de vista dos pecuaristas o custo com ração Proteína Bruta (min.): 29%
representa de 70 a 85 % do investimento de uma estimativa
confiável e critica para o sucesso desta operação. E, para NDT (min.): 78%
analisar a viabilidade da utilização do resíduo na
alimentação animal, inicialmente deve-se considerar o valor Fibra Bruta (Max.): 15%
de mercado dos ingredientes das rações concentradas
tradicionais (milho e soja) em relação ao alimento alternativo EE (min.): 9,40%
da dieta oferecida (CABRAL FILHO, 1999). Fonte: grupoullmann.com.br/cevada-processada
Alguns dos benefícios da utilização do subproduto são: Com
alto valor nutricional e disponível durante o ano todo, este CONCLUSÕES
subproduto natural contribui para a redução dos custos de De acordo com a revisão conclui-se que a utilização do
produção na pecuária leiteira e de corte, além de promover resíduo de cevada tem aumentado em todo território
aumento na produção de leite e ganho de peso em animais nacional, pois o produtor encontra este subproduto durante
de engorda confinada. Sua elevada proporção de proteína todo o ano e com um valor acessível. E os seus níveis
"By pass" e a composição de sua fibra constituem nutricionais são muito importantes para os ruminantes
importantes fatores nutricionais relacionados ao bem-estar podendo substituir produtos de alto custo, diminuindo assim
animal e aumento de índices produtivos, isto em função das os gastos dos produtores.
características do processo produtivo da cerveja. Com baixa
quantidade de potássio, pode ser introduzido em dietas de BIBLIOGRAFIAS
animais na fase de pré-parto, evitando assim doenças pós- 1. LIMA, M.L. Resíduo de cervejaria úmido: formas de conservação e efeitos
sobre parâmetros ruminais. Piracicaba, 1993. 98p. Dissertação (Mestrado)-
parto, dentre outros prejuízos correlacionados com a fase, Universidade de São Paulo.
tais como febre do leite e edema de úbere. Alimento com 2. COSTA, M.B.; MATTOS, W.R.; BIONDI, P.; CARVALHO, D.D.
excelente palatabilidade, o que favorece o aumento de Degradabilidade ruminal do resíduo úmido de cervejaria. Boletim da Indústria
Animal, v.52, n.1, p.87-94, 1995.
consumo de alimentos ingeridos diariamente pelos animais. 3. CARDOSO, R.M.; SILVA, J.F.; MOTTA, V.A. Produção de leite de vacas
Alimento regulador das funções ruminais pelo seu poder alimentadas com silagem de sorgo suplementada com polpa úmida de
tampão sobre o pH ruminal, contribuindo com a redução de cevada. Revista da Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.11, n.1, p.38-45,
casos de acidose e laminite. 1982.
4. SANTOS, K.A.; STERN, M.D.; SATTER, L.D. Protein degradation in the
Os baixos valores de MS encontrados no resíduo de rumen and amino acid absorption in the small intestine of lactating dairy cattle
cervejaria são apontados como a maior limitação na fed variors protein sources. Journal of Animal Science, v.58, n.1, p.244-255,
utilização deste subproduto na forma úmida. Valores entre 1984.
5. WEST, J.W.; ELY, L.O.; MARTIN, S.A. Wet brewers grain for lactin dairy
20 e 30 % de MS são encontrados na literatura (1). cows during hot, umid weather. Journal of Dairy Science, v.77, p.196-204,
A boa aceitabilidade do resíduo pelos animais, levaram a 1994.
investigações de possíveis aumentos no consumo de MS e 6. CABRAL FILHO, S. L. S. Avaliação do resíduo de cervejaria em dietas de
consequentemente na produção de leite e nas porcentagens ruminantes através de técnicas nucleares e correlatas. Piracicaba, SP: USP,
1999. 82p. Dissertação (Mestrado em Ciência) Centro de Energia Nuclear na
de gordura e proteína do leite. Agricultura da Universidade de São Paulo.
II Colóquio Técnico e Científico da
Medicina Veterinária do UniBH

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